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Texto sobre a Ideologia.

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  • 148 Slvio Gallo

    mos de "loucura" - ou a superao da nusea frente ao vazio abissal doser e a constituio de uma subjetividade singular, verdadeiramenteautnoma, que no sucumbe e no compactua com a ideologia da m-quina de produo.

    Se a conscincia o "ser dos possveis", penso que seja possvel esca-par ao sistema. possvel ver um outro mundo, viver de maneira completa-mente diferente . A realidade social seria, deste modo, formada tanto por"subjetividades territorializadas", expresso viva da lgica da mquina deproduo, sua encarnao e seu aparelho reprodutor, quanto por "subjetivi-dades desterritorializadas", expresso viva da diferena, da possibilidade donovo, e tambm por todas as nuances possveis entre a territorializao e adesterritorializao, pois o processo ideolgico sempre um tnue equilbrioque deve ser construdo e garantido a cada momento.

    urgente, portanto, que pensemos em processos educativos queviabilizem a singularizao, para alm de uma educao fundada nasubjetivao. Mas isso assunto para outro momento.

    Notas

    1. Marx e Engels, A Ideologia Alem, p. 72.

    2. "Falsa conscincia" tomada aqui no sentido de que a conscincia produzida como abstrao e inverso da realidade, resultado doprocesso de alienao do trabalho. A falsificao da conscinciad-se pelo processo de inverso da realidade, que Marx chega acomparar com o funcionamento de uma cmara escura; ver A Ide-ologia Alem, p. 36-37.

    3. Ver Concepo Dialtica da Histria, p. 16.

    4. Concepo Dialtica da Histria, p. 12.

    5. Ver Aparelhos Ideolgicos de Estado, p. 82.

    6. Aparelhos Ideolgicos de Estado, p. 93.

    7. lbidem, p. 97.

    8. Ver tambm as anlises de Foucault sobre a questo da emergnciahistrica da subjetividade, principalmente em As Palavras e as Coi-sas, mas que tambm aparce dispersa pelo conjunto de sua obra.

  • Subjetividade, ideologia e educao 149

    9. Ver Aparelhos Ideolgicos de Estado, p. 97-98.

    10. Guattari e Rolnik, Micropoltica: cartografias do desejo, p. 25.

    11. Sartre, EI Ser y la Nada, p. 105.

    12. A expresso "coisa-garom" utilizada por Gerd Bomheim em seuensaio Sartre. Escreveu ele: "Assim o garom se toma coisa-gar-om e o soldado coisa-soldado. Na sociedade tudo se passa, portan-to, como se cada um devesse assumir uma marionete." (1984, p. 49)

    13. Sartre, op. cit., p. 113.

    14. Ver Micropoltica: cartografias do desejo, p. 40-41.

    15. A expresso aparece em Guattari, O Inconsciente Maqunico,p.316.

    16. Paul Ricouer trabalha uma idia semelhante, ao dizer que uma dasfunes da ideologia a de dissimular a realidade. O "novo" spode ser percebido atravs do tpico, do tradicional, sendo entouma interpretao "viciada". Segundo ele, a ideologia , ao mesmotempo, interpretao do real e obturao do possvel.

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