grupo pbf 2008.2
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JOÃO PESSOA 2008 GRUPO OPERATIVO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA Céres Bandeira Daniela Brito Kelly Magalhães Mickella Farias Silvia Bastos Pedro José Cruz Relatório do grupo operacional PBF do projeto de extensão Práticas Integrais da Nutrição na Atenção Básica em Saúde (PINAB), coordenado pela professora Ana Cláudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos, do Departamento de Nutrição da Universidade Federal da Paraíba, apresentado a PRAC, CCS e DN/UFPB.TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO
PROJETO PRÁTICAS INTEGRAIS DA NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE
GRUPO OPERATIVO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA
JOÃO PESSOA
2008
Céres Bandeira
Daniela Brito
Kelly Magalhães
Mickella Farias
Silvia Bastos
Pedro José Cruz
JOÃO PESSOA
2008
Relatório do grupo operacional PBF do
projeto de extensão Práticas Integrais da
Nutrição na Atenção Básica em Saúde
(PINAB), coordenado pela professora Ana
Cláudia Cavalcanti Peixoto de
Vasconcelos, do Departamento de Nutrição
da Universidade Federal da Paraíba,
apresentado a PRAC, CCS e DN/UFPB.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................4
2 OBJETIVOS..........................................................................................................7
3 METODOLOGIA....................................................................................................8
4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.......................................................................10
5 DISCUSSÃO, REFLEXÕES E ENCAMINHAMENTOS......................................13
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................16
REFERÊNCIAS......................................................................................................17
1 INTRODUÇÃO
O Projeto Práticas Integrais da Nutrição na Atenção Básica em Saúde -
PINAB é uma prática de extensão popular em saúde vinculada ao Departamento
de Nutrição da Universidade Federal da Paraíba. Atua na Unidade de Saúde da
Família (USF) Vila Saúde e na Escola Municipal Augusto dos Anjos, ambas
localizadas no bairro do Cristo Redentor, no município de João Pessoa - PB. Teve
início em julho de 2007, coordenado pela professora do Departamento de Nutrição
Ana Claudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos e os nutricionistas Ingrid D’Ávila
Pereira e Pedro José Cruz, e Ellen Rangel, apoiadora técnica do Projeto.
O PINAB é uma prática pedagógica que busca a articulação entre o
conhecimento acadêmico e o conhecimento popular, sensibilizando todos os
envolvidos neste processo para a importância da responsabilidade e compromisso
social da universidade, dos profissionais de saúde e das classes sociais. Por meio
de atividades pautadas na Educação Popular, desperta nos estudantes a
inquietação frente à realidade social observada na comunidade, a reflexão sobre o
seu papel nesta realidade, bem como o seu papel na garantia pela eficiente
execução e planejamento de políticas públicas em saúde, como as leis que regem
o Sistema Único de Saúde e a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional
(LOSAN).
No Projeto atuam vinte e cinco estudantes, divididos em grupos operativos
como Idosos, Gestantes, Escola, Programa Bolsa Família e Mobilização Popular.
Todos os grupos trabalham com três eixos que norteiam e integram suas ações:
atividades coletivas, visitas domiciliares e aconselhamento dietético individual.
O presente relatório sistematiza a experiência vivenciada pelo grupo
operativo Programa Bolsa Família (PBF) do PINAB, composto por cinco
integrantes, no período de 22/05/08 à 12/09/08. Objetiva-se a partir deste relato,
registrar as ações que já foram desenvolvidas pelo grupo no sentido de contribuir
com o trabalho a ser desenvolvido pelas/os extensionistas do Projeto no próximo
semestre.
O Agente Comunitário de Saúde e o Programa Bolsa Família
O PBF foi implantado pelo governo federal brasileiro em outubro de 2003
com a perspectiva de combater a pobreza e a fome no país e promover inovações
no padrão histórico de intervenção pública na área social. Possui marcadamente
duas frentes de atuação: emergencial (através da transferência de renda) e
estrutural (através de ações e iniciativas capazes de gerar autonomia e
sustentabilidade social e econômica para as famílias participantes, verificadas
através de um bom estado segurança alimentar e nutricional). Esta última frente é
pautada principalmente através do cumprimento de condicionalidades
relacionadas às áreas de saúde e educação, especificamente na cobertura vacinal
(saúde) da criança e verificação de sua freqüência na escola (SENNA et al, 2007).
No entanto, apesar de poder ampliar o exercício do direito à saúde e à
educação, é preciso reconhecer que o alcance de tal objetivo pelo Programa exige
a implementação de mecanismos consistentes de acompanhamento social das
famílias beneficiárias, no sentido de reverter tal exigência em real oportunidade de
inserção social. Investindo na dimensão educativa e política da nutrição, o PINAB
se propôs a conhecer possibilidades e caminhos para o fortalecimento do PBF
enquanto ação social radicalmente comprometida com a autonomia da população
excluída, no exercício de seus direitos de cidadania e o direito humano a
alimentação adequada (SENNA et al, 2007).
No contexto de promoção da saúde, pautado por princípios como
integralidade e autonomia, que colocam o ser humano como sujeito de processos
para a transformação social, o Agente Comunitário de Saúde (ACS) pode exercer
um papel singular na criação de laços de co-responsabilidade entre a população e
as equipes de Saúde da Família (ESF), por conhecerem as características e
anseios de sua própria comunidade.
“Ser agente comunitário de saúde é, antes de tudo, ser alguém que se identifica, em todos os sentidos, com a sua própria comunidade, principalmente na cultura, linguagem, costumes; precisa gostar do trabalho. Nós vivemos conforme o ambiente. É obrigação dos agentes comunitários de saúde
lutar e aglomerar forças em sua comunidade, município, estado e país, em defesa dos serviços públicos de saúde, pensar na recuperação e democratização desses serviços, entendendo que é o serviço público que atende à população pobre; é preciso torná-lo de boa qualidade. Precisamos lutar por outros fatores que são determinantes para a saúde como: trabalho, salário justo, moradia, saneamento básico, terra para trabalhar e participação nas esferas de decisão dos serviços públicos. (Agente Comunitária de Saúde – Recife, Brasil, 1991, p.6)”
Os ACS’s foram incluídos nas equipes multiprofissionais dos Programas de
Saúde da Família - PSF, que contam com um médico, um enfermeiro, um a dois
auxiliares de enfermagem e um dentista, com proposta de atuação para a unidade
básica, o domicílio e a comunidade.
Consegue-se identificar dois componentes ou dimensões principais da sua
proposta de atuação: um mais estritamente técnico, relacionado ao atendimento
aos indivíduos e famílias, a intervenção para prevenção de agravos ou para o
monitoramento de grupos ou problemas específicos, e outro mais político, porém
não apenas de solidariedade à população, da inserção da saúde no contexto geral
de vida mas, também, no sentido de organização da comunidade, de
transformação dessas condições. Este componente político expressa, na
dependência da proposta considerada, duas expectativas diversas ou
complementares: o agente como um elemento de reorientação da concepção e do
modelo de atenção à saúde, de discussão com a comunidade dos problemas de
saúde, de apoio ao auto-cuidado – dimensão mais ético-comunitária - e o agente
como fomentador da organização da comunidade para a cidadania e a inclusão,
numa dimensão de transformação social (SILVA e DALMASO, 2002).
Visando promover a interação do ACS com o PBF e sua aproximação com
sua responsabilidade política, o grupo operativo PBF do promoveu o curso “O
Agente Comunitário de Saúde e o Programa Bolsa Família”, contando com a
participação de vinte ACS’s da Unidade de Saúde da Família (USF) Vila Saúde,
na cidade de João Pessoa – Pb.
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral Fomentar ações de caráter educativo para alcançar direta ou indiretamente famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família, buscando a promoção da saúde destas. 2.2 Objetivos Específicos
Fazer visitas domiciliares a famílias beneficiárias do PBF, buscando a criação de vínculos com estas, para se ter espaço em promover um diálogo sobre questões de saúde e sobretudo alimentação saudável;
Realizar aconselhamento dietético individual na própria USF Vila Saúde, norteado pela educação popular, a qual dá ênfase ao diálogo, contextualização da história de vida da pessoa e autonomia desta em busca da transformação de hábitos alimentares e de vida que garantam saúde e qualidade de vida;
Promover atividades coletivas com os ACS’s, compreendendo o seu papel essencial para o funcionamento do PBF;
Avaliar e discutir com os ACS’s a realização do PBF na USF Vila Saúde;
Promover vínculos com os ACS’s, facilitando a comunicação com a comunidade.
3 METODOLOGIA
O grupo operativo Programa Bolsa Família teve sua atuação na
comunidade em três eixos: visitas domiciliares, aconselhamento individual
dietético e atividades coletivas. Para desenvolver tais ações utilizamos a
metodologia da educação popular, a qual tem como base o pensamento freiriano.
Esta metodologia é um processo que privilegia o compartilhar de
conhecimentos, de saberes e de experiências entre educandos e educadores,
considerando que ambos apresentam uma história individual e coletiva e um
contexto social compartilhado. Esta forma de perceber e desenvolver este método
pedagógico vislumbra o educando e o educador como detentores de um saber
apriorístico que, no momento em que entram em relação dialógica e educativa,
direcionam seus conhecimentos para uma convergência: a mudança individual e
coletiva e, consequentemente, a transformação da realidade de maneira crítica e
criativa. (SCHAURICH, CABRAL, ALMEIDA, 2007).
Neste sentido, foram feitas visitas domiciliares a famílias beneficiárias do
PBF, as quais eram realizadas acompanhadas de um ACS, para que pudéssemos
perceber a realidade dessas famílias, conhecermos suas histórias de vida através
do diálogo informal e a visão destas sobre o PBF. Fizemos também o
aconselhamento dietético individual junto ao nutricionista, e também um dos
coordenadores do projeto, o qual era realizado de forma não convencional, ou
seja, não era centrado na doença, mas na inteireza do ser humano, onde a escuta
e o respeito proporcionava que viesse a tona elementos importantes que vão além
da patologia do individuo e que podem estar influenciando, ou até determinando o
estado de saúde deste.
Ainda, buscava-se nas visitas domiciliares e no aconselhamento dietético
individual, propiciar espaços abertos para promoção do diálogo e criar
oportunidades de reflexões amplas sobre a saúde integral das pessoas envolvidas
e suas práticas alimentares, incentivando-as a elaborarem suas próprias
estratégias para melhoria da qualidade de vida, de acordo com suas
possibilidades e contexto socio-cultural.
Para desenvolver as atividades coletivas com os ACS’s, além da utilização
da metodologia citada acima, utilizaram-se recursos como dinâmicas de grupo,
músicas, vídeos e textos.
Essas atividades coletivas foram desenvolvidas em forma de curso, o qual
foi composto de 5 oficinas com os seguintes temas: Fome Zero e programas
complementares ao PBF; conceito, condicionalidades, critérios de inclusão e
benefícios do PBF; Direito Humano à Alimentação Adequada e SAN; o PBF no
cenário da USF Vila Saúde e Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional.
O curso contou com a participação de 20 ACS’s e teve como
intencionalidade promover a compreensão das políticas públicas abordadas e
contextualização destas com a sua vivência profissional, a integração e a
valorização do grupo.
4 ATIVIDADES REALIZADAS
MÊS DIA ATIVIDADE DESCRIÇÃO
Maio
23
Reunião Teórica
Leitura e discussão do artigo científico: A implementação do programa Bolsa Família: as experiências de São Francisco de Itabapoana e Duque de Caxias.
30
Reunião
Reunião na UFPB para planejamento. Ficou decidido escolher famílias para trabalhar na perspectiva estrutural do Programa Bolsa Família
Junho
06
II Mostra do
PINAB
Grupo PBF na Mostra.
13
Reunião
Discussão do relatório anterior e construção do cronograma de atividades do período, decisão por trabalhar com os ACS e criação do curso O Agente Comunitário de Saúde e o PBF
20
Aconselhamento
Dietético e Planejamento
Neste dia houve um aconselhamento dietético, com uma senhora, onde este seria primeira vez, o AD foi conduzido pelo nutricionista Pedro Cruz com a participação de três das extencionistas do grupo, enquanto as outras duas ficaram lendo e discutindo um texto sobre aconselhamento dietético.Posteriormente houve a explanação do texto para as pessoa que não tinham lido e foi passado o ocorrera no aconselhamento para as que não tinha participado, onde surgiu uma discussão sobre o AD, contextualizando-o com o texto e foi feita uma avaliação clinica do caso clínico apresentado. Planejamos a 1° aula do curso.
27 Reunião Montagem da ementa do curso: carga horária, metodologia, objetivos, datas, programa, entre outros
Julho
04
Visita Domiciliar
Visita feita com Célia e Kelly
11
Atividade Coletiva
1º Aula do Curso: Fome Zero e Programas Complementares ao Bolsa Família
18
Aconselhamento
Dietético e Planejamento
Houve três aconselhamentos dietéticos e planejamento da 2° aula do curso
25
Atividade Coletiva
2° aula do curso Programa Bolsa Família (conceito, critérios de inclusão e seleção, benefícios), CadÚnico
Agosto
01
Visita Domiciliar
Visita feita com a ACS Célia, Kelly, Ceres, Silvia e Mickella, à três famílias.
08
Atividade Coletiva
Não houve a 3° aula do curso
15
Atividade Coletiva /
Aconselhamento Dietético
3º Aula do curso: Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) e Segurança Alimentar e Nutricional (SAN).
22
Atividade Coletiva
– 4ª Oficina: PBF na USF Vila Saúde; Condicionalidades do PBF e SISVAN
29
Visita domiciliar
As famílias que foram visitadas não se encontravam em casa. Então participamos um pouco da atividade coletiva com um outro grupo do PINAB e depois nos reunimos, Pedro, para avaliarmos e refletirmos sobre o curso com os ACS’s.
Setembro
05 Atividade Coletiva
Não houve a 5° Aula do curso, pois a USF só foi aberta às 8 horas. Aproveitamos a oportunidade para discutir sobre os encaminhamentos do grupo para o período que vem e falar de várias outras questões dentro do universo da atenção básica e saúde e educação popular. Elenise estava presente e enriqueceu a discussão.
12
Atividade Coletiva
– 5ª Oficina Resgate dos temas abordados e avaliação do curso
5 DISCUSSÃO, REFLEXÕES E ENCAMINHAMENTOS
Durante os primeiros períodos de atuação do grupo operativo Programa
Bolsa Família (PBF) percebeu-se um desconhecimento acerca dos princípios e
objetivos do programa tanto pelos beneficiários como pelos Agentes Comunitários
de Saúde, fato este que dificulta a operacionalização do programa no local. Uma
vez que o PBF tem por maior objetivo enquadrar as famílias beneficiárias na
situação de Segurança Alimentar e Nutricional, é salutar que este mesmo tema
seja discutido e refletido tanto por parte destes beneficiários como pelos
profissionais de saúde envolvidos. A partir deste entrave, o grupo atuante neste
último período enfrentou seu primeiro dilema: escolher os sujeitos das atividades
educativas. Percebendo o importante papel educativo dos ACS junto às famílias e
a confiança que estas creditam neles, optou-se pela realização de um curso com
os ACS intitulado “O Agente Comunitário de Saúde e o Programa Bolsa Família”.
O curso começou contando com a participação de 20 ACS, o que motivou o
grupo a continuar acreditando no sucesso da proposta. No entanto, ao decorrer
das oficinas que compunham o curso este número foi reduzindo chegando a 6
ACS por oficina. Atribuímos o ocorrido à difícil e turbulenta rotina de trabalho dos
ACS, à dificuldade em haver um intercâmbio entre a agenda da USF e as
atividades do Pinab e à habituação dos ACS à metodologia tradicional de ensino,
na qual eles não são provocados a pensar e contribuir com suas colocações. A
difícil articulação entre a agenda da USF e a o projeto impactou fortemente nas
atividades quando algumas oficinas foram adiadas exatamente no dia em que
estavam marcadas para acontecer. Algumas vezes, os próprios ACS solicitavam o
adiamento por precisarem daquele tempo para realizar algumas tarefas surgidas
com pouca antecedência. Este fato também nos leva a refletir sobre a visão que
os profissionais da unidade têm sobre o projeto, uma vez que a s atividades da
USF atropelam facilmente as atividades do PINAB previamente pactuadas junto
aos mesmos.
Os ACS’s foram provocados a refletir desde as bases teóricas do PBF até
suas aplicações na USF onde atuam. Percebeu-se que a compreensão das
políticas abordadas e a contextualização destas com a sua vivência profissional
contribuiu para que os ACS’s repensassem o seu papel, enxergando-se como
mediadores e educadores da comunidade frente a essas políticas. Ainda, a
escolha dos ACS’s como sujeitos das atividades favoreceu a valorização destes
na ESF.
As oficinas configuraram-se num espaço propício para o diálogo entre
representantes das quatro equipes da USF, dada a carência de momentos como
estes em seus cotidianos. O vínculo construído entre as extensionistas e ACS’s foi
importante para o estabelecimento da confiança mútua, facilitando a discussão
dos temas e o andamento da proposta sugerida. Esta experiência demonstrou a
necessidade de ações educativas que contribuam para o esclarecimento e
acompanhamento do PBF na atenção básica, num processo de diálogo que
envolva os profissionais de saúde e a população.
Vale pontuar que o entrosamento entre as extensionistas facilitou todo o
processo das atividades, desde seu planejamento à sua realização e reflexão,
configurando-se este fato como uma potencialidade do grupo. Sendo assim, o
primeiro encaminhamento ao próximo período do grupo é procurar o diálogo e
integração entre os envolvidos.
No tocante à formação das extensionistas percebemos a maturidade
adquirida no planejamento e execução com muita responsabilidade e criatividade
do curso. Toda esta vivência nos permite não apenas estar na atenção básica de
forma mais humanizada, mas entender um pouco mais do universo daqueles
profissionais, incluindo os ACS, e daquela população. Permitiu-nos, além disso,
uma maior aproximação com as políticas públicas voltadas à garantia da SAN e
nos fez pensar em nosso papel educador enquanto futuras nutricionistas e em
nossa responsabilidade em gerar forças motrizes para a autonomia e libertação
das classes dominadas.
Refletindo sobre toda esta vivência e levando em consideração as
discussões levantadas durante a oficina de Avaliação do PINAB deste período, o
grupo sugere que as famílias sejam acompanhadas mais de perto e os ACS sejam
envolvidos como co-responsáveis nesta tarefa; que em todo o período seja
reforçado para a gestão e ESF os objetivos do PINAB na USF; que os
extensionistas busquem sempre respeitar e entender as diferentes visões
encontradas sem deixar de promover espaços de reflexão, embasamento teórico e
transformação; e, ainda que o grupo disponibilize mais tempo e engajamento para
o planejamento das atividades.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A iniciativa de elaborar um curso sobre o papel educativo do ACS no PBF
nos moldes em que foi traçado, da Educação Popular, constituiu-se como um
potencial espaço para formação das extensionistas enquanto educadores
populares e futuras nutricionistas. Além disso, configurou-se como um importante
início para momentos de diálogo, embasamento teórico e formação dos ACS.
Espera-se que a formação quanto ao conhecimento e construção de senso crítico
em relação às políticas públicas em saúde e nutrição, o diálogo, a autonomia e a
construção de vínculos amorosos continuem sendo o norte deste grupo.
REFERÊNCIAS Cabral. FB., Almeida. MA. Metodologia da problematização no ensino em enfermagem: uma reflexão do vivido no PROFAE/RS. Rev Enferm. 2007.