história · o grande erro do tratado de versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento...

32
www.acasadoconcurseiro.com.br História Segunda Guerra Mundial Professor Thiago Scott

Upload: nguyenhanh

Post on 04-Dec-2018

221 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

www.acasadoconcurseiro.com.br

História

Segunda Guerra Mundial

Professor Thiago Scott

Page 2: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial
Page 3: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

www.acasadoconcurseiro.com.br 3

História

O NAZIFASCISMO e a II GUERRA MUNDIAL

Ao terminar a I Grande Guerra (1914-1918), a reorganização geopolítica do planeta passou por vários acordos, que foram representados no documento maior que foi o Tratado de Versalhes, orientado por cinco pontos básicos:

1. Enquanto os países capitalistas se destruíam, a Rússia desenvolvia a primeira experiência socialista. Os Bolcheviques, liderados por Lênin, tomam o poder , iniciando uma rápida ca-minhada para a formação da URSS;

2. Para que tudo voltasse para o lugar, era necessário controlar a Alemanha que, sozinha, quase ganhou a guerra contra a Tríplice Entente (a Alemanha além de perder os territórios conquistados na Guerra Franco-prussiana, ficou proibida de formação de efetivos militares consistentes, limitando seu exército em 100 mil homens, além de ter parte de seu território ocidental ocupado pelos exércitos da Tríplice Entente);

3. Com uma forte participação norte-americana, o direito à autodeterminação forma uma sé-rie de Estados-nação que na década de 1990, transformaram a velha Europa em palco de grandes conflitos, diretos e indiretos, como a guerra da Iugoslávia, o separatismo da Eslo-váquia, a secessão dos países bálticos (Letônia, Estônia e Lituânia) da ex-URSS, o conflito na Transilvânia entre romenos e húngaros, etc ;

4. Reordenação das antigas rivalidades dos países vencedores que foram temporariamente suspensos em função da formação de um inimigo comum, a Alemanha

5. Tentativa, quase desesperada, da construção de um acordo de paz definitivo que impossi-bilitasse o início de um novo conflito mundial.

O próprio teor dos pontos acima demonstram que a guerra não atingiu seus objetivos , dando ao entre guerras o caráter bélico que, em 1939, levou à II Grande Guerra, na qual a Alemanha, a Itália e o Japão foram os agressores e os dois últimos com um apetite muito maior que seu poderio de fato, o que levou o Japão a acreditar que merecia uma fatia muito maior no oriente do que havia recebido no final da I Grande Guerra.

A política do apaziguamento do entre guerras tenta negociar um padrão europeu mais durável para evitar um novo conflito mundial. Porém, fazer acordo com Hitler era praticamente impos-sível em função da grande irracionalidade do regime nazista, o que certamente empurrou o mundo para a II Grande Guerra.

Todavia, a conexão entre as duas grandes guerras ficaria comprometida se algumas palavras não fossem escritas a respeito do período entre guerras, o maior abismo econômico da histó-ria do capitalismo que atingiu todos que, no mundo, desenvolviam transações impessoais de mercado e que, pela primeira vez prometia não levar alguns anéis, mas sim cortar os dedos da maioria. É importante não esquecer que iniciaremos a análise de um período que comprome-teu a reprodução do capitalismo enquanto modo de produção.

Page 4: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

www.acasadoconcurseiro.com.br4

As causas da grande crise mundial poderiam assim ser colocadas:

• O protecionismo desenvolvido por parte dos países capitalistas

• Queda dos preços dos produtos primários

• Fluxo de capital internacional, geralmente com pagamento de curto prazo

• Crise de superprodução nos Estados Unidos

A partir de 1929 a produção norte-americana caiu 35 % e o desemprego entre 1932-33 atingiu os seguintes números: 23 % na Grã-Bretanha, 24 % na Suécia, 27 % nos EUA, 29 % na Áustria e 44 % na Alemanha. A queda do comercio mundial entre 1929 e 32 foi de 60 % o que destruiu em , pelo menos, meio século as idéias do liberalismo, obrigando os governos ocidentais a prio-rizarem as questões sociais em detrimento das econômicas, levando, inclusive, a uma grande intervenção agrícola, com compra de excedentes ou até mesmo, como foi nos Estados Unidos, pagando aos agricultores para não produzirem.

Não se pode, todavia, esquecer a realidade da URSS, que entre 1929 e 1940, triplicou sua pro-dução e viveu quase o pleno emprego.

Mas, por que a economia capitalista não funcionou no período entre guerras ?

1. A grande dependência econômica criada pelos EUA como maiores importadores e exporta-dores do mundo;

2. A destruição da economia da Alemanha, principalmente com Versalhes, que determinou uma dívida impagável de 33 bilhões de dólares, pagamento que só foi suspenso em 1932;

3. Dependência econômica da Europa frente ao capital americano;

4. Crescente desequilíbrio na economia mundial;

5. Falta de demanda para uma expansão duradoura;

Como tábua de salvação, apresentavam-se na Europa, e fora dela, o comunismo marxista, o casamento da moderada social-democracia não comunista e o fascismo.

De comum, a retirada do liberalismo. Se em 1920 havia mais ou menos 35 países com governos democráticos, em 1945 esse número caiu para 12, queda esta que deve responsabilizar exclu-sivamente a direita . “Tudo tendia a fortalecer os militares, pois esses eram os principais balu-artes contra a subversão", como afirma Hobsbawm. A internacionalização econômica fortalecia os movimentos nacionalistas, dividindo a direita em algumas correntes diferentes:

Conservadores anacrônicos - Não tendo um plano de governo definido usavam o nacionalismo e o anticomunismo como inimigos, dotando assim seus governos de uma grande irracionalida-de. (Polônia, Sérvia e Espanha).

• Estadismo orgânico: Também conhecido como democracia orgânica, esta corrente marca-va-se por uma grande nostalgia de uma sociedade estamental, como no Feudalismo, em que cada classe tem o seu papel e existe uma dependência mútua, revivendo o corporati-vismo. (Portugal e Áustria)

Page 5: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

História – Segunda Guerra Mundial – Prof. Thiago Scott

www.acasadoconcurseiro.com.br 5

• Os fascistas: Exigindo uma mobilidade de massas de baixo para cima, os fascistas apresenta-vam algumas características marcantes tal como o anticomunismo, o anticapitalismo, o anti-parlamentarismo, o corporativismo, uma forte intervenção do estado na economia, o irracio-nalismo e o racismo, que a princípio desenvolveu o anti-semitismo na Alemanha e, a partir de 1938, também esteve presente na Itália. (Alemanha, Itália, Hungria, Romênia e outros)

Antiliberal, condenavam o Iluminismo, trazendo assim a simpatia da igreja católica e denuncia-vam a emancipação liberal das mulheres. Tendo como base de legitimidade o apoio das massas e ideologias que fabricavam um passado perfeito que nunca existiu, os fascistas combatiam as massas organizadas principalmente a partir das guerras , conseguindo desta maneira reforçar o conservadorismo de vários segmentos sociais. O medo dos grandes movimentos migratórios, internos e externos, o esmagamento promovido pelas grandes empresas e a crise econômica aproximava as camadas médias e médias baixas ao fascismo. Estudantes (13 % dos fascistas da Itália antes de 1921) e ex-soldados (57% dos primeiros fascistas italianos).

Alimentavam o anticomunismo como carro chefe, responsável pela ameaça à ordem social.

"As condições ideais para o triunfo da ultradireita alucinada eram um estado velho, com seus mecanismos dirigentes não mais funcionando; uma massa de cidadãos desencantados, desorien-tados e descontentes, não mais sabendo a quem ser leais; fortes movimentos socialistas amea-çando ou parecendo ameaçar com a revolução social, mas não de fato em condições de realizá-la; e uma inclinação do ressentimento nacionalista contra os tratados de paz de 1918-20.”

O apoio do grande capital ao nazi-fascismo não veio no início nem tão pouco foi incondicio-nal, entretanto no momento em que a grande depressão ameaçou a reprodução capitalista, esse casamento é facilmente identificado. Pelo fato de eliminar a revolução social de esquerda, controlar sindicatos e outros limitadores dos empresários e favorecer a concentração de renda (enquanto nos Estados Unidos os 5 % mais ricos entre 1929-41 a fatia da renda nacional caiu 20 % , na Alemanha os mesmos 5 % ganharam 15 % da renda no esmo período) o nazismo, em especial, recebeu uma generosa benevolência do grande capital.

Na América Latina houve a influência aberta e reconhecida desta corrente da extrema direita. Não citar Jorge Eliezer da Colômbia, Juan Domingo Peron da Argentina e Getúlio Vargas seria uma grande injustiça. O Fascismo contribuiu para a unidade contrária quando combate todos (liberais, comunistas, socialistas e outros regimes democráticos), o que o responsabiliza, sem dúvida pelo início da Segunda Grande Guerra.

Desta forma, a Era das Catástrofes marcou profundamente a história da Europa e de boa parte do mundo globalizado. Muitas vezes nos pegamos frente à miséria humana de nosso cotidiano, onde verdadeiros farrapos humanos tentam sobreviver pelas ruas de nossas cidades e isto nos tira a sensibilidade de quantificar como esse período foi arrasador e transformador principal-mente para o ocidente. Com tantas catástrofes brasileiras não sei se seria tão importante evi-denciar mais esta. Mas já o fizemos.

Page 6: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

www.acasadoconcurseiro.com.br6

SEGUNDA GUERRA MUNDIAL (1939 – 1945)

A decisão de qualquer guerra nem sempre deve ser considerada como um caso absoluto: mui-tas vezes o Estado vencido vê na sua derrota um mal transitório, a que as circunstâncias políti-cas ulteriores poderão fornecer um remédio. ( Clausewitz)

Causas Gerais

Diplomáticas

Quase todos os historiadores concordam que a causa diplomática mais profunda da Segunda Guer-ra Mundial tem sua origem no Tratado de Versalhes, assinado entre as potências vencedoras da Primeira Grande Guerra (Estados Unidos, Inglaterra, França) e as vencidas (a Alemanha e a Áustria).

A Alemanha se viu despojada da Alsácia-Lorena (que havia conquistado na guerra franco-prus-siana de 1870) e teve de ceder à Polônia uma faixa de território que lhe dava acesso ao Mar Báltico (o chamado corredor polonês). A cidade alemã de Danzig passaria ao controle da Liga das Nações e o território do Sarre, rico em carvão foi cedido por um período de 15 anos à Fran-ça. Também foi vedado à Alemanha possuir um exército superior a 100 mil homens exigiu-se a desmilitarização da Renânia (região fronteiriça com a França), assim como o desmantelamento das fortificações situadas a 50 km do rio Reno. Viu-se compelida a entregar todos os navios mercantes cuja tonelagem ultrapassasse a 1.600 toneladas e ceder gado, carvão, locomotivas, vagões, cabos submarinos, etc. A quantidade da sua dívida com os aliados foi fixada na Confe-rência de Bologna (21 de junho de 1920) em 269 bilhões de marcos-ouro a serem pagas em 42 anualidades. Não poderia desenvolver pesquisas bélicas, possuir submarinos ou realizar proje-tos militares (aviões, canhões, etc.).

O Império Austro-Húngaro foi desmembrado pelo tratado de Paz de Saint Germain-en-Laye, onde teve que entregar o Tirol do Sul para a Itália, reconhecer a Independência da Hungria, Tchecoslováquia, Polônia e Iugoslávia, além de lhe ser vedada a união com a Alemanha. A Áus-tria foi proibida de possuir um exército superior a 30 mil homens.

Estas sanções aplicadas pelos vencedores tornaram-se fonte de amargos rancores, que facil-mente foram explorados pela extrema direita nacionalista (nazistas e capacetes-de-aço, que co-meçam a proliferar na Alemanha em 1919). O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial. Com seus 65 milhões de habitantes e sua tradição militar, a Alemanha fatalmente viria reivindicar o seu lugar no rol das potências européias. Os diplomatas burgue-ses se esqueceram da lição do Congresso de Viena (1815), quando os vencedores de Napoleão procuraram não humilhar a França, a nação mais povoada da Europa Ocidental naquela época.

Esta contradição entre potencial demográfico e industrial e o não reconhecimento diplomático de um status privilegiado para a Alemanha, terminaram por fazer com que a ascensão de Hitler fosse possível.

Page 7: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

História – Segunda Guerra Mundial – Prof. Thiago Scott

www.acasadoconcurseiro.com.br 7

Os aliados ocidentais, principalmente a França, ao estimularem o surgimento de novos Estados Nacionais na Europa Centro-Oriental, visavam substituir a Rússia como um fator de dissuasão para qualquer tentativa alemã de agressão. A Tchecoslováquia e a Polônia assinaram tratados de defesa mútua com a França e com a Inglaterra. Esperava-se que estes dois países obrigassem os alemães a lutar em duas frentes – como ocorreu durante a Primeira Guerra Mundial – caso tentassem repetir o erro de 1914. A França por sua vez, iniciou a construção da “Linha Maginot” um complexo sistema defensivo que partia da fronteira suíça até a um complexo sistema defensivo que partia da fronteira suíça até a da Bélgica. Desta forma, esperava evitar um ataque de surpresa por parte de seu podero-so vizinho. No entanto os efeitos morais e psicológicos desta atitude tiraram-lhe qualquer alternati-va ofensiva, limitando-se a ter que agir caso os alemães o fizessem primeiro.

A Inglaterra, no período entre guerras, tornou-se cada vez mais apaziguadora, segura por ser uma ilha e possuir a mais poderosa frota naval do mundo dando-lhe proteção suficiente caso houvesse um novo conflito.

Os Estados Unidos voltaram nos anos 1920 a adotar a política do isolacionismo, não querendo envolver-se nas querelas dos países europeus. Estas ambigüidades e atitudes defensistas se-riam habilmente exploradas por Hitler na década de 1930.

Econômicas

A crise econômica que se abateu sobre o sistema capitalista mundial a partir de 1929 é o fator mais poderoso para que um novo arranjo do poder em escala mundial seja pleiteado. A crise levou os países capitalistas a tomarem medidas protecionistas visando salvar os mercados internos das importações estrangeiras, ocorrendo uma verdadeira guerra tarifária. A produção mundial reduziu-se em 40%, sendo que a diminuição do ferro atingiu a 60%, a do aço 58%, a do petróleo 13% e a do carvão 29%. O desemprego grassou nos principais países industrializados, 11 milhões nos Estados Unidos, 6 milhões na Alemanha, 2 milhões e meio da Inglaterra e um número um pouco superior na França.

Como a economia já estava suficientemente internacionalizada (com exceção da URSS que se lançava nos Planos Qüinqüenais) todos os continentes foram atingidos, aumentando ainda mais a miséria e o desemprego. A América Latina, por exemplo, teve que reduzir em 40% suas importações e sofreu uma queda de 17% em suas exportações. É nesse contexto caótico que a Alemanha no Ocidente e o Japão no Oriente vão tentar explorar o debilitamento de seus rivais. Uma nova luta por mercados e novas fontes de matérias-primas levaria o mundo à Segunda Guerra Mundial.

Políticas

A conjuntura externa caótica e a situação interna de desespero conduzem Hitler ao poder na Alemanha em 1933. Atuando implacavelmente, em menos de um ano sufocou todos os movimentos oposicionistas (social-democratas, comunistas e liberais) dando início à “Revolução Nacional-socialista” que tinha como objetivo fazer a Alemanha retornar ao grau de potência européia. Naturalmente que para tal era necessário romper com o Tratado de Versalhes, pois este impedia a conquista do “espaço vital”, como o rearmamento. Atenuava-se o desemprego e atendia-se necessidades da poderosa burguesia financeira e industrial da Alemanha. Para evitar a má vontade das potências ocidentais, Hitler coloca-se como campeão do anticomunismo a nível

Page 8: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

www.acasadoconcurseiro.com.br8

mundial, assinando com o Japão (novembro de 1936) e com a Itália (janeiro de 1937) o Pacto Anti-Komintern – cujo fim é ampliar o isolamento da URSS e, quando for possível, atacá-la.

O Japão, que igualmente passa por convulsões internas graves, dá início em 1931, a uma política externa agressiva, explorando o enfraquecimento dos impérios coloniais europeus que se mostravam impotentes para superar a crise econômica. Em 1937, após ter ocupado a rica região da Manchúria, invadiu o resto do território chinês, dando início ao longo conflito na Ásia. Seu expansionismo vai terminar por chocar-se com os interesses norte-americanos na Ásia (Filipinas) e levar à guerra contra os Estados Unidos.

1ª Fase da Ofensiva Nazifascista (1939 – 1941):

Em setembro de 1939, as tropas alemãs cruzaram a fronteira polonesa e marcharam em direção a Varsóvia, a primeira capital européia a conhecer as agruras do bombardeio aéreo. Apesar dos esforços, os poloneses não tinham condições de deter a poderosa máquina militar germânica. Pela primeira vez foi utilizada em larga escala a estratégia do blitzkrieg – guerra relâmpago – maciças operações com divisões blindadas que atuam como pinças, encurralando o inimigo, isolando-o em bolsões, para posteriormente levá-los ao esmagamento ou à rendição.

A Inglaterra e a França enviaram ultimatos, exigindo a retirada imediata das forças alemãs do território polonês – dando-lhes um prazo de vinte quatro horas – findo os quais automaticamente se declarariam em guerra com a Alemanha. A 3 de setembro, chegaram à Chancelaria alemã as declarações de guerra. A Polônia resistiu por pouco mais de um mês, terminando por render-se incondicionalmente.

Qual a razão da Inglaterra e principalmente a França, não terem aproveitado o momento em que o grosso das forças alemãs atuava na Polônia e iniciarem uma ofensiva pelas desguardadas fronteiras ocidentais? De certa forma, a Primeira Guerra Mundial condicionou os aliados ocidentais a acreditarem que a Segunda seria semelhante. Isto é, os alemães atacavam, os franceses se defendiam e finalmente levariam o inimigo ao esgotamento. Nem a França nem a Inglaterra estavam preparadas para a nova dinâmica da guerra, que ao contrário da Primeira, se caracterizava por sua extraordinária mobilidade, propiciada pelo desenvolvimento dos blindados e da aviação de bombardeio. Durante nove meses as tropas anglo-francesas esperaram o ataque alemão, dando um tempo precioso para que Hitler não só liquidasse com a Polônia como ocupasse mais 500 mil km² antes de voltar suas forças contra eles.

Em abril de 1940 as divisões alemãs ocuparam a Dinamarca (praticamente sem resistência) e a No-ruega – onde conseguiram expulsar um corpo expedicionário anglo-francês em Narvik. A ocupação do Frente Norte deveu-se a necessidade de evitar uma ofensiva inglesa pelo Báltico, como também preservar o abastecimento de matérias-primas estratégicas vindas da Suécia. Em maio de 1940, os Países Baixos foram atacados. A Holanda foi invadida no dia 15 e a Bélgica treze dias depois.

Até então os nazistas haviam enfrentado países pequenos e de poucos recursos humanos e ma-teriais, quase sem tradição militar. Esperava-se que a França fosse resistir com mais eficiência, pois contava igualmente com a colaboração de um corpo expedicionário britânico. Vis a vis, os exércitos franceses tinham um número equivalente em homens, tanques e aviação, além de terem sido vitoriosos em 1914/18. No entanto, a catástrofe francesa foi ainda maior pelo ines-perado arrojo das tropas alemãs.

Page 9: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

História – Segunda Guerra Mundial – Prof. Thiago Scott

www.acasadoconcurseiro.com.br 9

Os franceses haviam concentrado suas mais eficientes tropas na fronteira com a Bélgica, pois fora dali que os alemães iniciaram a invasão em 1914. Estavam confiantes na segurança que a Linha Maginot lhes dava e se preocuparam com a região das Ardenas, ocupadas por florestas e extremamente acidentada. Por via das dúvidas colocaram à saída da floresta, um dos seus me-nos capazes exércitos, o 9º. Foi exatamente nessa região que se deu o golpe de força alemão di-vidindo o exército francês em dois, fazendo com que o flanco esquerdo se retirasse juntamente com o corpo expedicionário britânico para a costa do Atlântico. O pânico estabeleceu-se na retaguarda francesa. Milhares de refugiados entupiam as estradas e impediam o deslocamen-to de tropas necessárias para tapar as brechas. A estrada para Paris abriu-se para os alemães. Enquanto isso, mais de seiscentos mil homens estavam sitiados na Linha Maginot, assistindo impotentes o desastre militar e político de seu país. O exército francês pulverizou-se em menos de três semanas, surpreendendo inclusive os alemães. As tropas nazistas desfilaram por Paris em 14 de junho e cinco dias depois alcançaram a costa atlântica.

No dia 22 de junho ocorreu o armistício de Compiègne, onde a França se rendeu. O país foi dividi-do em duas zonas, uma ocupada pelos alemães, outra pelo governo colaboracionista do Marechal Petain. O espírito derrotista contaminou o país, fazendo com que somente o General De Gaulle pre-gasse a necessidade da continuação da luta. As restantes tropas anglo-francesas conseguiram evitar a destruição completa graças à evacuação de Dunquerque. Apesar da catástrofe francesa, a Inglater-ra, agora sob a liderança de Wilson Churchill prometeu continuar na guerra até a vitória final.

O famoso teórico da guerra, Clausewitz, já alertava sobre as dificuldades de se conquistar a Rús-sia. Sua vastidão, as poucas estradas e a determinação de lutar de seu povo forçavam o invasor a um assombroso desgaste. Num capítulo especial sobre os efeitos das marchas prolongadas, mostra como essas diminuem o potencial combativo de um exército. Ao penetrarem cada vez mais no solo russo, as forças alemãs começaram a sentir os efeitos destes fatores. Agora não se tratava de conquistar pequenos países da Europa Ocidental e sim uma região que só em sua área européia, tinha mais de 5 milhões de km², duas vezes e meio superior a da Europa Ociden-tal. As linhas invasoras, ao se estenderem por mais de mil km, dificultavam o abastecimento e municiamento, assim como as tornavam vulneráveis ao ataque de guerrilheiros na retaguarda.

Sendo o exército alemão essencialmente motorizado, havia necessidade constante de combus-tível e reposição de peças para torná-lo eficiente. A resistência soviética aumentava de intensi-dade conforme os alemães se aproximavam de Moscou.

O inverno de 1941 foi assaz precoce. O General Guderiam notou as primeiras nevascas na pri-meira quinzena de outubro. As estradas ficaram enlameadas diminuindo cada vez mais a capa-cidade de manobra das divisões panzer. Mesmo assim os alemães atingiram a periferia da ca-pital soviética em novembro de 1941. A temperatura baixou terrivelmente, entre 20 e 25 graus abaixo de zero. Como esperavam o término da guerra para antes do inverno, foram surpreen-didos sem vestuário apropriado. Hitler ordenou que os exércitos aguardassem a passagem do inverno em suas posições de assalto. A capital seria conquistada na primavera de 1942. É neste momento que, com auxílio de tropas siberianas, o Marechal Zukov inicia o contra-ataque na região de Moscou, surpreendendo os alemães, afastando-os em definitivo.

O pânico das tropas contaminou todo alto-comando, fazendo com que Hitler afastasse uma série de generais e assumisse o controle direto da guerra. A ordem era resistir em suas posi-ções. Percebeu que uma retirada em pleno inverno, como muitos generais desejavam, poderia se transformar numa catástrofe de enormes proporções, desmoralizando definitivamente suas tropas. Segundo alguns, esta foi uma das poucas ordens sensatas de Hitler.

Page 10: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

www.acasadoconcurseiro.com.br10

Na primavera verão de 1942, os alemães retomaram a ofensiva nas regiões do sul da Rússia. Toda a área do Mar Negro foi conquistada, incluindo o Cáucaso. Foi o “verão negro” da his-tória do Exército Soviético. No entanto, era visível que os russos preparavam-se cada vez me-lhor para enfrentar os cercos dos blindados alemães. Tropas aguerridas estavam se forjando no transcorrer das batalhas. Apesar das enormes perdas, os soviéticos passaram a ser abastecidos com um equipamento mais farto e de melhor qualidade, destacando-se o tanque T-34 e os morteiros-foguetes katyushas.

Até os finais de 1941 caíram sobre o controle alemão 40% da população soviética, 41% de suas estradas de ferro, 38% do gado, 58% das siderurgias de aço, 60% do alumínio, 84% do açúcar, 38% dos campos cerealísticos, 63% do carbono e 60% do ferro. Apesar dessas conquistas nunca as baixas alemãs tinham sido posto fora de combate: 202.251 mortos, 725.642 feridos e 46.511 desaparecidos, perfazendo até fevereiro de 1942, 31% do total da força invasora.

Nos últimos anos da década de 1930, conforme a negra nuvem da guerra se alastrava pela Eu-ropa, os soviéticos passaram a construir suas fábricas de forma a serem facilmente desmontá-veis e conduzidas às regiões fora do alcance da aviação invasora.

Quando os alemães atravessaram a fronteira da URSS em junho de 1941, deu-se início a remo-ção. Nos Montes Urais foram instaladas 455 indústrias, 210 na Sibéria e 250 na Ásia Central, num total de 1.360. Isso no entanto não evitou que mais de 1.700 cidades fossem destruídas como também 70 mil aldeias, desabrigando mais de 25 milhões de habitantes. 31.850 fábricas foram destruídas, 65 mil km de estradas de ferro totalmente inutilizadas, perecendo ainda 71 milhões de cabeças de gado variado. A mobilização da população propiciou às forças armadas de 11.556.000 soldados, dos quais 6.352.000 entraram em combate.

Catastróficas foram as perdas civis e militares. Apesar dos dados serem aproximativos, se calcula ao redor dos 25 milhões de mortos (provocados pelo combate direto contra o inimigo, assim como pela fome, frio e epidemias). Das despesas totais para o esforço de guerra, calcula-se que a partir de 1942 60% da receita estatal foi destinada aos produtos bélicos. A produção de aviões atingiu a 3 mil unidades por mês a partir de 1943 e a de blindados, 2 mil/mês.

Stalin, no final do conflito, afirmou que seu país havia construído 100 mil blindados e 120 mil aviões. Considerável igualmente foi a ajuda prestada pelos Estados Unidos e Grã-Bretanha: segundo o General Deane, os aliados ocidentais enviaram para a URSS mil caminhões, 13 mil veículos de guerra, 2 mil veículos para canhões e 35 mil motocicletas; milhões e 670 mil toneladas de produtos de petróleo; milhões e 478 mil toneladas de víveres e equipamento ferroviário.

O auge do abastecimento, que se fez em sua maior parte pelo porto popular de Murmansk, ocorreu entre os anos de 1943 e 1944, contribuindo enormemente para a contra-ofensiva geral que levou os alemães à derrota.

Como conseqüência lógica da política racista, os nazistas trataram com métodos bárbaros e cruéis as populações do Leste Europeu. Suas vítimas principais foram os poloneses e russos vistos como untermenschen (seres inferiores). De acordo com os princípios ideológicos de Mein Kampf, diz Crouzer, “tratava-se de criar para algumas nações que disto fossem dignas, zonas vitais formadas dum certo número de grandes espaços (grossraum), política e economicamente autônomos, ligados por acordos bilaterais”. O centro seria formado pela Alemanha que seria a única a ser provida de parques industriais. Na periferia, estariam as nações camponesas – Baurwall, ou muro de camponeses, colonizada por alemães (Führungsvolk) tendo como servos os eslavos.

Page 11: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

História – Segunda Guerra Mundial – Prof. Thiago Scott

www.acasadoconcurseiro.com.br 11

Reduzir as populações do Leste ao estado absoluto de vassalagem foi a política dos conquis-tadores. Foram constituídas tropas especiais de extermínio e eliminação de marxistas, franco--maçons, democrata-burgueses, sindicalistas, comissários políticos e principalmente judeus. As regiões do Leste foram administradas pelos comissários do Reich (Reich-komissaer) com autori-dade de vida e morte sobre as populações subjugadas. Seus objetivos eram claros:

(...) Eu não vim aqui para espalhar a felicidade, vim para ajudar o Führer. Não estamos aqui para trazer o amanhã, mas para criar as bases de vitória. Somos uma raça de senhores que deve se lembrar sempre que o mais humilde trabalhador alemão tem social e biologicamente mil vezes mais valor que a população daqui. (Erich Koch)

Assim, as escolas e universidades foram suprimidas, permitindo-se apenas o nível mínimo de escolarização. Professores e intelectuais foram fuzilados em massa.

Este imenso império de terror era controlado pelo Reichsführer SS – Himmler que supervisio-nava pessoalmente a ação dos Einsatzuommandos, especializados no genocídio. Para tanto, fo-ram construídos campos de concentração que passaram a eliminar pelo gás milhões de vítimas. Em Auschwitz, tornou-se possível gasear um lote de 2 mil pessoas em meia-hora e repetir a operação 4 vezes por dia. As mais bárbaras e atrozes experiências foram feitas com os prisionei-ros em melhores condições, tornando-se tristemente célebre o Doutor Mengele.

A rede de campos era composta por 15 de grande porte (Dachau, Neungamme, Mathausen, Ravesbruck, Chelmo, Treblinka, Sobibor, Maidaneck, Belzec, Belsen, Auschwitz, Theresinstadt) e 900 menores, estando em sua maior parte situados em terras polonesas. Acredita-se que pereceram nos campos de extermínio, mais de 10 milhões de pessoas das quais 60% eram de origem judaica.

Conforme as necessidades da guerra aumentavam, as SS foram encarregadas, juntamente com a Gestapo, de obterem mão-de-obra para a indústria alemã. Inicialmente solicitou-se o traba-lho voluntário, mas a partir de 1942 instituiu-se o trabalho forçado adotando-se o seqüestro como uma maneira usual. Mais de 3 milhões de operários de ambos os sexos foram trabalhar para o Reich, conduzidos como gado em enormes comboios ferroviários.

Pode-se dizer que Hitler ressuscitou a velha política colonialista praticada pelos europeus na Ásia e na África, ao coloniza internamente a sociedade alemã e do Leste europeu.

A Batalha de Stalingrado (1941 – 1944)

Stalingrado, cidade situada na margem direita do rio Volga, era um importante entroncamento fluvial e ferroviário que ligava as regiões minerais e petrolíferas do Cáucaso à área de Moscou. Hitler decidiu lançar o peso de sua ofensiva sobre esta cidade não só por motivos estratégicos, mas também políticos. Acreditava que provocaria um profundo abalo moral nas forças inimigas caso conquistasse rapidamente a cidade. As divisões alemãs que atuavam na Rússia foram ampliadas de 184 em junho de 1942 para 193 em agosto/setembro do mesmo ano. Assim reforçados, deram início a ofensiva sobre essa cidade. A 17 de julho, o VI Exército sob o comando do General Von Paulus teve ordem de dar início à mobilização que visava a ocupação de Stalingrado.

Page 12: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

www.acasadoconcurseiro.com.br12

Em setembro, a luta se estendeu para seu interior e sua queda foi eminente. Hitler, eufórico, chegou a anunciar a rendição para qualquer momento. No entanto, o avanço alemão por entre as ruínas da cidade era cada vez mais moroso. O 62º Exército comandado por Chuikov resistiu a sombra de cada casa, de cada rua, de cada porão. A terrível oposição das tropas russas não evitou que os alemães se apropriassem de quase 70% da cidade.

Na outra margem do rio, os russos colocavam sua artilharia que através de sucessivas barra-gens, evitavam que o restante da cidade caísse em poder dos alemães. As perdas de ambos os lados eram imensas. O inverno se aproximava e a vitória alemã não se concretizava.

Em 19 de novembro de 1942, após silencioso preparativo, os soviéticos, sob o comando do General Zukov realizaram a contra-ofensiva. Três grandes corpos de exércitos (de Vatutin, de Rokossovsky e de Yeremenko) avançaram pelos frágeis flancos do VI Exército, terminando por cercá-lo completamente a 23 de novembro de 1942. Vinte e duas divisões de elite e mais dois exércitos romenos encontravam-se aprisionados no chamado “caldeirão” de Stalingrado. O Ge-neral Von Paulus solicitou ordens para executar uma retirada em quanto fosse tempo. Hitler, teimosamente ordenou que os alemães permanecessem nas posições conquistadas, enviando um corpo blindado (Hooth-Mainstein) para tentar romper o bloqueio.

Os russos com relativa facilidade e auxílio das baixas temperaturas conseguiram afastá-lo das cercanias da cidade. Em dezembro de 1942 os soviéticos apelaram para a rendição do VI Exérci-to, dada a inutilidade de qualquer resistência.

O natal de 1942 foi lúgubre em toda a Alemanha. O Führer tentou criar uma situação emocio-nal favorável ao espírito de resistência até o último homem. Promoveu Von Paulus a Marechal, esperando lhe dar ânimo. Dos 330 mil soldados existentes dentro do caldeirão, a metade já havia perecido nos combates, pela fome e pelo frio. As promessas de Güring, de abastecer os sitiados via aérea não se concretizaram.

Resistência soviética

Entre os dias 10 de janeiro a 2 de fevereiro de 1943, as tropas soviéticas executaram a operação final, que culminou na rendição incondicional de quase cem mil homens. Foi a maior derrota militar do Exército alemão em todos os tempos, marcando o fim da supremacia estratégica e tática da Alemanha, que definitivamente perdeu a iniciativa da guerra. Dali em diante, os sovié-ticos passariam a determinar os rumos do conflito. A Batalha de Stalingrado marcou a reviravol-ta dos destinos da guerra e o princípio do fim da Alemanha Nazista.

1941: A guerra se torna mundial

Até dezembro de 1941, podemos dizer que a Guerra era um conflito entre nações européias. Mas a partir de então vai se generalizar pelas extensas regiões da Ásia. O Japão, aliado da Ale-manha desde 1937, já estava envolvido com a China. Divididos entre as forças do Koumitang liderados por Chiang Kai-shek e do Partido Comunista de Mao Tse-Tung, os chineses tinham di-ficuldades em formar uma aliança para combater o invasor. Isso permitiu aos japoneses ocupar quase 1/6 do seu território, incluindo as populosas cidades do nordeste do país, como Pequim.

Quando a França foi invadida pelos alemães em junho de 1940, aproveitaram-se da debilidade do velho império colonial para apropriar-se de suas colônias. A Indochina francesa foi, então, ocupada.

Page 13: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

História – Segunda Guerra Mundial – Prof. Thiago Scott

www.acasadoconcurseiro.com.br 13

A expansão japonesa foi vista com temeridade pelos Estados Unidos. Roosevelt tratou de blo-quear de todas as maneiras o seu crescimento militar e econômico. Seu primeiro passo foi anu-lar os acordos comerciais que mantinha com o império do Sol Nascente. Iniciou o embargo de petróleo e de matérias-primas minerais fundamentais para a indústria de guerra japonesa, além de lhes congelar os créditos que o Japão possuía nos Estados Unidos. No campo diplomá-tico, iniciaram-se conversões para obter a evacuação dos nipônicos da China e Indochina – as quais fracassaram. O estado de guerra tornava-se latente.

Internamente, a opinião pública era favorável a manutenção do isolacionismo. Os Estados Unidos não deveriam entrar na guerra. Poderosos movimentos de direita se organizaram a favor da política do não-envolvimento. Pode-se dizer que somente Roosevelt e seus assessores sabiam que a participação americana no conflito era inevitável. A coesão nacional em torno do seu governo surgiu, quando os japoneses realizaram o surpreendente ataque à base naval de Pearl Harbour no Hawai, sede da frota americana no Pacífico. O dia 7 de dezembro colocou os Estados Unidos diretamente na Guerra. Dois dias depois, o Presidente Roosevelt leu sua mensagem de guerra à nação:

(...) O verdadeiro objetivo que buscamos situa-se muito acima e além do feio campo de batalha. Quando recorremos à força, como o fazemos agora, estamos resolvidos a que essa força seja dirigida para o bem último assim como contra o mal imediato. Nós, americanos não somos destruidores - somos construtores. Estamos agora no meio de uma guerra, não de conquistas, não de vingança, mas por um mundo no qual esta nação, e tudo quanto esta nação representa, seja preservado para os nossos filhos. Esperamos eliminar o perigo do Japão, mas isto de pouco nos servirá se, conseguindo-o, verificarmos que o resto do mundo está dominado por Hitler e Mussolini. Vamos vencer a guerra e vamos conquistar a paz que se seguirá. E nas horas escuras deste dia - e através dos negros dias que talvez ainda venham - saberemos que a vasta maioria dos membros da raça humana está do nosso lado. Muitos deles estão lutando conosco. Todos eles estão orando por nós. Pois, representando nossa causa, representamos também a deles - nossa esperança e sua esperança pela liberdade sob Deus.

A expansão japonesa – Ásia e Oceania (1941 – 1942)

O ataque a Pearl Harbour não foi uma operação isolada do Alto Comando estratégico japonês, e sim parte de uma operação mais vasta, que compreendia ataques simultâneos às colônias inglesas, holandesas e americanas. Os objetivos desta ofensiva relâmpago eram sedimentar posições defensivas para, posteriormente, travar uma guerra de desgaste com os Estados Unidos e Grã-Bretanha. Os japoneses sabiam perfeitamente do extraordinário potencial militar que os Estados Unidos poderiam mobilizar. Destruindo sua esquadra no Pacífico – num ataque surpresa – esperavam ganhar tempo para fixar-se numa área cujo raio fosse o maior possível.

Em janeiro de 1942, lançaram a operação de conquista das Filipinas (EUA), e das Índias Holandesas (Indonésia caiu sob seu controle em março de 1942). Outra força-tarefa japonesa ocupou Singapura na Malásia em fevereiro do mesmo ano. A cidade de Hong-Kong foi ocupada em dezembro, enquanto a Birmânia rendeu-se em abril. A ofensiva japonesa lhes propiciou o controle sobre 95% dos seringais produtores de látex, 90% do quinino. 70% da produção de arroz e estanho, assim como o petróleo, bauxita e cromo, todos fundamentais para sustentar a máquina de guerra. Isso dava ao Japão uma surpreendente capacidade de resistência quando os Estados Unidos iniciaram sua contra-ofensiva no segundo semestre de 1942.

Page 14: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

www.acasadoconcurseiro.com.br14

A Contraofensiva aliada (1942 – 1945)

Poucos dias após o ataque japonês, Hitler e Mussolini declararam guerra aos Estados Unidos. Desta maneira esperavam que os japoneses fizessem o mesmo em relação a URSS. No entanto, o governo japonês alegou que estava excessivamente comprometido na guerra da Ásia para poder atacar os russos pela Sibéria – seria ampliar em demasia seu raio de ação.

Enquanto isso, os Estados Unidos lançaram-se freneticamente na construção bélica para poder aparelhar suas esquadras e adestrar seus exércitos. No conjunto, foram mobilizados para servir nas Forças Armadas um total de 15.145.115 homens e mulheres (sendo que 10.420.000 no Exército, 3.883.520 na Marinha, 599.593 como fuzileiros navais e 211.902 como guardas do litoral, sua Força Aérea abrigou um efetivo superior a 30 mil homens). A reciclagem da sua indústria foi surpreendente fazendo com que os gastos militares atingissem a impressionante soma de 350 bilhões de dólares nos quatro anos de guerra.

A contraofensiva americana no Pacífico (1942 – 1945)

Recuperando-se das perdas em Pearl Harbour e transferindo parte de sua esquadra do Atlântico para o Pacífico, os americanos deram início a contra-ofensiva que tendo início em maio de 1942, se encerrou com a rendição do Japão, trinta e oito meses depois, em 2 de setembro de 1945. A batalha do mar dos Corais pôs fim a ofensiva japonesa no Pacífico Sul. Em junho travou-se a primeira grande batalha naval em Midway, onde os nipônicos perderam 4 porta-aviões propiciando o desembarque americano em Guadalcanal (agosto de 1942).

O ano de 1943 deu início à maciça ofensiva americana-australiana sob comando do General Douglas Mac Arthur, que ocupou pequenas ilhas do pacífico sul-ocidental afastando os japoneses da região. Em 1944 iniciaram a operação de reconquista das ilhas Filipinas que terminam ocupadas em fevereiro de 1945.

Gen. Douglas Mac Arthur

Paralelamente a este processo, britânicos e americanos, após recuperarem a estrada que liga a Birmânia à China, passaram a enviar equipamentos militares para o exército de Chiang-Kai Shek. No entanto, os resultados esperados não se fizeram sentir. Chiang temia muito mais seu rival, Mao Tse-tung que as forças japonesas. No biênio 1943/1944 foram obrigados a recuar em todos os frontes.

A Guerra do Pacífico possuiu características próprias. Ao contrário da guerra na Europa, baseada em operações de blindados e massas de tropas, a guerra contra o Japão, envolveu basicamente unidades navais – onde os porta-aviões tiveram um papel essencial. Praticamente eram operações de “desentocamento”, pois os japoneses resistiam estoicamente em suas posições. A artilharia da marinha, os bombardeios aéreos, o lança-chamas, as operações de desembarque, foram os denominadores comuns da guerra no Pacífico.

Page 15: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

História – Segunda Guerra Mundial – Prof. Thiago Scott

www.acasadoconcurseiro.com.br 15

Em 19 de fevereiro os americanos desembarcaram pela primeira vez em território nipônico, travando a batalha pela posse da ilha de Iwojima e logo após a de Okinawa. Estas duas batalhas sangraram profundamente o corpo de fuzileiros navais. A Marinha Imperial, que sistematicamente vinha sendo derrotada, praticamente se desativou no primeiro semestre de 1945. Deve-se destacar, que a superioridade técnica dos aviões Zero, pouca efetividade tiveram contra as levas de aviões americanos. Em desespero, jovens pilotos japoneses transformaram-se em kamikazes (pilotos suicidas), que após abarrotarem seus aviões de bombas, lançavam-se diretamente contra as embarcações inimigas. Apesar da bravura pessoal dos kamikazes, pouco efeito tiveram no resultado geral do conflito.

Em agosto de 1945 (no dia 6) um discreto e solitário avião – o Enola Gay – lançou o mais poderoso artefato de guerra de todos os tempos, a bomba atômica, sobre a desprotegida cidade de Hiroshima, massacrando mais de cem mil pessoas e ferindo outros tantos. Três dias depois foi a cidade de Nagasaki que conheceu os horrores da explosão nuclear. Ao Japão nada mais lhe restava senão render-se. No dia 2 de setembro, a bordo do encouraçado Missouri, ancorado na baía de Tóquio, o governo japonês capitulou perante os Estados Unidos, encerrando a Segunda Guerra Mundial.

A contraofensiva anglo-americana (1942 – 1943)

Enquanto os soviéticos aparavam os vigorosos ataques das tropas alemãs no Fronte Oriental, os exércitos americanos e ingleses iniciaram uma operação de destruição do Fronte Sul do eixo. Simultaneamente aos britânicos, que sob o comando do General Montgomery iniciavam sua contra-ofensiva partindo de El Alamein, no Egito, uma enorme força-tarefa anglo-americana deslocava-se em direção ao Norte da África.

Iniciava-se a operação Tocha, sob o comando do General Eisenhower, que desembarcou no Marrocos e Argélia. Os exércitos italianos e africakorps viram-se obrigados a lutarem duas frentes. Dada a superioridade aérea e naval dos aliados as forças do Eixo, foram obrigadas a baterem em retirada. Os alemães ainda enviaram um inútil auxílio para seu enclave na Tunísia. No dia 13 de maio de 1943 ocorreu a capitulação dos Corpos de Exército da África com a rendição de 252 mil soldados alemães e italianos.

No espaço de seis meses e meio, o eixo perdeu definitivamente o controle do Mediterrâneo, abrindo as portas para a invasão da Itália. No verão de 1943 (junho-agosto) os exércitos aliados invadiram a estratégica ilha da Sicília. Montgomery, no comando do VIII Exército britânico e Patton, chefiando as forças americanas ocuparam as principais cidades da ilha (Tarento, Palermo e Messina).

A queda da Sicília provocou o desprestígio de Benito Mussolini, que foi destituído pelo Grande Conselho Fascista por solicitação do rei Vitorio Emanuel III. Depois de ter sido preso, em 25 de julho, se constituiu um novo governo na Itália dirigido pelo General Badoglio, que além de dissolver o partido fascista iniciou conversações secretas com os aliados para retirar a Itália da guerra. Em setembro proclamou-se o armistício entre a Itália e os aliados.

Hitler, prevendo sua defecção, ordenou (operação Eixo) a ocupação das principais cidades peninsulares e o desarmamento e aprisionamento dos soldados italianos. Badoglio e a família real procuraram refúgio junto aos aliados. Mussolini, que havia sido detido nos Alpes, foi resgatado numa operação comando ordenada por Hitler. Para prestigiar seu velho aliado, formou a República Social Italiana (República de Saló) no Norte da Itália e a colocou sob seu comando, mas quem de fato governou foram as tropas da SS.

Page 16: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

www.acasadoconcurseiro.com.br16

A campanha da Itália que teve início em princípio de 1944 vai se tornar extremamente morosa. A acidentalidade do terreno e a resistência dos alemães transformou o movimento aliado numa dolorosa conquista a passo de cágado. Depois da rendição alemã em Monte Cassino (fevereiro/maio), os aliados ocuparam toda a Itália Central (Roma, Pisa e Florença), enquanto os alemães encastelavam-se na Linha gótica. Ainda resistiriam por um ano, até a rendição de 28 de abri de 1945.

Nesta mesma data Benito Mussolini foi capturado e fuzilado por forças guerrilheiras quando pretendia exilar-se na Suíça. Foi na Itália que a Força Expedicionária Brasileira (FEB) atuou como integrante das Forças Aliadas. O Brasil, que havia declarado guerra ao Eixo em 1942, preparou uma divisão de 25 mil homens sob o comando do General Mascarenhas de Morais equipada com material bélico americano. Os brasileiros se celebrizaram pela conquista de Monte Castelo onde tiveram o maior número de baixas na campanha de 1944.

Invasão da Normandia (6/6/1944)

Desde 1942, os soviéticos insistiam na necessidade dos aliados abrirem um “Segundo Fronte” na Europa Ocidental, pois os Exércitos russos estavam sangrando ao terem de enfrentar 266 divisões invasoras (das quais, 193 alemãs). Americanos e ingleses alegavam que para tal, necessitavam de um longo período de preparação e adestramento das tropas, visto que teriam de ultrapassar a “Fortaleza do Atlântico”. Essa era um conjunto de fortificações construídas pelos alemães no litoral da Bélgica e da França que visava tranqüilizar as tropas nazistas que combatiam na Rússia.

Os alemães cometeram os mesmos equívocos dos franceses ao construírem a Linha Maginot, por um sistema defensivo estático pouco poder fazer numa guerra caracterizada pela intensa mobilidade das forças e pelo potencial dos bombardeiros aéreos.

Finalmente, na metade do ano de 1944, os aliados ocidentais deram início à Operação Overlord. Uma frota de mais de três mil barcos transportando 350 mil homens partiu das costas do sul da Inglaterra em direção à Normandia. Os alemães esperavam que a invasão fosse realizada no passo de Calais e foram surpreendidos. Depois das dificuldades iniciais (principalmente na praia de Utah), as forças anglo-americanas conseguiram formar uma sólida cabeça-de-ponte no litoral francês. Os portos da região foram dominados e, graças à absoluta superioridade aérea e naval, os alemães tiveram que recuar.

A partir de então a dominação alemã sobre a França estava selada. Mais de um milhão de homens e equipamentos de alta qualidade foram desembarcados, dando início à ofensiva sobre Paris. Sentindo a inutilidade da continuação do conflito, um grupo de altos oficiais alemães tentou assassinar Hitler em 20 de julho (operação Valquíria). Apesar de sair ferido, Hitler conseguiu sufocar a rebelião ordenando o julgamento sumário dos principais envolvidos (Stauffenberg e outros são enforcados).

Em setembro de 1944, Paris foi ocupada pelo conjunto das forças aliadas (americanos, ingleses e franceses livres) e o General De Gaulle fez sua entrada triunfal na cidade. Até o fim do mesmo ano a França encontrava-se liberada. Ainda assim os alemães tentaram uma contra-ofensiva na região de Ardenas aproveitando o mau tempo e, conseqüentemente, a neutralização da superioridade aérea dos aliados. Apesar da surpresa, as forças americanas e inglesas rapidamente se recompuseram e liquidaram com as divisões panzers (18 a 24 de dezembro de 1944).

Page 17: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

História – Segunda Guerra Mundial – Prof. Thiago Scott

www.acasadoconcurseiro.com.br 17

A invasão da Alemanha teve início nos finais do inverno de 1944/45. As forças aliadas dividiram-se em três grandes corpos. Os ingleses de Montgomery atravessaram o Reno e dirigiram-se para o Norte da Alemanha, isolando as tropas nazistas na Holanda. O Centro, sob o comando de Omar Bradley dirigiu-se para o coração industrial do Terceiro Reich – a região do Ruhr, onde forçaram a capitulação de 22 divisões alemãs em 14 de abril. O Sul era responsabilidade do III e IV Exército americano, sob o comando de Denvers, que se dirigiu para o Brener, fazendo ligação com os soviéticos no Elba. A guerra na Europa estava em seus estertores.

Cerco e capitulação do Terceiro Reich (1944 - 1945)

Depois de Stalingrado (novembro/1942-fevereiro/1943) a sensação de vitória inundou o exército soviético. O duro ano de 1942 foi sucedido por brilhantes vitórias militares, onde os alemães fo-ram gradualmente sendo desprovidos de suas melhores energias assim como obrigados a ceder amplas extensões de território ocupado. A contra-ofensiva russa se deu em toda a frente, das terras geladas do norte às férteis planícies da Ucrânia. Dotados de melhor equipamento, as tropas soviéticas sentiram-se mais seguras, empurrando vigorosamente o inimigo para suas fronteiras. No Norte, liberaram a zona de Nevel; no setor central conquistaram Smolesk e as operações do Sul terminaram com a captura da bacia do Donez de onde avançava em direção ao rio Dnieper, fazendo com que as forças alemãs que ocupavam a Criméia terminassem por ficar isoladas.

No verão de 1943 (julho/agosto) travou-se a maior batalha de tanques de todos os tempos. Acredita-se que cerca de seis mil blindados e quatro mil aviões tomaram parte da Batalha de Kursk. Devido à exigüidade do território disputado, o massacre tomou formas nunca dantes vistas. Os alemães acusaram baixas de 70 mil mortos e 2.900 tanques destruídos assim como 1392 aviões abatidos e a perda de mais de 5 mil veículos. Nunca mais a Wehrmacht conseguiu recuperar-se de tamanho abalo.

Batalha de Kursk

Das grandes tragédias que ocorreram durante a Segunda Guerra Mundial, a de Leningrado me-rece atenção especial. Se milhares de pessoas haviam sucumbido em Hiroshima e Nagasaki, em Hamburgo e Dresdem, ou pelos raides aéreos sobre Londres e Coventry, nenhuma catástrofe se compara com a que ocorreu com a população civil de Leningrado. Cercada desde o início da invasão alemã, foi submetida ao bombardeio e isolada do resto do país por 900 dias. Dos seus três milhões de habitantes existentes em 1941, um terço sucumbiu pelas bombas e, principal-mente pela fome. Logo nos primeiros dias a aviação alemã conseguiu destruir suas reservas de alimento, um terrível racionamento foi imposto. Pessoas debilitadas pela falta de proteínas simplesmente morriam no trajeto para o trabalho, nos bancos das praças, nos escritórios ou em suas habitações. Foi preciso esperar mais de seis meses para poder evacuar parte da popu-lação aproveitando o congelamento do Lago Ladoga, única via de ligação existente com a parte russa não ocupada pelos invasores, chamada “Estrada do Gelo”.

Por ela, as autoridades soviéticas conseguiram evacuar 512 mil pessoas no inverno de 1941/42 assim como atenuar a carência de alimentos, combustível e munição. A população restante re-sistiu até a liberação final da cidade, mas as perdas humanas foram assombrosas. No Julgamen-to de Nurenberg falou-se de 632 mil vítimas, enquanto outras fontes indicavam 900 mil mortos. Seja qual for a correta, o fato é que Leningrado possui o maior cemitério de vítimas civis da Segunda Guerra Mundial.

Page 18: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

www.acasadoconcurseiro.com.br18

Ofensiva final sobre Berlim

O ano de 1944 continuou auspicioso para os soviéticos. Sua ofensiva de verão liquidou com 25 divisões alemãs na região de Minsk. Em agosto aproximaram-se de Varsóvia. Neste momento ocorreu mais um dos terríveis martírios do povo polonês. Acreditamos que a proximidade das tropas soviéticas os socorresse, os partisans poloneses tentaram um levante na Capital que re-dundou num fracasso. As represálias nazistas foram violentas, mais de 300 mil pereceram.

Em outubro de 1944, as tropas soviéticas invadiram pela primeira vez o solo alemão – a Prússia Oriental foi conquistada. Durante o inverno de 1944/45, os russos prepararam sua ofensiva so-bre a capital do Reich, sendo que 2 milhões e meio de soldados, 6.250 blindados e 7.500 aviões foram concentrados para o assalto final.

Em 16 de abril o exército Vermelho, sob o comando do General Zucov, (tendo em seu apoio o General Konev) deu a salva inicial que culminou com a rendição de Berlim. Hitler havia orde-nado a mobilização geral da população, convocando todos os homens aptos entre os 16 e 60 anos, organizados em milícias populares (Deutscher Volksturn). A indústria alemã, apesar dos constantes bombardeios aliados, continuava produzindo em larga escala, o que lhe faltou foi combustível e homens qualificados para utilizar o material bélico. Todos concordam que a re-sistência alemã foi muito mais significativa contra os russos do que contra os aliados ocidentais. As rivalidades ideológicas e o terrível massacre dos civis no Fronte Oriental, fizeram com que temessem represálias por parte dos soviéticos.

Nos fins de abril, mesmo com os inauditos esforços do General Henrici, os russos penetraram na periferia de Berlim. Hitler escreveu seu testamento político, ao mesmo tempo em que no-meiou o Almirante Doenitz Presidente do Reich e indicou Goebbels como seu Chanceler. No dia 30 de abril cometeu suicídio, acompanhado por sua mulher Eva Braun e por Goebbels e família.

A primeira capitulação se deu em 7 de maio em Reims, no Quartel General de Eisenhower pelo General Jodl. No dia seguinte, o Mal. Zucov aceitou a rendição alemã feita pelo Marechal-de--Campo Keitel. A guerra na Europa tinha finalmente chegado a seu fim após mil e setecentos dias de matanças inauditas na história da humanidade.

Consequências da Guerra

A Segunda Guerra Mundial não se saldou apenas por grandes perdas humanas, por uma al-teração por vezes lamentável dos valores morais geralmente admitidos, mas também por um balanço econômico cuja amplitude atinge dimensões desconhecidas.

Em primeiro lugar, houve um aumento geral da dívida pública, em proporções catastróficas. A guerra custou à França o equivalente a 35 bilhões de dólares e à Inglaterra 50 bilhões. Para sal-dar parte desta dívida, a Inglaterra teve de liquidar 1/3 de seus bens no exterior, endividando-se em relação aos EUA, sendo que sua dívida interna passou de 7 bilhões de libras em 1939 para 22 bilhões em no fim da guerra. A dívida pública dos EUA passou de 46 para 263 bilhões de dólares.

O abaixamento geral do nível de vida das populações ocorreu devido ao racionamento de ali-mentos e água, bem como o desaparecimento dos bens de consumo indispensáveis. Houve mesmo o estabelecimento de um controle governamental energético, com controle de preços e moedas, matérias-primas escassas e reorientação da produção.

Page 19: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

História – Segunda Guerra Mundial – Prof. Thiago Scott

www.acasadoconcurseiro.com.br 19

PERÍODO PÓS-SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a Europa se encontrava completamente destruída: milhares de mortos, parques industriais e regiões agrícolas arrasadas, cidades desestruturadas, desemprego, economia instável e profundos problemas sociais. Os Estados Unidos, no entanto, saíram beneficiados do conflito, estando em condições de financiar a recuperação dos países destruídos.

Os EUA emergiram da Segunda Guerra com seu parque industrial em expansão – o qual absorveu a massa de desempregados da Grande Depressão –, além de o país ter sofrido poucas perdas humanas e destruição material. Sua economia tornou-se mundialmente dominante, seno que sua produção industrial, em 1945, correspondia a 60% da produção mundial, ao passo que seus antigos rivais (Alemanha, Itália e Japão) estavam semidestruídos e mesmo seus aliados capitalistas tornaram-se seus devedores (é o caso de Inglaterra e França). A derrota do nazi-fascismo marcou o triunfo de uma forma de capitalismo cosmopolita, sob a liderança dos EUA.

A União Soviética, por sua vez, devido ao papel determinante para a vitória sobre a Alemanha no flanco da Europa oriental e com sua força militar (mesmo com as baixas decorrentes do conflito) surgia como força política e diplomática. O país passara a ter seus interesses reconhecidos em uma esfera de influência junto às fronteiras européias,ao mesmo tempo que a presença do Exército Vermelho na Europa central e no Extremo Oriente, bem como o fortalecimento da esquerda em termos mundiais acentuavam o poderio soviético.

A situação hegemônica dos EUA em nível mundial lhe permitiu a estruturação de uma ordem mundial quase inteiramente a seu molde, conhecida como Pax Americana. No plano político-militar, o país dominava os mares, possuía bases aéreas navais, além de exércitos, em todos os continentes, bem como a bomba atômica e uma aviação estratégica. No plano econômico, o dólar impôs sua vontade aos países capitalistas com a Conferência de Bretton Woods (1944), com a criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. Devido a debilidade dos demais Estados, o capitalismo norte-americano tornou-os tributário de sua economia graças à utilização do dólar enquanto principal moeda do comércio internacional.

(...) a luta pela redução de barreiras alfandegárias favorecia a dominante economia americana, ao que se agregava o fato de Nova Iorque haver-se tornado o centro financeiro mundial. Desta forma, os EUA passavam a regular e dominar os investimentos e o intercâmbio de mercadorias em escala planetária. Além disso, o avanço tecnológico (...) permitia ao país ampliar ainda mais sua vantagem no plano militar e econômico.

Também no plano diplomático a hegemonia norte-americana se consolidou. Ao assumir o governo norte-americano em 1933, Roosevelt já direcionava sua atuação política para o estabelecimento de uma nova organização mundial. De 1942 a 1945, reiniciaram as negociações para a constituição desta e, novamente, as grandes potências vencedoras (EUA, Reino Unido, URSS, China e França) se reuniram com o interesse comum de manter a ordem que estavam em vias de estabelecer em conjunto (portanto, muito comparável às idéias originárias da SDN). Na Conferência de Dumbarton Oaks (1944) e na de São Francisco (1945) foi estruturada a Organização das Nações Unidas (ONU).

Page 20: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

www.acasadoconcurseiro.com.br20

A estrutura da Organização continha idéias funcionalistas (ou seja, a partir da associação dos estados por problemas em agências “funcionais”, tecendo elos de cooperação política, permitindo o crescimento pacífico da sociedade internacional), além da própria questão de necessidade de um “braço armado” que permitisse à instituição intervir diretamente e, portanto, exercer pressões convincentes.

Surgia, assim, a Carta das Nações Unidas, contendo os grandes objetivos da Organização, assim como sua estrutura: a Assembléia Geral (definida no capítulo IV, é constituída por todos os membros das Nações Unidas, tendo cada qual direito a um voto); o Conselho de Segurança (capítulo V, sendo composto por quinze membros, onde China, França, Reino Unido, EUA e Rússia são permanentes e os demais dez são eleitos para períodos de dois anos); o Conselho Econômico e Social (ECOSOC, definido no capítulo X, é composto por cinqüenta e quatro membros das Nações Unidas, eleitos pela Assembléia Geral); o Conselho de Tutela (cujo função é administrar e fiscalizar os territórios em situação indefinida, que possa gerar instabilidade no sistema internacional é definido no capítulo XIII, artigos 86 a 91); o Tribunal Internacional de Justiça (capítulo XIV, onde todos os membros das Nações Unidas são, ipso facto parte do Estatuto do Tribunal Internacional de Justiça) e o Secretariado, composto por um Secretário-Geral e demais quadros funcionais, sendo que o Secretário-Geral indicado pela Assembléia Geral mediante recomendação do Conselho de Segurança, é definido no capítulo XV. O tipo de funcionalismo utilizado teve como efeito, ao separar as organizações de Bretton Woods – instituições financeiras – do resto do sistema, privar a única instituição política – a ONU – de qualquer meio importante de ação em termos econômicos. O próprio ECOSOC teve sua atuação restrita para a questão da segurança, isolada do contexto econômico e social mundial.

(...) o novo conceito de superpotência correspondia, assim, à conjugação da capacidade econômica de exercer forte multilateralismo econômico com a vontade de construção de uma grande área sob a influência dos valores do capitalismo. (...) a consolidação da hegemonia norte-americana no mundo [se deu] o ambiente econômico. A política industrial e financeira do gigante associava-se à luta do anticomunismo, ingrediente fundamental da preleção dominante da Guerra Fria nos EUA.

Os demais acordos de paz ocorridos após o fim da guerra foram profundamente influenciados por esta realidade. Em fevereiro de 1945 ocorreu a Conferência de Yalta (URSS), onde Roosevelt, Stalin e Churchill definiram as novas fronteiras soviéticas na Europa oriental (Estados Bálticos e leste da Polônia), marcando também sua zona de influência na Polônia, Romênia, Tchecoslováquia, Hungria, Iugoslávia e Bulgária.

De 17 de julho a 2 de agosto do mesmo ano ocorreu a Conferência de Potsdam (Alemanha). Embora para referendar os acordos estabelecidos em Yalta, o clima dessa conferência foi diferente, pois era Truman que representava os EUA – Roosevelt havia falecido em abril – e defendia uma posição bastante rígida quanto a URSS. Neste encontro, Berlim foi dividida em quatro áreas de influência, dividias entre França, Inglaterra, EUA e URSS. O objetivo principal era ocupar Berlim para a “desnazificação” e posterior recuperação da Alemanha.

A Guerra Fria foi um período em que a guerra era improvável, e a paz, impossível. Com essa frase, Raymond Aron definiu o período em que a opinião pública mundial acompanhou o conturbado relacionamento entre os Estados Unidos e a União Soviética. A divisão do mundo em dois blocos, logo após a Segunda Guerra Mundial, transformou o planeta num grande tabuleiro de xadrez, em que um jogador só podia dar um xeque-mate simbólico no outro. Com

Page 21: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

História – Segunda Guerra Mundial – Prof. Thiago Scott

www.acasadoconcurseiro.com.br 21

arsenais nucleares capazes de destruir a Terra em instantes, os jogadores, EUA e URSS, não podiam cumprir suas ameaças, por uma simples questão de sobrevivência.

A paz era impossível porque os interesses de capitalistas e de comunistas eram inconciliáveis por natureza. E a guerra era improvável porque o poder de destruição das superpotências era tão grande que um confronto generalizado seria, com certeza, o último. Esta situação se tornou conhecida como o equilíbrio do terror.

Após a Conferência de Potsdam, a bipolaridade mundial se consolidou ao passo que o fortalecimento soviético no Leste europeu poderia dificultar o capitalismo norte-americano. É neste contexto que o presidente Truman traçou as linhas gerais da nova política externa norte-americana, em discurso no Congresso (12 de março de 1947): contenção da URSS e do comunismo, ao passo que os EUA assumiam a liderança na defesa do Ocidente, da democracia e do capitalismo.

O desdobramento consequente da Doutrina Truman foi, em 5 de junho do mesmo ano, o Plano Marshall, o qual concedia empréstimos a juros baixos aos governos europeus, para que adquirissem mercadorias dos EUA, possibilitando sua recuperação. O custo político de sua aceitação era elevado, pois os países beneficiários deveriam abrir suas economias aos investimentos norte-americanos. Tanto a Doutrina Truman quanto o Plano Marshall consolidaram a partilha da Europa e lançaram as bases para a formação dos blocos político-militares.

As iniciativas militares empreendidas pelos EUA já no ano de 1947 não foram imediatamente acompanhadas pela URSS. As reações soviéticas foram lentas. Em primeiro lugar, a maciça presença de capitalistas norte-americanos no Leste europeu era uma dupla ameaça, pois impulsionavam as forças anticomunistas ao mesmo tempo em que articulavam o poderio estratégico-militar dos EUA no continente europeu. Logo, Stalin reiniciou a militarização das fronteiras (início dos anos 1950 o efetivo militar chegava a 6 milhões de homens) e acelerou a chamada sovietização da Europa oriental como exemplo da liderança soviética sobre os movimentos comunistas europeus foi a criação do Kominform em 1947, um bureau de informação política).

A terceira reação soviética à agressiva política externa dos EUA foi o desenvolvimento do projeto nuclear soviético, que culminou com o primeiro experimento da bomba atômica em 1949. O próprio Pacto de Varsóvia, criado em 1955, viria em resposta à OTAN, estendendo o guarda-chuva de proteção nuclear de Moscou sobre a Europa oriental.

Page 22: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

www.acasadoconcurseiro.com.br22

SLIDES - SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Antecedentes

• Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918)• Revolução Russa (1917 – 1921)• Tratado de Versalhes (1919)• Crise de 1929 e a Grande Depressão• Expansão de Regimes Totalitários – Nazifascismo• Agressões do III Reich (década de 1930)

O Nazifascismo

• Antecedentes: crise do liberalismo, crise econômica pós-1929, “ameaça comunista”

• Abandono dos valores democráticos• Os regimes se reconhecem como uma “Contrarrevolução” • Proteção do capitalismo em seu momento mais frágil.• O Nazifascismo é EXTREMA DIREITA e ANTICOMUNISTA• Expansão em vários países com poucas raízes democráticas: Itália,

Alemanha, Espanha, Portugal, Hungria, Romênia.

Page 23: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

História – Segunda Guerra Mundial – Prof. Thiago Scott

www.acasadoconcurseiro.com.br 23

• “Os fascistas eram os revolucionários da contrarrevolução: em sua retórica, em seu apelo aos que consideravam vítimas da sociedade, e até mesmo em sua deliberada adaptação dos símbolos e nomes dos revolucionários sociais, tão óbvia no Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores de Hitler, com sua bandeira vermelha (modificada) e sua imediata instituição do Primeiro de Maio dos comunistas como feriado oficial em 1933.”Eric Hobsbawm, Era dos Extremos, pag. 121, 1995.

Características

• Irracionalismo• Violência• Antiliberalismo• Anticomunismo• Nacionalismo• Culto à personalidade• Propaganda• Antissemitismo

Page 24: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

www.acasadoconcurseiro.com.br24

Page 25: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

História – Segunda Guerra Mundial – Prof. Thiago Scott

www.acasadoconcurseiro.com.br 25

Nazismo Mussolini e Hitler em Munique, Alemanha (1940)

27 de fevereiro de 1933 – Incêndio do Reichstag: nazistas iniciam, no governo, campanha anticomunista

Page 26: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

www.acasadoconcurseiro.com.br26

Durante o mesmo ano de 1933, o Partido Nazista eliminara toda a oposição. Os social-democratas (SPD), apesar dos esforços para apaziguar Hitler, foram proibidos no parlamento em Junho. Entre junho e julho os Nacionalistas (DNVP), o Partido Popular (DVP) e o Partido do Estado (DStP) foram desmantelados. O Partido do Centro Católico dissolveu-se em 5 de julho de 1933. Em 14 de Julho de 1933 a Alemanha foi oficialmente declarado um estado de partido único por um decreto-lei:

“O Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães constitui o único partido político da Alemanha.Aquele que tentar manter ou formar um novo partido será punido com trabalhos forçados por três anos ou com prisão de seis meses a três anos, se a ação não estiver sujeita a penalidade maior, em conformidade com outros regulamentos.”

Page 27: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

História – Segunda Guerra Mundial – Prof. Thiago Scott

www.acasadoconcurseiro.com.br 27

O Reichstag aprovou em 24 de maio de 1933 o Ato de Autorização pelo qual transmitia suas funções legislativas ao poder executivo - no caso Hitler. Durante o regime nazista o Reichstag reuniu-se em torno de 12 vezes, nunca sustentou debates, votações, ou discursos — com exceção dos de Hitler –, tendo aprovado somente quatro leis (A Lei de Reconstrução de 30 de maio de 1934 — no qual abolia a autonomia dos estados da Alemanha –, e as três leis antissemitas de Nuremberg em 15 de novembro de 1935). Inúmeros ministérios deixaram de se reunir no regime nazista — embora continuassem existindo na teoria — como o Conselho Secreto do Gabinete (Geheimer Kabinettsrat) e o Conselho de Defesa do Reich (Reichsverteidigungsrat), cujas funções passaram a ser executadas por Hitler.

Antecedentes imediatos da II Guerra

• 30 de janeiro de 1933: Adolf Hitler torna-se Chanceler da Alemanha.• 2 de agosto de 1934: Adolf Hitler torna-se o Führer da Alemanha.• 16 de março de 1935: Hitler viola o Tratado de Versalhes ao introduzir

o recrutamento militar.• 3 de outubro de 1935: A Itália invade a Etiópia.• 18 de julho de 1936: Início da Guerra Civil Espanhola.• 1 de novembro de 1936: formação do eixo Roma-Berlim• 25 de novembro de 1936: A Alemanha e o Japão assinam o pacto-

Comintern.

Page 28: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

www.acasadoconcurseiro.com.br28

• 26 de abril de 1937: Guernica é bombardeada pela Luftwaffe alemã durante a Guerra Civil Espanhola.

• 11 de março de 1938: A Alemanha anexa a Áustria (Anschluss)• 15 de outubro de 1938: Exército alemão ocupa os Sudetos (Crise dos Sudetos na

Tchecoslováquia)• 30 de março de 1939: França e Grã-Bretanha prometem defender Polônia.• 3 de abril de 1939: Hitler ordena plano de invasão da Polônia.• 7 de abril de 1939: Itália invade Albânia.• 23 de agosto de 1939: Alemanha e URSS assinam pacto de não-agressão

(Molotov - Ribbentrop)• 1 de setembro de 1939: Invasão da Polónia pela Alemanha. França e Reino Unido

declaram guerra 2 dias depois.

Fases da Guerra

• 1 – Expansão do Eixo (1939 – 1941)• Domínios da Alemanha: Dinamarca, Noruega, Holanda e França.• Blitzkrieg – Guerra Relâmpago• Formação do governo colaboracionista de Vichy (Sul da Fra)• Isolamento da Inglaterra (bombardeios em Londres)• 1941: Invasão nazista na URSS (operação barba ruiva) e ataque

japonês em Pearl Harbor (EUA)• Expansão máxima do EIXO

Page 29: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

História – Segunda Guerra Mundial – Prof. Thiago Scott

www.acasadoconcurseiro.com.br 29

Alianças

EIXO: Alemanha, Itália e JapãoX

ALIADOS: Inglaterra, França, URSS (41) e EUA (41)

Page 30: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

www.acasadoconcurseiro.com.br30

• 2 – Contenção do Eixo (1941 – 1943)• Freio da expansão • Operações dos EUA no Oriente (contra o Japão)• Operações no Norte da África• Batalha de Stalingrado (a mais importante da guerra) – vitória soviética.• Alemanha perde a iniciativa da guerra• 3 – Vitória dos Aliados (1944 – 1945)• Libertação da Itália• Dia D (6/6/1944) – desembarque aliado na Normandia• Cerco aliado na Alemanha• Soviéticos libertam os campos de concentração e invadem Berlim• Abril de 45 – suicídio de Hitler• Maio de 45 – rendição da Alemanha• Agosto de 45 – Bombas Atômicas

Page 31: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

História – Segunda Guerra Mundial – Prof. Thiago Scott

www.acasadoconcurseiro.com.br 31

Page 32: História · O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial

www.acasadoconcurseiro.com.br32

Após o Fim

• Saldo de 60 milhões de mortos• Holocausto – 6 milhões de judeus mortos em campos de

concentração• Economia e sociedade europeia destruídas• Acordos de paz (Teerã, Yalta, Potsdam, São Francisco)• Divisão da Alemanha• Início da bipolaridade – EUA (capitalismo) x URSS

(socialismo)