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1'.. •£"».¦/:. i. y^^y$!f^ £$&» irllla BI füã H mm fyà í-yi mm 1| «¦¦M»»^ Bitector-Proprietário-* P£DftO LEITE ANNO II TERRITÓRIO DO ACRE VIU- S«abr«- DOMINGO, 8 DE OUTUBRO DE 1911 DEPARTAMENTO DO ALTO JURUA RIO TARAUACÁ NUM. 54 -^ SANEAMENTO Quando uma localidade em formação, qüe tem necessida- de de elementos bons e ordei- ros para que não se torne chol dra com pouco tempo de exis- tencia, entre membros dei la componentes indivíduos de catadura, procedentes de alta ou baixa esphera, tem precizâo urgente de lançar mão de meios extremos, afim de que fique saneada-. Nos grandes centros, esses individuos, que representam a cafila, não incommoclam a quem os olha de cima para baixo, porque existe alli gran- cie policiamento civil e militar, para observar-lhes os passos; porém, nos logarejos, onde esses dois elementos da or- dem são deficientes* torna-se necessário qüe os bons obrem tom energia, para rque nao cresça a onda dessa corja. A policia desta localidade, embora tenha boa vontade, não é sufficiente para satisfa- zer o desejo da sociedade, re- lativamente ao socego publi- co, e,em tal caso,é innadiavel que os elementos bons, preci; sos,se reunam para fazer sahi rem deste pequeno centro os patifes, os vagabundos que infestam as tavernas, e que andam atassalhando a honra de quem vive do seu traba- lho honrado, j. ¦ O que nâo se^ode fazer pe-. Ia força do direito, faça-se pe» lo direito da força. Não que- remos com esta força de ex- pressão autorizar o absurdo, não; po i$ somos pe- lo direito e p6fa razão, ja que a lei é egual para todos quer preraeie, quer castigue; porém aquelle que,sek» neces sidade de defeza,se ci;>.\loca fo- direito de mento.r, ,. ,. Em 1906, o dr. Virgohno dc Alencar, quando Prefeito do Departamento, enco n tro u uma malta de vagabundos e arroaceiros no Cruzeiro do Sul; mandou avisar a todos que no fim de 30 dias os que não estivessem occupados em qualquer serviço do qual tiras sem a subistancia, iriam traba- lhar nos serviços públicos com uma certa diária, até que no fim cValgumas semanas, ar- ranjassem dinheiro para pas- sagem e se retirassem da cida cie. Isso fazia porque dispu- nha de poucas praças para o policiamento da localidade e elle queria que nella reinasse a ordem., Uns,esgotado o praso, esta- vam occupados; outros,refra- etários a ordem e ao trabalho, começaram o êxodo; n um dia sahiram da cidade Wi pessoas; o resto; uns trinta e tantos, sujeitaram-se aos tra- balhos públicos e, em certo tempo,tiveram com que pagar AOROSTIÓO *• ABUSO »*»***»*• w enhor! Um lar na terra é um Paraiso n'alma. S n ma é o erande altar em cu o adro santo | SHâfP de Deus, a creancinha em calma 5 e preces desfibrou o seu primeiro canto. > alma é a luminosa fibra omnipotente O as noites de tristeza, as noites de ««amar, llfeè onde palpita o peito mais dolente, % uspiros immortaes Serenos de luai. O itoso oViüe tem alma e suspiroso passa O tempo ante o seu lar, distante da desgraça. O osar...nem sempre o goso aqui na.humana terra m m Sonhos e venturas magistraes encerra que de muito 11'alma angélica perdura % WM o que, por certo vive da tristeza osar demais a vida é vaidade acceza. »dòr que Tào lem fim, « mal que não tem cura. Santa Julia-16-9-19U JOAQUIM GONDIM LINS. a passagem e zarparam E' uma bella medida de sa- neamento. Para graves males energi- cos remédios. No começo, os republica- nos vermelhos,clamavam que era um absurdo, um ataque a Constituição e o mais que po- dia causar effeito; pouco tem- po depois, todos applaudiam a ineritoria medida. Tudo passa; o que convém é tratar-se do saneamento moral para felicidade da so- ciedade. A obra está começada. Avante, pois! Idéas praticas a propósito da crise da borracha fe" ¦-*4Í& rad'ella, perde o reclamal-aem seu proveito. Reunam-se os elementos sãos da localidade e façam-se valer para expurgarmos as mate- rias deletérias que a infeccio- nam.., ; .., Como principaes defensores da sociedade e fiscaes dos actos públicos q' somos, estamos dis postos a não darmos guarida, por consideração nenhuma, a essas excrescencias sociaes,e destas columnas,está levanta- da a questão de saneamento moral da nossa pequena popu lação ordeira. A policia que attenda as 3 nossas denuncias, os que dis- ' põem de pessoal que ajudem a policia, que nós não deixa- remos cie apontar os que se , collocareiii fora da ordem, como os que embriagam-se para assacar a honra alheia, mexiricar, intrigar, finalmen- te, trazer a discórdia entre es- ta pequena; população. Faça-se o saneamento mo 'saia quem for máu ele- Ora até que emfim! Come- cam apparecendo opiniões so- bre remédios práticos a ap- plicar á crise da borracha, o- piníões que partem de pes- soa que bem deve conhecer a questão, pois ha treze an nos que explora os sermgaes do Alto Pu rus. Acabamos de ter uma car- ta do coronel Avelino de Me- deiros Chaves, um dos pro- motores da reunião, que nao chegou a realizar-se, de dele gados dos governos dos Es- tados e das associações com- merciaes interessadas na re- solução do grave problema a que por vezes nos,temos re- ferÍ(Í0- æ. Aía Nessa cai tao coronel Me- deiros Chaves conclue em har monia com- a boa lógica, co- mo nòs tambem ja tínhamos concluído, que aggravar com impostos um produeto que para não ser derrotado de vez carece cie chegar a preço módico aos mercados consu- midores corresponde nao so a não resolver o problema, mas a eriçal-o ainda de mai- ores difficuldades. De facto, qual é o proble ma? E' este: a borracha cul tivada, do Oriente, em crês- cente progressão annual, in- vadindo os mercados, se- produzida, em breve em tão grande quantidade, que ella por si.chegara, dentro de poucos annos, para todas as necessidades do consumo. E^ta borracha é obtida por preço módico,-dadas as con- dições especiaes da cultura, em terrenos seccos com mao de obra barata, com meios de transportes abundantes e eco nomicos, ealèm de tudo isso, preparada segundo os mais modernos processos. E , por- tanto, adversaria respeitável da borracha brazileira. Para se lhe dar concorrência e pre ciso qué a nossa borracha chegue aos morcados consu- midores, pelo menos eai e- gualdade de preços, ficando a favor do nosso produeto a es- ta superioridade natural. Commercialmente, a quês- tão é esta, e devemos notar que, no fundo e na essência, não se trata sinão de uma questão commercial. Como é, porém, que.os nos- sos economistas pretendem resolver o assumpto? Por es- O bom plano, plano pra- tico, seria reduzir o imposto actual e não augmental-o; se- ria procurar por todas as for- mas baratear o preço da bor- racha, e não encarecel-o. Mas isto que seria pratico e útil aos resultados futuros, não convém aquelles que, sendo apenas simples expio- radores dos produetores da borracha e dos consumidores europeus, embarcaram numa aventura perigosa, baseada apenas na ignorância crassa do que se passava no mun- do em relação aquella merca- doria, e que pretendem ago- ra, única e exclusivamente, salvar os capitães que com- prometteram cega e inconsci- entemente . Por outras pala- vras: pretendem que seja to- do o Brazil a indemmzal-os do prejuízo grave soffndo, emquanto que prazenteira* mente guardariam os mi lha- res de contos que teriam de lucros, si a borracha pudesse ter-se mantido nos altos pre- ços a que chegou o anno pas- dado, unicamente por uma ficção de outros exploradores. Da carta do sr. Medeiros Chaves extraímos este peno- do, que é de flagrante ver- dade: "Não pensamos absoluta- exportação, cobrando sobre a borrabha indígena no temto- rio do Acre a 12 •/,>, que e o imposto cobrado pela Bolívia e o Peru, paizes limitrophes. "Reconhecimento pelo go- verno federal da plena pro- priedade de todos os terrenos cujos posseiros estejam em posse mansa e pacifica desde o tratado de Petropolis e te- nham as plantas e respecti- vas demarcações com os con- flnantes devidamente legali- zadas e registradas pelos ta- belliães dos departamentos; e serem os titulos expedidos immediatamente pelo Minis- terio do Interior; "Resolução do problema das communicações entre o território do Acre e as praças de Manáos e Pará, quer pelo melhoramento e desobstruo- ção dos rios navegáveis, quer pela construcção de uma es- trada de ferro que ponha em communicação VillaRio Bran co (Empreza) com um porto que seja francamente nave gavel em todas as épocas tío anno e na menor distancia possivei de Manáos". E, acrescentaremos nós, re- ducção do imposto sobre to- da a borracha nacional expor- tada, qualquer quc seja a sua procedência. E' porém, que se não quer no norte do Bra- zil e que talvez não quena, tambem o governo. federn , invocando a nejessidadesde manterem boas rendas para os respectivos encargos, mas sem reflitirem que, sem tal medida, essas rendas, falai- mente, inevitavelmente, h;.o de cair, e que, quando ^o pretenda levar o remédio ao mal que nos assoberba, será tarde! (Do Correio da Manhã). resolver o assumptor ^- -<- Ud borra. ^mmmMm §!&&? d0 m wm mento de impostos, da borra- cha produzida no Brazil! E- quivale isto a dilatar uma fe- rida em logar de procurar ob- ter-lhe a cicatrizaçao! Pelo que se projecta pelo que surge nos jornaes, como intuito dos governos nortis- tas, é elevar de20a25o/o° imposto sobre a borracha ex- portada, afim de que os 5 /0 a mais façam frente ao em- .prestimo cie seis milhões dc libras qüe se pretende con- trair para... valorizar aqi mercadoria, iclia una. m-» v^wivv ¦— :,- ;,« tar seis milhões de libras pa- ra valorizar borracha por es- peculação è ama utopia: os inqlezes que lançaram libras 60 000.000 em cultura de borracha não deixarão de hostilizar tal operação". Acrescente-se que será muita ingenuidade pensar q as ovelhas se deixam tosqui- ar sem protesto.... Na opinião do sr. Medeiros Chaves, entre as medidas a adõptár-se, elevem ser inclui-- das as seguintes: "Reducçao do imposto cia Mappas dos srs. Gordon k Comp. mostram este movi- mento da borraaha. suas en- tradas e sahidas pelos poi tos de Belém, Manáos, Itacoatia- ra e Iquitos, durante a safra de 1910 a 1911, e o semestre de Janeiro a Junho. Esse*» mappas demonstram que, no periodo de 1910 a 1911 a praça do Pará recebeu 37.624.000 kilos de borracha, inclusive caucho, e de ja- neiro a Junho .entraram 21.925.000.Durante a safra, todas as praças reunidas exportaram 33.532.706 kilos, sendo 20.014.147 para a Europa e 13.518.532 para New-York. O Pará exportou 14.976.291, ou 8.064.478 para Europa e 6.911.813 para Norte America. No primeiro semestre do carrente anno as praças de Manáos, Belém, Itacoatiara e Iquitos embarcaram para o exterior 18.064.334 kilos, 11.322.280 para a Europa o 6.742.054 para New-York. a praça do Pará exportou 7.673 367 kilos, ou 4.53.3.882 para a Europa e 3.139.485 BH 1 I I

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Bitector-Proprietário-* P£DftO LEITE

ANNO II TERRITÓRIO DO ACREVIU- S«abr«- DOMINGO, 8 DE OUTUBRO DE 1911

DEPARTAMENTO DO ALTO JURUA RIO TARAUACÁNUM. 54

-^

SANEAMENTO

Quando uma localidade emformação, qüe tem necessida-de de elementos bons e ordei-ros para que não se torne choldra com pouco tempo de exis-tencia, vê entre membros deila componentes indivíduos demá catadura, procedentes dealta ou baixa esphera, temprecizâo urgente de lançarmão de meios extremos, afimde que fique saneada-.

Nos grandes centros, essesindividuos, que representama cafila, não incommoclam aquem os olha de cima parabaixo, porque existe alli gran-cie policiamento civil e militar,para observar-lhes os passos;porém, nos logarejos, ondeesses dois elementos da or-dem são deficientes* torna-senecessário qüe os bons obremtom energia, para rque naocresça a onda dessa corja.

A policia desta localidade,embora tenha boa vontade,não é sufficiente para satisfa-zer o desejo da sociedade, re-lativamente ao socego publi-co, e,em tal caso,é innadiavelque os elementos bons, preci;sos,se reunam para fazer sahirem deste pequeno centro ospatifes, os vagabundos queinfestam as tavernas, e queandam atassalhando a honrade quem vive do seu traba-lho honrado, j.

¦ •O que nâo se^ode fazer pe-.

Ia força do direito, faça-se pe»lo direito da força. Não que-remos com esta força de ex-pressão autorizar oabsurdo, não; po i$ somos pe-lo direito e p6fa razão, jaque a lei é egual para todosquer preraeie, quer castigue;porém aquelle que,sek» necessidade de defeza,se ci;>.\loca fo-

direito de

mento. r, ,. ,.Em 1906, o dr. Virgohno dc

Alencar, quando Prefeito doDepartamento, enco n tro uuma malta de vagabundos earroaceiros no Cruzeiro doSul; mandou avisar a todosque no fim de 30 dias os quenão estivessem occupados emqualquer serviço do qual tirassem a subistancia, iriam traba-lhar nos serviços públicos comuma certa diária, até que nofim cValgumas semanas, ar-ranjassem dinheiro para pas-sagem e se retirassem da cidacie. Isso fazia porque dispu-nha de poucas praças para opoliciamento da localidade eelle queria que nella reinassea ordem. ,

Uns,esgotado o praso, esta-vam occupados; outros,refra-etários a ordem e ao trabalho,começaram o êxodo; n umdia sahiram da cidade Wipessoas; o resto; uns trinta etantos, sujeitaram-se aos tra-balhos públicos e, em certotempo,tiveram com que pagar

AOROSTIÓO*• ABUSO »*»***»*•

w enhor! Um lar na terra é um Paraiso n'alma.S n ma é o erande altar em cu o adro santo| SHâfP de Deus, a creancinha em calma5 e preces desfibrou o seu primeiro canto.> alma é a luminosa fibra omnipotenteO as noites de tristeza, as noites de ««amar,llfeè onde palpita o peito mais dolente,% uspiros immortaes Serenos de luai.

O itoso oViüe tem alma e suspiroso passaO tempo ante o seu lar, distante da desgraça.

O osar...nem sempre o goso aqui na.humana terram m Sonhos e venturas magistraes encerra

que de muito 11'alma angélica perdura% WM o que, por certo vive da tristeza

osar demais a vida é vaidade acceza.»dòr que Tào lem fim, « mal que não tem cura.

Santa Julia-16-9-19UJOAQUIM GONDIM LINS.

a passagem e zarparamE' uma bella medida de sa-

neamento.Para graves males energi-

cos remédios.No começo, os republica-

nos vermelhos,clamavam queera um absurdo, um ataque aConstituição e o mais que po-dia causar effeito; pouco tem-po depois, todos applaudiama ineritoria medida.

Tudo passa; o que convémé tratar-se do saneamentomoral para felicidade da so-ciedade.

A obra está começada.Avante, pois!

Idéas praticas apropósito da crise

da borracha

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rad'ella, perde o reclamal-aem seu proveito.Reunam-se os elementos sãosda localidade e façam-se valerpara expurgarmos as mate-rias deletérias que a infeccio-nam. ., "¦ ; .. ,Como principaes defensores dasociedade e fiscaes dos actospúblicos q' somos, estamos dispostos a não darmos guarida,por consideração nenhuma, aessas excrescencias sociaes,edestas columnas,está levanta-da a questão de saneamentomoral da nossa pequena população ordeira.

A policia que attenda as3 nossas denuncias, os que dis-'

põem de pessoal que ajudema policia, que nós não deixa-remos cie apontar os que se

, collocareiii fora da ordem,como os que embriagam-separa assacar a honra alheia,mexiricar, intrigar, finalmen-te, trazer a discórdia entre es-ta pequena; população.

Faça-se o saneamento mo'saia

quem for máu ele-

Ora até que emfim! Come-cam apparecendo opiniões so-bre remédios práticos a ap-plicar á crise da borracha, o-piníões que partem de pes-soa que bem deve conhecera questão, pois ha treze annos que explora os sermgaesdo Alto Pu rus.

Acabamos de ter uma car-ta do coronel Avelino de Me-deiros Chaves, um dos pro-motores da reunião, que naochegou a realizar-se, de delegados dos governos dos Es-tados e das associações com-merciaes interessadas na re-solução do grave problema aque por vezes nos,temos re-ferÍ(Í0- . AíaNessa cai tao coronel Me-deiros Chaves conclue em harmonia com- a boa lógica, co-mo nòs tambem ja tínhamosconcluído, que aggravar comimpostos um produeto quepara não ser derrotado devez carece cie chegar a preçomódico aos mercados consu-midores corresponde nao soa não resolver o problema,

mas a eriçal-o ainda de mai-ores difficuldades.

De facto, qual é o problema? E' este: a borracha cultivada, do Oriente, em crês-cente progressão annual, in-vadindo já os mercados, se-rá produzida, em breve emtão grande quantidade, queella só por si.chegara, dentrode poucos annos, para todasas necessidades do consumo.

E^ta borracha é obtida porpreço módico,-dadas as con-dições especiaes da cultura,em terrenos seccos com maode obra barata, com meios detransportes abundantes e economicos, ealèm de tudo isso,preparada segundo os maismodernos processos. E , por-tanto, adversaria respeitávelda borracha brazileira. Parase lhe dar concorrência e preciso qué a nossa borrachachegue aos morcados consu-midores, pelo menos eai e-gualdade de preços, ficando afavor do nosso produeto a es-ta superioridade natural.

Commercialmente, a quês-tão é esta, e devemos notarque, no fundo e na essência,não se trata sinão de umaquestão commercial.

Como é, porém, que.os nos-sos economistas pretendemresolver o assumpto? Por es-

O bom plano, plano pra-tico, seria reduzir o impostoactual e não augmental-o; se-ria procurar por todas as for-mas baratear o preço da bor-racha, e não encarecel-o.Mas isto que seria pratico eútil aos resultados futuros,não convém aquelles que,sendo apenas simples expio-radores dos produetores daborracha e dos consumidoreseuropeus, embarcaram numaaventura perigosa, baseadaapenas na ignorância crassado que se passava no mun-do em relação aquella merca-doria, e que pretendem ago-ra, única e exclusivamente,salvar os capitães que com-prometteram cega e inconsci-entemente . Por outras pala-vras: pretendem que seja to-do o Brazil a indemmzal-osdo prejuízo grave soffndo,emquanto que prazenteira*mente guardariam os mi lha-res de contos que teriam delucros, si a borracha pudesseter-se mantido nos altos pre-ços a que chegou o anno pas-dado, unicamente por umaficção de outros exploradores.

Da carta do sr. MedeirosChaves extraímos este peno-do, que é de flagrante ver-dade:"Não pensamos absoluta-

exportação, cobrando sobre aborrabha indígena no temto-rio do Acre a 12 •/,>, que e oimposto cobrado pela Bolíviae o Peru, paizes limitrophes.

"Reconhecimento pelo go-verno federal da plena pro-priedade de todos os terrenoscujos posseiros estejam emposse mansa e pacifica desdeo tratado de Petropolis e te-nham as plantas e respecti-vas demarcações com os con-flnantes devidamente legali-zadas e registradas pelos ta-belliães dos departamentos;e serem os titulos expedidosimmediatamente pelo Minis-terio do Interior;"Resolução do problemadas communicações entre oterritório do Acre e as praçasde Manáos e Pará, quer pelomelhoramento e desobstruo-ção dos rios navegáveis, querpela construcção de uma es-trada de ferro que ponha emcommunicação VillaRio Branco (Empreza) com um portoque seja francamente navegavel em todas as épocas tíoanno e na menor distanciapossivei de Manáos".

E, acrescentaremos nós, re-ducção do imposto sobre to-da a borracha nacional expor-tada, qualquer quc seja a suaprocedência. E' porém, quese não quer no norte do Bra-zil e que talvez não quena,tambem o governo. federn ,invocando a nejessidadesdemanterem boas rendas paraos respectivos encargos, massem reflitirem que, sem talmedida, essas rendas, falai-mente, inevitavelmente, h;.ode cair, e que, quando ^opretenda levar o remédio aomal que nos assoberba, serátarde!

(Do Correio da Manhã).

resolver o assumptor ™ ^-

-<- d borra.

^mmmMm §!&&? d0 m wmmento de impostos, da borra-cha produzida no Brazil! E-quivale isto a dilatar uma fe-rida em logar de procurar ob-ter-lhe a cicatrizaçao!

Pelo que se projecta peloque surge nos jornaes, comointuito dos governos nortis-tas, é elevar de20a25o/o°imposto sobre a borracha ex-portada, afim de que os 5 /0a mais façam frente ao em-.prestimo cie seis milhões dclibras qüe se pretende con-trair para... valorizar aqimercadoria,

iclia

una. m-» v^wivv ¦— :,- ;,«tar seis milhões de libras pa-ra valorizar borracha por es-peculação è ama utopia: osinqlezes que lançaram libras60 000.000 em cultura deborracha não deixarão dehostilizar tal operação".

Acrescente-se que serámuita ingenuidade pensar qas ovelhas se deixam tosqui-ar sem protesto... .

Na opinião do sr. MedeirosChaves, entre as medidas aadõptár-se, elevem ser inclui--das as seguintes:"Reducçao do imposto cia

Mappas dos srs. Gordon kComp. mostram este movi-mento da borraaha. suas en-tradas e sahidas pelos poi tosde Belém, Manáos, Itacoatia-ra e Iquitos, durante a safrade 1910 a 1911, e o semestrede Janeiro a Junho.

Esse*» mappas demonstramque, no periodo de 1910 a 1911a praça do Pará recebeu37.624.000 kilos de borracha,inclusive caucho, e de ja-neiro a Junho .entraram21.925.000. •

Durante a safra, todas aspraças reunidas exportaram33.532.706 kilos, sendo20.014.147 para a Europa e13.518.532 para New-York.O Pará exportou 14.976.291,ou 8.064.478 para Europa e6.911.813 para Norte America.

No primeiro semestre docarrente anno as praças deManáos, Belém, Itacoatiara eIquitos embarcaram para oexterior 18.064.334 kilos,11.322.280 para a Europa o6.742.054 para New-York.

Só a praça do Pará exportou7.673 367 kilos, ou 4.53.3.882para a Europa e 3.139.485

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© MUNICÍPIO, « de Outubro «Ic llll

5!5* IFE HITFOLHA SEMANAL E IMPARCIAL

Assignatura poPor semestreNumero do dia . .Dito atrasado . .

As asüignalur.A** esarào previr me iteque não serão fmbjb'

- iinn.otiomente para a villa 30*

i»3$

1 ublicações solicitadasj usi as c pagas, sem o

r: • ¦" a s.

*U.*N ANTESNQSSOí

Victor ¦ .**.V(aCoronel Antônio Fre-.a Menezes.

[ndi'.p''r,i'iuciaMajor Julio Pereira Roccjúej

Santa Julia:. ¦Capitão Pantaleão Míirliilio Telles.

Porto Marques.Coronel Jos* Marqu<-s de Albuquerque.

São FrtniciscoTph«u*U-Coronel Alberto Seryio de Saboya

ALTO TARAUACÀMaceió.

Major Joíir Onofre Filbo.

Santa Luzia.Iajor Máiioftl Elysiò da Frota.

Silo, JosAUuiniell*** Júnior.

JAMINAUÁDílmiro Teix*ira de Paiva.

FOZ DO JORDÃO.Tcié Henrique de Mello

RIO EMBIRACi. P. Aguiar & C.a.

F<iz do juruparyAntônio Saboya

Morada NovaJosé Rlchtlieu de Andrade

JURUÁ— CRUZEIRO DO SULCn*>*tâo Cydronio Mõroró.

BAHIAtrio Galvão de OliveiraDi

USO**

PRESNão se pôde esconder o pasmo e a estupefacção que cau-

sa, dia a dia, a todos os quetêm ainda um resto de bomsenso e mesmo aos que aindanão ficaram totalmente doi-dos, esse pruiclo de arma-mentos que se vai desenvol-vendo e generalizando entreas nações, principalmente,mais civilizadas. A. velhamáxima romana, na qual seaffl.rma que é na paz que seprepara a guerra, se teve, noseu tempo, enthusiasticos a-deptOs, agora mais que nun-ca está passando pela suaphase verdadeiramente domi-nante. Não ha trabalho ai-gum, fonte de renda alguma,capaz de fazer face a essasloucuras bellicosas a que vão,irrefleetidamente, se entre-gando os vários povos, sobre-tudo os que precisamente sãomais fortes e mais soberanos.

Esta-se á imaginar qtie aforça e o poderio vêm dequem possue mais espingar-das, mais fuzilarias, mais couraças, mais torpedos, maissubmarinos e mais dreacl-nouyhls. Ninguém quer sedeter na reflexão simples,modesta, intuitiva, de queum sujeito, como uma nação,é-tanto mais enérgico e maisforte quanto mais sabe dispore fecundar os seus melhoreselementos produetivos. Ospoderosos armamentos queas nações carregam sobre oshombros vão-se tornando jáde tal maneira duros, exees-si vos e pesados, dentro, empouco a carga, não será maissupportad i o o animal teráqueib -a reduz'!

a fôr;.;.* ha

a, seja por que

por corto, oxtraya-alguma cm comparar

a.-* eondiçõos iros indivíduosAx (ias sociedades. E' mesmoum dós processos mais bom-

.mii.rís em nossos dias, do es-tudar um grande, numero deassumptos sociaes interes-santes. A's vezes esse molho-do é exagerado por algunssociólogos. Ein regia, toda*via, ha pontos de contacto eaproximações innurneras en •tre uns e outras.

Ora, do mesmo modo quese não eornprehenderia verdois indivíduos se privareme, o que é mais, aos seus, desatisfazer suas necessidadesmais indeclináveis, para searmarem com revólvers, fa-cas, bacamartes e cacetes, as-segurando que essa é a me-lhor maneira de se respeita-rem mutuamente, de se nãoestrafegarem, de não iremmais depressa á cara uns dosoutros, assim tambem hln-

iguem pôde comprehenderique, para garantir a integri-dade das nações, seja precisopôr om caclá porto um forteè varias machinas satânicas,em cada capital alguns milhares ou milhões de homens ar-mados, alguns canhões e ai-guns balasios, deixando deattender ás exigências pri-mordia cs dos que compõemessas nações, dos que terãode defendel-as, aquelles que,mais do que as armas, são, asfortes, as possantes e as ver-dadeiras resistências dessasnacionalidades. A fortalezadas nações mede se menospelas tonelagens dos seus va-sos de combate, dos seus ar-mamentos em geral, do quepela tonelagem physica emental dos homens por quesão constituídas-

Ha quem supponha que éimpraticável o desarmamen-to, Esses preferem ver os po-vos definharem, éomtantoque pereçam dando tiros ecomprando polvoras. E' umgosto positivamente extrava-gante... Acham que os ho-mens hão de externamenteandar aos murros. Ninguémcontesta que, de vez em quando, surgem quatro estabana-dos que pretendem dar sopa-pos por qualquer futilidade.Para isso não se faz mistergastar sommas immensas,privando a humanidade intei-ra dc um conforto que lhenão escassearia,se essas som-mas fossem gastas menosperdulariamcnte.B a s t a r i aque de parte a parte nos compromettessemos a não andarcheios de facas e navalhasou, pelo menos, a andar comum certo numero somente.Aos que sustenta ín que essesarmamentos são precisos eque as guerras são da essen-cia humana, poderíamos dei-xal-os se esmurrarem livre-mente, para assim satisfazeros seus instinetos bellicosos.

O que se não comprehendee não se justifica é esse esdruxulo espectaculo a que esta-mos assistindo, em que asnações maisfort.es se comprazem em diariamente votarcréditos enormes o fazer ac-quisições tremendas *de com-bates, na presunipção de as-sim melhor assegurar o.s seusimperialismos. Òs loucos sãosem duvida infinitamente me-nos perigosos. Póde-se bemdizer quo atravessamos, noactual momento, a crise maislorrivel de que pôde padecera humanidade: a crise do jui-zo. A Inglaterra, por oxém-pio, está sacrificada enormo-

de garantir domínios que,mais dia monos dia, têm porforça que lhe ser arrebatados.A sua actual situação politicaé gravíssima. A crise que ellavem atravessando, ha poucom ais de u m anno, a Urcta eleitoral, a dissenção en-tre os com ln uns e os lords, é,sem duvida, uma consequen-cia dessa irrcflexão. Para po-der manter essa supremacia,ella se vê na contingência deaugmentar os seus impostos.

D'ahi resulta rigorosamen-tea lucta que se vem ali des-enrolando.¦ "

A despeito disso tudo, ago-ra um telegramma vem asse-gurar-nos que o governo in-glez já decidiu pedir ao parla-mento um credito elevado pa-ra novas construcções nava-es. Amanhã o allemão fará amesma coisa, o russo, o aus-triaco, o francez, de novo oinglez, de novo os outros e,assim, interminável mente. Será o esgotamento da capacida-de productiva. Serão todos osinales, todas as misérias. Nãovale a pena, francamente, do-minar por esse preço...As coisas andam, na reali-dade, muito anarchizadas...O Disparate é hoje o Deus mais venerado...

Tinha razão Affonso X,quando aifirmava, em face dediversos sábios, discutindocoisas astronômicas, que scDeus o tivesse convidado pa-ra o seu conselho, quando re-solveu crear o mundo, elle oteria aconselhado a dar a. es-te fôrma ainda mais simplese organização melhor.

Nas felicitações que disse"mos ter recebido na edicçãopassada, esquecemos falar naque nos enviou por escriptoo sr. Moysés Magalhães, com-mandante do destacamentolocal, ficando com esta pre-enchida a. falta commettida.

FORUAté que sempre sahio da

pasmaceira em que estava notempo do sr. major ArthurNapoleão Lebre oforum des-te Termo; é assim que o sr.advogado major Luiz Maça-rio Pereira do Lago, comopatrono dos srs. Alves deFreitas & C.°, propoz duasacções commerciaes, cujas in*timações ja seguiram,' umacontra Alipio Dias Ribeiro eoutra contra José Antônio daSilva.

Foi expedida a precatóriapara Manâos, citando os her-deiros e credores de Geraldodas Mercêz Pereira, para ha-bilitarem-se.

Na auzencia do adjuneto depromotor publico, tem servi-do ad-hoc o sr. Tasso CésarLeite.

Vai ser proposta por estesdias uma acção commercialcontra Xavier Giordano naimportância de 60:000^000.

Tinha carradas de razão otal Jarat, quando pedia a Na-poleão para lhe dar, apenas,"uma ilha, uma espécie de(enenciaao modo cie SanchoPansa, afim de tentar na mesma uma transformação com-pleta da espécie humana, quetornasse todos os homensaptos para se servirem domesmo modo da /cabeça e dosbraços"...

F. V.

ANNIVERSARIO

mente pela sua preocçupaçãó

Nunca é tarde para se su-prir uma falta, desde que essanão tenha sido proposital.E' o que suecede comnosco,relativamente ao nosso anniversario que, escrevendo os no-mes das pessoas que, com opão do espirito concorrerampara aguentarmo-nos, ficouesquecido o do nosso esforça-do collaborador,dr. SansãoGomes de Souza,que no inicio danossa vicia, muito cooperoupara que não fosse frustradaa nossa apparição na sendajornalística.

Alem do adjuetorio que nosprestou na revizão nos diasem que não estava acarnado,escreveu no primeiro numeroum patriótico artigo, que foitranscripto na imprensa be-lemense. Além do mais, o no-me do dr. Sansão Gomes nãopode ser olvidado nesta casa,porque fala muito de perto anossa bòa camaradagem pelosson ti mon tos nobres que exor-nam o seu fidalgo caracter.

Arthur Antônio dos Santose Bemvinda Maria de Souza,por seus procuradores nestavilla, requereram desistênciada acção cie divorcio por con-sentimento mutuo que corriano fórum desta localidade.

Marido e mulher, depois deseparados, seguiram em ca-nôasem destino,deixando umdebito ao nosso director dequantia superior a um contocie reis!

Não valia a pena dar tantoescândalo, toldarem a água.para depois beberem-n'a.

São como porcos;brigam dedia e de noite amontoam-se.

Admirarno-nos como é queum indivíduo degenera de ummomento para outro! E' atal coisa:—uma ovelha ruimdeita uni rebanho a perder...

vejavel lar do sr. Ccl M.El-pidio de Andrade por maisum anniversario natalicio desua idolatrada esposa, exm.aSr11. D. Blandina Góes de An-drade, ern passeio na capitaldo Pará.

No dia 5 deste mez, pelo motivo do Io. anniversario doseu feliz consórcio com aexm». sra. D. Josephina Catão,almoçaram em casa deste paro nosso director, Pedro Leite,coronel Marcos José de Carvalho Oliveira, chefe do PostoFiscal Federal,Antônio Netto,gerente da casa Wan-dy-ck eD. Maria Feitosa. Correu emcordial intimidade aquellafesta de familia que altamenteattesta a felicidade conjugaique alli reina.

São nossos- desejos que sereproduza por innumeros an-nos aquella data, acompanha-cia do actual contentamento.

Hoje festeja o seu primeiroanniversario de feliz consor-cio com a exm.a sr.a cl. Marie*tta de Albuquerque Lima, osr. Joaquim Alfaia de Lima,artista residente nesta villa.

O exm. sr. dr. j/o-ucisco deAssis Bezerra Filho deve sermuito festejado no dia 10 dofluente por vencer mais umanno de preciosa existência.

Tambem a 10 deste mez de-ve esperimentar quanto é es-timaclo no Cruzeiro do Sul oprovecto advogado, majorBorges de Aquino,pela passa- .gem de mais um feliz anni-versario de existência.

Verá vencer no dia 11 do pre-sente mez uma rizonha primavera a exm/1 Sr.a D. Nené Sarmento,filha do commerciantecoronel Juvencio Sarmento,proprietário no Pinheiro. ¦

NOTAS POLICIAESO escrivão da subdelega-

cia cie Policia d'esta Villa,cumprinclo o despacho do sr. ca-pitão Francisco de Góes, fezremessa dos papeis constamtes do inquérito procedido so-bre o facto desenrolado no seringal«Trans\vaal»,ao sr. Promotor Publico do Termo, porintermédio do Juiz Prepara-dor.

Esteve detido no dia 28 esolto no dia seguinte, o indi-viduo Antônio Pereira Macielque embriagando-se, procu-rou fazer distúrbios.

CARTEIRA LOCALSeguio na rnanhã de 3 o sr

A' 4 deste, mez passou o dian a tali ci o do i n teressa n te me-nino Antônio, filho do sr. co-ro nel Antônio Carlos Viriatode Saboya, actuaimente noEstado do Ceará.

No dia 7 do corrente en-chou-se de justa alegria o in-

João Brandão, fazendo a dis-tn buição desta folha e proce-de lido a cobrança até Cereta-ma no. alto rio.

w Do operoso auxiliar do comni-ercio, sr. Julio Severiano,ti-v*^o« o prazer de recebers«^ visita de despedida, porter partido no dia 5 do corrente para a capital cio Estacio doCeará, em visita a sua dignis-sima consorte. De s. s.« rece-bemos o cartão que gostosa-mente aqui. transcrevemos,por cuja amabilidade ficamos-lhe muito gratos, desejandoque bonanç.osas auras o le-vem ao porto do destino:«Julio Severiano cia Silvei-ra, retirando-se temporária-mente para o Estado do Cea-ra, tem a subida honra deoffereeer incondicionalmenteos seus limitados prestimosa illustrada redacção d'o muxícípio, n'esse Estado, ou emqualquer outro lugar onde oleve o destino. Particularmente despede-se cio illustrissimosr. dr. Pedro Leite.

Em 5—10—1911»

Seguio novamente para ono Murú, tratando de negoci-os commerciaes, o distrhctocavalheiro sr. Francisco Bnvma aquém dezèjamos boaviagem.

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Ô MiiMÍcl|»lo«le 8 do Outubro de lffl 1

Informam-nos que acha-separalytieo no Estado do Cea-rá, o sr. coronel Ramiro Cha-ves, assim como cega umasua irmã, devido a uma ope-ração cyrurgiea,a que se sub-metteu cm Minas Geraes.

É' o segundo caso que noti»ciamos com poucos dias dedifíerença um do outro, quevêem denunciar a incompe-tência ou descuido dos facul-tativos.

E' o resultado das formatu-ras de paneiro, tangidas pelopatronato e fllhotismo:

Raramente estuda-se nasAcademias, sahindo dellasaiinuciiiiü.'¦ te uma penca deformados sein competência eso trazendo na cachimoniapaiauicdos rcthoric.us e estudos superflciíies; verdade éque tambem sahem cValli ver-dadeiras notabilidades, masem tão pequena quantidade,que não clá dez por cento ciossem preparo.

Em nosso escriptorio temcartas para os srs:—AntônioArruda, Antônio Amorirn,Antônio Sabino de Mesquita,Antônio Machado, ArthurMarques, Alexandre Gonçal-ves de Alencar, José Noguei-ra Bezerra, José de MoraesSantiago, Joaquim Alves doNascimento, Joaquim Gomesda Silva, Jacob Carneiro Pin-to, Manoel Gonçalves cie Oli-veira, S. Marques & Cn. e Vir-gilio Cardozo Lopes.

No dia 4 esteve em nossoescriptorio o sr. Luiz Francis-co Caetano, commerciante norio Gregório, que levou paraalli diversas assignaturas ciesta folha, afim de que os habi-tantes cVaquella parte do De-partamento saibam noticiasdo mundo, do qual, disse-noso sr. Caetano, estão fora, pur-que, quando sabem d' algu-ma, jà está encarunchacla.

O hotel Io. de/janeiro rea-brio-se, estando a\ disposição;do publico, conforme o an-,núncio que vai na compcten-:te secção.

Por sentir-se com simpto-mas de beri-beri, retirou-sedo estirão do Novo Destinopara a aprasivel viveria SãoSalvador, do coronel kftircoli-no Duarte, o sr. Francisco Le-o p o 1 d o, commissario depolicia.

Logo que haja repiqueteque faça a San Martin fluetu-ar, virá ella até a esta villareceber carga para ManáosePará, assim como passàgei-ros. Será a primeira viagemnesta epocha em vapor desteporto para baixo.

Cosme Duarte era casadocom uma mulher que falle-ceu.no começo deste anno,três dias depois de um parto;á hora extrema, a moribundachamou o sr. Vicente Gurgele entregou o lecemnasciclo,pedindo que o creasse comoseu filho, isto em presençacio marido, que concordou eque tambem foi por ella re-commenclado ao sr. Gurgel;este acceila a creancinha queparecia mais um movi to doque um ente viável, trata-ocom carinho cie extremosopai, chegando ao ponto deprivar da escola uma sua pu-pilla, para oecupar-se unica-mente da creação do peque-nito. Ficaram ambos aos cul-ciados do sr. Gurgel que seinteressou até com a casa doItamaraty que readmittis-se o pai n'uma oecasiâo emque fora despedido. Pois de-pois de tanto empenho emsalvar a vida cie um entesi-nho que perdeu sua gene trizno terceiro dia de nascido, desustentar o pai, este, vendojálutrido e interessante o pimpolho,arranca-o,sem piedade,ás lagrimas dos que o salva-rain cla morte, bruscamente!

Provalvelmente o sr. Cos-me Duarte encontrou algumasextafeira com quem se jun-tara,levan do cie presente ofi-111 o d e out r a m u lher.

Que lhe faça muito bomproveito, mas nós e o publi-co ficaremos sabendo que éum desreconhecido. E' umbom exemplo para os que gos-tam de crear filho dos outros.

«O dia cio beneficio é a ves-pera da ingratidão».

No dia 5 seguio para o rioMurú até a foz do Humaytháo sr. coronel José Vicente deAsssumpção, sócio gerenteda casa Alves de Freitas & C.*,do Itamaraty

Foi acceito o pedido de ca-samento do sr. Francisco E~cluardo Cariguazil com a «e-nhorita Maria Dutra, filha deprimeiras nupeias da exma.sra. D. Patriolinade Oliveira,cujo acto realisar-se-ha porestes dias.

do ella se achava dormindo,concluzindo-a immediatamen-te para a matta o cadáver noqual satisfez os seus instinc-tos libilinosos !

Depois, retirou as carnescio rosto, do lábio superior clavictima, assou e comeu-a! 1

Furou, ainda, os olhos damesma!!

Preso, em fuga, Confessouter feito tudo aquillo paramostrar que era homem !

Nem canibal procede de talmodo. Galdina estava muitogra-vida.

Lisboa, 3 Jiilho:Foi hoje publicada uma pro-

cl a ni a ção, n o q u ai o go ve rn odeclara < '.:¦ i conflicto nafronteira esla imminente comos adversários da Republica.

O governo diz nessa proclamação que tem tornado todasas providencias, chamando todos os rezervistas da segun-da divisão aò serviço das armas, e fazendo partir para afronteira além cias forças mi-li tares, numerosas, os carbo-nários que constituíram bata-lhões de voluntários.

O governo appella para opatriotismo do povo, confiamdo que elle saberá manteráordem dentro do paiz e farácom entusiasmo a defeza claRepublica».

No dia 12 cio fluente coinpletam-se 419 annos que o geno-vez Christovao Colombo coma sua esquadra descobre o no-vo mundo, que havia de sermais tarde, como hoje è, amais importante republica douniverso, Estados Unidos claAmerica do Norte.

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lia simplesmente a um mo-mento integralmente feliz: édisso que ela promana, é dis-so que ela decorre e nadamais.

Se o grande ê imortal Jozédo Patrocínio, só porque pa-troei nou muitos jornais, pa-trocinou muitas questões, pa-trocinou a luz abrilhantando-a (no Rio de Janeiro), ondejá a.ti nham sobre posse sobejamente, mereceu uma dos pa-jinas de ouro da historia: nãomenos merecedor éo jornalista impávido—Pedro Leite—que trouxe luz para obscuri-dade, trouxe desenvolvimen-to para o progresso, trouxerejistro para as injustiças e oscrimes, trouxe espelho e ar-quivo para justiça e, um es-teio seguro para a razão: asalvaguarda cla civilidade eda liberdade inteira.

raçãoa 8 de Sete.

luimm

Osr. Lourenço Ferreira daSilva, do Apudy, passou umbluff na população desta vil-Ia, mandando aímunciar queno dia 29 do mez passado vi-ria abater um boi de carneespecial para ser vendidoaqui, e até hoje nada! E' quenaturalmente o calendáriodelle está errado, tanto queainda não chegou por lá o diapromcttido, do contrario jateria en vi ado u in a desculpa,porque não é de maneira tãosimples que se engano umpublico, sem dar satisfação....

NOTAS EM RECOLHI-MENTO

Ja noticiámos que foi prorog ido o praso até 31 de clezem-bro deste anno para todas asnotas que estavam sendo re-colhidas, constantes das es-tampas que publcáinos; nãoobstantes o aviso que fi/.e-mos ,sabemos por diversaspessoas que teem vindo aonosso escriptorio, que algunstaverneiros especuladores esem escrúpulo estão se apro-veitando cios incautos c rece-bendo as ditas notas comgrande desconto. Bom se-rá que a policia ponha a vis-to nessa nova maneira, defurtar.

Repetimos: não ha até 31 deDezembro notas em desconto,de Janeiro em diante, então,começará elle.

VERSAS--No logar Manival do Ma-

ranhão, segundo refere a Pa-cotilha (São Vicente Ferrer),um tal Procopio assassi-nou sua irmã, de nome Galclin;i. com mão de pilão, quan-

O que hei cie dizer eu hojea o município que seja não te-nham dito ao seu director,na sua data gentil ica? não sei,mas o que eu não posso é ca-lar-me.

Levantar-me eu com umamanifestação, depois da poli-antéa, composta com as floresda eloqüência, com quecinji-ram o seu directôr-proprieta-rio, é nada mais nada menos,que:—levantar-se na tribunaGrega, depois de Demóstenes—um caturra; na tribuna Ro-mana, suceder a Cicero—umboçal; na tribuna Franceza,apóz Mirabeau—um néscio,e f i n ai m e n + o na tribunaPortuguez.; .iio-continuo aVieira de Castro (o deus clapalavra e cla tribuna, comolhe cognominaram)—um san-deu.

Os iguaes ou colegas do ca-turra,do boçal, do néscio e dosandeu não se dignariam delhes prestarem -atenção; é oque indubilavel e perempto-riamente nie vai acontecer,mas me não posso calar.

Bem digo a hora em que oprovecto advogado e intrepi-do jornalista—Pedro Leite—sonhara com a creação doconceituozo, atilado e impar-ciai hebdomadário—o munici-pio. Sonho de suprema felici-dade, esse que deu luz as tre-vas e, por conseguinte, a ceiebridade ao sonhador.

Alguém pensa que celebri-dade clima na das capacidadesraras, penso eu, que se ela ti-

Se esta vila que possuiu obonito e poinpozo nome ma-turo—orijinal dc Foz-do-Mu-rú e os homens que. fazem oque entendem substituírampelo de Vi Ia-Seabra, chegaraté onde. sua evolução temmostrado e eu vaticino: onome do creador do semanal,meu manifestando de hoje,terá mui merecidainente a primeira pajina dourada cie suahistoria.

Se 29 de Junho é oportuni-dade para regozijo por veraderir a poli antéa cla sua existência mais uma flor, 28 deSetembro é ensejo para ufa-má, visto vêr perpassar o pri-meiro ano de luta sem tregu-as, laboro espinhozo e o trabalharsobopezo tremendo da

•-,,¦- rnsab"idade,—mas, queha oe ser gaiharcloado com amoeda mais precioza do Uni-verso—a celebridade.

Alço votos de felicidadespor esta futura cidade, hojenacente, á Foz do Murú empezo—minhas felicitações, aò município—meus meritoriosparabéns ao seu digno proprietário—meus j ustos prolfaças,pela áurea data de 28 cie Se-tembro, o seu director que aveja por elevadíssimo nu*mero de anos e a Foz do Mu-rú com o município por mi ria-des, muitos, e muitos séculos.

R, Tarauacá, Apuanã, 28 deSetembro de 1911.

ANTÔNIO BATISTA XAVES.

rozo. O nubènte .é solteiro,de 23 annos de idade, naturaldo Estado do Ceará, residenteem S.Salvador, deste distri*cto, filho legítimo de Francisco Cariguazil da Silva e AnnaFrancisca de Vasconcellos, jafalleciclos.

A nubenteé solteira, de 14¦mnos de idade, natural dòEstado do Amazonas, residente tambem em S. Salvador,ilha. legitima de Manoel Du*

tra de Belém, ja fallecido e D.Patriolina Barrozo de Oli*veira.Apresentaram os documen'

tos da lei. Se alguém tiver conhecimento de existir algumimpedimento legal, aceuse-opara o fim de direito.

E para constar e chegar aoconhecimento de todos, façopublico nesta oecasiâo e o fa*rei novamente depois de setedias, affixando este no logardo costume e publicado pelaimprensa. Eu, José Alves deLima, escrivão do Juiz dePaz, o escri vi e assigno..

Villa Seabra, 2 de Outu brode 1911.

O EscrivãoJosé Aloes de Lima

ifliliilE

AOS IRMÃOS DA «OPA»

O abaixo assignado declaraaos Irmãos da «Opa,» que temresolvido abandonar por com-pleto o «Reserva»; rompersuas relações com o «Patriar-chal;» desprezar a graciosaamisade do «Batalhador.» nãomais tirar, inda mesmo porcortezia, o seu chapéu ao sr.«Zazá;» pois esses snrs. des-conhecendo os deveres cranii-zacle, mancommunados com osr. «Primavera,» sorrateira*mente, não teem poupadomeios para desfalcar a min-goada receita á todos ellesdestinada. -

Villa Seabra, 2—10—1911.Gaspar Gasparcnc.

<t»

PROCLAMAFaço saber que pretendem

casar-se Francisco EduardoCariguazil, e Maria Dutra Bar

[fionlvi i iyòií)

Não exajerf.. Uni medico, ifc.nliàh > -jelissimo talento—o Dr. Luigi

" Buscaliòuê. quopor ali andou ha pouco tempo, círacteri-zou°as duas primeiras fazes da. influência,climaterica—sobre o forasteiro—a p/iucipiòsob a torma de uma superexcilaei i da»funções psíquicas o sensuaes, acompanha-da,

'depois, de um lento enfraquecem-se dttodas as faculdades, a começar pelas maisnobres...

Mas neste apelar para o classio coneei-to da influencia climática esquecu-lhe,como a tantos outros, o influxo por ven-tura secundário, mas apieciavel, d\ pro-pria inconstância da baze lizica óade seajita a sociedade.

A volubilidade do rio cpntajia o h imein.No Amazonas em geral, sucede hio: oobservador errante que lhe per.c irré abacia em busca de variados aspetos, sente,ao cabo de centenares de milhas, a impressão de circular num itinerário fechado,onde se lhe deparam as mesmas priias nubarreiras ou ilhas, e as mesmas íl i.-eslas eigapòs estirando-se a perder de vist i. peloshorizontes vazios;—o observador imóvelque lhe oslacione às marjcivis, Sobrcíalteia-se, intermitentemente, deante de transfigü--rações iuopinadas. Os cenários, invuriavei*no espaço, transmudam-se no temp i. Deanto do homem errante, a natureza é estável;e aos olhos do homem sedentário (pie pia-neie submelel-a ú. estabilidade das culturas,aparece espantozamenle revolta e v duyel,surpreendendo-o, assaltando-o por vezes,quazi sempre at'ujontando-o e espavorhdo-o.

A adaptação exercita-se pelo no ina li uno.Dai, em

'grande parte, a paralizia com-

plela das gentes que ali vagam, ha Iresséculos, numa ajitaçâo tumultuaria e es-teril.

Como (íuer que seja, para a Amazôniade agora devora resláurar-so integralmente,na definição da sua psicolojia coletiva, omesmo doloro/.o apoftegma—ultra, i-jtiiiinl.i-lema nonpeccaui—quc Barleus enjonhou para explicar os dos iii a n d o s da épocacolonial.

Os mesmos amazonenses, espirituozamente, o perceberam. A' entrada de Mt.iáosexiste a belíssima ilha do Jdarapatá—e »s-sa ilha tem uma função alarmante. E' omais orijinal dos lazaretos—um lazarefo dealmas ! Ali, dizem, o reccmvindo deixa aconciência... Moçá-se o alcance deste prodijio da fanlazia popular. A ilha quo existe'fronleira à boca do Funis, perdeu o anti-gõ nome geográfico e chama-se «ilha daConciência»; e o mesmo acontece a umaoutra, semelhante, na foz do Juruú. E' umapreocupação: o homem, ao penetrar as du-as portas que levam ao pnraizo diabólicodos seringaès, abdica às melhores qualida-des nativas e fulmina-se a Ei próprio, arir, com aquella ironia formidável.

É' que, realmente, parajens exuberantesdas heveas e castüòao, o aguarda a maiscriminoza organização do trabalho que ainda enjenhou o iuais desaçamado egoismo.

De feito, o seringueiro e não de/ignnmo»o patrão opulento, se nào o freguez junji*do á silcba das «estradas»; o seringueirorealiza uma tremenda anomalia: é o h"unemquo trabalha para escravizar-se.

Denionsira-so esta enormidade p.- •-.intando-a com alguns cifrões seca men 'y. poziti-vos e seguros.

Vôde esta conta de venda de um !i unem:No próprio dia em quc parte d > •',¦ ,,ih,

o seringueiro principia a dever: 1 svè apassajem de proa alé ao Fará (35,$'')))'!. v odinheiro que recebeu para prn->u\u--SQ(iõOgÔOQ). Oepois vem a importa ti'n dotransporte, num gaiola qualquer, do K nmao barracão lonjinqüó a que sc d >.Atina, erjue é na media, de lõOSOUO. A Uíe.m-secerca de 80Ü$000 para os seguintes u si-lios invariáveis: um boião d", furo, umabacia, mil fcijclfnhas, uma machadinha d*

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ferro, ura iraOiado, um terçado, um rifle[carabina Winchester) o duzentas balas;dòus pratos, duas colherei..; duas chicaras,duas panelas, unia; rníYteirá; dous carrete-is de linha e um afíullveirÔ. Nada mais. Aiporozamonto marcado**, qüe lhe bastem para tres mezes: Í5 pan-irus de farinha deagúa, 1 saro de feijão, outro pequeno, dt

, sal, 20 quilos de arru.?, HJ de xarcjue, 2-1de café. 80 de assuca-. i. latas de banha, 8libras de fumo o 20 y.-a¦íjí.s de quinino.Tudo isto lhe custa côrcu d ; TõOSÓOO. Ain-da não deu üm talho de jtiYu;] adinha, ain-um brabo, isto é, ainda iiãó":i rendeu o córte da madeira fl já de\e 1 i 5;>CC0. Seguepára u posto solitário i u aO i, de um coinbòid levando-lhe a bafájem e .viveres, ri-temo» o nosso homem n-. <í, , cão senhoril, antes de seguir pára a l.y iaicn; rio cenIro, que o patrão lhe tl.*?ignàW.; Ainda èda é o brabo canhestro, dij" q ¦> m chasquiao manso experimentado, ê ji tm o compromisso s-éri» de 2:Ü90»Út'O.

Admitamos agora unia s^rie de condiçõ-c» favoráveis, quc jáin;>i; . t-.ucorrcm: e)que seja solteiro; b) quc chegue s"» barracacm Maio. quando começa o corte; c) quenfto adoeça e seja conduzido ao barracão,subordinado a uma tletipeza de 10|000 dia-rios; d) que nada compre além daquellesviveres—c que seja sóbrio, tenaz, incorrup-tive!; um stoico firmemente lançado nocaminho da fortuna arrostando uma peni-(•rida doloroza e longa. Vamos além—ad-mitamós que, mau grado a sua inexperien-cia, consiga tirar logo 350 quilos de borra-cha fina e 100 dc sonianiby, por ano, oque é difícil, ao menos no Prirús.

Pois bem, ultimada a safra, este tenaz,este ítoico, este individuo raro ali, aindadeva; O patrão ó, conforme o contrato maisferal, quem lhe diz o preço da fazenda elhe escritura as contas. Os 350 quilos re-mü ner a d os hoje a 5$000 rendem-lhe1.750JÓ0O; os 100 de sernamby, a 2í.5c>0.Total 2:ÓCOJOOO.

E* ainda devedor a raro deixa de o sr.No ano seguinte ja é manso: conhece ossegredos do serviço e pódc. tirar de 600 a7fl0 quilos. Mas considere-se que permane-ceu inativo durante todo o periodo da en-çhento de Novembro a Maio—sete mezescm que a simpjcs subzislencia lhe acarretaum excesso superior ao duplo do que trouxo em viveres, ou seja, em números redon-dos, l;500$00p—admitindo-se ainda quo nãopeci/.e renovar uma sò peça de ferramejilata ou de roupa e que não teve a mais pas-sàjeira enfermidade. E' evidente (jue, mes-mo neste cazo especialissimo, raro é o se-ringuciro capaz de emancipar-se pelafortuna.

Agora vede o quad o real. Aquelle tipode lutador è excepcional. O homem de or-dinario leva Aquelles lugares aimpreviden-cia característica da nossa raça; muitasvezes carrega a familia, que lhe multiplica,os encargos; e quazi sempre adoece, da in-continência' generalizada.

Adicionai a isto o desastrozo contratounilateral, quc lhe impõe o patrão. Os «Re-gulamentos» dos seriíigaes são a este pro-pozito dolorosamente expressivos. Lendo-sovfí-se o renacer de um feudalismo acalca-nhado e bronco. O pai rão inflexível decre-ta, num emperramento giainatical estupen-do, couzas assombrozas.

Por exemplo: a pezada multa dí lÜOflOOOcomina-se a estes crimes abomináveis: a)«fazer na arvore um corte inferior ao gumedo machado»; b) «levanlar o tampo da ma-deira na ocazião do ser cortada"; c) «san-grar com machadinhasde cabo maior dequatro palmos». Além disto o trabalhadorsò pude comprar no armazém do barracão,«nao podendo comprar a qualquer outro,sob pena de passar pela multa de. 50 ./•sobre a importância comprada».

E arpeiem-se de aspas estes dizeres bru-tos. Ante elles ê quazi harrnoniozn a gaguera terrível deCaliban.

E' natural que ao lim de alguns anos ofreguez esteja irremediavelmente perdido.A sua divida avulta ameaçadoramente: tresquatro, cinco, dez contos, às vezes, quenao pagará nunca. Queda, então, na mor-bida impassibilidade de um fellah despro-

O Município « de Outubro de t»lltejido dobrando toda a cerviz a servidícompleta. O «Regulamento» é impiedozo«Qualquer freç/uez ou aviado não podeiretirar-se sem que liquide todas as suatranzaçOes comoreiaes...» Fujir? Nem cuiOem tal. Aterre-o o desmarcado da distaiicjia j.ercorrer. Buscar outro Iiarracào? H:entre os patrões acordo de não aceitaremuns os empregados de outros, antes de sadadas as dividas, e ainda ha pouco tempihouve no Acre numeroza reunião par,*sistematizar-se essa aliança, creando-se pczadas multas aos patrões recalcilrantes.

Agora, dizei-riíe, que resta no tim de unqüinqüênio do aventurozo sertanejo qur-demanda aquellas parajens, ferretoada daanciã de riquezas *?

N o o ligam sequer à terra. Um artigodo lamozo «Regulamento» torna-o èternihospede dentro da própria cinza. Citeniol-ocom todo o brutesco de sua expressão im-becil e feroz: «Todas as bomfeitórias quco liquidado tiver feito nesta propriedadeperderá totalmente o direito uma vez ciueretire-se».

Dai o quadro ilolorozo que patenteam,de ordinário, as pequenas i.arracas. O via-jante procura-as e mal descobre, entre assororóeas, a estreitíssima trilha que conduzà vivenda, meio ofogada no mato. E' queo morador não despende o mais lijciro es-forço em melhorar o sitio de onde pódcser expelido em uma hara, sem direito areclamação mais breve.

Esta rezenha comportaria alguns epios bem dòlorozqs. Fora inútil apontal-os.Uella resa'la inipressionadoramentc a ur-jencia de medidas que salvam a sociedadeobscura e abandonada: uma lei do traba-lho que nobilile o estorço do homem; umajustiça austera que lhe cerceie os desman-dos; e nma fôrma qualquer do homrnteaáque o consórcio definitivamente á terra.

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odoenseNo dia 8 de Agosto seguio para o alto Murú até a fóz doHumaythá, o regatão Codoense, de propriedade do commer-ciante F. Bayma.Alem do variado sortimente que conduz, leva a seu bor-do o Pharmaceutico diplomado Sylvio de Vilhena, que, ten-do longa pratica de medicina, tem uma ambuladcia comple-ta e dispõe-se a demorar nos portos onde sejam reclamados

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