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Fanzine Turn Arts On Iluminar - Speto

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LuzArte Urbana

GrafiteNews

Guto Indio da Costa

Iluminar e Speto Turn Arts On

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REFLEXÃO DA LUZpor Patrícia Favalle

De um feixe a outro, somam-se mais de três décadas de experimentalismos e

inovações no segmento da luz arquitetural. Não à toa, a empresa fundada pelos

irmãos Cícero e Ronaldo Mafra, em Belo Horizonte, valeu-se de um verbo – conjugado

no infinitivo – para traduzir o seu principal conceito: Iluminar.

Ao longo desta história, cada cena contou com a ideia de fazer da iluminação a

protagonista de um roteiro que aliou criatividade, estética e design. Se o romantismo

fica à vontade à meia-luz e o suspense prefere um cantinho à penumbra, pelas mãos

dos Mafra, estas dramaticidades foram convertidas em hits práticos e inseridas

nos ambientes residenciais e corporativos através de peças técnicas decorativas e

estruturadas.

Das primeiras composições moldadas no ferro e impulsionadas pelo regionalismo

às barras de alumínio entornadas por desenhos conectados ao conforto visual, à

sustentabilidade e aos sistemas inteligentes de automação, a marca conquistou

o Brasil e também a capital argentina. Dona de um acervo de 600 produtos

catalogados em cem linhas distintas, a Iluminar é representada atualmente por

34 revendas exclusivas, além da própria concept store.

O ESSENCIAL É INVISÍVEL AOS OLHOS

A afirmação do escritor Antoine de Saint-Exupéry atestava que os sentimentos

dispensavam as legendas. Trazendo a frase para os contornos da luz, é inevitável

comparar as gamas recheadas de comprimentos de onda – em sua porção física –

àquilo captado e codificado pela íris humana. Amplitude, frequência e ângulo de

vibração cintilam com vieses simplistas, porém charmosos, sintetizados pela tríade

brilho, cor e polarização.

Bem além da linha conceitual, os projetos luminotécnicos da Iluminar contemplam

funcionalidade e beleza na medida para áreas internas e externas. A luz, de fato,

se rendeu à engenharia como ferramenta indispensável para atiçar o tato, dobrar

a visão, perturbar o olfato, iludir o paladar e distorcer a audição. Uma realidade

desconexa, entretanto possível, já que a luminosidade interfere também na captação

sensorial.

www.turnartson.com.br

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A Iluminar traz luz sobre as artes.

Traz luz que transforma espaços, insights, ambientes, vidas.

Traz luz que dialoga com o que é contemporâneo, com o que é inspirador, com o que transforma.

Que acendam as luzes sobre a arte urbana.

Avant-garde, contestadora, obscura, colorida, viva.

Que acendam as luzes sobre a arte que passa por nossa janela, por nosso olhar, por nosso dia a dia.

Que acendam as luzes sobre a arte que transforma o espaço público em espaço lúdico.

Que acendam as luzes sobre a arte que transforma vidas, que desmarginaliza.

Luzes sobre o GRAFITE, sobre seu passado, presente e futuro.

Luzes sobre o Speto, primeiro protagonista do projeto Iluminar Turn Arts On.

Aprecie estas folhas, as obras, os textos, os muros, os rabiscos, a tinta.

Aprecie a vida de um dos maiores representantes da arte urbana nacional atual.

É com imenso prazer que trazemos a você este fanzine, revista, catálogo, jornal, registro.

Um ensaio visual sobre o grafite nacional.

Transforme.

Turn Arts On

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TURN ARTS ON

UMA RUA COMO AQUELApor Patrícia Favalle

Desde que os paredões verticalizados tomaram o lugar do papel, as contestações dos limites

visuais da arte são temas corriqueiros entre espectadores, críticos e estudiosos. Num retrospecto

imprescindível, o papel também já ocupou o lado de lá, com as estampas floridas e rebuscadas

do pintor inglês William Morris. Mas, para entender a geografia que levou o traço para o lado

de fora das construções, antes é necessário mergulhar na pré-história dos desenhos.

Há pelo menos 40 mil anos a.C., o homem já rabiscava os seus anseios pelas cavernas, rochas

e o que mais pudesse ser tingido. A arte rupestre assim como os hieróglifos egípcio, hitita e

maia, que também eram usados como elementos decorativos e culturais, se contextualizados

para os dias de hoje, seriam interpretados como os primórdios do grafite.

O grafite, por sinal, que deriva do termo italiano graffiti, faz alusão aos protestos feitos nas colunas

ainda nos tempos do Império Romano. Mesmo com validade comprovada por séculos de

prática, a técnica só caiu no gosto popular recentemente. Foi na França, em maio de 1968, que

aconteceu a agitação mais latente em prol da comunicação visual de massas. A greve liderada

por estudantes e abraçada por trabalhadores gravou no concreto os sonhos de mudar o mundo.

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REALISMO FANTÁSTICO

O divisor de águas que separa a intervenção artística da poluição

visual é invenção de Demétrius, ou Taki 183, criador das tags.

Foi desta transgressão que surgiu a pichação, avaliada como

depredatória aos patrimônios público e privado. Na contramão dos

rabiscos indecifráveis, onde a anarquia tem jeito de vandalismo, o

grafite arredondou as sílabas e acentuou os retoques como forma

de cativar o receptor.

Sem palavras de Gentileza e com muros acinzentados, no Brasil,

influenciada por Loony Wood, ou Phase 2, a juventude confinada

nas periferias das urbes foi a responsável pela popularização da

linguagem e sua imediata exportação para os bairros nobres e

centrais.

Bem antes disso, em 1917, o meio-fio carioca já servia de palco para

algumas aparições de desabafos escritos. Embora o preconceito

tenha feito sombra ao grafite e a marginalização só tenha se

dissipado em meados dos anos 90, a crítica especializada acabou

por legitimar os traços.

Da vertigem causada pelo duo Otávio e Gustavo Pandolfo –

osgemeos –, da afinação de Nina, do neoexpressionismo de JGor

e dos coloridos de Nunca ao engajamento de Tinho e de Daniel

Melin, a geometria de TitiFreak e a brasilidade genuína de Speto,

muitas latas de spray foram usadas para preencher quilômetros

lineares de muralhas estéreis.

CONTRACULTURA

As Inscrições de Maio, como ficaram conhecidas, tinham, além do

caráter poético-político, códigos, regras e padrões comportamentais

próprios. Por conta disso, nos Estados Unidos dos anos 70, o

grafite foi incorporado ao hip hop, que reagia à violência sofrida

pelas classes mais baixas, trazendo para o centro da discussão a

cultura das ruas.

O movimento ferveu nas imediações do Bronx, “gueto” nova-

iorquino de maioria latina e negra, pelas mãos de Jean-Michael

Basquiat e dos líderes do Black Power. A música quase falada

tornou-se hino proposto por gente como DJ Kool Herc, considerado

“pai” da ideologia.

Em outras frentes, a dança incitava à liberdade, enquanto os muros

eram disputados como espécie de territórios-livres. Cada superfície

tinha sua relevância reconhecida como difusor de utopias. Os

espaços em branco logo ganhavam coloridos feitos no bico do

spray, estêncil, stickers, lambe-lambes, tags (assinatura) ou letras

delineadas com caligrafias que identificavam determinados grupos.

Os rebeldes, finalmente, lutavam por uma causa.

ILUMINISMO

No auge do pop art, Andy Warhol avisou que o futuro reservava 15 minutos de fama para cada aspirante a celebridade. E bastou o século 21 entrar no ar para a frase desfilar com cara de profecia-chavão.

Mas nem todo mundo tem gosto pelo sucesso instantâneo. Na contramão da superexposição, há quem escolha viver por trás de manifestações autorais, detalhe que depende exclusivamente do talento. Caso do britânico Banksy, cuja identidade é fruto da especulação, inventor de estênceis com mensagens provocativas, espalhados por Bristol e Londres.

Sem pedir licença, o “célebre anônimo” prefere enfatizar a sua obra por vias não autorizadas, assim como tantos grafiteiros desfavoráveis aos cifrões atrelados à boa aceitação do mercado. Este, por sinal, é um ato de ordem justamente contra a massificação da arte urbana.

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by Iluminar

Os pés plantados no shape que desce a rampa côncava, a agulha

fincada entre os sulcos do vinil, as frases cortantes vinculadas

em rimas repentinas e as batidas eletrônicas que se prendem

aos ouvidos juntam-se, como instalação midiática, ao spray do

artista de rua que ‘espeta’ a indiferença pública com humor,

ironia e suavidade. Aliás, espeta não, Speto.

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Nascido em 1971, o paulistano Paulo César Silva apresenta uma trajetó-

ria semelhante à de seus contemporâneos. Do desenho rascunhado nas

folhas pautadas na sala de aula aos grafites estampados nas pilastras,

prédios e demais formas do grandioso cenário urbano, seus traços e som-

breados desenvolveram-se libertos e autodidatas, impressos com estilo

e velocidade. “Não havia como aprender a grafitar. Era um momento que

tudo estava começando”, diz.

Desde então, as temáticas escolhidas por ele são regidas por tópicos

singulares. Surgem da observação das coisas ordinárias, das pessoas,

do caos, das outras linguagens da street art, caso da xilogravura e do

HQ, e da música. Por conta disso, foi convidado a ser o quinto, o sexto

e o décimo elemento de bandas como Os Raimundos, O Rappa e Nação

Zumbi, sempre na função de decorar os cenários dos palcos durante

os shows.

Além dos esboços que entortam a alvenaria, das apresentações perfor-

máticas e da divertida tarefa de customizar skates e afins, o portfólio do

rapaz mostra uma respeitada carreira como ilustrador. Entre as publica-

ções que guardam as cores de sua obra, destacam-se as revistas Fluir,

Trip e RG Vogue. Na órbita eletrônica, o artista participou de interven-

ções na descolada emissora MTV Brasil.

Sem se prender a verdades bidimensionais, Speto, que ganhou o apelido

por conta da magreza adolescente e da rebeldia dos cabelos desgrenha-

dos, utiliza a tecnologia para apresentar leituras diferenciadas da cultura

nacional por meio dos softwares de manipulação de imagens. O resultado

dessa experimentação, como tudo o que faz, tem atraído o olhar de cura-

dores de grandes galerias e de espaços alternativos.

Como você tomou gosto pelo grafite? Nasci num bairro da zona norte

de São Paulo, no Chora Menino, nas imediações de Santana. Ali aprendi a

desenhar enquanto acompanhava os meus irmãos mais velhos nas aulas

de música e de pintura. Só em 1985 conheci o hip hop e entendi a cultura

de rua como expressão.

Quais foram as suas influências? Aldemir Martins, Di Cavalcanti e as pin-

turas de cordel. A diversidade do povo brasileiro é uma inspiração constante.

A sua biografia é considerada um marco para o grafite brasileiro.

Dá para sintetizar estes 25 anos de carreira em algumas linhas?

É difícil [risos], mas vamos lá... Estreei na arte urbana aos 14 anos, sem

ter noção do panorama mundial do graffiti. Não se ouvia nada por aqui.

Depois conheci osgemeos, o Tinho e o Binho, então resolvemos sair dos

bairros e grafitar pela cidade. Nosso primeiro muro [coletivo] foi na Praça

Speto

A MINHA TEIMOSIA VAI TE CONQUISTARpor Patrícia Favalle

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Roosevelt. O traço que desenvolvemos é fruto do apuro, de uma técnica

que logo ousou assimilar elementos das artes plásticas. Minha trajetória

está ligada à cultura popular, aos regionalismos e à brasilidade.

Há um divisor nesta história? A arte é dinâmica, exige comprometimen-

to e adequações. Não dá para viver sob a pecha de um movimento. Então,

fiz desenhos para produtos, ilustrações para o mercado editorial e capas

para CD. Passei um tempo na estrada com o pessoal do Rappa, sempre

responsável pelos grafites feitos ao vivo durante os shows do grupo.

Como foi esta experiência? Um enorme aprendizado. Não existe rotina.

O palco te ensina a cativar as pessoas, a gerar emoção, não importa o que

esteja pensando no momento. São duas horas de entrega total e absoluta.

E como chegou ao mercado internacional? Foi uma consequência na-

tural – e evolutiva – do meu trabalho. Em 2005 fui convidado para integrar

a equipe de artistas no lançamento mundial do carro Fox, da Volkswagen,

que também deu origem a um hotel-design na capital da Dinamarca, Co-

penhague. Nesta mesma época, participei de um projeto de integração

cultural idealizado pela Brahma, cujo foco era apresentar o Brasil sem os

estereótipos. Tive até a oportunidade de pintar a fachada de uma igreja de

Berlim que foi bombardeada durante a Segunda Guerra.

Para muita gente, não há separação entre o grafite e a pichação.

Qual a sua opinião sobre a polêmica? O grafite envolve o meio

coletivo, é acessível e reconhecido como arte urbana e linguagem uni-

versal. Já a pichação é um vandalismo consciente, um ato de oposição

contra o anonimato do qual eu não concordo. É como se a periferia

batesse à porta da burguesia com o discurso na ponta da língua: “hei,

olha pra mim, estou aqui!”. Talvez seja uma vingança pelo desprezo

social.

Ainda assim, havia uma ética quase territorial – onde existia gra-

fite, não se via pichação. Mas os próprios códigos de conduta e honra

não são necessariamente usados para o bem, eles são meramente afir-

mativos. Veja, por exemplo, a Máfia, as facções criminosas e as torcidas

organizadas.

O que não pode faltar na sua pintura? Luz e sombra. A luz

é o alimento, é aquilo que dá forma e movimento. A sombra é o

equilíbrio. Penso na luz como fração da poesia.

Quais são os seus próximos passos? Quero ter mais tempo para

os muros! Em 2011 farei uma exposição individual no Museu Afro

Brasil, o que considero um grande salto. Hoje me dedico às pesqui-

sas e ao aprimoramento do meu traço, migrar das paredes para as

telas é algo desafiador.

Como você se definiria? [Pausa] Com um verso do Jorge Ben Jor: “A

minha teimosia é uma arma pra te conquistar”. O artista tem que ter

isso em mente, sempre.

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speto aroundthe world

Le crocodile marché sur la lune. 2008

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R.U.A Festival - Rotterdam - 2009Copa Cultura - St. Elisabeth Church - 2006

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R.U.A Festival - Rotterdam - 2009Copa Cultura - St. Elisabeth Church - 2006

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Telas para a agência Lápiz - 2007

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Intorno el mondo - Festival de la Creatività - 2008Intorno el mondo - Festival de la Creatività - 2008

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“Menina avoada.” - 2007“Na janela ao lado mora o meu amor.” - 2007

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“Menina avoada.” - 2007“Na janela ao lado mora o meu amor.” - 2007

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Exposição individual galeria Laz Dog - 2000Tropicando - 2007

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Exposição individual galeria Laz Dog - 2000

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Speto - Lyhrd - 2006

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LEDesign

MENTES BRILHANTES por Patrícia Favalle

O que faz a diferença nem sempre está na inovação da

forma, mas nos meios que justificam os fins. Com essa

ideia fixa na cabeça, o time da Iluminar apostou na parceria

inédita com a Universidade FUMEC para estimular as

reflexões de criativos professores e estudantes sobre o

uso consciente da iluminação.

Foi assim que nasceu o projeto LEDesign, atrelado ao

Manifesto do Design, transcrito por doze mandamentos

que orientam os profissionais do setor a adotar alternativas

possíveis e sustentáveis na arquitetura contemporânea.

“Ao criar e produzir, pense em reciclar”, diz as linhas

iniciais do documento.

Alerta convertido em soluções na mostra inaugural

que apresentou ao público 21 protótipos concebidos a

partir de materiais ecológicos e LEDs, envoltos por uma

aura neofuturista. O resultado agradou tanto que outras

edições estão no forno – mas vale esticar os olhos até

a página ao lado e conferir o que já rolou. Como diria o

mestre Cartola, “O mundo é mesmo um moinho”.

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Perfil Guto Indio da Costa

A CARA DA TRIBO

por Patrícia Favalle

Estabelecida entre as linhas precisas da engenharia e os volumes aerodinâmicos do design está uma das

maiores invenções de Guto Indio da Costa. Na estrutura singular que guarda a imaginação deste jovem

brasileiro de criatividade acentuada, encontram-se os bilhões de mecanismos sinápticos gravados em

titânio, mantidos por altas doses de energia renovável e interligados num espaço de sistemas acústicos

e luminotécnicos de última geração. “O que me chamou atenção inicialmente na profissão foi o desejo

de projetar aviões. Mais tarde me apaixonei pelos automóveis e pelo design de produtos”, diz.

Por ali as ideias que deslizam além da velocidade da luz sugerem mudanças irresistíveis no jeito de

viver de cada um. Para entender um pouco mais deste organismo que ignora os limites do tempo, vale

retomar um trecho de sua história representado pela genética de traços contínuos.

Idealizado no início dos anos 70 por seu pai, o arquiteto Luiz Eduardo Indio da Costa, o estúdio de ares

poéticos ainda hoje é um dos escritórios mais despojados do país. “É evidente que cresci cercado por

referências arquitetônicas. Lembro-me, por exemplo, de visitar a Torre Eiffel e em seguida o Palácio de

Esportes de Bercy, uma obra que certamente não atrairia o turista comum!”.

TODO SÓLIDO, TODO GÁS E TODO LÍQUIDO

Em 1996, com a entrada de Guto na equipe, a empresa teve sua participação no mercado de

desenvolvimento de produtos generosamente ampliada. Com mais de 40 profissionais de artes

gráficas, modelistas, desenhistas e paisagistas, o eixo conceitual da grife foi adaptado para atender a

outras demandas do setor, dando abertura para o surgimento da Indio da Costa A.U.D.T - Arquitetura,

Urbanismo, Design e Transporte.

Da mente do carioca formado pela Art Center College of Design, sediada na Califórnia, Estados Unidos,

surgiram coleções modernas de eletros, móveis e até parcerias inéditas. São investidas que ele acredita

estarem adequadas às políticas atuais da indústria. “Estamos prontos para exportar inteligência ao

invés de commodities e agregar valor aos produtos e marcas”.

Com esse pensamento a postos, os lançamentos arrebataram o público e a crítica especializada, além de

premiações expressivas aqui e do outro lado do globo. Para selar esta fase, Guto firmou um acordo com

a Iluminar. “A intenção é criar uma família de produtos que possa ser comercializada em qualquer parte

do mundo”. E é ele que conclui: “Luz é tudo. Sem ela não há cor, não há forma, não há visualização”. Sem

dúvida, já dá pra afirmar que se trata de um dueto afinadíssimo.

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Ensaio

CALEIDOSCÓPIO por Patrícia Favalle

Esculpida pelos combustíveis inflamáveis, pelos filamentos incandescentes de Thomas Edison, pelos gases fluorescentes e pelos chips eletrônicos que incrementam os componentes das chamadas lâmpadas LED, está a arquitetura e seu desenrolar dos últimos tempos. Pode-se dizer que neste encontro, luminosidade e forma instituíram o equilíbrio ideal para transformar o ‘viver junto’ em algo totalmente confortável.

As questões que ditam como a luz é assimilada nas metrópoles ocupam as mentes de urbanistas, designers e artesãos. Na cidade de São Paulo, quando o século 19 ainda engatinhava, a prefeitura instalou lampiões nas vias mais movimentadas da região para estabelecer o primeiro centro financeiro. Como apontaria Ariella Masboungi, no livro Penser la Ville par la Lumière, a inserção desses recursos sugeriu uma disposição nova de encarar a relação do homem com os espaços públicos.

Dos românticos postes de ferro ainda existentes em Caeté, em Minas Gerais, e no Pelourinho, na capital baiana, aos rolos de cabos de fios de cobre e de fibra óptica que conectam quilowatts e gigabytes, o mundo expandiu-se em panoramas repletos de cores, relevos e dimensões que nem o sonho mais fantástico seria capaz de descrever.

E aqui não importa que roupa a casa use, pois a claridade escolta cada centímetro dessa odisseia definindo a função e as fronteiras das armações. Enfim, como diria Marcel Breuer, arquiteto e professor da Escola de Bauhaus, “todo objeto que reúne design e funcionalidade torna-se um clássico”. Sem limites e sem a menor sombra de dúvidas.

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Lançamentos

TODA LUZ SERÁ PERMITIDApor Patrícia Favalle

Para uma cena incrível, a iluminação precisa dialogar harmonicamente com o ambiente. Lição seguida à risca pela Iluminar, que aposta nos lançamentos da temporada para deixar os espaços mais convidativos. Entre as boas opções, a LEG interage com a arquitetura, exibindo sofisticação na medida exata. Já a FLOW STD desponta com desenho atemporal nas versões arandela e pendente. A MAG elenca contemporaneidade e delicadeza na hora de mostrar a luz focal e cheia de charme. Camaleônica e superatual, a CROSS é a releitura bacana de um spot multidirecional, que alia flexibilidade, forma e conceito. Com todos os hits afinados, o duo de caixas sobrepostas confere elegância à série DUETO. Como se fosse moldada de luz e sombra, a linha JOB confunde os olhos com sua proporção volumétrica bem marcada. Extremamente comercial, mas sem perder o glamour, a FLUX une praticidade e conforto visual. Intrigante e ao mesmo tempo envolvente, a LEG 90 é ideal para criar soluções funcionais. A TUFF é como um cubo mágico pra lá de inovadora, métrica semelhante é vista na TUFF OUT e na EDGE, ambas feitas para áreas externas. O plano refletor inclinado confere à FROM suavidade, enquanto a projeção angular da OSBY 90 garante exclusividade aos recintos e os recortes da PLANUS B aparecem despretensiosamente no contexto arquitetônico. No caso da SIGN e da TRIP, o minimalismo e a pouca interferência no décor são seus pontos altos. No ritmo fashion, o balizador DRESS tem grafismos e três alternativas de tamanhos. Para fechar em grande estilo, a PIRA é alinhada, escultural, moderna e bonita.

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RAZÃO E SENSIBILIDADE

De um lado, o fotógrafo. Do outro, o artista plástico. Durante

32 anos, eles imaginaram que a arte havia ficado pelo

caminho. Ledo engano. Cícero e Ronaldo – batizados com

o sobrenome Mafra – se entregaram precisamente ao seu

lado mais instigante: eternizar a sensibilidade e esculpir a

razão. Como o Mágico da Terra de Oz e o Coelho Branco do

País das Maravilhas, que trancam o tempo da própria ação

do tempo, eles não se esqueceram do enredo que os trouxe

até aqui. Avessos aos holofotes – sim, eles sabem que a

abundância de luz cega tanto quanto a escuridão –, os

irmãos ainda preferem a brandura da chama do lampião. E

foram destes lampejos, quase sempre figurados em ideias,

que abriram passagens para aventuras até então inéditas.

Foi-se o ferro, fez-se o alumínio; foi-se o artesanal, fez-se

o industrializado; foi-se o simples, fez-se o composto; foi-

se o corriqueiro, fez-se o novo. Prosa mineira estendida

em conversa de brasileiro, ecoada cá e lá, registrada em

São Paulo, amplificada no Rio de Janeiro, ouvida no eixo

Norte-Nordeste, ressoada no Planalto Central e repetida

nos Pampas. Como a música que veio das esquinas belo-

horizontinas, depois de iluminar, “nada será como antes”.

Foi-se a luz, fez-se a arte.

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Fio condutor

Para consolidar o sucesso junto ao público, muitas vezes as narrativas dependem das boas inter-pretações dos protagonistas. Na trajetória da Iluminar não seria diferente – já que facetas do seu encanto estão intrinsecamente conectadas à história da Prandina. Balzaquiana, a grife fundada em 1975 por Sergio Prandina logo somou a experiência do designer Mario Mengotti. No catálogo, a criatividade do arquiteto Stefano Azzolin, atual responsável pelo departamento técnico da marca, divide espaço com as composições racionalistas inspiradas no desenho nórdico, a exemplo de Per Kristian Pettersen, e com as peças autorais assinadas pelos europeus Alessandro Baldo, Paolo Bis-tacchi, Stefano Olivieri, Alberto Pasetti, Filippo Protasoni, Sandro Santantonio, Katja Hettler e Jula Tüllmann, Christian Ploderer e Luc Ramael. De olho nos insights, a Prandina se aliou ao coletivo globalizado Bakerygroup, cuja proposta se baseia numa espécie de laboratório de design, e que logo mais passará a produzir no Brasil, através da Iluminar, a peça Light Volume.

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Direção de criação e de arte: Marcone ProcópioEdição e redação: Patrícia Favalle

Revisão: Ariana Brink e Bárbara FerreiraFotografia: Cícero Mafra e Alê Torres

Projeto gráfico e produção: Reciclo Comunicação

Marketing IluminarCoordenação geral: João Dias

Web: Bruno

Agradecimentos

Direção de criação e de arte: Marcone ProcópioEdição e redação: Patrícia FavalleRevisão: Ariana Brink e Bárbara FerreiraFotografia: Cícero Mafra (LEDesign e Lançamentos) Projeto gráfico e produção: Reciclo Comunicação

Marketing IluminarCoordenação geral: João DiasWeb: Bruno Araújo

AgradecimentosMarco Freitas Francisco TerrobaAmarilis Siqueira

MENTES BRILHANTES PRODUÇÃO LEDESIGN:

CoordenaçãoEliseu de Rezende Santos

SupervisãoLucas Mafra

DesignersEliseu de Rezende Santos Lucas MafraSaulo PolicarpoSérgio OliveiraPaulo Henrique Pessoa [o “Ganso”]Leonardo MattosBreno Libório

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