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Gestão em Segurança de Acervos CulturaisGestão em Segurança de Acervos Culturais
Solange RochaHistoriadora/Conservadora
Museu de Astronomia e Ciências [email protected]
Política de Segurança
Primeiro passo – estabelecimento de responsabilidades e prioridades institucionais. Desde o primeiro momento deve-se estabelecer a quem cabe o que, e o que cabe a cada membro do quadro funcional.
É fundamental que fique bem claro qual o perfil da instituição; a quem ela se dirige; que tipo de acervo possui e deseja adquirir; qual área abrange e qual a sua linha de atuação, definindo claramente suas missões e objetivos.
O Diretor da instituição é o primeiro responsável por todas as questões relativas à preservação do acervo institucional, cabendo a ele definir a responsabilidade de cada funcionário/responsável.
Cada responsável deve definir os limites de atuação dos membros de sua equipe, elegendo as prioridades a serem observadas quanto ao acervo, traçando planos de aquisição, disseminação e acesso; metas de ampliação; planos de emergência, segurança e de rescaldo, divulgando-os entre os funcionários.
Os programas de ação devem considerar:
1. características físico-químicas e estruturais do bem cultural e sua quantidade;
2. condições ideais de conservação do bem cultural;
3. recursos humanos, financeiros e materiais disponíveis;
4. espaço físico adequado para armazenagem, processamento, consulta/pesquisa e exposição.
Três linhas de atuação:
• pessoas;
• acervo;
• prédio/edificações.
Definição de conceitos específicos
A preservação tem como finalidade máxima manter a integridade da informação contida em um determinado suporte. O objeto de cuidados do restaurador é o suporte da informação, na medida em que este é o veículo da memória de um determinado grupo social.
Preserva-se tudo aquilo que se traduz como patrimônio de uma nação, tudo o que revela sua origem e sua história;
Conserva-se todo documento histórico que se encontra com sua integridade física afetada;
Restaura-se um documento quando este estiver com sua "funcionalidade" interrompida por um problema estrutural ou estético. A restauração terá como limite de intervenção a própria integridade física do suporte, assegurando-se que, ao intervir, estaremos apenas prolongando a temporalidade do documento, mas não o estaremos perpetuando;
Segurança toda ação voltada para assegurar a integridade física das pessoas, acervos e bens móveis e imóveis.
Quais ítens devem ser enfocados:
1. as responsabilidades;
2. a instituição/prédio ( diagnóstico da área externa e interna);
3. segurança das pessoas;
4. segurança dos acervos;
5. programas de emergências;
6. avaliação periódica.
Segurança das Pessoas
• Criar normas de segurança dirigidas para todas as pessoas que circulam pela instituição;
• Evitar violação grosseira ou deliberada de procedimentos, políticas e éticas
• Ter uma sinalização objetiva dentro de todo o perímetro da instituição, distinguindo claramente as áreas limites de circulação para funcionários e usuários;
• As normas de circulação devem permanecer fixadas em locais visíveis a todos;
• Treinar uma equipe de segurança para administrar a circulação de pessoas dentro da instituição, evitando um quadro de superpopulação de áreas;
• Elaborar um esquema especial para a utilização do prédio em situações excepcionais, fora do seu horário de funcionamento e em eventos;
• Planejar saídas de emergência em locais estratégicos;
• Prever áreas específicas para deficientes físicos.
Política de Pessoal
• Na prática do gerenciamento de risco, a pessoa ou organização indicada deverá:
1. prover e administrar a proteção da instituição;
2. planejar e realizar a revisão periódica e os ajustes do programa de proteção;
3. identificar riscos, ameaças, crimes e outros tipos de sinistros.
• Estabelecer normas e procedimentos de segurança para todo o quadro funcional;
• Exigir do quadro funcional que proteja a instituição, pessoas, propriedades, prédios e atividades quando a equipe de segurança não estiver presente;
1. Exigir que o quadro funcional minimize os riscos de segurança;
1. Instruir o quadro funcional para como proceder em casos de violações, emergências, crime e violência, exigindo respostas.
• Estabelecer deveres para a equipe não especializada - quadro funcional - na ausência da equipe de segurança especializada:
1. vigiar portas e outras entradas ou saídas;
2. requerer que a entrada de pessoas a um perímetro exterior durante o horário de fechamento e perímetros de alta segurança a qualquer hora, sejam checadas e documentadas, e admitidas apenas com autorização;
3. realizar verificações aleatórias e ter um inventário regular;
4. relatar perigos e ameaças ao responsável indicado pela instituição.
• Cabe a equipe de segurança fazer cumprir todas as normas e procedimentos estabelecidos na política de segurança adotada pela instituição;
• A equipe de segurança tem que estar sempre pronta para agir em qualquer situação.
• São atribuições fundamentais da equipe de segurança:
1. zelar pela segurança da instituição;
2. fazer cumprir as normas e regras de segurança estabelecidas pela instituição;
3. responder por todas as atribuições que lhe forem designadas;
4. na ausência de normativas, reportar-se ao responsável direto pela equipe de segurança;
5. dar o alarme em casos de emergência e sinistros.
Relacionamentos Interpessoais
• É importante que o quadro funcional tenha consciência de seu trabalho de equipe, onde o papel de cada um pode influenciar o do outro e interfere diretamente no rendimento institucional;
• É fundamental ter conhecimento que um trabalho de equipe só se desenvolve eficientemente em decorrência da condução que a chefia dará aos membros que compõe o grupo, no aspecto ético, emocional e profissional;
• À chefia cabe:
• ter a habilidade de lidar eficazmente com relações interpessoais;
• desenvolver e manter a motivação da equipe;
• manter a equipe sempre atualizada;
• manter sua autoridade;
• equilibrar trabalho em equipe x diferenças pessoais.
Assédio Moral
• É a exposição do trabalhador(a), sistematicamente, a situações ultrajantes, ou seja, é a prática continuada de humilhação do(a) trabalhador(a);
• difícil de ser identificado – a pessoa costuma ser acusada de incompetente, burra, desajeitada, criando situações que prejudicam o trabalho;
• ocorre uma perseguição constante e, ao mesmo tempo, a indução das pessoas que trabalham no mesmo ambiente a comportamentos que reforcem a discriminação;
• a pessoa passa a ser hostilizada, humilhada e isolada pelo grupo, reforçando o estereótipo criado pela chefia;
As estatísticas demonstram algumas características comuns às vítimas da violência moral:
• são pessoas competentes e questionadoras;
• têm muita capacidade de trabalho, mesmo quando doentes;
• são criativas;
• a maioria é formada por mulheres.
Anacely Rodrigues Escola Nacional de Saúde Pública/FIOCRUZ
Programas de Treinamento
• É fundamental que haja incentivo à formação acadêmica científica dentro do quadro funcional da instituição, estruturando programas e capacitação de todo o quadro que irá atuar direta ou indiretamente na preservação do acervo, fornecendo estímulo e auxílio financeiro para a participação em congressos, seminários e cursos;
• Nos casos de instituições que não possuem no seu quadro funcional técnicos especializados, a instituição deve recorrer a órgãos similares, que disponham de condições para assessorar a melhor forma de se estruturar programas de treinamentos;
• Pode-se efetuar convênios interinstitucionais, de forma a desenvolver intercâmbios de informações e espaços para estágios técnicos;
• Consultar e fazer cumprir as regras estabelecidas sobre a criação de uma Comissão de Interna de Prevenção de Acidentes/CIPA na instituição;
• Nas instituições que não possuem obrigatoriamente, por Lei, uma CIPA, transferir as atribuições desta para uma equipe própria;
• Estabelecer sanções para o caso de descumprimento, por parte do quadro funcional, das regras de segurança e de emergência assinadas pelo dirigente;
• Conscientizar e treinar o quadro funcional para:
1. saber identificar riscos, ameaças e outros tipos de sinistro;
2. prevenir ou minimizar riscos e perdas;
3. agir e responder em casos de violações, crimes, emergência ou violência;
4. notificar a equipe de segurança sobre as ocorrências;
5. obedecer regras e procedimentos de emergência;
6. proteger a instituição como um todo.
Segurança Física do Acervo
• A Instituição - deve considerar que, no âmbito da preservação/segurança do acervo, a documentação ocupa lugar relevante, sendo diretamente responsável pela manutenção da memória institucional e dos acervos;
• O acervo só pode ser considerado assegurado, quando têm todos os em tornos do documento bem delimitado e assegurado quanto a sua integridade;
• Programa de segurança- deve passar por todas as áreas que envolvem o acervo, integrando aspectos como a pesquisa, a disseminação, a exposição, o acesso, empréstimos, a circulação, trânsito, restauração, etc. em uma só política, de forma a criar um único dispositivo de segurança;
• Maior problema - a forma de ser analisada sua abrangência - envolvimento amplo e interdisciplinar;
• A fim de resguardar a integridade física dos bens culturais raros e/ou em precário estado de conservação sem restringir seu acesso, devem ser previstos, pesquisados e utilizados meios e técnicas de reprodução;
• As instituições responsáveis pelos acervos devem elaborar as normas técnicas reguladoras do acesso aos bens culturais, atentando para os seguintes aspectos:
1. devem ser delimitadas áreas de livre acesso e áreas de acesso restrito, garantindo a segurança dos limites físicos de cada área;
2. o acesso ao acervo original deve ser controlado de maneira a garantir sua preservação.
• Deve ser garantida a ampla disseminação dos conhecimentos produzidos pelas pesquisas na instituição através dos diversos meios disponíveis, para que as atividades de preservação/segurança e de pesquisa não percam seu sentido;
• Proibir movimentação e manuseio desnecessários de objetos do acervo;
• Reportar imediatamente todas as perdas, violações e prejuízos.
Acervo em Exposição
• Proteger todos os objetos ou documentos do acervo que estejam em áreas de livre circulação, de serem tocados, sofrerem atos de vandalismo ou retirados sem autorização;
• Checar periodicamente as condições de segurança dos objetos ou documentos em exposição;
• Os técnicos encarregados do acervo deveram conferir diariamente os objetos/documentos em exposição;
• Garantir que as vitrines não estejam em condições vulneráveis;
• Os materiais constituintes da vitrine não devem ser fator de risco ao objeto ou documento exposto;
• Climatizar o acervo em exposição, de maneira que ele permaneça nas mesmas condições do local de guarda;
• Planejar a iluminação do acervo a ser exposto de forma que não prejudique a conservação do mesmo.
Acervos em Depósitos
• Garantir que a qualidade dos materiais constitutivos do depósito contribuam para a sua conservação e segurança;
• Estruturar os depósitos respeitando-se as características de cada tipo de acervo ou coleção e à sua segurança;
• Planejar uma periodicidade para vistoria das áreas de depósito, observando:
• o ataque biológico (acervo, mobiliário, alvenaria);
• o controle climático;
• as infiltrações (as vulnerabilidades do local);
• a incidência da luz solar;
• a ventilação e o condicionamento de ar;
• o estado das embalagens;
• a limpeza e a desinfestação ambiental.
1. Estudar e elaborar planos de escoamento e remoção de acervo em caso de emergências.
• Planejar as áreas de depósitos de modo a garantir o seu isolamento das áreas de circulação e instalações hidráulicas;
• Todo e qualquer dispositivo de segurança instalado no depósito deve ser considerado em função do benefício x prejuízo para o acervo;
• O controle do acesso no depósito deve ser de responsabilidade específica das áreas que detêm o acervo;
• Em casos de emergências, fora do horário de expediente, o acesso ao depósito é de responsabilidade da segurança, e deve ser devidamente registrado em livro de ocorrência;
• Qualquer remoção do acervo do depósito deve ser registrada;
• As áreas de depósito somente devem ser utilizadas como área de trabalho em condições específicas, como uma situação de exceção.;
• Quando for constatada a ausência ou perda de acervo, deve-se comunicar imediatamente ao responsável superior para as devidas providências - esta comunicação deverá ser também por escrito.
Acervo em empréstimo/trânsito
• Toda remoção, empréstimo e trânsito de acervo deve ser planejado observando-se as normas e os instrumentos de proteção;
• Cuidar para que todos os objetos/documentos do acervo estejam sob escolta, quando não estiverem dentro dos limites de proteção da instituição;
• Cuidar para que os objetos/documentos do acervo passem a noite dentro do perímetro de segurança;
• Cuidar para que os itens do acervo, que estejam emprestados ou forem trocados de lugar, estejam protegidos o melhor possível;
• Transportar os objetos/documentos do acervo mantendo o máximo de segredo sobre os planos, programas, meios e rotas;
• Escolher os meios de transportes mais seguros;
• Exigir exclusividade no transporte, verificar bons antecedentes do motorista, inspecionar o veículo, acompanhamento de um funcionário e comunicação regular com a instituição durante o transporte;
• Enviar, junto com o acompanhante do transporte, documentação, relatórios de condições da conservação, documentação sobre título de propriedade e fotografias;
• Climatizar o acervo em trânsito, para que ele permaneça nas mesmas condições do local de guarda;
• Estas diretrizes devem ser observadas quando do recebimento temporário de acervos.
Acervo Digitalizado
• Definir o uso da digitalização, considerando: a preservação, a divulgação, o acesso;
• Garantir que a digitalização seja realizada dentro de padrões técnicos com compromisso com a qualidade e a durabilidade;
• Evitar depender de programas que necessitem de constantes migração de suportes;
• Gravação periódica de backup ( atualização sempre que necessário);
• Utilizar, sempre que possível, senhas para programas específicos de conhecimento somente do pessoal interno e diretamente envolvido.
Segurança Física do Imóvel
• A proteção física do imóvel deve ser feita de forma a garantir a integridade dos documentos e também das pessoas que trabalham e circulam pelo local;
• Deve ser elaborada do macro para o micro - do exterior para o interior, com atenção as áreas de maiores cuidados, como reserva técnica, áreas de exposição, etc, criando perímetros limites de cada espaço;
• Elaborar e dar ciência ao quadro funcional ou a quem for de direito, de um mapeamento de segurança bem definido que abranja os seguintes itens:
• Localização dos extintores de incêndio e hidrantes;
• Especificação do circuito das saídas de emergências;
• especificação de trânsito de material interno;
• especificação das restrições de acesso das diferentes áreas do prédio;
• estabelecimento e sinalização dos locais de armazenamento de material inflamável, explosivo, perecível ou nocivo à saúde;
• circuito elétrico e hidráulico.
• Realizar o diagnóstico da situação física do prédio periodicamente, abrangendo os seguintes itens:
• elaborar cronograma de manutenção do prédio, que considere as especificidades climáticas da região e características do prédio;
• vistoriar periodicamente o(s) telhado(os) e calhas, fazendo sua manutenção sempre que necessário;
• vistoriar sistematicamente as instalações elétricas e revendo o quadro de força todas as vezes que houver acréscimo de equipamento e/ou pontos de luz, para evitar sobrecarga na rede;
• desligar as correntes elétricas em redes inutilizadas e obsoletas e retirando estas quando for possível;
• sinalizar os pontos de energia, bem como os equipamentos que tenham a carga distinta da instalação geral;
• Identificar e avaliar cada abertura separadamente quanto:
• à qualidade e resistência do material utilizado;
• à vulnerabilidade;
• ao tamanho da abertura;
• à entrada de pessoas, de luz, de poluição, de insetos e de água da chuva.
• Determinar o número de aberturas a serem utilizadas, limitando-as na medida do possível, verificando diariamente seu estado de conservação;
• Estabelecer princípios básicos de controle de chaves, definindo normas e rotinas para registro e utilização das mesmas, a saber:
1. apenas uma pessoa deve ser responsável pela emissão, controle e recuperação de chaves extraviadas;
2. determinar quais pessoas podem ter acesso ao claviculário em caso de emergência;
3. adotar um "livro de controle de chaves" para registrar qualquer anormalidade;
4. distribuir as chaves mediante registro no livro;
5. substituir fechaduras sempre que uma chave não puder ser localizada.
Proteção por Perímetro
• Definir os limites físicos da propriedade;
• Definir e avaliar as distintas áreas a serem protegidas;
• Usar medidas de defesa para cada área, avaliando cada ponto do local, como portas, janelas e outras aberturas;
• Em situação de alto risco, usar mais de uma medida de proteção;
• Usar medidas de defesa que definam o limite físico da propriedade, quando este for compartilhado com outros.
OBS: Acordar com a(s) outra(s) instituição(s) as mesmas responsabilidades e controle sobre seus limites.
• Adotar combinações de limites de proteção de forma a estabelecer o maior e o menor grau de defesa exigido por cada área e sua respectiva utilização;
• Avaliar cada medida de defesa tomada para cada limite com perícia e regularidade.
Segurança Física do Imóvel – Entorno
• Fiscalizar a área externa ao prédio 24h por dia;
• Em instituição que possui terrenos extensos, fazer uso de medidas de reforço para sua proteção, tais como cães, cercas, correntes, etc;
OBS: Essas medidas podem ser aplicadas tanto simultaneamente, quanto por áreas.
• Dentre as medidas de defesa que visam garantir a segurança da área externa, considerar:
• a poda das árvores;
• a possibilidade de manter a vegetação constantemente baixa;
• impedir que os galhos das árvores pendam para o prédio, de forma a:
1. evitar a entrada de insetos e outros animais.
2. Impossibilitar a visibilidade do terreno.
3. Ocultar janelas e outros tipos de aberturas.
4. Favorecer o esconderijo de pessoas e objetos.
5. Ocasionar a queda de galhos ou frutos sobre o prédio e as pessoas.
6. A monitoração do crescimento de raízes das árvores próximas às áreas edificadas;
7. Em caso de projetos de paisagismo, optar pelo uso de vegetação baixa.
• Criar mecanismos de inspeção constante quando da utilização da área externa em eventos especiais ou exposições;
• Vistoriar todo o terreno em horários de fechamento e realizar verificações relâmpagos em horas imprevistas;
• Manter toda a área externa sinalizada quanto aos vários tipos de prédios, áreas coletivas, depósitos, áreas de altos riscos, obras, circulação de carros, etc.
Controle de Acesso ao Prédio
• Criar barreiras, de preferência portas, nos acessos das áreas a serem protegidas.
Obs: Estas barreiras devem ser bem iluminadas e, se possível, receber equipamentos eletrônicos de detecção e alarme.
• Considerando os diferentes níveis de proteção, os horários de funcionamento de rotina e de eventos especiais, estabelecer controles de acesso distintos, a saber:
• permissão de acesso;
• identificação de pessoal;
• checagem de bolsas ou volumes;
• assinatura de entrada/saída em áreas de alta-segurança;
• Requisitar do visitante que irá para áreas não abertas ao público que:
1. se identifique;
2. aguarde ser chamado;
3. use crachá ou algo similar.
• Em áreas não abertas ao público, providenciar para o visitante um acompanhante, de maneira que aquele nunca fique sozinho;
• Solicitar dos funcionários que usem sempre sua identificação pessoal e que registrem as entradas e saídas fora do seu horário normal de trabalho;
• Controlar o acesso ao interior das áreas de proteção, considerando:
• capacidade física da área;
• pessoas portadoras de armas ou instrumentos cortantes;
• pessoas com comportamentos inadequados;
• pessoas que portem substâncias químicas consideradas perigosas.
• Permitir o acesso às áreas de alta segurança somente por funcionários previamente estabelecidos. Esta decisão deve ser levada ao conhecimento dos responsáveis e/ou encarregados pela segurança.
Planos de Desocupação
• A instituição, na figura de seu diretor, tem responsabilidades no que tange à segurança e à integridade física de seus funcionários e visitantes;
• O Diretor deve designar um funcionário experiente como responsável pelo plano emergencial;
• Adotar diferentes meios de comunicação instantânea entre vigilantes, posto central de vigilância e os guardas das saídas;
• Tomar providências quanto à superpopulação, prevenir acidentes , agindo rapidamente em caso de necessidade;
• Elaborar programas de rápida desocupação, obedecendo aos seguintes critérios:
1. manter sempre atualizada uma lista de órgãos com os quais seja necessário contar em caso de emergências: bombeiros, hospitais, ambulâncias, eletricistas, entre outros;
2. manter uma descrição das disposições previstas para o caso de ser necessária uma desocupação ou troca de lugar dos bens;
3. elaborar um estudo de prioridades em relação ao acervo, definindo os mais valiosos e prioritários;
4. inventariar os recursos necessários numa emergência, mantendo-os sempre a mão e fiscalizados quanto as suas condições de uso;
5. prover a segurança dos bens quando estiverem sendo deslocados;
6. providenciar treinamento necessário no uso dos extintores e na proteção geral contra incêndios;
7. gerar áreas de ocupação emergencial na área externa do prédio;
8. após uma emergência, organizar uma vistoria de todas as instalações para verificar se há fiação elétrica partida, ruptura de tubulações de gás/água ou dutos de vapor.
9. inspecionar o prédio para determinar a vulnerabilidade da edificação e das instalações.
10. testar o plano uma vez por ano, em situações que simulem as condições previstas.
1. O tipo de estrutura, sistema ou dispositivos de segurança necessários a uma determinada instituição dependerá de suas dimensões, do tipo de acervo que contém, do fluxo de visitantes, do índice de criminalidade da área que está localizado e da disponibilidade financeira da instituição para a manutenção do sistema escolhido.
Sistemas de alarme e detecção e circuito interno de Tv
• Devem ser utilizados em locais sem vigilância humana ou em locais delicados ou difíceis de serem vigiados;
• Analisar previamente a situação de segurança da instituição antes de decidir por qualquer tipo de alarme ou circuito interno de Tv, considerando:
1. a circulação de pessoas, acervo e material em geral;
2. aberturas existentes;
3. horários e formas de utilização dos espaços;
4. áreas com limitação de acesso;
5. controle de acesso;
6. procedimentos de emergências;
7. detecção de danos.
• Na utilização de um sistema de alarme, definir ações nos casos de alarme acionado, para que tenha um mecanismo de resposta imediata.;
• Avaliar a conveniência da utilização de um sistema de alarme que seja monitorado ou acuse fora da instituição;
• Qualquer que seja o sistema de alarme utilizado, sua instalação não poderá colocar em risco a integridade do acervo;
• Alimentar os sistemas de alarmes com a rede elétrica distinta de todo o resto da instituição, inclusive da rede de detecção e combate ao fogo, que deve ser permanentemente revisada;
• Prever uma fonte emergencial de energia para os sistemas de segurança;
• Em caso de utilização de um circuito interno de Tv, considerar a possibilidade de adotar um sistema que seja monitorado 24h por dia, 7 dias por semana;
• Prover segurança através de alarmes e circuito interno de Tv, nos seguintes locais, nos períodos em que o prédio estiver fechado:
1. perímetro da fachada e entradas do prédio;
2. corredores principais do prédio ou foyer;
3. cofres, depósitos de alta segurança e locais de guarda de objetos valiosos;]
4. portas do interior do prédio e outras aberturas.
Segurança Física
Formar uma equipe específica para responder pela segurança da instituição
Equipe de segurança
• São atribuições fundamentais da equipe de segurança:
1. Zelar pela segurança da instituição;
2. Fazer cumprir as normas e regras de segurança estabelecidas pela instituição;
3. Responder por todas as atribuições que lhe forem designadas;
4. Reportar-se ao responsável pela segurança, na ausência de normas;
5. Acionar o alarme em casos de emergência e de sinistro;
6. Realizar treinamento periódico de todo o quadro funcional;
7. Realizar cuidadosa verificação para detectar situações de risco para o acervo, para o público e para os funcionários, e tomar as devidas providências;
8. Controlar a circulação de pessoas na instituição, de modo a evitar a superpopulação de áreas.
• Requerer que a equipe de segurança seja digna de confiança para controlar a circulação e documentação de pessoas;
• Requerer que a equipe de segurança esteja sempre pronta para agir em qualquer situação;
• Estabelecer critérios para a verificação da idoneidade da empresa prestadora de serviços e dos profissionais que integrarão a equipe, no momento da contratação de serviços de terceiros;
• Informar ao profissional a ser contratado sobre a possibilidade de investigação de seus antecedentes em registros públicos e policiais;
• Definir atribuições e capacitar a equipe de segurança para agir em casos de emergência, considerando:
1. Estabelecer os contatos necessários (polícia, hospital, corpo de bombeiros, imprensa, responsável pela instituição, etc.);
2. Localizar e disponibilizar material e equipamento para a ação;
3. Retirar e conduzir o acervo para o destino planejado;
4. Desocupar espaços e resgatar pessoas;
5. Prestar primeiros socorros;
6. Desimpedir áreas e entradas;
7. Documentar o incidente.
Emergência
• Desenvolver e manter um plano de emergência para ação em casos de sinistro, tais como pane no sistema de energia, vandalismo, roubo, inundação, catástrofe, etc.;
• Avaliar as situações de emergência, considerando sua extensão e possíveis conseqüências;
• Analisar e avaliar as condições de resposta;
• Preparar instruções básicas para ação a serem cumpridas por todo o quadro funcional, em casos de emergência;
• Preparar instruções para desocupação de pessoas das áreas de risco em casos de emergência, tomando precauções específicas para os deficientes físicos;
• Redobrar a vigilância para os casos de sinistro com suspeitos;
• Estabelecer prioridades de proteção e resgate de acervo em casos de emergência;
• Identificar os recursos operacionais necessários para ação em casos de emergência, estabelecendo local específico para a guarda deste material;
• Prever ações da instituição para responder a situações de emergência, quando não possuir recursos operacionais suficientes e adequados;
• Exigir que o quadro funcional esteja sempre ciente do plano de emergência;
• Em caso de emergência declarada, este plano será soberano em detrimento dos procedimentos regulares de segurança da instituição;
• Aperfeiçoar e praticar regularmente o plano de emergência, através da simulação de casos de sinistro – estar atento as ocorrências anteriores e analisar climática e geograficamente a região;
• Desenvolver e manter um plano de reativação das atividades mesmo ainda em estado de emergência;
• Estabelecer etapas para o plano de reativação das atividades;
• Planejar estratégias para obtenção de recursos financeiros para casos de emergência;
• Prever a possibilidade de sobrevivência da instituição caso faltem os recursos financeiros
destinados a resolver as situações decorrentes da emergência;
Proteção contra Sinistros
Fenômenos Naturais
• Antes de se elaborar qualquer programa de salvaguarda ou resgate de acervos, faz-se necessário primeiramente conhecer as condições climáticas da região: a direção dos ventos, a incidência solar, a estrutura do solo, a média de temperatura e umidade da região;
• Também as condições do prédio que guarda o acervo devem ser avaliadas, observando: seu estado de conservação quanto a sua estrutura física, a rede elétrica e hidráulica, as aberturas (portas, janelas, clarabóias, ou similares).
• Essas últimas devem ser constantemente revistas observando:
1. Qualidade e resistência do material;
2. Sua vulnerabilidade;
3. O tamanho da abertura;
4. Entrada de pessoas, de luz, de poluição, de insetos e de água de chuva.
• A conseqüência mais comum após uma atuação de um fenômeno natural como terremotos, desabamentos, furacões e vendavais, é a ação da água por inundação. Os danos provocados pela água, por menores que sejam, podem ser irreversíveis, quando analisados para cada documento atingido.
• Para prevenir, algumas medidas devem ser tomadas sistematicamente:
1. Inspecionar coberturas e placas de proteção dos tetos;
2. Limpar freqüentemente calhas e drenos;
3. Não acondicionar acervos em subsolos, sob canos de água, dutos de vapor, lavatórios, equipamentos de refrigeração de ar ou similares;
4. Inspecionar e mapear o sistema hidráulico.
• Em caso de inundação, as medidas para secagem do acervo devem ser tomadas de forma rápida. Os métodos de secagem de documentos molhados são:
1. Secagem ao ar;
2. Desumidificação;
3. Secagem por congelamento;
4. Secagem térmica a vácuo.
Roubo e Vandalismo
• A proteção contra roubo e vandalismo inicia-se pela análise da fragilidade das fechaduras das portas e janelas do prédio;
• Ações preventivas devem ser tomadas, estruturando-se normativas específicas para:
1. Prédio em obra – quando se tem que abrir para circulação os espaços que normalmente são vetados ao público, como reservas técnicas e depósitos;
2. Circulação em áreas de exposição – qual o circuito e a quantidade de pessoas/área possível em cada sala de exposição;
3. Acesso à área de armazenagem – o pesquisador deve estar sempre acompanhado e nunca ficar sozinho;
4. Acesso à área de alta segurança – o pesquisador deve estar sempre acompanhado e nunca ficar sozinho;
5. Salas de consulta em arquivos e bibliotecas – o pesquisador nunca deverá estar sozinho e só pode entrar com lápis e papel;
6. Consultas especiais em áreas de alta segurança – o pesquisador nunca deverá ficar sozinho, só pode pesquisar um objeto de cada vez e o documento/acervo deve ser revisto antes de retornar ao seu lugar de origem;
7. Analisar as vantagens de utilização de sistemas de alarmes e CCTV, considerando sua manutenção e os agentes de respostas;
8. Estruturar normativas de uso do claviculário e de cópias individuais e reprodução das chaves;
9. Determinar quais as aberturas devem ficar fechadas e abertas, durante o horário de expediente, buscando um melhor controle das entradas e saídas de pessoas na Instituição.
Incêndio
É considerado como o maior perigo para os acervos institucionais, pois sua ação sempre rápida ocasiona danos praticamente irreversíveis. Mas deve ficar bem claro que a responsabilidade institucional, na figura de seu presidente ou diretor, é sempre para com os funcionários e visitantes em primeiro lugar;
É fundamental que seja elaborado um plano de ação de forma a reduzir o potencial de perdas de vida e de acervos. Para tanto se deve elaborar uma política que se enquadre às realidades institucionais, de forma a garantir sua manutenção;
A instituição deve planejar sua política contra incêndio obedecendo aos seguintes critérios:
1. Ter um responsável pela segurança institucional;
2. Eliminar e precaver-se contra possíveis fontes comuns de fogo;
3. Vistoriar as instalações elétricas e de gás;
4. Mapear e vistoriar periodicamente os locais de depósito de lixo e materiais comburentes, armazenamento de combustíveis e áreas de “pontos quentes”;
5. Mapear, prover e sinalizar extintores de incêndio, saídas de emergência, depósitos de acervo;
6. Determinar locais específicos para fumantes;
7. Obedecer ou cumprir as regras locais, nacionais e internacionais de prevenção contra incêndio;
8. Solicitar a assistência e treinamento de prevenção contra incêndio do serviço de bombeiro local;
9. Manter sempre a mão um Kit específico para casos de incêndio e de primeiros socorros;
10. Planejar e realizar treinamentos periódicos por simulações;
11. Constituir e manter equipada e treinada uma brigada contra incêndio – o número de componentes deve ser compatível com a instituição, o acervo e o número médio de visitantes e esta deve ser instruída para:
• primeiramente salvar vidas;
• evitar a propagação do fogo;
• combater rápido e extinguir o incêndio, quando possível;
• seguir a orientação da brigada de incêndio.
12. Deve prover um sistema independente e seguro de chamada para combate ao fogo, podendo ser tanto local como externa;
13. Deve ter uma política de ação para que o sistema de proteção contra incêndio seja acionado mesmo no caso das pessoas responsáveis não estarem presentes, principalmente nos horários em que a instituição esteja fechada;
14. Deve elaborar um plano de rescaldo do acervo;
15. Designar um percentual da verba institucional para emergências e reestruturação o mais rápido possível;
16. Usar práticas de gerenciamento de riscos;
17. Elaborar planos para manutenção ou reparos da integridade ou desgaste do prédio;
18. Prever um plano para combate ao fogo sem o suprimento de água pública;
19. Estabelecer um plano para recuperação em etapas, com reativação financeira a médio e longo prazo. Compartimentalizar o prédio sempre que possível.