importÂncia da trilha ecolÓgica interpretativa-sensorial ... · audição, tato, paladar, olfato...
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IMPORTÂNCIA DA TRILHA ECOLÓGICA INTERPRETATIVA-SENSORIAL, COM ORIENTAÇÃO, PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL DE DEFICIENTES VISUAIS
Ubiramar Ribeiro Cavalcante, Marcelino Franco de Moura
(Instituto Federal do Triângulo Mineiro - IFTM)
Resumo: Este trabalho faz uma revisão bibliográfica sobre a utilização de trilhas ecológicas como instrumento pedagógico para a educação ambiental dos deficientes visuais. A educação ambiental permite a adoção de uma posição consciente e participativa dos recursos naturais, orientando para uma postura de integração do meio ambiente com as pessoas da sociedade, inclusive pessoas portadoras de necessidades especiais. A deficiência visual atingia 3,5% da população brasileira em 2010. A Educação Ambiental se concretizará para os portadores de deficiência visual quando estes tomarem consciência de sua utilidade, significado e representação. A trilha ecológica é um instrumento pedagógico; é uma maneira prática de combinar a observação da fauna, flora e topografia de uma região e promover o ensino ambiental e social ao educando. As trilhas ecológicas sensoriais para portadores de deficiência visual devem ser previamente elaboradas de acordo com a idade dos participantes e o local onde será desenvolvida. Para esta atividade, podem ser utilizados espaços como parques, praças, ou até mesmo pátios de instituições de ensino.
Palavras-chaves: Educação Ambiental, Trilhas Ecológicas e Deficiência Visual
ISSN 1984-9354
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1 Introdução
O avanço da degradação ambiental tem sido objeto de discussão no mundo inteiro. Neste
contexto, a Educação Ambiental é uma importante ferramenta para reverter esse quadro, porque
permite a compreensão do meio ambiente e o reconhecimento da interdependência e inter-relações
existentes entre os seus diversos elementos, com vistas à utilização racional dos recursos naturais.
Devemos ter a percepção exata da responsabilidade de partilhar o planeta com todos os
outros seres vivos. Esta perspectiva contribui para evidenciar a necessidade de um trabalho
vinculado aos princípios da dignidade, solidariedade e da equidade do ser humano. O Brasil, e os
demais países, estão empenhados em promover reformas radicais no sentido de reverter o quadro
de degradação ambiental que assola diversas nações do mundo. E uma maneira de se concretizar
estas ações e promovendo a Educação Ambiental.
A percepção de mundo, para os seres humanos, se dá por meio dos sentidos sensoriais:
audição, tato, paladar, olfato e visão. A união e o estímulo desses sentidos facilitam o processo de
aprendizagem do educando, pois o conhecimento do mundo chega por meio desses sentidos,
sendo captado por células sensoriais e, posteriormente, interpretado pelo cérebro. Dessa forma, o
corpo se estabelece como o principal instrumento de aprendizagem.
Educação Ambiental e o processo em que se busca despertar a preocupação individual e
coletiva para a questão ambiental, garantindo o acesso à informação em linguagem adequada,
contribuindo para o desenvolvimento de uma consciência crítica e estimulando o enfrentamento
das questões ambientais e sociais. Desenvolve-se num contexto de complexidade, procurando
trabalhar não apenas a mudança cultural, mas também a transformação social, assumindo a crise
ambiental como uma questão ética e política (MOUSINHO, 2003).
A Educação Ambiental objetiva orientar o conjunto da sociedade para uma postura de
integração com o meio ambiente, seja ela com necessidades especiais ou não.
Deficiência, refere-se a qualquer perda ou anormalidade da estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, podendo resultar numa limitação ou incapacidade no desempenho normal de uma determinada atividade que, dependendo da idade, sexo, fatores sociais e culturais, pode se constituir em uma deficiência. Desta forma, uma doença ou trauma na estrutura e funcionamento do sistema visual pode provocar no indivíduo a incapacidade de ver ou de ver bem, acarretando limitações ou impedimentos quanto à aquisição de conceitos, acesso direto à palavra escrita, à orientação e mobilidade independente, à interação social e ao controle do ambiente, o que poderá trazer atrasos no desenvolvimento normal. Os alunos com deficiência visual ou com baixa visão não constituem um grupo homogêneo, com características comuns de aprendizagem, sendo
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também, um erro considerá-los como um grupo à parte, uma vez que suas necessidades educacionais básicas são geralmente as mesmas que as das crianças de visão normal. Muitas pessoas nasceram ou adquiriram deficiência visual durante o transcorrer da vida e necessitam de uma atenção diferenciada (MASI, 2002 p. 06).
Estas pessoas não enxergam as belezas do mundo como estamos acostumados a ver, mas
podem enxergar com os outros sentidos do corpo: o tato, a fala, a audição, o olfato e o paladar, no
entanto, elas não devem ser excluídas do contato direto com a natureza. Os deficientes visuais
natos ficam apenas com a educação teórica sobre meio ambiente, pois conhecem pouco ou quase
nada dos vários tipos de ecossistemas existentes ao seu entorno. Já os que foram perdendo a visão
no decorrer do tempo, tem uma percepção maior de meio ambiente. E necessário proporcionar a
esta parcela da população o contato direto com a natureza e com o meio ambiente: rios, florestas,
matas, praças, parques, animais, cidades, etc.
Considera que 80% das informações perceptivas das pessoas se captem pela visão e que
somente 35% do significado da mensagem é transmitida verbalmente e 65% da comunicação é
não verbal, sugere-se a utilização desse segundo tipo, ou seja, a não-verbal para se alcançar um
bom nível de eficácia (PAGLIUCA 1996, apud LEÃO, 2007). Pagliuca (1996 apud LEÃO, 2007,
p. 66) recomenda que para se estabelecer um canal de comunicação efetivo com os deficientes
visuais, por meio do tato, se explorem as artes plásticas (em cujo o paisagismo se acha incluído),
como linguagem e que se reúnam subsídios para criar métodos de comunicação não-verbais, de
modo a desenvolver estratégias para otimizar a educação e a saúde dos portadores de deficiência
visual.
A trilha ecológica é uma importante ferramenta para desenvolver a Educação Ambiental e
social dos educandos, pois é uma maneira prática de combinar a observação e contato direto com a
fauna, flora e topografia de uma região. As trilhas nos dão uma direção a seguir em um espaço
determinado, se não houvesse a trilha cada pessoa andaria por um caminho diferente prejudicando
o desenvolvimento de plantas e animais, plantas seriam pisoteadas, galhos seriam quebrados. Isto
se deve pelo fato das trilhas serem demarcadas e seu uso assistido, apesar do grande número de
usuários, com a vantagem do impacto ambiental gerado pelas visitas serem controlados. O contato
direto nos ajuda a valorizar e apontar pontos onde a fauna e flora correm riscos. Assim o
conhecimento adquirido será estendido aos seus amigos e familiares aumentando a consciência da
população. Para que isto ocorra há a necessidade do contato direto do educando com deficiência
visual com o meio, por isto as trilhas ecológicas, preparadas para este tipo de público, se tornam
importantíssimas. Essas trilhas necessitam de adaptações que possibilite uma maior independência
dos portadores de deficiência visual.
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Atividades educadoras adaptadas, aliadas às atividades sensório-perceptivas em um ambiente
repleto de situações desafiadoras e que não são ocasionais no cotidiano, proporciona o
desenvolvimento da capacidade e das habilidades motoras, contribuindo para sua percepção de
mundo. O deficiente visual necessita de professores especializados, adaptações curriculares e ou
materiais adicionais de ensino, para ajudá-lo a atingir um nível de desenvolvimento proporcional
às suas capacidades (MASI, 2002, PORTO, 2005). Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB) em seu Artigo 58° Entende-se por educação especial, para os efeitos
desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de
ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.
§1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender as
peculiaridades da clientela de educação especial.
§2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre
que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes
comuns do ensino regular.
Artigo 59°. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais:
I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica, para atender às
suas necessidades;
II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a
conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em
menor tempo o programa escolar para os superdotados;
III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento
especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses
educandos nas classes comuns;
IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade,
inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho
competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que
apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora (BRASIL,
1996).
A Educação Ambiental só se concretizará para os portadores de deficiência visual no
momento em que este estudo fizer sentido para o sujeito, tendo este consciência de sua utilidade,
significado e representação. Para tanto tem, que se comprometer com necessidades justificadas, ou
seja, seus conteúdos têm que estar voltados para a realidade em que o indivíduo se insere. O
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objetivo deste trabalho e fornecer material teórico atual sobre o tema proposto, para os
profissionais envolvidos na educação de portadores de deficiência visual.
Este estudo pretende mostrar aos profissionais da educação a importância da trilha ecológica
interpretativa-sensorial na Educação Ambiental, promovendo assim uma Educação Inclusiva.
Uma revisão teórica do tema foi realizada, o qual servirá como material de consulta, e de trabalho
aos profissionais da educação e aos profissionais ligados ao lazer dos deficientes visuais.
O contado direto com a natureza deve ser estimulado para que o educando possa ter uma
percepção real do meio.
O educador tem um papel fundamental neste convívio do deficiente com o meio ambiente,
pois ele pode usar das trilhas ecológicas para promover a Educação Ambiental. O professor deve
proporcionar experiências que elas não podem conseguir por si só, e ser um agente estimulador e
fornecedor de oportunidades.
2 Revisão de Literatura
2.1 Breve histórico da educação ambiental
Já no ano de 1962 se afirmava que o uso indiscriminado e excessivo de substâncias tóxicas
na agricultura e os efeitos dessa utilização sobre os recursos naturais ocasionaria acentuada perda
da qualidade de vida de todos os seres vivos do planeta. Após esta data os movimentos
ambientalistas mundiais cresceram, sendo também alimentados pela crescente exploração dos
recursos naturais e degradação ambiental (CARSON, 1962 apud MARTELL, 1994; DOBSON,
1994).
A atenção ambiental teve seus primórdios em 1968 quando acontece em Roma a reunião de
alguns cientistas dos países desenvolvidos que se reuniram para discutir o consumo e as reservas
de recursos naturais não renováveis e o crescimento da população mundial. Dá-se daí o inicio de
uma abordagem mundial sobre como utilizar os recursos naturais e sua durabilidade em relação ao
crescimento populacional. Em 1972 em Estocolmo, na Suécia, a Organização das Nações Unidas
(ONU) realizou a Primeira Conferência Mundial de Meio Ambiente Humano. Nesse sentido,
“uma resolução importante da conferência de Estocolmo foi a de que se deve educar o cidadão
para a solução dos problemas ambientais. Podemos então considerar que aí surge o que se
convencionou chamar de Educação Ambiental (REIGOTA, 1994). A partir daí a Educação
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Ambiental sofreu muitas transformações nestes últimos anos, passando a ser exigência obrigatória
na formação do cidadão.
2.2 Educação Ambiental
Reconheceu-se o desenvolvimento da Educação Ambiental como o elemento crítico para o
combate à crise ambiental no mundo e enfatizou a urgência da necessidade do homem reordenar
suas prioridades (DIAS, 2004). A problemática ambiental vem se agravando com o tempo, o papel
da Educação Ambiental no âmbito do ensino escolar se torna importantíssimo neste controle.
Desde então, essa modalidade da educação passa a ser considerada como campo de ação
pedagógica, adquirindo relevância e vigência internacional. Ação esta onde se promove a
construção do conhecimento contextualizado para que não seja mera transmissão de conteúdo. O
processo pedagógico deve desenvolver atitudes de abertura, interação solidária, subjetividade
coletiva, sensibilidade e afetividade com conteúdo ensinado.
É um tema que deve ser obrigatoriamente abordado nas escolas, é multidimensional, ou seja,
pode ser inserido em todas as disciplinas, pois o aprendizado está fundamentado na
interdisciplinaridade, todas as matérias podem ser desenvolvidas na Educação Ambiental, ou vice-
versa (MORIN, 2006). O processo pedagógico utilizado na Educação Ambiental deve possibilitar
transitar-se das ciências naturais às ciências humanas e sociais, da filosofia à religião, da arte ao
saber popular, em busca da articulação dos diferentes saberes.
Considerando a importância da temática ambiental e a visão integrada do mundo, as escolas
se sobressaem, como espaços privilegiados na implementação de atividades que propiciem essa
reflexão, pois isso necessita de atividades de sala de aula e atividades de campo, que possibilite ao
educando um contato com a realidade ensinada em sala de aula. Essas ações podem ser
desenvolvidas em projetos e ou em processos de participação que levem à autoconfiança, a
atitudes positivas e ao comprometimento pessoal com a proteção ambiental, implementados de
modo interdisciplinar (DIAS, 2004).
Deve atingir todos os cidadãos através de uma intervenção pedagógica participativa
permanente, e que seja abordada como um tema transversal, procurando incutir no educando uma
consciência crítica sobre a problemática ambiental, fazendo com que o educando seja capaz de ler
seu ambiente e interpretar as relações, os conflitos e os problemas aí presentes e que consiste
numa possibilidade de formar conceitos, atitudes e habilidades novas na relação sadia entre o
homem e o meio ambiente (ARAÚJO et al., 2008; COSTA et al., 2008). Os educadores devem
estar preparados para desenvolver um senso critico no educando.
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Esta educação só será efetiva se for desenvolvida cuidadosamente, seguindo uma série de
etapas numa direção definida (CAPRA, 2001). Para assim desenvolver um comportamento pró-
ambiente.
Designa-se como comportamento pró-ambiente o conjunto de valores e ações que tornam os
indivíduos conscientizados e os transformam em divulgadores e agentes de transformação social
em busca da sustentabilidade e da melhoria da qualidade de vida, e em questionadores das praticas
individualistas e consumistas da sociedade, e em integrantes de busca coletiva pelo equilíbrio do
meio ambiente e com o meio ambiente, e, eventualmente, das causa ecológica (STAPP et al.,
1969).
Educação Ambiental deve propiciar às pessoas uma compreensão global do ambiente.
Esclarecer valores e desenvolver atitudes que lhes permitam adotar uma posição consciente e
participativa dos recursos naturais, para a melhoria da qualidade de vida e a eliminação da pobreza
extrema e do consumismo desenfreado (EFETING, 2007).
2.3 Legislação da Educação Ambiental
A importância da Educação Ambiental se explicita formalmente na Constituição Federal em
seu Artigo 225° parágrafo 1° inciso VI “promover a educação ambiental em todos os níveis de
ensino e conscientização pública para a preservação do meio ambiente” (BRASIL, 1988).
A Lei Federal 9795/99 define a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), em seu
Artigo 1º conceitua com Educação Ambiental: “Entendem-se por Educação Ambiental os
processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”
(BRASIL, 1999), com esta lei se reconhece, enfim, a Educação Ambiental como um componente
urgente, essencial e permanente em todo processo educativo, formal e/ou não-formal, como
orientam os Artigos 205° e 225° da Constituição Federal.
A Política Nacional de Educação Ambiental é uma proposta programática de promoção da
Educação Ambiental em todos os setores da sociedade, não estabelece regras ou sanções, mas
estabelece responsabilidades e obrigações.
A inclusão nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) se tornaram instrumentos legais
e documentos governamentais que asseguram a temática um caráter transversal, indispensável e
indissociável da política educacional brasileira – “mesmo que possamos considerar que a
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Educação Ambiental não esteja consolidada nacionalmente enquanto política pública”
(LOUREIRO, 2005 apud FURTADO, 2009).
A Política Nacional de Educação Ambiental legaliza a obrigatoriedade de trabalhar o tema
ambiental de forma transversal, conforme é proposto pelos Parâmetros e Diretrizes Curriculares
Nacionais (EFETING, 2007).
2.4 Deficiência Visual
Segundo o resultado do Censo realizado em 2010 o Brasil possui um universo de
190.732.694 habitantes (IBGE, 2012) deste total 6,7% da população declarou possuir pelo menos
uma deficiência severa, representando um total aproximado de 12.777.207 indivíduos. As pessoas
agrupadas na categoria deficiência severa são as que declararam, para um tipo ou mais de
deficiência, as opções “grande dificuldade” ou “não consegue de modo algum”, além daquelas que
declararam possuir deficiência mental. A deficiência visual severa foi a que mais incidiu sobre a
população em 2010: 3,5% dos entrevistados declarou possuir grande dificuldade ou nenhuma
capacidade de enxergar. Em seguida, apareceu a deficiência motora severa, atingindo 2,3% dos
indivíduos. O percentual de pessoas que declararam possuir deficiência auditiva severa foi de
1,1% e o das que declararam ter deficiência mental foi de 1,4% (IBGE, 2012).
A deficiência visual total é a perda ou a redução da capacidade de visão de ambos os olhos,
em caráter definitivo ou temporário, que não possa ser melhorada ou corrigida com uso de lentes,
com tratamentos clínicos, cirúrgicos ou similares. Existem também pessoas com visão cujos
limites variam com outros fatores, tais como, fusão, visão cromática, adaptação ao claro-escuro,
sensibilidade ao contraste, etc. (LEÃO, 2007). A Lei 3298/99 define como deficiência visual:
cegueira, acuidade visual igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica;
baixa visão, acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; e os
casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que
60o (BRASIL, 1999).
A capacidade de ver e de interpretar as imagens visuais depende fundamentalmente da
função cerebral de receber, decodificar, selecionar, armazenar e associar essas imagens a outras
experiências anteriores (DOUGLAS, 1999).
Do ponto de vista educacional, deve-se evitar esses conceitos de cegueira legal, que devem
ser utilizados somente para fins sociais, pois não revelam o potencial visual útil para a execução
das tarefas (ARANHA, 2005).
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2.5 Educação e Educação Ambiental para deficientes visuais
De acordo com Scholl (1982, p. 17) “o programa educacional para a criança portadora de
deficiência visual deve ser planejado de modo a utilizar os sentidos restantes". Deve-se avaliar a
idade em que se manifestou o problema visual em uma criança com cegueira, ou com baixa visão,
pois este indivíduo dependerá da audição e do tato para adquirir conhecimentos e formar imagens
mentais. Uma criança cuja cegueira ou perda acentuada da visão ocorra depois do nascimento,
poderá reter imagens visuais e ser capaz de relacioná-las com as impressões recebidas pelos outros
sentidos. No entanto, segundo Lowenfeld (1965 apud MASI, 2002, p. 07), aquelas que perdem a
visão antes dos cinco anos, não são capazes de reter imagens visuais.
Outro ponto a ser considerado é se a deficiência ocorreu antes ou depois da alfabetização,
uma vez que poderá haver maior resistência ou dificuldade para a aceitação da escrita Braille. Tais
informações são importantes, tanto para os aspectos educacionais, quanto pelos efeitos emocionais
que o aparecimento da deficiência pode causar no indivíduo, conforme o período de
desenvolvimento em que se encontra (MASI, 2002).
O homem é um ser dotado de emoção, capazes de influenciar suas reações diante dos mais
diversos estímulos. O deficiente visual, difere apenas no que diz respeito à utilização da visão. No
conjunto das outras atividades, ele é potencialmente igual aos demais, sendo capaz das mesmas
reações emocionais e de assumir ideologicamente uma postura perante a vida. Além disso,
necessita apenas de atendimento diferenciado em termos metodológicos e em relação aos recursos
didáticos utilizados (MARQUES, 1992).
Associando-se os aspectos da inclusão de educandos com deficiência visual na classe
regular e a Educação Ambiental, o ensino formal deve ter preocupações em favorecer, por meio de
metodologias diferenciadas, a utilização dos sentidos existentes desses alunos para que possam
interagir com o meio e perceber, eles próprios, as problemáticas ambientais (CAMARGO, 2005).
A Educação Especial começa pelo perfil de capacidade do educando, interessante analisar
aquilo que ele pode fazer com o esforço de suas possibilidades e, assim, estimular e explorá-los
(FONSECA, 1995). A realização de atividades de Educação Ambiental em áreas naturais, e que,
se for proporcionado um contato apropriado com a natureza (por exemplo, pela experiência de
entrar em uma mata, de respirar os aromas das folhas molhadas e ouvir a chuva caindo, de passar
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em uma enxurrada, por o pé no barro, de avistar ou sentir um animal em suas atividades próprias)
pode ser facilitada a aquisição ou o melhoramento de sentimentos positivos a respeito do que deve
ser preservado e sobre porque é preciso preservar. Não é apenas pelo sentido ético de obrigação
que se deve trabalhar o gosto pela natureza e pela preservação (NEIMAN, 2007). Os portadores de
deficiência visual apresentam uma variação de perdas que poderão se manifestar em diferentes
graus de acuidade visual que pode ir desde a ausência total da visão, ou seja, a perda da percepção
de luz, ou a pequenas perdas da acuidade visual, conforme detalhado nas definições médica e
educacional (MASI, 2002).
Para colocar estas pessoas em igualdade, recorremos a Constituição Federal (BRASIL,
1988), que apresenta a Educação Ambiental como processo entre ser humano e a coletividade
gerando valores sociais, conhecimentos, habilidades, iniciativas e competências para a
conservação do meio ambiente e para a sustentabilidade do povo.
2.6 Trilhas ecológicas interpretativas na educação ambiental de deficientes visuais
Segundo o Comitê de Competência do Departamento de Educação dos Estados Unidos, os
professores que trabalham com crianças deficientes visuais necessitam conhecer as habilidades
básicas de orientação e mobilidade (MOTA, 2003) para orientar os educandos a se locomover a
pé, em ambiente conhecidos ou não, utilizando-se de bengala longa, das técnicas de Hoover e dos
sentidos remanescentes (audição, aparelho vestibular, tato, consciência cinestésica, olfato e visão
residual, nos caso das de pessoas com baixa visão) (RAMOS, 2009).
As trilhas ecológicas, vão alem de uma simples caminhada em ambientes naturais, pois as
mesmas constituem como um instrumento pedagógico, onde proporciona ao visitante a
possibilidade de aprendizado prático da importância e influência dos recursos naturais na
sobrevivência humana (SANTOS et al., 2007).
Segundo Guimarães (2001, p. 01) as vivências na Natureza constituem-se em atividades de
sensibilização ambiental, envolvendo multi-estimulação da acuidade perceptiva, cognitiva e
afetiva, sendo incluídas ou não durante a realização das trilhas, onde é desenvolvido um processo
de educação através de valores, de identificação com a paisagem, onde são enfocados aspectos
relativos ao sentir-se e ser parte.
As trilhas ecológicas sensoriais são previamente elaboradas de acordo com a idade dos
participantes e o local a ser desenvolvido. Para esta atividade, podem ser utilizados espaços como
parques, praças, ou até mesmo pátios de instituições. Os participantes percorrem determinado
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trajeto trabalhando seus sentidos através do toque nas árvores conforme as figuras 1 e 2; sentindo
o cheiro da terra, flores e ervas aromáticas e ouvindo os diversos sons que a natureza proporciona
(MACIEL et al., 2008).
Figura 1: Percepção tátil do caule de uma árvore. Fonte: Sávio Vieira Ramos (2006).
Figura 2: Percepção tátil do caule de uma árvore com espinhos. Fonte: Sávio Vieira Ramos (2006).
Colocar o aluno frente ao objeto estudado possibilitando a experiência de tocar, ver e
presenciar elementos naturais no seu habitat como nos mostra a figura 3, pode possibilitar a sua
interpretação e o seu entendimento por completo. Levar o aluno diretamente na fonte das
informações pode sensibilizar o aprendizado e motivar o seu interesse.
Figura 3: Percepção tátil de um animal empalhado. Fonte: Sávio Vieira Ramos (2006).
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A oportunidade para este evento acontecer, entretanto, depende das condições dos alunos,
professores, ambiente ecológico, no caso a trilha, e demais condicionantes que possam gerar
conhecimento. Quando o aprendizado acontece por meio de padrões cognitivos não usuais, como
é o caso de pessoas com deficiência visual, outros parâmetros de percepção devem ser
considerados e adaptados. Por outro lado, o ato de fazer uma trilha ecológica, por si só, apresenta
diferentes percepções sensoriais que o usuário não teria habitualmente em sala de aula. O sentir do
vento, a água fria de uma cachoeira, o caule de uma grande árvore, o canto dos pássaros nativos
(GOLIN et al., 2009).
As trilhas ecológicas interpretativas têm se mostrado grandes aliadas na sensibilização das
pessoas, uma vez que permitem o contato perdido entre indivíduo e meio ambiente, trazendo
conhecimentos sobre aquele local, suas características e aspectos, além de proporcionar momentos
de recreação (AMBRÓSIO et al., 2011).
Trilhas como meio de interpretação ambiental visam não somente a transmissão de
conhecimentos, mas também propiciam atividades que revelam os significados e as características
do ambiente por meio do uso de elementos originais. Nesse sentido, a interpretação em áreas
naturais é uma estratégia educativa que integra o ser humano com a natureza, motivando-o a
contribuir para a preservação ambiental (ROBIM et al., 1993).
A trilha tem o objetivo de proporcionar atividades de lazer e oferece oportunidades de
observação, estudo e pesquisa. Em cada pedra, em cada pássaro, em cada galho, o sujeito amplia
conhecimentos, busca o crescimento pessoal e compreende melhor o mundo em que vive
(BELART, 1978; BEDIM, 2004).
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) em sua Norma Brasileira
(NBR) 15500 uma trilha e uma via estreita usualmente não pavimentada e intransitável para
veículos de passeio como mostra a figura 4.
Figura 4: Trilha ecológica com fio-guia.
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Fonte: Sávio Vieira Ramos (2006).
A implantação da trilha deve ser um trabalho multidisciplinar envolvendo vários
profissionais tanto da área da educação quanto da área técnica.
As pesquisas nesta área estão bastante avançadas, principalmente no Brasil. Existem vários
trabalhos na literatura, com vários tipos de trilhas adaptadas, vão desde dispositivos sonoros
eletrônicos sensível ao toque, que após serem acionados descrevem todo o ambiente para o
deficiente visual, ou as trilhas que usam o sistema tátil escrito em Braille para descrever o
ambiente. Para que ocorra a educação desta parcela da sociedade há a necessidade de adaptações
mínimas para o deslocamento e interpretação destes ambientes.
O fio-guia, instalado em toda a extensão de um dos lados da trilha, deve cumprir a função
definida pela NBR – 9050, que é a de ser utilizada como guia de balizamento para pessoas com
deficiência visual que utilizem bengala de rastreamento (RAMOS, 2009) ou possa se conduzir
segurando o fio-guia como mostra as figuras: 5 e 6.
Figura 5: Fio-guia para utilização da bengala.
Fonte: José Júlio Cordeiro Ramos (2009).
Figura 6: Fio-guia, apoio para locomoção. Fonte: Sávio Vieira Ramos (2006).
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No sistema fio-guia são fixados guizos para indicar a presença das placas (Figura 7) onde
estão as informações sobre o ambiente visitado.
Figura 7: Placa de alumínio com base de plástico, com informações em Braille sobre o ambiente.
Fonte: José Júlio Cordeiro Ramos (2009).
Para confecção das placas pode ser utilizado vários materiais, um bastante utilizado e o
método proposto por Costa (2001 apud RAMOS, 2009, p. 68), que consiste na gravação em folhas
de alumínio (Figura 8), os quais não se apagarão com a ação do tempo. Como suporte para as
placas pode ser utilizado plástico ou madeira, ou outros materiais que sejam duráveis, evitando
manutenção ou a substituição em um curto espaço de tempo.
Figura 8: Placa de alumínio com base de madeira, com informações em Braille.
Fonte: Sávio Vieira Ramos (2006).
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Segundo Ramos (2009, p. 69) com as informações descritas nas placas, espera-se que o
usuário assimile o conhecimento sobre o ambiente, o qual deve atender aos princípios da escrita
universal do Braille. As informações devem ser de fácil entendimento independente da
experiência, conhecimento, linguagem e grau de concentração dos usuários. O projeto deve
comunicar necessariamente informações efetivas ao usuário. As placas devem expressar de forma
simples e objetiva as informações necessárias para a segurança do usuário e descrever informações
do ambiente, informações estas que deve ser utilizadas para promover a Educação Ambiental.
Para usufruir de todo o potencial que as trilhas oferecem há a necessidade de profissionais
preparados para trabalhar Educação Ambiental e com os portadores de deficiência visual.
Profissionais estes que podem ser professores, guias turísticos, pedagogos entre outros. Com todos
estes atributos as trilhas podem cumprir seu papel educacional e de lazer.
3 Metodologia
Neste trabalho foi realizado uma revisão bibliográfica e documental, onde se procurou
aprimorar e adaptar as ideias sobre este tema. A coleta de informações para a execução do trabalho
foi feita através dos seguintes procedimentos técnicos: revisão de ampla literatura e conhecimento
científico acumulado sobre o tema, usando como fontes bibliográficas, livros, documentos,
Internet, publicações periódicas, legislação vigente e normas técnicas.
4 Considerações Finais
É de suma importância incentivar e direcionar atividades de Educação Ambiental a toda a
sociedade, atividades estas que deveriam ser executada de uma maneira interdisciplinar, ou seja,
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com todos os professores e em todas as disciplinas e deve ser trabalhada com todas as idades e
realidades, considerando o meio ambiente em sua totalidade, sendo imprescindível incluir as
pessoas portadoras de necessidades especiais. O cidadão deveria estar preparado para ter uma
compreensão dos principais problemas do mundo contemporâneo. A Educação Ambiental deve
proporcionar ao indivíduo conhecimento e as qualidades necessárias para desempenhar uma
função produtiva, com vistas a melhorar a qualidade de vida e proteger o meio ambiente,
prestando a devida atenção aos valores éticos. Deste modo devemos levar em consideração a
satisfação das necessidades e desejos de todos os cidadãos da Terra, promovendo o
desenvolvimento de suas capacidades e singularidades. Este conhecimento deve ser construído de
uma forma libertadora onde o indivíduo possa se expressar e construir um mundo habitável por
todos.
A relação homem-natureza é um elo que deve ser cada vez mais incentivado.
As trilhas ecológicas interpretativas se apresentam como notáveis recursos didáticos para a
Educação Ambiental, capazes de incentivar a capacidade de observação, reflexão, sensibilização e
a conscientização ambiental. Além de reforçar o traço dos lugares, das regiões e das paisagens,
criando novos conteúdos até então imperceptíveis, a interpretação ambiental. É uma oportunidade
de desenvolvimento humano que estimula a capacidade investigadora, levando o indivíduo a
repensar seu modo de ver e sentir o planeta como um todo, a partir da leitura e da percepção da
realidade ambiental. Dessa forma, a natureza se firma como ferramenta facilitadora do
aprendizado.
As trilhas ecológicas compactuam com os objetivos de conservação do mundo natural, já
que a natureza preservada é o seu principal atrativo. Compreender a sabedoria da natureza é a
essência da interpretação ambiental. A Educação Ambiental deve orientar as ações da sociedade
sobre o meio ambiente.
Para que a Educação Ambiental possa acontecer de maneira inclusiva necessitamos de
trilhas ecológicas adaptadas aos portadores de necessidades e que estas adaptações venha a
cumprir com seu objetivo pedagógico, facilitando assim a concretização do conhecimento. Os
professores, guias e profissionais que irão trabalhar Educação Ambiental com esta parcela da
sociedade em trilhas, devem estar preparados pedagogicamente nesta área, pois há a necessidade
de um atendimento especializado para com os deficientes visuais. As trilhas devem propiciar o
máximo de mobilidade para aos deficientes visuais, para que eles possam realmente se sentir a
vontade e possam usufruir da educação e do lazer que a as trilhas proporcionam.
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5 Recomendações e sugestões
Espera-se, portanto, que o educador ao discutir Educação Ambiental considere a presença de
educandos com necessidades especiais na classe regular, que já é uma realidade em muitas escolas
brasileiras. A educação para as pessoas com necessidades especiais deve seguir os princípios da
Educação Inclusiva e utilizar recursos adequados para cada especificidade de deficiência.
É necessário buscar a compreensão do educando com necessidades especiais sobre
Educação Ambiental, para que ele possa ser um agente ativo no processo do aprendizado. Ao
implantar trilhas ecológicas adaptadas aos deficientes visuais deve se conhecer a idade, as
experiências, a cultura, as dificuldades, e os conhecimentos dos usuários, pois a trilha deve ser
construída respeitando todos estas características. Um levantamento completo do perfil do público
que frequentará esta trilha ajudará na escolha do método e do material que será empregado na
construção das trilhas facilitando sua implantação. Os educandos devem ser levados a opinar no
processo de implantação.
Não se tem um contingente exato do número de trilhas adaptadas no território nacional, mas
se sabe que há uma quantidade pequena; são necessários estudos quanto a real quantidade e
disponibilidade das trilhas existentes em nosso país. Esta quantificação é importante para que se
possa elaborar políticas locais e nacionais sobre este tema.
Faz-se necessário a união da: comunidade acadêmica, sociedade civil, entidades que
representem os deficientes visuais, pesquisadores, governo e organizações não governamentais
(ONGs) para a implantação de novas trilhas, trilhas estas que devem ser implantadas de acordo
com a realidade local. As trilhas, não adaptadas, existentes devem ser adaptadas para que se possa
receber os deficientes visuais, com segurança, promovendo educação e lazer.
Escolas podem trabalhar com sua própria estrutura: jardins e toda biodiversidade existente
dentro dos muros da escola, e utilizar os recursos em seu entorno como praças, parques e bosques,
buscando adaptar estes locais para garantir mobilidade e segurança dos usuários.
Deve se desenvolver materiais pedagógicos concretos que facilitem o ensino-aprendizagem
sobre as questões ambientais em sala de aula, materiais didáticos adaptados assumem um papel
importante na educação, pois propicia o desenvolvimento cognitivo do aluno. O ensino em sala de
aula que antevem ao ensino de campo e importantíssimo, pois desenvolve a curiosidade e a
compreensão do educando.
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Novas tecnologias devem ser desenvolvidas para facilitar a educação formal e não formal
dos deficientes visuais, tecnologias que possam auxiliar no desenvolvimento da Educação
Ambiental, cumprindo assim a legislação brasileira.
O Brasil possui uma das maiores biodiversidades do planeta, distribuídos em vários biomas,
isto deve ser explorado para promover a Educação Ambiental, de maneira que respeite o meio
ambiente e ao mesmo tempo promova uma Educação Inclusiva.
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