grupo gestantes 2009.2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO PROJETO PRÁTICAS INTEGRAIS DA NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE - PINAB GRUPO OPERATIVO: GESTANTES JOÃO PESSOA 2010

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JOÃO PESSOA 2010 GESTANTES GRUPO OPERATIVO: 0 GESTANTES GRUPO OPERATIVO: Relatório das atividades desenvolvidas no semestre 2009.2 pelo grupo operacional de Gestantes do projeto de extensão Práticas Integrais da Nutrição na Atenção Básica em Saúde (PINAB), coordenado pela professora Ana Cláudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos, do Departamento de Nutrição da Universidade Federal da Paraíba, apresentado a PRAC, CCS e DN/UFPB. 1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

PROJETO PRÁTICAS INTEGRAIS DA NUTRIÇÃO NA

ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE - PINAB

GRUPO OPERATIVO:

GESTANTES

JOÃO PESSOA

2010

1

Jousianny Patrício da Silva

Karistenn Casimiro de Oliveira

Karla Regina Albuquerque Maranhão de Lucena

Thaise Anataly Maria de Araújo

Ana Cláudia Peixoto de Vasconcelos (Orientador)

GRUPO OPERATIVO:

GESTANTES

Relatório das atividades desenvolvidas no semestre

2009.2 pelo grupo operacional de Gestantes do

projeto de extensão Práticas Integrais da Nutrição

na Atenção Básica em Saúde (PINAB),

coordenado pela professora Ana Cláudia

Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos, do

Departamento de Nutrição da Universidade

Federal da Paraíba, apresentado a PRAC, CCS e

DN/UFPB.

JOÃO PESSOA

2010

2

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................3

2 OBJETIVOS...........................................................................................................................5

2.1 OBJETIVO GERAL...........................................................................................................5

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................................5

3 METODOLOGIA..................................................................................................................6

4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.....................................................................................9

5 DISCUSSÃO, REFLEXÕES E ENCAMINHAMENTOS...............................................14

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................17

REFERÊNCIAS......................................................................................................................18

APÊNDICES............................................................................................................................19

3

1 INTRODUÇÃO

A extensão universitária pautada pelo referencial teórico-metodológico Freireano

valoriza a diversidade e a heterogeneidade dos grupos sociais, a intercomunicação entre os

diferentes atores sociais, o compromisso com as classes subalternas, as iniciativas dos

educandos e o diálogo entre o saber popular e o saber científico e, vem cada vez mais

ocupando seu espaço na atividade acadêmica, uma vez que é capaz de edificar conhecimentos

a partir da interação entre o saber científico e o popular (VASCONCELOS, 1998).

Diante disso, o projeto de Extensão PINAB (Práticas Integrais da Nutrição na Atenção

Básica em Saúde), vinculado ao Departamento de Nutrição da Universidade Federal da

Paraíba e coordenado pela professora Ana Cláudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos -

docente do curso de graduação em nutrição - e pelo Nutricionista Pedro José Cruz - mestrando

do Programa de Pós-Graduação em Educação/UFPB - desenvolve, desde agosto de 2007,

ações de promoção da saúde, pautadas pelo referencial metodológico da Educação Popular

(EP), segundo Paulo Freire, nas comunidades Jardim Itabaiana, Pedra Branca e Boa

Esperança localizadas no Cristo Redentor, município de João Pessoa- PB.

O Projeto trabalha com três eixos que norteiam e integram suas ações: atividades

coletivas em um grupo com público específico (gestantes, escolares, famílias beneficiárias do

Programa Bolsa Família e lideranças comunitárias); visitas domiciliares e aconselhamento

dietético individual. Sendo estas ações desenvolvidas na Unidade de Saúde da Família - USF

Vila Saúde, na Escola Municipal Augusto dos Anjos e Pastoral da Criança.

O presente trabalho visa sistematizar a experiência vivenciada pelo grupo operativo de

gestantes no período de 14 de Setembro de 2009 a 18 de Janeiro de 2010, na tentativa de

refletir sobre as atividades desenvolvidas e contribuir para o desenvolvimento dos grupos de

gestantes nos semestres subsequentes. As atividades coletivas com as gestantes foram

realizadas quinzenalmente, nas tardes das segundas – feiras na USF supracitada, com a

participação das extensionistas, profissionais da Unidade, gestantes daquelas comunidades,

além da coordenadora do projeto e voluntários. Nesses encontros trabalhava-se de forma

lúdica, educativa e através de rodas de conversa temas concernentes ao período gestacional,

os quais eram escolhidos pelas próprias gestantes no sentido de trazer a realidade delas para a

discussão.

4

Salienta-se que, durante muito tempo, o atendimento à gestante esteve unicamente

direcionado à consulta médica individual, onde a escuta e o acolhimento às inquietações,

dúvidas e problematização daquele período, tão significativo para as mulheres, ficavam

resguardadas (DELFINO et al, 2004). Com o surgimento, na década de 80, do Programa de

Atenção Integral à Saúde da Mulher (PAISM) esse contexto torna-se ultrapassado.

O Programa em questão foi criado em consequência ao processo de mobilização

social, que contava com feministas e profissionais da saúde, os quais iniciaram, em

consonância com o Ministério da Saúde (MS), a preparação de propostas de atendimento à

mulher de maneira holística, visando, dentre outros aspectos, a garantia do respeito a seus

direitos de cidadania. O PAISM destacou a importância das ações educativas no atendimento

à mulher, que devem ser realizadas através de metodologias participativas, sendo este o

diferencial do Programa (RIOS; VIEIRA, 2007). No tocante ao período de gestação, o pré-

natal, segundo o MS, corresponde à principal ferramenta para que uma gravidez transcorra

com segurança, incluído prevenção, promoção e tratamento. Para tanto, este pré-natal deve ser

de qualidade, acolhendo a mulher de preferência desde o inicio da gravidez, acompanhando as

mudanças físicas e emocionais peculiares de cada gestante, de maneira a transmitir apoio e

confiança.

Ante o exposto, o PINAB vem apostando na proposta de atividades educativas

relacionada à gestação no intuito de que cada mulher seja tratada na sua integralidade,

tornando o grupo um lócus de apoio que possibilite a troca de experiências e a ampliação de

questões consideradas relevantes pelas gestantes.

5

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Estimular a promoção da saúde das gestantes da USF Vila Saúde.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Permitir a troca de experiências e saberes entre as mulheres, de problematização de

inquietações, de forma autônoma e livre;

Estimular as práticas alimentares saudáveis durante a fase gestacional e em todo o

curso de vida das mulheres;

Fortalecer a participação dos profissionais de saúde no grupo;

Propiciar a construção de um vínculo entre os integrantes do grupo.

6

3 METODOLOGIA

O grupo operativo de Gestantes vem atuando, desde 2007, na Unidade Saúde da

Família (USF) Vila Saúde localizada no bairro do Cristo, João pessoa/PB em articulação com

as gestantes das comunidades Jardim Itabaiana e Pedra Branca presentes na respectiva

localidade. O referido grupo passou a existir na Unidade, após a chegada do PINAB que,

juntamente com os profissionais de saúde, pactuou a sua construção. Essa iniciativa da

coordenação do projeto e da USF teve o intuito de fortalecer a dimensão coletiva de

assistência pré-natal, no sentido da promoção da saúde das gestantes.

No período letivo de 2009.2, o grupo de Gestantes operou na comunidade em três

eixos: atividades coletivas, aconselhamento individual dietético e visitas domiciliares. Para o

desenvolvimento de tais ações foram utilizados os elementos da Educação Popular (EP):

escuta, diálogo, problematização, respeito, amorosidade, valorização dos saberes do indivíduo

e de sua cultura.

Segundo Albuquerque & Stotz (2004), a educação popular possivelmente constitui um

instrumento auxiliador na incorporação de novas práticas por profissionais e serviços de

saúde. Isso, porque seus preceitos teóricos corroboram a valorização do saber do outro,

compreendendo que o conhecimento é um processo de construção coletiva, o qual deve ser

utilizado pelos serviços, objetivando a ampliação da visão sobre as ações de saúde,

preconizando que as mesmas se tornem ações educativas. Os autores ainda afirmam que as

Unidades de Saúde da Família são ambiente favorável ao desenvolvimento da educação

popular em saúde. Esses aspectos reforçam a opção do PINAB na escolha da EP para nortear

as suas atividades.

As ações do grupo de gestantes aconteceram semanalmente, nas segundas-feiras à

tarde, na USF Vila Saúde. Esse dia foi escolhido, no sentido de facilitar a participação das

gestantes, uma vez que nesta oportunidade já compareciam à USF para as consultas

individuais do Pré-Natal, favorecendo a possibilidade de participação destas, quinzenalmente,

nas atividades coletivas. Além disso, para realização dos grupos, fizemos busca ativa do

público alvo existente naquelas comunidades e estimulamos os profissionais a convidarem as

puérperas para o grupo durante o pré-natal e, ainda, confeccionamos para as mesmas convites

informando a data e o tema abordado, sendo estes entregues pelos ACS’s.

É importante destacar que as atividades em grupo são valorizadas no PINAB por se

tratarem de um espaço favorável a construção do conhecimento voltado à promoção da saúde.

7

A participação das gestantes nesses grupos pode estimulá-las à serem multiplicadoras de

saúde no seu território, pois o compartilhar de saberes entre as participantes e os profissionais

da saúde resultam em uma teia de promoção da saúde integral com repercussões no

individual-coletivo (DELFINO et al, 2004).

A operacionalização das atividades coletivas se davam através de abordagem de um

tema, que por sua vez era escolhido pelas próprias gestantes participantes, dando-lhes

autonomia e liberdade para trazer à discussão assuntos concernentes não apenas à nutrição,

mas que direta ou indiretamente promova saúde e bem-estar nesta fase tão peculiar que é a

gestação. Ressalta-se que, após a escolha do tema, havia reunião de planejamento da atividade

educativa a ser realizada. Para a condução do grupo, nos orientávamos pelo seguinte roteiro:

a) realização de dinâmica inicial - esta era definida, em alguns casos, de acordo com o tema

abordado ou visava-se a descontração ou, ainda, reflexão sobre o momento que a mulher

vivencia durante a gestação; b) troca de saberes sobre o tema - neste momento, escolhia-se a

estratégia que, possivelmente, iria favorecer a participação das gestantes na discussão do

assunto pautado, levando-se em consideração o preconizado pela EP, conforme supracitado.

Dessa maneira, poderia ser uma esquete, envolvendo as gestantes, uma dinâmica com

desenhos, uma música. Mas invariavelmente a discussão ocorria em roda; c) lanche – o

intuito deste momento, era de não só exercitar os preceitos da alimentação saudável ( de não

se passar um período de tempo muito extenso sem se alimentar, em especial no caso de

gestantes ), mas sobretudo proporcionar um momento de entrosamento das extensionistas com

as gestantes participantes e os profissionais de saúde da equipe que estavam presentes.

Destaca-se o fato da preocupação em oferecer alimentos saudáveis aos participantes do grupo,

por ele ser facilitado por profissionais de nutrição e com intuito de promover o papel de uma

boa alimentação na qualidade de vida; d) momento final – para este, cogitava-se dinâmica e

conversa sobre dúvidas que ainda permeassem a temática, avaliação da atividade e escolha do

próximo tema. Durante as atividades, uma das extensionistas era escolhida para registrar cada

momento através da ata pedagógica. Esta, por sua vez, consiste em um breve relatório onde se

é exposto os principais acontecimentos durante cada atividade coletiva, segundo a perspectiva

crítica das extensionistas do grupo. Ela é um material de grande relevância por servir como

suporte para as atividades subseqüentes e até mesmo como registro de tudo que é executado

no grupo e dos impactos apresentados.

É importante expor que a escolha dos materiais a serem utilizados variavam de acordo

com o decidido para cada sessão do grupo,, dividindo-se entre as extensionistas a

8

responsabilidade pela compra e confecção do necessário ao cumprimento do proposto para as

atividades.

Além das atividades coletivas, realizaram-se, também quinzenalmente, Visitas

Domiciliares (VD), de forma regular e obedecendo ao calendário letivo da Universidade

Federal da Paraíba. Estas possuem como objetivo o desenvolvimento do diálogo da extensão

universitária com a comunidade e através dele ao aprimoramento da afetividade, de maneira

que se torne possível criar novas estratégias de cuidado e novas possibilidades de promover

saúde e articular suas ações no âmbito do PSF. Para o registro das VDs foram utilizados

protocolos disponibilizados pelo PINAB. Sinteticamente, afirma-se que casas pré-

estabelecidas são visitadas por duplas ou trios de estudantes, os quais abordam temas de livre

demanda, tentando sempre incorporar a promoção da saúde em seus diálogos. O modelo

dialógico propicia a criação de um espaço construtivo de aprendizado coletivo, uma vez que

não busca apenas indicadores de doenças, mas sim entender o outro, dialogando quanto às

suas necessidades, alegrias, descontentamentos, através da escuta. Isto por sua vez oportuniza

uma leitura crítica da realidade dos moradores das casas visitadas.

O Aconselhamento Dietético (AD), por sua vez, ocorria mensalmente. Foi realizado de

forma individual na perspectiva da educação popular, valorizando a escuta, o diálogo e a

construção compartilhada do cuidado nutricional necessário. Os atendimentos ocorreram por

meio de uma relação dialógica, na qual os aspectos socioeconômicos e culturais das práticas

alimentares foram discutidos de forma horizontalizada, com a valorização do saber popular e

o encorajamento do sujeito a elaborar caminhos possíveis para superação dos problemas.

Sendo assim, durante o aconselhamento, a vida do usuário e seus hábitos alimentares, com

todas as suas contradições, foram considerados no contexto da promoção da alimentação

saudável.

No período em questão, o AD passou por procedimentos diversos de agendamento,

por exemplo, talão destacável, no qual uma via era entregue ao usuário e outra permanecia no

serviço, para controle das marcações e caderno, onde as consultas eram marcadas e, com

antecedência, mandava-se lembrete pelos ACSs, para o comparecimento dos usuários à

Unidade. O intuito de modificar a metodologia das marcações era a obtenção de uma forma

que favorecesse a presença dos que haviam requisitado à consulta, pois estava havendo um

percentual elevado de faltas ao AD.

9

4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

MÊS DIA ATIVIDADE DESCRIÇÃO

SETEMBRO

Oficina de

Planejamento

Estiveram presentes os integrantes dos grupos

atuantes no PINAB para realização do

planejamento das atividades desenvolvidas no

semestre 2009.2.

SETEMBRO

14

Atividade Coletiva

Tema: Cuidados com

o bebê.

A enfermeira Cláudia de Jardim Itabaiana I

abordou de maneira bastante delicada e com

uma linguagem de fácil compreensão algumas

questões importantes sobre o cuidado com o

bebê, como: a limpeza do umbigo antes de cair,

o sabonete mais adequado para o banho do

bebê, posições para amamentar, entre outros

relevantes nesse contexto.

SETEMBRO

18

Visita Domiciliar

Realizaram-se as visitas nas casas estabelecidas

as duplas e trios e, posteriormente, todos os

extensionistas reuniram-se para comentar

sobre as visitas realizadas.

SETEMBRO

21

Reunião de

Planejamento

Nesta, além de planejar a atividade do dia 28 de

Setembro, pesquisaram-se artigos que

relacionassem gestação e Educação Popular, no

intuito de confeccionar um artigo sobre o

presente grupo.

SETEMBRO

28

Atividade coletiva

Tema:

Lembrancinha e

Banho no bebê.

Essa atividade foi dividida em dois momentos,

no primeiro as extensionistas confeccionaram

juntamente com as gestantes lembrancinhas

feitas com emborrachado para enfeitar o

quarto do seu futuro bebê, além de outras para

entregar as pessoas que visitariam seus futuros

10

filhos. No segundo momento contamos com a

participação da enfermeira Cláudia que

abordou de forma expositiva com a ajuda de

uma boneca os procedimentos de limpeza com o

bebê na hora do banho, bem como esclareceu

dúvidas que surgiam concernentes aquele tema.

Após a realização da atividade, realizamos

visita a uma ex-gestante do grupo e ao seu filho,

ressaltamos a extrema receptividade que a

mesma dispensou ao nosso grupo.

OUTUBRO

02

Visita Domiciliar

Ocorreu semelhante ao comentado no dia 18 de

Setembro, mas cabe comentar que houve uma

discussão teórica no retorno das visitas.

OUTUBRO

05

Aconselhamento

Dietético

OUTUBRO

12

Feriado

Não houve ação neste dia.

OUTUBRO

16

Visita Domiciliar

As visitas ocorreram de acordo com o

preconizado, tendo este dia sido otimizado com

mais um aprofundamento teórico sobre a EP.

OUTUBRO

19

Atividade coletiva

Tema: Higienização

Bucal e Filme

A atividade foi iniciada com a apresentação de

um filme “Minha Gravidez de 12 meses”,

posteriormente a dentista Alzira abordou a

questão da Higiene bucal do bebê elucidando a

importância da mesma, bem como a

contribuição do aleitamento materno para a

construção de uma arcada dentária correta do

bebê.

OUTUBRO

26

Reunião de

Planejamento

Nesta oportunidade, realizou-se a Ata

Pedagógica referente à atividade do dia 19 de

Outubro e cogitou-se a forma como seria

11

abordada a próxima atividade coletiva.

OUTUBRO

30

Visita Domiciliar

Após inquietação, por causa da violência na

área adstrita à USF, apenas alguns estudantes

realizaram as visitas domiciliares e,

posteriormente, discutiu-se sobre esta temática.

NOVEMBRO

02 Feriado

Não houve desenvolvimento de ação neste dia.

NOVEMBRO

09

Atividade coletiva

Tema: alimentação

do bebê

Mediante a preocupação das mães sobre a

alimentação dos seus futuros bebês, as mesmas

sugeriram que conversássemos sobre esse tema.

Logo, através de uma dinâmica interativa

abordou-se o que seria uma alimentação

saudável e os alimentos adequados às

respectivas faixas etárias das crianças (0-6

meses; 6 meses – 2 anos; a partir dos 2 anos),

problematizando as dúvidas e inquietações

relatadas por aquelas gestantes.

NOVEMBRO

13 Visita Domiciliar

A seção teórica passou a ocorrer antes das

visitas e contou com a presença do

nutricionista, residente em Saúde da Família

Gilmar Pinto, o qual, ao ler um artigo sobre o

PINAB se interessou pelo jeito como o projeto é

conduzido, procurou mais informações sobre o

mesmo e veio realizar um estágio de vivência,

com o intuito de observar como as atividades

são desenvolvidas e contribuir, a partir de uma

visão crítica sobre as ações, com a otimização

do PINAB. Após isso, realizaram-se as visitas.

NOVEMBRO

16

Reunião de

Planejamento

Discutiu-se como poderia ser a realização do

artigo, que se planejava construir e delimitou-se

a condução da atividade a ser realizada na

12

semana subsequente.

NOVEMBRO

23

Atividade coletiva

Tema: Alimentação

da Gestante.

A partir da atividade sobre a alimentação do

bebê surgiram várias dúvidas sobre a

alimentação das mulheres, diante disso surgiu a

necessidade de abordarmos também o que seria

uma alimentação saudável para elas. Nesse

momento contamos com a participação do

Gilmar Pinto, o qual contribuiu na

problematização desse tema.

NOVEMBRO

27

Visita Domiciliar

Seguiu-se a abordagem citada anteriormente.

NOVEMBRO

30

Aconselhamento

Dietético

DEZEMBRO

07

Atividade Coletiva

Tema:

A Hora do Parto

Diante do anseio de muitas gestantes pela hora

do parto, as mesmas escolheram esse tema para

ser abordado. Inicialmente realizou-se uma

breve explanação de como era o sistema

reprodutor feminino (através de uma réplica de

acrílico) realizada pela auxiliar de Enfermagem

Joyce e posteriormente fez-se a seguinte

dinâmica: mostrou-se os nomes destinados a

cada estágio do trabalho de parto e, pediu-se

que as gestantes os colocassem na ordem que

acreditavam que o mesmo ocorria;

posteriormente, problematizou-se a temática,

montando o organograma na ordem correta e

discutiu-se como cada fase deve proceder.

Surgiram várias dúvidas que puderam ser

esclarecidas graças à presença da profissional

supracitada, a qual tem uma vasta experiência

com gestantes uma vez que já havia trabalhado

13

com esse público, além de possuir um olhar

humanizado, o que corroborou para o sucesso

da atividade. Além desse tema, a Lei do

Acompanhante também foi discutida nesta

oportunidade, na qual percebemos que a

maioria das gestantes não tinham conhecimento

sobre a mesma, apesar de configurar um tema

de extrema relevância para a gestante.

DEZEMBRO

14

Reunião de

Encerramento

Realizou-se uma reunião com as integrantes

juntamente com a orientadora do grupo para

problematizarmos os pontos positivos e

negativos desse semestre no grupo de gestantes

onde pôde-se inferir sobre a importância da

“descoberta” de Joyce como uma profissional

da USF que pode estar apoiando esse grupo, da

união das integrantes para o sucesso do mesmo,

da problematização das razões da evasão das

gestantes do grupo em alguns momentos.

JANEIRO

11

Aconselhamento

Dietético

JANEIRO

15

Visita Domiciliar

Nesta oportunidade, esclareceram-se às famílias

visitadas, que o projeto iria entrar em férias e,

consequentemente, só na volta das mesmas é

que ocorreriam as visitas novamente.

JANEIRO

18

Aconselhamento

Dietético

14

5 DISCUSSÃO, REFLEXÕES E ENCAMINHAMENTOS

Inicialmente, comenta-se que, nas primeiras atividades desenvolvidas percebemos

integração dos profissionais da USF às nossas rodas de conversa, fortalecendo assim o grupo;

contudo, no decorrer dos encontros percebeu-se uma descontinuidade da participação dos

mesmos, o que pode ser devido ao predomínio do modelo biologicista, centrado no processo

saúde-doença, na prática cotidiana dos serviços de saúde, o qual favorece a grande demanda

de usuários, aos atendimentos individuais e o cumprimento de metas neste sentido pelas

equipes de saúde. Nesse sentido, torna-se fundamental haver maior conscientização tanto dos

trabalhadores envolvidos, quanto da população, no refere aos processos educativos coletivos,

pautados na abordagem da educação popular em saúde. Essas questões já foram objetos de

reflexão propostos pelo PINAB em reunião com as Equipes de Saúde, Na ocasião se

esclareceu que o grupo é vinculado à Unidade, tendo o projeto, neste contexto, um papel de

apoiador.

Ainda, em relação aos profissionais, é conveniente ressaltar a disponibilidade da

técnica de enfermagem, Joyce, em uma das atividades do grupo, que abordou o tema “A Hora

do Parto” de forma humanizada, interativa e com uma sensibilidade indispensável a este

momento, além disso a mesma relatou ter experiência na área da obstetrícia. Diante disso, é

evidente a potencialidade desta como integrante do grupo.

Ao longo do semestre nos deparamos com fortalezas e limitações.

Com relação à condução do grupo pudemos constatar alguns limites a respeito do

aporte teórico das extensionistas, frente aos assuntos relacionados com os temas abordados

nas atividades, uma vez que estes abrangiam outros saberes além da área da nutrição; no

entanto esta situação não proporcionou prejuízos às atividades e, posteriormente, passamos a

perceber que isso não deve ser encarado como debilidade, mas como estímulo ao aprendizado,

,o que potencializa a nossa formação profissional, na qual a busca de conhecimento deverá

fazer parte do nosso cotidiano durante toda vida.

Ainda no contexto da heterogeneidade dos temas abordados nas atividades coletivas

realizadas, é válido salientar que este é o diferencial tanto para as estudantes, quanto para os

usuários, que participam de grupos nos quais são atores importantes para o seu acontecimento

15

e possuem autonomia na escolha do que querem discutir. Para os profissionais da USF, que

colaboram com a realização das atividades educativas, esse também pode ser um espaço

valioso, uma vez que o processo de promoção-prevenção-cura-reabilitação é igualmente

considerado um processo pedagógico, pois tanto o profissional de saúde quanto o cliente-

usuário aprendem e ensinam. Práticas, como as expostas neste trabalho, podem modificar

efetivamente a forma e os resultados do trabalho em saúde, transformando pacientes em

cidadãos, co-partícipes do processo de construção da saúde (ALBUQUERQUE; STOTZ,

2004).

Em virtude da experiência das extensionistas, tanto no referido grupo, quanto no

projeto, houve uma maior autonomia e pró-atividade no planejamento das atividades

coletivas; devendo-se relatar também sobre o nível de entrosamento, assiduidade e

organização existente entre as estudantes, o que auxiliou no desenvolvimento satisfatório dos

grupos. Além disso, cabe mencionar sobre o comprometimento das gestantes com o grupo, o

que fortaleceu as atividades, já que as mesmas se mostravam interessadas quanto aos assuntos

abordados.

Conforme apresentado nas atividades realizadas, visitamos a casa de uma ex-gestante

participante do grupo, a qual mostrou-se receptiva e gratificada pelos momentos

proporcionados pelo grupo, os quais foram marcados pelo compartilhar de saberes e

construção coletiva de aprendizados.

Na esfera dos Aconselhamentos Dietéticos, tem-se que os mesmos ocorreram em

conformidade com o referido na metodologia do presente trabalho, valendo explanar

especificamente em relação a um deles, o qual nos fez perceber o quanto a visão holística do

indivíduo é importante na abordagem do aconselhamento dietético, pois a usuária precisava

mais da escuta, do diálogo, que de uma intervenção nutricional, o que exigiu do grupo

sensibilidade nas atitudes tomadas. Também percebemos, devido a uma experiência

vivenciada, que não se deve permitir o envolvimento de outras pessoas, após o início do

aconselhamento dietético, pois isso prejudica a evolução do mesmo, o que se relaciona a uma

série de fatores, como, por exemplo, o usuário não se sentir confortável em continuar

comentando sobre fatos da sua vida, como ocorrera em outrora.

No período em questão, as Visitas Domiciliares avançaram no que diz respeito à

criação de vínculo entre os extensionistas e as famílias selecionadas, estando às fragilidades

do dia reservado a este eixo do PINAB na seção teórica, a qual necessita ser repensada por

todos que compõem o Projeto, no intuito de otimizar este espaço e conferir o real sentido

representado por ele: o ampliar de conhecimentos teóricos sobre a prática vivenciada.

16

Levando em consideração todos os pontos mencionados, sugere-se que no

planejamento dos grupos subsequentes seja pactuada a efetivação de uma reunião com os

Agentes Comunitários de Saúde para a escolha e participação de um representante destas

áreas no grupo. Além disso, sugere-se retornar as atividades utilizando o tema “A Hora do

Parto”, por se tratar de um assunto bastante mobilizador e instigante; e introduzindo nesse

contexto, com a devida sensibilidade, a Lei do acompanhante, que na maioria das vezes é

desconhecida pelas gestantes, tal qual observado na atividade em que se tratou sobre este

assunto.

A participação das extensionistas inseridas no grupo de gestantes do referido período

foi de sobremodo importante na formação profissional e pessoal das mesmas. Cada espaço

propiciado pelo grupo permitiu uma avaliação específica das práticas, da ética e do

comprometimento do ato de cuidar. A respeito disso, Luz & Peres (1997) afirmam que:

[...] é necessária a ampliação da sala de aula para os espaços comunitários,

na qual o acadêmico em formação pode experienciar saberes teóricos e

metodológicos enriquecedores para sua adequada formação, pela reflexão

compartilhada com outros acadêmicos e profissionais de distintas áreas do

conhecimento.

17

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Educação Popular em Saúde é um importante instrumento para a promoção e

integralidade das ações realizadas nas Unidades de Saúde da Família, uma vez que contribui

para a problematização das questões vivenciadas no cotidiano da população, possibilitando a

ampliação do significado da saúde. Neste aspecto, o grupo operacional de gestantes conseguiu

organizar um espaço com o compartilhar de experiências, sentimentos e afetos, voltado à

promoção da saúde e multiplicação de conhecimentos, tanto no grupo, quanto na comunidade,

este último sendo, possivelmente, realizado por parte das gestantes participantes do mesmo.

Participar do referido grupo proporcionou um turbilhão de sentimentos, uma vez que

interagir com mulheres que estão passando por uma fase tão delicada e ao mesmo tempo

complexa é desafiador, isto, por se tratar de uma prática de saúde pautada numa abordagem

dialógica, valorizando as subjetividades dos envolvidos.

A nutrição trabalhada da forma referida no presente trabalho, ganha uma série de

novos significados, uma vez que auxilia na formação de profissionais mais conscientes e

capacitados na prestação de serviços com maior qualidade, encarando o ser humano na sua

totalidade, modificando a visão de que o nutricionista esta envolvido apenas com nutrientes e

calorias. O contato com a Educação Popular ainda desperta para o diálogo, que possui papel

fundamental no cotidiano do profissional de saúde, o qual também deve ter inserido em suas

atribuições o papel de educador, que é imprescindível para o alcance dos objetivos traçados

junto aos usuários. Sendo assim, a saúde coletiva requer uma compreensão dos desafios que

se colocam no presente e no futuro, em busca de superar a fragmentação da assistência à

saúde dos indivíduos; podendo-se englobar neste contexto a assistência pré-natal, que ainda

necessita de grandes avanços no cuidado às gestantes, devendo estas ter acesso não só a

atendimentos individuais básicos, mas a participação em grupos que favoreçam a conquista da

sua cidadania e ao compartilhar de conhecimentos sobre o comportamento do seu organismo e

de suas emoções antes, durante e após sua gestação.

18

REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, P. C.; STOTZ, E. N. A educação popular na atenção básica à saúde no

município: em busca da integralidade. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, vol.8, nº

15, Botucatu, Mar/Aug, 2004. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-

32832004000200006&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 10 Abr. 2010.

CECCIM, R. B.; FEUERWERKER, L. C. M. Mudança na graduação das profissões de saúde

sob o eixo da integralidade. Caderno de Saúde Pública, vol.20, n.5, pp. 1400-1410, 2004.

DELFINO M. R. R. et al. O processo de cuidar participante com um grupo de gestantes:

repercussões na saúde integral individual-coletiva. Ciência & Saúde Coletiva. vol. 09, nº 04,

Rio de Janeiro, 2004, p. 1057-1066. Disponível em:

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2010.

19

APÊNDICES

20

RELATO DE EXPERIÊNCIA 1

Jousianny Patrício da Silva

Primeiramente, me sinto lisonjeada por estar pela 5ª vez descrevendo, em poucas

palavras, o significado de mais uma experiência no PINAB. Foi muito aprendizado durante

esses quase 3 anos e posso inferir que cresci com esse projeto, já que ele me permitiu “criar

asas” nesse mundo acadêmico, muitas vezes, somente voltado pra sala de aula. Acredito que o

PINAB se entrelaça com minha história na Universidade de tal forma que já não consigo me

imaginar na graduação sem ele!

Nesse período tive a oportunidade de permanecer no grupo de gestantes, um grupo que

me encanta simplesmente pelo fato de existir... a sensibilidade e o carinho constatado em cada

mãe que estava naquela tarde com a gente, já me fazia estar realizada por estar ali. Mas,

dentre as várias “vantagens” que pude ter em continuar no grupo posso citar o fato de ter

percebido vários pontos que não havia verificado no 1º grupo de gestantes que participei,

dentre estes posso citar a evolução de muitas mães que se mostravam tímidas inicialmente, no

entanto com o passar do tempo, as mesmas demonstraram serem bastante participativas

durante as inquietações proposta pelo grupo. Isso, somente foi possível, graças à metodologia

utilizada, a qual sempre buscava a escuta delas e de suas percepções sobre o assunto

abordado. Outro fato que observei nesse grupo é que quantidade nem sempre é qualidade,

pois foram inúmeras as vezes que iam poucas gestantes, no entanto a atividade era

maravilhosa, lógico que a nossa intenção é atrair o número máximo de gestantes possível, mas

posso concluir que muitas vezes é preferível um grupo de 3 gestantes que interajam e ali

coloquem suas inquietações à um grupo de 20 que não se expressassem (talvez até mesmo

pelo grande número de pessoas). Enfim, mais uma vez esse grupo e o PINAB só fazem

acrescentar na minha vida acadêmica e de futura profissional da área de saúde pública... e

estou convicta de que quero continuar a “sementinha” que plantei nesse projeto no meu futuro

próximo.

Com relação às visitas domiciliares posso dizer que estou realizada, já que um dos

objetivos principais das mesmas é a criação do vínculo, o qual percebo claramente ao

reencontrar Ceiça (a dona de casa de uma das casas que visito) no ônibus e ela perguntar o

porque de nós nunca mais termos aparecido em sua casa, apesar de avisá-la anteriormente

que teríamos um recesso extenso... é esse vínculo, essa humanização que sala de aula alguma

me ensinaria!!!

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Eu só tenho a agradecer pela oportunidade de continuar nesse projeto, também espero

me “doar”e comprometer até o último momento que permanecer nele e desejo fechar esse

ciclo do PINAB com chave de ouro, já que este será o último período que estarei nele... mas

vamos parando por aqui se não vou começar a chorar (risos). SEREI ETERNAMENTE UMA

PINABIANA!!!

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RELATO DE EXPERIÊNCIA 2

Karla Regina Albuquerque Maranhão de Lucena

A minha permanência no PINAB foi breve, porém intensa. Participar deste projeto foi

um presente divino que me proporcionou um amadurecimento não apenas profissional, mas

especialmente humano, pessoal, social, uma vez que foi por meio e junto ao mesmo que eu

tive a oportunidade de transpor “os muros” da universidade e ter o privilégio de vivenciar

momentos recheados de sentimentos que jamais serão esquecidos. A extensão universitária

apresenta um significado prodigioso na vida acadêmica; no entanto, infelizmente, a devida

importância ainda não é perceptível pela grande maioria dos envolvidos no contexto

universitário.

Durante o semestre 2009.2 participei do Grupo Operativo de Gestante, e eu confesso

que este era um grupo que me atraia antes de ser selecionada pelo PINAB. O grupo materno-

infantil sempre me encantou, a sensibilidade e delicadeza necessária neste grupo contribuem

diretamente para este meu desejo de trabalhar com o referido grupo. Ao me deparar com

aquelas mães - algumas mães pela primeira vez e outras já “carimbadas” no assunto - o meu

olhar em relação a maternidade brilhava de ansiedade e a vontade de compreender e

compartilhar com elas aquela fase tão sobrecarregada de novidades, dúvidas, anseios, medos,

felicidade, descobertas, enfim, repleta de encantos e mudanças era imensa.

A cada encontro do grupo uma permuta de ações e saberes acontecia, confesso que

aprendi mais que ensinei. A oportunidade de escutar as gestantes me fez entender que ser mãe

não carece apenas de vontade, mas principalmente de dedicação e renúncias.

Ter participado de um projeto de extensão como o PINAB só veio a somar na minha

vida, desfrutei de alegrias e aprendizados que jamais seriam adquiridos dentro de uma sala de

aula, viver a realidade da comunidade com ela e não apenas sobre ela fez toda a diferença. O

trabalho em grupo, sem dúvida, favorece a participação dos indivíduos no processo educativo

em saúde, amplia as possibilidades das pessoas se autoconhecerem e diversificarem mais suas

relações, uma vez que um grupo se constrói no espaço heterogêneo das diferenças existentes

entre os participantes, possibilitando, dessa forma, maior aprendizado e desenvolvimento

pessoal.

Obrigada, PINAB! Lições para toda a vida estou levando comigo!

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RELATO DE EXPERIÊNCIA 3

Karistenn Casimiro de Oliveira

Neste meu último relato como extensionista e integrante da família PINAB optei por

deixá-lo ser escrito pelo meu coração e por ele apenas. Não que os outros não o fossem, mas

este tem um significado imensurável para mim, pois em cada palavra deste, posso sentir o

sabor e o dissabor da despedida. Deixe-me começar do começo. Entrei nesta família no meu

segundo período da academia, e talvez por isso tanto receio, medo, insegurança...o projeto e

cada uma de suas práticas eram grandes demais para a minha visão minúscula de vida

acadêmica, até então vivenciada em quatro paredes, onde só existia um detentor do saber (o

professor). Aos poucos fui me entrosando e gostando do que estava vivendo. Lembro-me das

minhas primeiras atividades no projeto, quando mesmo sem muita experiência e ainda um

tanto quanto inibida, recebia dos meus “coordenadores- amigos” a autonomia que precisava

para encarar aqueles desafios. Como era bom perceber na prática que através do compartilhar

de conhecimentos, de saberes e de experiências todos somos detentores de um saber

apriorístico que, ao entrar em uma relação dialógica e educativa pode inclusive transformar de

maneira crítica e criativa a realidade! Como era bom vislumbrar o meu envolvimento e

desenvolvimento naquelas práticas e saber que de alguma forma eu estava dando uma

contribuição nos espaços que era inserida, em cada período.

O PINAB foi por muitas vezes o responsável pela minha persistência na graduação em

Nutrição, por perceber que de fato a ligação do que aprendia lá com o que aprendia na sala de

aula, me fazia adquirir uma visão holística no atendimento com o próximo. Com os colegas

extensionistas, principalmente nas reuniões semanais, tinha a oportunidade de debater

impasses, conquistas das ações, pude compartilhar sonhos, metas, pude planejar, melhorar,

refletir que poderia ter sido melhor.se atentássemos mais para alguns aspectos, pude escrever

artigos, resumos e levar o PINAB para Congressos, Encontros bem longe da terrinha..

Posso dizer que graças ao PINAB e a tudo que ele me proporcionou pude vivenciar

uma universidade diferente...Hoje me vejo desafiando os desafios, rompendo barreiras,

procurando extrapolar em cada atividade que me é confiada. Não me vejo e não me sinto

pronta, mas me sinto madura o bastante para acreditar em mim como profissional, lutar pelos

meus ideais, dentre eles um processo educativo mais humanizado, acreditar que Deus nos fez

ilimitados no que se refere ao dar! E é assim PINAB que eu me despeço de todos, acreditando

não que dei o bastante, mas que ofereci de coração o meu melhor, e com a convicção que a

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minha história com e no PINAB não para por aqui, porque aonde eu for, eu o levarei comigo,

em cada prática , em cada jeito de fazer!

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RELATO DE EXPERIÊNCIA 4

Thaise Anataly Maria de Araújo

O período de atuação 2009.2 possuiu um significado diferenciado para mim, pois eu

sabia que este seria o último que participaria como graduanda-extensionista do PINAB.

Descrever em palavras a representatividade de colaborar com este Projeto é algo que

minimizaria o que sinto em fazer parte da história dele... História esta que se entrelaça com a

minha... E com o amor que sinto pela Ciência da Nutrição... Pela vida... Pelo meu próximo.

Ao entrar no curso de Graduação em Nutrição tinha um único objetivo: auxiliar as

pessoas na obtenção de uma melhor qualidade de vida. No entanto, inicialmente, deparei-me

com cadeiras/disciplinas importantes para a vida acadêmica, mas com bases puramente

biologicistas, que não se assemelhavam com o pretendido por mim; então - no terceiro

período – surgiu a proposta do PINAB. Inscrevi-me de última hora, uma vez que não

acreditava na possibilidade de fazer parte dele, haviam tantas pessoas capacitadas para isso...

Entretanto uma surpresa maravilhosa aconteceu: fui aprovada na seleção! Apesar de ter virado

um “clichê” no Projeto, considero que o mesmo representa um “divisor de águas” no que diz

respeito ao pessoal e profissional da minha vida. Graças a minha participação nele superei

obstáculos durante a graduação, me apaixonei pelo curso e percebi que a Nutrição pode ser

mais e isso depende de nós, da forma como nos comportamos diante dos usuários do nosso

serviço e da utilização do nosso potencial no que diz respeito a sermos educadores.

Atualmente, a forma como atuo, a maneira holística com que procuro compreender

meus clientes, a escuta, o diálogo, o vínculo que tento criar com cada um deles é resultante do

aprendizado que obtive com a Família PINAB e com todas as experiências que pude vivenciar

neste.

O crescimento acadêmico também foi marco desta extensão universitária, pude, em

conjunto com os coordenadores e colegas estudantes, sintetizar resumos, artigos e até viajar,

fazer novas amizades, representando o Projeto.

Reconheço que sempre podemos ser melhores no que fazemos e, se pudesse voltar no

tempo, teria tentado me dedicar ainda mais na concretização das atividades desempenhadas no

PINAB, todavia, acredito que deixei minha contribuição ao Projeto, aos amigos conquistados

e aos usuários que compartilharam comigo conhecimentos preciosos, ressaltando que um

pouquinho de mim encontra-se inserido em cada espaço que me fiz presente. Em suma,

agradeço a todos que me auxiliaram no desenvolvimento de habilidades e emoções

construídas/vividas nestes seis períodos em que estivemos juntos; ter tido a oportunidade de

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contribuir em todas as frentes do PINAB foi inesquecível e fará sempre parte da minha

conduta como ser humano e profissional da saúde. Estou alçando novos voos... Mas tenham

certeza que poderão contar comigo sempre... E que pretendo, algum dia, voltar ao seio desta

maravilhosa Família.