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MEUS ESTUDOS PARA O CACD – http://relunb.wordpress.com

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Meus Estudos para o

Concurso de Admissão à

Carreira de Diplomata

Bruno Pereira Rezende Brasília, setembro/2011

Publicação nº 1.1

ÍNDICE GERAL

Introdução

Parte I – A Carreira de Diplomata

Parte II – O CACD

Parte III – A Preparação

Parte IV – Sugestões de Leituras

Considerações Finais

A UnB e o CACD

Durante as Provas

Primeira Fase

Segunda Fase

Terceira Fase

Quarta Fase

Interposição de Recursos

Parte IV – Sugestões de Leituras

Considerações Finais

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INTRODUÇÃO

Desde quando comecei os estudos para o Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD), li dezenas de recomendações de leituras, de guias de estudos extraoficiais, de dicas sobre o concurso, sobre cursinhos preparatórios etc. Sem dúvida, ter acesso a tantas informações úteis, vindas de diversas fontes, foi fundamental para que eu pudesse fazer algumas escolhas certas em minha preparação, depois de algumas vacilações iniciais. Mesmo assim, além de a maioria das informações ter sido conseguida de maneira dispersa, muitos foram os erros que acho que eu poderia haver evitado. Por isso, achei que poderia ser útil reunir essas informações que coletei, adicionando um pouco de minha experiência com os estudos preparatórios para o CACD neste documento.

Além disso, muitas pessoas, entre conhecidos e desconhecidos, já vieram me pedir sugestões de leituras, de métodos de estudo, de cursinhos preparatórios etc., e percebi que, ainda que sempre houvesse alguma diferenciação entre as respostas, eu acabava repetindo muitas coisas. É justamente isso o que me motivou a escrever este documento – que, por não ser (nem pretender ser) um guia, um manual ou qualquer coisa do tipo, não sei bem como chamá-lo, então fica como “documento” mesmo, um relato de minhas experiências de estudos para o CACD. Espero que possa ajudar os interessados a encontrar, ao menos, uma luz inicial para que não fiquem tão perdidos nos estudos e na preparação para o concurso.

Não custa lembrar que este documento representa, obviamente, apenas a opinião pessoal do autor, sem qualquer vínculo com o Ministério das Relações Exteriores, com o Instituto Rio Branco ou com o governo brasileiro. Como já disse, também não pretendo que seja uma espécie de guia infalível para passar no concurso. Além disso, o concurso tem sofrido modificações frequentes nos últimos anos, então pode ser que algumas coisas do que você lerá a seguir fiquem ultrapassadas daqui a um ou dois concursos. De todo modo, algumas coisas são básicas e podem ser aplicadas a qualquer situação de prova que vier a aparecer no CACD, e é necessário ter o discernimento necessário para aplicar algumas coisas do que falarei aqui a determinados contextos. Caso você tenha dúvidas, sugestões ou críticas, fique à vontade e envie-as para [email protected] (se, por acaso, você tiver outro email meu, prefiro que envie para este, pois, assim, recebo tudo mais organizado em meu Gmail). Se tiver comentários ou correções acerca deste material, peço, por favor, que também envie para esse email, para que eu possa incluir tais sugestões em futura revisão do documento.

Além desta breve introdução e de uma também brevíssima conclusão, este documento tem quatro partes. Na primeira, trato, rapidamente, da carreira de Diplomata: o que faz, quanto ganha, como vai para o exterior etc. É mais uma descrição bem ampla e rápida, apenas para situar quem, porventura, estiver um pouco mais perdido. Se não estiver interessado, pode pular para as partes seguintes, se qualquer prejuízo para seu bom entendimento. Na segunda parte, trato do concurso: como funciona, quais são os pré-requisitos para ser diplomata, quais são as fases do concurso etc. Mais uma vez, se não interessar, pule direto para a parte seguinte. Na parte três, falo sobre a preparação para o concurso (antes e durante), com indicações de cursinhos, de professores particulares etc. Por fim, na quarta parte, enumero algumas sugestões de leituras (tanto próprias quanto coletadas de diversas fontes), com as devidas considerações pessoais sobre cada uma. Antes de tudo, antecipo que não pretendo exaurir toda a bibliografia necessária para a aprovação, afinal, a cada ano, o concurso cobra alguns temas específicos. O que fiz foi uma lista de obras que auxiliaram em minha preparação (e, além disso, também enumerei muitas sugestões que recebi, mas não tive tempo ou vontade de ler – o que também significa que, por mais interessante que seja, você não terá tempo de ler tudo o que lhe recomendam por aí, o que torna necessário é necessário fazer algumas escolhas; minha intenção é auxiliá-lo nesse sentido, na medida do possível).

Este documento é de uso público e livre, com reprodução parcial ou integral autorizada, desde que citada a fonte. Sem mais, passemos ao que interessa.

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Parte I – A Carreira de Diplomata

SUMÁRIO – Parte I

INTRODUÇÃO Em primeiro lugar, rápida apresentação sobre mim. Meu nome é Bruno Rezende, tenho 22 anos e fui aprovado no Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD) de 2011. Sou graduado em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (turma LXII, 2007-20110), e não tinha certeza de que queria diplomacia até o meio da universidade. Não sei dizer o que me fez escolher a diplomacia, não era um sonho de infância ou coisa do tipo, e não tenho familiares na carreira. Acho que me interessei por um conjunto de aspectos da carreira. Comecei a preparar-me para o CACD em meados de 2010, assunto tratado na Parte III, sobre a preparação para o concurso.

Para maiores informações sobre o Ministério das Relações Exteriores (MRE), sobre o Instituto Rio Branco (IRBr), sobre a vida de diplomata etc., você pode acessar os endereços: - Página do MRE: http://www.itamaraty.gov.br/ - Página do IRBr: http://www.institutoriobranco.mre.gov.br/pt-br/ - Canal do MRE no YouTube: http://www.youtube.com/mrebrasil/ - Blog “Jovens Diplomatas”: http://jovensdiplomatas.wordpress.com/ - Comunidade “Coisas da Diplomacia” no Orkut (como o Orkut está ultrapassado, procurei reunir todas as informações úteis sobre o concurso que encontrei por lá neste documento, para que vocês não tenham de entrar lá, para procurar essas informações): http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=40073

- Comunidade “Instituto Rio Branco” no Facebook: http://www.facebook.com/groups/institutoriobranco/ Com certeza, há vários outros blogs (tanto sobre a carreira quanto sobre a vida de diplomata), mas não conheço muitos. Se tiver sugestões, favor enviá-las para [email protected].

Além disso, na obra O Instituto Rio Branco e a Diplomacia Brasileira: um estudo de carreira e socialização (Ed. FGV, 2007), a autora Cristina Patriota de Moura relata aspectos importantes da vida diplomática daqueles que ingressam na carreira. Há muitas informações desatualizadas (principalmente com relação ao concurso), mas há algumas coisas interessantes sobre a carreira, e o livro é bem curto.

A DIPLOMACIA E O TRABALHO DO DIPLOMATA Com a intensificação das relações internacionais contemporâneas e com as mudanças em curso no contexto internacional, a demanda de aprimoramento da cooperação entre povos e países tem conferido destaque à atuação da diplomacia. Como o senso comum pode indicar corretamente, o

Introdução

A Diplomacia e o Trabalho do Diplomata

Carreira e Salários

Dúvidas Frequentes: a carreira

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4

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diplomata é o funcionário público que lida com o auxílio à Presidência da República na formulação da política externa brasileira, com a condução das relações da República Federativa do Brasil com os demais países, com a representação brasileira nos fóruns e nas organizações internacionais de que o país faz parte e com o apoio aos cidadãos brasileiros residentes ou em trânsito no exterior. Isso todo mundo que quer fazer o concurso já sabe (assim espero).

Acho que existem certos mitos acerca da profissão de diplomata. Muitos acham que não irão mais pagar multa de trânsito, que não poderão ser presos, que nunca mais pegarão fila em aeroporto etc. Em primeiro lugar, não custa lembrar que as imunidades a que se referem as Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e sobre Relações Consulares só se aplicam aos diplomatas no exterior (e nos países em que estão acreditados). No Brasil, os diplomatas são cidadãos como quaisquer outros. Além disso, imunidade não é sinônimo de impunidade, então não ache que as imunidades são as maiores vantagens da vida de um diplomata. O propósito das imunidades é apenas o de tornar possível o trabalho do diplomata no exterior, sem empecilhos mínimos que poderiam obstar o bom exercício da profissão. Isso não impede que diplomatas sejam revistados em aeroportos, precisem de vistos, possam ser julgados, no Brasil, por crimes cometidos no exterior etc.

Muitos também pensam que irão rodar o mundo em primeira classe, hospedar-se em palácios suntuosos, passear de iate de luxo no Mediterrâneo e comer caviar na cerimônia de casamento do príncipe do Reino Unido. Outros ainda acham que ficarão ricos, investirão todo o dinheiro que ganharem na Bovespa e, com três anos de carreira, já estarão próximos do segundo milhão. Se você quer ter tudo isso, você está no concurso errado, você precisa de um concurso não para diplomata, mas para marajá. Obviamente, não tenho experiência suficiente na carreira para dizer qualquer coisa, digo apenas o que já li e ouvi de diversos comentários por aí. É fato que há carreiras públicas com salários mais altos. Logo, se você tiver o sonho de ficar rico com o salário de servidor público, elas podem vir a ser mais úteis nesse sentido. Há não muito tempo, em 2006, a remuneração inicial do Terceiro-Secretário (cargo inicial da carreira de diplomata), no Brasil, era de R$ 4.615,53. Considerando que o custo de vida em Brasília é bastante alto, não dava para viver de maneira tão abastada, como alguns parecem pretender. É necessário, entretanto, notar que houve uma evolução significativa no aspecto salarial, nos últimos cinco anos (veja a seç~o seguinte, “Carreira e Sal|rios). De todo modo, já vi vários diplomatas com muitos anos de carreira dizerem: “se quiser ficar rico, procure outra profissão”. O salário atual ajuda, mas não deve ser sua única motivação.

H| um texto ótimo disponível na internet: “O que é ser diplomata”, de César Bonamigo, que reproduzo a seguir.

O Curso Rio Branco, que frequentei em sua primeira edição, em 1998, pediu-me para escrever sobre o

que é ser diplomata. Tarefa difícil, pois a mesma pergunta feita a diferentes diplomatas resultaria,

seguramente, em respostas diferentes, umas mais glamourosas, outras menos, umas ressaltando as

vantagens, outras as desvantagens, e não seria diferente se a pergunta tratasse de outra carreira

qualquer. Em vez de falar de minhas impressões pessoais, portanto, tentarei, na medida do possível,

reunir observações tidas como “senso comum” entre diplomatas da minha geraç~o.

Considero muito importante que o candidato ao Instituto Rio Branco se informe sobre a realidade da

carreira diplomática, suas vantagens e desvantagens, e que dose suas expectativas de acordo. Uma

expectativa bem dosada não gera desencanto nem frustração. A carreira oferece um pacote de coisas

boas (como a oportunidade de conhecer o mundo, de atuar na área política e econômica, de conhecer

gente interessante etc.) e outras não tão boas (uma certa dose de burocracia, de hierarquia e

dificuldades no equacionamento da vida familiar). Cabe ao candidato inferir se esse pacote poderá ou

não fazê-lo feliz.

O PAPEL DO DIPLOMATA

Para se compreender o papel do diplomata, vale recordar, inicialmente, que as grandes diretrizes da

política externa são dadas pelo Presidente da República, eleito diretamente pelo voto popular, e pelo

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Ministro das Relações Exteriores, por ele designado. Os diplomatas são agentes políticos do Governo,

encarregados da implementação dessa política externa. São também servidores públicos, cuja função,

como diz o nome, é servir, tendo em conta sua especialização nos temas e funções diplomáticos.

Como se sabe, é função da diplomacia representar o Brasil perante a comunidade internacional. Por

um lado, nenhum diplomata foi eleito pelo povo para falar em nome do Brasil. É importante ter em

mente, portanto, que a legitimidade de sua ação deriva da legitimidade do Presidente da República,

cujas orientações ele deve seguir. Por outro lado, os governos se passam e o corpo diplomático

permanece, constituindo elemento importante de continuidade da política externa brasileira. É tarefa

essencial do diplomata buscar identificar o “interesse nacional”. Em negociações internacionais, a

diplomacia frequentemente precisa arbitrar entre interesses de diferentes setores da sociedade, não

raro divergentes, e ponderar entre objetivos econômicos, políticos e estratégicos, com vistas a

identificar os interesses maiores do Estado brasileiro.

Se, no plano externo, o Ministério das Relações Exteriores é a face do Brasil perante a comunidade de

Estados e Organizações Internacionais, no plano interno, ele se relaciona com a Presidência da

República, os demais Ministérios e órgãos da administração federal, o Congresso, o Poder Judiciário, os

Estados e Municípios da Federação e, naturalmente, com a sociedade civil, por meio de Organizações

Não Governamentais (ONGs), da Academia e de associações patronais e trabalhistas, sempre tendo em

vista a identificação do interesse nacional.

O TRABALHO DO DIPLOMATA

Tradicionalmente, as funções da diplomacia são representar (o Estado brasileiro perante a

comunidade internacional), negociar (defender os interesses brasileiros junto a essa comunidade) e

informar (a Secretaria de Estado, em Brasília, sobre os temas de interesse brasileiro no mundo). São

também funções da diplomacia brasileira a defesa dos interesses dos cidadãos brasileiros no exterior,

o que é feito por meio da rede consular, e a promoção de interesses do País no exterior, tais como

interesses econômico-comerciais, culturais, científicos e tecnológicos, entre outros.

No exercício dessas diferentes funções, o trabalho do diplomata poderá ser, igualmente, muito variado.

Para começar, cerca de metade dos mil1 diplomatas que integram o Serviço Exterior atua no Brasil, e a

outra metade nos Postos no exterior (Embaixadas, Missões, Consulados e Vice-Consulados).

Em Brasília, o diplomata desempenha funções nas áreas política, econômica e administrativa, podendo

cuidar de temas tão diversos quanto comércio internacional, integração regional (Mercosul), política

bilateral (relacionamento do Brasil com outros países e blocos), direitos humanos, meio ambiente ou

administração física e financeira do Ministério. Poderá atuar, ainda, no Cerimonial (organização dos

encontros entre autoridades brasileiras e estrangeiras, no Brasil e no exterior) ou no relacionamento

do Ministério com a sociedade (imprensa, Congresso, Estados e municípios, Academia, etc.).

No exterior, também, o trabalho dependerá do Posto em questão. As Embaixadas são representações

do Estado brasileiro junto aos outros Estados, situadas sempre nas capitais, e desempenham as

funções tradicionais da diplomacia (representar, negociar, informar), além de promoverem o Brasil

junto a esses Estados. Os Consulados, Vice-Consulados e setores consulares de Embaixadas podem

situar-se na capital do país ou em outra cidade onde haja uma comunidade brasileira expressiva. O

trabalho nesses Postos é orientado à defesa dos interesses dos cidadãos brasileiros no exterior. Nos

Postos multilaterais (ONU, OMC, FAO, UNESCO, UNICEF, OEA etc.), que podem ter natureza política,

econômica ou estratégica, o trabalho envolve, normalmente, a representação e a negociação dos

interesses nacionais.

1 Em 2011, quase 1500.

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O INGRESSO NA CARREIRA

A carreira diplomática se inicia, necessariamente, com a aprovação no concurso do Instituto Rio

Branco (Informações sobre o concurso podem ser obtidas no site

http://www2.mre.gov.br/irbr/index.htm). Para isso, só conta a competência – e, talvez, a sorte – do

candidato. Indicações políticas não ajudam.

AS REMOÇÕES

Após os dois anos de formação no IRBr , o diplomata trabalhará em Brasília por pelo menos um ano.

Depois, iniciam-se ciclos de mudança para o exterior e retornos a Brasília. Normalmente, o diplomata

vai para o exterior, onde fica três anos em um Posto, mais três anos em outro Posto, e retorna a

Brasília, onde fica alguns anos, até o início de novo ciclo. Mas há espaço para flexibilidades. O

diplomata poderá sair para fazer um Posto apenas, ou fazer três Postos seguidos antes de retornar a

Brasília. Isso dependerá da conveniência pessoal de cada um. Ao final da carreira, o diplomata terá

passado vários anos no exterior e vários no Brasil, e essa proporção dependerá essencialmente das

escolhas feitas pelo próprio diplomata. Para evitar que alguns diplomatas fiquem sempre nos

“melhores Postos” – um critério, aliás, muito relativo – e outros em Postos menos privilegiados, os

Postos no exterior estão divididos em [quatro] categorias, [A, B, C e D], obedecendo a critérios não

apenas de qualidade de vida, mas também geográficos, e é seguido um sistema de rodízio: após fazer

um Posto C, por exemplo, o diplomata terá direito a fazer um Posto A [ou B], e após fazer um Posto A,

terá que fazer um Posto [B, C ou D].

AS PROMOÇÕES

Ao tomar posse no Serviço Exterior, o candidato aprovado no concurso torna-se Terceiro-Secretário. É

o primeiro degrau de uma escalada de promoções que inclui, ainda, Segundo-Secretário, Primeiro-

-Secretário, Conselheiro, Ministro de Segunda Classe (costuma-se dizer apenas “Ministro”) e Ministro

de Primeira Classe (costuma-se dizer apenas “Embaixador”), nessa ordem. Exceto pela primeira

promoção, de Terceiro para Segundo-Secretário, que se dá por tempo (quinze Terceiros Secretários

são promovidos a cada semestre), todas as demais dependem do mérito, bem como da articulação

política do diplomata. Nem todo diplomata chega a Embaixador. Cada vez mais, a competição na

carreira é intensa e muitos ficam no meio do caminho. Mas, não se preocupem e também não se

iludam: a felicidade não está no fim, mas ao longo do caminho!

DIRECIONAMENTO DA CARREIRA

Um questionamento frequente diz respeito à possibilidade de direcionamento da carreira para áreas

específicas. É possível, sim, direcionar uma carreira para um tema (digamos, comércio internacional,

direitos humanos, meio ambiente etc.) ou mesmo para uma região do mundo (como a Ásia, as

Américas ou a África, por exemplo), mas isso não é um direito garantido e poderá não ser sempre

possível. É preciso ter em mente que a carreira diplomática envolve aspectos políticos, econômicos e

administrativos, e que existem funções a serem desempenhadas em postos multilaterais e bilaterais

em todo o mundo, e n~o só nos países mais “interessantes”. Diplomatas est~o envolvidos em todas

essas variantes e, ao longo de uma carreira, ainda que seja possível uma certa especialização, é

provável que o diplomata, em algum momento, atue em áreas distintas daquela em que gostaria de se

concentrar.

ASPECTOS PRÁTICOS E PESSOAIS

É claro que a vida é muito mais que promoções e remoções, e é inevitável que o candidato queira saber

mais sobre a carreira que o papel do diplomata. Todos precisamos cuidar do nosso dinheiro, da saúde,

da família, dos nossos interesses pessoais. Eu tentarei trazem um pouco de luz sobre esses aspectos.

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DINHEIRO

Comecemos pelo dinheiro, que é assunto que interessa a todos. Em termos absolutos, os diplomatas

ganham mais quando estão no exterior do que quando estão em Brasília. O salário no exterior, no

entanto, é ajustado em função do custo de vida local, que é frequentemente maior que no Brasil. Ou

seja, ganha-se mais, mas gasta-se mais. Se o diplomata conseguirá ou não economizar dependerá i) do

salário específico do Posto , ii) do custo de vida local, iii) do câmbio entre a moeda local e o dólar, iv)

do fato de ele ter ou não um ou mais filhos na escola e, principalmente, v) de sua propensão ao

consumo. Aqui, não há regra geral. No Brasil, os salários têm sofrido um constante desgaste,

especialmente em comparação com outras carreiras do Governo Federal, frequentemente obrigando o

diplomata a economizar no exterior para gastar em Brasília, se quiser manter seu padrão de vida. Os

diplomatas, enfim, levam uma vida de classe média alta, e a certeza de que não se ficará rico de

verdade é compensada pela estabilidade do emprego (que não é de se desprezar, nos dias de hoje) e

pela expectativa de que seus filhos (quando for o caso) terão uma boa educação, mesmo para padrões

internacionais.

SAÚDE

Os diplomatas têm um seguro de saúde internacional que, como não poderia deixar de ser, tem

vantagens e desvantagens. O lado bom é que ele cobre consultas com o médico de sua escolha, mesmo

que seja um centro de excelência internacional. O lado ruim é que, na maioria das vezes, é preciso fazer

o desembolso (até um teto determinado) para depois ser reembolsado, geralmente em 80% do valor, o

que obriga o diplomata a manter uma reserva financeira de segurança.

FAMÍLIA : O CÔNJUGE

Eu mencionei, entre as coisas n~o t~o boas da carreira, “dificuldades no equacionamento da vida

familiar”. A primeira dificuldade é o que fará o seu cônjuge (quando for o caso) quando vocês se

mudarem para Brasília e, principalmente, quando forem para o exterior. Num mundo em que as

famílias dependem, cada vez mais, de dois salários, equacionar a carreira do cônjuge é um problema

recorrente. Ao contrário de certos países desenvolvidos, o Itamaraty não adota a política de empregar

ou pagar salários a cônjuges de diplomatas. Na prática, cada um se vira como pode. Em alguns países é

possível trabalhar. Fazer um mestrado ou doutorado é uma opção. Ter filhos é outra...

Mais uma vez, não há regra geral, e cada caso é um caso. O equacionamento da carreira do cônjuge

costuma afetar principalmente – mas não apenas – as mulheres, já que, por motivos culturais, é mais

comum o a mulher desistir de sua carreira para seguir o marido que o contrário2.

CASAMENTO ENTRE DIPLOMATAS

Os casamentos entre diplomatas não são raros. É uma situação que tem a vantagem de que ambos têm

uma carreira e o casal tem dois salários. A desvantagem é a dificuldade adicional em conseguir que

ambos sejam removidos para o mesmo Posto no exterior. A questão não é que o Ministério vá separar

esses casais, mas que se pode levar mais tempo para conseguir duas vagas num mesmo Posto.

Antigamente, eram frequentes os casos em que as mulheres interrompiam temporariamente suas

carreiras para acompanhar os maridos. Hoje em dia, essa situação é exceção, não a regra.

FILHOS

Não posso falar com conhecimento de causa sobre filhos, mas vejo o quanto meus colegas se

desdobram para dar-lhes uma boa educação. Uma questão central é a escolha da escola dos filhos, no

Brasil e no exterior. No Brasil, a escola será normalmente brasileira, com ensino de idiomas, mas

poderá ser a americana ou a francesa, que mantém o mesmo currículo e os mesmos períodos escolares

em quase todo o mundo. No exterior, as escolas americana e francesa são as opções mais frequentes,

2 Conforme comunicado do MRE de 2010, é permitida a autorização para que diplomatas brasileiros solicitem passaporte diplomático ou de serviço e visto de permanência a companheiros do mesmo sexo. Outra resolução, de 2006, já permitia a inclusão de companheiros do mesmo sexo em planos de assistência médica.

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podendo-se optar por outras escolas locais, dependendo do idioma. Outra questão, já mencionada, é o

custo da escola. Atualmente, não existe auxílio-educação para filhos de diplomatas ou de outros

Servidores do Serviço Exterior brasileiro, e o dinheiro da escola deve sair do próprio bolso do servidor.

CÉSAR AUGUSTO VERMIGLIO BONAMIGO - Diplomata. Engenheiro Eletrônico formado pela UNICAMP. Pós-

graduado em Administração de Empresas pela FGV-SP. Programa de Formação e Aperfeiçoamento - I (PROFA -

I) do Instituto Rio Branco, 2000/2002. No Ministério das Relações Exteriores, atuou no DIC - Divisão de

Informação Comercial (DIC), 2002; no DNI - Departamento de Negociações Internacionais, 2003, e na DUEX -

Divisão de União Europeia e Negociações Extrarregionais. Atualmente, serve na Missão junto à ONU

(DELBRASONU), em NYC.

Para tornar-se diplomata, é necessário ser aprovado no Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD), que ocorre todos os anos, no primeiro semestre (normalmente). O número de vagas do CACD, em condições normais, depende da vacância de cargos. Acho que a quantidade normal deve girar entre 25 e 35, mais ou menos. Desde meados dos anos 2000, como consequência da aprovação de uma lei federal, o Ministério das Relações Exteriores (MRE/Itamaraty3) ampliou seus quadros da carreira de diplomata, e, de 2006 a 2010, foram oferecidas mais de cem vagas anuais. Com o fim dessa provisão de cargos, o número de vagas voltou ao normal em 2011, ano em que foram oferecidas apenas 26 vagas (duas delas reservadas a portadores de deficiência física4). Para os próximos concursos, há perspectivas de aprovação de um projeto de lei que possibilitará uma oferta anual prevista de 60 vagas para o CACD, além de ampliar, também, as vagas para Oficial de Chancelaria (PL 7579/2010). Oficial de Chancelaria, aproveitando que citei, é outro cargo (também de nível superior) do MRE, mas não integra o quadro diplomático. A remuneração do Oficial de Chancelaria, no Brasil, é inferior à de Terceiro-Secretário, mas os salários podem ser razoáveis quando no exterior. Já vi muitos casos de pessoas que passam no concurso de Oficial de Chancelaria e ficam trabalhando no MRE, até que consigam passar no CACD, quando (aí sim) tornam-se diplomatas.

Para fazer parte do corpo diplomático brasileiro, é necessário ser brasileiro nato, ter diploma válido de curso superior (caso a graduação tenha sido realizada em instituição estrangeira, cabe ao candidato providenciar a devida revalidação do diploma junto ao MEC) e ser aprovado no CACD (há, também, outros requisitos previstos no edital do concurso, como estar no gozo dos direitos políticos, estar em dia com as obrigações eleitorais, ter idade mínima de dezoito anos, apresentar aptidão física e mental para o exercício do cargo e, para os homens, estar em dia com as obrigações do Serviço Militar). Os aprovados entram para a carreira no cargo de Terceiro-Secretário (vide hierarquia na próxima seç~o, “Carreira e Sal|rios”). Os aprovados no CACD, entretanto, não iniciam a carreira trabalhando: há, inicialmente, o chamado Curso de Formação, que se passa no Instituto Rio Branco (IRBr). Por três semestres, os aprovados no CACD estudarão no IRBr, já recebendo o salário de Terceiro-Secretário (para remunerações, ver a próxima seç~o, “Hierarquia e Sal|rios).

O trabalho no Ministério começa apenas após um ou dois semestres do Curso de Formação no IRBr (isso pode variar de uma turma para outra), e a designação dos locais de trabalho (veja as subdivisões do MRE na página seguinte) é feita, via de regra, com base nas preferências individuais e na ordem de classificação dos alunos no Curso de Formação.

3 O nome “Itamaraty” vem do nome do antigo propriet|rio da sede do Ministério no Rio de Janeiro, o Bar~o Itamaraty. Por metonímia, o nome pegou, e o Palácio do Itamaraty constitui, atualmente, uma dependência do MRE naquela cidade, abrigando um arquivo, uma mapoteca e a sede do Museu Histórico e Diplomático. Em Brasília, o Palácio Itamaraty, projetado por Oscar Niemeyer e inaugurado em 1970, é a atual sede do MRE. Frequentemente, “Itamaraty” é usado como sinônimo de Ministério das Relações Exteriores. 4 Todos os anos, há reserva de vagas para deficientes físicos. Se não houver número suficiente de portadores de deficiência que atendam às notas mínimas para aprovação na segunda e na terceira fases do concurso, que têm caráter eliminatório, a(s) vaga(s) restante(s) é(são) destinada(s) aos candidatos da concorrência geral.

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Para resolução maior, acesse o endereço: http://relunb.files.wordpress.com/2011/08/379712582.jpg

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O IRBr foi criado em 1945, em comemoração ao centenário de nascimento do Barão do Rio Branco, patrono da diplomacia brasileira. Como descrito na página do Instituto na internet, seus principais objetivos são:

• harmonizar os conhecimentos adquiridos nos cursos universitários com a formação para a carreira diplomática (já que qualquer curso superior é válido para prestar o CACD); • desenvolver a compreensão dos elementos básicos da formulação e execução da política externa brasileira; • iniciar os alunos nas práticas e técnicas da carreira.

No Curso de Formação (cujo nome oficial é PROFA-I, Programa de Formação e Aperfeiçoamento - obs.: n~o sei o motivo do “I”, n~o existe “PROFA-II”), os diplomatas têm aulas obrigatórias de: Direito Internacional Público, Linguagem Diplomática, Teoria das Relações Internacionais, Economia, Política Externa Brasileira, História das Relações Internacionais, Leituras Brasileiras, Inglês, Francês e Espanhol. Há, ainda, diversas disciplinas optativas à escolha de cada um (como Chinês, Russo, Árabe, Tradução, Organizações Internacionais, OMC e Contenciosos, Políticas Públicas, Direito da Integração, Negociações Comerciais etc.). As aulas de disciplinas conceituais duram dois semestres. No terceiro semestre de Curso de Formação, só há aulas de disciplinas profissionalizantes. O trabalho no MRE começa, normalmente, no segundo ou no terceiro semestre do Curso de Formação (isso pode variar de uma turma para outra). É necessário rendimento mínimo de 60% no PROFA-I para aprovação (mas é praticamente impossível alguém conseguir tirar menos que isso). Após o término do PROFA-I, começa a vida de trabalho propriamente dito no MRE. Já ouvi um mito de pedida de dispensa do PROFA I para quem já é portador de título de mestre ou de doutor, mas, na prática, acho que isso não acontece mais.

Entre 2002 e 2010, foi possível fazer, paralelamente ao Curso de Formação, o mestrado em diplomacia (na prática, significava apenas uma matéria a mais). Em 2011, o mestrado em diplomacia no IRBr acabou.

Uma das atividades comuns dos estudantes do IRBr é a publicação da Juca, a revista anual dos alunos do Curso de Formação do Instituto. Segundo informações do site do IRBr, “[o] termo ‘Diplomacia e Humanidades’ define os temas de que trata a revista: diplomacia, ciências humanas, artes e cultura. A JUCA visa a mostrar a produção acadêmica, artística e intelectual dos alunos da academia diplomática brasileira, bem como a recuperar a memória da política externa e difundi-la nos meios diplomático e acadêmico”. Confira a página da Juca na internet, no endereço: http://juca.irbr.itamaraty.gov.br/pt-br/Main.xml.

Para saber mais sobre a vida de diplomata no Brasil e no exterior, sugiro a conhecida “FAQ do Godinho” (“FAQ do Candidato a Diplomata”, de Renato Domith Godinho), disponível para download no link: http://relunb.files.wordpress.com/2011/08/faq-do-godinho.docx. Esse arquivo foi escrito há alguns anos, então algumas coisas estão desatualizadas (com relação às modificações do concurso, especialmente). De todo modo, a parte sobre o trabalho do diplomata continua bem informativa e atual.

CARREIRA E SALÁRIOS A hierarquia da carreira de diplomata é a seguinte (do cargo mais alto ao cargo inicial):

Ministro de Primeira Classe (vulgo “Embaixador”) Ministro de Segunda Classe (vulgo “Ministro”)

Conselheiro Primeiro-Secretário Segundo-Secretário Terceiro-Secretário

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Os aprovados no CACD entram no posto de Terceiro-Secretário, e a promoção dá-se por tempo de profissão e por mérito. É de vinte anos de carreira o tempo mínimo previsto em lei para chegar ao cargo de Ministro de Primeira Classe (normalmente, demora mais, e nem todos os diplomatas que entram chegarão a embaixador algum dia). Não vou entrar nos mínimos detalhes das promoções e das atribuições específicas, pois acho desnecessário. Tratarei, brevemente, do funcionamento das promoções e das remoções. Minhas considerações seguintes estão baseadas no Decreto Presidencial nº 6.659, de 8 de setembro de 2008, na Portaria do MRE nº 222, de 8 de abril de 2010, e na Lei nº 11.440, de 29 de dezembro de 2006. Algumas das frases são do decreto, da portaria ou da lei supracitados, mas não vou pôr referências (só porque referência é chato de fazer mesmo). Há muitos dados pontuais e informações que você, como concursando, não precisa saber. Incluí apenas alguns dados para que os interessados possam ter acesso a essa informação de maneira mais fácil, já que tudo está bastante disperso na internet.

A promoção diz respeito à passagem do diplomata à classe imediatamente superior à que pertence, quando verificada a existência de vaga naquela classe. As promoções obedecem aos critérios:

I - promoção a Ministro de Primeira Classe, Ministro de Segunda Classe, Conselheiro e Primeiro-Secretário, por merecimento;

II - promoção a Segundo-Secretário, obedecida a antiguidade na classe e a ordem de classificação no CACD.

Poderá ser promovido somente o diplomata das classes de Ministro de Segunda Classe, Conselheiro, Primeiro-Secretário, Segundo-Secretário ou Terceiro-Secretário que contar pelo menos três anos de interstício de efetivo exercício na respectiva classe, sendo que o tempo de serviço prestado em posto no exterior do grupo C é computado em dobro, e o tempo de serviço prestado em posto do grupo D é computado em triplo para fins de promoção, a partir de um ano de efetivo exercício no posto5.

Para ser promovido a Primeiro-Secretário, o Segundo-Secretário, além de cumprir os requisitos acima, também precisa concluir o CAD (Curso de Aperfeiçoamento de Diplomatas) e ter, no mínimo, dois anos de serviços prestados no exterior. Para ser promovido a Conselheiro, o Primeiro-Secretário, além de cumprir os requisitos acima, precisa ter, no mínimo, dez anos de carreira (com um mínimo de cinco deles no exterior). Para ser promovido a Ministro de Segunda Classe, o Conselheiro, além de cumprir os requisitos acima, precisa concluir o CAE (Curso de Altos Estudos) e ter, no mínimo, quinze anos de carreira (com, no mínimo, sete anos e meio no exterior). Para ser promovido a Ministro de Primeira Classe, o Ministro de Segunda Classe, além de cumprir os requisitos acima, precisa ter, no mínimo, vinte anos de exercício (com, no mínimo, dez no exterior) e três anos de exercício, como titular, de funções de chefia equivalentes a nível igual ou superior a DAS-4 na Secretaria de Estado (Brasília) ou em posto no exterior (“DAS” é uma classificação dos funcionários públicos enquadrados em funções de assessoramento de direção superior – se não ficou claro para você, não se preocupe, isso não é tão importante agora; os cargos correspondentes a essas funções têm previsão em decreto presidencial).

Há dezenas de outras particularidades com relação às promoções, mas acho que citei o principal. Passemos, agora, ao regime de lotações (lotação corresponde à designação do posto de trabalho do diplomata no exterior, seja com origem na Secretaria de Estado e com destino a um posto no exterior, seja entre postos no exterior). Tratarei apenas da lotação de Terceiros-Secretários (semelhante à de Primeiros-Secretários e de Segundos-Secretários), que é o que lhes interessará nos anos iniciais da carreira.

Os Terceiros-Secretários deverão servir, efetivamente, durante três anos em cada posto e seis anos consecutivos no exterior. A permanência no exterior do Terceiro-Secretário poderá, no interesse do 5 Os postos no exterior são classificados em categorias de A a D. Essa classificação leva em consideração vários aspectos, como qualidade de vida e segurança ao trabalho dos diplomatas e a suas famílias. Essa gradação, entretanto, não tem relação com a importância do país para a política externa brasileira. Apesar dos maiores riscos e da menor qualidade de vida, alguns dos postos C e D têm grande destaque nas prioridades de nossa política externa atual.

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diplomata e atendida a conveniência do serviço, estender-se a dez anos consecutivos, desde que, nesse período, sirva em postos dos grupos C e D. A permanência inicial de Terceiro-Secretário nos postos dos grupos C e D não será superior a dois anos, podendo ser prorrogada por prazo de até dois anos, atendida a conveniência da administração e mediante expressa anuência do chefe do posto e do interessado. Após três anos de lotação em posto dos grupos A ou B, o Terceiro-Secretário poderá permanecer no posto por mais um ano, desde que atendida a conveniência da administração e mediante expressa anuência do chefe do posto e do interessado. Após permanência adicional de um ano em posto do grupo A, o Diplomata somente poderá ser removido para posto dos grupos C ou D ou para a Secretaria de Estado.

Veja, a seguir, a classificação dos postos no exterior (Portaria nº 224, de 8 de abril de 2010).

Legenda: E = Embaixada; EC = Escritório Comercial; EF = Escritório Financeiro; ER = Escritório de Representação; M =Missão; C = Consulado; CG = Consulado-Geral; VC = Vice-Consulado

POSTO PAÍS CLASSE

E Abidjã Costa do Marfim

D

E Abu-Dhabi Emirados Árabes Unidos

C

E Abuja Nigéria D

E Acra Gana D

E Adis Abeba Etiópia D

E Amã Jordânia C

E Ancara Turquia C

E Argel Argélia C

E Assunção Paraguai B

E Astana Cazaquistão D

E Atenas Grécia B

E Bagdá Iraque D

E Baku Azerbaijão C

E Bamako Mali D

E Bangkok Tailândia C

E Basse-Terre São Cristóvão e Névis

D

E Beirute Líbano C

E Belgrado Sérvia C

E Belmopan Belize D

E Berlim Alemanha A

E Berna Suíça A

E Bissau Guiné-Bissau D

E Bogotá Colômbia C

E Bratislava Eslováquia C

E Brazzaville Congo D

E Bridgetown Barbados C

E Bruxelas Bélgica A

E Bucareste Romênia C

E Budapeste Hungria B

E Buenos Aires

Argentina A

E Cairo Egito C

E Camberra Austrália B

E Caracas Venezuela C

E Cartum Sudão D

E Castries Santa Lúcia

C

E Cingapura Cingapura C

E Colombo Sri Lanka D

E Conacri Guiné D

E Copenhague Dinamarca B

E Cotonou Benim D

E Daca Bangladesh D

E Dacar Senegal D

E Damasco Síria C

E Dar es Salam

Tanzânia D

E Díli Timor-Leste D

E Doha Catar C

E Dublin Irlanda B

E Estocolmo Suécia B

E Freetown Serra Leoa D

E Gaborone Botsuana D

E Georgetown Guiana D

E Guatemala Guatemala C

E Haia Países Baixos

A

E Hanói Vietnã D

E Harare Zimbábue D

E Havana Cuba C

E Helsinki Finlândia C

E Iaundê Camarões D

E Ierevan Armênia C

E Islamabade Paquistão D

E Jacarta Indonésia C

E Kiev Ucrânia C

E Kingston Jamaica C

E Kingstown São Vicente e Granadinas

C

E Kinshasa Rep. Dem. do Congo

D

E Kuaite Kuaite C

E Kuala Lumpur

Malásia C

E La Paz Bolívia C

E Libreville Gabão D

E Lima Peru C

E Lisboa Portugal A

E Liubliana Eslovênia C

E Lomé Togo D

E Londres Reino Unido A

E Luanda Angola D

E Lusaca Zâmbia D

E Madri Espanha A

E Malabo Guiné Equatorial

D

E Manágua Nicarágua C

E Manila Filipinas C

E Maputo Moçambique D

E Mascate Omã C

E México México B

E Montevidéu Uruguai B

E Moscou Rússia C

E Nairóbi Quênia D

E Nassau Bahamas C

E Nicósia Chipre C

E Nova Delhi Índia C

E Nuakchott Mauritânia D

E Oslo Noruega B

E Ottawa Canadá B

E Panamá Panamá C

E Paramaribo Suriname D

E Paris França A

E Pequim China C

E Porto Príncipe

Haiti D

E Port-of-Spain

Trinidad e Tobago

C

E Praga República Tcheca

B

E Praia Cabo Verde D

E Pretória África do Sul C

E Pyongyang Coreia do D

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Norte

E Quito Equador C

E Rabat Marrocos C

E Riade Arábia Saudita D

E Roma Itália A

E Roseau Dominica C

E Saint George’s

Granada C

E Saint John’s Antígua e Barbuda

C

E Santiago Chile B

E São Domingos

República Dominicana

C

E São José Costa Rica C

E São Salvador

El Salvador C

E São Tomé São Tomé e Príncipe

D

E Seul Coreia do Sul C

E Sófia Bulgária C

E Teerã Irã C

E Tegucigalpa Honduras C

E Tel Aviv Israel C

E Tirana Albânia C

E Tóquio Japão B

E Trípoli Líbia C

E Túnis Tunísia C

E Uagadugu Burkina Faso D

E Varsóvia Polônia B

E Vaticano Vaticano A

E Viena Áustria A

E Washington EUA A

E Wellington Nova Zelândia C

E Windhoek Namíbia D

E Yangon Myanmar D

E Zagreb Croácia C

EC Taipé China C

EF Nova York EUA A

ER Ramalá Palestina D

M Bruxelas Bélgica A

M Genebra Suíça A

M Genebra-DESARM

Suíça A

M Genebra-OMC

Suíça A

M Lisboa Portugal A

M Montevidéu

Uruguai B

M Montreal Canadá B

M Nova York EUA A

M Paris França A

M Roma Itália A

M Viena Áustria A

M Washington

EUA A

C Chuí Uruguai C

C Ciudad Guayana

Venezuela D

C Iquitos Peru D

C Pedro Juan Caballero

Paraguai D

C Rivera Uruguai C

CG Assunção Paraguai B

CG Atlanta EUA B

CG Barcelona Espanha A

CG Beirute Líbano C

CG Boston EUA A

CG Buenos Aires

Argentina A

CG Caiena Guiana Francesa

D

CG Cantão China C

CG Caracas Venezuela C

CG Chicago EUA A

CG Cidade do Cabo

África do Sul B

CG Ciudad del Este

Paraguai C

CG Córdoba Argentina B

CG Frankfurt Alemanha B

CG Genebra Suíça A

CG Hamamatsu

Japão C

CG Hartford EUA B

CG Hong Kong EUA C

CG Houston EUA B

CG Istambul Turquia C

CG Lagos Nigéria D

CG Lisboa Portugal A

CG Londres Reino Unido A

CG Los Angeles

EUA A

CG Madri Espanha A

CG Mendoza Argentina B

CG México México B

CG Miami EUA A

CG Milão Itália A

CG Montevidéu

Uruguai B

CG Montreal Canadá B

CG Mumbai Índia D

CG Munique Alemanha B

CG Nagoya Japão C

CG Nova York EUA A

CG Paris França A

CG Porto Portugal B

CG Roma Itália A

CG Rotterdam Países Baixos B

CG Santa Cruz de la Sierra

Bolívia C

CG Santiago Chile B

CG São Francisco

EUA A

CG Sidney Austrália B

CG Tóquio Japão C

CG Toronto Canadá B

CG Vancouver Canadá B

CG Washington

EUA A

CG Xangai China C

CG Zurique Suíça B

VC Artigas Uruguai C

VC Cobija Bolívia D

VC Cochabamba

Bolívia C

VC Concepción

Paraguai C

VC Encarnación

Paraguai C

VC Guayaramerin

Bolívia D

VC Lethem Guiana D

VC Letícia Colômbia D

VC Paso de los Libres

Argentina C

VC Puerto Ayacucho

Venezuela D

VC Puerto Iguazu

Argentina C

VC Puerto Suarez

Bolívia D

VC Rio Branco Uruguai C

VC Saltos do Guaira

Paraguai C

VC Santa Elena do Uairen

Venezuela D

A primeira remoção para o exterior deve obedecer a alguns requisitos: para candidatar-se a postos das classes A ou B, o Terceiro-Secretário deve haver cumprido três anos de exercício efetivo na Secretaria de Estado (sendo esse prazo de dois anos para candidaturas a postos da classe C e de um ano para postos da classe D).

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Nas remoções entre postos no exterior de Diplomatas das classes de Conselheiro, Primeiro- -Secretário, Segundo-Secretário e Terceiro-Secretário, vale que:

I - os que estiverem servindo em posto do grupo A somente poderão ser removidos para posto dos grupos B, C ou D;

II - os que estiverem servindo em posto do grupo B somente poderão ser removidos para posto dos grupos A ou B;

III - os que estiverem servindo em posto dos grupos C ou D somente poderão ser removidos para posto do grupo A.

O diplomata das classes de Conselheiro, Primeiro-Secretário, Segundo-Secretário ou Terceiro- -Secretário removido para a Secretaria de Estado poderá, na remoção seguinte, ser designado para missão permanente em posto de qualquer grupo, desde que sua estada na Secretaria de Estado tenha sido de um ano, se regressou de posto dos grupos C ou D, dois anos, se retornou de posto do grupo B, e quatro anos, se proveniente de posto do grupo A.

Por fim, adiciono apenas que, quando no Brasil, não há obrigatoriedade de residência em Brasília para os diplomatas. Há, também, possibilidade de lotação em um dos oito escritórios de representação do Itamaraty (Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Manaus, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e Recife), mas não sei como funcionam.

Acho que, com isso, esgoto os aspectos principais das promoções e das remoções da carreira. Como disse, há muitos outros detalhes, mas acho desnecessários agora. O pouco que apresentei acima já deve satisfazer a boa parte de seus questionamentos a respeito dessas temáticas. Qualquer dúvida, procure os documentos legais a que me referi anteriormente, pois eles explicam o funcionamento de cada um desses mecanismos em detalhes.

Com relação a férias, só há férias após seis meses da chegada ao posto, e as férias são iguais às de qualquer funcionário público: 30 dias corridos, que podem ser divididos em três períodos de dez dias ou em dois períodos de quinze dias. Tanto no exterior quanto na Secretaria de Estado, é a mesma coisa. Há uma observação com relação aos Terceiros-Secretários que ainda estudam no IRBr. Há, sim, férias anuais, mas o IRBr determina quando elas deverão ser tiradas, já que devem correspondem aos períodos de recesso das aulas do Curso de Formação (algumas semanas de janeiro e de julho).

Passemos aos salários. As remunerações de servidores públicos federais podem ser consultadas na página do Ministério do Planejamento (seç~o “Sítio do Servidor Público”), acessada pelo link a seguir: http://www.servidor.gov.br/publicacao/tabela_remuneracao/bol_remuneracao.htm. De acordo com a tabela de salários divulgada no “Caderno nº 57”, de 2011, as remunerações da carreira de diplomata são (valores brutos para cargos no Brasil):

CARGO SALÁRIO

Ministro de Primeira Classe (“Embaixador”) R$18.478,45 Ministro de Segunda Classe (“Ministro”) R$17.769,20

Conselheiro R$16.541,31 Primeiro-Secretário R$15.395,04 Segundo-Secretário R$14.331,13 Terceiro-Secretário R$12.962,12

Além do valor acima, o Terceiro-Secretário também recebe R$456,00 de auxílio alimentação (suponho que seja o mesmo valor para todos os diplomatas). Somado ao subsídio de R$12.962,12, o salário bruto é de R$13.418,12. Desse valor, há desconto de R$ 1.425,83 para seguridade social e de R$ 2.479,69 para imposto de renda retido na fonte, o que dá um salário líquido de R$ 9.512,60 (valores referentes a agosto de 2011). Vale lembrar que ainda há, anualmente, a restituição do imposto de renda.

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Os descontos (Imposto de Renda e INSS) fazem que o salário líquido seja de, aproximadamente, 75% do valor acima. Esse salário, entretanto, é para quem trabalha no Brasil. No exterior, os salários são maiores e cotados em dólar, mas variam bastante, sendo reajustados de acordo com o poder de compra da moeda local, com o nível na hierarquia da carreira, com o estado civil do diplomata e com o número de dependentes. Diplomatas lotados no exterior podem receber, ainda, ajuda de custo para o aluguel. Para estimativa do sal|rio no exterior, veja a tabela “Remuneraç~o – Diplomatas no Exterior”, disponível no “REL UnB”.

Não sei muito bem como funcionam as gratificações, mas acho que, pelo que já ouvi falar, é mais ou menos o seguinte. O salário é composto do vencimento base mais duas gratificações (GDAD – Gratificações de Desempenho de Atividade Diplomática), como em todos os cargos públicos federais: GDAD institucional e GDAD individual. Enquanto estão no PROFA-I, os Terceiros-Secretários já recebem a GDAD individual, mas em seu valor mínimo. A primeira avaliação ocorre seis meses depois da posse, quando, aí sim, a GDAD pode aumentar até 100% do valor do vencimento base (mas isso varia em cada caso). Só para deixar claro, o valor de R$12.962,12 previsto no edital do CACD 2011 já inclui tanto o vencimento base quanto as gratificações.

Em Brasília, há, ainda, a possibilidade de morar em um apartamento funcional. Como era de se esperar, não há apartamentos suficientes para todos (considere, ainda, que, só de 2006 a 2010, entraram quase 550 novos diplomatas no MRE). Além disso, não são de graça (em alguns, o valor do condomínio é bem caro, inclusive). Nas turmas com mais de 100 vagas, a fila de espera foi de cerca de um ano a um ano e meio, segundo informações extraoficiais (se tiver filhos, você passa na frente dos demais na fila). Não sei como anda ultimamente.

Dúvidas Frequentes: a carreira

- Existe um limite ou uma idade “certa”, para tornar-se diplomata? Não. Todos os anos, são aprovados candidatos com idades bastante diferentes. Acredito que não haja uma média etária muito bem delimitada. No cursinho mesmo, conheci muita gente de diferentes faixas etárias. No geral, acho que é frequente a entrada de candidatos entre vinte e poucos e quarenta e poucos anos. Para prestar o CACD, o mínimo é de 18 anos, mas não há limite máximo de idade, salvo o previsto na Constituição Federal (70 anos). - Sendo diplomata, dá para trabalhar em outro lugar também? É vedada a acumulação de cargos públicos, salvo para exercício da profissão de professor. Há vários diplomatas que dão aulas em cursinhos preparatórios para o CACD, em universidades etc. De todo modo, são oito horas diárias de trabalho no Ministério (mesmo durante o PROFA-I, não sobra muito tempo livre). Se você conseguir conciliar as duas coisas, sem problemas. - E estudar? A mesma coisa. Há alguns diplomatas que conciliam o PROFA-I e/ou o trabalho no Ministério com o mestrado em Relações Internacionais na UnB, por exemplo. Se você der conta, ótimo. O problema é que a questão de horários pode não ser tão favorável, e você poderá, ocasionalmente, ter de abrir mão de alguma coisa. - Quando terei meu passaporte diplomático? Assim que tomam posse, os Terceiros-Secretários podem solicitar sua identidade funcional e seu passaporte diplomático, que pode ser usado mesmo durante o período de férias. De todo modo, vale lembrar que isso não deixa os diplomatas imunes à necessidade de visto e de cumprimento dos regulamentos internacionais para circulação de passageiros (podendo, por exemplo, ser revistados em aeropostos etc.). - Diplomata paga imposto? Lógico que paga. Acho que muitos se confundem porque, no exterior, de acordo com a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, os diplomatas não pagam impostos diretos (ou outros para os quais houver reciprocidade) para o governo do país onde estão acreditados (imposto de renda, IPVA, IPTU...). Isso não significa, entretanto, que diplomatas não paguem impostos indiretos (embutidos nos preços das mercadorias) ou, ainda, Imposto de Renda e Previdência Social para a União no Brasil (conforme previsão da Lei 8112/90 - Estatuto do Servidor Público Federal). Mesmo quando o diplomata está no exterior, continua pagando Imposto de Renda

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(a base de cálculo é diferenciada, não sei direito como é) e Previdência Social (para que o tempo de contribuição conte para a aposentadoria). - Se eu for casado(a) com outra pessoa do serviço exterior brasileiro, conseguiremos uma remoção para o mesmo lugar? É, sim, possível. Segundo algumas informações que já li, o MRE facilita as coisas para casais de diplomatas, dando prioridade para que sirvam no mesmo posto. Isso não impede que sejam removidos para postos diferentes, caso queiram (vale lembrar que não há remoção obrigatória). É claro que pode ser mais difícil encontrar postos no exterior em que haja duas vagas especificamente correspondentes aos cargos dos diplomatas em questão - ou de um(a) diplomata e de um(a) oficial ou assistente de chancelaria. Se o casal ocupar o mesmo grau hierárquico (e.g. os dois são embaixadores), isso pode ser mais complicado. De todo modo, dá-se um jeito. - Já vou receber salário durante o Curso de Formação? Sim, durante o Curso de Formação, os Terceiros-Secretários já recebem o salário integral da categoria.

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Parte II – O CACD

SUMÁRIO – Parte II

O Concurso

O Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD) é, como o nome indica, o concurso público de entrada no cargo de diplomata do Ministério das Relações Exteriores (MRE). O CACD é, há algum tempo, realizado anualmente, composto por quatro etapas e realizado pelo Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe – site: http://www.cespe.unb.br). Para poder assumir o cargo, as principais exigências, são: ser brasileiro nato e possuir diploma universitário de qualquer formação (há mais pré-requisitos, mas esses são os mais importantes). Essas exigências, entretanto, aplicam-se apenas aos aprovados, para que possam assumir o cargo. Qualquer pessoa pode, independentemente de já possuir o diploma em mãos, fazer o concurso (isso é comum a pessoas que tentam o CACD durante a universidade, por exemplo). Nesse caso, se for aprovado, o candidato deverá apresentar o diploma. Obviamente, se não o fizer, perderá a vaga.

O CACD é dividido em quatro fases, que são as seguintes:

1ª FASE: duas provas objetivas (com questões de Certo ou Errado e de múltipla escolha, com penalização para erros) com questões de: Português, Inglês, História Mundial, História do Brasil, Geografia, Política Internacional, Noções de Direito e de Direito Internacional Público e Noções de Economia6. De 2008 a 2010, a prova valia 80 pontos; em 2011, voltou a valer 65 pontos (o número de pontos equivale ao número de questões; questões de Certo ou Errado são compostas por quatro itens; questões de múltipla escolha têm cinco alternativas). As duas provas são realizadas no mesmo dia, normalmente um domingo, pela manhã e pela tarde. A primeira fase também é conhecida como TPS (Teste de Pré-Seleção), seu antigo nome – que, apesar de abandonado pela banca organizadora, continua no vocabulário dos cursinhos preparatórios e de muitos candidatos.

2ª FASE: uma prova discursiva de Português, que consiste de uma redação sobre tema geral (80-120 linhas), com valor de 60 pontos, e de duas interpretações, análises ou comentários sobre temas específicos (15-25 linhas), valendo 20 pontos cada, com valor total de 100 pontos. Para ser aprovado, o candidato precisa fazer, no mínimo, sessenta pontos na prova.

3ª FASE: seis provas discursivas de: Geografia, História do Brasil, Inglês, Noções de Direito e de Direito Internacional Público, Noções de Economia e Política Internacional. Essas provas, exceto Inglês, consistem de quatro questões (os números de linhas variam entre as matérias: duas questões de 90 linhas e duas de 60 linhas para as provas de Geografia, de História do Brasil e de Política Internacional; duas questões de 60 linhas e duas de 40 linhas para as provas de Direito e de Economia; uma redação em Inglês de 45 a 60 linhas, uma versão do

6 O termo “noções” para as provas de Direito e de Economia n~o significa, obviamente, que sejam provas f|ceis ou que não seja necessário estudar tanto, apenas indica que a cobrança não é tão aprofundada quanto nas demais.

O Concurso

Dúvidas frequentes: o concurso

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Português para o Inglês com cerca de 150 palavras, uma tradução do Inglês para o Português com cerca de 150 palavras e um resumo de até 200 palavras de um texto de cerca de 1000 palavras7 para a prova de Inglês). Cada prova da terceira fase tem o valor de 100 pontos. Para ser aprovado na terceira fase e ter suas notas da quarta fase divulgadas, o candidato precisa somar, ao menos, 360 pontos no total das seis provas, independentemente da distribuição desses pontos em cada uma dessas provas. Se não conseguir esse limite mínimo, o candidato está, automaticamente, desclassificado.

4ª FASE: provas discursivas de Francês e de Espanhol (cada prova contém, normalmente, dez questões de interpretação de texto, cada questão valendo 5 pontos; são, normalmente, um ou dois textos para interpretação; o valor total de cada prova é de 50 pontos, somando 100 pontos as duas provas juntas). Os candidatos devem fazer as provas dos dois idiomas, não é possível escolher apenas um. Não é necessário atingir um mínimo de pontos na quarta fase, raz~o pela qual ela é chamada de “classificatória”, n~o “eliminatória”. Nos últimos concursos, entretanto, essa fase tem tido grande relevância, sendo decisiva para definir os aprovados no concurso e a classificação final no certame. Passar para a quarta fase não significa estar aprovado no concurso (afinal, há um limite de vagas). É necessário somar as notas da segunda, da terceira e da quarta fases, para obter a pontuação final do concurso e para calcular a colocação final.

Logo após a primeira fase, o Cespe libera o gabarito preliminar (cerca de dois dias após a realização da prova). Após a liberação do gabarito preliminar, os candidatos têm, normalmente, outros dois dias, para elaborar os recursos ao gabarito preliminar das questões (na última seção da Parte III, tratarei dos recursos mais detidamente). A banca examinadora do concurso leva cerca de três semanas, para, então, divulgar o gabarito definitivo e o resultado final da primeira fase do concurso. Questões anuladas têm a pontuação concedida a todos os candidatos, e questões com alteração de gabarito também têm efeito para todos os candidatos (ou seja, sua nota pode variar para cima ou para baixo entre o gabarito provisório e o gabarito final da primeira fase, de acordo com as modificações no gabarito).

É desnecessário dizer que não há como prever qual será a nota necessária à aprovação na primeira fase, uma vez que são aprovados, como regra geral, os trezentos primeiros candidatos (em caso de empate na última colocação, são convocados todos os candidatos empatados com aquela pontuação). Desse modo, antes da divulgação dos resultados finais da primeira fase, não há como ter certeza da aprovação para a próxima fase. De qualquer forma, veja a porcentagem mínima (valores arredondados da nota do 300º colocado) para aprovação na primeira fase dos últimos concursos realizados na tabela ao lado. Vale observar que, em 2007, não houve questões de Economia e de Direito na primeira fase, o que pode justificar a nota de corte mais elevada em relação aos demais anos.

Os cursinhos costumam elaborar rankings (também disponíveis em grupos como o “Instituto Rio Branco”, no Facebook, e o “Coisas da Diplomacia”, no Orkut) com as notas obtidas pelos candidatos, de acordo com o gabarito preliminar. Esses rankings, obviamente, não são precisos, e, visto que grande parte dos candidatos em condições de ir à segunda fase fica com pontuações muito próximas (no chamado “limbo”), passar ou n~o passar pode dever-se a poucos décimos (ou seja, para muitos, as mudanças no gabarito oficial fazem toda a diferença). Apesar disso, com base nesses rankings, é possível ter uma noção de como o candidato está em relação aos demais, para saber se deve estudar para a segunda fase. Isso é extremamente importante, pois o resultado oficial da primeira fase sai, normalmente, na mesma semana da prova da segunda fase. Assim, se o candidato

7 Os números aproximados de palavras das traduções e do texto para resumo foram baseados na prova de 2011. Nada impede que esse valor mude de um ano para o outro. Em concursos anteriores, já houve textos maiores e menores. Vide provas anteriores (todas as provas de 2003 para c| est~o disponíveis no “REL UnB”: http://relunb.wordpress.com).

Ano Corte

2011 63%

2010 66%

2009 68%

2008 69%

2007 76%

2006 69%

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não começar a preparar-se com antecedência, não terá tempo suficiente para fazê-lo apenas após o resultado oficial da primeira fase.

Os cursinhos preparatórios também costumam divulgar uma previsão de margem de erro (ex.: de x% a y%, há alguma chance; de y% a z%, há boas chances etc.). Mesmo que você não tenha feito cursinho (ou queira saber as médias dos candidatos de um cursinho que você não frequentou), basta ligar em algum deles e perguntar. Outros candidatos disponibilizam essa informação na fóruns virtuais como a comunidade “Coisas da Diplomacia” (Orkut) e o grupo “Instituto Rio Branco” (Facebook). Se vir que tem alguma chance de ser aprovado, não perca tempo e comece a estudar para a segunda fase (especialmente para a segunda fase, considero o cursinho essencial, mas digo isso apenas com base em minha experiência; cada um, é claro, deve saber o que é melhor para si, dentro de suas condições). Acho que é melhor estudar e não ser aprovado que não estudar e ser aprovado no susto, desperdiçando a oportunidade. De qualquer modo, não é conhecimento perdido. Ainda que não seja aprovado, você já adianta os estudos para a segunda fase do concurso seguinte. Há, também, alunos que, mesmo sabendo que não passaram (ou mesmo nem havendo feito o concurso), matriculam-se nos cursos intensivos, para não ter de fazer os cursos regulares, que duram vários meses.

Na primeira fase, o Cespe divulga os nomes e as pontuações apenas dos aprovados. Teoricamente, as folhas de respostas de todos os candidatos também são divulgadas. Para as fases seguintes, os respectivos resultados finais apresentam os nomes e as notas de todos os candidatos que foram aprovados para aquela fase, ainda que não tenham obtido a pontuação mínima exigida. Erro comum (principalmente de amigos e de familiares desavisados) é achar que só porque o nome do candidato saiu na relação do Cespe significa que foi aprovado naquela fase. Não é bem assim. Na segunda e na terceira fases, é necessário fazer o mínimo de 60% na nota total da respectiva fase. Além disso, o resultado final do concurso também apresenta as notas finais dos candidatos classificados, com a respectiva classificação. Ser classificado não significa ser aprovado no concurso. É necessário observar o número total de vagas oferecidas. O número de candidatos classificados é divulgado em edital (em 2011, 60 candidatos foram classificados), o que significa que, caso haja uma expansão das vagas, o número máximo de convocados será igual ao número de classificados (em 2011, houve grande expectativa em relação a isso, já que, com a iminência de aprovação de um projeto de lei que prevê a expansão das vagas para a carreira diplomática, os candidatos classificados no concurso –aqueles que não foram aprovados, mas que ficaram entre a 27ª e a 60ª colocação – poderiam ser chamados8).

Com relação à segunda fase, se você olhar os resultados dos últimos concursos, verá que uma “simples” prova de Redação pode ser muito mais complicada do que parece. Não vou me estender quanto às idiossincrasias da banca, disponíveis aos montes em vários fóruns na internet. Ressalto apenas o seguinte: não se deixe enganar, achando que Redação é algo tranquilo ou que “se n~o sou bom em Português, compenso em outras matérias”. Na segunda fase, isso n~o é possível. Muita gente boa não passa na segunda fase por um motivo que, no fim das contas, é relativamente simples. A segunda fase não é uma prova que testa toda a criatividade e a capacidade inventiva dos candidatos. Pelo contrário, é uma prova bastante técnica. Você não está fazendo uma redação para entrar em uma universidade, ocasião em que se quer provar sua capacidade de raciocínio e sua criatividade, cobrando-se narrações, fábulas ou dissertações politicamente engajadas. Trata-se de uma redação para ser admitido em um concurso público, e, como tal, a avaliação visa a verificar a capacidade de os candidatos lidarem com a modalidade culta da língua portuguesa de maneira (por falta de termo melhor) “diplom|tica”. Isso envolve, entre inúmeras outras coisas, n~o usar linguagem conotativa, evitar preciosismos, ter argumentos claros e explícitos em cada parágrafo etc. Olhe as melhores respostas dos Guias de Estudos dos concursos anteriores, para ter uma noção do “estilo” de escrita preferido pela banca (todos os Guias de Estudos podem ser encontrados na

8 Até o fechamento deste documento, não havia maiores novidades com relação a esse tema. O Projeto de Lei que cuida dessa temática é o PL 7579/2010. Atualmente (agosto/2001), o PL está em tramitação na Câmara dos Deputados.

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p|gina do Instituto Rio Branco, no site do Cespe ou no “REL UnB”9, uma página com diversos textos úteis sobre Relações Internacionais e sobre o CACD – falarei mais sobre essa página na seção de leituras recomendadas, na Parte IV).

Entre a realização da segunda fase e o início das provas da terceira fase, há um intervalo relativamente grande, de quase dois meses. Nesse período de tempo, ocorrem: correção da prova da segunda fase, divulgação dos resultados provisórios, período para interposição de recursos à correção, análise dos recursos interpostos e divulgação do resultado final da segunda fase.

Os candidatos aprovados na segunda fase (ou seja, aqueles que fizerem mais de 60 pontos de 100 na prova de Redação) passam à terceira fase, na qual são avaliados conhecimentos mais específicos nas seis provas que a compõem. A terceira fase é aplicada, normalmente, em três finais de semanas consecutivos, com uma prova no sábado e outra no domingo. Assim, esgotam-se as seis provas. A aplicação da quarta fase costuma ser concomitante à da terceira (em 2011, por exemplo, as duas provas da quarta fase foram aplicadas na tarde do último domingo de provas da terceira fase, mas isso pode variar; em 2010, por exemplo, as duas provas foram feitas em dias separados) – embora só sejam divulgadas as notas das provas da quarta fase dos candidatos que obtiverem o somatório mínimo de 360 pontos na terceira fase, como já indicado anteriormente. Em síntese, a terceira e a quarta fases são aplicadas em três finais de semana consecutivos, mas a ordem das provas costuma variar todos os anos.

O resultado final do concurso é dado pelo somatório das notas da segunda, da terceira e da quarta fases (como se pode ver, a nota da primeira fase é descartada, contando apenas como último critério de desempate, após vários outros). A seguir, veja uma tabela com as pontuações de alguns candidatos dos últimos concursos realizados. Estão discriminadas as pontuações totais dos candidatos que ficaram no 1º, no 25º, no 50º, no 75º e no 100º lugar, nos últimos seis concursos.

Ano Resultado Final (soma da 2ª, da 3ª e da 4ª fases)

100º lugar 75º lugar 50º lugar 25º lugar 1º lugar

2011 524,61/800 65,6% 534,23 66,8% 544,83 68,1% 566,86 70,8% 603,38 75,4%

2010 516,62/800 64,5% 536,53 67,0% 546,84 68,3% 565,89 70,7% 621,11 77,6%

2009 485,50/800 60,6% 506,75 63,3% 526,00 65,7% 559,00 69,8% 611,00 76,3%

2008 484,90/750 64,6% 504,75 67,3% 525,70 70,0% 549,25 73,2% 629,25 83,9%

2007 453,75/750 60,5% 472,20 62,9% 491,25 65,5% 510,35 68,0% 583,10 77,7%

2006 450,40/750 60,0% 475,50 63,4% 496,75 66,2% 517,50 69,0% 571,00 76,1%

Dúvidas Frequentes: o concurso

- Ainda há entrevista/prova oral? Não existe mais. - É possível passar no concurso enquanto trabalha 8h por dia? Já vi vários casos assim. É óbvio que isso deve requerer uma disciplina ainda maior, estudos ainda mais puxados etc., mas nem todo mundo que passa no CACD teve tempo de estudos integral. Casos de quem é aprovado com 6 ou 8 horas diárias de trabalho são mais frequentes do que se imagina. - Quanto vou gastar com cursinho? É impossível fazer uma estimativa, tudo depende muito de diversos fatores, entre eles: a quantidade de matérias que você irá cursar, o cursinho que irá frequentar (há grande diferença de preços e de qualidade, não necessariamente proporcionais), o tempo gasto até a aprovação, as eventuais despesas de morar fora etc. Mesmo se alguém quiser só uma estimativa, uma margem de gastos, não tem como dar. Você pode gastar R$2.000, R$10.000, R$20.000 ou mais só com cursinho, então, infelizmente, essa informação é muito relativa. - Vou começar a estudar do “zero”. Por onde começo? Não sei o que dizer nessa situação. Talvez, por História Mundial. Fazer uma prova de primeira fase antiga, só para ter uma noção geral do nível da prova, pode ajudar (mas também pode desanimar, e muito). Tente equilibrar as coisas: um

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pouco de História, Geografia e Português (que são revisões dos tempos de colégio), passe para as demais disciplinas (Economia e Direito) e acho que Política Internacional pode deixar para começar um pouco depois, já que muita coisa depende de conhecimentos de todas as outras disciplinas. Só não se esqueça de dar atenção, também, às línguas: Inglês, Francês e Espanhol têm sido essenciais. Não as despreze. - Posso ter tatuagem? N~o h| nenhuma proibiç~o. Alguns diziam: “mas eles podem implicar na hora da entrevista”. Problema resolvido, pois n~o h| mais entrevista. H|, apenas, exame médico e psicológico, que só impedem a posse se houver alguma doença séria que incapacite o candidato ao eficaz exercício da profissão. - Preciso fazer Direito ou Relações Internacionais? Não. Qualquer curso superior reconhecido pelo MEC é válido. De todo modo, acho que predominam, entre os aprovados, os formados nessas áreas. Em 2011, foram 9 graduados em Direito e 7 graduados em Relações Internacionais. Apesar disso, houve, também, aprovados graduados em: Filosofia, Comunicação, Psicologia, Publicidade, Antropologia, Economia, Jornalismo, Administração e Letras – Alemão. - Se eu tiver mais de uma graduação/especialização/mestrado/doutorado/PhD, levo vantagem no concurso? Não. Ter mais de uma graduação, especialização, mestrado, doutorado, PhD, experiência profissional, tudo isso não acrescenta nada à pontuação do candidato no concurso. A única coisa que conta para a aprovação é a nota nas provas do concurso e ponto. Não sei se existe uma estatística quanto à parcela dos aprovados que tem um adicional à formação do curso superior, mas eu, mesmo, não tenho nada além de minha graduação e não acho que isso tenha prejudicado ou dificultado em absolutamente nada minha preparação. - No CACD, é possível escolher entre Francês OU Espanhol? Não! Francês E Espanhol. Não sei se muitos se confundem porque, há alguns anos, era diferente, mas ambas as línguas são obrigatórias na quarta fase (em 2011, as provas das duas línguas foram realizadas simultaneamente, com as questões de 1 a 10 de Espanhol e de 11 a 20 de Francês). - Há cotas no concurso? Mais ou menos. Não há reserva de vagas para afrodescendentes, se é o que você pensou. Em 2011, o concurso passou a contar com um bônus para afrodescendentes. No momento da inscrição, os candidatos podiam declarar-se afrodescendentes. Além de convocar para a segunda fase os 300 candidatos mais bem colocados na primeira fase, os próximos 30 candidatos que se houvessem declarado afrodescendentes também foram convocados, com um total de 330 aprovados na primeira fase (mais os aprovados portadores de deficiência, mas eles têm reserva de vaga, os afrodescendentes não). Da segunda fase em diante, não houve qualquer vantagem para os candidatos afrodescendente que foram aprovados na primeira fase entre as trinta vagas adicionais, competindo de igual para igual com os demais. - E as bolsas de estudos para afrodescendentes? Todos os anos (normalmente, no segundo semestre do ano), o Instituto Rio Branco realiza um processo seletivo para candidatos à carreira diplomática que se considerem afrodescendentes e que necessitem de ajuda financeira, para bancar os estudos (“Bolsa-Prêmio de Vocação para a Diplomacia”), que d| bolsa de estudos de R$25.000 aos selecionados. Maiores informações podem ser conseguidas na página do Instituto Rio Branco (http://www.institutoriobranco.mre.gov.br/pt-br/programa_de_acao_afirmativa.xml) ou no site do Cespe (página do processo de 2010: http://www.cespe.unb.br/concursos/IRBRBOLSA2010/) Várias outras perguntas frequentes são respondidas no site do Instituto Rio Branco, no endereço: http://www.institutoriobranco.mre.gov.br/pt-br/perguntas_freq%C3%BCentes.xml Consulte, também, a “FAQ do Godinho”, indicada anteriormente e disponível no endereço:

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Parte III – A PREPARAÇÃO

SUMÁRIO – Parte III

INTRODUÇÃO

O objetivo, aqui, é considerar algumas temáticas que considero relevantes quanto à preparação para o concurso e à resolução das provas em todas as fases. Várias das sugestões de leituras indicadas nesta parte e na próxima, assim como diversos textos e resumos que tenho, foram disponibilizadas na página http://relunb.wordpress.com. Nesse site, você também encontrará resumos das matérias obrigatórias e optativas do curso de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, além de resumos e de diversos arquivos, para auxiliar na preparação para o CACD. Faça bom uso. Todas as vezes em que eu me referir, neste documento, ao “REL UnB”, leia-se esse site.

Esta parte está dividida em cinco seções. Em primeiro lugar, um relato de minha experiência de estudos, com importantes sugestões de amigos e de conhecidos e com diversas contribuições recolhidas de sites e de fóruns na internet. Não se trata, propriamente, de recomendação, uma vez que cada um deve adaptar seus estudos às condições em que se encontra (tempo de dedicação, material disponível etc.), mas espero que sirva, ao menos, de uma orientação inicial a quem estiver um pouco perdido, para que possa programar seus estudos e ganhar tempo.

Muitos já me perguntaram quais matérias são recomendáveis na universidade. Embora isso seja muito relativo, visto que professores diferentes podem dar a mesma matéria de maneira completamente distinta, fiz uma lista, para facilitar a vida de quem, mesmo sabendo dessas limitações, quer algum conselho nesse aspecto. Essa relação de disciplinas está na segunda seção desta parte.

Na terceira seção, trato dos cursos preparatórios para o CACD. Na seção seguinte, falo um pouco sobre algumas sugestões e “macetes” para a hora das provas. Na quinta e última seção desta parte, trato, rapidamente, de algumas considerações (que julgo importantes) a respeito da interposição de recursos aos gabaritos (na primeira fase) e às correções (nas demais fases) do concurso.

Agora, vamos ao que interessa.

Introdução

Os Estudos

A UnB e o CACD

Cursos Preparatórios

As Provas

Primeira Fase

Segunda Fase

Terceira Fase

Quarta Fase

Interposição de Recursos

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42

47

47

49

52

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OS ESTUDOS

Confesso que, no início dos estudos, foi bastante frustrante aprender coisas que eu, supostamente, deveria haver aprendido na universidade, no curso de Relações Internacionais. Mesmo as matérias que considerei ótimas na universidade nem sempre foram de tanta utilidade quanto eu achei que seriam. Sem dúvida, aprendi muito mais coisas úteis ao CACD nos meses de estudos pré-primeira fase do que nos quatro anos de graduação. Espero, assim, desfazer o mito: Relações Internacionais não é condição sine qua non para a aprovação no CACD. Por isso, acredito que, independentemente do curso superior que você tenha feito, o que mais importa é sua dedicação aos estudos. Não se preocupe: é possível recuperar o tempo perdido em menos tempo do que se imagina. Com disciplina e com foco, é possível, sim, começar a estudar alguns meses antes do concurso e ser aprovado. Ter disciplina é tão importante quanto ser pragmático. Não importa se você terá três meses, três anos ou três décadas de preparação, será impossível conseguir estudar tudo o que poderia ser cobrado no concurso. Como ninguém quer estudar o que poderia ser cobrado, mas o que, de fato, será cobrado, ter noção disso já é um passo fundamental para a preparação. Retomarei essas considerações mais adiante.

Se você ainda não fez um curso superior, acho que isso já servirá de “alerta”. Em primeiro lugar, tenho muitos amigos que entraram na universidade, no curso de Relações Internacionais, com certeza absoluta de que queriam ser diplomatas. Depois de um ou dois anos de curso, grande parte mudou de opinião. Eu, mesmo, não pretendia ser diplomata até meados da graduação, e não sei muito bem o que me levou a escolher a profissão, acho que foi uma série de coisas que eu não seria capaz de enumerar exaustivamente. Por isso, acho muito precipitado (já ouvi até professores de cursinho recomendando isso) que alguém tente iniciar sua preparação antes mesmo da universidade, acompanhando as notícias todos os dias, lendo os livros da bibliografia ou coisa do tipo. Em primeiro lugar, se eu me esquecia das coisas que havia estudado no dia anterior à prova da terceira fase, imagine alguém se lembrar de uma notícia que leu há quatro anos, no mínimo? Em segundo lugar, nem se isso fosse possível (ainda que você faça clippings de notícias etc.), não acho que seja necessário. Não senti nenhuma dificuldade que a falta de acompanhamento de notícias anteriores ao início de minha preparação para o concurso tenha provocado. Acho que é melhor você se preocupar com outras coisas primeiramente. Ao contrário do que muitos pensam, Relações Internacionais n~o é um “megacursinho preparatório para o IRBR”, e o curso também não me ajudou em nada com as notícias que não acompanhei nesse período.

Se você tem certeza de que quer ser diplomata, o máximo que eu aconselharia seria investir no aprendizado de línguas: Inglês, Espanhol e Francês. Do resto você pode dar conta, perfeitamente, em momento oportuno. Faça o que você mais gosta e o que mais lhe interessar. Como qualquer graduação é válida para ser diplomata, há profissionais das mais diversas áreas de formação no IRBr, e acho que isso enriquece bastante tanto sua convivência com outras pessoas no MRE quanto a experiência de trabalho do Ministério. Boa parte dos aprovados é, tradicionalmente, de Direito e de Relações Internacionais, eu acho (provavelmente, penso eu, não porque as respectivas graduações tenham contribuído enormemente para a aprovação, mas porque talvez seja mais provável que um estudante de algum desses cursos se interesse pela diplomacia do que outro de Física ou de Medicina, por exemplo, mas não sei, só uma hipótese), mas há diplomatas de todas as formações imagináveis.

Com relação ao método de estudos, não sei se tenho muito a acrescentar ao que todo mundo já sabe. Nunca vi nenhum método fabuloso de estudos que me tenha motivado a tentar segui-lo, por isso nem me esforçarei para tentar propor algo nesse sentido. Mais uma vez, é um mero relato de como fiz nos sete meses de estudos mais sérios que tive (setembro 2010 – março 2011) antes do concurso e nos três meses de duração das provas do concurso (abril – julho 2011).

Li muitas recomendações de estudos e de leituras, mas, às vezes, tinha a sensação de que faltavam depoimentos de “gente como a gente”, que procrastina, que enrola, que tenta se sabotar (e que

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tenta cair na autossabotagem) etc. O motivo para isso é muito simples: se você é assim, ou tenta adaptar seus métodos de estudos às condições em que se encontra, ou não haverá outro jeito. Tentar passar na base da “enrolaç~o” n~o funciona. Meu maior desafio n~o era a falta de foco, mas o tempo de preparação. Muitos estudam por anos e anos, e eu sabia que a concorrência não seria nada fácil, ainda mais com um número reduzido de vagas com relação ao concurso anterior. Desse modo, tive de cortar leituras desnecessárias, adaptando meus estudos ao tempo que tinha disponível. O relato apresentado a seguir baseia-se, portanto, em uma metodologia voltada para estudos de curto prazo. Se você tiver mais tempo de preparação, ótimo. Há muitos outros relatos disponíveis na internet de candidatos aprovados que relatam seus estudos com mais tempo de preparação, com vasta leitura bibliográfica etc. Tentei reunir todos os relatos que eu encontrei na parte IV desse documento, de modo que os candidatos que estejam a fim de um pouco mais de embasamento nos estudos tenham boas referências. De todo modo, esta parte, por ser voltada a minha preparação, tratará de uma estratégia mais instantânea de estudos. Espero que seja útil.

Em minha tentativa de planejar uma estratégia que permitisse conciliar o tempo reduzido de estudos e a quantidade de conteúdo necessária para o concurso, o que foi mais importante foi, sem dúvida, determinar o que seria útil e o que não seria. Não há melhor maneira de fazer isso que ler as provas anteriores do concurso, resolver os TPS, estudar os Guias de Estudos etc. No fim das contas, o tempo reduzido acabou sendo meu aliado. Se eu tivesse mais tempo de preparação, provavelmente perderia mais tempo com leituras desnecessárias para o CACD e com metodologias de estudo não muito eficazes. Desse modo, o modo de estudar que planejei e que segui em minha preparação para o CACD teve suas bases na necessidade de pragmatismo, de estudar apenas o que seria indispensável para o concurso. Por isso, se você for metódico e mais ortodoxo com relação aos estudos, já aviso que poderá desprezar minha experiência pessoal e partir para os estudos, porque todos os meus relatos a seguir estão baseados nessa filosofia de vida da arte do pragmatismo de meios.

Comecei a estudar ainda durante o fim da graduação (graduei-me no segundo semestre de 2010), inicialmente lendo algumas coisas de Introdução ao Direito e de Direito Interno, já que minha Introdução ao Direito foi horrível e quase não vi Direito interno na graduação. Resumo desses estudos iniciais: perda de tempo. Eu não tinha muita noção do que deveria estudar, comecei estudando o básico do básico em Direito e acabei me perdendo, gastando mais tempo que deveria com o que, no fim das contas, é inútil para o concurso. É aqui que começa a entrar o necessário pragmatismo, que, a meu ver, torna possível ser aprovado sem anos e anos de estudos. Cai introdução ao Direito nas questões do concurso? Não. Logo, não havia motivos para perder tempo com isso. “Ah, se você n~o estudar a introduç~o, ficar| perdido e n~o conseguir| entender as partes mais importantes e substantivas posteriores”. Todo mundo sabe que isso é conversa fiada de universidade. Se você quisesse fazer correlações entre o Direito interno e a teoria do Direito de Miguel Reale e não sei o quê, tudo bem, mas isso se faz na universidade, não no concurso. Cai Miguel Reale no concurso? Não, então o desprezei. Uma coisa é o estudo de universidade, em que se busca adquirir conhecimentos amplos, para que os alunos sejam capazes de relacionar a importância do fundamento teórico de criação de uma disciplina e a teorização contemporânea sobre o que quer que seja. Outra coisa completamente diferente é aprender o que cai no CACD e o que você terá de saber para a prova, e aí todo esse conhecimento básico, em minha opinião, dá apenas uma sensação falsa de conhecimento que, feliz ou infelizmente, não será cobrado no concurso.

Depois dessa improdutiva tentativa de leituras iniciais (cerca de dois meses), comecei a fazer cursinho preparatório de algumas matérias (Política Internacional, Português, Geografia, Direito e Redação, nem todas no mesmo cursinho) ainda durante os últimos meses de graduação (tinha uma aula no cursinho, inclusive, no mesmo horário de uma matéria da UnB, e era ótimo, porque eu tinha desculpa para não ir à UnB, às 8h da manhã, duas vezes por semana, para ouvir sobre a Guerra do Peloponeso). No início, ainda dividia os estudos para o CACD com os estudos finais da universidade, e, até o fim de 2010, tudo o que fiz foi seguir as indicações de leitura dos cursinhos e fazer as provas antigas da primeira fase. Hoje, percebo que eu poderia ter ganhado mais tempo caso tivesse optado

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por algo um pouco diferente, e meus estudos de setembro a dezembro não foram muito produtivos, apenas parcialmente. Já explico mais.

Em primeiro lugar, as leituras dos cursinhos são, no geral, horríveis. Não falo isso com base apenas nas matérias que fiz. Tive acesso a muitas indicações de bibliografias de todas as disciplinas, de diversos cursinhos e de diversas fontes de internet. As indicações de cursinhos são, sem exceção que eu tenha visto, muito ruins. Tenho certeza de que é provável que a maioria das pessoas que lerão isso ficará meio chocada, mas é minha opinião. Não sei o que os professores querem, mas acho que falta objetividade, pragmatismo e praticidade. Inicialmente, eu tinha a impressão de que, se eu lesse todas as bibliografias indicadas pelos professores de cursinho, estaria plenamente preparado para o concurso, mas isso está longe de ser verdade. Li muitos textos ruins, vagos, não objetivos e praticamente inúteis para o CACD. Nesse ponto, acho que falta a alguns professores a capacidade de pensar que os alunos têm outras nove disciplinas para estudar e que muitos desses alunos estão tentando o concurso pela primeira vez (ou seja, eles terão trabalho dobrado a fazer em curto espaço de tempo). Não é a hora de construir conhecimento básico. Por isso, considero que foram inúteis meus estudos iniciais de Introdução ao Direito relatados acima.

O que quero dizer com isso é que o pragmatismo necessário para a aprovação baseada em um período reduzido de tempo está em evitar, ao máximo, perder tempo com o que não será cobrado diretamente no concurso. Ninguém precisa ficar “expert” em Direito ou em qualquer outra matéria. Todas as provas da segunda e da terceira fases têm o mesmo valor, o que significa que de nada adianta um 100 em Direito, se você não for bem, também, em todas as outras (refiro-me ao Direito apenas para aproveitar minha experiência acima descrita). Isso é ainda mais válido em concursos com número menor de vagas, como o de 2011. Uma página lida de matéria que não será cobrada é tempo jogado fora, e ser capaz de abandonar um livro ou um texto qualquer no meio, por ser ruim e/ou inútil, é uma arte que deve, em minha opinião, ser aprendida por todos. Você precisará ter a capacidade necessária para discernir o que é importante para o CACD e o que não é. Não há outra maneira de fazer isso, senão estudar, cuidadosamente, as provas anteriores. Para a primeira fase, fazer as provas dos últimos concursos é fundamental nesse sentido. Para a terceira, ler os Guias de Estudos e fichar os melhores argumentos também pode ser muito importante.

Mais uma vez, volto a insistir na necessidade do pragmatismo. Já vi gente estudando Revolução Gloriosa e Reforma Protestante, lendo O Príncipe, de Maquiavel, e outras obras de autores clássicos da política. Antes de ler qualquer coisa, acho que é fundamental parar e pensar no seguinte: 1) Está no Guia de Estudos? 2) Já caiu em outros concursos? Se está no Guia de Estudos e caiu em outros concursos, é claro que você deve dedicar alguma atenção àquilo (vale ponderar, também, a incidência do tema; se Napoleão III foi cobrado uma única vez em nove provas de primeira fase que você fez, você não precisa ler e decorar toda a biografia do homem, não é?). Se está no Guia de Estudos e não caiu em outros concursos, não deixe de dar alguma atenção àquele tema, mas não dedique tempo excessivo a ele. Se não está no Guia de Estudos e caiu em outros concursos, das duas uma: ou o Guia de Estudos foi modificado daquele concurso para cá (desse modo, entre no site do Cespe e confira, na seção de concursos antigos, eventuais modificações no Guia de Estudos), ou a banca enquadrou esse tema em alguma divisão muito genérica do Guia de Estudos. O maior problema, entretanto, está aqui: se não está no Guia de Estudos e não foi cobrado em concursos anteriores, não perca seu tempo com isso! Pode parecer muito óbvio, mas digo apenas porque já vi isso acontecer várias vezes. Para quem terá pouco tempo de preparação, esse tempo perdido pode custar caro mais para frente. É importante que um diplomata saiba, ao menos, que a Revolução Gloriosa existiu? Claro, espero que sim, mas não estamos falando de formar diplomatas, estamos falando de passar em um concurso. Depois de passar, aí, sim, poderemos preocupar-nos com o que quer que seja. Enquanto a meta for a aprovação no concurso, acho que o melhor a fazer é ter os pés no chão, os olhos no Guia de Estudos e a cabeça iluminada pelo pragmatismo do Barão. Voltarei a tratar dos Guias de Estudos a seguir.

Depois de minha improdutiva fase inicial de estudos, comecei a fazer cursinho de algumas matérias em setembro (algumas começaram em outubro, pois eram em outro cursinho). Português, Direito e

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Redação Português foram muito boas (ainda que eu não considere o cursinho de Direito indispensável para a primeira fase, por melhor que ele seja).

Português foi muito bom porque o professor conhece muito a prova e a banca do Cespe, então não nos ensinou nada que não fosse indispensável para a prova. Ainda que eu já soubesse muita coisa de Português (pois me lembrava de muita coisa do ensino médio) e tivesse uma Gramática que poderia haver me ajudado com os estudos, achei fundamental o curso com esse professor porque, por conhecer muito bem a prova, ele é capaz de ensinar, exatamente, o que a banca espera como gabarito para questões de certo tipo e qual é a “jurisprudência” do Cespe em questões relativas a algunos tópicos que são, frequentemente, controversos para os principais gramáticos. Estudei apenas por minhas notas de aula e pelos exercícios desse professor. O professor é o Luis Ladeira, que dá aulas em Brasília (e em um curso online também). Não vou fazer propaganda do cursinho, porque acho que o mérito é todo do Luis. Pesquise no Google que você acha. Direito, como eu disse, foi muito bom, mas não acho seja indispensável para a primeira fase. Boas recomendações de leitura podem dar conta do recado perfeitamente. Redação Português é, indiscutivelmente, essencial. Não vou me estender no assunto, pois trato desse tema em outras partes deste documento.

As duas outras matérias que fiz mas não gostei foram porque achei o professor ruim mesmo, ou porque, apesar de não parecer ruim, acabou atrapalhando mais do que ajudando. Em comum, essas matérias que não valeram a pena tinham bibliografia recomendada ruim ou péssima, o que me deixou com a dúvida: o que estudar para as demais matérias agora?

Todos os anos, para quem não sabe, a banca organizadora do concurso publica, além do edital, um Guia de Estudos (que sai, normalmente, após a publicação do edital), que contém duas coisas principais: a relação exaustiva dos conteúdos exigidos no concurso e a seleção das melhores respostas da segunda e da terceira fases, escolhidas entre as respostas dos aprovados no concurso anterior10. O termo “exaustiva” é usado no sentido contr|rio ao de “meramente exemplificativa”, ou seja, o que não está no Guia de Estudos não será objeto de cobrança do concurso, simples assim.

Quando percebi que meus estudos iniciais estavam caminhando a passos lentos, cheguei à conclusão de que era necessário reformular minha estratégia de estudos, e a primeira coisa que fiz foi imprimir a relação dos conteúdos exigidos no concurso do ano anterior e colar na parede, na frente de minha mesa de estudos (como o Guia de Estudos do concurso de 2011 só foi publicado no fim de janeiro, ative-me, inicialmente, aos conteúdos do Guia de 2010; quando o Guia de 2011 foi publicado, imprimi-o e passei a seguir os conteúdos por ele). À medida que eu estudava um tópico, riscava-o na lista. Achei válido isso porque, ao mesmo tempo em que motivava, por eu perceber que os estudos estavam rendendo e avançando, também era um estímulo para não perder tempo como já havia perdido anteriormente, com o risco de não conseguir terminar todos os tópicos antes do concurso. É claro que alguns conteúdos foram vistos com mais rapidez que outros, mas consegui estudar ao menos alguma coisa de cada tópico até cerca de três semanas antes da primeira fase, quando comecei minha maratona de revisão (algumas matérias que eu já sabia, como Português, Inglês e muita coisa de Economia, eu nem estudei, acho que isso me ajudou a ganhar algum tempo; de qualquer forma, corri com os estudos de muitos itens, para conseguir cumprir os prazos que eu havia estabelecido, e alguns tópicos foram vistos em poucos minutos).

O fundamental, além de seguir o Guia de Estudos à risca, é estudar todas as matérias de maneira bem distribuída. Claro que, se você tem mais dificuldades em Economia, por exemplo, deverá gastar mais tempo com essa matéria, mas não se esqueça das demais. Além disso, não é porque uma matéria tem peso menor que outras na primeira fase (como História do Brasil em relação a História Mundial, por exemplo) que você deve deixá-la de lado. Lembre-se de que boa parte dessas matérias (entre elas, História do Brasil) será cobrada novamente, na terceira fase, com peso igual ao das demais. Tentar recuperar o tempo perdido para a terceira fase em matérias mais exigentes, como

10 Até 2010, havia, ainda, uma seleção enorme de bibliografias recomendadas, mas a banca organizadora, sem motivo declarado, resolveu suprimir toda a indicação de bibliografia no Guia de Estudos de 2011.

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História do Brasil e Política Internacional, por exemplo, pode ser catastrófico, se você não tiver as orientações adequadas. Se não der tempo mesmo e você tiver de escolher uma matéria para não estudar nada para a primeira fase, aí, sim, acho que vale a pena considerar descartar as matérias de menor peso relativo na primeira fase (conheço gente que fez a primeira fase sem abrir nenhum livro de Geografia e, ainda assim, acertou boa parte das questões da matéria e conseguiu passar para a segunda fase).

Já vi muitos falando que fizeram grades horárias determinadas, que toda segunda-feira, das x às y horas, estudavam tal matéria, mas isso não serve para mim, e tive de lidar com isso. Senti que meus estudos começaram a render quando comecei a tentar programar meus estudos não por horários, mas por leituras, mas sem muitas regras rígidas. Fiz uma planilha em que listei tudo o que eu pretendia ler (sempre acrescentava algumas coisas nessa lista). Dessa relação de leituras, eu selecionava, no fim de semana, o que leria na semana seguinte. Se visse que não daria conta, apertava o passo e tentava recuperar o tempo perdido, o que nem sempre conseguia. Se acabasse tudo antes de a semana terminar (raridade), não me dava descanso, continuava lendo o que estava reservado para as semanas seguintes. Não segui à risca tudo o que eu havia programado. Às vezes, rendia mais estudando uma matéria só por três dias seguidos; outras vezes, estudava três ou quatro matérias em um dia só. Dependia muito do dia, da matéria, da leitura etc. Nessa situação, percebi que o que valeria mais a pena seria continuar esse esquema, atendo-me ao Guia de Estudos e às provas anteriores, e aí começaram meus tempos áureos de estudos.

Mais importante para mim que qualquer planejamento ou disciplina com horários fixos foi, sem dúvidas, estudar pelas provas antigas. Estudar como? Comecei com as provas de primeira fase. Fiz todas as provas de 2003 a 2010. Não tive metodologia preferida (fazer tudo de uma vez só, fazer de dez em dez questões etc.), não senti que isso tenha afetado o rendimento. O mais importante era, depois de fazer a prova, corrigi-la item por item. Isso não significa só ver o que você acertou e o que errou, ou estudar só o que errou. É claro que, às vezes, ficamos um pouco na dúvida e marcamos um item um pouco contrariados, mas acabamos acertando. Para essas situações, é muito útil, também, estudar aquilo que acertamos. Assim, corrigi todas as provas item por item. Se não entendia o gabarito, ou discordava dele, procurava na bibliografia da matéria ou na internet. A propósito, na página http://www.questoesdeconcursos.com.br, há todas as questões das provas da primeira fase de 2003 a 2011 com gabarito (todas as provas est~o disponíveis para download no “REL UnB”). N~o sugiro que você faça as provas no “Questões de Concursos”, apenas confira os eventuais comentários acerca dos itens das questões (há um limite de resolução diária na modalidade gratuita). Muitas das minhas dúvidas foram respondidas por lá. No fim das contas, depois de estudar todos os itens das provas (fazendo as devidas anotações, porque ler sem anotar equivale a não ler, em meu caso), passava à prova seguinte. Fiz isso com todas as provas. Quando terminei, voltei e refiz tudo. É claro que continuei errando uma coisa ou outra, e o ritual repetia-se: voltava a revisar os itens da prova, anotava alguns tópicos da matéria correspondente etc. Às vésperas da primeira fase, usei essas anotações como parte da revisão. Bastantes itens aparecem de novo, com outra “cara”. Por isso, acho fundamental estudar pelas provas antigas.

Falemos, agora, de resumos e de fichamentos. Uso os dois termos como sinônimos mesmo. Já aviso que fazer resumos ou fichamentos é uma coisa muito pessoal: uns gostam, outros não. Se você não gosta, isso não significa que seja bom ou ruim (já vi várias pessoas que passaram e disseram que fizeram ou que não fizeram fichamentos). O objetivo de meus fichamentos é compilar as principais informações de um texto para revisão futura. Lendo um texto uma única vez, não gravo muito do que deveria, por isso usei fichamentos. Não acho que seja a hora de tentar escrever com minhas próprias palavras, de não copiar o autor, de tentar sintetizar as principais ideias, de nada disso. Para mim, os fichamentos são cópias literais das frases e das informações mais importantes do livro. Dessa maneira, os fichamentos ficam enormes (alguns, como o do Amado Cervo, com mais de 50 páginas digitadas), e é esse meu objetivo. Um dos principais problemas do CACD é a grande quantidade de informação que você tem de guardar e de ser capaz de acessar em curto espaço de tempo. Como eu não gravo muita coisa da primeira vez que leio, minha intenção, ao fazer fichamentos, é, justamente, servir de referência para futuras revisões. Depois de fazer um

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fichamento, jamais voltarei a ler aquele livro novamente, então o objetivo era conter o máximo de informação relevante possível no fichamento. Assim, nas vésperas das provas, eu estudaria apenas pelos fichamentos, e foi o que mais deu certo para mim.

Não tenho técnica para fazer os fichamentos, apesar de já haver lido diversas sugestões a respeito. O que faço é ler o livro com o computador aberto e digitar tudo o que eu achar importante, enquanto vou lendo mesmo. Talvez você ache: mas assim eu não vou entender ou aprender muita coisa, já que interrompo toda hora, para digitar. O intuito, entretanto, não é aprender, é resumir. Aprender, decorar ou o que quer que seja eu só faria posteriormente, quando fosse revisar os conteúdos. Logo, não aprender direito durante a escrita do fichamento não é um problema, é parte prevista do processo. Aprender, de fato, fica para mais tarde. Sei que muitos não gostam disso, mas foi a metodologia que escolhi. Já vi gente que, ao invés de fazer fichamentos, prefere ler grifando e fazendo anotações nas margens. Depois, é só retomar o que grifou/anotou. Cada um deve escolher o que preferir. Eu preferi os fichamentos porque achava mais fácil e mais organizado (já que nem todos os livros que li eram meus, eu não poderia grifar e anotar em todos eles; além disso, acho os fichamentos uma maneira mais fácil de revisão, para não ter de voltar livro por livro, conferindo o que grifei/anotei).

Desse modo, fichei os principais livros relativos aos tópicos de conteúdos de cada matéria (em algumas ocasiões, como em História do Brasil e em História Mundial, por exemplo, optei por livros diferentes dos tradicionalmente recomendados para os estudos, como indicarei posteriormente). Nas últimas semanas anteriores à primeira fase, li meus fichamentos e minhas anotações sobre as provas anteriores, o que foi ótima revisão e me rendeu uma pontuação razoável na primeira fase. Entre a primeira fase e a terceira, completei alguns fichamentos, simplifiquei outros, terminei mais alguns. Posteriormente, na semana referente às respectivas provas de terceira fase, li apenas os fichamentos novamente, à exaustão. Por um lado, isso pode ser ruim, por limitar a fonte de conteúdos estudados; por outro, foi ótimo para mim, já que, assim, evitei estudos dispersos e pude concentrar-me no que, de fato, é principal e mais importante. Além disso, com os fichamentos, eu tinha material para os estudos de vésperas, sem precisar consultar vários livros grifados e anotados. Para provas discursivas, considerei que os fichamentos seriam a melhor metodologia a ser adotada. Ainda que você não saiba tudo sobre determinado assunto, saberá um pouco de todos, e, com base nisso, dá para responder a quase qualquer pergunta da terceira fase, mesmo que seja necess|rio “enrolar” um pouco. O maior problema, entretanto, é achar que isso é uma fórmula geral, e que todos os livros deverão ser fichados. Não é bem assim. Ainda falarei mais detidamente de bibliografias na Parte IV, mas segue uma lista rápida dos livros que resumi:

- História Mundial: apostilas do Anglo, O Mundo Contemporâneo (Demétrio Magnoli), História das Relações Internacionais Contemporâneas (José Flávio Sombra Saraiva) – ignorei os livros do Hobsbawm completamente, e foi uma das melhores coisas que fiz; acho que fichá-los por completo pode ser grande perda de tempo.

- História do Brasil: apostilas do Anglo, Navegantes, Bandeirantes, Diplomatas (Synesio Sampaio Goes Filho – já tinha o resumo, não voltei ao livro), História da Política Exterior do Brasil (Amado Cervo e Clodoaldo Bueno) e dois artigos ótimos: “O Império do Brasil e a Argentina (1822-1889)” (Francisco Doratioto) e “Relações Brasil-Argentina: uma an|lise dos avanços e recuos” (Alessandro Warley Candeas) – ignorei Boris Fausto, Maria Yedda Linhares e todos os outros; acho que, em termos práticos, não perdi muita coisa (talvez tenha sido sorte, em função das questões cobradas em 2011; de todo modo, funcionou para mim).

- Geografia: Projeto de Ensino de Geografia do Brasil/Mundial (Demétrio Magnoli) e apostilas do Anglo; procurei, também, muitos dados atualizados na internet (sites governamentais são ótima fonte de informações nesse sentido – v. indicações na Parte IV) – passei longe do Milton Santos.

- Política Internacional: Relações Internacionais: Temas e Agendas (2 v., Lessa e Altemani), “Resumo Executivo” do “Balanço de Política Externa” do MRE, alguns tópicos específicos (constantes do edital) do “Balanço de Política Externa” do MRE, Inserção Internacional (Amado Cervo).

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Para Direito e para Economia, não fichei nada. Para Direito, não acho que valha a pena fichar nenhum livro. Apenas segui a sugest~o de um professor do cursinho e fiz um “resum~o” baseado nos tópicos do Guia de Estudos, o que recomendo fortemente. Copiei as matérias de Direito Internacional do Guia de Estudos e colei no Word (apostei minhas fichas que não cairia Direito Administrativo e Constitucional na terceira fase e não estudei nada). Depois, para cada item do Guia de Estudos, busquei, nos livros do Rezek, do Accioly e do Amaral, alguns tópicos principais referentes àquela parte da matéria. Como a matéria não é muito extensa e eu já sabia bastante coisa (até porque tinha as anotações das aulas de Direito do cursinho preparatório), fiz um documento bem sucinto, que usei nos estudos da semana anterior à prova da terceira fase. Para Economia, não fichei nada mesmo. Estudei por algumas anotações pontuais que eu havia feito sobre alguns tópicos, nenhuma de livros específicos (fiz algumas notas do livro de Microeconomia do Varian, mas não recomendo; apesar de o livro ser interessante, já que gosto bastante de Economia, a utilidade prática no concurso de 2011 não foi nenhuma, e sei que muitos não gostam de Economia, então é melhor ater-se a algo bem mais básico mesmo). A parte de Economia Brasileira eu estudei, integralmente, por minhas anotações da disciplina de Economia Brasileira na universidade.

Eu não recomendo que ninguém invente de fichar todos os livros do Hobsbawm, o Kissinger, o Kennedy, o Morgenthau, qualquer livro que não seja prático, didático e, sobretudo, direto ao ponto, sem informações que serão desnecessárias ao concurso (e, ao mesmo tempo, com o máximo possível de informações úteis). Acho que o que mais importa, na preparação para o CACD, é ser capaz de, ao mesmo tempo, ser seletivo com os conteúdos que serão estudados e estudá-los de maneira bem distribuída, ou seja, não focar apenas em poucas disciplinas. Se você tem um ponto fraco (o da maioria, acredito eu, deve ser Economia), ataque-o com tudo o que puder, mas não deixe que isso consuma a maior parte do tempo de sua preparação, pois de nada adiantará. O contrário também é válido: cuidado para não estudar só o que gosta e deixar o resto de lado. Equilíbrio é fundamental, e isso pode fazer enorme diferença no final. Por experiência de quem já viu muita gente com nota boa ficar de fora por causa das línguas, fica o aviso: não ignore Francês e Espanhol! Podem ser muito mais úteis do que você imagina. Um acento errado em uma palavra de uma dessas provas pode deixar um candidato de fora (e isso não é um exagero).

É necessário, também, estabelecer prioridades: por que estudar um livro de 300 páginas sobre o golpe de 1930, se você houver estudado muito pouco de Império, por exemplo? Além disso, acho importante partir do geral para o mais específico, por motivos óbvios. Comece com livros mais didáticos, mais genéricos. Para História do Brasil, por exemplo, acho melhor começar com um livro de ensino médio e, depois, partir para o Amado Cervo (veja as sugestões de bibliografia na Parte IV). Tudo, sempre, com o Guia de Estudos do lado, para não correr o risco de estudar o que não precisa.

Para comprar livros, ou para baixá-los da Internet, acho que podem ser úteis algumas ferramentas, como: Estante Virtual (página que reúne milhões de livros disponíveis em sebos por todo o Brasil - http://www.estantevirtual.com.br/), 4shared (página em que os usuários podem carregar arquivos a ser compartilhados; há muitos livros, resumos, artigos etc. - http://www.4shared.com) e Scribd (função semelhante à do 4shared – http://www.scribd.com).

Há três tipos de candidatos no CACD: os que sabem muito, os que sabem um pouco e os preguiçosos. Os aprovados vêm, sempre, de um dos dois grupos iniciais (ainda que muita gente desses dois grupos fique de fora, por motivos óbvios de limite de vagas). Os preguiçosos não passam pelo simples motivo de que mesmo uma metodologia de estudos mais objetiva e pragmática, como a que eu indicarei a seguir, n~o tem o objetivo de “levar com a barriga”. Mesmo se você fizer cursinho de todas as matérias e ler todos os textos e livros recomendados, há grande possibilidade de não passar por outra razão também muito simples: o que mais importa é o estudo individual. Sozinho, o cursinho não aprova ninguém. Não ache que só fazer o cursinho adiantará muita coisa. Veja como os cursinhos são lotados e quantos candidatos passam por ali, todos os anos. De todos esses, apenas uma parcela pequena é aprovada, e, sem dúvida, você não encontrará

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preguiçosos nessa parcela. “Ah, mas eu conheço Fulano que passou, sem estudar muito”. Tudo bem, mas não estudar muito não é sinônimo de ser preguiçoso. Preguiçoso é quem acha que fazer o mínimo já está de bom tamanho, e não está.

Para ser aprovado, saber é importante, mas mostrar que sabe é fundamental. Eu disse que passam dois tipos de candidatos, os que sabem muito e os que sabem um pouco, porque só saber algo também não significa nada. Uma pessoa que soubesse todas as matérias do concurso de cor poderia não ser aprovada, e um sujeito que estudou um pouco de cada coisa pode passar. Para a primeira fase, não há muito segredo. O estilo do Cespe é cruel, e sei que muita gente boa fica de fora, mas são as regras do jogo. Infelizmente, não há melhor estratégia que estudar bastante e resolver provas anteriores. Nas provas discursivas do CACD, o que faz a diferença é sua capacidade de demonstrar conhecimento (mesmo que você não o tenha). Em algumas questões da terceira fase, por exemplo, você para e pensa: “o que é isso? Por onde vou começar? Nunca ouvi falar disso”. É nessas horas que a diferença entre o que você sabe e o que você consegue transmitir importa muito. A forma de apresentação das respostas, a sequência lógica de ideias, sua argumentação, tudo isso pode ser mais importante que o conteúdo que você está transmitindo. Muitos podem achar que isso significa que você tem de “escrever difícil”, o que n~o tem nada a ver. Um texto bom e claro n~o tem de ser difícil de ler e cheio de expressões “eruditas”, pelo contrário. O que, realmente, faz a diferença e garante a aprovação, de acordo com meu ponto de vista, é sua capacidade de demonstrar conhecimento, mesmo que você não o tenha, de maneira clara e sintética. Para isso, há estratégias distintas em cada uma das fases do concurso, o que será detalhado a seguir.

Depois de ser aprovado na primeira fase, você tem muito pouco tempo de estudo até a segunda, o que faz essencial começar a preparação para a prova de Redação o quanto antes possível (assim que você conferir o gabarito provisório e perceber que está próximo à média estimada para aprovação, normalmente acima de 60%, comece sua preparação). Não invente de ler todos os livros clássicos da literatura brasileira nesse período curto de preparação. Seja pragmático: a essa altura do campeonato, acho que apenas apostilas ou livros de ensino médio de Literatura e o Introdução ao Brasil: um Banquete nos Trópicos (Lourenço Dantas Mota) podem valer a pena. Não li nenhum livro da bibliografia antiga (Darcy Ribeiro, Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e companhia), só estudei pelos livros indicados acima. Mais detalhes serão dados na Parte IV. Na segunda fase, uma das coisas mais importantes é não errar gramática. Atenção aos três erros mais comuns dos alunos no cursinho preparatório para a segunda fase: regência (incluindo uso do acento grave), colocação pronominal e pontuação (especialmente a vírgula). Para isso, faça todos os exercícios propostos no cursinho preparatório (por mais chatas que sejam as propostas), veja o máximo de espelhos antigos que conseguir (não consegui quase nenhum, apenas alguns muito antigos, que não serviram para muita coisa; de preferência, veja espelhos com vários erros, para você aprender o que não deve repetir).

Aproveitando o assunto “espelhos de prova”, minha opini~o é que s~o muito úteis para as provas de idiomas: Redação/Português, Inglês, Espanhol e Francês. Para as demais provas, acho bastante inúteis. Em primeiro lugar, nas provas discursivas de Política Internacional, de História do Brasil, de Geografia, de Direito e de Economia, não há nenhuma marcação feita pela banca corretora. Assim você não sabe o que está certo e o que não está, o que foi valorizado pela banca e o que foi apenado, nada disso. Para essas matérias, muito mais úteis que os espelhos de prova são as respostas selecionadas nos Guias de Estudos publicados anualmente pelo IRBr (todos os Guias de Estudos, desde o de 1996, est~o disponíveis na p|gina do “REL UnB” (http://relunb.wordpress.com). As respostas selecionadas são aquelas que corresponderam ao que a banca julgou ser a melhor resposta fornecida à questão por um dos candidatos aprovados. Assim, você saberá o estilo de escrita, a organização e os argumentos preferidos da banca corretora. Minha recomendação quanto aos Guias de Estudos é: leia, estude e faça um fichamento de todos os guias mais recentes (antes de 2003 não é tão importante, mas pode valer a pena passar o olho nas questões, pelo menos). Esse fichamento será muito útil nos estudos de revisão para a terceira fase. Para a prova de Redação, é evidente que não é necessário fichar as respostas, mas ter uma noção dos conteúdos cobrados pode ser importante. Na segunda fase de 2011, havia uma questão sobre preconceito racial. Como eu me

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lembrava de haver visto, na prova de segunda fase de 2010, uma quest~o sobre o “equilíbrio de antagonismos” em Gilberto Freyre, adicionei essa referência em meu texto, o que parece ter agradado a banca, já que foi minha melhor nota de texto (fiquei com 18,07/20 nesse exercício – 10/10 em Gramática e 8,07/10 em Texto). O espelho de minha prova de Redação está disponível no “REL UnB”, indicado anteriormente.

Depois que você fizer a segunda fase, terá muito tempo até o resultado provisório, e é fundamental não esperar o resultado final da segunda. Comece a estudar para a terceira fase no dia seguinte à prova de Redação, como se já houvesse passado. É claro que muitos ficam ansiosos com a expectativa do resultado da segunda fase, mas não há mais nada que você possa fazer para essa etapa. As provas já estão nas mãos da banca, o que você precisa e deve fazer é procurar voltar toda a atenção para os estudos das matérias da terceira fase (e da quarta também, obviamente). Deixar para estudar só depois do resultado da segunda fase é enorme perda de tempo. Mesmo que você não seja aprovado, já adiantará os estudos para o concurso seguinte. Conhecimento nunca é perdido.

Passada a segunda fase, acelere o ritmo ainda mais. É muito cansativo e desgastante, mas, depois que a terceira fase começa, o tempo voa. Dividi meus estudos para a terceira fase em dois períodos: até uma semana antes do primeiro fim de semana de provas, continuei sistematizando meus fichamentos, buscando dados mais atuais de Geografia e de Política Internacional, fazendo os últimos fichamentos dos Guias de Estudos antigos etc.; na segunda-feira da semana da primeira prova, comecei a revisão das matérias daquela semana. A seguir, vou dar mais detalhes de minha preparação ao longo das semanas de terceira fase, mas, antes de tudo, deixo claro que a ordem das provas pode mudar de um ano para outro (o que acontece frequentemente).

Nosso primeiro fim de semana de provas era História do Brasil no sábado e Inglês no domingo. De segunda a sexta-feira, estudei apenas História do Brasil dia, tarde e noite. No sábado, após a prova de História do Brasil (todas as provas da terceira fase foram das 9h às 13h), almocei e estudei um pouco de Inglês (apenas revisei alguns exercícios que havia feito no curso preparatório para a terceira fase e gravei algumas palavras e expressões úteis para a redação). Inglês é um conhecimento de mais longo prazo, não senti necessidade de estudar durante a semana. Foquei só em História do Brasil mesmo.

O segundo fim de semana de provas foi de Geografia e de Política Internacional. Como Geografia é bem menos conteúdo, comecei a semana alternando as matérias, com Geografia na parte da manhã e Política Internacional à tarde e à noite. Na terça-feira, percebi que isso não ia dar certo, pois era muita coisa de Política Internacional, então deixei quarta e quinta-feira só para PI, e a sexta-feira foi só de Geografia. No sábado, naturalmente, estudei PI à tarde e à noite.

O terceiro fim de semana de provas foi de Direito e de Economia, somados às duas provas da quarta fase. Como tenho facilidade com Economia, estudei só Direito de segunda a sexta-feira. No sábado, após a prova de Direito, estudei apenas a parte de Economia Brasileira. Espanhol e Francês eu revisei apenas algumas poucas notas do caderno no domingo mesmo, entre a prova de Economia e as provas de línguas.

Nas semanas de revisão, acho que foi fundamental, em primeiro lugar, esquecer a possibilidade de ler qualquer livro novo ou coisa parecida. Eu já estava com todos os fichamentos de livros e de artigos que queria fazer prontos e passei a semana inteira lendo-os exaustivamente, grifando, decorando, revisando os fichamentos dos Guias de Estudos etc. Li artigos novos na semana da prova, sim, porque eu sabia que eram indispensáveis (e todos os que li o foram; li apenas para História do Brasil e Direito, e eles estão indicados na Parte IV), mas ler livros inteiros ou artigos que você acha que podem ser úteis pode ser enorme prejuízo.

Imprimi todos os fichamentos de livros e de artigos que eu tinha e fiz uma apostila enorme que eu carregava para todo lado. Nos dias das provas, lá estava eu com a apostila de fichamentos, lendo até o último segundo antes do início da prova.

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Na realização das provas de terceira fase, acho que, em meu caso, duas coisas foram importantes para um resultado positivo: fazer letra pequena e escrever até a última linha, em todas as questões. Ainda que você não dê conta de tudo o que a questão exigia, é mais provável ter alguma coisa ali que salve. Todo mundo está cansado de saber que prova discursiva não mede, necessariamente, quem sabe mais, mas quem, além de saber alguma coisa, faz prova melhor (ou seja, quem sabe demonstrar conhecimento, ainda que não o tenha). Para isso, não há segredo. Vou insistir mais uma vez quanto à letra. Faça letra pequena na terceira fase11! Não precisa ser aquela coisa mínima que ninguém consegue ler, é óbvio, mas não faça letra grande (minha média é de 10-13 palavras por linha, acho que é um tanto razoável; menos de 10 pode ser preocupante). Você pode falar bastante coisa que não tem muito a ver com a pergunta, mas, pelo menos, o corretor verá que há muita informação ali. Lembre-se de que a forma é algo muito importante na terceira fase, tão ou mais importante que o conteúdo. Por isso, não adianta muito só responder a pergunta diretamente. Exemplificar, fazer correlações, mostrar conhecimento é, sem dúvida, muito importante.

Se você ficar nervoso na hora da prova, não sei no que posso ajudar nesse sentido, pois sou bem calmo, não sei o que é ficar nervoso antes de prova, faço-as na mesma tranquilidade que as faria se fossem em minha casa. De todo modo, acho que, se o nervosismo bater, o melhor pode ser pedir para beber água ou para ir ao banheiro, respirar fundo e essas coisas todas que eu não sei se funcionam de verdade, mas tome cuidado com o tempo. Muitos candidatos têm de fazer conclusões apressadas, pois o tempo pode ser escasso. Ao contrário do que muitos falaram, entretanto, tive tempo de sobra em todas as provas da terceira fase, mas reconheço que alguns gastam mais tempo, então cuidado com o relógio.

Uma coisa para a qual o cursinho preparatório para a terceira fase foi muito útil foi, especialmente, nas matérias de Política Internacional e de Direito. Os professores Paulo Afonso e Tanguy (PI), do Rio de Janeiro, e Ricardo Victalino (Direito), de São Paulo, deram dicas e palestras fantásticas, aproveitei muito do que me falaram, para responder as questões da terceira fase, ainda que indiretamente. Em Política Internacional, conceitos básicos sobre a política externa brasileira atual e as relações do Brasil com a Argentina e com a China, por exemplo, foram fundamentais em três das quatro questões da terceira fase. Em Direito, algumas considerações a respeito das teorias do Estado Constitucional Cooperativo, de Peter Häberle, e do Constitucionalismo Global, de J. J. Gomes Canotilho, foram muito úteis em duas questões da terceira fase (no “REL UnB”, h| alguns artigos sobre essas teorias). Além disso, o Ricardo também sugeriu um artigo excelente, que me foi muito útil para outra questão da terceira fase, que envolvia o Órgão de Apelação da OMC (artigo: “Efetividade do Órgão de Solução de Controvérsias da Organização Mundial do Comércio: uma análise sobre os seus doze primeiros anos de existência e das propostas para seu aperfeiçoamento”, de Marcelo Dias Varella – foi esse o artigo que, como mencionei anteriormente, li na semana da prova; eu tinha certeza de que seria importante, logo não foi perda de tempo). Nas demais matérias, muita coisa foi útil também (o professor de Economia Daniel Sousa, do Rio de Janeiro, chegou a “acertar” duas questões da prova; o professor de História do Brasil, João Daniel, também havia dado aula sobre todo o conteúdo da primeira questão da prova da terceira fase, além de algumas considerações sobre parte da segunda questão; o professor de Geografia, Thiago, também “acertou” uma questão que resolvi só com base na aula dele e ganhei pontuação integral nela)12.

Apesar de todos esses aspectos positivos, acho que é fundamental dizer, e os próprios professores dizem isso nas aulas, que cursinho para a terceira fase não é santo milagreiro. Isso significa dizer que, ainda que acertem alguns conteúdos que serão cobrados nas provas, alguma coisa acabará passando, o que implica o fato de que a maior parcela de responsabilidade com relação aos estudos para a terceira fase está com os próprios candidatos. Além disso, mesmo quando acertam o conteúdo das questões, isso pode não significar muita coisa, já que é necessário, também, que os candidatos saibam expressar o que aprenderam de maneira clara e objetiva, nos moldes apreciados

11 Na terceira fase, só não é necessário na prova de Inglês. 12 Os professores do Rio de Janeiro e de São Paulo a que me referi nesse parágrafo deram aulas e palestras (presenciais ou telepresenciais) no cursinho em Brasília.

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pela banca. Algum tempo antes do concurso, eu tinha a ilusão de que o cursinho de terceira fase seria o remédio para todos os males, mas sinto desapontar aqueles que também achavam isso. É importante? Sem sombra de dúvida, sem o cursinho para a terceira fase, meu rendimento teria sido bem abaixo do que foi, talvez nem fosse aprovado. De todo modo, só cursinho não aprova ninguém. A maior parte da responsabilidade pelos estudos está, em qualquer fase do concurso, com você. É exatamente por isso que julgo primordial saber estudar (o que implica saber como e o quê estudar).

A grande maioria das pessoas com quem já conversei disse que precisa tirar um dia por semana (ou, ao menos, um período de um dos dias da semana), para relaxar. Acho muito válido e recomendo que, se você for um desses, não abra mão desse momento, mesmo às vésperas das provas. Eu nunca senti necessidade extrema de descanso, pois nunca me estressei ou fiquei extremamente exaurido com os estudos, exceto nas últimas semanas do concurso, durante a terceira fase, mas aí já estava quase acabando mesmo, e eu não tinha muito tempo a perder. Estudava todos os dias da semana, o dia todo. Deixei livres apenas os sábados à noite para minha namorada e para eventos sociais (isso até a segunda fase do concurso; depois disso, nem vida social eu tinha mais), e ficava um pouco à toa no domingo, mas estudava uma coisa ou outra. Às vésperas das provas, dez minutos antes de começar a prova, estava estudando, revisando, decorando. Não acho que isso seja bom ou ruim, vai do ritmo de cada um, e não forçar é essencial, para não ser vencido pelo cansaço. Muita gente fica bastante estressada e cansada nas semanas anteriores às provas. Acho que é preciso cuidado apenas para não exagerar no ritmo. Se não der tempo de estudar ou de revisar tudo o que deveria ou gostaria, bem-vindo ao clube. Faça o que estiver ao seu alcance. Deixe o resto com sua memória e com a sorte.

Se seu rendimento variar muito de uma semana para a outra, não se assuste. Eu costumava alternar semanas produtivas e semanas improdutivas com certa regularidade. Quando eu sentia que começava a ficar cansado da matéria e a me dispersar facilmente, mudava os estudos de alguma das seguintes formas: mudava a matéria que estava estudando, fazia exercícios e provas anteriores, relia algumas anotações etc. Vi muitas entrevistas de chanceleres, de chefes de Estado, de acadêmicos na internet. Uma entrevista que vi, aliás, foi-me muito útil em uma questão da prova de terceira fase de Política Internacional (entrevista da embaixadora Maria Luiza Viotti sobre a resolução 1973 do Conselho de Segurança, sobre a situação na Líbia). Há muitos documentários, programas (fica a sugestão do programa Painel, da Globo News; os vídeos são publicados na internet, semanalmente, no endereço http://g1.globo.com/videos/globo-news/globo-news-painel/), aulas virtuais e coisas afins na internet. O YouTube, alguns blogs e comunidades são ótimas fontes em potencial de “estudos alternativos”.

Com relação aos estudos, tenha muito cuidado com as indicações que você vê por aí. Já vi blog de gente que se prepara para o CACD, mas é completamente desorientada, faz indicações de livros inúteis para o concurso e tudo mais. Ponha isto na cabeça: não interessa o que é bom, tradicional e famoso e o que não é; o que importa, mesmo, é o que cai e o que não cai, ponto. Você já viu cair qualquer coisa parecida com Darcy Ribeiro, de Sergio Buarque de Holanda ou de Gilberto Freyre em questão de História do Brasil? Então para quê lê-los? “Ah, mas pode cair na segunda fase”. Em primeiro lugar, não há mais literatura obrigatória para a segunda fase (pelo menos foi assim em 2011). Em segundo lugar, mesmo se cair, os professores de Redação do cursinho falam tudo o que você precisa saber desses autores, então não perca tempo com isso (não é porque esses livros são ruins ou inúteis para conhecimentos gerais da vida; pelo contrário, mas a utilidade prática de sua leitura para o CACD é muito reduzida). Recomendo, no máximo, um resumo curto dessas obras. Mesmo assim, acho perda de tempo, se você for estudar para a primeira ou para a terceira fase. Ler coisas desnecessárias é jogar tempo no lixo, o que pode custar-lhe a aprovação. Seja pragmático sempre. Essa foi minha “filosofia de estudos” para o CACD.

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Algumas ferramentas virtuais úteis que podem auxiliar em sua preparação para o CACD são:

- Blog Estudos Diplomáticos: http://estudosdiplomaticos.blogspot.com/

- Boiling Neurons: http://boilingneurons.com/ (resumos para o CACD; não tem muita coisa, mas pode haver algo de útil)

- grupo “Instituto Rio Branco” no Facebook: http://www.facebook.com/groups/institutoriobranco/

- biblioteca virtual do grupo do Facebook, com diversos materiais para a preparação, como textos, resumos, espelhos de provas de anos anteriores etc. (vale dizer que nem tudo ali é leitura indispensável, mas há algumas coisas boas):

http://www.4shared.com/account/dir/YU1dnvts/sharing.html?rnd=81

- comunidade “Coisas da Diplomacia” no Orkut: http://www.orkut.com.br/Community?cmm=40073 – é verdade que o Orkut está ultrapassado, razão pela qual a comunidade deve ficar mais vazia a cada dia. O que havia de mais interessante nela eram tópicos antigos sobre a carreira, sobre o concurso etc. Li dezenas desses tópicos e procurei reuni-los neste documento, para que você não tenha de entrar na comunidade e fazer toda a busca de novo, como eu fiz. Com o crescimento do grupo do Facebook, acho que a comunidade tem ficado completamente dispensável. Cito-a apenas para o caso de alguém só ter Orkut, não Facebook.

- Diário de uma Jovem Diplomata: http://jovemdiplomata.blogspot.com/

- Fichas Marra: http://fichasmarra.wordpress.com/ (clippings e resumos para o CACD)

- grupos de emails: “CACD IRBr” (http://br.groups.yahoo.com/group/cacdirbr/); “Di|logo Diplom|tico” (http://br.groups.yahoo.com/group/dialogodiplomatico/).

- Introdução à Economia – UnB: http://www.unb.br/face/eco/inteco/ (página da disciplina de Introdução à Economia da UnB, com muitas listas de exercícios, textos, vídeos e reportagens interessantes de Economia).

- Podcasts da Rádio Ponto – UFSC (há alguns podcasts interessantes sobre História, por exemplo):

http://www.radioponto.ufsc.br/index.php?option=com_content&view=category&id=3&Itemid=3

http://www.radioponto.ufsc.br/index.php?option=com_content&view=category&id=6&Itemid=6

- Política Externa: http://www.politicaexterna.com/

- REL UnB: http://relunb.wordpress.com/ (já citado anteriormente, contém vários resumos, dicas, textos e obras completas para download de diversos temas de Relações Internacionais).

- Site do MRE: http://www.mre.gov.br/ (há muita informação útil, muitos “resumos” de determinados conteúdos de política externa brasileira, além de seleções diárias de notícias dos principais jornais do Brasil e do mundo).

Decorar datas, fatos, nomes etc. pode ser muito chato. Por isso, nada melhor que inventar maneiras alternativas de fazê-lo. Inventei músicas, recursos mnemônicos, tudo que pudesse ajudar a lembrar-me das coisas mais facilmente. Com caneta de quadro branco, eu escrevia algumas dessas coisas no azulejo do banheiro e ficava decorando durante o banho. Antes do concurso, eu acharia isso exagero e loucura. Hoje, acho que foi importantíssimo para me ajudar a gravar muitas informações, como nomes de presidentes e de chanceleres, dados estatísticos, datas, eventos. Nas semanas das provas de terceira fase, a parede sempre ficava cheia de coisas das matérias da respectiva semana. Durante as provas, alguns desses esquemas que fiz ajudaram bastante (principalmente História do Brasil, Política Internacional e Direito; anotei e decorei algumas palavras e expressões “bonitas” para a redação de Inglês também).

Além disso, fiz, imprimi e colei na parede, em frente à minha mesa de estudos, uma linha do tempo com os nomes de todos os presidentes do Brasil e de seus respectivos chanceleres (apenas os

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chanceleres do Barão do Rio Branco para cá, exceto os interinos), dos presidentes norte-americanos após a década de 1920 (e dos Secretários de Estado do Kissinger para cá), dos reis/rainhas e dos primeiros-ministros britânicos (os mais importantes a partir da Primeira Guerra Mundial) e de todos os presidentes argentinos desde Perón (primeiro mandato). Sempre que queria dar um tempo nas leituras, eu virava para a linha do tempo e decorava alguma coisa. Esse documento está disponível para download no “REL UnB”.

Todas essas informações podem ser de grande valia, para ser empregadas como complemento a uma resposta na terceira fase. No mínimo, impressiona um pouco a banca, o que já é alguma coisa. É claro que, se você estiver com muito menos tempo que eu tive de preparação, isso pode não ser possível. De todo modo, fica a sugestão.

Quantas horas devo estudar por dia? Quantos meses/anos são necessários para a aprovação? Acho que todo mundo já deveria saber isso, mas sempre vejo essa pergunta em fóruns na internet. É óbvio que não existe “receita de bolo”. Se alguém falar “estudei duas horas por dia” ou “estudei quinze horas por dia”, isso n~o quer dizer nada. Se você estudar o que n~o deve, pode ficar um ano inteiro com quinze horas ininterruptas diárias de estudos que não adiantará muita coisa. Eu, mesmo, nunca cronometrei e nunca parei para pensar direito sobre quantas horas eu estudava por dia. O que importava, de fato, era ter conseguido render bastante, e isso não se mede em horas de estudo, em páginas lidas, em exercícios feitos ou em livros resumidos. Para quem tem problemas de concentração ou mora com a família, por exemplo, pode ser aconselhável estudar em uma biblioteca ou em uma sala de estudos (de cursinhos preparatórios, por exemplo). Como morava sozinho em Brasília e consigo me concentrar facilmente, estudei em casa mesmo (apesar da maldita reforma do revestimento externo do bloco exatamente em frente à minha sacada, que começou semanas antes da primeira fase e durou até depois do fim do concurso, com barulho de furadeira, com rádio ligado no volume máximo e com pedreiro gritando o dia todo).

Não vou fazer propaganda contra ou a favor de nenhum cursinho. Em vários sites e blogs e nos grupos do Facebook e do Orkut informados acima, há bastante informação sobre dinâmica de cursinho, professores recomendados etc. Falando da utilidade dos cursinhos de maneira geral, é, obviamente, tudo muito relativo. Depende de sua familiaridade com a matéria e de sua facilidade de aprendizado. Muitas vezes, se você estudar sozinho, aprenderá mais e ganhará mais tempo que fazendo cursinho, especialmente para a primeira fase (além de economizar dinheiro, já que os preços dos cursinhos não são, em geral, muito camaradas). Nada como sentar na cadeira e estudar, observando, sempre, alguns pontos mais importantes, como: temas de maior recorrência nos últimos concursos, temas contemplados no Guia de Estudos etc. Cuidado apenas com a segunda fase (para Redação, sugiro que todos façam, sim, curso preparatório).

A gente tende a achar que há algumas coisas que só aprenderemos no cursinho (macetes de prova, orientação teórica que a banca prefere), mas, por incrível que pareça, há alguns professores que, por mais que (às vezes) saibam a matéria, não conhecem bem as provas do concurso. Tive, por exemplo, um professor (bem recomendado por alguns) que falou tanta coisa errada, mas tanta coisa errada, que, quando fui revisar as anotações, acho que perdi mais tempo conferindo tudo e corrigindo todos os erros do que se houvesse apenas estudado sozinho. No fim das contas, desisti das anotações e ignorei-as por completo. Outro professor (também muito bem recomendado por algumas pessoas) dava a matéria muito superficialmente e mostrava desconhecer completamente o concurso, a banca e a própria matéria. No fim das contas, acabei abandonando a matéria no meio. É frustrante, principalmente, porque os cursinhos são, em geral, bastante caros.

Não adianta um professor saber bem a matéria (a propósito, nem todos sabem), é necessário conhecer as provas a fundo. Isso significa não apenas saber todas as questões da primeira e da terceira fases dos últimos concursos ou todos os Guias de Estudos de cor, mas também, especialmente para a segunda e para a terceira fases, experiência tanto com relação às preferências acadêmicas da banca quanto com relaç~o { “jurisprudência” das correções. Esta última habilidade só se adquire vendo muitos espelhos de prova e recursos (deferidos e indeferidos). Como os espelhos de prova não têm vindo com marcações (você recebe apenas a nota nas questões, sem

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nenhuma marcação ou comentário), acho que, pelo menos, o estudo detido dos Guias de Estudos anteriores já é um passo importante.

Há, sim, alguns professores muito bons que valem cada um dos muitos centavos que você paga pela aula, mas meu alerta é: não se deixe levar por preço (já vi gente fazendo matérias em alguns cursinhos, sem sequer saber se os professores eram bons ou não, apenas porque era mais barato), por aulas experimentais (em um dos casos que eu citei acima, eu achava as primeiras aulas excelentes; só depois fui perceber o tanto de “abobrinha” que ele falava e o tanto de datas, de informações e de argumentos errados que ele passou) ou por fama do cursinho. Procure, sempre, onde quer que seja, informações sobre o professor (e, de preferência, com mais de uma indicação). Não vou falar de quais gostei e de quais não gostei porque acho que este não é o meio adequado para isso, mas, caso você não conheça alguém que já tenha feito algum cursinho, procure em fóruns na internet e nos grupos do Facebook e do Orkut indicados acima, sempre há alguma coisa útil (encontrei várias informações que estava procurando de professores em diversos cursinhos).

Para quem pensa em mudar-se para Brasília, por exemplo, para fazer um curso preparatório, as maiores dúvidas são, frequentemente, relativas ao custo de vida e à relação custo-benefício de morar na capital. O aluguel de imóveis em Brasília não é dos mais baratos (consulte, por exemplo, http://www.wimoveis.com.br/df), o que, somado aos preços um pouco “salgados” de alguns cursos preparatórios, pode implicar altos gastos. Como eu já morava na cidade antes de iniciar a preparação para o CACD, não sei se há alternativas de moradia mais próxima a algum dos cursinhos (são quase todos bem distantes um do outro). Sei que o curso O Diplomata oferece aluguel de apartamentos, mas não sei como funciona direito [informações: (61)3349-0311]. Acho que boa parte das pessoas que optam por mudar-se para Brasília tem diversos objetivos: concentrar-se mais nos estudos (o que pode ser difícil em uma casa com os familiares, por exemplo), ter acesso aos cursos preparatórios, conhecer outras pessoas que estão estudando para o CACD etc. Não foi meu caso, pois já morava em Brasília anteriormente, portanto não posso dizer se acho que, realmente, vale a pena por esses motivos. De todo modo, na comunidade “Coisas da Diplomacia”, no Orkut, j| vi diversos comentários a respeito. H|, também, o grupo do Facebook “Moradia – IRBr”, voltado para a discussão desses assuntos: http://www.facebook.com/groups/168135273239644/.

Principalmente para aqueles que não conhecem muita gente que também está se preparando para o concurso, o ambiente de cursinho pode ser interessante, para conhecer outras pessoas que estão na mesma situação que você e que podem contribuir com algumas dicas e sugestões úteis para a preparação. De todo modo, se você for daqueles que preferem estudar sozinhos a gastar tempo e dinheiro indo para o cursinho, ótimo! Para a primeira fase, eu diria que o cursinho pode ser, se você tiver boas orientações, disciplina de estudos e/ou boa bagagem de conhecimentos, dispensável.

Quanto à segunda fase, considero quase indispensáveis os cursos de Redação Português. Acho muito difícil alguém conseguir passar na segunda fase, se não houver feito cursinho preparatório. Há, obviamente, alguns casos de que já ouvi falar, mas são a minoria. Não vou falar sobre o já batido tema das idiossincrasias da banca da segunda fase, mas, mesmo quanto a coisas que não são “frescuras” da banca, achei muito bom o tanto de coisas (sobre Português de uma maneira geral) que aprendi no cursinho preparatório para a segunda fase. Desde os anos de colégio, sempre fui cético quanto à eficácia das aulas de Redação, mas devo admitir que valeu a pena: é inegável que a escrita melhora muito (nos padrões requeridos pela banca) com o cursinho. Se é necessário fazer um curso regular, que dura vários meses, ou se basta só o intensivo, às vésperas da segunda fase, depende de cada um. Acho desnecessário dizer que fazer cursinho também não é garantia de nada. Fiz tanto o curso regular quanto o curso intensivo e não me arrependi.

Com relação à terceira fase, também acho o cursinho muito importante. Em primeiro lugar, porque alguns professores realmente levam o trabalho a sério e ficam alucinados, procurando tudo o que os membros da banca têm estudado, escrito etc., e isso rende bons frutos, como alguns professores que acertam algumas questões que serão cobradas nas provas da terceira fase. Em segundo lugar, ainda que alguns professores não acertem muitas questões (o que não é uma tarefa muito fácil), a oportunidade de treinar a resolução de questões é fundamental por dois motivos: aprender a

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escrever na forma requerida pela banca e conseguir controlar o tempo de resolução das questões. Muitas pessoas têm problemas com o tempo para algumas provas da terceira fase (especialmente, para as provas de História do Brasil, de Geografia e de Política Internacional, que são as mais extensas). Não tive grandes problemas com isso e consegui escrever e revisar todas as questões de todas as provas, mas sei que muitos mal têm tempo de terminar de escrever.

Dito isso, já adianto: para essas três provas, é impossível fazer rascunho. Se você fizer, é muito provável que não conseguirá passar a limpo no tempo estabelecido. Para as provas de Direito e de Economia, não diria que é impossível (o número de linhas é menor, logo há tempo de sobra, pelo menos foi assim comigo), mas também considero desnecessário. No CACD, fiz rascunho apenas das provas de Português, de Inglês, de Francês e de Espanhol (em todas, sobrou algum tempo, mas não muito, após as revisões), pois são provas que eu alterava muito depois da redação inicial, trocava frases, palavras etc. Eu já sabia disso por causa de minha experiência com a resolução de questões no cursinho preparatório para a terceira fase, razão pela qual estive, sempre, atento ao relógio, para não perder tempo. Para todas as demais provas, o que se recomenda é, no máximo, um esquema inicial dos principais tópicos a ser discutidos nas questões, como um “brainstorming”. N~o fiz esse esquema em quase nenhuma questão, porque funciono melhor escrevendo direto, mas reconheço que nem todo mundo consegue fazer isso. Alguns podem preferir, ao menos, um momento de reflexão inicial, para fazer um esquema mental dos tópicos que serão desenvolvidos na questão, mas também não consigo fazer isso. A vida inteira, escrevi sem pensar, e deu certo. Não tive grandes problemas com isso no CACD, mas já alerto que não aconselho isso a todos. Muitos não conseguem manter o raciocínio, se não houver um planejamento a ser seguido, e acabam perdendo-se no meio da questão. Cuidado!

Conhecer os concursos anteriores é fundamental por várias razões. Não apenas para saber o que já foi objeto de cobrança, o que mais se repete, o que está ausente há algum tempo (e pode ser, eventualmente, trazido de volta), mas também para entender a lógica de formulação das questões em função dos contextos internacionais recentes, por exemplo. Isso é mais útil para a prova de Política Internacional, as demais não são tão influenciadas por acontecimentos recentes dessa maneira (Geografia e Economia também podem levantar alguns tópicos mais ou menos em voga, em face do que aconteceu em suas respectivas áreas nos meses anteriores ao concurso, mas não é uma regra tão forte quanto em Política Internacional).

Com relação aos conteúdos a ser estudados, atenção especial aos aniversários (10, 20, 30, 40... anos) dos principais tratados, organizações internacionais, acontecimentos marcantes etc., que costumam ser objetos de questões de Direito e de Política Internacional na primeira fase (na terceira fase, também podem ser cobrados, mas com menos frequência; em 2011, os cinquenta anos da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas foram lembrados em uma das questões). Visitas presidenciais a países mais importantes e visitas de chefes de Estado de outros países ao Brasil (destaque para EUA, China, Índia, Argentina...) no ano da prova, por exemplo, podem ser indícios de que poderá haver alguma questão nesse sentido. Obviamente, tudo isso não é regra (a pedra mais cantada de 2011, que foram os 20 anos do MERCOSUL, não apareceu em nenhuma questão da terceira fase; de todo modo, as relações com a Argentina, destino da primeira viagem presidencial de Dilma Rousseff, foram tema de questão da prova de Política Internacional).

Para a quarta fase, não há muito mistério. A cobrança de Francês e de Espanhol é bem básica, e conhecimentos de nível intermediário nos dois idiomas podem garantir uma nota razoável. De todo modo, vale observar que, nos últimos concursos, a quarta fase tem tido um peso enorme para a colocação final (especialmente, para as últimas vagas). Dessa maneira, confiar nos aprendizados de última hora de Francês e no Portunhol pode custar-lhe caro. Não recomendo deixar para estudar as duas línguas apenas após a segunda fase (como já vi que muita gente faz). Se você nunca estudou Francês e/ou Espanhol, recomendo começar um pouco antes (professores particulares podem ser mais úteis nesse caso, uma vez que você não precisará de atenção excessiva à conversação e à compreensão auditiva, como ocorre em muitos cursos em grupo). É difícil dizer quantas aulas ou meses são necessários, pois isso, obviamente, depende do rendimento e da facilidade de cada um.

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De qualquer maneira, as provas não têm nada de complicado: não é necessário dominar os dois idiomas perfeitamente, as provas são instrumentais (leitura e compreensão de textos). Na prova de Espanhol, tive certo problema com algumas questões pontuais sobre o texto que poderiam ser respondidas em menos de uma linha (há previsão de mínimo de três linhas, máximo de cinco, sem copiar do texto), ou que não estavam, diretamente, no texto. Optei pelo tradicional método da “enrolaç~o”. Adicionei informações que não estavam sendo pedidas, só para conseguir escrever todas as cinco linhas. Em Francês, não tive grandes problemas com isso, a prova estava mais tranquila nesse aspecto. As duas correções foram pesadas, e notas acima de 40/50 foram raridade.

A UnB E O CACD

Já ouvi muita gente perguntar quais disciplinas universitárias são úteis para os estudos para o CACD, mas nunca vi nada escrito a respeito. Com base em minha experiência universitária, cito, aqui, o que foi (e o que não foi) útil para minha preparação. Minha graduação é em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília, pela turma LVII (2007-2010). Para aqueles que não estudaram na UnB, sugiro, caso se interessem por isso, que confiram, na página http://www.matriculaweb.unb.br, qual o conteúdo programático das disciplinas sobre as quais falarei a seguir, para que possam ter, mais ou menos, uma ideia a respeito. Obviamente, é tudo muito relativo e depende de vários fatores (especialmente, do professor da matéria e das leituras selecionadas), mas, de qualquer forma, seguem as recomendações (as matérias estão listadas, aproximadamente, de acordo com a ordem de pré-requisitos).

DIREITO Introdução ao Direito 1 e 2 (ID 1 e 2) – não ajuda em praticamente nada. Teoria Geral do Direito Público (TGDP) – ajuda tão pouco que só vale a pena fazer se for obrigatória mesmo, ou se quiser fazer Direito Internacional Público. Teoria Geral do Direito Privado (TGDPri) e Direito Internacional Privado (DIPri) – a Faculdade do Direito é um pouco seletiva quanto a matricular os alunos de outros cursos nessas matérias. Dessa maneira, não conheço ninguém que as tenha feito (que não curse Direito). De todo modo, não acho que seja muito importante para o CACD. Toda a parte de DIPri (que é o que, realmente, interessa para o concurso) foi dada, no cursinho, em uma aula de 2 horas. É bastante possível, também, estudar isso sozinho (veja as indicações de leitura na Parte IV deste documento). Direito Internacional Público (DIP) – fiz com o prof. Eugênio Diniz e foi ótima matéria, mas não cobre todo o edital nem de longe; estudar sozinho pode ser mais produtivo. Direito Administrativo 1 e 2 e Direito Constitucional 1 e 2 – não fiz, mas já ouvi comentários de quem fez e acho que não vale a pena. O conteúdo de Direito interno cobrado no CACD não é muito extenso e pode, com economia de tempo, ser estudado ou individualmente, ou em um cursinho. Além disso, os próprios professores dessas matérias costumam dizer: não são matérias para concurseiros.

ECONOMIA Introdução à Economia (IntEco) – fundamental. A matéria dá boa base para os estudos, mas não é suficiente. Como acontece com todas as matérias cobradas, é necessário complementar os estudos, mas a disciplina ajuda bastante a dar uma noção inicial mais geral. São muitas turmas e muitos professores por semestre, com alta rotatividade (há muitos mestrandos). Se houver a opção de fazer com a Geovana Bertussi, não perca a chance. A propósito, se alguém se interessar, as apostilas de Introdução à Economia da UnB podem ser ótimas fontes iniciais de estudos (para saber como adquiri-las, entre em contato pelo site: http://www.unb.br/faceecointeco). Fiz, também, Economia Quantitativa, mas é inútil para o concurso (embora seja pré-requisito para Microeconomia 1 e 2, Macroeconomia 1 e 2 e Economia Internacional). Defendo que não é

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necessário fazer todas essas matérias para estudar para o CACD. O que se cobra de Microeconomia, de Macroeconomia e de Economia Internacional é um pouco superficial (embora isso não signifique ser completamente simplório) perto do que você verá em todas essas matérias, e você pode estudar sozinho (para sugestões de leituras, vide a Parte IV - Sugestões de Leituras). Claro que elas podem ajudar de certo modo (para estudar, usei vários materiais dessas disciplinas, que consegui com amigos), mas não são imprescindíveis. Considerando, ainda, o nível e o tipo de cobrança de Economia nas últimas provas, acho que há mais um motivo de despreocupação (as provas têm sido bastante analíticas e gerais). Formação Econômica do Brasil (FEB) (1500-1930) – bem importante, mas não imprescindível. Recomendo os professores Bernardo Mueller, Flávio Versiani, Adriana Amado ou José Novaes (com a ressalva de que o Novaes é conhecido por ser extremamente exigente, mas com o benefício de se aprender bastante). Economia Brasileira (EB) (1930-atualmente) – muito mais importante que FEB. Fiz com a professora Geovana Bertussi, que é, sem dúvida, a melhor opção (embora ela não dê a matéria todos os semestres). Dos demais professores, nunca ouvi falar de algum que, realmente, valha a pena. Na falta, veja as sugestões de bibliografia na Parte IV deste documento. História Econômica Geral (HEG) – fiz com o professor José Novaes, e foi uma matéria excelente, apesar de muito exigente. Foi a matéria em que mais li em toda a graduação (ele começa na Babilônia e vai até meados do século XX). Os métodos de avaliação são múltiplos, e o professor é muito exigente, mas foi uma das matérias da universidade em que mais aprendi. Para o concurso, pode ajudar com algumas matérias de História Mundial: Revolução Industrial, economia do século XIX, crises econômicas dos séculos XIX e XX, primeira guerra mundial e economia na década de 1920. Não recomendo com o professor Luiz Carlos Cavalcanti, uma vez que já ouvi diversas reclamações sobre ele. De todo modo, não é indispensável.

GEOGRAFIA Geografia Política (Geopolítica) – foi a única matéria da Geografia que fiz. Achei interessante, e é útil para o concurso (cobre a parte do edital sobre “temas cl|ssicos da Geografia Política”). Acho que as demais matérias da Geografia n~o valem a pena. O conteúdo exigido no concurso é bem elementar, se comparado às demais matérias exigidas; dá, tranquilamente, para estudar sozinho.

HISTÓRIA Introdução ao Estudo da História (IEH) – não vai ajudar em nada, mas é necessária, por

ser pré-requisito das matérias do Departamento de História. História Social e Política Geral (HSPG) – não recomendo a ninguém, só se o professor for

muito bom (raridade nessa matéria). História Social e Política do Brasil (HSPB) – foi muito boa (fiz com a prof. Ione); pelo que

já ouvi, os professores da matéria são quase sempre recomendáveis. História do Brasil 1, 2, 3 e 4 – só fiz a 1, e, apesar de boa, não ajuda em quase nada para o

CACD. Pelo que já ouvi, as outras podem ser úteis, mas nada que estudar sozinho, com boa bibliografia, não substitua. De qualquer forma, todas as matérias de HB têm apenas Introdução ao Estudo da História (IEH) como pré-requisito, então você pode fazer apenas HB2, HB3 e HB4, na ordem em que preferir, para estudar para o CACD (para HB2, prefira a prof. Diva; para HB3 e para HB4, prefira a prof. Ione).

História Contemporânea 1 e 2 – não fiz, mas já me falaram muito bem (um dos professores, Virgílio, já deu aula em cursinho preparatório para o CACD; já ouvi bons e maus comentários sobre o Wolfgang, que também dá a matéria às vezes).

História da América 1 e 2 – não fiz, mas já me falaram muito bem (o Francisco Doratioto, que dá a matéria às vezes, é membro da banca corretora de História do Brasil).

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História das Relações Internacionais do Brasil (HRIB) – é ofertada pelo IREL. Boa matéria, usa o livro do Amado Cervo e do Clodoaldo Bueno como literatura básica, e o professor (Carlos Lessa) faz parte da banca de História do Brasil. Recomendo (ainda que, como pré-requisito, haja a não tão recomendável assim História das Relações Internacionais Contemporâneas, com o prof. José Flávio Sombra Saraiva). Foi uma das poucas matérias da graduação cujas anotações usei extensivamente, na preparação para o concurso.

Política Exterior do Brasil Império – já foi ofertada pelo IREL, mas apenas ocasionalmente. Foi uma matéria muito boa (na verdade, não é só Império: começa nos primeiros tratados de limites Portugal-Espanha e vai até o início da República, com o Tratado de Petrópolis). Como é bem pouco provável que a matéria seja ofertada novamente, sugiro uma das principais leituras da disciplina: Navegantes, Bandeirantes, Diplomatas: um ensaio sobre a formação das fronteiras do Brasil (Synesio Sampaio Goes Filho) – excelente obra sobre formação territorial brasileira. É indispensável a leitura completa (h| um fichamento da obra disponível no “REL UnB”).

POLÍTICA INTERNACIONAL

Introdução ao Estudo das Relações Internacionais (IERI) – bastante inútil. Só pode ter

alguma utilidade se você pretender cursar as disciplinas do Instituto de Relações Internacionais (REL) que a têm como pré-requisito (quase todas). Se não for seu caso, sugiro estudar a parte de Teoria das Relações Internacionais pela bibliografia sugerida na Parte IV deste documento. Introdução à Ciência Política (ICP)/Teoria Política Moderna (TPM)/Teoria Política Contemporânea (TPC) – o que pode ser útil dessas matérias é quase nada (só para não dizer “nada” mesmo), ent~o acho que não vale a pena fazer essas matérias apenas visando ao CACD.

Teoria das Relações Internacionais 1 e 2 (TRI 1 e 2) – a parte cobrada de TRI no concurso é tão elementar que considero perda de tempo fazer as duas matérias apenas para estudar para o CACD. De todo modo, se forem obrigatórias para você, tanto melhor, que não será necessário se preocupar com os estudos dessa parte. Para os demais, vide as recomendações de leituras desse assunto na Parte IV deste documento.

Organizações Internacionais 1 (OI 1) – aprendi bastante sobre: a Liga das Nações, o uso da força, a ONU e a atuação do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Acredito não ser necessário cursar a disciplina, apenas a leitura dos textos pode ser suficiente. Destaco duas leituras que considero mais importantes:

- “Diplomacia e Fiasco. Repensando a Participaç~o Brasileira na Liga das Nações: elementos para uma nova interpretaç~o” (Norma Breda dos Santos, in: Revista Brasileira de Política Internacional, vol. 46, nº 1, pp. 2-27) – importante para a prova de História do Brasil. - O Conselho de Segurança após a Guerra do Golfo (Antonio de Aguiar Patriota) – o livro todo (a obra est| disponível para download no “REL UnB”).

História das Relações Internacionais do Brasil (HRIB) – já citada em História. Temas das Relações Internacionais do Brasil – matéria também ministrada pelo Antônio Carlos Lessa, trata de análise mais recente da evolução da política externa brasileira e usa como base os dois volumes do Relações Internacionais do Brasil: temas e agendas. Matéria não recomendada para quem ainda não cursou História das Relações Internacionais do Brasil (apesar de esta não ser pré-requisito para aquela). Não a cursei, mas já ouvi bons comentários a respeito. Nenhuma outra matéria que cursei na UnB foi, de fato, significativa para os conhecimentos avaliados no CACD. Acho que disso já dá para perceber que cursar Relações Internacionais pode não significar muita coisa com relação aos estudos para o CACD. Praticamente todo o esforço de estudos para o CACD acaba sendo próprio.

LÍNGUAS Quanto às provas de Português, de Inglês, Espanhol e de Francês, não tenho nenhuma recomendação de disciplina a fazer. Para a segunda fase de Português, como a cobrança e a

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correção são muito específicas do CACD, recomendo apenas os cursinhos preparatórios para o CACD mesmo. A prova de Inglês exige domínio avançado da língua, não apenas os conhecimentos básicos que se adquire em cursos regulares do idioma ou em disciplinas instrumentais. Por isso, acredito que, caso você sinta necessidade de aprender mais, o mais recomendável deve ser um cursinho específico para o CACD. Há a disciplina de Inglês nos cursinhos preparatórios voltados para o CACD, mas há, também, cursos de Inglês especializados na prova. Para mais informações, veja a próxima seç~o, “Cursos Preparatórios”. Como o nível de cobrança das provas de Espanhol e de Francês é elementar, acredito que as disciplinas optativas dessas línguas podem ser úteis. Tenho um pouco de preguiça de cursos de idiomas em escolas de línguas, pois, além de demorarem muito, você fica muito dependente do andamento da turma como um todo. Espanhol eu já havia estudado no ensino médio, em um curso regular de idiomas, e na Argentina, em 2010, então revi pouquíssima coisa para o CACD. Fiz aulas particulares de Francês e acredito que foi a melhor opção. De todo modo, se você tiver disponibilidade de tempo e ânimo, bons cursos de Espanhol e de Francês podem ser úteis no longo prazo.

CURSOS PREPARATÓRIOS Nesta seção, tentarei fazer uma relação dos cursos preparatórios para o CACD. Com certeza, muita coisa ficará de fora. Se você tiver o contato de mais cursos preparatórios ou de professores especialistas no concurso, favor enviar para meu email ([email protected]), e tentarei incluir em eventual revisão futura deste documento. Se algum dos cursos tiver fechado ou se houver professores cujos contatos mudaram, favor enviar-me um email também. Os cursos e professores estão organizados por cidade (Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e outras cidades), e, ao final, há uma lista de cursos online e de coachings pessoais. Não conheço todos os cursos e professores indicados, apenas fiz uma lista de contatos disponíveis na internet. Sugiro que procure, sempre, informações de pessoas que já cursaram (para isso, converse com algum conhecido, ou busque a informação em algum blog, na comunidade “Coisas da Diplomacia” do Orkut ou no grupo “Instituto Rio Branco” do Facebook).

BELO HORIZONTE Curso Atlas (todas as disciplinas – cursos telepresenciais) Endereço: Rua Rio Grande do Sul, 697, sala, 1602 Telefone: (31) 3568-0555 Website: http://www.cursoatlas.com/

Curso Clio (todas as disciplinas) Endereço: Av. Brasil, 1843, lojas 110 e 213 Telefone: 4002-2707 (capitais e regiões metropolitanas) 0800 021 1208 (demais cidades) Website: http://www.cursoclio.com.br Curso IBRAE (todas as disciplinas) Endereço: Rua Álvares Cabral, nº 397, 19º andar Telefone: (31)3088-7248, (31)8315-7828 ou (31) 94195804 Website: http://www.diplomaciamg.com.br/

BRASÍLIA

Curso Atlas (todas as disciplinas) Endereço: SCN Qd 2 Liberty Mall Torre B, sl 505 Telefone: (61) 3327-0887 Email: [email protected] Website: http://www.cursoatlas.com/

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Curso Clio (todas as disciplinas – cursos presenciais e telepresenciais) Endereço: SCRS 512, Bloco B, Loja 47 - 1º andar Telefone: 4002-2707 (capitais e regiões metropolitanas) 0800 021 1208 (demais cidades) Website: http://www.cursoclio.com.br

Curso JB (todas as disciplinas) Endereço: Centro Empresarial Norte, Sala 425, Ala "A" (atrás do Brasília Shopping) Telefone: Antes das 15:00 - (61) 3468-1572 / Após as 15:00 - (61) 3327-0430, 3326-0426 Website: http://www.cursojb.com.br/

O Diplomata (todas as disciplinas) 708/709 Norte - Bloco A (Frente para a W3)- Entrada 13 – 1º andar Telefone: (61)3349-0311 (61) 3349-0344 Email: [email protected] Website: http://www.odiplomata.com.br

Sara Walker’s Special English Courses (Inglês) Endereço: SHIS QI 5 Área Especial 2 Lote D - Centro Cultural Hangar 5 Telefone: (61) 3364-2331 Email: [email protected] / [email protected] Website: http://www.sarawalker.com.br

Eliezer (Economia) Email: [email protected]

Marcelo Caetano (Economia) Email: [email protected]

Mônica (Francês) Telefone: (61) 8147-0501

Ramon (Francês) Telefone: (61) 9137-6764 Email: [email protected]

PORTO ALEGRE

Curso Atlas (todas as disciplinas) Endereço: Rua André Puente, 354 - Junto ao Curso Absolutto, Independência Telefone: (51) 3062-7745 Email: [email protected] Website: http://www.cursoatlas.com/ Curso Clio (todas as disciplinas – cursos telepresenciais) Endereço: R. Felix da Cunha 770 - Moinhos do Vento Telefone: 4002-2707 (capitais e regiões metropolitanas) 0800 021 1208 (demais cidades) Website: http://www.cursoclio.com.br

RIO DE JANEIRO Argus Cultura e Treinamento (todas as disciplinas) Endereço: R. Uruguaiana, 10 / 1709, Centro Telefone: (21) 2221-8844 Email: [email protected] Website: http://www.arguscultura.com.br/

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Curso Clio (todas as disciplinas – cursos presenciais e telepresenciais) Endereço: Rua Gonçalves Dias, 85/5º andar - Centro Telefone: 4002-2707 (capitais e regiões metropolitanas) 0800 021 1208 (demais cidades) Website: http://www.cursoclio.com.br

Professores Particulares (muitos desses contatos são antigos, não sei se ainda funcionam) - Adriano da Gama Khury (Português) (21) 2551-5162 - Celina Engersen (Inglês) (21) 2239-8183 - Suzana Roisman (Inglês) (21) 2274-5874 - Edgard Pêcego (História do Brasil) (21) 2539-8014 / 2242-7235 - Luigi Bonafé (História do Brasil) (21) 9844-4284 - Eduardo Garcia (Português/Redação) (21) 2205-7484 / 2265-5053 - Sônia Ramos (Português) (21) 2239-8418 - João Felipe Ribeiro (Geografia) - Lídia Bronstein (Geografia) (21) 2239-4723 - Marta Skinner (Economia) (21) 9996-9142 - Marcus Vinicius (História Geral / Política Internacional) (21) 2535-3018 - Williams Gonçalves (História Geral / Política Internacional) (21) 2568-4354 / 2264-8516

SÃO PAULO Curso Clio (todas as disciplinas – cursos presenciais e telepresenciais) Endereços: unidade presencial - R. da Glória, 195, Liberdade; unidade telepresencial - R. Frei Caneca, 1380, térreo Telefone: 4002-2707 (capitais e regiões metropolitanas) 0800 021 1208 (demais cidades) Website: http://www.cursoclio.com.br

Curso Diplomata Brasil Endereço: CBBW - Avenida Paulista, 1776 - 2º andar Telefone: (11) 3511-6182 Email: [email protected] Website: http://www.diplomatabrasil.com.br/

Escola Superior Diplomática Endereço: Rua da Consolação 1025, 6º andar Telefone : (11) 3259-6130 Email: [email protected] Website: http://www.escolasuperiordiplomatica.com.br/ Grupo de Humanidades (todas as disciplinas) Endereço: Rua Doutor Diogo de Faria, 70 - Casa 05 Telefone: (11) 5083-8006 Email: [email protected] Website: http://www.grupodehumanidades.com.br/

Curso FMB (curso presencial e curso em DVD – todas as disciplinas) Endereços: Rua Galvão Bueno, 412, 12º, Liberdade; Av. Paulista, 949, 1º and. - Ed. Torre Paulista, Bela Vista Telefones: (11) 3124-9213, 3124-9243, 3124-9244, 3124-9209, 3124-9206 Email: [email protected] Website: http://www.cursofmb.com.br/cursofiscal/detalhecursos.asp?cod=31 Professores Particulares (muitos desses contatos são antigos, não sei se ainda funcionam) - Alison Francis (Inglês) (11) 3864-0409 / 9219-3484 (contato: [email protected]) - Tânia Melo (Inglês) (11) 3275-9423 / 9945-8365

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- Chico Moura (Português) (11) 4702-6670 / 3849-2412 / 9988-0297 - Claudia Simionato (Português/Redação) (11) 9681-8022 / 3267-0762 – também dá aula por email, corrige redações online de alunos de fora de SP e dá aulas via Skype para a primeira fase (contato: [email protected]) - Demétrio Magnoli (Política Internacional/História Mundial) (11) 3031-4775 - Eduardo Valadares (História Mundial) (11)3873-6935 - Viviane (História Mundial e Geografia) (contato: [email protected]) - Regina Célia Corrêa de Araujo (Geografia) (11) 3021-8140 (contato: [email protected]) - José Roberto Franco da Fonseca (Direito Internacional) (11) 3255-8326 - Miriam Dolhnikoff (História do Brasil) (11) 5561-4933 / 9515-1481

OUTROS CAMPINAS – Curso Clio (todas as disciplinas – cursos telepresenciais) Endereço: Av. Jesuíno Marcondes Machado, 495, esquina com a Rua Alexandre Fleming 461 (acesso por este endereço) - Nova Campinas Telefone: 4002-2707 (capitais e regiões metropolitanas) 0800 021 1208 (demais cidades) Website: http://www.cursoclio.com.br

CURITIBA – Curso Clio (todas as disciplinas – cursos telepresenciais) Endereço: Rua Alberto Folloni, 1472 – Ahú Telefone: 4002-2707 (capitais e regiões metropolitanas) 0800 021 1208 (demais cidades) Website: http://www.cursoclio.com.br CURITIBA – Curso IBRAE (todas as disciplinas) Endereço: Av. Brigadeiro Franco 1826, piso RE, esquina com a Rua Comendador Araújo Telefone: (41) 3078-2766 ou (41) 3941-4661 Website: http://www.diplomaciamg.com.br/

FLORIANÓPOLIS – Curso Clio (todas as disciplinas – cursos telepresenciais) Endereço: Rua Saldanha Marinho, 14 – Centro Telefone: 4002-2707 (capitais e regiões metropolitanas) 0800 021 1208 (demais cidades) Website: http://www.cursoclio.com.br

FLORIANÓPOLIS – Maria das Graças Boeira (Português) Telefone: (48) 3879-0774 / 3224-1321 / 9961-2320 Email: [email protected]

FORTALEZA – Curso Clio (todas as disciplinas – cursos telepresenciais) Endereço: Av. Desembargador Moreira, 2120 - Bairro Aldeota Telefone: 4002-2707 (capitais e regiões metropolitanas) 0800 021 1208 (demais cidades) Website: http://www.cursoclio.com.br MACEIÓ – Curso Clio (todas as disciplinas – cursos telepresenciais) Endereço: Av. João Davino, 426 – Jatiúca Telefone: 4002-2707 (capitais e regiões metropolitanas) 0800 021 1208 (demais cidades) Website: http://www.cursoclio.com.br RECIFE – Curso Clio (todas as disciplinas – cursos telepresenciais) Endereço: Rua Dom Sebastião Leme, 135 - Graças Telefone: 4002-2707 (capitais e regiões metropolitanas) 0800 021 1208 (demais cidades) Website: http://www.cursoclio.com.br

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RIBEIRÃO PRETO – Curso Clio (todas as disciplinas – cursos telepresenciais) Endereço: Avenida Presidente Vargas, n° 169 – Subsetor Sul 02 Telefone: 4002-2707 (capitais e regiões metropolitanas) 0800 021 1208 (demais cidades) Website: http://www.cursoclio.com.br

SALVADOR – Curso Clio (todas as disciplinas – cursos telepresenciais) Endereço: Rua Mato Grosso 372, Pituba Telefone: 4002-2707 (capitais e regiões metropolitanas) 0800 021 1208 (demais cidades) Website: http://www.cursoclio.com.br

VITÓRIA – Curso Clio (todas as disciplinas – cursos telepresenciais) Endereço: Rua Izaltino Araão Marques, 150 B - Mata da Praia Telefone: 4002-2707 (capitais e regiões metropolitanas) 0800 021 1208 (demais cidades) Website: http://www.cursoclio.com.br

CURSOS ONLINE E COACHING PESSOAL

Curso Atlas (coaching pessoal) Email: [email protected] Website: http://cursoatlas.com

Curso Clio (cursos online de todas as matérias) Telefone: 4002-2707 (capitais e regiões metropolitanas) 0800 021 1208 (demais cidades) Website: http://www.cursoclio.com.br Curso Diplomata Brasil (cursos online de todas as matérias) Website: http://www.cursodiplomatabrasil.com.br/ >> obs: ocasionalmente, há demonstração grátis do curso por um período de tempo

Lynch Diplomacia (cursos online de todas as matérias e coaching pessoal) Website: http://www.lynchdiplomacia.com.br/ >> obs: curso grátis de Política Internacional

Linguity (curso online de Inglês) Website: http://www.linguity.info/

Todd Marshall (curso online de Inglês) Website: http://www.toddmarshall.com.br/

Michelle Miltons (curso de Economia em DVD) Email: [email protected] Website: http://economiadvd.blogspot.com/

Vivian Müller (curso online de produção de texto) Telefones: (61)3201-8857 / 8401-7907 Email: [email protected] Website: www.profa-vivianmuller.com

Claudia Simionato (Português/Redação) Telefones: (11) 9681-8022 / 3267-0762 Email: [email protected] Corrige redações online dos alunos e dá aulas via Skype para o TPS

Curso à Distância para o Concurso de Bolsas do IRBr (preparação para a seleção de bolsas para afrodescendentes – aulas para as provas e orientações para as entrevistas) Email: [email protected]

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Como eu disse anteriormente, se você souber de novos cursos ou professores (ou de alguma atualização em seus respectivos contatos), favor enviar um email para [email protected], para que eu possa atualizar esse documento em publicações futuras.

AS PROVAS Esta penúltima seção da Parte III visa a reunir algumas dicas e sugestões gerais para a preparação e para a realização das provas do concurso.

PRIMEIRA FASE

A prova da primeira fase é inteiramente objetiva, com questões de Certo ou Errado que valem 0,25 pontos cada (com fator de correção, ou seja: uma marcação errada anula uma marcação certa) e com questões de múltipla escolha que valem 1 ponto cada (com penalização de -0,2 pontos por marcação que divirja do gabarito oficial). Se deixar alguma questão em branco, não há penalização.

Em 2011, após dois concursos com 80 questões, a primeira fase voltou a ter 65 questões, divididas em duas etapas: a primeira pela manhã, com duração de 2h30 (com questões de Português, de Política Internacional e de Geografia), e a segunda pela tarde, com duração de 3h30 (com questões de Inglês, de História do Brasil, de História Mundial, de Direito e de Economia). A ordem das matérias nas provas não é pré-determinada (não há previsão, no edital do concurso, de quais provas serão de manhã e de quais serão de tarde, e essa ordem varia de um ano para o outro). Uma inovação do CACD 2011 em relação aos últimos concursos realizados foi a informação, no edital, do número de questões de cada matéria na primeira fase (13 questões de Português, 12 questões de Inglês, 11 questões de Política Internacional, 10 questões de História Mundial, 5 questões de Direito, 5 questões de Economia, 5 questões de História do Brasil e 4 questões de Geografia). Esse número pode ser um indicativo das matérias mais importantes para a primeira fase. Com relação a isso, vale observar algumas coisas:

- Português tem o maior peso na primeira fase, com cobrança tanto de Gramática quanto de interpretação de textos e de Literatura.

- Inglês e Português são consideradas por alguns as matérias mais importantes da primeira fase, tanto por seu elevado peso (quase 40% da prova) quanto por sua cobrança mais rígida (vide provas anteriores).

- A prova de Política Internacional da primeira fase é bastante diferente da prova da terceira fase. Na primeira, há foco tanto na abordagem histórica da política internacional, conforme previsto em edital, quanto em acontecimentos contemporâneos, além de eventuais questões sobre Teoria das Relações Internacionais. Na terceira fase, o cerne das questões muda, cobrando-se, majoritariamente, temáticas mais atuais, com ênfase na política externa brasileira.

- História Mundial tem peso grande na primeira fase, mas não é cobrada nas fases subsequentes do concurso (tudo bem que pode até ser importante entender de História Mundial para estudar Política Internacional, por exemplo, mas é fato que não há mais provas discursivas de História Mundial, como já houve no passado).

O mais importante de fazer provas anteriores da primeira fase o CACD é que você passa a perceber diversas coisas. No meu caso, o que eu percebi foi que:

1) Quando eu chutava questões que não sabia, sempre saía com saldo positivo no final (ainda que errasse algumas coisas do que chutava, acertava muitas questões no chute também). Logo, a decisão que tomei foi: chutar sempre que não souber. Assim, não deixei nenhum item em branco nas questões da primeira fase. Para mim, esse negócio de “só marcar o que sabe” pode ser completamente inútil e prejudicial. J| vi muita gente deixando algo como 10 questões inteiras (de quatro itens cada) em branco, o que acho um absurdo. É difícil que a pessoa tenha, de fato, acertado todas as questões que marcou.

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Assim, as chances de aprovação são mínimas. Acho que a decisão de chutar ou de deixar em branco é extremamente pessoal, e cada um deve perceber o que vale mais a pena à medida que fizer as provas anteriores. Sugiro que faça uma experiência, fazendo duas provas antigas de teste: em uma, você chuta; em outra, você só marca o que sabe. No fim das contas, veja em qual se saiu melhor, analise a nota mínima para aprovação e tire suas próprias conclusões. De todo modo, se você optar por não chutar, recomendo que não entregue a prova com menos de 90% das questões marcadas (em 65 questões, isso corresponde a 58,5). Eu sei que pode ser um número um pouco alto para quem pensava em não chutar, mas pense bem: mesmo quando marcamos com certeza absoluta, acabamos errando alguma coisa. Suponhamos que você erre 10% do total de questões e que a penalização seja de outros 10%. Assim, sua nota final será de 70%, um número bem próximo à média necessária para a aprovação nos últimos concursos. Se você marcar só 80% das questões (52 de 65) e errar os mesmos 10%, ficará com a média final de 60%, insuficiente para a aprovação em qualquer um dos concursos dos últimos anos.

2) Às vezes, a questão não está certa, mas você percebe que o Cespe quer que ela seja certa, apenas por experiência com provas anteriores. É meio difícil explicar isso, mas, depois de muito treino, você percebe que há algumas tendências de prova que se repetem, por isso acho fundamental fazer as provas anteriores quantas vezes puder (fiz duas vezes cada prova de 2003 para cá; até tenho as provas mais antigas, mas acho que as provas de antes de 2003 não valem a pena, pois eram extremamente diferentes).

3) Outras vezes, em questões de múltipla escolha, pode haver mais de uma alternativa possível (ou nenhuma alternativa plenamente correta). Nesse caso, é necessário fazer um juízo instantâneo do que é mais provável que o Cespe considere correto (ou da alternativa que é “menos errada”). Não deixe de marcar uma questão na esperança de que o Cespe irá anulá-la, pois, muitas vezes, isso não acontece. Minha estratégia era: marcar a menos errada (no caso de todas estarem, aparentemente, incorretas) ou a mais simples (no caso de mais de uma parecer correta). Mais uma vez, é apenas um relato do que fiz, cada um deve encontrar sua melhor estratégia nesse sentido, n~o h| “receita de bolo”. A única coisa que não pode é não ter estratégia nenhuma e deixar em branco (deixar questão de múltipla escolha em branco não é, em minha opinião, vantajoso, pois a possível perda de 0,2 pontos, em caso de erro, não compensa o possível ganho de 1 ponto para o acerto).

Sobre conteúdo, alguns tópicos que tenho a comentar sobre a primeira fase são:

- Português – os conteúdos mais cobrados são gramática e interpretação de texto (Literatura cai muito raramente, não acho necessário perder muito tempo com isso). Na parte de gramática, atenção para alguns itens mais frequentes, como: uso de sinais de pontuação, orações subordinadas, funç~o das partículas “que” e “se” etc.

- História do Brasil - temas recorrentes e importantes são: formação territorial (delimintação das fronteiras nacionais na Colônia, no Império e na República Velha), revoltas coloniais, período joanino, Independência e sistema de tratados desiguais, revoltas regenciais, Era Vargas, período militar. Há bastante cobrança de conhecimento factual e cronológico.

- Inglês – a gramática cobrada está, na maioria das vezes, disfarçada de interpretação de texto. Não acho que haja um método eficaz de estudar para a prova que não seja o conhecimento da língua, a leitura de textos em Inglês etc. Fiz um curso preparatório de Inglês, mas visando à terceira fase, e não acho que tenha me ajudado em nada para a primeira. Não li textos, não li notícias, não estudei gramática, não fiz nada para a prova de Inglês, só fui lá e fiz. Se você tem dificuldades com o idioma, não perca tempo, pois o peso dessa matéria na quantidade total de questões da primeira fase é bastante elevado.

- História Mundial – a prova de 2011 teve algumas questões bastante loucas, e minha “técnica” de chutes foi a salvação. Acertei questões inteiras no chute (até parece que eu sabia alguma coisa de historiografia alemã), então minha dica é: não se desespere com esses conteúdos

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absurdos que caem vez ou outra. Por mais que você estude, é bem provável que caiam coisas absurdas na prova da primeira fase, quando você fizer o concurso. Ao invés de perder tempo, estudando esses conteúdos absurdos, acho que é mais fácil chegar à prova seguro dos conteúdos básicos, ir bem nas questões que não são absurdas e, eventualmente, chutar ou deixar em branco as questões loucas. Como já disse, em meu caso, chutei todas as absurdas e tive saldo positivo no final. Isso fica a critério de cada um.

- Política Internacional, Geografia, Economia, Direito – essas provas variam tanto de um ano para o outro que não sei nem o que comentar. O melhor é, mesmo, fazer as provas antigas, para ver como são na prática.

SEGUNDA FASE

A prova da segunda fase é, normalmente, composta por um exercício de redação e por dois exercícios menores (que podem ser de interpretação, de análise ou de comentário). Em 2011, houve mudança no critério de avaliação: anteriormente, havia limites máximos e mínimos de palavras em cada exercício; no CACD 2011, os limites passaram a ser por número de linhas (80 a 120 linhas para o exercício de redação, 15 a 25 linhas para cada um dos exercícios menores). Os temas são variados (vide provas anteriores), mas, frequentemente, estão relacionados ao Brasil, à nacionalidade, à valorização da cultura brasileira etc.

A banca corretora é conhecida por ser bastante rigorosa na parte formal, mas não acho que haja nenhum mistério para o sucesso na segunda fase, e todo mundo sabe disso: treino e “doutrinaç~o”. Por “doutrinaç~o” quero dizer aceitaç~o e submiss~o {s regras cobradas pela banca. Se a banca penaliza diversas coisas que são do conhecimento de todos os que fazem cursinhos preparatórios, não há motivo são para insistir em contradizê-la, só porque um minidicionário que você usava no pré-primário apresenta certa palavra como sinônimo de outra ou porque existe uma Gramática do Português arcaico que admite o emprego de determinada preposição em certo contexto etc. É por isso que considero fundamental o cursinho preparatório para a segunda fase. Em regra, os professores conhecem as exigências da banca e forçam os alunos a escrever periodicamente, para treinar e para aprender com os erros. Não acho que adiante muito fazer as redações sozinho, se não houver alguém acostumado com a prova da segunda fase que irá corrigi-las (veja recomendações de professores na seção anterior).

Além disso, acho que já passou a fase de tentar ler os clássicos da Literatura em língua portuguesa, para “internalizar” a escrita erudita. A segunda fase n~o requer pedantismo, palavras e construções difíceis e elaboradas, citação de dezenas de filósofos e de pensadores nacionais ou estrangeiros, nada disso. Trata-se de uma prova que exige redações simples e de fácil entendimento, mas que sejam capazes de transmitir conteúdo coerente e argumentação consistente, com bom uso da norma culta da língua portuguesa (mais uma vez, “norma culta” n~o é sinônimo de pedantismo ou de prolixidade, apenas de correção e de propriedade gramatical e vocabular). Não use linguagem metafórica, ambígua ou literária. Mesmo que Machado de Assis use determinada palavra com um sentido específico, não interessa: o Machado tem “licença poética”, e a segunda fase não exige a produção de textos literários. A intenção da banca é tentar examinar sua capacidade de expressar- -se de maneira objetiva e clara. Seu dom poético deve ser deixado para depois do concurso. Como disse, certa vez, uma professora de redação de um cursinho para o CACD, depois de aprovado, você pode escrever como quiser, até dadaísta você pode ser (isso pode não ser muito recomendado nas disciplinas do PROFA-I, mas isso é assunto para outra conversa). Para passar na segunda fase, entretanto, é necessário seguir as diretrizes da banca examinadora, sem contestar.

Algumas recomendações rápidas de escrita: nomes de obras devem ser sublinhados; nomes de filmes, artigos, capítulos e poemas devem vir entre aspas (sobre o nome das obras, tanto faz escrever todas com letra maiúscula, exceto preposições e artigos no meio do título, ou apenas a primeira letra maiúscula). Evite personificações do tipo “o Brasil ‘possui’ política externa soberana”. O Brasil n~o “possui” nada. Uma construç~o mais adequada seria, talvez, “a política externa brasileira é caracterizada pelo respeito { soberania”. Evite, ao m|ximo, o uso de gerúndio. Cuidado

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com a pontuação: para as situações em que a gramática defende ser facultativa a vírgula, considere seu uso obrigatório (como antes de orações subordinadas reduzidas de infinitivo). Cuidado, também, com os advérbios de pequeno corpo deslocados da ordem direta, que também devem vir entre vírgulas. Como regra geral, prefira a ordem direta sempre. Muitas subordinações não significam tornar o texto mais erudito, apenas dificultam a leitura. Além disso, jamais comece frases com conectores (sejam adversativos, sejam conclusivos, sejam aditivos etc.): exclua “todavia”, “portanto”, “contudo”, “entretanto”, “mas” etc. do início das frases, especialmente. Há muito mais coisa que isso, mas já são algumas diretrizes iniciais às quais você deve estar atento.

As pontuações dos exercícios da segunda fase são divididas da seguinte maneira: 60 pontos para o exercício de redação e 20 pontos para cada um dos exercícios menores. Cada um desses três exercícios é dividido em uma parte de Texto e em uma parte de Gramática (metade da pontuação para cada uma dessas partes). A parte de Texto é bastante subjetiva, avaliando-se os aspectos macroestruturais do texto, com os quesitos apresentação e desenvolvimento do tema (veja a tabela a seguir, que contém a distribuição de pontos da parte de Texto do concurso de 2011).

Quesitos avaliados Faixa de valor

REDAÇÃO INTERPRETAÇÃO 1. Apresentação – estilo geral do texto (legibilidade, estilo, coerência) 0,00 a 10,00 0,00 a 1,00 2. Desenvolvimento do tema 2.1. Capacidade de argumentação (objetividade, sistematização, pertinência das informações)

0,00 a 10,00 0,00 a 4,50

2.2. Capacidade de análise e reflexão 0,00 a 10,00 0,00 a 4,50 TOTAL 30,00 pontos 10,00 pontos

Há penalização de 1,00 pontos para cada linha que faltar para o mínimo estabelecido. A parte de Gramática avalia aspectos microestruturais do texto, com penalização de 1,00 pontos por erro. Os erros penalizados são oito: concordância nominal ou verbal, construção de período/colocação de termos, emprego de conectores, emprego de modos e tempos verbais, grafia/acentuação, pontuação, propriedade vocabular, regência nominal ou verbal. Considero muito mais fácil não perder pontos em Gramática que em Texto. Como uma professora do cursinho gostava de dizer, “só a Gram|tica salva”. De fato, as notas de texto costumam ser inferiores às de Gramática e são muito menos previsíveis. As penalizações de Gramática são pontuais, e basta treino, para identificar erros mais comuns e para tentar corrigi-los. De modo geral, os erros mais comuns, segundo professores de cursinho, são: pontuação, propriedade vocabular e regência.

Não acredito que haja uma estrutura b|sica ou uma “fórmula m|gica” para os exercícios da segunda fase, mas vou contar como eu fiz, e cada um aproveita (ou não) o que achar que pode ser aproveitado.

São cinco horas de prova de segunda fase, e eu dividi-as da seguinte forma: uma hora, para fazer o rascunho e para passar a limpo cada um dos exercícios menores, e três horas, para fazer o rascunho e para passar a limpo a redação. Vale dizer que muita gente não consegue fazer rascunho de tudo e passar a limpo. Por isso, além de treinar bastante antes da prova, é necessário estar, sempre, de olho no tempo (adotando outra estratégia caso descubra que o tempo poderá não ser suficiente, como não fazer rascunho). Preferi começar pelos exercícios menores. Como a redação é mais desgastante e demanda mais tempo e raciocínio, achei melhor deixá-la para o final. Quanto estiver treinando para a prova, experimente variar a ordem dos exercícios e veja como você prefere.

Os exercícios menores da prova de 2011 foram um pouco diferentes dos de anos anteriores. Como não havia bibliografia obrigatória para a prova da segunda fase (anteriormente, sugeria-se a leitura de vários clássicos da Literatura brasileira, e os exercícios eram, em sua maioria, de interpretação de trechos dessas obras), os exercícios menores não foram de interpretação, mas de análise e de comentário. Meus espelhos de prova est~o disponíveis no “REL UnB”, caso alguém tenha interesse em olhar. Como os exercícios menores tratavam de temas abrangentes (que poderiam, inclusive, render uma redação inteira), não vi como desenvolvê-los em um número reduzido de linhas. Por isso, usei todas as 25 linhas disponíveis em cada um (mesmo assim, espremendo um pouco a letra,

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para caber tudo o que eu queria falar). Tive notas relativamente altas na parte de texto dos exercícios menores (proporcionalmente, mais altas que a nota de texto na redação), mas meus comentários foram bastante simples, não há nada de extraordinário, de erudição excessiva ou outra coisa do tipo. Tirando a sugestão de construir esses exercícios menores em dois parágrafos (sem grande diferença entre eles quanto o número de linhas), acho que não há mais nada que eu possa dizer de minha experiência pessoal referente a eles. Não desenvolvi uma técnica própria para esses exercícios como fiz para a redação (como discutirei a seguir).

Acho que o fundamental é desenvolver bem a temática proposta no exercício, apresentando argumentos claros e bem fundamentados. Muitos talvez achem que, como esses exercícios são menores, basta dar uma “enrolada” no tema e dividir em dois parágrafos que está tudo bem. Pelo que pude ver, muitos candidatos tiveram baixas notas na parte de texto desses exercícios menores, provavelmente, por não desenvolver seus argumentos adequadamente. Se você não quiser arriscar escrevendo bastante, já que corre o risco de perder mais pontos de Gramática quanto mais linhas escrever, sugiro apenas que não escreva somente 15 ou 16 linhas, pois pode passar a impressão de que você não tinha mais argumentos bons a apresentar (ainda que seja verdade, acho que não é legal deixar isso escancarado). Se precisar, aumente um pouco a letra, isso não é problema na segunda fase (é obvio que é necessário ter prudência; algo como cinco palavras por linha já é demais). No mais, atenção ao comando. Se não houver menção expressa à necessidade de interpretação do excerto motivador, referir-se a ele não é obrigatório, ainda que não seja proibido.

Como eu disse anteriormente, este documento não é um compilado de sugestões, mas um relato de minhas experiências com o CACD e de algumas coisas que segui em minha preparação. Reitero a solicitação para que cada um aproveite o que achar que pode ser útil (se algo, de fato, puder ser útil) e adapte a suas situações particulares de estudos. Na redação, fiz seis parágrafos: uma introdução, quatro parágrafos (com um argumento principal em cada) e uma conclusão, cada parágrafo com cerca de 15 linhas (total: aproximadamente 90 linhas). No cursinho, os professores sugeriam que evitássemos fazer parágrafos com mais de 3 linhas de diferença para os demais. Obviamente, isso não é uma regra obrigatória, mas acho que é uma questão de boa apresentação do texto também.

Vou repetir, para ficar com a consciência tranquila: isto é um relato, não é uma recomendação. Se alguém tentar fazer da mesma maneira que eu fiz e der errado, não me responsabilizo por isso. Se quiser tentar, sugiro que faça uma experiência nos treinamentos do cursinho e veja o que acha. Não sei se eu fazia certo, se isso pode ser recomendável, ou se é o maior erro da face da terra (minha nota mediana na parte de texto da redação pode significar que há métodos mais recomendáveis e eficientes) e os professores de redação vão querer me enforcar (acho que sim), se lerem isso, mas eu planejei minha redação da seguinte maneira:

- Lendo o tema, pensei em uma tese central suficientemente abrangente, mas que possibilitasse o uso de argumentos coerentes que a sustentassem. Depois de pensar um pouco, escrevi, em uma frase, aquela tese. Essa frase é a mais importante do texto, então acho válido cuidar para que seja clara e bem escrita, sem ser excessivamente longa e sem conter muitas subordinações. Pronto, essa seria a última frase de meu primeiro parágrafo.

- Depois de haver escrito a tese, eu passei à seleção de quatro argumentos, que ocupariam um parágrafo cada um. Primeiramente, pensei em temas genéricos que possibilitassem bons exemplos que sustentassem a tese. Assim, fiz quatro frases, uma para cada parágrafo, que resumissem a ideia a ser desenvolvida naquele parágrafo, relacionando-a à tese central. Pronto, já tinha as frases finais dos meus quatro parágrafos do desenvolvimento.

- Depois dessa preparação inicial, escrevi o texto. A introdução deve ser mais genérica, então fiz frases mais gerais que conduzissem, lentamente, à tese central da redação, que estaria na última frase da introdução. Como eu já havia escrito a frase final do parágrafo na fase de preparação, eu não precisava repeti-la no rascunho (como o tempo é muito reduzido, qualquer minuto poupado dessa maneira pode ser valioso no final; vale dizer que nem todos conseguem fazer rascunho e

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passar a limpo depois, daí a necessidade de treinar bastante antes da prova, para saber administrar bem o tempo). Só cuidava para que a frase inicial de um parágrafo não fosse inteiramente divergente do final do par|grafo anterior, tentando estabelecer uma “ligaç~o” entre os dois argumentos.

- Para ganhar tempo, eu não fiz o rascunho da conclusão antes de passar a limpo o restante da redação (nem no cursinho, nem no dia da prova), pois sempre achei a conclusão uma parte bem chata de fazer, então me tomava um pouco mais de tempo. Um erro comum é achar que a conclusão é um resumo dos argumentos ou da tese. Ela é mais que isso, é como uma consequência lógica da argumentação desenvolvida na redação. Acho meio difícil expressar isso, mas é como se você quisesse, com a conclus~o, dizer: “todos esses argumentos que eu usei s~o muito bons e sustentam muito bem a tese que eu apresentei no primeiro parágrafo por causa disso, disso e disso” (vale dizer: jamais sugira uma tese e termine com uma conclusão diferente, defendendo que aquela tese está errada; isso não é surpreender o leitor, isso passa a ideia de que não se planejou adequadamente o texto antes de começar a escrever).

- Terminado o rascunho do último parágrafo de argumentação (5º parágrafo do texto), eu comecei a passar a redação inteira a limpo (vale dizer que é necessário ter muita atenção nesse meu “esquema”, j| que as últimas frases de cada parágrafo não estão no rascunho, mas na página do rascunho em que fiz o planejamento inicial do texto). Depois de passar todos os cinco parágrafos a limpo, aí, sim, eu fiz a conclusão no rascunho e passei-a a limpo na folha de textos definitivos. Mais uma vez, vale lembrar que nem todo mundo consegue fazer rascunho de tudo. Nesse sentido, o treinamento prévio, no cursinho, pode ajudá-lo a controlar o tempo. Sempre mudei muita coisa em meus textos de redação, então eu precisava de rascunho, mas nunca tive problemas com o tempo. Isso varia muito, se você gastar mais ou menos tempo no planejamento do que vai escrever.

TERCEIRA FASE

Em primeiro lugar, lembro uma coisa muito simples: terceira fase não é segunda fase. Você não precisa se preocupar com propriedade vocabular, vírgulas antes de orações subordinadas reduzidas de infinitivo e coisas do tipo. É óbvio que não vale escrever completamente errado também, mas o que eu quero dizer é que a banca da terceira fase nem sabe das exigências da segunda fase direito, então não precisa se preocupar tanto com aspectos formais da escrita. Obviamente, a necessidade de ter uma tese central e alguns argumentos que a comprovem de maneira coerente permanece, mas isso não é novidade para ninguém. A importância do aspecto formal da terceira fase não está nas palavras e nos termos de uma oração, mas na sequência lógica de argumentos.

Algo bastante importante nas provas de terceira fase é destacar um argumento central, uma tese que responda à questão e que lhe permita apresentar exemplos/construções teóricas e desenvolver argumentos que a comprovem. Nessa situaç~o, vale a velha “fórmula” de dissertaç~o: introdução (com a tese central), argumentação (com uma ideia central por parágrafo, com argumentos que comprovem sua tese central) e conclusão (com retomada da tese e com articulação dos argumentos apresentados). Não há um número ideal de parágrafos, vale o bom senso (evitar parágrafos com apenas uma frase ou excessivamente grandes, mas não é necessário que tenham quase o mesmo tamanho, por exemplo, como ocorre na segunda fase).

Evite juízos de valor muito expressivos. Obviamente, tudo o que você escreve contém um pouco de subjetividade, mas evite adjetivações excessivas e algumas construções, como “é importante ressaltar que…”, “vale lembrar que...” ou “fato que merece destaque é…”.

Evite listagens longas e/ou imprecisas. Por exemplo: se você não se lembra de todos os países que fazem parte de determinado grupo, ou se eles são muitos, evite citações de todos os países (na verdade, não sei por qual motivo alguém iria querer citar os membros de um grupo assim, mas vai que precisa de algumas linhas de “enrolaç~o”, não é?). Ex.: “A UNASUL é composta por Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela”.

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Preferir: “A UNASUL é composta pelos doze países latino-americanos (à exceção da Guiana Francesa)” ou “A UNASUL é composta pelo agrupamento dos membros do MERCOSUL e da CAN, acrescidos do Chile, do Suriname e da Guiana”. Quanto a imprecisões, evitar, por exemplo: “A UNASUL é composta por Brasil, Argentina, Venezuela, entre outros”. Se você n~o se lembra de todos ou se o número de países é relativamente grande para citar todos, opte ou pelas alternativas anteriormente apresentadas ou, pelo menos, por algo como “Na UNASUL, destacam-se o Brasil – por sua dimensão territorial, por sua população e por seu peso político-econômico –, a Argentina – importante mercado emergente, com forte setor agrícola voltado à exportação e com indústria diversificada – e a Venezuela – detentora de recursos naturais estratégicos e grande exportadora de petróleo”.

Evite, também, citações e menções excessivas. Elas não devem constituir a base de sua resposta. Excesso de citação de eventos pode ser um problema. Obviamente, citar datas, conceitos e períodos é fundamental, mas o problema começa quando essas referências ocupam frases inteiras, sem argumentação e sem sequência lógica de relações. Veja os Guias de Estudos antigos, para ter uma noção do tipo de resposta preferido pela banca. O importante é não exagerar, para o texto não ficar carregado de informações que, ainda que úteis, não sustentam a tese que responde à questão de maneira consistente. Para conceitos menos conhecidos, convém citar a fonte (de todo modo, ainda que certos conceitos, como “Estado normal”, sejam consagrados na literatura sobre política externa brasileira, dizer que “o país entrou, assim, no período que Amado Cervo define como ‘Estado normal’” me parece boa estratégia – até porque o próprio Amado Cervo já foi da banca corretora vez ou outra; o José Flávio Sombra Saraiva é outro que tenho certeza de que irá adorar ver seu nome mencionado em uma resposta).

Algo bastante útil é evitar criar (e cair em) armadilhas. Se você sabe, por exemplo, que o Pacto Andino foi firmado em 1969, mas não tem certeza se a organização aí criada já se chamava Comunidade Andina de Nações, por exemplo, opte por uma formulação de resposta que evite comprometer-se quanto a isso. Uma sugest~o seria, por exemplo: “Firmado em 1969, o Pacto Andino consubstanciou importante passo para a criaç~o da Comunidade Andina de Nações (CAN)”. Desse modo, você evita incorrer no erro de atribuir ao Pacto a responsabilidade pela criação da CAN, sem deixar de destacar sua importância para que isso ocorresse posteriormente. Evite, também, conceitos “politicamente incorretos” ou em desuso, como “governo neoliberal” (preferir “governo associado aos princípios do Consenso de Washington”, por exemplo), “país subdesenvolvido” (preferir “país de menor desenvolvimento relativo”, por exemplo) etc.

Para boa parte dos argumentos a ser empregados na terceira fase, a leitura atenta e o fichamento das melhores respostas dos Guias de Estudos anteriores podem ajudar bastante. Eu tive um professor de cursinho, o Ricardo Macau, que gostava de dizer que o intuito de fichar os Guias de Estudos era, simplesmente, roubar argumentos. Ninguém precisa inventar novos argumentos, para tentar “chocar” a banca. Se a banca publica um Guia de Estudos anualmente, dizia ele, é para mostrar a todos os candidatos o que ela queria ler como resposta naquela questão e o que ela quer ler nas respostas dos concursos dos anos seguintes. Dessa maneira, não há nenhum constrangimento em fichar os principais argumentos das provas dos anos anteriores e em usá-los nas questões pertinentes da terceira fase. Alguns desses argumentos foram muito úteis para mim, especialmente nas provas de História do Brasil, de Política Internacional e de Direito.

Uma coisa que pouca gente fala é que os Guias de Estudos nem sempre são cópias fidedignas das respostas dos candidatos. A organização do concurso entra em contato com os autores das respostas selecionadas e solicita que os próprios autores digitem suas respostas. Os candidatos podem fazer eventuais alterações pontuais de algumas imprecisões, mas alguns poucos acabam exagerando. Para quem está se preparando para o concurso, não poderia haver nada pior, já que não podemos ter uma noção exata de qual tipo de resposta foi avaliado como suficiente pelos examinadores (por saber que era possível alterar, eu sempre ficava em dúvida: será que ele/ela ganhou essa nota escrevendo tudo isso mesmo?). J| vi gente dizendo que “quem consegue fazer as melhores respostas deu sorte, porque fez mestrado ou doutorado no assunto, pelo menos”, e isso é

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completa mentira. O que ocorre é que essas pessoas souberam conjugar estudo eficiente e capacidade de desenvolvimento analítico diferenciada que sejam convertidos em uma argumentação clara e consistente. Para isso, não tem mestrado ou doutorado que adiante. Em algumas questões, você sente ser capaz de escrever o dobro ou ainda mais sobre aquele assunto (principalmente, nas questões de 60 linhas), mas o que mais conta, no fim das contas, é a forma, o modo como você organiza suas ideias, os argumentos de que você faz uso etc.

Na prova de História do Brasil, alguns temas são mais ou menos recorrentes. Definição das fronteiras nacionais, política externa do Império, política externa dos governos Quadros-Goulart (Política Externa Independente), política externa dos governos militares (especialmente, Geisel), relações do Brasil com a América do Sul (destaque para as relações Brasil-Argentina desde o século XIX), relações do Brasil com a África (do período da descolonização até a década de 1980). Obviamente, há inúmeros outros temas (bastante pontuais às vezes) que também são cobrados, mas eu acho que, se eu tivesse só uma semana, para estudar tudo de História do Brasil, eu escolheria esses temas. Ainda que eles não sejam cobrados diretamente, podem ser encaixados em muitas outras questões.

A prova de Inglês consiste de uma tradução do Inglês para o Português (valor: 20 pontos), de uma versão do Português para o Inglês (valor: 15 pontos), de um resumo de texto em Inglês (valor: 15 pontos) e de uma redação sobre tema geral (valor: 50 pontos). As notas de Inglês são, geralmente, bem mais baixas que as das demais provas, o que, considerando que boa parte dos candidatos que chega à terceira fase tem alguma experiência no domínio avançado da língua inglesa (acredito eu), é claro sinal de que a cobrança é bastante rigorosa, e apenas conhecimentos básicos da língua não são suficientes.

Quanto à tradução e à versão, não tenho muito a dizer. Há dedução de 1,00 ou de 0,50 pontos (dependendo do tipo de erro) do valor total do exercício para cada erro de tradução13. O vocabulário cobrado nem sempre é muito simples (um ou outro termo pode ser mais complicado), mas, em geral, não há muitos problemas. Normalmente, as notas da tradução são bem maiores que as notas da versão. Um pequeno “problema” nas traduções e nas versões é o seguinte: o examinador escolhe, tanto nas traduções para o Português quanto nas versões para o Inglês, algumas expressões que ele quer, obrigatoriamente, que o candidato use determinados termos que correspondam àquela palavra ou expressão na outra língua. Assim, por exemplo, se há o termo “vidente”, para ser traduzido para o Inglês, e se o examinador escolheu essa palavra, para testar os candidatos, você ser| penalizado, se tentar dizer isso com uma express~o como “a person who foresees” ou coisa do tipo. Se o examinador, entretanto, não houver escolhido essa palavra como teste, você poderá não perder nenhum ponto por isso. O maior problema é que, obviamente, você não sabe quais são as expressões que serão escolhidas enquanto faz a prova. Pode ser que uma expressão para a qual você não conhece a tradução exata não seja uma das escolhidas pelo examinador, e dizer a mesma coisa de outra maneira (com uma frase ou com uma expressão mais longa que exprima o mesmo sentido) pode não implicar penalização. Enfim, não há como saber isso antecipadamente, então a melhor alternativa é, sempre, a tradução o mais fidedigna possível. De toda forma, se não souber, aí não tem jeito, invente alguma coisa, pode ser que seja aceita. Só nunca, nunca, deixe um espaço em branco, pois isso atrai os olhos do examinador, e ele saberá que já tem algo faltando ali. Mesmo que você não tenha nenhuma ideia do que alguma coisa signifique ou de como traduzir, invente palavras, crie sinônimos que não existem, faça qualquer malabarismo linguístico que estiver a seu alcance, só não deixe espaços em branco. Como os examinadores corrigem mais de duzentas provas (números de 2010 e de 2011), pode ser que alguns erros acabem passando despercebidos.

13 Segundo o Guia de Estudos: menos 1,00 pontos por falta de correspondência ao(s) texto(s)-fonte, erros gramaticais, escolhas errôneas de palavras e estilo inadequado; menos 0,50 pontos por erros de pontuação ou de ortografia. Apesar dessa previsão no Guia de Estudos, a banca também tem considerado, nos últimos concursos, que também se subtraem 0,50 pontos por erro de preposição, ao invés de 1,00 pontos.

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O resumo do texto em Inglês costuma surpreender alguns candidatos com baixas notas. A atribuição de pontos é feita de acordo com uma avaliação subjetiva que considera várias coisas: quantidade de erros, abrangência de todos os pontos selecionados pelo examinador como os mais importantes do texto etc. Não é necessário incluir exemplos no resumo, que deve, com suas palavras, abranger todos os principais temas discutidos no texto, seus argumentos e sua linha de raciocínio (os temas e os argumentos podem ser apresentados na ordem que você considerar mais interessante, não é necessário seguir a ordem do texto). No resumo, não se emite opinião sobre o texto, e n~o é necess|rio dizer “o autor defende”, “segundo o autor” (em Inglês, obviamente). Como se trata do resumo de um texto, é evidente que tudo o que está ali resume as opiniões do autor. Não é necessário fazer uma introdução e uma conclusão, você perderá muito espaço, e não é esse o objetivo do resumo. Seja simples e direto, acho que é a melhor dica.

O comando indica um máximo de 200 palavras, mas eles não contam. Já vi professores dizendo para que os alunos fizessem, obrigatoriamente, entre 198 e 200 palavras, mas, se você buscar os Guias de Estudos anteriores, verá que há resumos que fogem a esse padrão (para baixo ou para cima) e que foram escolhidos como o melhor resumo daquele ano. É claro que você não vai escrever 220 palavras, mas acho que umas 205, mais ou menos, estão de bom tamanho (escrevi um pouco mais de 200, acho que 203, não sei). A professora do cursinho de terceira fase dizia que podíamos fazer até cerca de 210 (desde que a letra não fosse enorme, para não despertar a curiosidade do examinador) que não teria problema. É claro que o foco deve estar nos 200, esse valor superior é apenas para o caso de lhe faltarem algumas palavras, para encerrar o raciocínio.

Em 2011, os 15,00 pontos do resumo foram divididos em duas partes: 12,00 pontos para a síntese dos principais aspectos do texto e 3,00 pontos para linguagem e gramática. O examinador determinou que havia seis tópicos principais do texto que deveriam ser incluídos no resumo e atribuiu até dois pontos para a discussão de cada um desses tópicos. Obviamente, não há como saber quantos serão esses tópicos. O melhor a fazer é tentar tratar de todos os aspectos mais importantes do texto com o mínimo possível de palavras. Se sobrarem 10 ou 15 palavras, não desperdice, faça uma frase a mais, quem sabe isso pode lhe render alguns preciosos décimos a mais.

A redação em Inglês é de 45 a 60 linhas, com valor de 50 pontos. Esses 50 pontos são distribuídos em: planejamento e desenvolvimento (20 pontos), qualidade vocabular (10 pontos) e gramática (20 pontos), com penalização de 1,00 ou de 0,50 pontos por erro, de acordo com o tipo de erro14 (descontados da parte de gramática). Nota zero em gramática implica nota zero na redação (logo, cuidado para não zerar). Há penalização de 1,00 pontos para cada linha que faltar para o mínimo estabelecido.

Normalmente, a redação trata de temas internacionais de fácil articulação. Não há recomendações de número de parágrafos, de número de linhas por parágrafo ou coisa do tipo. As principais coisas a observar são: ter uma tese central, usar argumentos que a sustentem, e, sobretudo, fornecer exemplos. Ao ver espelhos de correção de concursos anteriores no cursinho, fica evidente que muitas notas de planejamento e desenvolvimento são mais baixas devido à ausência ou à insuficiência de exemplos, como indicam os comentários dos examinadores em provas anteriores (a prova de Inglês é a única da terceira fase que vem com comentários e com marcações). Eu diria, portanto, que é necessário prestar atenção na argumentação coerente que comprove a tese, é claro, e no fornecimento de vários exemplos que sustentem a argumentação apresentada. É claro que só listar dezenas de exemplos pode não adiantar nada, mas, se você souber usá-los de maneira coerente, como complemento à argumentação, acho que poderá ser bem recompensado por isso. Ao contrário do que já vi dizerem por aí, não há penalizaç~o por “ideologia” discrepante daquela da banca. Aproveitando a temática da prova de 2001, não interessa se você é contra ou a favor da globalização, o importante é elencar argumentos fortes e sustentá-los com exemplos pertinentes.

14 Segundo o Guia de Estudos, menos 1,00 pontos por erro (exceto para erros de pontuação ou de ortografia, para os quais há subtração de 0,50 pontos). Apesar dessa previsão no Guia de Estudos, a banca também tem considerado, nos últimos concursos, que também se subtrai 0,50 pontos por erro de preposição, ao invés de 1,00 pontos.

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Por fim, a parte de qualidade vocabular não se refere só ao uso de construções avançadas de Inglês (inversões, expressões idiomáticas etc.). De nada adianta usar dezenas de construções avançadas, se você tiver muitos erros de gramática. Os 10 pontos de qualidade vocabular levam em consideração tanto o número de construções avançadas que você usou quanto o número de erros de gramática que você teve. Ainda que você use poucas construções avançadas, se não errar nada de gramática (ou se errar muito pouco), sua nota nesse quesito deverá ser bem alta. Dessa forma, acho que o melhor a fazer é preocupar-se, primeiramente, com gramática. Uma pequena lista de expressões idiomáticas passíveis de se empregar, combinada com o uso de construções mais avançadas (como inversões, por exemplo), já pode significar boa nota de qualidade vocabular, se você não perder muitos pontos de gramática. Não vou dizer quais usei, senão todo mundo vai usar as mesmas e ninguém vai ganhar pontos. Usem a criatividade: vejam expressões diferentes, palavras conotativas apropriadas, verbos e palavras mais “elaborados” etc.

Em resumo, acho que o principal da redação é: errar pouco em gramática e fornecer exemplos. Com isso e com bons argumentos, sem fugir ao tema, eu diria que há boas chances de uma nota razoável.

A prova de Geografia é, a meu ver, uma das mais chatas e imprevisíveis. Cada ano, a prova é de um jeito, ora cobra Geografia física, ora cobra teoria da Geografia etc. No geral, acho que a banca não tem muita noção de que está avaliando conhecimentos importantes para o exercício da profissão de diplomata, não de geógrafo. Assim, frequentemente, aparecem algumas questões bem loucas. O bom das questões mais chatas de Geografia é que a banca costuma ser mais generosa na correção. Há alguns anos, uma questão sobre minérios na África, por exemplo, aterrorizou muitos candidatos, mas, na hora da correção, segundo um professor de cursinho, as notas não foram tão baixas. Por isso, não se preocupe tanto com essas questões mais espinhosas que, eventualmente, aparecem na terceira fase de Geografia.

Em 2011, uma das questões (sobre navegação de cabotagem no Brasil, na década 2001-2010) havia sido tema de uma reportagem do programa Globomar duas semanas antes da prova. Para falar a verdade, eu não sabia nem o que era Globomar, se era uma reportagem do Fantástico, um quadro do Faustão ou a nova novela das sete, mas, como um raio pode cair duas vezes no mesmo lugar, não custa nada informar para que você fique atento a algumas dessas questões mais recentes. Não precisa gravar e tomar notas de todo Globomar daqui para frente. Dar uma olhada nos temas desse tipo de programa, de vez em quando, já deve ser mais que suficiente. Vale dizer que o mais importante é, sempre, Geografia do Brasil. Não precisa assistir o National Geographic sobre monções no Sri Lanka, porque não vai cair. De todo modo, assuntos relativos à costa e ao litoral brasileiros são reincidentes no concurso.

Muitos falam sobre a necessidade de usar o “miltonsantês”, como s~o conhecidos os conceitos de Milton Santos, nas respostas de terceira fase. É algo meio batido, mas acho que todo mundo que faz, pelo menos, o cursinho preparatório para a terceira fase deverá ouvir alguma coisa a respeito, então não se preocupe com isso. Se der para usar alguns conceitos em determinadas questões, use sem exageros. Esses termos podem render bons olhos com a banca, mas ninguém tira total só porque escreveu dez conceitos miltonianos na resposta.

Algumas argumentações s~o “coringas” em Política Internacional. Alguns conceitos, como “multilateralismo normativo”, “postura proativa e participativa”, “articulaç~o de consensos”, “reforma da ordem”, “juridicismo”, “pacifismo”, “pragmatismo”, “autonomia pela participaç~o” etc., poderão ser encaixados em quase todas as respostas de terceira fase. Relações Sul-Sul, América do Sul, BRICS, IBAS, África também são temas que poderão ser empregados em diversos contextos (temáticas recorrentes nos últimos concursos). Desse modo, saiba usar esse conhecimento a seu favor. Se há uma questão que pede comentário sobre algum aspecto da política externa brasileira contemporânea, citar esses conceitos já pode ser bom começo.

Não custa nada lembrar que você está fazendo uma prova para o Ministério em que você pretende trabalhar pelo resto da vida. Criticar a atuação recente do MRE não é sinal de maturidade crítica ou coisa do tipo, pode ter certeza de que n~o ser| bem visto pela banca corretora. N~o precisa “puxar o

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saco” do governo atual descaradamente, mas considero uma estratégia, no mínimo, inteligente procurar ressaltar que, apesar de eventuais desafios à inserção internacional do Brasil, o país vem conseguindo alçar importantes conquistas no contexto internacional contemporâneo, como reflexo de sua inserção internacional madura, proativa e propositiva. Na prova de 2011, a prova da importância de saber a posição oficial do MRE com relação a temáticas da política internacional contemporânea ficou evidente em uma questão que pedia que se discutisse a situação na Líbia, apresentando a posição oficial do governo brasileiro e os motivos para a abstenção do Brasil na votação da resolução 1.973 do Conselho de Segurança da ONU. Saber a posição oficial do governo sobre os principais temas da agenda internacional contemporânea é fundamental na terceira fase. Na primeira fase também: em 2011, um item dizia que o MRE usava a participação na MINUSTAH como “moeda de troca” para o assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Por mais que a mídia sensacionalista diga isso e por mais que você, porventura, acredite nisso, não é essa a posição oficial do Ministério, então isso não está correto e ponto. Seja pragmático e tenha, sempre, em mente que você está fazendo uma prova para o governo. Em dúvida, pense: o que o governo brasileiro defende nessa situação? Essa posição vale tanto para a primeira fase quanto para a terceira.

Com relação à prova de Direito, é uma avaliação, a meu ver, bastante tranquila e uma das mais bem formuladas. Não há grandes segredos, e a leitura (acompanhada do fichamento) dos Guias de Estudos antigos é fundamental. Muitos estilos de questões repetem de um ano para o outro, e alguns argumentos gerais sobre o fundamento de juridicidade do Direito Internacional Público, por exemplo, são úteis quase sempre. Ultimamente, a probabilidade de questões sobre Direito interno propriamente dito tem sido reduzida a temáticas que envolvam o Direito Internacional (como a questão sobre a competência para efetuar a denúncia a tratados, cobrada em 2010). Em Direito Internacional Privado, o que já foi cobrado do assunto, em concursos recentes, esteve relacionado à homologação de sentença estrangeira, assunto bastante básico e tranquilo de estudar. Em Direito Internacional Público (DIP), atenção especial à solução de controvérsias (meios pacíficos, meios coercitivos, meios jurídicos e meios bélicos), ao sistema ONU e ao sistema de solução de controvérsias da Organização Mundial do Comércio, além do supracitado fundamento de juridicidade do DIP (“afinal, por que o DIP é Direito?”). Uma dica que vale tanto para as questões de Direito quanto para as de Economia é tomar cuidado com o número de linhas. Como há questões de 60 e de 40 linhas, corre-se o risco de perder muito espaço com argumentos e ilustrações não necessários à questão. Nas provas dessas duas matérias, não acho que seja tão necessário preocupar-se tanto com a introdução e com a conclusão nas questões de 40 linhas (nas de 60, se houver, devem ser bem curtas), pois não há espaço suficiente para isso. Em minhas provas de terceira fase, apenas respondi a essas questões de 40 linhas diretamente.

A prova de Economia mudou muito, se você comparar as provas de 2008-2009 às de 2010-2011, por exemplo. Anteriormente, havia questões enormes de cálculos, equações de Microeconomia etc. Em 2010, a única questão que envolvia cálculo era ridiculamente fácil. Em 2011, para melhorar a situação daqueles que não gostam dos números, não havia um único cálculo nas questões, todas elas analíticas. Além disso, as cobranças anteriores de Economia Brasileira focavam, especialmente, no período da República Velha (isso se repetiu em 2010). Em 2011, até mesmo o balanço de pagamentos atual do Brasil e a economia dos BRIC na atualidade foram objetos de questões. Talvez seja uma tendência da prova de Economia dos próximos anos, de priorizar o raciocínio econômico, em detrimento dos cálculos matemáticos que aterrorizavam muitos no passado. Ainda que eu não tenha problemas com cálculo (e goste bastante, inclusive), devo admitir que me parece muito mais coerente cobrar economia dos países do BRIC do que insistir nos cálculos de preço de equilíbrio, quantidade de equilíbrio, peso-morto etc., se considerarmos que se trata de uma prova que visa a selecionar futuros diplomatas (aí está uma lição que a banca de Geografia precisava aprender).

Ainda que, à primeira vista, esse novo tipo de prova possa parecer mais fácil, pode não ser tão tranquilo quanto parece. Por mais contemporâneas que as questões sejam, acho que os candidatos correm o sério risco de confundir a prova de Economia com uma prova de Política Internacional (por envolver BRIC, por exemplo). Lembre-se, sempre, de que quem corrige as provas de Economia

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são economistas. Como economistas, eles valorizam o raciocínio econômico, com o uso de conceitos econômicos, e é isso o que deve ficar claro, em minha opinião, em questões como essa. Tenho maior facilidade com esse raciocínio econômico e com os conceitos da disciplina, por haver participado da monitoria de Introdução à Economia da UnB por quatro semestres. A quem não teve essa experiência, para acostumar-se a esse “economês”, nada melhor que bons notici|rios de Economia:

- Brasil Econômico: http://www.brasileconomico.com.br/

- Financial Times: http://www.ft.com/home/us

- IPEA: http://agencia.ipea.gov.br/

- O Globo Economia: http://oglobo.globo.com/economia/

- The Economist: http://www.economist.com/

- Valor Econômico: http://www.valoronline.com.br/, entre vários outros.

Obviamente, não precisa ficar lendo todas as notícias postadas em todos esses sites, todos os dias. Já tentei o esquema de ler uma notícia por dia de uns cinco sites de notícias e cansei facilmente. Não acho que seja possível dizer um número ideal de notícias econômicas lidas por semana, mas sei lá, umas duas ou três já são melhor que nada.

QUARTA FASE

Em 2011, as duas provas da quarta fase foram aplicadas simultaneamente: questões de 1 a 10 de Espanhol (com dois textos para interpretação) e questões de 11 a 20 de Francês (também com dois textos para interpretação, o que difere da tendência de apenas um texto dos concursos anteriores). Para cada matéria, são cinco questões sobre cada texto, cada questão com valor máximo de 5 pontos. Não há previsão em edital com relação à divisão das pontuações dessas provas, mas, no concurso de 2011, a pontuação foi assim dividida:

- Espanhol: foram quatro critérios de correção com valor de 1,25 pontos cada: CG (Correção Gramatical), CT (Compreensão Textual), OI (Organização de Ideias) e CL (Qualidade da Linguagem).

- Francês: foram três critérios de correção: R (Resposta – adequação do conteúdo da resposta à pergunta, no caso de pergunta interpretativa, ou pertinência da argumentação apresentada nas questões de opinião), G (Gramática – ortografia, verbos, concordância, regência, acento etc.) e S (Estilo – qualidade da redação e da estrutura das frases da resposta do candidato). R vale, em geral, 2 pontos (nas questões interpretativas) e 1 ponto (nas questões de opinião). G vale, sempre, 2 pontos (penalização: -0,25 pontos para erro grave, -0,1 pontos para acento errado ou faltando e -0,5 pontos para palavra inventada). S vale, em geral, 1 ponto (nas questões interpretativas) e 2 pontos (nas questões de opinião). Na prova de 2011, a terceira e a oitava perguntas não tiveram nota S, apenas R (3 pontos) e G (2 pontos), sem motivo explícito para isso.

Muitos preferem escrever apenas as três linhas (que são o mínimo exigido), para evitar o risco de errar. Acho que os pontos que você pode perder por erros em uma linha não compensam os que você pode deixar de ganhar em uma resposta mais completa. No mais, acho que a única recomendação (bem óbvia) é evitar, ao máximo, repetir as palavras do texto. Paráfrase é, sempre, a melhor opção (às vezes, o próprio texto apresenta, em outras partes, sinônimos para uma palavra ou expressão). Cópias do texto podem ser penalizadas.

INTERPOSIÇÃO DE RECURSOS

Assim que é liberado o gabarito provisório da primeira fase, os candidatos têm cerca de 48h para a interposição de recursos ao gabarito. Os recursos devem ser apresentados de maneira sucinta e objetiva, em até mil caracteres para cada recurso, sem possibilidade de uso de aspas para citações (informações de 2011). Não tenho outra recomendação específica sobre esses recursos, apenas

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uma informação acerca de uma dúvida comum: os recursos da prova de Inglês (assim como os recursos à correção das provas de Inglês da terceira fase e de Espanhol e de Francês da quarta fase) devem ser escritos em Português.

A correção da segunda fase é dividida, como visto acima, em Gramática e Texto. Como eu havia sido aprovado com boa nota na segunda fase, os professores de Redação aconselharam-me a nem entrar com recurso à nota de texto, ainda que certa nota da parte de texto da redação estivesse, segundo a professora do cursinho, um pouco incoerente em face das notas nos demais quesitos. De todo modo, acabei arrependendo-me um pouco de não haver pleiteado recurso quando vi que um conhecido que também havia ficado muito bem colocado conseguiu mais de um ponto de texto. Faça o que eu digo, não o que faço, e entre com recurso contra tudo o que você achar possível (isso vale para todas as fases do concurso, na verdade). No concurso de 2011, a maior concessão de pontos por recurso à correção da prova de Redação foi de quase cinco pontos, a maior que já vi, o que pode fazer enorme diferença na pontuação final para a aprovação (muitos candidatos não passam por poucos pontos ou décimos). De maneira geral, acho que a média dos candidatos que conseguem alguma coisa é de cerca de 1 a 2 pontos adicionais. Dado o princípio jurídico da proibição da “reformatio in pejus”, o examinador n~o poder| reduzir sua nota, se você entrar com recurso; poderá apenas mantê-la ou aumentá-la.

O grande problema para a interposição de recursos na terceira fase é que, à exceção da prova de Inglês, não há nenhuma marcação ou comentário em seu espelho de provas, apenas a nota. Assim, para fazer o recurso, você deve argumentar que a nota obtida não está consistente com a argumentação apresentada, não vejo outro jeito. Acho que, se eles dificultaram nossa vida com isso, temos o direito e o dever de dificultar a vida deles também, solicitando revisão da correção de praticamente todas as questões da terceira fase, de todas as matérias. É óbvio que muitos recursos lhe serão negados, mas só consegue quem tenta. Como você não perde nada por tentar, recomendo que tente tudo o que puder. Fiz recurso para quase todas as questões em que tirei menos de 80% (nas demais, acho que seria pouco provável que me dessem mesmo, então nem tentei). No fim das contas, de 15 recursos, acataram 3, e ganhei 7 pontos a mais (mas um ponto não foi computado por erro do Cespe; como não me fez falta, não tomei maiores providências a respeito). Na terceira fase de 2011, cerca de metade dos candidatos conseguiu aumentar sua pontuação com os recursos. Mais da metade dos que tiveram algum sucesso no pleito ganhou 3 ou menos pontos, e a média de concessão foi de 3,8 pontos. O candidato que ganhou mais aumentou em 13,5 pontos sua nota. Com isso, pode-se ter uma ideia aproximada do que pode mudar com os recursos.

A seguir, algumas indicações e recomendações para os recursos na terceira fase.

Além de não haver nenhuma marcação ou comentário nas provas (exceto na de Inglês), o espaço disponível para recurso é de apenas mil caracteres por questão. O recurso deve, portanto, ser escrito de maneira objetiva e clara. Não adianta nada usar expressões prolixas e vocabulário rebuscado, seja simples e direto. Acho que n~o é um tom muito agrad|vel dizer algo como “a resposta apresentada cobre, integralmente, todos os pontos abordados pela quest~o” ou coisa parecida. Não tenho experiência com isso, afinal não sou professor e só precisei fazer esses recursos uma vez na vida, mas acho que, se o examinador tirou alguns pontos de sua resposta, é muito pouco provável que ele vá te dar todos os pontos de volta (exceto em questões mais pontuais, como erros de Inglês que são corrigidos ou eventuais contas de Economia corrigidas de maneira errada). Uma vez que você aceita o fato de que é quase impossível que o examinador te restitua todos os pontos que descontou de você, fica mais f|cil n~o ser t~o “agressivo”. Acho que um tom bom pode ser algo do tipo: “o candidato reconhece que n~o abordou, integralmente, todos os pontos suscitados pela questão, mas solicita revis~o, por acreditar que a apenaç~o foi excessiva”. Depois disso, é necessário argumentar o motivo pelo qual sua resposta mereceria mais pontos.

Como já disse acima, você tem até mil caracteres para o recurso de cada questão. Nas questões de Inglês, por exemplo, tome cuidado, pois, se você quiser contestar a correção de vários erros de uma mesma questão (da redação, por exemplo), deverá fazê-lo tudo junto, nos mil caracteres. Economizar palavras é, portanto, essencial.

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A argumentação deve levantar os principais aspectos tratados em sua resposta que dão conta da proposição sugerida pelo enunciado. Se você não cumpriu parte do que o enunciado pedia, errou conceitos, fatos e dados ou não abordou integralmente algum aspecto, acho desnecessário dizer que não é recomendável citar isso na resposta. Cite apenas os aspectos positivos, aquilo que você apresentou e que responde, satisfatoriamente, ao tópico central da questão. Se o examinador quiser ter o trabalho de ler sua questão de novo, para identificar o que ficou faltando, o trabalho será dele, mas não dê munições para que ele possa, sumariamente, recusar seu recurso.

A argumentaç~o deve ser, preferencialmente, do tipo: “foram abordados os seguintes pontos da resposta: xxxx (linhas 3-5), yyyy (linhas 8-10) e zzzz (linhas 15-25). Além disso, o candidato ainda apresentou discussão acerca da temática kkkk (linhas 30-37), relacionando-a aos pontos anteriormente descritos (linhas 40-50)”. É óbvio que essa n~o é uma fórmula m|gica, deve ser adaptada a cada circunstância particular, mas acho importante demonstrar quais são seus argumentos fortes e onde eles estão no texto, para o caso de o examinador querer ler sua resposta novamente. Para ganhar espaço, ao invés de escrever “(linhas 3-5)”, prefira “(l. 3-5)”. Só parafrasear a resposta também não é suficiente. É necessário tentar, na medida do possível, argumentar um pouco sobre os motivos pelos quais aquela resposta deveria ter maior pontuação. A seguir, transcrevo o recurso de minha questão de Geografia que teve a nota majorada em cinco pontos. A questão tratava da navegação de cabotagem no Brasil, e, em minha resposta, fiz algumas referências a hidrovias. Segundo o professor do cursinho de terceira fase, muita gente foi penalizada (até mesmo com a nota zero), por tratar apenas de hidrovias. Como, em meu caso, eu havia tratado não só das hidrovias, mas também da navegação de cabotagem propriamente dita, procurei ressaltar, no recurso, que a menção às hidrovias não está fora de contexto:

Estou ciente de que nem todos os aspectos importantes do tema foram discutidos na resposta, mas, como há diversos elementos de conteúdo relativos à temática, como indicado a seguir, solicito revisão da pontuação atribuída. As hidrovias podem ser consideradas cabotagem quando conectadas a portos marítimos, o que valida a análise apresentada. Entre os aspectos favoráveis à cabotagem no Brasil, destacam-se tópicos como a eficiência energética, menores preços (linhas 38-44) e a alternativa do transporte aquaviário em face das rugosidades dos meios rodoviários, historicamente priorizados no país (linhas 20-29). Por outro lado, como desafios, há a histórica opção rodoviária (linhas 20-29 e 45-47) e a escassez de investimentos de grande porte na infraestrutura portuária (47-49). Nos últimos anos, investimentos no setor têm contribuído para parcial superação de tais dificuldades, ainda que diversos obstáculos ainda persistam à plena expansão do modal aquaviário no país (49-54).

A banca terá de ler dezenas e dezenas de recursos, o que faz necessário tornar o trabalho do examinador mais fácil e menos desagradável. Não se esqueça, portanto, de indicar as linhas em que as respostas indicadas por você podem ser encontradas (não adianta tentar inferir algo e dizer que “est| implícito” também; lembre-se de que a banca pode recusar seu recurso sumariamente, sem explicações muito convincentes, então evite motivos para irritar o examinador). Além disso, não acho aconselhável indicar quantos pontos você acha que devem ser majorados ou quantos pontos você precisa para a aprovação, para tentar convencer a banca emocionalmente. Se tem uma coisa que a banca não tem é coração, e esse tipo de informação pode implicar recusa imediata do recurso, com o argumento de que houve identificação do candidato.

Ao fim da resposta, caso ainda haja espaço, você pode indicar algo do tipo: “Por acreditar, portanto, que os pontos acima apresentados foram corretamente discutidos na resposta, solicito, respeitosamente, majoraç~o da nota” ou algo do tipo. Além disso, se você houver tirado menos da metade da pontuação da questão, pode, ainda, alegar que solicita a alteração para maior da pontuação, já que as principais temáticas suscitadas pela questão foram apresentadas, o que não justificaria o fato de a nota atribuída ser menor do que a metade da pontuação máxima da questão. Obviamente, mais uma vez, seja, sempre, cordial.

Quanto ao fato de o recurso ser feito em primeira ou em terceira pessoa, não há diferença, use o que achar melhor (pode, também, alternar). Com relação a alternar o tipo de recurso, vale, também, lembrar que não é recomendável usar a mesma introdução em todos os recursos de uma mesma

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matéria. Às vezes, o mesmo corretor faz a correção de mais de uma questão de uma disciplina, razão pela qual dois recursos com início idêntico, por exemplo, podem irritar o examinador e implicar recusa dos recursos. Não acho que seja obrigatório citar bibliografia no recurso, a menos que seja para pontos mais específicos. Fazer muitas referências bibliográficas pode parecer que você está tentando ensinar o examinador, o que pode não soar muito bem (embora isso pareça, muitas vezes, bastante necessário).

Os recursos são interpostos por meio de uma plataforma online disponibilizada na página do concurso, no site do Cespe. Você não precisa fazer os recursos todos de uma vez. Pode fazer um, salvá-lo e voltar depois, que os recursos já feitos estarão disponíveis (você poderá, inclusive, editá-los posteriormente, dentro do prazo de elaboração de recursos). Com a divulgação do resultado final da terceira fase, o Cespe também libera as respostas dos examinadores aos recursos pleiteados. Leia todas com atenção para o seguinte: confira, de acordo com as questões em que o examinador disse que iria deferir seu pedido, se sua nota naquela matéria foi, de fato, majorada. Nas respostas a meus recursos de Inglês, os examinadores indicaram que iriam me restituir 2 pontos, mas reparei que minha nota total na prova havia subido apenas 1. Entrei em contato com o Cespe, e fui instruído a solicitar recontagem de pontos pelo SAC, via email (apenas enviei o email solicitando a recontagem, constando, em anexo, cópia do CPF e da identidade). Depois de três dias, responderam que não havia nenhum problema de contagem de pontos, e tornei a entrar em contato, reclamando da contagem errada. No fim das contas, o ponto que me faltou não fez diferença para o resultado final, mas fiquem cientes de que, se isso acontecer com vocês, é recomendável entrar com recurso judicial.

Para a quarta fase, é mais tranquilo fazer os recursos, pois há, teoricamente, indicação clara dos erros e das notas parciais em cada quesito. Caso haja alguma discordância, você pode recorrer facilmente. O problema, na prova de 2011, é que as marcações da maioria das questões de Espanhol estavam ilegíveis. Por isso, não havia como fazer recursos pontuais. O recomendado foi que fizéssemos recursos mais gerais, solicitando revisão das correções atribuídas e recontagem dos pontos. Apesar disso, salvo engano, acho que não houve nenhuma modificação nas pontuações dos candidatos aprovados (os mesmos 26 primeiros colocados após o resultado provisório da quarta fase continuaram em suas posições e foram aprovados).

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Parte IV - SUGESTÕES DE LEITURAS

SUMÁRIO – Parte IV

INTRODUÇÃO

Minha intenção inicial, ao preparar essa parte de sugestões, era fazer uma lista do material que usei a fim de me preparar para o CACD. No decorrer da montagem da lista, acabei compilando várias sugestões que recebi pela Internet e pelas indicações de amigos e de professores. Quando percebi, já estava mais longa que eu imaginava que seria. Diante das opções de encurtar ou de mantê-la extensa, para ser o mais abrangente possível, optei pela segunda. Não incluí apenas os livros que usei. Listei, também, diversas recomendações de terceiros, embora não tenha (nem de longe) lido todas. O importante é que se saiba, desde já, que muito melhor que ler dezenas de livros é eliminar leituras desnecessárias e atentar ao que é, de fato, essencial. É isso o que, provavelmente, fará a diferença entre ser aprovado ou não.

Dito isso, já adianto que esta parte não se trata de uma seleção de obras que devem ser lidas integralmente (aliás, como você verá, boa parte delas eu não li, apenas reproduzo indicações recebidas), tampouco de uma lista que pretende ser exaustiva – o que seria, obviamente, impossível. Não tenho a pretensão de fazer uma lista completa, perfeita ou infalível. É desnecessário alongar-me quanto ao fato de que, como acontece com qualquer lista de recomendações de estudos, as indicações aqui apresentadas não pretendem ser plenamente

Introdução

Leituras Sugeridas

Direito

Economia

Espanhol

Francês

Geografia

História do Brasil

História Mundial

Inglês

Política Internacional

Português

Anexos

Anexo I – Conteúdos das Disciplinas conforme o Guia de Estudos do CACD 2011

Anexo II – Bibliografia Recomendada pelo Guia de Estudos do CACD 2010

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suficientes para a boa preparação. O que funcionou para mim não necessariamente funcionará para qualquer outra pessoa. A intenção é que sirva, ao menos, de motivação e de guia inicial. Trata-se, apenas, de uma reunião de sugestões que acredito ser úteis a quem se prepara para o CACD, para que possa, assim, ter uma noção inicial de fontes úteis de estudo e montar um planejamento de estudos de acordo com suas disponibilidades de tempo e de material.

Como dito na Parte III, vários textos e resumos que tenho (aos quais faço algumas referências no decorrer do texto) foram disponibilizados na página http://relunb.wordpress.com. Nesse site, você também encontrará resumos das matérias obrigatórias e optativas do curso de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, além de resumos e de diversos arquivos, para auxiliar na preparação para o CACD. Todas as vezes em que eu me referir, neste documento, ao “REL UnB”, leia-se esse site.

Perdoem-me os academicamente mais ortodoxos, mas fiz meus comentários da maneira pragmática como encarei as coisas em minha preparação (se acho que um resumo pode ser mais válido que a leitura de um livro, escrevi isso com todas as letras), uma vez que meu tempo de estudos para o concurso foi pequeno, e, mesmo que se inicie a preparação com mais prazo, sempre faltará tempo para alguma coisa. Por isso, ciente de nossas limitações e com o objetivo voltado não para o prazer da leitura e para o desfrute de toda a qualidade literária de alguns autores da bibliografia (que alguns, sem sombra de dúvida, têm de sobra), elaborei as recomendações a seguir de modo a reproduzir não a condição ideal de estudos, mas o que é possível fazer em pouco tempo de preparação, como foi em meu caso. A sequência de obras apresentadas corresponde a uma sugestão aproximada (embora imperfeita) de ordem de leitura. De todo modo, procurei fazer indicações quanto às obras que são de conteúdo mais geral – sugerindo, portanto, que sejam lidas primeiramente – e quanto às mais específicas.

Ao final desta parte do documento, fiz uma lista concisa de livros que considero indispensáveis e para os quais sugiro a leitura completa (e, se você achar proveitoso, o fichamento). Se disponível, informei, também, acerca da existência de fichamento para download no “REL UnB”. Nos anexos, há materiais referentes aos últimos Guias de Estudos (conteúdos cobrados e bibliografia recomendada).

Sem mais enrolação, passemos ao que interessa.

LEITURAS SUGERIDAS

No Anexo II, ao final do documento, você encontrará a relação das obras recomendadas no último Guia de Estudos em que houve indicação de bibliografia recomendada pela banca organizadora do concurso (2010). Como dá para perceber, as leituras anteriormente recomendadas pela banca são muitas (e, em grande parte das vezes, desnecessárias), o que torna fundamental conhecer o que realmente vale a pena no meio de tudo aquilo – e, além disso, quais obras, mesmo não sendo descritas ali, podem suprir lacunas de conteúdo ou abranger melhor determinada parte da matéria.

Com esse compilado de leituras sugeridas, confesso que estou com um pouco de receio. Não quero que pareça que todas essas leituras são minhas recomendações e que você deve ler todas. Longe disso. Eu li poucas delas, como você verá a seguir. De todo modo, procurei indicar a maioria das sugestões que já recebi, para que você tenha alternativas de estudos tanto às minhas recomendações quanto à bibliografia oficial do concurso (quando havia uma bibliografia oficial, até 2010). Também não quero que pareça ser uma indicação ou recomendação expressa, não tenho a pretensão de reunir toda a bibliografia necessária para o concurso, nem tentarei fazê-lo. Trata-se, apenas, de um relato tanto das leituras de que fiz uso quanto das que me foram recomendadas, nada mais.

As leituras sugeridas estão separadas por disciplina e, eventualmente, por subtópicos, dentro da disciplina. Elenquei uma série de obras que ou auxiliaram em minha preparação, ou foram

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indicadas por professores e/ou por guias com sugestões de estudos a que tive acesso. Vale lembrar que não significa que eu recomende a leitura de todas. Muitas delas eu nem li, mas fiz as indicações de obras que podem (ou não, em alguns casos, como você verá a seguir) auxiliar em sua preparação. Use essa lista apenas como guia geral, caso esteja meio perdido, ou procurando bibliografia para começar ou complementar seus estudos. Lembre-se, e repito isso diversas vezes ao longo das indicações a seguir: confira o Guia de Estudos. A pior coisa que pode acontecer em sua preparação é estudar coisas que não caem no concurso, e já vi muita gente fazendo isso. Para facilitar, eu imprimi todas as relações de conteúdos discriminadas no Guia de Estudos do concurso (disponíveis no Anexo I deste documento) e preguei em um quadro na parede. Sempre que ia estudar determinado assunto, eu voltava ao quadro e conferia o que deveria estudar sobre aquele tema. Além disso, após estudar, eu riscava os conteúdos que já haviam sido vistos, o que é bom para motivar os estudos.

Outra sugestão é fazer uma lista dos livros que você pretende ler e dos livros que você já leu. Programe-se! Calcule a média de páginas que você consegue ler por dia e veja quanto tempo demorará, para ler as obras que você deseja, lembrando-se, sempre, de reservar um tempo para revisar o que estudou. À medida que ler os livros escolhidos por você, marque em suas listas, o que também pode ser motivador, para você ver, depois de certo tempo, quanta coisa já estudou e nem se deu conta (ou, ao contrário, para ver que não estudou quase nada e que precisa apertar o passo). Não se esqueça, também, de combinar as leituras e os estudos com a resolução de exercícios (especialmente, para a primeira fase). Para isso, sugiro as provas anteriores do CACD, as provas do programa de ação afirmativa do Instituto Rio Branco e quaisquer outros concursos do Cespe que cubram as matérias previstas no edital. Grande banco de questões de concursos públicos pode ser encontrado em: http://www.questoesdeconcursos.com.br. Há opção de cadastro gratuito (embora limitado).

Em primeiro lugar, um comentário rápido acerca dos Manuais do Candidato publicados pela FUNAG, que abrangem todas as disciplinas. Todos estão disponíveis para download no site da FUNAG (para facilitar as coisas, os links para os manuais podem ser encontrados no “REL UnB”). É preciso saber que: 1) os manuais não contêm toda a matéria necessária aos estudos, mas podem ser, em alguns casos, bom começo; 2) alguns manuais são muito mal escritos (já vi gente que parou de lê-los na metade, por causa disso); 3) a banca não lê os manuais, logo eles não são uma bíblia, são mais um guia geral, para ter noções gerais do conteúdo e para, a por meio delas, aprofundar-se em determinados temas (veja as indicações abaixo, nas disciplinas respectivas). Falarei mais sobre cada um deles individualmente, nas partes das disciplinas correspondentes.

Outra sugestão de caráter geral é o acervo de monografias e de teses disponível para consulta online na página da Biblioteca Central da Universidade de Brasília (http://consulta.bce.unb.br/). Há vários textos interessantes, de várias matérias cobradas no concurso. Recomendo com relação a temáticas mais pontuais que, porventura, não tenham sido cobertas de maneira razoável pela bibliografia mais geral. Cuidado, obviamente, com temas mais polêmicos. Opte, sempre, pelo posicionamento oficial do governo brasileiro.

Dito isso, passemos às considerações individuais das matérias.

DIREITO

Não sou muito fã de livros de Introdução ao Estudo do Direito, mas, caso seja de interesse de alguém que nunca ouviu falar no assunto, antes de partir para os estudos específicos do Guia de Estudos, sugestões possíveis são Introdução ao Estudo do Direito (Paulo Dourado) e Lições Preliminares de Direito (Miguel Reale). De todo modo, acho desnecessário para o concurso. Você não precisa saber essas teorias iniciais, para passar ao que, de fato, cai nas provas.

- Manual do Candidato: Noções de Direito e Direito Internacional Público (Alberto do Amaral Junior) – não li. Não é indispensável e há leituras mais interessantes. De qualquer modo, não diria que é desprezível.

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>> DIREITO INTERNACIONAL

- Direito Internacional Público (Rezek): é, praticamente, a bíblia da prova de Direito. Além de ser o livro mais importante para a prova de Direito Internacional Público (DIP), é, entre os livros que citarei de DIP, o mais curto e com as letras maiores (depois de meses lendo letras miúdas, isso é uma bênção). Se você estiver lendo outro manual de DIP e encontrar alguma coisa que vá contra o que o Rezek disse, atenção: não desconsidere o Rezek. Os dois argumentos podem ser contrapostos, por exemplo, em uma questão de terceira fase (para a primeira fase, normalmente, evita-se esse tipo de questão que dá margem a confusões). Um professor de cursinho gostava de falar que “in dubio pro Rezek”. A única exceção é a consideração do indivíduo como sujeito de DIP (Rezek não o considera), que é praticamente consensual para a banca. Sobre isso, vide a referência a Cançado Trindade abaixo.

- Manual de Direito Internacional Público (Accioly): muitos adoram e falam muito bem, mas vejo alguns problemas. Em primeiro lugar, de ordem prática: o livro possui excessivas citações e referências históricas e de autores, o que é muito bom para quem deseja conhecer a fundo determinado assunto de DIP, buscar outras fontes etc., mas é (pelo menos eu acho assim) péssimo para alguém que está estudando com a cabeça voltada para a aprovação no concurso. Obviamente, o livro tem seus méritos, e há coisas nele que não há no Rezek, por exemplo, mas não o considero a melhor opção para os estudos para o concurso. Se tiver de escolher entre Rezek ou Accioly, eu sugeriria o Rezek. Se eu tivesse tempo para ler os dois, eu não leria o Accioly e o substituiria pelo Portela, indicado abaixo (sempre conferindo os conteúdos, obviamente, com o Guia de Estudos).

- Introdução ao Direito Internacional Público (Alberto do Amaral Júnior): não muito extenso, bom complemento ao Rezek. Em algumas partes, é até melhor que o Rezek. Pode valer a pena dar uma olhada, apesar de não ser indispensável.

- Direito Internacional Público e Privado (Paulo Henrique Gonçalves Portela): não conheço o livro, mas ele foi indicado por um professor de cursinho para o IRBr. O professor falou que o livro é excelente, mas ele estava esgotado na editora. Em 2011, lançaram nova edição, que já está disponível para a compra, mas não cheguei a ter acesso a ela. De todo modo, esse professor é ótimo e tem uma “filosofia pragm|tica” muito próxima { minha, ent~o confio nas recomendações dele.

- International Law (Malcolm Shaw): não li, mas já recebi boas indicações a respeito. Está disponível para download no “REL UnB”.

- Direito Internacional Público (Nguyen Quoc, Patrick Dailler e Alain Pellet)

- Documento “Atos Internacionais – Prática Diplomática Brasileira – Manual de Procedimentos” (Alessandro Candeas): curtíssimo documento sobre a celebração de atos e de acordos internacionais no Brasil (disponível para download no “REL UnB”).

- Artigo “Efetividade do Órgão de Solução de Controvérsias da Organização Mundial do Comércio: uma análise sobre os seus doze primeiros anos de existência e das propostas para seu aperfeiçoamento” (Marcelo Dias Varella): ótimo artigo. Responderia a uma quest~o da terceira fase de 2010 e a uma (ou quase uma) de 2011.

Quanto ao Direito Internacional Privado (DIPri), não estudei em nenhum livro. Como tive aula sobre isso no cursinho, fiquei apenas com minhas anotações de aula mesmo. Por não conhecer o livro do Portela, não sei dizer se é suficiente, mas a parte de DIPri que é preciso saber para a prova não é muita coisa: ler a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (antiga Lei de Introdução ao Código Civil) – artigos 7º ao 11; 15; 17 – e a RES STJ 09/05 – artigos 5º e 6º - já é um começo. Para completar, procure algum artigo curto que trabalhe bem esses temas na internet, não deve ser difícil de encontrar.

- O Direito Internacional em um Mundo em Transformação (Cançado Trindade): recebi boas indicações, mas não passei nem perto, por falta de tempo e por pragmatismo, já que tem mais de mil páginas.

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- Coletânea de Direito Internacional (Valerio Mazzuoli): essa obra reúne dezenas dos tratados internacionais mais importantes. Muito útil e prático (bem melhor que ficar procurando tudo na internet), com índice de assuntos, índice temático e índice cronológico (o que facilita bastante os estudos). Usei bastante como livro de consulta (em diversos momentos, será importante saber alguns artigos e capítulos especiais de certos tratados, como discutido abaixo) e recomendo fortemente.

Especialmente, para a terceira fase, para complementar suas respostas, decorei os principais artigos, incisos, recursos extraordinários e leis de importantes documentos referentes ao Direito Internacional: Carta da ONU (art. 1º; art. 2, §4º; cap. VI; cap. VII; art. 33, 39, 41, 42, 51), Estatuto da CIJ (art. 38), 4 Convenções de Genebra (art. 3º comum), Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (art. 1º), Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados (artigos 27 e 46), Protocolo de Ouro Preto (art. 34), Constituição da República Federativa do Brasil (art. 4º; art. 5º §2º, 3º e 4º; art. 12; art. 21, incisos I e II; art. 49, inciso I; art. 84, incisos VII e VIII), RE 80.004/77; Lei 6.815/1980; Lei 9.474/1997; RE 466.343/SP. Pode parecer muito, mas, durante os estudos, você verá que não é. Acho que todos esses são importantíssimos e fundamentais para qualquer prova de Direito Internacional. Ao longo de seus estudos, complemente a lista com outros que você julgar importantes (todos os que usei em meus estudos e decorei para a prova estão aí).

>> DIREITO INTERNO

Não costuma cair frequentemente na primeira fase (cai em alguns anos, em outros não cai nada), por isso alguns não dão muita atenção ao Direito Interno. De qualquer forma, é item do Guia de Estudos e não pode ser deixado de lado. Na terceira fase, pode cair indiretamente, misturado a elementos de Direito Internacional (especialmente, Direito Constitucional Internacional).

- Sinopses Jurídicas nº 17 e 18 (editora Saraiva)

- Direito Constitucional Descomplicado (Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino): acredito ser ótima alternativa para o estudo de Direito Constitucional. Esqueça manuais de Direito Constitucional (como o gigantesco do Gilmar Mendes, por exemplo), eles são pouco práticos. Além disso, não precisa ler o livro todo, siga os itens pelo edital. Mesmo o livro do Alexandrino terá muitas coisas que não são tão importantes para o CACD. Conhecer as questões de Direito Interno que caíram nas provas anteriores é fundamental para saber ponderar o que é útil e o que não é.

- Direito Constitucional Esquematizado (Pedro Lenza): já me falaram que é melhor que o Direito Constitucional Descomplicado, mas só descobri isso depois, quando já havia comprado o Alexandrino. De qualquer forma, ambos são válidos (repito: confira os tópicos com o Guia de Estudos, senão vai estudar muita coisa à toa).

Quanto ao Direito Administrativo (DA), recomendaram-me o livro da Maria Sylvia Zanella Di Pietro, e estudei por ele, mas não sei se é o ideal. Já me recomendaram, também, os livros de DA de Carvalho Filho e de Celso Antônio Bandeira de Mello, mas não os conheço. Os tópicos de DA do edital são bem específicos (princípios constitucionais da administração pública, controle de legalidade dos atos da administração e responsabilidade civil do Estado), então acho que dá para estudar esses itens específicos ou por bons artigos jurídicos disponíveis na internet ou por qualquer manual de DA, selecionando esses tópicos essenciais. Procure algum manual de DA em bibliotecas e veja o que mais lhe agrada quanto a esses tópicos, que são curtos e fáceis (em uma ou duas páginas, você faz um resumo bom dessa matéria). Na internet, h| v|rios “resumões de Direito” que podem ajudar nos estudos, especialmente, em DA. Disponibilizei alguns a que tive acesso no “REL UnB”. Reitero a necessidade de conferir os itens com o Guia de Estudos. H| muita coisa de DA que é desnecess|ria (no “Resum~o de DA” que disponibilizei no “REL UnB”, basta ler os itens 3, 6, 10, 12 e 15).

- “Constituição Federal de 1988”: não vai querer decorar a CF toda, porque não adianta nada. Se você souber todos os artigos e incisos dela indicados acima, acho que já conseguirá responder às questões de Direito Internacional que envolverem o tema. Para Direito Administrativo e para

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Direito Constitucional, acho que não precisa saber nenhum artigo da CF de cor, basta estudar a teoria mesmo (vale dizer que, nos concursos de 2010 e de 2011, não foi cobrado praticamente nada de Direito interno).

ECONOMIA

- Manual do Candidato: Economia (Carlos Paiva e André Cunha): achei não prático e não objetivo em muitas partes e acho que, para alguém não iniciado em Economia, será grande perda de tempo. Por outro lado, é tão incompleto em outras partes que, para alguém já iniciado em Economia, também será perda de tempo. Em resumo: não recomendo a ninguém, com uma ressalva: não li a parte de História Econômica do Brasil no manual, então não posso dizer nada a respeito. Já vi professores recomendarem o capítulo 8, mas não li.

>> MICROECONOMIA, MACROECONOMIA E ECONOMIA INTERNACIONAL

Os três manuais básicos de Economia são:

- Introdução à Economia: Princípios de Micro e Macroeconomia (Mankiw): a recomendação dada por um professor, em uma sugestão que li na internet, é que, na 3ª edição, os capítulos recomendados são: 3 a 9, 14, 15, 18, 21, 23, 24, 29, 31, 33 a 35.

- Economia (Samuelson e Nordhaus)

- Manual de Economia – equipe de professores da USP (org. Pinho e Vasconcelos)

O Mankiw é o mais tradicional e o que conheço melhor. Já ouvi alguns dizerem que preferem o manual do Samuelson ao do Mankiw, mas não o conheço. Se você tiver acesso às duas obras (são figurinhas carimbadas em bibliotecas universitárias) e não estiver satisfeito com uma, tente a outra. De qualquer forma, o Mankiw deve atender bem a suas necessidades. Com relação ao manual dos professores da USP, alguns (principalmente os menos familiarizados com Economia) costumam reclamar quanto a algumas partes em que se aprofunda demais em certos temas que podem parecer incompreensíveis para alguns. Não usei nenhum dos três manuais em minha preparação, pois não estudei essa parte da Economia, que já sabia à exaustão, mas os três são válidos. Escolha o que mais lhe agradar e, caso tenha problemas com algum tema específico, procure em outro. Tenho as versões em “pdf” de todos e disponibilizei-as para download no “REL UnB” (as versões digitalizadas do Mankiw e do Samuelson são em inglês). Não custa repetir: não leia os manuais integralmente! Acompanhe a matéria com o programa discriminado no Guia de Estudos, ou você perderá precioso tempo.

Para quem é de Brasília, sugiro as apostilas de Introdução à Economia da UnB (para adquiri-las, entre em contato pelo site http://www.unb.br/face/eco/inteco/). As apostilas não contemplam toda a matéria exigida no concurso, mas podem servir de base para aqueles que estão iniciando seus estudos. Sugiro buscar/aprofundar, no mínimo, os seguintes temas além da apostila: teoria da firma e tipos de mercado, teoria do consumidor, contabilidade nacional, multiplicador monetário (não confundir com o bancário), meios de pagamento, oferta e demanda agregadas e Economia Internacional (veja as indicações de Krugman e Obstfeld/Dornbusch e Helmers abaixo). A parte de economia brasileira das apostilas é de caráter bem introdutório e superficial, o que torna indispensável a leitura de toda a matéria em outras fontes (ver indicações abaixo). Além disso, a prova de terceira fase de 2011 provou que é indispensável saber correlacionar os conceitos econômicos aprendidos na matéria com as circunstâncias econômicas globais contemporâneas. Por esse motivo, vale dizer que é muito importante ficar atento aos noticiários econômicos.

- Economia Sem Mistérios (Matthew Bishop): segundo recomendações, bom livro para conceitos de Economia.

- Microeconomia: Princípios Básicos (Hal R. Varian): esse livro não é indicado para quem não possui conhecimentos de Economia Quantitativa. Há, obviamente, muita coisa desnecessária ao concurso (no concurso de 2011, por exemplo, não serviu para absolutamente nada). Passei o olho

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no livro de maneira rápida, selecionando as partes que se encaixam no conteúdo pedido no CACD (no fim das contas, não é muita coisa). De modo geral, não recomendo estudar por ele (não é todo mundo que está familiarizado com a linguagem matemática de Economia). Fica a sugestão apenas para aqueles que estiverem mais confortáveis com os números (com a observação de, como eu disse, selecionar apenas as poucas partes do livro que são relevantes para o concurso – ter uma noção do que já foi cobrado nos anos anteriores é fundamental para isso).

- Contabilidade Social: a Nova Referência das Contas Nacionais do Brasil (Carmen Feijó): segundo o Guia de Estudos antigo, os capítulos recomendados são: 3 e 5.

- “Estrutura do Sistema de Contas Nacionais” (IBGE) e “Notas Metodológicas do Balanço de Pagamentos” (Banco Central do Brasil): texto curtos e técnicos, mas bastante importantes (os dois textos est~o disponíveis para download no “REL UnB”).

Estudei Contabilidade Nacional apenas por uma folha de fórmulas que xeroquei de um amigo que fez Economia em um cursinho preparatório. De todo modo, se você fizer as provas anteriores (da primeira e da terceira fases), verá quais são as identidades contábeis comumente cobradas no concurso. No “REL UnB”, disponibilizei algumas tabelas de fórmulas de Contabilidade Nacional que encontrei na internet.

Para os itens “teorias clássicas do comércio, vantagens absolutas e comparativas e pensamento neocl|ssico” e “comércio internacional, efeitos de tarifas, quotas e outros instrumentos de política governamental”, recomendo Economia Internacional: teoria e política (Krugman e Obstfeld), capítulos 1 a 4, 8, 9. Nos capítulos 2 a 4, não dê muita atenção às partes com fórmulas/gráficos, que, para quem não é muito familiarizado com Economia e com Matemática, podem parecer incompreensíveis. O importante, aqui, é entender apenas quais são os principais fundamentos das teorias clássica e neoclássica (esta última entendida como o modelo Heckscher-Ohlin) de comércio internacional. Agora vem a dica de ouro: para os capítulos 2, 3 e 4, leia apenas o a parte “Resumo”, ao final dos capítulos, que contém todas as informações teóricas necessárias para o entendimento das teorias em questão [com a única exceção de, no capítulo 2, ler as duas primeiras páginas (até o final do item “O conceito de vantagem comparativa”) e as duas últimas (do item “Evidências empíricas do modelo ricardiano” até o final)]. Quanto ao capítulo 8, aí, sim, é necessário entender os gráficos e os cálculos empregados (que não são nem um pouco difíceis), pois já foram objeto de questões do CACD em anos anteriores (como na primeira fase de 2009). Os capítulos 1 e 9 são predominantemente descritivos, de leitura fácil e rápida. Em resumo:

Capítulo 1: ler integralmente; Capítulo 2: ler apenas as duas primeiras páginas, as duas últimas e o resumo; Capítulos 3 e 4: ler apenas os resumos; Capítulos 8 e 9: ler integralmente.

Por fim, algumas partes de Economia Internacional também podem ser encontradas no livro Economia Aberta: Instrumentos de Política Econômica nos Países em Vias de Desenvolvimento (Dornbusch e Helmers). O livro não é próprio para iniciantes (requer conhecimentos sólidos de Introdução à Economia), mas, para os já iniciados, recomendo fortemente. A obra trata desde conceitos iniciais (taxa de câmbio, balanço de pagamentos e política comercial) até história econômica (evolução do sistema financeiro internacional, abertura comercial nos países latino-americanos). Li apenas na graduação, não para o concurso. De todo modo, se tiver tempo, acho que pode ser uma leitura interessante (pelo que me lembro, gostei bastante quando li).

>> ECONOMIA BRASILEIRA

A seguir, uma série de recomendações de livros de Economia Brasileira15.

15 Se sua memória não está muito fresca quanto à história brasileira a partir de meados do século XIX, sugiro começar a estudar a parte de Formação Econômica do Brasil após haver estudado (ou, ao menos, após uma passada mais geral nos temas de) História do Brasil. Acho mais fácil entender, primeiramente, a história, para, depois, entender a história econômica. Além disso, são necessários, pelo menos, conhecimentos básicos de Economia, para estudar Economia

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- Formação Econômica do Brasil (Celso Furtado): também recomendado para as disciplinas de História do Brasil e de Português (embora com enfoques diferentes). Não li nada para o concurso, e acho que não perdi nada em termos práticos.

- Economia Brasileira Contemporânea (Giambiagi), Economia Brasileira Contemporânea (Gremaud) e Formação Econômica do Brasil (Gremaud): todos foram recomendados, mas não li nenhum para o concurso. Como já disse anteriormente, fiz a parte de Economia Brasileira da prova apenas com minhas anotações de aula da disciplina homônima que cursei na UnB.

- A Ordem do Progresso: Cem Anos de Política Econômica Republicana, 1889-1989 (Marcelo de Paiva Abreu): muitos acham o livro de difícil leitura. Não cheguei a lê-lo para o concurso (havia lido apenas na graduação, já não me lembro muito bem do que achei). Acho que até mesmo o resumo disponível no “REL UnB” pode ser complicado. De verdade, em termos práticos, não sei se vale muito a pena.

- A Economia Brasileira (Baer): também uma opção, embora não indispensável.

- Formação Econômica do Brasil: a Experiência da Industrialização (Versiani e Mendonça de Barros): ler “A Industrializaç~o Brasileira Antes de 1930: Uma Contribuiç~o”.

- Pensamento Econômico Brasileiro (Ricardo Bielschowsky): segundo a bibliografia indicada no Guia de Estudos antigo, os capítulos recomendados são: 2, 9, 10 e 11. Não tenho o livro e não li todos esses capítulos, apenas reproduzo a sugestão (na verdade, só li uma parte do capítulo 3).

Sobre o pensamento econômico de Celso Furtado, incluído no Guia de Estudos de 2011, há, por exemplo, o artigo “Celso Furtado e o pensamento social brasileiro”, de Bernardo Ricupero (disponível para download no “REL UnB”) e o livro de Ricardo Bielschowsky (eu li apenas o “Cap. III.4 – O Pensamento Desenvolvimentista - O Setor Público: Desenvolvimento Nacionalista”; disponibilizei meu fichamento no “REL UnB”).

- Notas de Aula – UVB: encontrei, na internet, as notas de aula de uma faculdade virtual (UVB) das disciplinas Formação Econômica do Brasil (1500-1930), Economia Brasileira (a partir de 1930) e Comércio Internacional. Compilei as notas e disponibilizei para download no “REL UnB”. Apesar de as notas serem, às vezes, um pouco superficiais, acredito que são boa introdução geral aos temas de Economia Brasileira (ou, ainda, boa revisão geral, depois de já ter estudado). Obviamente, é necessário ponderar, de acordo com o edital, o que é útil e o que não é. As notas de Formação Econômica do Brasil, por exemplo, são muito grandes, mas, conferindo no edital, você verá que só cai História Econômica Brasileira a partir do século XIX (nas notas de Formação Econômica Brasileira, destaco os capítulos 11, 12, 13 e 15). O mesmo vale para o arquivo de notas de Comércio Internacional (ler apenas capítulos 2 a 7). Para Economia Brasileira, sugiro os capítulos de 1 a 10.

Para quem desejar treinar um pouco com exercícios de Economia Brasileira, sugiro, além das provas anteriores do CACD (obviamente), as provas da ANPEC (Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia). Não tente fazer as provas das outras disciplinas, achando que estará estudando para o concurso, porque as matérias cobradas no exame da ANPEC de Microeconomia e de Macroeconomia, por exemplo, são muito mais avançadas e requerem cálculos muito mais elaborados que o CACD exige. Faça uso, portanto, apenas das provas de Economia Brasileira (são muitas: há, no site da ANPEC, as provas desde 1990). Fazer todas as provas de 1990 até hoje tomará, com certeza, bom tempo de sua preparação. Não fiz nenhuma por falta de tempo mesmo, mas talvez valha mais a pena selecionar duas ou três provas de Economia Brasileira e tentar fazer, como sondagem de suas maiores dificuldades. As provas anteriores podem ser encontradas no site da ANPEC, http://www.anpec.org.br/exame.htm (menu à direita).

Brasileira. Acho importante, se você não teve nenhum contato com Economia ainda, começar com a parte de Economia (Microeconomia, Macroeconomia e Economia Internacional), para, depois, preocupar-se com Economia Brasileira. Enfim, mera sugestão.

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ESPANHOL

Para todos os idiomas, recebi boas recomendações do site http://uz-translations.net/.

Para dicionários de Espanhol-Espanhol, já recebi boas recomendações do Diccionario de la Lengua Española (Real Academía de La Lengua Española). O Diccionario Salamanca de la Lengua Española e o Señas: Diccionario para la Enseñanza de la Lengua Española para Brasileños também são recomendados. Na internet, consulte: http://buscon.rae.es/draeI/. Para Espanhol-Português, acho que qualquer um deve valer. Na internet, o Michaelis pode ajudar (http://michaelis.uol.com.br/).

Um professor recomendou-me o livro Temas de Gramática del Español como Lengua Extranjera, de Dorotea Inés Lieberman (Ed. Eudeba), só não sei se está disponível para venda no Brasil. O último Guia de Estudos que trouxe indicação de Gramáticas recomendadas para o estudo de Espanhol foi o de 2007, que sugeria:

GONZÁLEZ HERMOSO, Alfredo. Conjugar es fácil en español de España y América. Madrid, Edelsa, 1997.

REAL ACADEMIA ESPAÑOLA. Esbozo de una nueva gramática de la lengua española. Madrid, Espasa-Calpe, 1996.

REAL ACADEMIA ESPAÑOLA. Ortografía de la lengua española. Edición revisada por las Academias de la Lengua. Madrid, Espasa-Calpe, 1996.

SECO, Manuel. Gramática esencial del español: introducción al estudio de la lengua. Madrid, Espasa-Calpe, 2001.

SILVA, Cecilia Fonseca da. Los falsos amigos en español y portugués: interferencias léxicas. Rio de Janeiro, Ao Livro Técnico, 2003.

________ & SILVA, Luz María Pires da. Español a través de textos: estudio contrastivo para brasileños. Rio de Janeiro, Ao Livro Técnico, 2001.

Confira, também, o site:

http://conjugador.reverso.net/conjugacion-espanol.html - para conjugação de verbos em Espanhol

Para a leitura de periódicos em Espanhol, são recomendados, por exemplo: El País (www.elpais.es), El Mundo (www.elmundo.es), La Nación (www.lanacion.com.ar) e Clarín (www.clarin.com).

FRANCÊS

Para todos os idiomas, recebi boas recomendações do site http://uz-translations.net/.

Para dicionários Francês-Francês, são recomendáveis: Le Petit Robert, Le Micro Robert e Le Petit Larousse. Na internet, consulte: . Para dicionários Francês-Português, acredito que sirvam os dicionários da Larousse, da Ática, da Michaelis e da Editora Globo. Na internet, o site da Michaelis também pode ser útil (http://michaelis.uol.com.br/).

Todos os professores de Francês de que já ouvi recomendações sugerem a Grammaire Progressive du Français, disponível nos níveis Iniciante, Intermediário e Avançado. Todos os três estão disponíveis para download no “REL UnB”. A Nouvelle Grammaire Française, de Jenepin Delatour, é também recomendada.

Confira, também, os sites:

http://www.educaserve.com/index.php - 204 lições on-line gratuitas

http://francoclic.mec.gov.br/ - disponibiliza o método “Reflets” on-line, além de vários outros recursos relacionados à língua francesa.

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http://www.leconjugueur.com/ - para conjugação de verbos em Francês

http://lepointdufle.net/ - diversos links de cursos gratuitos, de dicionários de diversos tipos e de gramáticas. Há, também, diversas referências de cultura francesa (arte, teatro, música, cinema, literatura etc.).

http://www.francaisfacile.com/

http://www.revistafrancesa.com

http://linguafrancesa.wordpress.com/

http://cursodefrancesonline.blogspot.com/

http://cursofrancesgratis.blogspot.com/

Para a leitura de periódicos em Francês, são recomendados, por exemplo: Le Monde www.lemonde.fr, Libération www.liberation.fr, Le Figaro http://www.lefigaro.fr, L´Express www.lexpress.fr, Le Nouvel Observateur www.nouvelobs.com e Le Monde diplomatique www.monde-diplomatique.fr.

GEOGRAFIA

Alguns dizem que, para ir bem em Geografia, na primeira fase, basta saber três coisas: “a África est| urbanizando, a indústria est| desconcentrando e o Nordeste est| ‘bombando’”. Obviamente, n~o é tão simples assim, mas, de todo modo, são três tópicos bastante recorrentes (além de Geografia física, ocasionalmente). Como Geografia é a matéria de menor peso na primeira fase, muitos não dão muito valor. Sugiro, entretanto, uma leitura, ainda que rápida, de alguns pontos principais (urbanização, desconcentração industrial, Geografia física). Como você verá a seguir, sugiro três livros (com a possível exclusão de um deles) como basilares para a prova de Geografia da primeira fase. É um pouco difícil dizer se determinada leitura é suficiente ou não, especialmente para uma prova como o CACD. De qualquer forma, acredito que, com essas obras, o candidato tem boas chances de ir bem na primeira fase. Para a terceira fase, não sei o que recomendar. A prova de 2011 foi meio louca, tive de juntar conhecimentos aleatórios com um toque de enrolação. Se fosse fazer o concurso novamente, não sei se perderia muito tempo estudando outra obra de Geografia, como alguma do Milton Santos, na esperança de acertar qual será a loucura da banca no próximo ano.

- Manual do Candidato: Geografia (Bertha Becker): o mais útil da obra é que ela segue a mesma divisão de conteúdos prevista no Guia de Estudos de Geografia. Isso ajuda tanto a controlar quais aspectos você já estudou e quais ainda faltam quanto a buscar esse Manual, diante da falta de determinados conteúdos em outras bibliografias, para complementar seus estudos. Uma raridade entre os manuais (possivelmente, pelo fato de o nível de cobrança de Geografia não ser tão elevado quanto o de outras disciplinas), o manual é, em geral, bastante completo. Não diria que ele é suficiente, mas é quase (a parte de “Macrodivis~o natural do espaço brasileiro”, especialmente, é muito fraca e incompleta). Eu arriscaria dizer que o Manual do Candidato: Geografia da Bertha Becker e os outros dois livros a seguir (com a possível exclusão do Oliva e Giansanti, não tão indispensável assim, embora importante em alguns aspectos) formam a trilogia sagrada para a primeira fase. Para a terceira, de uma maneira geral, uma coisa ou outra escapa ao conteúdo dessas obras, mas nada que você n~o possa completar com um “miltonsantês” aqui e uma “enrolaç~o” ali. O problema mais importante é que ficar apenas com o “mais geral” n~o é mais suficiente, e passa a ser fundamental, nos estudos para a terceira fase, consolidar e aprofundar conhecimentos. Aí, ler apenas essas obras não será, de maneira nenhuma, suficiente. Sugiro procurar artigos variados na Internet, dados disponíveis nos sites dos Ministérios (principalmente MMA e MAPA), do IBGE etc. Ler as melhores respostas dos Guias de Estudos dos últimos CACDs também pode ser (assim como para todas as demais matérias da terceira fase) importante fonte de tópicos a serem pesquisados (cuidado, apenas, para não tomar aquelas respostas como perfeitas; mesmo respostas com nota máxima possuem, às vezes, alguns erros; use-as como um panorama geral e como uma seleção de

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determinados tópicos e dados relevantes, aprofundando seus conhecimentos com leituras adicionais).

Obs.: cuidado, pois há outra edição mais antiga do manual, da Regina Célia Araújo (não cheguei a ter contato com esse mais antigo, mas já ouvi bons e maus comentários a respeito).

- Projeto de Ensino de Geografia - Geografia do Brasil (Demétrio Magnoli): é de Ensino Médio, mas cobre boa parte do que você precisa saber de Geografia do Brasil para o concurso. Bastante importante. Acho que não está mais sendo editado, mas pode ser encontrado em sebos. O Geografia para Ensino Médio, também do Magnoli, pode substituí-lo.

- Temas da Geografia do Brasil (Oliva e Giansanti): complementa o anterior. Recomendo leitura seletiva dessa obra (com maior atenção para a seção 5 – Os Sistemas Naturais e o Espaço Geográfico do Brasil; as outras seções também têm uma coisa ou outra mais importante, talvez valha a pena uma leitura rápida, fazendo anotações pontuais). Apenas cuidado (e isso vale tanto para o Oliva e Giansanti quanto para o Magnoli) com a atualidade dos dados fornecidos. Observem a data de publicação das obras (Oliva e Giansanti, por exemplo, é de 1999) e não levem em consideração dados que podem ter mudado de lá para cá. Quando as obras falarem, por exemplo, que “o maior produtor de soja do Brasil é o estado de xxx”, confira em outras fontes (preferencialmente, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ou no Ministério do Meio Ambiente, por exemplo), para saber se os dados continuam válidos.

- Projeto de Ensino de Geografia - Geografia Geral (Magnoli): além de ajudar um pouco em Geografia (principalmente para a terceira fase, eu diria, haja vista as questões recentes sobre minérios na África ou sobre migrações internacionais, por exemplo), pode ter alguma coisa boa para Política Internacional também, mas não é imprescindível.

- O Brasil: Território e Sociedade no Início do Século XXI (Milton Santos e Maria Laura Silveira): mais importante para a terceira fase que para a primeira. De todo modo, não estudei por ele tanto por preguiça quanto por falta de tempo, e acho que não perdi muita coisa. Acho que, além de chato, é pouco objetivo.

“Miltonsantês”: ainda que n~o tenha caído recentemente nas provas da primeira fase, a Geografia de Milton Santos é fundamental para a terceira fase. Conhecer os conceitos usados pelo autor é importante não apenas porque podem ser objeto de questões na terceira fase (como o foi em 2010, em que uma questão pedia para descrever a divisão do Brasil proposta por Milton Santos e por Maria Laura Silveira), mas também porque o uso de conceitos do “miltonsantês” em todas as questões de Geografia da terceira fase enriquece sua resposta e agrada à banca examinadora (desde que usado com prudência). Possibilidades são procurar na internet artigos que tratem do assunto, além, é claro, da leitura (não muito prazerosa, eu diria) de livros do autor. Na obra Território Brasileiro: usos e abusos (Maria Adelia Aparecida Souza) e no supracitado Temas da Geografia do Brasil (Oliva e Giansanti), segundo recomendações que recebi, há bons resumos dos conceitos do autor. Para a primeira fase, não é necessário preocupar-se muito com isso (o que caiu de Milton Santos na primeira fase de 2011, por exemplo, seria facilmente depreendido da interpretação do texto apresentado na questão). Caso pretenda fazer cursinho preparatório, é bem provável que o professor dê isso em sala. No “REL UnB”, h| diversos resumos de v|rios livros do autor.

- A Condição Pós-Moderna (David Harvey) – ler apenas capítulo 9 (“Do Fordismo { Acumulaç~o Flexível”).

As seguintes obras foram indicadas por diferentes fontes, mas não cheguei a lê-las. De qualquer forma, ficam as sugestões.

- A Nova Dinâmica da Agricultura Brasileira (José Graziano): ler o primeiro capítulo.

- A Ordem Ambiental Internacional (Wagner Costa Ribeiro): li só o resumo, que está disponível no “REL UnB”.

- Atlas da Mundialização

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- Atlas de La Mondialisation (Sciences Po)

- Atlas do Brasil (Hervé Théry) – já me foi muito bem recomendado, com as ressalvas de que a parte de crescimento não é tão boa e de que há muitos dados desatualizados.

- Atlas Nacional do Brasil (IBGE)

- Brasil: uma Nova Potência Regional na Economia-mundo (Bertha Becker e Cláudio Egler)

- Continente em Chamas: Globalização e Território na América Latina (Maria Laura Silveira) – destaque para o capítulo 3.

- Contribuição para a Gestão da Zona Costeira do Brasil (Antonio Carlos Robert Moraes)

- Geografia Humana, Sociedade, Espaço e Ciência Social (Derek Gregory, Ron Martin e Graham Smith) - cap. 1, 2, 4 e 8.

- Geografia: Conceitos e Temas (capítulo de B. Becker: "Geopolítica na Virada do Milênio")

- Geografia: Pequena História Crítica (A.C. Robert Moraes): não li, mas me recomendaram como boa alternativa para o estudo de história do pensamento geográfico.

- L’Atlas du Monde Diplomatique

- Metamorfoses do Espaço Habitado (Milton Santos): segundo recomendações, pode ser boa introduç~o ao “miltonsantês”.

- Novas Geopolíticas (José William Vezentini): sobre a história do pensamento geopolítico.

- O Corpo da Pátria (Demétrio Magnoli): não passei nem perto, mas joguei o título do livro em uma questão louca da terceira fase, como se eu soubesse alguma coisa que o Magnoli fala nele. Até que deu mais ou menos certo.

- Por uma outra Globalização (Milton Santos): não li. Meu professor no cursinho repetiu tantas vezes os conceitos do “miltonsantês” que eu senti que, para entender um pouco o pensamento do autor, não tinha de ler as obras. Se você tiver acesso a bons resumos e/ou a relações de conceitos do “miltonsantês”, acredito que a obra pode ser dispens|vel. H| resumo no “REL UnB”.

Várias fontes na Internet pode, também, ser úteis, como as páginas do governo federal (Portal Brasil: PAC - http://www.brasil.gov.br/pac; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - http://www.agricultura.gov.br/; Ministério do Meio Ambiente - http://www.mma.gov.br/sitio/; Ministério da Integração Nacional - http://www.integracao.gov.br/ etc.).

HISTÓRIA DO BRASIL16

- Apostilas “Anglo Vestibulares” (para História do Brasil, ler as duas apostilas da matéria na íntegra, com menos ênfase no período colonial): peguei as apostilas do 3º ano do ensino médio do sistema de ensino Anglo (série Alfa) de meu irmão. São quatro apostilas finas (no total, devem ter umas 300 páginas de Brasil e 100 de Mundial, se contar apenas após o Iluminismo). Inicialmente, peguei as apostilas para uma revisão inicial da matéria, mas devo dizer que fiquei impressionado com a qualidade e com a quantidade de informações que eu não havia achado em nenhum outro lugar. Acho que ninguém gosta de ler livros de História que divagam e que, embora bons em algumas partes, também têm alguns capítulos chatos e nem sempre muito interessantes. Inicialmente, achei que as apostilas fossem ser bem gerais (como são, geralmente, os estudos de ensino médio), mas elas me surpreenderam pelo poder de concisão e, ao mesmo tempo, por possuírem muitas informações boas. O mais interessante é que, por se tratar de apostilas voltadas para a revisão de vestibulandos, elas não incluem coisas mais gerais e de que toda pessoa ensinada

16 Sugiro estudar ao menos um pouco História do Brasil e História Mundial antes de começar a estudar Política Internacional, por motivos óbvios. Vale dizer que boa parte da bibliografia de História Mundial pode, também, ser válida para os estudos de política internacional (vide Guia de Estudos).

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tem conhecimento; são concisas e informativas. Eu grifava quase tudo dos capítulos. Em História do Brasil, fiz o teste e li determinadas matérias (Colônia e I Reinado) nas apostilas e comparei com a leitura do Boris Fausto (descrição a seguir). Para minha surpresa, a apostila, nessas partes, tinha mais informações e era mais interessante para o que CACD pede que o Boris Fausto. Resultado: fiz o que, para muitos, seria considerado um crime e abandonei o Boris Fausto. Não sei se dei sorte, porque não se cobrou História pura na terceira fase, apenas história da política externa. Possivelmente, os conhecimentos que deveriam haver sido apenas introdutórios foram suficientes, justamente, porque foram introdutórios à matéria de História da política externa, que estudei por outras obras (indicadas a seguir). De todo modo, eu não poderia deixar de fazer a indicação. As apostilas est~o disponíveis para download no “REL UnB”.

- História do Brasil (Boris Fausto): Cuidado! Não é História Concisa do Brasil, é só História do Brasil. Lançaram essa concisa (até constava na bibliografia dos Guias de Estudo, quando ela ainda existia), mas, segundo informações de professores de cursinho, não é boa, há cortes mal feitos e muita coisa fica de fora. O História do Brasil é, dizem, melhor. Para ser bem sincero, li só até meados do Império, que foi o tempo de descobrir as apostilas do Anglo. Depois disso, não toquei mais no livro do Boris Fausto. De qualquer modo, é bastante importante e bem recomendado.

- História da Política Exterior do Brasil (Amado Cervo e Clodoaldo Bueno): leitura completa obrigatória, um dos mais importantes de toda a bibliografia. Leia atentamente, faça resumos, fichamentos, mapas mentais, o que puder ajudar a gravar o máximo de informação possível. Ajuda em Política Internacional também. Na prova da terceira fase de História do Brasil de 2011, as quatro questões foram sobre história da política externa brasileira.

- Manual do Candidato: História do Brasil (Flávio de Campos e Míriam Dolhnikoff): já ouvi falarem muito mal dele, mas achei interessante, principalmente por duas razões. Em primeiro lugar, os capítulos são divididos por temas de maneira bastante útil (economia; sociedade e cultura; política externa etc.), o que facilita na complementação de estudos em temáticas que você não encontrou muito bem trabalhadas em outras fontes. Em segundo lugar, relacionado ao primeiro, só no manual achei itens mais pontuais referentes aos tópicos “sociedade e cultura”, que eu n~o havia encontrado, de maneira mais simples e sistematizada, em outras obras. Recomendo o possível uso desse manual como complemento a seus estudos de História do Brasil, especialmente das partes que você n~o encontrar em outras bibliografias (como “sociedade e cultura”, em meu caso). Além disso, há boas sugestões de leituras (tanto de bibliografia básica quanto de bibliografia complementar) ao final de cada capítulo do manual. Apesar de ser um manual massacrado por alguns, eu não o dispensaria. Não aconselho, entretanto, que se faça uso desse manual como leitura introdutória. Acho válido ler outras bibliografias de caráter mais geral primeiramente.

- Navegantes, Bandeirantes, Diplomatas (Synesio Sampaio Goes Filho): eu havia lido na Universidade e tinha um resumo muito bom dele (encontrado na internet), então só estudei pelo resumo mesmo. De todo modo, é bem curto e excelente livro sobre a formação territorial do Brasil, assunto recorrente do CACD. Vale a pena a leitura atenta, tomando notas acerca dos principais tratados de limites (nomes, datas, negociadores e o que mudou para o Brasil com cada um). Cobre praticamente todo o primeiro tópico de História do Brasil (só n~o digo “todo” porque, embora eu não saiba o quê, alguma coisa deve ter ficado de fora, nada na vida é tão fácil assim) e é fundamental para o concurso (matéria frequente da primeira e da terceira fases). Um resumo que encontrei na internet est| disponível para download no “REL UnB”.

- Formação da Diplomacia Econômica do Brasil (Paulo Roberto de Almeida): o livro é bem grande, com muitos detalhes, então o que interessa são aspectos mais gerais. Usei apenas algumas poucas páginas, para suprir alguns pontos de política econômica no século XIX (tratado de 1827 com a Inglaterra, leis tarifárias pós-Alves Branco e tratado Blaine-Mendonça), mas pude ver que há muita coisa interessante para o estudo de História do Brasil de uma maneira geral também (para isso, atenção aos quadros das páginas: 54-56; 547-550; 579-591; 605-611; 627-628 – podem ser bons resumos não só para temáticas econômicas). Sugiro dar uma folheada, se você tiver tempo.

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- Formação do Brasil Contemporâneo (Caio Prado Jr.), História Econômica do Brasil (Caio Prado Jr.) e Formação Econômica do Brasil (Celso Furtado): também estão na leitura recomendada para Economia e já caíram como leitura obrigatória de Português na segunda fase. São livros importantes sobre história econômica brasileira, e, mesmo que não leia os livros (só os li na universidade; para o concurso, li apenas resumos), pode ser interessante saber o argumento principal do autor e algumas características mais gerais. Acho que um resumo bom pode ser a solução, uma vez que colônia não é a temática principal nem da prova de História do Brasil, nem da de Economia.

- Raízes do Brasil (Sérgio Buarque de Holanda): também recomendado para a segunda fase, embora o cerne da atenção seja outro. É um livro curto e tranquilo de ler, mas nada que um resumo bom não possa ajudar com os principais argumentos. Acho que a relevância, em História do Brasil, talvez esteja mais em fornecer eventuais ilustrações e argumentos de autoridade para a terceira fase que na história presente no livro (com a ressalva de que, nos últimos anos, a possibilidade de usar qualquer coisa de História na terceira fase que não envolva política externa ter sido progressivamente reduzida). O prefácio da 26ª edição, de autoria de Antonio Candido, já serve como bom fundamento nesse sentido (“O Significado de ‘Raízes do Brasil’”, disponível para download no “REL UnB”).

- Casa-Grande & Senzala (Gilberto Freyre): acho que não vale a pena a leitura, principalmente por questões de tempo e de possíveis benefícios em termos de aproveitamento no concurso. Um resumo bom das principais ideias do livro pode ser suficiente (mesmo assim, acho que não vale muito a pena para a terceira fase, pode ser mais útil na segunda).

- Os Donos do Poder (Raymundo Faoro): também n~o li. H| resumo no “REL UnB”.

- Introdução ao Brasil: um Banquete nos Trópicos – 2 volumes (Lourenço Dantas Mota): essa obra será, também, útil para seus estudos de Literatura. Não li para a primeira fase, e não me fez falta. Para a terceira, talvez possa ser importante, mas não li. Para a prova discursiva de História do Brasil, destacaria os capítulos:

Volume 1: “Formaç~o do Brasil Contempor}neo”, “Formaç~o Econômica do Brasil”, “Os Donos do Poder”, “Conciliaç~o e Reforma no Brasil” e “A Revoluç~o Burguesa no Brasil”.

Volume 2: “D. Jo~o VI no Brasil”, “A América Latina: Males de Origem”.

- A Construção da Ordem/Teatro das Sombras (José Murilo de Carvalho): juntamente com Os Donos de Poder, são importantes obras para o concurso, mas, como não tive tempo de ler, peguei resumos e acredito que foram suficientes. Acho que o principal desses autores é pegar alguns argumentos centrais que podem ser usados como argumento de autoridade na prova da terceira fase. Os resumos est~o no “REL UnB”.

- A Formação das Almas (José Murilo de Carvalho): a recomendação que recebi é que um resumo poderia substituí-lo, e foi isso o que fiz. Resumo no “REL UnB”.

- Maldita Guerra (Francisco Doratioto): além de o Doratioto ser membro da banca corretora da terceira fase (e professor do Curso de Formação do IRBr), é um livro sobre temáticas muito importantes. Como não tinha tempo, estudei os tópicos referentes a esse livro em outras obras mais sucintas. Li apenas o capítulo 1 (“Tempestade no Prata”) para a terceira fase, como recomendação do professor do cursinho, mas nem é muito bom. Muito melhor que esse capítulo é o artigo “O Império do Brasil e a Argentina (1822-1889)”, do próprio Doratioto [Revista do Programa de Pós-Graduação em História da UnB, Vol. 16, No 2 (2008)]. Aproveitando a temática das relações Brasil-Argentina, sugiro o artigo “Relações Brasil-Argentina: uma an|lise dos avanços e recuos”, de Alessandro Warley Candeas [Revista Brasileira de Relações Internacionais 48 (I): 178-213 (2005)]. Esses dois artigos est~o disponíveis no “REL UnB”.

Podcast sobre a Guerra do Paraguai: http://www.radioponto.ufsc.br/index.php?option=com_content&view=article&id=903:tempestade-no-prata&catid=6:radiojornalismo&Itemid=31

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Os livros a seguir são recomendações que recebi e recolhi na Internet, embora eu não tenha feito uso de nenhum deles em minha preparação.

- A História do Brasil no Século 20 (Oscar Pilagallo/Folha de São Paulo) - cinco pequenos livros. Já vi recomendações de que é boa (e curta) fonte de revisão, especialmente para a primeira fase.

- A Idade de Ouro do Brasil (Charles Boxer): sobre Brasil colônia. Não sei se vale muito a pena, o que se tem cobrado do assunto é bem superficial, e um livro geral e básico pode resolver o problema.

- A Identidade Nacional do Brasil e a Política Externa Brasileira (Celso Lafer)

- Autonomia na Dependência (Gerson Moura)

- Cronologia das Relações Internacionais do Brasil (Eugênio Vargas Garcia)

- Da Monarquia à República (Emília Viotti da Costa)

- Dicionário de História do Brasil (Moacyr Flores)

- Diplomacia Brasileira (Lampreia)

- História do Brasil: uma interpretação (Carlos Guilherme Mota)

- História Geral do Brasil (org. Maria Yedda Linhares): ler apenas o capítulo sobre o Império.

- Os Sucessores do Barão (Mello Barreto)

- Relações Internacionais do Brasil: de Vargas a Lula (Vizentini)

- República Brasileira (Lincoln de Abreu Penna): apenas até o fim da Era Vargas.

- Rio Branco: o Brasil no mundo (Rubens Ricupero): pequeno livro sobre o Barão do Rio Branco. Não li, mas acho que pode ser interessante (é bem curto também). Esqueça a biografia do Álvaro Lins, sem utilidade prática para o concurso. Não li nada sobre o Barão que não estivesse no livro de Amado Cervo/Clodoaldo Bueno.

- Sessenta Anos de Política Externa Brasileira (1930-1990) (orgs.: José A. G. Albuquerque, Sérgio H. N. de Castro e Ricardo A. A. Seitenfus)

- Trajetória Política do Brasil (Francisco Iglesias): segundo recomendações, é um resumo bom de todo o assunto de História do Brasil e pode servir como revisão antes da primeira fase.

- Uma História do Brasil (Thomas Skidmore)

HISTÓRIA MUNDIAL

- Apostilas “Anglo Vestibulares” – já descritas acima. As apostilas estão disponíveis para download no “REL UnB”. Para História Mundial, ler a partir de “Iluminismo”.

- História das Relações Internacionais Contemporâneas (José Flávio Sombra Saraiva): li na Universidade e para o concurso. O engraçado é que, quando o li na Universidade, tendo aula com o próprio Saraiva, não gostei do livro e não cheguei sequer a ler os últimos capítulos. Quando fui ler para o concurso, achei bom. Apesar de não ser completo, acredito ser boa introdução para quem está meio enferrujado no assunto ou, ainda, boa revisão de tópicos gerais para quem já estudou alguma coisa. Recomendo.

- O Mundo Contemporâneo (Demétrio Magnoli): é de Ensino Médio, mas é sensacional. Ótima introdução ao tema. Tanto para PI quanto para HM, é um dos melhores e mais importantes para o concurso. Leia a partir do capítulo 3. Sugiro que você, à medida que ler o livro, faça anotações de tópicos e de datas mais importantes (podem ser muito úteis para a revisão às vésperas da primeira fase). É mais voltado para o período após o início da guerra fria, mas há alguma coisa sobre o período anterior a esse também. De qualquer forma, isso significa que outras leituras em temas não

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contemplados aqui, como Revolução Francesa e Revolução Industrial, por exemplo, são fundamentais. Para cobrir essa parte da matéria, sugiro o volume 2 do História da Civilização Ocidental, do Burns (citado abaixo).

- História da Civilização Ocidental (Burns, volume 2): não li por falta de tempo, mas já ouvi comentários de que é melhor e mais didático que os livros do Hobsbawm (descritos abaixo). Como é um livro antigo, é necessário complementar com outras leituras. O Mundo Contemporâneo pode fazer isso muito bem. Se tiver tempo, é uma leitura bastante recomendada.

- Manual do Candidato: Política Internacional (Demétrio Magnoli): é bem geral e não passa nem perto de falar sobre todos os temas. Incluí o Manual do Candidato: Política Internacional aqui na lista de livros de História Mundial pela simples razão de o livro ser quase todo igual (ou, para não dizer “igual”, ao menos muito semelhante) ao O Mundo Contemporâneo. Há partes que são simplesmente idênticas (apesar de o autor mudar os nomes dos capítulos). A dica, portanto, é comparar os conteúdos, para ver o que é novidade e o que não é. Preferi O Mundo Contemporâneo (ler apenas do capítulo 3 em diante). O manual possui alguns erros (especialmente, de datas), mas nada que não possa ser facilmente detectado por um leitor atento (e que saiba um pouco de História, obviamente) ou que comprometa o livro como um todo. Se não tiver acesso ao O Mundo Contemporâneo, o manual não é de todo ruim.

Obs.: não confundir! Há outro manual mais novo, de autoria de Cristina Pecequilo, que está descrito abaixo, na parte de Política Internacional.

- Manual do Candidato: História Mundial (Vizentini): sabe aqueles livros que dão vontade de chorar e de abrir o Word, para fazer todas as doze milhões e quatrocentas mil correções de Português necessárias? Então, aqui está um prato cheio. Tenho amigos que começaram a ler e não conseguiram terminar. Não sei como eu resisti até o final, mas devo dizer que está longe de ser uma leitura prazerosa ou primordial. Passe adiante!

- História da Paz e História da Guerra (org. Demétrio Magnoli): os livros são, de maneira geral, bons e rendem boas anotações, embora não sejam imprescindíveis. O História da Guerra está disponível para download no “REL UnB”.

- As “Eras” de Hobsbawm: não li nada do Hobsbawm. Para falar a verdade, só para não dizer que não li nada, li dois trechos curtos de capítulos, sobre Revolução Mexicana e sobre a Revolução Russa de 1905. Foi o suficiente para decidir não ler mais nada. Mil desculpas aos amantes da História e do Hobsbawm, mas cheguei à conclusão de que não tinha tempo para gastar com capítulos longos e, muitas vezes, com informações desnecessárias (ou até mesmo sem as informações que, para o concurso, realmente importam, haja vista a parte de Revolução Mexicana, que não fala nada com nada). Aí alguém diz “mas havia um item em 2011 que era praticamente cópia do Hobsbawm”, e respondo: 1) acho pouco prov|vel que alguém consiga decorar detalhes como os que foram pedidos; 2) a questão foi tão mal feita que, apesar de ser quase a cópia do livro, copiou errado, e o gabarito ficou errado (ou seja, se a prova fosse de consulta, é provável que eu errasse a questão – pode ser que eu seja muito burro para entender o Hobsbawm também, mas não consegui entender de onde a banca tirou o gabarito louco a questão). Se você fizer muita questão de ler o Hobsbawm, mas muita questão mesmo, sugiro que leia apenas a Era dos Extremos. Se, ainda assim, você quiser ler e fichar todos os quatro livros, saiba que estará perdendo tempo. Todas as “Eras” est~o disponíveis para download no “REL UnB”. Reproduzo, a seguir, uma indicação de leituras que achei na internet, para aqueles que querem ler o Hobsbawm de qualquer maneira. Não sei se a seleção de capítulos é boa, se é muita leitura (provavelmente, sim) etc. De qualquer forma, aí vão os capítulos recomendados no blog “Estudos Diplom|ticos”:

- Era das Revoluções: cap. 1 a 3, 6, 7, 16;

- Era do Capital: cap. 1, 5, 6, 9, 12 a 16;

- Era dos Impérios: cap. 3 a 6, 9 a 13;

- Era dos extremos: cap. 1 a 8, 11 a 13 e toda a parte III.

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- O Longo Século XX (Giovani Arrighi): Só li na universidade, não para o concurso. A recomendação é ler apenas os capítulos 1 e 4 (obviamente, ponderando, de acordo com o edital, o que é realmente importante nesses capítulos). Não acredito que seja indispensável.

- Ascensão e Queda das Grandes Potências (Kennedy): Só li na universidade, não para o concurso. A recomendação é ler apenas os capítulos 4 a 8. Não acredito que seja indispensável.

- Diplomacia (Kissinger): Só li algumas partes na universidade, não para o concurso. Um professor de História Contemporânea da UnB, ex-professor de cursinho preparatório para o IRBr, recomendou a um amigo a leitura dos capítulos 9, 10, 16, 19, 24 a 30. Não acredito que seja indispensável.

- “Wikipédia”: como tudo na vida, é necessário usar com consciência, mas pode ajudar bastante, especialmente para coisas pontuais. Ainda que, como todo mundo não se cansa de repetir, haja muitos erros (nisso ela não inovou: quantos milhares de erros também achamos nos livros da bibliografia?), acho que, desde que não seja sua única ou principal fonte de conhecimento, pode ajudar bastante em História Mundial.

Outras sugestões que recebi (mas não li nem as obras, nem comentários a respeito delas): História da América Latina (Donghi), História do Capitalismo de 1500 a Nossos Dias (Michel Beaud), Introdução à História Contemporânea (G. Barraclough), The Penguin History of the Twentieth Century: The History of the World, 1901 to the Present (J. M. Roberts), O Século XX (org. Daniel Aarão, 3 vol).

INGLÊS

Para todos os idiomas, recebi boas recomendações do site http://uz-translations.net/.

Não tenho bibliografia a sugerir, até mesmo porque não estudei Inglês por nenhum livro ou coisa parecida. Se precisar de sugestão de bibliografia, de Gramáticas etc., veja o Anexo II abaixo.

Já recebi recomendações das seguintes páginas na internet:

http://dictionary.cambridge.org/ http://englishtips.org/ http://esl.about.com/od/advancedenglish/Learning_English_for_the_Advanced_Level_ESL_E

FL_Advanced_English.htm http://owl.english.purdue.edu/owl/ http://www.bartleby.com/ http://www.dictionary.com http://www.englishclub.com/grammar/ http://www.natcorp.ox.ac.uk/ http://www.synonym.com/ http://www.wordpower.ws/grammar/gramch26.html

POLÍTICA INTERNACIONAL

>> TEORIAS DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

- Introdução às Relações Internacionais (Jackson e SØrensen): se você não é graduado em Relações Internacionais, ou se não está familiarizado com o assunto, pode ser importante a leitura desse livro, que dá uma noção bem geral de Teoria de Relações Internacionais (TRI). Acredito ser importante saber alguma coisa de teoria não apenas porque é o primeiro item da relação de conteúdos exigidos no Guia de Estudos de Política Internacional e porque, frequentemente, aparecem questões sobre isso na primeira fase (de forma bem básica, é verdade), mas também porque você adquire importantes ferramentas para complementar uma resposta na prova de

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Política Internacional da terceira fase (nem que seja para “enrolar” um pouco; questões de terceira fase sobre teoria não são comuns). No Manual do Candidato: Política Internacional (tanto no do Demétrio Magnoli quanto no da Cristina Pecequilo), há breve parte inicial que trata dessas teorias de maneira bem superficial. O Jackson/SØrensen é bem mais completo que os manuais, mas os conhecimentos necessários de teoria para o CACD não vão muito além do básico. Além disso, prefira ler o Jackson/SØrensen ou os manuais a ler os próprios autores de TRI. Além de perder muito tempo, o entendimento completo e correto das obras nem sempre é um trabalho fácil, e o livro e os manuais já trazem tudo resumido e bem “mastigado”. Se tiver um pouco mais de tempo, recomento o Jackson/SØrensen. Se não tiver, os manuais devem servir para alguma coisa. Outra possibilidade é o livro 50 Grandes Estrategistas das Relações Internacionais (Martin Griffiths), também útil. O livro é dividido por corrente teórica (apresenta Realismo, Liberalismo, Teoria Crítica, Escola Inglesa, Pós-Modernismo, Feminismo, entre outros) e faz bons resumos sobre o pensamento de vários autores de TRI. Entre o Griffiths e o Jackson/SØrensen, eu ficaria com o último, mas o primeiro também pode ser útil, e cito-o aqui para o caso de alguém já o ter. Também recebi recomendações do Teorias de Relações Internacionais, de João Pontes Nogueira e Nizar Messari, mas não sei se é bom (est| disponível para download no “REL UnB”). De qualquer modo, não se atenha a muitos detalhes. Tudo o que você precisa saber de TRI deve caber em um resumo de uma ou duas páginas. Atente, apenas, aos aspectos/conceitos mais gerais de cada corrente e aos principais autores.

>> DEMAIS TEMAS

- Política Internacional Contemporânea: Mundo em Transformação (org. Altemani e Lessa): é um livro bem pequeno e de caráter (excessivamente) introdutório. Bem tranquila a leitura, dá para ler de uma vez só. Para aqueles que estão começando os estudos, recomendo como leitura inicial. Para os já iniciados ao assunto, o livro é extremamente superficial. Para quem já começou os estudos há algum tempo, acho que apenas o capítulo 4 (sobre integração europeia17) pode ser de alguma utilidade.

- O Mundo Contemporâneo (Magnoli): já citado acima. Fornece algumas bases de História Mundial necessárias à compreensão de diversos aspectos da Política Internacional. Indispensável.

- Manual do Candidato: Política Internacional (Demétrio Magnoli): já citado em História Mundial.

- Manual do Candidato: Política Internacional (Cristina Pecequilo): deixados de lado os muitos erros de Português e as frases sem sentido ou sem fim, gostei bastante da leitura. É bem abrangente, fala de alguns tópicos importantes e não cobertos pelo restante da bibliografia que eu havia lido até então. Se possível, leia este manual antes de começar a ler as demais obras de política internacional, mas já sabendo que ele deixa muitos itens do edital de fora (especialmente os temas da agenda internacional do Brasil e algumas temáticas de relações bilaterais; quanto às demais partes, estão quase todas no livro – de maneira introdutória, é claro). Reitero que se trata de leitura de caráter meramente introdutório. Sugiro usar como base, para buscar aprofundamentos em determinados temas, segundo os tópicos previstos no Guia de Estudos (para isso, além de todas as obras disponíveis e indicadas aqui, os artigos publicados na RBPI, no Mundialistas, no Meridiano 47 e no Mundorama podem ser de grande utilidade). Se você já estiver familiarizado com a parte de TRI, comece a ler do capítulo 2 em diante (o capítulo 1 é só sobre TRI e sobre interpretações do pós-guerra fria).

Considero os próximos quatro livros (História da Política Exterior do Brasil, Inserção Internacional e Relações Internacionais do Brasil: Temas e Agendas vol. 1 e 2) os mais fundamentais para as provas de Política Internacional (e de História do Brasil também). Depois de algumas leituras iniciais (como as indicadas acima), sugiro ler esses quatro “livros sagrados”, tomando notas do que for mais importante. Como já disse anteriormente, não fiz muitos

17 Atenção para as modificações mais recentes, como as adesões de Romênia/Bulgária e o Tratado de Lisboa, não contemplados no capítulo.

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fichamentos por causa de restrições de tempo, mas fiz questão de fichar esses quatro, o que me foi muito útil nas revisões para a primeira e para a terceira fases do concurso.

- História da Política Exterior do Brasil (Amado Cervo e Clodoaldo Bueno): já citado em História do Brasil. Indispensável tanto em História do Brasil quanto em Política Internacional (para Política Internacional, o principal período a ser estudado é a partir de 1945; para História do Brasil, é o livro todo mesmo).

- Inserção Internacional (Amado Cervo): leia o livro todo. Às vezes, é um pouco repetitivo, mas os argumentos do Cervo são bem claros, e é um livro bem informativo. Leitura importante, rápida e tranquila. Os conteúdos do livro são, quase sempre, cobrados na terceira fase, de alguma maneira. Anote os pontos principais, podem ser úteis argumentos para as provas discursivas de Política Internacional e de História do Brasil.

- Relações Internacionais do Brasil: Temas e Agendas – volume 1 (org. Altemani e Lessa): os dois volumes são importantíssimos para as provas do CACD. Fiz fichamento dos dois e revisei minhas anotações várias vezes, antes das provas. É interessante complementar os dados fornecidos por esses livros com as informações disponíveis no “Resumo Executivo”, a ser tratado posteriormente. Se estiver sem muito tempo, pule os capítulos 2 e 3. Nos outros, há coisas boas e coisas ruins (alguns são mal escritos, com muita “enrolação”), mas acho que vale a pena a leitura de todos, mesmo que bem rápida em algumas partes (focar, é claro, nas relações entre o Brasil e as regiões tratadas nos capítulos e discriminadas no Guia de Estudos), à exceção dos capítulos 10 e 11, que considerei inúteis.

- Relações Internacionais do Brasil: Temas e Agendas – volume 2 (org. Altemani e Lessa): assim como o volume 1, é muito importante e indispensável para o CACD. Minha sugestão é ler todos os capítulos integralmente, à exceção dos discriminados a seguir:

- Cap. 3 - O início do capítulo tem muita “viagem” para nenhuma substância nova. Ler apenas do item 3.3.3 (pág. 114) em diante (antes disso, ele apenas define regimes e enrola em coisas que quem já conhece Teoria das Relações Internacionais já está cansado de ouvir; se você não conhece, leia o capítulo inteiro mesmo).

- Cap. 9 - fraquíssimo, não acrescenta praticamente nada. Procure no Google algo didático sobre a criação do Ministério da Defesa e sobre o Sivam que você ganha muito mais.

- Cap. 11 - texto fraco, a leitura não vale a pena.

- Cap. 12 a 14 – é, pura e simplesmente, Análise das Relações Internacionais do Brasil (é bem superficial também). Se você cursou a matéria ou se já está familiarizado com o assunto, eu recomendaria não ler e dar apenas uma olhada no material da disciplina para a terceira fase. Não é um tema muito recorrente no CACD (embora possa cair de maneira “disfarçada”, e ter conhecimento desses aspectos da matéria pode render-lhe bons argumentos na terceira fase, dependendo da questão). Se você não conhece a temática, talvez valha a pena a leitura, com grande ressalva para o “talvez”. Pode valer mais a pena pegar um resumo bom da matéria e dar uma olhada ligeira e sem muito compromisso. Para resumos dos textos da matéria tal como é dada na UnB, acesse o “REL UnB”. De todo modo, se tiver tempo, a leitura desses capítulos pode não ser em vão.

- Cap. 15 - desinteressante e escapa ao conteúdo do CACD; leitura desnecessária.

Em resumo, minha sugestão para o Temas vol. 2 é: ler apenas os capítulos 1, 2, 3 (do item 3.3.3 em diante), 4 a 8 e 10.

- O Conselho de Segurança após a Guerra do Golfo (Antonio de Aguiar Patriota) – muito boa obra sobre a atuação do Conselho de Segurança. Curto e de fácil leitura (a obra está disponível para download no “REL UnB”).

- Cooperação, Integração e Processo Negociador: a construção do MERCOSUL (Alcides Costa Vaz): li para uma matéria na universidade e achei tão chato que me prometi que nunca o leria novamente. Não recomendo. Se quiser saber mais sobre o MERCOSUL, há muita informação útil no

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site do bloco, que consultei bastante em meus estudos: http://www.mercosul.gov.br/; http://www.mercosur.int/.

A seguir, alguns livros que me indicaram, mas não li.

- A Construção da Europa (Antonio Carlos Lessa)

- A Nova Ordem Global: relações internacionais do século XX (Paulo Fagundes Vizentini): não o li, mas há diversos materiais sobre o livro disponíveis na Internet, caso queira dar uma olhada: http://educaterra.terra.com.br/vizentini/

- Estocolmo, Rio, Joanesburgo: o Brasil e as três Conferências Ambientais das Nações Unidas (André A. C. do Lago) – disponível para download no “REL UnB”. Importante sobre o histórico de participação do Brasil nessas conferências, mas não tive tempo de ler. A grande limitação da obra é que os aspectos mais importantes da posição brasileira recente foram definidos após Joanesburgo. De todo modo, pode ser útil como apanhado histórico (importante para a primeira fase).

- Repertório de Política Externa (MRE): está disponível na Biblioteca virtual da FUNAG (http://www.funag.gov.br/editor/resolveUid/eaa9aea4398a55cd58d939764685cd22). Trata das diretrizes da política externa brasileira em relação a diversos temas. É necessário, obviamente, conferir, no Guia de Estudos, o que é importante para o concurso e o que não é. O livro é uma compilação de discursos referentes a temas de política externa proferidos por líderes brasileiros. Por essa razão, a leitura pode parecer chata e desinteressante para alguns. Não o li exatamente por isso, mas o incluo nessas recomendações para o caso de alguém se interessar por ele. Acho que há fontes mais práticas e que vão direto ao ponto quanto às questões mais importantes nas relações com determinados países e nos posicionamentos acerca de determinados temas (como os livros “Temas e Agendas”, citados acima, o “Balanço de Política Externa” e o “Resumo Executivo”, citados abaixo, e alguns artigos publicados na RBPI, no Mundialistas, no Mundorama e no Meridiano 47).

- The Globalization of World Politics (org. John Baisley): não o li, mas, segundo recomendações, é boa fonte de estudos, com bom desenvolvimento do tópico de teoria das Relações Internacionais.

- União Europeia: História e Geopolítica (Demétrio Magnoli)

- Coleç~o “O Livro na Rua”, da FUNAG – pequenos livros sobre diversos assuntos de política internacional. A coleção está disponível para download no “REL UnB”.

>> ATUALIDADES

Fique por dentro de todas as reuniões de que o Brasil participou recentemente (principalmente, no último ano antes da prova). Tratados assinados e ratificados, envolvimento do país nas organizações internacionais, evolução recente das organizações e dos grupos de países dos quais o Brasil faz parte (atenção especial para as integrações na América do Sul – destaque para o MERCOSUL e para a UNASUL – e para determinados grupos, como IBAS, BRICS, BASIC, G-20 comercial, G-20 financeiro etc.), participação do país na solução de conflitos (em operações de paz, em missões de assistência humanitária etc.), promoção de cooperação técnica etc. Conhecer como andam as relações entre o Brasil e os principais países para a política externa do país é, também, fundamental (conforme o Guia de Estudos, atenção para Argentina, América do Sul, EUA, União Europeia, França, Inglaterra, Alemanha, África, China, Japão, Índia, Rússia, Oriente Médio18) – não precisa decorar tudo, obviamente, mas ter uma ideia de como andam as relações com essas regiões é importante (“o comércio Brasil-China é superavit|rio ou deficit|rio para o Brasil?”, “qual é o maior parceiro comercial do Brasil na África?”, “quais as principais parcerias realizadas entre Brasil e África?”, esse tipo de coisa). Além disso, atenção à participação do Brasil nos grandes temas da agenda internacional (conforme o Guia de Estudos, atenção a: multilateralismo, desenvolvimento, combate à fome, meio ambiente, direitos humanos, comércio internacional, sistema financeiro

18 Esses dados podem ser encontrados no “Resumo Executivo” da política externa brasileira de 2003-2010, que será descrito mais à frente. Além disso, a página do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC - http://www.mdic.gov.br/sitio/) também tem muita informação importante.

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internacional, desarmamento e não proliferação, terrorismo, narcotráfico, reforma da ONU, cooperação Sul-Sul). Por fim, é, ainda, necessário saber um pouco do que aconteceu de mais importante no cenário internacional, no último ano (especialmente, o que envolver o Brasil).

Eu sei que isso é muito geral e há muita coisa aí, mas é preciso atentar, especialmente, aos principais encontros e reuniões ocorridos e aos assuntos mais importantes para os principais temas da agenda internacional (principalmente os que envolvam o Brasil, ou os que sejam de grande relevância, como os conflitos no Oriente Médio, por exemplo). Enfim, pode parecer muita coisa (e, realmente, é bastante coisa), mas não é tanto quanto se imagina à primeira vista. Não sei se há alguma utilidade prática em ler coisas como o Almanaque Abril, por exemplo, talvez seja mais útil acompanhar alguns artigos da Revista Brasileira de Política Internacional (RBPI) ou de revistas como o Mundorama e o Meridiano 47. O “Resumo Executivo”, descrito abaixo, pode cobrir bem toda a parte de 2003 a 2010, e sua tarefa fica restrita ao que aconteceu de 2010 para cá, o que já é bom começo. Fique atento ao último volume da RBPI publicado antes da terceira fase do concurso que você for fazer, pois há boas chances de que algo relativo a essa temática seja cobrado (isso também vale para a prova de Direito da terceira fase, caso haja algum artigo sobre temas de Direito Internacional). Último conselho quanto a isso é: não é porque o concurso está próximo (ou, mesmo, porque a primeira fase já aconteceu) que você pode se desligar dos acontecimentos mundiais. Na prova da terceira fase de 2010, por exemplo, havia uma questão sobre a CELAC, criada em uma cúpula internacional de fevereiro daquele ano, quando até mesmo a segunda fase do concurso já havia ocorrido. Em 2011, o conflito na Líbia, ainda em curso quando da realização da prova, foi objeto de questão ampla sobre as consequências do confronto.

Para acompanhar as notícias internacionais, há diversas fontes, mas nem todas são muito úteis para o concurso. Se você quiser ler Foreign Policy e The Economist, por exemplo, para treinar o Inglês, acho que pode ser útil. Cuidado, apenas, para não se desligar muito dos estudos, entretidos sobre os resultados das eleições no Gabão (que, com certeza, não serão cobrados no concurso). Não acompanhei as notícias com muita frequência ou com um ritual rotineiro. Eu lia, de vem em quando, algumas notícias aqui e ali, uma entrevista, um vídeo no YouTube19 etc., mas nada muito detido ou aprofundado, eu nem tinha tempo para isso. Os fact sheets do Laboratório de Análise de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (LARI) podem ser ótima fonte de estudos para atualidades internacionais. Para quem é de Brasília, há encontros periódicos de discussão desses temas. Para ter acesso aos fact sheets e para ser informado das reuniões do LARI, você pode cadastrar-se no grupo Yahoo “LARI – UnB” (http://br.groups.yahoo.com/group/lari_unb/). Os fact sheets antigos estão disponíveis no arquivo do grupo.

Na página do MRE, muitos recomendam a seleção diária de notícias, mas parece que a página está com problemas ultimamente. Acho que a melhor fonte de “notícias” e de atualidades sobre a política externa brasileira para quem está estudando para o CACD está também no site do MRE: as Notas à Imprensa (http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/notas-a-imprensa/view) e os discursos, artigos e entrevistas de autoridades governamentais sobre política externa (http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/discursos-artigos-entrevistas-e-outras-comunicacoes/view). Na página das Notas à Imprensa, é possível fazer busca por tema (e.g. BRIC), que retorna as últimas comunicações referentes ao tema buscado, o que é ótima fonte de informação sobre as principais temáticas concernentes à atuação da política externa brasileira recente. Várias notícias e artigos interessantes são enviados para alguns grupos de emails do Yahoo, como “CACD IRBr” (http://br.groups.yahoo.com/group/cacdirbr/) e “Di|logo Diplom|tico” (http://br.groups.yahoo.com/group/dialogodiplomatico/”). Cadastre-se!

Agora, a dica de ouro para estudar a política externa brasileira nos últimos anos. O MRE publicou, recentemente, o “Balanço de Política Externa – 2003-2010”. Eu até diria que valeria a pena selecionar os temas mais importantes e estudá-los, se o arquivo total não tivesse quase 900 páginas. Melhor que isso: h| um “Resumo Executivo” (43 p|ginas), que é um resumo de

19 Alguns canais do YouTube, como o da América Latina-Jazeera, têm boas reportagens sobre política internacional.

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praticamente tudo o que é preciso saber sobre evolução recente da política externa brasileira. É muita informação útil, e aconselho tirar as principais informações do texto (sempre de olho no Guia de Estudos) e montar tabelas, mapas mentais, resumos, qualquer coisa que ajude a gravar (principalmente para a terceira fase). Leia quantas vezes puder. Especialmente para o item “16. A agenda internacional e o Brasil” do Guia de Estudos, sugiro a leitura do próprio “Balanço de Política Externa” (somada a alguns aprofundamentos em temas específicos; faça uso dos artigos disponibilizados em algumas páginas especializados, como “RBPI”, “Mundialistas”, “Mundorama” e “Meridiano 47”, entre outros), uma vez que o “Resumo Executivo” é um pouco pobre nesses assuntos (atenção especial para as partes “Temas da Agenda”, “Segurança Alimentar”, “Reforma da Governança Global”, “Negociações Comerciais”, “Cooperação Internacional” e “Assistência Humanit|ria”). O “Resumo Executivo” est| disponível para download no “REL UnB” (juntamente com o “Balanço de Política Externa”, tanto na vers~o completa quanto nas versões individuais de suas diversas partes).

Juntando os quatro “livros sagrados” citados acima, o “Balanço de Política Externa”/“Resumo Executivo” e uma atualizaç~o quanto aos acontecimentos recentes, é bem prov|vel que boa parte das questões de Política Internacional do CACD (na primeira e na terceira fases) seja respondida. Obviamente, sempre haverá algo que vai ficar de fora, e apenas leituras adicionais de notícias e de atualidades e buscas pontuais em diversas fontes poderão ajudar. Sempre que há temas muito importantes para a política externa brasileira, alguém de prestígio costuma escrever um artigo a respeito (inclusive o próprio Ministro das Relações Exteriores). Além disso, os discursos sobre alguns temas específicos proferidos pelo Ministro, pelo Presidente da República ou pelo representante brasileiro em algum fórum multilateral, por exemplo, podem ser facilmente encontrados na internet. No site do MRE, as Notas à Imprensa de visitas oficiais, por exemplo, são, de modo geral, abrangentes e informativas. Mais uma vez, é necessário conferir, no Guia de Estudos, o que pode ser cobrado (tanto para relações bilaterais quanto para participação em organizações internacionais). Não precisa estudar a Nota à Imprensa de eventual visita do Ministro ao Sri Lanka e coisas do tipo. Acho que vale a pena acompanhar os últimos acontecimentos por esses meios. De todo modo, a bibliografia aqui descrita visa, apenas, a dar uma visão ampla acerca dos grandes temas cobrados nas provas. É preciso ter consciência de que, por mais preparado que você esteja, é muito provável que sejam cobradas algumas coisas que você não sabe na íntegra. Sabendo, pelo menos, algo mais geral, é possível tentar inferir as respostas corretas e aprofundar a discussão em diversos aspectos, e isso é, a meu ver, o mais importante no concurso.

PORTUGUÊS

>> PRIMEIRA FASE

Não há melhor maneira de estudar Português para a primeira fase do CACD que resolver questões do Cespe. Para isso, sugiro criar um cadastro (há opção gratuita, embora limitada) no site http://www.questoesdeconcursos.com.br, ou buscar no banco de provas de concursos disponível no site http://www.cespe.unb.br. A justificativa para isso é que o Cespe cobra regras gramaticais diversas, que se encontram dispersas em diversas gramáticas (regras que, às vezes, contrariam o que algumas gramáticas dizem, mesmo as mais conceituadas). Com o tempo, dá para perceber certo padrão nos itens de gramática e de interpretação. Atenç~o especial para as regras “especiais” do Cespe em relação, por exemplo, a colocação pronominal (muito mais flexível, na primeira etapa, do que as gramáticas tradicionais propõem). Fazendo as provas, você perceberá que há uma incidência frequente de questões envolvendo: as orações subordinadas adjetivas, algumas expressões de erro frequente (“conquanto”, “posto que”, “porquanto”, “na medida em que”, “{ medida que”), o uso do acento grave (atenção especial para casos facultativos), as funções dos pronomes (oblíquos, relativos etc.), as funções das partículas “SE” e “QUE”. Atenção especial a esses temas mais recorrentes.

- Cespe: Português com Gabarito (Decio Sena): recebi a recomendação, mas não conheço.

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Seguem algumas indicações de gramáticas:

- Nova Gramática do Português Contemporâneo (Celso Cunha): é uma das mais importantes e mais recomendadas obras de Gramática para a prova de Português do CACD. Para falar a verdade, não li quase nada, e não acredito que a parca leitura tenha ajudado de maneira significativa. Para a primeira fase, com relação a Gramáticas, eu destacaria a utilidade de estudar, principalmente, os temas: regras de pontuação20; processos de formação de palavras; figuras de linguagem (somente as principais; não costuma cair muito). Se você está enferrujado em Português e mal se lembra de classificação sintática, então, infelizmente, não há escapatória, e a leitura dos itens mais importantes da gramática é essencial (não precisa ler conjugação verbal e essas coisas mais idiotas também; confira, nas provas anteriores, quais temáticas de gramática já foram exigidas). Atenção: como dito acima, a colocação pronominal cobrada na primeira fase do concurso21 não é tão rígida quanto o conjunto de regras descrito nas gramáticas tradicionais.

- Moderna Gramática Portuguesa (Evanildo Bechara): outra gramática que já me foi recomendada, mas não tive contato com ela. De qualquer modo, acredito tratar-se de boa opção também.

Minha opinião sobre gramáticas: são muito boas se você não se lembra de muita coisa do que aprendeu na escola, para relembrar conceitos mais centrais (adjuntos, tipos de orações, objetos etc.), mas não fique só nisso. Repito: para a prova de Português da primeira fase, uma vez que você já dispuser dos conhecimentos básicos da matéria (o que uma leitura de uma gramática pode prover, da mesma maneira que a leitura de guias mais simplificados de gramática também pode ajudar – possível opção são as gramáticas simplificadas para concursos que há por aí, como a de Nilson Teixeira de Almeida), o que mais importa é treino. Há certo padrão de questões que o Cespe gosta de fazer. Depois de resolver muitas provas, chega um ponto em que você, só olhando o item, sem ler o texto, já sabe qual a resposta, por já conhecer o estilo de questão do Cespe.

Novo Acordo Ortográfico: Até 2011, o Cespe não cobrou a nova ortografia dos candidatos do CACD (nem na primeira fase nem na segunda). De todo modo, não há tanta mudança relevante para o concurso. O que se dizia no cursinho, com relação à nova ortografia na segunda fase, é: tudo bem que a ortografia velha ainda vale, mas, considerando que você vai fazer uma prova em que metade da avaliação é subjetiva, será que perceber que você não sabe a ortografia nova não pode contar como ponto negativo? Isso ninguém pode afirmar, às vezes nem mesmo os corretores percebem isso. Eu, mesmo, se leio uma notícia de jornal e vejo uma "idéia" acentuada, já fico meio receoso. Além disso, são tão poucas palavras que você pode usar da ortografia nova na segunda fase que não fica tão difícil assim. Ninguém vai conjugar verbos ou usar palavras cujo acento caiu (coo, veem, leem, enjoo, voo), ninguém vai abusar das palavras com hífen e todo mundo sabe as palavras mais básicas que podem vir a ser usadas (como ideia, europeia, infraestrutura...). No fim das contas, acho que a nova ortografia é o menor dos obstáculos da segunda fase. Se você sabe hífen direito, é só não usar. Por fim, como todo mundo sabe, as regras de redação da segunda fase não são necessárias para a terceira. Logo, na terceira, você pode pôr hífen onde não tem e misturar as duas ortografias, porque acho pouco provável que o corretor saiba também. Com relação à primeira fase, não sei como ficar| após 2012. De todo modo, acho que n~o é a cara do Cespe cobrar um item como “a palavra ‘antiinflacion|rio’ est| escrita em desacordo com a nova ortografia da Língua Portuguesa”. Além disso, o alarde foi tão grande sobre o novo acordo, mas não entendo o motivo. Nem mesmo as regras mais gerais de hífen são tão difíceis de aprender. É óbvio que há as exceções, mas acho que as chances de perguntarem se “pé-de-meia” tem ou não o hífen não são muito grandes. Acho que

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Atenção para algumas regras que não usamos comumente, como a regra de uso (facultativo para a primeira fase, obrigatório para a segunda) de vírgula antes de orações subordinadas adverbiais reduzidas; para a segunda fase, cuidado com as vírgulas supostamente facultativas: um conselho (apenas para a segunda fase) é que, se há previsão possível de vírgula (ainda que facultativa), não a omita, senão você poderá ser penalizado por isso. 21 Tive um professor que dizia que as mesmas regras “mais frouxas” válidas para a primeira fase (quanto à colocação pronominal) continuam válidas para a segunda fase, mas meus professores de Redação sempre cobraram a colocação pronominal prevista nas gramáticas. Assim, preferi não arriscar e observei as regras gramaticais tradicionais.

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muitas pessoas já criaram um bloqueio natural, algo como “esse novo acordo é muito difícil, n~o vou nem perder tempo, tentando aprender”, o que só piora as coisas. H| diversos guias simplificados da nova ortografia na Internet. Uma alternativa é a página do Michaelis: http://michaelis.uol.com.br/novaortografia.php

- Dicas da Dad e Mais Dicas da Dad (Dad Squarisi): não conheço os livros, mas incluo aqui apenas porque já vi recomendações de alguns aprovados há certo tempo.

>> SEGUNDA FASE

- Dicionário Houaiss: é recomendado pelos professores de Redação para os recursos à correção da segunda fase referentes a impropriedade vocabular.

- “Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa”: disponível no site da Academia Brasileira de Letras, em http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23

- Nova Gramática do Português Contemporâneo (Celso Cunha): atenção especial às temáticas mais erradas pelos candidatos na segunda fase: colocação pronominal, regência e uso da vírgula (com a ressalva de, nos casos em que se diz que o uso é facultativo, como adjuntos adverbiais de pequeno corpo, considerar o uso obrigatório).

- Comunicação em Prosa Moderna (Othon Moacyr Garcia): muito bom. Confesso que me surpreendi com o livro, uma vez que não esperava que fosse gostar muito de uma obra de linguística. É de leitura tranquila e possui várias informações úteis e interessantes. Ótima leitura inicial, recomendo fortemente. Est| disponível para download no “REL UnB”.

Até 2010, havia, no Guia de Estudos, a indicação de leituras obrigatórias para a segunda fase. Já foram cobrados diversos autores tradicionais brasileiros, como Gilberto Freyre, Machado de Assis, Darcy Ribeiro, Sérgio Buarque de Holanda, Celso Furtado, Caio Prado Jr., Graciliano Ramos, entre outros. Mesmo quando havia tal indicação, duvido da utilidade prática da leitura das obras desses autores. Em primeiro lugar, alguns deles são muito grandes (como o Casa-Grande & Senzala, de Gilberto Freyre), e tempo é algo muito escasso na preparação para o concurso. Em segundo lugar, essa não é uma prova de leitura de texto de colégio. Não há perguntas sobre o enredo ou coisa parecida. Quando esses autores são cobrados na segunda fase, exige-se, apenas, a interpretação de trechos da obra, o que pode ser feito com base no pensamento geral do autor. Em terceiro lugar, nos cursinhos para a segunda fase, os professores tratam de todos esses livros e das principais ideias desses autores, o que é mais do que suficiente (nas últimas provas do concurso, todas as questões de interpretação poderiam ser adequadamente respondidas apenas com base na leitura dos excertos selecionados pela banca e nos conhecimentos transmitidos em sala de aula, nos cursinhos preparatórios). Para coroar a inutilidade de ler essas obras, o Guia de Estudos de 2011 suprimiu toda e qualquer referência a bibliografias obrigatórias. Fui para a segunda fase, sem haver lido sequer um livro dessa antiga bibliografia obrigatória. Acredito que foi ótima estratégia e não me senti nem um pouco prejudicado por não havê-los lido. Li apenas os dois volumes de Lourenço Dantas Mota e os três volumes de Samira Yousseff Campedelli, descritos a seguir (além das partes do Manual do Candidato: História do Brasil descritas abaixo e das apostilas de Literatura de ensino médio do Anglo). Como não tem caído Literatura diretamente, acho que qualquer bom livro conciso de ensino médio pode resolver. Atenção: só cai Literatura brasileira. Pule as partes de Literatura portuguesa.

- Introdução ao Brasil: um Banquete nos Trópicos – 2 volumes (Lourenço Dantas Mota): o livro refere-se à formação histórica brasileira, tratando de vários temas, como sociedade, cultura, economia, instituições, política, colonização, patrimonialismo, escravidão etc. O formato da obra é uma compilação de resenhas de obras clássicas da literatura brasileira. Os Sertões, Casa-Grande & Senzala, Raízes do Brasil, Visão do Paraíso, Formação Econômica do Brasil, Formação do Brasil Contemporâneo são algumas das resenhas de obras reunidas nos dois volumes da obra. A importância da obra de Lourenço Dantas Mota reside no fato de que, para os anos em que houve indicação, no Guia de Estudos, de obras de leitura obrigatória para a segunda fase, a grande maioria

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desses livros está incluída no Introdução ao Brasil. Ainda que não haja, atualmente, indicação de bibliografia, acredito ser boa fonte de conhecimento sobre essas obras, que podem ser cobradas na prova, direta ou indiretamente. Ainda que seja velho o argumento de que ler a obra é muito melhor que ler um resumo ou uma resenha, sabemos muito bem que, na preparação para o concurso, não temos tempo de sobra, para gastar com a leitura de dezenas de livros (ainda mais agora, sem indicação de bibliografia obrigatória). Além disso, os resumos são muito bons, então são mais que bem-vindos. Alguns capítulos estão disponíveis para download no “REL UnB”. Vale lembrar que não é necessário ler todos os capítulos dos dois livros. Destaco os capítulos:

Volume 1: “Os Sertões”, “Casa-Grande & Senzala”, “Raízes do Brasil", “Formaç~o do Brasil Contempor}neo”, “Formaç~o Econômica do Brasil” e “Formaç~o da Literatura Brasileira”.

Volume 2: “Vis~o do Paraíso”, “O Abolicionismo”, “Minha Formaç~o”, “Sobrados e Mucambos”, “Os Índios e a Civilizaç~o”.

- Literatura, História e Texto – 3 volumes (Samira Yousseff Campedelli): é um livro de Ensino Médio, mas foi muito bem recomendado pela professora Adriana Campiti, que dá aula em um cursinho preparatório para a segunda fase do CACD. Preferi as apostilas de Literatura do Anglo a esses livros, embora eles não sejam ruins (mas achei as apostilas mais completas). Os livros da Samira Campedelli podem ser facilmente encontrados em sebos (comprei na Estante Virtual, por R$10 cada). Ler com ênfase na Literatura brasileira (Literatura portuguesa não é objeto do concurso). Para o CACD, os volumes 2 e 3 são os mais interessantes. De todo modo, seguem minhas sugestões de leituras de todos os três volumes.

Volume 1: ler apenas os capítulos 9 a 12; Volume 2: ler todos os capítulos, exceto o 2 e o 5 (sobre Literatura portuguesa); Volume 3: ler todos os capítulos, exceto o 3 (também sobre Literatura portuguesa).

- Iniciação à Literatura Brasileira (Antonio Candido): o conhecimento de Literatura, além de ser, às vezes, cobrado na primeira fase, pode ser útil tanto para as interpretações/análises/comentários quanto para o enriquecimento da dissertação na segunda fase. De qualquer maneira, se você tiver algum material mais resumido e mais prático de Literatura do Ensino Médio, acredito ser, também, boa opção. Não se esqueça, também, de que a Literatura brasileira pode ser exigida na prova de História do Brasil, nos tópicos “Sociedade e Cultura”. Uma questão da prova da terceira fase de 2006, por exemplo, pedia que se discorresse sobre as ideias que inspiraram o Movimento Modernista e sobre as principais contribuições de escritores brasileiros ao projeto modernista de 1922 a 1945. Minha recomendação seria, portanto, não deixar a Literatura de lado, mas sem se preocupar excessivamente (deixe para se preocupar mais com ela após a primeira fase do concurso). Uma leitura rápida dos aspectos gerais da Literatura brasileira, com atenção especial para determinados temas mais importantes, como Romantismo e Modernismo, deve ser suficiente. O livro de Antonio Candido, segundo recomendações que li e recebi, pode ser útil. A Editora da USP lançou, também, o Iniciação à Literatura Brasileira: Resumo para Principiantes, que está disponível para download no “REL UnB”.

- Leituras Brasileiras (Maria Veloso Motta Santos e Maria Angélica Madeira): já me disseram que é recomendável, mas não conheço.

- Manual do Candidato: História do Brasil (Flávio de Campos e Miriam Dolhnikoff): os capítulos “Sociedade e Cultura” (cap. 4 da Unidade I e cap. 4 da Unidade II), sobre as manifestações culturais no Império e na República Velha, podem ser úteis para a segunda fase, fornecendo importantes argumentos literários para a dissertação. Os capítulos são bem curtos e simples (obviamente, não são completos, mas possuem bastante informação útil e podem render boas anotações).

- Manual do Candidato: Português (Francisco Platão Savioli e José Luiz Fiorin): não li, mas me parece ser mais útil (ou melhor, menos inútil) que o livro do Evanildo Bechara (descrito abaixo). O manual não é de Gramática, mas sim de Redação (é por isso que está, aqui, como recomendação para a segunda fase, não para a primeira). Não li, por achar desnecessário e dispensável. Acredito que há coisas mais úteis e práticas para estudadar do que esse manual.

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- Estudo da Língua Portuguesa: textos de apoio (Evanildo Bechara): já ouvi comentários a respeito, mas não li, por duvidar da utilidade prática da obra para o CACD. Além de ser uma obra extensa, não acredito que seja muito produtiva para os estudos.

- Machado de Assis: Ficção e História (João Gledson): recebi recomendações, mas não li. Sem indicação de leituras obrigatórias, não sei se é tão útil perder muito tempo com temas mais específicos, como detalhes da obra machadiana. Acho que livros mais genéricos (como os de ensino médio indicados acima) podem suprir essa necessidade.

RESUMO: LEITURAS QUE CONSIDERO MUITO IMPORTANTES*

Matéria Livro Autor

DIREITO (escolher uma das

quatro obras)

Direito Internacional Público Francisco Rezek Manual de Direito Internacional Público Hildebrando Accioly Direito Internacional Público e Privado Paulo H. G. Portela

Introdução ao Direito Internacional Público Alberto do Amaral Jr.

ECONOMIA Introdução à Economia Gregory Mankiw

Economia Brasileira Contemporânea Fábio Giambiagi

GEOGRAFIA Projeto de Ensino de Geografia: Brasil Demétrio Magnoli

Manual do Candidato Bertha Becker

HISTÓRIA DO BRASIL

História da Política Exterior do Brasil Amado Cervo e C. Bueno História do Brasil (com as ressalvas feitas acima) Boris Fausto Apostilas Anglo Vestibulares – História do Brasil Claudio Vicentino e Gilberto Marone

Navegantes, Bandeirantes, Diplomatas Synesio S. Goes Filho

HISTÓRIA MUNDIAL

O Mundo Contemporâneo Demétrio Magnoli Apostilas Anglo Vestibulares – História Mundial Gianpaolo Dorigo e Gilberto Marone

História das Relações Internacionais Contemporâneas José Flávio Sombra Saraiva

POLÍTICA INTERNACIONAL

Política Internacional Contemporânea A.C. Lessa e H.A. Oliveira Inserção Internacional Amado Cervo

Relações Internacionais: temas e agendas (2 volumes) A.C. Lessa e H.A. Oliveira

* Não significa que sejam leituras suficientes ou indispensáveis, apenas que as considero muito importantes, uma vez que ajudaram bastante em minha preparação.

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ANEXO I CONTEÚDOS DAS DISCIPLINAS CONFORME O GUIA DE ESTUDOS DO CACD 2011

NOÇÕES DE DIREITO E DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

I – Noções de direito e ordenamento jurídico brasileiro. 1. Normas jurídicas. Características básicas. Hierarquia. 2. Constituição: conceito, classificações, primado da Constituição, controle de constitucionalidade das leis e dos atos normativos. 3. Fatos e atos jurídicos: elementos, classificação e vícios do ato e do negócio jurídico. Personalidade jurídica no direito brasileiro. 4. Estado: características, elementos, soberania, formas de Estado, confederação, república e monarquia, sistemas de governo (presidencialista e parlamentarista), estado democrático de direito. 5. Organização dos poderes no direito brasileiro. 6. Processo legislativo brasileiro. 7. Princípios, direitos e garantias fundamentais da Constituição Federal de 1988 (CF/88). 8. Noções de organização do Estado na CF/88: competências da União, dos Estados-membros e dos municípios; características do Distrito Federal. 9. Atividade administrativa do Estado brasileiro: princípios constitucionais da administração pública e dos servidores públicos, controle de legalidade dos atos da Administração. 10. Responsabilidade civil do Estado no direito brasileiro.

II – Direito internacional público. 1. Caráter jurídico do direito internacional público (DIP): fundamento de validade da norma jurídica internacional; DIP e direito interno; DIP e direito internacional privado (Lei de Introdução ao Código Civil). 2. Fontes do DIP: Estatuto da Corte Internacional de Justiça (artigo 38); atos unilaterais do Estado; decisões de organizações internacionais; normas imperativas (jus cogens). 3. Sujeitos do DIP: Estados [conceito; requisitos; território; população (nacionalidade, condição jurídica do estrangeiro, deportação, expulsão e extradição); governo e capacidade de entrar em relações com os demais Estados; surgimento e reconhecimento (de Estado e de governo); sucessão; responsabilidade internacional; jurisdição e imunidade de jurisdição; diplomatas e cônsules: privilégios e imunidades]; organizações internacionais (definição, elementos constitutivos, classificação, personalidade jurídica), Organização das Nações Unidas (ONU); Santa Sé e Estado da Cidade do Vaticano; Indivíduo. 4. Solução pacífica de controvérsias internacionais (artigo 33 da Carta da ONU): meios diplomáticos, políticos e jurisdicionais (arbitragem e tribunais internacionais). 5. Direito internacional dos direitos humanos: proteção (âmbito internacional e regional); tribunais internacionais; direito internacional humanitário; direito do refugiado. 6. Direito da integração: noções gerais; MERCOSUL e União Europeia (gênese, estrutura institucional, solução de controvérsias). 7. Direito do comércio internacional: conhecimentos elementares; Organização Mundial do Comércio (gênese, estrutura institucional, solução de controvérsias). 8. Cooperação jurídica internacional em matéria penal.

NOÇÕES DE ECONOMIA 1. Microeconomia. 1.1. Demanda do Consumidor. Preferências. Equilíbrio do consumidor. Curva de demanda. Elasticidade-preço e elasticidade-renda. 1.2. Oferta do Produtor. Fatores de produção. Função de produção. Elasticidade-preço da oferta. Rendimentos de fator. Rendimentos de escala. Custos de produção. 1.3. Concorrência Perfeita, Monopólio e Oligopólio. Comportamento das empresas. Determinação de preços e quantidades de equilíbrio.

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2. Macroeconomia. 2.1.Contabilidade Nacional. Balanço de Pagamentos: estrutura e interpretação dos resultados dos diferentes componentes do Balanço. Medidas da atividade econômica. Conceitos e cálculo do déficit público. 2.2. Determinação da renda, do produto e dos preços. Oferta e demanda agregadas. Consumo, investimento, poupança e gasto do governo. Exportação e importação. Objetivos e instrumentos de política fiscal. 2.3. Teoria monetária. Funções da moeda. Criação e distribuição de moeda. Oferta da moeda e mecanismos de controle. Procura da moeda. Papel do Banco Central. Objetivos e instrumentos de política monetária. Moeda e preços no longo prazo. Sistema bancário e intermediação financeira no Brasil. 2.4. Emprego e renda. Determinação do nível de emprego. Indicadores do mercado de trabalho. Distribuição de renda no Brasil. 3. Economia internacional. 3.1. Teorias clássicas do comércio. Vantagens absolutas e comparativas. Pensamento neoclássico. 3.2. A crítica de Prebisch e da Cepal. Deterioração dos termos de troca. 3.3. Macroeconomia aberta. Os fluxos internacionais de bens e capital. Regimes de câmbio. Taxa de câmbio nominal e real. A relação câmbio-juros. 3.4. Comércio internacional. Efeitos de tarifas, quotas e outros instrumentos de política governamental. Principais características do comércio internacional ao longo das décadas. Sistema multilateral de comércio: origem e evolução. As rodadas negociadores do GATT. A Rodada Uruguai. A Rodada Doha. 3.5. Política comercial brasileira. Negociações comerciais regionais. Integração econômica na América do Sul. Protecionismo e liberalização. 3.6. Sistema financeiro internacional. Padrão-ouro. Padrão dólar-ouro. Fim da conversibilidade. Crises econômico-financeiras nos últimos 20 anos. Governança internacional e os novos atores estatais e não estatais. Características dos fluxos financeiros internacionais. 4. História econômica brasileira. 4.1. A economia brasileira no Século XIX. A economia cafeeira. 4.2. Primeira República. Políticas econômicas e evolução da economia brasileira. Crescimento industrial. Políticas de valorização do café. 4.3. A crise de 1929 e as décadas de trinta e quarenta. Industrialização restringida. Substituição de importações. 4.4. A década dos cinquenta. O Plano de Metas. 4.5. O Período 1962-1967. A desaceleração no crescimento. Reformas no sistema fiscal e financeiro. Políticas anti-inflacionárias. Política salarial. 4.6. O período do milagre econômico (1968-1973) e o segundo PND. 4.7. Os anos oitenta. Crise da dívida. A interrupção do financiamento externo e as políticas de ajuste. Aceleração inflacionária e os planos de combate à inflação. 5. Economia Brasileira. 5.1. Os anos noventa. Abertura comercial e financeira. A indústria, a inflação e o balanço de pagamentos. A estabilidade econômica. 5.2. A economia brasileira na última década. Avanços e desafios. 5.3. Pensamento econômico e desenvolvimentismo no Brasil. A visão de Celso Furtado.

ESPANHOL

A prova de Espanhol constará de 10 questões de leitura e compreensão de textos em língua espanhola, na modalidade culta contemporânea. A avaliação das respostas, que deverão ser em língua espanhola, se pautará pelos seguintes critérios: a) correção gramatical; b) compreensão textual; c) organização e desenvolvimento de ideias; d) qualidade da linguagem.

FRANCÊS

A prova de Francês constará de 10 questões de leitura e compreensão de textos em língua francesa, na modalidade culta contemporânea. A avaliação das respostas, que deverão ser em língua francesa, se pautará pelos seguintes critérios: a) correção gramatical; b) compreensão textual; c) organização e desenvolvimento de ideias; d) qualidade da linguagem.

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GEOGRAFIA 1. História da Geografia: 1.1 Expansão colonial e pensamento geográfico. 1.2 A Geografia moderna e a questão nacional na Europa. 1.3 As principais correntes metodológicas da Geografia. 2. A Geografia da População. 2.1 Distribuição espacial da população no Brasil e no mundo. 2.2 Os grandes movimentos migratórios internacionais e intranacionais. 2.3.Dinâmica populacional e indicadores da qualidade de vida das populações. 3. Geografia Econômica. 3.1 Globalização e divisão internacional do trabalho. 3.2 Formação e estrutura dos blocos econômicos internacionais. 3.3. Energia, logística e reordenamento territorial pós-fordista. 3.4. Disparidades regionais e planejamento no Brasil. 4. Geografia Agrária. 4.1 Distribuição geográfica da agricultura e pecuária mundiais. 4.2 Estruturação e funcionamento do agronegócio no Brasil e no mundo. 4.3. Estrutura fundiária, uso da terra e relações de produção no campo brasileiro. 5. Geografia Urbana. 5.1. Processo de urbanização e formação de redes de cidades. 5.2. Conurbação, metropolização e cidades-mundiais. 5.3. Dinâmica intraurbana das metrópoles brasileiras. 5.4. O papel das cidades-médias na modernização do Brasil. 6. Geografia Política. 6.1. Teorias geopolíticas e poder mundial. 6.2.Temas clássicos da Geografia Política: as fronteiras e as formas de apropriação política do espaço. 6.3. Relações Estado e território. 6.4. Formação territorial do Brasil. 7. Geografia e gestão ambiental. 7.1. O meio ambiente nas relações internacionais: avanços conceituais e institucionais 7.2. Macrodivisão natural do espaço brasileiro: biomas, domínios e ecossistemas 7.3. Política e gestão ambiental no Brasil.

HISTÓRIA DO BRASIL 1. O período colonial. A Configuração Territorial da América Portuguesa. O Tratado de Madri e Alexandre de Gusmão. 2. O processo de independência. Movimentos emancipacionistas. A situação política e econômica europeia. O Brasil sede do Estado monárquico português. A influência das ideias liberais e sua recepção no Brasil. A política externa. O Constitucionalismo português e a Independência do Brasil. 3. O Primeiro Reinado (1822-1831). A Constituição de 1824. Quadro político interno. Política exterior do Primeiro Reinado. 4. A Regência (1831-1840). Centralização versus Descentralização: reformas institucionais. (o Ato Adicional de 1834) e revoltas provinciais. A dimensão externa. 5. O Segundo Reinado (1840-1889). O Estado centralizado; mudanças institucionais; os partidos políticos e o sistema eleitoral; a questão da unidade territorial. Política externa: as relações com a Europa e os Estados Unidos da América; questões com a Inglaterra; a Guerra do Paraguai. A questão da escravidão. Crise do Estado Monárquico. As questões religiosa, militar e abolicionista. Sociedade e cultura: população, estrutura social, vida acadêmica, científica e literária. Economia: a agroexportação; a expansão econômica e o trabalho assalariado; as políticas econômico-financeiras; a política alfandegária e suas consequências. 6. A Primeira República (1889-1930). A proclamação da República e os governos militares. A Constituição de 1891. O regime olig|rquico: a “política dos estados”; coronelismo; sistema eleitoral; sistema partid|rio; a hegemonia de São Paulo e Minas Gerais. A economia agroexportadora. A crise dos anos 1920: tenentismo e revoltas. A Revolução de 1930. A política externa: a obra de Rio Branco; o pan-americanismo; a II Conferência de Paz da Haia (1907); o Brasil e a Grande Guerra de 1914; o Brasil na Liga das Nações. Sociedade e cultura: o Modernismo.

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7. A Era Vargas (1930-1945). O processo político e o quadro econômico financeiro. A Constituição de 1934. A Constituição de 1937: o Estado Novo. O contexto internacional dos anos 1930 e 1940; o Brasil e a Segunda Guerra Mundial. Industrialização e legislação trabalhista. Sociedade e cultura. 8. A República Liberal (1945-1964). A nova ordem política: os partidos políticos e eleições; a Constituição de 1946. Industrialização e urbanização. Política externa: relações com os Estados Unidos; a Guerra Fria; a “Operaç~o Pan-americana”; a “política externa independente”; o Brasil na ONU. Sociedade e cultura. 9. O Regime Militar (1964-1985). A Constituição de 1967 e as modificações de 1969. O processo de transição política. A economia. Política externa: relações com os Estados Unidos; o “pragmatismo respons|vel”; relações com a América Latina, relações com a África; o Brasil na ONU. Sociedade e cultura. 10. O processo democrático a partir de 1985. A Constituição de 1988. Partidos políticos e eleições. Transformações econômicas. Impactos da globalização. Mudanças sociais. Manifestações culturais. Evolução da política externa. Mercosul. O Brasil na ONU.

HISTÓRIA MUNDIAL 1. Estruturas e ideias econômicas. Da Revolução Industrial ao capitalismo organizado: séculos XVIII a XX. Características gerais e principais fases do desenvolvimento capitalista (desde aproximadamente 1780). Principais ideias econômicas: da fisiocracia ao liberalismo. Marxismo. As crises e os mecanismos anticrise: a Crise de 1929 e o “New Deal”. A prosperidade no segundo pós-guerra. O “Welfare State” e sua crise. O Pós-Fordismo e a acumulação flexível. 2. Revoluções. As revoluções burguesas. Processos de independência na América. Conceitos e características gerais das revoluções contempor}neas. Movimentos oper|rios: luditas, cartistas e “Trade Unions”. Anarquismo. Socialismo. Revoluções no século XX: Rússia e China. Revoluções na América Latina: os casos do México e de Cuba. 3. As Relações Internacionais. Modelos e interpretações. O Concerto Europeu e sua crise (1815-1918): do Congresso de Viena à Santa Aliança e à Quádrupla Aliança, os pontos de ruptura, os sistemas de Bismarck, as Alianças e a diplomacia secreta. As rivalidades coloniais. A Questão Balcânica (incluindo antecedentes e desenvolvimento recente). Causas da Primeira Guerra Mundial. Os 14 pontos de Wilson. A Paz de Versalhes e a ordem mundial resultante (1919-1939). A Liga das Nações. A “teoria dos dois campos” e a coexistência pacífica. As causas da Segunda Guerra Mundial. As conferências de Moscou, Teerã, Ialta, Potsdam e São Francisco e a ordem mundial decorrente. Bretton Woods. O Plano Marshall. A Organização das Nações Unidas. A Guerra Fria: a noç~o de bipolaridade (de Truman a Nixon). Os conflitos localizados. A “détente”. A “segunda Guerra Fria” (Reagan-Bush). A crise e a desagregação do bloco soviético. 4. Colonialismo, imperialismo, políticas de dominação. O fim do colonialismo do Antigo Regime. A nova expansão europeia. Os debates acerca da natureza do Imperialismo. A partilha da África e da Ásia. O processo de dominação e a reação na Índia, China e Japão. A descolonização. A Conferência de Bandung. O Não Alinhamento. O conceito de Terceiro Mundo. 5. A evolução política e econômica nas Américas. A expansão territorial nos EUA. A Guerra de Secessão. A constituição das identidades nacionais e dos Estados na América Latina. A doutrina Monroe e sua aplicação. A política externa dos EUA na América Latina. O Pan- Americanismo. A OEA e o Tratado do Rio de Janeiro. As experiências de integração nas Américas. 6. Ideias e regimes políticos. Grandes correntes ideológicas da política no século XIX: liberalismo e nacionalismo. A construção dos Estados nacionais: a Alemanha e a Itália. Grandes correntes ideológicas da política no século XX: democracia, fascismo, comunismo. Ditaduras e regimes fascistas. O novo nacionalismo e a questão do fundamentalismo contemporâneo. O liberalismo no século XX. 7. A vida cultural. O movimento romântico. A cultura do imperialismo. As vanguardas europeias. O modernismo. A pós-modernidade.

POLÍTICA INTERNACIONAL 1. Relações internacionais: conceitos básicos, atores, processos, instituições e principais paradigmas teóricos. 2. A política externa brasileira: evolução desde 1945, principais vertentes e linhas de ação. 3. O Brasil e a América do Sul. 3.1 Integração na América do Sul.

3.2 O MERCOSUL: Origens do processo de integração no Cone Sul: objetivos, características e estágio atual de integração.

3.3 A Iniciativa de Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA).

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3.4 A União Sul-Americana de Nações: objetivos e estrutura. 3.5 O Conselho de Defesa da América do Sul.

4. A política externa argentina. A Argentina e o Brasil. 5. A política externa norte-americana e relações com o Brasil. 6. Relações do Brasil com os demais países do hemisfério. 7. Política externa francesa e relações com o Brasil. 8. Política externa inglesa e relações com o Brasil. 9. Política externa alemã e relações com o Brasil. 10. A União Européia e o Brasil. 11. Política externa russa e relações com o Brasil 12. A África e o Brasil. 13. A política externa da China, da Índia e do Japão; relações com o Brasil. 14. Oriente Médio: a questão palestina; Iraque; Irã. 15. A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. 16. A agenda internacional e o Brasil: 16.1 O multilateralismo de dimensão universal: a ONU; as Conferências Internacionais; os órgãos multilaterais; 16.2 Desenvolvimento; 16.3 Pobreza e ações de combate à fome; 16.4 Meio ambiente; 16.5 Direitos Humanos; 16.6 Comércio internacional e Organização Mundial do Comércio (OMC); 16.7 Sistema financeiro internacional; 16.8 Desarmamento e não proliferação; 16.9 Terrorismo; 16.10 Narcotráfico; 16.11 A reforma das Nações Unidas. 17. O Brasil e o sistema interamericano 18. O Brasil e a formação dos blocos econômicos 19. A dimensão da segurança na política exterior do Brasil 20. O Brasil e as coalizões internacionais: o G-20, o IBAS e o BRIC 21. O Brasil e a cooperação Sul-Sul

PORTUGUÊS 1. Língua Portuguesa: modalidade culta usada contemporaneamente no Brasil. 1.1 Sistema gráfico: ortografia, acentuação e pontuação; legibilidade. 1.2 Morfossintaxe. 1.3 Semântica. 1.4 Vocabulário. 2. Leitura e produção de textos. 2.1 Compreensão, interpretação e análise crítica de textos em língua portuguesa. 2.2 Conhecimentos de Linguística, Literatura e Estilística: funções da linguagem; níveis de linguagem; variação linguística; gêneros e estilos textuais; textos literários e não literários; denotação e conotação; figuras de linguagem; estrutura textual. 2.3 Redação de textos dissertativos dotados de fundamentação conceitual e factual, consistência argumentativa, progressão temática e referencial, coerência, objetividade, precisão, clareza, concisão, coesão textual e correção gramatical. 2.3.1 Defeitos de conteúdo: descontextualização, generalização, simplismo, obviedade, paráfrase, cópia, tautologia, contradição. 2.3.2 Vícios de linguagem e estilo: ruptura de registro linguístico, coloquialismo, barbarismo, anacronismo, rebuscamento, redundância e linguagem estereotipada.

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ANEXO II BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA PELO GUIA DE ESTUDOS DO CACD 2010

NOÇÕES DE DIREITO E DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Bibliografia sugerida: I – Documentos: Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Carta das Nações Unidas e Estatuto da Corte Internacional de Justiça (1945). Convenções de Viena sobre: Relações Diplomáticas (1961); Relações Consulares (1963); e Direito dos Tratados (1969). Tratado de Assunção para a Constituição do Mercado Comum do Sul, Mercosul (1991). Protocolo adicional ao Tratado de Assunção sobre a estrutura institucional do Mercosul (Ouro Preto, 1994). Acordo constitutivo da Organização Mundial do Comércio - OMC (Marraqueche, 1994). Memorando de Acordo relativo às Normas e Procedimentos para A solução de Litígios na OMC (1994). II – Livros: ACCIOLY, Hildebrando e Geraldo Eulálio do Nascimento e Silva. Manual de direito internacional público. 17 ed. São Paulo: Saraiva, 2004. BOBBIO, Norberto. Teoria do ordenamento jurídico. 10 ed. Brasília: Editora UnB, 1999. BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 12 ed. São Paulo: Malheiros, 2002. . Teoria do Estado. 3 ed. São Paulo: Malheiros, 1995. BORCHARDT, Klaus-Dieter. O ABC do direito comunitário. Bruxelas: Comissão Européia, 2000. BROWNLIE, Ian. Princípios de direito internacional público. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1997. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 14 ed. São Paulo: Atlas, 2002. ENGISH, Karl. Introdução ao pensamento jurídico. 8 ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2001. MELLO, Celso de Albuquerque. Curso de direito internacional público. 14 ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2004. MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 14 ed. São Paulo: Malheiros, 2002. MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 15 ed. São Paulo: Atlas, 2004. QUOC DINH, Nguyen, Patrick Dailler e Alain Pellet. Direito internacional público. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1999. RANGEL, Vicente Marotta. Direito e relações internacionais. 7 ed. São Paulo: RT, 2002. REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27 ed. São Paulo: Saraiva, 2003. REZEK, José Francisco. Direito internacional público: curso elementar. 10 ed. São Paulo: Saraiva, 2005. SEITENFUS, Ricardo. Manual das organizações internacionais. 3 ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2003. SILVA, José Affonso da. Curso de direito constitucional positivo. 23 ed. São Paulo: Malheiros, 2004. SOARES, Guido Fernando Silva. Curso de direito internacional público. v. 1. São Paulo: Atlas, 2002. THORSTENSEN, Vera. OMC: Organização Mundial do Comércio: as regras do comércio internacional e a nova rodada de negociações multilaterais. 2 ed. São Paulo: Aduaneiras, 2001. TRINDADE, Antônio Augusto Cançado. Direito das organizações internacionais. 3 ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2003. TRINDADE, Antônio Augusto Cançado (org.). A Nova Dimensão do Direito Internacional Público (Vol. I). Brasília, Instituto Rio Branco, 2003.

NOÇÕES DE ECONOMIA Bibliografia sugerida: ABREU, Marcelo P. A. Ordem do Progresso: Cem Anos de Política Econômica Republicana 1889-1989. Rio de Janeiro: Campus, 1992. BANCO CENTRAL DO BRASIL. Notas Metodológicas do Balanço de Pagamentos. Notas Técnicas do Banco

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Central do Brasil. Nº 1, junho, 2001. (texto disponível na página: http://www.bcb.gov.br) BIELSCHOWSKY, Ricardo. Pensamento Econômico Brasileiro. (Capítulos 2, 9, 10 e 11). 4ª Edição. Rio de Janeiro: Contraponto, 2000. FEIJÓ, Carmem A. et al. Contabilidade Social: a Nova Referência das Contas Nacionais do Brasil. (Capítulos 3 e 5). 3ª edição. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2007. FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. São Paulo: Nacional, 2003. GAMBIAGI, Fabio; VILLELLA, A.; BARROS DE CASTRO, L; HERMMAN, J. Economia Brasileira e Contemporânea (1945-2004). Editora Elsivier/Campus, 2005. LACERDA, Antonio Corrêa de. Crise e oportunidade: o Brasil e o cenário internacional. São Paulo: Lazuli Editora, 2006. LESSA, Carlos. Quinze anos de política econômica. São Paulo: Brasiliense, 1983. MAGALHÃES, João Paulo de Almeida. Nova estratégia de desenvolvimento para o Brasil: um enfoque de longo prazo. São Paulo: Paz e Terra, 2005 MANKIW, N. G. Introdução à Economia: Princípios de Micro e Macroeconomia. 3ª Edição. Rio de Janeiro: Pioneira Thomson, 2006. PINHO, Diva B.; VASCONCELOS, M. A. S. (orgs.). Manual de economia. 5ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2006. SAMUELSON, Paul A.; NORDHAUS, W. D. Economia. 17ª Edição: McGraw-Hill Interamericana do Brasil, 2004. TAVARES, Maria da Conceição. “Auge e Declínio do Processo de Substituição de Importações no Brasil” in M. C. TAVARES (1979): Da Substituição de Importações ao Capitalismo Financeiro. 8ª Edição. Rio de Janeiro: Zahar. VERSIANI, F. R. e MENDONÇA DE BARROS, J. R. (orgs.). Formação Econômica do Brasil: a Experiência da Industrialização. Série de Leituras ANPEC. São Paulo: Saraiva, 1979.

GEOGRAFIA Bibliografia sugerida: BENKO, George. Economia, Espaço e Globalização. 2.ed. São Paulo: Hucitec, 1999. BECKER, Bertha & EGLER, Claudio. Brasil: Uma nova potência regional na economia-mundo. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand, 1994. GREGORY, Derek et alli. Geografia Humana. Sociedade, Espaço e Ciência Social. Rio de Janeiro: Zahar, 1996. MORAES, Antonio Carlos Robert. Território e História no Brasil. 2. ed. São Paulo: Annablume, 2005. RIBEIRO, Wagner Costa (org.) Patrimônio Natural Brasileiro. São Paulo: EDUSP/Imprensa Oficial, 2004. SANTOS, Milton. Por uma outra Globalização. Rio de Janeiro:Record, 2000. & SILVEIRA, Maria Laura. Brasil. Território e Sociedade no Limiar do Século XXI. Rio de Janeiro:Record, 2001. SILVEIRA, Maria Laura (org.). Continente em Chamas. Globalização e território na América Latina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005. THÉRY, Hervé & MELLO, Neli Aparecida. Atlas do Brasil. Disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: EDUSP, 2005.

A título de orientação, para os candidatos que desejarem aprofundar o estudo da matéria, sugerem-se as seguintes leituras adicionais: BECKER, Bertha et alli. Geografia e meio ambiente no Brasil. 2.ed. São Paulo:Hucitec.1995. CASTRO, Iná Elias et alli. Explorações geográficas. Rio de Janeiro: Bertrand, 1997. LENCIONE, Sandra. Região e geografia. São Paulo: EDUSP, 2003. MAGNOLI, Demétrio. O corpo da pátria. São Paulo: Moderna/EDUNESP, 1997. MORAES, Antonio Carlos Robert. Bases da formação territorial do Brasil. São Paulo:Hucitec, 2000. MORAES, Antonio Carlos Robert. Contribuição para a gestão da zona costeira do Brasil. São Paulo: Hucitec/EDUSP, 1999. RIBEIRO, Wagner Costa. A ordem ambiental internacional. São Paulo: Contexto, 2001. SOUZA, Maria Adelia Aparecida (org.). Território brasileiro: usos e abusos. Campinas: Territorial, 2003.

ESPANHOL

(Não há bibliografia sugerida)

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FRANCÊS

(Não há bibliografia sugerida)

HISTÓRIA DO BRASIL

Bibliografia sugerida: ALMINO, João & CARDIM, Carlos Henrique (Orgs.). Rio Branco, a América do Sul e a modernização do Brasil. Rio de Janeiro: EMC Edições/FUNAG, 2002. BARBOSA, Carlos Alberto Leite. Desafio Inacabado: A Política Externa de Jânio Quadros. Rio de Janeiro: Atheneu, 2007. CANDIDO, Antonio. Formação da Literatura Brasileira. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1997. CARONE, Edgar. A República Velha. São Paulo: DIFEL. . A Segunda República. São Paulo: DIFEL. . A República Nova (1930-1937). São Paulo: DIFEL. 1982. . A Terceira República (1937-1945). São Paulo: DIFEL. 1982. CARVALHO, José Murilo de. A Construção da Ordem/Teatro de Sombras. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. CERVO, Amado; BUENO, Clodoaldo. História da Política Exterior do Brasil. Brasília: Editora UnB, 2002. COSTA, Emília Viotti da. Da Monarquia à República: momentos decisivos. São Paulo: UNESP, 1999. DORATIOTO, Francisco. Maldita Guerra: nova história da Guerra do Paraguai. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. FAORO, Raymundo. Os Donos do Poder: Formação do Patronato Político Brasileiro. São Paulo: Globo/Publifolha, 2001. 2 v. FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil. São Paulo: EDUSP/Imprensa Oficial, 2002. FLORES, Moacyr. Dicionário de História do Brasil. Porto Alegre: Edipucrs, 2001. FREYRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala. Rio de Janeiro: Global, 2003. FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 32. ed. São Paulo: Nacional, 2003. GARCIA, Eugênio Vargas. Cronologia das Relações Internacionais do Brasil. Rio de Janeiro: Contraponto Editora, 2006. HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: Cia das Letras, 1995. IGLESIAS, Francisco. Trajetória Política do Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 2000. LINHARES, Maria Yedda (Org.). História Geral do Brasil. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1996. LINS, Álvaro. Rio Branco (Barão do Rio Branco): biografia pessoal e história política. São Paulo: Editora Alfa Ômega, 1996. MONIZ BANDEIRA, Luiz Alberto. Brasil, Argentina e Estados Unidos: Da Tríplice Aliança ao Mercosul (1870-2003). Rio de Janeiro: Revan, 2003. PENNA, Lincoln de Abreu. República Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. PRADO JUNIOR, Caio. História Econômica do Brasil. 42. ed. São Paulo: Brasiliense, 1995. . A Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo: Publifolha, 2000.

HISTÓRIA MUNDIAL

Bibliografia sugerida: ARRIGHI, Giovanni. O Longo Século XX. Rio de Janeiro: Contraponto/São Paulo: UNESP, 2003. BARRACLOUGH, G. Introdução à História Contemporânea. 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1976. BEAUD, Michel. História do Capitalismo de 1500 a Nossos Dias. 4. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. BROGAN, Hugh. The Penguin History of the USA: new edition. New York: Penguin, 2001. BURNS, Edward McNall. História da Civilização Ocidental. São Paulo: Editora Globo, 1994, 2v. CARR, Edward H. Vinte Anos de Crise, 1919-1939. Brasília: Editora UnB/Imprensa Oficial do Estado/IPRI, 2001. CERVO, Amado Luiz; RAPOPORT, Mario (Orgs.). História do Cone Sul. Brasília, Editora UnB/Revan, 1998. HALPERIN DONGHI, Tulio. História da América Latina. São Paulo: Paz e Terra, 1997. HOBSBAWM, Eric. A Era das Revoluções. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003. . A Era do Capital. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001. . A Era dos Extremos. Rio de Janeiro: Cia. das Letras, 2001.

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. A Era dos Impérios. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001. . Nações e Nacionalismo desde 1780. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002. KENNEDY, Paul. Ascensão e Queda das Grandes Potências. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1989. MAGNOLI, Demetrio. Relações Internacionais: teoria e história. São Paulo: Editora Saraiva, 2004. MATIAS, Eduardo Felipe P. A Humanidade e Suas Fronteiras: do Estado soberano à sociedade global. São Paulo: Paz e Terra, 2005. McWILLIAMS, Wayne; PIOTROWSKI, Harry. The World Since 1945: a History of International Relations. Boulder: Lynne Rienner Publishers, 2005. ROBERTS, J. M. The Penguin History of the Twentieth Century: The History of the World, 1901 to the Present. Londres: Penguin, 2004. SARAIVA, José Flávio S. (Org.) História das Relações Internacionais Contemporâneas. São Paulo: Editora Saraiva/IBRI, 2007. SPENCE, Jonathan D. The Search for Modern China. New York: W. W. Norton, 1999. VAISSE, Maurice, Les Relations Internationales Depuis 1945. Paris: Armand Collin, 2004. WATSON, Adam. A Evolução da Sociedade Internacional: uma análise histórica comparativa. Brasília: Editora UnB, 2004.

INGLÊS Bibliografia sugerida: Jornais e revistas A Internet permite o acesso a vasto número de publicações em língua inglesa. Para preparar-se para o concurso, é útil a leitura de publicações do padrão do The Times de Londres, The New York Times, The Washington Post e Guardian, The International Herald Tribune, The Financial Times, The Economist e Newsweek. Pode-se encontrar a versão impressa de muitas dessas publicações em livrarias e bancas de revistas das principais cidades do País. Dicionários de inglês Collins Cobuild English Language Dictionary. Londres: Collins. Language Activator. Londres: Longman. The Longman Dictionary of Contemporary English. Londres: Longman. The Oxford Advanced Learner's Dictionary of Current English. Oxford: University Press. Oxford English Dictionary. Oxford: Oxford University Press. The Random House College Dictionary. New York: Random House. The Random House Dictionary of the English Language. New York: Random House. Roget´s Thesaurus. Londres: Longman. Webster´s Collegiate Dictionary. New York: BD&L. Webster´s Third International Dictionary. New York: BD&L. Dicionários inglês-português e português-inglês Cambridge Word Routes-Inglês/Português: Dicionário temático do inglês contemporâneo. São Paulo: Martins Fontes, 1996. Dicionário Português-Inglês, Inglês-Português. Porto: Porto Editora. Novo Michaelis: Português-Inglês, Inglês-Português. São Paulo: Melhoramentos. Taylor, J. L. Portuguese-English Dictionary. Rio de Janeiro: Record. Gramáticas BENSON, M. et alii.. The BBI Combinatory Dictionary of English: A guide to word combinations. Amsterdã/Filadélfia: John Benjamins. Collins Cobuild English Usage. Londres: Harper Collins. Comprehensive Grammar of the English Language. Londres: Longman. CUTTS, M. The Plain English Guide. Oxford, Oxford University Press. FRANK, M. Modern English. Englewood-Cliffs: Prentice-Hall. LEECH, G.; SVARTVIK, J. A Communicative Grammar of English. Londres: Longman. HILL, J.; LEWIS, M. (Orgs.) LTP Dictionary of Selected Collocations. Hove: Language Teaching Publications.

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SANTOS, Agenor. Guia Prático de Tradução Inglesa. São Paulo: Cultrix. SWAN, M. A Practical English Usage. Oxford: Oxford University Press. THOMPSON, A. J.; MARTINET, A.V. A Practical English Grammar. Oxford: Oxford University Press. Outras fontes WALKER, S. B. Candidate´s Handbook: English. Brasília: FUNAG, 2000. Internet: Há numerosos dicionários e glossários disponíveis em linha, bem como variadas fontes de informações e de consulta. Duas referências iniciais, a título meramente indicativo: http://www.yourdictionary.com; http://www.bbc.co.uk

POLÍTICA INTERNACIONAL Bibliografia sugerida: ALBUQUERQUE, José A. Guilhon (Org.). Sessenta Anos de Política Externa Brasileira. São Paulo: USP, 1996, 4v. BAYLIS, John & SMITH, Steve (Orgs.). The Globalization of World Politics: an introduction to international relations. Oxford: Oxford University Press, 2001. BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Secretaria de Planejamento Diplomático. Repertório de Política Externa – Posições do Brasil. Brasília: FUNAG, 2007. BULL, Hedley. A Sociedade Anárquica: um estudo da ordem na política mundial. Brasília: Editora UnB/Imprensa Oficial do Estado/IPRI, 2002. CASTRO, Marcus Faro de. Política e Relações Internacionais: fundamentos clássicos. Brasília: Editora UnB, 2005. CERVO, Amado Luiz. Inserção Internacional: formação dos conceitos brasileiros. São Paulo: Editora Saraiva, 2007. . As Relações Internacionais da América Latina: velhos e novos paradigmas. Brasília: FUNAG/IBRI, 2001. DUPAS, Gilberto. Atores e poderes na nova ordem global: assimetrias, instabilidades e imperativos de legitimação. São Paulo: Editora UNESP, 2005. FONSECA JR., Gelson. A Legitimidade e Outras Questões Internacionais: poder e ética entre as nações. São Paulo: Paz e Terra, 1998. GILPIN, Robert. A Economia Política das Relações Internacionais. Brasília: Editora UnB, 2002. . O Desafio do Capitalismo Global: economia mundial no século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2004. GOLDBLAT, Jozef. Arms Control: The New Guide to Negotiations and Agreements. 2 ed. Thousand Oaks: Sage Publications Ltd, 2002. GUIMARÃES, Samuel Pinheiro. Quinhentos Anos de Periferia: uma Contribuição ao Estudo da Política Internacional. 5 ed. Rio de Janeiro : Contraponto, 2007. HALLIDAY, Fred. Repensando as Relações Internacionais. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 1999. LAGO, André Aranha Corrêa do. Estocolmo, Rio, Joanesburgo: o Brasil e as três Conferências Ambientais das Nações Unidas. Brasília: Instituto Rio Branco; Fundação Alexandre de Gusmão, 2007. LESSA, Antônio Carlos. A construção da Europa: a última utopia das relações internacionais. Brasília: Funag; IBRI, 2003. MOREIRA, Marcílio Marques; NISKIER, Arnaldo; REIS, Adacir (org.). Atualidade de San Tiago Dantas. São Paulo: Lettera.doc, 2005. MORGENTHAU, Hans. A Política entre as Nações. Brasília: FUNAG/IPRI, Editora UnB; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2003. NOGUEIRA, João Pontes; MESSARI, Nizar. Teoria das Relações Internacionais: correntes e debates. Rio de Janeiro: Elsevier Editora, 2005. NYE JR, Joseph S. Compreender os Conflitos Internacionais: uma introdução à teoria e à história. Lisboa: Editora Gradiva, 2002. PARADISO, José. Um lugar no mundo: a Argentina e a busca de identidade internacional. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 2005. PECEQUILO, Cristina S. A Política Externa dos Estados Unidos. Porto Alegre: Editora da

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Universidade/UFRGS, 2003. PINHEIRO, Leticia. Política Externa Brasileira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004. ROBERTS, Paul. The End of Oil: On the Edge of a Perilous New World. Boston: Mariner Books, 2005. ROCHA, Antônio Jorge Ramalho da. Relações Internacionais: teorias e agendas. Brasília: Instituto Brasileiro de Relações Internacionais, 2002. VAZ, Alcides Costa. Cooperação, Integração e Processo Negociador: A Construção do Mercosul. Brasília: Instituto Brasileiro de Relações Internacionais, 2002. VIZENTINI, Paulo Fagundes. A Política Externa do Regime Militar Brasileiro: Multilateralização, Desenvolvimento e a Construção de uma Potência Média (1964-1985). Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 1998. VIZENTINI, P. F.; WIESEBRON, Marianne (Orgs.). Neohegemonia americana ou multipolaridade? Pólos de poder e sistema internacional. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 2006.

Os candidatos poderão servir-se também de periódicos especializados, tais como Revista Brasileira de Política Internacional (www.ibri-rbpi.org.br), Política Externa (www.politicaexterna.com.br), Foreign Affairs (www.foreignaffairs.org) e Foreign Policy (www.foreignpolicy.com), bem como das páginas eletrônicas do Ministério das Relações Exteriores (www.mre.gov.br) e da Rede Brasileira de Relações Internacionais (www.relnet.com.br).

Publicações adicionais que podem auxiliar a preparação dos candidatos estão disponíveis na FUNAG – Fundação Alexandre de Gusmão, tais como toda a série de Manuais do Candidato e a série Teses do CAE: site na Internet – www.funag.gov.br email: [email protected] email do Setor de Publicações: [email protected] Brasília Ministério das Relações Exteriores Esplanada dos Ministérios, Bloco H ANEXO II, TÉRREO, SALA 1 70170-900 Brasília - DF Telefones: (061) 3411-6033/6034/6847/6857 Fax: (061) 3322-2931, 3322-2188 Rio de Janeiro Palácio Itamaraty Avenida Marechal Floriano, 196 - Centro 520080-002 Rio de Janeiro - RJ Telefax: (021) 2233-2318/2079

PORTUGUÊS Bibliografia obrigatória: ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. FREYRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala. FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. ---. Visão do Paraíso. NABUCO, Joaquim. Minha Formação.22

22 Para fins de comparação, veja as indicações de leituras obrigatórias para a segunda fase da prova de Português em anos anteriores. Repare que muitas obras são repetidas ao longo dos anos, o que faz necessário dedicar atenção especial a elas. - 2007: ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas; ---. Papéis Avulsos; CANDIDO, Antonio. Formação da Literatura Brasileira; FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala; FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil; PRADO Jr., Caio. Formação do Brasil Contemporâneo; RAMOS, Graciliano. Vidas Secas; ---. Memórias do Cárcere; RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro: a Formação e o Sentido do Brasil. - 2008: ANDRADE, Carlos Drummond de. Claro Enigma; ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas; FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala; FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil; HOLANDA, Sérgio Buarque de. Visão do Paraíso; PRADO Jr., Caio. Formação do Brasil Contemporâneo; RAMOS, Graciliano. Vidas Secas; ---. São Bernardo; RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro: a Formação e o Sentido do Brasil. - 2009: ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó; FREYRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala; FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil; HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil; ---. Visão do Paraíso; NABUCO, Joaquim. Minha Formação.

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Bibliografia sugerida: ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro, 1999. Atualizado em http://www.academia.org.br/vocabulario BUARQUE DE HOLANDA FERREIRA, Aurélio. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Positivo, 2004. (versão impressa e eletrônica). CAMARA Jr., Joaquim Mattoso. Manual de expressão oral e escrita. 21. ed. Petrópolis: Vozes, 2002. CUNHA, Celso e CINTRA, L. F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. FERNANDES, Francisco. Dicionário de regimes de substantivos e adjetivos. 25. ed. São Paulo: Globo, 2000. ___________ Dicionário de verbos e regimes. 44. ed. São Paulo: Globo, 2001. GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna: aprenda a escrever, aprendendo a pensar. 21. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2002. HOUAISS, Antonio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. São Paulo: Editora Objetiva, 2001. . Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Versão 1.0. Dez – 2001. KOCH, Ingedore G. Villaça. Introdução à lingüística textual. São Paulo: Martins Fontes, 2004. KURY, Adriano da Gama. Ortografia, pontuação e crase. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. SAVIOLI, Francisco e FIORIN, José Luiz. Manual do Candidato – Português. 2. ed. Brasília: FUNAG, 2001. VANOYE, Francis. Usos da Linguagem. 12. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003. WILSON, John. Pensar com conceitos. Trad. Waldéa Barcellos. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nas longas páginas anteriores, acho que consegui esgotar quase tudo o que eu tinha a passar a vocês acerca de meus conhecimentos sobre a carreira e sobre o concurso e de minha preparação para o CACD 2011. Espero que esses relatos sirvam de inspiração para que não desanimem com os estudos, acreditando, sempre, que é possível, por mais difícil que seja. Caso ainda haja quaisquer dúvidas remanescentes, não hesite em procurar-me, tentarei ajudar no que for preciso. Como já informado anteriormente, meu email pessoal é [email protected] (peço, por gentileza, que, se tiver outro email meu, o ignore e envie para esse, pois fica mais organizado para mim; não se preocupe, todos são redirecionados para a mesma caixa de entrada, é só para ficar mais organizado para mim mesmo). Eventuais correções deste documento, favor enviar para esse email também, e procurarei incluí-las em revisões futuras.

Meus mais sinceros agradecimentos a todos os professores e amigos que ajudaram em minha preparação para o concurso (e, indiretamente, na elaboração deste documento). Muito obrigado aos diversos colaboradores que têm enviado sugestões, comentários e correções para meu email, o que tem tornado possível a constante atualização dos dados e das informações disponíveis aqui. Agradecimento especial ao Terceiro-Secretário Rodrigo Randig, que fez alguns ótimos comentários e sugestões sobre a parte inicial do documento.

Bons estudos a todos e até breve. Espero encontrá-los nos corredores do Itamaraty nos próximos anos.

Abraços,

Bruno Pereira Rezende