hobbit - central
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Reportagem publicada no caderno Plural do Jornal Notícias do DiaTRANSCRIPT
Em 2010, uma greve dos atores neozelandeses quase fez com que as filmagens fossem transferidas para outro país. Para evitar isso, o primeiro ministro da Nova Zelândia, Jonh Key, mediou um acordo entre as partes. Pode parecer um problema pequeno para uma autoridade, mas Jonh Key sabia da importância do dinheiro que esse projeto traria para seu país - tanto com o estúdio quanto com os turistas.
Bruce Lahood, gerente regional de turismo da Nova Zelândia, enfatizou a importância numa entrevista para o “USA Today” em 2010. "Você pode argumentar que ‘O Senhor dos Anéis’ foi o melhor anúncio gratuito que a Nova Zelândia jamais teve. Na última década temos sido o país a melhor se beneficiar do turismo de filmes". Entre
2001, ano do primeiro filme de “O Senhor dos Anéis”, e 2003, a importância do turismo internacional dentro das exportações do país passou de 12,78% para 17,86%, segundo o Banco Mundial. Um bom exemplo desse marketing está na capital, Wellington, que durante três semanas deste ano passará a se chamar Middle of Middle Earth (Meio da Terra Média. Terra Média é o continente do livro).
A Nova Zelândia tem uma área total de 268 mil km2 (o equivalente ao Rio Grande do Sul), distribuído entre duas maiores ilhas e um arquipélago ao redor. Mais da metade da população vive nas quatro principais cidades. O resto do território, montanhoso e pouco habitado, serve de paisagem para os filmes.
Um dos lugares que certamente causa mais nostalgia aos fãs é a locação do Condado, uma vila rural de casas construídas debaixo de colinas. Nas filmagens de “O Senhor dos Anéis” foi necessário dois anos de preparo do terreno, construção do cenário e plantação de verduras para que as cenas pudessem ser rodadas - e depois, tudo foi abandonado.
Agora, para o novo filme, a produção voltou ao mesmo lugar com uma proposta diferente: reconstruir a vila de um modo que o espaço possa ser visitado por turistas. O governo apoiou a ideia. A confiança no filme é tanta que eles esperam até vender dinheiro: uma série de moedas foi especialmente forjada com as esfígies dos principais personagens do filme.
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Oceano Pacífico
Nova Zelândia
RogéRio moReiRa [email protected]
"Numa toca no chão vivia um hobbit". O professor Jonh Reuel Richard Tolkien estava cansado com o fim de semestre quando rabiscou estas palavras na folha de exame de um aluno. Ele não fazia ideia de como elas seriam importantes. Foi a partir delas que, anos depois, ele publicou “O Hobbit” e “O Senhor dos Anéis”, obras que influenciam autores e leitores até hoje. Agora, 75 anos depois de sua primeira publica-ção e quase dez anos depois da trilogia de “O Senhor dos Anéis” ser adaptada como filme, é hora do hobbit deixar o conforto da toca e ir para o cinema.
A equipe da New Line Cinema, que dirige a adaptação que estreia no próximo dia 14, é praticamen-te a mesma que esteve diante do Senhor dos Anéis. Peter Jackson dirige o roteiro que escreveu com Guilhermo Del Toro (“O Labirinto do Fauno”), Fran Walsh e Phili-ppa Boyens (mulher de Jackson). Andy Serkis, que fez a captura de movimentos e a voz do persona-gem Gollum nos filmes anteriores, volta no mesmo papel, assim como Iam McKellen (Gandalf), Hugo Weaving (Elrond), Cate Blanchett (Galadriel) e Christopher Lee (Saruman). Para se juntar ao grupo, Mar-tin Freeman (ator de “O Guia do Mochileiro das Galáxias”) interpreta o protagonista Bilbo.
A história é basea-da no livro de mesmo nome, escrito por J. R. R. Tolkien em 1937 - pri-
meiro livro do autor no ramo da fantasia. O enredo com tons infan-tis fala da história de um hobbit (Bilbo Bolseiro) que, contra a von-tade, é levado a uma aventura com 13 anões para roubar o tesouro de um dragão. No meio da jornada, ele encontra um anel com o poder de deixá-lo invisível - o “Um Anel”, que viria a ser o elemento central do “O Senhor dos Anéis”, publica-do 12 anos depois.
Tolkien sempre deixou claro que não tinha a intenção de fa-zer deste anel uma grande coisa quando o colocou em “O Hob-bit”. A ideia era só ter um item mágico que funcionasse bem na narrativa. Entretanto, quan-do os editores da Allen & Unwin pediram que ele continuasse a história logo depois do suces-so do primeiro livro, ele mesmo se surpreendeu com a impor-tância que aquela pequena joia poderia ter.
Este é um dos temas das his-tórias de Tolkien: de como coisas pequenas e desprezíveis podem fazer toda a diferença. Afinal, tanto em Hobbit quanto na tri-logia do Anel, os maiores heróis não são elfos imortais ou anões furiosos. São os pequenos hob-bits, que mesmo com certo medo e comodismo, são capazes de re-
sistir dificuldades e to-mar as decisões certas para o grupo, mesmo tendo que sofrer. Isso também pode ser ver-dade na vida real. Afi-nal, foi uma pequena frase escrita no verso de uma prova a respon-sável por apresentar um mundo novo.
O Hobbit. 75 anos depois da publicação do livro, adaptação estreia no dia 14 Produção do filme aquece a economia da Nova Zelândia
O que é um hobbit?Vídeos mostram a produção
plural – notícias do diaFLORiANóPOLiS, SáBADO E DOMiNGO, 8 E 9 DE DEZEMBRO DE 2012 4/5
Para acalmar os ânimos dos fãs que há dez anos esperam por uma continuação uma série de vídeos mostrando a produção do filme foram liberados na internet ao longo de 2012. Até agora, oito vídeos, cada um com cerca de 15 minutos de duração, foram publicados no site oficial do filme - e rapidamente distribuídos no Youtube e devidamente legendados pelos fãs. Neles, o espectador acompanha as diferentes locações de filmagens, a dinâmica dos atores fora das câmeras e uma tribo nativa da Nova Zelândia se apresentando para atores e produção no amanhecer do primeiro dia de filmagens. Entretanto, quem gosta de se surpreender na hora da sessão deve tomar cuidados com os vídeos. Algumas cenas apresentadas, assim como o making-of de sequências que ainda não receberam os efeitos digitais pode estragar a surpresa do filme. Se isso não for um problema, no bit.ly/EstreiaHobbit estarão listados os nove videoblogs, com legendas em português.
Elfos, anões e dragões. Embora hoje possa ser difícil pensar nessas figuras sem de lembrar de “O Senhor dos Anéis”, nenhuma dessas foi inventada ai. A maior parte do material de criaturas fantástica dos livros foi aproveitada de outras lendas europeias, principalmente nórdicas. Mas o que é original dele são os seres mais simples de todos - e os mais famosos, por paradoxo. Os hobbits.
Segundo o próprio autor, hobbits são um povo que ama "a paz e a tranquilidade e uma boa terra lavrada". São menores e menos robustos que os anões, e o que realmente lhes agrada é comer, beber, cuidar da terra e dos animais e, ao fim do dia, aproveitar os charutos com erva-do-fumo. Não tem nenhum poder mágico, mas sua intimidade com a terra faz com que andem silenciosamente. isso é uma vantagem estratégica para Bilbo.
diretor. peter Jackson, em frente ao cenário de uma das casas do condado, durante a première do filme em Wellington, capital neozelandesa
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anões. Bombur (esquerda), ori, dori, nori e Gloin partem em direção à Montanha solitária com oito companheiros
retorno. andy serkys, (à frente), interpreta Gollum
ladrão por acaso. Bilbo Bolseiro é contratado por grupo de anões para recuperar um tesouro roubado por dragão. História tem um tom mais infantil que “O Senhor dos Anéis”, e foi escrita por tolkien para entreter os filhos pequenos
onde ficaNova Zelândia
Embora o diretor Peter Jackson seja conhecido por explorar tecnologias novas em seus filmes, uma das principais novidades de “O Hobbit” está desagradando os críticos que já puderam assistir à obra. São os 48 quadros por segundo.
Tanto no meio analógico quanto no digital, os vídeos são formados a partir de imagens passadas uma após a outra, várias vezes a cada segundo. No caso da maior parte dos programas da televisão (como telejornais e programas de auditório) as câmeras usam 30 quadros por segundo, o que dá um aspecto de realidade maior. Os filmes, por outro lado, tem a tradição de usar 24 quadros por segundo, com a imagem ficando levemente borrada nos movimentos. Embora seja uma diferença de apenas seis quadros por segundo, isso é suficiente para que os olhos consigam diferenciar um filme de uma novela, por exemplo, assistindo as cenas por poucos segundos.
No caso dos 48 quadros de algumas cópias de “O Hobbit”, a diferença é ainda mais perceptível. O diretor argumenta que, mesmo incômoda à primeira vista, a nova tecnologia deixa o efeito do 3D mais confortável.
Em Florianópolis, dois cinemas confirmaram a projeção em 48 quadros: o Cinesystem, no Shopping iguatemi, e o Cinemark, no Shopping Floripa. Pré-estreias já estão confirmadas nestes dois cinemas e outras salas deverão divulgar durante a semana.
48 quadros de discórdia
sequêNciaFilme conta o que aconteceu antes
de “O Senhor dos Anéis”.
Produção e atores se mantêm
Altura: (60 cm a 1,20m)
Pés peludos
Orelhas pontigudas
autor. tolkien começou
a escrever sua mitologia na
primeira guerra mundial
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Bochechas rosadas e rosto largo