história da psicologia

8
Universidade Estácio de Sá Campus: Disciplina: Psicologia das Organizações Docente: Parte I: História da Psicologia Psicologia = psico (psique) = alma + logia (Estudo) O conceito de Psicologia enquanto “estudo da alma” vem da Filosofia. E por que a Psicologia provêm da Filosofia? A Filosofia é um saber que sempre buscou responder aos problemas da existência humana através da sistematização e organização dos conhecimentos considerados científicos. Essa foi uma das maneiras dos Gregos (os primeiros a conceberem o pensamento Filosófico) a separarem o homem da natureza, ou seja, de separar a estruturação humana do Mito. Se a Filosofia busca entender a elaboração de uma verdade, logo isso acontece porque tem uma mudança na maneira como o homem vê o mundo e as formas como o homem se comporta diante do ambiente em que se vive. No entanto, não é preocupação da Filosofia compreender os comportamentos e condutas dos homens diante dos conhecimentos que foram sendo elaborados. Daí, a Psicologia surge como uma área do conhecimento que busca compreender os comportamentos e as condutas. A ciência psicológica é relativamente recente. Data do século XIX. Nesse momento histórico, a Europa passava por grandes mudanças econômicas e sociais. Influenciada pelo desenvolvimento da Revolução Industrial, iniciada no século anterior, a sociedade deveria responder ao crescimento tecnológico. Nesse contexto histórico, a Psicologia surge como uma ciência que busca compreender o comportamento humano que de alguma forma respondesse a atuação dos europeus ao desenvolvimento do capitalismo. E como se daria esse desenvolvimento? Através das experimentações, de medidas e cálculos. Esses métodos representavam formas de aproximar a ciência psicológica de outras que eram “consideradas cientificas” como a Matemática e a Biologia. Em meados do século XIX, o médico alemão Guilherme Wundt cria um Laboratório de Psicologia Experimental. Através de aparelhos, Wundt tinha o objetivo de medir a sensação, a vontade e a percepção dos seres humanos. Wundt é considerado o “Pai da Psicologia”

Upload: renato-rosa

Post on 28-Sep-2015

6 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

A história da Psicologia como tudo começou!

TRANSCRIPT

Universidade Estcio de S

Campus:

Disciplina: Psicologia das Organizaes

Docente:

Parte I: Histria da Psicologia

Psicologia = psico (psique) = alma + logia (Estudo)

O conceito de Psicologia enquanto estudo da alma vem da Filosofia. E por que a Psicologia provm da Filosofia? A Filosofia um saber que sempre buscou responder aos problemas da existncia humana atravs da sistematizao e organizao dos conhecimentos considerados cientficos. Essa foi uma das maneiras dos Gregos (os primeiros a conceberem o pensamento Filosfico) a separarem o homem da natureza, ou seja, de separar a estruturao humana do Mito.

Se a Filosofia busca entender a elaborao de uma verdade, logo isso acontece porque tem uma mudana na maneira como o homem v o mundo e as formas como o homem se comporta diante do ambiente em que se vive. No entanto, no preocupao da Filosofia compreender os comportamentos e condutas dos homens diante dos conhecimentos que foram sendo elaborados. Da, a Psicologia surge como uma rea do conhecimento que busca compreender os comportamentos e as condutas. A cincia psicolgica relativamente recente. Data do sculo XIX. Nesse momento histrico, a Europa passava por grandes mudanas econmicas e sociais. Influenciada pelo desenvolvimento da Revoluo Industrial, iniciada no sculo anterior, a sociedade deveria responder ao crescimento tecnolgico.

Nesse contexto histrico, a Psicologia surge como uma cincia que busca compreender o comportamento humano que de alguma forma respondesse a atuao dos europeus ao desenvolvimento do capitalismo. E como se daria esse desenvolvimento? Atravs das experimentaes, de medidas e clculos. Esses mtodos representavam formas de aproximar a cincia psicolgica de outras que eram consideradas cientificas como a Matemtica e a Biologia.

Em meados do sculo XIX, o mdico alemo Guilherme Wundt cria um Laboratrio de Psicologia Experimental. Atravs de aparelhos, Wundt tinha o objetivo de medir a sensao, a vontade e a percepo dos seres humanos. Wundt considerado o Pai da Psicologia

Tambm na Inglaterra surgem os primeiros estudos da Psicologia que recebeu bastante influncia de Charles Darwin, naturalista ingls que se dedicou aos estudos da evoluo das espcies. Alguns psiclogos ingleses acreditavam que se poderia entender melhor o comportamento humano em analogia a capacidade de adaptao das espcies, nomeada por Darwin por seleo natural.

Observemos que tanto na Alemanha quanto na Inglaterra, os primeiros psiclogos se utilizam de vrios experimentos para comprovar a cientificidade da Psicologia. O que era considerado cientfico naquele momento histrico era aquilo que poderia ser medido, testado, calculado. Por isso, vemos que a Psicologia tenta se justificar pelos clculos e pela Biologia. Naturalmente, no momento em que a Psicologia comea a se estruturar enquanto uma rea de conhecimento prprio e de certa forma descolada da Filosofia, muitos problemas foram enfrentados pois, para muitos cientistas, as questes referentes a psiqu no tinham valor cientfico.

Entre as prticas psicolgicas que foram sendo desenvolvidas durante o sculo XIX na tentativa de analisar o comportamento humano atravs de experimentos foi a hipnose. Esse mtodo psicolgico foi desenvolvido primeiramente pelo mdico francs Jean- Martin Charcot. Essa interveno tem por objetivo induzir de forma artificial para que o paciente possa estar mais desinibido e relaxado para se chegar compreenso de um determinado problema psicolgico. Sigmund Freud foi um dos seguidores de Charcot e no incio de sua carreira como mdico, se utilizou dos procedimentos hipnticos.

Trs Teorias Psicolgicas comeam a se estruturar na transio do sculo XIX para o sculo XX:

1) Behaviorismo ou Teoria do Estmulo Resposta (S-R)

A palavra Behaviorismo provm da palavra inglesa behavior que significa comportamento, conduta. Essa Teoria foi desenvolvida pelo psiclogo estadunidense John Watson. Para Watson, a psicologia uma cincia objetiva, bem diferente de uma cincia subjetiva, voltada introspeco. O behaviorismo tem interesse com comportamentos objetivos que podem ser observados. Para isso, os psiclogos behavioristas consideravam que qualquer comportamento humano pode ser controlado. Se as condutas tem interferncia do meio, logo, os comportamentos so previsveis e controlados.

O Behaviorismo desenvolveu na Psicologia dos dias de hoje o estudo do estmulo (S) e da resposta (R). Ento, passou-se a se chamar Psicologia do Estmulo e Resposta ou Psicologia S-R. Se por exemplo: Uma lmpada se acende. A luz o estmulo. A resposta a contrao das pupilas.

Alguns dos principais behavioristas depois de John Watson foi Skinner. Ele era um behaviorista radical que afirmava que todo o comportamento humano poderia ser moldado e controlado por estmulos do ambiente. Ivan Pavlov tambm foi um importante behaviorista. Ele referia-se que parte do mundo fsico causava uma mudana no organismo ou parte do organismo, a resposta. Essa mudana observvel no organismo determinada pelo ambiente seria o comportamento.

Apesar dos behavioristas trazerem a questo do ambiente, muitos consideram-no imutvel e que no se modifica. Por isso, o behaviorismo considera que o comportamento dissociado do ambiente.

2) Psicologia da GESTALT e Teoria do Campo

A Psicologia de Gestalt uma Teoria que surge na Alemanha entre 1910 e 1912. A traduo mais prxima do Portugus para Gestalt significa forma, configurao. Essa teoria comeou a ser desenvolvida pelo alemo Max Wertheimer. Na Teoria da Gestalt, o que percebido pelo indivduo so partes de um elemento, importantes para se compreender um todo. Para isso, necessrio compreender todo contexto que pode influenciar na percepo do estmulo. Ou seja, a parte sempre est relacionada com o todo. Nesse sentido, a Gestalt visa a organizao do processo mental. Na Gestalt, dizemos que a parte que se emerge a figura (O foco da ateno) e o que no se sobressaiu o fundo. Observe as figuras abaixo:

O que voc v? O que voc v?

De acordo com os psiclogos da Gestalt, nossa experincia depende dos modelos (estruturas) que os estmulos despertam, na organizao da nossa experincia.

Qual a diferena dos behavioristas para os gestaltistas?

Os behavioristas estudavam o comportamento pela relao estmulo-resposta e desconsideravam os contedos conscientes. Nesse caso, o ambiente pode at interferir no sujeito, mas no se modifica, visto de forma esttica. De acordo com os gestaltistas, o comportamento deveria ser observado em seus aspectos mais globais e deveria haver a considerao das condies do ambiente que alteram a percepo do estmulo.

Teoria do Campo:

uma ramificao da Psicologia de Gestalt desenvolvida pelo fsico e psiclogo alemo Kurt Lewin, que se utilizou da Matemtica e da Fsica para determinar que uma situao psicolgica uma Geometria topolgica. A Geometria Topolgica representa os espaos de vida ou psicolgicos de uma situao global. Imaginemos o campo psicolgico como em um diagrama em que se tm partes em separado e regies em conexes (intercesses)

3) Psicanlise

A psicanlise ser uma das principais teorias psicolgicas que ir se diferenciar das primeiras tendncias de fundamentar o campo psquico sem se fundamentar em outras cincias consideradas exatas e precisas. Para compreender a psicanlise, necessrio abordar um pouco da histria do Pai da Teoria Psicanaltica: Sigmund Freud. Segundo Carloni:

O pensamento freudiano fruto de sua poca. As explicaes teolgicas j no satisfaziam e a cincia era o novo modo de entender a realidade. Ele desenvolve uma teoria cientfica, mesmo que os positivistas critiquem a Psicanlise como sendo filosofia e no cincia. Freud viveu em uma sociedade patriarcal, burguesa capitalista, em que a mulher era muito oprimida. Freud nasceu em 1856, na ento Morvia e faleceu em 1939. Mudou-se para Viena ainda na infncia. Destacou-se nos estudos e cursou medicina. Estudou em Paris com Charcot sobre hipnose em pacientes com histeria. Esses estudos foram mal recebidos pela comunidade cientfica em Viena, que se apoiava em uma cincia aos moldes positivistas. Aproximou-se de Breuer, um dos mdicos de famlia bem conceituados de Viena, com quem estudou sobre a histeria. Eles utilizavam o mtodo catrtico no tratamento de pacientes histricas por meio da sugesto hipntica. No estudo com esses primeiros pacientes Freud percebe que h uma outra lgica operando na estrutura psquica humana, alm da conscincia: o inconsciente. Ele se questiona: Por que tanto esquecimento? Para onde vo os contedos suprimidos da conscincia? (2011, p. 3)

Freud descobriu outra lgica que no permanecia plenamente revelado ao sujeito: O inconsciente, no qual, esse campo psquico era caracterizado pela ambivalncia, ou seja, pelo sim e pelo no. Dessa maneira, o sujeito pode amar e odiar, querer e no querer ao mesmo tempo. Segundo Freud, na Primeira Teoria aparelho psquico dividido em trs grandes reas:

Inconsciente: Onde se estrutura uma lgica atemporal, onde os contrrios existem juntos; Nesse campo, o sujeito no tem o controle e por isso, o estado dessa rea psquica ambivalente.

Pr-Inconsciente: Armazena informaes que no esto na conscincia naquele exato momento, mas podem ser acessadas se necessrio.

Consciente: o imediato. Aquilo que temos logo um contato.

Mas na segunda Teoria do Aparelho Psquico, que Freud compreende que o psiquismo humano mais complexo. A diviso desse aparelho psquico, segundo Freud, dividido em:

Id: a fonte de energia pulsional (libido). regido pelo princpio do prazer. Por ser um campo instintivo, do campo primitivo, o Id apresenta tanto Instintos destruidores (de morte) e Instintos criadores (de libido, de vida);

Ego: a autopreservao. Est ligado ao Princpio da Realidade. o equilbrio entre o Id e o Superego e tenta conciliar os dois, controlando os comportamentos;

Superego: a cultura. a representao da sociedade dentro de ns.

A primeira grande obra de Freud, A interpretao dos sonhos, publicada em 1900, traz o campo inconsciente enquanto a principal estrutura psquica. Mas somente em 1905 que Freud publica a principal obra dos estudos psicanalticos: Trs ensaios sobre a Teoria da Sexualidade. Nesse livro, Freud considera que todas as mais variadas problemticas humanas so determinadas pela sexualidade, desde a mais tenra infncia. A sexualidade uma energia que no determina somente o ato sexual, mas os comportamentos, as ideias, os pensamentos, etc.

3.1 Conceitos Fundamentais da Psicanlise

3.1.1 Princpio do Determinismo Psquico: Os comportamentos e pensamentos so motivados pela ambivalncia. (sim e no, querer e no querer, casar e no casar, etc.)

3.1.2 Princpio da Transferncia Afetiva: um deslocamento no qual um objeto qualquer ou um fato neutro adquire uma fora atrativa ou repulsiva.

Ex.: Voc pode apreciar muito seu chefe, pois ele lhe simboliza a bondade do teu pai. Mas voc pode rejeitar qualquer autoridade porque isto lhe recorde a figura desptica do teu pai.

3.1.3 Princpio da Represso (Recalque) ou Censura: um processo psquico que tende a reprimir tudo quanto no se ajusta s normas que estabelecemos.

Ex.: Um esquecimento no acontece somente por falhas da memria, mas pode ser resultado de foras inibidoras que mantm afastados contedos psquicos que se tornam desagradveis.

3.1.4 Princpio da Diviso de Personalidade: a diviso psquica em Id, Ego e Superego;

3.1.5 Princpio de Autocomposio: a tentativa de equilbrio as trs foras que atuam no ser (Id, Ego e Superego). Para isso, existem foras compensatrias que de certa forma tentam equilibrar o indivduo a uma relao normal. Essas foras formam os Mecanismos de Defesa, que so:

I- Sublimao: uma tendncia na qual se transfere para outras vias mais sociveis de um desejo, j que no h como atingir o objeto estmulo:

Ex.:

Ao desejada Smbolo

Um beijo apaixonado ..................... Um aperto de mo demorado

Palavras injuriosas........................... Ironias

Agredir algum ............................... Dar um soco na mesa

II Catitimia: Nesse mecanismo de defesa, indica a ao que as tendncias afetivas exercem sobre a percepo da realidade.

Ex.: Quando se valoriza somente as qualidades numa pessoa porque, talvez, voc esteja amando uma pessoa; s vezes exageramos as dimenses daquilo que nos causa medo ou certo receio.

Na catitimia, como se o indivduo enxergasse por meio de culos (sentimentos, emoes) e por meio dos seus culos que se determina a cor da realidade.

III Projeo: uma tendncia a se ver livre da responsabilidade dos seus atos. Todo desejo poder se transformar em medo e vice-versa.

Ex.: Quando uma pessoa diz que um carro melhor do que de um colega, pode ser o receio de assumir o desejo de ter o carro desse colega; (A pessoa tenta projeta o seu medo na outra pessoa)

Uma pessoa que ama muito algum pode demonstrar esse sentimento de maneiras variveis com receio de ser rejeitado (Uma pessoa projeta sua rejeio na dedicao incondicional algum)

IV Racionalizao: uma funo autocompensadora que consiste em criar uma falsa motivao subjetiva com o intuito de tranquilizar o indivduo atravs de justificativas.

Ex.: No vou fazer exerccios fsicos, pois a academia muito longe da minha casa; preciso acabar com a impunidade, pois s assim a justia vai imperar no pas.

REFERNCIAS

CARLONI, Paola Regina. A histria e a constituio da Psicanlise: introduo aos principais conceitos freudianos para entender a subjetividade humana. Revista eletrnica de Educao da Faculdade Araguaia. Goinia, V.1, n.1, p. 1-12,2011. Disponvel em http://www.fara.edu.br/sipe/index.php/renefara/article/view/27

ROUDINESCO, Elizabeth. Dicionrio de Psicanlise. Rio de Janeiro. Zahar Editora, 1998.