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IMPACTOS SOCIOECONÔMICOS DOS ASSENTAMENTOS RURAIS DA REFORMA AGRÁRIA NA MACRORREGIÃO DO SEMIÁRIDO PIAUIENSE 1 Andréa Maria de Aguiar Rodrigues Aluna do Curso de Geografia da Universidade Estadual do Piauí-UESPI [email protected] Maria Tereza de Alencar Professora Adjunta do Curso de Geografia da Universidade Estadual do Piauí-UESPI Coordenadora do NUPERRE Doutora em Geografia [email protected] RESUMO: O presente artigo foi desenvolvido em pesquisa pelo PIBIC/UESPI, em que foi realizado enfoque na importância dos assentamentos rurais para o desenvolvimento socioeconômico do semiárido piauiense. O trabalho teve como objetivos: analisar os impactos socioeconômicos dos assentamentos rurais da Reforma Agrária no espaço rural e urbano dos territórios de desenvolvimento sustentável do semiárido piauiense; Identificar as transformações socioespaciais provocadas pelos assentamentos rurais nas pequenas cidades dos territórios de desenvolvimento; Verificar as alterações nas relações campo- cidade a partir da implantação dos assentamentos rurais nos territórios de desenvolvimento. Para alcançar os objetivos proposto, a pesquisa foi realizada através de pesquisa bibliográfica e direta, com entrevistas com assentados, representantes de órgãos públicos durante a FERAPI 2009, realizada anualmente em Teresina e documentos obtidos no INCRA. Desta forma, discutimos as políticas públicas para o campo no Brasil, a espacialização e caracterização geográfica do Piauí, a relação campo-cidade, caracterização do semiárido, impactos socioeconômicos, a atuação da FERAPI como meio de divulgação, produção e atividades desenvolvidas pelos Assentados e Comunidades Quilombolas do estado do Piauí. Observamos que ainda faltam políticas públicas que beneficiem principalmente o agricultor familiar, melhorando sua qualidade de vida em especial os assentamentos no semiárido piauiense que apresenta limitações devido à irregularidade das chuvas justificando a necessidade de maiores investimentos. Palavras-chave: Assentamentos Rurais. Campo-Cidade. Semiárido. Agricultor Familiar. ABSTRACT: This article was developed through a research by PIBIC / UESPI, which was conducted focusing on the importance of rural settlements to the socioeconomic development of the piauiense semiarid. The study aimed to analyze the socioeconomic impacts of rural settlements of agrarian reform in rural and urban areas of sustainable development of the piauiense semiarid; identify the sociospatial transformations caused by the settlements in small towns in the territories of development; Check changes in city- country relationships through the implementation of rural settlements in the territories of 1 Relatório final do PIBIC/UESPI - 2009/2010

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IMPACTOS SOCIOECONÔMICOS DOS ASSENTAMENTOS RURAIS DA

REFORMA AGRÁRIA NA MACRORREGIÃO DO SEMIÁRIDO PIAUIENSE1

Andréa Maria de Aguiar Rodrigues

Aluna do Curso de Geografia da Universidade Estadual do Piauí-UESPI

[email protected]

Maria Tereza de Alencar

Professora Adjunta do Curso de Geografia da Universidade Estadual do Piauí-UESPI

Coordenadora do NUPERRE

Doutora em Geografia

[email protected]

RESUMO: O presente artigo foi desenvolvido em pesquisa pelo PIBIC/UESPI, em que foi

realizado enfoque na importância dos assentamentos rurais para o desenvolvimento

socioeconômico do semiárido piauiense. O trabalho teve como objetivos: analisar os

impactos socioeconômicos dos assentamentos rurais da Reforma Agrária no espaço rural e

urbano dos territórios de desenvolvimento sustentável do semiárido piauiense; Identificar

as transformações socioespaciais provocadas pelos assentamentos rurais nas pequenas

cidades dos territórios de desenvolvimento; Verificar as alterações nas relações campo-

cidade a partir da implantação dos assentamentos rurais nos territórios de desenvolvimento.

Para alcançar os objetivos proposto, a pesquisa foi realizada através de pesquisa

bibliográfica e direta, com entrevistas com assentados, representantes de órgãos públicos

durante a FERAPI 2009, realizada anualmente em Teresina e documentos obtidos no

INCRA. Desta forma, discutimos as políticas públicas para o campo no Brasil, a

espacialização e caracterização geográfica do Piauí, a relação campo-cidade,

caracterização do semiárido, impactos socioeconômicos, a atuação da FERAPI como meio

de divulgação, produção e atividades desenvolvidas pelos Assentados e Comunidades

Quilombolas do estado do Piauí. Observamos que ainda faltam políticas públicas que

beneficiem principalmente o agricultor familiar, melhorando sua qualidade de vida em

especial os assentamentos no semiárido piauiense que apresenta limitações devido à

irregularidade das chuvas justificando a necessidade de maiores investimentos.

Palavras-chave: Assentamentos Rurais. Campo-Cidade. Semiárido. Agricultor Familiar.

ABSTRACT: This article was developed through a research by PIBIC / UESPI, which

was conducted focusing on the importance of rural settlements to the socioeconomic

development of the piauiense semiarid. The study aimed to analyze the socioeconomic

impacts of rural settlements of agrarian reform in rural and urban areas of sustainable

development of the piauiense semiarid; identify the sociospatial transformations caused by

the settlements in small towns in the territories of development; Check changes in city-

country relationships through the implementation of rural settlements in the territories of

1 Relatório final do PIBIC/UESPI - 2009/2010

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development. To achieve the objectives proposed, the research was conducted through

literature search and direct interviews with settlers, representatives of public institutions

during FERAPI 2009, held annually in Teresina and documents obtained from INCRA.

Thus, we discuss public policy for the field in Brazil, the spatial and geographic

characterization of Piauí, the city-country relationship, characterization of semiarid,

socioeconomic impacts, the performance of FERAPI as means of divulgation, and

production activities developed by the Settlers and Quilombo Communities of the state of

Piauí. We note that there are still a lack of policies that primarily benefit the family

farmers, improving their quality of life due to the location of settlements in the piauiense

semiarid which has limitations due to irregular rainfall, justifying the need for greater

investment.

Keywords: Rural Settlements. Rural-Urban.Semiarid. Family Farmer.

INTRODUÇÃO

Este trabalho foi desenvolvido em pesquisa pelo PIBIC/UESPI, onde será

ressaltada a importância dos assentamentos rurais para o desenvolvimento socioeconômico

do semiárido piauiense.

Segundo Bergamasco e Norder (1996), assentamentos rurais podem ser definidos

como a criação de novas unidades de produção agrícola, por meio de políticas

governamentais visando o reordenamento do uso da terra, em benefício de trabalhadores

rurais sem terra ou com pouca terra. Desta forma, os assentamentos seria uma política

pública viável para o desenvolvimento do campo no Brasil.

Diante da ampliação da fome e da miséria, do desemprego, do inchaço dos centros

urbanos e das reduzidas taxas de crescimento econômico, os assentamentos rurais

representam uma importante iniciativa no sentido de gerar empregos diretos e indiretos a

baixo custo e para estabelecer um modelo de desenvolvimento agrícola em bases sociais

mais igualitárias.

O espaço estudado é a Macrorregião do Semiárido piauiense que é composta por

quatro Territórios de Desenvolvimento, 11 Aglomerados, que por sua vez agrupam 89

municípios, todos no Estado do Piauí, a maioria possui população de até 10 mil habitantes.

O semiárido compreende um conjunto de unidades geoambientais, com ocorrência

de diferentes tipos de vegetação com o predomínio do bioma Caatinga. A vegetação é uma

expressão do clima, bem como de outros fatores geoambientais representados pelo relevo,

pelo material de origem e pelos organismos, todos esses elementos se constituíram durante

um longo processo histórico e atualmente continuam interagindo entre si, resultando na

determinação de seu quadro natural.

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Neste trabalho, serão enfatizadas as políticas públicas para o campo no Brasil, a

espacialização e caracterização geográfica do Piauí, a relação campo-cidade,

caracterização do semiárido, impactos socioeconômicos, a atuação da FERAPI como meio

de divulgação, produção e atividades desenvolvidas pelos Assentados e Comunidades

Quilombolas do estado do Piauí.

Este trabalho tem como objetivos: analisar os impactos socioeconômicos dos

assentamentos rurais da Reforma Agrária no espaço rural e urbano dos territórios de

desenvolvimento sustentável do semiárido piauiense; Identificar as transformações

socioespaciais provocadas pelos assentamentos rurais nas pequenas cidades dos territórios

de desenvolvimento; Verificar as alterações nas relações campo-cidade a partir da

implantação dos assentamentos rurais nos territórios de desenvolvimento. Para alcançar os

objetivos proposto, a pesquisa foi realizada através de pesquisa bibliográfica e direta, com

entrevistas com assentados, representantes de órgãos públicos durante a FERAPI 2009,

realizada anualmente em Teresina e documentos obtidos no INCRA.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

1. Assentamentos Rurais: Política Pública para o campo no Brasil

Na história brasileira se deu pouca importância às questões agrária, poucos

governos criaram medidas que solucionasse o problema da concentração de terras no País.

Devido a isso nos anos de 1950 e 1960 surgem os movimentos sociais que pressionaram o

governo a tomar medidas que beneficiasse o agricultor familiar. A grande maioria dos

movimentos estavam ligados ao Partido Comunista Brasileiro.

Um dos movimentos de maior expressão nos anos de 1950 foram as Ligas

Camponesas. Os conflitos no campo aumentaram, manifestando-se em vários estados

brasileiros apesar da repressão, porém muitos deles aliaram-se aos setores urbanos e

políticos para ganhar força. Esse foi o caso de Pernambuco, com a Liga Camponesa da

Galiléia e do Rio Grande do Sul, que conseguiram a desapropriação de 25 mil hectares

próxima a Pelotas que posteriormente se tornou uma das regiões mais rica e produtiva do

país.

Em 1964, com a ditadura militar, foi elaborada o Estatuto da Terra, que

implementava os projetos de colonização em áreas de fronteira agrícola. Com os projetos

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as grandes empresas agropecuaristas se instalaram com incentivos do governo, porém os

pequenos proprietários ganhavam a terra e não tinham condições de mantê-la o que os

levavam a desistir. Com essas medidas o governo Militar de fato queria afastar os

movimentos sociais, porém a luta pela posse da terra continuou crescendo em todo país.

Ainda no Governo Militar houve um grande investimento em barragens, o que

levou a desapropriação de vários agricultores, pois essas regiões se localizavam em áreas

férteis. Porém não havia por parte dos governantes uma preocupação social, havia uma

preocupação apenas econômica. Por isso muitos desses agricultores passaram anos para ser

reassentados e só depois de se organizarem em sindicatos e lutarem por seus direitos é que

conseguiram seus objetivos.

Os anos de 1980 foram marcados pelo inicio da redemocratização brasileira, com a

organização do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) que se empenharam para

que novos assentamentos fossem criados. Por parte do governo surgiram vários projetos

que serviria como símbolo da democracia que beneficiaria várias famílias que aguardavam

pela reforma agrária. Em 1986, foi elaborado o I Plano Nacional de Reforma Agrária

(PNRA), que ajudaria na execução de vários projetos de assentamentos.

No governo Sarney (1985 a 1989) o INCRA elaborou uma proposta inicial de

destinar 15 milhões de hectares para o assentamento de 1,4 milhão de famílias assentadas.

Collor (1990 a 1991), Itamar (1992 a 1993) e Fernando Henrique (1994 a 2002)

elaboraram metas pouco ousadas e que mais uma vez não foram atingidas deixando para os

próximos governantes a tarefa de programas mais efetivos para reforma agrária, que até o

governo atual, 2010, não foi realizado, apesar da elaboração do II PRNA.

1.1 Assentamentos Rurais e o Piauí: espacialização e caracterização geográfica

A economia piauiense e sua organização espacial desenvolveram-se a partir da

pecuária extensiva, implantada pela colonização portuguesa na segunda metade do século

XVII. As fazendas piauienses eram unidades produtivas auto-suficientes, localizadas em

extensos latifúndios, em que era praticada, ao lado da pecuária, uma agricultura de

subsistência destinada ao auto-consumo de suas escassas populações. O gado era exportado

para as zonas canavieiras – litoral nordestino – e de mineração – Minas Gerais, além do

Ceará e Maranhão. (REBÊLO, 2006). Desta forma, o processo de formação do espaço

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piauiense ocorreu em função da espacialização das fazendas de gado caracterizando o

espaço geográfico piauiense.

A distribuição espacial dos assentamentos pelo Estado reconhecidos pelo INCRA,

os quais totalizam 290, se concentra em dois territórios: Cocais e Entre Rios, na região

Norte (Figura 1). Tais concentrações são resultados de uma maior atuação dos Movimentos

Sociais, principalmente da FETAG, FETRAF e MPA, que vêm desenvolvendo um trabalho

mais intenso nessas regiões, bem como da existência de grandes áreas sem a devida

utilização pelos proprietários, o que, aliado à presença de trabalhadores rurais sem terra na

região, provocaram intervenções do INCRA, culminando com desapropriações (PRRA-PI,

2003/2010, p.20).

Figura 1. Projeto de Assentamentos no Estado do Piauí Fonte: INCRA/PI (2009).

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Nos demais territórios observam-se a existência de assentamentos da Reforma

Agrária, mas em quantidade bem menor que os mencionados. Vale ressaltar que os

territórios: Vale do Canindé e Vale do Rio Guaribas, são aqueles que menos detêm

assentamentos, algo diretamente vinculado à questão fundiária dessa região, formada, na

maioria, por minifúndios, além de não contar com uma forte atuação dos Movimentos

Sociais, devido à baixa demanda dos seus trabalhadores rurais da área localizada no semi-

árido piauiense (PRRA- PI, 2003/2010, p.20).

Desta forma, pode-se constatar que o número de assentamentos rurais no semiárido

é bastante reduzido, tão quanto o número de famílias assentadas como mostra a tabela 1

contendo os quatro territórios de desenvolvimento do semiárido piauiense.

Tabela 1: Tipos de projetos e números de famílias assentadas nos projetos de

Reforma Agrária-Macrorregião do semi-árido piauiense – 1999 a 2007.

TERRITÓRIO Nº DE

ASSENTAMENTOS ÁREA (ha)

Nº FAMÍLIAS

ASSENTADAS

TIPOS DE

PROJETOS

Vale do Sambito 10 19.956,5645 597 Assentamento

federal

Vale do Rio Guaribas 07 34.812,4321 662 Assentamento

federal/ casulo

Vale do Canindé 10 12.468,7915 360 Assentamento

federal/estadual

Serra da Capivara 06 76.187,5706 637 Assentamento

estadual/casulo

Fonte: Alencar (2010).

A partir dos dados acima, verifica-se a necessidade de políticas públicas mais

efetivas para essa região, promovendo o desenvolvimento socioeconômico do semiárido

piauiense, através da redistribuição de terras e implantação de acompanhamento das

famílias assentadas, no sentido de acesso a água, energia, habitação, saúde, crédito,

acompanhamento técnico, entre outros.

1.2 Relação Campo-Cidade

O campo e a cidade estão interligados, pois um dependente do outro em suas

relações de produção. Sobre este aspecto Alencar (2010, p.50) afirma

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O urbano é produto e condição, contudo ele não se efetiva isoladamente do rural

e nem de outros espaços urbanos. Nas relações entre o urbano e o rural se

cristaliza a produção, no sentido lefebvreano, de coisas e obras, idéias e

ideologias, de ilusões e verdades, de linguagem, de representações e de relações

sociais. Um só pode ser compreendido em suas relações com o outro, pois um

está no outro, só vem a ser pelo outro, numa relação complementar

dialeticamente definida (ALENCAR, 2010, p. 50).

Existem aqueles que acreditam que o campo será englobado pela cidade, na

realidade esses espaços possuem uma relação complementar e de interdependência, em que

cada um desempenha sua função sem anular a função do outro. Desta forma, o espaço rural

não desaparecerá, pelo contrário terá sua função ampliada.

Os assentamentos rurais contribuem de forma significativa na relação campo-

cidade, pois ajudam no desenvolvimento tanto do campo como dos pequenos municípios.

Os assentados tanto repassam seus produtos para localidades próximas como consomem

produtos das cidades vizinhas, sendo que muitos municípios do semiárido piauiense são

pouco desenvolvido, consequentemente, serão beneficiados com geração de renda e

crescimento econômico.

1.3 Caracterização do semiárido piauiense

O semiárido caracteriza-se pelo clima seco com índices pluviométricos anuais de

900 ou 800 até 400 mm (num deslocamento de leste para oeste), com distribuição de

chuvas concentradas em 3 ou 4 meses do ano (dezembro a abril). O período seco se

estende por 8 ou 9 meses do ano em virtude da presença da massa de ar tropical atlântica

que chega ao Piauí sem umidade.

Durante o dia as temperaturas são elevadas, ficando as máximas entre 30º e 36º C,

porém as noites são geralmente frias, com temperaturas mínimas entre 16º e 19º C. Isso

ocorre, principalmente, porque os níveis de umidade relativa do ar são baixos.

A geologia do território é composta pelo afloramento das seguintes formações:

Embasamento Cristalinos, solos geralmente rasos, apresentando baixa capacidade de

infiltração, alto escoamento superficial e reduzida drenagem natural; Formação Serra

Grande, Pimenteiras e Cabeças.

O aqüífero Serra Grande forma o principal sistema de abastecimento de água

subterrânea do Território, com potencial para o artesianismo, variando de fraca, na região

de embasamento cristalino, a forte, nas demais regiões. Apesar de tanta água subterrânea,

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os períodos de seca castigam a população, acaba com a agropecuária e outras criações

dificultando o processo de desenvolvimento e de sobrevivência da população.

Em seguida, observe o mapa da macrorregião do semiárido piauiense (Figura 2),

com seus respectivos territórios de desenvolvimento.

Figura 2: Mapa dos Territórios da Macrorregião do semiárido piauiense

Fonte: CODEVASF/ PLANAP – SÍNTESE EXECUTIVA USO DA TERRA (2006).

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2. Impactos Socioeconômicos dos Assentamentos Rurais da Reforma Agrária na

Macrorregião do Semiárido Piauiense.

2.1 A FERAPI e os assentamentos rurais

Pensando num melhor desenvolvimento do campo, foi criado a Feira Piauiense de

Produtos da Reforma Agrária e Comunidades Quilombolas (FERAPI), que acontece todos

os anos na Praça Pedro II e Central de Artesanato Mestre Dezinho, em Teresina desde

2004. O projeto é símbolo da luta de agricultores da reforma agrária que idealizaram ver

seus produtos em praça pública, se tornando também lugar de encontros, manifestações

culturais e debates.

O objetivo geral da FERAPI é dar visibilidade para a sociedade dos resultados das

ações de reforma agrária, bem como da importância econômica e social das

potencialidades produtivas e culturais dos agricultores e agricultoras familiares das

comunidades de assentamentos, quilombolas, acampamentos, áreas atingidas por barragens

e agroextrativistas, para o desenvolvimento dos territórios rurais piauienses.

A primeira edição da FERAPI se deu entre os dias 24 a 27 de agosto de 2004, a

partir daí todos os anos foi realizada a feira. A cada ano foram abordadas várias temáticas

como: Comércio e Consumo Solidários, Cultura e Identidade, Sementes: Cultivos e

Culturas, Policultura e Educação no contexto da Reforma Agrária e das Comunidades

Quilombolas, atraindo milhares de visitantes.

Em 2009 ocorreu à sexta edição da FERAPI entre os dias 22 a 25 de Setembro com

o tema “Reforma Agrária, Meio Ambiente e Modos de vida”, foram realizadas palestras

sobre o tema e discussão sobre a diversidade cultural como direito, titulação de territórios

tradicionalmente ocupados e políticas públicas para a agricultura familiar de modo amplo.

A sexta edição contou com 600 participantes, sendo 457 assentamentos de reforma

agrária implantados ou reconhecidos pelo INCRA/PI, sendo 166 do Instituto de Terras do

Piauí - INTERPI; aproximadamente 150 comunidades quilombolas, sendo cinco tituladas e

45 em processo de regularização fundiária, 552 assentamentos do Projeto Crédito

Fundiário - PCF, situados nos territórios piauienses Vale do Guaribas, Carnaubais, Serra da

Capivara, Cocais e Vale do Canindé, integrantes do Programas Territórios da Cidadania,

como também populações de comunidades rurais agroextrativistas e extrativista que

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produzem num contexto marcado pela diversidade, que vai desde o modo que vivenciam o

cotidiano, realizam suas práticas produtivas, comercializam, expressam as simbologias da

vida comunitária, seja na produção, na relação com o meio ambiente.

A FERAPI tem beneficiado os assentamentos rurais, pois a feira expõe o melhor do

artesanato, da culinária e manifestações culturais do público da reforma agrária (Fotos 1 e

2). Desta forma, seus produtos, seus objetivos se tornam reconhecidos pela sociedade.

Foto 1: Trabalhos artesanais Fonte: Rodrigues (2010).

Foto 2: Trabalhos artesanais

Fonte: Rodrigues (2010).

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O evento foi realizado pelo Movimento dos Trabalhadores/as Sem-Terra (MST),

Movimento das Comunidades Negras Rurais Quilombolas, Federação dos

Trabalhadores/as na Agricultura do Estado do Piauí- FETAG/PI e Cáritas. Teve como

patrocinadores: INCRA/MDA, CONAB, BNB, PDHC, ICMBIO, GOVERNO DO

ESTADO DO PIAUI: EMATER, INTERPI, FUNDAC, PCF, SASC, SEDUC, SDR,

CCOM, Prefeitura de Teresina.

2.2 Assentamentos Rurais: Desenvolvimento socioeconômico no campo e ampliação

das relações campo-cidade.

Com o êxodo rural nos anos de 1960, muitos agricultores expulsos dos latifúndios

se tornariam em bóias-frias, favelados, indigentes, operários sem maior qualificação

profissional. Diante disso nos anos de 1980 surgem os acampados e assentados com

propósito de fixarem-se ao campo e fugirem da fome e da miséria.

Bergamasco e Norder (1996, p.68), afirmam que:

A prioridade ao combate à fome têm estimulado a retomada de concepções que

reconhecem a validade das formas tradicionais de organização do trabalho na

agricultura familiar. Na lógica camponesa, a produção de alimentos para o

abastecimento do grupo familiar e a comercialização do excedente no mercado,

seja por intermediários, pela criação de cooperativas ou constituição de um

pequeno comercio varejista, em muitos casos têm se constituído no ponto de

partida para o estabelecimento de um novo modelo de desenvolvimento agrícola,

mais intensivo em capital e tecnologia, ao mesmo isento dos perversos efeitos

sociais da agricultura patronal e latifundiária, que historicamente concentrou

renda e poder político em nosso país. (BERGAMASCO; NORDER, 1996, p.68)

Dessa forma, os assentamentos rurais serviriam tanto para abastecer os próprios

agricultores, como o mercado de consumo interno, ou seja, o problema da fome e da

miséria seria resolvido para muitos. Porém, não basta apenas dar a terra ao agricultor é

necessário investir em infra-estrutura, educação, créditos, assistência técnica, água,

energia, comercialização viável e etc.

Infelizmente, nem todos os assentamentos rurais contam com políticas públicas e

sociais, com a construção de estradas, casas próprias, postos de saúde, saneamento básico,

escolas e energia elétrica. Muitos não conseguem modernizar sua produção, adquirir novos

equipamentos se tornando inviável competir com grandes empresas agropecuaristas.

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Existem ainda os que conseguem produzir uma boa safra, porém com as

dificuldades de comercialização tem seus produtos estragados ou mesmo passam seus

produtos a comerciantes atravessadores que aproveitam para lucrar muito mais que o

próprio agricultor.

Além dessas dificuldades, o semiárido encontra problemas como os períodos de

estiagem, condicionando sua produção para apenas os períodos chuvosos. Isso poderia ser

resolvido através de créditos para instalação de sistema de irrigação e de abastecimento de

água.

Outras necessidades dos assentamentos são as máquinas, que muitas vezes

precisam ser alugadas, como no caso, do assentamento Lisboa (município de São João do

Piauí), a falta de estradas que liguem os assentamentos aos municípios vizinhos. Essa

problemática se dá principalmente pela dificuldade de acesso ao crédito e falta de

investimento do governo na infra-estrutura dos assentamentos.

Apesar de tantas dificuldades os assentamentos tem conseguido produzir para o

consumo interno e venda nas feiras das cidades, por exemplo, o assentamento Novo

Zabelê com cerca de 70 famílias, eles produzem feijão, abóbora e o caju que é usado na

produção de rapadura, doce e cajuína, criam cabras que usam para produzir queijo e

requeijão; no artesanato confeccionam sabonetes, bordados em panos de prato e bijuterias.

Em geral, tudo que é produzido pelo assentamento é usado para consumo próprio e o

excedente é vendido nas feiras de São Raimundo Nonato.

O assentamento Lisboa (município de São João do Piauí), com 260 famílias

assentadas, onde realizam trabalhos artesanais, na pecuária criam caprinos, ovinos, na

agricultura no período chuvoso plantam feijão, milho, melancias, também produzem mel

de abelha.

O assentamento tem contribuído para o desenvolvimento do Território e dos

municípios de São Raimundo Nonato e São João do Piauí que teve o seu mercado

consumidor ampliado, pois os assentados procuram mercadorias como roupas, calçados,

acessórios em geral e alimentos extra. Isso contribui para intensificação nas relações

campo-cidade, fortalecendo o comércio nas pequenas cidades.

O assentamento lagoa do cajueiro, município de Bocaina, possui 150 famílias

assentadas e documentadas pelo INCRA organizada em uma Associação. A Associação

possui: 1 trator, 1 caminhão para o escoamento da produção para as cidades de Picos e

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Santo Antonio de Lisboa e transporte dos associados para a cidade de Bocaina.

Infelizmente, o acesso é através de estrada carroçal dificultando os transportes de produtos.

A Associação foi fundada em 1989 para organização e assentamento dos

agricultores que já trabalhavam e ocupavam a terra e buscavam a posse da terra. A área do

assentamento é de 5 mil hectares, sendo que cada família tem direito a 25 hectares .

A produção agrícola não é suficiente para o abastecimento do assentamento, pois

mesmo produtos como feijão, milho, goma e farinha que são produzidos pelos assentados

são comprados na cidade para o consumo das famílias. Os produtos mais cultivados são;

caju, feijão, mandioca e milho. A criação de animais é realizada para abastecimento da

família e venda para suprir necessidades imediatas. Predomina mais a criação de pequenos

animais (ovinos, suínos e galináceos) além de uma reduzida criação de bovinos. Existe a

comercialização dos produtos entre os próprios assentados e a maior parte da renda é

proveniente da agricultura. Alguns trabalham com diaristas no próprio assentamento.

Foram construídas pelo projeto do INCRA 150 casas com banheiros para as 150

famílias assentadas. No assentamento já existem atividades comerciais e não-agrícolas

como: bares, clube, e pequenos comércios. Alguns assentados não produzem na terra e

90% possuem aposentadoria rural.

Como infra-estrutura básica o assentamento possui energia elétrica, uma escola de

primeira a quarta série do ensino fundamental, água encanada proveniente de poço tubular,

prédio sede da associação e uma quadra esportiva em construção. A partir do ensino

fundamental maior e do ensino médio as crianças e adolescentes se deslocam diariamente

para estudar na cidade de Bocaina usando uma D-20, o carro da associação e automóveis

de alguns assentados.

As maiores dificuldades relatadas pelos assentados são:

1. Está há mais de dois anos sem receber os recursos para construção das cisternas e

reestruturação das casas;

2. Burocracia na liberação de recursos;

3. Falta de assistência e acompanhamento do INCRA;

4. A energia da CEPISA está irregular (não faz leitura e cobra qualquer valor, foi

colocado energia comercial para funcionamento dos poços e está muito caro); já foi

solicitado a CEPISA para regular o valor da energia e mudança para rural;

5. Acesso ao Projeto Semiárido;

6. Difícil acesso para escoamento da produção.

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Desta forma, os assentamentos rurais tem favorecido o desenvolvimento do campo,

dando oportunidade aos trabalhadores de emprego e renda, porém é necessário políticas

públicas mais efetivas que garanta a fixação do agricultor à terra.

Em 2003, foi elaborado o II Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA) que

apresenta várias propostas de mudança para estrutura agrária brasileira. Dentre elas

promover a geração de emprego e renda, ocupação do território, garantir a segurança

alimentar, preservar as tradições culturais e o meio ambiente, impulsionar a economia local

e o desenvolvimento regional.

O PNRA reconhece a diversidade social e cultural da população rural e as

especificidades vinculadas às relações de gênero, geração, raça e etnia que exigem

abordagens próprias para a superação de toda forma de desigualdade. Reconhece os

direitos territoriais das comunidades rurais tradicionais, suas características econômicas e

culturais, valorizando seu conhecimento e os saberes tradicionais na promoção do

etnodesenvolvimento (II PNRA, 2003, p. 8).

Muitas destas propostas não tem se concretizado, existe ainda grandes

desigualdades regionais, falta de investimentos, projetos que se aplique a realidade dos

assentados dentre outras. Desta forma, o poder público precisa ampliar suas metas para

cumprir seus objetivos e promover o desenvolvimento socioeconômico do campo.

CONCLUSÕES

No processo histórico brasileiro e piauiense nota-se que a concentração de terras e a

falta de políticas públicas que beneficiasse principalmente o pequeno agricultor foram e é

uma realidade. No entanto, através das mudanças já ocorridas verifica-se que os

assentamentos rurais melhoraram a vida de muitos agricultores familiar. Desta forma,

solucionou o problema da fome para muitos trabalhadores, além de impulsionar o

desenvolvimento socioeconômico de muitas regiões.

Cada sub-região piauiense possui assentamentos rurais com características próprias

e com dificuldades distintas. Desta forma, o semiárido apresenta limitações devido à falta

de chuvas e o seu acúmulo, daí a necessidade de maiores investimentos na infra-estrutura,

bem como de facilidades ao acesso ao crédito e qualificação profissional que possibilite a

qualidade da produção, diante de seus limites naturais.

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Diante disso, o número de assentamentos é bastante reduzido se comparando com

as demais, isso se dá principalmente pela a falta de incentivos para a fixação do agricultor

nessa sub-região.

Os assentamentos rurais tem sido divulgados através da FERAPI, como também

seus produtos cultura e modo de vida, milhares de pessoas que visitam o evento tomam

conhecimento de sua importância para os trabalhadores rurais e desenvolvimento

socioeconômico.

Apesar das dificuldades, os assentamentos rurais tem se desenvolvido

socioeconomicamente, promovendo também o crescimento de cidades vizinhas através das

feiras e da ampliação do mercado consumidor.

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