grande cárceres - mt
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Colegiado de Desenvolvimento Territorial da Grande Cáceres
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL
Território da Grande Cáceres
Trabalho resultante da elaboração do Plano Territorial de
Desenvolvimento Rural Sustentável assumido como referencial
do desenvolvimento territorial, realizado pelo Instituto
Samaritano de Políticas Públicas Albert Schweitzer (ISPP), com
o apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA),
Através da Secretaria De Desenvolvimento Territorial (SDT).
CUIABÁ MATO GROSSO
2010
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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Luís Inácio Lula Da Silva
MINISTRO DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
Guilherme Cassel
SECRETÁRIO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL
Humberto Oliveira
DEPARTAMENTO DE AÇÕES DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL
Fernanda Costa Corezola
DELEGADO FEDERAL DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
EM MATO GROSSO
Dieter Metzner
ARTICULADORA REGIONAL SDT/MDA
Ervanda Timm
ARTICULADOR ESTADUAL SDT/MDA
Leonel Wohlfahrt
ASSESSOR TERRITORIAL
Saguio Moreira Santos
INSTITUTO SAMARITANO DE POLÍTICAS PÚBLICAS ALBERT SCHWEITZER
Márcia Andrades dos Anjos
ACÁCIA CONSULTORIA EM AGRICULTURA FAMILIAR
Medson Janer da Silva
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RESUMO
O PTDRS apresentado neste documento está referenciado nas diretrizes gerais
da estratégia de intervenção territorial concebida pela SDT, que tem como pressuposto a
gestão social dos Territórios com vista o alcance das seguintes áreas de resultados:
Fortalecimento da Gestão Social, Fortalecimento das redes Sociais de Cooperação,
Dinamização Econômica nos Territórios Rurais e Articulação de Políticas Públicas.
Estes resultados estão preconizados em três grandes momentos, a saber, a
Sensibilização, Mobilização e Articulação; Gestão e Planejamento do Desenvolvimento
Territorial e a Implementação de Projetos, Controle e Avaliação. Os trabalhos para
construção do PTDRS tiveram inicio em julho de 2010, com uma Oficina de
Nivelamento Conceitual, seguida de outras Oficinas, encontros técnicos, reuniões e
visitas a campo. O Território é composto por 20 municípios com suas identidades
semelhantes, no que tange ao perfil da agricultura familiar. Sendo concluído em sua
primeira versão em novembro de 2010. O Colegiado do Território foi constituído em
novembro de 2009 e conta com 66 conselheiros, sendo 33 da sociedade civil organizada
e 33 conselheiros dos órgãos governamentais, com Núcleo Diretivo e Núcleo Técnico,
além das entidades parceiras. Durante o período de julho a dezembro de 2010, foram
trabalhados os diagnósticos participativos junto ao colegiado e se estendeu através dele
as comunidades rurais do Território. Também foram construídos os eixos de
desenvolvimento e programas e projetos para o Território da Grande Cáceres
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GLOSSÁRIO
AMM - Associação Mato-Grossense dos Municípios
APP – Área de Preservação Permanente
APL – Arranjo Produtivo Local
BR – Rodovia Federal
CONDRAF – Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável
CPP - Comissão de Planejamento e Produção
DRP – Diagnóstico Rápido Participativo
DT – Desenvolvimento Territorial
FLV - Frutas, Legumes e Verduras
FOFA – Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDH – Índice de Desenvolvimento Agrário
IFET – Instituto Federal de Ensino Técnico
INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
ISPP - Instituto Samaritano de Políticas Públicas Albert Schweitzer
MDA –Ministério do Desenvolvimento Agrário
MT – Mato Grosso
ND – Núcleo Diretivo
NT – Núcleo Técnico
PA – Projeto de Assentamento
PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PRONAT – Programa Nacional de Desenvolvimento dos Territórios Rurais
PTDRS – Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentado
SDT - Secretaria de Desenvolvimento Territorial
SEMDER - Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural
SEPLAN-MT – Secretaria de Estado do Planejamento do Mato Grosso
SIF – Serviço de Inspeção Federal
SIR – Sistemas de Informações Rurais do INCRA
STTR – Sindicato dos Trabalhadores Rurais
UNEMAT - Universidade Estadual de Mato Grosso
ZPE - Zona de Processamento de Exportação
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Estratégia Metodológica de Apoio à Elaboração do PTDRS. Quadro 2. Pontos Fortes e Oportunidades do Território da Grande Cáceres (2010) Quadro 3. Pontos Fracos e Ameaças do Território da Grande Cáceres (2010). Quadro 4. Visão de Futuro do Território da Grande Cáceres – Programas e as Ações
Propositivas. Quadro 5. Visão de Futuro do Território da Grande Cáceres – Projetos Quadro 6. Composição do Colegiado Territorial da Grande Cáceres em Julho 2009. Quadro 7. Composição do Núcleo Diretivo da Grande Cáceres (2010). Quadro 8. Composição do Núcleo Técnico (2010).
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Ano de Fundação e Distância da Capital Mato-grossense nos Municípios que formam o Território da Grande Cáceres.
Tabela 2. Evolução populacional nos Municípios que formam o Território da Grande Cáceres entre 2000 e 2009.
Tabela 3. Índice de Desenvolvimento Humano de Educação e Renda de 1991 e 2000 nos Municípios que formam o Território da Grande Cáceres.
Tabela 4. Índice de Desenvolvimento Humano de Longevidade e Municipal de 1991 e 2000 nos Municípios que formam o Território da Grande Cáceres.
Tabela 5. Alunos Matriculados na Educação Infantil no nos Municípios que formam o Território da Grande Cáceres.
Tabela 6. Alunos Matriculados no Ensino Fundamental nos Municípios que formam o Território da Grande Cáceres.
Tabela 7. Alunos Matriculados no Ensino Médio nos Municípios que formam o Território da Grande Cáceres.
Tabela 8. Distribuição populacional entre as zonas Rural e Urbana nos Municípios que formam o Território da Grande Cáceres.
Tabela 9. Percentual de Urbanização e Ruralidade nos Municípios que formam o Território Noroeste.
Tabela 10. Relação entre a População Urbana e o número de Trabalhadores nas Empresas Formais nos Municípios que formam o Território de Noroeste.
Tabela11. Produção das principais atividades pecuárias do Território da Grande Cáceres.
Tabela 12. Produção das principais atividades agrícolas e extrativistas permanentes do Território da Grande Cáceres.
Tabela 13. Produção das principais atividades agrícolas temporárias do Território da Grande Cáceres.
Tabela 14. Valores das Receitas Orçamentárias e Transferências de Capital da União e do Governo do Estado para os Municípios que formam o Território da Grande Cáceres.
Tabela 15. Capacidade de Famílias e Famílias assentadas por Projeto de Assentamento nos Municípios que formam o Território da Grande Cáceres.
Tabela 16. Nome, área, etnia, população e situação jurídica atual dos Territórios Indígenas nos Municípios que formam o Território Noroeste.
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LISTA DE FIGURA
Figura 1. Metodologia e Fluxograma da Gestão Social do Desenvolvimento Territorial
Figura 2. Mapa do Território da Grande Cáceres
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SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO ....................................................................................................... 9
2. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 10
3. DIAGNÓSTICO TERRITORIAL .............................................................................. 12
3.1 CONFIGURAÇÃO ESPACIAL ........................................................................... 12
3.2. HISTÓRICO TERRITORIAL ............................................................................. 13
3.3. LEVANTAMENTO DE DADOS SECUNDÁRIOS .......................................... 16
3.3.1. Histórico dos Municípios do Território da Grande Cáceres. ........................ 17
3.3.2. Dados Populacionais do Território da Grande Cáceres. ............................... 33
3.3.3. Análise da Produção Agropecuária e Extrativista, Arrecadação e Receita em Relação a sua Transferência do Território da Grande Cáceres. ................... 40
3.3.4. Análise sistêmica dos principais subsistemas produtivos ............................. 45
3.3.5. Assentamento Rurais do Território da Grande Cáceres. ............................... 52
3.3.6. Comunidades Índigenas do Território da Grande Cáceres. .......................... 55
3.4. LEVANTAMENTO DE DADOS PRIMÁRIOS ................................................ 57
4. VISÃO DE FUTURO ................................................................................................. 59
5. EIXOS AGLUTINADORES, PROGRAMAS E PROJETOS ................................... 62
6. PROPOSTA DE GESTÃO DO PLANO TERRITORIAL ......................................... 66
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 69
8. BIBLIOGRAFIA REFERENCIAL ............................................................................ 72
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1. APRESENTAÇÃO
O presente documento é resultado do processo de qualificação do Plano
Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Território da Grande Cáceres
realizado no segundo semestre de 2010. Este processo foi alicerçado em ampla
participação dos atores sociais populares e institucionais, através de eventos territoriais
do colegiado e de grupos temáticos (jovens e dinamização econômica).
Além dos dados secundários do diagnóstico, sistematizaram-se informações
primárias coletadas a partir dos atores sociais. Partindo de uma visão de futuro
compartilhada, o PTDRS aborda diversos eixos aglutinadores, alicerçado em elementos
de contexto atual, propõem estratégias e aponta possíveis ações articuladas (programas e
projetos).
A qualificação operacional e a coordenação da execução do PTDRS cabem ao
Colegiado Territorial da Grande Cáceres em apoio à gestão social do Programa de
Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais do Mato Grosso.
A maneira como a metodologia da gestão social será implementada está
descrita na figura abaixo, destacando os principais momentos e espaços da estratégia
definida pelo Colegiado Territorial.
Figura 1. Metodologia e Fluxograma da Gestão Social do Desenvolvimento Territorial
PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO
COORDENAÇÃO DEMOCRÁTICA
CONTROLE SOCIAL TRANSPARENTE
EXECUÇÃO E MONITORAMENTO
AVALIAÇÃO E REPLANEJAMENTO
VISÃO DE FUTURO COMPARTILHADA
DIAGNÓSTICO DA REALIDADE
PLANIFICAÇÃO DO PTDRS
PLENÁRIA TERRITORIAL, NÚCLEO DIRETIVO E TÉNICO,
CÂMARAS TEMÁTICAS
IMPLEMENTAÇÃO DE PARCERIAS PARA EXECUÇÃO
DE PROJETOS
ARTICULAÇÃO DE PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES CONJUNTAS.
SOCIALIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES
GESTÃO SOCIAL DO DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL PELO
COLEGIADO TERRITORIAL
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2. INTRODUÇÃO
O Governo Federal ao propor uma política de desenvolvimento rural
sustentável com enfoque na estratégia territorial tem como embasamento as
reivindicações históricas das organizações da sociedade civil e setores públicos por um
modelo de desenvolvimento que correspondam às diversas necessidades da realidade
brasileira, haja vista que o modelo de desenvolvimento prevalecente não tem atendido
as expectativas da execução eficaz das políticas públicas. Assim sendo, criou-se a SDT
no âmbito do MDA, para coordenar o processo de desenvolvimento territorial.
Na realização das ações de fortalecimento do desenvolvimento sustentável,
tendo os Territórios rurais como espaço de protagonismo, planejamento e gestão social
de políticas públicas foi concebido o Programa Nacional de Desenvolvimento
Sustentável de Territórios Rurais (PRONAT) que dentre outros aspectos apóia o
processo de construção da ferramenta norteadora da gestão compartilhada de políticas
públicas e interação planejada dos diversos atores públicos, sociais e econômicos do
Território. O PTDRS contempla as vocações e estratégias priorizadas pelos atores
territoriais, com vista a promover alterações significativas na realidade local.
O PTDRS apresentado neste documento está referenciado nas diretrizes gerais
da estratégia de intervenção territorial concebida pela SDT, que tem como pressuposto
básico a gestão social do Território com ênfase no alcance dos seguintes resultados:
a) Fortalecimento da Gestão Social – ampliação da capacidade dos atores
sociais em gerirem de forma pactuada os rumos do desenvolvimento territorial,
construindo mecanismos participativos de controle social;
b) Fortalecimento das redes Sociais de Cooperação - ampliação do nível
de organização, confiança e cooperação da sociedade, fortalecendo a identidade
territorial;
c) Dinamização Econômica nos Territórios Rurais – fortalecimento dos
sistemas e redes produtivas locais formadas por agricultores familiares, ampliando a
agregação de valor nos Territórios;
d) Articulação de Políticas Públicas – integrar políticas e programas
públicos com foco na realidade territorial, fortalecendo as institucionalidades
territoriais.
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Estes componentes têm como principais objetivos desenvolver, entre os atores
sociais do Território, a visão estratégica e sistêmica fundamental ao fortalecimento da
capacidade de coordenar os processos de gestão participativa no Território.
O desafio do processo de planejamento do desenvolvimento territorial rural
sustentável é possibilitar que as ações propostas possam, a cada ciclo, torná-lo cada vez
mais participativo, integrado e sistêmico.
A estratégia metodológica de apoio à elaboração do PTDRS (Quadro 1) foi
precedida por um ciclo de eventos visando à sensibilização e mobilização dos atores
sociais para a implementação do desenvolvimento territorial. A SDT/MDA propiciou
momentos de discussão didático-pedagógicos no Território, que culminaram com a
constituição do Conselho Territorial, Núcleo Diretivo e Núcleo Técnico. Além de ter
possibilitado a sensibilização, mobilização e articulação de atores públicos e sociais no
processo de construção participativo do PTDRS.
Quadro 1. Estratégia metodológica de apoio à elaboração do PTDRS.
MOMENTOS I – PREPARAÇÃO DA
AMBIÊNCIA DE PLANEJAMENTO
II – CONSTRUÇÃO DO DIAGNÓSTICO TERRITORIAL
III- ELABORAÇÃO DO PTDRS (EIXOS, PROGRAMAS,
PROJETOS E GESTÃO)
PERÍODO JULHO A AGOSTO DE
2010 AGOSTO A SETEMBRO
DE 2010 AGOSTO A NOVEMBRO
DE 2010
ATIVIDADES a) Sensibilização e Mobilização dos atores estaduais e territoriais; b) Preparação de equipe técnica territorial de apoio.
a) Debate no Colegiado Territorial; b) Levantamento de dados primários; c) Levantamento de dados secundários; d) Sistematização das contribuições e Preparação do Planejamento.
a) Debate Territorial para conclusão da Versão preliminar do PTDRS; b) Finalização do PTDRS.
MECANISMOS DE EXECUÇÃO
a) Oficina Estadual; b) Reuniões, Rede de Comunicação.
a) Evento de Diagnóstico Territorial; b) Aplicação do FOFA e DRP; c) Trabalho de escritório.
a) Evento Territorial de Validação do PTDRS; b) Trabalho de escritório.
PRODUTOS a) Acordos e agendas territoriais estabelecidas; b) Grupos de Trabalho Territorial de apoio ao PTDRS nivelados e formados; c) Atores sociais sensibilizados e mobilizados para o planejamento territorial.
a) 1ª versão do Diagnóstico Territorial Participativo; b) Relatório das informações da realidade territorial; c) Versão preliminar do Diagnóstico dos dados secundários; d) Versão da síntese do Diagnóstico Final para o Colegiado.
a) Documento validado pelo Colegiado; b) Versão final PTDRS e entrega à SDT/MDA.
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3. DIAGNÓSTICO TERRITORIAL
3.1 CONFIGURAÇÃO ESPACIAL
O território da Grande Cáceres é formado por 20 municípios situados ao longo
da BR-070 e dos Vales dos Rios Guaporé e Jauru. A Tabela 1 apresenta os municípios
que fazem parte do território da Grande Cáceres, seu ano de fundação e a distância para
a capital do estado e a Figura 1 apresenta a localização do território no Estado.
A Tabela 1 apresenta todos os municípios, bem como a distância para a capital
e o seu ano de fundação/emancipação e a Figura 2 o mapa onde situa o Território e seus
municípios no Estado do Mato Grosso.
Tabela 1. Ano de Fundação e Distância da Capital Mato-grossense nos Municípios que formam o Território da Grande Cáceres.
Município Ano de Fundação/ Emancipação
Distância para Cuiabá (Km)
1 – Araputanga 1979 371 2 – Cáceres* 1778 215 3 – Comodoro 1986 677 4 – Conquista d’Oeste 1999 571 5 – Curvelândia 1998 311 6 – Figueirópolis d’Oeste 1986 402 7 – Glória d’Oeste 1993 304 8 – Indiavaí 1986 398 9 – Jauru 1979 463 10 – Lambari d’Oeste 1991 327 11 – Mirassol d’Oeste 1976 329 12 – Nova Lacerda 1995 667 13 – Pontes e Lacerda 1979 483 14 – Porto Esperidião 1986 358 15 – Reserva do Cabaçal 1986 412 16 – Rio Branco 1979 367 17 – Salto do Céu* 1979 349 18 – São José dos Quatro Marcos
1979 343 19 – Vale de São Domingos 1999 491 20 – Vila Bela da Santíssima Trindade
1746 562 Fonte: Associação Matogrossense dos Municípios – AMM, 2007.
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Figura 2 - Mapa do Território da Grande Cáceres
3.2. HISTÓRICO TERRITORIAL
Inicialmente o interesse dos bandeirantes paulistas que adentraram na região
era exatamente a captura de índios e mercadorias abundantes na região, para sua
posterior comercialização nos mercados de São Paulo. Ocorre que, em 1719, membros
da expedição de Pascoal Moreira Cabral, ao descobrirem algumas pepitas de ouro nas
denominadas Minas de Cuiabá, pertencentes na época à Capitania de São Paulo e Minas
de Ouro, iniciaram o ciclo de exploração das minas no território mato-grossense.
Posteriormente, a grande divulgação da descoberta das "Lavras do Sutil", em
1722, efetuada pela bandeira de Miguel Sutil, que aportara em Cuiabá com o objetivo de
se dedicar à agricultura, fez com que a migração oriunda de todas as partes da colônia se
tornasse muito intensa, fato que tornaria Cuiabá, no período de 1722 a 1726, uma das
cidades mais populosas do País.
A ocupação do território, que fora iniciada no século XVIII na porção Sul do
Estado, em decorrência das descobertas e do desenvolvimento das atividades de
mineração de ouro e diamante, durante o século XIX instalou-se, preferencialmente, nas
áreas do Pantanal Mato-grossense e nas Depressões do Alto Paraguai, Cuiabana e
Guaporé, regiões no Domínio do Cerrado com presença expressiva da Floresta
Estacional e de ambientes transicionais (SEPLAN-MT, 2002).
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Embora existam significativas discrepâncias relacionadas às datas de criação
dos municípios mais antigos, foi no período que se estende pelos séculos XVIII e XIX,
que ocorreu a criação de povoados como Cuiabá (1719), Vila Bela da Santíssima
Trindade (1737), Diamantino (1728), Cáceres (1778) e Poconé (1778). Além do
garimpo, a exploração da poaia (Cephaelis ipecacuanha A. Rich), planta possuidora de
propriedades eméticas, que ocorria em ambientes da Floresta Estacional, entre os rios
Paraguai e Guaporé, propiciou o desenvolvimento de Cáceres, além de condicionar o
surgimento de Barra do Bugres, às margens do Rio Paraguai (SEPLAN-MT, 2002).
Também a se considerar de que, por volta de 1732 o ouro de aluvião em Cuiabá já
apresentava sinais de esgotamento, e a busca de novos veios conduziu ao vale do rio
Guaporé (1733-1734).
Neste período, foi fundada a cidade de Cáceres em 6 de outubro de 1778, sendo
os motivos da fundação do Povoado os seguintes: a fertilidade do solo regado de
abundantes águas; a necessidade de defesa e incremento da fronteira sudoeste de Mato
Grosso; comunicação entre Vila Bela da Santíssima Trindade e Cuiabá e, pelo Rio
Paraguai, com São Paulo.
Desde logo, a economia cacerense e da região, estruturou-se nas atividades
agropecuárias e extrativismo animal e vegetal, o que possibilitou o desenvolvimento de
Cáceres e, conseqüentemente, a sua elevação à categoria de vila e município, em 1859,
e a de cidade, em 1874.
A navegação pelo Rio Paraguai desenvolveu o comércio com Corumbá-MS e
outras praças, e o incremento das atividades agropecuárias e extrativistas fez surgir os
estabelecimentos industriais representados pelas usinas de açúcar e as charqueadas de
Descalvados e Barranco Vermelho, de grande expressão em suas épocas.
A partir de 1950, e com maior intensidade nos anos de 1960/70, o município
foi alvo de intensa migração e conseqüente desenvolvimento agrícola que o projetou
como pólo de produção no Estado e no País. É nesse período que ocorre a emancipação
dos novos núcleos socioeconômicos.
Assim, emanciparam-se de Cáceres: o distrito de Mirassol d’Oeste, Rio
Branco, Salto do Céu, Jauru, Porto Esperidião, Pontes e Lacerda, São José dos Quatro
Marcos, Araputanga, Reserva do Cabaçal, Figueirópolis, Porto Estrela, Glória d’Oeste e
Lambari d’Oeste.
Nos últimos anos, Cáceres procurou estruturar-se como importante porto
fluvial no contexto Mato-grossense, incorporando-se à política de Integração Latino-
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Americana, buscando a implantação do sistema de transporte intermodal, e a ligação por
rodovia com a Bolívia e consequentemente uma saída para o Pacífico, evidenciando-se
como grande opção para profundas transformações, não só para sua economia, como
para Mato Grosso.
A industrialização do município possibilitou o avanço da região oeste e o
surgimento de diversos municípios, constitui-se numa das maiores lutas da sociedade,
principalmente pela implantação da ZPE - Zona de Processamento de Exportação que
vem cumprindo rigorosamente o seu cronograma de execução.
A região oeste, com base no município de Cáceres passa a ser também objeto
de ações para o turismo, pois se encontra numa das regiões mais privilegiadas do
Pantanal Mato-grossense, haja vista que ostenta uma das maiores potencialidades
turísticas do nosso Estado, ou seja, a grandiosidade e a beleza do Rio Paraguai e seus
afluentes, além das belezas do ecossistema da região amazônica e do cerrado.
Conhecida a oferta ambiental, o estudo mostra que a agropecuária constitui-se
na principal fonte de renda do Município, destacando-se a bovinocultura de corte, as
culturas de algodão, milho, arroz, feijão, mandioca e banana. A cultura do algodão foi a
única a ter aumentada sua área plantada. A agricultura local gera pouco excedente para
a comercialização. Os produtos não são competitivos em outros mercados frente ao
atual custo de produção no Município, agregado ao frete. A concentração dessa
produção dá-se nos Distritos de Horizonte d’Oeste, Curvelândia (que hoje é município,
entrando em seu lugar região de Clarinápolis - Porto Limão) e Vila Aparecida.
Nos últimos anos, a atividade agrícola do Território da Grande Cáceres, vem
sendo substituída pela bovinocultura de corte e em menor escala a de leite, observando-
se uma melhoria na produtividade leiteira. Hoje, a área de cerrado é usada para cria,
recria e, às vezes, engorda do gado de corte. Segundo o Centro Nacional de Pesquisa do
Pantanal, a estrutura fundiária do pantanal não mudou nada, nos últimos 150 anos. A
pecuária ali desenvolvida ainda é desprovida de tecnologia, extensiva, baixa de
natalidade e com absenteísmo em percentual expressivo.
A população rural do Território é constituída por três extratos de produtores;
pequeno, médio e grande. Segundo discussões com o colegiado do Território, esta
região tem formas diferentes de ocupação histórica, onde, a composição dos municípios
Curvelândia, Lambari d´Oeste, Salto do Céu e Reserva do Cabaçal, foram de imigrantes
da agricultura convencional, que hoje tem sítios e chácaras desde a pelo menos 80 anos.
A estrada que liga os municípios de Mirassol d´Oeste, São José dos Quatro Marcos,
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Araputanga e Jauru são de assentamentos rurais da década de 1980 e 1990 do século
passado e a estrada que sai de Cáceres a Comodoro passando por Pontes e Lacerda e de
imigrantes que tinham a pretensão de migrarem para Rondônia e param nesta região em
busca de madeira e garimpo. Hoje são assentamentos e comunidades tradicionais da
agricultura familiar. Segundo os integrantes do Território são subsistemas diferenciados
e devem ter um tratamento também diferenciado, como o recorte feito pelos consórcios,
ou seja, Consórcio do “Vale do Guaporé” e Consórcio “Complexo Nascentes do
Pantanal”.
O associativismo e o cooperativismo rural no Território se desenvolvem de
forma lenta, havendo algumas associações que evoluíram, e já conseguem desenvolver
ações coletivas, principalmente no que diz respeito à prestação de serviços básicos de
apoio à produção.
Os estrangulamentos no processo de desenvolvimento estão na
descapitalização dos produtores rurais da agricultura familiar e as relações de troca
desfavoráveis da agropecuária são as principais limitações impostas ao
desenvolvimento territorial. O Plano Territorial de Desenvolvimento Rural
Sustentável vem minimizar esta situação de ameaças ao processo. Com discussões
nas bases comunitárias vem oportunizar uma nova visão de futuro.
Um fator positivo do Território é a sua situação geográfica que proporciona
o desenvolvimento dos macro projetos como Mercosul, ZPE, Hidrovia, Zona de
Livre Comércio, consequentemente o desenvolvimento de seus produtos
agropecuário.
3.3. LEVANTAMENTO DE DADOS SECUNDÁRIOS O diagnóstico preliminar foi desenvolvido a partir de dados secundários junto a
órgãos oficiais estaduais e federais, como Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística
(IBGE), Ministério da Saúde, Ministério da Fazenda, Secretarias de Governo do Estado
de Mato Grosso. Consta de informações sobre o perfil demográfico do Território da
Grande Cáceres, indicadores socioeconômicos, aspectos quantitativos da produção
agropecuária e da agricultura familiar, além de informações sobre as demandas e ofertas
de políticas públicas orientadas para o desenvolvimento rural sustentável. A coleta de
dados secundários foi complementada pela análise de documentos e diagnósticos já
realizados sobre o território com uma análise individual dos municípios.
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O território da Grande Cáceres é formado por municípios que tem uma ligação
direta com a capital do Estado, Cuiabá e com Estado de Rondônia pela BR 070 e BR
174, as estradas estaduais que interligam os municípios, são pavimentadas e em bom
estado de conservação. Apesar de grande parte dos municípios terem sido fundados a
partir de 1970, a colonização da região data do ano de 1746, com a fundação do
Município de Vila Bela da Santíssima Trindade, primeira capital do Estado de Mato
Grosso, no auge do garimpo, principalmente na região de Pontes e Lacerda. Esta região
tem formas diferentes de ocupação, a estrada que se compõe dos municípios
Curvelândia, Lambari d’Oeste, Salto do Céu e Reserva do Cabaçal, foram de imigrantes
da agricultura convencional, que hoje tem sítios e chácaras desde a pelo menos 80 anos.
As estradas que ligam os municípios de Mirassol d’Oeste, São José dos Quatro Marcos,
Araputanga e Jauru são de assentamentos rurais da década de 1980 e 1990 do século
passado, e a estrada que sai de Cáceres a Comodoro passando por Pontes e Lacerda e de
imigrantes que tinham a pretensão de imigrarem para Rondônia, mas se estabeleceram,
atraídos pelo garimpo e a vasta oferta de madeira. Hoje são assentamentos e
comunidades tradicionais da agricultura familiar. A região tem uma vasta população de
indígenas e quilombolas. Este fato faz com que a população da região tenha muitos
traços desta época áurea do garimpo e da exploração da madeira.
3.3.1. Histórico dos Municípios do Território da Grande Cáceres. 3.3.1.1. Município de Araputanga
O território do município de Araputanga foi habitado por povos indígenas
Bororó desde tempos imemoriais, que eram denominados pelos paulistas de índios
Cabaçais. Hoje, dos Bororó não se encontram descendentes no município, sendo que os
remanescentes foram transferidos para a área indígena denominada Umutína, em Barra
do Bugres. O povoamento originou-se em função do movimento de colonização
programada do governo estadual iniciado na década de quarenta. O governo criou o
Departamento de Terras e a Comissão de Planejamento e Produção (CPP). O Estado
vendia terras a preços irrisórios, por sua vez os compradores se comprometiam a abrir
estradas e assentar infraestrutura para a colonização. O próprio Estado participava dos
trabalhos de colonização em alguns sítios, favorecendo a ocupação de vastas áreas ao
redor. Um desses pontos de atuação da CPP foi Rio Branco. A primeira escola começou
a funcionar a 23 de março de 1961. Foi construída com tabuinhas de mamica, nas
proximidades da atual propriedade da família chamava-se Escola Mista Rural da Gleba
PPllaannoo TTeerrrriittoorriiaall ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo RRuurraall SSuusstteennttáávveell ddaa GGrraannddee CCáácceerreess
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Paixão. A vida desenvolvia-se em ritmo lento, pois tudo dependia do extrativismo
vegetal e da agricultura. Também a localidade era servida apenas por uma única estrada,
que ligava o lugar à região de Tabuleta com trecho de 42 quilômetros. Tabuleta ainda
distanciava 60 quilômetros de Cáceres. O primeiro Cruzeiro foi levantado em 1.962, a
pedido do Frei Ênio Granja. Logo depois construída a primeira capela, um rancho sem
paredes, com cobertura, de tabuinhas. A 23 de maio de 1963, foi vendido o primeiro
lote urbano. Ao povoado deu-se o nome de Gleba Paixão que perdurou durante anos.
Esta denominação se devia ao fato dos pioneiros se apaixonarem pela riqueza natural do
lugar. Era, assim, o segundo nome dado ao lugar, substituindo o de Ituinópolis. A atual
denominação faz referência a grande quantidade de mogno (também chamada de
Araputanga) existente na região. Botanicamente, Araputanga é árvore classificada por
King como Swietenia macrophaylla. Pelos anos de 1965, foi instalado um distrito
policial. Em 29 de maio de 1970 foi inaugurada a estrada ligando Araputanga à
Cáceres. Na festa de inauguração o povo comemorou com um churrasco. Em 1975, foi
inaugurada a primeira escola estadual de 1º grau, denominada João Sato. No ano
seguinte foi inaugurado o primeiro Jardim da infância, na casa das irmãs de Nossa
Senhora do Monte Calvário. Em 1.975 foi fundada a Coopnoroeste, que iniciou suas
atividades com compra, venda e beneficiamento de arroz com uma máquina de
beneficiamento doada por uma sociedade beneficente da Bélgica. Em 1981 a
cooperativa passou a coletar leite de toda a região e industrializá-lo, tornando-se mais
tarde conhecida nacionalmente pelos produtos (LACBOM) que fabrica e que são
comercializados em todo o País. O objetivo da criação da cooperativa foi o unir e
promover o pequeno e médio agricultor. Araputanga passou a desenvolver-se
rapidamente e tornou-se distrito, através da Lei nº 3.922, de 04 de outubro de 1977, com
território jurisdicionado ao município de Mirassol D Oeste. A Lei Estadual nº 4.153, de
14 de dezembro de 1979 criou o município de Araputanga. No município se nomeiam
as localidades de Cachoeirinha, Farinópolis, Monterlândia e Nova Floresta. Povoados
menores são: Cantão, Santa Maria, Batuleba, José Bueno, Rio Vermelho, Córrego Rico,
Arapongas, Harmonia, Mata Preta, Santa Rosa e Jaime Pedrosa. Fonte: Prefeitura
Municipal de Araputanga. Autor do Histórico: Sebastião de Assunção. Biblioteca do
IBGE.
3.3.1.2. Município de Cáceres
PPllaannoo TTeerrrriittoorriiaall ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo RRuurraall SSuusstteennttáávveell ddaa GGrraannddee CCáácceerreess
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A vila de São Luís de Cáceres foi fundada em 6 de outubro de 1778 pelo
tenente de Dragões Antônio Pinto no Rego e Carvalho, por determinação do quarto
governador e capitão-general da capitania de Mato Grosso, Luís de Albuquerque de
Melo Pereira e Cáceres.
Cáceres, com o nome de Vila-Maria do Paraguai, em homenagem à rainha
reinante de Portugal. No início, o povoado de Cáceres não passava de uma aldeia,
centrada em torno da igrejinha de São Luiz de França. A Fazenda Jacobina destacava-se
na primeira metade do século XIX por ser a maior da província de Mato Grosso em
termos de área e produção. Foi lá que Sabino Vieira, chefe da Sabinada, a malograda
revolução baiana, refugiou-se e veio a morrer em 1846. O historiador Natalino Ferreira
Mendes conta em seus livros que, em meados do século passado, Vila-Maria do
Paraguai experimentou algum progresso, graças ao advento do ciclo da indústria
extrativa, que tinha seus principais produtos no gado, na borracha e na ipecacuanha, o
ouro negro da floresta, e à abertura da navegação fluvial.
As razões para a fundação do povoado foram a necessidade de defesa e
incremento da fronteira sudoeste de Mato Grosso; a comunicação entre Vila Bela da
Santíssima Trindade e Cuiabá e, pelo rio Paraguai, com a capitania de São Paulo; e a
fertilidade do solo no local, com abundantes recursos hídricos. Em 1860, Vila-Maria do
Paraguai já contava com sua Câmara Municipal, mas só em 1874 foi elevada à categoria
de cidade, com o nome de São Luiz de Cáceres, em homenagem ao padroeiro e ao
fundador da cidade. Em 1938, o município passou a se chamar apenas Cáceres. Em
fevereiro de 1883, foi assentado na Praça da Matriz, atual Barão do Rio Branco, o
Marco do Jauru, comemorativo do Tratado de Madri, de 1750. Junto com a Catedral de
São Luís - cuja construção teve início em 1919, mas só foi concluída em 65. Os dois
monumentos estão até hoje entre os principais atrativos turísticos da cidade. A
navegação pelo Rio Paraguai desenvolveu o comércio com Corumbá, Cuiabá e outras
praças, e o incremento das atividades agropecuárias e extrativistas fez surgir os
estabelecimentos industriais representados pelas usinas de açúcar e as charqueadas de
Descalvados e Barranco Vermelho, de grande expressão em suas épocas. Em 1914, São
Luís de Cáceres recebeu a visita do ex-presidente dos Estados Unidos, Theodore
Roosevelt, que participava da Expedição Roosevelt-Rondon. Conta-se que ele ficou
encantado com o comércio local, cujo carro-chefe era a loja "Ao Anjo da Ventura", de
propriedade da firma José Dulce & Cia, que também era dona do vapor Etrúria. As
lanchas que deixavam Cáceres com destino a Corumbá levavam poaia (ou ipecacuanha),
PPllaannoo TTeerrrriittoorriiaall ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo RRuurraall SSuusstteennttáávveell ddaa GGrraannddee CCáácceerreess
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borracha e produtos como charque e couro de animais e voltavam carregadas de
mercadorias finas, como sedas, cristais e louças vindas da Europa.
No início de 1927, Cáceres viveu dois acontecimentos marcantes: a passagem
da Coluna Prestes por seus arredores, que provocou a fuga de muitos moradores, e o
pouso do hidroavião italiano Santa Maria, o primeiro a sobrevoar Mato Grosso. Apartir
de 1950, as mudanças passaram a ser mais rápidas. No início dos anos 60, foi construída
a ponte Marechal Rondon, sobre o rio Paraguai, que facilitou a expansão em direção ao
noroeste do Estado. A chegada de uma nova leva migratória, causada pelo
desenvolvimento agrícola que projetou pólo de produção no Estado e no pais, mudou o
perfil de Cáceres, cuja ligação com a capital, Cuiabá, foi se intensificando à medida em
que melhoravam as condições da estrada ligando as duas cidades. É nesse período que
ocorre a emancipação dos novos núcleos socioeconômicos. Assim, emanciparam-se de
Cáceres: o distrito de Mirassol d’Oeste, Rio Branco, Salto do Céu, Jauru, Porto
Esperidião, Pontes e Lacerda, São José dos Quatro Marcos, Araputanga, Reserva do
Cabaçal, Figueirópolis, Porto Estrela, Glória d’Oeste, Lambarí d’Oeste e Curvelândia
que por sua vez foi desmenbrada também de Mirassol d’Oeste e Lambari d’Oeste. Em
relação as atividades econômicas, temos: A pecuária é a principal atividade econômica
da cidade, que possui um dos maiores rebanhos de gado bovino do Brasil. A criação de
jacaré do pantanal em cativeiro tem levado Cáceres ao mundo. No dia 01 de julho de
2008, o Primeiro e Unico Frigorifico de Jacaré da America Latina foi agraciado com o
Serviço de Inspeção Sanitária Federal (SIF), o que permitirá a comercialização da carne
para todo o território nacional e para outros países. E tudo acontece em Cáceres, são 3
criatórios comerciais, um frigorifico e um curtume. A indústria do turismo vem
crescendo muito nos últimos anos, destacando-se a pesca esportiva que atrai milhares de
pessoas anualmente, onde no mês de setembro, é realizado o Festival Internacional de
Pesca de Água Doce. A infraestrutura do município, nos últimos anos, Cáceres procurou
estruturar-se como importante porto fluvial no contexto matogrossense, incorporando-se
à política de Integração Latino-Americana, buscando a implantação do sistema de
transporte intermodal, e a ligação por rodovia com a Bolívia e conseqüentemente uma
saída para o Pacífico, evidenciando-se como grande opção para profundas
transformações, não só para sua economia, como para Mato Grosso. O clima de
Cáceres, tem uma temperatura média anual é de 22,6°C, o clima é mais ameno devido
ao pantanal, em Julho o clima torna-se mais frio, tendo a temperatura média 19,1°C
(mínimas de 13°C e máximas de 26°C). Em Janeiro é quente, a temperatura média é
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26,4°C (mínimas de 22°C e máximas de 33°C), porém as temperaturas podem chegar a
40°C. Devido a massas de ar polar atlântica, em julho, as temperaturas pode chegar a
5°C. A menor temperatura feita na cidade foi de -3,5°C (1975) registrando uma forte
geada e sua maior 41,8°C em 1998. As geadas são raras registrando uma a cada 5 anos.
Sua precipitação é de 1370 mm anuais tendo, o período chuvoso vai de outubro a
março, os demais meses o clima fica muito seco em agosto a umidade pode chegar a
10%. Enciclopédia Ilustrada de Mato Grosso, Autor: João Carlos Vicente Ferreira -
Cuiabá: Buriti, 2004. Anuário Estatístico de Mato Grosso 2005, Associação Mato-
Grossense dos Municípios (AMM), Prefeitura Municipal de Cáceres. Autor do
Histórico: Sebastião de Assunção.
3.3.1.3. Município de Comodoro
A denominação Comodoro se deve ao conteúdo de alta relevância, de nobreza,
de superioridade do termo empregado pela Marinha. A colonização na região começou
com os incentivos dos governos federal e estadual para a ampliação da fronteira
agrícola. Por ser ponto limítrofe entre os Estados de Mato Grosso e Rondônia, foi se
formando um núcleo de povoamento que, inicialmente, denominou-se Nova Alvorada,
tornando-se distrito a 6 de junho de 1977. A colonização de Nova Alvorada foi
idealizada por Raimundo Costa Filho, o fundador da cidade de Colíder. Comodoro é
fruto de um projeto de colonização surgido em 1983, idealizado por José Carlos
Piovesan, atraindo pessoas de todas as partes do país
O nome Comodoro foi escolhido através de uma lista que o colonizador da
localidade fez junto à própria família. Através da Lei nº 4.091 de 13 de julho de 1979,
transferiu a sede de Nova Alvorada para o distrito de Novo Oeste. A Lei nº 4.636, de 22
de março de 1985, criou o distrito de Comodoro, transferindo para este a sede antiga de
Novo Oeste. O município foi criado a 13 de maio de 1986, pela Lei Estadual nº 5.000,
de autoria do Deputado Estadual Antônio Francisco Monteiro. (Fonte Site da
Prefeitura). comodoro.mt.gov.br.
O Município de Comodoro foi desmembrado do Município de Vila Bela da
Santíssima Trindade, conquistando a sua emancipação político administrativa no dia 13
de Maio de 1.986, através da lei n.º 5000/86, sancionada pelo então governador Júlio
José de Campos.
O início da colonização procedeu-se no ano de 1.957, nos Distritos de Nova
Alvorada e Padronal, pela Colonizadora COLÍDER, que atraiu os colonos para a região
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através de anúncios em rádios no Estado do Paraná, em especial no município de
Querência do Norte-PR, esses anúncios enfatizavam que as terras eram férteis e havia
produção de café em grande quantidade e com alta produtividade, as terras negociadas e
os produtores ao chegarem ao atual Município, na época (Pertencia ao município de
Vila Bela da Santíssima Trindade), depararam com uma realidade totalmente diferente,
com as áreas a serem desmembradas, e para realizarem compras para manutenção
familiar, percorriam por picadas, caminhando a pé, distâncias que oscilavam de 17 a 35
km, posteriormente, nos idos de 1.967, a Comunidade Colônia dos Mineiros também
teve sua colonização, essa a princípio era uma Fazenda, para a qual seu dono trouxe
várias famílias do Estado de Minas Gerais para trabalhar na mesma e com o decorrer do
tempo essas famílias decidiram se apossar da mesma, dividindo à em vários lotes, sendo
que em 96 o INCRA desapropriou a mesma e atualmente quase em sua totalidade
encontra-se demarcada.
No Distrito de Padronal a Colonizadora procedeu a sua colonização, mas
devido à textura arenosa e a baixa fertilidade natural de suas terras os produtores ao
longo do tempo foram negociando as pequenas propriedades, aglomerando-se em
propriedades maiores, e migrando ora para a Zona Urbana, ora para o Distrito de Nova
Alvorada, Gleba Mazutti, Gleba Miranda Estância, Noroagro e Granja.
O local onde hoje se encontra a sede do Município foi fundado pela família
Piovezan, oriunda do Estado do Espírito Santo, em 07/11/84, e que aqui chegaram e deu
início a construção da sede do Município de Comodoro, através da construção de um
posto de vendas de combustíveis à margem direita da BR174.
A população rural/urbana é originária de várias regiões do país, principalmente
da região sul, ou seja, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, localizadas
principalmente na Sede do Município, região nordeste distribuídos em todo o
Município, Minas Gerais, Mato Grosso e outros.
A economia do município está pautada principalmente na agropecuária e no
extrativismo vegetal (extração de madeira).
Os principais produtos agrícolas são a Soja, algodão, Arroz, Milho e Feijão.
A criação extensiva de bovinos de corte é de grande expressão, principalmente
na região do Vale do Guaporé, região de baixadas e de terras férteis.
A pecuária leiteira começa a se desenvolver, principalmente em função da
participação do Banco do Brasil S/A, através de empréstimos para a aquisição de gado
de característica leiteira via PRONAF e ou FCO.
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As indústrias madeireiras locais extraiam rotineiramente madeiras como
(cerejeira, cambará, garapeira, maçaranduba, cabriúva, cedro, peroba) e outras em
abundância, contribuindo muito para o desenvolvimento da região. Fonte
Sendo um Município de grandes dimensões, Comodoro era habitada por uma
antiga aldeia dos índios Nambikwára, as terras do atual Município, assim foram
desbravadas pela comissão de Rondon e iniciou o povoamento graças aos incentivos
fiscais, empréstimos e programas do Governo Federal. Em 1983, José Carlos Piovezan,
dono de extensa área de terras na região, organizou uma empresa imobiliária com fins
de loteamento. Surgiu então Comodoro, que, em 1985, foi elevado a Distrito. Em 1986,
foi criado o Município, desmenbrando-se de Vila Bela da Santíssima Trindade. Em
relação a economia do município, o declínio do ciclo da madeira, o agronegócio ganha
importância crescente na economia do município, ocupando uma área total de
aproximadamente 300 mil hectares com lavouras e pastagens. A produção de soja,
principal produto agrícola cultivado no município ocupa uma área em torno de 40 mil
hectares (2007), com uma produtividade média de três mil quilos por hectare, a cultura
tem excelentes perspectivas de desenvolvimento para os próximos anos contando com a
integração lavoura-pecuária e abertura de novas áreas de plantio. As Plantações e arroz,
milho, feijão e café ocupam outros 10 mil hectares. Comodoro tem um rebanho bovino
de corte estimado em 300 mil cabeças, e aproximadamente 20 mil vacas em lactação,
produzindo cerca de seis milhões de litros de leite/ano (Dados de 2006 . Fonte
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural (SEMDER)), ocupando uma área em
torno de 250 mil hectares com pastagens. A sua estrutura fundiária, demanda uma área
de 2.174.300 ha, 1.348.066 ha formam as reservas Indígenas Nambiquara, Vale do
Guaporé e Enáwené-Nawê totalizando 61% do território municipal. São 934.865,85
disponíveis para exploração econômica: 61.450 ha de agricultura, 250 mil ha. de
pastagens, e 81.504 ha ocupados por 1300 assentados em sete projetos do Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). O setor de indústria, comércio e
serviços é responsável pela maioria dos empregos gerados no município. São 141
estabelecimentos comerciais; 111 empresas de serviços; 03 agências bancárias e 36
pequenas e médias indústrias. O desenvolvimento do turismo é considerado estratégico
pela administração municipal que vem apoiando a realização de eventos como feira
agropecuária e festa do peão, festivais de pesca, festival da canção, carnaval de rua e
cavalgada sertaneja em homenagem ao dia do homem do campo, e investindo na
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implantação de uma infraestrutura que possibilite a exploração do potencial natural do
município para o eco-turismo. Fonte: Prefeitura Municipal de Comodoro. Site:
www.brasilchannel.com.br. Autor do Histórico: Sebastião de Assunção.
3.3.1.4. Município de Conquista d’Oeste
O municipio de Conquista d’Oeste foi criado a partir da Lei Estadual nº 7.233,
de 28 de dezembro de 1999, de autoria do deputado José Riva, com território
desmembrado do município de Pontes e Lacerda. O núcleo que deu origem ao atual
município desenvolveu-se numa região distante 100 km do município-mãe, Pontes e
Lacerda, daí a dificuldade dos moradores da localidade e também, da própria prefeitura
em manter em dia as necessidades essenciais de um povoado, tais como conservação de
estradas e destinação de verbas para os setores de saúde e educação. No período da
emancipação política e administrativa a própria prefeitura de Pontes e Lacerda se
empenhou no desmembramento do seu antigo distrito, já que em documento de 13 de
outubro de 1999, o prefeito da cidade demonstrou seu apoio a importância da realização
de uma consulta plebiscitária. O mesmo procedimento veio do vereador e presidente da
Câmara municipal de Pontes e Lacerda, Francisco Martins de Souza Filho. Nesta
mesma época o empresário Walmir Guse doou terreno ao futuro município (para
construção dos prédios da Câmara e da Prefeitura Municipal). Na primeira eleição
municipal da localidade, em 3 de outubro de 2000, foi escolhido para comandar o
executivo o sr. Walmir Guse, um benemérito do lugar. O nome da cidade, Conquista
d’Oeste, representa o ideal de um povo que conquistou o espaço que ocupa, com muito
esforço e dedicação ao futuro do lugar. O termo d’Oeste localiza geograficamente o
ponto em que está assentado o território municipal. Fonte: Enciclopédia Ilustrada de
Mato Grosso, Autor: João Carlos Vicente Ferreira - Cuiabá: Buriti, 2004. Anuário
Estatístico de Mato Grosso 2005, Associação Matogrossense dos Municípios-AMM.
Autor do Histórico: Sebastião de Assunção.
O município localiza – se na região Sudoeste do Estado de Mato Grosso que
integra o Alto do Vale do Guaporé e o Chapadão de Parecis, na linha de Faixa de
Fronteira com a República da Bolívia, a 540 km da capital do Estado.
Suas Coordenadas Geográficas são: Latitude: 15º 13’ 52” - Longitude: 59º 20’
28”.
Área Territorial: 2.698,008 Km²,
Densidade demográfica: 1,1 habitantes por km².
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Zona Rural: Área formada por duas grandes regiões sendo elas, o Vale do
Guaporé e o Cerrado. Estas regiões são formadas pelos Assentamentos Sararé e
Conquista, além das demais propriedades rurais de potencial agropecuário.
Reservas Indígenas: Essas áreas representam 51% do território do Município
sendo ao norte formada pela Reserva Indígena Pareci e ao Sul pela Reserva Indígena
Nambikwara do Sararé.
FONTE: Secretaria Municipal de Planejamento de Conquista D’ Oeste - MT
3.3.1.5. Município de Curvelândia
A primitiva denominação do lugar foi "Curva do Boi", posteriormente alterada
para Curvelândia. Segundo depoimento do deputado José Lacerda, o nome Curva do
Boi surgiu na década de setenta: "...vinha uma comitiva de bois da região de Rio
Branco, eu era um dos boiadeiros, quando de repente, na curva surgiu um ônibus,
atropelando nove bois, a partir deste fato o ponto passou a ser conhecido como Curva do
Boi". A história do lugar está intimamente ligada a duas personalidades da política
matogrossense, que não militavam na política na época do acidente, o então açougueiro
e mais tarde brilhante advogado e deputado, José Lacerda, e ao ainda empresário do
ramo de transporte rodoviário e também deputado Amador Tut. O município de
Curvelândia foi criado pela Lei Estadual nº 6.981, de 28 de janeiro de 1998, de autoria
do deputado com território desmembrado dos municípios de Cáceres, Mirassol d’Oeste
e Lambari d’Oeste. Por ocasião da consulta plebiscitária inúmeros moradores do lugar
manifestaram-se favoravelmente em documento enviado à Assembléia, dentre os quais
os 15 primeiros nomes foram os seguintes: Airton Correia de Araújo, Edivan Gonçalves
Ferreira, Valdemar Franco, Romildo Santana, Aparecido Pereira da Silva, Maria Pereira
Lima Leal, Cleonisce Farias, Manoel Moura, Henrique Bissoli, José R. Pereira, Elias
Mendes Leal, Elias Mendes Leal Filho, Vicente Rodrigues de Moura, José de Araújo e
José Pedro da Silva. Em 19 de junho de 1995, em documento assinado pelos vereadores
de Lambari d’Oeste, srs. José Siviero, José Guilherme de Sene e Izaías Domingos, a
Câmara Municipal daquele município aprovou moção de repúdio sobre a criação do
município de Curvelândia, alegando que o município havia investido maciçamente nas
áreas de saúde, educação, telefonia e malha viária, não havendo, portanto, necessidade
da emancipação. Fonte: Enciclopédia Ilustrada de Mato Grosso, Autor: João Carlos
vicente Ferreira - Cuiabá: Buriti, 2004. Anuário Estatístico de Mato Grosso 2005,
PPllaannoo TTeerrrriittoorriiaall ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo RRuurraall SSuusstteennttáávveell ddaa GGrraannddee CCáácceerreess
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Associação Mato-Grossense dos Municípios (AMM). Autor do Histórico: Sebastião de
Assunção.
3.3.1.6. Município de Figueirópolis d’Oeste
A partir da década de sessenta, se tornou um promissor negócio a colonização
em Mato Grosso. Apoiadas por incentivos federais e pela facilidade de obtenção de
grandes áreas próprias para a colonização, grande número de empresas, principalmente
do sul do país, e já com experiência comprovada, lançaram-se ao novo negócio. Essa
atuação empresarial foi decisiva para a mudança do contexto econômico e social de
Mato Grosso. A família Figueiredo ocupou-se da colonização da região de
Figueirópolis, tendo a frente o bravo desbravador e pioneiro paulista, José Joaquim de
Azevedo Figueiredo. A história do município se confunde com a da família Figueiredo,
haja visto que o próprio nome da cidade, Figueirópolis, é referência ao seu sobrenome.
Trata-se de homenagem ao ato de pioneirismo demonstrado por valorosos homens e
mulheres que criaram uma cidade numa região até então inóspita e indevassável. Em
1978, foi instituído o distrito de Figueirópolis. O município foi criado em 13 de maio de
1986, através da Lei Estadual nº 5.015. Foi acrescentado o termo "d’Oeste" para
localizá-lo geograficamente em relação ao Estado de Mato Grosso e diferenciá-lo de
município homônimo no Estado de São Paulo. Fonte: Enciclopédia Ilustrada de Mato
Grosso, Autor: João Carlos Vicente Ferreira - Cuiabá: Buriti, 2004. Anuário Estatístico
de Mato Grosso 2005, Associação Mato-Grossense dos Municípios - AMM. Autor do
Histórico: Sebastião de Assunção.
3.3.1.7. Município de Glória d’Oeste
O município de Glória d’Oeste tem sua origem na ocupação ordenada da região
por colonos paulistas, que adquiriam os seus lotes das mãos de proprietários maiores.
Estes faziam as vezes de colonizadores, mas em proporções bem modestas. A primeira
denominação da localidade foi Cruzeiro d’Oeste. Era uma referência meramente alusiva
ao encontro de duas estradas, formando uma cruz. Nesse entroncamento, nessa
encruzilhada formou-se o povoado. Este nome foi sugerido por alguns padres que,
vindos de Cáceres, frequentavam a corrutela pioneira. O termo "d’Oeste" servia para
designar a posição geográfica do lugar em relação ao Estado de Mato Grosso. O
município foi criado em 20 de dezembro de 1991. Porém, o município não pode adotar
oficialmente o nome Cruzeiro d’Oeste, já tradicional, por existir um outro município, no
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Estado do Paraná, com o mesmo nome. Foi realizado, então, um plebiscito na cidade
para a escolha de um novo nome. A sugestão de Glória d’Oeste foi a de maior
receptividade, pois continuava com o termo "d’Oeste", e o nome Glória caiu nas graças
da comunidade que se sente orgulhosa dele. A Lei Estadual nº 5.911, de 20 de dezembro
de 1991, criou o município. Fonte: Prefeitura Municipal de Glória d’Oeste. Autor do
Histórico: Sebastião de Assunção.
3.3.1.8. Município de Indiavaí
A cidade de Indiavaí, situa-se às margens do Ribeirão Água Suja, a 700 mts do
Rio Jauru. Nas proximidades do sítio urbano existe um lugar que representa um pontal,
uma espécie de cotovelo, entremeado pelos dois rios. Este ponto, hoje uma pequena
propriedade rural, abrigou, há muitos anos, uma comunidade indígena, certamente
índios Boróros Cabaçais. Em junho de 1961, Antenor Modesto, paulista de Jales,
chegou pela primeira vez à região. Adquiriu considerável área de terras do gaúcho
Francisco Orisvaldo, na região que compreende o Rio Jauru e o Ribeirão Água Suja. Na
época avizinhava-se das fazendas Turiba e Alto Jauru, ambas de alemães que
cultivavam café. O dia 15 de fevereiro de 1962 é considerado o da abertura do núcleo de
colonização. Antenor Modesto contratou o engenheiro Selacier das Virgens, um baiano
que trabalhava em Cáceres, para demarcar os lotes, tanto rurais quanto urbanos. O
município de Indiavaí foi criado a 13 de maio de 1986, pela Lei Estadual nº 4.998, com
território desmembrado do município de Araputanga. Indiavaí é resultado de árduo
pioneirismo. Fonte: Prefeitura Municipal de Indiavaí. Autor do Histórico: Sebastião de
Assunção.
3.3.1.9. Município de Jauru
O nome Jauru é referência ao Rio Jauru, que banha o território do município e
deságua no Rio Paraguai. O Rio Jauru tem seu nome inscrito na história da América,
registrando-se em seu leito a presença de expedições castelhanas, no século XVI que o
denominavam de Jauru. Também serviu de limite entre os reinos de Portugal e Espanha,
assim definido pelo Tratado de Madrid em 1750. A colonização do território que abriga
o município de Jauru começou nos primeiros anos da década de cinquenta. Neste
período a Companhia de Terras Sul Brasil adquiriu área de 250 mil hectares, no
município de Cáceres, entre os rios Guaporé e Jauru. Em 1953, Francisco Ângelo
Montalar e outros membros da família adquiriram terras e instalaram-se na região. Estas
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terras foram divididas e numerada em quatro glebas de 1 a 4. Uma das partes formou a
área urbana de Jauru, que primeiro foi nomeada de Gleba Paulista, posteriormente
alterada para Cidade de Deus. Por fim, lhe deram a denominação de Jauru. Sua
População é composta basicamente por mineiros, com uma pequena participação de
paulistas, e com base economica voltada para a agropecuária. Possui ainda
estabelecimentos de ensino tanto da rede municipal e estadual, sendo 07 da rede
municipal e 03 da rede estadual, tendo também extensão da Universidade Estadual de
Mato Grosso (UNEMAT). Possui também várias usinas hidrelétricas localizadas no seu
rio principal, o Rio Jauru. O município foi criado a 20 de setembro de 1979, pela Lei nº
4.164. Fonte: Prefeitura Municipal de Jauru Autor do Histórico: Sebastião de Assunção.
3.3.1.10. Município de Lambari d’Oeste
O local onde está situado o município de Lambari d’Oeste já foi conhecido por
Gleba Cerejeira, tendo sido adquirido e loteado pela família Fidelis. A denominação
Lambari surgiu a partir de 1956, através de Luíz Vitorazzi, um dos fundadores da
localidade. Em tempos difíceis, de abertura da mata e escassez de mercadorias. O
pioneiro Vitorazzi utilizou-se de todos os recursos para dar conforto e alimento aos seus
familiares e, em certa ocasião, ao derrubar uma árvore sobre um riacho encontrou
enorme quantidade de peixes (lambaris), municiou-se da melhor maneira possível, e
pescou o que pode. A partir dessa época o sr. Luíz Vitorazzi denominou o curso d’água
de Ribeirão Lambari. Algum tempo depois, a Colonizadora Rio Branco oficializou a
denominação do córrego Lambari, incluindo-o nos mapas cartográficos que
caracterizam esta porção territorial oestina. Por muitos anos o lugar ficou conhecido por
Vilarejo do Lambari. Em 20 de dezembro de 1991, através da Lei Estadual nº 5.914, foi
criado o município de Lambari d´Oeste. O termo "d’Oeste", foi acrescentado para
diferenciá-lo de outro município existente no Estado de São Paulo. Fonte: Enciclopédia
Ilustrada de Mato Grosso de João Carlos Vicente Ferreira, Anuário Estatístico de Mato
Grosso 2005, Associação Mato-grossense dos Municípios – AMM. Autor do Histórico:
Sebastião de Assunção.
3.3.1.11. Município de Mirassol d’Oeste
Foi Antonio Lopes Molon que fundou o núcleo que deu origem ao atual
município de Mirassol d’Oeste. Por volta de 1958, Molon começou a interessar-se por
terras em Mato Grosso. Com espírito aventureiro, investiu todo o seu capital nesta
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região, requerendo terras devolutas através do Departamento de Terras do Estado. A
seguir decidiu dividir a gleba em lotes rurais e urbanos. Molon montou um escritório de
venda de terras, no local da futura Mirassol de Mato Grosso. Para melhor gerir os
negócios associou-se a Mário Mendes, José Lopes Garcia, Nírcia Lopes D’Áuria e
Paulo Mendonça. Os negócios progrediram e o escritório de vendas de lotes, antes
restrito à pequena localidade teve de ser ampliado. Mudou-se para Cuiabá. As vendas
estouraram e muita gente afluiu ao lugar. A cidade ganhou esta denominação em
homenagem aos familiares de Molon, que residiam na cidade de Mirassol, no Estado de
São Paulo. O patrimônio foi oficialmente fundado em 28 de outubro de 1964. O
município com o nome de Mirassol d’Oeste foi criado pela Lei Estadual nº 3.698, de 14
de maio de 1976. O termo "d’Oeste", foi acrescentado para que não fosse confundido
com o município de Mirassol, no Estado de São Paulo Fonte: Prefeitura Municipal de
Mirassol d’Oeste. Autor do Histórico: Sebastião de Assunção.
3.3.1.12. Município de Nova Lacerda
O topônimo Nova Lacerda é homenagem ao advogado e político José Lacerda,
natural de tradicional família de Cáceres, em Mato Grosso. A denominação da cidade
foi dada pelo paraguaio Rafael Villalva, pioneiro da localidade. O termo "Nova" foi
acrescentado para diferenciá-lo do topônimo Pontes e Lacerda, município vizinho,
comumente chamado de Lacerda pelos viajantes e pelos moradores do lugar, e não pelo
nome completo Pontes e Lacerda. O município de Nova Lacerda foi criado através da
Lei Estadual nº 6.722, de 26 de dezembro de 1995, com território desmembrado dos
municípios de Comodoro e Vila Bela da Santíssima Trindade. Fonte: Enciclopédia
Ilustrada de Mato Grosso, Autor: João Carlos Vicente Ferreira - Cuiabá: Buriti, 2004.
Anuário Estatístico de Mato Grosso 2005, Associação Mato-Grossense dos Municípios
- AMM. Autor do Histórico: Sebastião de Assunção.
3.3.1.13. Município de Pontes e Lacerda
A região onde hoje situa-se o município de Pontes e Lacerda era inicialmente
habitada por índios, representados pelos Nambikwara, onde, atualmente cerca de 71
índios vivem na Terra Indígena Sararé, uma área de 67.420 hectares. A origem do nome
remete ao ano de 1784, quando dois cartógrafos e astrônomos formados pela
Universidade de Coimbra, Portugal, desenharam os primeiros esboços da carta
geográfica dos rios das bacias Amazônica e do Prata. Eram Antonio Pires da Silva
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Pontes, um mineiro, e Francisco José de Lacerda e Almeida, um paulista. Em 1906, foi
contruído o Posto Telegráfico de Pontes e Lacerda pela Comissão Rondon. Até 1976,
Pontes e Lacerda era um aglomerado pertencente à cidade de Vila Bela da Santíssima
Trindade, tornando-se um distrito desta àquele ano, através da Lei Estadual 3.813.
Finalmente em 1979, através da lei estadual 4.167, foi criado o município de Pontes e
Lacerda, desmembrando para si, parte do território pertencente à Vila Bela da
Santíssima Trindade. A economia de Pontes e Lacerda está baseada na produção de
bovinos de leite e de corte, com mais de 656.000 cabeças e é um dos maiores
exportadores de carne de Mato Grosso, sendo detentor das primeiras colocações no
ranking de qualidade genética do Brasil, e de produção de látex de seringueira
(heveicultura), com processamento do produto in natura. A ovinocultura e piscicultura
poderá ser fator preponderante da economia Pontes-lacerdense dependendo das ações e
investimentos nas devidas cadeias produtivas pelos poderes publicos e privados. Fonte:
Enciclopédia Ilustrada de Mato Grosso, Autor: João Carlos Vicente Ferreira - Cuiabá:
Buriti, 2004. Anuário Estatístico de Mato Grosso 2005, Associação Mato-Grossense dos
Municípios - AMM. Autor do Histórico: Sebastião de Assunção.
3.3.1.14. Município de Porto Esperidião
As origens históricas de Porto Esperidião se ligam às de Vila Bela da
Santíssima Trindade. Mas os primeiros acontecimentos não levaram à formação de um
povoado pelo menos estável. A Comissão Rondon instalou um posto telegráfico às
margens do Rio Jauru, dando início ao povoado de Porto Salitre. A denominação fazia
referência à região de salinas, onde o ancoradouro se encontrava. Era um barreiro
procurado pelos animais, que o lambiam. As célebres salinas são conhecidas desde as
primeiras penetrações pela região, ainda no século XVIII. A 25 de agosto de 1898, o
engenheiro Manoel Esperidião da Costa Marques deu início, em São Luíz de Cáceres, a
estudos da navegabilidade do Rio Jauru, desde a barra com o Rio Paraguai até o Porto
do Registro. Depois se propôs a construir estradas de ferro. O Dr. Esperidião nasceu em
Poconé e foi destacado político, tendo participado da redação da Lei Áurea, que aboliu a
escravatura no Brasil. Faleceu, prematuramente, de malária, após uma expedição para
medição e demarcação de seringais na região do Rio Guaporé. Em homenagem ao dr.
Manoel Esperidião da Costa Marques, em 1920, foi alterado o nome de Porto Salitre
para Porto Esperidião. Em meados de 1950 foi desativada a rede de telégrafo. Em 1956,
foi construída a segunda e última ponte de madeira sobre o Rio Jauru, sendo que a atual
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ponte de concreto foi aberta ao tráfego em 1982. A Lei Estadual nº 5.012, de 13 de maio
de 1986, criou o município.Fonte: Enciclopédia Ilustrada de Mato Grosso, Autor: João
Carlos vicente Ferreira - Cuiabá: Buriti, 2004. Anuário Estatístico de Mato Grosso
2005, Associação Mato-Grossense dos Municípios - AMM. Autor do Histórico:
Sebastião de Assunção.
3.3.1.15. Município de Reserva do Cabaçal
O município de Reserva do Cabaçal localiza-se a sudoeste do Estado de Mato
Grosso com uma área de aproximadamente 450 Km². Foi fundada no ano de 1969 com
influência dos colonos, oriundos dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e outros
estados. Tornou-se distrito em 1978 e emancipou-se em 1986. No início da colonização,
a empresa responsável pelo assentamento, deixou uma área de 108 hectares reservada
para fins de interesse da colonizadora formar um núcleo urbano, então surgiu o nome
Reserva. A origem de Cabaçal deu-se devido à Tribo Indígena Cabaçais, que habitava
às margens do rio que então finalmente recebeu o nome de Reserva do Cabaçal. A
principal atividade econômica no município é a pecuária de leite e corte, além de um
enorme potencial para o turismo. A riqueza natural de cachoeiras, rios com corredeiras e
poços profundos de águas transparentes, fazem de Reserva do Cabaçal um local de rara
beleza. Fonte: Prefeitura Municipal de Reserva do Cabaçal. Autor do Histórico:
Sebastião de Assunção.
3.3.1.16. Município de Rio Branco
A denominação do município de Rio Branco é homenagem ao Rio Branco,
curso d’água que banha a cidade e também referência à Colônia Rio Branco, implantada
pelo governo do Estado numa área de 200 mil hectares, através do Decreto Lei nº 1.598,
de 22 de maio de 1953. A colônia começou a partir de ações desenvolvidas por João
Augusto Capilé, da Comissão de Planejamento da Produção, que buscava assentar
colonos que tiveram problemas em Dourados e Jaciara. O Rio Branco que deu nome à
cidade e ao projeto Colônia Rio Branco, banha o território municipal e desenha a
paisagem regional com seus serpenteios e belas quedas d’águas. O Distrito de Paz de
Rio Branco foi criado em 4 de abril de 1978, jurisdicionado ao município de Cáceres. A
Lei Estadual nº 4.151, de 13 de dezembro de 1979, criou o município de Rio Branco.
Fonte: Enciclopédia Ilustrada de Mato Grosso, Autor: João Carlos vicente Ferreira -
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Cuiabá: Buriti, 2004. Anuário Estatístico de Mato Grosso 2005, Associação Mato-
Grossense dos Municípios - AMM. Autor do Histórico: Sebastião de Assunção.
3.3.1.17. Município de Salto do Céu
As origens do município estão no desdobramento dos assentamentos de
colonos da Colônia Rio Branco, a partir de 1960. Dando prosseguimento à procura de
glebas aptas para produção de cereais, João Augusto Capilé Filho, chefe da Comissão
de Planejamento da Produção, penetrou em terreno de mata fechada acima do Rio
Branco, tendo a impressão que entrava em região virgem, intocada, tal a imponência
que apresentava a floresta. Subindo o Rio Branco, Capilé escutou o rumor de um salto.
Procurou conhecê-lo e se deparou com uma enorme queda d’água. Impressionado pela
altura denominou-o Salto do Céu. Em homenagem à queda d’água, o lugar de
assentamento dos colonos adotou o nome de Salto do Céu. A chegada de João Carreiro
de Sá e de Cipriano Ribeiro Sobrinho assinalou o início da ocupação da terra em Salto
do Céu. Os dias de abertura foram todos árduos, pois o trabalho era feito com foice,
facão e machado. O município foi criado em 13 de dezembro de 1979, pela Lei nº
4.152. Fonte: Enciclopédia Ilustrada de Mato Grosso, Autor: João Carlos Vicente
Ferreira - Cuiabá: Buriti, 2004. Anuário Estatístico de Mato Grosso 2005, Associação
Mato-Grossense dos Municípios - AMM. Autor do Histórico: Sebastião de Assunção.
3.3.1.18. Município de São José dos Quatro Marcos
As origens do município vêm dos projetos de colonização implantados por
particulares. Em 1962, Zeferino José de Matos adquiriu extensa área de terras da
Imobiliária Mirassol, tornando-se o grande pioneiro do lugar. Devido aos quatro marcos
no centro do loteamento, o lugar tomou o nome de Quatro Marcos, sendo acrescentado,
posteriormente, o nome de São José, o santo da devoção da comunidade. A Lei nº
3.934, de 4 de outubro de 1977, criou o distrito de São José dos Quatro Marcos. A Lei
Estadual nº 4.154, de 14 de dezembro de 1979, criou o município, com a denominação
simplificada para Quatro Marcos. A população, incentivada pelo Padre Jorge, interviu e
exigiu o nome completo, São José dos Quatro Marcos, conseguindo o objetivo através
da Lei nº 4.637, de 10 de janeiro de 1984. Fonte: Enciclopédia Ilustrada de Mato
Grosso, Autor: João Carlos Vicente Ferreira - Cuiabá: Buriti, 2004. Anuário Estatístico
de Mato Grosso 2005, Associação Mato-Grossense dos Municípios - AMM. Autor do
Histórico: Sebastião de Assunção.
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3.3.1.19. Município de Vale de São Domingos
Vale de São Domingos, município criado em 28 de dezembro de 1999,
desmenbrado do município de Pontes e Lacerda. O município de Vale de São
Domingos, limita-se ao norte com Tangará da Serra, a Oeste com Pontes e Lacerda a
Leste com Jauru. Fonte: Enciclopédia Ilustrada de Mato Grosso, Autor: João Carlos
Vicente Ferreira - Cuiabá: Buriti, 2004. Anuário Estatístico de Mato Grosso 2005,
Associação Mato-Grossense dos Municípios - AMM. Autor do Histórico: Sebastião de
Assunção.
3.3.1.20 – Município de Vila Bela da Santíssima Trindade
Primeira capital de Mato Grosso, a pequena Vila Bela da Santíssima Trindade
é um dos municípios com maior potencial turístico de Mato Grosso. No centro de Vila
Bela, estão as ruínas de uma catedral do período colonial. Ela é um símbolo da cidade e
constitui o marco de uma história que começa em 1752. Naquela época, a descoberta de
riquezas minerais na região do Rio Guaporé, fez com que Portugal se apressasse em
povoá-la, temendo que os vizinhos espanhóis fizessem o mesmo. Foi então criada a
Capitania de Mato Grosso e sua capital instalada em 19 de março de 1752, com o nome
de Vila Bela da Santíssima Trindade. Enquanto foi capital, a cidade obteve um
progresso muito grande devido aos investimentos em infraestrutura e incentivos fiscais
para os novos moradores. No entanto, as dificuldades de povoar a região (distância,
doenças, falta de rotas comerciais) e o estabelecimento de um importante centro
comercial em Cuiabá acabaram forçando a transferência da capital, em 1835. Como
uma cidade qualquer, Vila Bela não resistiria. Os moradores abandonaram a região,
deixando casas, estabelecimentos comerciais e escravos para trás. Num dos episódios
mais fascinantes de toda essa história, são estes escravos abandonados que garantem a
sobrevivência da cidade, constituindo no local uma comunidade negra forte, unida e fiel
às suas tradições. Fonte: Enciclopédia Ilustrada de Mato Grosso, Autor: João Carlos
Vicente Ferreira - Cuiabá: Buriti, 2004. Anuário Estatístico de Mato Grosso 2005,
Associação Mato-Grossense dos Municípios-AMM. Autor do Histórico: Sebastião de
Assunção.
3.3.2. Dados Populacionais do Território da Grande Cáceres.
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A Tabela 2 apresenta os dados relativos à evolução da população total no interior
do Território da Grande Cáceres. Considerando todos os municípios, observa-se que o
território vem apresentando crescimento ligeiramente inferior ao crescimento do Estado
de Mato Grosso. Verifica-se um decréscimo acentuado da população dos municípios de
Figueirópolis d´Oeste, Jauru e Salto do Céu. Entretanto um crescimento considerável
dos municípios de Indiavaí, Nova Lacerda e Comodoro.
3.3.2.1 – Evolução da População no Território da Grande Cáceres
Tabela 2. Evolução populacional nos Municípios que formam o Território da Grande
Cáceres entre 2000 e 2009.
Município 2000 2007 2009 Variação (%)
1 – Araputanga 13.675 15.335 16.090 17,66 2 – Cáceres 85.857 84.175 87.261 1,64 3 – Comodoro 15.046 17.939 18.974 26,11 4 – Conquista d’Oeste¹ 0 3.106 3.289 - 5 – Curvelândia¹ 0 4.835 5.039 - 6 – Figueirópolis d’Oeste 4.315 3.648 3.656 -15,27 7 – Glória d’Oeste 3.361 3.124 3.185 -5,24 8 – Indiavaí 2.056 2.524 2.679 30,30 9 – Jauru 12.764 10.774 10.748 -15,79 10 – Lambari d’Oeste 4.690 4.904 5.060 7,89 11 – Mirassol d’Oeste 22.997 24.538 25.605 11,34 12 – Nova Lacerda 4.045 4.949 5.252 29,84 13 – Pontes e Lacerda 43.012 37.910 39.228 -8,80 14 – Porto Esperidião 9.996 9.607 9.850 -1,46 15 – Reserva do Cabaçal 2.418 2.505 2.598 7,44 16 – Rio Branco 5.092 5.053 5.208 2,28 17 – Salto do Céu 4.675 3.650 3.584 -23,34 18 – São José dos Quatro Marcos 19.693 19.001 19.493 -1,02 19 – Vale de São Domingos¹ 0 2.873 2.955 - 20 – Vila Bela da Santíssima Trindade 12.665 13.886 14.523 14,67 Total do Território 266.357 274.336 284.277 7 Total do Estado de Mato Grosso 2.504.353 3.001.692 19,86
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, 2009.
3.3.2.2. Análise da População sob Enfoque do Índice de Desenvolvimento
Humano do Território da Grande Cáceres
Ao fazer análise da população, encontramos o Indice de Desenvolvimento
Humano (IDH) que retrata a pobreza da população e, segundo estudos do geógrafo
Wagner de Cerqueira, publicado no “site” www.brasilescola.com/brasil/o-idh-no-brasil ,
o Estado de Mato Grosso está com IDH estimado de 0,796, próximo do IDH médio do
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Brasil que foi registrado em 2005 com dados de 2000 a 2005 de 0,813. Em média, o
território da Grande Cáceres possui IDH inferior ao Estado e ao País (Tabelas 4 e 5):
Todos os municípios, como demonstra a tabela abaixo, tiverem uma substancial
melhora no IDH de 1991 para 2000, também registramos que os municípios mais novos
não possuem um IDH oficial.
Tabela 3. Índice de Desenvolvimento Humano de Educação e Renda de 1991 e 2000 nos Municípios que formam o Território da Grande Cáceres.
Município IDH - Educação IDH - Renda
Ano 1991 Ano 2000 Ano 1991 Ano 2000 1 - Araputanga 0,748 0,850 0,641 0,694 2 - Cáceres 0,750 0,851 0,595 0,672 3 - Comodoro 0,686 0,774 0,644 0,689 4 - Conquista d’Oeste* 0 0 0 0 5 – Curvelândia* 0 0 0 0 6 - Figueirópolis d’Oeste 0,660 0,804 0,582 0,655 7 - Glória d’Oeste 0,688 0,784 0,608 0,686 8 - Indiavaí 0,713 0,814 0,637 0,624 9 – Jauru 0,613 0,787 0,518 0,596 10 - Lambari d’Oeste 0,605 0,784 0,533 0,616 11 - Mirassol d’Oeste 0,712 0,825 0,661 0,674 12 – Nova Lacerda 0,607 0,759 0,560 0,680 13 – Pontes e Lacerda 0,694 0,815 0,645 0,682 14 – Porto Esperidião 0,629 0,780 0,572 0,636 15 – Reserva do Cabaçal 0,651 0,793 0,553 0,591 16 – Rio Branco 0,674 0,797 0,607 0,622 17 – Salto do Céu 0,551 0,764 0,548 0,624 18 – São José dos Quatro Marcos 0,698 0,832 0,601 0,628 19 – Vale de São Domingos* 0 0 0 0 20 – Vila Bela da Santíssima Trindade 0,677 0,774 0,618 0,654 Média do Território 0,668 0,799 0,595 0,648 Fonte: PNUD / Atlas de Desenvolvimento Humano, 2003. *Dados ou Indicador Inexistentes.
Tabela 4. Índice de Desenvolvimento Humano de Longevidade e Municipal de 1991 e 2000 nos Municípios que formam o Território da Grande Cáceres.
Município IDH - Longevidade IDH - Municipal
Ano 1991 Ano 2000 Ano 1991 Ano 2000 1 - Araputanga 0,651 0,719 0,680 0,754
2 - Cáceres 0,610 0,689 0,652 0,737 3 - Comodoro 0,662 0,708 0,664 0,724 4 - Conquista d’Oeste* 0 0 0 0 5 – Curvelândia* 0 0 0 0 6 - Figueirópolis d’Oeste 0,552 0,656 0,598 0,705 7 - Glória d’Oeste 0,651 0,723 0,649 0,731 8 - Indiavaí 0,651 0,703 0,667 0,714 9 - Jauru 0,597 0,657 0,576 0,680
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Continua
Município IDH - Longevidade IDH - Municipal
Ano 1991 Ano 2000 Ano 1991 Ano 2000 10 - Lambari d’Oeste 0,600 0,676 0,579 0,692
11 - Mirassol d’Oeste 0,613 0,719 0,662 0,739 12 – Nova Lacerda 0,582 0,719 0,583 0,719 13 – Pontes e Lacerda 0,675 0,762 0,671 0,753 14 – Porto Esperidião 0,606 0,670 0,602 0,695 15 – Reserva do Cabaçal 0,543 0,657 0,582 0,680 16 – Rio Branco 0,626 0,676 0,636 0,698 17 – Salto do Céu 0,651 0,719 0,583 0,702 18 – São José dos Quatro Marcos 0,659 0,745 0,653 0,735 19 – Vale de São Domingos* 0 0 0 0 20 – Vila Bela da Santíssima Trindade 0,652 0,716 0,649 0,715 Média do Território 0,622 0,701 0,629 0,716
Fonte: PNUD / Atlas de Desenvolvimento Humano, 2003. *Dados ou Indicador Inexistentes.
3.3.2.3. Análise da População sob Enfoque das matrículas no Ensino Infantil, Fundamental e Médio do Território da Grande Cáceres
Continuando a análise da população verificamos nas Tabelas 5 (Matrícula na
Educação Infantil; Tabela 6 (Matrícula no Ensino Fundamental) e na Tabela 8
(Matrícula no Ensino Médio) uma flutuação da população, quando temos na maioria dos
municípios um aumento expressivo nas matrículas do ensino fundamental, que está em
sua grande maioria situado no setor urbano dos municípios e cai no ensino médio
quando jovem vai estudar nos grandes centros, neste caso Cuiabá e Várzea Grande.
Tabela 5. Alunos Matriculados na Educação Infantil no nos Municípios que formam
o Território da Grande Cáceres.
Município Municipal Privado Total do Município
1 - Araputanga 541 25 566
2 - Cáceres 2.639 437 3.076 3 - Comodoro 623 37 660 4 - Conquista d’Oeste 220 0 220 5 – Curvelândia 196 0 196 6 - Figueirópolis d’Oeste 84 0 84 7 - Glória d’Oeste 138 0 138 8 - Indiavaí 83 0 83 9 – Jauru 315 0 315 10 - Lambari d’Oeste 113 0 113 11 - Mirassol d’Oeste 664 26 690 12 – Nova Lacerda 187 0 187 13 – Pontes e Lacerda 778 94 872 Fonte: Secretaria de Estado de Educação – SEDUC, Censo Escolar 2009. Não foi constatada neste levantamento, a existência de Dados para estabelecimentos Municipais e Federais.
PPllaannoo TTeerrrriittoorriiaall ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo RRuurraall SSuusstteennttáávveell ddaa GGrraannddee CCáácceerreess
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Continua
Município Municipal Privado Total do Município
14 – Porto Esperidião 325 0 325
15 – Reserva do Cabaçal 65 0 65 16 – Rio Branco 192 0 192 17 – Salto do Céu 127 0 127 18 – São José dos Quatro Marcos 562 24 586 19 – Vale de São Domingos 67 17 84 20 – Vila Bela da Santíssima Trindade 446 0 446
Total do Território 8.365 660 9.025
Tabela 6. Alunos Matriculados no Ensino Fundamental nos Municípios que formam
o Território da Grande Cáceres.
Município Estadual Municipal Privado Total Municipal
1 - Araputanga 1.291 1.035 131 2.457
2 - Cáceres 6.352 7.855 1.156 15.363 3 - Comodoro 847 2.577 89 3.513 4 - Conquista d’Oeste 192 440 0 632 5 – Curvelândia 456 408 0 864 6 - Figueirópolis d’Oeste 616 84 0 700 7 - Glória d’Oeste 274 268 0 542 8 - Indiavaí 0 432 0 432 9 – Jaurú 1.309 719 0 2.028 10 - Lambari d’Oeste 580 471 0 1.051 11 - Mirassol d’Oeste 2.735 957 203 3.895 12 – Nova Lacerda 0 1.035 0 1.035 13 – Pontes e Lacerda 4.269 2.100 580 6.949 14 – Porto Esperidião 930 1.306 0 2.236 15 – Reserva do Cabaçal 263 254 0 517 16 – Rio Branco 212 547 0 759 17 – Salto do Céu 346 382 0 728 18 – São José dos Quatro Marcos 1.872 745 110 2.727 19 – Vale de São Domingos 217 492 0 709
20 – Vila Bela da Santíssima Trindade 705 2.417 0 3.122
Total do Território 23.466 24.524 2.269 50.259 Fonte: Secretaria de Estado de Educação – SEDUC, Censo Escolar 2009. Não foi constatada neste levantamento, a existência de Dados para estabelecimentos Municipais e Federais.
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Tabela 7. Alunos Matriculados no Ensino Médio nos Municípios que formam o Território da Grande Cáceres.
Município Estadual Municipal Federal Privado Total Municipal
1 - Araputanga 903 0 0 54 957 2 - Cáceres 3.601 0 276 262 4.139 3 - Comodoro 821 0 0 35 856 4 - Conquista d’Oeste 260 0 0 0 260 5 – Curvelândia 291 0 0 0 291 6 - Figueirópolis d’Oeste 182 0 0 0 182 7 - Glória d’Oeste 140 0 0 0 140 8 - Indiavaí 99 0 0 0 99 9 – Jauru 448 0 0 0 448 10 - Lambari d’Oeste 368 0 0 0 368 11 - Mirassol d’Oeste 1.091 0 0 63 1.154
12 – Nova Lacerda 239 0 0 0 239
13 – Pontes e Lacerda 1.804 0 180 84 2.068 14 – Porto Esperidião 613 0 0 0 613 15 – Reserva do Cabaçal 134 0 0 0 134 16 – Rio Branco 194 0 0 0 194 17 – Salto do Céu 174 0 0 0 174 18 – São José dos Quatro Marcos
988 0 0 42 1.030 19 – Vale de São Domingos 167 0 0 0 167
20 – Vila Bela da Santíssima Trindade 623 0 0 0 623
Total do Território 13.140 0 456 540 14.136 Fonte: Secretaria de Estado de Educação – SEDUC, Censo Escolar 2009. Não foi constatada neste levantamento, a existência de Dados para estabelecimentos Municipais e Federais.
3.3.2.3. Análise da População Rural e Urbana na Composição do Território da Grande Cáceres.
O território da Grande Cáceres ocupa uma área expressiva do Estado do Mato
Grosso. Onde encontramos 60% dos municípios do Território com população abaixo de
10.000 habitantes, com características totalmente rurais, como exemplo Vila Bela da
Santíssima Trindade, com 80% da população vivendo do rural, Porto Espiridião 65%,
Jauru e Figueirópolis d’Oeste com 50% da população no rural e os municípios de
Comodoro, Conquista d’Oeste e Curvelândia com 40% da população vivendo no
campo. Entretanto temos os Municípios de Mirassol d’Oeste e Cáceres com 80% de sua
população vivendo no setor urbano.
Em relação à população rural e urbana, observa-se que, um alto percentual de
meio rural, na média de 40% da população total do Território, (Tabelas 8, 9 e 10).
De maneira geral os dados sobre a população demonstram que, apesar de
contar com uma pequena população em relação ao total do estado, com menos de
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300.000 habitantes, o território da Grande Cáceres assume importância em relação a sua
população rural, sendo que os municípios que fazem parte deste território possuem
basicamente características rurais, a exceção de Cáceres.
Tabela 8. Distribuição populacional entre as zonas Rural e Urbana nos Municípios
que formam o Território da Grande Cáceres.
Município População Rural
População Urbana
Total Municipal
1 – Araputanga 3.371 12.719 16.090 2 – Cáceres 19.721 67.540 87.261 3 – Comodoro 7.795 11.179 18.974 4 – Conquista d’Oeste 1.316 1.973 3.289 5 – Curvelândia 2.016 3.023 5.039 6 – Figueirópolis d’Oeste 2.164 1.492 3.656 7 – Glória d’Oeste 1.185 2.000 3.185 8 – Indiavaí 1.038 1.641 2.679 9 – Jauru 5.590 5.158 10.748 10 – Lambari d’Oeste 3.148 1.912 5.060 11 – Mirassol d’Oeste 4.468 21.137 25.605 12 – Nova Lacerda 2.871 2.381 5.252 13 – Pontes e Lacerda 12.710 26.518 39.228 14 – Porto Esperidião 6.420 3.430 9.850 15 – Reserva do Cabaçal 925 1.673 2.598 16 – Rio Branco 1.652 3.556 5.208 17 – Salto do Céu 1.738 1.846 3.584 18 – São José dos Quatro Marcos 5.737 13.756 19.493 19 – Vale de São Domingos 0 0 2.955 20 – Vila Bela da Santíssima Trindade 11.326 3.197 14.523
Total do Território 95.191 186.131 284.277 Fonte: Adaptado de Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE 2009 e Associação Matogrossense dos Municípios 2007.
Tabela 9. Percentual de Urbanização e Ruralidade nos Municípios que formam o
Território Da Grande Cáceres.
Município Urbanização (%) Ruralidade (%)
1 – Araputanga 79,05 20,95 2 – Cáceres 77,4 22,60 3 – Comodoro 58,92 41,08 4 – Conquista d’Oeste 60,00 40,00 5 – Curvelândia 60,00 40,00 6 – Figueirópolis d’Oeste 40,81 59,19 7 – Glória d’Oeste 62,81 37,19 8 – Indiavaí 61,24 38,76 9 – Jauru 47,99 52,01 10 – Lambari d’Oeste 37,78 62,22 11 – Mirassol d’Oeste 82,55 17,45 12 – Nova Lacerda 45,34 54,66 13 – Pontes e Lacerda 67,60 32,40
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Continua
Município Urbanização (%) Ruralidade (%)
14 – Porto Esperidião 34,82 65,18 15 – Reserva do Cabaçal 64,39 35,61 16 – Rio Branco 68,28 31,72 17 – Salto do Céu 51,51 48,49 18 – São José dos Quatro Marcos 70,57 29,43 19 – Vale de São Domingos 0,00 0 20 – Vila Bela da Santíssima Trindade 22,01 77,99
Média do Território 54,65 40,35
Fonte: Adaptado de Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE 2009 e Associação Matogrossense dos Municípios – AMM, 2007.
Tabela 10. Relação entre a População Urbana e o número de Trabalhadores nas
Empresas Formais nos Municípios que formam o Território de Da Grande Cáceres.
Município População Urbana (P.U)
Trab. De Empresas Formais
(T.F) P.U / T.F
1 – Araputanga 12.719 2.797 3,86
2 – Cáceres 67.540 8.111 8,19 3 – Comodoro 11.179 1.196 7,41 4 – Conquista d’Oeste 1.973 644 0,00 5 – Curvelândia 3.023 395 0,00 6 – Figueirópolis d’Oeste 1.492 439 4,01 7 – Glória d’Oeste 2.000 355 5,95 8 – Indiavaí 1.641 185 6,81 9 – Jauru 5.158 548 11,18 10 – Lambari d’Oeste 1.912 306 5,79 11 – Mirassol d’Oeste 21.137 3.443 5,51 12 – Nova Lacerda 2.381 207 8,86 13 – Pontes e Lacerda 26.518 5.247 5,54 14 – Porto Esperidião 3.430 864 4,03 15 – Reserva do Cabaçal 1.673 382 4,08 16 – Rio Branco 3.556 635 5,48 17 – Salto do Céu 1.846 227 10,61 18 – São José dos Quatro Marcos 13.756 3.136 4,43 19 – Vale de São Domingos 0 389 0,00 20 – Vila Bela da Santíssima Trindade 3.197 660 4,22 Total do Território 186.131 30.166 6,17
Fonte: Censo Econômico SEPLAN – 2003.
3.3.3. Análise da Produção Agropecuária e Extrativista, Arrecadação e Receita em Relação a sua Transferência do Território da Grande Cáceres.
No Censo Agropecuário de 2006 foram identificados 4.367.902
estabelecimentos de agricultura familiar no Brasil. Eles representavam 84,4% do total,
mas ocupavam apenas 24,3% (ou 80,25 milhões de hectares) da área dos
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estabelecimentos agropecuários brasileiros. Já os estabelecimentos não familiares
representavam 15,6% do total e ocupavam 75,7% da sua área. Dos 80,25 milhões de
hectares da agricultura familiar, 45% eram destinados a pastagens, 28% a florestas e
22% a lavouras. Ainda assim, a agricultura familiar mostrou seu peso na cesta básica do
brasileiro, pois era responsável por 87% da produção nacional de mandioca, 70% da
produção de feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 21% do trigo e, na
pecuária, 58% do leite, 59% do plantel de suínos, 50% das aves e 30% dos bovinos.
Apesar de cultivar uma área menor com lavouras e pastagens (17,7 e 36,4 milhões de
hectares, respectivamente), a agricultura familiar é responsável por garantir boa parte da
segurança alimentar do país, como importante fornecedora de alimentos para o mercado
interno. Em 2006, a agricultura familiar era responsável por 87% da produção nacional
de mandioca, 70% da produção de feijão, 46% do milho, 38% do café (parcela
constituída por 55% do tipo robusta ou conilon e 34% do arábica), 34% do arroz, 58%
do leite (composta por 58% do leite de vaca e 67% do leite de cabra), 59% do plantel de
suínos, 50% das aves, 30% dos bovinos e, ainda, 21% do trigo. A cultura com menor
participação da agricultura familiar foi a soja (16%). 37% dos parentes do produtor que
trabalhavam na agricultura familiar eram analfabetos.
Tabela11. Produção das principais atividades pecuárias do Território da Grande Cáceres.
Município Produção das Principais Atividades Agrícolas e Extrativistas
Bovinos ¹ Suínos ¹ Caprinos ¹ Ovinos ¹ Leite ² Mel de Abelha ³
1. Araputanga 181.559 5.222 216 3.773 19.584 -
2. Cáceres 823.804 12.261 690 13.737 17.201 22.864 3. Comodoro 284.136 3.960 804 2.357 6.238 11.450
4. Conquista d’Oeste 53.347 2.310 290 1.419 7.269 11.498
5. Curvelândia 43.998 3.120 133 846 2.734 -
6. Figueirópolis d’Oeste 120.419 2.054 46 1.964 9.763 -
7. Glória d’Oeste 93.342 2.117 140 2.738 6.968 1.950 8. Indiavaí 59.477 1.749 - 843 2.752 - 9. Jaurú 178.008 5.671 230 3.290 16.981 -
10. Lambari d’Oeste 113.456 1.767 120 1.087 5.639 -
11 Mirassol d’Oeste 132.416 5.388 126 2.437 13.780 3.000
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Continua
Município Produção das Principais Atividades Agrícolas e Extrativistas
Bovinos ¹ Suínos ¹ Caprinos ¹ Ovinos ¹ Leite ² Mel de Abelha ³
12. Nova Lacerda 150.695 3.018 134 2.179 5.088 740
13. Pontes e Lacerda 565.205 8.441 338 7.834 26.115 3.000
14.Porto Esperidião 435.804 5.335 315 6.140 10.346 7.717
15. Reserva do Cabaçal 29.559 1.665 35 1.044 9.891 8.000
16. Rio Branco 49.084 1.473 32 871 7.082 1.020 17. Salto do Céu 116.211 1.907 108 1.579 9.085 180
18. São José dos Quatro Marcos 164.386 8.841 140 3.018 15.778 -
19. Vale de São Domingos 85.452 1.869 208 2.049 8.855 960
20. Vila Bela da Santíssima Trindade
803.594 9.204 980 13.058 11.803 1.260
Total 4.483.952 87.372 5.085 72.263 212.952 73.639
Fonte: IBGE 2008. ¹ Unidade Animal; ² Mil Litros; ³ Quilogramas.
Tabela 12. Produção das principais atividades agrícolas e extrativistas permanentes do Território da Grande Cáceres.
Município Produção das Principais Atividades Agrícolas e Extrativistas
Banana ⁴ Borracha ⁶ Castanha de Caju ⁶
Coco da Bahia ⁵ Abacaxi ⁵ Café ⁶
1. Araputanga - - - - - -
2. Cáceres 1.125 791 - - 120 - 3. Comodoro 70 25 - 150 - 51
4. Conquista d’Oeste - - - -
- -
5. Curvelândia - 34 - - 130 -
6. Figueirópolis d’Oeste - 6 - -
156 -
7. Glória d’Oeste
390 9 - - - -
8. Indiavaí - 15 - 27 - - 9. Jaurú - - - - - -
10. Lambari d’Oeste
112 28 - - - -
11 Mirassol d’Oeste
140 132 - - - -
12. Nova Lacerda
65 341 - 35 36 -
13. Pontes e Lacerda 972 3.000 - -
180 -
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Continua
Município Produção das Principais Atividades Agrícolas e Extrativistas Permanentes
Banana ⁴ Borracha ⁶ Castanha de Caju ⁶
Coco da Bahia ⁵ Abacaxi ⁵ Café ⁶
14.Porto Esperidião
270 475 - - - -
15. Reserva do Cabaçal - - - -
- -
16. Rio Branco - 76 - - - - 17. Salto do Céu - - - 144 - -
18. São José dos Quatro Marcos
165 33 - - 180 3
19. Vale de São Domingos - - - -
- -
20. Vila Bela da Santíssima Trindade
- 330 - - - 13
Total 3.309 5.295 0 356 802 67
Fonte: IBGE 2009. ¹ Unidade: Animal; ² Mil Litros; ³ Quilogramas; ⁴ Toneladas de Cacho; ⁵ Mil Frutos; ⁶ Toneladas.
Tabela 13. Produção das principais atividades agrícolas temporárias do Território da Grande Cáceres.
Município Produção das Principais Atividades Agrícolas Temporárias
Amendoim ⁶ Mandioca⁵ Arroz ⁶ Feijão ⁶
1. Araputanga - 780 360 63
2. Cáceres 23 18.200 6.000 448 3. Comodoro - 3.000 3.456 261
4. Conquista d’Oeste - 275 180 41
5. Curvelândia - 1.560 75 8
6. Figueirópolis d’Oeste - 720 168 19
7. Glória d’Oeste - 600 300 26 8. Indiavaí - 120 135 21 9. Jaurú - 840 210 32
10. Lambari d’Oeste - 952 216 72
11 Mirassol d’Oeste - 720 1.800 350
12. Nova Lacerda - 960 180 36
13. Pontes e Lacerda - 2.990 1.200 165
14.Porto Esperidião - 1.200 930 50
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Continua
Município Produção das Principais Atividades Agrícolas Temporárias
Amendoim ⁶ Mandioca⁵ Arroz ⁶ Feijão ⁶
15. Reserva do Cabaçal - 540 75 11
16. Rio Branco - 492 50 7 17. Salto do Céu - 360 50 23
18. São José dos Quatro Marcos - 1.820 600 105
19. Vale de São Domingos - 360 150 32
20. Vila Bela da Santíssima Trindade
- 420 2.250 364
Total 23 36.909 18.385 2.134 ⁵ Mil Frutos; ⁶ Toneladas.
As informações sobre educação na agricultura familiar revelam avanços, mas
também desafios: entre os 11 milhões de pessoas da agricultura familiar e com laços de
parentesco com o produtor, quase 7 milhões (63%) sabiam ler e escrever. Mas por outro
lado, existiam pouco mais de 4 milhões de pessoas (37%) que declararam não saber ler
e escrever, principalmente de pessoas de 14 anos ou mais de idade (3,6 milhões de
pessoas). Este tema ainda é um grande desafio, e merecerá uma análise mais detalhada
no futuro.
No Território da Grande Cáceres, a situação é a mesma, a exceção dos
Municípios que tem uma arrecadação acima de 25 milhões os demais estão abaixo de 15
milhões, com índices abaixo de 4 milhões, como é o caso dos municípios de Glória
d’Oeste e Reserva do Cabaçal. A grande maioria dos municípios é de população pobre e
com baixíssima arrecadação (Tabela 14). Que juntos representam mais de 50% dos
municípios do Território da Grande Cáceres.
Tabela 14. Valores das Receitas Orçamentárias e Transferências de Capital da União e do Governo do Estado para os Municípios que formam o Território da Grande Cáceres.
Município Receita (R$)
Transferência de Capital (R$)
1 – Araputanga 24.237.373,01
4.010.030,41 2 – Cáceres 81.081.869,00
7.216.014,59
3 – Comodoro 28.206.447,84
2.517.953,75 4 – Conquista d’Oeste 10.200.009,10
652.587,59
5 – Curvelândia 7.991.834,63
1.289.753,96 6 – Figueirópolis d’Oeste 8.071.088,81
746.241,74
PPllaannoo TTeerrrriittoorriiaall ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo RRuurraall SSuusstteennttáávveell ddaa GGrraannddee CCáácceerreess
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Continua
Município Receita (R$)
Transferência de Capital (R$)
7 – Glória d’Oeste 6.761.555,15
451.752,47 8 – Indiavaí 8.049.578,85
513.559,73
9 – Jauru 16.926.804,99 1.957.199,36 10 – Lambari d’Oeste 10.690.642,89 1.357.148,48 11 – Mirassol d’Oeste 25.621.564,65 3.342.943,42 12 – Nova Lacerda 13.068.206,12
799.603,39
13 – Pontes e Lacerda 39.530.884,90
2.055.068,56 14 – Porto Esperidião 15.134.187,91
1.393.656,09
15 – Reserva do Cabaçal 6.969.357,37
739.604,29 16 – Rio Branco 10.472.943,89
1.635.414,00
17 – Salto do Céu 8.031.208,30
796.835,15 18 – São José dos Quatro Marcos 19.928.357,57
865.813,02
19 – Vale de São Domingos 11.948.197,43
3.971.608,57 20 – Vila Bela da Santíssima Trindade 26.909.392,78
684.825,70
Total do Território 379.831.505,19 36.997.614,27 Fonte: Relatório anual de arrecadação Municipal do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso – TCE, 2009.
3.3.4. Análise sistêmica dos principais subsistemas produtivos A partir do diagnóstico do Território da Grande Cáceres evidencia-se uma série
de problemas e estrangulamentos que limitam as possibilidades de desenvolvimento da
agricultura familiar. Dentre os problemas identificados para os eixos temáticos
priorizados serão destacados os principais. E, seguindo a mesma lógica dos outros
Territórios do Estado, apresenta uma baixa complexidade dos subsistemas de produção.
Grande parte da agricultura familiar, em especial aquela localizada nos assentamentos,
destina-se exclusivamente ao autoconsumo. Pequenas quantidades de produtos
excedentes são comercializadas nos municípios do Território, em pequenas feiras
municipais ou mesmo através da negociação com atravessadores. A baixa produção
aliada com a falta de qualidade dos produtos e falta de regularidade da produção (forte
sazonalidade) faz com que mesmo o abastecimento da maior parte do mercado local de
alimentos seja feito por produtos oriundos de outros estados brasileiros. A seguir é
descrito com maiores detalhes cada um dos subsistemas: produção, transformação e
comercialização, bem como o ambiente institucional de apoio, a questão ambiental e
outros pontos relevantes para o Território da Grande Cáceres.
3.3.4.1. Subsistema de Produção
A composição dos sistemas de produção no Território da Grande Cáceres,
embora diversificada, apresenta pouca eficiência de impacto no mercado interno do
PPllaannoo TTeerrrriittoorriiaall ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo RRuurraall SSuusstteennttáávveell ddaa GGrraannddee CCáácceerreess
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Território, a presença dos atravessadores é uma constante, principalmente nos
municípios mais populosos e considerados pólos, como é o caso de Cáceres, Pontes e
Lacerda, Mirassol do Oeste e São José dos Quatro Marcos. Podemos entender essa
dicotomia pela jovialidade de cada município, pois apenas dois municípios foram
criados antes das décadas de 80 e 90, que são Cáceres em 1938 e Vila Bela da
Santíssima Trindade em 1746, os outros 18 municípios que compõem o Território foram
criados todos nas décadas de 80 e 90 do século XX. Em decorrência a jovialidade dos
municípios, verifica-se uma economia em fase de estruturação, além de uma baixa
produtividade nas propriedades da agricultura familiar, em detrimento de adoção de
tecnologia, agravado pela baixa freqüência de técnicos para orientação de ATER. Isto se
deve a vários fatores, a incipiência da integração dos componentes dos subsistemas,
contribui para este quadro de baixa produtividade da agricultura familiar em decorrência
da desorganização da produção e das principais cadeias produtivas. As unidades
produtivas possuem sistemas de produção em estágios diferenciados de uso da base
tecnológica agroindustrial, sendo que a média geral apresenta defasagem na tecnologia
utilizada, quando comparadas a outras regiões similares perdem competitividade. A
pouca disponibilidade aliada às dificuldades de acesso a tecnologias ambientalmente
adequadas caracterizam também uma baixa da base tecnológica a nível da produção
familiar no Território, deixando de aproveitar o que poderia torna-se uma vantagem
comparativa. Verifica-se ainda o pouco aproveitamento dos saberes e fazeres locais, de
experiências de agricultura familiar adaptada aos ecossistemas presentes no Território,
ou seja, os Biomas Amazônicos, Cerrado e Pantanal.
Com sistemas pouco otimizados, tem-se o custo de produção elevado sem a
respectiva elevação na produtividade, o que aliado aos preços dos tradicionais produtos
de subsistência como FLV, arroz, feijão e milho e à oscilação nos preços do leite e seus
derivados, carro chefe do setor, reduzem demasiadamente a remuneração do trabalho na
agricultura familiar, favorecendo a tendência à pecuarização no Território, bem como
migração populacional para as sedes dos municípios.
A mão de obra familiar, outrora vantagem comparativa, hoje não é mais
suficiente para a manutenção das unidades, sendo necessária a contratação esporádica
de terceiros, aumentando os custos de produção. Devido ao envelhecimento do campo,
principalmente entre os agricultores familiares. Os jovens não encontram mais
atratabilidade para ficar no campo.
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Embora figurem como uma das principais alternativas para o Território, a
implantação de consórcios adensados, entre pasto e reflorestamento, no caso de Pontes e
Lacerda e Conquista d´Oeste, assim mesmo tem enfrentado problemas, tais como
grande incentivo apenas na fase de implantação; deficiência na orientação técnica,
desconhecimento das melhores composições de espécies (técnico e econômico);
excessiva utilização de agroquímicos proibidos nos biomas que se encontram essas
culturas. Também o atraso na implantação da indústria de beneficiamento do principal
produto dos consórcios, como por exemplo, o palmito pupunha.
Outro entrave para expansão dessas experiências é o descrédito dos
agricultores familiares devido aos sucessivos estímulos seguidos de abandonos e
fracassos das propostas aliados a pouca identificação cultural da população colonizadora
com o Território ocupado.
Mas ainda assim, a agricultura familiar desempenha um papel extremamente
importante para o Território da Grande Cáceres. Destaca-se o grande número de
assentamentos e de famílias assentadas no Território.
A principal fonte econômica dos agricultores familiares do Território está
associada à pecuária, seja através da venda de bezerros ou através da produção de leite.
Um ponto importante é que a pecuária leiteira não constava no planejamento inicial de
muitos municípios, sendo que foi amplamente estimulada pelos programas de
financiamento. Além disso, a dificuldade de comercialização e a baixa produção das
lavouras contribuíram para a entrada da pecuária de leite nos assentamentos de todo o
Território. Também a produção de frutas como a banana e a mandioca, com destaque
para produção incipiente do FLV (frutas, legumes e verduras) em alguns municípios
como Cáceres, Pontes e Lacerda e Mirassol d´Oeste, em grande maioria dos casos não
supre a demanda dos municípios. Como se observa, as propriedades não possuem
grande diversificação de produção. Algumas iniciativas pontuais, como na produção de
mel e derivados.
Com referência a organização dos agricultores familiares e da produção deve-
se fazer uma menção especial as cooperativas do Território e ao sentimento de produção
coletiva em associativismo e cooperativismo vem ganhando destaque e crescendo no
Território. No entanto, algumas barreiras ainda devem ser superadas uma vez que
cooperativas falidas no passado fazem permanecer um sentimento de desconfiança para
os agricultores. O fortalecimento do cooperativismo, principalmente nos municípios
como Comodoro, com a cooperativa COOPISMAT que trabalha com apicultura e seus
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derivados de Conquista d´Oeste; Nova Lacerda com a cooperativa COOPRONOVA que
opera com a bacia leiteira regional; Glória d’Oeste com a cooperativa de
COOPERGLORIA que também atua na bacia leiteira regional e Mirassol d´Oeste e
Curvelãndia a cooperativa COOPROAMA que atua na área da cultura da mandioca e
seus derivados. Essas cooperativas são atuantes nos municípios e região, tem influência
diretamente no desenvolvimento do mercado e é um importante passo para garantir uma
estrutura de produção e comercialização coletiva. Visto que a maioria destas
cooperativas trabalha com leite e algumas culturas regionais mel e FLV.
O turismo é outra atividade que pode crescer no Território, principalmente em
alguns municípios como Cáceres e Vila Bela da Santíssima Trindade. Destaca-se neste
sentido a pesca esportiva no rio Paraguai e seus afluentes, mais especificamente no
Território do entorno do município de Cáceres. E um turismo cultural em Vila Bela da
Santíssima Trindade e nos demais municípios, passeios ecológicos nas áreas
remanescentes de floresta amazônica e pantanal. No entanto trata-se de uma atividade
que atualmente não está nas mãos da agricultura familiar.
A produção de leite, apesar de ser a principal fonte econômica para grande
parte dos agricultores familiares possui baixa produtividade. A baixa qualidade dos
pastos, principalmente no período seco, aliada a baixa aptidão leiteira dos animais
reduzem a produtividade e os ganhos financeiros dos agricultores familiares do
Território. A necessidade de complementaridade da renda com a venda de bezerros faz
com que se forme um ciclo vicioso da produção (necessidade de animais sem
características leiteiras para valorizar o bezerro, gerando baixa produção e aumentando
a dependência pela venda do bezerro). Atualmente, a granelização1 e aumento da
qualidade do leite vêm sendo discutidos em todo o Território com sendo estratégias de
elevar a rentabilidade da atividade.
A baixa produtividade da pecuária foi à responsável direta pelos grandes
impactos ambientais observados, a exploração da madeira e do garimpo, assim como a
abertura de novas áreas de pastagens, a retirada das matas ciliares, erosão no solo entre
outros pontos. A resolução destes problemas é fundamental para a sustentabilidade dos
sistemas produtivos do Território.
1 Granelização: processo de coleta do leite em tanques de resfriamento. De acordo com a nova legislação sobre qualidade do leite, o refrigerador deverá ser obrigatório para a coleta de leite. Muitas comunidades já estão planejando a aquisição de tanques comunitários, no entanto, problemas como a baixa qualidade do leite (elevada contaminação bacteriana) e a baixa qualidade da energia elétrica podem dificultar a operacionalização desta iniciativa. Além disso, a legislação não garante a melhora no preço ao produtor, sendo que este deve ser definido pelos atores locais.
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O quadro de dificuldades econômicas e estruturais das áreas rurais faz com
que, de acordo com muitos entrevistados, cada vez mais os jovens percam o interesse
pela atividade rural. De acordo com agricultores familiares entrevistados em diversos
municípios o abandono das áreas rurais pelos jovens não se deve unicamente a baixa
renda. A falta de perspectivas de crescimento, de atividades de lazer e de emprego
foram apontadas como as principais causas deste abandono.
Finalizando, os principais problemas de infraestrutura da produção citados
durante as entrevistadas e que limitam o desenvolvimento do Território foram:
• Regularização fundiária e ambiental;
• Energia elétrica
• Impactos ambientais;
• Qualidade da assistência técnica prestada pela EMPAER;
• Comercialização de terra públicas nos assentamentos e conflitos pela terra;
• Qualidade do leite e necessidade de refrigeração.
3.3.4.2. Subsistema de Transformação
Considerando as principais culturas em uma insipiente cadeia de produção no
Território, pode-se observar um baixo nível de transformação dos produtos na
agricultura familiar, como frutas, legumes e verduras. A produção de mel é expressiva
no Território e tem uma transformação satisfatória para o mercado. Destaque também
para a piscicultura, apesar de incipiente, tem qualidade de transformação e mercado.
Mas, grande parte da produção é vendida in natura, sem sofrer qualquer processo de
industrialização ou agregação de valor.
A produção de leite não é industrializada pelos agricultores e sim por laticínios
particulares localizados estrategicamente pelo Território da Grande Cáceres. Ressalta-se
que parte da produção de leite também é distribuída diretamente aos consumidores. O
mesmo foi observado com respeito à produção de carne: os agricultores familiares
vendem o produto diretamente aos supermercados (abate ilegal). Apesar de existir
inúmeros frigoríficos no Território, mas que não atende especificamente à demanda da
agricultura familiar.
Com respeito à produção de mandioca, apesar de muitos agricultores familiares
fabricarem a farinha em suas propriedades e comunidades rurais, as embalagens não
estão adequadas para serem destinadas diretamente ao consumidor final. O produto é
vendido geralmente em sacos de 45Kg, enquanto o consumidor procura embalagens de
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1Kg. Desta forma, um atravessador geralmente adquire o produto a granel,
posteriormente faz o seu fracionamento e a embalagem. De acordo com alguns
entrevistados, este processo agrega mais de 100% no preço final da farinha de
mandioca. Agricultores familiares que encontram nichos de mercado específicos (venda
direta para restaurantes ou bares dos municípios do Território) também conseguem
obter este nível de agregação no preço final.
Existe também em alguns municípios como Cáceres, Pontes e Lacerda, Porto
Esperidião, Comodoro e Vila Bela da Santíssima Trindade, agricultores familiares que
trabalham com frutas transformado-as em polpas, doces e compotas artesanais, contudo
sem qualquer processo de regularização sanitária e nem rótulo para a venda direta ao
consumidor.
3.3.4.3 Subsistema de Comercialização
A globalização dos mercados a partir da década de 90 exige para que a
produção familiar nela se insira, um enorme salto de qualidade, ou seja, a qualidade da
produção familiar como requisito de sua competitividade.
São cada vez maiores as exigências de sistemas de controle tais como a
segurança dos produtos alimentícios, adoção de selos de qualidade, denominações de
origem controlada, indicações geográficas protegidas, tudo controlado por agencias de
segurança alimentar dos países centrais.
O nicho de mercado de produtos diferenciados é extremamente exigente e a
existência de produção em escala e de qualidade proveniente de outras regiões próxima
ao Território, como a própria Baixada Cuiabana, são fatores que podem ser limitantes.
O desenvolvimento desses mercados requer sua organização de forma eficiente e com
integração dos diferentes atores envolvidos no processo para a superação dos limites das
cadeias produtivas.
Com respeito à produção de leite, chama a atenção o comércio não legalizado
deste produto. O quadro é o mesmo em praticamente todos os municípios do Território
da Grande Cáceres. Deve-se ter em mente que, se por um lado este comércio é ilegal e
apresenta riscos à saúde dos consumidores, por outro lado é também uma forma
solidária de distribuição da produção local aos moradores, tendo em vista que estes
“leiteiros” já possuem a estrutura da rede de distribuição dos produtos, e passou a ser a
venda ilegal, principalmente nos municípios de porte menor e na periferia dos de porte
médio.
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O abastecimento interno do Território é feito principalmente por produtos
oriundos de outros estados brasileiros, como Paraná, São Paulo e Goiás. Problemas com
referência a continuidade na produção e qualidade dos produtos foram apontados como
causas para este fato. A dificuldade em comercializar os produtos da agricultura familiar
foi um dos motivos que fez com que este fosse eleito o principal eixo de
desenvolvimento para o Território da Grande Cáceres.
Internamente existem três centros consumidores considerados forte no
Território da Grande Cáceres: Município de Cáceres que tem em seu entorno próximo
de oito municípios que trabalham o mercado principalmente de FLV e leite e seus
derivados. Também temos mais ao norte de Cáceres o outro município pólo que é o
Município de Pontes e Lacerda no Vale do Guaporé e o Município de Mirassol d´Oeste
a oeste de Cáceres. Nestes municípios existem redes maiores de supermercados,
mercearias e padarias que utilizam, na grande maioria das vezes, produtos externos ao
Território. Os demais municípios possuem uma população mais reduzida e uma menor
capacidade de absorver a produção. Mesmo assim, existem feiras municipais na maioria
dos municípios. No entanto, muitas destas feiras ainda são precárias, com espaços ruins
para a comercialização. Além disso, alguns atores locais entrevistados apontam para a
necessidade de mudar o próprio enfoque de algumas feiras uma vez que os preços são
iguais ou até superiores aos supermercados.
No debate da plenária nas oficinas, foi recorrente nas falas dos agricultores, o
problema da comercialização que aparece como o grande fator de estrangulamento para
o desenvolvimento da agricultura familiar do Território. Sendo a comercialização
tratada apenas como venda de produtos, como tem sido o caso no Território, então um
dos problemas principais estaria na concepção de comercialização.
Embora a visão predominante seja de que comercialização se resume na venda
dos produtos, nos pontos de estrangulamento elencados aparecem aspectos
sinalizadores: de um lado uma compreensão um pouco mais sistêmica que coloca
inclusive os custos de produção como elemento estrangulador na comercialização, já
que produtos da agricultura familiar estejam majorados, ou seja, com altos custos de
produção e como conseqüência tem menor competitividade no mercado.
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3.3.4.4. Ambiente institucional de apoio para organização social e pública
O capital social do Território pode ser analisado desde a perspectiva de dois
pontos fundamentais: a existência de espaços efetivos de participação (associações,
sindicatos, cooperativas entre outros) e a qualidade da participação.
Durante a formação dos municípios, foi estimulada a criação de associações por
praticamente todos os municípios do Território. No entanto, após a retirada total da
madeira e do fim do garimpo, muitas associações pararam de ter ações efetivas. Hoje
estas associações estão se adequando as condições atuais de atuais de produtos da
agricultura familiar e em sua grande maioria ligadas a bacia leiteira do Território. Com
alguns casos pontuais da cadeia produtiva do mel e de FLV.
3.3.5. Assentamento Rurais do Território da Grande Cáceres. A Tabela 15 apresenta a lista completa dos assentamentos do território da
Grande Cáceres, especificando o nome dos PA e o número de famílias assentadas.
Deve-se chamar a atenção que os dados foram obtidos diretamente junto ao INCRA,
mas foram encontradas algumas incoerências, como duplicidade de PA listado com
diferentes números de famílias assentadas. Os assentamentos realizados no Território da
Grande Cáceres representam 14% dos assentamentos realizados no Estado de Mato
Grosso. Com relação ao número de famílias/ projeto, chama a atenção a quantidade de
famílias assentadas nos Municípios de Cáceres, Pontes e Lacerda, Vila Bela da
Santíssima Trindade e Jauru.
Tabela 15. Capacidade de Famílias e Famílias assentadas por Projeto de Assentamento nos Municípios que formam o Território da Grande Cáceres.
Município Nº de P.A Nome do P.A Capacidade de Famílias
Famílias Assentados
1 - Araputanga 4
Vereda 115 110
São Benedito 49 47 Florestan Fernandes 153 155 Floresta 91 88
2 - Cáceres
5 implantados
Tarumã 19 19 Alegria - - Água Boa - - Deus é Amor (São Lucas) 19 19 Cinturão Verde 98 98
5 em implantação
Jacutinga/Paiol/Primavera Jacobina/São Manoel - -
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Continua
Município Nº de P.A Nome do P.A Capacidade de Famílias
Famílias Assentados
2 - Cáceres 21
Mata Comprida/Vida Nova 49 49
Corixinha 74 74
São Luiz 29 27 Laranjeira I 243 128 Laranjeira II 46 33 Paiol 449 227 Nova Esperança 51 50 Jatobá 30 28 Rancho da Saudade 47 47 Barranqueira 80 78 Ipê Roxo 30 30 Sapicuá 40 40 Limoeiro 172 166 Facão 102 85 Bom Sucesso 14 14 Flexas 12 7 Sadia Vale Verde 439 423 Katira 48 47 Flor da Mata 30 23 Facão/Bom Jardim 170 169 Arraial Santana 300 -
3 - Comodoro 7
Nova Alvorada 123 93 Noroagro 280 280 Miranda Estância 330 330 Granja 117 115 Colônia dos Mineiros 100 96 Cabixi 55 44 Macuco 220 219
4 - Conquista d’Oeste 2 Nova Conquista 248
402 Sararé 154
5 – Curvelândia 2 Tupã 126 114 Providência III 75 74
6 - Figueirópolis d’Oeste 1 Vila Rural São Pedro 26 26
7 - Glória d’Oeste* 0 - 0 0 8 – Indiavaí* 0 - 0 0
9 – Jauru 3 Mirassolzinho 732 673 Corgão 160 152 Mirassolzinho II 71 66
10 - Lambari d’Oeste 0 - 0 0 11 - Mirassol d’Oeste
4
Providência – I 68 67 Margarida Alves 145 144 Santa Helena II 53 53 São Saturnino 114 112
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Continua
Município Nº de P.A Nome do P.A Capacidade de Famílias
Famílias Assentados
11 - Mirassol d’Oeste 2 Roseli Nunes 331 307 Vila Rural Modelo Fitoterápicos 25 25
12 - Nova Lacerda 3
Sararé 95 95 Nova Conquista 150 150 São Judas 180 167 Santa Elina 174 173
13 - Pontes e Lacerda 13
1.500 Alqueires 78 69 Coronel Ari 200 133 Córrego da Onça 82 77 Rio Alegre 392 337 Aerorancho 155 155 Triunfo 321 316 Lagoa Rica 40 38 Triunfo 329 - Renascer – I 48 47 Alegre 7 6 Lourival d´Abic 110 40 Miura 64 63 Barra do Marco 105 105
14 - Porto Esperidião 15
Domingos José de Morais 138 138
Papiro 71 71 Sete Galhos
120 120 Morada do Sol
332 332 São Jorge
252 252 Alegrete I
168 168 Alegrete II
192 192 Pau a Pique
332 332 São Pedro
292 292 Aproara
108 108 Santa Cecília I 108 108 Santa Cecília II
108 108 Recanto Alegre
92 92 Voltinha 33 32 Vão Grande 28 28
15 - Reserva do Cabaçal 1 Mulher 35 35 16 - Rio Branco 1 Montechi 117 103
17 - Salto do Céu 2
Cecília Antunes 46 45 Salto das Nuvens 26 26 Alteza 80 80 Roncador 84 84 Montechi 150 120
18 - São José dos Quatro Marcos 1 Santa Rosa I 73 73
19 - Vale de São Domingos* 0 - 0 0
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Continua
Município Nº de P.A Nome do P.A Capacidade de Famílias
Famílias Assentados
20 - Vila Bela da Santíssima Trindade 10
Formosa 241 216 Santa Helena 180 180 Morrinho do Tarumã 33 34 Bocaina 18 18 São Sebastião 14 14 Seringal 240 240 Ritinha 132 132 Guaporé 180 180 Marumbi 86 86
São Pedro/Cambara 220 103
Total do Território 13.411 11.786 Fonte: ¹ Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, 2010. ² Instituto de Terras de Mato Grosso, 2010. ³ Crédito Fundiário, 2010.
3.3.6. Comunidades Índigenas do Território da Grande Cáceres. A população indígena do Território da Grande Cáceres é expressiva. Como
pode ser observado na tabela abaixo, esta presente em 40% dos municípios do Território
e representa aproximadamente de 4.300 índios de diversas etnias com a maioria
expressiva dos Chiquitanos, com 2.400 índios.
Tabela 16. Nome, área, etnia, população e situação jurídica atual dos Territórios
Indígenas nos Municípios que formam o Território Da Grande Cáceres.
Município Nome Área (Ha) Etnia População Situação
1 – Araputanga* - - - - -
2 - Cáceres Chiquitanos 43.218 Chiquitanos 2.400
Em Estudo Portaria/FUNAI 251/PRES, de 13.04.00
3 – Comodoro
Enawenê-Nawê (1) 547.876,03
Enawenê-Nawê
(Salumã) 347 Homologada.
Lagoa dos Brincos 1775,02 Negarotê 65 Homologada /
Regularizada.
Nambikwara 1.003.515,96 Kithaurlu / Halotesu 353 Homologada /
Regularizada.
Pirineus de Souza 28.156,50 Sabanê / Manduka / Mamaindê
290 Homologada / Regularizada.
Taihantesu 5.362 Wasusu 34 Homologada / Regularizada.
Vale do Guaporé 240.892,58
Alantesu, Mamaindê / Hahaintesu, Negarotê / Waikusu, Wasusu
569 Homologada / Regularizada.
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Continua
Município Nome Área (Ha) Etnia População Situação
4 - Conquista d’Oeste
Uirapuru 21.700 Paresi 0 G.T. de identificação.
(Aldeias) Tres
Lagoas/Juininha Sarare
67.000 60.000
Paresi/ Nambikara 350 Homologada/
Regularizada.
5 – Curvelândia* - - - - -
6 - Figueirópolis d’Oeste*
- - - - -
7 - Glória d’Oeste*
- - - - -
8 – Indiavaí* - - - - - 9 – Jauru* - - - - - 10 - Lambari d’Oeste*
- - - - -
11 - Mirassol d’Oeste*
- - - - -
12 – Nova Lacerda
Paukalirajausu (Piscina) 8.384 Katithaurlu - Em
identificação.
Pequizal 9.887 Alantesu 45 Homologada / Regularizada.
13 – Pontes e Lacerda
Chiquitano 43.218 Chiquitano 2.400 Em estudo.
Figueiras 9.859 Paresi 16 Homologada / Regularizada.
Juininha 70.538 Paresi 85 Homologada
Sararé 67.419 Katithaurlu 97 Homologada / Regularizada.
14 – Porto Esperidião Chiquitano 43.218 Chiquitano 2.400 Em estudo.
15 - Reserva do Cabaçal* - - - - -
16 – Rio Branco* - - - - -
17 - Salto do Céu* - - - - -
18 - São José dos Quatro Marcos* - - - - -
19 - Vale de São Domingos* - - - - -
20 - Vila Bela da Santíssima Trindade
Chiquitano 43.218 Chiquitano 2.400 Em estudo.
Sararé 67.419 Katithaurlu 97 Homologada / Regularizada.
Total do Território 2.383.656 11.948
% em Relação ao Estado
11 44
Fonte: FUNAI 2005.
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3.4. LEVANTAMENTO DE DADOS PRIMÁRIOS
O perfil do Território destacado nos quadros 2 e 3 foram amplamente
discutidos pelos atores sociais, que destacaram pontos de fragilidades do Território, os
quais têm dificultado sobremaneira o desenvolvimento com sustentabilidade da
agricultura familiar, tais como: Regularização fundiária e ambiental, organização da
produção e comercialização e uma equipe de elaboração de projetos junto às prefeituras
e ao colegiado. Entretanto observaram em suas discussões, que o Território possui
potencialidades a serem consideradas como a presença da UNEMAT nos municípios de
Pontes e Lacerda e Cáceres, além de ser uma região rica em córregos e rios e uma forte
bacia leiteira.
Quadro 2. Pontos Fortes e Oportunidades do Território da Grande Cáceres (2010)
PONTOS FORTES OPORTUNIDADES
1 – Ambiente Favorável – água, solo e clima 1 – Organização de um Plano de Produção, Comercialização e Mercado
2 – Informação Tecnológica – UNEMAT (Campi em Cáceres e Pontes e Lacerda) e IFET (Pontes e Lacerda)
2 – Agregar valores a diversificação de produção com Agroindústrias com capacitação e pesquisa
3 – Infraestrutura muito boa em estradas e redes de energia exceto as estradas vicinais que apresentam problemas principalmente no período chuvoso.
3 – Projetos de agroindústrias
4 – Uma boa Bacia Leiteira e diversidade na produção
4 – Projeto de capacitação da cadeia produtiva
5 – Boas práticas produtivas e organização social 5 - Organização das cadeias produtivas do leite, mel, piscicultura, ovinocaprinocultura, seringueira, agroturismo, avicultura e FLV
6 – Turismo ambiental, rural, histórico e cultural 6 – Projetos de Turismo e Preservação Ambiental
7 – Cadeia Produtiva do Mel bem estruturada 7 – Diversificação da produção e projetos de casas do Mel
8 – Rede de produção de artesanato 8 – Geração de emprego e capacitação na produção de artesanato
PPllaannoo TTeerrrriittoorriiaall ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo RRuurraall SSuusstteennttáávveell ddaa GGrraannddee CCáácceerreess
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Quadro 3. Pontos Fracos e Ameaças do Território da Grande Cáceres (2010). PONTOS FRACOS AMEAÇAS
1 – Regularização Fundiária e Ambiental 1 – Êxodo rural por falta de oportunidade de crédito, esgotamento do lençol freático, processo de desertificação
2 – Equipe de projetos insuficientes e/ou sem capacitação para projetos específicos
2 – Perdendo recursos ano a ano destinado para agricultura familiar, por falta de uma equipe capacitada,
3 – Assistência Técnica e Extensão Rural, insuficiente pela quantidade e qualidade de técnicos no Território, falta de estrutura para o trabalho, falta de planejamento e pela falta de recursos financeiros p/manutenção das unidades locais (veículos, equipamentos de multimídia, GPS, comunicação)
3 – A equipe existente no Território não da conta de atender os agricultores em suas demandas. Resulta na perda de recurso e da produção e provoca o êxodo rural,
4 – Falta de informações p/ as organizações sociais,
4 – Baixa presença dos integrantes governamentais e inexperiência dos gestores por falta destas informações e terminam fechando sendo destituídas,
5 – Poucas são as Organizações Sociais no território, e/ou falta de articulação e incentivo ou falta de participação efetiva dos membros
- Falta de divulgação dos casos exitosos que possam incentivar as organizações
5 – Resulta na desorganização da produção, mercado e comercialização,
6 – Falta um Programa de Educação do Campo no Território, falta vagas ou de cursos técnicos contextualizados para agricultura familiar
6 – A descontextualização da educação do campo em relação ao campo e não a cidade, tem provocado o êxodo rural,
7 – Falta Programa de Comercialização e Mercado no Território.
7 – Aumento do atravessador e desestímulo do produtor em relação ao ganho com a produção.
PPllaannoo TTeerrrriittoorriiaall ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo RRuurraall SSuusstteennttáávveell ddaa GGrraannddee CCáácceerreess
���� 59 ����
4. VISÃO DE FUTURO
A Visão de Futuro contém a expressão do desejo; a definição de como e onde
quer estar do Território da Grande Cáceres em um espaço temporal de cincos anos.
Originado de um exercício coletivo dos atores sociais, como se fosse um sonho coletivo,
traz a concepção ou imagem do que desejam alcançar ou obter no espaço-tempo
determinado.
É com base nessa visão de futuro que o território definiu o que quer, o que fará,
com quem contará, enfim, definiu o que deverão providenciar (a planificação) para
alcançá-lo. A visão de futuro antecipa possíveis desdobramentos da ação racional e
organizada dos atores sociais do território sobre a sua realidade e seu contexto,
expressando o seu desejo de mudança enquanto segmento da sociedade que se define
como agricultura familiar.
A visão de futuro, portanto, torna-se um instrumento fundamental para
dimensionar as possibilidades de realização do desejo territorial, contribuindo na
orientação do diagnóstico, na definição dos objetivos específicos, metas e estratégias de
desenvolvimento territorial sustentável.
Com base na visão de futuro, o território tem condições de iniciar o seu
processo de planejamento estratégico, pois concebeu coletivamente o que quer, gerando
uma imagem de como estará quando chegar ao prazo que determinou. Este momento foi
indispensável para que o território pudesse dar início ao seu planejamento. Observaram-
se as condições internas do território, suas potencialidades, dificuldades e o contexto
sociopolítico organizativo, bem como a forma de interação dessa perspectiva com as
condições futuras do contexto externo. Esta confrontação do endógeno (condições
internas) com o exógeno (contexto externo) permitiu definir um cenário desejado
plausível.
O território no exercício de construção de sua visão de futuro determinou como
poderão controlar as ações e não ficar a revelia de qualquer mudança de rumo, pois
possui claro o lugar para onde querem ir e o estado que querem alcançar.
A função da visão de futuro é não ver os problemas, nem as dificuldades; mas
sim as oportunidades internas e externas que o território terá para transformar em
sucesso sua ação no presente.
Enfim é a expressão do sonho coletivo dos atores sociais do território para uma
vida melhor, de um cotidiano transformado e melhorado, com os interesses coletivos
PPllaannoo TTeerrrriittoorriiaall ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo RRuurraall SSuusstteennttáávveell ddaa GGrraannddee CCáácceerreess
���� 60 ����
devidamente expressos; grupos e segmentos interessados devidamente representados e
comprometidos.
Na interpretação dos atores sociais do território a situação, elencadas nos dez
pontos abaixo, traduz mais claramente as expectativas da visão de futuro:
1. Existe uma disparidade econômica e social entre os municípios do território:
enquanto Cáceres, Pontes e Lacerda e Comodoro se destacam como pólos econômicos e
com IDH mais altos no Território se aproximando do Estado e do Brasil, os municípios
restantes apresentam problemas principalmente com referência a renda: é preciso pensar
formas de aumentar a renda da população dos pequenos municípios do Território como
Figueirópolis d’Oeste, Glória d’Oeste, Jauru, Porto Esperidião, Indiavaí, Nova Lacerda,
Reserva do Cabaçal, Salto do Céu e Vale do São Domingos. Praticamente 50% dos
municípios do Território.
2. A população do território ainda apresenta baixa escolarização e baixa
qualidade de ensino no meio rural, estimulando a saída dos jovens para as cidades.
3. Grande número de pessoas vivendo no meio rural, principalmente fora dos
centros principais do território. Grande concentração de terras e renda com a prática da
pecuária extensiva – as pequenas propriedades, grande maioria em praticamente todos
os municípios, ocupam uma pequena parcela da área e produzem muito pouco. Apesar
da importância para os municípios menores, a agricultura familiar possui baixa
eficiência econômica, estando inclusive abaixo da média estadual e nacional.
4. Grande parte dos produtores não conhece o conceito de território e suas
implicações para o desenvolvimento.
5. O baixo preço obtido pelos produtos e a conseqüente baixa renda dos
produtores podem ter suas raízes nos seguintes aspectos:
Ø Desorganização total da produção local (grande número de pequenos
produtores vendendo o mesmo produto de forma isolada).
Ø Desconhecimento por grande parte dos produtores de experiências
positivas de associativismo e cooperativismo. Em geral observou-se descrença neste
tipo de ação.
Ø Baixo valor agregado dos produtos (baixo nível de industrialização):
geralmente os produtos são vendidos “in natura” para atravessadores ou mesmo
diretamente para os consumidores.
Ø Enfraquecimento do comércio local (dentro dos municípios). Apesar
de algumas iniciativas no sentido de realizar feiras municipais, este comércio ainda é
PPllaannoo TTeerrrriittoorriiaall ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo RRuurraall SSuusstteennttáávveell ddaa GGrraannddee CCáácceerreess
���� 61 ����
extremamente incipiente.
6. Comercialização concentrada nas mãos de poucos atores, com forte destaque
para os atravessadores.
7. Existem algumas instituições desenvolvendo atividades pontuais e
desarticuladas no território – cada instituição apresenta características próprias, com
limitações e potencialidades específicas. Necessidade de articulação maior entre estes
órgãos no planejamento e execução de ações no Território.
8. Necessidade de resgatar a participação efetiva dos produtores junto aos
órgãos de representação: Sindicatos, Associações e Conselhos Municipais.
9. Necessidade de implementar políticas efetivas de desenvolvimento que
congreguem não apenas a questão produtiva, mas também a educação de jovens e a
saúde.
10. Necessidade urgente de ações efetivas para a regularização da terra e
ambiental. Um dos principais pontos de estrangulamento do desenvolvimento e dos
sistemas produtivo.
Isto posto, os agricultores familiares entenderam que para ter uma melhoria de
qualidade de vida no território serão necessárias as seguintes ações:
ü Maior conhecimento da gestão e planejamento da produção, mercado e
comercialização;
ü Trabalhar de forma cooperativista;
ü Organização da produção;
ü Infraestrutura da produção;
ü Agregação de valores aos produtos da agricultura familiar;
ü Ação empreendedora de mercado e comercialização aos atores sociais da
agricultura familiar.
PPllaannoo TTeerrrriittoorriiaall ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo RRuurraall SSuusstteennttáávveell ddaa GGrraannddee CCáácceerreess
���� 62 ����
5. EIXOS AGLUTINADORES, PROGRAMAS E PROJETOS
Os eixos aglutinadores foram definidos pelo território sendo norteados pela
visão de futuro que culminará no processo de construção do PTDRS de forma didática
através da sistematização e organização das propostas oriundas das forças vivas do
território (atores sociais). Objetivou-se dessa maneira aprofundar um conjunto
articulado de diretrizes e prioridades convergentes para o PTDRS, levando em
consideração as diferentes dimensões do desenvolvimento sustentável (sociocultural,
ambiental e socioeconômica). Essas dimensões foram determinadas a partir das
percepções dos atores sociais do território.
A base da definição e construção dos eixos foi a visão de futuro que os atores
sociais dos territórios construíram ao longo do processo de gestão social oportunizado
pela SDT/MDA. A partir dos eixos foram definidos e estruturados os programas e
projetos. Esses projetos estão amarrados entre si nos diferentes eixos aglutinadores e
devem responder as demandas específicas do território.
O Colegiado, com base no diagnóstico participativo construído na Oficina de
nivelamento para a construção do PTDRS, definiu cinco eixos aglutinadores do
Território da Grande Cáceres, quais sejam:
I – Econômico e Organização da Produção;
II – Social, Educacional e Recreativo;
III – Ambiente, Turismo e Cultura;
IV – Infraestrutura;
V – Saúde.
A partir da definição dos Eixos Aglutinadores, o Colegiado do Território da
Grande Cáceres organizou seus respectivos Programas e Projeto, conforme Quadro 4.
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7 - F
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ciais;
8 – Projetos de Irrigação;
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ústrias;
10 - Organização da comercialização e
mercado
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– Program
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ecanização, correção e
conservação de solo e água;
12 – Estud
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ução;
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mica e social;
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- Organização dos Arranjos
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Território;
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Território;
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Território.
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Estadual e Federal;
- Colegiado
Territorial;
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organizada e In
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- Equ
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Colegiado
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1 – Capacita
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3 – Projeto de Edu
cação do
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Território;
4 – Projetos de Esporte e Lazer para as
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5 – Valorização das diversidades étnicas e
cultu
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hecimento e fo
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Cultura.
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nos Ministérios e Gov
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– Projeto de Transpo
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de bens e serviços;
2 – Recup
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ovias vicinais;
3 – Prog
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errovias e
aerovias;
4 – Prog
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po.
5 – Infraestrutura para os artesãos e turism
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federal).
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nos Ministérios e Gov
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de
1 – Prog
rama de descentraliz
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2 – Prog
rama de saúde preventiva no
cam
po;
3 – Estruturação do
s pó
los region
ais de saúde
com m
édicos e especialistas para o cam
po.
- Organização de um
sistema simples
de pronto atendimento e
encaminhamento no campo
.
Que os assentam
entos recebam os
recursos necessários a sua
estruturação;
Verificar possibilid
ades de
revitaliz
ação das in
fraestruturas
ligadas à área específicas da saúde.
- Colegiado
por in
term
édio
do Núcleo Técnico,
Núcleo Dirigente e
CEDRS E CMDRS.
- Instituições púb
licas
ligadas à saúde.
- Linhas dispon
íveis de crédito
nos Ministérios e Gov
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s Estaduais.
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6. PROPOSTA DE GESTÃO DO PLANO TERRITORIAL
A articulação territorial para o desenvolvimento das ações contidas no PTDRS
visa somar esforços e otimizar recursos a partir da aproximação e interação de atores
sociais e da integração de políticas pública em processo horizontalizado através da
gestão social. A coordenação da gestão social é assumida pelo Colegiado Territorial que
é constituído por uma plenária, dentro dos pressupostos do PRONAT, composto de um
Núcleo Diretivo e de um Núcleo Técnico, além de suas câmaras temáticas.
Cada Território se caracteriza pela diversidade de visões e interesses que
buscam construir espaços de concertação, onde ocorrem articulações, entendimentos e
negociações. Este espaço deve ser um fórum privilegiado e se constituir numa nova
institucionalidade, agora de âmbito territorial, onde seja garantida e legitimada a
presença dos diversos atores sociais existentes no espaço do Território.
A Resolução no 52 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural
Sustentável (CONDRAF), de 16 de fevereiro de 2005, preconiza que as
institucionalidades territoriais devem construir espaços nos quais “a gestão social do
desenvolvimento territorial deve ser concretizada por meio de espaços de debate e
concertação, com transparência e participação”.
O Colegiado Territorial da Grande Cáceres é composto por 33 membros
representantes de cada segmento (sociedade civil e órgãos governamentais), conforme
Quadro 6.
Para a articulação, mobilização e acompanhamento dos projetos e animação dos
programas e ações, conta também com a atuação de uma assessora técnica, liberada para
esta função.
O Território da Grande Cáceres possui dois Consórcios Intermunicipais, o
Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social, Ambiental e
Turismo do Complexo Nascentes do Pantanal que congrega doze municípios
(Araputanga, Cáceres, Curvelândia, Glória d´Oeste, Indiavaí, Lambari d´Oeste,
Mirassol d´Oeste, Porto Esperidião, Reserva do Cabaçal, Rio Branco, Salto do Céu e
São José dos Quatro Marcos) e o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento
Econômico, Social e Ambiental Vale do Guaporé que congrega os oito municípios
restantes do Território (Comodoro, Conquista d´Oeste, Figueirópolis d´Oeste, Jauru,
Nova Lacerda, Pontes e Lacerda, Vale do São Domingos e Vila Bela da Santíssima
Trindade), sendo um importante ator no desenvolvimento territorial responsável pela
PPllaannoo TTeerrrriittoorriiaall ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo RRuurraall SSuusstteennttáávveell ddaa GGrraannddee CCáácceerreess
���� 67 ����
representatividade política destes. Há uma articulação de Secretários Municipais de
Agricultura, que também cumprem importante papel no Território.
Inúmeras organizações da sociedade civil cumprem distintos papéis,
envolvendo e comprometendo-se com o desenvolvimento territorial, algumas inclusive,
de forma mais direta e continuada compondo o Colegiado Territorial e as câmaras
temáticas.
Quadro 6. Composição do Colegiado Territorial da Grande Cáceres em Julho 2009. SOCIEDADE CIVIL Representantes
COAPISMAT – Cooperativa de Apicultores de Mato Grosso 1
ASPARTEP – Associação dos Pequenos Produtores Terra Prometida 1 Pólo Sindical (Movimento Sindical dos Trabalhadores (as) Rurais) 3 CREDITAG – Cooperativa de Crédito do Sistema CONTAG 1 MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra 1 MTA – Movimento dos Trabalhadores Acampados 1 ACOREBELA – Associação de Famílias Quilombolas 1 Central de Abastecimento das Associações 1 CTA - Associação Centro Tecnologia Alternativa 1 ARPA - Associação Regional Produtores Agroecológicos 1 Associação de Pequenos Produtores da Região Alto Santana (São José dos Quatro Marcos e Araputanga)
1
ACOVALE - Associação dos criadores de ovinos (Vale do Guaporé) 1 APROVE – Comunidade Veredinha (Mirassol d’Oeste) 1 APROCAR – Associação de Pequenos Produtores (Curvelândia) 1 ACA - Associação Comodorense de Apicultores (Comodoro) 1 Associação Flor do Ipê (Cáceres) 1 APIALPA – Associação dos Apicultores do Alto Pantanal (Cáceres) 1 COOPERSCARTE (Cáceres) 1 Associação dos Artesãos rurais de Araputanga 1 Associação Plante e Are – Conquista d’Oeste e Nova Lacerda 1 Associação Santa Clara – PA Conquista - Conquista d’Oeste 1 Associação Flor da Serra – PA Sararé - Conquista d’Oeste 1 Associação Portense de Apicultura - Porto Esperidião 1 COPRONOVA – Nova Lacerda 1 COOPROAMA – PA Margarida Alves 1 FASE – Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional 1 Grupo de Mulheres Margaridas Alves 1 MPA – Movimento pequenos agricultores/as 1 COOPERGLORIA 1 Representante das etnias indígenas Total 33
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Continua
ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS Representantes
1 - UNEMAT – Universidade do estado de Mato Grosso 02
2 - EMPAER – Empresa Matogrossense de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural 03
3 - Prefeituras Municipais (um por município) 20 4 - Consórcios Intermunicipais (Vale do Guaporé e Complexo Nascente do Pantanal)
02 5 - INDEA - Instituto de Defesa Agrícola 02 6 - Superintendências do Programa MT Regional 02 7 - IFMT – Instituto Federal de Educação 02 Total 33
O Núcleo Diretivo (ND) está composto por 04 membros representantes da
sociedade civil e 04 membros representantes de órgãos governamentais, conforme
Quadro 7.
Quadro 7. Composição do Núcleo Diretivo da Grande Cáceres (2010). INSTITUIÇÃO
1 - CTA – Centro de Tecnologia Alternativa
2 - Associação Flor do IPÊ
3 - ARPA - Associação dos Produtores Agroecológicos
4 - STTR de Comodoro
5 - Prefeitura municipal de Comodoro
6 - Prefeitura Municipal de Pontes e Lacerda
7 - Prefeitura Municipal de São José dos Quatro Marcos
8 - Prefeitura Municipal de Cáceres
O processo de composição e consolidação do Núcleo Técnico (NT), referente à
sua estruturação e funcionamento para o apoio efetivo no planejamento e gestão do
desenvolvimento, onde o específico será na Elaboração e monitoramento de Projetos
Setoriais e Específicos, o conjunto de atores presentes definiu como núcleo técnico base
as instituições contidas no Quadro 8:
Quadro 8. Composição do Núcleo Técnico (2010). INSTITUIÇÃO
1 - EMPAER – Empresa Matogrossense de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural de MT
2 - FASE – Federação de Órgãos para Assistência social e Educacional
3 - CTA – Centro de Tecnologia Alternativa
4 - UNEMAT - Universidade Estadual do Mato Grosso
5 - IFET – Escola Técnica Federal de Mato Grosso
6 - Secretarias Municipais de Agricultura desde que tenham corpo técnico no seu quadro de pessoal
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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O mundo é rico de possibilidades, cabe ao ser humano a
transformação/aplicação dessas particularidades em realidades concretas (SANTOS,
1999).
O espaço produzido na área de trabalho no Território da Grande Cáceres deve-
se a força e a coragem dos seus habitantes, os agricultores e agricultoras familiares,
indígenas, setor técnico e político. Que mesmo frente às adversidades de clima, solo e
infraestrutura, além da dificuldade em acessar determinadas políticas públicas devido às
questões de regularização fundiária e/ou ambiental, assim como a descriminação social
e a assistência técnica precária e insuficiente no Território. Os agricultores familiares
têm sobrevivido ao longo dos anos, e reagido principalmente nestes últimos oito anos
do governo LULA em que se trabalhou efetivamente o desenvolvimento rural
sustentável.
A coragem e a força desses atores na produção do espaço na agricultura
familiar neste Território são explicadas pelo professo Milton Santos (1999, p. 51),
quando ele diz:
[...] o espaço é formado por um conjunto indissociável, solidário e
também contraditório, de sistemas de objetos e sistemas de ações, não
considerados isoladamente, mas como o quadro único no qual a
história se dá. No começo era a natureza selvagem, formada por
objetos naturais, que ao longo da história vão sendo substituídos por
objetos fabricados, objetos técnicos, mecanizados e, depois,
cibernéticos, fazendo com que a natureza artificial tenda a funcionar
como uma máquina [...].
Estudar a organização espacial destas sociedades implicou em analisar os
processos de produção e reprodução dos mesmos. Por isso, o principal objetivo, deste
trabalho, foi uma análise teórica e prática do processo de produção e reprodução do
espaço geográfico, tendo como referência a agricultura familiar e sua forma de viver,
com seus usos e costumes, frente à modernização excludente no campo.
Não fosse a criatividade e a vontade dos agricultores e agricultoras familiares
mais velhos em preservar o pouco que restou dos saberes e fazeres da agricultura
empírica e de subsistência, a situação seria ainda mais difícil neste Território para
sobrevivência da agricultura familiar. Isto devido à busca ilusória de recursos urbanos
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nas cidades, muitas vezes, por falta de oportunidades e perspectivas de políticas
publicas que promova cidadania a quem vive no campo, ou seja, infraestrutura na saúde,
educação, transporte, cultura e lazer. Como já se destacou, com a criação do Território,
os agricultores por intermédio de seu Colegiado Territorial e de seu PTDRS terão
condições de discutir e pleitear seu futuro desejado para melhor viver em seu lugar de
origem - o campo.
Como afirmaram Santos (1993) e Elias (1996), as mudanças ocorridas
aceleraram o processo de urbanização do campo, que se processou através da expansão
do consumo produtivo, fazendo com que o agricultor e a agricultora familiar, em sua
grande maioria tivessem uma segunda residência nos municípios que compõe o
Território.
A reprodução da modernização empresarial da agricultura, que já mostrou no
estado de Mato Grosso e no restante do Brasil, seus efeitos danosos, aumentará de fato
ainda mais a produção e a produtividade, ampliando a competitividade dos produtos do
campo, principalmente nas cidades pólos, podendo ser denominada de cidade campo
(SANTOS, 1988, 2002; ELIAS, 1996, 1997), uma vez que o consumo produtivo
associado à agropecuária cresce mais rapidamente do que o consumo consumptível. Daí
a necessidade da agricultura familiar agregar valor aos seus produtos, buscando
tecnologias adequadas para alicerçar seus saberes e fazeres locais.
Nestas últimas décadas o que vimos foi um crescimento desenfreado da
agricultura empresarial, que foi que teve sua parcela de contribuição no
desenvolvimento do país e poderá ser ainda melhor, pois o que vimos foi o aumento das
agressões ao meio ambiente e a grande maioria dos trabalhadores rurais alijada dessas
benesses, elevando-se os níveis de pobreza, não mais limitados ao campo, pois se
alastraram ainda mais pelas cidades, formando bairros inteiros nas periferias
constituídos de famílias rurais excluídas pelo sistema de urbanização nas cidades pólos
do Território e de todo Estado de Mato Grosso.
Nos debates da plenária do Colegiado Territorial, durante a construção do
PTDRS, foi muito discutido a inclusão dos excluídos do modelo de modernização em
curso, principalmente os agricultores e agricultoras familiares, indígenas, quilombolas e
os assentados da reforma agrária. Não basta apenas debater, será necessário a
ampliação das políticas públicas com programas de desenvolvimento sustentável
diferenciados, aplicados aos interesses territoriais específicos e endógenos, pautados
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pela viabilidade econômica, pela sustentabilidade ambiental, pela qualidade ética e pela
igualdade social.
Mesmo com tudo isso acontecendo em sua volta, os atores sociais locais
sustentam a duras penas suas identidades culturais, sobrevivendo através da agricultura
praticada pela família e, procurando uma adequação das técnicas modernas no
desenvolvimento de seu Território pela coragem e coesão social da diversidade étnica,
em uma relação amistosa com os assentados da reforma agrária, preservando suas
diferenças e, buscando a coesão territorial para sobrevivência do local.
Somente políticas públicas contextualizadas e de caráter específicos, poderá
trazer mudanças culturais e sociais imprescindíveis à sustentabilidade do
desenvolvimento, contrapondo-se a ideologia consumista e ao neoliberalismo, que
impedem a convivência realmente solidária.
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Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar/CONDRAF/NEAD: 2002 (texto para
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