hermeneutica-introdução ao estudo bíblico

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  • 7/25/2019 Hermeneutica-Introduo Ao Estudo Bblico

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    INTRODUO AO ESTUDO BBLICO

    de Bryan Jay Bost e lvaro Csar estana

    [Este texto foi extraido do livro "Do Texto Parfrase publicado pela Editora VidaCristCopyright !! Editora #ida Crist$% Publicado co& a devida autori'a($o e co&

    todos os direitos reservados%)

    Um estudo bblico inaugurou o ministrio terrestre de Jesus, e com um estudo bblico ele o

    encerrou. Esta a nfase do evangelho segundo Lucas (Lc 4.14!!" !4.!#,$!,44%. Lucas o livrobblico &ue chama Jesus de 'estre o maior nmero de ve)es. Jesus *ressu*unha &ue o homem s+*ode a*roimarse de -eus *or meio da sua revela/o. 0 estudo bblico o modo de conhecer arevela/o de -eus.

    0 estudo bblico foi um meio utili)ado *ela igrea *rimitiva na divulga/o do evangelho e nofortalecimento da f dos convertidos (2t 3.$" 1#.!$,11" 13.!#!3%. Eles seguiam os *assos deJesus e acreditavam, como ele, &ue a *es&uisa das Escrituras levaria os homens ao encontro de

    -eus.0 *r+*rio evangelho de Lucas o resultado do estudo bblico de evangelhos anteriormente

    escritos, conforme declara o autor no *ref5cio da obra (Lc 1.14%. 2 leitura do 6ovo 7estamentocertamente confirma a tese de &ue o estudo bblico era uma das *rinci*ais atividades desenvolvidas*ela igrea nascente e mission5ria, no *rimeiro sculo.

    Estas *oucas observa8es bastam *ara ressaltar nosso dever de estudar a 9blia. : um dever en/o uma o*/o, visto &ue este era o *roceder de nosso 'estre, da igrea antiga e dos *r+*riosescritores ins*irados. 0 &ue conhecemos de Jesus est5 na forma de um livro &ue necessita serestudado *ara obter dele uma *lena com*reens/o da sua obra e *essoa.

    Metodologia e estudo bblico.

    Este livro *ressu*8e &ue os crist/os ir/o estudar a 9blia, e *rocura dar uma orienta/o

    metodol+gica a este trabalho.7odos os &ue se a*roimam da 9blia, utili)amse de um mtodo de estudo da mesma,consciente ou inconscientemente. 6/o h5 *roblema em ter um mtodo de estudo bblico, desde &ueele sea v5lido e nos condu)a a resultados verdadeiros.

    : necess5rio verificar se o mtodo &ue utili)amos *ara estudar a 9blia bom. 'esmoa&ueles gru*os &ue afirmam n/o estudar a 9blia, tm seu modo es*ecial de basear nela os seus*ensamentos. 0utros, mais conscientes da necessidade de estudo, utili)amse de coment5rios, livrosde estudo dirigido e de outras obras, *ara obter maior com*reens/o do teto bblico. 0uvir*alestras, aulas e *rega8es *ara a maior *arte das *essoas o nico mtodo de estudar a 9blia &ueconhecem.

    Esta obra &uer incentivar o estudo inde*endente da 9blia. Esta inde*endncia n/o di)res*eito a -eus, e sim ao homem. ;rande *arte do *ovo de -eus temse tornado erradamente

    de*endente de outros *ara com*reender a 9blia. 2creditamos &ue o conhecimento e divulga/o deum bom mtodo de estudar inde*endentemente a 9blia o melhor modo de *romover um retornosadio aos ensinamentos da Escritura.

    A razo de estudar a Bblia por si mesmo

    2lgum *ode *erguntar< =or&ue devo estudar a 9blia *or mim mesmo> Uma infinidade de*essoas 5 n/o fe) esse estudo> ?ual a ra)/o de tentar fa)er isto de novo>

    1. 2 *rimeira ra)/o *ara estudar a 9blia *or si mesmo sim*les< no devemos absorver a"teologia" dos que nos rodeiam. Esta sem*re foi a causa da a*ostasia e idolatria de @srael.

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    Usaremos, *orm, um eem*lo moderno *ara ilustrar esse *onto< 0s *rimeiros mission5rios dedeterminada denomina/o bati)avam *ara a remiss/o de *ecados. Aoe em dia, *orm, a *r5ticamais comum desta denomina/o n/o esta. ?ual a ra)/o> Bim*les< como os *rimeiros obreirosdi)iam n/o ter necessidade de estudar a 9blia (mas *regavam Cins*iradosC *elo Es*rito, sem*re*aro *rvio%, com o tem*o, esta denomina/o foi absorvendo a teologia evanglica mais forte no*as &ue ensinava a n/o essencialidade do batismo. 'oral da hist+ria< &uem n/o estuda *ara

    a*render o &ue certo, vai a*render de muitos modos o &ue errado.!. 0utra ra)/o *ara fa)er um estudo bblico inde*endente a m exegese encontrada na

    literatura sobre a Bblia. Be um *rofessor da escola dominical *re*arar suas aulas consultandocoment5rios, vai acabar ensinando mentiras em nome de -eus. =or eem*lo< num conceituadocoment5rio, a *ar5bola do fermento alegori)ada e a li/o &ue o autor *rocura transmitir &ue a Cafalsa doutrina se infiltra em todas as *artes do reinoC. 0 autor usa muitas referncias e *arece teravaliado a o*ini/o contr5ria. Domo saber se ele est5 certo> =recisamos fa)er um estudo *r+*rio,caso contr5rio seremos indu)idos a *ensar como o comentarista &uer &ue *ensemos. 'uitoseem*los deste ti*o *oderiam ser usados, mas o *onto &ue n/o *odemos ensinar o*ini/o humana.7emos a obriga/o de verificar tudo, e o melhor meio de fa)lo estudar sem influncia alheia.

    $. Um motivo im*ortante *ara o estudo bblico o fato de no possuirmos um

    "intrprete oficial" da Bblia como a @grea omana, ou como os usselitas. Dada crist/o e cadagera/o crist/ tem o dever de estudar e determinar o &ue a 9blia est5 di)endo. Be n/o fi)ermosisto, estamos endossando alguma forma de Ccredo oralC, &ue substitui as Escrituras como critrioda verdade.

    4. Um estudo honesto e inde*endente das Escrituras auda a tirar os tetos bblicos do seuCsentido comumC. Dhamamos de sentido comum a&uele sentido &ue sem*re demos ao teto at odia em &ue a*rendemos o &ue realmente o teto &ueria di)er. ?uando um cat+lico l a *alavraCbatismoC, o sentido comum associado a esta *alavra evoca a imagem de um sacerdote ogando5gua na testa de um nen. Um estudo srio e inde*endente mostra &ue este sentido comum est5errado. 0 estudo bblico inde*endente fa) com &ue tiremos os C+culosC &ue sem*re nos fa)iam veras coisas com uma determinada cor< a cor das idias *reconcebidas ou *rconhecidas.

    . Estudar a 9blia fa) com &ue deixemos de usar os textos como "textosprova" de

    doutrinas! e bus&uemos a mensagem ntegra &ue o Es*rito Banto &uis transmitir atravs doescritor do teto sagrado.

    F. Um estudo bblico renovado impede aquela tendncia de ser ecltico e dar ao textobblico vrios sentidos. Um estudo srio leva em conta o fato do escritor original ter tido emmente algo &ue *recisamos saber. 6/o adianta somar tudo o &ue se di) sobre um teto" *recisamosdeterminar o &ue o teto di).

    #. =or ltimo, cremos &ue a ra)/o mais im*ortante *ara um estudo bblico srio avontade de #eus. -eus &uer &ue nos a*ro*riemos da sua vontade. 2 9blia o registro dela. Logo, essencial &ue estudemos a *alavra de -eus e *rocuremos com*reendla. 6/o eiste conselhomais re*etido nas Escrituras, direta e indiretamente. -eus eternamente s5bio. Be ele, nestasabedoria, deiou sua vontade revelada em um livro, ent/o temos

    a certe)a de &ue *ossvel com*reender a vontade dele *elo estudo deste livro. Be n/o o fi)ermosou desistirmos da tarefa, estaremos blasfemando contra a sabedoria de -eus.

    $ mtodo %ist&ricocrtico.

    @remos neste curso estudar o teto sagrado usando o mtodo hist+ricocrticoG

    0 &ue chamamos de mtodo hist+ricocrtico o mtodo de estudo e *es&uisa bblica &ue*rocura levar em conta o conteto hist+rico &ue envolve o teto, fa)endo uma avalia/o acurada(crtica% de todas as rela8es desta informa/o com o sentido do teto. Uma nfase &uanto aosentido gramatical e hist+rico do relato bblico o alvo deste mtodo. eali)ase a tarefa de um

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    historiador, &ue avalia um documento antigo com o alvo de com*reendlo. @sto revela *ouco sobrecomo vamos trabalhar, 5 &ue esta metodologia largamente em*regada *or Cte+logosC &ue n/ocrem na ins*ira/o *lena das Escrituras. 2*esar do mau uso do mtodo *or alguns, &ueremosem*regar o mtodo hist+ricocrtico na eegese *or acreditarmos &ue ele fornece o significadooriginal do teto. Usaremos este mtodo orientados *ela f &ue 5 temos na absoluta ins*ira/o eautoridade das Escrituras. 7ambm acreditamos ser a humildade a maior virtude de um eegeta.

    : um mtodo %ist&rico*or&ue leva em conta a *oca e a situa/o original em &ue o tetofoi escrito. 2 9blia a *alavra de -eus dada atravs das *alavras de *essoas hist+ricas (Ab 1.1!%.2ssim, o trabal%o de entender a Bblia o trabal%o de um %istoriador. A %ist&ria umaferramenta de trabal%o. 0 *r+*rio teto bblico no geral contm elemento hist+rico suficiente*ara dar uma idia da situa/o original, dis*ensandonos do uso de muito material estranho. Enecess5rio ser *rudente ao utili)ar CaudasC eternas.

    -ois elementos *recisam ser levados em conta &uanto tratamos da =alavra de -eus< sua*articularidade hist+rica contrabalanada *or sua validade eterna. 2 *articularidade hist+rica di)res*eito ao &ue estava acontecendo na situa/o original. =or eem*lo, =aulo escreveu o livro de;5latas *ara combater doutrinas udai)antes &ue se infiltravam na igrea. 2 relevHncia eterna levaem conta &ue mesmo em uma situa/o diferente, a mensagem de ;5latas tem im*ortHncia *ara

    cada gera/o de crist/os.Em ltimo lugar, usaremos o mtodo hist+rico na tentativa de entender cada teto da 9bliana situa/o, *ensamento e *oca da *r+*ria 9blia.

    6osso mtodo tambm um mtodo crtico *or&ue re&uer o uso de nossas faculdadesmentais em raciocnios, ulgamentos, estudos e esforos. 2 eterna inteligncia e bom senso de -eusest/o refletidos no seu livro. : necess5rio &ue usemos a inteligncia &ue ele nos deu *aracom*reendlo. 2 *alavra crtico tem geralmente uma colora/o negativa. 6/o &ueremos us5ladesta forma. 0 mtodo crtico em avaliar os resultados obtidos e em *es5los. 6unca deve tornarse crtico contra a 9blia.

    0 uso da ra)/o deve ser subordinado I f na revela/o. 6/o *odemos chegar a -eus com ara)/o" -eus &uem chega a n+s com a revela/o de sua ra)/o, Jesus Dristo, o logos eterno (logos