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  • 8/17/2019 h-memoria - sao victor.doc

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    Hugo de S. Vitor

    TEXTOS NOTÁVEIS SOBREA MEMÓRIA

    compilados de todaa sua ora

    Texto disponível para Download no site de

     Introdução ao Cristianismosegundo a obra de

     Santo Tomás de Aquino e Hugo de S !itor 

    "ttp#$$wwwterravistapt$%a&are$'()*$ "ttp#$$www+ristianismoorgbr 

    "ttp#$$wwwa++io+ombr$%a&are$'()*$ 

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    I

    !ome"t#rio $s %ame"ta&'es

    de (eremias

    ,-les di&iam .s suas mães#/nde está o trigo e o vin"o0,

    Lam. 2, 12

    O que devemos entender espiritualmente pelos filhos destas mães, senão a multidão dos pensamentos, os quais, na medida em que se originam em uma só mente de diversos afetos, sãocomo filhos de muitas mães em uma só casa, mas que não procedem de uma só origem? Dizemosque os pensamentos nascem dos afetos porque, certamente, a MEMÓRIA das coisas !s quaissomos afei"oados pelo amor que ocorre freq#entemente em nossos pensamentos. $ada um dosv%cios e cada uma das vistudes pode facilmente comprovar o quanto isto verdadeiro. & istotam'm o que quer dizer o (vangelho)

    ,/nde está o teu tesouro1aí está o teu +oração,1

    *t. +, 21

    como se dissesse)

    ,/nde está o teu amor1

    ali está a tua alma,

    ssim como o teu afeto, assim tam'm o teu pensamento. Deve-se sa'er, porm, que assimcomo os afetos geram por si os pensamentos, assim tam'm, por sua vez, os próprios pensamentos inflamam ainda mais amplamente os afetos dos quais se originam. De onde que

    tam'm aqueles que diligentemente guardam seus cora"es dos pensamentos il%citos erradicam profundamente as ra%zes destes maus afetos. o contr/rio, porm, aqueles que negligenciame0ercitar suas mentes por meio de santas medita"es, mesmo se em algum tempo anterior foramaquecidos por alguma centelha de amor divino, pouco a pouco se esfriam de tal modo que, aindaque talvez em algum tempo tiveram pensamentos de 'ons afetos, de nenhum modo ou apenasmuito de'ilmente presenciam produzir-se deles alguma do"ura interior no seio da mente.

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    II

    !ome"t#rio $ )ro*ecia de (oel

    ,Agora1 portanto1 di& o Sen"or1+onvertei2vos a mim

    de todo o vosso +oração,

    oel 2, 12

    ós, portanto, que vos t%nheis afastado de Deus pelo v%cio da neglig3ncia, afastados e su'mersosno dil4vio da mal%cia, convertei-vos, diz, a mim ,de todo o vosso +oração,. 5/ a conversão docora"ão e h/ a conversão da o'ra. conversão do cora"ão pode ser de todo o cora"ão ou em

     parte. quela que consiste em todo o cora"ão a que o 6enhor 'usca, porque suficiente para asalva"ão. outra (le a re7eita, a que em parte, porque fingida, e est/ longe da salva"ão. 8or isso est/ escrito)

    ,/ -spírito Santo 3oge

    da dis+iplina 3ingida,,

    6a'. 1, 9

     :o cora"ão, de fato, h/ tr3s coisas) a razão, a vontade e a MEMÓRIA. razão das coisas

    futuras, a vontade das presentes e a MEMÓRIA das passadas. razão 'usca as futuras, avontade ama as presentes e a MEMÓRIA retm as passadas. razão ilumina, a vontade ama, aMEMÓRIA conserva. ;uando, portanto, a razão 'usca o sumo 'em e o encontra, a vontade orece'e e o ama, e a MEMÓRIA o conserva solicitamente e mais fortemente o estreita, então aalma se converte a Deus de todo o cora"ão. ;uando, porm, a razão adormecida suspende a 'usca do que celeste, ou a vontade morna não procura amar, ou a MEMÓRIA  entorpecidadespreza a guarda, então a alma se torna fingida, incorrendo primeiro no v%cio da ignor

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    III

    +uest'es sore as

    Ep,stolas de S-o )aulo

    ,Se nos ex+edemos mentalmente14 por Deus,

    >> $or. 9, 1

    ;uestiona-se o que se7am os e0cessos da mente. 6olu"ão) h/ dois e0cessos, o do pavor e o dainten"ão ao que elevado, de tal maneira que, de algum modo, retiram-se da MEMÓRIA  as

    coisas inferiores. :este e0cesso da mente estiveram todos os santos, aos quais foram reveladosarcanos divinos que e0cedem o mundo.

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    IV

    +uest'es sore a

    Ep,stola aos Roma"os.+. /01 /21 /31 /4.

    Alegorias deAmos os Testame"tos.

    II5 )arte1 %.VI1sore a Ep,stola aos Roma"os.

    Diz o póstolo)

    ,Aquele que ama o pr5ximo1+umpriu a 6ei,

    @om. 1, A

    8ergunta-se se o amor do pró0imo e o amor de Deus são o mesmo. 6e não são o mesmo, como oamor do pró0imo a plenitude da Lei? $omo toda a lei restaurada no amor do pró0imo? $omoos tr3s preceitos da primeira t/'ua, que dizem respeito a Deus, se cumprem no amor do pró0imo?

    8or outro lado, se um e outro são o mesmo, por que foram dados separadamente um preceito doamor a Deus e outro preceito do amor ao pró0imo?

    6olu"ão. O amor nome de uma virtude e assim pode ser dito que o mesmo oamor pelo qual amamos a Deus e ao pró0imo. & tam'm nome de um movimento da mente, eneste sentido um o amor de Deus e outro o amor do pró0imo, e o amor de Deus maior doque o amor do pró0imo, porque o amor de Deus est/ contido no amor do pró0imo. ;uem, defato, ama a Deus, por conseq#3ncia ama ao pró0imo e inversamente= por conseguinte, coloca-seum movimento pelo outro. O amor do pró0imo, de fato, um movimento da mente ao pró0imo por causa de Deus= como, portanto, pode haver amor ao pró0imo sem amor de Deus? O amor do pró0imo , de fato, uma certa matria na qual se e0erce o amor de Deus, o qual mais escondido

    e cu7o afeto se manifesta mais a'ertamente no amor do pró0imo. O amor de Deus ummovimento da mente para Deus por causa d(le mesmo.

    8ergunta-se ademais se o amor do pró0imo possa ser sem o amor de Deus. 8ois parece que pode, porque algum pode amar o pró0imo não por causa de Deus, mas por causa dealguma outra coisa.

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    6olu"ão. :ão se deve conceder que algum ame o pró0imo, a não ser que o ame por causa de Deus. mar diversamente não amar, antes, mais propriamente odiar, porque,conforme diz o 6almista,

    ,7uem ama a iniq8idade1odeia a sua alma,

    6almo 1B, 9

    Deste modo, não pode amar o seu semelhante quem a si mesmo odeia.

    8ergunta-se ademais em que lugar foi-nos preceituado como o homem deve amar a si mesmo.

    6olu"ão. ;uando se ensina ao homem como se deve amar a Deus, nisto mesmo

    lhe ensinado como o homem deve amar a si mesmo.

    O que , de fato, amar a si mesmo, senão amar o seu próprio 'em?

    ;ual , porm, o 'em do homem, senão Deus?

    ;uem, portanto, ama a Deus, nisto mesmo ama a si próprio. ( o quanto amar aDeus, tanto amar/ a si mesmo.

    8ergunta-se tam'm se o homem deve somente amar o pró0imo como a si mesmo.8ois, de fato, est/ escrito)

    ,Amarás o teu pr5ximo+omo a ti mesmo,

    *at. 22, C

    6olu"ão. ssim como a semelhan"a designa, segundo alguns, não a quantidade, quando se diz

    ,Ama ao pr5ximo+omo a ti mesmo,1

    isto significa ,ao mesmo que para ti dese9as,, ou se7a, para que ele venha a possuir a Deus, eentrega-te o quanto possas ! o'ra para que ele possa fazer o que preciso para que se salve. :ãoser/ necess/rio repetir o que 7/ dissemos acima so're a caridade. :ão todas as coisas podem oudevem ser ditas em todo lugar.

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    8ergunta-se finalmente se poss%vel possuir o amor de Deus sem o amor do pró0imo, o que alguns o quiseram provar dizendo que se não e0istisse nenhum homem senãoapenas um, este poderia amar a Deus sem que amasse ao pró0imo, assim como dão, antes quee0istisse (va, amou a Deus sem que tivesse amado o pró0imo, pois ningum ainda e0istia almdele próprio.

    6olu"ão. (ste discurso, segundo o qual o amor de Deus poderia ser possu%do semo amor do pró0imo, positivo e falso. $oloca, de fato, e0istir o pró0imo, e sem o seu amor poder  possuir o amor de Deus. O amor de Deus como que a forma e a causa do amor do pró0imo, e oamor do pró0imo como que a matria do amor de Deus. O amor de Deus oculto, enquanto queo amor do pró0imo se manifesta e0teriormente e nele o próprio amor de Deus declarado, peloque diz o póstolo que o amor do pró0imo a plenitude da lei.

    ,Amarás o pr5ximo +omo a ti mesmo,1

    isto , amar/s o pró0imo com o mesmo fim para o qual amas a ti mesmo quando te amascorretamente, isto , em Deus e por causa de Deus. Ora, segundo 6. gostinho, amar a Deus detodo o cora"ão significa am/-lo com toda a intelig3ncia= am/-lo com toda a alma significa comtoda a vontade= am/-lo com todo o entendimento significa com toda a MEMÓRIA, de talmaneira que todos os pensamentos, toda a vontade e toda a MEMÓRIA se7am conduzidas a (le,de quem procede aquilo que a (le conduz. & por isso que o próprio gostinho diz tam'm quequando ainda temos concupisc3ncias carnais, de nenhum modo pode-se amar a Deus com toda aalma.

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    V

    Os Mist6rios da 76 !rist-.

    %. I1 XIII5 )arte1 c. 8.

    (scritura nos manifesta o quanto devemos amar o nosso 'em que Deusquando diz)

    ,Amarás o Sen"or teu Deusde todo o teu +oração1

    de toda a tua mentee de toda a tua alma,1

    *t. 22,

    como se dissesse)

    ,%ão te pre+eituou apenas que o ames1ou que ames apenas a Deus1

    mas que tanto quanto o possas1tanto o ames,

    tua possi'ilidade ser/ a tua medida= quanto mais o amares, mais o ter/s.

    mar/s de todo o teu cora"ão e de toda a tua alma e de toda a tua mente, isto ,de toda a tua intelig3ncia, de todo o teu afeto, e de toda a tua MEMÓRIA, quanto o entenderes,quanto o provares, quanto maior for a tua sufici3ncia, tanto o deves amar. ;ue tudo se torne pleno pelo conhecimento, que todo afeto se7a ligado pelo amor, que tudo se7a possu%do pelaMEMÓRIA. ;uanto mais te iluminares, tanto te afei"oar/s, para que se7a inteiramente docequanto d(le alcance o conhecimento e a MEMÓRIA. 6e tudo for e0perimentado ser reto, comonão ser/ totalmente amado? ;uanto, portanto, dignar-se estar Deus em nós pelo pensamento,tanto ser/ por nós amado. memos tudo o que d(le pudermos conter, e o quanto pudermos.

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    VI

    A Arca de No6.

    %. III1 c.4.

    caridade semelhante ao vinho. os que ine'ria, o vinho torna alegres, audazes,fortes, esquecidos e, de certo modo, insens%veis. ssim tam'm a caridade, purificando aconsci3ncia, torna a mente alegre. Depois torna-a audaz quando, pela pureza da consci3ncia, produz a confian"a. (m seguida, aumenta as for"as porque, conforme testemunha a (scritura,

    ,Aquele que +on3ia no Sen"or4 3orte +omo o leão,

    8rov. A, 1

    8roduz tam'm o esquecimento porque, elevando toda a inten"ão da alma ao dese7o das coisaseternas, desenra%za profundamente todas as coisas que transitam pela MEMÓRIA.

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    VII

    A Arca de No6.

    %. III1 c.8.

    esperan"a como uma fagulha dos 'ens futuros na mente, que alimentada pelaserragem. esperan"a como uma certa MEMÓRIA das alegrias invis%veis, que no cora"ão dohomem aquece interiormente seus lugares mais escondidos e não permite que se seque pelo frio dainfidelidade no inverno do mundo presente. ( enquanto a esperan"a viver em nossa mente, nuncase secar/ a /rvore da sa'edoria, mas assim como o verdor do tronco conserva-se ileso enquantofor mantido o equil%'rio do humor e do calor, assim tam'm a alma não pode secar quando o calor do (sp%rito 6anto irradia e a nutre pelo alto e a aplica"ão ! 'oa opera"ão a rega por 'ai0o.

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    VIII

    A Arca de No6.

    %. IV1 c.4.

    Diz a 6agrada (scritura)

    ,/nde está o teu tesouro1ali está o teu +oração,

    *t. +, 21

    Onde est/ o teu amor, ali estar/ o teu pensamento. Onde, porm, estiver o teu pensamento, aliestar/ a ha'ita"ão interior do homem. 8orque algum dito ha'itar segundo o homem interior alionde est/ a conversa"ão de seu pensamento. 8ortanto, aqueles que constróem a deleita"ão de seucora"ão na vaidade deste mundo, em'ora possuam a arca da f, interiormente, porm, sãon/ufragos.

    6ilenciando agora, todos os demais amantes do mundo, quantos eruditos nãoconhecemos que querem chamar-se cristãos e que entram com os demais fiis na >gre7a e participam dos sacramentos de $risto, em cu7os cora"es mais freq#ente a MEMÓRIA  de6aturno e de 4piter, de 5rcules e de *arte, a de quiles e de 5eitor, de 8ólu0 e $astor, do quea de $risto e de seus santos? mam as sutilezas dos poetas, mas quanto ! verdade das (scriturasDivinas ou a negligenciam ou, o que pior, dela se riem e a desprezam. O'servem agora o quelhes aproveita estar e0teriormente na >gre7a e interiormente fornicar da f. nteve7o que no fimhaverão de unir-se aos que 7/ estão unidos consigo pelos afetos do cora"ão= amando com eles estavida, se tornarão participantes tam'm de seu supl%cio. ;ue lhes aproveita ter f, se não permanecem na f? ;ue lhes aproveita possuir um navio %ntegro, e 7/ não digo padecer as ondasdo naufr/gio, mas espontaneamente nelas atirar-se? ;ue lhes aproveita conhecer a verdade e amar a falsidade? :ão são estes os verdadeiros fiis.

     :a 6agrada (scritura o mundo amaldi"oado e chamado de inimigo de Deusnão porque a sua su'st

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    6almo A, E

    ssim como a madeira alimenta o fogo, assim tam'm os pensamentos apascentam os dese7os. 6ee0istirem 'ons pensamentos na medita"ão, inflamar-se-/ o fogo da caridade. 6e os pensamentosforem maus, inflamar-se-/ o fogo da co'i"a. 8orque assim como os olhos são apascentados pelaimagem, assim tam'm a alma apascentada pelos pensamentos, e a mente imp4dica frui pelo seudese7o de um comrcio torpe, na medida em que a'ra"a interiormente pelo pensamento a coisadese7ada. 8ouco importa o que se cogita, mas que tipo de afeto se origina deste pensamento, porque o pensamento não macula a mente onde a deleita"ão não corrompe a consci3ncia. &importante, portanto, conforme dissemos, que nos esque"amos deste mundo, e que destruamossua MEMÓRIA  de nosso cora"ão, para que não ocorra que, pensando freq#entemente nela,se7amos inclinados ! sua concupisc3ncia.

    $remos 7/ ter manifestamente demonstrado de onde se origina a distra"ão infinitaque padecemos de nossos pensamentos, isto , do mundo e de sua concupisc3ncia, isto , daso'ras do cora"ão e que aquilo pelo qual podemos recolher em um só todo os nossos pensamentos

    são as o'ras da restaura"ão. ( porque, conforme dissemos, não pode haver ordem onde não h/fim, necess/rio que, a'andonadas as o'ras da cria"ão, 'usquemos a ordem de nossos pensamentos ali onde são finitas, isto , nas o'ras da restaura"ão, e isto o que nos propusemosinvestigar anteriormente, qual deveria ser a ordem de nossos pensamentos para que, a partir deles, pudssemos edificar em nós uma casa espiritual para a sa'edoria.

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    IX

    9idascalico".

    %. III1 c.4.

    queles que se entregam ao estudo devem primar simultaneamente pelo engenhoe pela MEMÓRIA, duas coisas que em todo estudo e disciplina convm uma com a outra de talmodo que se falta uma, a outra sozinha não conseguir/ conduzir ningum ! perfei"ão, assim comode nada aproveitam os lucros onde não poss%vel guard/-los e em vão que algum acumularecipientes se não tiver com que preench3-los. O engenho encontra e a MEMÓRIA  guarda asa'edoria.

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    X

    9idascalico".

    %. III1 c.:0.

    (m qualquer ensinamento devemos recolher algo certo e 'reve que se7a guardadona arca da MEMÓRIA de onde posteriormente, quando for necess/rio, algo se7a resgatado. &necess/rio retomar estas coisas com freq#3ncia, trazendo-as novamente ao paladar daMEMÓRIA, para que por uma longa interrup"ão não se tornem o'soletas. De onde que te rogo,leitor, que não te alegres muito se tiveres lido muito, ou se tiveres entendido muito, e nem mesmose tenhas entendido algo, se tam'm não o puderes reter.

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    XI

    Op;sculo sore o

    Modo de Apre"der.!.

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    XII

    Solil=>uio sore

    o )e"?or da Alma

    Deus te amou em todas as coisas que te concedeu, 7untamente contigo, a todosem geral, especialmente a alguns ou particularmente apenas a ti. ;uem dera que possas recolher  para teu proveito e conforme o agrado de Deus todas as coisas que (le te concedeuF 8orque foi por isto que (le as concedeu, para que tu sempre as tivesses na MEMÓRIA e nunca te esfriassesem seu amor pelo esquecimento. Deus escolheu-te entre todas, tomou-te entre todas e amou-teentre todas. $hamou-te em seu nome para que sua MEMÓRIA estivesse sempre 7unto de ti, quisque participasses em seu nome, o nome da verdade, pois ungiu-te com aquele óleo de alegria paraque, tendo sido ungida pelo Gngido, de $risto fosses dita cristã.

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    XIII

    O !laustro da Alma.

    %. IV1 c. :8.

    ,- 3i&eram novos vasos sagrados,

    > *ac. E, EC

    Hazem novos vasos sagrados aqueles que constroem seus cora"es na vida nova segundo os preceitos do homem novo que $risto.

    ,- trouxeram o +andelabro1e o altar do in+enso1

    e a mesa para o templo,

    > *ac. E, EC

    8elo candela'ro podemos entender a 8alavra de Deus= pela luz do candela'ro o ensinamento da8alavra= pelo altar dos incensos a devo"ão das ora"es, não o suave fumo da adula"ão. 8ela mesa,a MEMÓRIA das Divinas (scrituras. ssim como algum faz refei"ão com o que colocado na

    mesa, assim a alma engorda como que de diversos man7ares com o que trazido ! MEMÓRIA.

    ,- o3ere+eram um sa+ri3í+io novosobre o altar dos "olo+austos,

    > *ac. E, EC

    Oferecem um sacrif%cio novo so're o altar dos holocaustos quando no arrependimento do cora"ãoimolam os dese7os da carne. (stes renovam a mente e se purificam da m/cula das imund%cies.

    queles, portanto, que permanecem nesta cidade de erusalm, isto , que permanecem na paz, eque t3m a udas *aca'eu, isto , ! confissão, como o seu guia entre todos, isto , a confissão, que purificam o templo, isto , a alma, dos v%cios, e que quotidianamente restauram o que foidestru%do, creio que se não desanimarem, sem demora passarão desta erusalm ! celeste.

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    XIV

    O !laustro da Alma.

    %. IV1 c..

    ,- re+ebi o livro da mão do an9o1e o devorei1

    e era na min"a bo+a do+e +omo o mel

     :as1 tendo devorado o livro1meu ventre tornou2se amargo,

    p. 1B. 1B

    Desta passagem diz 6ão Iregório *agno)

    ,Devoramos este livro

    quando nos alimentamos +om avide&das palavras da vida,

     :a ordem do an7o para devorar o livro o que mais se repreende senão o torpor de nossa pregui"a,

     pois não 'uscamos palavras do 6enhor e seus mistrios por nós mesmos e, quando no-las são ditas por outros, as ouvimos contra a vontade. Devoramos, portanto, e comemos o livro quando lemosas palavras de Deus. *uitos, porm, as estudam e permanecem em 7e7um mesmo com este estudo.*uitos ouvem a voz da prega"ão, mas depois de ouv%-la retornam vazios e em 7e7um porque,ainda que pela mente tenham apreendido a intelig3ncia do 6agrado Discurso, esquecendo e nãoconservando o que ouviram, não refazem as v%sceras do cora"ão.

    Os que estudam e não permanecem em 7e7um são aqueles que entendem econservam aquilo em que tra'alharam. (stes devoram o livro santo, o comem e não permanecemem 7e7um porque a MEMÓRIA não perde os preceitos da vida cu7o sentido puderam apreender. (!s vezes ocorre tam'm que, pelo dom da gra"a celeste, estes apreendem tam'm a palavra da

    doutrina e a verdade nela contida, que com do"ura ruminam interiormente e com a qualapascentam suavemente seus pró0imos.

    18

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    XV

    A Medici"a da Alma. !. :.

    O homem costuma ser chamado pelos antigos de microcosmos, isto , um mundomenor, porque pela semelhan"a do maior possui a figura do mundo.

    8ode-se, de fato, apontar uma grande conveni3ncia entre a composi"ão do corpohumano e a constitui"ão do mundo. O cu se assemelha ! ca'e"a, o ar ao peito, o mar ao ventre, aterra !s e0tremidades do corpo.

    Deus ha'ita no cu, e a mente possui, na ca'e"a do homem, o principado. (m

    Deus h/ tr3s pessoas, o 8ai, o Hilho e o (sp%rito 6anto, e na ca'e"a humana h/ tr3s pot3ncias, aintelig3ncia, a razão e a MEMÓRIA. 5/ no cu dois grandes luminares, o 6ol e a Lua, e naca'e"a h/ dois olhos que iluminam o firmamento da face. O 6ol e a Lua iluminam o dia e a noiteoferecendo aos homens, pela sua claridade, a luz do conhecimento das coisas. Os olhos, pela suasutilidade, rece'em as imagens das coisas que são anunciadas pelo intelecto ! razão a qual nos d/a certeza.

    6emelhantemente no peito, assim como no ar, voam os pensamentos comonuvens, trazendo !s vezes a claridade da alegria, !s vezes a tristeza da o'scuridade. Levantam-seaqui e ali os ventos das tenta"es que contur'am a alma ou, dividido o ar, produzem-se osrel

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    XVI

    A Medici"a da Alma. !. VI.

    O sagit/rio possui duas naturezas, a ferina e a humana. parte superior seassemelha ao homem, a inferior se assemelha ao animal. queles que vivem segundo a razão, sãodignos do cu, aqueles que vivem 'estialmente, são dignos do inferno. O sagit/rio segura o arco earremessa a flecha. 5/, porm, dois arcos, o arco do 6enhor, e o arco do demKnio. Do primeiro seapro0imam os espirituais, do segundo os animais. Os pecadores, com seu arco, t3m como alvoatingir ocultamente os retos de cora"ão. 8ossuem tam'm uma al7ava, na qual colocam suasflechas, que são os pensamentos perversos, 7/ que os pecadores

    ,Tomaram o ar+o1 prepararam as suas setas na al9ava,

    6almo 1B,

    8reparam as setas porque para isto que se aplicam os perversos, para a su'versão. *as, diztam'm a (scritura, que o 6enhor consumir/ o arco e que'rar/ as setas. O arco dos 7ustos aintelig3ncia espiritual, a corda a doutrina, as setas as palavras da doutrina, a al7ava a MEMÓRIA.(ste arco estendido pelo 6enhor, e por (le preparado. O 6enhor prepara o arco quando nose0plica a intelig3ncia das 6agradas (scrituras. Deste arco são enviadas setas poderosas e agudas6almo 11C, EM, para que firam e transpassem os cora"es.

    ,/ Sen"or sabe,,

    diz 6. gostinho.

    ,3le+"ar o amor,.

     :ingum flecha mais 'elamente o amor do que aquele que o faz pela palavra. Hlecha, de fato, paraque produza o amor. 8or esta seta ferida a esposa)

    ,;erida estou,,

    diz ela,

    20

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    ,pelo amor,.

    $ant. 2, 9.

    ;uem dera que nós, atingidos por esta seta, morr3ssemos para este mundoF

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    XVII

    A Medici"a da Alma. !. 4.

    5/ diversidade entre as del%cias do corpo e as del%cias do cora"ão.

    ;uando não temos o alimento corporal, o corpo atormentado por um grandedese7o e afeto da carne. ;uando, porm, possu%do e comido, pela saturidade alcan"a-se ofast%dio. o contr/rio, quando não se possui o alimento espiritual, tornamo-nos vis= sa'oreado, porm, pelo que o come, este passa a ter fome por um dese7o maior.

     :o alimento corporal o apetite gera a saciedade, e a saciedade gera o fast%dio. :oalimento espiritual o apetite gera a saciedade, mas a saciedade aumenta o dese7o.

     :o alimento corporal a saciedade causa dano, e o fast%dio desagrado. :o alimentoespiritual nem a saciedade perigosa, nem o dese7o atormenta. (ste alimento a palavra doensinamento da vida que, servindo ordenadamente !s virtudes, conservam incolumemente o estadoda comple0ão humana. alma apetece a refei"ão da doutrina, quando ouve e retm de 'oavontade a palavra da prega"ão, quando a rece'e pelo ouvido do cora"ão e a repassa guardada noventre da MEMÓRIA.

    (0istem alguns que não apetecem nenhum alimento, mas se esfastiam de todos.5/ tam'm os que apetecem alguns alimentos mas, quando os rece'em, rapidamente os vomitam.5/ ainda os que os apetecem e os retm, mas dele não fazem nenhuma digestão para os mem'ros.

    5/ outros, finalmente, que os apetecem, retm e digerem, mas que não e0pulsam pelas fun"esnaturais aquilo que deveria ser e0pulso.

    queles que não apetecem mas se enfastiam do alimento da doutrina não poderãoviver muito tempo. Destes que est/ escrito)

    ,A sua alma aborre+ia toda a +omida1e +"egaram .s portas da morte,

    6almo 1B+, 1A

    queles que, de fato, se recusam a ouvir a palavra da prega"ão, correm 7/ velozmente para a portada condena"ão eterna.

    queles que apetecem mas não retm o alimento, e0pulsando-o do ventre daMEMÓRIA e lesando o estKmago da mente, permanecem longamente doentes.

    5/ os que o apetecem e retm, mas não o digerem pelos mem'ros, porque aquiloque o ventre da MEMÓRIA retm, não o convertem em 'ons atos.

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    queles, finalmente, que não e0pulsam o que deveria ser e0pulso são aqueles queincorporam ao seus costumes o que não convm.

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    XVIII

    A Medici"a da Alma. !.81 c.:3.

    $onvm que o mdico se7a como um profeta, para que possa 7ulgar não apenas do presente, mas tam'm do passado e do futuro. $onhecendo a enfermidade presente, a ocasião daenfermidade, a matria da doen"a e a causa da doen"a pode, pelos sinais presentes, conhecer o fimda doen"a, a morte ou a sa4de. 5/ nove modos de sinais que significam o 'em ou o mal,mencionados por 5ipócrates no livro ,Sobre os

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    XIX

    Sore os A"imais.%.I1 c. .

    ,Se dormis entre os apris+os1as penas da pomba bril"am +omo prata1

    e o seu dorso no 3ulgor do ouro,

    6almo +, 1E

    pom'a qualquer alma fiel e simples. 6uas penas 'rilham como prata quando suas virtudes sãomanifestas pela fama da 'oa opinião.

    @e4ne tantos grãos de sementes para a sua refei"ão quantos são os e0emplos dos 7ustos que toma para si para 'em operar.

    8ossui dois olhos, o direito e o esquerdo, que são a MEMÓRIA e a intelig3ncia. :este prev3 o futuro, naquele chora so're o passado. :ossos pais fecharam estes olhos no (gitoquando não entenderam as o'ras de Deus, nem guardaram na MEMÓRIA a multidão de suasmisericórdias.

    pom'a possui duas asas, o amor do pró0imo e o amor de Deus. primeira, pelacompai0ão se estende ao pró0imo, a segunda pela contempla"ão se ergue at Deus. Destas asas procedem as penas, isto , as virtudes da alma, penas que resplandecem com o 'rilho da prataquando, pela fama da 'oa opinião oferecem aos ouvintes, ao modo da prata, um doce tilintar.

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    XX

    Sore a Alma. %.I1 c.:.

    (ncontro, segundo o homem interior, tr3s coisas em minha mente, pelas quaislem'ro-me de Deus, ve7o-o e dese7o-o. (stas tr3s são a MEMÓRIA, a intelig3ncia e a vontade ouamor. 8ela MEMÓRIA lem'ro, pela intelig3ncia admiro, pela vontade a'ra"o. o lem'rar-me deDeus, encontro-O na MEMÓRIA, e nela d(le e n(le me deleito, segundo o que (le próprio sedigna conceder-me. 8ela intelig3ncia admiro o que Deus em si mesmo, o que nos an7os, o que nos santos, o que nas criaturas, o que no homem.

    Devemos am/-lo, porque (le nos amou primeiro, e nos f3z ! sua imagem esemelhan"a, o que não quis conceder a nenhuma criatura. Homos feitos ! imagem de Deus, isto ,

    ! intelig3ncia e conhecimento do Hilho, pelo qual inteligimos e conhecemos o 8ai e a (le temosacesso. Nanta afinidade h/ entre nós e Deus Hilho que (le imagem de Deus e nós fomos feitos !imagem de Deus, afinidade testemunhada pela própria semelhan"a, 7/ que não apenas segundo aimagem, mas tam'm segundo a sua semelhan"a fomos feitos. & necess/rio, portanto, que aqueleque segundo a imagem, convenha com a imagem, para que não participe em vão do nome daimagem. @epresentemos em nós, portanto, a sua imagem no dese7o da paz, na admira"ão daverdade, no amor da caridade. Nenhamo-la na MEMÓRIA, guard3mo-la na consci3ncia evener3mo-la em todo lugar. nossa mente sua imagem porque capaz dela, e pode tornar-se participante dela. :ão sua imagem porque se lem'ra dele e em seguida o intelige e o ama, mas porque pode lem'rar-se, intelegir e amar aquele de quem foi feita e, ao faz3-lo, ela própria torna-se s/'ia. :ada, de fato, tão semelhante !quela suma sa'edoria do que a mente racional que pela

    MEMÓRIA, intelig3ncia e vontade permanece naquela inef/vel Nrindade. :ão pode permanecer nela, porm, a não ser que dela se lem're, inteli7a e ame. Lem're-se, portanto, de Deus, ! cu7aimagem foi feita, inteli7a-O, ame-O e adore-O, com quem poder/ ser sempre feliz. em aventuradaa alma 7unto ! qual Deus encontra repouso e em cu7o ta'ern/culo repousa. em aventurado o que puder dizer)

    ,Aquele que me +riou1des+ansou no meu taberná+ulo,

    (ccles. 2E, 12

     :ão lhe poder/ negar, de fato, o repouso do cu.

    (ncontro, portanto, em minha mente uma imagem da 6uma Nrindade, e para queesta 6uma Nrindade se7a lem'rada, contemplada e amada, para que dela me lem're, a ame, aa'race e a contemple, a ela devo referir tudo aquilo que vivo. mente imagem de Deus, na qualh/ estas tr3s coisas) a MEMÓRIA, a intelig3ncia e a vontade. P MEMÓRIA atri'u%mos tudoaquilo que sa'emos, ainda que nelas não pensemos. P intelig3ncia atri'u%mos tudo aquilo queencontramos cogitando, o que tam'm confiamos ! MEMÓRIA= ! vontade, tudo aquilo que conhecido e inteligido e que intensamente dese7amos por ser 'om e verdadeiro. 8ela MEMÓRIA

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    somos semelhantes ao 8ai, pela intelig3ncia ao Hilho, pela vontade ao (sp%rito 6anto. :ada em nós tão semelhante ao (sp%rito 6anto quanto a vontade ou o amor ou dile"ão, que uma vontademais e0celente. O amor um dom de Deus, de modo que nenhum outro dom mais e0celente doque este. O amor que procede de Deus tam'm Deus, e propriamente dito (sp%rito 6anto, peloqual o amor de Deus infundido em nossos cora"es @om. 9, 9M, e pelo qual toda a Nrindade emnós ha'ita.

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    Sore a Alma. %.:1 c.@.

    $orramos, portanto, não pelos passos do corpo, mas pelos afetos e dese7os damente, 7/ que não são apenas os an7os, mas tam'm o $riador dos an7os quem nos espera.8ortanto, 7/ que toda a c4ria celeste nos espera e nos dese7a, dese7emo-la o quanto possamos.$om grande confusão e vergonha chegar/ a ela quem com grande veem3ncia não a dese7ar contemplar. ;uem, entretanto, pela ora"ão ininterrupta e pelo pensamento constante tiver nela asua conversa"ão, nela entrar/ com seguran"a e nela ser/ rece'ido com grande alegria.

    Onde quer que, por conseguinte, estiveres, ora dentro de ti mesmo. 6e estivereslonge do oratório, não queiras 'uscar um lugar, porque tu mesmo ser/s o lugar. 6e estiveres no

    leito ou em qualquer outro lugar, ora, e ali ser/ o templo. ;ue a ora"ão se7a freq#ente e, inclinadoo corpo, que a mente se eleve at Deus. ssim como não e0iste nenhum momento em que ohomem não use ou frua da 'ondade e da misericórdia de Deus, assim tam'm não deve haver nenhum momento em que não o tenha presente na MEMÓRIA.

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    XXII

    Sore a Alma. %.II1 c..

    alma tem em si a imagem ou semelhan"a do Deus onipotente. *as tam'm tema imagem da 6ant%ssima Nrindade, primeiro porque, assim como Deus , vive e conhece, assimtam'm a alma, ao seu modo, , vive e conhece.

    5/ tam'm nela uma outra trindade, por ter sido criada ! imagem da perfeita e6uma Nrindade, que h/ no 8ai, no Hilho e no (sp%rito 6anto. (m'ora se7a uma só em sua natureza,a alma possui em si tr3s pot3ncias, a intelig3ncia, a vontade e a MEMÓRIA, o que significadono (vangelho, em'ora com outras palavras, quando diz)

    ,Amarás Sen"or teu Deus+om todo o teu +oração1

    +om toda a tua alma1e +om toda a tua memte,1

    *at. 12, 1

    isto , com toda a tua intelig3ncia, com toda a tua vontade e com toda a tua MEMÓRIA. 8orque

    assim como do 8ai gerado o Hilho, e do 8ai e do Hilho procede o (sp%rito 6anto, assim daintelig3ncia se gera a vontade, e de am'as estas coisas procede a MEMÓRIA, assim como poder/ser facilmente apreendido por qualquer s/'io. :enhuma alma poder/ ser perfeita sem estas tr3scoisas, nem nenhuma destas, no que diz respeito ao seu h/'ito, permanecer/ %ntegra sem as outrasduas. ( assim como Deus 8ai, Deus Hilho e Deus (sp%rito 6anto não são tr3s deuses, mas um sóDeus e tr3s pessoas, assim tam'm a alma intelig3ncia, a alma vontade, a alma MEMÓRIA=não são, todavia, tr3s almas em um só corpo, mas uma só alma e tr3s virtudes. ( nestas tr3s coisasa imagem divina produz admiravelmente em sua natureza o nosso homem interior porque, comoque pelas for"as mais e0celentes da alma, -nos ordenado que amemos o $riador para que, namedida em que intelegido, se7a amado e, na medida em que amado, sempre o tenhamos naMEMÓRIA. :ão suficiente a sua intelig3ncia, se não se produz o seu amor na vontade. ( nem

    estas duas são suficientes se não se lhes acrescenta a MEMÓRIA, pela qual Deus permanecesempre na mente que intelige e ama, de tal modo que assim como não pode haver nenhummomento em que o homem não se utilize ou frua da 'ondade e da misericórdia de Deus, assimtam'm não possa haver nenhum momento em que não o tenha presente na MEMÓRIA. ( por isso que me parece acertado dizer que o nosso homem interior imagem de Deus.

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    XXIII

    Sore a Alma. %.II1 c.22.

    O corpo composto de quatro elementos, mas a alma não elemento, nem composta de elementos, criada do nada de um modo só conhecido pelo seu $riador. De todas ascoisas que v3 e0istirem em si, isto , de todas as coisas vis%veis em seu corpo, v3 não ser nem poder ser nenhuma delas. 6epare-se, portanto, e divida-se de tudo aquilo que v3 haver de vis%velem si mesma, e se ver/ ser inteiramente invis%vel naquilo em que se v3, em'ora ve7a que não podever-se. (leve-se, então, acima de si mesma, e contemple ao Deus invis%vel naquele que o primeiro e o principal espelho na 'usca de Deus, aquele que com maior pro0imidade e afinidade

    foi feito ! sua imagem e semelhan"a. (ste a própria razão e a mente que se utiliza da razão, feita! primeira semelhan"a de Deus, para que por si mesma possa encontrar !quele por quem foi feita erepousar docemente em seu amor e contempla"ão.

    De fato, mais perfeitamente manifesta seu $riador aquilo que mais de perto seapro0ima de sua semelhan"a, que a própria criatura racional, feita de modo próprio e e0celente !sua semelhan"a. alma, portanto, tão mais prontamente conhece e ama o seu $riador, ao qual nãov3, quando intelige ter sido feita ! sua imagem.

    mente racional aquela que, pensando a si própria, intelige e possui uma suaimagem originada de si mesma, imagem que o seu ver'o. O ver'o de algo o seu próprioconhecimento formado ! sua semelhan"a a partir da MEMÓRIA. Deste modo manifesta-seclaramente que a 6uma 6a'edoria, inteligindo ao dizer-se a si mesma, gera uma imagem sua,consu'stancial a si própria, isto , o seu er'o. / a mente racional, que não se pensa a si mesmasempre, assim como não se lem'ra sempre de si mesma, manifesta que ao se pensar, faz com queda MEMÓRIA  nas"a seu ver'o. De onde fica evidente que, se sempre se pensasse, semprenasceria da MEMÓRIA seu ver'o. suma 6a'edoria, como sempre lem'rando-se de si mesma,manifesta que de sua eterna MEMÓRIA  nasce seu er'o coeterno. 6endo eterna, a 6uma6a'edoria lem'ra-se eternamente de si mesma, dilige-se eternamente e diz-se eternamente, sendoo mesmo para ela dizer-se e inteligir-se e, dizendo-se eternamente, faz com que eternamente oer'o este7a 7unto de si.

    mente racional, portanto, sendo a 4nica entre todas as criaturas que pode

    erguer-se ! 'usca da suma 6a'edoria, e a 4nica que pode prosseguir ao seu encontro, dever/sempre aplicar-se ! sua MEMÓRIA, intelig3ncia e amor. 8ara isto foi feita, para que sempre viva,se sempre amar a suma vida, a suma sa'edoria e a suma ess3ncia, ! qual deve o seu próprio ser. :ão poder/ am/-la, porm, se dela não se lem'rar e sem que se aplique a inteligi-la.

    $umpra, portanto, aquilo para o que foi feita, para que possa 'em viver.

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    XXIV

    Sore a Alma. %.III1 c.:.

    @e4ne todas as distra"es do cora"ão e todas as flutua"es da mente em um sótodo, e fi0a em um só Deus todo o teu dese7o. (ste7a o teu cora"ão ali onde est/ o teu tesouromuito dese7/vel e am/vel. O 6enhor, de fato, visita freq#entemente e ha'ita li'eralmente atranq#ilidade do cora"ão e a contempla"ão da mente tranq#ila, pois (le a paz, e

    ,na pa& está a sua morada,

    6almo 9,

    8urifica, portanto, a tua consci3ncia, e sempre este7as preparado para que, a qualquer hora em quevier o 6enhor e quiser ha'itar contigo, encontre em ti preparada a sua morada, pois (le tam'mdiz)

    ,;a&ei para mim um santuário1e -u "abitarei entre v5s,

    (0. 29, A

    pliquemo-nos, portanto, a edificar o templo de Deus em nós, primeiro para que possa ha'itar emcada coisa que h/ em nós, depois em todas simultaneamente, porque de contr/rio não se dignar/ a

    faz3-lo nem em cada uma nem em todas. ;ue cada um, portanto, primeiro se aplique a não sedividir de si próprio, porque todo reino em si mesmo dividido ser/ destru%do, e cair/ casa so'recasa Luc. 11, 1M, e não entrar/ $risto onde as paredes estiverem inclinadas e os ti7olos faltando. alma dese7a ter a casa de seu corpo %ntegra, e necessariamente a a'andonar/ se os seus mem'rosestiverem dispersos. $ontemple-se, portanto, a si mesma, se dese7a que $risto ha'ite em seucora"ão pela f, isto , e0amine-se a si mesma e solicitamente procure que os seus mem'ros, arazão, a vontade e a MEMÓRIA, não se dividam.

    8repara uma ha'ita"ão digna para Deus aquele cu7a razão não iludida, cu7avontade não pervertida e cu7a MEMÓRIA não maculada. Heliz a alma que deste modo seaplica a purificar deste modo a casa do seu cora"ão da sordidez dos pecados e a plenific/-la como'ras santas e 7ustas, para que nela não apenas os an7os, mas tam'm o próprio 6enhor dos an7osse compraza em ha'itar. 8urificada a casa, e dela e0clu%da todos os males, torne-se repleta detodos os 'ens, para que nós, que a'andonamos tudo o que e0terior, não tenhamos necessidadede 'uscar fora alguma coisa.

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    XXV

    Sore a Alma. %.III1 c.:@.

    Ouve, piedos%ssimo Deus, a minha confissão, contempla a tua piedade e agecomigo segundo a tua misericórdia. Ouve quão freq#entemente te e0pulsei de minha MEMÓRIA,inundando-a com uma tur'a de muit%ssimos pensamentos que, como um povo numeroso que sedirige a um espet/culo, inunda o meu cora"ão.

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    XXVI

    Sore a Alma. %.III1 c.03.

    ;uando orares, portanto, faze-o como se tivesses sido arre'atado e apresentadodiante da face da ma7estade em seu elevado trono, onde

    ,mil"ares de mil"ares o servem1e de& +entenas de mil"ares o assistem,

    Dan. , 1B

    Oramos verdadeiramente, quando em outra coisa não pensamos. Devemos orar sem interrup"ão >Ness 9, 1M. ssim como não h/ nenhum momento em que o homem não frui ou se utiliza da piedade e da misericórdia de Deus, assim tam'm não ha7a nenhum momento em que não o tenha presente na MEMÓRIA. Heliz a alma que se aplica em reunir as divaga"es da mente em umasó todo e fi0ar o dese7o naquela que a fonte da verdadeira felicidade.

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    XXVII

    Sore a Alma. %.III1 c.4.

    $onsidera, portanto, a tua no'reza, pois assim como Deus est/ todo em todolugar, a tudo vivificando, a tudo movendo e governando, assim tam'm tu, em teu corpo, est/stoda em todo lugar, vivificando-a, movendo-a e governando-a. ( assim como Deus , vive econhece, assim tam'm tu, segundo teu modo, s, vives e sa'es. ( assim como em Deus h/ tr3s pessoas, o 8ai, o Hilho e o (sp%rito 6anto, assim tam'm tu tens tr3s faculdades, a intelig3ncia, aMEMÓRIA e a vontade. ( assim como do 8ai se gera o Hilho, e de am'os procede o (sp%rito6anto, assim tam'm da intelig3ncia se gera a vontade, e de am'as procede a MEMÓRIA. (assim como Deus 8ai, Deus Hilho e Deus (sp%rito 6anto, e não são tr3s deuses, mas um sóDeus e tr3s pessoas, assim tam'm a alma intelig3ncia, a alma vontade e a alma MEMÓRIA

    e não são, porm, tr3s almas, mas uma só alma e tr3s faculdades. :estas faculdades da alma, comono que h/ de mais e0celente, -nos ordenado amar a Deus de tal modo que o amemos com todo ocora"ão, com toda a alma e com toda a mente, isto , com toda a intelig3ncia, com toda a vontadee com toda a MEMÓRIA, o que significa com todo o afeto, sem defeito e com a contempla"ãoda discri"ão.

     :ão suficiente apenas a intelig3ncia de Deus para a 'em aventuran"a, se avontade não permanece em seu amor. ( mesmo estas duas não são suficientes se não se lhesacrescenta a MEMÓRIA, pela qual Deus sempre permanece na mente que intelige e ama, de talmodo que assim como não pode haver nenhum momento em que o homem não usa ou frui da 'ondade ou da misericórdia de Deus, assim tam'm não ha7a nenhum momento em que não o

    tenha presente na MEMÓRIA.

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    XXVIII

    Miscel"eas. %.II1 tit.3.

    ,%o meu +oração es+ondi tuas palavras1 para não pe+ar +ontra ti,

    6almo 11A, 11

    (sconde no cora"ão a palavra de Deus quem a rece'e pelo amor, a retm pela MEMÓRIA e aco're pela humildade. 6e nunca fosse co'erta, não seria conservada= se nunca fosse manifestada,nunca se multiplicaria. :osso cora"ão o ninho, a palavra de Deus o Kvo, a o'ra a prole.

    8ecas, se não a rece'es= pecas tam'm se, rece'ida, a re7eitas= pecas finalmente se, retida, ae0puseres antes do tempo. O primeiro dureza, o segundo neglig3ncia, o terceiro so'er'a. 8or isso esconde-a, para que não peques.

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    XXIX

    Miscel"eas. %.V1 tit.:.

    'em aventurada Nrindade reparou a queda de nossa natureza lem'rando-se desua misericórdia e não se lem'rando de nossa culpa. (nviado pelo 8ai, veio o Hilho de Deus, econcedeu a f. Depois do Hilho foi enviado o (sp%rito, que trou0e a caridade e por estas duascoisas, a f e a caridade, f3z-se a esperan"a de voltar ao 8ai. ( esta a trindade, a f, a esperan"ae a caridade, pela qual, como por um trip, da profundidade da lama para a perdida 'emaventuran"a, a Nrindade incomut/vel trou0e a trindade mut/vel e ca%da. f iluminou a razão, aesperan"a elevou a MEMÓRIA, e a caridade purificou a vontade.

    (0iste, portanto, a Nrindade criadora, o 8ai, o Hilho e s (sp%rito 6anto. Dela ca%u a

    trindade criada, a MEMÓRIA, a razão e a vontade. trindade pela qual ca%u foi a sugestão, adeleita"ão e o consentimento= a trindade na qual ca%u, a impot3ncia, a cegueira e a imund%cie. trindade ca%da tem em cada uma destas coisas uma queda tripartida. MEMÓRIA ca%u nas tr3sespcies de pensamentos afetuosos, que são os necess/rios, como comer, 'e'er e outrossemelhantes= os onerosos, como a dura administra"ão das coisas, a aquisi"ão e o servi"o= e osociosos, quando pensamos no cavalo que corre ou na ave que voa. razão ca%u na tr%pliceignor

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    XXX

    Miscel"eas. %.V1 tit.@0.

    ,Amigo1 empresta2me tr=s pães,

    Luc. 11, 9

    O amigo quem fala ao amigo e em favor do amigo. O nosso amigo o filho pródigo que vem pelo caminho, voltando da uma região distante trazendo consigo tr3s pães para a refei"ão.

    Diz ele ao pai)

    ,Dá2me a parte dos bensque me to+a,

    Luc. 19, 12

    Nendo-a rece'ido, dirigiu-se como peregrino a uma terra distante, por um caminho sem fim, umtra'alho sem repouso, um movimento sem esta'ilidade e uma corrida sem destino.

    6ua por"ão consistiu de tr3s coisas) a MEMÓRIA, a razão e a vontade.

    MEMÓRIA tendia apenas para as coisas de Deus. razão investigava a sua profundidade comolhos perspicazes. vontade, triunfando so're o terreno, apetecia o celeste. MEMÓRIA  seestreitava sumamente !s coisas verdadeiras. razão discernia o que havia de 'om e de melhor. vontade escolhia aquilo que era singularmente ótimo.

    @ece'idos estes 'ens, o filho se afastou do pai fugindo por tr3s noites. primeiranoite foi o caminho pelo qual a'andonou a Deus criador= a segunda, aquela pela qual passou aapetecer algo alm de Deus= a terceira, aquilo pelo qual encontrou o repouso em coisas estranhase fora de Deus. 8rimeiro, afastando-se de Deus, foi ao encontro de si mesmo. Depois, descendoa'ai0o de si próprio, deleitou-se na carne. Hinalmente, 7/ conduzido para fora de si, passou adeliciar-se com imagem das coisas. primeira noite consistiu em gloriar-se da virtude, a segundaem deleitar-se nos v%cios, a terceira em consolar-se no que meramente transitório.

    $onsumado todo o caminho, no primeiro ano dilapidou os 'ens da MEMÓRIAde tr3s modos) pelos pensamentos afetuosos, pelos onerosos e pelos ociosos. fetuosos pelaocupa"ão com o que servil, onerosos pela solicitude com o que e0terior, ociosos peladivaga"ão no que in4til.

     :o segundo ano dissipou os 'ens da razão de tr3s modos, tomando o mal como 'em, o falso pelo verdadeiro e o veneno como comodidade. Nomou o mal como 'em porque

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     perdeu a tica, tomou o falso como verdadeiro porque perdeu a lógica e, finalmente, tomou oveneno como comodidade ao perder a estima"ão natural.

     :o terceiro ano dissipou a 'oa vontade vivendo lu0uriosamente, pelo inc3ndio deum fogo oculto, pela divaga"ão do olho e0terior e pela am'i"ão de um mundo corrompido, isto , pela lu04ria no fedor, pela so'er'a no furor e pela avareza no fervor.

    Depois que ter consumido tudo, ao iniciar-se uma grande fome naquela terrainiciou-se tam'm a sua indig3ncia.

     :o quarto ano, caindo em si, disse para consigo mesmo)

    ,6evantar2me2eie irei ao meu pai, 

    Neve então que compensar pela f primeiramente os danos causados ! razão, pela esperan"a osdanos causados ! MEMÓRIA e pelo amor os danos causados ! vontade.

    f iluminou a razão de tr3s modos) pelos preceitos, pelos sinais e pelas promessas. esperan"a fortaleceu a MEMÓRIA tam'm de tr3s modos) pelo perdão, pela gra"ae pela glória. caridade, finalmente, restaurou a vontade de tr3s modos) pelo amor natural peloqual amou ao pró0imo natural e racional tanto quanto a si mesmo, e pelo amor espiritual pelo qualamou a Deus.

    @etornou, portanto, durante tr3s dias, pelo caminho contr/rio, de tal maneira queos mesmos graus pelos quais adoeceu de uma peste mór'ida se tornassems as fronteiras pelasquais retornaria ! sa4de.

     :o primeiro dia de seu percurso de volta dirigiu-se a um amigo para que ceassecom ele. *as que amigo poderia encontrar numa região distante? $ada qual para si próprio oseu pró0imo e o seu amigo, quando, voltado para si mesmo, nada mais encontra o que pKr diantede si senão os seus próprios pecados e, em meio ! dor e !s l/grimas, pede outro amigo sacerdote elhe diz)

    ,Amigo1 empresta2me tr=s pães,1

    Luc. 11, 9

    isto , imponha-me agora uma penit3ncia. ( ele

    ,+ertamente se levantará1e l"e dará quantos pãesl"e 3orem ne+essários,

    Luc. 11, A

    Dar-lhe-/ o pão do amor, o pão do tra'alho e o pão da dor.

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     :o segundo dia dirigiu-se a outro amigo, seguindo o e0emplo dos 6antos 8adres e passando a freq#entar as (scrituras. Horam-lhe então estendidos outros tr3s pães) o pão do perdão, o pão da gra"a e o pão da glória. O homem comeu e saciou-se.

     :o terceiro dia, chegou 7unto ao seu pai, o Deus misericordioso e piedoso, quelhe estendeu tr3s delicados novilhos, um novilho ainda novo, um novilho tirado do re'anho e umnovilho gordo. $omeu e saciou-se a'undantemente.

    O primeiro retorno, portanto, do alheio ao próprio, o segundo dos males aos 'ens, o terceiro, do que passageiro ao eterno.

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    XXXI

    Miscel"eas. %.V1 tit.22.

    Helizes são os que possuem a MEMÓRIA da 'em aventurada irgem. *aisfelizes são, porm, os an7os, os quais possuem a sua presen"a, cu7o esplendor foi dese7ado peloOnipotente que a colocou em seu trono.

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    XXXII

    Miscel"eas. %.V1 tit. @3.

     :uitos di&em#7uem nos 3ará ver o bem0

     6evanta sobre n5s

    a lu& de teu rosto15 Sen"or

    6almo E,

    O vulto do 8ai a pot3ncia, o do Hilho a sa'edoria, e o do (sp%rito 6anto a 'enignidade. luzdo vulto a MEMÓRIA, a intelig3ncia e a vontade. Da MEMÓRIA  o homem ca%u noesquecimento, da intelig3ncia ca%u na ignor

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    XXXIII

    Miscel"eas. %. V1 tit. @4.

    morte da alma o esquecimento. ;uando ressuscita desta morte pode ser reconhecida deste modo) sente pelo tato da MEMÓRIA, ouve pela o'edi3ncia, v3 pelaintelig3ncia, cheira pela circunspec"ão e sa'oreias pelo amor.

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    XXXIV

    Sermo"es !e"tum. Sermo 0:.

    ,Cura2me1 Sen"or1e serei +urado,

    er. 1, 1E

    O homem, enquanto permaneceu na 7usti"a, est3ve são. *as depois que ca%u pela culpa incorreuem grave doen"a. ( ele, que antes da culpa possu%a a sa4de em todos os seus mem'ros espirituais,depois da culpa padeceu a enfermidade em todos eles.

    *as, porventura, deve-se dizer que o homem tem mem'ros espirituais? Osmem'ros espirituais do homem são as virtudes. ssim como o homem e0teriormente formadoe0teriormente por mem'ros que lhe são convenientes, assim tam'm interiormente ordenado edisposto por virtudes admiravelmente concordantes entre si de tal modo que os mem'ros docorpo são figuras da su'st

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    XXXV

    Sermo"es !e"tum. Sermo 8.

    ,>erusal4m1 +idade santa1e +idade do santo,

    poc. 21, 2>s. 92, 1

    erusalm, segundo o sentido histórico, a cidade terrena= segundo o sentido alegórico, a santa>gre7a= segundo o sentido moral, a vida espiritual= segundo o sentido anagógico, a p/tria celeste.Dei0ando de lado os outros sentidos, e0poremos a seguir o que diz respeito ao sentido moral,

    esfor"ando-nos para que, com sua descri"ão, possamos edificar os 'ons costumes.

    ssim como a'ilKnia, isto , a vida mundana, tem as suas vias e as demais coisasque 7/ descrevemos, assim tam'm a santa erusalm, que a vida espiritual, possui a disposi"ãode sua edifica"ão no 'em. 8ossui, a sa'er, o seu muro, as suas vias, os seus edif%cios, as suas portas. Gm muro e0terior circunda-a em toda a sua volta, pelo qual protegida por uma rigorosa,cont%nua e perfeita disciplina de 'ons costumes. (m seu interior possui sete vias nas sete virtudescontr/rias aos sete v%cios que 7/ descrevemos quando falamos de a'ilKnia. :a vida santa eespiritual encontramos, de fato, a humildade, que contr/ria ! so'er'a= a caridade, que contr/ria! inve7a= a paz, que contr/ria ! ira= a alegria espiritual, que contr/ria ! acdia= a li'eralidade,que contr/ria ! avareza= a a'stin3ncia, que contr/ria ! gula= a contin3ncia, que contr/ria !

    lu04ria. :ão ser/ tam'm in4til descrever as partes destas vias, tanto as que estão de um ladocomo as que estão de outro.

    segunda via a caridade, na qual de uma parte encontra-se o amor de Deus, ede outra o amor do pró0imo. De um lado, com efeito, -nos preceituado que amemos a Deus comtodo o cora"ão, com toda a alma, com todas as for"as e com toda a MEMÓRIA= e de outro -nos preceituado amar o pró0imo como a nós mesmos.

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    XXXVI

    Sermo"es !e"tum. Sermo @.

    gora, portanto, irmãos car%ssimos, retornemos a nós mesmos e de tudo isto procuremos diligentemente aprofundarmo-nos no conhecimento da verdade, inflamarmo-nos aoamor da 'ondade, incentivarmo-nos ao e0erc%cio da virtude e formarmo-nos ao efeito da 'oa o'ra, para que possamos merecer o pr3mio da salva"ão pela ren4ncia de nossas maldades passadas e dassugestes do demKnio.

    6igamos nosso pastor, imitando-o nas coisas que ele fizer com retidão. Gnamo-nos a ele, amando-o verdadeiramente. O'ede"amo-lo, cumprindo com empenho tudo o que elenos preceitua. 5a'itemos com ele em elm, honestamente convivendo com ele na santa >gre7a.

    $olhamos e 'atamos as espigas no campo de ooz, e levemo-las ! nossa casa,estudando, meditando e recordando em nossa MEMÓRIA  ou nossa consci3ncia, conformedissemos acima, as palavras de nosso 6alvador. :ão respiguemos em campo alheio, repelindo asm/s asser"es dos hereges.

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