guia didático de aves da apa bonfim-guaraira rn
DESCRIPTION
Guia Didático de Aves da Área de Proteção Ambiental Bonfim‐Guaraíra/RN Lagoas do Junco, Arroz e Azul Izabela Laurentino & Rafael SousaTRANSCRIPT
Izabela Laurentino Rafael Sousa
Guia Didático de Aves da Área de Proteção Ambiental Bonfim‐Guaraíra/RN
Lagoas do Junco, Arroz e Azul
2009
2 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Guia Didático de Aves |3
Guia Didático de Aves da APA Bonfim‐Guaraíra/RN
Trabalho de Conclusão de Curso ‐ TCC UNP‐Universidade Potiguar
Graduação em Ciências Biológicas
Autores: Izabela Costa Laurentino
Rafael Turíbio Moraes de Sousa
Orientadora: Rosângela Lopes Dias
2009
4 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
DIAGRAMAÇÃO Caule de Papiro CAPA
Divisão de Serviços Técnicos. Catalogação da publicação na fonte. IFRN / Biblioteca Sebastião Fernandes
E24
Guia Didático de Aves da Área de Proteção Ambiental Bonfim‐Guaraíra/RN Lagoas do Junco, Arroz e Azul . – Natal, 2009. 150 p. il. color. Contém Bibliografia.
ISBN: 978-85-89571-56-2 1. Educação popular - Saúde. 2. Movimento social. 3. Práticas populares de saúde – Rio Grande do Norte. I. Núcleo da Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular em Saúde. II. Título.
CDU 3:61
Guia Didático de Aves |5
SUMÁRIO Introdução ........................................................................................................................................9 Aves ................................................................................................................................................11 Aves do Brasil..................................................................................................................................17 Extinção no Brasil ...........................................................................................................................21 Aves do Nordeste.........................................................................................................................23 APA Bonfim‐Guaraíra.....................................................................................................................25 Táxons.............................................................................................................................................35 Guia Ilustrado das Aves da APA Bonfim‐Guaraíra ‐ Apodiformes Besourinho‐de‐bico‐vermelho ‐ Chlorostilbon lucidus ...................................................................45 Rabo‐branco‐rubro ‐ Phaethornis ruber .........................................................................................49 ‐ Cathartiformes Urubu‐de‐cabeça‐amarela ‐ Cathartes burrovianus .......................................................................51 Urubu‐de‐cabeça‐preta ‐ Coragyps atratus ....................................................................................53 Urubu‐de‐cabeça‐vermelha ‐ Cathartes aura .................................................................................55 ‐ Charadriiformes Batuíra de Coleira ‐ Charadrius collaris ..........................................................................................57 Quero‐quero ‐ Vanellus chilensis ....................................................................................................59 ‐ Ciconiiformes Garça‐branca‐pequena ‐ Egretta thula ..........................................................................................61 Socozinho ‐ Butorides striata .........................................................................................................63 ‐ Columbiformes Juriri‐pupu ‐ Leptotila verreauxi .....................................................................................................65 Rolinha‐picuí ‐ Columbina picui ......................................................................................................67 ‐ Coraciiformes Martim‐pescador‐pequeno ‐ Chloroceryle americana ...................................................................69 ‐ Cuculiformes
6 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Alma‐de‐gato ‐ Piaya cayana ..........................................................................................................71 Anú‐branco ‐ Guira guira ................................................................................................................73 Anú‐preto ‐ Crotophaga ani ...........................................................................................................75 ‐ Falconiformes Caracará ‐ Caracara plancus ...........................................................................................................77 Gavião Carijó ‐ Rupornis magnirostris.............................................................................................79 ‐ Galbuliformes Rapazinho‐dos‐velhos ‐ Nystalus maculatus ..................................................................................81 ‐ Passeriformes Andorinha‐doméstica‐grande ‐ Progne chalybea ...........................................................................83 Balança‐rabo‐de‐chapéu‐preto ‐ Polioptila plumbea .....................................................................85 Bem‐te‐vi ‐ Pitangus sulphuratus ...................................................................................................87 Betevizinho‐de‐penacho‐vermelho ‐ Myiozetetes similis ...............................................................88 Choró‐boi ‐ Taraba major ...............................................................................................................91 Choca‐barrada‐do‐nordeste ‐ Thamnophilus capistratus ...............................................................93 Chorozinho‐da‐caatinga ‐ Herpsilochmus sellowi ...........................................................................95 Chorozinho‐de‐papo‐preto ‐ Herpsilochmus pectoralis ..................................................................97 Cambacica ‐ Coereba flaveola,........................................................................................................99 Corruíra ‐ Troglodytes musculus ...................................................................................................101 Fim‐fim ‐ Euphonia chlorotica .......................................................................................................103 Garrinchão‐de‐bico‐grande ‐ Cantorchilus longirostris ................................................................105 Guaracava‐de‐barriga‐amarela ‐ Elaenia flavogaster ...................................................................107 Guaracava‐de‐topete‐uniforme ‐ Elaenia cristata ........................................................................109 Lavadeira‐mascarada ‐ Fluvicola nengeta ....................................................................................111 Papa‐formiga‐pardo ‐ Formicivora grisea .....................................................................................113 Pardal ‐ Passer domesticus ...........................................................................................................115 Pipira‐preta ‐ Tachyphonus rufus .................................................................................................117 Pitiguari ‐ Cyclarhis gujanensis .....................................................................................................119 Sabiá‐barranco ‐ Turdus leucomelas .............................................................................................121 Saí‐azul ‐ Dacnis cayana ...............................................................................................................123 Saíra‐amarela ‐ Tangara cayana ...................................................................................................125 Sanhaço‐cinzento ‐ Thraupis sayaca ............................................................................................127
Guia Didático de Aves |7
Sebinho‐de‐olho‐de‐ouro ‐ Hemitriccus margaritaceiventer........................................................129 Suiriri ‐ Tyrannus melancholicus ...................................................................................................131 Suiriri‐cavaleiro ‐ Machetornis rixosa ...........................................................................................133 Vite‐vite‐de‐olho‐cinza ‐ Hylophilus amaurocephalus ..................................................................135 ‐ Strigiformes Coruja‐Buraqueira ‐ Athene cunicularia .......................................................................................137 Curiosidades.................................................................................................................................139 Referências...................................................................................................................................149
8 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Guia Didático de Aves |9
INTRODUÇÃO
ste Guia tem como objetivo de utilizar as aves no processo de conscientização ecológica e preservação da natureza. O grupo das aves, é sem dúvida, o grupo de animais que exerce maior atração
sobre as pessoas, dessa forma, podemos usá‐las em atividades teórico/práticas nas escolas, sem exigir o uso de materiais e equipamentos caros. Podemos usar as aves na educação ambiental, com alunos de diversos níveis.
O simples fato de observar esses animais em atividade na rua, em jardins ou no pátio da própria escola, rende muita discussão e aprendizado aos participantes dessa atividade. E o mais importante, desperta nas pessoas uma vontade de proteger e preservar o que ainda nos que resta de áreas verdes, fundamental para a manutenção da vida animal.
Um educador, mesmo sem muita prática com aves, pode e deve trabalhar com as aves urbanas na escola. Com certeza, se o professor tiver conhecimentos práticos sobre o assunto, à atividade ficará muito mais rica. Tais conhecimentos provavelmente serão indispensáveis para o trabalho com crianças mais velhas e adolescentes. Para isso, criamos um guia didático de observação de aves para ser realizada nas escolas, como complemento às aulas de Ciências e Biologia.
E
10 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Guia Didático de Aves |11
AVES
s florestas tropicais são conhecidas por sua alta biodiversidade, são os biomas mais ricos e diversos, apresentando uma complexidade estrutural que favorece a existência de muitos
nichos ecológicos, porém, são pouco estudadas e sujeitas a várias ações naturais e não naturais. Inúmeras espécies diminuíram rapidamente sua abundância, e algumas até foram extintas em conseqüência da caça predatória, destruição de habitats e ação de novos predadores e competidores.
Tornando‐se necessário um esforço conjunto para inventariar áreas remanescentes, avaliar a possibilidade de proteção e manejo, além de fundamentar a conservação efetiva daquelas de maior valor biológico. Já que, a maioria das espécies é sensível a diversos fatores físicos, como temperatura, umidade, vento e intensidade luminosa, e biológica, como estrutura da vegetação e disponibilidade de alimento.
Se considerarmos a grande riqueza em espécies, a facilidade de amostragem e a sensibilidade a diversos fatores ambientais, as aves são consideradas como espécies guarda‐chuva, apresentam mais exigências do que outros grupos que vivem no mesmo habitat, sendo indicadas para avaliar as diferenças ambientais entre diversos meios.
“Contribuir para a preservação da diversidade biológica e dos ecossistemas naturais; propiciar o manejo
A
12 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
adequado dos recursos da fauna e flora; incentivar a pesquisa científica e estudos compatíveis com as características da área; propiciar educação ambiental; e garantir o monitoramento ambiental.” (IDEMA, 2006).
A mais de 50.000 espécies atuais de vertebrados habitam praticamente todas as partes da terra, enquanto outros vertebrados, hoje extintos, viveram em habitats que não mais existem. Métodos de classificação dos animais também mudaram sua ênfase ao longo do século XX, e a classificação que começou como uma maneira de se tentar organizar a diversidade dos organismos, tem se tornado uma ferramenta poderosa para gerar hipóteses evolutivas testáveis. Tosos os vertebrados tem características básicas em comum, as são produtos de sua ancestralidade comum e o progresso da evolução pode ser analisado pela seqüência das modificações destes caracteres.
As aves compartilham com os mamíferos a distinção de serem os vertebrados mais recentes a habitarem a terra. Estima‐se que 8.7000 espécies viventes estejam distribuídas pelo mundo desde o Ártico até a Antártida, tanto nos mares quanto nos continentes. (ORR,1961).
As aves são de uma linhagem de dinossauros que se desenvolveu o vôo durante a era Mesozóica. Diversificaram em mais de 9.100 espécies. As penas são as características distintivas das aves e asas com penas são as estruturas que permite que uma ave voe. Descobertas recentes de fósseis de dinossauros com estruturas semelhantes a penas poderiam indicar que as penas evoluíram antes do vôo.
Guia Didático de Aves |13
Tudo começou há 210 milhões de anos no período jurássico. Nesta altura aparece aquele que podemos considerar o ancestral dos pássaros atuais: o Archaeopteryx lithographica. Os primeiros vestígios fósseis desta espécie foram encontrados na Alemanha em 1861 por H. Von Meyer. Esta foi descrita como tendo sido a primeira ave com penas e por isso se diz que as atuais aves descendem do Archaeopteryx. Estas primeiras aves de que há registro paleontológico possuíam ainda dentes e uma longa cauda.
As aves são animais vertebrados, voadores e bípedes. Apresentam‐se como a evolução de répteis sáurios no jurássico cujas patas dianteiras se transformaram em asas. De entre os animais de sangue quente são as aves que apresentam a temperatura mais alta que pode chegar aos 43.5ºC.
Aves são conspícuas em nosso mundo por que estão ativas durante o dia (diurnos) e freqüentemente atraem a atenção por meio de alta vocalizações, coloração brilhante e comportamentos vistosos. Como resultado disso, tem sido extensivamente estudado e muita de nossas informações acerca do comportamento e da ecologia de vertebrados terrestres baseia‐se em estudos de aves. Como classe, as aves são surpreendentemente uniformes. As características mais óbvias são as penas e o bico córneo. Entretanto, há muitas
Archaeopteryx lithographica
Fonte: W
ikipéd
ia
14 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
outras características, que as distinguem prontamente de outras formas de vida animal.
A pele das aves apresenta uma glândula única – o uropígio – cuja secreção funciona como impermeabilizante, pois repele a água. A substância córnea forma‐se nas penas, bico, tarsos, dedos e unhas. A muda de penas ocorre uma vez por ano. As patas e os pés são revestidos por escamas epidérmicas. Grande parte do esqueleto das aves é oco, o que lhes confere grande leveza, não deixando por isso de ser robusto e de apresentar grande flexibilidade.
O corpo das aves está coberto de plumas e penas que, por um lado, ajudam no vôo em termos de propulsão e estabilização do corpo, mas também o protegem das diferenças térmicas bruscas, para além de serem impermeáveis como já referimos. As penas ajudam ainda, nos casos em que é necessário, a flutuar sobre a água e a manter uma temperatura ideal para a incubação dos ovos. São animais amnióticos e põem ovos com casca. Fazem respiração pulmonar e algumas espécies possuem um órgão – a siringe – que lhes permite emitir sons.
As aves, entretanto, são chamadas de endotérmicas, porque produzem seu próprio calor. Além disso, são chamadas de homeotérmicas, porque podem manter a temperatura de seus corpos razoavelmente alta, ainda que constante. Isto não significa que a temperatura do corpo de uma ave nunca varie: tem‐se demonstrado que, em certas espécies, pode haver uma oscilação diária de vários graus. Durante a hibernação do curiango (Phalaenoptilus nuttallii), por exemplo, a temperatura do corpo pode cair de 8 graus centígrados, e certos beija‐flores, que estão sujeitos ao torpor noturno, apresentam uma redução acentuada da temperatura do corpo à noite devido a redução da produção de energia.
Guia Didático de Aves |15
As aves modernas são fáceis de reconhecer – elas tem penas e a maioria delas podem voar. Uma terceira característica das aves é menos visível, ma igualmente importante: elas têm altas taxas metabólicas e altas temperaturas corpóreas, isto é, elas não endérmicas. (F.Harvey Pough, 2003).
16 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Guia Didático de Aves |17
AVES DO BRASIL
om quase 1.700 espécies, o Brasil é o terceiro país do mundo em riqueza de aves, perdendo apenas para a Colômbia e o Peru. Boa parte da riqueza ornitológica brasileira é devida à presença de duas
grandes formações vegetais: a floresta amazônica e a mata atlântica.
A avifauna brasileira não é apenas rica, mas incluem diversas exclusividades, espécies que não ocorrem em outros países e que são chamadas de endêmicas. Quase 200 espécies de aves têm distribuição geográfica restrita ao Brasil. Esse fato implica numa grande responsabilidade, pois significa que sua sobrevivência depende unicamente do esforço conjunto da sociedade e do governo brasileiros para a conservação de nosso patrimônio natural.
A floresta amazônica, a maior região florestada do planeta, existe há milhões de anos, e o longo histórico de evolução conjunta resultaram num ambiente de grande complexidade ecológica. Devido ao clima tropical, à grande extensão e à diversidade de ambientes de que se compõe, apresenta uma riqueza incrível de recursos e de nichos a serem explorados, e é capaz de abrigar uma variedade imensa de aves. Em nenhum lugar do mundo vivem tantas espécies, muitas delas com coloridos, formas e comportamentos únicos e fascinantes.
Também a mata atlântica tem uma avifauna riquíssima, constituindo uma das regiões de maior biodiversidade e maior grau de endemismo no mundo. No
C
18 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
passado, estendia‐se do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, mas a urbanização e a ocupação agropecuária não pouparam sua exuberância, e da grande floresta costeira pouco restou. Apenas entre o Rio de Janeiro e Santa Catarina existem trechos de mata atlântica que ainda lembram a antiga grandeza desse ecossistema.
Os outros domínios naturais brasileiros podem não abrigar tantas aves quanto essas duas florestas, mas ainda assim sua fauna é rica se comparada com a maior parte dos ambientes no resto do mundo.
Os cerrados, típicos do Brasil central, compõem‐se de uma grande variedade de paisagens, indo do campo‐cerrado, uma pradaria natural, ao cerradão, uma floresta baixa e densa. Nas margens dos rios ocorrem formações muito típicas, as matas‐galeria e as veredas de buritis. Com semelhante abundância de ambientes, é natural que a região dos cerrados seja habitada por um grande número de aves, que inclui algumas espécies não encontradas em outros ecossistemas.
A caatinga talvez seja o mais brasileiro de todos os ecossistemas, pois cresce unicamente no nordeste do país. Apesar da aridez, essa floresta baixa, que durante boa parte do ano tem aparência seca e desolada, abriga uma fauna de aves rica e adaptada ao rigor climático, com vários endemismos interessantes.
Já o Pantanal quase não tem espécies exclusivas, uma vez que não se trata de um ecossistema à parte, mas de um complexo formado pela mistura da fauna e da flora dos outros ecossistemas brasileiros. Esse complexo pantaneiro, porém, é especial e único, pois em nenhuma outra região do país é tão fácil ver
Guia Didático de Aves |19
tantas espécies de aves tão espetaculares. Não é por acaso que o Pantanal atrai tanta gente apaixonada pela natureza, do Brasil e do exterior.
Além dessas formações vegetais, muitas outras ainda ajudam a compor o diversificado cenário para nossas aves, como os campos sulinos, a floresta de araucária, os manguezais e restingas, as ilhas oceânicas, os campos de altitude e os banhados. Assim, o Brasil deve sua grande diversidade em aves à sua não menos extraordinária riqueza paisagística.
Tanto nossa avifauna quanto nossas paisagens, porém, enfrentam grandes ameaças. A destruição ambiental afeta não só as florestas, mas também outros ecossistemas. Caatinga, cerrados e campos dão lugar à agropecuária. A urbanização avança sobre os ambientes costeiros. Rios e banhados recebem a poluição doméstica e industrial. Até os ambientes criados pelo ser humano são afetados por queimadas, poluição e implantação de rodovias, que criam barreiras à circulação dos animais. As agressões aos ambientes resultam na redução no número de espécies e de indivíduos. Para agravar a situação, muitas aves são perseguidas por passarinheiros e traficantes de animais, estimuladas por um mercado ávido por bichos de estimação "exóticos", que existe tanto no Brasil como no exterior. Sem falar na caça, praticada sob várias justificativas esporte, alimento, proteção da criação, superstição.
Há muito a ser feito para garantir a preservação de nossas aves, por cada um de nós. Não se devem comprar animais silvestres, a menos que sua origem seja legal e autorizada pelo IBAMA. Em caso de construções residenciais, por maior que seja o desejo de viver em contato com a natureza, deve‐se evitar a compra de lotes em regiões florestadas ou recém‐desmatadas. Ao invés disso, o
20 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
melhor é criar uma nova floresta: reflorestar com plantas nativas as áreas de preservação permanente da propriedade. Artesanato com plumas de aves silvestres ou de madeiras ameaçadas de extinção deve ser desestimulado. E é sempre bom visitar e valorizar nossos parques nacionais e outras unidades de conservação, museus e instituições de pesquisa.
Acima de tudo, é preciso estimular nas crianças a curiosidade, o interesse e o carinho por nossa natureza. O caminho mais eficiente para a preservação ambiental passa pelo respeito e pelo amor, e a melhor forma de proteger nossas aves, em toda sua beleza e diversidade, é cuidar dos lugares onde elas vivem.
Guia Didático de Aves |21
EXTINÇÃO NO BRASIL
m dos motivos para preservar o que restou da Mata Atlântica é a rica biodiversidade, ou seja, a grande variedade de animais e plantas. Calcula‐se que nela existam dez mil espécies de plantas,
sendo 76 palmeiras, 131 espécies de mamíferos, 214 espécies de aves, 23 de marsupiais, 57 de roedores, 183 de anfíbios, 143 de répteis e 21 de primatas.
Mas apesar da elevada diversidade de espécies e de endemismos, nem todos os dados são favoráveis. Com 103 espécies ameaçadas de extinção, ocupamos um triste segundo lugar nesse ranking, seguindo de perto a Indonésia, com 104, e estando pouco à frente da China, com 90.
A extinção de espécies ocorre naturalmente quando existe desequilíbrio em um ecossistema ou habitat. Essas mudanças podem ser de caráter climático; temperatura, precipitação e vento; mudança no comportamento ou efetividade dos predadores, parasitas e doenças; competição entre espécies por suprimentos alimentares e limitação de recursos ambientais.
Mas Nos últimos 100 anos, a maioria das extinções relatadas, direta ou indiretamente, foi devida às atividades humanas, como a destruição do habitat ou desmatamento, inundação, drenagem, envenenamento pela poluição, alteração das condições climáticas, competição, predação, parasitismo e doenças causados pela introdução de espécies, caça e colheita, dentre outros fatores.
U
22 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Os fatores que afetam a extinção e o desaparecimento de variedades domésticas são os mesmos descritos para os animais selvagens. Durante a história da criação de animais domésticos, um grande número de raças foi extintas. No entanto, nas últimas décadas, houve uma elevação acentuada na taxa de extinção de raças e variedades que representam uma perda dramática de variabilidade genética no pool global de reservas genéticas domésticas.
Portanto os fatores que ameaçam a biodiversidade são a caça predatória e ilegal, a derrubada de florestas, as queimadas, a destruição dos ecossistemas para loteamento e a poluição de rios. Outro problema grave que ameaça a fauna e a flora brasileira é a chamada biopirataria, a saída ilegal de material genético ou subprodutos de plantas e animais para pesquisas sobre novos medicamentos e cosméticos no exterior sem o pagamento de patentes. A única legislação federal a respeito é a Lei 8.176, de 1991, que proíbe a retirada, sem autorização, de qualquer material genético (animal ou vegetal) das terras da União (que incluem as reservas indígenas).
Guia Didático de Aves |23
AVES DO NORDESTE
diversidade biológica da Mata Atlântica está distribuída preferencialmente em, pelo menos, cinco centros de endemismos e duas áreas de transição. A Mata Atlântica no
Nordeste cobria uma área original de 255.245 km²,ocupando 28,84% do seu território. Os últimos esforços das organizações não governamentais, Sociedade Nordestina de Ecologia (SNE), Fundação SOS Mata Atlântica e parceiros governamentais para mapeamento da Mata Atlântica indicam que o bioma no Nordeste ocupa hoje uma área aproximada de 19.427 km²,cobrindo uma área total de 2,21% de seu território. Mais de 46% dos remanescentes mapeados estão localizados na Bahia. Os demais sete estados contam com 14.520 km² de remanescentes da Mata Atlântica dispostos em pequenos fragmentos. A Mata Atlântica no Nordeste se estendia por uma faixa contínua litorânea do Rio Grande do Norte até a Bahia e, nos Estados do Ceará e do Piauí, em áreas descontínuas sobre chapadas, serras, dunas e vales.
Apesar de considerado o grupo animal mais bem conhecido no que diz respeito à taxonomia, à distribuição geográfica e à história natural, é ainda grandes lacunas sobre os dados relativos às aves. Para indicar áreas prioritárias a serem conservadas foi analisada a distribuição das 348 espécies registradas no bioma. Mereceram atenção especial os táxons endêmicos e as espécies ameaçadas de extinção, pois essas são, de modo geral, as mais vulneráveis à atual expansão das atividades humanas no bioma. Um conjunto de 15 espécies e de 45 subespécies foi identificado como endêmico.
A
24 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
São vinte as espécies ameaçadas de extinção, estando incluídas nesse conjunto duas das espécies de aves mais ameaçadas do mundo: a ararinha‐azul (Cyanopsitta spixii) e a arara‐azul‐de‐lear (Anodorhynchus leari). O processo de seleção das áreas prioritárias baseou‐se, num primeiro momento, na disponibilidade de dados qualitativos da avifauna, na representatividade dos inventários já feitos, e na existência de espécies endêmicas ou ameaçadas. Numa segunda etapa, a riqueza total de espécies, o grau de conservação e o nível de ameaça deter‐ minaram a ordem final das prioridades. O confronto dos critérios utilizados permitiu a identificação de 35 áreas prioritárias para conservação, sendo 11 delas de extrema importância biológica, seis de muito alta importância, e cinco de alta importância. As 13 restantes foram indicadas principalmente para estudos básicos de inventário, e representam, portanto, 37% do total de áreas sugeridas.
As áreas prioritárias formam um conjunto bem distribuído, do ponto de vista de sua localização geográfica, e bastante heterogêneo. Diversas dessas áreas correspondem a unidades de conservação de proteção integral ou de uso sustentado; algumas contemplam regiões para as quais a recomendação específica aponta a necessidade de criação de unidade de conservação, e outras regiões em que a realidade local requer medidas diversas, tais como inventário, intensificação de estudos, implantação de zonas‐tampão, e estabelecimento de corredores de vegetação nativa e de áreas de recuperação e de manejo.
Guia Didático de Aves |25
APA BONFIM‐GUARAIRA
– Ato de criação Decreto Estadual 14.369, de 22 de março de 1999. – Superfície da UC
Aproximadamente 43 mil hectares.
– Perímetro Aproximadamente 136 km.
– Coordenadas Geográficas Latitude e Longitude:
‐35º04’20’’ W e ‐6º28’50’’ S ‐35º23’80’’ W e ‐5º95’70’’ S
– Objetivo de criação
A APA Bonfim‐Guaraíra tem como objetivo ordenar o uso, proteger e preservar:
a) O ecossistema dunar, Mata Atlântica e manguezal; b) Lagoas, rios e demais recursos hídricos; c) Espécies vegetais e animais.
Fonte: Rafael Turíbio
Lagoa do Junco
26 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
– Localização
A APA Bonfim‐Guaraíra está localizada no litoral oriental do Estado do Rio Grande do Norte, ao sul de Natal, abrangendo porções territoriais dos municípios de Nísia Floresta, São José do Mipibú, Senador Georgino Avelino, Goianinha, Arês e Tibau do Sul.
As Áreas de Preservação Ambiental surgem com o objetivo de proteção ambiental e biológica, disciplinando o processo de ocupação e assegurando a sustentabilidade do uso dos recursos naturais, o bem‐estar das populações humanas e a conservação ou melhoria das condições ecológicas locais. As APAs pertencem ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação – Lei 9.985 de 18 de julho de 2000.
A APA Bonfim‐Guaraíra foi criada pelo Decreto Estadual nº 14.369 de 22/03/99 – IDEMA, com o objetivo de ordenar o uso, proteger e preservar: Os ecossistemas dunar, mata atlântica, manguezal; lagoas, rios e demais recursos hídricos; espécies vegetais e animais. Permite o uso diverso, orientados e estabelecidos a partir de um Zoneamento ambiental e Plano de Manejo. A sua implantação foi no início de 2005, constituição do conselho gestor e implantação do Plano de Manejo.
Foto: R
afael Turíbio
Vista panorâmica da área
Guia Didático de Aves |27
– Clima e Vegetação
A APA possui um clima tropical chuvoso com verão seco e estação chuvosa adiantando‐se para o outono. A sua formação vegetal é de floresta subperenifólia (vegetação constituída por árvores sempre verdes, possuem grande número de folhas largas, troncos relativamente delgados, densa e o solo apresenta‐se recoberto por uma camada de húmus), manguezal (sistema ecológico costeiro tropical dominado por espécies vegetais, mangues e animais típicos, aos quais se associam outras plantas e animais, adaptadas a um solo periodicamente inundado pelas marés, com grande variação de sanidade). A formação de tabuleiros litorâneos, a vegetação é encontrada cobrindo os tabuleiros costeiros, geralmente são áreas onde ocorreu intervenção humana.
As dunas são estabilizadas ou fixas quando cobertas por vegetação natural e denominada reserva ecológica, sendo assim tendo a formação de praias e dunas nessa vegetação nativa fixadora de areias. Já a vegetação que ocorre nas várzeas úmidas e periferia de cursos d’água, constitui‐se principalmente, por espécies herbáceas da família das gramíneas e ciperáceas. Entre outras espécies destacam‐se a baronesa, junco e periperi. – Metodologia de Estudo
Foi conduzido um levantamento de espécies de aves em um fragmento florestal na APA Bonfim‐Guaraíra de Janeiro de 2009 a setembro 2009. A região está inserida numa das áreas prioritárias para conservação da biodiversidade do Rio Grande do Norte, Brasil, a Mata Atlântica. O método utilizado foi o de
28 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
observação direta ao longo de transectos, capturas com redes de neblina, pontos de escuta e identificação a partir do uso de vocalizações.
Foram registradas espécies de aves pertencentes 20 (vinte) famílias. Isso corresponde cerca de 14,6% das espécies registradas para o bioma local de Mata Atlântica. Constam nesta lista 46 (quarenta e seis) espécies endêmicas da Mata Atlântica. Há 02 (duas) espécies estão ameaçadas de extinção.
A APA Bonfim‐Guaraíra abriga uma porção significativa de avifauna da Mata Atlântica, e monitoramento de longo prazo irá revelar aspectos importantes para compreensão do mecanismo de extinção e colonização da Mata Atlântica. Existem diversas maneiras de avaliar a avifauna de um bioma. As mais elementares podem procurar estabelecer o conjunto principal das espécies ocorrentes, as espécies endêmicas, as quase endêmicas e as mais características, a distribuição geral das espécies pelo bioma e a associação destas com os principais hábitats existentes. Em etapas posteriores se pode buscar um efinamento dessa avaliação, integrar dados de outras áreas do conhecimento relativas/ao bioma ou às espécies componentes e por fim analisar aspectos biogeográficos dessa avifauna.
O mais elementar dos estudos de uma avifauna é aquele que busca determinar quais são as espécies que a constituem uma relação sumária e descritiva das aves que ocorrem num bioma, numa província, enfim em qualquer região delimitada por algum parâmetro geográfico, ecológico ou político. A partir desse conjunto inicial, outros aspectos acessórios, mas não menos interessantes a uma análise biogeográfica, podem ser acrescentados. O regime de permanência das espécies componentes de uma avifauna (p.ex.: residentes o
Guia Didático de Aves |29
ano inteiro, visitantes sazonais ou ocasionais) exige a avaliação de dados levantados minimamente por cerca de um ano.
O que aparentemente pode ser interpretado como elementar, primário ou básico pode encerrar complexidades não aparentes. O desenvolvimento do plano do levantamento da avifauna e da fauna terrestre na área de estudo para preservação requer investimentos em recursos humanos especializados de forma integrada, para que os resultados sejam confiáveis. Em compasso com a própria história de ocupação e colonização, não é surpreendente que a avifauna da Mata Atlântica tenha sido a primeira a ser explorada no Brasil. Com a abertura dos portos às nações amigas, em janeiro de 1808, diversas expedições de viajantes‐ naturalistas estrangeiros iniciaram suas investigações científicas, realizadas num primeiro esforço justamente pelas regiões litorâneas.
A Mata Atlântica pode ser considerada um dos biomas com o maior número de endemismos do planeta. Esse ecossistema apresenta muitas espécies endêmicas de vegetais, insetos, anfíbios, aves e mamíferos. Porém, muitos desses organismos endêmicos se encontram em extinção, pois este bioma é considerado um dos mais fragmentados e ameaçados do globo. O mesmo acontece com sua avifauna, a qual é composta por 682 espécies, 199 das quais são endêmicas, e destas, 144 estão em perigo de desaparecer principalmente devido à destruição do seu habitats. Mesmo diante desse quadro devastador, pouco se conhece sobre a avifauna remanescente nos fragmentos criados e estabelecidos nestes últimos anos. O primeiro passo para que o processo de extinção e colonização seja melhor entendido, é o levantamento de espécies nestes fragmentos.
30 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Tratando‐se de um ensaio que pretende abordar o processo cumulativo do conhecimento qualitativo da avifauna vinculada ao bioma da APA, o método primordial utilizado foi a abrangente pesquisa bibliográfica e seu estudo crítico.
De forma detalhada, a fim de reunir subsídios acerca das numerosas iniciativas pioneiras de inventário e seus impactos no avanço do conhecimento, foram utilizados os seguintes procedimentos de pesquisa bibliográfica e como auxiliares de instrumentos de pesquisas foram utilizados pode‐se citar: binóculos, redes de neblinas, caderno e lápis para anotações, mapas da área, GPS, máquina fotográfica, filmadora e um questionário para avaliação e conhecimento dos estudantes da localidade referente a APA.
De acordo com a pesquisa em campo, foram encontradas determinadas espécies, inclusive algumas em extinção. No quadro podemos ver as espécies:
Gênero
Família
Nome do Taxon
Nome Vulgar
English Name
Apodiformes Peters, 1940
Trochilidae Vigors, 1825
Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758)
Rabo‐branco‐rubro Reddish Hermit
Chlorostilbon lucidus
(Shaw, 1812)
Besourinho‐de‐bico‐vermelho
Glittering‐bellied Emerald
Cathartiformes Seebohm, 1890
Cathartidae Lafresnaye,
1839
Cathartes aura (Linnaeus, 1758)
Urubu‐de‐cabeça‐vermelha
Turkey Vulture
Cathartes burrovianus (Cassin, 1845)
Urubu‐de‐cabeça‐amarela
Lesser Yellow‐headed Vulture
Coragyps atratus (Bechstein, 1793)
Urubu‐de‐cabeça‐preta Black Vulture
Guia Didático de Aves |31
Charadriiformes Huxley, 1867
Charadriidae Leach, 1820
Vanellus chilensis (Molina, 1782)
Quero‐quero Southern Lapwing
Charadrius collaris (Vieillot, 1818)
Batuíra de Coleira Collared Plover
Ciconiiformes Bonaparte,
1854
Ardeidae Leach,
1820
Butorides striata (Linnaeus, 1758)
Socozinho Striated Heron
Egretta thula (Molina, 1782)
Garça‐branca‐pequena Snowy Egret
Columbiformes Latham, 1790
Columbidae Leach, 1820
Columbina picui (Temminck, 1813)
Rolinha‐picuí Picui Ground‐Dove
Leptotila verreauxi (Bonaparte, 1855)
Juriri‐pupu White‐tipped Dove
Coraciiformes Forbes, 1844
Alcedinidae Rafinesque,
1815
Chloroceryle americana (Gmelin,
1788)
Martim‐pescador pequeno
Green Kingfisher
Cuculiformes Wagler, 1830
Cuculidae Leach, 1820
Piaya cayana (Linnaeus, 1766)
Alma de gato Squirrel Cuckoo
Guira guira (Linnaeus, 1758)
Anú branco Guira cuckoo
Crotophaga ani (Linnaeus, 1758)
Anú preto Smooth‐billed Ani
Falconiformes Bonaparte,
1831
Accipitridae Vigors, 1824
Rupornis magnirostris
(Gmelin, 1788)
Gavião Carijó Roadside Hawk
Falconidae Leach, 1820
Caracara plancus (Miller, 1777)
Caracará Southern Caracara
Galbuliformes Fürbringer,
1888
Bucconidae Horsfield, 1821
Nystalus maculatus (Gmelin, 1788)
Rapazinho‐dos‐velhos Spot‐backed Puffbird
Thamnophilidae
Taraba major (Vieillot, 1816)
Choró‐boi Great Antshrike
Thamnophilus capistratus
(Lesson, 1840)
Choca‐barrata‐do‐nordeste
Caatinga Antshrike
Herpsilochmus Chorozinho‐da‐ Caatinga Antwren
32 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes Linné, 1758
Swainson, 1824 sellowi (Whitney &
Pacheco, 2000)
caatinga
Herpsilochmus pectoralis
(Sclater, 1857)
Chorozinho‐de‐papo‐preto
Pectoral Antwren
Formicivora grisea (Boddaert, 1783)
Papa‐formiga‐pardo White‐fringed Antwren
Tyrannidae Vigors, 1825
Tyrannidae Vigors, 1825
Hemitriccus margaritaceiventer
(d'Orbigny & Lafresnaye, 1837)
Sebinho‐de‐olho‐de‐ouro
Pearly‐vented Tody‐tyrant
Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822)
Guaracava‐de‐barriga‐amarela
Yellow‐bellied Elaenia
Elaenia cristata Pelzeln, 1868
Guaracava‐de‐topete‐uniforme
Plain‐crested Elaenia
Fluvicola nengeta (Linnaeus, 1766)
Lavadeira‐mascarada Masked Water‐Tyrant
Machetornis rixosa (Vieillot, 1819)
Suiriri‐cavaleiro Cattle Tyrant
Myiozetetes similis (Spix, 1825)
Betevizinho‐de‐penacho‐vermelho
Social Flycatcher
Pitangus sulphuratus
(Linnaeus, 1766)
Bem‐te‐vi Great Kiskadee
Tyrannus melancholicus (Vieillot, 1819)
Suiriri Tropical Kingbird
Vireonidae
Swainson, 1837
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789)
Pitiguari Rufous‐browed Peppershrike
Hylophilus amaurocephalus (Nordmann, 1835)
Vite‐vite‐de‐olho‐cinza Gray‐eyed Greenlet
Hirundinidae Rafinesque,
Progne chalybea (Gmelin, 1789)
Andorinha‐doméstica‐grande
Grey‐breasted Martin
Guia Didático de Aves |33
Passeriformes Linné, 1758
1815
Troglodytidae Swainson, 1831
Troglodytes musculus
(Naumann, 1823)
Corruíra Southern House‐Wren
Cantorchilus longirostris (Vieillot,
1819)
Garrinchão‐de‐bico‐grande
Long‐billed Wren
Polioptilidae Baird, 1858
Polioptila plumbea (Gmelin, 1788)
Balança‐rabo‐de‐chapéu‐preto
Tropical Gnatcatcher
Turdidae Rafinesque,
1815
Turdus leucomelas Vieillot, 1818
Sabiá‐barranco Pale‐breasted Thrush
Coerebidae d'Orbigny & Lafresnaye,
1838
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758)
Cambacica, sibite Bananaquit
Thraupidae Cabanis, 1847
Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783)
Pipira‐preta White‐lined Tanager
Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766)
Sanhaço‐cinzento Sayaca Tanager
Tangara cayana (Linnaeus, 1766)
Saíra‐amarela Burnished‐buff Tanager
Dacnis cayana Linnaeus, 1766)
Saí‐azul Blue Dacnis
Fringillidae Leach, 1820
Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766)
Fim‐fim Purple‐throated Euphonia
Passeridae Rafinesque,
1815
Passer domesticus (Linnaeus, 1758)
Pardal House Sparrow
Strigiformes Wagler, 1830
Strigidae Leach, 1820
Athene cunicularia (Molina, 1782)
Coruja‐buraqueira Burrowing Owl
Total: 46 espécies identificadas
34 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
É grande a diversidade nos ambientes estudados, os registros de espécies de aves raras ou em extinção indicam a importância de áreas nativas, de preservação permanente e reserva legal próxima, para a preservação e/ou conservação da avifauna em ambientes homogêneos.
Segundo o IDEMA foi criado uma série de novas áreas de proteção e conservação ambiental nos últimos quatro anos, ampliando de 1,8% para 4% a área preservada do Estado. E queremos que este número chegue a 6% nos próximos anos. Para isso, precisamos contar com uma eficaz estrutura de fiscalização e monitoramento dessas áreas, evitando degradação. Tudo isso aliado às ações de consciência ambiental.
Guia Didático de Aves |35
TÁXONS
ierarquia dos táxons pertencentes à classe Aves de todas as aves do Brasil baseada na lista de aves do Brasil de outubro de 2008 CBRO (Comitê Brasileiro de Registro Ornitológico):
Reino: Animalia; Classe: Aves; Filo: Chordata.
Anseriformes
• Ordem Anseriformes Linnaeus, 1758 ‐ Marrecos, patos, tachãs e afins o Família Anatidae Leach, 1820 ‐ Marrecos, patos e cisnes
SubFamília Anatinae Leach, 1820 ‐ Patos SubFamília Anserinae Vigors, 1825 ‐ Gansos e cisnes SubFamília Dendrocygninae Reichenbach, 1850 ‐ Asa‐
branca e afins o Família Anhimidae Stejneger, 1885 ‐ Anhumas e tachãs
Apodiformes (GUIA)
• Ordem Apodiformes Peters, 1940 ‐ Andorinhas e colibris o Família Apodidae Olphe‐Galliard, 1887 ‐ Andorinhões, taperuçus e
afins o Família Trochilidae Vigors, 1825 ‐ Colibris, tesourões e afins
SubFamília Phaethornithinae Jardine, 1833 ‐ Rabos‐brancos e afins
H
36 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
SubFamília Trochilinae Vigors, 1825 ‐ Beija‐flores
Aprimulgiformes • Ordem Caprimulgiformes Ridgway, 1881 ‐ Curiangos, Bacuraus e afins
o Família Caprimulgidae Vigors, 1825 ‐ Bacuraus e afins o Família Nyctibiidae Chenu & Des Murs, 1851 ‐ Urutaus e afins o Família Steatornithidae Bonaparte, 1842 – Guácharo
Cathartiformes (GUIA)
• Ordem Cathartiformes Seebohm, 1890 ‐ Urubus o Família Cathartidae Lafresnaye, 1839 – Urubus (GUIA)
Charadriiformes (GUIA)
• Ordem Charadriiformes Huxley, 1867 ‐ Gaivotas, maçaricos e afins o SubOrdem Charadrii Huxley, 1867
Família Burhinidae Mathews, 1912 ‐ Téu‐téu‐da‐savana Família Charadriidae Leach, 1820 ‐ Quero‐quero e batuíras Família Chionidae Lesson, 1828 ‐ Pomba‐antártica Família Haematopodidae Bonaparte, 1838 ‐ Piru‐piru Família Recurvirostridae Bonaparte, 1831 ‐ Pernilongos
o SubOrdem Lari Sharpe, 1891 Família Laridae Rafinesque, 1815 ‐ Gaivotas Família Rynchopidae Bonaparte, 1838 ‐ Talha‐mar Família Stercorariidae Gray, 1870 ‐ Mandriões Família Sternidae Vigors, 1825 ‐ Trinta‐réis
o SubOrdem Scolopaci Steijneger, 1885 Família Glareolidae Brehm, 1831 ‐ Perdiz‐do‐mar
Guia Didático de Aves |37
Família Jacanidae Chenu & Des Murs, 1854 ‐ Jaçanã Família Rostratulidae Mathews, 1914 ‐ Narceja‐de‐bico‐
torto Família Scolopacidae Rafinesque, 1815 ‐ Maçaricos e afins Família Thinocoridae Sundevall, 1836
Ciconiiformes (GUIA)
• Ordem Ciconiiformes Bonaparte, 1854 ‐ Cegonhas, garças e afins o Família Ardeidae Leach, 1820 ‐ Garças, socós e afins (GUIA) o Família Ciconiidae Sundevall, 1836 ‐ Tuiuiú e afins o Família Threskiornithidae Poche, 1904 ‐ Íbis
Columbiformes (GUIA) • Ordem Columbiformes Latham, 1790 ‐ Pombas, rolas e dodôs
o Família Columbidae Leach, 1820 ‐ Pombas e rolas Coraciiformes (GUIA)
• Ordem Coraciiformes Forbes, 1844 ‐ Martins‐pescadores e afins o Família Alcedinidae Rafinesque, 1815 ‐ Martins‐pescadores o Família Momotidae Gray, 1840 ‐ Juruvas e udus
Cuculiformes (GUIA)
• Ordem Cuculiformes Wagler, 1830 ‐ Anus, almas‐de‐gato, sacis e afins o Família Cuculidae Leach, 1820 ‐ Anus, almas‐de‐gato, sacis e afins
SubFamília Crotophaginae Swainson, 1837 ‐ Anus SubFamília Cuculinae Leach, 1820 ‐ Alma‐de‐gato, papa‐
lagartas e afins
38 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
SubFamília Neomorphinae Shelley, 1891 ‐ Jacus‐estalo SubFamília Taperinae Verheyen, 1956 ‐ Saci e afins
Falconiformes (GUIA) • Ordem Falconiformes Bonaparte, 1831 ‐ Falcões, águias e gaviões
o Família Accipitridae Vigors, 1824 ‐ Águias e gaviões o Família Falconidae Leach, 1820 ‐ Falcões e caracarás o Família Pandionidae Bonaparte, 1854 ‐ Águia‐pescadora
Galbuliformes (GUIA)
• Ordem Galbuliformes Fürbringer, 1888 o Família Bucconidae Horsfield, 1821 ‐ Macucus, rapazinhos, chora‐
chuvas e afins o Família Galbulidae Vigors, 1825 ‐ Arirambas e afins
Galliformes
• Ordem Galliformes Linnaeus, 1758 ‐ Galos, faisões, perdizes e afins o Família Cracidae Rafinesque, 1815 ‐ Jacus, mutuns e afins o Família Odontophoridae Gould, 1844 ‐ Jacus, mutuns e afins
Gruiformes
• Ordem Gruiformes Bonaparte, 1854 ‐ Grous, saracuras e bicos‐de‐enxó o Família Aramidae Bonaparte, 1852 ‐ Carão o Família Cariamidae Bonaparte, 1850 ‐ Seriema o Família Eurypygidae Selby, 1840 ‐ pavãozinho‐do‐pará o Família Heliornithidae Gray, 1840 ‐ Picaparra o Família Psophiidae Bonaparte, 1831 ‐ carão
Guia Didático de Aves |39
o Família Rallidae Rafinesque, 1815 ‐ Galinhas‐d’água e saracuras Opisthocomiformes
• Ordem Opisthocomiformes Sclater, 1880 o Família Opisthocomidae Swainson, 1837 – Cigana
Passeriformes (GUIA)
• Ordem Passeriformes Linné, 1758 ‐ Pássaros o SubOrdem Passeri Linné, 1758
Parvordem Corvida Sibley, Ahlquist & Monroe, 1988 Família Corvidae Leach, 1820 ‐ Gralhas Família Vireonidae Swainson, 1837 ‐ Vite‐vites,
juruviaras e afins • Parvordem Passerida Linné, 1758
o Família Cardinalidae Ridgway, 1901 ‐ Azulão, trinca‐ferro‐verdadeiro e afins
o Família Coerebidae d`Orbigny & Lafresnaye, 1838 ‐ Cambacica o Família Donacobiidae Aleixo & Pacheco, 2006 ‐ Japacanim o Família Emberizidae Vigors, 1825 ‐ Canários, tico‐ticos,
caboclinhos e afins o Família Estrildidae Bonaparte, 1850 ‐ Bico‐de‐lacre o Família Fringillidae Leach, 1820 ‐ Pintassilgos, gaturamos e afins o Família Hirundinidae Rafinesque, 1815 ‐ Andorinhas o Família Icteridae Vigors, 1825 ‐ Guaxe, japus e afins o Família Mimidae Bonaparte, 1853 ‐ Sabiás e afins o Família Motacillidae Horsfield, 1821 ‐ Caminheiros
40 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
o Família Parulidae Wetmore, Friedmann, Lincoln, Miller, Peters, van Rossem, Van Tyne & Zimmer, 1947 ‐ Pula‐pulas, mariquitas e afins
o Família Passeridae Rafinesque, 1815 ‐ Pardal o Família Polioptilidae Baird, 1858 ‐ Balança‐rabos e afins o Família Thraupidae Cabanis, 1847 ‐ Saíras, saís, tiês, sanhaçus e
afins o Família Troglodytidae Swainson, 1831 ‐ Garrinchas, uirapurus e
afins o Família Turdidae Rafinesque, 1815 ‐ Sabiás
• SubOrdem Tyranni Wetmore & Miller, 1926 • Parvordem Furnariida Sibley, Ahlquist & Monroe, 1988
o Superfamília Furnarioidea Gray, 1840 Família Dendrocolaptidae Gray, 1840 ‐ Arapaçus Família Formicariidae Gray, 1840 ‐ Tovacas e afins Família Furnariidae Gray, 1840 ‐ Joões, limpa‐folhas e afins Família Grallariidae Sclater & Salvin, 1873 ‐ Torons,
tovacuçus e afins Família Rhinocryptidae Wetmore, 1930 ‐ Tapaculos e afins Família Scleruridae Swainson, 1827 ‐ Vira‐folhas e afins Família Melanopareiidae Irestedt, Fjeldså, Johansson &
Ericson, 2002 ‐ Tapaculo‐de‐colarinho o Superfamília Thamnophiloidea Swainson, 1824
Família Conopophagidae Sclater & Salvin, 1873 ‐ Chupa‐dentes
Família Thamnophilidae Swainson, 1824 ‐ Chocas, formigueiros, chororós e afins
Guia Didático de Aves |41
• Parvordem Tyrannida Wetmore & Miller, 1926 o Família Cotingidae Bonaparte, 1849
SubFamília Cotinginae Bonaparte, 1849 ‐ Arapongas, anambés e afins
SubFamília Phytotominae Swainson, 1837 ‐ Corta‐ramos SubFamília Rupicolinae Bonaparte, 1853 ‐ Surás e galo‐da‐
serra o Família Pipridae Rafinesque, 1815 ‐ Uirapurus e afins o Família Tityridae Gray, 1840 ‐ Caneleiros, flautins, anambés e afins o Família Tyrannidae Vigors, 1825
SubFamília Elaeniinae Cabanis & Heine, 1856 ‐ Piolhinhos, bico‐chatos, guaracavas e afins
SubFamília Fluvicolinae Swainson, 1832 ‐ Lavadeiras, maria‐pretas, noivinhas e afins
SubFamília Pipromorphinae Bonaparte, 1853 ‐ Marias, abre‐asas, ferreirinhos e afins
SubFamília Tyranninae Vigors, 1825 ‐ Bem‐te‐vis, suiriris e afins
Pelecaniformes
• Ordem Pelecaniformes Sharpe, 1891 ‐ Pelicanos, biguás e atobás o Família Anhingidae Reichenbach, 1849 ‐ Biguatinga o Família Fregatidae Degland & Gerbe, 1867 ‐ Biguatinga o Família Pelecanidae Rafinesque, 1815 ‐ Pelicanos o Família Phaethontidae Brandt, 1840 ‐ Rabos de palha o Família Phalacrocoracidae Reichenbach, 1849 ‐ Biguá o Família Sulidae Reichenbach, 1849 – Atobás
42 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Phoenicopteriformes • Ordem Phoenicopteriformes Fürbringer, 1888 ‐ Flamingos
o Família Phoenicopteridae Bonaparte, 1831 ‐ Flamingos Piciformes
• Ordem Piciformes Meyer & Wolf, 1810 ‐ Pica‐paus, tucanos, arirambas e afins
o Família Capitonidae Bonaparte, 1838 ‐ Capitões o Família Picidae Leach, 1820 ‐ Pica‐paus o Família Ramphastidae Vigors, 1825 ‐ Tucanos e araçaris
Podicipediformes
• Ordem Podicipediformes Fürbringer, 1888 ‐ Mergulhões o Família Podicipedidae Bonaparte, 1831 ‐ Mergulhões
Procellariiformes
• Ordem Procellariiformes Fürbringer, 1888 ‐ Petréis e albatrozes o Família Diomedeidae Gray, 1840 ‐ Albatrozes o Família Hydrobatidae Mathews, 1912 ‐ Painhos
SubFamília Hydrobatinae Mathews, 1912 SubFamília Oceanitinae Forbes, 1882 ‐ Painhos
o Família Pelecanoididae Gray, 1871 o Família Procellariidae Leach, 1820 ‐ Petréis e pardelões
Psittaciformes • Ordem Psittaciformes Wagler, 1830 ‐ Araras, papagaios e periquitos
Guia Didático de Aves |43
o Família Psittacidae Rafinesque, 1815 ‐ Araras, papagaios e periquitos
Sphenisciformes • Ordem Sphenisciformes Sharpe, 1891 ‐ Pinguins
o Família Spheniscidae Bonaparte, 1831 ‐ Pingüins Strigiformes (GUIA)
• Ordem Strigiformes Wagler, 1830 ‐ Corujas o Família Strigidae Leach, 1820 ‐ Corujas o Família Tytonidae Mathews, 1912 ‐ Coruja‐da‐igreja
Struthioniformes • Ordem Struthioniformes Latham, 1790 ‐ Avestruzes
o Família Rheidae Bonaparte, 1849 ‐ Emas
Tinamiformes • Ordem Tinamiformes Huxley, 1872 ‐ Macucos, inhambus, perdizes,
codornas e afins o Família Tinamidae Gray, 1840 ‐ Inhambus, codornas e afins
Trogoniformes
• Ordem Trogoniformes A. O. U., 1886 ‐ Surucuás o Família Trogonidae Lesson, 1828 – Surucuás
44 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Guia Didático de Aves |45
Guia Ilustrado
Aves encontradas Nas Lagoas do Junco, Arroz e Azul
Área de Proteção Ambiental Bonfim‐Guaraíra/RN
46 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Guia Didático de Aves |47
Nome Popular:
Besourinho‐de‐bico‐vermelho Nome do Táxon:
Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812) English Name:
Glittering‐bellied Emerald Família:
Trochilidae (Vigors, 1825)
BESOURINHO‐DE‐BICO‐VERMELHO
O besourinho‐de‐bico‐vermelho é uma ave apodidae da família Trochilidae. Também conhecido como beija‐flor‐besourinho‐de‐bico‐vermelho, beija‐flor‐de‐bico‐ Vermelho, esmeralda‐de‐bico‐vermelho. Esta espécie era representada pelo nome científico de Chlorostilbon aureoventris.
Fonte: Jo
rn Fjosne
Apodiformes (Peters, 1940)
48 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Esse beija‐flor tem 8,5 centímetros e pesa 3,5 gramas. Sua plumagem verde‐brilhante abrange as partes dorsal e ventral, apresentando um brilho dourado mais intenso na fronte e mais azulado na garganta. As penas da cauda são azuis. A fêmea distingue‐se por uma linha curva branca atrás dos olhos e pela ponta da cauda esbranquiçada. Som: Tem voz aguda, às vezes, a vocalização é quase inaudível para nós. Possui vozes diferentes para, freqüentemente entonadas em vôo. Alimentação: Alimenta‐se quase que exclusivamente em vôo e é adaptado para sugar o néctar das flores. Também come insetos e aranhas. Reprodução: Pode nidificar em diversos locais: nas raízes pendentes dos barrancos das estradas; nos ramos de pequenos arbustos. Hábitos: Vivem em jardins e quintais floridos, capoeiras ralas, áreas abertas e matas de candeias floridas. Toma banho na chuva. Tem necessidade de tanta limpeza devido, ao constante contato com o líquido viscoso das flores. Gosta de tomar banho de sol e se espreguiça após o descanso. Dorme de bico para a frente, a cabeça um pouco levantada, posição semelhante a que assume durante a chuva e quando canta. Coloca freqüentemente as asas por baixo da cauda. Pousa abertamente num galho fino para dormir. Distribuição Geográfica: Pode ser encontrado no Nordeste e, do Espírito Santo ao Rio Grande do Sul.
Guia Didático de Aves |49
Nome Popular:
Rabo‐branco‐rubro Nome do Táxon:
Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758) English Name:
Reddish Hermit Família:
Trochilidae (Vigors, 1825)
RABO‐BRANCO‐RUBRO
Um dos menores beija‐flores do Brasil, o Rabo‐branco‐rubro é conhecido também como Besourinho‐da‐mata.
Apodiformes (Peters, 1940)
Fonte: W
ikiaves
50 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Mede cerca de 8,6 cm de comprimento e pesa de 1,8 a 2,2 g. O macho apresenta as partes inferiores ferrugíneas com uma estreita faixa preta à altura do peito e a fêmea é de coloração mais pálida e não possui a faixa preta. Alimentação: Alimenta‐se de néctar e de pequenos insetos. Reprodução: Faz ninho em formato de bolsa, utilizando paina macia, teias de aranha e detritos vegetais, localizado entre 1 e 3 m de altura em folhas de palmeiras. Põe 2 ovos brancos, incubados por cerca de 15 dias. Os filhotes nascem com o bico curto e mole, como todos os beija‐flores, e deixam o ninho após 18 a 22 dias. Hábitos: Voa baixo, com um zumbido agudo, semelhante ao de uma grande abelha. Habita o sub‐bosque de florestas altas, no interior e nas bordas, capoeiras e áreas arbustivas. Distribuição Geográfica: Da Amazônia para o sul até São Paulo. Encontrado também das Guianas e Venezuela à Bolívia.
Guia Didático de Aves |51
Nome Popular: Urubu‐de‐cabeça‐amarela
Nome do Táxon: Cathartes burrovianus (Cassin, 1845)
English Name: Lesser Yellow‐headed Vulture
Família: Cathartidae (Lafresnaye, 1839)
URUBU‐DE‐CABEÇA‐AMARELA
O papel das aves comedoras de carniça no ambiente é de uma importância fundamental. A nossos olhos, essa adaptação é repugnante. Graças a elas, no entanto, há uma rápida reciclagem das carcaças e reincorporação ao sistema dos nutrientes. Reduzem ou dificultam o crescimento de bactérias nocivas, ao diminuírem a disponibilidade de tecido animal em decomposição, sendo
altíssima sua capacidade de resistência a organismos infecciosos.
Cathartiformes (Seebohm, 1890)
Fonte: W
ikiaves
52 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: O urubu‐de‐cabeça‐amarela, tem de comprimento 53 a 65 cm. Ostenta uma envergadura de 1,60m. A coloração do corpo e asas são idênticas ao do urubu‐da‐mata. À distância, a cabeça parece amarelo clara, quase branca. O juvenil possui a cabeça negra. Também possui olfato apurado e chega rapidamente às carniças, onde, como o urubu‐de‐cabeça‐vermelha, é afastado com a chegada de outras espécies de urubus. Alimentação: Alimenta‐se principalmente de pequenas presas ou de carniça. É um caçador ativo, capturando pequenos vertebrados em vôos rasantes. Reprodução: Faz ninho em grandes cavidades de árvores, pondo ovos branco‐amarronzados manchados de marrom. Nidifica em locais semelhantes e o filhote também nasce com uma plumagem fina e branca, mantida nas primeiras semanas. Hábitos: Habitam beiradas de rios e lagoas florestadas, áreas pantanosas e campos. Vive normalmente solitário ou em grupos de alguns indivíduos, bem espaçados. Paira baixo sobre pantanais ou campos alagados, sendo incomum encontrá‐lo voando alto. Pousa em postes baixos e cercas. Possui os mesmos hábitos gerais das espécies da mesma família, às vezes usando os mesmos pousos noturnos. Distribuição Geográfica: Encontrado em diversas regiões do Brasil, é mais comum no Nordeste e na Amazônia, sendo ainda o urubu predominante nas restingas do Rio de Janeiro. Presente também desde o México até o norte da Argentina e Uruguai.
Guia Didático de Aves |53
Nome Popular: Urubu‐de‐cabeça‐preta
Nome do Táxon: Coragyps atratus (Bechstein, 1793)
English Name: Black Vulture
Família: Cathartidae (Lafresnaye, 1839)
URUBU‐DE‐CABEÇA‐PRETA
O urubu‐de‐cabeça‐preta é conhecido também como urubu‐comum, corvo, urubu‐preto e apitã.
Fonte: Jo
rn Fjosne
Cathartiformes (Seebohm, 1890)
54 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: O urubu‐de‐cabeça‐preta, possui de comprimento 62 cm e de envergadura cerca de 143 cm com peso de 1,6 kg. Dentre os urubus, é o de menor envergadura. Apesar de seu tamanho, é o mais agressivo dos urubus menores, disputando avidamente uma carcaça com as outras espécies. Não possui o olfato apurado do gênero Cathartes, localizando a carniça pela visão direta ou observando os outros urubus pousando para comer. Costuma deslocar‐se a grande altura, usando as correntes de ar quente para diminuir o custo energético do vôo. Sua visão é excepcional, tendo boa acuidade para objetos a grande distância. Alimentação: Alimenta‐se de carcaças de animais mortos e outros materiais orgânicos em decomposição, bem como de animais vivos impedidos de fugir, como filhotes de tartarugas e de outras aves. Reprodução: Faz ninho em ocos de árvores mortas, entre pedras e outros locais abrigados, geralmente com incidência de árvores. Põe 2 ovos branco‐azulados manchados com muitos pontos marrons. Bate as asas pesadamente, plana bem. Hábitos: No ambiente natural, alimenta‐se nas mesmas carniças das outras espécies. Nas proximidades das casas, busca restos de comida e partes de animais domésticos abatidos. Acostuma‐se com a presença humana e, em alguns locais, circula até junto de galinhas e outras aves domésticas, quando sua forma peculiar de andar bamboleando chama a atenção, popularmente chamado de passo do urubu malandro. Distribuição Geográfica: É uma das aves mais comuns em qualquer região do Brasil, exceto em extensas áreas florestadas com pouca presença humana. Encontrado também desde a região central dos Estados Unidos à praticamente toda a América do Sul onde haja cidades, fazendas e áreas abertas.
Guia Didático de Aves |55
Nome Popular: Urubu‐de‐cabeça‐vermelha
Nome do Táxon: Cathartes aura (Linnaeus, 1758)
English Name: Turkey Vulture
Família: Cathartidae (Lafresnaye, 1839)
URUBU‐DE‐CABEÇA‐VERMELHA
O urubu‐de‐cabeça‐vermelha é uma ave Cathartiforme da família Cathartidae.
Fonte: W
ikiaves
Cathartiformes (Seebohm, 1890)
56 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Possui longas asas que chegam a 1,80m de envergadura, sendo relativamente finas e mantidas em formato de “V”. Dessa forma, aproveitam a menor brisa disponível para voar sobre a vegetação e o solo, às vezes a poucos metros do chão. Nessa busca de sustentação, mantém as asas rígidas e viram o corpo de lado a outro, parecendo um vôo errático, que não vai se manter. Muito raramente batem as asas e, mesmo assim, só para iniciar o movimento. Alimentação: Localiza as carcaças pelo olfato, uma das poucas aves onde esse sentido é apurado. Graças à sua capacidade de vôo e sensibilidade do olfato, costuma ser o primeiro urubu a chegar na carniça. Nem sempre é o que se banqueteia melhor, porque logo é seguido pelas outras espécies e afastado por elas. Muitas vezes, espera as demais alimentarem‐se, para, então, voltar a comer. De forma ocasional, pode capturar e matar pequenos vertebrados, apanhados nos vôos rasantes. Reprodução: Nidifica no solo ou, mais raramente, em ocos de árvores. Em qualquer caso, locais bem cobertos por vegetação e protegidos. Coloca dois ovos e a incubação dura de 38 a 41 dias. Quando nascem os filhotes, são alimentados de alimento regurgitado pelos pais. A partir dos 70 dias de vida, inicia seus vôos. Hábitos: Habita Campos, Matas e bosques. À noite, dirige‐se para pousos tradicionais, seja nas árvores da mata ribeirinha, seja em capões nos campos. Esses pousos são comunais, ocasionalmente com 20 ou 30 urubus de várias espécies. Distribuição Geográfica: Ocorre desde o Sul do Canadá até a América do Sul. Seu período migratório vai de julho a novembro.
Guia Didático de Aves |57
Nome Popular:
Batuíra de Coleira Nome do Táxon:
Charadrius collaris (Vieillot, 1818) English Name: Collared Plover
Família: Charadriidae (Leach, 1820)
BATUÍRA DE COLEIRA
A Batuíra‐de‐coleira é conhecida também como batuíra, batuíra‐da‐costa, batuíra‐de‐colar‐simples, batuituí, coleirinho, ituituí, lulutinho, maçarico‐de‐coleira, maçarico‐
pequeno e tarambola.
Charadriiformes (Huxley, 1867)
Fonte: Jo
rn Fjosne
58 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Mede cerca de 15 cm de comprimento.Alimentação: Alimenta‐se de larvas e insetos, pequenos moluscos e vermes que encontra na lama e na areia.Reprodução: Põe 2 ovos de cor creme com manchas e pintas pretas, diretamente na areia, sem preparar um ninho. Hábitos: É localmente comum em praias arenosas de grandes rios, na orla marítima, lamaçais e, com menos freqüência, em campos com gramíneas baixas. Vive geralmente aos pares durante todo o ano, embora possa haver vários em uma mesma praia. Distribuição Geográfica: Todo o Brasil e também do México à Bolívia, Argentina e Chile.
Guia Didático de Aves |59
Nome Popular: Quero‐quero
Nome do Táxon: Vanellus chilensis (Molina, 1782)
English Name: Southern Lapwing
Família: Charadriidae (Leach, 1820)
QUERO‐QUERO
O quero‐quero também conhecido por tetéu, téu‐téu, terém‐terém e espanta‐boiada. Muito popular no Brasil, vive em banhados e pastagens; é visto em estradas, campos de futebol e próximo a fazendas, freqüentemente longe
d'água. Seu nome é uma onomatopéia de seu canto.
Charadriiformes (Huxley, 1867)
Fonte: Jo
rn Fjosne
60 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Mede 37 cm, peso 277 g. Possui um esporão pontudo, ósseo, com 1 cm de comprimento no encontro das asas, uma faixa preta desde o pescoço ao peito e ainda umas penas longas (penacho) na região posterior da cabeça, tem um desenho chamativo de preto, branco e cinzento na plumagem. Som: “tero‐tero”. Esse som é emitido dia e noite. Alimentação: O quero‐quero se alimenta de invertebrados aquáticos e peixinhos que encontra na lama. Para capturá‐los, ele agita a lama com as patas para provocar a fuga de suas presas. Também se alimenta de artrópodes e moluscos terrestres. Reprodução: Na primavera, a fêmea põe normalmente de três a quatro ovos. Nidificam em uma cavidade esgravatada no solo; os ovos têm formato de pião ou pêra, forma adequada para rolarem ao redor de seu próprio eixo e não lateralmente, sendo manchados, confundindo‐se perfeitamente com o solo. Hábitos: Costuma viver em banhados e pastagens; é visto em estradas, campos de futebol e próximo a fazendas, freqüentemente longe d'água. O quero‐quero é sempre o primeiro a dar o alarme quando algum intruso invade seus domínios. Distribuição Geográfica: O quero‐quero é uma ave típica da América do Sul, sendo encontrado desde a Argentina e leste da Bolívia até a margem direita do baixo Amazonas e principalmente no Rio Grande do Sul, no Brasil. Habita as grandes campinas úmidas e os espraiados dos rios e lagoas.
Guia Didático de Aves |61
Nome Popular: Garça‐branca‐pequena
Nome do Táxon: Egretta thula (Molina, 1782)
English Name: Snowy Egret
Família: Ardeidae (Leach, 1820)
GARÇA‐BRANCA‐PEQUENA
A Garça‐branca‐pequena é conhecida também como Garcinha‐branca e Garça‐
pequena.
Ciconiiformes (Bonaparte, 1854)
Fonte: W
ikiaves
62 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Mede de 51 a 61 cm de comprimento. Esta espécie distingue‐se facilmente da garça‐branca‐grande (Ardea alba), não só pelo tamanho, mas por apresentar o bico e as pernas negros e os dedos dos pés amarelos. Nos jovens as pernas e os pés são verde‐amarelados. Nesta garça as egretas aparecem, nos indivíduos de ambos os sexos, no dorso, na cabeça e no peito durante o período de reprodução. Alimentação: Alimenta‐se de peixes e invertebrados aquáticos de forma bastante ativa. Para pescar, corre nas margens das coleções de água atrás de cardumes de peixes ou move, rapidamente, um dos pés sob água para atrair suas presas. Reprodução: Reproduz‐se em pequenas colônias exclusivas ou em meio a colônias de outras espécies, no manguezal. Os ninhos são plataformas construídas de gravetos. Põe de 2 a 4 ovos azul‐esverdeados. Hábitos: Comum em manguezais, estuários e poças de lama na costa, sendo menos numerosa em pântanos e poças de água doce. Distribuição Geográfica: Todo o Brasil e desde o sul dos Estados Unidos e Antilhas à quase totalidade da América do Sul.
Guia Didático de Aves |63
Nome Popular: Socozinho
Nome do Táxon: Butorides striata (Linnaeus, 1758)
English Name: Striated Heron
Família: Ardeidae (Leach, 1820)
SOCOZINHO
O Socozinho é um Ciconiiforme da família Ardeidae. Conhecido também como
Socó‐estudante, Soco‐í e Socó‐mirim (Pará), Socó‐mijão e Socó‐tripa.
Ciconiiformes (Bonaparte, 1854)
Fonte: Jo
rn Fjosne
64 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Tem cerca de 36 centímetros. É inconfundível, devido às suas penas curtas e amarelas e pelo seu andar agachado. Alimentação: Alimenta‐se com peixes, insetos aquáticos (imagos e larvas), caranguejos, moluscos, anfíbios e répteis. Permanece imóvel por longos períodos, empoleirado sobre a água ou em suas proximidades, à espera de presas. Reprodução: Solitário, às vezes nidifica em colônias. Constrói seu ninho sobre árvores ou arbustos nos brejais. Os ovos são esverdeados ou verde‐azulados (às vezes brancos ou esbranquiçados), uniformes. Põe 3 ovos cinza‐esverdeados. A procriação procede geralmente no início ou no fim da estação seca, quando o alimento para as aves aquáticas é normalmente mais farto. Hábitos: Qualquer lugar que haja água. Tanto no interior do continente como nos manguezais. É migratório. Anda como se esgueirasse, a passos largos e como se observasse um perigo ou uma oportunidade. Voa devagar, com o pescoço encolhido e as pernas esticadas. Para dormir, não volta a cabeça para trás, e sim mantém o bico dirigido para a frente. Costuma colocar o bico verticalmente para baixo de encontro ao peito dentre a plumagem, o qual oculta completamente. Gosta de dias chuvosos e escuros, sente‐se à vontade tanto com espécies noturnas como diurnas. Distribuição Geográfica: Presente em todo o Brasil e nas regiões de clima quente ao redor do planeta, na América, África, Ásia, Austrália e ilhas do oeste do Oceano Pacífico.
Guia Didático de Aves |65
Nome Popular: Juriri‐pupu
Nome do Táxon: Leptotila verreauxi (Bonaparte, 1855)
English Name: White‐tipped Dove
Família: Columbidae (Leach, 1820)
JURIRI‐PUPU
A juriti‐pupu é uma ave conhecida também como pu‐pú. Muito arisca, logo voa e se esconde, sendo que na maioria das vezes notamos sua presença pelo canto característico que é melancólico e repetitivo: “pu… puuu”, de onde seu outro
nome juriti‐pupu.
Columbiforme (Latham, 1790)
Fonte: W
ikiaves
66 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Tem 29 centímetros e pesa entre 160 e 215 gramas. Sua plumagem é marrom, com peito claro, cabeça cinzenta com alguns reflexos metálicos na nuca e alto dorso. Possui ainda, uma coloração azulada ao redor dos olhos. Muito arisca, logo voa e se esconde, sendo que na maioria das vezes notamos sua presença pelo canto. Alimentação: É granívora e frugívora, pois come grãos, sementes, frutas e vegetais. Com um rápido movimento do bico vira as folhas mortas para descobrir sementes e frutos caídos, esse movimento também é utilizado para extração de sementes caídas em uma fenda, joga os grãos no chão para pegá‐los em seguida. Reprodução: Seu ninho é feito de pequenos gravetos, sem forro. É tão ralo que às vezes, os dois ovos de cor claro‐suja podem cair no chão. Pode nidificar em pés de café e na entrada de grutas calcárias, no interior da mata. Hábitos: Vive nas matas e ambientes bem arborizados, vindo freqüentemente ao chão à cata de grãos, de que se alimenta. Vive solitária ou aos pares. Alimenta‐se de sementes e frutos no chão. Quando perturbada, foge caminhando sem fazer barulho, ou voa, emitindo um som com as asas, até uma árvore próxima. Distribuição Geográfica: Presente em quase todo o Brasil e também do sul dos Estados Unidos até a Argentina.
Guia Didático de Aves |67
Nome Popular: Rolinha‐picuí
Nome do Táxon: Columbina picui (Temminck, 1813)
English Name: Picui Ground‐Dove
Família: Columbidae (Leach, 1820)
ROLINHA‐PICUÍ
A rolinha‐picuí é uma ave columbiforme da família Columbidae
Columbiforme (Latham, 1790)
Font
e: W
ikia
ves
68 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: No nordeste, a plumagem é toda branca, vindo daí um dos nomes comuns. No Pantanal, domina um tom pardo‐amarronzado. Na asa, a listra escura (iridescente, sob ótimas condições de luz) é característica. Ao voar, destaca‐se a grande área branca da asa e outra área branca na cauda. Ao levantar vôo, tais áreas brancas podem confundi‐la com a Fogo‐apagou. Íris arroxeada, com uma fina listra escura até o bico. Alimentação: Acostuma‐se com a presença humana e beneficia‐se de plantios de grãos, aumentando sua presença nas áreas de cultivo. Reprodução: No período reprodutivo, constrói a pequena plataforma de galhos mal ajambrados característica da família. Os machos cantam intensamente e o som produzido é origem do seu segundo nome comum, também originário do nordeste. Dois ovos são postos, chocados pelo casal, que alimenta os filhotes até depois de sua saída do ninho. Hábitos: Vive em casais ou pequenos grupos, algumas vezes misturando‐se às outras rolinhas. Ocupa ambientes abertos. Distribuição Geográfica: No Centro‐Oeste, Nordeste e Sul do Brasil.
Guia Didático de Aves |69
Nome Popular: Martim‐pescador‐pequeno
Nome do Táxon: Chloroceryle americana (Gmelin, 1788)
English Name: Green Kingfisher
Família: Alcedinidae (Rafinesque, 1815)
MARTIM‐PESCADOR PEQUENO
Ave da família Alcedinidae, o martim‐percador‐pequeno é o representante mais comum no Brasil. É conhecido também pelos nomes de ariramba‐pequeno,
martim‐cachaça e martim‐pescador. Vive ao longo de rios, lagos e orla marítima, mangues, embocaduras de rios, em florestas ou áreas abertas, onde haja árvore
para o pouso.
Coraciiformes (Forbes, 1844)
Fonte: Jo
rn Fjosne
70 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Mede 19 cm. Partes superiores verde bem escuras contrastando com uma faixa branca saliente e sedosa que liga a base do bico à nuca, onde é atravessada pelo penacho nucal; asas atravessadas por 3 linhas transversais de manchas brancas; bases das retrizes externas brancas. O macho tem as partes inferiores brancas com o peito castanho e a fêmea com peito amarelado ou branco manchado de verde. Som: “ta‐ta”; “ti‐ti” ( advertência ); “trr‐trr‐trr”; canto chilreado e uma seqüência descendente, “kli‐kli‐kli‐kli‐kli‐kli”. Alimentação: Para alimentar pousa na vegetação à beira d'água (entre 1 e 3 m de altura), de onde observa suas presas antes de mergulhar. Às vezes paira no ar antes de mergulhar. Come peixes de 3 a 5,5 cm e crustáceos, sendo uma espécie de hábitos alimentares mais generalista. Reprodução: O casal constrói o ninho geralmente num barranco de rio, acima do nível da água. Escavam um túnel com cerca de 80 cm, podendo ou não camuflar a entrada do mesmo. Põe geralmente 3 a 5 ovos brancos, que medem em torno de 24 x 19 mm, no fundo do túnel. A incubação noturna cabe à fêmea, mas durante o dia ela se reveza com o macho. Hábitos: É a espécie mais comum no Brasil. Habita os lagos com rica vegetação aquática, beira de rios pequenos e grandes, manguezais; adapta‐se até em pequenas coleções d’água tomada por vegetação palustre como aguapés e outras plantas aquáticas. Distribuição Geográfica: Ocorre do Texas e México à Argentina; todo Brasil.
Guia Didático de Aves |71
Nome Popular: Alma‐de‐gato
Nome do Táxon: Piaya cayana (Linnaeus, 1766)
English Name: Squirrel Cuckoo
Família: Cuculidae (Leach, 1820)
ALMA DE GATO
A alma‐de‐gato é uma ave conhecida também pelos nomes populares de alma‐de‐caboclo, alma‐perdida, atibaçu, atingaçu, atingaú, atinguaçu, atiuaçu, chincoã, crocoió, maria‐caraíba, meia‐pataca, oraca, pataca, pato‐pataca, piá, rabilonga, rabo‐de‐escrivão, rabo‐de‐palha, tincoã, tinguaçu, titicuã, uirapagé e
urraca.
Cuculiformes (Wagler, 1830)
Fonte: Jo
rn Fjosne
72 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Mede cerca de 50cm (contando a cauda).Apresenta plumagem ferrugínea nas partes superiores, peito acinzentado, ventre escuro, cauda longa, escura e com as pontas das retrizes claras, bico amarelo e íris vermelha. Sua cauda excepcionalmente grande a torna inconfundível. Som: Seu canto se assemelha ao gemido de um gato, por isto é conhecida como alma de gato. Ainda, consegue imitar o canto de outras aves, especialmente o do bem‐te‐vi, que é de fato parecido com sua própria vocalização. Alimentação: Alimenta‐se basicamente de insetos, principalmente lagartas, que captura ao examinar as folhas, inclusive em suas partes inferiores. Também consome frutinhas, ovos de outras aves, motivo pelo qual é muitas vezes afugentado por suiriris e outras aves que estejam com ovos e filhotes aves, lagartixas e pererecas. Reprodução: O ninho é em forma de panela rasa, feito de galhos frouxamente entrelaçados. A fêmea bota cerca de 6 ovos, que possuem uma casca com aspecto peculiar devido à aparência mineral. Hábitos: Pula entre as ramagens com sua longa cauda. Apesar de seu tamanho consegue se deslocar sem ser facilmente notado. Ocorre em matas ciliares, matas secundárias, capoeiras, parques e bairros arborizados até mesmo das maiores cidades brasileiras. Habita os estratos médio e superior dessas matas, quase nunca descendo ao solo. Anda sozinho ou aos pares. Distribuição Geográfica: Ocorre em todo o Brasil.
Guia Didático de Aves |73
Nome Popular: Anú‐branco
Nome do Táxon: Guira guira (Linnaeus, 1758)
English Name: Guira cuckoo
Família: Cuculidae (Leach 1820)
ANÚ‐BRANCO
O anu‐branco é também conhecido como rabo‐de‐palha e alma‐de‐gato.
Cuculiformes (Wagler, 1830)
Fonte: W
ikiaves
74 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Mede cerca de 38 cm. Corpo franzino, cauda comprida, graduada e com fita preta. Branco‐amarelado, bico cor de laranja (cinzento no indivíduo imaturo ). Bico forte e curvo. Quando empoleira arrebita a cauda e joga‐a até às costas. Anda sempre em bandos. São aves extremamente sociáveis.. Som: Sua vocalização é alta e estridente: “iä, iä, iä” (chamada e grito durante o vôo); “i‐i‐i‐i” (advertência); seqüência fortemente descendente e decrescendo de melodiosos “glüü” (canto); cacarejo baixo. Alimentação: São essencialmente carnívoros, comendo gafanhotos, percevejos, aranhas, miriápodes etc. Predam também lagartas peludas e urticantes, lagartixas e camudongos. Cospem pelotas. Pescam na água rasa; periodicamente comem frutas, bagas, coquinhos e sementes, sobretudo na época seca quando há escassez de artrópodes. Reprodução: Os seus ovos são relativamente muito grandes, tem de 17 a 25% o peso da fêmea. A cor dos ovos é verde‐marinho, uma rede branca calcária em alto relevo se espalha sobre toda a superfície. Tanto há ninhos individuais, como coletivos. A fêmea que construiu um ninho e ainda não começou a pôr os seus ovos, joga fora os ovos postos ali por outras fêmeas. Joga também os ovos, quando a fêmea poedeira encontra o ninho onde quer pôr ocupado por outra ave. Hábitos: Até certo ponto são beneficiados pelo desaparecimento da mata alta, pois vivem em campos, lavouras e ambientes mais abertos. Imigram em regiões onde eram desconhecidos e tornam‐se as aves mais comuns ao longo das estradas. Devido as seu vôo lerdo e fraco, são freqüentemente atropelados nas estradas Distribuição Geográfica: Ocorre do sudeste do Amapá e do estuário amazônico à Bolívia, Argentina e Uruguai.
Guia Didático de Aves |75
Nome Popular:
Anú‐preto Nome do Táxon:
Crotophaga ani (Linnaeus, 1758) English Name:
Smooth‐billed Ani Família:
Cuculidae (Leach, 1820)
ANÚ‐PRETO Conhecido também como Anu‐pequeno e Anum. Comum em pastagens,
campos, jardins, lavouras abandonadas e outras áreas abertas. Vive em bandos e é muito visto em regiões cultivadas.
Cuculiformes (Wagler, 1830)
Fonte: Jo
rn Fjosne
76 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Corpo franzino ‐ 36 centímetros, preto uniforme, de bico alto, forte e curto. Cauda comprida e graduada. Apesar de formar casais, vive sempre em bandos, ocupando territórios coletivos durante todo o ano. São aves extremamente sociáveis. Tem grande habilidade em pular e correr pela ramagem. Som: Possui mais de uma dúzia de vozes diferentes. Eles se divertem cavaqueando baixinho, de modo bem variado, causando às vezes a impressão de estar tentando imitar a voz de outra ave. Alimentação: São essencialmente carnívoros, comendo gafanhotos, percevejos, aranhas, miriápodes etc. Predam também lagartas peludas e urticantes, lagartixas e camudongos. Pescam na água rasa, periodicamente comem frutas, bagas, coquinhos e sementes, sobretudo na época seca quando há escassez de artrópodes. Reprodução: Os ovos das fêmeas do anu‐preto perfazem 14% do peso de seu corpo. É de cor azul‐esverdeada. O anu‐preto costuma trazer comida quando visita a fêmea no ninho. O macho dança em torno da fêmea, no solo. As fêmeas, embora possuam ninhos individuais, se associam mais freqüentemente a um ou dois casais do seu bando para construir ninho coletivo, pôr ovos e criar a prole juntas, tendo a cooperação de machos e filhotes crescidos de posturas anteriores. Hábitos: Vive em paisagens abertas com moitas e capões entre pastos e jardins; ao longo das rodovias costuma ser quase a única que se vê, como habitante de lavouras abandonadas. Prefere lugares úmidos. Distribuição Geográfica: Ocorre da Flórida à Argentina e todo o Brasil.
Guia Didático de Aves |77
Nome Popular: Caracará
Nome do Táxon: Caracara plancus (Miller, 1777)
English Name: Southern Caracara
Família: Falconidae (Leach, 1820)
CARACARÁ
Também conhecido como carcará, carancho, caracaraí (Ilha do Marajó) e gavião‐de‐queimada, o caracará não é, taxonomicamente uma águia, e sim um parente distante dos falcões. Ocorre em campos abertos, cerrados, borda de matas e
inclusive centros urbanos de grandes cidades.
Falconiformes (Bonaparte, 1831)
Fonte: Jo
rn Fjosne
78 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Medindo cerca de 56 cm da cabeça a cauda e 123 cm de envergadura, o caracará é facilmente reconhecível quando pousado, pelo fato de possuir uma espécie de solidéu preto sobre a cabeça, assim como um bico adunco e alto, que assemelha‐se à lâmina de um cutelo; a face é vermelha. Alimentação: É onívoro, alimentando‐se tanto de animais vivos como mortos. Suas estratégias para obtenção de alimento são variadas: caça lagartos, cobras, sapinhos e caramujos; rouba filhotes de outras aves, até de espécies grandes como garças, colhereiros e tuiuiú; arranha o solo com os pés em busca de amendoim e feijão; apanha frutos de dendê; ataca filhotes recém‐nascidos de cordeiros e outros animais. Pode ser visto facilmente voando ou pousado junto a urubus pacificamente. Reprodução: Constrói um ninho com galhos em bainhas de folhas de palmeiras ou em outras árvores. Usa ninhos de outras aves também. Os dois ovos brancos manchados de marrom‐avermelhado. Hábitos: Vive solitário, aos pares ou em grupos. Pousa em árvores ou cercas, sendo freqüentemente observado no chão, junto à queimadas e ao longo de estradas. Passa muito tempo no chão, ajudado pelas suas longas patas adaptadas à marcha, mas é também um excelente voador e planador, costuma acompanhar as correntes de ar ascendentes. Durante a noite ou nas horas mais quentes do dia, costuma ficar pousado nos galhos mais altos, sob a copa de árvores isoladas ou nas matas ribeirinhas. Distriuição Geográfica: Possui uma distribuição geográfica ampla, que vai da Argentina até o Sul dos Estados Unidos, ocupando toda uma variedade de ecossistemas, fora a cordilheira dos Andes.Sua maior população se encontra no sudeste e nordeste do Brasil.
Guia Didático de Aves |79
Nome Popular: Gavião Carijó
Nome do Táxon: Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788)
English Name: Roadside Hawk
Família: Accipitridae (Vigors, 1824)
GAVIÃO CARIJÓ
O gavião‐carijó é um gavião encontrado em diferentes ambientes, ocorrendo do México à Argentina e em todo o Brasil. É a espécie predominante no Brasil. É o terror dos galinheiros. Também é conhecido pelos nomes de anajé, gavião‐
indaié, gavião‐pega‐pinto, inajé, indaié e pega‐pinto. Como toda ave de rapina tem um papel indispensável no equilíbrio da fauna como reguladores da seleção. Evitam uma superpopulação de roedores e aves pequenas (como é o caso dos ratos e pombos nos centros urbanos) além de eliminar indivíduos defeituosos e
doentes.
Falconiformes (Bonaparte, 1831)
Fonte: Jo
rn Fjosne
80 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Asas compridas e largas de "pontas abertas", tal como nos urubus, cauda curta, conjunto apropriado para planar em espaços abertos. Macho e fêmea quase sempre se assemelham quanto ao colorido. Distinguem‐se geralmente pelo tamanho, sendo a fêmea maior. Voa no aberto, aos casais, batendo rapidamente as asas e descrevendo círculos chamando a atenção pela característica gritaria que produzem.. Alimentação: Consome desde insetos até aves e lagartos. Procura os abrigos diurnos de morcegos para atacá‐los enquanto dormem. Ataca ninhos de outras aves e por isso é ferozmente perseguido por suiriris e andorinhas. Reprodução: O gavião‐carijó vive em casais que constroem um ninho de gravetos revestido por folhas, geralmente no topo de uma árvore grande. A postura de em média 2 ovos geralmente manchados. Hábitos: Costuma voar em casais, fazendo movimentos circulares enquanto os dois vocalizam em dueto. Distribuição Geográfica: Ocorre do México à Argentina e em todo o Brasil. Ocorrem também do México à Argentina e em todo o Brasil. É uma das espécies mais comuns de nosso país, ocorre em todos os estados, habitando os mais variados ambientes: campos, bordas de mata, áreas urbanas, etc., sendo mais raro em áreas densamente florestadas. Nas últimas décadas este gavião passou a se tornar mais comum nos centros urbanos, se adaptando com sucesso a este ambiente, pois nas cidades a oferta de presas é maior e os seus predadores naturais (outras aves de rapina maiores) são escassos.
Guia Didático de Aves |81
Nome Popular:
Nome Popular: Rapazinho‐dos‐velhos
Nome do Táxon: Nystalus maculatus (Gmelin, 1788)
English Name: Spot‐backed Puffbird
Família: Bucconidae (Horsfield, 1821)
RAPAZINHO‐DOS‐VELHOS
O Rapazinho‐dos‐Velhos também conhecido popularmente como Fura‐barreira, Macuru, Apara‐Bala e João‐Bobo. O nome se refere à sua “mansidão”, pois é capaz de ficar imóvel no meio da vegetação, observando tudo que se passa ao
seu redor. Como o seu colorido e a sua forma lhe fornecem uma perfeita camuflagem, passa muitas vezes despercebido.
Galbuliformes (Fürbringer,1888)
Fonte: W
ikiaves
82 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Possui o bico avermelhado. A cabeça, entretanto, é toda escura, com um colar amarelado e uma mancha da mesma cor no peito. Tanto a barriga como o peito são todos salpicados de negro, em contraste com o cinza claro. A cabeça é grande e larga, desproporcional ao corpo. Alimentação: Fica pousado em poleiros à espera da presa. Decola e apanha insetos em vôo, voltando para devorá‐los no galho onde estava pousado. Além de insetos, come aranhas, escorpiões e pequenos vertebrados. Reprodução: Cava um túnel que termina numa câmara num barranco ou até em terreno plano, onde põe de 2 a 3 ovos. O casal faz revezamento para cuidar do ninho, dos ovos e dos filhotes, que nascem nus, cegos e com bico pequeno. A entrada dos ninhos é camuflada pela vegetação ao redor e pelo hábito de espalharem a terra vinda da escavação. Na entrada da galeria, geralmente de formato ovalado como um buraco de lagarto, é possível ver o rebaixamento produzido pelos pés das aves ao entrarem e saírem dos ninhos. Hábitos: Costuma pousar em fios ou galhos expostos ao Sol, imóvel, confiando em sua camuflagem para evitar os predadores. Essa espécie aparece com maior freqüência no interior das matas secas e cerradões. Distribuição Geográfica: O Rapazinho‐dos‐Velhos ocorre no Nordeste, em boa parte da região Centro‐Oeste, na Argentina, Bolívia e Paraguai. Também é encontrado ao norte do Amazonas, na região de Oriximiná e na Ilha de Marajó, no Pará. Pela ampla área de distribuição e quantidade de indivíduos registrados, essa espécie é considerada como Pouco Preocupante (LC) de extinção na natureza.
Guia Didático de Aves |83
Nome Popular: Andorinha‐doméstica‐grande
Nome do Táxon: Progne chalybea (Gmelin, 1789)
English Name: Grey‐breasted Martin
Família: Hirundinidae (Rafinesque, 1815)
ANDORINHA‐DOMÉSTICA‐GRANDE
A andorinha‐doméstica‐grande é uma ave passeriforme da família Hirundinidae. Conhecida nos diversos lugares por vários nomes populares, tais como:
andorinha‐católica, andorinha‐da‐casa, andorinha‐grande, andorinha‐mestre e tapérá.
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte: Jo
rn Fjosne
84 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Tem asas longas e pontiagudas, a cauda geralmente bifurcada em maior ou menor grau, o bico curto, chato e triangular, com ampla abertura bucal. Têm um vôo rápido e ágil. Mede cerca de 18 cm. Difere da andorinha‐pequena‐de‐casa apenas no tamanho. Alimentação: Alimenta‐se de insetos capturados em vôo. Reprodução: Faz o ninho, em forma de tigela, com palha e fezes secas de gado, solidamente presas, forrado com penas internamente. Os ninhos são colocados em cavidades de pedras e locais protegidos em edificações urbanas; neles são postos 2 a 5 ovos brancos, que medem 23 x 16 mm. Como é regra na família, cabe à fêmea a maior parte de incubação e o casal participa do cuidado da prole. Costuma aproveitar o ninho do joão‐de‐barro. Hábitos: Habita fazendas e cidades. Formam bandos numerosos, pousam em árvores, fios de eletrificação e também no solo. As espécies que residem no Brasil Meridional são migratórias e no outono partem em direção ao norte, embora nem todos os indivíduos de uma população migrem. Distribuição Geográfica: No nordeste e centro‐oeste do Brasil.
Guia Didático de Aves |85
Nome Popular:
Balança‐rabo‐de‐chapéu‐preto Nome do Táxon:
Polioptila plúmbea (Gmelin, 1788) English Name:
Tropical Gnatcatcher Família:
Polioptilidae (Baird, 1858)
BALANÇA‐RABO‐DE‐CHAPÉU‐PRETO
O Balança‐rabo‐de‐chapéu‐preto é conhecido também como Miador.
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte: Jo
rn Fjosne
86 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Mede cerca de 11 cm de comprimento. O macho tem o alto da cabeça preto‐brilhante, o qual é cinza na fêmea. Alimentação: Busca insetos diretamente na folhagem e em ramos pequenos. Freqüentemente acompanha bandos mistos de insetívoros. Reprodução: Faz ninho em formato de xícara, localizado em galhos entre 2 e 8 m de altura. Põe de 2 a 3 ovos brancos manchados de marrom. Hábitos: Varia de incomum a localmente comum em capoeiras, bordas de florestas, clareiras com árvores esparsas, caatingas e manguezais. Na Amazônia, habita também ilhas e as margens ao longo dos rios maiores. Vive solitário ou aos pares, balançando constantemente a cauda. Distribuição Geográfica: Presente na maior parte da Amazônia brasileira, estendendo‐se para leste até o Piauí e em direção sul até ao Nordeste e Minas Gerais. Encontrado também do México ao Panamá e em todos os demais países amazônicos ‐ Guianas, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.
Guia Didático de Aves |87
Nome Popular: Bem‐te‐vi
Nome do Táxon: Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766)
English Name: Great Kiskadee
Família: Tyrannidae (Vigors, 1825)
BEM‐TE‐VI
O bem‐te‐vi é uma ave passeriforme da família dos tiranídeos. Conhecido também como bem‐te‐vi‐de‐coroa e bem‐te‐vi‐verdadeiro, é provavelmente o
pássaro mais popular de nosso país, podendo ser encontrado em cidades, matas, árvores à beira d'água, plantações e pastagens. Em regiões densamente
florestadas habita margens e praias de rios.
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte: Jo
rn Fjosne
88 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Ave de médio porte, o bem‐te‐vi mede entre de 20,5 e 25 cm de comprimento para, aproximadamente, 60 gramas. O seu canto trissilábico característico lembra as sílabas BEM‐te‐VI, que dão o nome à espécie. Alimentação: É insetívoro, podendo devorar centenas de insetos diariamente. Mas também come frutas (como bananas, mamões, maçãs, laranjas, pitangas e muitas outras), ovos de outros pássaros, flores de jardins, minhocas, pequenas cobras, lagartos, crustáceos, além de peixes e girinos de rios e lagos de pouca profundidade. Costuma comer parasitas (carrapatos) de bovinos e eqüinos. Reprodução: Faz ninho grande e esférico, com capim e pequenas ramas de vegetais em galhos de árvores geralmente bem cerradas, com entrada lateral ou ninhos em formato de xícara aberta. Põe de 2 a 4 ovos de cor creme com poucas marcas marrom‐avermelhadas. Hábitos: São agressivos, ameaçam até gaviões e urubús quando esses se aproximam de seu “território”. Costumam pousar em lugares salientes como postes e topos de árvores. Pode‐se vê‐lo facilmente cantando em fios de telefone, em telhados ou banhando‐se nos tanques ou chafarizes das praças públicas. Distribuição Geográfica: É uma ave típica da América Latina, com uma distribuição geográfica que se estende predominantemente do sul do México à Argentina. Entretanto, pode também ser encontrada no sul do Texas e na ilha de Trinidad.
Guia Didático de Aves |89
Nome Popular: Betevizinho‐de‐penacho‐vermelho
Nome do Táxon: Myiozetetes similis (Spix, 1825)
English Name: Social Flycatcher
Família: Tyrannidae (Vigors, 1825)
BETEVIZINHO‐DE‐PENACHO‐VERMELHO
O bentevizinho‐de‐penacho‐vermelho é uma ave pequena, com pouco mais de 15 centímetros. Parte de seu nome
científico significa similaridade e é alusivo à grande semelhança das cores de sua plumagem com as do bem‐te‐vi.
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte: Jo
rn Fjosne
90 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: O padrão geral da coloração da plumagem é o seguinte: lado inferior amarelo com a garganta branca, dorso e asas marrom‐esverdeados; acima dos olhos possui uma evidente faixa branca que se estende desde o bico até a nuca, onde é interrompida; bico e olhos negros. Com esse padrão de plumagem, o bentevizinho‐de‐penacho‐vermelho poderia ser considerado uma miniatura do bem‐te‐vi, mas as semelhanças terminam por aí. O bentevizinho, que também é chamado de bentevizinho‐topete‐vermelho, em virtude da existência de um pequeno topete vermelho visto quando se olha a ave por cima, possui características ecológicas muito distintas. Alimentação: Alimenta‐se de insetos capturados durante pequenos vôos, e de pequenas frutas. Reprodução: Na época da reprodução constrói um ninho de capim que é colocado em uma forquilha. Às vezes o ninho fica localizado em galhos sobre a água ou próximo a colmeias e formigueiros, garantindo, assim, uma proteção extra contra predadores. A fêmea põe de dois a três ovos que são esbranquiçados com pequenas pintas marrons. Hábitos: Ocorre aos pares ou em pequenos grupos familiares, que são muito barulhentos. Em termos de ambiente, prefere matas ou capoeiras mais conservadas, quase sempre próximo a algum curso d'água. Não se adapta muito às regiões campestres ou cidades pouco arborizadas. Distribuição Geográfica: Distribui‐se em grande parte do Brasil, em alguns países vizinhos da América do Sul e também na América Central. Os indivíduos que ocorrem em regiões com clima mais severo (Brasil meridional e países do sul) podem realizar movimentos de migração para regiões mais quentes nas épocas de inverno.
Guia Didático de Aves |91
Nome Popular: Choró‐boi
Nome do Táxon: Taraba major (Vieillot, 1816)
English Name: Great Antshrike
Família: Thamnophilidae (Swainson, 1824)
CHORÓ‐BOI
O Choró‐boi é uma espécie comum, que habita a vegetação densa do estrato baixo de capoeiras, clareiras e bordas de florestas com vegetação arbustiva,
tanto em regiões úmidas quanto secas. Vive geralmente aos pares, pulando em meio a emaranhados de cipós e arbustos a uma altura de 1 a 5 m, o que o torna difícil de ser observado. Seus nomes comuns são os mais variados: piorim, choca,
choca‐boi, chororó‐olho‐de‐fogo, cã‐cã‐de‐fogo.
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte: Jo
rn Fjosne
92 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: O macho é negro no dorso, em forte contraste com o branco da região ventral. Na fêmea, toda a plumagem negra é substituída por marrom avermelhada, sem haver o branco das asas e cauda. Nos dois sexos, destaca‐se o vermelho intenso dos olhos da ave adulta. Mede cerca de 20 cm. Alimentação: Vive no estrato baixo, caçando invertebrados nos galhos e folhas. Raramente segue bandos mistos ou formigas‐de‐correição. Reprodução: Constrói um ninho com fibras e raízes, em formato de bolsa pendente de uma forquilha horizontal, característico de todas as aves dessa família. Põe 2 ovos de cor creme, manchados de marrom e lilás. Macho e fêmea chocam os ovos e cuidam dos filhotes. Hábitos: Muito presente nas matas ciliares dos rios, corixos e baías, bem como nos cerradões, cambarazais e matas secas. Pousa no chão ou em galhos caídos. Acostuma‐se com a presença humana, usando quintais e pomares de sítios e fazendas onde não é perseguido ou não existam gatos domésticos. Seu canto é marca registrada, interpretado como cada um dos seus nomes comuns. Distribuição Geográfica: Presente desde o extremo norte do País até o Estado do Paraná. Encontrado também do México ao Panamá e em praticamente toda a América do Sul, com exceção do Chile.
Guia Didático de Aves |93
Nome Popular:
Choca‐barrata‐do‐nordeste Nome do Táxon:
Thamnophilus capistratus (Lesson, 1840) English Name:
Caatinga Antshrike Família:
Thamnophilidae (Swainson, 1824)
CHOCA‐BARADA‐DO‐NORDESTE
É uma espécie endêmica do nordeste do Brasil, proximamente associada ao bioma caatinga.
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte: W
ikiaves
94 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Atinge 16 cm de comprimento. Locomove‐se pelos galhos saltando e pulando. Normalmente é observado o casal. O macho é malhado em preto e branco com crista uniforme preta, a fêmea é castanha e barrada na barriga com crista uniforme, porém, castanha. Alimentação: Alimenta‐se de insetos e aranhas. Reprodução: Ninho em forma de copo em arbustos. Geralmente colocam dois ovos de cor branca cremoso com marcações roxas. Ambos chocam durante 14 dias. Hábitos: Em muitas aves, algumas particularidades, como a biologia de seus hábitos, são pouco conhecidas. Distribuição Geográfica: Vive na capoeira rala, e mata de várzea. Ocorre no Brasil do norte de Minas Gerais ao Ceará, no nordeste, no sul de Mato Grosso, em São Paulo e oeste do Paraná.
Guia Didático de Aves |95
Nome Popular: Chorozinho‐da‐caatinga
Nome do Táxon: Herpsilochmus sellowi
(Whitney & Pacheco, 2000) English Name:
Caatinga Antwren Família:
Thamnophilidae (Swainson, 1824)
CHOROZINHO‐DA‐CAATINGA (Extinção)
O Chorozinho‐da‐Caatinga é uma espécie endêmica do Brasil, ou seja, só
existe no nosso país.
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte Wikiaves
96 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: O Chorozinho‐da‐Caatinga é um pássaro com cerca de 12 cm de comprimento, apresentando dimorfismo sexual. O macho é mais acinzentado no dorso, com uma coroa negra, rodeada por um supercílio branco. A região ventral é esbranquiçada. A fêmea tem o dorso oliváceo, com a região ventral amarelada. Tanto o macho quanto a fêmea têm uma pequena faixa escura atrás do globo ocular. A vocalização é similar ao H. Pileatus, mas tem duas vezes mais notas e é um pouco mais alta no começo. O Chorozinho‐da‐Caatinga tem um bico mais curto e estreito que H. Pileatus. Alimentação: Como a maior parte dos Tamnofilídeos, o Chorozinho‐da‐Caatinga tem modo de alimentação insetívoro. Apesar de vocalizar constantemente, é uma espécie relativamente difícil de se observar, mesmo estando a poucos metros de distância, já que quase sempre está forrageando à procura de insetos na vegetação baixa fechada e em pequenos arbustos. Reprodução: Ninho de cesto baixo, câmara incubatória desprovida de qualquer forração especial, construido com hifas que dão a estrutura do ninho, como também possuem escapos, pedaços de folhas de gramíneas, gavinha e teia de origem animal. Reprodução no mês de setembro na maioria das vezes. Ambos revezam a incubação, isso é um comportamento comum entre a família Thamnophilidae. Hábitos: Em ambos os sexos a cauda permanece quase sempre levantada. Distribuição Geográfica: O Chorozinho‐da‐Caatinga é encontrando no interior de todos os estados do Nordeste brasileiro, tendo sido descrito em Barra do Corda, na região central do Maranhão; na Chapada do Araripe e em Várzea Formosa, no Ceará; na Serra do Cachimbo, no sul do Pará; no norte de Minas Gerais e em algumas localidades nas regiões central e sul da Bahia. É uma espécie quase endêmica do Bioma Caatinga. Apesar da extensa área de distribuição, já que são relativamente poucos os locais onde essa espécie foi descrita.
Guia Didático de Aves |97
Nome Popular: Chorozinho‐de‐papo‐preto
Nome do Táxon: Herpsilochmus pectoralis
(Sclater, 1857) English Name:
Pectoral Antwren Família:
Thamnophilidae (Swainson, 1824)
CHOROZINHO‐DO‐PAPO‐PRETO (Extinção)
O Seu tamanho populacional está reduzido com probabilidade de extinção na
natureza em pelo menos 10 por cento em 100 anos.
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte: Jo
rn Fjosne
98 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: O macho tem nódoa negra no papo. Asa: 5,5cm; Cauda: 5,2; Fêmea: cabeça ocre. Marcas brancas nas coberteiras caudais. Voz: "Cheia". Comprimento: 13cm a 11,7cm. Alimentação: Se alimenta de insetos. Reprodução: Ninho em forma de cesto baixo com câmara incubatória sem forração, constituído por raízes e folhas de gramíneas. Reprodução no mês de agosto na maioria das vezes. Ambos revezam a incubação, isso é um comportamento comum entre a família Thamnophilidae. Hábitos: Em ambos os sexos a cauda permanece quase sempre levantada. Distribuição Geográfica: Matas de Galeria e Matas Secas do Maranhão; RN; Se e BA; É uma ave endêmica na região da caatinga. A possibilidade que essa espécie ocorra em toda região da Caatinga, do oeste e norte da Bahia estendendo‐se até o Maranhão, seguindo o padrão de outros Passeriformes encontrados no Recôncavo baiano, ainda precisa ser conferida.
Guia Didático de Aves |99
Nome Popular:
Cambacica, sibite Nome do Táxon:
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) English Name:
Bananaquit Família:
Coerebidae (d'Orbigny & Lafresnaye, 1838)
CAMBACICA
O Cambacica é também conhecida como sibite (RN) mariquita, chiquita (RJ) caga‐sebo, sebito, papa‐banana (RS), saí e tem‐tem‐coroado (PA) e é comum em uma
grande variedade de hábitats abertos e semi‐abertos onde existam flores, inclusive em quintais.
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte: Jo
rn Fjosne
100 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Mede aproximadamente 10,8 cm e pesa cerca de 10g. Tem o dorso marrom, o peito e o abdome amarelos, o pescoço cinza e a cabeça listrada preta e branca, não apresentando diferenças na plumagem em relação aos machos e fêmeas. Alimentação: Néctar e artrópodes. Para coletar alimento, em qualquer altura, agarra‐se firmemente à coroa das flores e com o bico curvo e pontiagudo perfura o cálice, atingindo assim os nectários. Visita também as garrafas de água açucarada, destinadas a atrair beija‐flores. Reprodução: Põe de 2 a 3 ovos branco‐amarelados, com pintas marrom‐avermelhadas. A incubação é feita exclusivamente pela fêmea. Hábitos: Vive solitária ou aos pares e é bastante ativa. Toma banho muitas vezes, por causa do contato com o néctar pegajoso. Seu canto é relativamente forte, simples e monótono, e emitido incansavelmente. Canta a qualquer hora do dia e em qualquer época do ano. A fêmea também canta, mas pouco e por menos tempo. Geralmente está no meio das folhas e movimenta‐se pelo interior da copa. Entretanto, voa bem e atravessa áreas abertas entre matas ou para visitar uma árvore isolada e florida em um campo. Também visita arbustos isolados e próximos à mata. Adapta‐se facilmente a ambientes urbanos, sendo comum até em cidades do porte de São Paulo e Rio de Janeiro. Distribuição Geográfica: Ocorre em quase todas as regiões do país, podendo estar ausente de regiões extensivamente florestadas, como no oeste e centro da Amazônia. É encontrada desde o México, e em todos os países da América do Sul, com exceção do Chile.
Guia Didático de Aves |101
Nome Popular:
Corruíra Nome do Táxon:
Troglodytes musculus (Naumann, 1823) English Name:
Southern House‐Wren Família:
Troglodytidae (Swainson, 1831)
CORRUÍRA
O corruíra possui diversos nomes populares, tais como: correte (Pará), cambaxirra, garrincha, cutipuruí (Pará, Amazonas), rouxinol (Maranhão),
corruíra‐de‐casa, carriça, garriça, curuíra e coroíra. Habita aos arredores de casas e jardins, inclusive no centro de cidades, e ocupa ilhas na costa marítima,
cerrados, a caatinga, borda de matas e margens de banhados.
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte: W
ikiaves
102 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Mede 12cm. de comprimento. Seu canto trinado, alegre e melodioso, é ouvido principalmente no começo da manhã. Enquanto ela se move sobre construções ou na vegetação, emite sem parar um crét crét, rouco e baixo. Bem pequena, pode ser escondida na palma da mão. Alimentação: Come insetos pequenos (besouros, cigarrinhas, formigas, lagartas, vespinhas) e aranhinhas, e às vezes até filhotes de lagartixa. Captura as presas enfiando o bico em frestas e cavidades, tanto em construções humanas quanto sob a casca de plantas. Por alimentar‐se de pequenos insetos que procura entre a folhagem baixa e em todo lugarzinho escondido nos cantos dos jardins. Reprodução: Faz seu ninho em todo tipo de cavidade. É uma das aves que mais se aproveita dos ninhos artificiais disponibilizados pelos humanos, especialmente caixas com entrada pequena.. No local em que são depositados os ovos (câmara), ocorre o revestimento de penas de outras aves, pêlos provavelmente de bovino, suíno e eqüino e, grande quantidade de cabelos humanos. Os ovos, de 3 a 6, vermelho‐claros, densamente salpicados de vermelho‐escuro, com manchas cinza‐claras. Os pais se revezam nos cuidados com os filhotes. Hábitos: A corruíra pode destruir ovos de outras espécies de aves sem nem mesmo alimentar‐se deles. Este comportamento pode estar relacionado à eliminação de competidores de outras espécies. Distribuição Geográfica: Possui ampla distribuição, ocorrendo desde o Canadá até o sul da Argentina, Chile e em todo o Brasil.
Guia Didático de Aves |103
Nome do Popular: Fim‐fim
Nome do Táxon: Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766)
English Name: Purple‐throated Euphonia
Família: Fringillidae (Leach, 1820)
FIM‐FIM
O Fim‐fim é também conhecido como Fi‐fi‐verdadeiro e Vi‐vi. Habita a mata baixa e rala, o cerrado, a caatinga, cocais e matas serranas (região sudeste).
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte: Jo
rn Fjosne
104 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Mede 9,5cm de comprimento e pesa cerca de 8g (macho). Sua voz pode ser facilmente reconhecida: “di‐di”, “vi‐vi” (chamada de ambos os sexos). O canto é fraco, chilreado rápido podendo lembrar o de um pintassilgo. A fêmea é verde‐olivácea, de fronte amarelada e ventre esbranquiçado. Alimentação: Frugívoro e insetívoro. Reprodução: Atingem a maturidade sexual com cerca de 12 meses. Cada ninhada geralmente tem entre 2 e 5 ovos, tendo de 2 a 3 ninhadas por temporada. Os filhotes nascem após 15 dias. Hábitos: Habita a mata baixa e rala, o cerrado, a caatinga, cocais e matas serranas (região sudeste). Visita as áreas de vegetação mais densa na procura de insetos e frutos, sempre na parte alta da árvore ou arbustos maiores. Costuma movimentar‐se no meio da folhagem das copas, não se aproximando do chão na parte interna da ramagem. Distribuição Geográfica: Em todas as regiões do Brasil.
Guia Didático de Aves |105
Nome Popular: Garrinchão‐de‐bico‐grande
Nome do Táxon: Cantorchilus longirostris (Vieillot, 1819)
English Name: Long‐billed Wren
Família: Troglodytidae (Swainson, 1831)
GARRINÇHÃO‐DE‐BICO‐GRANDE
O garrinchão‐de‐bico‐grande é uma ave também conhecido como cambaxirra‐grande, corruíra‐açu, corruiraçu, coruuiruçu, framato(Ilha Grande, RJ),
gambacheira‐grande, garrincha‐de‐bico‐grande, garrincha‐açu e rouxinol(BA).
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte: W
ikiaves
106 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Tem asas e cauda finamente barradas de negro e barriga avermelhada e um bico extremamente longo, 25 milímetros. Som: Sonoro “djip‐djíp djó, djó, djó, djó” (canto territorial). Macho e fêmea entoam estrofes ligeiramente diversas. Usa “djo‐wíd”, “dwo‐doid” (chamada); “tcha‐tcha‐tcha”, “tcharrr” (advertência). Alimentação: É onívoro, em seu cardápio predominam artrópodes e suas larvas. Reprodução: Seu ninho é coberto, com acesso lateral e com um extenso puxado por cima da entrada. Além do ninho utilizado para procriar, constrói uma cestinha menos profunda e sem o puxado. Hábitos: Vive na orla da mata, densa mata secundária, caatinga e também costuma freqüentar manguezais. É de índole inquieta. Locomove‐se às vezes no solo pulando através da ramaria e da folhagem. Trai sua presença pelo rumor que faz remexendo e virando folhas secas a baixa altura ou no solo. Dorme no próprio ninho, às vezes o casal junto e até a família toda. O indivíduo pode fazer um pequeno ninho para dormir sozinho. Distribuição Geográfica: Ocorre do Nordeste, Piauí à Santa Catarina.
Guia Didático de Aves |107
Nome Popular: Guaracava‐de‐barriga‐amarela
Nome do Táxon: Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822)
English Name: Yellow‐bellied Elaenia
Família: Tyrannidae (Vigors, 1825)
GUARACAVA‐DE‐BARRIGA‐AMARELA
Possui os nomes comuns de maria‐é‐dia (SP), maria‐já‐é‐dia, bobo (MT,MS), caracutada (PE), cucuruta, cucurutado, guaracava (SP), guaracava‐de‐crista‐branca (PE), maria‐acorda, maria‐tola (MG) e marido‐é‐dia.. Possui topete
que só é eriçado quando a ave está excitada. Nem o topete nem a face apresentam faixas brancas. Seu canto lembra muito o do bem‐te‐vi e lhe dá nomes onomatopéicos como maria‐é‐dia e maria‐já‐é‐dia. Habitam quintais,
pomares, cafezais, cerrados e bordas de mata de quase todo o país.
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte:
Wik
iave
s
108 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Mede cerca de 16 cm. É a espécie mais corpulenta do grupo, também a de comportamentos mais chamativos. Em tamanho, é quase o dobro das seguintes, uma sensação sublinhada pelo comprimento da cauda. Alimentação: Muito ativas, movimentam‐se por áreas abertas e copas das matas, buscando invertebrados e pequenos frutos. Alimenta‐se principalmente de pequenos frutos como amora, erva‐de‐passarinho, magnólia‐amarela e figos‐benjamim, mas também come insetos como formigas, besouros, cigarrinhas e cupins voadores. Reprodução: Seu ninho é em forma de tigela funda de fibras vegetais e raízes finas, presa com firmeza sobre um galho horizontal e revestida por fora com uma camuflagem perfeita de líquens e cascas de árvores e a fêmea bota em média 2 ovos de cor creme com manchas vermelhas. Hábitos: Raramente descem ao solo. Passam a maior parte do tempo subindo às copas das árvores. Costumam empoleirar‐se em locais expostos, vivendo em casais ou pequenos grupos familiares. Durante o dia, possuem um canto característico, diferente das outras espécies desse gênero. Ele lembra o apito de um mestre de bateria de escola de samba. É emitido por uma das aves do casal e a outra imediatamente responde. Distribuição Geográfica: Ocorre do México à Bolívia e Argentina, e em todas as regiões do Brasil.
Guia Didático de Aves |109
Nome Popular:
Guaracava‐de‐topete‐uniforme Nome do Táxon:
Elaenia cristata (Pelzeln, 1868) English Name:
Plain‐crested Elaenia Família:
Tyrannidae (Vigors, 1825)
GUARACAVA‐DE‐TOPETE‐UNIFORME
A guaracava‐de‐topete‐uniforme é uma ave que possui os nomes comuns de cocuruta, curucutado‐topetudo, guaracava‐de‐topete, maria‐é‐dia e papa‐
enxeico (PE). A guaracava‐de‐topete‐uniforme não chama a atenção das pessoas, por ter cor discreta e canto pouco melodioso. Embora existam várias outras
espécies muito parecidas com ela, pode ser reconhecida pelo topete aparentemente “despenteado”, sempre erguido, e pelo canto alegre e
barulhento, que embora bastante característico, é difícil descrever com palavras. É vista sozinha ou em casais, sempre agitada, entre a copa das árvores, em
especial as que têm frutos.
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte: Izabela Lauren
tino
110 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Possui uma cauda pequena, o que aumenta a impressão de corpulência. As penas do alto da cabeça são mais longas e pontiagudas, mantidas um pouco eretas, o que dá a impressão de estar “despenteadaNa frente do olho, uma pequena área clara, e nas asas duas faixas também mais claras. Alimentação: Alimenta‐se mesclando insetos e frutos. Reprodução: As estações reprodutivas foram do início de setembro a meados de dezembro, com pico em outubro. Constrói ninhos abertos em forma de taça, com ovos branco gelo. O tamanho principal das ninhadas foi de dois ovos. O tempo médio de incubação foi 15 dias e de permanência dos filhotes no ninho de 16 dias. Hábitos: Vive nos cerrados, também de difícil observação pelo comportamento reservado e movimentos por dentro dos arbustos. Camufla‐se com facilidade. Distribuição Geográfica: A ocorrência de E. cristata vai desde o norte da América do Sul até Mato Grosso e São Paulo. Parecem ser parcialmente migratórias ou pelo menos nômades, porém há relatos de populações residentes durante todo o ano em áreas de cerrado.
Guia Didático de Aves |111
Nome Popular: Lavadeira‐mascarada
Nome do Táxon: Fluvicola nengeta (Linnaeus, 1766)
English Name: Masked Water‐Tyrant
Família: Tyrannidae (Vigors, 1825)
LAVADEIRA‐MASCARADA
A lavadeira‐mascarada também conhecida como lavadeira, noivinha, maria‐branca, maria‐lencinho, bertolinha ou pombinho‐das‐almas é uma ave
passeriforme sul‐americana pertencente a família dos tiranídeos.
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte: Jo
rn Fjosne
112 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Mede cerca de 16cm de comprimento. Sua coloração branca e preta é quase inconfundível. O macho possui as costas levemente mais escuras que a fêmea. A única outra ave que ocupa os mesmos habitats e que possui cores semelhantes é a freirinha, mas esta apresenta a maior parte do corpo negro com a cabeça branca e é também razoavelmente menor. Alimentação: Alimenta‐se de pequenos artrópodes que captura na lama das margens de rios, açudes, brejos e possilgas, de onde raramente se afasta. Reprodução: Seu ninho é feito de gravetos que são geralmente amontoados em árvores próximas a água. É comum ver estas aves em casais. Hábitos: O seu habitat é, preferencialmente, junto a rios ou lagoas. Vem frequentemente ao chão, mesmo barrento, em busca de alimento. É ave de espaços abertos. Distribuição Geográfica: A distribuição desta ave é curiosa, pois existem duas populações muito distantes, uma no leste brasileiro e outra no noroeste da América do Sul. A população brasileira, antigamente restrita a açudes e rios no Sertão e Agreste da região nordeste, está em expansão. A Mata Atlântica, que aparentemente representava uma barreira natural para esta espécie, foi perdendo espaço para pastagens e culturas que se assemelham mais ao semi‐árido do que à Floresta Umbrófila, possibilitando assim a expansão desta espécie. Outras explicações envolvem o aumento no número de rios represados no sudeste e mudanças climáticas. O fato é que esta simpática ave está sendo registrada cada dia mais ao sul. Na década de 90 foram feitos os primeiros registros da espécie no interior de São Paulo e hoje em dia já são registradas aves se reproduzindo em Santa Catarina.
Guia Didático de Aves |113
Nome Popular:
Papa‐formiga‐pardo Nome do Táxon:
Formicivora grisea (Boddaert, 1783) English Name:
White‐fringed Antwren Família:
Thamnophilidae (Swainson, 1824)
PAPA‐FORMIGA‐PARDO
O Papa‐formiga‐pardo é uma ave conhecida também como formigueiro‐pardo.
Passeriformes (Linné, 1758)
Font
e: W
ikiaves
114 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Mede cerca de 12,5 cm de comprimento. A plumagem dos dois sexos difere quanto à cor da parte inferior: preta no macho e bege‐amarronzada na fêmea. Alimentação: Procura insetos na folhagem da vegetação baixa. Reprodução: Faz ninho em forma de xícara, a partir de gramíneas trançadas, pendurando‐o pela borda em forquilhas. Põe 2 ovos brancos pontilhados de lilás e manchados de marrom. Hábitos: É comum em capoeiras novas com densos emaranhados de cipós e arbustos, campos sujos e bordas de florestas. Vive aos pares. Às vezes torna‐se difícil observá‐lo, por encontrar‐se em meio à vegetação densa. Distribuição Geográfica: Presente em duas regiões separadas: Na Amazônia, tanto ao norte, no Estado do Amapá, quanto ao sul do Rio Amazonas, do Maranhão em direção oeste até o Rio Madeira e ao sul até Goiás e Mato Grosso e; No leste do País, do Rio Grande do Norte até o Rio de Janeiro. Encontrado também no Panamá, Colômbia, Venezuela, Guianas e Bolívia.
Guia Didático de Aves |115
Nome Popular:
Pardal Nome do Táxon:
Passer domesticus (Linnaeus, 1758) English Name: House Sparrow
Família: Passeridae (Rafinesque, 1815)
PARDAL
O pardal tem sua origem no Oriente Médio, entretanto este pássaro
começou a se dispersar pela Europa e Ásia, chegando na América por volta de 1850. Sua chegada ao Brasil foi por volta de 1903 (segundo registros históricos), quando o então prefeito do Rio de Janeiro, Pereira Passos, autorizou a soltura deste pássaro proveniente de Portugal. Hoje, estas aves são encontradas em quase todos os países do mundo, o que lhe caracteriza como uma espécie
exótica e bioinvasora.
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte: Jo
rn Fjosne
116 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Estas aves medem aproximadamente 15 cm de comprimento (entre 14 e 16 cm), sendo sua envergadura de 19‐25 cm. Alimentação: Sua alimentação consiste de sementes, insetos, brotos de árvores e restos de alimentos deixados pelos seres humanos. Reprodução: O ninho é esférico com entrada lateral, feito de capins, penas, papel, algodões e outras fibras, excepcionalmente feito pelo macho. Ele é construído em cavidades e fendas afastadas do solo, em árvores, telhados, postes de iluminação pública e semáforos. Ninhos de outras aves também podem ser utilizados. Os 4 ovos cinzentos manchados são incubados pelo casal durante 12 dias. Os filhotes são alimentados com pequenos artrópodes e abandonam o ninho com cerca de 10 dias de idade, quando passam por uma dieta vegetariana. Com freqüência os filhotes retornam ao ninho para nele dormir, durante algum tempo. Hábitos: O pardal‐comum é bastante abundante ao longo do território, sendo geralmente ubíquo em zonas humanizadas, tanto em grandes cidades como em lugarejos habitados. Ocorre durante todo o ano, podendo formar bandos de grandes dimensões, especialmente em zonas agricultadas ou em dormitórios de parques urbanos. Distribuição Geográfica: Em todo território nacional.
Guia Didático de Aves |117
Nome Popular: Pipira‐preta
Nome do Táxon: Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783)
English Name: White‐lined Tanager
Família: Thraupidae Cabanis, 1847
PIPIRA‐PRETA
A Pipira‐preta é conhecida também como Encontro‐de‐prata.
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte: W
ikiaves
118 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Mede cerca de 18 cm de comprimento. O macho é preto‐brilhante e a fêmea é marrom. A pipira é também conhecida como encontro‐de‐prata devido às manchas brancas, em forma de dragonas, que o macho tem sob as asas e que ficam à mostra durante o vôo. Os filhotes são marrons Alimentação: Alimenta‐se de frutinhas, folhas, botões de flor e néctar, às vezes vai também ao solo, em busca de insetos. Acompanha bandos mistos de outros pássaros em busca de comida. Reprodução: Na época da reprodução, o macho exibe para a fêmea as manchas brancas que ele tem embaixo das asas, abrindo‐as e fechando‐as diante de um rival. Faz um ninho grosseiro, em formato de xícara, localizado em arbustos baixos. Põe de 2 a 3 ovos cor‐de‐ferrugem‐clara com pintas marrons chocados por 13 dias. Tem em média 2 ninhadas por estação. Hábitos: É localmente comum em clareiras, bordas arbustivas de florestas e outros locais com vegetação arbórea, principalmente em áreas úmidas e próximas à água, longe das cidades. Vive quase sempre aos pares, nos estratos baixo e médio da vegetação, raramente juntando‐se a bandos mistos. Boa voadora, é capaz de pairar no ar para apanhar um frutinha ou um inseto. Distribuição Geográfica: : Presente no Estado do Amapá e do Rio Tapajós ao Maranhão, em todo o Nordeste e, em direção sul, até o Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. Encontrada também na Costa Rica, Panamá, Colômbia, Venezuela, Guianas e Peru.
Guia Didático de Aves |119
Nome Popular: Pitiguari
Nome do Táxon: Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789)
English Name: Rufous‐browed Peppershrike
Família: Vireonidae (Swainson, 1837)
PITIGUARI
O pitaguari é uma ave também denominado popularmente de gente‐de‐fora‐vem, segundo a sonoridade de seu canto. Vive escondido na folhagem das árvores, sendo denunciado pela sua vocalização. Canta em todos os meses do ano, às vezes mais de uma hora seguida e, depois, cala‐se por algum tempo. Ocorre em grande parte do Brasil, exceto em pequena área da Amazônia
Ocidental.
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte: W
ikiaves
120 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Mede cerca de 16,5 cm, tem cabeça e bico desproporcionais ao corpo. O bico é todo acinzentado com leve tom róseo, de aspecto poderoso e terminando com uma ponta fina, virada para baixo, parece um bico de uma ave de rapina em um pássaro. As cores são únicas, com a cabeça e nuca acinzentadas, uma nítida e característica faixa marrom avermelhada sobre os olhos (laranja escuro nos adultos, marrom uniforme nos juvenis). Alimentação: Alimenta‐se de invertebrados apanhados no meio da vegetação, onde é surpreendente como esconde‐se bem. Vistoria as folhas cuidadosamente, às vezes penetrando nos emaranhados mais densos. Apanha lagartas grandes, maiores do que se imaginaria, pelo seu porte. Mata as presas com o bico forte e batendo‐as contra os galhos. Ainda alimenta‐se de larvas e pequenos frutos. Reprodução: Vivem em casais, os machos ligeiramente maiores do que as fêmeas, mas é necessário observá‐los juntos para conseguir determinar o sexo. O ninho é bem preso numa forquilha de árvores com auxílio de teias de aranha. Nele são postos os ovos branco‐avermelhados com salpicos roxos e brancos. O macho e a fêmea revezam‐se na incubação. Hábitos: Vive na borda de matas, capoeiras, capões nas caatingas, parques e jardins. Fora do período reprodutivo, pode passar despercebido, enquanto vistoria a folhagem. Pousa na parte externa das árvores, a plena luz. Acostuma‐se a ambientes criados por ação humana. Distribuição Geográfica: Do Nordeste ao Sul do Brasil.
Guia Didático de Aves |121
Nome Popular: Sabiá‐barranco
Nome do Táxon: Turdus leucomelas (Vieillot, 1818)
English Name: Pale‐breasted Thrush
Família: Turdidae (Rafinesque, 1815)
SABIÁ‐BARRANCO
O sabiá‐do‐barranco é o sabiá mais comum do interior do Brasil, especialmente em regiões de cerrado. Também chamado de sabiá‐barranqueira, capoeirão, sabiá‐pardo ou ainda sabiá‐branco. Vive à beira de matas, parques, matas de
galeria, coqueirais e cafezais.
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte: Jo
rn Fjosne
122 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Pontos marrons no peito e barriga. Pontos marrons no peito e barriga. Mede cerca de 22‐23 cm. Não apresenta dimorfismo sexual, sendo sua diferenciação feita apenas pelo canto, que é característica dos machos. Alimentação: Alimenta‐se, basicamente de minhocas e artrópodes. Assim como outros sabiás revira as folhas caídas em busca de pequenos invertebrados e também se alimenta de pequenos frutos. Reprodução: Como outros sabiás, constrói um ninho apoiado em galhos ou forquilhas, às vezes em alpendres e varadas de casas, usando uma mistura de barro, raízes e folhas na parte externa. Forma uma pequena torre e na parte superior fica a tigela funda de material vegetal mais macio. A fêmea choca de 2 a 4 ovos. O ninho é uma tigela funda, feita com raízes entrelaçadas e com barro entre elas; na orla e no interior não é empregado o barro. Costuma ter de 4 a 4 ninhadas por temporada. Hábitos: Comum em todas as matas ciliares, matas secas, cambarazais e cerradões. Utiliza os capões de cerrado e cruza áreas abertas em vôos diretos a meia altura. Acostuma‐se com ambientes criados pela ação humana, como jardins, pomares e áreas urbanas bem arborizadas. Canta somente na primavera, época em que acasala. Durante o resto do ano só emite vocalizações de alerta, especialmente ao entardecer quando disputam os melhores poleiros para passar a noite. Distribuição Geográfica: Região Amazônica e também Espírito Santo, Bahia e Minas Gerais. No Rio de Janeiro é mais comum nas serras.
Guia Didático de Aves |123
Nome Popular: Saí‐azul
Nome do Táxon: Dacnis cayana (Linnaeus, 1766)
English Name: Blue Dacnis
Família: Thraupidae (Cabanis, 1847)
SAÍ‐AZUL
O saí‐azul é uma ave também conhecido como saí‐bico‐fino e saí‐bicudo.
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte: Jo
rn Fjosne
124 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Mede aproximadamente 13 cm de comprimento e pesa, em média, 16 gramas. Apresenta acentuado dimorfismo sexual: o macho é azul e negro, com as pernas vermelho‐claras, enquanto a fêmea é verde, com a cabeça azulada e pernas alaranjadas. Seu canto é um gorjear fraco. Alimentação: Alimenta‐se de néctar, insetos e frutas. Aprecia os frutos da Tapiá ou Iricuruna (Alchornea glandulosa). Reprodução: O ninho é uma taça profunda, feita de fibras finas, entre as folhas externas de uma árvore. A construção do ninho é tarefa da fêmea, que é protegida pelo macho contra intrusos. Os 2 ou 3 ovos são esbranquiçados ou branco‐esverdeados com manchas cinza‐claras e são incubados pela fêmea. Durante este período ela é, às vezes, alimentada pelo macho. Os filhotes são alimentados pelo casal e permanecem no ninho cerca de 13 dias. Costuma ter de 2 a 4 ninhadas por temporada. Hábitos: É comum em bordas de florestas, capoeiras arbóreas, campos com árvores esparsas, florestas secas e de galeria. Vive normalmente aos pares ou em pequenos grupos, procurando insetos ativamente na folhagem ou alimentando‐se de frutos em árvores e arbustos. Vive à beira da mata em várias altitudes, copas de mata alta. Distribuição Geográfica: Ocorre em todas as regiões do Brasil. Encontrado também de Honduras ao Panamá e em quase todos os países da América do Sul, com exceção do Chile e Uruguai.
Guia Didático de Aves |125
Nome Popular: Saíra‐amarela
Nome do Táxon: Tangara cayana (Linnaeus, 1766)
English Name: Burnished‐buff Tanager
Família: Thraupidae (Cabanis, 1847)
SAÍRA‐AMARELA
A Saíra‐Amarela é uma ave também é conhecida popularmente pelos nomes Saí‐de‐Asas‐Verdes, Saí‐Amarelo e Saíra‐Cabocla.
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte: W
ikiaves
126 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: O macho possui uma plumagem de coloração amarelo‐prateada e uma notável máscara negra, que se estende pela garganta e passa pelo meio de toda a barriga. A fêmea é mais pálida e não possui a máscara de cor negra. Em ambos os sexos as asas apresentam uma coloração verde brilhante. Pesa cerca de 20g e mede 15 cm. Alimentação: Essa Saíra se alimenta de frutos e insetos como cupins e vespas. Costuma freqüentar comedouros e árvores com frutos maduros, como a Aroeira‐Vermelha (Schinus terebinthifolia) e Magnólias (Magnolia spp). Reprodução: O ninho, em forma de taça aberta, é feito com folhas, raízes e capins e envolto por finas raízes. Ele é colocado em ramos com folhas no solo, em árvores baixas e isoladas. A postura consta normalmente de 2 ou 3 ovos. Os ovos são esbranquiçados, azul‐pálidos ou branco‐pardos com manchas pardas num dos pólos. A fêmea, embora auxiliada pelo macho, é a responsável pela maior parte da construção do ninho, incuba os ovos e aquece os filhotes. Durante este período o macho permanece nas proximidades do ninho e alguns podem alimentar a fêmea. O macho auxilia também na alimentação dos filhotes. Hábitos: Habita matas abertas e ciliares, áreas cultivadas, parques e jardins. Esta saíra vive aos pares ou em pequenos grupos. Distribuição Geográfica: A espécie é dividida em dois grupos: cayana e flava. O grupo cayana ocorre na região norte da Amazônia, nos seguintes paises: Brasil, Suriname, Guiana Francesa, Guiana, Venezuela e Colômbia. O grupo flava ocorre na maior parte do Brasil. É encontrado nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro‐Oeste. Também ocorre no Paraguai e no norte da Argentina. Ocorrem algumas populações isoladas no Peru e na Bolívia. Pela ampla área de distribuição e quantidade de indivíduos registrados, essa espécie é considerada como Pouco Preocupante (LC) de extinção na natureza.
Guia Didático de Aves |127
Nome Popular: Sanhaço‐cinzento Nome do Táxon:
Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766) English Name: Sayaca Tanager
Família: Thraupidae (Cabanis, 1847)
SANHAÇO‐CINZENTO
O sanhaçu‐cinzento é uma ave também conhecido como sanhaçu‐do‐mamoeiro, é uma das aves mais comuns do país, conhecida pelo de realizar
acrobacias quando na disputa por frutas com outros pássaros.
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte: Jo
rn Fjosne
128 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Com tamanho aproximado de 18 cm, tem o corpo cinzento, ligeiramente azulado, com as partes inferiores um pouco mais claras. A cauda e as pontas das asas são azuis‐esverdeadas, porém pouco contrastantes. Os imaturos são esverdeados. Pode ser confundido com o sanhaçu‐de‐encontro‐azul, porém o último é muito mais azulado, especialmente no encontro da asa e também possui o bico maior. É sem dúvida o sanhaçu mais comum em nosso país. Tem um canto longo, entrecortado pelo som de notas altas e baixas. Alimentação: Frutos, folhas, brotos, flores de eucalipatos e insetos, entre estes os alados de cupim (“aleluias” ou “sirirís”) capturados em vôo. Vive normalmente na copa das árvores em busca dos frutos maduros, mas é intrépido o suficiente para apanhar também os caídos: preferindo até os que já estejam infestados de larvas; desfrutando‐os com outras aves, como saíra‐amarela e o sabiá‐da‐praia. Reprodução: O ninho, construído pelo casal é compacto, feito de pequenas raízes, musgos e pecíolos foliares, com um diâmetro externo de cerca de 11 cm. Fica escondido na vegetação densa, numa forquilha de árvore, em alturas variáveis. A fêmea põe de 2 a 3 ovos e é responsável pela incubação . O casal alimenta os filhotes, que deixam o ninho após 20 dias de idade. Hábitos: Quando um macho apronta‐se para agredir outro, seu canto torna‐se rouco e monótono. Anda quase sempre em casais ou pequenos bandos. Também é visto junto com outra espécie de sua família, como o sanhaçu‐do‐coqueiro, cujo canto é bem parecido. Distribuição Geográfica: Ocorre nas regiões tropicais e subtropicais ao sul da Amazônia e a leste dos Andes.
Guia Didático de Aves |129
Nome Popular:
Sebinho‐de‐olho‐de‐ouro Nome do Táxon:
Hemitriccus margaritaceiventer (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837)
English Name: Pearly‐vented Tody‐tyrant
Família: Tyrannidae (Vigors, 1825)
SEBINHO‐DE‐OLHO‐DE‐OURO
Pássaro pequeno do interior da vegetação arbustiva ou do subosque de matas ciliares, cerradões, matas secas e cerrados.
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte: W
ikiaves
130 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Vive solitário ou em casais, caçando invertebrados na parte interna das galhadas e sob as folhas. A silhueta destaca‐se pela cabeça relativamente grande em relação ao corpo, com a cauda longa e fina. Muitas vezes está com as penas do corpo eriçadas, parecendo uma bola. Alimentação: Alimentam‐se de frutas e insetos. Reprodução: Em muitas aves, algumas aparticularidades, como a biologia reprodutiva, são pouco conhecidas. Hábitos: Florestas secas tropicais ou subtropicais, florestas subtropicais ou tropicais húmidas de baixa altitude e matagal árido tropical ou subtropical. Distribuição Geográfica: Pode ser encontrada nos seguintes países: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
Guia Didático de Aves |131
Nome Popular:
Suiriri Nome do Táxon:
Tyrannus melancholicus (Vieillot, 1819) English Name:
Tropical Kingbird Família:
Tyrannidae (Vigors, 1825)
SUIRIRI
Quase tão conhecido como o bem‐te‐vi, é encontrado em todo o Brasil. Adapta‐se até aos maiores conglomerados urbanos, desde que haja alguma arborização.
Seu nome popular, de origem onomatopéica, origina‐se de sua vocalização “si‐ri‐ri”.
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte: Jo
rn Fjosne
132 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Costuma ficar pousado em poleiros expostos, seja na parte alta da mata, seja em arbustos. Usa também fios, cercas e estruturas criadas pela ação humana. Abaixo do cinza, as penas do alto da cabeça são quase vermelhas, uma característica visível só quando eriçam o topete em suas disputas territoriais. O canto mais emitido é uma forte risada aguda, responsável pelo nome comum. Alimentação: A partir do poleiro, realiza um vôo de poucos até dezenas de metros, em todas as direções, apanhando a presa no ar. Classicamente, retorna ao local de origem para consumi‐la, muitas vezes batendo fortemente no galho para matar ou estonteá‐la. Além de insetos, alimenta‐se de frutos, esses últimos muito consumidos por aves em migração. Reprodução: Em muitas aves, algumas particularidades, como a biologia reprodutiva, são pouco conhecidas. Hábitos: Vive solitário ou em casais, muito agressivos entre si. Cantam freqüentemente do final madrugada ao início da noite, geralmente pousados em fios, antenas, mourões de cerca ou nos galhos mais altos das árvores, o que amplia seu campo de visão para a captura de insetos, defesa da prole, etc. Distribuição Geográfica: A população argentina, do Uruguai, grande parte do Paraguai, do extremo sudeste boliviano e do sul do Brasil é migratória, indo para a Amazônia a partir de março/abril. Retornam em outubro, passando pelo Pantanal em abril/maio e em setembro/outubro. Pode ser visto no meio de São Paulo ou Rio de Janeiro, por exemplo. A população do sul do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai (parte) é completa ou parcialmente migratória
Guia Didático de Aves |133
Nome Popular: Suiriri‐cavaleiro
Nome do Táxon: Machetornis rixosa (Vieillot, 1819)
English Name: Cattle Tyrant
Família: Tyrannidae (Vigors, 1825)
SUIRIRI‐CAVALEIRO
O suiriri‐cavaleiro é uma ave que recebe também os nomes comuns de bem‐te‐vi‐cabeça‐de‐estaca, bem‐te‐vi‐carrapateiro (BA), bem‐te‐vi‐coroa, bem‐te‐vi‐de‐coroa, bem‐te‐vi‐do‐gado, cavaleiro, monta‐cavalo, suiriri e suiriri‐do‐campo (RS). Vive em paisagens abertas, campos de
cultura e parques nas cidades.
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte: Jo
rn Fjosne
134 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: O peito é amarelo, a garganta clara, a cabeça cinza e as partes superiores marrons. Mede cerca de 18cm. Alimentação: Como o próprio nome diz, o comportamento mais conhecido do suiriri‐cavaleiro é o seu hábito de seguir bois, antas, capivaras e outros mamíferos grandes para capturar carrapatos e outros parasitas sobre estes animais ou para apanhar os insetos espantados por eles enquanto caminham. Reprodução: Constrói um ninho de gravetos a cerca de 4 m do solo, mas eventualmente pode ocupar o ninho abandonado do joão‐de‐barro (Furnarius rufus). Os ovos, brancos ou cor de creme, são incubados pelo casal. Hábitos: O suiriri‐cavaleiro é fácil de ser identificado pelos seus hábitos, especialmente por passar a maior parte do tempo no solo, andando de uma forma que lembra muito o joão‐de‐barro (família Furnariidae), enquanto os outros tiranídeos com os quais pode ser confundido são mais arborícolas. Distribuição Geográfica: Ocorre na região centro‐leste do Brasil, distribuindo‐se desde a Venezuela até a Bolívia, Argentina e Uruguai. É migratório no sul do Brasil.
Guia Didático de Aves |135
Nome Popular: Vite‐vite‐de‐olho‐cinza
Nome do Táxon: Hylophilus amaurocephalus
(Nordmann, 1835) English Name:
Gray‐eyed Greenlet Família:
Vireonidae (Swainson, 1837)
VITE‐VITE‐DE‐OLHO‐CINZA
É um grupo de aves pequenas a médias onde que em muitas espécies, algumas particularidades são pouco conhecidas.
Passeriformes (Linné, 1758)
Fonte: W
ikiaves
136 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: Peito amarelado com dorso esverdeado e no topo da cabeça com de telha. Variam em torno de 10cm e 8 gramas. Alimentação: Todos os membros desta família comem frutas, mas principalmente insetos e outros artrópodes. Pegam suas presas em folhas e ramos e às vezes, em vôo, poucos pegam a partir do solo. Reprodução: Os ninhos normalmente são desconhecidos, os que são conhecidos, pendem dos galhos e as fêmeas fazem a maior parte da incubação. Hábitos: São encontrados em florestas secas tropicais ou subtropicais, florestas subtropicais ou tropicais húmidas de baixa altitude, matagal árido tropical ou subtropical e florestas secundárias altamente degradadas. Distribuição Geográfica: Pode ser encontrada nos seguintes países: Bolívia e Brasil.
Guia Didático de Aves |137
Nome Popular: Coruja‐buraqueira Nome do Táxon:
Athene cunicularia (Molina, 1782) English Name: Burrowing Owl
Família: Strigidae (Leach, 1820)
CORUJA‐BURAQUEIRA
A Coruja‐buraqueira embora seja capaz de cavar seu próprio buraco, prefere os buracos abandonados de outros animais, é uma coruja terrícola e de hábitos diurnos embora tendam a evitar o calor do meio‐dia. Também são conhecidas pelos nomes de caburé‐de‐cupim, caburé‐do‐campo, coruja‐barata, coruja‐do‐
campo, coruja‐mineira, corujinha‐buraqueira, corujinha‐do‐buraco, corujinha‐do‐campo, guedé, urucuera, urucuréia e urucuriá.
Strigiformes (Wagler, 1830)
Fonte: Jo
rn Fjosne
138 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Características: A cabeça é redonda e os olhos estão dispostos lado a lado, num mesmo plano. As sobrancelhas são brancas e os olhos amarelos. Ave de pequeno porte, seu tamanho médio é de 23 cm. Vivem no mínimo 9 anos em habitat selvagem e 10 em cativeiro. Alimentação: Alimenta‐se principalmente de insetos, mas pode caçar pequenos roedores, répteis, anfíbios e até pássaros pequenos. Reprodução:.O casal se reveza, alarga o buraco, cava uma galeria horizontal usando os pés e o bico e por fim forra a cavidade do ninho com capim seco. As covas possuem, em torno de 1,5 a 3 m de profundidade e 30 a 90 cm de largura. Ao redor acumula estrume e se alimenta dos insetos atraídos pelo cheiro. Botam, em média de 6 a 11 ovos. Hábitos: Coruja terrícola, tem hábitos diurnos e noturnos, mas é ativa, principalmente durante o crepúsculo, quando faz uso de sua ótima audição. Costumam viver em campos, pastos, restingas, desertos, planícies, praias e aeroportos. Distribuição Geográfica: Ocorre do Canadá à Terra do Fogo, bem como em quase todo o Brasil com exceção da bacia Amazônica.
Guia Didático de Aves |139
CURIOSIDADES
As aves surgiram na época em que os dinossauros dominavam o planeta. Aliás, foi a partir de um grupo de dinossauros que elas evoluíram.
Existiam répteis voadores chamados pterodáctilos, mas não foram estes que
deram origem às aves, mas sim um grupo que caminhava sobre o solo.
O fóssil do arqueoptérix (ave primitiva) representa a ave mais primitiva de que se
tem conhecimento.
Metade ave, metade réptil, possuía o corpo recoberto por penas, sendo esta uma
das características mais marcantes das aves.
Ele tinha características de répteis, como a boca com dentes, ossos pesados e
uma longa cauda.
Durante a evolução do grupo das aves, foram surgindo adaptações específicas
para o vôo, principalmente, tornando‐as mais leves.
Em todo o mundo existem mais de 8.500 espécies de aves.
O Brasil possui mais de 1.500.
140 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Nem todas as aves voam, algumas espécies como a ema e a avestruz, correm com muita velocidade.
Já o ganso e o cisne têm a capacidade de nadar.
A menor ave conhecida é o besourinho de Cuba, um colibri que pesa 1,6 gramas,
e a maior é a avestruz que chega a pesar até 125 quilos.
Aves são animais vertebrados, com quatro membros, sendo assim considerados
tetrápodes.
Os dois membros anteriores são modificados em asas, que são usadas para voar
pela maioria dos grupos.
Os dois membros posteriores (pés) são utilizados para andar, correr e nadar.
Por possuírem dois pés, são chamadas de bípedes.
Os pés normalmente apresentam quatro dedos que são recobertos por uma pele
córnea.
Seus ossos são resistentes, mas delicados, sendo em alguns casos ocos e por isso
chamados de pneumáticos.
A temperatura corporal é igual a dos mamíferos sendo chamados de
homeotermos, que quer dizer “sangue quente”.
Guia Didático de Aves |141
Os pássaros constroem seus ninhos de muitos modos diferentes e com todo tipo de material: palha, capim, gravetos, barro etc. Usam o bico como ferramenta pra construir. Escolhem os materiais e depois juntam tudo, fazendo um ninho bem
aconchegante.
Um pássaro da orla marítima chamado Fulmar é capaz de cuspir um óleo amarelo e fedorento contra os intrusos no seu ninho. Este pássaro tem uma
pontaria fenomenal até cerca de 1,5 metros do intruso. Os Fulmares até cheiram tão mal como o óleo que cospem.
Os ovos de um Fulmar que se encontram num museu à mais de 100 anos, ainda contêm o seu cheiro. Os Fulmares vivem no Ártico, Inglaterra, Califórnia e no
Japão.
O joão‐de‐barro aprende a identificar a direção do vento ao longo de sua vida. Na época de reprodução, o pássaro constrói seu ninho na direção contrária ao
vento para que a fêmea e os filhotes fiquem protegidos da chuva e das ventanias. Constrói o seu ninho em 3 a 5 dias com barro e saliva, chegando a realizar de 500
a 2000 viagens para carregar o material necessário. Mais de 3,5 milhões de pássaros morrem todos os anos ao chocarem contra
janelas.
Foram os porcos que mataram e extinguiram o pássaro Dodo.O último Dodo
morreu em 1681.
142 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
O pica‐pau não fica com dor de cabeça de tanto bicar as árvores, pois a cabeça dessa ave tem pequenas bolsas de ar que amortecem o impacto das batidas no
crânio.
É capaz de dar 100 bicadas por minuto numa árvore e a velocidade do impacto alcança até 21 quilômetros por hora. Ele coloca a língua no buraco aberto para apanhar larvas de insetos embaixo da casca da árvore. Como seu ouvido é muito apurado, na maior parte das vezes localiza as larvas pelo som, furando a árvore
no ponto certo.
A Amazônia contém cerca de 25% das espécies de pássaros existentes no mundo.
Provavelmente trouxeram o pardal de Portugal em 1908, pois nessa época havia
uma epidemia de febre amarela no Brasil e acreditava‐se que essas aves comeriam os mosquitos transmissores da doença. Ainda não se sabia que eles comem apenas grãos e sementes. O pássaro se adaptou às cidades porque era
onde havia mais comida.
As corujas são o único pássaro que consegue ver a cor azul, e também são os únicos com visão estereoscópica (capacidade de focar os dois olhos ao mesmo
tempo num alvo).
No Pantanal existem cerca de 714 espécies de aves. Sendo considerado o
ecossistema mais diversificado em aves no mundo.
Guia Didático de Aves |143
Qual é a ave que só tem dois dedos? Porquê? A Avestruz‐africana, porque é uma adaptação para correr. Todas as outras aves
tem 3 ou 4 dedos.
Que ave pôs o maior ovo encontrado?
A Ave‐elefante de Madagáscar, já extinta. Os seus ovos pesavam até 12.2 kg e mediam 38 x 30.4 cm.
Qual a ave que suporta temperaturas mais baixas?
O Pinguim‐imperador. Durante o inverno a temperatura desce até ‐45ºC, mas pode descer muito mais se o vento for muito forte.
Qual a ave existente que tem a maior envergadura de asa?
O Albatroz‐errante. A maior envergadura de asa é de 3.6 metros
Que ave tem o maior bico?
O Pelicano‐branco australiano. O seu bico pode chegar aos 48.3 cm
Que ave nidifica mais perto do Pólo Norte?
Provavelmente a Gaivota de marfim, que nidifica até à latitude 85ºN.
Qual é a ave que corre mais rápido?
A Avestruz. A sua velocidade média é de 48 km/h, mas pode chegar facilmente até aos 73 km/h. Pequenas corridas até 97 km/h foram registadas.
144 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Qual é a ave com mais penas? O Cisne‐da‐tundra tem 25216 penas, 80% das quais na cabeça e pescoço.
Qual é a ave com menos penas?
O Colibri‐de‐garganta rubi com 940 penas.
Que ave pôe o maior ovo relativamente ao seu tamanho?
O Kiwi‐malhado‐pequeno da Nova Zelândia. O seu ovo de 255 g pesa 25% do peso da fêmea de 1.2 kg.
Que ave tem as penas mais longas?
A Galinha‐de‐Yokohama. As penas de cobertura da cauda podem crescer até 10.7 m.
Quais os dois grupos de aves com os menores bicos?
As andorinhas e os noitibós.
Que ave tem o menor bico?
O bico da “Glossy Swiftlet” é o mais pequeno, com 4.0 mm.
As aves tem esqueletos que pesam menos que as suas penas?
Sim, algumas espécies. A Águia‐careca tem um esqueleto de 275 g e 600 g de penas.
Que ave pôe o menor ovo em relação ao seu tamanho? A Avestruz. O seu ovo é apenas 1.5% do peso da fêmea
Guia Didático de Aves |145
Qual é a única ave que voa por cima do Pólo Sul? O Moleiro‐do‐pólo‐sul.
Qual é a ave selvagem que vive mais tempo?
Uma fêmea do Albatroz‐real‐do‐norte que foi anilhada como ave adulta a nidificar em 1937. Como estas aves só começam a nidificar com sete anos, em
1990 já tinha um mínimo de 60 anos.
Que animal tem a mais longa migração anual?
A Gaivina‐do‐ártico nidifica no Ártico e inverna na Antártida, fazendo uma viagem anual de 35.405km.
As Avestruzes adultas conseguem nadar?
Sim
Que aves constroem os maiores ninhos no chão?
Os megápodes do velho mundo. O maior ninho encontrado pesava cerca de 300 toneladas de resíduos de árvores, media 11 m e tinha 4.9 m de altura.
Que ave tem o maior bico em relação ao seu tamanho?
Existe um colibri cujo bico tem mais de 10 cm de comprimento, sendo ainda maior do que o comprimento do corpo.
Qual é a mais pequena ave do Mundo?
O macho do Colibri‐abelheiro, existe em Cuba e mede somente 5,7 cm de
146 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
comprimento e pesa 1,6 gramas.
Onde foi que o maior número de espécies de aves exóticas foi introduzido?
Foi no Hawaii, onde pelo menos 162 espécies de aves exóticas foram introduzidas.
Que ave faz o seu ninho mais alto?
A Gralha‐de‐bico‐amarelo existe na cordilheira dos Himalaias entre 4.572 e 6.069 metros durante todo o ano, mas já foi observada a 8.230 metros.
Qual foi a maior idade registada para uma ave?
Uma cacatua macho foi adquirida pelo jardim zoológico de Londres em 1925, de um indivíduo que dizia a ter comprado no princípio do século, o que faz com que a ave tivesse 80 anos quando morreu em 1982. Um condor‐dos‐Andes no jardim
zoológico de Moscovo morreu com 77 anos.
Excluindo espécies exóticas, qual é o pássaro que tem a maior distribuição?
A Andorinha‐das‐chaminés.
Que aves têm o maior período de incubação dos seus ovos?
Algumas espécies de albatrozes e o Kiwi‐castanho. Todos incubam os seus ovos durante 78‐85 dias.
Os olhos das aves são ao lado da cabeça para que vejam rapidamente um possível predador.
Guia Didático de Aves |147
O pica‐pau pode dar cem bicadas por minuto numa árvore.
A cabeça do pica‐pau tem pequenas bolsas de ar que amortecem o impacto das batidas no crânio.
O passarinho consegue sair do ovo porque ele nasce com um dentinho especial para quebrar a casca. Demora dois dias para ele quebrá‐la. Depois disso ele
perde esse dentinho.
Os pássaros fazem uma formação em V no céu para economizar energia. Aqueles que estão na frente reduzem a resistência do ar para os outros. Quando o líder se
cansa, ele é substituído por outro mais descansado.
O beija‐flor bate as asas noventa vezes por segundo, quatro vezes mais rápido que uma libélula. Ele voa de frente, de costas e até de ponta‐cabeça. Procura
néctar em 2 mil flores todos os dias.
Ao nascer, o galo canta bem alto para avisar o galinheiro que continua vivo e no comando. O “cocoricó” tem a função de assustar qualquer desafiante. É o jeito que ele encontrou para controlar seu território. Geralmente, o galinheiro tem um
único galo, pois só um sobrevive á disputa pela liderança.
Num único dia, uma andorinha come 2 mil moscas.
Os cisnes entrelaçam os pescoços quando estão namorando ou brigando.
148 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
A avestruz pode medir 1,80 a 2,50 metros de altura – o mesmo tamanho de um camelo.
A avestruz é uma ave corredora que vive na África. Faz 80km/h. Outras aves que
não voam: ema, pingüim e casuar.
O maior ovo é o da avestruz, que mede de quinze a vinte centímetros, pesa 1,2 quilo, o equivalente a duas dúzias de ovos de galinha. O menor ovo é o do beija‐
flor que pesa 1,2 centímetro.
O vocabulário do papagaio nunca chega a ter mais do que vinte palavras.
Guia Didático de Aves |149
REFERÊNCIAS
INSTITUTO DE DEFESA DO MEIO AMBIENTE DO RIO GRANDE DO NORTE. Zoneamento ecológico‐econômico dos estuários do estado do Rio Grande do Norte. Natal: IDEMA/FUNPEC. 2006. INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E MEIO AMBIENTE ‐ IDEMA. Zoneamento Ecológico‐Econômico dos Estuários do Rio Grande do Norte. Síntese Dos Estudos Realizados No Estuário De Guaraíras. Coordenadoria do Meio Ambiente. Subcoordenadoria de Gerenciamento Costeiro. 2006. Marini, M. A.; Pereira, M. F.; Oliveira, G. M.; Melo, C. Novos registros de ninhos e ovos de três espécies de aves do Brasil Central. Ararajuba 5: 244‐245. 1997. MMA – Ministério do Meio Ambiente. 2003. Lista das espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção. Instrução Normativa n° 3, de 27 de maio de 2003. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 28 de maio de 2003. Rizzini, C. T. Tratado de fitogeografia do Brasil: aspectos ecológicos, sociológicos e florísticos. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural Edições Ltda. 1997. Salgado, O. A.; Jordy Filho, S.; Gonçalves, L. M. C. Vegetação: as regiões fitoecológicas, sua natureza e seus recursos econômicos, estudo fitogeográfico,
150 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
p. 485‐544. In: Brasil. Ministério das Minas e Energia. Projeto RADAM BRASIL. Folhas SB. 24/25 Jaguaribe/Natal. Rio de Janeiro. 1981. Sick, H. Ornitologia brasileira: uma introdução. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira. 1997. ALMEIDA, A.C.C. & D.M. TEIXEIRA. Notas sobre algumas espécies do gênero Picumnus no nordeste extremo do Brasil (Aves, Picidae). p. 41 In: Resumos III Congresso Brasileiro de Ornitologia. Universidade Católica de Pelotas, Pelotas, RS. 1993. ALVARENGA, H.M.F. Novos registros e expansões geográficas de aves no leste do estado de São Paulo. Ararajuba 1: 115‐117. 1990. ANTAS, P.T.Z. Nidificação da rolinha‐mirim Columbina minuta no chão na região de Pedro Avelino – RN. p. 343 In: Resumos X Congresso Brasileiro de Zoologia. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG. 1983. IHERING, H. Novas contribuições a Ornitologia do Brasil. Revista do Museu Paulista 9: 411‐448. 1914. IHERING, H. & R. IHERING. As aves do Brasil. Museu Paulista, São Paulo, SP. (Catálogos da Fauna Brasileira, v. 1). 1907.