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GUIA PRÁTICO DRAGON DREAMING
Uma Introdução Sobre como Tornar seus Sonhos em Realidade Através do Amor em Ação
Versão 2.0, Janeiro de 2014.
Imagem de Luiza Padoa, 2013.
Este texto está licenciado pela Creative Commons Attribution-‐ShareAlike 3.0 Unported License
“O Futuro pertence àqueles que acreditam na beleza dos seus sonhos” Eleanor Roosevelt.
Este Guia Prático é dedicado a todos que não abandonam seus sonhos e àqueles que se atrevem a dançar com os dragões!
Para dar uma ideia de alguns dos exercícios utilizados no Dragon Dreaming, reunimos esta “caixa de ferramentas” em formato de Guia Prático. Mais ferramentas estão sendo desenvolvidas conforme a criatividade dos Dragon Dreamers é liberada!
“Espero que este e-‐book possa ajudá-‐lo na viagem de descoberta do seu maior projeto... sua vida!”
John Croft, Fevereiro de 2013.
Sinta-‐se encorajado a usar e compartilhar estas ferramentas atendendo aos 3 princípios do Dragon Dreaming e em serviço à Grande Virada. Compartilhe com a rede suas inovações nas ferramentas e
processos para juntos criarmos uma metodologia cada vez mais ganha-‐ganha!
Índice DO CELEBRAR AO SONHAR ........................................................................................................................................ 1
DRAGON DREAMING – O QUE É E DE ONDE VEM. ....................................................................................................................... 1 DRAGON DREAMING – A QUE SE DESTINA: A GRANDE VIRADA ..................................................................................................... 1 DRAGON DREAMING – PRINCÍPIOS ÉTICOS. .............................................................................................................................. 2 DANÇANDO COM OS NOSSOS DRAGÕES. .................................................................................................................................. 3 OS ‘MOMENTOS A-‐HÁ’ ........................................................................................................................................................ 3 AS PERGUNTAS GERADORAS ................................................................................................................................................. 4 AS RELAÇÕES ‘GANHA-‐GANHA’ .............................................................................................................................................. 4 A ESCUTA PROFUNDA – O PINAKARRI ..................................................................................................................................... 5 COMUNICAÇÃO CARISMÁTICA GANHA-‐GANHA ......................................................................................................................... 7 BASTÃO DA PALAVRA ........................................................................................................................................................... 8 O A-‐HÁ DO SONHO. ............................................................................................................................................................ 8
DO SONHAR AO PLANEJAR ........................................................................................................................................ 9
O SONHO E AS TRILHAS ......................................................................................................................................................... 9 AS MEMBRANAS VIVAS: INTERFACES ....................................................................................................................................... 9 A RODA DE DRAGON DREAMING ......................................................................................................................................... 10 A RODA COMPLETA DE DRAGON DREAMING .......................................................................................................................... 10 OS QUATRO TIPOS DE COMPORTAMENTOS EM PROJETOS .......................................................................................................... 14 O TIME DE SONHOS ........................................................................................................................................................... 14 O CÍRCULO DOS SONHOS .................................................................................................................................................... 15 O A-‐HÁ DO PLANO. .......................................................................................................................................................... 17
DO PLANEJAR AO REALIZAR ..................................................................................................................................... 18
DEFININDO OS OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................................................. 18 DEFININDO A MISSÃO DO PROJETO ...................................................................................................................................... 18 O KARABIRRDT ................................................................................................................................................................. 19 DOZE PERGUNTAS PARA GERENCIAR UM PROJETO BEM SUCEDIDO ............................................................................................. 23 MONITORANDO O PROGRESSO ............................................................................................................................................ 24 O A-‐HÁ DO FAZER. ........................................................................................................................................................... 25
DO REALIZAR AO CELEBRAR ..................................................................................................................................... 26
CONSCIÊNCIA DOS SENTIMENTOS EM UM GRUPO ..................................................................................................................... 26 TRABALHAR COM OS NOSSOS OPOSITORES ............................................................................................................................. 27 LIDERANÇA EM DRAGON DREAMING ..................................................................................................................................... 27 O PROCESSO DE MUDANÇA ................................................................................................................................................ 28 PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO .............................................................................................................................................. 30 TORNANDO-‐SE UM OVO DE DRAGÃO .................................................................................................................................... 31 O A-‐HÁ DO CELEBRAR. ...................................................................................................................................................... 31
UM FINAL QUE É UM COMEÇO ................................................................................................................................ 32
PROFECIA HOPI ................................................................................................................................................................ 34
PARA SABER MAIS ................................................................................................................................................... 35
A SABEDORIA DO DRAGÃO .................................................................................................................................................. 35 A RODA COMPLETA DE DRAGON DREAMING .......................................................................................................................... 36 PERGUNTAS NORTEADORAS DRAGON DREAMING ................................................................................................................... 37 FICHAS E TEXTOS DE DRAGON DREAMING .............................................................................................................................. 38 LEITURAS INSPIRADORAS .................................................................................................................................................... 39 PEQUENO GLOSSÁRIO DE DRAGON DREAMING ....................................................................................................................... 40 A RODA DE DRAGON DREAMING – EM BRANCO ...................................................................................................................... 43
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DO CELEBRAR AO SONHAR Dragon Dreaming – o que é e de onde vem. Dragon Dreaming surgiu a partir do trabalho e da prática da Fundação Gaia da Austrália Ocidental, onde foi usado para ajudar grupos de todos os tipos a descobrir ferramentas para a criação de projetos extremamente bem sucedidos e para determinar onde poderiam ocorrer bloqueios aos projetos e como superá-‐los. Ao longo da buscar por maior efetividade de ações dos movimentos sociais e ambientalistas, foi sendo testado e aprimorado no fluxo do ativismo socioambiental. Não é apenas uma metodologia, mas um sistema integrado embasado em uma ética que promove o crescimento pessoal, a formação de comunidades de apoio mútuo e o serviço à Terra.
Dragon Dreaming é um sistema integrado para construção de projetos e organizações.
Foi modelado e vale-‐se de uma abordagem, linguagem, exercícios e práticas destinadas a quem não teve uma capacitação formal em gestão de projetos, desde acadêmicos até moradores de uma comunidade. E foi testado justamente nestes ambientes, com grande liberdade. Mas também é de grande valia àqueles que estudaram métodos tradicionais e desejam renovar sua abordagem e valores.
Muitas das ferramentas usadas são inspiradas e compatíveis com o ferramental tradicional (declarações de objetivo, escopo, gráficos de Gantt, PERT-‐CPM, orçamentos etc.), mas o grande diferencial está no “como” o projeto é concebido e concretizado e na forma pela qual se dá a comunicação e interação entre os participantes. Por exemplo, pode-‐se ter um projeto de sucesso e excelentes resultados sem ‘gerente de projetos’ e sem estruturas hierárquicas! Abre-‐se espaço para o diálogo e para empoderar pessoas, aumentando o empenho e engajamento e contribuindo de forma significativa para o sucesso do projeto.
Mas o que é a essência de Dragon Dreaming e de onde vem? A definição mais simples é:
“Dragon Dreaming é o amor em ação”.
O amor é uma aventura na descoberta mutuamente compartilhada. “Amor em Ação” é descobrir as habilidades que honram e envolvem a individualidade e as contribuições únicas de cada pessoa e, ao mesmo tempo, honrando e envolvendo a diversidade manifesta da comunidade da Terra Viva da qual fazemos parte.
Dragon Dreaming é muito mais do que apenas fazer nossos sonhos realidade. É uma filosofia de vida, baseando-‐se em sabedoria dos aborígines da Austrália Ocidental.
Ele é inspirado no “trabalho que Reconecta” de Joanna Macy, na Ecologia Profunda, na teoria dos sistemas vivos mundiais, elementos das teorias quântica, do caos e da complexidade.
Dragon Dreaming – a que se destina: A Grande Virada Por que considerar aprender e praticar Dragon Dreaming? Vivemos um momento interessante e desafiador. É provável que aconteçam mudanças climáticas maciças se não forem reduzidas as emissões de gases de efeito estufa. Em breve, haverá nove bilhões de pessoas no planeta, todas elas aspirando ao estilo de vida consumista de um punhado de ricos países em declínio. O pico e a subsequente depleção dos recursos disponíveis e da energia definem limites à continuidade destes ‘negócios de sempre’ pelos quais temos organizado nossas vidas e tomado decisões.
Uma economia baseada na dívida, e não na poupança, está produzindo austeridade para bilhões de pessoas, acentuando os desníveis entre os fabulosamente ricos, a classe média declinante e os que vivem na pobreza absoluta. A perda de biodiversidade ameaça a sobrevivência de milhões de espécies. Essas alterações em conjunto significam que veremos um número maior de grandes mudanças no planeta nos próximos 10 a 20 anos do que em qualquer outro período comparável desde o final da última Idade do Gelo, a Glaciação Würm, que ocorreu há 150 mil anos. Na verdade, alguns têm sugerido que um novo
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período geológico começou com um desenrolar da vida complexa, um pulso de extinção tão grande quanto o que viu desaparecer os dinossauros há 65 milhões de anos.
Diante dessa realidade, temos duas escolhas. Em primeiro lugar, podemos esperar até que as consequências dessas mudanças caiam sobre nós e tentar lidar da melhor maneira possível durante as crises. Ou podemos agir agora, construir a nossa resiliência e capacidade de adaptação, preparando com antecedência e reduzindo os efeitos negativos destas possíveis consequências. Como Teilhard de Chardin disse quase 70 anos atrás, estamos diante de uma escolha entre o suicídio ou o amor.
Paul Hawken, em “Blessed Unrest” fala de um maciço movimento internacional da sociedade civil, um cruzamento da ecologia, direitos civis e movimentos de democracia participativa que abrangem todo o globo. Este movimento, imprevisto e sem liderança, é, literalmente, a ativação do sistema imunológico planetário buscando construir um futuro que seja bom para todos – seres humanos, outros animais, vegetais e todos os seres vivos, e para a Terra em si. Este movimento, esta fase de transição, é chamado de “A Grande Virada”. Dragon Dreaming é uma parte desse movimento.
Dragon Dreaming, portanto, surgiu como uma ferramenta da “A Grande Virada”, que é a mudança para uma nova cultura que sustenta e preserva a vida complexa no planeta, e afasta-‐se do desenrolar descrito acima. Ele não duplica o trabalho de outros projetos e grupos, mas é um movimento popular que busca agregar valor. Através do fornecimento de uma perspectiva mais ampla e mais abrangente, Dragon Dreaming liberta a inteligência coletiva e maximiza a criatividade. Pode ser usado para ajudar a criar novos projetos ou tornar mais eficazes os existentes. O desenvolvimento de Dragon Dreaming ainda está ocorrendo: é um trabalho em andamento com grupos e indivíduos em todo o mundo, do Canadá até o Congo e desde o Brasil até a Rússia.
Nosso medo mais profundo não é o de sermos inadequados. Nosso medo mais profundo é que somos poderosos além de qualquer medida. É a nossa luz, não nossa escuridão que mais nos assusta. Nós nos perguntamos: quem sou eu para ser brilhante, lindo, talentoso, fabuloso.
Na verdade, quem é você para não ser? Você é um filho do Cosmos. Bancar o pequeno não serve ao mundo. Não há nada de esclarecedor em se diminuir para que outras pessoas não se sintam inseguras ao seu redor. Nós todos somos feitos para brilhar, como fazem as crianças. Nascemos para manifestar a glória do Universo que está dentro de nós. Não é apenas em alguns de nós, está em todos nós. E conforme deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo. À medida que nos libertamos do nosso medo, nossa presença automaticamente liberta os outros.
Marianne Williamson Dragon Dreaming ajuda a libertar essa luz.
Dragon Dreaming – princípios éticos. Em meio a tantas mudanças e possibilidades, entre caminhos visíveis e rotas alternativas, precisamos de guias simples, amplas e profundas que nos deem um norte para guiar nossos passos. Este norte, este cuidado, busca manter a essência do alinhamento de nossos projetos e ações com a essência de Dragon Dreaming, e funda-‐se em três princípios:
• Crescimento pessoal – compromisso com a nossa própria cura e empoderamento.
• Construção de comunidade – o reforço das comunidades das quais fazemos parte.
• Serviço à Terra – melhorando o bem-‐estar e a prosperidade de toda a vida.
Se um projeto não cumpre, ao mesmo tempo, estes três objetivos, então não é um projeto de Dragon Dreaming.
Ter um núcleo de poucos princípios norteadores, que traduzam os valores centrais de um indivíduo, movimento ou organização, é algo tremendamente poderoso. Permite, em momentos de dúvida sobre qual caminho tomar, e após uma meditação e escuta ao coração, perceber que rotas queremos tomar, e quais delas são mais consistentes com aquilo em que acreditamos e desejamos a nós mesmos e ao mundo.
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Dançando com os nossos dragões. Em maior ou menor grau, todos nós gostamos de viver nossas vidas em uma ‘zona de conforto’, onde sabemos o nosso caminho e nos relacionamos de preferência com aquelas pessoas com quem nos sentimos confortáveis. Aqui nos sentimos seguros e queremos permanecer.
Porem, nós só aprendemos aos nos movermos para fora da nossa zona de conforto. Podemos fazer isso de forma voluntária – viajar para um diferente país, por exemplo, para aprender sobre sua cultura. Mas em alguns casos somos obrigados a mudar, movidos por situações novas e sem precedentes em nossas vidas ou por pessoas que têm uma mentalidade completamente diferente da nossa – essas pessoas sabem coisas que não sabemos, e vivem em zonas de conforto diferentes das nossas. Muitas vezes essas pessoas nos irritam. Nós pensamos que sabemos tudo melhor do que elas. Temos argumentos, criticamos e achamos que estamos certos. Dessa forma, os conflitos surgem. E muitas vezes é um tipo de conflito que não é resolvido de uma forma produtiva, mas sim leva a situações ganha-‐perde e a um endurecimento de ambos os lados. A gama de conflito pode ser de divisão e separação entre as pessoas, para os piores cenários de destruição de projetos, comunidades e relações. O resultado extremo é a escalada para conflitos armados e guerra.
Se, no entanto, conseguimos cruzar nossos próprios limites, se pudermos abrir e transformar a nós mesmos, mudando-‐nos a partir de uma suposição de sabedores para nos tornarmos seres humanos curiosos e empáticos, poderemos aprender a valorizar as situações difíceis como oportunidades de aprendizagem. Muito raramente nos tornamos conscientes de que há muito que não sabemos. Que, na verdade a maioria das coisas encontra-‐se na área em que nem sequer sabem que não sabemos... e que esta consciência pode ser tremendamente libertadora e gerar intensa satisfação, pessoal e comunitária.
“Dançar com nossos Dragões” é uma metáfora para o movimento de olharmos para os nossos conflitos, medos e dramas, sem negá-‐los, sem fugir, sem combater ou com eles se identificar. Olhar simplesmente e permitir que se desvaneçam. Descobrir que o dragão de terrível feição que imaginamos talvez seja apenas um grande companheiro e fonte de energia para nosso crescimento pessoal, com quem podemos girar ao ritmo da dança planetária, sem medos. Esta descoberta ocorre no olhar apreciativo a si mesmo e ao outro, no movimento da vida. E uma boa forma de olharmos a nós mesmos e a outros é trabalharmos juntos e realizarmos projetos em conjunto.
Esta abertura de espírito é “Amor em Ação”, e é a fonte de Dragon Dreaming.
As pessoas só mudam quando a dor da mudança é menor do que a dor de continuar no mesmo...
Ou quando descobrem uma imensa alegria e satisfação ao experimentar o novo!
Os ‘Momentos A-‐há’ É surpreendente quando descobrimos algo que não sabíamos e que propicia nosso crescimento pessoal. Ainda mais maravilhosos são os momentos em que descobrimos algo que nem sabíamos que não sabíamos! Essas experiências são chamadas de momentos de ‘A-‐há!’, em alusão à exclamação que emitimos neste momento de descoberta, insight, assim como a exclamação ‘eureka!’ de Arquimedes. Momentos de ‘A-‐há!’ geralmente surgem quando descobrimos ou entendemos algo novo. Eles também podem aparecer quando encontramos novas conexões entre coisas que nós já sabíamos. Como resultado, nos tornamos conscientes.
Momento A-‐há é a súbita tomada de consciência sobre uma verdade pessoal fundamental ou algum aspecto nosso ou do mundo.
Momentos A-‐há são altamente contagiosos. Uma pessoa compartilhar seus momentos A-‐há com outras aumenta as chances de outros também descobrirem algo que eles não sabiam que não sabiam. Compartilhar seus A-‐há em um grupo pode levar a soluções criativas para problemas comuns.
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Pessoas diferentes têm diferentes experiências em obter seus A-‐há. Por exemplo:
• Estar em contato com a natureza. • Estar em contato com realidades diferentes, pessoas e contextos. • Viajar para culturas diferentes. • Observar e refletir. • Escutar profundamente as palavras dos outros. • Buscar sinais visíveis e invisíveis. • Conectar-‐se com seus sonhos e visões. • Meditar. • Focar em um problema e então fazer algo muito diferente.
Sinta-‐se convidado a olhar, sentir e encontrar seu próprio estímulo para ter muitos ‘A-‐há’
As Perguntas Geradoras A forma como trabalhamos juntos em nossos projetos é altamente influenciada pela forma como nos comunicamos e ouvimos uns aos outros. Assim, uma comunicação não violenta e ao mesmo tempo criativa, profunda e reveladora pode se dar quando, ao invés do uso de afirmações imperativas, afirmativas e declarativas, nos valemos de perguntas que levem a nós mesmos e aos outros a olhar para as essências do que está sendo dito, ou parar um momento o fluxo de diálogo para abrir espaço a descobertas reveladoras. Chamamos a estas questões de ‘perguntas geradoras’, e sua construção e uso inspiram-‐se fortemente na pedagogia proposta por Paulo Freire.
Uma pergunta geradora é aquela que tem poder emocional tanto na vida da pessoa que foi questionada quanto na de quem fez a pergunta.
Geralmente o objetivo é descobrir o que está faltando, cuja presença faria uma diferença. É um convite aberto ao engajamento com que não sabemos. Ela ocorre através de uma pergunta aberta e reflexiva, descobrindo uma realidade mais profunda.
Perguntas geradoras são centrais no Dragon Dreaming. A criatividade e o Amor em Ação se manifestam através de perguntas geradoras. Praticando a habilidade de perguntas geradoras, um novo mundo se abrirá para você.
Perguntas geradoras são perguntas que propiciam ‘a-‐hás!’
Sinta-‐se encorajado a desenvolver sua capacidade de criar e fazer perguntas geradoras. Para ajudá-‐lo, colocamos exemplos de perguntas geradoras em itálico ao longo deste Guia Prático. Veja estas abaixo, que são ‘perguntas geradoras de outras perguntas geradoras’:
• “Quais são as condições que eu preciso para ter um momento de ‘A-‐há’?” • “O que faz com que eu tenha muitos “A-‐há-‐s”? • “Como podemos propiciar o máximo de ‘A-‐há’ em oficinas ou reuniões”?
Fique na pergunta e viva seu caminho até a resposta
As relações ‘ganha-‐ganha’ Toda civilização desenvolve e ao mesmo tempo é continuamente criada a partir de certa visão de mundo, uma perspectiva ou forma pela qual um indivíduo, uma comunidade ou uma sociedade enxergam o mundo e interpretam a si mesmos e ao ambiente. Estas visões incluem os conhecimentos acumulados e os valores pessoais e culturais em dado momento histórico.
A forma como vemos o mundo condiciona a maneira como nele atuamos.
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Essas visões de mundo foram criadas em parte e preservadas pela linguagem que usamos e pela língua que falamos. A linguagem reforça crenças implícitas sobre a natureza da realidade e condiciona comportamentos. Através de nossa linguagem ocidental, que separa sujeitos (ativos) e objetos (passivos), vemos o mundo como sendo feito de ‘coisas’ sobre as quais acreditamos que temos poder e controle. O verbo ‘ser’ implica em categorias rígidas, separadas e essenciais, ao passo que ‘ter’ implica possessão. Esta é uma visão que separa e divide pessoas em categorias – um pequeno grupo de elite que é bem sucedido e o resto que fracassa em atingir seu pleno potencial.
Se virmos o mundo como um sistema separado e competitivo, de ‘poder-‐sobre’ o outro para satisfazer as próprias necessidades, onde é natural que alguns percam para que outros ganhem, temos uma visão ‘ganha-‐perde’ e comportamentos condizentes com esta visão. Ocorre que, quando todos agem de forma a buscar o máximo para si, em detrimento de outros, em algum momento todos terão perdas, ou resultados inferiores àquele que obteriam se tivessem trabalhado juntos. Esta é uma situação de ‘perde-‐perde’. Os sistemas de saúde, as instituições educacionais, códigos legais, decisões governamentais e nossa economia estão todos baseados em jogos de ganha-‐perde ou soma zero (quando o ganho de um é idêntico à perda de outro) em que uma elite ganha ‘poder sobre’ outros.
Uma visão de mundo alternativa é considerar que há soluções para as questões em que todos têm benefícios, ou seja, todos ganham. São sistemas ganha-‐ganha, onde há um exercício de ‘poder-‐com’ o outro. A ética de Dragon Dreaming, por exemplo, busca soluções que promovam nosso crescimento pessoal e ao mesmo tempo formem comunidades de apoio e ao mesmo tempo contribuam com toda a vida do planeta.
Muitas culturas tradicionais e indígenas, como os aborígenes australianos, não reconhecem essa separação típica de nossa cultura ocidental. Para estas culturas, nada é separado:
Nós somos um nó temporário em um processo de fluxo.
Como um provérbio aborígene afirma, “Somos todos visitantes deste tempo, deste lugar. Estamos apenas de passagem. Nosso proposito aqui é observar, aprender, crescer, amar... e então voltarmos para casa”.
Se um tudo está em um processo de fluxo, então o controle que acreditamos ter através do exercício do ‘poder sobre’ é uma ilusão. Não podemos controlar o processo de fluxo da energia, matéria, informação e caos ou entropia em que estamos inseridos. Podemos, no entanto, ter poder ‘com’ esses fluxos. Este conceito de ‘poder com’ significa que jogos de ganha-‐perde não são sustentáveis. Se nós estamos verdadeiramente buscando uma cultura sustentável, jogos de ‘ganha-‐ganha’ são essenciais.
O Dragon Dreaming aspira criar uma nova linguagem, baseada no conceito de ganha-‐ganha, substituindo, sempre que possível, aquela que é baseada no ganha-‐perde ou perde-‐perde. Tentar, buscar, errar, refletir e tentar novamente fazem parte deste processo. E como com muitas habilidades, quando mais as praticamos, melhor ficamos...
O ótimo é inimigo do bom
A Escuta Profunda – o Pinakarri Muito frequentemente, projetos fracassam por causa de uma comunicação inexistente ou falha. O trabalho com Dragon Dreaming tem mostrado que há várias formas de comunicação que realmente ajudam a realizar sonhos e a resolver e prevenir conflitos.
Quando usando Dragon Dreaming, estamos atuando na criação de novos paradigmas e uma nova cultura. Para isso, precisamos reconquistar a habilidade de escutarmos profundamente, escutarmos o que a Terra está nos dizendo, escutarmos uns aos outros e escutarmos a nós mesmos.
Pinakarri é a palavra dos Aborígenes Martu Mandjilidjara para Escuta Mais Profunda. Na nossa cultura ocidental parece que nós perdemos a habilidade de escutarmos uns aos outros empaticamente. Nós desenvolvemos uma maneira de ouvir principalmente a uma pequena voz em nossas cabeças que fica fazendo julgamentos ganha-‐perde e interpreta a tudo que escutamos através de si mesma.
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Esta pequena voz também muito distrativa e nos faz esquecer mais rapidamente: Quando estamos nos concentrando em teoria conceitual, por exemplo, somos capazes de manter a concentração por aproximadamente 20 minutos antes que a pequena voz comece a falar muito alto, tornando difícil para nós realmente escutarmos a informação que está sendo apresentada.
“Oh Silêncio, dê peso para a sua voz” John Seed
A prática do Pinakarri gentilmente silencia a pequena voz, nos permitindo a realmente escutarmos. Um pequeno guia para o Pinakarri:
Acalme-‐se e se conecte com o seu corpo: Sinta onde o seu corpo se conecta com a cadeira ou as almofadas onde você está sentado.
Sinta o peso do seu corpo: Note o seu peso e como a Terra lhe dá suporte. A gravidade é a força mais antiga no universo. Se fosse uma pessoa lhe dando este tipo de apoio você o chamaria de amor incondicional. Torne-‐se consciente do amor incondicional da Terra por você, o apoio que ela lhe dá.
Respire profundamente – para dentro e para fora: Escute a diferença no tom e sinta a diferença de temperatura entre a inspiração e a expiração. Esta diferença de temperatura vem do Sol. Quem é você? Você é a dança dos ciclos materiais da Terra com a energia do Sol.
Você pode escutar as batidas do seu coração? Elas estão com você desde antes de você ter nascido e estarão com você até o momento de sua morte.
Encontre o ponto onde a energia no seu corpo é mais forte. Inspire para dentro deste ponto, relaxe conscientemente e expire a tensão para fora.
Assim você silenciou a pequena voz na sua cabeça.
No Dragon Dreaming, cada participante tem a possibilidade de chamar um Pinakarri a qualquer momento. Ele vai tocar um sino ou soar um gongo ou algum outro tipo de sinal que tenha sido acordado, e com este sinal todos vão parar o que estão dizendo ou fazendo, e permanecerão em silêncio por aproximadamente 30 segundos. É critério individual o quão profundamente cada um vai relaxar, mas é importante que todos permaneçam em silêncio por um momento.
Assim como ao maximizar os A-‐há, existem muitas maneiras de atingir Pinakarri. Sinta-‐se convidado a experimentar e descobrir as suas próprias...
O propósito por trás desta prática é sobrepor alguns aspectos do comportamento humano. Por um lado o Pinakarri ajuda as pessoas que estão no momento em conflito ao tentarem ultrapassar barreiras internas. Nós tendemos a nos fixar mais e mais a um ponto de vista quanto mais outra pessoa argumente contra ele. E frequentemente não faz nenhuma diferença se a outra pessoa pode estar certa. Ao efetuarmos rápidas pausas de Pinakarri nós temos a chance de ‘esfriarmos’ e então olharmos a discussão que acontece com um ponto de vista mais neutro.
Pinakarri também nos ajuda a checarmos o que realmente queremos.
Em silêncio podemos escutar o que está acontecendo dentro de nós e verificarmos se este ou aquele ponto ainda é importante para nós – ou se perdemos o contato com o sonho original, com nossos desejos e necessidades na tentativa de estarmos certos ou não perdermos a compostura.
Erguemo-‐nos em prol de nossos desejos e necessidades é tão importante quanto ‘esfriarmos’. Se reprimirmos nossos sonhos e necessidades, sempre teremos uma sensação de deficiência. E esta sensação vai retornar vez que outra, podendo ser um perigo real para os nossos projetos. Ela impede a diversidade verdadeira, que é uma necessidade para a aprendizagem real e o sucesso.
A falta de equilíbrio da dominação e da repressão podem ser encontradas nos grupos de projetos: alguns poucos tendo a maior parte do tempo de fala e empurrando as suas ideias e interesses.
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O Pinakarri pode nos ajudar a superar nossas tendências de dominação e repressão, assim nos tornando autênticos e reais. Ele pode nos ajudar a nos tornarmos seres humanos que vivem o ‘amor em ação’. E pode nos ajudar a criarmos uma comunidade amorosa na qual cada indivíduo é ouvido e visto nos seus desejos, sonhos e necessidades.
Quando introduzindo o Pinakarri, esteja ciente que pode demorar um tempo para que as pessoas se ajustem a usá-‐lo; não fique desencorajado, acredite no processo.
Comunicação Carismática Ganha-‐Ganha A Comunicação Carismática é uma tentativa de dizermos o que realmente quer ser dito a partir do profundo de nós mesmos. Funciona de maneira similar à escrita automática. Tudo o que precisamos fazer é desligar a pequena voz em nossas cabeças. Isto frequentemente requer muito mais coragem do que pensamos. A Comunicação Carismática é baseada na confiança. Nós precisamos confiar que podemos compartilhar nossos sentimentos e sonhos sem sermos ridicularizados ou alvo de risadas. A nossa comunicação cotidiana funciona como um escudo, nos escondemos por trás de fatos e de julgamentos. E, no entanto se realmente nos abrirmos podemos das às pessoas uma chance de realmente nos verem e aos nossos projetos.
Nós estamos acostumados a comunicar nossas ideias de uma maneira que é influenciada pela pequena voz em nossas cabeças, ponderando “O que eu quero dizer? O que é importante para mim?” e assim por diante. E frequentemente não percebemos que nossas palavras transmitem um sutil jogo ganha-‐perde de admiração ou desprezo pela outra pessoa, ou mesmo de dominação e repressão. Nós estamos preocupados em interpretar o que os outros estão dizendo para nós e qual seria o “real significado” de suas palavras...
No Dragon Dreaming nós estamos usando a nossa intuição para permitir que o projeto fala através de nós. Isto é Comunicação Carismática. Nós recomendamos que você pratique a Comunicação Carismática na maior quantidade de vezes possível; por exemplo, ela realmente ajuda quando falamos com grandes plateias ou ao fazermos pequenas oficinas...
Um pequeno guia para a Comunicação Carismática:
1. Pratique Pinakarri. Sente-‐se com as costas retas e feche os seus olhos. Respire profundamente. Respirar profundamente ajuda a livrar o medo e a tensão. Torne-‐se ciente de que você está conectado com a terra (através dos seus pés). Sinta como a sua espinha lhe conecta com o céu.
2. Mude a sua atenção da sua cabeça para logo abaixo do seu umbigo. Este é o seu Hara, o centro do equilíbrio.
3. Usando a sua imaginação, visualize uma bolha de espaço pessoal que cerca cada pessoa com a qual você está falando. Agora visualize a sua própria bolha; tamanho, forma e cor. Agora faça com que sua bolha se expanda até que finalmente abrace, segure e dê suporte amorosamente às bolhas de todos com quem você está falando.
4. Imagine a sensação de presença que você quer criar na pessoa com quem você está falando. Qual tom de voz você precisa para criar esta presença?
5. Usando este tom de voz particular, e praticando simultaneamente os outros quatro passos, deixe que as palavras fluam...
Diálogo... – Um curto exercício
Pratique com duas pessoas sentadas de frente uma para a outra e compartilhando projetos que estejam realizando ou talvez procurem realizar. Eles fazem isso da maneira em que normalmente o fariam.
Depois disto, eles usam a Comunicação Carismática e contam de seus projetos novamente, permitindo que seus projetos falem através de si...
Não se esqueça de comentar o que aconteceu e compartilhar o que foi percebido.
Como com o Pinakarri, há muitas maneiras de buscar esta presença e falar carismaticamente.
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Algumas pistas podem ser encontradas nos trabalhos de Comunicação Não-‐Violenta, na Teoria U de Otto Scharmer e na facilitação como uma prática espiritual de John Herron, dentre outros.
Encontre a sua própria
Al Gore, nos seus seminários sobre mudança climática, frequentemente cita um provérbio africano. “Se nós queremos ir rapidamente, viajemos sozinhos. Se queremos ir longe, viajemos juntos.” Nós precisamos ir rápido e longe. Como podemos estar juntos e sozinhos simultaneamente? O Dragon Dreaming sugere uma forma...
Cultive a arte de ser um participante e um observador ao mesmo tempo.
Bastão da Palavra Outra ferramenta de comunicação que você pode usar é o “bastão da palavra” – uma pedra ou bastão ou algo que possa passar ao redor em círculos, de mão em mão. Qualquer um que tiver o bastão da palavra na mão terá a atenção total do grupo inteiro. Bastões da palavra são úteis para responder a alguma questão, explorar um tema, compartilhar ‘A-‐hás’, conduzir um debriefing (reunião de balanço ou avaliação) ou introduzir uma nova ideia.
O A-‐Há do Sonho. Momento do Fogo. Do desabrochar da flor, da nossa criança interna intuir, perceber o novo, de estar aberto à experiência, do estímulo da intenção, do relacionamento, do fogo. Da afeição, dos visionários, do Espírito.
Para florescer as conexões, insights, iluminações, ideias, princípios e qualquer coisa que lhe surja, de forma surpreendente, como um brilho de Sol que desponta e aquece, surpreendentemente. Se desejar, tome nota dos seus A-‐hás! Momentos de ouvir profundamente e compartilhar nossos flashs de iluminação.
Esse espaço em branco abaixo é um convite a fazer um Pinakarri.
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DO SONHAR AO PLANEJAR O sonho e as trilhas A visão mecanicista de nossa sociedade tem a crença de que o tempo é um processo linear coletivo e objetivo, viajando a partir do passado, através do presente, em direção ao futuro. Neste ponto de vista, ‘Sonhar’ é visto como um processo individual subjetivo, desprovido de realidade. Entre várias culturas indígenas, incluindo a cultura tradicional aborígine australiana, a percepção é diferente: o tempo é subjetivo e Sonhar é visto como uma experiência coletiva e objetiva. Essa perspectiva permite que acessemos a criatividade interpessoal e um entendimento mais profundo, maximizando os ‘A-‐há’. Essa visão aborígine, de tudo ser parte de um processo de fluxo, é o Sonhar do Dragon Dreaming.
O povo aborígene Noongar acreditam que tudo começa com o karl, o fogo amarelo, na infância do sol nascente. Eles se reuniam, e ainda o fazem, ao redor do karlup, a fogueira, onde as pessoas compartilham sonhos, contam histórias, tomam decisões, planejam atividades e celebram ao final do dia. Parte desse compartilhamento dá-‐se através de canções como, por exemplo, passar informações de trilhas e a direção de marcos importante para encontrar fontes de alimento ou água, fundamentais para a sobrevivência em um ambiente árido. Transformar o conhecimento em uma canção socializa, facilita e simplifica o processo de memorização. É daí que vem o nome ‘linha da canção’ ou ‘trilha cantada’.
As pessoas com quem você compartilha o karlup formam o karlupgur, aqueles em quem você aprende a confiar e a amar. Elas se tornam o time dos sonhos que trabalha junto para tornar os sonhos coletivos em realidade. Cada pessoa tem uma trilha cantada, que traz consigo – a ponte em que está viajando. Cada um eventualmente também deixará o projeto para continuar a jornada de sua vida. Esta visão de trilha ou caminhada sugere que estamos cruzando, no presente, uma ponte entre de onde viemos e para onde iremos – uma ‘trilha cantada’, uma explicação da nossa vida – de onde começamos, das lições importantes aprendidas, dos eventos chave que vivenciamos e ilustram para onde nós sentimos que estamos indo. Esta ponte está na história, uma história que criamos a cada momento, construindo as fundações da ponte conforme andamos. Para alguns, a ponte é estreita e fácil de cruzar, para outros é profunda e ameaçadora.
Essas trilhas da canção dão propósito e significado para nossas vidas. Dessa forma, nossa vida pode ser vista como um projeto, e são os projetos em que nos envolvemos em nossas vidas que lhe dão propósito e significado. Cada dia pode ser visto como parte desse projeto, começando com o sonhar, seguido no início da manhã pelo planejar, fazer coisas (que ocupam a maior parte do dia) e então (se a pessoa é sábia), ter uma celebração à noite, antes de ir para cama.
As membranas vivas: interfaces Cada projeto é um encontro entre um ser individual inicial e seu ambiente. Qual é mais importante? Para alguns é o individual: sua personalidade vem do lado interno, introspectivo, introvertido de seu caráter. A personalidade de outros se direciona mais facilmente do ambiente, ao externo, ao lado extrovertido de sua natureza. Temos os dois dentro de nós, mas temos uma zona de conforto onde um dos aspectos tende a predominar.
Como tomamos decisões? Algumas pessoas valorizam mais o pensamento ou a teoria enquanto outras confiam mais em seus sentidos práticos ou na experiência. Essas dimensões da personalidade criam duas membranas vivas: uma, separando o individuo do ambiente e a segunda separando a teoria da prática (pensamento a ação). Através do posicionamento dessas interfaces, quatro quadrantes são criados, caracterizando os quatro estágios diferentes do Dragon Dreaming. Essas interfaces são fronteiras flexíveis de comunicação, não eixos rígidos de separação. E elas podem se mover dependendo do estágio e/ou grupo realizando o projeto!
Joseph Campbell, em sua obra ‘O Herói de Mil Faces’ descobriu que por trás das diferenças culturais, há um ‘megamito’ ancestral operando a jornada do herói. Esse padrão, encontrado por trás das histórias de todas
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as culturas, traçam a jornada do inocente da consciência para a falta de consciência e de volta, retornando para trazer cura para eles mesmos e para os outros.
Ao celebrar nossas próprias trilhas cantadas, nos tornamos o herói de nossa própria vida, traçando o padrão compartilhado pelas histórias compartilhadas, no fogo dos Karlapgur ao redor do mundo, em
volta dos quais nossas histórias têm sido contadas por milhares de anos.
A Roda de Dragon Dreaming Um padrão circular de estímulo, limiar, ação e resposta pode ser encontrado em muitos fenômenos naturais. Este padrão de interconexão, em roda, círculo e espiral é encontrado na Roda do Dragon Dreaming. É um mapa, ilustrando o processo para um projeto. Este padrão que conecta também é encontrado nos sistemas ecológicos, na formação do tempo, em diversos sistemas místicos e religiosos, e mesmo dentro de nossos corpos. Um aspecto simbólico entre muitos é a analogia com as quatro estações (inverno, primavera, verão, outono), assim como com as quatro fases na vida dos seres humanos (infância, juventude, meia idade e velhice). É uma estrutura que carregamos em nosso sistema nervoso. A diferenciação de funções entre hemisfério esquerdo e direito, bem como as áreas frontal e occiptal do cérebro refletem os quatro quadrantes da Roda do Dragon Dreaming. Como nossos cérebros, Dragon Dreaming tem quatro quadrantes: Sonhar, Planejar, Realizar e Celebrar.
A Roda Completa de Dragon Dreaming
Limiares
O Dragon Dreaming tem uma natureza fractal. Isso significa que em cada um dos quatro quadrantes os processos de sonhar, planejar, realizar e celebrar podem ser encontrados. Projetos de Dragon Dreaming só podem ser sustentáveis quando passamos por cada uma destas fases em cada quadrante. Assim, cada quadrante começa com uma fase de Sonhar, move-‐se para o Planejar, então tem uma fase de Realizar e, no limiar de um quadrante para o outro, há Celebração.
Muitos destes limiares podem nos amedrontar: o Planejar precisa de coragem e muita energia. Especialmente cruzarmos do Planejar para o Realizar pode ser muito difícil, porque demanda um comprometimento real de todos envolvidos.
Se um projeto chega a uma fase difícil, é recomendável que nos perguntemos se o projeto poderia estar no limiar para uma nova fase.
A celebração é um passo importante ao cruzar os vários limiares entre os quadrantes. Em outras palavras: cada limiar de um quadrante para o próximo (por exemplo, entre Planejar e Realizar) é também um passo entre Celebrar de um quadrante para Sonhar do próximo, portanto um passo para fora da nossa zona de conforto.
O esgotamento pode ser evitado ao celebrarmos muito nos momentos certos. A celebração é o momento quando recebemos energia para nutrir nosso processo contínuo e tornar o projeto sustentável
Sonhar
Todo projeto que é realizado começa com o sonho de um indivíduo. Muitas vezes o sonho pode vir de um momento de ‘A-‐há’ e, portanto de nova consciência. É através deste processo de comunicar o sonho que o sonhador torna-‐se completamente consciente da natureza do sonho. A maioria dos projetos fica bloqueada no estágio do sonhar porque as pessoas não compartilham seus sonhos com os outros. Este é o primeiro limiar que muitas ideias boas de projeto nunca cruzam. Na nossa cultura, perdeu-‐se a confiança no poder dos sonhos – temos receio de compartilhar nossos sonhos com medo de sermos ridicularizados ou não sermos sequer ouvidos. E é exatamente isso que impede que estes sonhos se tornarem realidade.
O campo fértil do Sonhar é o lugar do ganha-‐ganha, que é exatamente onde estão os dragões. É o campo para o qual você deve estar aberto e dar a oportunidade, de forma que o inesperado e o mistério possam ocorrer... Assim como acontece durante um sonho, precisamos ser capazes de aceitar contradições, pois
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como sabemos se com o tempo não se acumularão contradições? Sustentar as contradições cria espaço para surgir ‘A-‐há’. Detrás do dualismo existe um padrão, um lugar onde os dois lados da contradição podem ser verdadeiros ao mesmo tempo, e uma nova possibilidade pode nascer.
Há um processo no Dragon Dreaming pelo qual um sonho individual pode se tornar um sonho coletivo. Este processo é chamado de Círculo dos Sonhos e é importante porque muda a energia e gera comprometimento do grupo. A criatividade pode ser maximizada e a sabedoria coletiva pode produzir sua mágica somente quando é permitido que se amplie o sonho de um individuo para o sonho coletivo.
Uma vez que tenhamos compartilhado nosso sonho e construímos a visão coletiva, estamos motivados a iniciar a realização do sonho. Começamos reunindo as informações necessárias para trazer o sonho para a realidade. Este passo pode exigir que deixemos nossa zona de conforto e entremos em terra desconhecida. De certa forma, o sonho individual deve morrer para renascer como o sonho do grupo todo. Isto é um processo de desapego e confiança do sonhador, ao manifestar seu sonho no ambiente.
Planejar
O próximo quadrante é a fase de Planejar. Como resultado do Círculo dos Sonhos, um Time dos Sonhos foi constituído. O Time dos Sonhos é um grupo de pessoas comprometidas, que trabalham juntas para tornar o sonho se torne realidade. Na fase de Planejar este grupo considera diferentes alternativas e as avalia. Uma vez que as alternativas tenham sido consideradas, uma estratégia é criada. Isto requer um orçamento, planejamento do tempo e considerar maneiras alternativas de obter recursos para o projeto.
As ferramentas para isto envolvem traçar os objetivos e criar um mapa, chamado de Karabirrdt, com todas as tarefas, os caminhos e paradas para alcançar estes objetivos.
O próximo passo é testar a estratégia na realidade. É recomendável separar estratégias maiores em pilotos menores e projetos protótipos. Por exemplo, aqueles que querem fundar uma ecovila podem decidir começar morando juntos para formar uma comunidade.
Realizar
Um sonho que não leva à ação é apenas um sonho. Uma ação que não é baseada na realização de um sonho leva a um pesadelo. Quando as pessoas minam seus sonhos, o criticam ou preveem o seu fim,
lembre-‐se que eles estão contando a história deles, não a sua.
É importante reconhecer a natureza fractal do Dragon Dreaming nos estágios da realização de seus projetos.
Através das técnicas de respiração profunda com Pinakarri e comunicação carismática, através de relaxamento, dos movimentos do corpo e fortalecendo a nossa missão, enquanto integramos as nossas celebrações com os nossos sonhos e nossos planos totalmente com ações na realização dos nossos projetos, estamos expandindo nossos paradigmas sobre nós mesmos e sobre o mundo. Juntando os anos de experiência pessoal encontrados entre os membros de cada grupo, e quando somados, é muito maior do que qualquer experiência individual. Então, como acessar a inteligência coletiva? Como colher as riquezas e sabedorias da vida de cada um? Fazendo isso nos mostra parte do que é necessário.
Sem a fase da realização, o Dragon Dreaming é apenas teoria. Ao realizar seus projetos, você não precisa ir à procura de seus dragões, eles vão te procurar. Tudo o que este livro tem falado até agora, é apenas o mapa do Dragon Dreaming – você não está andando no território do Dragon Dreaming. Não devemos confundir a leitura do livro de receitas com cozinhar e comer a refeição. É fazendo o projeto que você aprenda a:
• Integrar a teoria e a prática. • Aumentar o seu nível de autoconsciência. • Ganhar novas habilidades para trabalhar como membro de uma equipe. • Expandir seus próprios paradigmas sobre você, sua comunidade e o mundo. • Aprender a criar as táticas que levam à estratégia para seu projeto acontecer.
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• Descobrir verdadeiramente como trabalhar criativamente com o conflito. • Melhorar suas habilidades para gerenciar o estresse e os riscos. • Estender os limites do seu potencial pessoal e coletivo.
A fase da Realização é onde nós administramos e gerenciamos o projeto. Ele também é o lugar onde as coisas podem facilmente dar seriamente errado. Trata-‐se de monitorar o progresso e se adaptando às mudanças.
Agora para a implementação: Nós começamos a realizar o projeto no ambiente. Nesta fase é importante não se esquecer do gerenciamento e da administração:
• Ainda estamos dentro do prazo? Nossos custos estão sendo cobertos? Precisamos adaptar o nosso planejamento?
• Como lidamos com o estresse (uma pergunta MUITO importante…)? • Como minimizamos o risco? • Ainda estamos realizando o sonho original ou estivemos tão ocupados que nos movemos cegamente
para uma direção completamente nova? • Nós monitoramos constantemente o nosso progresso? • ESTAMOS CELEBRANDO O SUFICIENTE…?
Para ter certeza de que seu projeto está no caminho certo, fazendo com que seus objetivos específicos aconteçam, alcançando o objetivo geral e tornando os nossos sonhos coletivos em realidade, você vai precisar da ferramenta de Monitoramento do Progresso.
Celebrar
A celebração é a respeito de expressar e oferecer gratidão e reconhecimento para as outras pessoas. É a importância da celebração que faz o Dragon Dreaming ser diferente de outras ferramentas de gerenciamento de projetos. A Celebração é um importante processo que reconecta o Realizar de um projeto de volta para Sonhar. É uma maneira de observar como o projeto que estamos realizando traz sentido para as nossas vidas. A Celebração é quando estamos sendo pessoais.
Celebrar é reconhecer e expressar nossa profunda gratidão a cada um que contribuiu no nosso caminho.
Isso significa considerar o indivíduo, o time do projeto como tal e também – como todo projeto de Dragon Dreaming – a Terra. Todos os projetos de Dragon Dreaming aderem a estes três objetivos: crescimento pessoal, construção de comunidades e a criação de presença humana positiva na Terra.
O crescimento pessoal é aumentado através da celebração, já que ela nos dá a chance de sair do cotidiano estressante que um projeto pode gerar. Nós olhamos para o que aprendemos, que novas habilidades adquirimos e se de fato deixamos a nossa zona de conforto e tivemos momentos ‘A-‐há’.
A construção de comunidades é encorajada através da celebração. A comunidade é um lugar seguro onde emoções podem ser compartilhadas. Nossa cultura nos ensina que não deveríamos mostrar nossas emoções. Ela também nos ensina a rejeitarmos os sentimentos negativos. Quando fazemos isso, contudo, estamos reprimindo nossos sentimentos positivos junto com os negativos. Estamos com medo de mostrar nossa verdade, tanto nossas sombras como nossas luzes – e então entramos em um deserto emocional. No entanto, o Dragon Dreaming é sobre reconhecermos que todos somos um, estamos todos conectados e somos todos parte do que está acontecendo ao nosso redor. E não estamos apenas fazendo um favor aos outros quando damos voz ao que eles podem também estar sentindo, também contribuímos com a profundidade e a honestidade do nosso projeto.
A serviço da Terra nós aprendemos a celebrar o jogo que estamos jogando quando criamos um projeto. E reconhecemos que a tristeza é o espelho do amor – ficamos tristes por aquilo que amamos, e enquanto tivermos sentimentos fortes a respeito daquilo que acontece a nossa volta, podemos agir no ambiente de uma forma apaixonada, corajosa e engrandecedora...
A fase da celebração também é um momento de honrarmos os presentes e as habilidades que cada um de nós ganhou no processo de realização do projeto. A celebração está relacionada com nos tornarmos
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conscientes dos momentos ‘A-‐há’ que aconteceram ao trabalharmos no projeto e nos levaram a ter novas percepções. Essas percepções alimentam novos sonhos, renovando o ciclo em outro patamar.
Em Dragon Dreaming, em um aparente paradoxo, celebração não é tarefa para o extrovertido ruidoso, mas sim parte da reflexão do introvertido. Isso por que Dragon Dreaming não trata de consumo excessivo de bebidas alcoólicas, mas sim de gratidão, agradecimento e reconhecimento dos esforços. Trata-‐se de ver a outra pessoa na sua magnificência e glória, ao mesmo tempo vendo a sua vulnerabilidade. Se trata de ver o todo da pessoa e sentir que está tudo bem. Dragon Dreaming é amor em ação e neste tipo de celebração o amor se torna notoriamente visível.
É fortemente recomendado que 25% dos recursos e energia usados em projetos de Dragon Dreaming (que incluem oficinas sobre Dragon Dreaming) envolvam Celebração! Nós encorajamos que o seu projeto tenha uma equipe de Celebração que garanta que isso ocorra ao longo do projeto (pois isso é parte de todos os quadrantes). Exemplos de Celebrações ao longo do projeto podem incluir:
• Contação de histórias. • Danças. • Música e Canto. • Momentos de reconhecimento e gratidão ao outro. • Rituais (celebrando individuo, comunidade, Terra). • Refeições e lanches compartilhados.
Num novo encontro de Dragon Dreaming, é geralmente importante começar com celebração. Faça as perguntas geradoras:
“Como podemos juntar pessoas numa forma que é divertida, aumenta a curiosidade e as motive para ser parte do que está acontecendo?”
“Como podemos criar um ambiente que nutre aqueles envolvidos, aprofunde suas conexões mutuas e leve ao reconhecimento que todos nós somos parte do que ocorre ao nosso redor?”
“Como podemos encorajar aquelas pessoas que trivializam a Celebração para se integrar e se divertir?”
Criatividade é a chave para a Celebração bem-‐sucedida. Seja criativo!
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Os quatro tipos de comportamentos em projetos Dragon Dreaming não só mostra as quatro fases de um projeto, mas também representa quatro diferentes características pessoais: sonhadores, planejadores, realizadores e celebradores. É bom ter um equilíbrio de todos os quatro tipos na sua equipe de sonhos. A razão é que uma equipe de sonhos feita só de planejadores, por exemplo, não vai ser tão bem sucedido em sustentar o projeto Dragon Dreaming. Ter uma equipe de sonhos equilibrada aumenta as chances de que o projeto será realizado e as pessoas vão aprender coisas novas em um nível profundo.
Ao mesmo tempo, ter essas quatro personalidades em uma equipe muito provavelmente criará conflitos. Um ‘sonhador’ pode ter uma série de dificuldades em trabalham com um ‘realizador’, e vice-‐versa. O ‘planejador’ pode achar desafiante trabalhar com o ‘celebrador’, e o contrário. Na sociedade ocidental de hoje, são principalmente os ‘planejadores’ e os ‘realizadores’ que são valorizados como eficientes. Na verdade, os ‘sonhadores’ e ‘celebradores’ são também muito necessários: Procure por eles e inclua-‐os!
Todos nós temos atributos de todas as quatro características em nós. Nós mudamos os papéis de uma situação para outra, de projeto para projeto e de uma fase de nossas vidas para outra. Olhando para o ciclo de vida, os bebês e as crianças pequenas passam a maior parte do seu tempo sonhando, jovens passam planejando a maior parte do tempo, os adultos fazem e realizam muita coisa, e as pessoas mais velhas vão querer aproveitar a vida e refletir sobre ela -‐ e, assim, celebrar.
Você pode descobrir facilmente o seu tipo usando utilizando deste pequeno exercício:
1-‐ Desenhe uma roda de Dragon Dreaming e os seus eixos no chão (Indivíduo / Ambiente, Teoria / Prática). Desenhe também numa folha de flip-‐chart. Agora imagine cada um dos limiares em uma escala de 0 a 10. Zero começa no centro, onde os eixos se cruzam e 10 são os lados externos.
2. Faça Pinakarri e decida o contexto que você quer encontrar sua própria posição (ex: O projeto atual de sua vida com um todo).
3. Fique no eixo ligando indivíduo e ambiente e caminhe intuitivamente para frente ao longo desta linha até encontrar o limite da sua zona de conforto. Como saber onde é este limite? Seu corpo te dirá! Você pode se sentir segurando sua respiração por um segundo, ou perceber uma grande tensão no corpo. Faça isso tanto para o lado do Indivíduo quanto para o lado do Ambiente. O resultado não precisa ser 100% -‐ é possível que alguém fique no 9 de Indivíduo (introvertido) e depois no 9 em Ambiente (extrovertido).
4. Dê os mesmos passos novamente no eixo entre Teoria e Prática.
5. Registre os resultados no flip-‐chart ou em um pedaço de papel. Ligue o ponto que você marcou no eixo do Indivíduo com a marca no eixo da Teoria, depois no eixo do Ambiente, depois para o eixo da Prática e deste de volta para o eixo do Indivíduo.
6. O centro de sua zona de conforto vai mapear suas tendências predominantes. Encontre esta marcando no meio do caminho de cada uma das diagonais. Agora ligue o ponto central da diagonal do eixo de Ambiente (extrovertido) e Prática ao ponto central do eixo de Indivíduo (introvertido) e Teoria. Faça semelhantemente com o ponto central de teoria e ambiente ao ponto central entre prática e indivíduo. Os dois tendem a cruzar dentro de um dos 4 quadrantes ou, algumas vezes, em uma linha entre dois quadrantes. Isto mapeia o centro de sua zona de conforto.
O Time de Sonhos Uma vez que uma pessoa tem uma ideia ou um sonho, o primeiro passo em Dragon Dreaming é compartilhar isso com um grupo de pessoas. Quem deveriam ser estas pessoas? Elas podem ser amigos, vizinhos, familiares, colegas de trabalho, pessoas com habilidades especiais e/ou pessoas da comunidade que possam ter um interesse na ideia.
Para escolher as pessoas não é apenas importante escolher pessoas cujas habilidades e conhecimentos possam ajudar o projeto, mas aquelas pessoas que possam ter um sentimento de comunhão ou alguma afinidade. Trata-‐se, sobretudo, de relações. Se o projeto é sobre um bairro, uma cidade ou qualquer tipo de comunidade já existente, é aconselhável pensar sobre quem será afetado diretamente pelo projeto. Estas
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pessoas deveriam estar envolvidas pelo menos como apoiadores. Se o projeto se refere à mudança de uma comunidade, então é aconselhável convidar as pessoas com boas redes e também crianças e jovens.
É importante realizar seus projetos com pessoas com as quais você quer estar e trabalhar junto.
Então, escolha as pessoas com quem você quer trabalhar junto. Descubra as pessoas com as quais elas querem realizar o sonho. O ideal é ter na equipe pelo menos um sonhador, um planejador, um realizador e um celebrador.
À medida que o projeto cresce, a equipe de sonhos pode crescer também. Se houver mais de oito pessoas envolvidas na fase do sonhar de um projeto, John Croft sugere ter vários círculos de sonho, em grupos menores. Além disso, não é necessário que todos os envolvidos em um círculo de sonhos façam parte da realização efetiva desse sonho. Mas a experiência mostra que as pessoas costumam ficar entusiasmadas sobre a realização de um projeto, uma vez que elas tenham compartilhado o sonho.
Os projetos são integrativos, e muitas vezes ao aproximar pessoas, que antes pouco se conheciam, propiciamos uma ocasião para que estas criem novos vínculos e amizades. É o princípio trazido pela ativista brasileira Ana Terra:
“O melhor presente que você pode dar a alguém que você ama e admira é apresentar a ela alguém que você ama e admira”. Ana Terra.
O Círculo dos Sonhos Depois de ter decidido com quem você deseja compartilhar seu sonho, pratique Comunicação Carismática e convide-‐os para um Círculo dos Sonhos. Esta é uma reunião onde a inteligência coletiva de um grupo é liberada. Também é o processo no qual o seu sonho individual precisa ‘morrer’, a fim de renascer como o sonho de todo o grupo. Por que isso é assim? É porque existe uma diferença de energia quando eu estou trabalhando em ‘seu’ projeto em comparação com quando se trabalha no ‘nosso’ projeto. Este ‘morrer do sonho individual’ pode parecer fácil; mas é, no entanto, um passo que pode ser bastante difícil. Reconhecer que o indivíduo sozinho não pode tornar o sonho em realidade pode ser doloroso e pode levar tempo e muito esforço consciente... Não seja tão duro consigo mesmo se não acontecer de imediato. É um processo contínuo; esteja ciente de que isso precisa acontecer para que o projeto seja coletivo, extremamente bem sucedido e nutritivo!
Depois que o iniciador apresentou seu sonho e explicou sobre o que é o projeto, eles colocaram o sonho ante a equipe, fazendo uma pergunta geradora, tal como:
“O que esse projeto precisa ter, para que depois você possa dizer que essa foi a melhor forma que você já investiu seu tempo?”
“O que permitiria você poder dizer: Sim! Estou muito feliz porque trabalhei neste projeto!”
E agora todos os presentes respondem à pergunta por sua vez, talvez usando um bastão da palavra. Se alguém não tiver mais nada a acrescentar no momento, eles podem passar. Se alguém passa, eles podem depois adicionar uma nova ideia quando for a sua vez novamente. É importante que num círculo de sonhos todas as ideias sejam registradas.
É possível nomear um guardião de memórias para capturar as ideias, à medida que elas são compartilhadas. Este guardião escreve o nome da pessoa que falou e capta a essência do que está sendo dito. Não tente capturar todas as palavras, apenas a essência das frases. Uma vez que esteja escrito, verifique com a pessoa que falou se o escrito reflete exatamente o que ela queria.
Outra maneira é o registro ser feito por quem está ao lado da pessoa com o bastão da palavra e seguir o processo como mencionado acima.
Se você perceber a energia caindo, há algo dando errado. Cuidado com a ‘paralisia por análise’, ou seja, o debate sobre os significados das palavras. Certifique-‐se de que há um fluxo no Círculo dos Sonhos.
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No Círculo de Sonhos é importante para os presentes praticar Comunicação Carismática – todo mundo precisa de uma chance para primeiro descobrir o que é importante para eles e, em seguida, contar as suas necessidades para os outros (para o qual é preciso coragem, pois se pode ter receio que outros pensem que, ao apresentar o sonho, pareçam egoístas ou presunçosos). Conforme o círculo continua, no entanto, torna-‐se evidente o que é necessário, a fim de que todos possam identificar-‐se com o projeto 100%.
Os participantes de um círculo só serão capazes de se comprometer totalmente com um projeto e apoiá-‐lo com todo coração, se eles se identificarem 100% com o sonho.
Um princípio do Dragon Dreaming é:
Sem negociações e concessões! Tornar 100% de seus sonhos realidade.
Pode parecer irreal no começo, mas é possível.
Em um círculo de Sonhos não fazemos um julgamento se os sonhos são certos ou errados. Este exercício é sobre a diversidade e autenticidade dos sonhos de cada pessoa, mesmo se elas contradizem o que outros disseram. Tenha em mente que a fase do sonhar é a fase onde as contradições podem existir lado a lado. Manter as contradições é o campo fértil no qual momentos de “A-‐hás” podem surgir. Atrás da dualidade existe um padrão, um lugar onde os dois lados de uma contradição podem ser verdade, ao mesmo tempo. Os sonhos são muitas vezes paradoxais e contraditórios, isso é parte da diversão...
“Mais além das ideias do que é certo e errado, existe um campo; eu te encontro lá” Jalaladin Rumi
Durante o círculo de sonhos deve ser sempre possível para alguém achar que este projeto em particular não é sua praia. Esta pessoa deve ter toda a liberdade de dizer isso aberta e honestamente, mesmo que isso possa ser doloroso para o grupo e/ou elas mesmas.
Também é útil se cada parte do sonho é expressa da forma mais positiva possível. Se alguém diz o que eles não querem, tente encontrar uma forma de dizer o que é que eles querem.
O Círculo dos Sonhos continua até que todos por sua vez tenham passado. É importante declarar o círculo como finalizado e -‐ é claro -‐ celebrar! Em algumas situações de treinamento, pode ser necessário definir um número de rodadas do bastão da fala para concluir o círculo, em função do tempo.
Para finalizar, tem-‐se um ritual que traz à mente e ao coração o círculo como um todo, que realmente energiza um grupo. O sonho deve ser lido em voz alta no tempo passado, como se o projeto já tivesse acontecido e os sonhos se concretizado. Por exemplo: “A equipe do projeto avançou fantasticamente bem e aprendeu muito!” Ou: “Conseguimos arrecadar US$ 3.000 para o projeto!”.
Esta é uma maneira poderosa de convidar o futuro para o presente. Pode parecer estranho à primeira vista, mas experimente. Você pode achar isso muito motivador – em vez de imaginar a enorme quantidade de trabalho que o está esperando, você cria a energia de celebração e já vive alguns dos grandes aspectos do seu projeto.
Então se lembre: Para tirar o máximo proveito do Círculo de Sonhos:
• Use um Sino de Pinakarri. • Use um bastão da palavra. • Ao escrever, escreva a essência do sonho, e não um parágrafo inteiro. • Cada pessoa adiciona um sonho de cada vez. • Não seja nem muito racional nem muito abstrato. • Relacione o sonho à vida real. • Você pode escrever o sonho em um belo pedaço de papel; transforme-‐o em uma obra de arte...
Sem negociações e concessões! O objetivo é garantir que 100% dos nossos sonhos se realizem!
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O A-‐Há do Plano. Momento do Ar. Do fruto, do adolescente, fleumático, extrovertido, planejador, que transita pelas possibilidades do contexto. Da amizade, do treinador, dos pensamentos, da mente que pensa globalmente e avalia possibilidades.
Frutificar as conexões, insights, iluminações, ideias, princípios e qualquer coisa que lhe surja, instantânea, como um súbito relâmpago nos céus que ilumina toda a paisagem. Se desejar, compartilhe seus A-‐hás! Eles são contagiantes!
Esse espaço em branco abaixo é um convite para Pinakarri.
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DO PLANEJAR AO REALIZAR Enquanto que o estágio do sonhar é centrado na diversidade e em coletar o máximo de ideias possível, o estágio do planejamento é de foco, destilação e filtragem de todos os temas. Nós definimos objetivos e metas e também os primeiros passos necessários para organizar tarefas, responsabilidades, tempo e orçamento.
Definindo os Objetivos Específicos O primeiro passo do planejamento do projeto no Dragon Dreaming – assim como em gerenciamento de projetos convencionais – é o de definir objetivos. O que é um objetivo? No Dragon Dreaming um objetivo é definido como algo:
Limitado, Atingível, Condição Futura, que é Orientado pela Ação.
Ele é limitado, senão ele nunca seria cumprido. Por esta razão ele também é atingível. Como uma condição futura ele é algo que pode ser observado quando estiver cumprido, e sempre implicará em ações. É muito parecido com planejamento de projetos convencionais.
Porém, diferente dos processos de planejamento convencionais, entretanto, é o jeito divertido do Dragon Dreaming de planejar:
1. Trinta post its são necessários para este exercício. Divida pelo número de pessoas presentes e dê um número mínimo a todos.
2. O grupo lê uma vez mais os sonhos coletados. Então eles se perguntam: “Que coisas em particular precisam ser feitas em primeiro lugar para que este sonho se realize?”.
3. Todos então escreverão uma ideia em cada post it. Isso não deve levar mais que 10 minutos. (Lembrar-‐se de escrever no post it com a cola para trás e na parte de cima).
4. Então, a primeira pessoa pode colar suas notas no flip-‐chart. 5. A segunda pessoa se junta e faz o mesmo. Todos os temas semelhantes são organizados em colunas
paralelas e todos os temas diferentes são colocados horizontalmente. Entretanto, deve-‐se cuidar para que haja de 6 a 8 colunas horizontais em um dado momento, para não tornar o processo excessivamente difuso ou complexo.
6. Se o número de 6-‐8 colunas horizontais for excedido, a pessoa precisará reorganizar os post-‐its de seu antecessor. Nessa circunstância, precisará justificar o motivo da mudança. Pode haver uma discussão entre dois nesta etapa e deve haver consenso ao final.
7. Isto não deve consumir muito tempo e energia. Todos devem estar conscientes de suas responsabilidades e caminhar na linha estreita entre o excesso de análise (paralisia por análise) e simplesmente parar a discussão.
8. Uma equipe pega uma ou duas colunas para identificar palavras-‐chave. Palavras-‐chave são aquelas que unem o tema e podem ser mencionadas repetidamente em uma coluna.
9. Um objetivo é então escrito usando as palavras-‐chave. O critério para o objetivo é que siga o critério acima (limitado, atingível, condição futura e orientado pela ação)
10. Participantes colocam ‘votos’ em dois ou três objetivos: A Questão Geradora aqui é “Qual objetivo que, priorizado, ajudaria a realizar todos os objetivos e 100% de nossos sonhos?”. A atividade é: todos têm três ‘votos’, mas não podem colocar os três em um único objetivo. (Este não é um teste da importância dos objetivos – todos são importantes em um jogo ganha-‐ganha).
Mantenha divertido o processo de definição do objetivo! Se o grupo começar a perder a energia encontre algo que traga a diversão de volta. Se não for divertido não é sustentável
Definindo O Objetivo Geral ou Missão do Projeto A missão ou objetivo geral de um projeto é importante, pois liga a visão global – o sonho de um projeto com seus objetivos. O objetivo geral ou missão, portanto, atua como uma parte importante da ponte sendo construída, uma vez que é a ‘declaração em comum’, que é usada quando as pessoas são convidadas a
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comentar sobre a que o projeto se relaciona. É uma declaração acordada sobre para onde o projeto pretende ir.
Muitas vezes o gerenciamento de projetos convencional determina a missão ou objetivo geral do projeto antes de elaborar os objetivos específicos, mas tal processo resulta muitas vezes em uma ‘declaração de maternidade’ distante da realidade sobre a que realmente se refere o projeto e, finalmente, só aumenta a confusão. Dragon Dreaming sugere que os objetivos específicos devem ser definidos em primeiro lugar, pois então o objetivo geral ou missão do projeto será ancorada na realidade.
A missão, portanto, tem as seguintes características:
• É concisa: É curta – metas longas têm a desvantagem de trazer confusão à mente do leitor ou ouvinte. • É inclusiva: Inclui todos os princípios sobre a que o projeto se refere, de modo que há uma relação
clara entre os objetivos do projeto e o sonho de projeto. • É memorável: Metas que não podem ser lembradas não valem as palavras para proferi-‐las. Como a
“face pública” do seu projeto, as metas devem ser de fácil memorização. • É inspiradora: Metas precisam inspirar não apenas o orador e o leitor, mas também inspirar o público
que deve se envolver.
Um breve exercício de como criar os seus objetivos geral do projeto.
1. Leia novamente os seus sonhos e objetivos específicos do projeto, praticando Comunicação Carismática e Pinakarri.
2. Em silêncio – cada pessoa escreve seu próprio objetivo geral /missão, que em sua opinião melhor atenda os quatro critérios acima.
3. Uma primeira pessoa escreve a sua frase no topo de uma grande folha de papel ou folha de flip chart. 4. Qualquer pessoa pode agora modificar, alterar, excluir ou revisar a primeira declaração. Mas, se for
feita uma alteração, a pessoa que faz a mudança tem de explicar brevemente porque considera a sua alteração torna a frase mais concisa, mais inclusiva, mais memorável ou mais inspiradora.
5. Não há discussão, cada um que tiver sugestões de como alterar a frase pega o marcador, altera e dá breve explicação. Continue repetindo esta etapa: O que estiver escrito no papel em 20 minutos torna-‐se o objetivo geral ou missão do projeto. Isso ajuda a manter a pressão sob o tempo controlado.
Você vai se surpreender com a qualidade e concordância sobre o objetivo produzido. Mas você pode precisar se lembrar de que o ótimo (perfeccionismo) é inimigo do bom (adequado).
Cuidado com paralisia por análise. Debater o significado das palavras vai fazer com que o grupo perca a motivação rapidamente.
O Karabirrdt No Dragon Dreaming, a ferramenta mais importante no estágio de planejamento o quadro no qual se joga o jogo do projeto. Ele é um diagrama em formato “teia de aranha” ou Karabirrdt (‘Kara’ – aborígene para aranha, ‘birrdt’-‐ teia ou rede).
Esse planejamento é muito diferente do convencional, que não é um processo lúdico e principalmente fala do que tem que ser feito, listas de tarefas e os marcos ou objetivos.
O jogo Dragon Dreaming se parece um pouco com os jogos de tabuleiro infantis, onde há vários obstáculos para ultrapassar ao longo da jornada até o final. A principal ênfase está nas linhas entre os pontos de encontro ou os nós da rede – Karlupgur – eles também são trilhas cantadas, por onde fluem informações, recursos, pessoas e decisões.
Lembre-‐se, neste estilo de planejamento, que a jornada é mais importante que o destino, e que o processo é de certa forma mais importante que o resultado. Por exemplo, se muitas linhas dirigem-‐se a um ponto, mas nenhuma ou pouquíssimas saem dele, essa tarefa em particular pode criar dificuldades mais tarde; há muita energia indo para aquele ponto, mas menos energia saindo dele. Algo similar pode ocorrer para os pontos ou tarefas que têm poucas linhas entrando, e muitas saindo. Falaremos mais sobre isso mais tarde.
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Mantenha o lúdico
Para criar uma Karabirrdt, as tarefas abaixo são úteis:
1. Tente coletar todas as tarefas numa sessão de brainstorming. Nessa sessão, o foco é coletar ideias rapidamente e criativamente, sem tentar avaliações críticas. Mantenha ao mínimo as discussões de ideias.
2. Revise as tarefas para decidir a qual quadrante da roda elas pertencem. (É uma tarefa Sonhar, Planejar, Realizar ou Celebrar, ou seja 1, 2, 3 ou 4). Se houver discordância, escreva ambos os números relevantes.
3. Transfira então cada tarefa para um post-‐it. Aqui você pode reclassificar as tarefas para conectá-‐las mais apropriadamente com os 12 passos da roda. Desenhe pequenos círculos no topo do post-‐it e escreva a descrição da tarefa abaixo do círculo.
4. Desenhe o quadro básico numa folha de papel, modo Retrato, com 4 quadrantes e 12 passos verticalmente, e 3 posições – tarefas que são necessárias para manter o grupo de projeto (à esquerda), tarefas que levam o projeto para a comunidade (à direita) e tarefas que são ambivalentes ao centro.
5. As pessoas então colocam os post-‐its onde elas sentem que é a posição certa. A qual estágio essa tarefa pertence? É uma tarefa que tem mais a ver com o ambiente ou com o indivíduo? Pode ser nos dois – tente encontrar um consenso sobre onde colocá-‐las. As tarefas são colocadas mais para a direita ou para a esquerda. À esquerda busca-‐se colocar tarefas que dependem principalmente de recursos internos ou pessoas do time, enquanto à direita colocam-‐se tarefas que dependem mais de terceiros.
6. Todos os membros do time começam a conectar os círculos intuitivamente, com linhas retas, reunindo-‐se em frente do Karabirrdt, baseado no critério de quais tarefas estão logicamente conectadas.
7. Certifique-‐se de que todas as tarefas estejam conectadas ao começo e ao fim do projeto, seja direta ou indiretamente através de outras tarefas, e numere-‐as sequencialmente do começo ao fim da página.
Celebre as tarefas que já foram iniciadas e as que já foram completadas até o momento. Você pode se surpreender ao descobrir que ¼ ou 1/3 do projeto já começou. Isso vai regenerar a motivação e fazer
valer uma tarefa complexa.
O que pode dar errado
Assim que você classificar as tarefas nos quadrantes, isso vai dizer onde seu projeto pode ser bloqueado. De qualquer forma, assim que seu Karabirrdt estiver terminado, as tarefas deveriam estar igualmente distribuídas, de forma que não deve haver grandes pontos vazios ou acumulações. Se houver, isso
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possivelmente evidencia que você se esqueceu de tarefas importantes ou não colocou e resumiu todas as tarefas corretamente.
Se tiver dificuldades em colocar certas tarefas, tente o seguinte (parece mágica, mas funciona mesmo): Coloque essa tarefa em qualquer ponto do Karabirrdt que ainda estiver vazio, e certifique-‐se que sua classificação se encaixa em um dos 12 passos.
Para a criação do Karabirrdt, lembre-‐se: Todos são responsáveis pelo grupo todo. Certifique-‐se de que nomeou tarefas importantes, mas fique atento ao ‘acumular’ (colocar muitas tarefas numa única) e ‘rachar’ (ou criar muitas tarefas detalhadas individuais). Não deve haver mais do que 40 tarefas num Karabirrdt (se mais do que isso, os que racham ganharam e os acumuladores perderam. Se houver menos do que 20, é o oposto. Trinta e seis tarefas é um bom número (9 em cada quadrante).
Desapegue-‐se de tarefas que não tenham um bom argumento. Lembre-‐se de ‘manter o lúdico’ e de praticar Pinakarri para ouvir profundamente as opiniões dos outros.
Quando criar um jogo ganha-‐ganha com alocação das tarefas, lembre-‐se do segredo: não importa.
Agora você deve saber: quais tarefas estão conectadas? Quais tarefas são interdependentes? Qual tarefa será beneficiada da realização de outra, ou será necessária para o sucesso de outra? Desenhe suas trilhar cantadas. Quando terminar, olhe para o Karabirrdt:
• Há tantas linhas entrando em cada círculo quantas há saindo? Ou há concentrações ou faltas? • Há conexões que podem ter passado despercebidas? • Há uma tarefa faltando entre duas outras e que podem precisar de conexão?
Isso frequentemente ocorre nos estágios “sonhar” e “celebrar”. A última coisa a fazer é identificar aquelas tarefas que têm um número muito alto de linhas entrando e saindo – essas podem ser os marcos no seu projeto. Marque-‐as de uma forma especial – por exemplo, desenhe uma estrela ao lado delas... Se o Karabirrdt agora parece um pouco confuso, não tem problema. Apenas lembre-‐se de outra lei Dragon Dreaming: Confusão é o portal para a prática. O caos vai te ajudar a ficar com a dúvida e vivenciar a resposta no seu tempo.
Fique atento: Karabirrdt é algo vivo, portanto pode mudar. Você pode adicionar tarefas se estiverem faltando a qualquer momento. Certifique-‐se de colocar o Karabirrdt num local onde todos os membros do time possam vê-‐lo. Dessa forma todos se manterão bem informados sobre o progresso das tarefas
que ainda precisam ser feitas e de quem é responsável por elas.
Atribuindo Tarefas e Responsabilidades
Depois que todas as tarefas estiverem colocadas na Karabirrdt e todas as trilhas cantadas estiverem desenhadas, chegou a hora de distribuir as tarefas. Isso também é diferente de processos convencionais, onde a pessoa que é melhor em algo automaticamente se torna responsável por aquela tarefa em particular. No Dragon Dreaming, a pessoa que se mostra mais entusiasta sobre uma tarefa é quem fica responsável por ela. Para assegurar que ninguém se sobrecarregue ou tenha que ‘reinventar a roda’ o tempo todo, há um jeito específico no Dragon Dreaming, para distribuir as tarefas:
1. Identifique a pessoa que se mostrou mais entusiasmada e mal pode esperar para começar aquela tarefa. Também ajuda se essa pessoa já tiver certas habilidades na área, mas não é preciso ser um profissional. Escreva o nome dessa pessoa (talvez apenas as iniciais) na tarefa com uma caneta verde (ou azul).
2. Identifique a pessoa que tem mais receio de fazer tudo errado com aquela tarefa em particular, com uma caneta vermelha (novamente as iniciais).
3. Identifique as pessoas que poderiam facilmente completar essa tarefa, mas ficariam entediadas se fizessem novamente. As iniciais em preto.
4. As pessoas de iniciais em verde (ou azul) se aplicam ao líder do time para a tarefa, as vermelhas são aprendizes e as pretas são mentores, que podem ser procuradas para conselhos, informação, treinamento ou apoio. Pode haver vários responsáveis, aprendizes e mentores para uma única tarefa.
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5. Tarefas sem nomes atribuídos podem ser as que requerem uma decisão de todos no projeto. Então escreva “todos” em verde, naquela tarefa.
6. Algumas tarefas exigem conhecimentos específicos. Um responsável pode ser recrutado em uma data futura para realizar essas tarefas. Eles também podem indicar tarefas esquecida pelas pessoas que criaram o Karabirrdt e precisam ter seu sonho sonhos adicionados ao círculo.
7. Se houver buracos na delegação, as pessoas, quer acima (juntamente com a linha da canção) ou abaixo dessa tarefa podem ajudar.
Maximize Criatividade: você poderá desfrutar o Karabirrdt se transformando em uma obra de arte, em papel ou em madeira, ou como uma escultura com outros materiais, a fim de que todos sintam alegria
em olhar para ele, e que ele pode até inspirá-‐lo ao longo do processo inteiro...
Tempo e Investimento Estimados em 20 minutos
Os orçamentos dos projetos buscam gerar estimativas de dedicação (número de horas de trabalho), de duração (qual prazo irá levar o projeto para ser concluído) e investimento ou custo (quando dinheiro será necessário para realizar o projeto). Em Dragon Dreaming, as estimativas de tempo e investimento são feitas de uma forma muito pouco convencional. Em sistemas tradicionais, o processo de orçamento é feito por uma ou duas pessoas durante muitas horas e dias, usando muitas análises e cotações. Mas, para um processo de orçamento Dragon Dreaming você usa a intuição coletiva do grupo: um processo muito mais rápido e que é muito mais divertido. Isso pode parecer assustador, mas experimente de qualquer maneira!
O grupo se reúne em frente ao Karabirrdt. Uma pessoa atua como facilitador. O grupo inteiro começa a criar um ritmo, ou seja, batendo palmas ou com percussão. O facilitador começa a ler em voz alta tarefa por tarefa. Para cada tarefa, os membros da equipe gritam o primeiro número que vem à mente, com respeito a dinheiro e tempo (investimento em R$, duração da tarefa em dias ou semanas e dedicação em dias ou horas). Eles fazem isso, junto com o ritmo. O facilitador escreve os números. A coisa toda deve levar 20 minutos, não mais!
O ritmo e a pressão do tempo ajudam a evitar pensar demais. As pessoas devem realmente responder a partir de seu ‘instinto’. Você pode optar por simplesmente tomar qualquer resposta dada em primeiro lugar, ou coletar as respostas de várias pessoas e chegar a uma média entre elas.
A prática tem demonstrado que essa forma de criação de um orçamento é bastante precisa. No entanto, pode ser sábio adicionar um ‘pulmão’ extra de 15% em tempo e dinheiro para qualquer resultado que você obtiver. Porque outro princípio no Dragon Dreaming diz -‐ Tudo leva mais tempo. Por isso, é bom adicionar um pouco mais para os imprevistos...
Tudo leva mais tempo (e mesmo isso pode ser uma suposição!)
Em todos os casos, é importante dar um passo após o outro. Uma jornada de mil milhas começa com um único passo. Você sempre pode adaptar o seu orçamento em caso de necessidade. O primeiro orçamento é apenas uma orientação, que dará uma ordem de grandeza do projeto, e um convite para começar a manifestar o seu sonho.
Finja e você vai se tornar isso! Não tente, basta fazê-‐lo!
O Teste do Comprometimento
Agora vem o teste final para o plano do seu projeto. A sua equipe tem compromisso suficiente para realmente fazer isso acontecer?
Nisto estamos entregando o nosso poder para outra pessoa. Se for autêntico é impossível imaginar a resposta que o outro tem para dar. Nunca podemos saber a resposta a um convite genuíno, ou imaginar o que o outro vai dizer. A semente está sendo transmitida de nós para os outros. Se for autêntica, nunca podemos esperar que o outro diga o que queremos que ele diga.
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Este precisa ser um convite totalmente autêntico. Se o convite é genuíno, não se pode dizer de antemão o que vai acontecer. Mas se organizamos a situação de forma que a pessoa diga ‘sim’, isso é manipulação. E transmitindo dessa forma é uma violência. Assim, o teste que nós precisamos é de se preparar para a liberdade.
Em Dragon Dreaming esta é uma Pergunta Geradora que pode ser respondida com sim ou não.
“Se esse projeto fosse executado com um prejuízo, e não levantar o dinheiro necessário, você estaria preparado para ser parte de uma equipe de pelo menos quatro pessoas, que estariam preparadas, a partir do seu próprio bolso, para dividir igualmente a despesa de qualquer perda? Sim ou Não?”
É importante nesta circunstância compartilhar e celebrar igualmente um sim ou um não. Se você está celebrando os ‘nãos’ menos do que os ‘sim’ então o projeto está se tornando manipulador e ganha-‐perde, e não genuinamente ganha-‐ganha. A razão pela qual precisamos de quatro pessoas é, geralmente, para garantir que todos aqueles não sejam somente, por exemplo, sonhadores (ou planejadores, fazedores ou celebradores), e que a equipe tenda a ser mais ou menos equilibrada.
Se você não conseguir pelo menos quatro pessoas dizendo ‘sim’, isso normalmente significa que há algo de errado com o plano. Você pode precisar voltar e reconsiderar alternativas, talvez tentando outros objetivos e metas menos ambiciosos.
Se uma pessoa coloca condições na sua resposta, então a resposta é ‘não’. Mesmo dizendo ‘não’ agora, se o projeto seguir adiante, eles podem dizer ‘sim’ e depois tornar-‐se uma parte da equipe de ‘risco’.
Na realização de um projeto, são somente as pessoas que dizem ‘sim’ aqui, que tomam as decisões sobre as tarefas no Karabirrdt que envolvem dinheiro. Isso não quer dizer que elas não consultem os demais, ou que estes não estão mais no projeto. Mas são somente os que dizem sim que têm o poder de decidir sobre o dinheiro, já eles são os únicos que carregam o risco. As decisões deste grupo são sempre por consenso.
Até hoje, nunca houve um caso em Dragon Dreaming, onde um projeto foi executado com uma perda. Em parte, isso se deve porque os que aceitaram correr riscos monitoraram o progresso de perto para assegurar que estes riscos não se concretizariam.
A maioria dos projetos Dragon Dreaming, mesmo quando bem orçados, geram um pequeno saldo. O princípio de Dragon Dreaming é que esse excedente inesperado não pode ser dividido ou tomado por aqueles que assumiram o risco – seus custos já foram cobertos no orçamento do projeto. Em vez disso, na celebração final, após os últimos pagamentos serem feitos, esse excedente é dado como um presente não solicitado e inesperado para outro projeto que atenda aos princípios do Dragon Dreaming.
Ao dar um verdadeiro presente, o doador tem uma gratificação tão grande quanto o receptor
Transpor o limiar a partir do Planejar para o Realizar é um dos limites mais difíceis do processo Dragon Dreaming. Isto é, quando você está partindo de “ler o livro de receitas” para “fazer e comer o bolo de verdade”. Existem muitos projetos de vida em que as pessoas estão usando Dragon Dreaming. Entre em contato com eles e compartilhe o que você está experimentando. Os projetos que nós fazemos definem quem somos...
Então se divirta ao fazê-‐lo, continue a acompanhar o seu progresso e não se esqueça de CELEBRAR!
Doze Perguntas para Gerenciar um Projeto Bem Sucedido A Gestão bem sucedida muitas vezes exige um gerenciamento cuidadoso do tempo, estresse e recursos. Pode envolver a cuidadosa coordenação do trabalho de muitas pessoas, aquelas pagas pelo seu trabalho e aquelas que oferecem os seus esforços em prol de alcançar as metas e objetivos do projeto e em fazer os sonhos se tornarem realidade. Para alcançar este objetivo, na gestão e administração, muitas vezes se requer um processo de supervisão. Normalmente, a supervisão é um método de ‘poder sobre’, onde os chamados ‘líderes’ supervisionam as pessoas que terminam por fazer a maior parte do trabalho. Em Dragon Dreaming, sendo fiel ao processo de ganha-‐ganha, é diferente. Todos na organização têm um supervisor, e os gerentes podem acabar sendo supervisionados pelos faxineiros!
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Esta supervisão é um processo democrático, que ocorre, em grandes projetos, numa frequência semanal. O supervisor e o supervisionado organizam um momento e um lugar mutuamente satisfatório, onde a pessoa que toma o papel do supervisor faz as seguintes 12 perguntas para ajudá-‐lo neste processo.
As 12 perguntas revisam as tarefas no Karabirrdt:
1. O que você esperou alcançar desde a última vez que nos reunimos (na semana passada, no mês passado...)? Você conseguiu finalizá-‐lo? Se sim, você comemorou o sucesso e preencheu o círculo no Karabirrdt? Se não, este trabalho ainda deveria ser feito?
2. Qual trabalho extra que você espera ter concluído até a próxima reunião? Será que estas atividades ainda contribuem para promover o nosso sonho em geral (revisar e considerar alternativas, se necessário)?
3. Quem deve estar envolvido? Quem são os interessados nessas atividades? 4. Como você vai envolver aqueles que precisam estar envolvidos? 5. Quais são os recursos espirituais, mentais, físicos, emocionais ou financeiros que são necessários para
que você possa completar a tarefa? 6. Como você pode melhor obter esses recursos? Como deveria ser realizado o trabalho? Quais são os
melhores processos para esta parte do projeto? 7. Até quando é que o trabalho deveria ser concluído? Quando deve começar? 8. Como você poderia tentar sabotar, distrair ou parar a si mesmo de alcançar as tarefas que você
estabeleceu? 9. Como você pode melhor resistir às tentações? Que tipo de apoio você precisa? Onde os produtos do
trabalho deveriam ser entregues? Onde o trabalho pode ser melhor feito?
Em um acompanhamento devem ser feitas estas três perguntas:
10. Será que as respostas para as perguntas acima levaram ao término bem sucedido que você esperava? Isso foi celebrado? Como?
11. Sua tarefa está sendo bem sucedida em seus impactos sobre o ambiente, na construção da comunidade e nos efeitos sobre os indivíduos envolvidos e todos os interessados e participantes? Como isso foi comunicado e celebrado?
Finalize cada encontro / revisão com:
12. Quando e onde podemos nos encontrar de novo? Como você se sente agora? Existe alguma coisa que você precisa acrescentar?
Monitorando o Progresso Temos feridas profundas, herdados da escola e sua cultura ganha-‐perde, sobre avaliação e acompanhamento. No entanto, estamos no negócio de tornar nossos sonhos em realidade. O processo de avaliação em Dragon Dreaming pode ser libertador e curar essas feridas.
Na fase de Sonhar estabelecemos um sonho coletivo para o nosso projeto. No Planejamento, estabelecemos a nossa meta e objetivos. No Karabirrdt, estabelecemos as tarefas necessárias, o orçamento necessário, quem participa do Karlapgur, a colheita esperada, tudo que seria necessário para realizar essas tarefas. Na fase de Realizar, estabelecemos táticas para alterar e modificar nossos planos de acordo com a realidade do meio ambiente. Agora, precisamos ter certeza de que o nosso projeto busca de fato tornar os nossos sonhos em realidade.
Isto começa com uma pergunta geradora:
“Quais evidências temos que indicam como estamos conseguindo atingir nossa meta e objetivos, e para tornar nossos sonhos realidade?”
O seguinte guia rápido mostra como fazer:
1. Comece em uma sessão de brainstorming. Seja criativo, não avalie! Quando o grupo começar a repetir ideias, pare o processo.
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2. Nós coletamos: Então, a partir da lista gerada no brainstorming, veja quais evidências o projeto pode agregar em suas operações cotidianas. (por exemplo, talvez mantendo um registro diário de chamadas telefônicas para ver quantas pessoas se conecta, com a comunidade etc.)
3. Crie pesquisas e questionários: aquelas evidências que não podem ser agregadas desta forma, poderiam ser fornecidas por uma pesquisa intermitente ou questionário, consolidado, por exemplo, a cada 3 ou 6 meses?
4. Outros coletam: as evidências que não podem ser obtidos da forma anterior poderiam ser reunidas por alguém e compartilhadas com você?
5. Projetos de pesquisa. Aquelas que não se enquadram nas categorias anteriores, poderiam se tornar um projeto de pesquisa útil para uma universidade?
6. Coletar e analisar as evidências, usando-‐as para mudar e moldar o caminho do seu projeto.
Dragon Dreaming não é sobre a tomada de controle, que é um mito do jogo ganha-‐perde. Envolver-‐se com o meio ambiente significa que estamos interagindo com um mundo vivo do qual nós também somos parte. Acreditar que podemos assumir o controle deste mundo é um mito humano, um egoísmo que irá levar à frustração e desgosto.
Tudo em Dragon Dreaming é sobre como manter as coisas seguramente fora de controle
O A-‐Há do Fazer. Momento da Água. Do adulto realizador. Do melancólico. Da ação de comportamento com compromisso. Do amor romântico, dos apoiadores das sensações, do corpo. De agir localmente, da semente que se torna consciente.
Para brotar as conexões, insights, iluminações, ideias, princípios e qualquer coisa que lhe surja, de forma surpreendente, como uma súbita onda que formada por uma folha que cai na superfície do lago. Um movimento ao outro, ao mundo.
Esse espaço em branco abaixo é um convite para um Pinakarri.
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DO REALIZAR AO CELEBRAR O estágio celebração se desenvolve no domínio de aprendizagem, na aquisição de novas competências. Fazer um Karabirrdt, dançar com os nossos dragões, e tornar os nossos sonhos realidade vai exigir todos que os envolvidos aprendam novas habilidades, saiam de suas zonas de conforto e descubram que são mais do que pensam que são. Essas habilidades precisam ser descobertas, honradas, reconhecidas e aceitas. É preciso agradecer a cada pessoa que contribuiu para o projeto.
Lembre-‐se: um sucesso tem muitos pais. Apenas os fracassos são realmente órfãos.
Uma vez que o estágio de Realizar do seu projeto estiver concluído, certifique-‐se que você terá uma grande celebração. É apenas após uma grande celebração que o projeto terá realmente terminado. E assim o círculo estará completo e pode-‐se começar tudo de novo...
E o último passo para a sua celebração requer a análise dos resultados transformadores. Para tanto são necessárias as seguintes tarefas:
Em primeiro lugar. Agora que o projeto já terminou, o que mudaríamos se tivéssemos que fazer o projeto novamente? Isso cria a aprendizagem sobre a qual o verdadeiro desenvolvimento pessoal se baseia.
Em segundo lugar. O que mais gostamos neste projeto, de modo a garantir que incluamos isso em qualquer projeto futuro que possamos fazer?
De quais formas o projeto realmente levou ao nosso crescimento pessoal, o fortalecimento das nossas comunidades e contribuiu para o bem-‐estar e contínuo florescimento de toda a vida?
Portanto, você tem isso. 100% dos seus sonhos podem se tornar realidade. Esperamos que este pequeno guia possa ajudar você a começar com o que sonho espera por você – nós desejamos-‐lhe muita diversão, aprendizagem e experiências. Lembre-‐se, se não é divertido, não é sustentável!
Uma última coisa, o jogo vencedor é um jogo jogado por “tomadores” ao invés de “doadores”. O mundo está ficando sem a capacidade de dar mais, e desta forma projetos Dragon Dreaming baseiam-‐se no princípio de deixar um lugar melhor do que era quando nós o encontramos. Limpeza e arrumação de espaço faz parte da celebração final de qualquer atividade Dragon Dreaming.
A última etapa do Dragon Dreaming? É a de discernir com sabedoria!
Consciência dos sentimentos em um grupo Assim como nós podemos ter relacionamentos com indivíduos, também podemos ter relacionamentos com um grupo. A qualidade destas relações depende da nossa comunicação – como nós ‘alimentamos o dragão’ que o grupo pode representar. Todo grupo tem fraquezas ou sombras interpessoais que precisam ser gerenciadas efetivamente.
No começo de um projeto, quando as pessoas se encontram pela primeira vez e o grupo é novo, os participantes em seu entusiasmo inicial geralmente mostram somente o que eles acham ser aceitável para o grupo e enriquecedor para o projeto. Esta é uma fase bastante positiva de aproximação inicial, sedução mutual, engajamento e lua de mel (veja abaixo no processo de mudança).
Na segunda fase, as sombras aparecem. A motivação pode decair e o projeto pode entrar numa fase mais caótica. O grupo pode perder-‐se em jogos de ganha-‐perde, culpando-‐se uns aos outros. Os grupos irão frequentemente voltar-‐se para aqueles que eles consideram serem os líderes do projeto e colocar pressão neles para levar o grupo para fora do caos. Se os ‘líderes’ se recusam a fazer isso eles são frequentemente culpados pelo grupo, o qual pode então procurar outro líder para tirá-‐los do caos. Esta dinâmica tem o risco de criar hierarquias que enfraquecem o senso de comunidade. Para sair do desconforto que elas estão experimentando, as pessoas podem tentar arrumar, curar ou converter aqueles que elas consideram ser a causa.
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Na terceira fase, se o grupo for capaz de ‘dançar com o dragão’ do desconforto e ficar com as questões que emergiram da segunda fase, pode surgir um período de silêncio. Neste silêncio nós podemos reconhecer que todos temos sombras e feridas internas, que nos levam um passo além em direção a um estado de não-‐julgamento.
Uma vez dado este passo, uma quarta fase emerge. Esta fase surge da nossa habilidade de participar profundamente e observar ao mesmo tempo, nos levando a uma comunidade autêntica. Este é
geralmente um profundo processo de cura... então... CELEBREM!
Não desanime, seja qual for a fase em que estiver. É normal. Existem muitas ferramentas para ajudá-‐lo a descobrir em qual fase você está. No Dragon Dreaming, um caminho com o qual fazemos isso é fazendo um relatório do clima interno, que nos ajuda a descobrir quais são as emoções internas dentro do grupo.
Tente encontrar o que parece ser o melhor para você e o grupo. Você pode também querer pesquisar outros processos como o trabalho sobre formação de comunidades de M. Scott Peck e o trabalho de Ecologia Profunda de Joanna Macy. Sinta-‐se também encorajado de usar diferentes meios para processos de grupo como movimento, abordagens criativas de todos os tipos, e – claro – o silêncio. Uma grande oportunidade de usar o Pinakarri!
Uma organização não faz automaticamente uma comunidade
Trabalhar com os nossos Opositores Testar um projeto frequentemente requer que lidemos com aqueles que podem resistir ou que se opõem abertamente ao projeto. Estas pessoas podem ser as maiores apoiadoras do projeto, ao nos tornarem conscientes de fatores inesperados, aqueles que nós não sabíamos que não sabíamos. ‘A-‐há!’
O opositor mais resistente ao nosso projeto é a pessoa que mais pode nos ajudar neste projeto.
Quando descobrimos um resistente ativo como este, precisamos celebrar, já que esta pessoa, quando aproximada de uma forma que constrói o ganha-‐ganha, vai ser a pessoa que mais vai ajudar.
Nós devemos então procurar a comunicação com uma pessoa como esta. Faça a ela a pergunta geradora:
“Eu sei que você pensa que nosso projeto é errado (ou ruim, ou estúpido), e eu sinceramente gostaria de saber por quê.”
Escreva a resposta e verifique se está correta. Então leve estas anotações para o seu time dos sonhos e trabalhe para encontrar uma resposta para cada ponto levantado. Então retorne ao resistente ativo com uma nova pergunta geradora:
“Você se lembra do nosso ultimo encontro? Achamos que encontramos a resposta. (contar a resposta). O que você acha?”
Ele normalmente responderá “Sim, mas…” e virá com uma segunda longa lista. Repetir este processo algumas vezes normalmente vai levar a uma resposta diferente… “Sim, acho que vai funcionar!”.
Agora vem o melhor momento, uma celebração de gratidão com o coração sincero. Você diz “Agradeço-‐lhe. Você não tem ideia do quanto ajudou o nosso projeto. Você gostaria de se juntar ao nosso time dos sonhos para tornar este sonho em realidade?” Como resultado do respeito demonstrado, a pessoa pode dizer “Sim!”. Jesus nos disse para amar nossos inimigos. No Dragon Dreaming levamos este passo um pouco mais longe – nós trabalhamos junto com eles através de uma posição de respeito mútuo.
Liderança em Dragon Dreaming Sem dúvida, a liderança em nossa cultura ganha-‐perde é uma profunda ferida e um dos conceitos mais mal compreendidos, pois geralmente a preocupação é tomar o controle, dominar e forçar outros a se submeter. Supõe-‐se que os líderes têm qualidades especiais, diferentes das pessoas normais, que trazem desde seu nascimento ou obtém como resultado de circunstâncias especiais. Mas essas teorias de liderança
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são um mito, promovidas por aqueles que procuram dominar, e aceitas por muitos que são dominados. Este conceito cultural de líder nega o significado original da palavra. Há cinco mil anos, a palavra ‘líder’ originalmente significava ‘o transportador de carga’ que faz o trabalho mais difícil e não a pessoa responsável. Ainda hoje, de forma alguma se produzem líderes a partir de circunstâncias especiais, mas sim estes são criados por seus seguidores. Se os seguidores retiram seu apoio, o líder, não importa quão tirânico seja, não pode sobreviver como líder. Gandhi compreendeu esta verdade, assim como Martin Luther King e Jesus.
Dragon Dreaming está profundamente baseada na sabedoria do sábio chinês Lao Tse, que disse:
“Vá com o povo, Viva com eles, Aprenda com eles Comece com o que eles sabem Construa com o que têm. Mas dos melhores líderes, Quando o trabalho foi feito, E a tarefa cumprida As pessoas dirão ‘Já fizemos isso por nós mesmos’.”
O Processo de Mudança É importante reconhecer que cada projeto envolve mudanças, e essas mudanças podem ser por vezes dolorosas, como sabemos a partir do acima exposto, que as pessoas só mudam quando a dor da mudança é percebida como menor do que a dor de permanecer o mesmo. Todos os projetos envolvem a passagem de um período inicial, no sentido de cumprir seu objetivo, que pode ser tanto um ponto final definitivo ou temporário, nesta fase de um projeto.
No entanto, os projetos raramente funcionam de forma linear. Geralmente, há um longo período de tempo no início, um período durante o qual impulso preparatório é construído. Em muitos projetos esta dinâmica torna-‐se excitante e mais trabalho é feito no final do projeto, levando o projeto superar a meta, resultando em superação e colapso. Um projeto sustentável, no entanto, vê esta fase de impulso crescente substituída por uma orientação cuidadosa na segunda metade de um projeto para certificar-‐se de que o objetivo seja alcançado de forma sustentável.
Quanto trabalho precisamos fazer. Em um projeto sustentável, a quantidade de trabalho realizado deve subir até ao meio do projeto, e deve cair em seguida. Em projetos insustentáveis os níveis de trabalho continuam a subir, resultando em exaustão dos participantes.
Com a curva de motivação de um projeto, há quatro estágios, naturalmente, de Sonhar, Planejar, Realizar e Celebrar.
Sonhar
1. A fase de aproximação: Este é o lugar onde uma pessoa ouve pela primeira vez sobre o projeto e pensa, ‘isso parece valer a pena, eu poderia / deveria fazer algo sobre isso’. Mas muitas vezes as pessoas não fazem e precisam ser lembradas várias vezes.
2. A fase de sedução: é onde o time de sonho se reúne e você começar a criar o sonho coletivo para o projeto.
3. A fase de engajamento: É quando a equipe se compromete com o projeto e começa a fazer a diferença, maximizando a sua inteligência coletiva.
4. A fase de lua de mel: É uma fase maravilhosa, onde o projeto parece tão incrível, a equipe é fantástica e os problemas magicamente desaparecem.
Mas a lua de mel é sempre um cenário de superação e colapso. A realidade fala mais forte e a motivação começa a cair. Até onde ela cairá, depende se é um projeto ganha-‐ganha ou um projeto ganha-‐perde.
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Planejar
A motivação das pessoas tenderá a cair na fase de planejamento, normalmente através de duas fases:
1. A fase de negação: Nesta fase a motivação das pessoas vai cair, mas elas podem não estar cientes do fato. Elas vão dizer coisas como: “Não temos nenhum problema real, não é mesmo?”.
2. A fase de barganha: Segue a negação. Aqui, nos jogos ganha-‐perde, as pessoas começam a fazer concessões, e sua motivação geralmente cai a zero.
Mas lembre-‐se, em Dragon Dreaming não há nenhum compromisso!
Realizar
Também tem duas fases nos jogos de projetos ganha-‐perde:
1. A fase dos ‘3 Cs’: Estes são os padrões automáticos de sobrevivência que se desencadeiam em circunstâncias difíceis:
a. Congelar: Aqui as pessoas vão ranger os dentes e dizer! “Vamos, vamos apenar fazer o trabalho”. É a atitude de ‘Fingir-‐se de morto’.
b. Combater: Esta é a fase em que as pessoas começam a culpar uns aos outros por suas dificuldades, e as coisas ficam difíceis. A motivação pode mesmo tornar-‐se negativa.
c. Correr: Esta é a fase em que as pessoas começam a deixar o projeto. As reuniões ficam menores e o trabalho é deixado de lado entre as reuniões.
2. A Fase de Depressão: Se você se comprometeu com um projeto e não pode sair durante a fase de fuga (Correr), tende a ocorrer uma fase de depressão, acompanhada por pensamentos negativos e assunção pessoal da culpa. Isso é muitas vezes a fase mais difícil de todas.
Celebrar
Também tem duas fases:
1. Recuperação: Acontece depois de uma queda na energia. Coisas que eram difíceis parecem, em retrospectiva, serem menores do que se pensava inicialmente, e a moral e motivação podem subir rapidamente.
2. Transformação: Vem um pouco mais tarde, com um pouco mais de reflexão e pensamento sobre das lições que foram aprendidas. Nesta fase são frequentemente encontradas resoluções, como a decisão de modificar comportamentos no futuro.
A maioria dos projetos ganha-‐perde, e as pessoas envolvidas, passam pelas fases mencionadas de vez em quando, ou até repetidamente. Acontece também de algumas pessoas passarem por certas fases mais rápido que outras. Dependendo de suas personalidades, por exemplo, uma pode estar na fase de lua de mel, enquanto outra pode já ter alcançado a depressão. Desentendimentos mútuos podem ocorrer.
Este padrão é encontrado na maioria dos projetos ganha-‐perde. Se você está tentando construir um projeto ganha-‐ganha, e imediatamente detectar uma queda de motivação, no final do estágio de negação
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você deve celebrar. Dessa forma você poderá construir uma motivação alta e sustentável para os projetos pelos quais você se interessa.
Confusão é o caminho para as inovações!
Planejamento Sucessório Todo mundo vai, eventualmente, sair do seu projeto. Mas será que o seu projeto sobrevive à sua partida? O planejamento sucessório é necessário para garantir que os projetos não entrem em colapso, porque o iniciador sofre esgotamento, se move para fazer outra coisa ou o seu foco de interesse muda. Normalmente, essa substituição só acontece no final de um projeto, mas em Dragon Dreaming é importante que você substitua-‐se por alguém que você sente que pode ser melhor em fazer o seu projeto do que você mesmo, e que faça isso quando o seu entusiasmo pelo projeto está em seu ponto mais alto, e não quando está no seu mínimo. Se ficar esperando até o final, vai testemunhar o colapso de seu projeto, e você se tornará como um vampiro, a caça de ‘sangue novo’.
Como você encontrar estes substitutos? Eles virão, provavelmente, a partir do seu time dos sonhos, aqueles que você apoiou na realização do sonho. Eles podem precisar de habilidades ou treinamento adicional. Poderão também exigir uma equipe de apoio e assistência. Um longo período de aprendizado vai garantir que a história do projeto não se perca quando os iniciadores saírem.
Substituindo-‐se desta forma não significa necessariamente que você vai deixar o projeto. Isto, no entanto, cria um profundo sentimento de liberdade. Você sabe, por exemplo, que, se por razões pessoais ou de saúde você precisar parar, seu projeto vai sobreviver à sua partida. Substituindo-‐se desta forma também nos ensina a ter um senso de humildade.
Substitua a si mesmo o mais breve possível por alguém que é melhor em realizar do que você.
Mas o que é, então, a sabedoria?
A sabedoria é muitas vezes confundida com o conhecimento, mas a sabedoria é diferente de conhecimento. O conhecimento pode ajudar a construir a sabedoria.
Sabedoria = Conhecimento + resposta de feedback em profunda satisfação.
Mas então o que é o conhecimento?
O conhecimento é muitas vezes confundido com o entendimento, mas o conhecimento é diferente deste, embora o entendimento seja necessário para construir conhecimento.
Conhecimento = Entendimento + ação de comportamento com compromisso.
O que agora é entendimento? Entender é diferente de informação.
Compreender = Informação + cruzar o limiar das possibilidades em contexto.
Mas o que é informação? Dizem-‐nos que vivemos na era da informação, mas não seria melhor dizer que hoje vivemos em um oceano de dados?
Informação = Dados + o estímulo de uma intenção em relação.
Em nosso mundo atual, a sabedoria corre perigo de desaparecer e se tornar mero conhecimento. O conhecimento também está sob ataque de quem o teme e está se tornando em uma compreensão superficial. E esta compreensão está desaparecendo e se transformando em informações vazias. Como perdemos a capacidade de moldar o nosso mundo e tornar os nossos sonhos em realidade, a informação está se tornando apenas em dados inúteis. Dados inúteis se tornam apenas mais um barulho e, como os ruídos acumulados eles nos trazem medo e a ascensão da superstição. E assim perdemos a nossa capacidade de sonhar.
Lembre-‐se: a melhor forma de aprender algo e reduzir a curva de esquecimento é ensinar alguém.
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Tornando-‐se um Ovo de Dragão Dragon Dreaming se ampliou, a partir de uma ferramenta de planejamento de projetos usada pela Fundação Gaia da Austrália Ocidental, e agora está se tornando um método cada vez mais rápido para a construção de projetos e organizações de grande sucesso para o que tem sido chamado de “A Grande Virada” da nossa cultura, longe de estreito, interminável e insustentável crescimento financeiro das corporações, para uma cultura que sustenta a vida complexa no planeta. Ele já se espalhou por todos os continentes através dos esforços de um grupo fantástico de pessoas comprometidas e dedicadas. Recentemente no Brasil, decidiu-‐se que essas pessoas podem ser celebradas como “Ovos de Dragão”.
O que é um Ovo de Dragão? Um ovo de dragão é alguém que de alguma forma foi exposto a Dragon Dreaming. Quem tomou a sua caixa de ferramentas e a aplicou por mais de seis meses em um projeto de sua própria escolha. Um Ovo de Dragão é uma pessoa que, como parte de um Time de Sonhos de pelo menos quatro pessoas, procura trazer capacitação em Dragon Dreaming para sua própria comunidade. Eles criam seu próprio Círculo Sonho e Karabirrdt para fazer isso. Entram em contato com um Instrutor Dragon Dreaming, alguém que tenha completado uma oficina de Capacitação de Treinadores, e se organizar para trazer um grupo de pelo menos dez pessoas para estender o trabalho, quer através de uma Oficina Dragon Dreaming Introdutória ou Intensiva. Eles se comprometem a cobrir eventuais perdas que possam ocorrer. Por esse trabalho e responsabilidade com Dragon Dreaming, os Ovos de Dragão obtém certos privilégios:
1. Em troca de assumir o risco financeiro, e a tarefa de divulgar e fazer a inscrição de participantes em uma oficina Dragon Dreaming, Ovos de Dragão participam desta oficina de graça, sem pagar nenhuma taxa de instrução.
2. Participam do Círculo de Sonhos inicial da oficina em condições de igualdade em relação ao facilitador ou treinador.
3. Fazem parte das sessões de planejamento diário de uma oficina, ajudando o facilitador com a supervisão da energia do grupo.
4. São participantes plenos da oficina, não tendo que se envolver em questões de alimentação, alojamento ou local de organização.
5. Garantem a pontualidade do grupo e proporcionam entusiasmo e estímulo à formação de grupos de trabalho em oficinas.
6. Ajudam assumindo a responsabilidade com a inscrição dos participantes e cobrança de inscrições e taxas.
7. Dão feedback aos facilitadores de oficinas e treinadores sobre a sua experiência como um Ovo de Dragão e sugerem possíveis melhorias para o futuro.
8. Podem ser convidados a liderar uma sessão em que tenham interesse pessoal durante a oficina, ou realizar tarefas especiais a partir de uma sessão de planejamento matutina.
9. Participam na celebração final de uma oficina ou curso Dragon Dreaming com o facilitador / treinador e os seus custos são cobertos como uma despesa legítima do projeto.
10. Têm prioridade para o preenchimento de vagas quando é oferecida ou ocorre uma Oficina de Formação de Treinadores.
Aprenda como realizar eventos extraordinários.
O A-‐Há do Celebrar. Um convite para fazer um Pinakarri.
Momento da Terra. Do celebrador celebrar. Do idoso colérico. Do agradável introvertido. De delegar e passar o bastão, com profundos sentimentos. De ser pleno, pessoalmente. De deixar morrer a semente para renascer como broto, e da lagarta permitir-‐se em borboleta. Momento da Fênix transmutar-‐se pela satisfação e sabedoria nutridas pelo amor incondicional.
Um súbito tremor no solo que te surpreende positivamente e te faz grato, como lembrete, pela sustentação que a Mãe Terra te provê. Uma serenidade pela sensação do caminho bem vivido. Um descansar que traz em si a essência de descansar, e sonhar, sonhar...
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UM FINAL QUE É UM COMEÇO Este Guia Prático é apenas uma parte do desenvolvimento do corpo de informações sobre Dragon Dreaming.
Lembre-‐se que Dragon Dreaming é um trabalho em progresso. Dragon Dreamers do Brasil à Rússia e do Canadá ao Congo fazem parte de uma comunidade viva de aprendizado, onde todo mundo está fazendo o seu melhor.
Grande parte do material escrito e audiovisual já está disponível. Existem fichas técnicas e apresentações em PowerPoint disponíveis. Há também muitas entrevistas ou partes de vários workshops filmados no YouTube. Mais materiais sobre Dragon Dreaming estarão disponíveis em breve, incluindo um Manual do Treinador e o livro “Dragon Dreaming -‐ Abrindo o Coração Global”, por John Croft.
Lembre-‐se: grandes projetos bem sucedidos surgem de pequenos projetos bem sucedidos
Este e-‐Book começou entre Março e Junho de 2012, com o trabalho de Ilona Koglin, após uma oficina no Betahaus, Berlim, em cooperação com Catriona Blanke, Manuela Bosch, Angel Hernandez e Florian Muller e foi concluído na Primavera de 2013, integrando os escritos de Mônica Prado (Mandakini Dasi) de Juiz de Fora, Brasil, em cooperação com Bernadette Otto de Penticton, Canadá, e com a ajuda e mais material de John Croft, co-‐criador de Dragon Dreaming, sobre cujos pensamentos e ideias este livro se baseia. Foi traduzido do alemão para o inglês por Catriona Blanke. Leiaute original por Ilona Kogllin.
No Brasil, em 2013, foi traduzido do inglês para o português por Áureo Gaspar, Leonardo Marques, Maisa Lammachia, Marcos Molz, Nara Pais e Pedro Lunaris.
No despertar de 2014, Áureo Gaspar efetuou a revisão e ampliação do e-‐book, tornando-‐o um Guia Prático. Complementou a redação de diversos textos em português, acrescentou textos, como os A-‐há ao final de cada capítulo, adaptou e inseriu figuras, mudou a sequência de tópicos para adequação aos cursos atuais. Fez revisão ortográfica geral. Cris Gantus compilou a sequencia de perguntas norteadoras. Ruth Andrade criou materiais, como ‘A Sabedoria do Dragão’, deu ideias textos e fez algumas alterações no texto (Objetivo Geral).
Se você se sente parte desta comunidade Dragon Dreaming e comunga dos princípios de crescimento pessoal, formação de comunidades e serviço à Terra, e se quer tornar em realidade os sonhos de todos nós, contribuindo para ampliar a comunidade Dragon Dreaming e transmitir este trabalho, entre em contato. Nós te convidamos a acessar o manuscrito original deste Guia Prático, fazer suas contribuições e compartilhá-‐las, inscrevendo seu nome neste histórico.
Para mais informações sobre Dragon Dreaming e para conhecer a relação de treinadores e outros insights úteis, por favor, visite:
Dragon Dreaming Internacional: dragondreaming.org/pt/dragon-‐dreaming/ Dragon Dreaming Brasil – dragondreamingbr.org Dragon Dreaming Brasil no Facebook – facebook.com/groups/107192366047436/
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Profecia Hopi
Gratidão profunda às muitas amigas e amigos pelas conversas, A-‐hás, textos inspiradores, pela alegria, pelo trabalho trabalhado junto.
E como é que vamos terminar esse Guia Prático? Como todos os projetos que precisam acabar no caminho em que nós começamos, agora transitamos e passamos o bastão...
A partir de Oraibi, da Nação Hopi, a profecia de um ancião celebrador no anoitecer dos seus dias.
“Você disse ao povo que esta é A Décima Primeira hora, agora você deve voltar e dizer às pessoas que esta é a Hora. E há coisas a serem consideradas Onde você está morando? O que você está fazendo? Quais são os seus relacionamentos? Você está em relação correta? Conheça o seu jardim.
É hora de falar a sua verdade. Seja bom para os outros. E não procure o líder fora de si mesmo. Então, ele apertou as mãos, sorriu, e disse: “Este poderia ser um bom momento”.
Há um rio que agora flui muito rápido. É tão grande e rápido, que há aqueles que terão medo. Eles tentarão se manter às margens. Eles sentirão que estão sendo dilacerados e sofrerão muito Saiba que o rio tem seu destino.
Os mais velhos dizem, temos de sair das margens, empurrar para o meio do rio, manter nossos olhos abertos e nossas cabeças acima da água. E eu digo, veja quem está lá dentro com você e celebre. Neste momento da história, não devemos tomar nada como pessoal. Menos do que tudo, a nós mesmos. No momento, o que fazemos, o nosso crescimento espiritual e viagem chegam a um impasse. O tempo do lobo solitário acabou. Reúnam-‐se! Retire a palavra luta de sua atitude e seu vocabulário. Tudo o que fazemos agora deve ser feito de uma forma sagrada e em celebração.
NÓS SOMOS AQUELES POR QUEM TEMOS ESPERADO!
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PARA SABER MAIS A Sabedoria do Dragão SONHAR
1. Sempre busque aquilo que fará com que 100% dos sonhos se tornem realidade. 2. Ao construir um time dos sonhos, apresente pessoas que você gosta e admira a pessoas que você
gosta e admira. 3. Maximize suas experiências de A-‐há, toda nossa criatividade surge do sonhar. 4. Tudo é um fluxo temporário em um processo de fluxo. 5. Deixe os sonhos individuais morrerem, para que o sonho coletivo possa, assim como a fênix, ressurgir
das cinzas. 6. Evite a pressa, fique na pergunta e viva a sua vida até a resposta. 7. Substitua-‐se assim que possível por uma pessoa que é melhor que você naquilo que faz. 8. Não tema o silêncio, deixe que a Terra fale através de você nesses momentos.
PLANEJAR
9. Pergunte-‐se o que pode dar errado. 10. Existem dois tipos de pessoas: os detalhistas e os generalistas. 11. Atenção: a energia sempre cai durante a fase de planejamento. 12. Acentue o positive, elimine o negative. 13. Primeiro crie os objetivos específicos e depois o objetivo geral. 14. Construa o Karabirrdt como base da criação de estratégia, custos / investimentos estimados,
cronograma e atribuição de tarefas. 15. Fique de olho na “paralisia por análise” – ela pode matar o entusiasmo e a motivação cairá.
REALIZAR
16. Tudo sempre demora mais. 17. O trabalho se expande para preencher todo o tempo disponível. O ócio é um trabalho de período
integral. 18. Construa organizações, grupos e projetos de forma que tenham o centro vazio. 19. Dragon Dreaming trata-‐se de deixar as coisas fora de controle de maneira segura. 20. O inimigo do seu projeto é a pessoa que irá mais ajudá-‐lo. 21. Finja até que você consiga. Não tente, faça. 22. O ótimo é inimigo do bom. 23. A confusão é o portal para as grandes revelações.
CELEBRAR
24. Sem barganhas, 100% para todo mundo. 25. Celebre o caminho todo… 26. Aprenda a organizar eventos extraordinários. 27. Mantenha o processo todo lúdico. 28. Menos, às vezes, é mais. 29. Não espere até que se torne perfeito. 30. Seu corpo não mente jamais, deixe-‐o ouvir a Terra. 31. O maior fracasso é um sucesso prévio repetido de maneira inapropriada. 32. As pessoas só mudam se a dor da mudança for menos do que a dor de continuar na mesma.
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A Roda Completa de Dragon Dreaming
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Perguntas Norteadoras Dragon Dreaming Expectativas • O que você espera alcançar com este curso para você possa dizer ao seu final que essa foi a
melhor maneira possível de passar o seu tempo? Dragão • Que força ou hábito internos te impediriam de alcançar seu objetivo neste curso?
• Como você poderia se auto sabotar para não atingir suas expectativas? Sonhar • Para que você esteja 100% comprometido com este projeto de (12) meses, o que ele precisa
ter? • Se esse projeto acontecer nos próximos (06) meses, o que ele precisa ter para que seja 100%
seu? • Esse sonho será realizado em (um ano). O que precisa ter nele para que você diga que foi a
melhor maneira de você passar o seu tempo? • O que precisa acontecer neste projeto nos próximos (12) meses para que você se sinta
plenamente contemplado por ele? Planejar • O que é essencial alcançarmos para que 100% dos sonhos aconteçam? (objetivos)
• Quais são os objetivos, que se dermos atenção a eles primeiro, irão facilitar a execução de todos os outros objetivos e sonhos? (objetivos prioritários)
• Qual é a frase concisa, inclusiva, inspiradora e memorável que abraça todos os objetivos e sonhos dentro dela? (objetivo geral / alvo / frase de intenção / frase guarda-‐chuva)
• Quais são as forças positivas e negativas que podem influenciar a realização do projeto? (análise do campo de forças)
• Qual é o fator mais importante que vai contribuir para o sucesso do realizar do projeto? Realizar • Quais tarefas ou atividades específicas precisamos fazer para atingir nossos objetivos
prioritários (e todos os outros objetivos e os sonhos também)? • Quais conexões entre tarefas indicam um fluxo de informações, recursos, pessoas que
mostram dependência entre tarefas e que são importantes para a execução das mesmas? (trilhas encantadas)
• Se esse projeto tiver uma perda financeira, você estaria disposto a contribuir do seu próprio bolso para cobrir esta perda? (comprometimento)
• Que evidência podemos pensar que nos mostra que estamos conseguindo alcançar todas as tarefas, objetivos e tornar 100% os nossos sonhos realidade (monitoramento)?
• Qual a evidência vai nos mostrar que estamos atingindo 100% dos nossos objetivos? (monitoramento)
• O que preciso fazer essa semana para nos colocarmos mais pertos dos nossos objetivos? (gestão e administração)
Celebrar • Quais foram / estão sendo os resultados positivos / transformadores que contribuem para o desenvolvimento de cada um?
• Quais foram / estão sendo os resultados positivos / transformadores que contribuem para o fortalecimento da comunidade?
• Quais foram / estão sendo os resultados positivos / transformadores que estão a serviço à Terra? Que contribuem para a preservação e regeneração da vida no planeta?
• Quais habilidades pessoais dos participantes estão sendo adquiridas? Pergunta Geradora
• O que está faltando que se estivesse presente, faria uma diferença?
Co-‐aconselhamento semanal (resumido)
• Você concluiu aquilo que esperava alcançar na semana passada? Caso não concluiu, ainda é importante que o faça?
• De que maneira o que você alcançou nos levou mais perto dos nossos objetivos? Isso foi celebrado?
• O que você gostaria de realizar até o final da semana que vem? Como isso irá contribuir para atingir o sonho coletivo?
• Você tem todos os recursos que precisa para completar essas tarefas? Caso contrário, como irá obtê-‐los? Quais pessoas e processos serão necessários para realizar o que quer?
• Como você poderá se auto sabotar ao tentar realizar as tarefas a que se propôs? Qual sua estratégia para evitar que isto aconteça?
• Como o seu projeto está tendo sucesso no desenvolvimento pessoal dos participantes, fortalecimento dos laços comunitário e na responsabilidade ativa com a Terra?
• Onde e quando podemos nos encontrar novamente na próxima semana?
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Fichas e Textos de Dragon Dreaming Estes são alguns dos textos de John Croft, traduzidos e divulgados pela nossa comunidade.
Sinta-‐se convidado a olhar o site dragondreamingbr.org de vez em quando... Novos textos são eventualmente adicionados. FS 01 A Mandala Universal e o Mistério do Sentido da Vida FS 02 Quem ou o Que é Gaia FS 03 O Colapso da Civilização e a Chegada de uma Era de Trevas FS 04 A espiritualidade sustentável das trilhas encantadas aborígenes FS 05 A Grande Virada FS 06 Introdução à organização e execução de projetos extraordinariamente bem sucedidos FS 07 A História de Dragon Dreaming -‐ O Começo FS 08 A Natureza da Mudança FS 09 e 10 O Círculo de Sonhos e as Redes -‐ Construindo um time de sonhos que funciona FS 11 Auditoria Comunitária FS 12 Estendendo a CNV FS 13 Desmistificando a Liderança FS 14 Reuniões Efetivas para Organizações Comunitárias -‐ o Caso Seaflow FS 15 Como Criar um Karabirrdt FS 16 O Poder do Consentimento FS 17 Construindo uma Organização de Centro Vazio FS 18 Cidades em Transição FS 19 Revendo a Empresa Comunitária FS 20 Planejamento de conferencia autogestionada FS 22 Captação empoderada de recursos FS 23 Implicações Espirituais da Grande Virada FS 24 Monitorando o Progresso ao Estilo Dragon Dreaming FS 25 21 Abordagens de Dragon Dreaming para Abrir Nosso Coração Gaiano FS 26 Em Contato com a Vida FS 27 O Núcleo Essencial do Dragon Dreaming FS 28 Gerenciamento e Administração pelo Método Greenskills TX 05 Estratégias de Sobrevivência para o Agente de Mudanças
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Leituras Inspiradoras Eis algumas... ao ler este Guia Prático, muitas correlações você poderá ter com outras leituras que tenha feito ao longo de sua vida. Este também é um convite para anotar, complementar, ampliar e sugerir leituras inspiradoras.
Autor Título Christine Hogan Practical Facilitation David C. Korten A Grande Virada David Earl Platts Autodescoberta Divertida David Holmgren Permacultura: Princípios e caminhos além da Sustentabilidade Dee Hock Nascimento da Era Caórdica Deepak Chopra As Sete Leis Espirituais do Sucesso Diana Leafe Christian & Patch Adams Creating a Life Together Fábio Brotto Jogos Cooperativos Fritjof Capra Alfabetização Ecológica Joanna Macy Nossa Vida como Gaia Joseph Campbell A Jornada do Herói Joseph Campbell O Herói de Mil Faces Joseph Campbell O Poder do Mito Juanita Brown The World Café Lynne Twist The Soul of Money Marshall B. Rosenberg Beign Me, Loving You Marshall B. Rosenberg Comunicação Não Violenta Morgan Scott Peck Além da Trilha Menos Percorrida Otto Scharmer Teoria U Paul Hawken Blessed Unrest Paulo Freire e Antonio Faundez Por uma Pedagogia da Pergunta Robert Moss Dreamways of the Iroquois Roger Fischer Como chegar ao Sim
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Pequeno Glossário de Dragon Dreaming Este glossário se propõe a encontrarmos, na riqueza e beleza da língua portuguesa, expressões e explicações que esclareçam alguns termos usados com frequência em Dragon Dreaming. Não tem a pretensão de ser completo ou definitivo, já que tudo ‘é um nó temporário no fluxo de tempo’.
3 Fs (Freeze, Flight, Fight): 3 Cs (Congelar, Correr, Combater) – reações diante do perigo.
Active Resistors: Opositores Ativos, pessoas que promovem ações contra o projeto.
Active Supporters: Apoiadores ativos, pessoas que trabalham efetivamente em prol do projeto.
Ágape: Amor Incondicional, Amor em comunidade ou família, em grego. Uma etapa do amor e reconhecimento da magnificência da outra pessoa, diferente de philia, afeição entre amigos e colegas, e eros, sexual e romântico.
Aha!: Interjeição de espanto. ‘A-‐há!’. Sacada, insight, sensação de repentina iluminação interna e descoberta, equivalente ao “Eureka!” de Arquimedes.
Analysis Paralysis (Paralysis of analysis): Paralisia por análise, excesso de discussão e detalhamento desnecessários, que entravam o fluxo de um projeto.
Awareness: Consciência ou Percepção.
Brainstorm: Tempestade de ideias, ou ‘Toró de Parpite’, metodologia que propicia soluções criativas em grupos.
Business as Usual: os Negócios de Sempre. Os padrões de comportamento socialmente aceitáveis em uma cultura e as expectativas que condicionam o comportamento cotidiano, como trabalhar, vestir-‐se, relacionar-‐se de determinada maneira, seguindo um padrão.
Celebrate: Celebrar. Um dos quatro quadrantes do Dragon Dreaming.
Chaordic: Caórdico (neologismo). Estruturas e processos que se sustentam à beira do caos, em que são distinguíveis padrões de ordem e auto-‐organização.
Commitment: Compromisso, comprometimento. Envolvimento profundo com o processo ou projeto, compreensão e aceitação plena das responsabilidades assumidas.
CommunityWise Audit: Auditoria pela Sabedoria Comunitária. Descobrir e entender como uma comunidade funciona em termos financeiros, sociais e ambientais.
Compromise: Barganha, negociação, relação de troca do tipo ‘toma-‐lá-‐dá-‐cá’.
Coopetition: ‘Coopetição’ (neologismo). Cooperação e competição coexistindo simultaneamente na relação entre as mesmas pessoas.
Dadirri: O mesmo que Pinakarri, para os aborígenes Mardu. Escuta profunda.
Deep Democracy: Democracia Profunda: sabedoria coletiva e participativa, onde se valorizam todos os pontos de vista para formação de grupos e organizações, ou realização de projetos.
Discerning Wisdom: Sabedoria com discernimento.
Djinagabee: Pés de Pena, os anciões da nação aborígene Noongar.
Do: Realizar. Um dos quadrantes do Dragon Dreaming.
Dragon Dreaming Equation: A Equação de Dragon Dreaming, a fórmula matemática que traduz os fenômenos de crescimento e decrescimento exponencial de populações. Curva logística.
Dragon Dreaming: O ato ou processo de sonhar, dançar e lidar com os dragões ou medos internos. Não é passível de tradução direta.
Dream Team: o Time de Sonhos. Termo usado para se referir às pessoas que integram seus sonhos em um projeto, mas também como sinônimo das pessoas ideais para a realização deste projeto.
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Dream: Sonho ou sonhar (verbo to dream). Um dos quadrantes do Dragon Dreaming.
Dreaming: O processo de sonhar. O sonho.
Dreamtime: O tempo de sonhos ou dimensão além do tempo linear, acessada durante o sonho.
Everywhen: Cada Momento, todo momento ou “Todo Quando”. Refere-‐se à singularidade do contínuo espaço-‐tempo, na relação entre o tempo linear e o tempo de sonho.
Feedback: Retroalimentação. Mecanismo em que uma causa ou ação age ou tem impacto sobre si mesma, ampliando o efeito inicial (feedback positivo) ou reduzindo este efeito (feedback negativo).
Field Force: Campo de Forças: as forças atuantes que ajudam ou dificultam a realização de um projeto. Também as análises de “constelação” familiar.
Forgetting Curve: a Curva do Esquecimento. Uma pessoa pode se esquecer de 50% do que aprendeu em 24 horas. 50% do restante desaparece na semana e, em um mês, há uma perda de mais de 50% do que foi deixado, o que significa que é típico uma pessoa lembrar apenas uma fração do que havia inicialmente aprendido.
Future Search: Pesquisa do Futuro. Método criado por Fred Emery e Eric Trist, do Instituto Tavistock, para conferências de busca de alternativas de futuro, onde se reúnem pessoas muito diferentes para aprender sobre si mesmas, descobrir e planejar novas formas alinhadas para realizar tarefas em conjunto.
Genuine Progress Indicator (GPI): Indicador de Progresso Genuíno (IPG): uma métrica que substitui o Produto Interno Bruto (PIB) como medida do crescimento econômico. O GPI é usado em economia verde e sustentabilidade. Avalia se o aumento da produção de bens e serviços em expansão resultou na melhoria do bem-‐estar das pessoas no país. Distingue entre o crescimento de valor e crescimento antieconômico.
Karabirrdt: Teia de Aranha. A plataforma na qual são relacionadas graficamente as tarefas de um projeto Dragon Dreaming, seus responsáveis, prazos, custos e outros dados. Também “Tabuleiro”.
Karl: Fogueira sagrada dos aborígenes australianos.
Karlup: Local em que se acende a fogueira sagrada (Karl).
Karlupgur: Grupo de pessoas que se reúnem no local sagrado (karlup) ao redor da fogueira.
Karri: eucalipto típico da Austrália Ocidental.
Meme: É a menor partícula de memória, unidades de informação aprendidas e transmitidas facilmente, como ideias ou partes de ideias, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais. Eles se multiplicam de onde a informação é armazenada, como livros ou cérebros, para outros locais de armazenamento ou cérebros.
Memeplex: Memeplexo. Grupos de memes que são frequentemente encontrados presentes no mesmo indivíduo, que se unem porque memes vão copiar a si mesmos com mais sucesso quando estão unidos. Exemplos incluem conjuntos de memes, como cantar e tocar guitarra, ou a árvore de Natal e jantar de Natal.
Noongar: Nome de uma das nações aborígenes. Há mais de duzentas nações, com diversos idiomas.
Overshot and Collapse: Sobrecarga e Colapso. Fases de ciclos de crescimento exponencial, onde se atinge um limite de tensão, um máximo de complexidade à beira do caos, a partir do qual uma pequena perturbação traz uma sobrecarga que faz com que o sistema entre em colapso, simplifique-‐se e haja uma redução na entropia.
Passive Resistors: Opositores passivos, pessoas que têm resistência a um projeto, mas não tomam medidas ativas no sentido de prejudica-‐lo.
Passive Supporters: Apoiadores passivos, pessoas que apoiam um projeto, mas não tomam ações efetivas para que este se concretize.
Pinakarri: Escuta profunda, para os aborígenes Noongar. Processo de meditação ativa e conexão à Terra, em que a atenção é focada na respiração e tensões internas.
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Project Phases and Steps: Fases e Estágios do Projeto: 1. Pseudocomunidade (Primeira Consciência; Sedução; Noivado; Lua de Mel da Esperança Irrealista); 2. Caos (Negação; Compromisso e Barganha); 3. Esvaziamento (Raiva: Congelar, Correr e Combater; Depressão). 4. Verdadeira Comunidade (Recuperação e Aceitação; Esperança Realista).
Reducing the Forgetting Curve: Reduzindo a Curva do Esquecimento. Um conjunto de técnicas podem ser usadas para manter em memória o aprendizado: levar um objeto de uso pessoal e diário no curso; tomar notas (e lê-‐las após um dia, uma semana e um mês); compartilhar e ensinar o que foi aprendido.
Songlines: As ‘linhas da canção’, ‘trilhas encantadas’, ‘caminhos da Lei’ ou ‘caminhos sagrados’, se referem tanto às trilhas físicas percorridas pelos aborígenes na paisagem australiana, quanto às trilhas rituais e sendas espirituais por estes traçadas.
SWOT Analysis (Strengths, Opportunities, Weaknesses e Threats): Análise FOFA (Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças). Forças e Fraquezas referem-‐se a fatores internos à organização, e as oportunidades e ameaças a fatores externos. O objetivo é capitalizar os pontos fortes e minimizar os pontos fracos e as ameaças.
Talking stick: Bastão da Fala, Objeto da Fala ou Bastão do Poder, um símbolo (por exemplo, um graveto) que dá o direito à fala exclusiva a alguém, enquanto esta pessoa estiver com o bastão.
The Great Turning: A Grande Virada. Processo de transição da sociedade industrial moderna para outra, sustentável e integrada aos sistemas do planeta.
Trade Off: Perdas e Ganhos. Situação em que há conflito de escolha. Uma balança, em que uma ação para resolver um problema acarreta outro, obrigando a uma escolha, como ter que abrir mão de algo para obter outra coisa, ou suportar os efeitos colaterais da escolha.
Waug: Vento, em um dos dialetos aborígenes.
Waugal (Walgyl): A Serpente Arco-‐íris da mitologia aborígene australiana.
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A Roda de Dragon Dreaming – em branco