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GRAPIUNIDADES TICA SIMÕES (Organizadora) George Pellegrini (Artista Gráfico) Fragmentos postais de um pedaço da Bahia Aline de Caldas Costa George Pellegrini Gisane Santana Juliana Santos Menezes Mari Guimarães Sousa Mércia Ribeiro Cruz Otávio Filho Saul Mendez Filho

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Fragmentos postais de um pedaço da Bahia

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GRAPIUNIDADES

TICA SIMÕES (Organizadora) George Pellegrini(Artista Gráfico)

Fragmentos postais de um pedaço da Bahia

Aline de Caldas CostaGeorge PellegriniGisane SantanaJuliana Santos MenezesMari Guimarães SousaMércia Ribeiro CruzOtávio Filho Saul Mendez Filho

Lançando mão da linguagem fotográfi ca e da infografi a, este suporte da memória em forma de livro-objeto tem o propósito de dar visibilidade a algumas “grapiunidades” – identifi cações do território Litoral Sul da Bahia. Através da leveza da imagem, do simbolismo das expressões culturais, da memória do seu patrimônio, aqui são apresentadas, em postais, oito perspectivas: artesanato grapiúna – saberes identitários; contribuições étnicas na gastronomia; etnias e interação social; festas – manifestações populares; imaginário das águas: a Lagoa Encantada; pistas imagéticas rumo a uma identidade regional; em busca da “terceira paisagem”; Rio do Engenho: um patrimônio natural e cultural.

9 788574 552156

ISBN 978-8574-55-215-6

GRAPIUNIDADES - TICA SIMÕES

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Rio Cachoeira

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Rio Cachoeira

Lagoa Encantada

Ilhéus

Rio do Engenho

Imagem de Satélite: Google Maps

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Universidade Estadual de Santa Cruz

GOVERNO DO ESTADO DA BAHIAJaques Wagner - governador

SECRETARIA DE EDUCAÇÃOosvaldo Barreto Filho - secretário

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZantonio Joaquim Bastos da silva - reitor

adélia maria carvalho de melo Pinheiro - vice-reitora

diretora da editUsmaria luiza nora

Conselho editorial:Maria Luiza Nora – Presidente

Adélia Maria Carvalho de Melo PinheiroAntônio Roberto da Paixão Ribeiro

Fernando Rios do NascimentoJaênes Miranda Alves

Jorge Octavio Alves MorenoLino Arnulfo Vieira CintraMarcelo Schramn Mielke

Maria Laura Oliveira GomesMarileide Santos OliveiraLourival Pereira Júnior

Raimunda Alves Moreira de AssisRicardo Matos Santana

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Tica SimõesOrganizadora

Ilhéus, Bahia

2011

Aline de Caldas Costa • • George PellegriniGisane Santana • • Juliana Santos Menezes

Mari Guimarães Sousa • • Mércia Ribeiro CruzOtávio Filho • • Saul Mendez Filho

George PellegriniArtista Gráfico

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©2011 by Tica Simões [email protected]

Direitos desta edição reservados àEDITUS - EDITORA DA UESC

Universidade Estadual de Santa CruzRodovia Ilhéus/Itabuna, km 16 - 45662-000 Ilhéus, Bahia, Brasil

Tel.: (73) 3680-5028 - Fax: (73) 3689-1126http://www.uesc.br/editora e-mail: [email protected]

REvISãOMaria Luiza Nora

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

G769 Grapiunidades : fragmentos postais de um pedaço da Bahia / Tica Simões, organizadora, George Pellegrini, artista gráfico. – Ilhéus : Editus, 2011. 217p. :il. Bibliografia : p. 215-217. ISBN 978-8574-55-215-6 1.Bahia (Região cacaueira) – Descrições e viagens. 2. Cultura (costu-

mes) – Fotografias – Bahia (Região cacaueira). 3. Bahia (Região cacauei-ra) – Obras ilustradas. I. Simões, Tica. II Pellegrini, George.

CDD – 778.998142

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E, de repente, o avião se desviou da rota para o sul, e a cidade apareceu ante os olhos do viajante.

Jorge Amado.

Para cantar uma cidade não bastamarcá-la em infenso mapa.

Jorge Araujo

O olhar do viajante acrescenta a paisagem. Ladislau Netto.

Eu queria ficar na tua memória, não sei bemcomo, não sei porque, mas queria ficar. Ficar

assim, numa presença indefinida, como o aromade uma rosa...

Valdelice Pinheiro.

O passado do viajante muda de acordo com o itinerário realizado.

Ítalo Calvino

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Sumário

Imagens, expressões e memória- perspectivas sulbaianasTica Simões

Artesanato grapiúna- saberes identitáriosAline de Caldas Costa

Contribuições étnicasna gastronomia sulbaiana Mércia Ribeiro Cruz

Etnias e interação social- a feira do Malhado, IlhéusSaul E. Mendez Sanchez Filho

Festas- manifestações populares Juliana Santos Meneses

Apresentação

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Imaginário das águas- a Lagoa Encantada Mari Guimarães Souza

Pistas imagéticas rumoa uma identidade regional Otávio Filho

Em busca da “terceira paisagem” George Pellegrini

Rio do Engenho - um patrimônionatural e culturalGisane Santana

Referências

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Este livro-de-postais resulta de ações integradas do projeto Expressões Culturais, Literatura e Turis-mo – ECULT, desenvolvido pelo grupo de pes-quisa Identidade Cultural e Expressões Regionais

— ICER/DLA, da Universidade Estadual de Santa Cruz, situada em Ilhéus – Bahia. www.uesc.br/icer

Sob a ótica da relação entre literatura, expressões re-gionais e turismo, o ICER vem realizando estudos sobre a identidade cultural sulbaiana, com desdobramentos que ensejam o turismo sustentável.

A cultura é focada sob a ótica da inclusão, pretenden-do acenar com a efetiva multiplicidade de sujeitos históri-cos em suas categorias de hibridismo. As pesquisas bus-cam posturas éticas e princípios de sustentabilidade.

Registramos aqui o nosso agradecimento a todos os artistas e artesãos que contribuiram para este livro, parti-lhando conosco os seus saberes e valores culturais.

Agradecemos o apoio da Fundação de Amparo à Pes-quisa do Estado da Bahia – FAPESB, da Coordenação de Aper-feiçoamento do Ensino Superior - CAPES e do Conselho Nacio-nal de Pesquisa – CNPq.

Apresentação

Tica Simões

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Imagens, expressõese memória- perspectivas sulbaianasTica Simões

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De uma cidade, não aproveitamos as suas sete ou setenta e sete maravilhas, mas as respostas

que dá às nossas perguntas. (Ítalo Calvino. Cidades invisíveis)

São muitas as respostas que o território Litoral Sul do Estado da Bahia dá ao grupo que realiza as séries de postais deste Grapiunidades - fragmentos pos-

tais de um pedaço da Bahia. No entanto, para aqui apresentar algumas referências culturais das muitas identificadas, escolhemos aquelas perspectivas que mais nos revelaram imagens, expressões e memórias de Ilhéus e Itabuna, os dois mais destacados municípios desse Territó-rio de Identidade do Estado da Bahia.

Imagens, expressõese memória

- perspectivas sulbaianas

Tica Simões

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Situado na Mata Atlântica rema-nescente da Costa do Cacau, esse local grapiúna apresenta singularidades que o fazem especial. Mais do que um es-paço geográfico, esse território, antes de tudo, se constrói de uma relação que envolve apropriação, domínio, identi-ficação, pertencimento, demarcação; é expressão simbólica de uma cultura, enriquecida pelas várias etnias que aqui se hibridizaram: indígena, branca e ne-gra; depois, acrescentadas, dentre ou-tras, pela cultura sírio-libanesa.

Múltiplos olhares, as várias ações da pesquisa sobre cultura, literatura e turismo buscaram o mesmo objetivo geral: a valorização das expressões da

territorialidade sulbaiana e a discussão sobre a sua identificação. De forma con-vergente, as pesquisas recolheram, ana-lisaram, interpretaram bens da cultura local, visando a sua sustentabilidade e o desenvolvimento da comunidade atra-vés do turismo.

O trabalho tomou, como princí-pio de fundamentação, o eixo teórico norteador do projeto Expressões Cul-turais, Literatura e Turismo - ECULT, que considera: território, transcenden-do a sua dimensão concreta, enquan-to campo de forças, rede de relações sociais que se projetam no espaço; e territorialidade como sistema de comportamento entre um individuo

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ou grupo social e seu meio de referência (ALBAGLI, 2004; RIBAS et al. 2004); as questões de nomadismo e errância, rela-cionadas à viagem e ao olhar do viajan-te (MAFFESOLLI, 2001; SIMÕES, 2009; CARDOSO, 2002); a dinâmica das iden-tidades/identificação (Hall, 2000, 2005); o hibridismo, fruto das várias etnias que contribuíram para a cultura local (CAN-CLINI, 2000); o entendimento da cultu-ra como construção simbólica (GEERTZ, 1989) e como recurso (YUDICE, 2004); a preocupação com o desenvolvimento sustentável (OMT, 2001; MOESCH, 2000, SIMÔES, 2006); e, finalmente, entende que a inclusão social se viabiliza pela rea-lização de ações voltadas para o fortaleci-mento de vínculos de solidariedade com

a comunidade local (HEIDRICH, 2004). A esse suporte, os olhares sobre cada foco acrescentaram, respectivamente, condu-tas teóricas necessárias à cada ação.

Lançando mão da linguagem foto-gráfica e da infografia, este suporte da memória em forma de livro-objeto tem o propósito de dar visibilidade a algumas “grapiunidades”, identificações do terri-tório Litoral Sul, através da leveza da ima-gem, do simbolismo das expressões cultu-rais, da memória do seu patrimônio aqui apresentadas, em postais, através de oito perspectivas, dentre as pesquisadas: Ar-tesanato grapiúna – saberes identitários; Contribuições étnicas na gastronomia sul-baiana; Etnias e interação social - a feira do Malhado; Festas - manifestações po-

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pulares; Imaginário das águas - a Lagoa Encantada; Pistas imagéticas rumo a uma identidade regional; Em busca da “terceira paisagem”; Rio do Engenho - um patrimô-nio natural e cultural.

O livro é, assim, estruturado em séries temáticas, fragmentos que se so-mam, buscando uma mostra das imagens, expressões e memórias sulbaianas. São olhares, miradas, focos que a sensibilida-de de cada pesquisador captou a partir do respectivo tema pesquisado.

Buscando, por vezes, efeitos variados nas fotografias e infografias apresentadas, os textos que antecedem cada série temá-tica são explicativos das suas proposições e técnicas. Ao tempo em que apresentam imagens e efeitos do patrimônio local, os

tecidos fotográficos e infográficos, bus-cando potencializar o estético, pretendem, ainda, contribuir com um turismo susten-tável, valorizador do patrimônio local.

Naturalmente, o potencial grapiúna não se esgota nos postais oferecidos por este livro. Lembrando a epígrafe de Ítalo Calvino que abre este texto, ressalto que aqui apre-sentamos somente as respostas que encon-tramos para as nossas perguntas. Perspecti-vas. Mas, certamente, há mais “setenta e sete maravilhas” a serem desvendadas.

Este é o desafio que fazemos a você, leitor. Torne-se turista e venha fazer ou-tras descobertas.

Ah, e envie, àqueles a quem você tem apreço, os postais que este livro-ob-jeto lhe oferece.

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Artesanatograpiúna- saberes identitáriosAline de Caldas Costa

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Grapiúna, segundo o Dicionare-co das roças de cacau e arredores (NETO, 1997), é todo sujeito que nasce na região cacaueira do sul da

Bahia. A pesquisa, que resultou nos postais apresentados nesta série, faz interface com a extensão, numa abordagem à luz da Econo-mia Criativa.

Entendendo a cultura como campo transformador de realidades locais e eixo ar-ticulador de vários campos da cadeia produti-va, a Economia Criativa propõe a elaboração de ações integradas entre diferentes organis-mos e pastas públicas, subsidiando a criação coletiva de caminhos para o desenvolvimen-to local, destacando o caráter simbólico dos

Artesanato grapiúna

- saberes identitários

Aline de Caldas

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bens em questão, o papel dos direitos autorais, o ciclo da economia da cultura e a importân-cia do diálogo intercultural através do turismo (REIS, 2007; MIGUEZ, 2007; YÚDICE, 2004; COSTA, 2008). Com base nesse olhar teórico, o objetivo desta série é registrar e divulgar a produção que se concentra no Shopping do Artesanato Grapiúna, em Itabuna, valorizan-do seu patrimônio cultural imaterial, bem como os artesãos que acreditam no potencial turístico da cidade.

Os postais, que vocês vão conferir em seguida, apresentam bens culturais artesanais de referência identitária para a região, sele-cionados entre os anos de 2008 e 2009, com a parceria e a necessária legitimação social do

então dirigente da AIART, Rubens de Jesus e, da então gerente do Shopping do Artesanato Grapiúna, Márcia Leal.

Esse registro do artesanato grapiúna é uma ação de reconhecimento da variedade de referências simbólicas que compõem o arca-bouço cultural regional, com caráter de repre-sentação social de uma história, de sujeitos, de ícones e arquétipos que constituem o contex-to de uma realidade complexa. Fica destacado aqui o contexto da diversidade cultural (BAR-ROS, 2008) para a qual se quer chamar a aten-ção e alertar para a necessidade de proteger e promover expressões variadas, reconhecendo a cultura como patrimônio, no âmbito de uma sociedade plural.

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Artesanato: Diná

Trama com tecidosArtesanato grapiúna - saberes identitários

Fotografia: Aline de Caldas

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Artesanato: Clóvis

Berimbau e caxixisArtesanato grapiúna - saberes identitários

Fotografia: Aline de Caldas

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Artesanato: Walfrido

Montagem 3DArtesanato grapiúna - saberes identitários

Fotografia: Aline de Caldas

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Artesanato: Merivaldo e Adonias

CerâmicaArtesanato grapiúna - saberes identitários

Fotografia: Aline de Caldas

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Artesanato: José de Jesus

Fibras naturaisArtesanato grapiúna - saberes identitários

Fotografia: Aline de Caldas

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Artesanato: Rosânia

FiosArtesanato grapiúna - saberes identitários

Fotografia: Aline de Caldas

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Artesanato: Rubens de Jesus

Lapidação em vidroArtesanato grapiúna - saberes identitários

Fotografia: Aline de Caldas

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Artesanato: Maria José

Conchas IArtesanato grapiúna - saberes identitários

Fotografia: Aline de Caldas

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Artesanato: Rita Souza

Bonecas de panoArtesanato grapiúna - saberes identitários

Fotografia: Aline de Caldas

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Artesanato: Ana Cristina

Aproveitamento de bucha vegetale materiais diversos

Artesanato grapiúna - saberes identitáriosFotografia: Aline de Caldas

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Artesanato: Joelita

Reciclagem de floraArtesanato grapiúna - saberes identitários

Fotografia: Aline de Caldas

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Artesanato: Lena

Chocolate artesanalArtesanato grapiúna - saberes identitários

Fotografia: Aline de Caldas

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Artesanato: Tila

Conchas IIArtesanato grapiúna - saberes identitários

Fotografia: Aline de Caldas

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Artesanato: José de Souza

Estatuetas “Souza e sua gente”Artesanato grapiúna - saberes identitários

Fotografia: Aline de Caldas

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Contribuições étnicas na gastronomia sulbahianaMércia Ribeiro Cruz

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Mércia Ribeiro Cruz

A gastronomia sulbaiana tem a con-tribuição das várias etnias que habi-taram a região. Indígenas, brancos, negros, árabes deixaram herança

gastronômica, em saberes e sabores, marcas da sua cozinha.

Tais saberes integram a sociedade nos tempos atuais e aparecem nas iguarias servidas à base de frutas regionais, raízes e especiarias, utilizadas em doces, sorvetes e molhos que acompanham outros pratos; são saberes recon-figurados em sua tradição, sinalizadores de per-tencimento e identidades.

Beijus, farinha de mandioca e farinhas de goma, tapioca e puba, elaboradas a princípio pelos índios, são, posteriormente, ingredientes de bolos e doces na cozinha contemporânea; o uso de folhas para cozinhar e assar peixes, são

Contribuições étnicas na

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alguns dos saberes indígenas que marcaram a nossa cozinha no tempo/espaço.

Comidas com dendê imediatamente tra-zem à mente a imagem do acarajé e seus acom-panhamentos, o vatapá, os camarões, as saladas. O abará, feito da massa igual à do acarajé, é cozi-do na folha e vendido nos tabuleiros das baianas. Os alimentos assimilados pela cultura africana são traços dessa etnia que, ressignificados, vi-vem nos cardápios da Bahia.

O uso do milho em bolo, canjica e pudins é exemplo de um ingrediente, da cultura indígena, absorvido pelos portugueses; e pelos africanos, no uso de papas, angus e mungunzás, “aconteci-mento que resultou num produto da convergên-cia e fusão das culinárias indígena, africana e por-tuguesa” (CASCUDO, 2007, p. 111).

A contribuição do branco na culinária lo-cal se deu também com o uso das comidas com caldo e da utilização de hortaliças, legumes e ingredientes como o azeite de oliva, peixes sal-gados e no uso do açúcar nas receitas que foram

misturadas aos ingredientes da culinária sul-baiana, resultando singularidade no modo de fazer, morar e cozinhar.

Cada uma dessas expressões sinalizam simbolismos; “constituem as mil práticas pelas quais usuários se reapropriam do espaço organi-zado pelas técnicas de produção sociocultural” (CERTEAU, 2008, p.41).

A gastronomia sulbaiana está viva no cotidiano das feiras com seus beijus, tapiocas, farinhas e bolos, feitos com produtos da terra; nos licores artesanais, nas frutas regionais; no modo de fazer que transforma o alimento em comida e faz de uma iguaria regional ou local, uma comida especial, diferenciando-a das de outras regiões.

É assim que, nos postais desta série gas-tronomia, temos a marca de alimentos cultu-ralizados, ou seja, alimentos representativos da voz social, da memória coletiva e individual e de identidades gastronômicas do território Litoral Sul, da Bahia.

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Feitura do coranteContribuições étnicas

na gastronomia sulbaianaFotografia: Mércia Cruz

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Doce de jamboContribuições étnicas

na gastronomia sulbaianaFotografia: Mércia Cruz

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Cocadas e bolosContribuições étnicas

na gastronomia sulbaianaFotografia: Mércia Cruz

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Frutas regionaisContribuições étnicas

na gastronomia sulbaianaFotografia: Mércia Cruz

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PimentasContribuições étnicas

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Peixe na folhaContribuições étnicas

na gastronomia sulbaianaFotografia: Mércia Cruz

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Acarajé e abaráContribuições étnicas

na gastronomia sulbaianaFotografia: Mércia Cruz

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Moqueca de peixeContribuições étnicas

na gastronomia sulbaianaFotografia: Mércia Cruz

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BeijuContribuições étnicas

na gastronomia sulbaianaFotografia: Mércia Cruz

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FarinhasContribuições étnicas

na gastronomia sulbaianaFotografia: Mércia Cruz

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Etnias einteração social- a feira do Malhado, IlhéusSaul Mendez Filho

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ahia A cultura, segundo Clifford Geertz

(1989), ainda que transposta à realida-de de uma forma física, nasce primor-dialmente da interação social de um

povo com o ambiente que o circunda. Da inte-ração, partem também delimitações fronteiriças, reconhecidas nas pesquisas de etnicidade como a base para o conceito de etnia - visto que não exis-te etnia sem diferença, nem o reconhecimento da diferença senão em ambientes permeados pela multiplicidade.

Sabe-se que hoje o conceito de etnia se ex-pande além da questão da raça ou da religião. Essa conceituação se observa múltipla, e confere-se uma perspectiva muito mais subjetiva do que ob-jetiva à etnia: portanto, além da hereditariedade ou do tradicionalismo, é também uma questão de “pertencimento”. Os processos étnicos ocorrem, assim, a partir de uma delimitação fronteiriça entre “membros e outsiders”. Isso tem base na interação social necessária dentro de um estado econômico muito mais amplo que requer o con-tato com a diferença (POUTIGNAT e STREIFF--FENART, 1997).

Saul E. Mendez Sanchez Filho

Etnias e interação social

- a feira do Malhado, Ilhéus

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ahiaA interação social é, também, um con-

ceito presente na realidade da Web 2.0 - e, em verdade, trata-se de um dos alicerces da conceituação do termo, conforme abordado por Tim O’Reilly (2007). Com semelhanças quanto à pluralidade de vozes e concentração em uma única estrutura, a feira do Malhado representa um modelo do processo social que ocorre no ambiente virtual. Este ambiente de-senvolvido na Internet é um meio para o reco-nhecimento das etnias locais, uma forma de observar a alteridade e perceber nela as possí-veis implicações negativas de uma interpreta-ção patrimonial desconexa da multiplicidade presente no município de Ilhéus.

Enquanto a interpretação patrimonial oficialmente abordada pelo turismo parte de aspectos centrais para chegar à diversidade, a feira compõe um centro para onde vem a convergir toda a criatividade proveniente do periférico; é, assim, o extremo oposto que, por sua vez, atrai, através de cores, formas, figuras; por meio de sua vida, em um cres-cimento palpitante, tal qual um organismo

biológico composto da “cauda longa” (AN-DERSON, 2006) dos distritos e bairros me-nos priviliegiados da cidade.

Essas questões referem-se diretamente à escolha da feira do Malhado como cenário para uma representação fotográfica que evidencia a multiplicidade das gentes do local. A feira é, ao mesmo tempo, uma representação “micro” do estado econômico moderno, conforme ressal-tado pelas teorias da etnicidade. Ela aglomera, nos finais de semana, as mais diversas etnias presentes no município e em seus distritos, como Japu, São José, Itariri, Cachoeira, Rio do Engenho, Banco do Pedro, Lagoa Encantada, Salobrinho etc. A intenção é, com as fotos, cap-tar o feeling presente no local através da lente da câmera, com o foco no movimento de pessoas, e na organização intrínseca que compõe o pro-cesso de interação social.

As cores, aplicadas na pós-produção, dialogam com estéticas “retrô” de negativos Fuji dos anos 70/80, acompanhando o clima presente no cenário composto pela feira em sua pluralidade.

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Seção de frutas e verduras - tenda de bananasEtnias e interação social - a feira do Malhado, IlhéusFotografia: Saul Mendez

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Seção de frutas e verduras - encontro de geraçõesEtnias e interação social - a feira do Malhado, IlhéusFotografia: Saul Mendez

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À espera do transporte, com sacas de grãos e cestos com frutos da terraEtnias e interação social - a feira do Malhado, IlhéusFotografia: Saul Mendez

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Entrada da feira - pessoas e seus carregamentosEtnias e interação social - a feira do Malhado, IlhéusFotografia: Saul Mendez

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Transporte de produtos- modelo alternativo de carriolaEtnias e interação social - a feira do Malhado, IlhéusFotografia: Saul Mendez

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Bicicletas comumente utilizadas pelos comerciantes para sua locomoçãoEtnias e interação social - a feira do Malhado, IlhéusFotografia: Saul Mendez

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Carro de frete transportando produtosEtnias e interação social - a feira do Malhado, IlhéusFotografia: Saul Mendez

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Barganha na compra e venda de avesEtnias e interação social - a feira do Malhado, IlhéusFotografia: Saul Mendez

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Vendedor transportando cana-de-açúcarEtnias e interação social - a feira do Malhado, IlhéusFotografia: Saul Mendez

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Moradores da zona rural à espera do transporte coletivo (detalhe)Etnias e interação social - a feira do Malhado, IlhéusFotografia: Saul Mendez

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Festas- manifestações popularesJuliana Santos Meneses

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ahia As manifestações populares, formas

de expressão de um povo, consti-tuem movimento de determina-da cultura e são representativas

da voz social; uma forma subjetiva que um grupo de pessoas encontra para expor seu interior, expressar o que pensa, o que deseja realizar ou modificar (CARVALHO, 2007). É assim que a sociedade homenageia, honra ou rememora símbolos ou acontecimentos com os quais se identifica.

Nesta série que se apresenta, as expres-sões referem-se à cultura ilheense, situada no Litoral Sul-baiano. Em festas religiosas ou profanas e comemorações diversas são obser-vados o fazer artístico e as relações sociais que perpassam pela realização dessas manifesta-ções. Observando e interpretando todas essas manifestações, torna-se possível descobrir os códigos e as regras que constroem o ensinar e o aprender da diversidade cultural e, conse-quentemente, a dinâmica da identidade local. Devido à confluência de diferentes culturas,

Juliana Santos Menezes

Festas- manifestações

populares

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ahiaforam delineadas ricas manifestações culturais,

como as festas em homenagem aos santos e as festas populares, nas quais elementos caracte-rísticos das culturas indígena, africana e euro-peia são rememorados.

Nessa perspectiva, as práticas do passado chegam ao presente revelando características culturais que identificam o lugar por meio de um aparato de bens simbólicos. Conforme Tri-gueiro (2007, p.107), essas práticas chegam ao presente com apropriações culturais diversas e incorporações de novos valores simbólicos, construindo outras identidades.

Em Ilhéus, as manifestações populares recebem contribuições de crenças nas quais se mesclam a tradição católica e a afrodescendente, que caracterizam a sua cultura e estão cada vez mais inseridas no contexto de produção e con-sumo de bens culturais locais e globais, tendo como um dos principais motivadores a fé, que, segundo Lody (2004), é festa. Festa que acon-tece na rua, na praça e no largo, palcos para a expressão da religiosidade que vem acompanha-da de devoções, danças, rezas, comidas típicas e

músicas. Essas festas ajudam a compreender o contexto híbrido no qual a tradição, na celebra-ção coletiva, conquista novos adeptos, que cons-troem novos eventos e identidades, experimen-tam tradições, trazem as memórias católicas e africanas e atualizam o ser ilheense.

Essas manifestações de fé, como a Festa de Iemanjá e a Festa da Padroeira Nossa Senhora da Vitória, implicam a produção de vestimentas, música, comida, objetos específicos para a cele-bração cultural, levando brilho, som, cor e sabor para os participantes, reafirmando a fé e perpe-tuando suas tradições. De igual modo, os gru-pos de dança afro, como o Batukejêje, em Ilhéus, através da dança, vestimentas, penteados, ma-quiagem e do toque do repique, caixa e marca-ção rememoram e atualizam a cultura africana.

As manifestações populares são carre-gadas de simbologia, que são transmitidas ao longo dos anos e perpetuam valores por meio da repetição. O espaço festivo, assim, reproduz os rituais das gerações passadas, reforça as tra-dições, repete códigos comportamentais e cria novos códigos.

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Andor de Nossa Senhora da VitóriaFestas - manifestações populares

Fotografia: Juliana Santos Menezes

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Procissão da PadroeiraFestas - manifestações populares

Fotografia: Juliana Santos Menezes

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Grupo BatukejêjeFestas - manifestações populares

Fotografia: Juliana Santos Menezes

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Espetáculo Deusa de ÉbanoFestas - manifestações populares

Fotografia: Juliana Santos Menezes

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Dança afroFestas - manifestações populares

Fotografia: Juliana Santos Menezes

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AtabaqueFestas - manifestações populares

Fotografia: Juliana Santos Menezes

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Roda de baianasFestas - manifestações populares

Fotografia: Juliana Santos Menezes

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Indumentária das baianasFestas - manifestações populares

Fotografia: Juliana Santos Menezes

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Imagináriodas águas- a Lagoa EncantadaMari Guimarães Sousa

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ahia Cresci ouvindo minha mãe falar de

uma certa “lagoa encantada” que à noite se transformava em mata fechada, onde se caçavam onças e

outros bichos ferozes. A força desses testemu-nhos proporcionou uma curiosidade que se converteu em lugar e objeto de minhas pes-quisas sobre o imaginário das águas, já que as suas águas me fascinaram antes mesmo de conhecê-las.

Localizada no distrito de Castelo Novo, a 34 km de Ilhéus, a Lagoa é um enorme espelho d’água de 6,4 km2 de extensão, com perímetro de 26.000 m e profundidade média de 15 m, conforme as marés e as cheias fluviais. Cercada pela Mata Atlântica remanescente e formada pelos rios Pipite e Caldeiras, dentre outros ri-beirões, o seu entorno é constituído de antigas fazendas de cacau em meio à floresta ombrófi-la, cuja exuberância e riqueza em espécies ve-getais e animais vem sofrendo com a devasta-ção, provocando mudanças significativas nas paisagens físicas e culturais do lugar. Pequenas

Mari Guimarães Sousa

Imaginário das águas

- a Lagoa Encantada

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ahiailhas flutuantes, constituídas principalmente

por aningas (Montrichardia linifera), que se deslocam de uma margem à outra da Lagoa, vêm desaparecendo gradativamente. Tal fato in-terfere sobremaneira no imaginário local, pois muito dos mistérios da Lagoa estão diretamente associados às ilhas flutuantes. Atualmente, resta o Caboto, verdadeiro berçário de espécies da fauna aquática. Existem ainda belíssimas pai-sagens, grandes áreas de manguezais, corredei-ras, cachoeiras e cascatas, como o Véu da Noiva e o Salto do Apepique.

Em virtude de suas peculiaridades natu-rais e culturais, a Lagoa Encantada tem susci-tado, desde o período colonial, o interesse de inúmeros historiadores e cientistas. Em Trata-do da Terra do Brasil (1570), Pero Magalhães de Gandavo registrou, com deslumbramento, a alta piscosidade da lagoa, destacando a presen-ça de tubarões e de peixes-boi naquele período.

Fonte inesgotável de inspiração de seus moradores, a lagoa, que dá nome à APA, é o locus de mitos e lendas. Segundo Bachelard

(2002), a água dinamizada pela força ima-ginante contém o germe da criação poética. Nessa perspectiva, as águas, esse aquoso calei-doscópio material e imaginário, em sua infini-ta capacidade metamorfoseante, seja pela suas propriedades químico-físicas, seja no domínio do simbólico, constitui-se na principal causa material das narrativas de expressão oral con-tadas por seus moradores. Núcleo significativo do imaginário (ISER, 1996), a Lagoa é o cená-rio de inúmeras narrativas onde coabitam seres naturais e seres imaginários.

Esta série de postais almeja mostrar a be-leza singular da Lagoa Encantada, ressaltando--se a ideia de lugar como produto das relações entre o homem e a natureza. Assim, as sereias, os negos d’água e as biatatás que supostamente moram embaixo da Pedra da Arigoa, que fica no centro da Lagoa, poderão sobreviver não apenas na memória de seus moradores mais antigos. Figuras míticas ressaltam o imaginário local e traduzem um cenário antropológico de riqueza singular.

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Mirante da Lagoa EncantadaImaginário das águas- a Lagoa EncantadaFotografias: Mari Guimarães

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Píer da LagoaImaginário das águas- a Lagoa EncantadaFotografias: Afonso Ferraz

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Cotidiano na Lagoa: lavadeirasImaginário das águas- a Lagoa EncantadaFotografias: Afonso Ferraz

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Cotidiano na Lagoa: pescadoresImaginário das águas- a Lagoa EncantadaFotografias: Afonso Ferraz

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Cotidiano na Lagoa: areadeiraImaginário das águas- a Lagoa EncantadaFotografias: Maíra Kersul

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Cotidiano na Lagoa: consonânciaImaginário das águas- a Lagoa EncantadaFotografias: Afonso Ferraz

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Cotidiano na Lagoa: boca da noiteImaginário das águas- a Lagoa EncantadaFotografias: Mari Guimarães

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Degraus da pedra da ArigoaImaginário das águas- a Lagoa EncantadaFotografias: Mari Guimarães

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O Caboto (ilha flutuante)Imaginário das águas- a Lagoa EncantadaFotografias: Mari Guimarães

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Salto do ApepiqueImaginário das águas- a Lagoa EncantadaFotografias: Afonso Ferraz

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Trilhas da LagoaImaginário das águas- a Lagoa EncantadaFotografias: Afonso Ferraz

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O Véu da Noiva e suas caldeiras Imaginário das águas- a Lagoa EncantadaFotografias: Mari Guimarães

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Pistas imagéticas rumo a uma identidade regionalOtávio Filho

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ahia O pensamento visual é cercado de mis-

térios. Vivemos a era das máquinas com olhos espalhados por todos os lugares. Ainda assim, ver o mundo e

comentá-lo com imagens não é uma tarefa ba-nal. Quase todos os aparatos contemporâneos terão, muito brevemente, uma câmera embutida que permitirá uma vigilância total e permanente. Talvez por isso mesmo o trabalho de traduzir o que ela diz tornou-se uma tarefa e um desafio no dia a dia de todos nós.

Essas imagens, postais de Ilhéus, foram produzidas durante o processo de investigação sobre a existência de uma possível identidade regional e suas particulares características. O termo ‘possível’ indica, nesse caso, uma dúvida ainda não resolvida cujas imagens são pistas pre-ciosas rumo a tal elucidação.

O filósofo Cornelius Castoriadis (2004, p. 45), refletindo sobre o eterno dilema da na-tureza do nosso saber, afirma:

É isso que a história do nosso saber nos mos-tra e, também, que temos acesso aos diferen-

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Pistas imagéticas rumo a uma

identidade regional

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ahiates estratos desse ser-ente total mediando o

que se pode chamar de imaginação criadora dos indivíduos e de imaginário criador das sociedades que repousam, reinventam, re-criam em certo sentido o que já está aí para poder pensá-lo. Isso anda junto com a ideia de que esses diferentes estratos do que é, para os quais temos necessidade de pôr, de inventar, de criar sempre novos esquemas para poder pensá-los, são eles próprios emergências, sur-gimento do ser ente total; que o ser é sempre a ser, ou é criação.

Esse “o que já está aí para poder pensá-lo” é, visualmente, o mundo das formas que a luz revela no cotidiano da existência. A bicicleta estacionada na praça do teatro é um elemen-to do mundo normal e, ao mesmo tempo, um “mundo mais além”, quando sobre ele o olho do caminhante lhe destina um ‘tempo’ de contem-plação e busca. Foi essa ‘transfiguração’, ou por essas transfigurações que as imagens seleciona-das procuraram tangenciar os fugidios traços que definem uma possível identidade regional.

Essa busca pelos traços de uma identida-de regional esteve permanentemente atenta às

palavras do filósofo, lembrando: Mais uma vez o poeta é um profeta,

como dizia outro poeta. Essa é, em certo senti-do, toda a história do saber humano: imaginar as coisas e depois demonstrá-las por puro ra-ciocínio, por exemplo, e tornar pensável algo que não depende de nós, algo que é real, isto é, o real no sentido daquilo que resiste, que não pode ser dobrado à vontade dos nossos esquemas de pensamento. (idem)

A praça do teatro é também a praça da igreja e centro de um eixo excêntrico marcado pelos rostos anônimos que constituem uma cidade. Palimpsesto de histórias e imagens descoloridas que ressuscitam novas cores em cada nova palavra e em cada novo olhar.

Essas imagens foram produzidas nos am-bientes digitais das novas tecnologias. Elas são infografias, imagens gravadas com números, sequência abstrata de zeros e uns que, sob o olhar do artista, não tendo outra técnica senão o seu corpo, transfigura, para além do núme-ro, a majestade analógica do olho produzindo o sentido do mundo.

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a uma identidade regionalInfografia: Otávio Filho

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Lunário SPistas imagéticas rumo

a uma identidade regionalInfografia: Otávio Filho

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Sancti Sebastiani 1Pistas imagéticas rumo

a uma identidade regionalInfografia: Otávio Filho

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Sancti Sebastiani 2Pistas imagéticas rumo

a uma identidade regionalInfografia: Otávio Filho

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Benedictus Pistas imagéticas rumo

a uma identidade regionalInfografia: Otávio Filho

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Sonho BenedictusPistas imagéticas rumo

a uma identidade regionalInfografia: Otávio Filho

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Sancti Sebastiani azulPistas imagéticas rumo

a uma identidade regionalInfografia: Otávio Filho

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Bicicleta 1Pistas imagéticas rumo

a uma identidade regionalInfografia: Otávio Filho

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Bicicleta 2Pistas imagéticas rumo

a uma identidade regionalInfografia: Otávio Filho

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Bicicleta 3Pistas imagéticas rumo

a uma identidade regionalInfografia: Otávio Filho

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Em busca da “terceira paisagem”George Pellegrini

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George Pellegrini

Em buscada “terceirapaisagem”

As paisagens literárias sempre me fascina-ram; desde as fantásticas, como as que se multiplicavam na África utópica de Tarzan, até as florestas ufanistas de José

de Alencar. Embora muitas delas estejam em um nível de ficcionalização que as tornam impossíveis de contemplação visual, outras, por estarem locali-zadas em sítios geográficos concretos, são passíveis de constatação.

Duas paisagens me causaram particular expe-riência estética: o Pelourinho, descrito através do olhar dos capitães de areia amadianos, e as torres de Córdoba, vistas por um eu-poético lorquiano, amargurado e perseguido na Espanha franquista. Ambas as paisagens foram percebidas através da arte literária e, logo após, pela contemplação direta.

Obviamente, não são iguais. Do texto literário à linguagem fotográfica, ainda que nos esforcemos para fazer o mesmo enquadramento descrito na lite-ratura, a paisagem da memória sempre vai estar mo-dificada pelo imaginário do escritor. Também não são diferentes, porque seus traços e contornos estão ali, encaixando-se com as imagens da memória. No

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ahiamomento em que o fotógrafo contempla uma

paisagem, ele faz os ajustes necessários unindo a paisagem da memória à paisagem observada, criando uma “terceira paisagem”, muito mais subjetiva e complexa. Complexa porque, de-pendendo da distância de espaço e tempo entre a imagem apreendida da literatura e a imagem visualizada, se produzem outras escrituras sobre o terreno. A paisagem, como um palimpsesto, conserva, assim, vestígios de um texto anterior passível de recuperação, enquanto a realidade reescreve outro texto sobre os contornos do ho-rizonte.

A paisagem é um construto cultural (MA-DERUELO, 2005, p. 35): mais importante do que o objeto que se contempla, é o olhar de quem o contempla. Logo, o ato de ver é definitivo na apre-ensão da paisagem. Diferente do espaço, que é o ambiente que nos rodeia (SANTOS, 2006, p. 66), a paisagem, como ideia que representa o meio físico, é o outro. Para perceber a paisagem, pre-cisamos sair dela. Por outro lado, é o observador quem cria a paisagem, quando a delimita com o olhar. Assim, a paisagem é, ao mesmo tempo,

omissão e criação do homem (GUILLÉN, 1992).A literatura recorre ao imaginário para

produzir o discurso ficcional (ISER, 1996), as-sim, a paisagem literária ganha, com os recur-sos discursivos, algumas “distorções” que não são observadas na paisagem “que se vê”. Esse estranhamento, que o texto literário instaura, cria paisagens e espaços que, em sentido estri-to, seriam diferentes dos espaços e paisagens “reais”, como são os vales e as serras da literatu-ra adoniana, com intensa carga dramática, ou a paisagem urbana dos contos de Ricardo Cruz, com uma aura de fantasia e surrealismo.

Como a escritura, que utiliza os recursos discursivos para produzir paisagens literárias, as fotografias que integram este bloco são trabalha-das buscando um tom ficcional, por vezes; por outras, buscando um lirismo que transcenda a própria realidade da paisagem em si. É uma tenta-tiva de produzir, através das alterações de profun-didade, temperatura, sombras, claros e escuros, contrastes, abertura etc., esse estranhamento, essa desautomatização, essa “terceira paisagem” que transita entre o real e o imaginário.

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Morro do CuscuzEm busca da “terceira paisagem”Fotografia: George Pellegrini

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Desde a ponte do ConceiçãoEm busca da “terceira paisagem”Fotografia: George Pellegrini

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Rio Cachoeira IEm busca da “terceira paisagem”Fotografia: George Pellegrini

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Rio Cachoeira IIEm busca da “terceira paisagem”Fotografia: George Pellegrini

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Enseada do PontalEm busca da “terceira paisagem”Fotografia: George Pellegrini

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Rio com ilha e pontesEm busca da “terceira paisagem”Fotografia: George Pellegrini

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Desde a ponte do Marabá IEm busca da “terceira paisagem”Fotografia: George Pellegrini

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Outeiro IEm busca da “terceira paisagem”Fotografia: George Pellegrini

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Outeiro IIEm busca da “terceira paisagem”Fotografia: George Pellegrini

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Desde a ponte do Marabá IIEm busca da “terceira paisagem”Fotografia: George Pellegrini

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Rio do Engenho- um patrimônio natural e culturalGisane Santana

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Gisane Santana

Rio do Engenho- um patrimônio natural e cultural

O Rio do Engenho é um distrito rural a cerca de 20 quilômetros a sudo-este da sede municipal de Ilhéus, onde começou o povoamento da

então capitania hereditária de São Jorge dos Ilhéus. Às margens do rio Santana e ao pé de rica vegetação de Mata Atlântica, o vilarejo foi sesmaria doada a Mem de Sá. Nesse distrito, desenvolveu-se um dos primeiros engenhos de cana de açúcar do território brasileiro.

Esse passado histórico confere importân-cia e singularidade ao Rio do Engenho, na he-rança cultural que se encontra na capela Nossa Senhora de Santana, tombada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, nas ruínas do engenho e no tacho de fazer o melaço da cana-de-açúcar.

Além desse patrimônio material, o dis-trito se destaca por sua riqueza imaterial: fes-

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ta de Nossa Senhora Sant’Ana, gastronomia, artesanato, os saberes e fazeres cotidianos da comunidade. Desse modo, o patrimônio cultural e os recursos naturais são referências identitárias dessa comunidade.

Esses bens patrimoniais integram as práticas culturais que se destacam nas mani-festações da comunidade local por mediarem diferentes e memoráveis fatos históricos e por representarem heranças culturais, técnicas e estéticas de tempos passados.

Toda essa memória está presente no am-biente do Rio do Engenho e de seu entorno, onde pessoas simples e espontâneas buscam valorizar, como podem, a tradição de suas festas, saberes e sabores, buscando a sustentabilidade local.

A série de fotografias desse foco temático de postais é compreendida como propagado-ra da cultura de uma sociedade que guarda a memória do tempo e das mudanças. Nesse sentido, os bens provenientes do passado car-

regam traços culturais de seu tempo e são in-terpretados no presente, construindo espaço e ambientes diferentes.

As fotografias que compõem essa se-ção são parte do acervo da exposição Rio do Engenho: festas, saberes e sabores, etapa anterior do projeto, que procurou identifi-car e valorizar as expressões culturais por meio dos saberes peculiares simbolizados nas comidas, celebrações e demais mani-festações culturais. Tal ação desenvolveu-se no entendimento de cultura como recurso (YÚDICE, 2006), objetivando favorecer o turismo de modo sustentável e promover a inclusão cultural.

As demais imagens representam cenas da realidade cotidiana do Rio do Engenho e das localidades dos arredores. São perspecti-vas da natureza, fixadas pelo olhar, sensível ao que se considerou significativo, belo e de im-portância para a comunidade.

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Torrefação de farinhaRio do Engenho

- um patrimônio natural e cultural Fotografia: Anabel Mascarenhas

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MunzuáRio do Engenho

- um patrimônio natural e cultural Fotografia: Anabel Mascarenhas

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Rio SantanaRio do Engenho

- um patrimônio natural e cultural Fotografia: Gisane Santana

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MarisqueiraRio do Engenho

- um patrimônio natural e cultural Fotografia: Gisane Santana

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Atividades ribeirinhasRio do Engenho

- um patrimônio natural e cultural Fotografia: Gisane Santana

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Igreja Senhora Sant’AnaRio do Engenho

- um patrimônio natural e cultural Fotografia: Gisane Santana

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Barcaça de cacauRio do Engenho

- um patrimônio natural e cultural Fotografia: Gisane Santana

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TarrafaRio do Engenho

- um patrimônio natural e cultural Fotografia: Anabel Mascarenhas

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GRAPIUNIDADES

TICA SIMÕES (Organizadora) George Pellegrini(Artista Gráfico)

Fragmentos postais de um pedaço da Bahia

Aline de Caldas CostaGeorge PellegriniGisane SantanaJuliana Santos MenezesMari Guimarães SousaMércia Ribeiro CruzOtávio Filho Saul Mendez Filho

Lançando mão da linguagem fotográfi ca e da infografi a, este suporte da memória em forma de livro-objeto tem o propósito de dar visibilidade a algumas “grapiunidades” – identifi cações do território Litoral Sul da Bahia. Através da leveza da imagem, do simbolismo das expressões culturais, da memória do seu patrimônio, aqui são apresentadas, em postais, oito perspectivas: artesanato grapiúna – saberes identitários; contribuições étnicas na gastronomia; etnias e interação social; festas – manifestações populares; imaginário das águas: a Lagoa Encantada; pistas imagéticas rumo a uma identidade regional; em busca da “terceira paisagem”; Rio do Engenho: um patrimônio natural e cultural.

9 788574 552156

ISBN 978-8574-55-215-6

GRAPIUNIDADES - TICA SIMÕES

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