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Título Original: Histoire de RomeAutor: Pierre GrimalTradução: Rita Canas MendesGrafismo: Cristina Leal

„ HISTOIRE DE ROME „ de Pierre GrimalWorld copyright © MILLE ET UNE NUITS Département des éditions FAYARD 2003

Todos os direitos reservados paraEdições Texto & Grafia, Lda.

Avenida Łscar Monteiro Torres, n.… 55, 2.� Esq.1000-217 LisboaTelefone: 21 797 70 66Fax: 21 797 81 30

E-mail: [email protected]

Impressão e acabamento:Papelmunde, SMG, Lda.1.À ediçãoLisboa, Junho de 2008ISBN: 978-989-95689-5-2Depósito Legal n.… 275619/08

Esta obra está protegida pela lei. Não pode ser reproduzida,no todo ou em parte, qualquer que seja o modo utilizado,sem a autorização do Editor.Qualquer transgressão à lei do Direito de Autorserá passível de procedimento judicial.

Ouvrage publié avec le soutien du Centre National du Livre� Ministère Français Chargé de la Culture �

Obra publicada com o apoio do Centro Nacional do Livro� Ministério Francês da Cultura �

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É em torno da ideia de conhecimento articulado com as necessidades de aquisição de uma cultura geral consistente que se projecta a colecção „Biblioteca Universal‰.

Tendo como base de trabalho uma selecção criteriosa de autores e temas � dos quais se destacarão as áreas das ciências sociais e humanas �, pretende-se que a colecção esteja aberta a todos os ramos de saber, sejam de natureza filosófica, técnica, científica ou artística.

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Nos dias de hoje, quando subimos as encostas do Palatino e atravessamos o caos das ruínas do que foi outrora o palácio dos imperadores romanos,

chega-se a uma estreita plataforma que domina o vale do rio Tibre. Esta plataforma, que esteve pejada de terra acumulada pelas chu-vas e por destroços de toda a espécie, está hoje desobstruída e, no solo, são visíveis os vestígios de uma aldeia singular que se erguia no local há quase três mil anos. Esta aldeia, constituída talvez por algumas dezenas de cabanas pobres feitas de ramos entrelaçados sustentados por estacas de madeira, é tudo o que hoje resta da mais antiga Roma.

Orgulhosos das suas origens, os romanos gostavam de contar que fora neste lugar que o seu primeiro rei fundara a cidade. A este rei chamavam Rómulo; foi ele o primeiro romano.

Tinha sido criado naquela mesma colina por um pastor, o bom Faustulo, que o recolhera, e ao irmão gémeo Remo, recém-nascidos abandonados dentro de um cesto de vime que o rio, na maré-cheia, depositara na margem do Palatino.

Isto aconteceu porque Rómulo e Remo eram de origem real, filhos da sobrinha do rei de Alba, que os tivera, dizia-se, do pró-prio deus Marte; mas o rei temia que as crianças pudessem vir a destroná-lo um dia mais tarde, e então mandara pô-las no rio dentro do cesto de vime, convencido de que o frio, a falta de cui-dados e a corrente se encarregariam de o livrar destes inquietantes sobrinhos.

1. A ALDEIA DOS PRIMEIROS TEMPOS

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Mas não tivera em conta a vontade dos deuses; o berço flu-tuante encalhara na margem, e ficara a seco; e uma loba, animal de Marte, deitara-se junto das crianças aquecendo-as e amamen-tando-as com o seu leite, até que finalmente foram recolhidas por Faustulo, que as levou para a sua cabana e ali cuidou delas como se de próprios filhos se tratasse; como suspeitava das suas origens reais, revelou-lhes mais tarde o segredo que rodeava o nascimento dos dois irmãos.

Rómulo e Remo, que cresceram fortes e vigorosos, destronaram o tio-avô e puseram o avô no lugar dele, após o que regressaram à região onde haviam passado a infância para aí criarem um reino; e decidiram fundar no Palatino uma cidade a que chamaram Roma. Mas os dois irmãos não tardaram a entrar em rivalidade e Rómulo, para reinar sozinho � ou talvez porque simplesmente Remo fizera troça dele �, matou o irmão.

Do alto do Palatino, onde Rómulo instalara a sua cidade, dis-tingue-se a grande colina onde se erguia a cidade de Alba, perfilada no horizonte, na planície do Lácio.

Mais longe ainda, divisam-se os primeiros cumes dos Ape-ninos, que nesse local se chamam montes Sabinos, cujas linhas azuladas, por vezes esbatidas pela bruma, se confundem com o céu. ¤ direita, o largo vale do Tibre, descendo suavemente em direcção ao mar, que se enxerga para além das terras de Alba: era aí que os romanos achavam estar a origem longínqua da sua raça. Para eles, os reis de Alba, antepassados de Rómulo, eram descendentes de Eneias, que um dia atracara, à frente de nume-rosa frota em margem perto da foz do Tibre, no local onde se estendem hoje as ruínas da cidade de Łstia; Eneias tinha fugido de Tróia, a rica cidade frígia, que sucumbira, após um cerco de dez anos, às investidas dos gregos. Eneias e os companheiros eram

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praticamente os únicos sobreviventes dessa epopeia, cuja glória se propagara por todo o mundo mediterrânico vários séculos antes da fundação de Roma. Para além da fama, trouxeram para a Itália central os rudimentos da brilhante civilização asiática; pela pri-meira vez viram-se no Lácio tecidos bordados tingidos de púrpura, jóias trabalhadas em ouro, armas preciosas. Também pela primeira vez se conheceram leis, chefes que eram obedecidos em lugar de temidos, e os homens aprenderam a procurar abrigo no interior das muralhas para poderem viver uma vida pacífica. Os próprios romanos, embora no princípio a sua cidade não fosse mais do que uma pobre aldeia, não tinham de forma nenhuma a impressão de serem uns simplórios quaisquer, considerando-se antes como des-cendentes, empobrecidos, mas por isso mesmo com mais mérito, de uma nobreza antiga. Não fora Eneias escolhido, entre todos os troianos, para perpetuar a raça, por sempre ter mostrado uma singular piedade, obedecendo às ordens dos deuses, arriscando a vida para arrancar Anchise, o pai, às chamas de Tróia quando a cidade foi tomada, abandonando as suas riquezas mas não esque-cendo as estátuas dos deuses da família? A lembrança de Eneias e o prestígio das suas virtudes apagavam a mácula do fratricídio de Rómulo, que ensanguentara o nascimento da cidade.

Para fundar Roma, Rómulo escolhera um local quase deserto. Toda a região, e os arredores, estavam cobertos de florestas; nas clareiras, pastavam rebanhos. Aqui e ali erguiam-se, nas colinas, aldeias semelhantes às do Palatino. Nos vales, zonas alagadas e pantanosas tornavam a circulação difícil, e o Palatino estava cer-cado por elas. Do lado do rio, a menor cheia invadia as margens

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e enchia de água amarelada os dois vales que rodeavam a colina, conspurcando as águas dos riachos que habitualmente ali corriam; só se podia ter acesso à aldeia por um aterro que a ligava às outras colinas, para leste.

Estas condições naturais, preciosas porque garantiam uma defesa fácil do local, pareciam contudo ser impedimento de um grande destino para Roma: como é que uma verdadeira cidade poderia alguma vez estabelecer-se num local tão incómodo? Quanto trabalho para secar aquelas terras insalubres, inabitáveis, em que espreitavam as febres! Eram escassas as terras cultiváveis, não havia caminhos, e a proximidade daquele rio cheio de rápi-dos, dificilmente transponível, não facilitava as coisas; além disso, a outra margem era ocupada por um povo inimigo.

A norte do Tibre começava a terra etrusca; mesmo hoje, pouco sabemos quem foram os etruscos, e menos ainda de onde vieram; sabemos, isso sim, que se encontravam instalados na Itália central, por altura da fundação de Roma.

Eram um povo estranho, que deixou em terras italianas vestí-gios duradouros; para nós, é sobretudo o povo que criou túmulos magníficos que se encontram em necrópoles imensas, de Florença a Tarquínia, às portas de Roma. Nestas necrópoles estão inscritas as imagens do que foram as suas vidas: os jogos, a que concorriam os atletas mas onde se sacrificavam também os prisioneiros de guerra para honrar as almas dos mortos, os seus festins, as suas danças, os seus rituais sagrados. O interior de muitos túmulos etruscos está arranjado como casas de pessoas vivas. Os cadáveres eram coloca-dos em camas semelhantes àquelas em que se dormia; debaixo da cama estavam as sandálias, como que aguardando o despertar do adormecido. Junto do cadáver de uma mulher encontram-se jóias expostas, ou então o abano que utilizava para avivar o fogo no lar;

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noutro lado, em cima da tampa dos sarcófagos, vêem-se o defunto e a mulher estendidos sobre um leito em forma de mesa, como para um banquete eterno. Tudo isto nos fala de um povo alegre, vivo, amante da vida e dos seus prazeres, que não se resignava a renunciar para sempre à luz e à felicidade terrenas.

Para eles, a morte estava cheia de fantasmas, de tormentos. As paredes de alguns túmulos mostram-nos pinturas que represen-tam estes demónios dos infernos de bicos afiados, garras adun-cas, asas de aves de rapina, carantonhas disformes, tudo o que espera o condenado. Assim, em vida, os etruscos eram muito diligentes nas preces aos deuses, a fim de merecerem pela sua pie-dade as recompensas do Além. Cada cidade etrusca possuía vários templos, que se erguiam nos pontos elevados. Dali, o deus ou a deusa abençoavam os vivos. Os sacerdotes celebravam um grande número de cerimónias para tornar propícios os poderes celestes. Os adivinhos estudavam durante muito tempo os menores sinais que apareciam no céu, davam muita atenção ao voo das aves; con-forme as vissem à direita ou à esquerda, voando na direcção do norte ou do sul, conforme os corvos, ou os abutres, voassem em bandos ou voassem solitários, o presságio mudava. Também inter-rogavam as entranhas das vítimas sacrificadas diante dos altares; conheciam as regras que lhes permitiam interpretar a forma ou a cor do fígado de um touro; e não lhes era estranho o significado de um nascimento monstruoso, um vitelo com duas cabeças, um carneiro de cinco patas, uma tempestade fora de época: tudo o que saísse do normal deveria, por conseguinte, ser considerado como um ÿsinalŸ.

O prestígio dos adivinhos etruscos e dos seus deuses era muito grande em toda a Itália central, tanto mais que os etruscos sabiam construir templos magníficos e talhar imagens sagradas tão belas,

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de rostos tão cheios de majestade que o efeito do seu poder resplan-decia. Logo que Roma cresceu um pouco mais, os seus habitantes desejaram possuir estátuas semelhantes e encomendaram-nas aos artistas etruscos. Foi assim que o primeiro ídolo de Júpiter, o deus supremo de Roma, foi uma grande estátua de terracota, pintada de cores vivas: o rosto de ocre vermelho, e as vestes um manto púrpura bordado a folhagem dourada. Na verdade, este Júpiter ostentava grande imponência no Capitólio, onde fora instalado. Os templos construídos pela mesma altura eram também ador-nados com placas de terracota pintada; os rebordos dos telhados guarnecidos de grandes telhas moldadas em forma de palma; e no topo eram dispostas estátuas de deuses e demónios, cujas silhuetas se destacavam sobre fundos de céu.

Todas estas maravilhas não tinham sido inventadas pelos etrus-cos; os modelos eram provenientes da ˘sia, de onde, provavel-mente, muitos deles eram originários; de resto, continuavam a manter um comércio activo com as regiões mais longínquas do Mediterrâneo oriental. Os barcos dos mercadores de Mileto e da Fócia chegavam à Etrúria trazendo objectos de arte, vasos pinta-dos, jóias, estatuetas, vinho, azeite. E regressavam ao Oriente car-regados de minérios de ferro, cobre, chumbo, que se encontravam com abundância nas minas da Etrúria. Os portos desta região, que mais tarde virá a chamar-se ÿToscâniaŸ, eram janelas abertas para o exterior. Roma, graças aos seus vizinhos etruscos, não estava isolada do resto do mundo. As artes, as ideias, os próprios deuses da Grécia e do Oriente chegavam até ela desde os tempos em que não era mais do que um povoado insignificante.

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O fundador de uma cidade só podia ser um rei, e foi por isso que, de início, Roma esteve submetida a eles. Havia reis em Alba e não se conheciam no

país outras formas de governo. O rei não era uma personagem qualquer, chamada ao trono por acaso e lá mantida somente com assentimento dos seus súbditos. É designado pelos deuses e, mais ainda, é a imagem viva do grande deus da cidade, Júpiter, que paira majestoso no Capitólio, uma das colinas vizinhas do Palatino. O poder do rei não é mais do que o reflexo do poder absoluto de Júpiter, e por isso não é de estranhar que Rómulo, quando desa-pareceu do mundo dos vivos, fosse considerado como um deus. De facto, nunca fora olhado como um vulgar mortal. Era filho de Marte, é verdade, e pela mãe tinha ligação a Vénus, mas muitos dos seus sucessores, de linhagem mais modesta, nem por isso dei-xariam igualmente de ser admitidos no convívio dos Imortais.

Numa, que lhe sucedeu, tinha o hábito de conversar à noite com uma ninfa de uma fonte próxima da cidade. Esta ninfa cha-mava-se Egéria, e dava-lhe excelentes conselhos; diz-se até que foi ela quem lhe ditou todas as reformas religiosas feitas durante o seu reinado. Foi essa uma das razões pelas quais os romanos se convenceram da excelência da sua religião � cujas principais insti-tuições eram do tempo de Numa �, afirmando que fora a própria divindade a fixar a forma dos sacrifícios, as datas das festividades, o número de sacerdotes, e ninguém poderia fazer melhor do que ela, nem estar melhor informado acerca dos gostos dos Imortais.

2. O TEMPO DOS REIS

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Por vezes, bastava que o céu enviasse um sinal para o rei ser designado ou levado ao poder. Os adivinhos não tinham mãos a medir na interpretação dos sinais mais bizarros; não só eram considerados como avisos sérios da parte dos deuses as trovoa-das (frequentes em Itália da Primavera ao Outono, e também no Inverno), mas era dada a maior importância a factos que hoje não nos mereceriam qualquer atenção. Se uma rainha tivesse um sonho, teríamos todos os adivinhos ocupados a decifrar o significado dele; se as servas do palácio imaginassem ter visto uma auréola luminosa à volta da cabeça de um jovem escravo adormecido, aí teríamos a criança, filho sabe-se lá de quem, pronta para um dia substituir no trono aquele que fora o seu senhor. Foi a aventura que viveu Servius Tullius, penúltimo dos reis de Roma, que talvez tenha sido, depois de Rómulo, um dos maiores que a cidade teve. Os deuses nem sempre se enganavam, sobretudo quando tinham por intér-pretes adivinhos avisados ou mulheres subtis como foi o caso da rainha Tanaquil, em cuja casa nasceu o jovem Servius, que soube impor à escolha dos romanos.

Roma crescera muito depressa, com uma rapidez que os roma-nos nunca se cansaram de admirar, e com razão. Confessavam que de início Rómulo não se incomodava com escrúpulos, mas deve contestar-se um político quando prepara algo de tão grande como Roma?

No princípio, os companheiros de Rómulo não eram muitos, além de alguns pastores e arraia-miúda do Lácio; e uma cidade não se funda com um punhado de homens.

Rómulo teve então a ideia de abrir um ÿasiloŸ: e declarou que um certo bosque sagrado, que se encontrava no Capitólio, se tor-naria num local inviolável para quem quer que ali se refugiasse, escravo fugitivo, pessoa com dívidas, ladrão, até mesmo assassino.

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O TEMPO DOS REIS

Desde que tivesse passado os limites do bosque, já ninguém lhe poderia pedir contas. Acorreram então a Roma aventureiros de todos os cantos de Itália, e não eram certamente os burgueses mais respeitáveis que se refugiavam no bosque do Capitólio, mas tam-bém não é de acreditar que só houvesse criminosos empedernidos, em busca de sarilhos.

A vida era dura para os pobres, nesses tempos longínquos; aque-les que não tinham terras vendiam a força do seu trabalho, mas tornavam-se praticamente escravos dos patrões. E foi para escapar a esta condição que muitos trabalhadores agrícolas pediram para serem aceites como cidadãos de Roma. Pelo menos tinham a espe-rança de conseguir um pouco de terra numa nova cidade, onde não estivessem ocupados todos os lugares.

E foi graças a este afluxo de imigrantes que Roma cresceu rapidamente, à semelhança das cidades americanas do Centro e do Oeste no século XIX. A aldeia do Palatino depressa se tornou insuficiente. Desbravaram-se os terrenos das colinas vizinhas, o Quirinal, o Viminal, o Esquilino, o Aventino, secaram-se os vales pantanosos e em poucos anos Roma era já uma cidade muito apresentável, que comportava vários bairros, uma praça, o Fórum onde se reuniam os cidadãos e, sobretudo, um circo muito vasto destinado às corridas de carros. Estas corridas eram um espectá-culo muito popular � e assim iriam continuar durante toda a história de Roma � e vinha gente de muito longe para assistir às festas em que figurassem no programa. E isso sugeriu a Rómulo a solução de um problema que há muito o inquietava.

Os habitantes da jovem Roma, cada vez mais numerosos, eram todos homens na força da vida. Mas junto deles não se encontrava mulher nenhuma. O que seria da cidade quando os seus primei-ros cidadãos tivessem envelhecido? Os romanos bem tinham ido

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pedir aos vizinhos as filhas em casamento, dirigindo-se para isso às aldeias latinas da planície, e às do planalto habitadas pelos sabi-nos, seus parentes de raça, que séculos atrás tinham descido das montanhas. Mas latinos e sabinos tinham recusado, dizendo que não queriam ter por genros homens de quem não se conheciam as origens e que, segundo todas as probabilidades, depressa aban-donariam as mulheres, tal como haviam abandonado as pátrias. E os romanos iam ficando solteiros, até que finalmente Rómulo se lembrou de um estratagema: anunciou que seria dada uma grande festa em honra do deus Neptuno e que nessa ocasião seria dispu-tada uma corrida de carros. Sabinos e latinos, em grande número, acorreram no dia marcado, com as mulheres e filhos, instalaram--se no circo e os jogos começaram. Mas enquanto os olhos dos forasteiros estavam virados para a pista, os romanos, prevenidos por Rómulo, apoderaram-se das jovens sabinas que se encontra-vam junto dos pais e arrastaram-nas para as casas dos principais cidadãos, enquanto o resto dos espectadores se retirava no meio da confusão.

No dia seguinte, os pais das jovens raptadas vieram protestar junto do rei, mas este recusou-se a devolver-lhes as filhas. Então, os sabinos pediram auxílio a Titus Tatius, o mais poderoso dos reis da sua nação, e este reuniu os exércitos para tirar desforço daqueles a quem chamava bandidos e traidores. Em breve os sabinos marcha-vam sobre Roma, e o combate travou-se na planície do Fórum. Os sabinos tinham a vantagem do número; os romanos, no conjunto, eram mais jovens e mais aguerridos, mas, ao primeiro choque, foram submersos e recuaram até junto do Palatino.

Ali, graças à intervenção de Júpiter, a quem Rómulo fez súpli-cas, os batalhões romanos reagruparam-se, voltaram a atacar e repeliram os sabinos.

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Estava o dia a meio e a tarde prometia ser ainda mais sangrenta do que a manhã quando se começou a formar, intrometendo-se entre os dois exércitos, um grupo numeroso de mulheres enver-gando trajes de luto; eram as sabinas raptadas, que tinham assis-tido à batalha do alto das colinas e decidiram interromper a luta em que genros e sogros se matavam uns aos outros; e entre gritos, imprecações e lágrimas conseguiram conter os combatentes, per-suadindo os pais de que os maridos, que as haviam desposado � prescindindo, é verdade, do seu consentimento �, se mostraram delicados e respeitadores, razão pela qual elas preferiam, natural-mente, continuar casadas a ficar viúvas. E os combatentes dos dois lados acabaram por apertar as mãos uns dos outros, assinando um tratado segundo o qual passariam doravante a formar um só povo, teriam só uma cidade e os dois reis, Rómulo e Tatius, reinariam em conjunto, partilhando o poder.

Felizmente para Roma Tatius não tardou muito a morrer, o que certamente evitou mais lutas sangrentas; e o próprio Rómulo, um dia em que passava revista ao povo reunido no Campo de Marte (assim se chamava a planície situada a norte do Capitó-lio, na curva do Tibre, onde era costume convocar os soldados e fazer exercícios militares), desapareceu durante uma tempestade, tendo um dos seus assistentes garantido que o vira subir aos céus levado por uma águia. Preferiu-se acreditar nisso, mas também se murmurou que os senadores (eram então designados por ÿPaisŸ) tiveram tudo a ver com este desaparecimento, pois havia no povo a convicção de que tinham pouca simpatia pelos reis.

Os ÿPaisŸ eram os chefes das famílias principais. Rómulo tinha-os nomeado para lhe servirem de conselheiros, mas o povo olhava--os com desconfiança, acusando-os de orgulho, o que era decerto verdade, e de ambição, o que o não era menos; a arraia-miúda

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pensava, com razão ou sem ela, que no rei teria um protector mais seguro; assim, sempre que um rei desaparecia, o povo fazia pressão para que outro fosse eleito.

Escolhia-se um homem conhecido pela sua sabedoria, o seu valor como soldado ou a sua riqueza, procurando-se assim fazer alternar as boas qualidades dos reis; depois de um guerreiro como Rómulo, os romanos sentiram a necessidade de arranjar um sobe-rano pacífico. E foi um velho sabino chamado Numa, muito ver-sado nas coisas da religião, o escolhido. Já dissemos como ele ocu-pava o tempo, à noite, com uma ninfa. Todos estavam ao corrente disso, e olhavam-no ainda com mais respeito.

Quando Numa morreu, já muito idoso, deixou Roma melhor organizada do que nunca, melhor policiada, e o povo educado nos seus deveres religiosos, disciplinado e honesto, o que era um resultado apreciável se pensarmos na origem da maioria dos com-panheiros de Rómulo.

O sucessor de Numa foi um ÿlatinoŸ, Tullus Hostilius, um rei guerreiro. Roma prosperara para além de todas as expecta-tivas, e as outras cidades do Lácio começaram a invejá-la. Sem lhes dar tempo a que se organizassem entre si, Tullus Hostilius decidiu empregar os grandes meios e declarou guerra à cidade olhada como a capital do Lácio, Alba-a-Grande. Todavia, não foi uma batalha em campo aberto que decidiu a sorte da guerra: foram escolhidos três campeões de cada lado, sendo os de Alba três irmãos, os Coriácios; os de Roma, outros três irmãos, os Horácios, igualmente vigorosos e destemidos. Os dois exércitos organizaram-se em posição de batalha, frente a frente na pla-nície, e entre eles os seis combatentes, que se envolveram em luta renhida. Ao primeiro choque dois dos romanos caíram, e do exército de Alba saíram brados de vitória; parecia-lhes que,

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a um contra três, o campeão de Roma já não tinha hipótese de vencer. Mas Horácio reparara que dois Coriácios estavam feridos e fingiu que fugia, provocando os gritos de cólera dos seus compatriotas. Os Coriácios lançaram-se em perseguição dele, mas como as forças já não eram iguais entre si, corriam a velocidades diferentes. Quando os viu afastados um do outro, Horácio virou-se bruscamente, esperou a pé firme o primeiro inimigo e com uma estocada deitou-o por terra; já o segundo albano chegava junto dele, sem fôlego, fatigado por causa do ferimento, e Horácio não teve qualquer dificuldade em lhe dar a morte. Quanto ao terceiro, estava já meio morto quando Horá-cio o alcançou e pôs fim ao seu sofrimento.

A cada inimigo que caía o exército romano lançava gritos de alegria; e quando Horácio se levantou, único sobrevivente e vence-dor, houve um brado triunfal, a que respondiam os gemidos dos albanos.

Tullus Hostilius aplicou sem brandura a lei de guerra: Alba vencida foi arrasada, os seus habitantes transportados para Roma e instalados junto do Aventino. A cidade de Alba, donde saíra o sangue romano, foi riscada da superfície do Lácio.

Roma tornara-se uma cidade bastante grande, cujo poder sus-citava a cobiça. Foi o motivo por que um dia se viu chegar, no reinado de Ancus Martius, (que sucedera a Tullus Hostilius), uma personagem singular a quem se metera na cabeça vir a ser rei de Roma. Era meio etrusco, filho de um grego imigrado em Tarquí-nia, a grande e rica cidade vizinha de Roma, e de uma mulher etrusca, e não teve qualquer dificuldade em se fazer eleger. Com esta personagem, que dava pelo nome de Lúcio Tarquínio, eram o exotismo, o luxo, a riqueza que entravam em Roma; eram tam-bém costumes políticos novos: mais do que nunca, o rei era por

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excelência o protector dos humildes, dos artesãos, dos pequenos negociantes que tinham actividade em Roma.

Como todos os etruscos, Tarquínio conhecia a importân-cia das relações comerciais; com ele, Roma alargou ainda mais os seus horizontes; foi durante o seu reinado que a influência etrusca começou a ser mais visível, afluindo à cidade os produtos da indústria grega, em especial os vasos pintados que as oficinas de Corinto e de Atenas espalhavam então por todo o mundo mediterrânico. Foi também no seu reinado que teve início a realização de um verdadeiro plano de urbanismo; acabavam os tempos dos pastores e das cabanas, começavam a ser construídas casas de pedra, pavimentavam-se as praças, construíam-se tem-plos. Os artesãos enriqueciam e viam aumentar a sua importân-cia política ao ponto de provocarem a inveja dos senadores, cuja fortuna assentava nos seus domínios agrícolas e viam com maus olhos formar-se uma classe abastada. Assim, não espanta que o rei Tarquínio depressa tenha sido assassinado pelos ÿconservadoresŸ latinos, que lhe censuravam o facto de ser etrusco, quer dizer, estrangeiro.

Tanaquil, a mulher de Tarquínio, conseguiu impor como rei o jovem Servius Tullius, um escravo que os deuses haviam designado para essa alta honraria. E Servius Tullius, bem aceite pelo povo, continuou a obra daquele que fora seu pai adoptivo. Foi ele o primeiro a mandar rodear a cidade de uma muralha defensiva. Desenhou uma vasta cintura seguindo o modelo das cidades etrus-cas, e Roma, a partir daí, protegida por fortificações em pedra de cantaria, podia desafiar qualquer inimigo e servir de asilo aos cam-poneses da grande planície. Esta muralha era tão grande que fixou os limites de Roma até ao fim da República; várias vezes reparada, ainda defendeu a cidade no tempo das guerras civis.

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Roma ficou ainda a dever a Servius Tullius grandes reformas políticas. Até ao seu reinado os cidadãos eram recenseados em ÿcúriasŸ, que eram uma espécie de paróquias, e a assembleia do povo reunia-se nestas circunscrições. Era o domicílio que deter-minava a cúria na qual se estava inscrito. Servius Tullius pensou que era mais apropriado dividir os cidadãos em classes, segundo a sua fortuna. O sistema das cúrias só poderia ser admissível entre cidadãos praticamente iguais. Mas o desenvolvimento de Roma, o progresso do comércio e da indústria tinha provocado grandes desigualdades; e parecia justo dar uma parte maior de responsabili-dades políticas àqueles cuja actividade e riqueza mais contribuíam para o bem do Estado. As ÿprimeiras classesŸ, que reuniam os cida-dãos mais ricos, eram também aquelas cujos votos mais contavam nos dias de eleição e na votação de leis. Roma tornou-se um estado ÿplutocráticoŸ, e assim permaneceu para sempre.

Servius foi assassinado como fora Lúcio Tarquínio, e foi outro Tarquínio, que viria a ter por cognome ÿo SoberboŸ (por causa do seu orgulho), que o substituiu. Mas Tarquínio, o Soberbo, foi o último rei de Roma, porque um escândalo acabou com o regime. Aparentemente, tratou-se de um caso sem importância: os jovens romanos estavam no exército, e entre eles Sextus Tarquínio, um dos filhos do rei, e o sobrinho deste, Lúcio Tarquínio Colatino. Nas suas tendas, os jovens gabavam os atributos das respectivas mulheres; estalou uma desavença entre eles e, para pôr cobro à discussão decidiram ir ver o que faziam as damas, que se encontra-vam sozinhas em casa. Montaram a cavalo, a galope até à cidade. E ali presenciaram a mulher de Sextus Tarquínio em grandes libe-ralidades com os amigos, comendo e bebendo sem freio.

Lucrécia, mulher de Tarquínio Colatino, ao invés, estava ocu-pada a fiar, entre as suas servas.

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Vexado por ver assim desmentidas as suas gabarolices, Sex-tus Tarquíno quis, apesar de tudo, ter a última palavra; e no dia seguinte voltou a casa de Lucrécia, que o recebeu amavelmente e lhe concedeu hospitalidade. Depois, quando toda a gente dormia, Tarquínio penetrou no quarto dela e ali, apesar da resistência da mulher, desonrou-a e pôs-se em fuga. De manhã, Lucrécia man-dou chamar o marido e o pai, contou-lhes entre lágrimas a sua desgraça e, tirando um punhal de dentro das vestes, cravou-o no coração. Reuniu-se o Senado para tomar conhecimento da infâ-mia do jovem príncipe. Tarquínio Colatino regressou ao exército e provocou uma rebelião.

O povo fechou as portas da cidade. Perseguido pelos soldados e pelos cidadãos, o rei Tarquínio teve de fugir pedindo asilo a um dos seus compatriotas, o rei etrusco de Chiusi.

Foi este o fim da realeza em Roma: o ano de 509 antes de Cristo teve pela última vez, antes da instituição do Império quatro séculos e meio mais tarde, um soberano.

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1. A Aldeia dos Primeiros Tempos . . . . . . . . . . . . . . 7

2. O Tempo dos Reis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

3. Conquistas e Angústias . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

4. ¤ Descoberta do Sul . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

5. O Duelo com Cartago . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

6. Os Horizontes sem Medida . . . . . . . . . . . . . . . . 51

7. O Tempo da Cólera . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

8. O Fim de um Mundo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69

9. O Nascimento do Império . . . . . . . . . . . . . . . . 79

10. A Roma dos Césares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89

11. A Morte de um Império . . . . . . . . . . . . . . . . . 103

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