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Globalização, Choque das Civilizações e Fim da História TEMA: O mundo pós-Guerra Fria

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Globalização, Choque das Civilizações e Fim da História

TEMA: O mundo pós-Guerra Fria

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I. GlobalizaçãoConceito, “Aldeia Global”, o Paradoxo da Globalização e Redes

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Globalização: conceito

CONCEITO: Processo de homogeneização dos métodos produtivos a partir das possibilidades apresentadas pela conectividade entre produto, matéria e mercado, ocorrida pela ótica da maximização dos lucros, tendo consequências culturais.

Quanto mais intensas as relações entre diferentes áreas no aspecto econômico, mais tendem essas áreas a serem padronizadas (processo da homogeneização), uma vez que o contato entre produto, matéria e mercado influencia as mesmas a transformarem seus métodos de produção, de modo que exista maior lucratividade e intensificação dessas próprias relações.

Essa transformação tende a ocorrer em todas as áreas nas quais ocorre o fenômeno da globalização, fazendo com que nessas áreas também exista um contato cultural intenso, cujos primórdios são as relações econômicas.

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A “Aldeia Global”

Cunhado por Marshall McLuhan, o termo “Aldeia Global” alude a um mundo completamente globalizado, ou seja, no qual as relações interlocais chegariam a um nível tão avançado que se falaria em cultura e economia “globais”, não regionais ou nacionais.

Esse pensamento de McLuhan remete ao processo de homogeneização característico da globalização, ou seja, na tendência desse fenômeno em tornar as nações e regiões cada vez mais similares quanto á economia e cultura. Uma vez que o processo de globalização torna-se completamente abrangente, pode-se falar no mundo como uma verdadeira “Aldeia Global”, já que os limites político-geográficos passam a não possuir expressão efetiva da realidade.

Hebert Marshal McLuhan, professor e filósofo canadense.

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O Paradoxo da Globalização CONCEITO: A globalização homogeneiza, entretanto causa

heterogeneização.

Mesmo que compreendida por um fenômeno universal, a globalização é, de certo modo, restritiva. Esse processo trata, a princípio, da padronização dos meios produtivos, porém esse aspecto só abrange as áreas que proporcionam aumento de lucros para os agentes da globalização.

As áreas que não são vistas como potenciais para o investimento na conectividade, portanto, são negligenciadas (excluídas) do meio de interligação entre as demais. Dessa forma, explica-se porque certas áreas, mesmo que dentro do mesmo país, demonstram tanta disparidade quanto á outras no que diz respeito a avanço tecnológico e produtivo: as áreas mais atraentes possuem maior conectividade com a modernização do que as menos vantajosas.

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O Paradoxo da Globalização

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Redes

CONCEITO: Sistema de certa abrangência espacial dotada de interconexão entre lugares tidos como estratégicos para o interesse econômico.

Redes são demonstrações espaciais das áreas de maior conectividade no mundo. Elas são geralmente demarcadas em escalas de nível global, ou seja, aponta relações internacionais, e também são indicadas por linhas. As redes são utilizadas para diversos campos de conexão entre áreas, desde que as mesmas tenham por visão primordial o lucro econômico.

Rede de representação da BBC, canal televisivo americano.

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Rede de produção e exportação de nacionais e multinacionais

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II. O Mundo das CivilizaçõesDe acordo com Samuel Huntington

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O Mundo das Civilizações Cunhada por Samuel P. Huntington, a teoria do “Mundo das

Civilizações” é uma proposta de compreensão do mundo após o fim da URSS e o rompimento com a balança bipolar de poder que imperou por aproximadamente quatro décadas. Huntington baseava-se na ideia de que os conflitos do século XXI envolveriam as civilizações, e os Estados deixariam de protagonizar futuros conflitos.

Nessa visão, os Estados deixam de possuir o papel central na política internacional à medida que as civilizações conflituosas tornam-se mais importantes. Obviamente, os Estados continuam como atores dos conflitos, entretanto baseiam-se em suas respectivas ideologias civilizacionais. A Guerra Fria, por exemplo, teria sido fruto de um Choque das Civilizações (o que deu título ao seu livro, publicado em 1993).

Huntington não se aprofunda no conceito concreto de “civilizações”, apenas aponta-as como “regiões que agrupam similaridades historico-culturais”, e argumenta a existência de 8 das mesmas.

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O Mundo das Civilizações

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O Mundo das Civilizações• Ocidental• Latina• Ortodoxa• Islâmica• Africana• Sínica• Budista• Hindu• Japonesa

Relações intercivilizacionais segundo Huntington – quanto mais tênue a linha entre os grupos, menos conflituosa é a relação entre as mesmas.

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O Mundo das Civilizações Dentre as críticas à regionalização de Huntington, as principais são:

Frágil definição do conceito de “civilização”;Em resposta à essa crítica, Huntington afirmou que seu objetivo ultrapassa o limite do conceito de uma civilização em si, e se aprofunda no estudo de como a divisão de grupos no globo poderia acarretar no contexto de futuros conflitos ao longo do século XXI.

Tendência etnocentrista ao enxergar as civilizações com uma ótica ocidental; É perceptível o modo como Huntington divide o globo em grupos diversos, porém fundamentando-se na visão ocidental dos grupos socioculturais.

Argumentação de uma impermeabilidade civilizacional. Edward Said foi responsável por essa crítica em seu livro “Orientalismo”, e ele acusa Huntington de estar errado no que diz respeito às relações culturais entre civilizações. Said afirma ser óbvio que as civilizações estão em constante troca cultural, ao passo que Huntington crê que o contrário é um fato e por isso eventos conflituosos acontecem, a exemplo do Choque das Civilizações.

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III. O Fim da HistóriaDe acordo com Francis Fukuyama

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Fim da História

Publicada em 1989 como artigo, e depois em 1992 como livro (“O Fim da História e o Último Homem”), a teoria de Francis Fukuyama consiste na hipótese de que, em um futuro quase utópico, ‘todos os Estados adotarão, cedo ou tarde, o modelo democrático liberal, e, portanto, não acontecerão mais as mudanças de governo (revoluções)’.

Isso ocorreria porque, quando a democracia Dahlsiana se torna implantada por completo, a sociedade desfrutará de um sistema perfeito. Tratando-se de um modelo liberal, haveria a escolha do Mercado em detrimento do Governo, e portanto o “triunfo da Razão“ levaria á soluções de problemas de forma diplomática em todo o mundo – a Paz Perpétua entre Estados e o consequente “fim” da História.

A teoria de Fukuyama é considerada utópica porque se fundamenta no conceito Democrático estabelecido por Robert Dahl, que, por sua vez, também considera-se utópico.

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Problematização: Fim da História

Dentro de “O Fim da História”, o autor, Fukuyama, estabelece três principais desafios para a concretização de sua teoria:

OS ESTADOS FALIDOS: Segundo Fukuyama, os Estados Falidos (que perderam a soberania sobre seu próprio território) seriam problemas na adoção de modelos democráticos liberais justamente porque não possuem compromisso com as instituições, que poderiam ajudar na adoção do sistema.

O NACIONALISMO: Mesmo que a ausência de conflitos entre Estados existisse, seria possível que a própria população de um país, em movimento de resistência nacionalista, manifestasse-se contra a adoção da democracia liberal, o que pressionaria o Governo a abandonar o sistema.

O FUNDAMENTALISMO: A herança cultural de um povo ou de um Estado que se recusa a sair dos limites de sua doutrina (seja ela religiosa ou cultural) pode oferecer resistência, também, ao rumo do Fim da História de Fukuyama.