ilustrando a arquitetura gótica

18
Escola Artística António Arroio Ilustrando a Arquitetura Gótica Trabalho realizado por: Clara Crato Rafaela Prata Natacha Rodrigues Lara Abranches

Upload: na-antonio-arroio

Post on 29-Mar-2016

235 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: Ilustrando a arquitetura gótica

Escola Artística António Arroio

Ilustrando a Arquitetura Gótica

Trabalho realizado por:

Clara Crato

Rafaela Prata

Natacha Rodrigues

Lara Abranches

Page 2: Ilustrando a arquitetura gótica

2

INTRODUÇÃO:

Este trabalho é um guia das principais características dos

elementos arquitetónicos góticos. Reune as informações mais

importantes e, em complemento, contém desenhos feitos

pelas autoras do trabalho.

Esperamos que este pequeno trabalho tenha as

informações necessárias para alguém com interesse na

arquitetura gótical. As informações curtas e precisas junto

com ilustrações feitas à mão com diversos materiais (lápis de

cor, cravão, canetas) pretendem ajudar todos aqueles que

tiverem a curiosidade de ler este trabalho e de descobrir um

pouco mais sobre a arquitetura Gótica.

Page 3: Ilustrando a arquitetura gótica

3

ARQUITETURA ROMÂNICA

Para poder falar da evolução na arquitetura gótica é primeiro

necessário abordar a arquitetura anterior: a arquitetura românica. Na

arquitetura românica é usada a planta em cruz latina. Nesse tipo de

planta são utilizadas três, cinco ou sete naves. A nave central é

orientada do sentido este-oeste, é mais larga que as naves laterais.

O comprimento da igreja é um múltiplo da largura da nave

central e as naves laterais.

Fig. 1- Corte duma Igreja românica

Page 4: Ilustrando a arquitetura gótica

4

ARQUITETURA GÓTICA

Na arquitectura houve uma grande evolução em termos de

verticalidade. A catedral era construída em louvor dos homens e

quanto mais alto a catedral fosse maior contacto seria possível com

Deus.

Com o aumento da verticalidade foi necessário o reforço dos apoios

exteriores como a nave central e as naves laterais. O corpo é

constituído por três naves.

Fig. 2- Corte de uma Igreja Gótica

Page 5: Ilustrando a arquitetura gótica

5

COLUNAS GÓTICAS

Evolução da estrutura:

Com a aplicação da verticalidade nos edifícios surge também a

necessidade de aumentar o comprimento das colunas. Estas ficam mais

estreitas e com intervalos menores umas entre as outras para facilitar o

suporte das abóbadas de ogivas. Esta modificação vai reforçar uma

prespetiva através do ponto de fuga e a sua altura guia a visão de

certa forma para o teto de abóbadas, decorado.

Fig.3- Ordens Dórica, Jónica e Coríntia)

Fig.4- Colunas inseridas nas naves, apoiando as abóbadas de ogivas cruzadas

Page 6: Ilustrando a arquitetura gótica

6

Evolução da Decoração:

Assim, para além da evolução da própria estrutura da coluna,

temos também uma evolução na decoração. Na arquitetura romana

grande parte da decoração situava-se no capitel. Esta característica

mantém-se nas colunas góticas das naves, no entanto, no exterior, a

decorar os portões e nos nichos e sob baldaquinos, que ocupavam os

colunelos dos ombrais, surge um novo tipo de coluna: a estátua-coluna,

que surge no Gótico Primitivo, representando personagens cristãs,

desde os santos à Virgem Maria.

Estátua-Coluna no Gótico Primitivo (1140-1190 d.C)

Estas estátuas reforçavam o efeito de

verticalidade por:

Serem desproporcionais- figura

algongada, comprimento do

corpo desproporcional ao

tamanho da cabeça;

Terem as vestes rasas,

estilizadas- a ausência de

dobras profundas e os

drapeados paralelos

formavam linhas verticais ao

longo da estátua;

Demonstrarem uma posição

rigida- não transmitiam

qualquer tipo de movimento.

Os braços muitas vezes

mostravam-se em posição de

oração, com uma mão sobre o

peito. A cabeça encontrava-

se perfeitamente alinhada

com o corpo, mostrando uma

expressão calma e serena na

face. Os rostos mostravam-se

mais indivdualizados e

pormenorizados.

Fig. 5- Estátua coluna do Gótico Primitivo

Page 7: Ilustrando a arquitetura gótica

7

Estátua-Coluna no Gótico Clássico (1190-1240)

Nesta fase do Gótico nota-se uma grande evolução na

escultura. Esta deixa de ser tão artificial, uma vez que há uma

maior preocupação em reproduzir o real e em transmitir

emoções através da expressão e há a procura de uma

tendência mais naturalista.

As estátuas deixam de apresentar uma figura rígida,

passando a mostrar torções no corpo. O tronco fica virado

para um lado e as pernas para o outro, formando um

“S”(requebro da anca) e dando a

noção de movimento. Esta noção

é reforçada pelo contraposto e

pela tensão das linhas ondulantes

dos drapeados e das pregas

concêntricas das vestes que

acentuam as formas dos corpos

mais volumosos.

As feições das estátuas

também adquirem mais emoções

mas sempre moderadamente,

havendo um equilíbrio constante.

Através da expressões faciais

podemos perceber o estado de

espírito representado (sendo mais

comum ver uma expressão de

alegria de traços leves e

delicados).

Fig. 6- Estátua-coluna do Gótico Clássico

Page 8: Ilustrando a arquitetura gótica

8

Estátua-Coluna no Gótico Tardio

A própria escultura evolui bastante nesta fase, uma vez

que a crise sentida provoca uma preocupação em

representar o real de tal forma evidente, que surgem retratos

exatos (se o retratado tivesse rugas e cicatrizes, estas eram

representadas no retrato escultórico). As formas distorcem-se

bastante, acabando por reforçar defeitos. Esta fase é muitas

vezes referida como a fase em que o gótico entrou em

decadência.

Fig. 7- Exemplo de uma estátua do Gótico Tardio

Page 9: Ilustrando a arquitetura gótica

9

ARCOBOTANTES

O arcobotante é uma construção em forma de meio arco,

erguida na parte exterior dos edifícios na arquitetura gótica para apoiar

as paredes e repartir o peso das paredes e colunas. Só assim se

conseguiu aumentar a altura das edificações.

O arcobotante liga-se ao botaréu e estes, ligados, auxiliam-se na

sustentação do peso da abóbada.

Fig. 8- Arcobotante

Page 10: Ilustrando a arquitetura gótica

10

JANELAS ROMÂNICAS

A arquitetura românica é o estilo arquitetónico que surgiu na

europa no século X que evoluiu para o estilo gótico no final do século

XII. É necessário abordar as janelas românicas para perceber a sua

evolução no Gótico.

A igreja românica era chamada “Fortaleza de Deus” e isso é

demonstrado pelo seu estilo robusto e austero.

As suas paredes espessas tinham pequenas aberturas

funcionando como janelas em que a sua principal função era resistir a

ataques de exércitos inimigos.

Fig. 9- Janelas Romanas

Page 11: Ilustrando a arquitetura gótica

11

JANELAS GÓTICAS

A arquitetura gótica foi construída em louvor a Deus e dos

homens. Deus é luz que descia sobre as criaturas inundando-as de sua

graça e virtude e as suas almas, através da luz, elevam-se até ele.

No Gótico as janelas mais alongadas, ocupavam quase toda a

largura das paredes, permitindo uma melhor iluminação da igreja que

convidava à comunhão mística com Deus-Luz

Fig 10- Janelas Gótica

Page 12: Ilustrando a arquitetura gótica

12

TÍMPANOS

O tímpano é um espaço, triangular ou em arco, limitado pelos três

lados do frontão, por um ou mais arcos ou por linhas rectas que assenta

sobre o portal de entrada de uma igreja, catedral ou templo.

Tímpanos românicos: é o elemento mais decorado por figuras

religiosas, pedagógicos e estéticos. O relevo preenche todo o espaço

dos tímpanos utilizando técnicas de desbaste que da pouca

profundidade ao talhe, sendo a modelagem naturalista, pormenorizada

e expressiva. Nos tímpanos os relevos eram revestidos a cores, o azul

para o paraíso, e vermelho para o inferno. Normalmente contem a

figura de cristo no centro, esta figura esta envolvida pela amêndoa

mística, e à volta adaptadas ao espaço arquitectónico estão as

personagens decrescendo de importância.

Fig. 11- Tímpano Romano

Page 13: Ilustrando a arquitetura gótica

13

TÍMPANO GÓTICO

Agora com o gablete, continua a ter um lugar de

exceção, é no tímpano que o evangelho é representado em

relevos de registos sobrepostos. As cenas mais representadas

são o juízo final com o objectivo de transmitir a esperança, o

nascimento de cristo e a vida da virgem. A decoração no

gótico era excessiva com um grande horror ao vazio.

Fig. 12- Tímpano Gótico

Page 14: Ilustrando a arquitetura gótica

14

ABÓBADA DE CRUZARIA DE OGIVAS

Surgiu para que houvesse uma melhor distribuição do

peso pois transmite o impulso a quatro pontos diferentes. As

forças eram desta forma desviadas para os pilares de

sustentação (colunas) e contrafortes. É formada por dois

arcos ogivais que se cruzam na diagonal. É uma espécie de

esqueleto de pedra (os arcos) que é “enchido” (pano ogival).

Antes as abóbadas possuiam quatro panos no entanto

chegaram a possuir 16. As mais divididas são conhecidas

como abóbadas estreladas, de terceletes ou de leque

(bastante usados em Inglaterra).

Fig. 13- Abóbada de Cruzaria de Ogivas

Page 15: Ilustrando a arquitetura gótica

15

ARCO DE VOLTA PERFEITA (ROMÂNICO)

Na arquitetura romanica, um dos elementos mais

recorrentes era o arco de volta perfeita. Era constituído,

basicamente, por vários blocos de pedra colocados em semi-

círculo “trancados” por uma pedra colocada no meio,

chamada de “cunha”.

Fig. 14 – Arco de volta perfeita- Românico

Page 16: Ilustrando a arquitetura gótica

16

ARCO QUEBRADO

Na arquitetura Gótica surge o Arco Quebrado. É mais

díficil de construir que o Arco de volta perfeita, no entanto

distribui melhor as forças, é mais flexivel e dinâmico,

permitindo desta forma construir as catedrais mais altas do

que no estilo arquitetónico anterior.

Fig. 15 – Arco Quebrado – Gótico

Page 17: Ilustrando a arquitetura gótica

17

CONCLUSÃO

Esperamos que este trabalho tenha contribuído para

aprofundar os conhecimentos sobre a arquitetura Gótica, e

tirado dúvidas sobre a conceção e aparência de certos

elementos arquitetónicos (não só góticos, como românicos).

Ao fazermos este trabalho, acabamos por tornar reais os

nossos objetivos, pois nós mesmas acabámos por aprender

mais e arrecadar mais informações do que aquelas que

possuíamos quando iniciamos este guia.

Page 18: Ilustrando a arquitetura gótica

18

BIBLIOGRAFIA

BARROS, José D'Assunção. O Romantismo e o Revival Gótico no século XIX .

ArteFilosofia – Revista do Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade

Federal de Ouro Preto, vol.VI, abr/2009. UFOP. Ouro Preto: UFOP, 2009. ISSN: 1809-

8274.

http://www.infoescola.com/artes/estilo-gotico/

http://www.infoescola.com/artes/estilo-gotico/

http://www.beatrix.pro.br/index.php/arte-gotica-escultura/

http://www.slideshare.net/abaj/a-escultura-gtica-12605221

http://web.mit.edu/masonry/papers/block_SMArchS_2005.pdf

http://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2012/08/14/forma-estrutural-i/

http://sumateologica.wordpress.com/2009/12/21/a-arquitetura-gotica/