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Nigel Pennick

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GEOMETRIA SAGRADA

SIMBOLISMO E INTENÇÃO NAS

ESTRUTURAS RELIGIOSAS

Tradução de ALBERTO FELTRE

EDITORA PENSAMENTO

São Paulo1980

Í ndice

Introdução1. Os Princípios da Geometria Sagrada

2. As Formas

3. A Geometria Britânica Antiga

4. A Geometria Sagrada Egípcia Antiga

5. A Geometria Sagrada Mesopotâmica e Hebraica

6. Grécia Antiga

7. Vitrúvio.

8. Os Comacinos e a Geometria Sagrada Medieval

9. Simbolismo Maçônico e Prova Documental

10. Problemas, Conflitos e Divulgação dos Mistérios

11. A Geometria Sagrada da Renascença

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12. A Geometria do Barroco

13. A Geometria Sagrada no Exílio14. Ciência: O Verificador da Geometria Sagrada

A Albertus Argentinus, inventor do ad quadratum.

"Cada molécula de todo o universo traz gravada sobre ela a

impressão de um sistema métrico, como o fazem nitidamente o met

dos Arquivos de Paris ou o côvado real duplo do Templo de Kamak

Sir William Herschel.

Gostaria de agradecer às seguintes pessoas por sua varia

colaboração: Major Bernard HaswelI, de Westward Hol; Pruden

Jones, de Cambridge; Martyn Everett, de Saffron Walden, e Micha

Behrend, de Epsom.

Introdução

"O homem é a medida de todas as coisas, dos seres vivos que

existem e das não-entidades que não existem.“

Protágoras (c. 481.411 a.C.)

A geometria existe por toda parte na natureza: a sua ordem subjaz

estrutura de todas as coisas, das moléculas às galáxias, do men

vírus à  maior baleia. Apesar do nosso distanciamento do mun

natural, nós, os seres humanos, ainda estamos amarrados às le

naturais do universo. Os artefatos singulares planejad

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conscientemente pela humanidade também têm sido baseado

desde os tempos mais antigos, em sistema de geometria. Ess

sistemas, embora derivem inicialmente de formas natura

freqüentemente as ultrapassaram em complexidade e engenhosidae foram dotados de poderes mágicos e de profundo significa

psicológico.

A geometria - termo que significa "a medição da terra" talvez ten

sido uma das primeiras manifestações da civilização em seu nas

douro. Instrumento fundamental que subjaz a tudo o que é feito pe

mãos humanas, a geometria desenvolveu-se de uma habilida

primitiva - a manipulação da medida, que nos tempos antigos econsiderada um ramo da magia. Naquele período antigo, a magia

ciência e a religião eram de fato inseparáveis, faziam parte

conjunto de habilidades possuídas pelo sacerdócio. As religiões m

remotas da humanidade estavam concentradas naqueles lugar

naturais em que a qualidade numinosa da terra podia ser pl

prontamente sentida: entre árvores, rochas, fontes, em cavernas

lugares elevados. A função do sacerdócio que se desenvolveu redor desses sítios de santidade natural foi a princípio interpretativ

Os sacerdotes e as sacerdotisas eram os especialistas que podia

ler o significado em augúrios e oráculos, tempestades, vento

terremotos e outras manifestações das energias do universo. As art

do xamanismo que os sacerdotes mais antigos praticava

permitiram, com uma sofisticação cada vez maior, um sacerdóc

ritual estabelecido que exigiu símbolos externos de fé. Os penednão desbastados e as árvores isoladas não mais se constituíam n

únicos requisitos para um local de adoração. Construíram-

compartimentos, que foram demarcados como lugares sant

especiais separados do mundo profano. No ritual exigido pelo no

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plano, a geometria tornou-se inseparavelmente ligada à   ativida

religiosa.

A harmonia inerente à   geometria foi logo reconhecida como

expressão mais convincente de um plano divino que subjaz mundo, um padrão metafísico que determina o padrão físico. Es

realidade interior, que transcende a forma exterior, continuou a ser

longo de toda a história a base das estruturas sagradas. Por es

razão é tão válido construir hoje um edifício moderno de acordo co

os princípios da geometria sagrada quanto o era no passado e

estilos tais como o egípcio, o clássico, o românico, o islâmico

gótico, o renascentista ou o Art Nouveau. A proporção e a harmonseguem naturalmente o exercício da geometria sagrada, que pare

correta porque ela é  correta, ligada como está   metafisicamen

à estrutura esotérica da matéria.

A geometria sagrada está inextricavelmente ligada a vários princípmísticos. Talvez o mais importante deles seja aquele que se atrib

ao fundador da alquimia, Hermes Trismegisto, o Três Vezes Gran

Heimes. Esta máxima é o fundamental. "Acima, como abaixo" ou que está no mundo menor (microcosmo) reflete o que está no mun

maior ou universo (macrocosmo)". Essa teoria da correspondên

subjaz a toda a astrologia e também a grande parte da alquimia,

geomancia e da magia, no sentido de que a forma da criaçuniversal está   refletida no corpo e na constituição do homem.

homem, por sua vez, na concepção hebraica, foi criado à imagem

Deus - o templo que o Criador estabeleceu para hospedar o espírque eleva o homem para cima do reino animal.

Assim, a geometria sagrada diz respeito não só às. proporções d

figuras geométricas obtidas segundo a maneira clássica com o u

da régua e compassos, mas também às relações harmônicas d

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partes de um ser humano com um outro; à estrutura das plantas

dos animais; às formas dos cristais e dos objetos naturais -

tudo aquilo que for manifestações do continuum universal.

1. Os Princí pios da Geometria Sagrada

Os princípios que norteiam disciplinas tais como a geomancia,

geometria sagrada, a magia ou a eletrônica estão fundamentalmen

ligados à   natureza do universo. Dogmas variáveis de diferent

religiões ou mesmo de grupos políticos podem ditar variações

forma externa, mas os fundamentos operatórios permanececonstantes. Pode-se fazer uma analogia com a eletricidade. Para q

uma lâmpada elétrica se ilumine é   preciso que várias condiçõsejam preenchidas. Uma determinada corrente deve alimentar

lâmpada por meio de condutores isolados com um circuito comple

etc. Essas condições não são negociáveis. Se algo não estiv

correto, a lâmpada não se acenderá. Os técnicos de todo o mun

devem conhecer os princípios fundamentais, caso contrário falharãEsses princípios transcendem as considerações políticas

sectárias. Executado acertadamente, o circuito funcionará igualmen

bem num estado comunista, sob uma ditadura militar ou num pa

democrático - até mesmo em outro planeta.

Da mesma maneira, os princípios norteadores da geometria sagra

transcendem as considerações religiosas sectárias. Como um

tecnologia que tem o objetivo de reintegrar a humanidade

todo cósmico, ela funcionará, como a eletricidade, para todas

pessoas que observarem os critérios, não importa quais sejam

seus princípios ou propósitos. A aplicação universal dos princíp

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idênticos da geometria sagrada em lugares separados no tempo,

espaço e por crençàs diferentes atesta a sua nature

transcendental. Assim, a geometria sagrada foi aplicada nos temp

pagãos do Sol, nos relicários de Ísis, nos tabernáculos de Jeová, nsantuários de Marduk, nos santuários erigidos em honra dos sant

cristãos, nas mesquitas islâmicas e nos mausoléus reais e sagrado

Em todos os casos, uma cadeia de princípios imutáveis conec

essas estruturas sagradas.

A geometria é   geralmente incluída na disciplina da matemátic

todavia, a matemática numérica, na verdade, derivou

geometria, que possui uma ordem muito mais fundamental do quemera manipulação de números, que é criação do homem.

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Nos nossos dias, as razões geométricas são invariavelmen

expressas em termos matemáticos e parece impensável que

geometria pudesse ser separada da matemática. Todavia,

expressão matemática de razões tais como o pi e a seção dourada

apenas uma convenção engendrada para uma civilização letraadestrada em figuras e em cálculo. Dizendo respeito em prime

lugar às razões e às relações, a expressão da geometria em term

de números pertence a um período posterior do s

desenvolvimento. A complexa geometria do Egito antigo, q

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habilitou arquitetos e geômetras a medir o tamanho exato do pa

estabelecer indicadores geodésicos e erigir vastas estruturas com

as pirâmides, era uma arte prática que implicava no s

relacionamento com o número. Os geômetras gregos, cconhecimento eles próprios admitiam provir dos egípcio

continuaram no nível prático e não se aventuraram nos reinos

matemática complexa que só   existe para provar aquilo que já  

conhece. De fato, foi só  no século XVII, com a ascensão do cu

particularmente europeu protestante à ciência, que o cálculo prec

dos números irracionais tornou-se uma preocupação urgente.

A interpretação da geometria em termos de relações numéricasuma racionalização intelectual posterior de um sistema natural para

divisão do espaço. Tal interpretação surgiu com o divórcio entre

geometria e o corpus de ciência, magia e metafísica que agora

conhece peto nome de religião antiga. Muitas razões

comprimento, como por exemplo as raízes quadradas da maioria d

números inteiros, não podem ser expressas em termos de númer

inteiros e; assim, só podem ser apropriadamente descritas em termgeométricos. Da mesma maneira, a divisão do círculo em 3

unidades conhecidas como graus no sistema babilônico convencion

não é  absoluta. Embora seja geometricamente derivada, é  apen

uma questão de conveniência.

O número, todavia, tal como expresso nas dimensões sagradas d

edifícios santificados, tem sido freqüentemente usado para camufla

sua geometria sagrada subjacente. O Tabernáculo Hebraico eTemplo âescrito na Bíblia, e também as dimensões da Capela

King's College, em Cambridge, são tidos como medições que pode

ser interpretadas pelos cognoscenti em termos de geometria místic

O rei Henrique VI só poderia conceber a forma da sua Capela e

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Cambridge em termos de medidas que não divulgassem os mistér

maçônicos aos não-iniciados. Reginald Ely, seu mestre maçom, te

de desenhar as dimensões como um plano que determinasse

geometria ad triangulum inerente àquelas dimensões. Por sergeometria uma imagem da estrutura do cosmos, ela pode s

facilmente utilizada como um sistema simbólico para a compreens

de várias estruturas do universo. Essa função simbólica

exemplificada por um instrumento científico pouco conhecido que

usado nos tempos pré-coloniais para ensinar aos meninos polinés

os fundamentos da navegação. Embora os polinésios não tenha

possuído nenhum dos instrumentos agora tidos como necessáriosnavegação - o sextante, o compasso e o cronômetro -, eles era

capazes de viajar regularmente através de grandes extensões

oceano e chegar aos seus objetivos. Valendo-se das estrelas e

outras características físicas - como a presença de bancos de nuve

sobre a terra -, os navegadores polinésios podiam detectar

presença de ilhas, mas o método mais útil era a leitura das onda

Assim como qualquer outro objeto marítimo, uma rocha por exempexercerá   um efeito sobre o padrão das ondulações, também

presença de uma ilha, em escala muito maior, causará padrões

difração nas ondas a muitas milhas de distância.

A ciência do reconhecimento das ondas era ensinada aos menin

por meio de um sistema mnemônico, o mattang. Em sua form

característica, esse instrumento, composto de varetas dispostas nu

padrão geométrico preciso, apresentava estranham ente algumas didéias da geometria sagrada européia. Esse dispositivo geométr

mostrava aos discípulos todos os padrões básicos que as ond

formam quando são dobradas pela terra. Da mesma maneira, tod

os padrões geométricos refletem, além disso, verdades que est

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muito além das suas simples derivações, mesmo os complex

relacionamentos com outras geometrias. A estrutura deles está  e

harmonia com o universo e com todas as formas físicas, estruturais

psicológicas que constituem a sua unicidade.

Desde os tempos mais antigos, a geometria foi inseparável da mag

Mesmo os riscadores-de pedra mais arcaicos têm forma geométric

Eles apontam para um sistema notacional e invocacional pratica

por algum antigo sacerdócio. Pelo fato de as complexidades e

verdades abstratas expressas pela forma geométrica só poderem s

explicadas como reflexos das verdades mais íntimas da substâncdo mundo, elas eram consideradas como mistérios sagrados

ordem mais elevada e eram ocultadas dos olhos profanos. U

conhecimento especial era exigido para se desenhar tais figuras e

sua importância mística era ignorada pelas massas sem instruçã

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Os conceitos complexos eram transmitidos de um iniciado a outro p

meio de símbolos geométricos individuais, ou combinações dele

sem que o ignorante nem ao menos suspeitasse de que esta

ocorrendo uma comunicação. Como o sistema moderno de símbosecretos empregado pelos ciganos, eles deveriam constituir-

em enigmas embaraçosos para o curioso.

Toda forma geométrica está   investida de significado psicológico

simbólico. Assim, tudo aquilo que é feito pelas mãos do homem e q

incorpora esses símbolos de uma maneira ou de outra torna-se u

veículo para as idéias e as concepções corporificadas e

sua geometria. Através dos tempos, as geometrias simbóliccomplexas agiram como a base para a arquitetura sagrada e profan

variando a geometria de acordo com a função. Algumas geometr

continuam sendo ainda hoje poderosas imagens arquetípicas da

logo acorre à nossa mente, com símbolo do judaísmo, o hexagram

Outras geometrias foram menos conhecidas pelo público, sen

usadas para indicar àqueles que "estavam a par" alguma verda

esotérica, como o vesica piscis do tampo da Fonte Chalice eGlastonbury. Outras, todavia, estão ocultas nas profundezas d

artefatos místicos - ou até mesmo nas brincadeiras das crianças.

Uma brincadeira bastante comum entre escolares é   um

reminiscência de um antigo sistema de geometria sagrad

Conhecido como "ler a sorte", o jogo envolve a dobradura de u

quadrado de papel de uma determinada maneira. De qualquer je

que o abrirmos, sempre se nos revelará  uma de quatro opções.dobradura do papel e a forma que ele toma quando desdobrado s

um dispositivo mnemônico para a criação da geometria ad quadratu

usada pelos antigos maçons.

Toma-se um quadrado de papel e dobram-se os quatro cantos

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maneira que eles se encontrem. Este procedimento produz um no

quadrado, cuja área corresponde à   metade do quadrado origin

Estes cantos - são novamente dobrados de dentro para fora, o q

cria um outro quadrado correspondente à   metade do anterioproduz uma divisão óctupla. Pode-se fazer, a partir daí, uma figu

tridimensional, com dois grupos de "vértices" que podem ser abert

e fechados à   vontade. A associação dessa geometria muito be

definida com a leitura da sorte pode ser perfeitamente o resíddeteriorado de um antigo sistema de adivinhação, pois o padr

assim formado não só   reproduz a configuração básica do

quadratum, mas também o esboço tradicional do desenho horóscopo. Este último padrão combina de maneira engenhosa

divisão óctupla pagã do quadrado com a divisão duodécupla orien

do zodíaco.

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O uso de formas geométricas é bastante conhecido na magia ritu

tanto para a evocação de espíritos e poderes quanto para a proteçdo mágico contra suas cortesias malévolas. Cada espírito te

tradicionalmente um sigilo ou padrão geométrico associado ao s

nome, por meio do qual, com conjuras e rituais apropriados, ele po

ser contactado. Muitos desses sigilos são expressões geométric

dos nomes e são produzidos pelo traçado de números equivalent

às letras sobre. quadrados mágicos. A determinação dos númer

equivalentes aos nomes é conhecida como gematria. Nos alfabetgrego e hebraico, cada um dos caracteres representa não só  u

som, mas também um equivalente numérico. Assim, o nome Isra

poderia ser escrito em hebraico da seguinte maneira: Yod Shin Re

Aleph Lamed. Esses caracteres têm o equivalente numérico 10, 30

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200, 1, 30 = 541. Uma convenção da gematria permite, assim, q

outras palavras de valor numérico equivalente possam ser usad

como seus substitutos. Os cabalistas, durante muitos século

estudaram o significado oculto do livro de Isaías segundo esscritérios. A substituição de uma palavra por outra pode ser usa

como um método oculto de comunicação que elimina a necessida

de se usar um nome que tenha poderes especiais próprios. Tambéé   possível traçar esquemas a partir das posições ocupadas pel

números nos quadrados mágicos. Assim, o nosso exemplo, Isra

esquematizado sobre o Quadrado Mágico do Sol, cria um sig

específico que pode ser depois transferido para os utensílmágicos, etc. (ver Figura 4).

 

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Onde quer que a geometria tenha sido usada, consciente

inconscientemente, o seu simbolismo ainda se faz presente. Atrav

de todo o universo conhecido, a função da sua geometria é um va

imutável da existência transitória. Os artistas e os mágic

reconheceram essa qualidade transcendental e, em conseqüênc

constituíram a base imutável sobre a qual está apoiado o tecido cultura. Através de toda a história registrada, o geômetra trabalh

silenciosamente em sua arte, fornecendo a matriz interna sobre

qual se baseiam as formas externas.

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2. As Formas

São muito poucas as formas geométricas básicas das quais

compõe toda a diversidade da estrutura do universo. Cada uma deé dotada de propriedades únicas e detém um simbolismo esotér

que permaneceu imutável ao longo da história humana. Todas ess

formas geométricas básicas podem ser facilmente produzidas p

meio dos dois instrumentos que os geõmetras têm usado desde

aurora da história - a régua e o compasso. Figuras universais, s

construção não exige a utilização de nenhuma medição; ocorrem e

todas as formações naturais, nos reinos orgânico e inorgânico.

O cí rculo

Talvez o círculo tenha sido o símbolo mais antigo desenhado pe

raça humana. Simples de ser executado, é   uma forma cotidia

encontradiça na natureza, vista nos céus como os discos do sol e lua, e ocorre nas formas das plantas e dos animais e nas estrutur

geológicas naturais. Nos tempos antigos, as construções, fosse

elas temporárias ou permanentes, eram circulares em sua gran

maioria. Os nativos americanos tipi e os yurt mongólicos atuais s

sobreviventes de uma antiga forma universal. Dos círculos

cabanas da Grã-Bretanha neolítica, desde, os círculos de ped

megalíticos até  as igrejas e os templos redondos, a forma circuimitou a redondeza do horizonte visível, fazendo de cada construçãna verdade, um pequeno mundo em si mesmo.

O círculo representa o completamento e a totalidade, e as estrutur

redondas ecoam peculiarmente esse princípio. No Rosariu

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Philosophorum, um antigo tratado aIquímico, lemos a seguin

afirmação:

"Faze um círculo ao redor do homem e da mulher e desenha foradele um quadrado e fora do quadrado um triângulo. Faze um círcu

ao redor dele e terás a pedra dos filósofos.”

O círculo contém aí a imagem do homem, como no famoso desen

virtuoso de Leonardo da Vinci. Com base nesta figura fundament

pode-se produzir o quadrado e, depois, as outras figur

geométricas. A pedra dos filósofos, a súmula de todas as coisas echave para o conhecimento, é   produzida dessa maneira

representada pelo círculo, a figura matriz de que podem ser gerad

todas as outras figuras geométricas. Com régua e compasso, tod

as figuras importantes eram produzidas simples e elegantemen

Essas figuras - o vesica piscis, o triângulo eqüilátero, o quadrado

hexágono e o pentágono -, todas elas mantêm relações diretas um

com as outras.

O quadrado

Os templos antigos eram freqüentemente construídos em form

quadrilátera. Representando o microcosmo e, em conseqüênc

considerada como um emblema da estabilidade do mundo, es

característica era especialmente verdadeira para as representaçõartificiais de montanhas que reproduziam o mundo, para os zigurate

as pirâmides e as estupas. Essas estruturas simbolizavam o ponto

transição entre o céu e a terra e centralizavam idealmente

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omphalos, o ponto axial do centro do mundo.

Geometricamente, o quadrado é uma figura única. Pode ser dividi

com precisão por dois e por múltiplos de dois apenas com u

esboço. Também pode ser dividido em quatro quadrados quando faz uma cruz que define automaticamente o centro exato

quadrado. O quadrado, orientado para os quatro pontos cardeais (

caso das pirâmides egípcias, com um exatidão fenomenal), pode s

novamente bisseccionado por diagonais, que o dividem em o

triângulos. Essas oito linhas, partindo do centro, formam os eixos q

indicam as quatro direções cardeais e os "quatro cantos" do mund

a divisão óctupla do espaço.Essa divisão óctupla do espaço é venerada no "caminho óctupIo"

religião budista e nas "Quatro Estradas Reais da Grã-Bretanh

relatadas minuciosamente na History of the Kings of Britain,

Geoffrey of Monmouth. Cada uma das direções, no Tibete, esta

sob a guarda simbólica hereditária de uma família, tradição q

encontrou paralelo na Grã-Bretanha nas oito Famílias Nobres q

sobreviveram à Cristianização e produziram os reis e os santos Igreja Celta.

A divisão óctupla do quadrado era; na tradição européia, u

emblema da divisão do dia e do ano, bem como da divisão do paísda sociedade. Embora a divisão óctupla do tempo fos

gradualmente eliminada com o advento do sistema duodécuplo d

cristãos, ela sobreviveu nos antigos quarterdays [primeiro dia de u

trimestre] do calendário, nas tradicionais festas do fogo nos paíspagãos e na geometria maçônica da arquitetura sagrada do sistem

acht uhr ou ad quadratum. Voltarei a esse assunto importante nu

capítulo posterior.

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O hexágono

O hexágono é uma figura geométrica natural produzida pela divis

da circunferência de um círculo por meio dos seus raios. Os pont

da circunferência são conectados por linhas retas e produzem umfigura com seis lados iguais.

Sendo uma função da relação entre o raio e a circunferência

círculo, o hexágono é   uma figura natural que ocorre em toda

natureza. É   produzido naturalmente na fervura e na mistura

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líquidos. O físico francês Bénard observou, durante as su

experiências de difusão em líquidos, que os padrões hexagonais

formavam freqüentemente em toda a superfície. Tais tourbillo

cellulaires, ou "células de Bénard", foram objeto de muitexperimentos. Verificou-se que, em condições de perfeito equilíbr

os padrões formavam hexágonos perfeitos. Esses padrões era

semelhantes aos das células que constituem a vida orgânica ou

formas prismáticas das rochas basálticas. Sujeitos às mesmas forçuniversais de viscosidade e de difusão, padrões similares são criad

naturalmente num líquido fervente.

O hexágono natural mais bem conhecido é  aquele que se vê  nfavos das abelhas. Esses favos são formados de uma reunião

prismas hexagonais cuja precisão é   tão espantosa, que atraiu

atenção de muitos filósofos, que viam neles uma manifestação

harmonia divina na natureza. Na Antigüidade, Pappus, o Alexandrin

dedicou a sua atenção a esse esquema hexagonal e cheg

àconclusão de que as abelhas eram dotadas de uma "certa intuiç

geométrica", com a economia como princípio orientador, po"existindo três figuras que podem ocupar o espaço que circunda u

ponto - a saber, o triângulo, o quadrado e o hexágono -, as abelh

escolheram sabiamente como sua estrutura aquela que possui ma

ângulos, suspeitando com certeza que ela poderia conter mais mel

que qualquer uma das outras duas".

Em minhas próprias pesquisas sobre a estrutura dos microrganism

marinhos, encontrei o hexágono na forma externa da Pyramimonvirginica, uma alga marinha norte-americana. Nela, as bases d

estruturas que cobrem o corpo do organismo formam hexágon

perfeitos, embora elas sejam menores que o comprimento da on

da luz visível. Essa geometria natural sobre a qual o autor roma

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Plínio nos conta que os homens fizeram do seu estudo o trabalho

toda uma vida em sua época, é   de interesse especial para

geômetra místico.

A relação direta do hexágono com o círculo está ligada a uma oupropriedade interessante segundo a qual os vértices alternad

dessa figura podem ser conectados por linhas retas para a produçdo hexagrama. Essa figura, composta de triângulos eqüiláteros q

se interpenetram, simboliza a fusão dos princípios opostos masculi

e feminino, quente e frio, água e fogo, terra e ar, etc. e é, p

conseguinte, símbolo da inteireza arquetípica, o poder divino

criação. Assim, foi usada na alquimia e continua sendo o símbosagrado dos judeus ainda em nossos dias. As dimensões d

triângulos que formam o hexagrama estão diretamente relacionad

ao círculo que as produz e podem ser o ponto de partida pa

desenvolvimentos geométricos.

O vesica piscis, o triângulo e os sólidos platônicos

O vesica piscis é aquela figura que se produz quando dois círculos

igual tamanho são desenhados, um a partir do centro do outro. E

termos geométricos sagrados, trata-se do ponto de derivação

triângulo eqüilátero e da linha reta que parte do círculo. Represent

os órgãos genitais da Deusa Mãe, o ponto físico de origem da vi

simbolizada por sua posição fundamental na geometria. Por es

razão, ocupou uma posição privilegiada na construção de edifícsagrados. Dos círculos de pedra e dos templos mais antigos até 

catedrais do período medieval, o ato inicial da construção

relacionado ao nascer-do-sol de um dia predeterminado. Es

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nascimento simbólico do templo com o novo sol é um tema univers

e sua conexão com o vesica de forma genital não é mero acidente

geometria do templo hindu, como as das suas contrapartid

espirituais da Ásia Menor, da África Setentrional ou da Europa, esregistrada como sendo diretamente derivada da sombra de um pos

ou gnomon. O Manasara Shilpa Shastra, um antigo texto sânscr

sobre construção de templos, detalha a derivação do plano a partir

orientação.

Escolhido o sítio por um praticante de geomancia, um poste e

cravado no chão naquele local. Um círculo era desenhado ao s

redor. Esse procedimento produz um eixo leste-oeste verdadeiro. cada ponta desse eixo, desenhavam-se arcos, produzindo-se ent

um vesica piscis que, por sua vez, fornecia um eixo norte-sul. Assi

o vesica universal era fundamental para a construção do templo. Co

base nesse vesica inicial, desenhava-se um outro a partir do ângu

reto e, com base nele, um círculo central e depois um quadra

dirigido para os quatro quartos da terra.

O sistema hindu de construção pode ser considerafundamentalmente idêntico ao utilizado no método romano

construção de cidades e descrito nas obras de Vitrúvio. É produzi

por observação direta e, assim, reproduz as condiçõpredominantes no momento exato da fundação. Essa fixação

tempo, como o momento do nascimento na astrologia, é fundamen

em todas as práticas de orientação, exatamente como u

alinhamento incorporaria automaticamente os atributos astronômice astrológicos do tempo. Além disso, as características geomântic

do local, que lhe conferem uma feição única, são incorporadas

templo.

O vesica não está envolvido na construção por princípios arbitrário

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Ele é   o ponto prático de partida do qual derivam todas as outr

figuras geométricas. Dividindo-se o vesica com uma linha que pas

pelos centros dos dois círculos, unindo-se os seus vértices comuns

para um lado e para o outro, ligando-se esses vértices aos pontos eque a linha vertical cruza os círculos, obtêm-se dois triângu

eqüiláteros. Os lados desses triângulos são de comprimento igual

raio do círculo gerador. Com base no triângulo eqüilátero, pode-

produzir facilmente o hexágono e o icosaedro. Em termos esotérico

toda a série de sólidos geométricos regulares conheci

universalmente como Sólidos Platônicos pode ser produzida a pa

de figuras planas.No Timeu, Platão escreveu: "Ora, a figura [triângulo] que tenho d

ser a mais bela de todos os muitos triângulos (não é ne o cessáfalar dos outros) é aquela cujo duplo forma um terceiro triângulo q

é  eqüilátero (...) escolhamos então dois triângulos, com que fora

construídos o fogo e outros elementos, um isósceles, tendo o outro

quadrado do lado maior igual a três vezes o quadrado do la

menor".No sistema de Pia tão, o simbolismo geométrico encarrega-se

registrar todos os estados conhecidos da matéria. Especialmen

importante era a série de figuras sólidas que era a essência da s

filosofia. Por meios ocultos, toda a série era simbolizada numa figu

agora ostentada pelos franco-maçons do grau do Santo Arco Re

Esse símbolo é  o triângulo eqüilátero circunscrito num hexagram

"Analisa"-se seu simbolismo somando-se os valores dos ânguproduzidos pelas várias partes e dividindo-se por tantos ângulos ret

que tiverem igual valor. Esse método arcano possibilita que qualqu

figura geométrica seja "analisada" e, assim, impregna a s

simplicidade com um rico simbolismo que foi explorado a fundo pel

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arquitetos de construções sagradas.

O triângulo eqüilátero determinado dentro do tetraedro é   igual e

valor geométrico aos oito ângulos retos - o número de graus e

quatro triângulos eqüiláteros. Em virtude de ser o mensólido geométrico regular e por causa da sua forma piramidal,

utilizado pelos platônicos para representar o elemento fogo.

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Os triângulos "determinados" no hexagrama ou Sigilo de Salomãsem levar em consideração as intersecções (que convencionalmen

são mais entrelaçamentos do que junções), são equivalentes

dezesseis ângulos retos. Este é  o número contido no octaedrosólido platônico composto de oito triângulos eqüiláteros de lad

iguais. Ele foi atribuído pelos platônicos ao elemento ar, o m

próximo do tetraedro em leveza.

Ignorando-se as intersecções, à Sigilo de Salomão, com seu triângu

menor superposto, se igualará ao número de graus dos 24 ângulo

Este é  o número que está  no cubo, um sólido composto de se

quadrados iguais. Essa figura sólida e fixa simbolizava para platônicos o elemento terra. Ele representou universalmente es

elemento onde quer que ele ocorresse na geometria sagrada - a ba

quadrangular do templo e da Cidade Sagrada, plantada fixamen

sobre o omphalos.

O triângulo invertido do sigilo, com o triângulo menor circunscri

somado ao triângulo maior do hexagrama voltado para cima, perf

quarenta ângulos retos, iguais em graus àqueles que estão icosaedro, um regular formado por vinte triângulos eqüiláteros

lados iguais. Este é   o sólido regular mais pesado formado p

triângulos. Próximo ao cubo em peso, o icosaedro representou

elemento água. Assim, considera-se que toda forma que derivou

hexagrama, com seu triângulo interno, incorpora todos os sólid

platônicos e, por associação, os quatro elementos - um atributo

universalidade e um símbolo da lei da unidade dos opostos.

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A Seção Dourada

A Seção Dourada é uma razão que foi usada na artesania sofistica

e na arquitetura sagrada do Egito antigo. No antigo Egito e na Gréc

ocorreu um uso extensivo daquilo que Jay Hambidge, geômetra

início do século XX, chamou de "simetria dinâmica". Os objetos e edifícios sagrados egípcios e gregos possuem geometrias basead

na divisão do espaço conseguida pelos retângulos de raiz e se

derivados. Os retângulos de raiz são produzidos diretamente

quadrado por simples desenho com um compasso e, assim, faze

parte da geometria clássica, produzida sem medição.

Existe toda uma série de retângulos de raiz. O primeiro d

retângulos de raiz é o quadrado, que é um retângulo "de raiz 1".

seguinte, o retângulo V2, é produzido a partir do quadrado por me

do simples expediente de se colocar o compasso no comprimento

diagonal e fazer a linha de base encontrar a linha traçada a pa

daquele vértice. Esse procedimento torna o comprimento do la

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longo igual à   raiz quadrada de 2, tomando-se o lado curto com

unidade. O retângulo V3 é   produzido a partir da diagonal des

retângulo, e assim por diante.

Embora os lados desses retângulos não sejam medidos em termde número, os gregos diziam que essas linhas não eram irraciona

porque eram mensuráveis em termos dos quadrados produzidos p

elas. A mensurabilidade em termos da área do quadrado, em vez

comprimento, era o grande segredo da antiga geometria sagra

grega. O famoso teorema de Pitágoras, conhecido de todo escol

só é compreensível em termos da medida do quadrado. Por exemp

a relação entre o final e o lado de um retângulo V5 é uma relação área porque o quadrado construído ao final de um retângulo V5

exatamente um quinto da área de um quadrado construído sobre s

lado. Tais retângulos possuem a propriedade de serem divididos e

formas muito menores que também são partes mensuráveis do todo

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Isto nos leva a um outro fator fundamental no desenho da arquitetu

sagrada: a proporção e a sua irmã siamesa, a comensurabilidade

música o demonstra admiravelmente em suas harmonias e, co

efeito, já se disse que a música é na realidade a geometria traduzi

em som, pois na música pode-se ouvir as mesmas harmonias q

sustentam a proporção arquitetônica. A comensurabilidade, qgarante harmonia completa em toda a construção ou obra de arte

uma integração racional de todas as proporções de todas as part

de uma construção de maneira que toda parte tenha forma

tamanho absolutamente fixos. Nada pode ser acrescentado

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removido desse conjunto harmonioso sem romper a harmonia

todo. Certos retângulos, que são o ponto de partida para figur

geométricas relacionadas, geralmente constituem as bases de ta

padrões harmonizadores.Retângulos que possuem as razões lado: lado iguais a 3:2, 5:4, 13

etc., em que as proporções são expressas em números inteiros, têrecebido o nome de retângulos estáticos. Retângulos do tipo d

retângulos de raiz têm sido chamados de retângulos dinâmico

Esses últimos são mais encontradiços na composição geométric

Eles permitem uma flexibilidade muito maior de uso do que

retângulos estáticos, especialmente quando são usados para estabelecer a harmonia dos elementos pela proporção.

Há   alguns retângulos que combinam as características d

retângulos estáticos e dinâmicos. São o quadrado e o quadrado dup

(1 = 1:1 = V1:1 e 2 = 2:1 = V4:1). A diagonal do quadrado duplo, q

talvez seja a forma mais favorecida pelos edifícios sagrados, é V

Esse número irracional relaciona diretamente o retângulo de raiz 2

de raiz 4 ao retângulo de raiz 5, que está diretamente relacionadoproporção V5 + 1 da seção dourada.

  2

Essa importante razão, chamada de Seção pelos gregos antigos,

Proporção Divina por Luca Pacioli (1509) e de Seção Dourada p

Leonardo e seus seguidores, tem propriedades únicas que

recomendaram aos geômetras desde os tempos egípcios.A Seção Dourada existe entre duas quantidades mensuráveis

qualquer espécie quando a razão entre a maior e a menor é igua

razão entre a soma das duas e a maior delas. Em term

geométricos, ela pode ser facilmente produzida a partir do quadra

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duplo. Se um dos dois quadrados for cortado ao meio e a diagon

dessa metade for levada para baixo em direção à base, o lugar e

que ela corta a base representará 1,618 unidades em relação ao la

do quadrado que tem unidade 1 de comprimento. A razão tambépode ser produzida a partir do pentagrama e está   associada

pentágono, quando então a razão entre o lado do pentágono e a s

extensão para o pentagrama obedece à equação V5 + 1 = 1,618...

  2

Na convenção geométrica grega, isto está   simbolizado pela le

grega (I). Numericamente, possui propriedades algébricamatemáticas e geométricas excepcionais. (I) = 1,618; (I) = 0,618 e

2 = 2,618.

Em toda progressão ou série crescente de termos que tem como

razão entre os termos que se sucedem, cada termo é   igual

soma dos dois precedentes. Esta propriedade singular permite

manipu lação de toda a série. Todos os outros termos sucessiv

podem ser construídos, a partir de dois deles, por movimentsimples do compasso.

Em termos numéricos, essa série aditiva foi popularizada p

primeira vez na Europa por Leonardo Bigollo Fibonacci, conheci

como Leonardo da Pisa. Nascido em 1179, Leonardo viajou com s

pai para Algiers, onde aprendeu, com os geômetras árabes,

segredo da série e por essa razão pôde introduzir os númer

arábicos na Europa. Ambos os conceitos revolucionaram matemática européia.

Esta série numérica, conhecida agora pelo nome de Série Fibonac

foi há  muito tempo reconhecida como um princípio que ocorre

estrutura dos organismos vivos e, por conseguinte, u

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princípio inerente à   estrutura do mundo. Sua construção

enganosamente fácil: o termo seguinte é  a soma dos dois term

anteriores, isto é, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, e assim p

diante. O arranjo das folhas de um vegetal, os hipotênares da pata gato e as espirais das conchas formainíferas microscópicas s

governados peja Série Fibonacci.

A Seção Dourada tem sido reverenciada através de toda a histór

Platão, em seu Timeu, discutiu-a como a chave da física do Cosmo

Luca Pacioli, geômetra renascentista, publicou sua influente obra

Divina Proportione em Veneza em 1509 e até  mesmo o arquite

moderno Le Corbusier, pai dos grupos de prédios, planejou usistema modular de proporção baseado nessa antiga mas podero

razão.

3. A Geometria Britânica Antiga

"As estruturas sagradas e culturais pró-cristãs só podem ser

compreendidas se se adotar o ponto de vista dos antigos. Para ele

todas as coisas mundanas estavam vinculadas às coisas divinas

Todos os pensamentos e todas as ações humanas estavam

subordinados às influências energizantes das forças divinas

onipotentes. Sua filosofia e sua sabedoria culminaram no

conhecimento de que como o acima, assim também o abaixo e na

tentativa de harmonizar todas as suas atividades e ambições com

natureza superior, a Vontade Divina.”

Josef Heinsch.

Espalhados por todas as Ilhas Britânicas e por toda a Euro

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Setentrional estão os últimos remanescentes de uma cultura perdi

há muito tempo: as pedras eretas. Lembranças grosseiras de um

era quase inimaginavelmente distante, os megalitos da Europa ain

sobrevivem em número considerável. Apesar de talvez a maior padeles ter desaparecido nos 3.000-5.000 anos que se passaram des

que foram erigidos, muitos sítios ainda sobrevivem virtualmen

intactos.. Alguns desses megalitos enigmáticos são solitários

desbastados; outros estão arranjados em formações complexas. M

há   outros que foram enfeitados e apresentam entalhes tan

figurativos quanto abstratos.

Alguns dos entalhes mais arcaicos e enigmáticos que foraexecutados sobre rochas e que sobrevivem até hoje são os sinais.

cálices e de anéis que podem ser encontrados nas pedras eretas

menos comumente, nos afloramentos naturais de rochas. Duran

muitas centenas de anos, esses entalhes foram fontes de lend

objeto de veneração para os supersticiosos e motivo de comentário

de especulação para os antiquários locais. Muitos comentador

eruditos aventuraram-se em discutir sobre sua função e ssignificado, que ainda continuam a ser um quebra-cabeças a s

resolvido no campo da pesquisa pré-histórica.

Seus desenhos são variados, repetindo-se raramente, espalhad

sobre a pedra sem qualquer ordem óbvia. Os sinais de cálices e

anéis consistem de pequenas depressões semelhantes a cálice

geralmente circulares, mas assumem ocasionalmente uma form

oval. Freqüentemente esses "cálices" estão cercados por anconcêntricos. Às vezes são excêntricos ou aneliformes. Variam e

número e podem ser associados a linhas radicais que atravessa

completamente os anéis e às vezes ligam o sistema cálice-anel a u

outro sistema, situado numa parte diferente da superfície da roch

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As espirais são raras, como também os entalhes que lembra

escadas. Na Irlanda, são comuns os desenhos que semelha

estrelas ou sóis redondos com linhas que delas saem imitando raio

Estes últimos correspondem a alguns dos hieroglifos dos antigtraços escandinavos executados sobre rochas conhecidos com

hällristningar, que foram os precursores dos caracteres rúnico

Embora esses petroglifos se estendam desde a Europa até a Ás

variações locais são amiúde suficientes para distinguir as marcas

uma localidade das de outra.

Inúmeras conjecturas foram feitas no sentido de se compreende

significado dos sinais de cálices e de anéis. Os autores classificaram como marcadores territoriais tribais, mapas de alde

préhistóricas com suas estradas, "árvores" genealógicas, um

espécie de escrita indecifrada, canais para o sangue sacrific

mapas das posições das pedras eretas ou casas figurativas d

mortos.

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Um dos poucos estudos sistemáticos do significado desses sinainescrutáveis foi executado pelo antiquário escocês Ludo

MacLeIlan Mann, um pesquisador independente cuja obra hoje pou

se conhece. Em 1915, publicou Archaic Sculpturings, em q

confrontou os resultados de um grande número de anos de pesqu

dos entalhes em rocha. Após a análise, MacLellan Mann chegou

conclusão de que os sinais de cálices e de anéis faziam parte de u

sistema coerente. Ein Archaic Sculpturings, MacLellan Maescreveu:

"Alguns anos atrás (...) comecei a fazer um exame dos muitos grup

desses sinais e, para meu espanto, descobri que, em vez de os sin

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terem sido feitos a esmo, eles estavam arranjados da maneira ma

precisa, matemática e geométrica. (...) Embora essas escultur

ofereçam tipos marcadamente di. ferentes. elas foram executadas e

obediência às mesmas idéias e segundo o mesmo sistema. Observque as linhas retas podem ser desenhadas em determinadas parte

tais como ao longo dos conjuntos de canaletas freqüentemen

metódicas ou através dos centros de três ou mais cálices

conjuntos aneliformes. Quando executadas, estas linhas tinham

convergir precisamente para os pontos focais comuns situados alédo campo das esculturas. (...) Ao redor de cada um desses foc

deveria estar um conjunto de zonas concêntricas, muitas das quaconformam as partes principais ou essenciais da obra esculpida t

exata e tão freqüentemente, a ponto de apontarem para algum fa

que não é o acaso, o acidente ou a coincidência.”

A análise de Mann da geometria subjacente que ele descobriu n

marcas de cálices e de anéis foi interpretada em term

astronômicos. Há dois centros principais que determinavam os sinapelas zonas radiais e concêntncas geradas a partir deles. Um cent

Mac Lellan Mann acreditava, era freqfientemente cortado por um

linha que representava uma linha norte-sul exata, e pelo outro cen

passava uma segunda linha norte-sul a quatro graus numa direçdivergente. Assim, dois sistemas complementares de linhas encaix

vam-se nas partes salientes dos talhes. Um relacionava-se ao no

terrestre - o pólo atual do planeta terra -, ao passo que o outro edeterminado pela posição da estrela polar ou norte magnétic

MacLellan Mann acreditava que sua grande radial, dentro da qu

eram feitos os entalhes, era um sistema de referência que mostra

as posições dos corpos celestes em determinados momentos do an

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Esses entalhes astronômicos foram encontrados em todo

continente. Datando de mais de 30.000 anos, foram elaborados p

sociedades iletradas, mas não pré-astronômicas.

Os fatos de astronomia foram lentamente acumulados duranséculos de observação direta e registro, uma técnica que n

envolveu a utilização da escrita, tal como a conhecemos hoje. O

segredos da astronomia eram desvendados por ensaio e erro e pe

expediente da observação das estrelas. Tendo desenvolvido a funçde elaboração de calendários, e daí   a de registrar a ativida

celestial, os sacerdócios antigos que organizaram tais assunt

precisavam de algum método para determinar o tempo preciso Iano para a realização de cada uma das suas observâncias práticas

rituais.

A necessidade fundamental de determinar os tempos precisos e

que os ritos mágicos ou religiosos deveriam ser cumpridos

demonstrada nos dias atuais pelos rituais da tribo norte-america

dos hopi. Em determinadas épocas do ano, os sacerdotes e

membros das sociedades religiosas descem para os seus kiv(santuários subterrâneos) e observam as estrelas pela entra

vertical. Várias canções apropriadas e alguns gestos são executad

durante o tempo em que as constelações importantes passam p

sobre a entrada. A duração de toda a cerimônia é, ass

determinada pela passagem das estrelas. Dessa maneira, os rit

são harmonizados por observação direta com as condiçõe

astronômicas e astrológicas predominantes.Algo similar deve ter sido a motivação daqueles que construíram

observatórios megalíticos da Europa. A única maneira de fazê-Io e

construir pontos de observação que medissem e definisse

precisamente a passagem do tempo. Essa necessidade levou

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descoberta de que os cicIos de ascensão e de decIínio do sol, da l

e das estrelas não estão sujeitos a leis simples.

Esse despertar gradual na compreensão reflete-se nos restos

cultura megalítica da Grã-Bretanha, onde a arqueologia mostrou qos observatórios de pedra e de madeira foram reconstruídos

intervalos. Cada reconstrução incorporava incrementos progressiv

em complexidade e sofisticação. A construção de observatórios ca

vez mais complexos andava de mãos dadas com a invenção e

emprego de geometrias também cada vez mais complexa

Conhecimento considerável e destreza eram exigidos para

desenhó, o planejamento e a construção de um empreendimento como o de Stonehenge. Encontrar o sítio correto para a observaçdos fenômenos celestes e a colocação ali de enormes pedras eret

que marcavam exatamente a passagem dos corpos celestiais exig

uma ciência exata da geometria aplicada.

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MacLellan Mann descobriu que ela existiu realmente A geomet

subjacente que ele detectou nos sinais de cálices e de anéis tambépoderia ser descoberta numa escala muito maior. "O arquite

neolítico tardio", escreveu MacLellan Mann em Archaic Sculpturing

"quando projetava, por exemplo, a planta baixa dos montes de ped

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de Caithness, possuía essas mesmas noções curiosa

Estudei cuidadosamente as suas plantas baixas e elas mostra

exatamente como os cortes das rochas, o arco do círcu

representado pelas estruturas laterais e a curva de uma elipse ecada final do monumento (...) os grupos aparentemente isolados,

grupos de pedras eretas muito distantes umas das outras e

conjuntos de en talhes de rochas destacados uns dos outros pode

fazer parte de um desenho mais amplo".

Em 1937, durante escavações para obtenção de areia perto

Knappers, a sete milhas da cidade de Glasgow, foram descobertos

remanescentes de um antigo templo de madeira. Esses restchamaram a atenção de MacLellan Mann. Ele os analisou, e tambéa paliçada serpentina a ele associada, e descobriu que seu desen

era comparável em escala maciça aos sinais de cálices e de an

que havia estudado.

Em The Druid’s Temple near Glasgow, publicado em 1937, MacLell

Mann escreveu: "O esboço da área é   sistemático e exa

Interpretando-se as dimensões lineares e angulares em períodastronômicos recorrentes, cada figura de serpente pode s

identificada, a partir do comprimento de sua linha medial, com um

outro dos corpos celestes - o Sol, a Lua e os cinco planetas -, ou co

o espírito do mal do Ano do Eclipse. As várias paliçadas circular

parecem representar os períodos astronômicos principais, tais com

o ciclo luni-solar de 19 anos ou o Ciclo Saras de 18 anos de 10 1

dias, ao final dos quais podem ocorrer os eclipses".

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O "Templo dos Druidas" foi objeto de um grande interesse, mas

advento da Segunda Guerra Mundial impediu qualquer preservaçãNa época de MacLellan Mann, todavia, por causa da falta

recursos, pesquisas acuradas e análises de estruturas antigas n

foram efetivadas em número muito grande. Até   os estudos

Professor Thom, que o envolveram pessoalmente na pesquisa centenas de sítios megalíticos nas llhas Britânicas e na Bretanh

sentimentos como aqueles expressos por MacLellan Mann podia

ser rejeitados pelas mentes conservadoras como fantasistas.

formas excêntricas, visíveis na maioria dos "círculos" de pedras, era

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geralmente atribuídas à   incompetência dos seus construtores, q

eram vistos, pelos cientistas da escola vitoriana, como selvagens

parco intelecto, muito pouco superiores aos macacos. O bom sen

nos diz, entretanto, que técnicos que podiam transportar enormpedras por distâncias consideráv'eis (por exemplo, o arenito cinzen

de Mynydd Preseli, em Gales, levado para Stonehenge) acharia

fácil demais traçar um círculo verdadeiro.

Todavia, as geometrias exigidas para a construção de observatór

para o estudo e a documentação dos fenômenos variáveis dos césão muito mais complexas do que o traçar um simples círculo. Assi

formas mais complexas foram utilizadas.Os grandes conjuntos megalíticos da Grã-Bretanha antiga,

certamente os círculos menores de pedras que pontilham

charnecas e as regiões inabitadas do país, foram conclusivamen

demonstrados pelo Professor Thom terem sido planejados co

precisão espantosa. Essa geometria exata envolveu o uso

triângulos retos integrais (triângulos "pitagóricos") executados co

uma medida constante notável - 82,90 cm -, que Thom denominou  jarda megalítica (JM).

Os círculos de pedra excêntricos, longe de serem sintomáticos

falha técnica dos seus construtores, foram construídos de acor

com regras básicas específicas, baseadas em triângulos integrais.

"círculos" Tipo 1 de Thom são de fato anéis em forma de óv

baseados em dois triângulos retos 3:4:5 colocados um contra o out

Outro "círculo" comum, o Tipo 2, também é   baseado em dtriângulos 3:4:5, mas desta vez com uma hipotenusa comum. Out

de organização mais complexa, segundo Thom, era produzido a pa

de outros triângulos retos integrais tais como 5:12: 13 ou 8:15:1

Stonehenge é um amálgama complexo de círculos e elipses perfeit

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e também pode ser analisado em termos de geometria convenciona

As pesquisas de MacLelÍan Mann e as descobertas complemen tar

posteriores de Thom de linhas de visão do horizonte a partir

círculos de pedras ou de outras marcas com a intenção de obsvação celestial e registro mostram o estágio seguinte

desenvolvimento do microcósmico para o macrocósmico, No come

deste século, Boyle Somerville e Sir Norman Lockyer haviam nota

esses alinhamentos, mas, até os estudos exaustivos de Thom, el

não haviam passado de boas hipóteses.

Lockyer é mais bem conhecido por seu trabalho em Stonehenge

seus arredores, o distrito posteriormente estudado pela escola alem

de pesquisa geomântica. Durante as suas investigações, descob

que a tão conhecida linha do nascer-do-sol do alto verão, que

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marcada em Stonehenge pela famosa Pedra do Calcanhar, e

apenas parte de um alinhamento maior de sítios antigo

Pesquisando a avenida que marca a posição do nascer-da-sol no d

mais longo do ano, quando contemplada do centro do círcuLockyer notou que ela se alinhava com a terraplenagem antiga

Sidbury HilI. Quando prolongada na direção oposta, essa linha

alinhava com Grbvely CastIe e com Castle Ditches, tambéterraplenagens antigas. Esse alinhamento fora notado anteriormen

pelo Coronel Johnstone, então Diretor Geral de Reconhecimento

Artilharia. A linha fora utilizada num reconhecimento aperfeiçoado

distrito, que levou a um aumento da exatidão dos mapas Reconhecimento da Artilharia.

A seção entre Grovely Castle e Stonehenge, que te

aproximadamente seis milhas de extensão, pareceu a Lockyer form

um dos lados de um triângulo eqüilátero cujo ápice está no sítio

antiga cidade de Old Sarum, também uma terraplenagem antiga. O

Sarum está   no alinhamento Stonehenge-Old Sarum-Salisbu

CatedralClearbury Ring-Frankenbury. Assim, o esboço Stonehenge, cuja geometria foi desenhada segundo fator

celestiais, está  integrado com a geometria da paisagem artificial

país, de acordo com as posições de outras terraplenagens antigas

é definido por suas localizações e as define.

Stonehenge combina muitas geometrias num esquema magistr

Relacionada a fenômenos celestes e ao território vizinho, está situa

num ponto geomântico chave em relação à   geometria de todapaisagem da Inglaterra meridional. O henge está   situado sob

muitas linhas ley importantes, incluindo uma que parte da torre

igreja de St. Michael, que está no alto de Glastonbury Tor. Este le

que vai de Glastonbury Tor até   um túmulo situado em Deerle

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Wood, perto de Dorking, no Surrey, passando por St Michael, Ga

Hill, Maiden Bradley Priory, Stonehenge e Shere Church, é, como

linha do pôr-do-sol em Stonehenge, uma extensão do lado de um

figura geométrica de vastas dimensões. Nesse caso, é a extensão lado de um decágono que liga pontos geomânticos vitais aos de u

outro.

A geometria do henge, em si mesma, baseada no eixo solstic

apresenta uma tendência à   divisão sêxtupla. Este fato

percebido desde a época de Inigo Jones (1652) e evoc

comentários de místicos do porte de John Wood, Hermon Gayla

Wood e John Michell. A descoberta de Lockyer de um triângueqüilátero com lados que medem seis milhas liga a geomet

sagrada sêxtupla microcósmica à   geometria da paisage

macrocósmica.

Lockyer, todavia, foi apenas um numa longa linha de pesquisador

que estudaram o alinhamento de sítios antigos. Entre 1870 e 187

um perito em estradas romanas chamado William Henry Black torn

pública uma teoria surpreendente. Ele persistiu em seus estudos pcinqüenta anos antes de liberar os seus resultados a um públ

insensível e incrédulo. Black pretendia ter descoberto nada menos

que todo um sistema de "grandes linhas geométricas", radiais

poligonais, que cruzavam toda a Grã-Bretanha e avançavam pa

além dela. Elas ligavam de maneira precisa os maiores marcos

fronteiras, chegando a definir inclusive os marcos limítrofes d

municípios.Anteriormente, esse conceito nunca fora corrente. Além de um

referência que se encontra num obscuro livro ocultista publicado e

1846 - feita em relação a uma linha de terraplenagens antig

em Wiltshire -, até  mesmo os alinhamentos não haviam receb

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apoio algum.

Blafk morreu em 1872, mas nenhum sucessor chegou a elabora!

mesmo corroborar suas descobertas. Todavia, ele não deixou

exercer influências.Seu maior comentário sobre as "grandes linhas geométricas" foi fe

em Hereford em 1870 durante uma viagem de campo da AssociaçArqueológica Britânica. O encontro em que Black fez sua exposiçfoi presidido por uma personalidade local, o Dr. BulI, do Clube d

Naturalistas de Woollhope. Nos anos que se seguiram à  morte

Black, Bull mencionou a sua obra em muitas ocasiões. A um dess

encontros estava presente um moleiro e pioneiro fotográfinteressado em antigüidades - Alfred Watkins.

Cinqüenta anos após Black ter falado em Hereford, Watkins anunci

que fizera uma descoberta momentosa - alinhamentos de sítantigos, aos quais deu o nome de "leys". Watkins, como Black

outros antes dele, descobriram que as terraplenagens antigas,

marcos fronteiriços, as igrejas e outras espécies de monument

antigos estavam arranjados em linhas retas. Com seus livros EaBritish Trackways, The Old Straight Track e Archaic Tracks Arou

Cambridge, Watkins tornou-se o expoente mais conhecido dos sítalinhados, o pai dos "caçadores de ley", como são conhecidos

seus seguidores. Diferentemente de Black, que ensinava que

suas "grandes linhas geométricas" eram os remanescentes de um

inspeção antiga, Watkins considerava que os seus alinhament

eram os resíduos de uma antiga rede de veredas.Watkins apenas arranhou a superfície dos alinhamentos orientados

nem chegou a tocar o relacionamento dos centros radiais com

geometria. Isto parece estranho, pois Watkins certamente ouvira fa

de Black e deve ter conhecido a obra de MacLellan Mann, q

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mencionara "pedras (...) num relacionamento geométrico exato".

qualquer forma, Watkins dedicou o resto de sua vida a disseminar

suas idéias sobre os alinhamentos. Embora tenha morrido em 193

foi só nos últimos quinze anos que sua obra tornou-se conhecidaestudos baseados nela, especialmente os de Paul Devereux e I

Thomson, verificaràm muitas das suas descobertas.

Watkins e a sua escola ignoravam em grande medida a obra

Lockyer, que exercera mais impacto na Alemanha do que em s

nativa Grã-Bretanha. Pouco tempo após a publicação de seu liv

Stonehenge and Other British Stone Monuments Astronomica

Considered (1909), um pesquisador alemão chamado Albrecpublicou uma discussão sobre o significado astronômico

Stonehenge no periódico Das Weltall (O Universo). A sua fonte inic

foi Lockyer. Pouco tempo depois, Albrecht foi morto na Prime

Guerra Mundial, mas, em 1920, o Padre Leugering leu seu livro

começou a procurar sistemas similares na Vestfália, onde nascera.

A derrotada Alemanha dos anos 1920 era um terreno fértil para

sentimentos revolucionários e chovinistas e os estudiosos "geografia sagrada", como se dizia então, encontraram seu refúgio.

colaborador de Leugering, Josef Heinsch, advogado e projetis

regional, descobriu alinhamentos do tipo dos de Stonehenge por to

a Alemanha. Em suas pesquisas, estudou a geografia sagrada e s

aspecto microcósmico, a geometria sagrada, que demonstrou sere

dois aspectos da mesma disciplina geomântica.

O paladino principal da cultura germânica antiga foi Wilhelm Teuque, mais que todos os outros, devia tornar-se a figura de proa

ciência da geometria da paisagem. Em seu grande livro Germanisc

Heiligtümer (Santuários alemães antigos), publicado em 192

anunciou a sua descoberta de alinhamentos aos quais denomin

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heilige linien (linhas sagradas). Estas, segundo ele, baseavam-se e

fenômenos astronômicos. Na Teutoburger Wald, floresta que écoração místico da Alemanha, sítio de muitas façanhas legendárias

heróicas, Teudt estudou as orientações das terraplenagehexagonais irregulares de Haus Gierke, em Oesterholz. Ess

terraplenagens estavam situadas ao redor de uma cabana de caça

século XVII, mas Teudt pretendja que as terraplenagens fossem

resíduos de um antigo observatório astronômico. As orientações d

terraplenagens foram testadas por astrônomos profissionais, q

descobriram que elas' foram alinhadas em suas posições, segun

muitas características astronômicas, em 1800 a.C. Heinsch tomouliberdade de discordar, afirmando que as formas das terraplenagen

embora antigas, estavam determinadas pela geometria sagrada.

As heilige linien de Teudt, que ligavam sítios significativos, embo

fossem primordialmente astronômicas, eram similares em conceito

linhas geométricas de Black e às leys de Watkins. A partir de um

terraplenagem qualquer mais antiga, Teudt descobriu que deve

existir pelo menos uma marca de orientação na forma de uma "tode relógio" situada ao longo do eixo norte-sul ou leste-oeste.

linhas ligavam sítios sagrados em relações geométricas significativ

estando elas próprias ligadas a fenômenos astronômicos.

No final dos anos 1930, a obra de Teudt e de seus colegas

retomada por alguns nazistas e a ela foi propiciado um apoio ofic

que possibilitou que os pesquisadores produzissem um amp

conjunto de material sobre a geometria da paisagem. Josef Heinsdescobriu um vasto sistema interligado de alinhamentos e de figur

geométricas com distâncias e ângulos significativos que cobria

seções amplas do vale do Reno. Como os pesquisador

geomânticos anteriores, descobriu que a geometria da paisagem e

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freqüentemente uma versão ampliada da geometria de sítindividuais, estabelecendo um vínculo físico entre o microcosmo e

macrocosmo. Heinsch viu a sua descoberta como "um tem

sagrado indestrutível da natureza", que era o continuum da geometsagrada em círculos e templos de pedras sem o esboço

paisagem.

Com a destruição da Alemanha nazista, todas as pesquisgeomânticas alemãs cessaram. A obra de Teudt e dos se

seguidores foi esquecida, até   que os pesquisadores geomântic

ingleses a redescobriram nos anos 1970. Muito da obra de Heinsch

de seus colegas tem saído agora em tradução inglesa e

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transformou nos dados mais detalhados e mais convincent

coletados até agora.

Uma nova geração de pesquisadores está   agora estudando

geometria da paisagem. Em seu livro City of Revelation, John Michrevelou a existência de uma grande figura geométrica na G

Bretanha meridional. Os três antigos "coros perpétuos" celtas

Llantwit Major, Glastonbury Abbey e Stonehenge, segundo es

pesquisador, formam três vértices de um decágono regular

proporções majestosas. Existe um quarto vértice em Goring-o

Thames, onde havia antes um grande templo pagão na junção

muitas veredas importantes. O centro desse vasto decágono está aldeia de Whiteleaved Oak, na qual se reuniam os antigos municípde Hereford, Gloucester e Worcester. Esse decágono relaciona-

em ângulos e em distância a outros centros geomânticos da G

Bretanha, sobre os quais muito se tem escrito ultimamente.

Os pesquisadores, de Black a Michell, encontraram os padrõantigos fixados ,indelevelmente na paisagem. As linhas que zigu

zagueiam pelo país têm obviamente a mesma antigüidade dcírculos de pedra, mas as igrejas cristãs mais modernas e as granj

podem ser invariavelmente enquadradas no mesmo modelo. Tod

essas descobertas - tanto na escala das gravações em pedra e n

círculos feitos com esse material quanto através de toda a extens

da paisagem - apontam para a existência de uma civilização ma

antiga, agora completamente desaparecida, cuja tecnologia espiritu

da geometria não foi superada. Sua importância pode ser avaliapela sobrevivência de seu conhecimento nas escolas de mistério

Idade Média.

Podemos, assim, traçar uma linha progressiva em que as primitiv

gravações em rocha de antigüidade inimaginável levam, com

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astronomia, à  construção de observatórios de pedra complexos

sofisticados que também estavam ligados a uma mat

geométrica mais ampla. Por imposição da religião cristã, esses sít

foram freqüentemente apropriados pelas igrejas. Todavia, orientações e as posições foram preservadas e a geometria esta

diretamente relacionada à  estrutura antiga. O Professor Lyle Bo

demonstrou em seu livro Megalithic Software que os padrõgeométricos que subjazem às capelas orientais das catedrais

Wells, Lincoln, Canterbury, Gloucester, Winchester e de muit

outros lugares derivaram da geometria megalítica exposta por Tho

e, portanto, indicam a presença naqueles locais de círculos pedras. Nos casos das catedrais góticas e românicas, os geômetr

fizeram uma síntese da geometria megalítica antiga com o

triangulum e o ad quadratum maçônicos. A geometria dos céu

traduzida na pedra, foi novamente transmutada para o serviço

outros deuses, mas permanece até hoje reconhecível para aque

que sabem o que devem buscar.

4. A Geometria Sagrada Egí pcia Antiga

Geometria significa literalmente "medição da terra" e s

desenvolvimento no Egito antigo deveu-se precisamente a es

objetivo. Numa data muito recuada no tempo, possivelmente há cin

ou seis mil anos, os egípcios desenvolveram um esquema empírde agrimensura do solo. O esquema básico nasceu da necessida

de se evitar que o transbordamento anual do rio Nilo destruísse tod

as fronteiras. Com a criação do governo centralizado, e a fim

assegurar uma taxação eqüitativa e evitar disputas, as fronteir

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tinham de ser restabelecidas depois de cada inundaçãNecessariamente, o método de agrimensura tinha de ser praticáve

simples. Não exigia mais que dois homens e uma corda cheia de nó

além do conhecimento do chamado triângulo "pitagórico", sécuantes que Pitágoras caminhasse por este mundo.

O traçado das áreas requeria um método seguro para a produção

ângulo reto. . Este era conseguido por intermédio da divisão de um

corda em treze divisões iguais. Quatro unidades formavam um la

de um triângulo, três o outro e mais cinco constituíam a hipotenu

oposta ao ângulo reto. Esse método simples persistiu até os noss

dias e foi utilizado quando se deu início à construção de túmulostemplos. Foi a origem da histórica "cordagem do templo" e, a pa

dessa técnica, era relativamente simples a tarefa de esboçretângulos e outras figuras geométricas mais complexas.

Enquanto se desenvolvia, toda a antiga cultura egípcia mesclou-

tão completamente à   religião canônica, que quase todos os at

eram formalizados num ato de adoração. Os templos e a arte d

túmulos são os melhores exemplos dessa vida sagrada rigidamenorganizada. Cerimônias mágicas complexas resultaram

importantes eventos de estado em que o monarca dirigen

representava o papel de personificar uma divindade.

planejamento dos templos, a formação básica da geomet

subjacente era executada numa complexa cerimônia simbólica.

Em The Dawn of Astronomy, Sir Norman Lockyer observou que

"cordagem do templo", que o esboçava por meio de uma corda, eacompanhada de um cerimonial comparável ao da moder

deposição da pedra fundamental. Ele cita descrições do proces

tomadas das inscrições murais de Edfu, Denderah e Karna

"Ascendeu o rei", diz uma dessas inscrições, "vestido com seu cola

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sua coroa emplumada; e o mundo todo o seguiu, e a majestade

Amenemhat. O ker-heb (Sumo Sacerdote) leu o texto sagra

durante o estiramento da corda de medição e da deposição da ped

fundamental no pedaço de chão escolhido para esse templo. Retirose então sua majestade Amenemhat e o rei Usertesen a inscreveu

solo diante do povo".

A corda tinha uma função dupla: fixar a orientação do templo p

observação direta de um objeto celestial e também, a partir d

esboçar por meio da geometria o padrão sagrado do próprio temp

Outra inscrição diz: "O Deus vivo, o filho magnífico de As

alimentado peja sublime deusa no templo, o soberano do país, esta corda com alegria, com seu olhar voltado para o ak da constelaçda Mão do Touro, estabelece a morada-templo da senhora e

Denderah, como já ocorreu antes". Esta é uma referência aos do

templos da Deusa em Denderah, um consagrado a Ísis e o outro

Hathor.

Após fixarem a orientação segundo a constelação da Mão do Tou

(agora conhecida como do Arado ou Ursa Maior), os cordoadorestabeleciam uma linha em ângulo reto em relação a ela por meio

criação de um triângulo 3:4:5 e, a partir dele, esboçavam todo

templo.

Ao longo de toda a história registrada, a forma retangular represent

o corpo do homem e, por correspondência microcósmic

macrocósmica, os céus. Sua forma complementar, o padr

geométrico central ou radjal, igual em todas as direções e emblemdo mundo material, foi admiravelmente representado no Egito pel

pirâmides.

A construção das pirâmides foi levada a efeito num períorelativamente curto. Embora sejam conhecidas cerca de sessen

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pirâmides, as maiores e mais famosas do grupo de três situadas e

Giza, perto do Cairo, têm sido, mais do que quaisquer outras, obje

de escrutínio e de especulação. Testemunhos de autores antigos, ta

como o do grego Heródoto, que viveu no século V a.C., confirmaque a função primária das pirâmides era servir de sepulcro.

Os reis egípcios, que reuniam em suas pessoas as funções

sacerdote, rei e deus, esforçaram-se durante todas as suas vidterrenas para se munirem de túmulos custosos que assegurassem

sua sobrevivência no pós-vida.

Heródoto menciona brevemente o extenso período de construção

Grande Pirâmide e afirma que ela era a tumba do rei Quéops.

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acordo com O historiador, foi erigida sob as ordens do rei durante

sua vida de vaidade despótica e com o intuito de perpetuar a s

memória para sempre.

Quatro séculos após Heródoto, o grande historiador e geógraDiodoro Sículo visitou as pirâmides e nos deixou o seguinte relato:

maior delas", escreve Diodoro. "é   quadrangular, cada lado me

setecentos pés de extensão em sua base e mais de seiscentos

altura; contrai-se gradualmente no topo, onde cada lado tem se

côvados; está   construída inteiramente em pedra sólida, de dif

artesania, mas duração externa; pois nos mil anos que se diz tere

transcorrido desde a sua construção, as pedras, que alguns dizeser mais de três mil e quatrocentas, nunca foram movidas de su

posições originais e o todo permanece indene".

O vasto volume e a impressionante geometria das pirâmides fizera

que muitos cronistas e comentadores antigos a elas se referissem e

suas obras. O geógrafo grego Estrabão (c. 63-25 a.C.) visitou-as e

soldado-cientista romano Plínio, além de escrever sobre

pirâmides, mencionou outros autores que haviam escrito sobre elaEuheferus, Aristágoras, Duris de Sarnos, Antístenes (o filóso

negativista), Demétrio, Demóteles e Apião. Todas as suas obr

sobre as pirâmides estão perdidas, o que nos faz lembrar qu

fragmentárias são as fontes escritas da história de que dispomos

presente.

Nosso interesse, contudo, está nos princípios da geometria sagra

subjacente à   estrutura desta e de outras pirâmides. A GranPirâmide pode ser vista como o ápice de uma tradição que começcom a Pirâmide Escada do rei Zoser em Saqqara (c. 2.750 a.C

Muitas outras pirâmides são anteriores à  Grande Pirâmide e se

desenhos apresentam um padrão evolutivo que culminou na próp

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Grande Pirâmide. Depois, a tradição declinou e uma série

pirâmides abastardadas foi construída, muitas das quais se d

sintegraram devido a um acabamento inferior.

A primeira pirâmide verdadeira, o túmulo do rei Zoser em Saqqara, desenhada por Imhotep, um homem de gênio tão excepcional, qu

após a sua morte, foi elevado à condição do deus que fundamentou

medicina e a arquitetura. A Pirâmide Escada tinha uma planta ba

quadrada e, como os zigurates babilônicos, era mais uma "montan

sagrada" em forma de escada do que uma pirâmide de lad

nivelados. Estava contida num vasto santuário que tinha a forma

um quadrado duplo cercado por uma parede de 30 pés. O santuárum empreendimento grandioso em si mesmo, tinha 1.788 pés

comprimento - um terço de milha - e estava orientado no eixo nor

sul. A forma desse cercado forneceu o padrão dos lugares sagrad

posteriores. Foi usada, inter alia, séculos depois, no Tabernáculo

no Templo dos Judeus, e também como o padrão subjacente

Capela Real de Whitehall, em Londres.

A Pirâmide Escada representa uma aplicação repentina de mé todque parecem ter sido desconhecidos anteriormente. A tecnologia

corte da pedra e do transporte era conhecida, mas nunca fora tenta

um empreendimento dessa grandeza. No pátio da Pirâmide Esca

havia uma estátua em cujo plinto estava o nome de Imhotep com

citação "Chanceler do Rei do Baixo Egito, Primeiro após o Rei do A

Egito, Administrador do Grande Palácio, fidalgo hereditário, Sum

Sacerdote de Heliópolis, Construtor, Escultor e Fabricante-em-chede Vasos". Lista tão impressionante de posições oficais realça

excepcional talento desse homem que, acima de todos os outro

encabeça a Tradição Ocidental da geometria sagrada.

Imhotep era filho de Ka-nefer, Diretor de Obras do Alto e do Bai

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Egito, não um homem de sangue real. Todavia, a lista de títulos

sua efígiee os atributos que lhe foram concedidos após sua elevaçao panteão demonstram a unidade essencial de magia, religião

tecnologia egípcias antigas. A descoberta da tumba dessa figuseminal foi durante muito tempo um sonho acalenta

pelos egiptólogos. Acredita-se que esteja em algum lugar n

arredores de Saqqara, mas até hoje permanece inviolado o local

repouso do originador da arquitetura no Ocidente.

Após a pirâmide de Zoser, uma outra foi iniciada em Saqqara pelo

Sekhemket. Por alguma razão desconhecida, foi abandonada a um

altura de apenas vinte pés; uma terceira pirâmide de degraus, eZawiyet el Aryan, que se acredita ter sido ordenada pelo rei Khab

também foi abandonada durante a construção. Depois dess

pirâmides de degraus, foram erigidas pirâmides verdadeir

revestidas de lajotas polidas feitas de calcário de Tura.

A primeira das pirâmides verdadeiras, a do rei Sneferu, em Meidu

foi um desastre. No seu livro The Riddle of the pyramids, K

Mendelssohn mostrou, a partir da configuração do cascalho qcircunda o centro dessa pirâmide em ruínas, que ela desmoron

durante a construção. O acabamento imperfeito e

natureza' inovadora do projeto causaram um colapso repentino. Es

desastre, num período em que raramente se viam no mundo edifícdessas dimensões, deve ter produzido um efeito profundo sobre

povo da época e pode ser cultuado em forma deturpada no mito

Torre de BabeI. Como a pirâmide de Zoser, o modelo de Meidum desenhado como uma pirâmide de degraus, mas foi preenchido co

blocos de vedação e de revestimento. Os poucos blocos

revestimento remanescentes, retirados de uma caótica pilha

cascalho que cerca essa pirâmide, mostram que o ângulo

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elevação era 52°, Um ângulo de grande importância na geomet

sagrada.

Quando a pirâmide de Meidum foi surpreendida pelo desastre, um

outra pirâmide, em Dahshur, ainda estava em construção. Estaúnica dentre todas as pirâmides que sobreviveram. A parte inferior

revestimento eleva-se num ângulo de 54º; depois, num ponto situa

a meio caminho do topo, muda abruptamente para 43°30'. É prováv

que o arquiteto dessa pirâmide tivesse alterado o ângulo a fim de q

o desastre de Meidum não se repetisse nessa construção.

Todavia, é  óbvio, em comparação com todas as outras pirâmide

que a "Pirâmide Encurvada", como ela é conhecida, representa umaberração em relação a uma norma ideal. As pirâmides revestid

representam o espetáculo celestial dos raios do sol rompendo p

entre as nuvens após uma tempestade - uma manifestação do pod

divino de Ra. A mudança total das pirâmides de degraus inspirad

em Imhotep para a forma pura parece ter ocorrido na mesma épo

em que os sacerdotes de Heliópolis passaram a ocupar uma posiç

de poder no Egito. Curiosamente, a sua ascendência introduziu umnova interpretação da geometria sagrada: a pirâmide verdadeira

obelisco e o ben-ben, o pilar cônico sagrado do Templo de Ra, e

Heliópolis.

Após o fiasco da Pirâmide Encurvada, a próxima pirâmide, situada

uma milha ao norte, foi construída com o ângulo inferior de 43°30'

ângulo da metade superior da sua antecessora. Todavia, nem tu

estava perdido. As lições dessas três falhas foram analisadas econstrução da maior estrutura jamais erigida pelo homem foi iniciad

a incomparável Grande Pirâmide.

A Grande Pirâmide, construí da aparentemente para alojar os rest

mortais do rei Khufu (mais conhecido por Quéops, seu nome greg

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foi edificada com uma planta baixa quase perfeita de 775 pés e u

ângulo de ascensão de 51°52'. Seu volume é   um estontean

acúmulo de 6 1/2 milhões de toneladas de calcário. O ângulo

ascensão dá à pirâmide uma propriedade geométrica única, que presenta a quadratura mística do círculo: sua altura está   para

mesma razão da sua circunferência, assim como o raio para

circunferência de um círculo. Essa razão é 1/2 pi . pi = 3,1416...

nessa pirâmide, esse número transcendental está representado co

uma margem de erro de apenas 0,1%.

O ângulo de 51°52' tem a propriedade de ser o ângulo produzido p

um gradiente de 4:1. O ângulo utilizado em Dahshur, 43°30'preduzido por um gradiente de 3:1. Assim, a simples utilização

números inteiros, que é a chave da geometria sagrada, ao longo

toda a história, existe também no contexto egípcio. "A existência d

pirâmides", escreveu James Stirling em The Canon, "(...) parece s

uma confirmação notável das afirmações dos escritores primitivo

de que a arquitetura dependeu originalmente da geometria - e vem

no Egito a primeira aplicação dessa ciência do construir. (...) Nmãos dos arquitetos geométricos, a pirâmide - por seu volum

superfície, linhas e ângulos - poderia fornecer os meios de

registrar medidas e números. Por objetivos práticos, também,

pirâmide é a forma mais adequada para uma estrutura permanente

Outra característica geométrica das pirâmides que tem sido mu

comentada diz respeito às suas faces. Tem sido muito discutida

teoria de que as pirâmides foram concebidas como representaçõdo hemisfério setentrional em projeção quadrada. Cada face plana

pirâmide deve representar um quadrante curvo desse hemisfér

segundo essa teoria. A pirâmide cumpre essa consideraçgeométrica como nenhuma outra figura: para se projetar u

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quadrante esférico num triângulo plano, a base do quadran

deve ser igual à  base do triângulo e deve ter a mesma altura.

Grande Pirâmide cumpre essas determinações, pois que o ângulo

incli nação dá a relação pi entre a altura e a base.As complexidades da geometria inerente à Grande Pirâmide têm si

amplamente desemaranhadas numa pletora de cálculos e de teor

desde o último século. Heródoto soube pelos sacerdotes do Temp

que a Grande Pirâmide foi construída de maneira que a área de ca

face fosse igual ao quadrado da sua altura. Essa relação pare

incorporar a Seção Dourada, que, de acordo com o geôme

moderno Schwaller de Lubicz, não foi vista em termos numéricos mcomo emblema da função criativa ou geradora, fundamento de um

série infinita.

No interior da Grande Pirâmide há   uma enigmática série

passagens cuja intenção ainda não pôde ser determinada. E

compreende três câmaras: a Câmara do Rei, que contém apen

um sarcófago vazio; a Câmara da Rainha, que é menor e també

está vazia; e uma câmara inacabada escavada na rocha viva ao nívdo solo. Além dessas três câmaras, há   uma passage

impressionante conhecida como Grande Galeria, alinhada com u

revestimento de granito cuidadosamente executado e dotada de u

teto finamente mi sulado. Todavia, nunca se descobriu na Gran

Pirâmide nada que fosse digno de menção - característica q

forneceu aos piramidólogos farta munição para as suas teorias sob

armazéns e observatórios.Hubert Paulsen, arquiteto dinamarquês, desorientado pela faIta

conteúdo, pretendeu que exista uma outra câmara na Gran

Pirâmide que ainda não foi descoberta. Recorrendo à geometria, e

calculou que a verdadeira câmara sepulcral, tão abarrota

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de riquezas que poderia ofuscar os tesouros de Tutankhamun

um monarca pobre em comparação a Khufu -, deveria estar próxim

do centro da pirâmide e abaixo do nível do solo. A Câmara do Re

que se poderia imaginar destinada a conter os requisitos necessárà vida pós-morte do Faraó, além do fato de estar a 130 pés acima

nível do solo - não está exatamente na direção do ápice da pirâmid

A câmara de Paulsen, infelizmente, não foi localizada, e experiênc

levadas a efeito na Pirâmide de Khafre (Quefrem) também resultara

em fracasso.

Comparada à Grande Pirâmide, cujas câmaras e passagens fora

reveladas pela queda acidental de um bloco do teto na passagem entrada, a Pirâmide de Khafre aparentemente não possui passagen

Há uma câmara pequena, na rocha situada abaixo do vasto volum

da estrutura. Ela sempre pareceu anômala aos olhos dos egiptólogo

e uma tentativa de obter um "raio-X" da pirâmide foi feita em 19

pelo Professor Luis Alvarez, da Universidade da Califórnia. Alvar

tentou registrar a passagem pela pirâmide de raios cósmicos, q

chegam à   Terra vindos do espaço. Usando um equipamento detecção extremamente sofisticado, fez observações q

abrangeram um período de muitos dias. Na análise dos resultado

os raios apresentaram variações inexplicáveis que tornara

inconclusivo o experimento. A variabilidade dos resultados talv

fosse causada pela geometria da pirâmide, seu posicionamento, s

relação com o campo magnético da Terra ou alguma combinaçdesses e de outros fatores. Seja qual for a causa, o experimento Alvarez não conseguiu detectar quaisquer câmaras internas

passagens.

Muitas asseverações extravagantes foram emitidas no sentido de

interpretar a complexa disposição das passagens e de outr

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características internas da pirâmide de Khufu, mas na verda

nenhuma delas merece mais atenção do que as outras. Dignas

nota são aquelas teorias de que o Segundo Advento de Cristo, o f

do mundo ou outro acontecimento momentoso estão pressagiadpor vários degraus, várias junções de pedras, vergas de passagens

fissuras. Os livros sobre profecias da pirâmide apresentam a infe

tendência de exigirem uma revisão drástica quando o apocalip

profetizado não ocorrer no tempo previsto. Que o leitor julgue

validade da obra de Piazzi Smith, John Taylor, John Davidson, Edg

Stewart, Basil Steward e seus imitadores.

Embora as pirâmides sejam a manifestação mais augusta geometria sagrada no Egito, suas artes canônicas geometricamen

inspiradas impregnaram todos os artefatos sagrados. O título

"Fabricante-em-chefe de Vasos" dado a Imhotep demonstra que

exigia um grande geômetra para o desenho correto e

manufatura de utensílios sagrados. Produtos da arte egípcia

qualquer período são, com poucas exceções, reconhecid

instantaneamente como tal. O estilo foi praticado por mais de 3.0anos, até mesmo durante o período helênico posterior à conquista

país por Alexandre o Grande. As medidas canônicas e o sistem

proporcional, considerados como expressões de um ponto de vis

mágico do mundo, inibiram qualquer inovação. O papel do artista e

então, bastante diferente do de sua contrapartida moderna.

conceito do artista como uma personalidade criadora individual

absolutamente moderno. Como outros artesãos, a maioria descultores e pintores fazia parte de um grupo que aderia rigidamen

aos cânones artísticos ordenados previamente. Sua posição pode s

comparada à  dos desenhistas modernos de circuitos impressos

microprocessadores, que estão aprisionados a uma estrutu

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tecnológica de função que depende apenas das leis da eletrônica.

A exemplo das suas contrapartidas tecnológicas modernas,

artesãos do Egito antigo eram trabalhadores de precisão,

praticantes primitivos da crença universal de que os atos de magdevem ser realizados segundo um ritual preciso e imutável.

geometria subjazia a essas formas rituais.

A base técnica da geometria egípcia era impecável. Na verdade

sucesso posterior dos gregos antigos, com os quais hoje se assoc

prontamente a geometria, estava solidamente baseado

conhecimento e na técnica dos egípcios antigos. As práticas

geometria egípcia não estão perdidas, todavia, pois o grandespertar do interesse pelas antigüidades do Egito durante

último século levou à redescoberta dos seus fundamentos. Duran

as escavações destruidoras da estrutura da Grande Pirâmide,

Coronel Howard Vyse descobriu em uma das câmaras "muit

marcas similares às que foram encontradas em outras câmaras

também muitas linhas vermelhas que se cruzavam em ângulos reto

com triângulos eqüiláteros em preto, traçados ao lado 'intersecção'. talvez com o objetjvo de se obter um ângulo ret

Essas linhas e essas construções eram necessárias às art

maçônicas do corte da pedra, sua preparação e seu acabamen

Para qualquer método técnico de esboço, é necessário possuir um

base geométrica. O uso de linhas de intersecção para marcar o pla

de fundo de um entalhe foi sistematizado numa grade quadrad

Essa grade era um auxílio não só para a composição geral e paradesenho da obra, mas também servia para assegurar que as figur

humanas fossem executadas segundo as proporções corret

prescritas pelo cânone.

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As linhas mestras eram pintadas com um pincel ou feitas com u

cordão molhado em tinta vermelha e os traços eram esboçados co

um pincel feito de fibras vegetais ou um pincel de junco semelhanaos usados pelos escribas. O escultor cinzelava ao redor d

esboços e a escultura era então concluída com uma cobertura

gesso. Finalmente, era pintada com cores canônicas. Retângulos

raiz eram utilizados para determinar as dimensões principais d

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figuras numa estrutura originalmente quadrada. Assim, a simet

dinâmica impregnou-se canonicamente na escultura que reproduz

em suas dimensões todos os atributos sagrados da geometria. Isto

acrescentava ao seu conteúdo figurativo e simbólico. Essretângulqs eram facilmente construídos por geometria simples a pa

de uma grade quadrada que também possuía o significado simból

do mundo, de que o homem era o Templo. A geometria fundamen

da fundação do Templo era reproduzida microscopicamente em ca

entalhe canônico, segundo as fórmulas antigas do corpo do Temp

característica que podemos encontrar ao longo de toda a histó

registrada da arquitetura.Essa combinação de grade subjacente, de geometria sobrejacente

de forma externa é um conceito trifacetado da arte sagrada sem

qual as formas múltiplas mal podem ser compreendidas. Es

conceito três-em-um, encapsulado na Trindade-de Ísis, Horus

Osíris, ocorre ao longo de toda a arte canônica do Egito para a fren

Numa arte sagrada pode predominar a forma geométrica. tal tom

nas obras célticas ou nos padrões de azulejos islâmicos. Trata-se manifestação do segundo nível. Em geral, a manifestação visível

forma é suprimida. Essa geometria tem a característica de incorpo

em si mesma a metrologia sagrada do sistema qualquer que e

representa.

Uma característica da geometria sagrada que torna a ocorrer

longo do tempo é  a escolha de geometrias que são tão inclusiv

quanto possível. Uma geometria que inclui o quadrado, o círculovesica e o triângulo equilátero, bem como vários retângulos de raiz

a Seção Dourada, tem sido considerada como o microcosmo ideal

tumba do rei Ramsés IV do Egito é um exemplo típico. Ramsés

enterrado numa tumba cavada na rocha. não numa pirâmide, pois

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construção da pirâmide foi abandonada. A tumba cavada na roc

continha um sarcófago triplo. O sarcófago interior tinha a forma de u

quadrado duplo, o mais santo dos recipientes sagrados. Ao red

dele, o sarcófago intermediário tinha as dimensões de um retânguda Seção Dourada, ao passo que o sarcófago externo possuía do

retângulos da Seção Dourada iguais ao do sarcófago intermediário

tumba foi dimensionada numa projeção da geometria des

sarcófago triplo. Essa geometria harmônica, levada a um grau

perfeição altíssimo pelos gregos antigos, foi aplicada em toda a a

sagrada egípcia.

Os peitorais e outros amuletos mágicos encontrados em egípc

mumificados foram analisados geometricamente. Eles exibem es

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geometria que congrega o quadrado duplo e a Seção Dourada, fa

que demonstra a unidade da geometria sagrada egípcia desde

maior até o menor objeto sagrado.

5. A Geometria Sagrada Mesopotâmica e Hebraica

Embora o relato bíblico da destruição da Torre de Babei talvez se

uma lembrança popular deturpada do colapso que ocorreu durante

construção da Pirâmide de Meidum, a tradição da edificação

montanhas sagradas artificiais encimadas por templos tem raízsem dúvida na Babilônia. Seja qual tenha sido a origem descolapso lendário, havia com certeza na Babilônia um zigurate cuj

dimensões e cuja geometria têm sido reconstruídas com o auxílio

evidências documentais e arqueológicas. Desenhadas com

reproduções miniaturizadas do arranjo do universo, essas montanh

sagradas estavam orientadas para as quatro direções cardeais.

nome dado a elas, ziggurat, significava "pico dos deuses". Estima-

que os zigurates escavados nas cidades mesopotâmicas de Ur, Ur

e Babilônia mediam trezentos pés da base até o ápice. O zigurate

Khorsabad media 150 pés quadrados na hase e 135 pés de altu

desde o pavimento até a plataforma que o encimava.

A estrutura compreendia sete estágios, representando cada um de

os atributos de um dos planetas e pintado com uma das cor

planetárias. O zigurate de Nabu, em Borsippa (Barsipki), e

conhecido como a "Casa dos Sete Limites do Céu e da Terra"

representava a ligação cósmica que existe entre os planos terrestre

celestiaI. James Fergusson, em A History of Architecture in

Countries (1893), escreveu:

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"Esse templo, segundo a decifração dos cilindros que fora

encontrados em seus ângulos, era dedicado aos sete planetas

esferas celestes e seus estágios foram adornados, em conseqüênccom as cores de cada um deles. O mais baixo de todos, além de tu

ricamente apainelado, era preto, a cor de Satumo; o seguinte, laran

a cor de Júpiter; o terceiro era vermelho, cor emblemática de Marte

quarto, amarelo, pertencente ao Sol; o quinto e o sexto eram verde

azul, respectivamente, dedicados a Vênus e a Mercúrio; e o últim

talvez fosse branco, a cor pertencente à Lua, cujo lugar no sistem

caldaico era o mais elevado.”

A ligação cosmológica foi pesquisada pelo Professor Stecchini, q

acredita que o zigurate de sete estágios era uma representação

hemisfério setentrional da Terra, representando o nível do solo

equador e o ápice, o pólo. Na geografia grega, a área situada entre

equador e o pólo era dividida em sete zonas, cada uma menor do q

a anterior para compensar o grau de longitude cada vez menormedida quc se aproxima do pólo. A alegação de Stecchini de que

zigurate representava o hemisfério é   apoiada pelos tablet

cuneiformes que afirmam que cada nível do zigurate tinha uma ár

específica determinada por unidades padronizadas de medida

terra.

O tablete cuneiforme conhecido como Tablete Smith afirm

especificamente que cada terraço do zigurate da Babilônia possusua própria medida simbólica. Essa diferenciação possibilitou q

vários esquemas geométricos fossem incorporados ao edifício.

terceiro estágio era particularmente importante, porque foi construína forma de um quadrado com lados de seis côvados - uma unida

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fundamental da medida babilônica de terra. O ângulo de elevação e

vários pontos produz razões geométricas importantes, tais como

-1, ângulos fundamentais na agrimensura da terra, també

encontrados na Grande Pirâmide.Hermon Gaylord Wood, um metrólogo bostoniano, analisou a escr

cuneiforme como parte de sua grande pesquisa sobre a metrologia

o simbolismo antigos. Demonstrou que os caracteres dessa escr

derivaram da divisão duodecimal do círculo e que, de fato, es

divisão ainda é usada hoje no relógio e na bússola.

A influência da geometria egípcia e da magia caldaica

grandemente sentida pelos israelitas. Ao longo de toda a Bíbdescrevem-se em detalhe objetos e edifícios sagrados com mediçõprecisas que ali se diz terem sido dadas por Deus. A mais anti

dessas construções dimensionadas canonicamente é   a mitológ

Arca de Noé, descrita da seguinte maneira:

"Faze para ti uma arca de madeira alisada; farás nela uns pequeno

repartimentos, e betumá-Ia-ás por dentro e por fora. E eis aqui coma hás de fazer; ela terá trezentos côvados de comprimento, cinquen

de largura e trinta de altura. Farás na arca uma janela, e o teto que

há de cobrir será de um côvado; porás também nela uma porta a u

lado; e disporás um andar em baixo, um no meio e outro terceiro

andar.”

Gênese 6: 14-16.

Na tradição cabalística, a Arca de Noé é dividida em três andare

com 11 seções cada um, o que perfaz o número sagrado 33. A Ar

possui duas aberturas: a porta principal no andar mais baixo, p

onde as vidas animais passam para o plano da existência física

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uma janela pequena de um côvado no alto da cabeça, por onde

solto o espírito, simbolizado pela pomba.

Muitos praticantes do conhecimento oculto comentaram esse va

sagrado. Filo, o Judeu, afirma que a Arca de Noé   foi construísegundo o padrão do corpo humano. Heinrich Cornelius Agrip

concorda. E escreve:

"Dado que o homem é a mais bela e a mais perfeita obra de Deus

a Sua imagem, e também o menor dos mundos, ele, portanto, p

uma composição mais perfeita, e uma harmonia doce, e um

dignidade mais sublime contém e conserva em si todos os númerotodas as medidas, todos os pesos, todos os movimentos, todos

elementos, e todas as outras coisas que o constituem; e nele, de fa

está a habilidade suprema (...) além disso, o próprio Deus ensin

Noé a construir a Arca segundo a medida do corpo do homem e E

fez toda a estrutura do Mundo ser proporcional ao corpo do home

Portanto, alguns que escreveram sobre o microcosmo, ou sobre

homem, afirmam que o corpo mede 6 pés, um pé 10 graus, cada gr5 minutos; têm-se 60 graus, que fazem 300 minutos, aos quais s

comparados muitos côvados geométricos com que Moisés descre

a Arca; pois, como o corpo de um homem tem 300 minutos

comprimento, 50 de largura e 30 de altura, assim também a Arca e

longa de 300 côvados, larga de 50 e alta de 30.”

Em The Canon, William Stirling relaciona as medidas da Arca comtamanho do planeta Terra e com os cânones da cronologia segun

a história sagrada hebraica: "Se essa explicação for correta", escre

Stirling, "devemos imaginar, pelas proporções da arca, a vasta figu

de um homem, à   imagem e à   semelhança de Deus, cujo cor

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contém a medida do caminho do sol na eclíptica, o circuito da Terra

as órbitas dos sete planetas".

Esses esquemas cosmológicos podem ser encontrados ao longo

toda a arquitetura antiga, especialmente no Egito e na BabilôniaArca, embora seja principalmente um barco em que um homem jus

sua família e seu gado escaparam a um dilúvio que desabou sob

toda a terra, é   na verdade uma imagem cósmica do homem,

microcosmo que mais uma vez foi conformado ao padrão dado p

Deus. Aqueles que se ajustam ao esquema cósmico sobrevivem,

que não se ajustam perecem.

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Uma outra estrutura sagrada hebraica cujas dimensões, e p

conseguinte a geometria, foram precisamente delineadas foi

Tabernáculo. O Tabernáculo era um santuário portátil utilizado pepovo judeu durante as suas peregrinações pelo Sinai. Sen

basicamente um templo móvel modelado segundo protótip

egípcios, o Tabernáculo era colocado num pátio cuja geometria era

do quadrado duplo, com 100 côvados de comprimento por 50

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largura. Esse pálio era demarcado por uma cerca composta

estacas de 5 côvados de altura plantadas no chão a intervalos de

côvados. As estacas eram ligadas por cordões de linho dup

Construía-se então toda a planta baixa do Tabernáculo de acorcom uma grade quadrada modular de 5 côvados - método de esbo

usado no Egito, de onde os israelitas fugiram.

Dentro desse quaprado duplo, o Tabernáculo propriamente dito e

um quadrado triplo de 30 côvados de comprimento e 10 de largu

Suzs paredes eram construídas de pranchas de madeira de 1 1

côvado de largura e de 10 côvados de altura, agrupadas por fort

barras horizontais de madeira. Toda a estrutura era coberta de pecosturadas em faixas de 30 côvados de comprimento e 4 de largu

O Tabernáculo era colocado no pátio, orientado para o oeste, m

sua entrada era orientada para o leste, de maneira que, segun

Josefo, "quando o sol se erguesse, poderia pousar os seus primeir

raios sobre ele".

Essa orientação, comum na arquitetura sagrada de todo o mund

assegura que a estrutura do santuário esteja integrada diretamencom os fenômenos cósmicos. Isto é de importância fundamental pa

as épocas astronomicameme definidas para a realização de ritua

vitais. Como um microcosmo, era necessário que o templo

Tabernáculo refletisse diretamente em suas dimensões, s

geometria e sua orientação as condições e a estrutura

macrocosmo de que ele era a imagem e um meio de dirigir o aces

a ela. De fato, Josefo afirma que “essa proporção das medidas Tabernáculo era uma imitação do sistema do mundo".

 

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O interior do Tabernáculo estava dividido em dois compartimento

um esquema que foi copiado mais tarde no Templo construído eJerusalém sob as ordens do rei Salomão. O compartimento extern

chamado de Lugar Santo, era um quadrado duplo de 20 côvados p

10, ao passo que o compartimento interno, o Santo dos Santo

compreendia um quadrado simples. Como a altura do teto

Tabernáculo também fosse de 10 côvados, o Santo dos Santos e

assim um cubo perfeito.

No interior do Santo dos Santos estava o objeto mais sagrado d

 judeus, a Arca da Aliança. Como outros objetos judaicos sagrado

suas medidas exatas foram registradas. A Arca media 2 1/2 côvad

de comprimento, metade do módulo usado no esboço

Tabernáculo, e 1 1/2 côvado de largura e de altura. Stirling acredita

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que essas medidas tivessem significação cosmológica:

"Ela media 2 1/2 côvados de comprimento, ou 3 3/4 pés, ou 4

polegadas; sua largura e sua altura mediam 1 1/2 côvado, ou 2 1pés, ou 27 polegadas. Seu perímetro, era, então, o número místi

de 144 polegadas. Se a Arca fosse uma polegada mais grossa, o q

seria perfeitamente possível para uma caixa desse tamanho, se

conteúdo subiria para 24.860 polegadas cúbicas, ou o número d

milhas da circunferência da Terra.”

Essa interpretação fascinante, naturalmente, depende da antigüida

da polegada e da milha, um problema espinhoso tornado de difísolução pelas reivindicações extravagantes que têm sido feitas

tentativa de uma interpretação dos mistérios da Grande Pirâmide.

Outro objeto geometricamente determinado que era guarda

no Tabernáculo era a Mesa do Pão da Proposição, modela

segundo um protótipo egípcio. Essa mesa sagrada ficava do lado d

fora do véu que dividia o Tabernáculo, e, por conseguinte, não situava no Santo dos Santos. Suas dimensões eram 2 1/2 côvad

por 1 1/2 côvado e 1 côvado, uma razão de 5:3:2.

O Altar dos Sacrifícios era o equivalente externo da Arca da AliançFicava no centro do mais externo dos dois quadrados que formava

o Tabernáculo. A base desse altar era um quadrado de 5x5 côvado

o módulo modelo. Esse altar representava um dos dois pólos d

centro dos dois quadrados - cada um no seu próprio centro polaridade -, sendo que a combinação dos dois no pátio

Tabernáculo era a unidade de opostos inerente ao Deus suprem

Esse dimensionamento e esse esboço exatos de uma área sagra

propiciam-nos um raro lampejo do que existe de mais canônico

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geometria sagrada. Todo e qualquer objeto é   definido precisa

exatamente em termos de tamanho e situação, pois alterar qualqu

coisa redundaria num desastre.

A vida nacional dos judeus alcançou seu ponto culminante durantereinado de Salomão. Em 1004 a.C., o ato de coroação desse rei fo

ereção de um templo de adoração de Jeová. Como outros artefat

hebraicos sagrados, o desenho do Templo foi revelado divinamen

ao pai de Salomão, o rei Davi:

"E Davi deu a Salomão seu filho o desenho do pórtico, e o do

Templo, e das suas oficinas, e das suas salas, e dos seus aposento

interiores, e da casa da propiciação. E o desenho de tudo que ele

imaginara e das repartições da casa do Senhor.”

1 Crônicas 28.

As dimensões do Templo, bem como do Tabernáculo, ant

dele, foram detalhadas exatamente:

"E este foi o plano que lançou Salomão para construir a casa de

Deus, sessenta côvados de comprido pela primeira medida e de

largura vinte côvados.”

2 Crônicas 3.

O Templo homologava com um quadrado triplo o taman

do Tabernáculo e suas paredes eram revestidas de made

recoberta de ouro. O interior compreendia um lugar sagra

retangular, na forma de um quadrado duplo, e um Santo dos Sant

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conformado em um quadrado simples. O interior possuía 20 côvad

de altura, e o Santo dos Santos formava novamente um cubo.

No centro mesmo do Santo dos Santos ficava a Arca da Aliança, q

ocupara anteriormente o ponto central do Santo dos Santdo Tabernáculo. Em cada extremidade da Arca havia u

querubim dourado de asas abertas, de dez côvados de altura. Ess

dez côvados parecem ter sido o módulo de que derivaram

dimensões do Tem plo e eram o dobro do tamanho do Tabernácu

portátil.

A entrada do Santo dos Santos era fechada por uma porta de du

folhas, medindo cada uma delas dois côvados de largura. A entra

para o Templo possuía 5 côvados de largura e se abria de um pórti

que compreendia dois quadrados de 10x10 côvados. Era es

pórtico que suportava os dois pilares que posteriormente assu mira

grande significação no saber maçônico: Jachin e Boaz.

Cada pilar possuía 12 côvados de circunferência e era coroado p

um capitel em forma de lírio com 5 côvados de altura. Esse capirepousava sobre um castão de 3 côvados de altura que atra vessa

7 cadeias de romãs, 14 ao todo. O número místico 14 correspon

aos 14 quadrados de 10 côvados que constituem a planta baixa d

Templo; as 14 gerações tradicionais de São Mateus, de Abraão

Davi; e os 14 Passos Cristãos da Cruz. Novamente, o Temp

incorporava vários esquemas cosmológicos, condizendo com um

imagem do macrocosmo.Esse primeiro Templo de Jerusalém, o Templo de Salomão,

destruído em 585 a.C., quando os babilônios tomaram a cidade

expatriaram a maior parte da população como escravos. Quando

longo cativeiro dos judeus na Babilônia chegou ao fim, os cativos q

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retomavam encontraram o Templo demolido sobre o chão. O Livro

Esdras dá-nos o seguinte relato:

"No primeiro ano em que o rei Ciro reinou sobre o país da BabilôniCiro, o Rei, ordenou reerguer esta casa. E os vasos sagrados de

ouro e prata, que Nabucodonosor tinha levado da casa de Jerusalé(...) Ciro, o Rei, os trouxe do templo da Babilônia e eles foram

entregues a Zorobabel e a Sanabassarus, o governador (...) então

mesmo Sanabassarus deitou as fundações da Casa do Senhor em

Jerusalém (...) no primeiro ano de Ciro, o rei Ciro ordenou que a ca

do Senhor em Jerusalém fosse reconstruída, onde eles deviam

sacrificar em fogo contínuo. Cuja altura deveria ter sessenta côvado

e a largura sessenta côvados, com três fileiras de pedras esculpida

e uma fileira de madeira nova daquele país (... ).”

Assim, o segundo templo, construído sob ordens expressas

conquistador persa, era uma estrutura quadrada com lados de 6côvados. Altura é  um termo antigo às vezes usado para signific

comprimento, mas é possível que o templo tivesse a forma de u

zigurate. Fosse assim, ele devia apresentar quatro estágios ("fileira

de pedra e madeira talhada). Seja qual for a forma assumida pe

templo, suas dimensões estavam baseadas no velho templo, po

seu comprimento era de 60 côvados, excluindo-se o pórtico de Bo

e Jachin.Pouca coisa mais foi registrada a respeito desse templo, exceto q

todos os objetos sagrados que foram levados à   Babilônia

instalados no templo principal retomaram e foram novamen

utilizados nos serviços judaicos. A forma do segundo templo, u

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quadrado, não era característica dos judeus e deve ter origem pers

De acordo com o Talmude, o primeiro templo foi construído p

meios sobrenaturais e, segundo a Bíblia, por trabalhadores fenício

sob a direção de Hiram Abiff. Se o segundo templo foi de execuçpersa, sua variação em desenho pode ser responsável pela rapid

de sua ereção - durante o primeiro ano da libertação. Todavia, com

o primeiro templo, estava fadado a ser demolido por invasores.

No Primeiro Livro dos Macabeus está escrito. que "quando eles vira

o santuário deserto e o altar profanado e as portas queimadas e

arbustos crescidos nos átrios como numa floresta (...) rasgaram su

vestes e fizeram grande pranto e puseram cinzas sobre sucabeças". Todavia, as técnicas e o conhecimento envolvidos

reconstrução do Templo haviam sido perdidos e, em vez de

reedificarem, Judas Macabeu e seus homens demoliram as ruína

"Eles acharam melhor demoli-Io, temendo não viesse ele ser-Ihes u

motivo de opróbrio, por causa de o terem contaminado os gentio

assim eles o demoliram. E puseram as suas pedras no monte d

Templo num lugar propício, esperando. que surgisse um profeta q

lhes mostrasse o que fazer com elas.”

Isto mostra que a canhecimento da geometria sagrada exigida pa

erigir um novo edifício sagrado faltava ao piedoso mas profano ban

militar de Judas. Era necessário um profeta que fosse dotado d

conhecimento esotérico apropriado, mas ele não existia. Um temp

substitutivo não foi construído até a época de Herodes, que fez eriuma réplica exata do santuário de Salomão. Apenas uma parede d

Templo de Herodes está de pé, até hoje, na forma do famoso "Mu

das Lamentações"'. O templo em si mesmo foi demolido novament

desta vez pelos romanos na sua guerra colonial contra os judeus

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ano 70 d.C.

6. Grécia Antiga

"Com a harmonia, com a celestial harmonia

Teve início essa estrutura universal;

E, de harmonia em harmonia,

Percorreu todas as notas da pauta,

Culminando o diapasão no homem ao fina!.”Dryden, A Song for Sr. Cecilia's Day.

Os gregos antigos foram notáveis por sua abordagem pioneira

experimental do mundo. Numerosos filósofos elabararam teorias q

outros discutiram com argumentas ponderados e experiment

práticos. Nesse ambiente estonteante, uma descoberta importan

que exerceu grande influência sabre a geometria sagrada foi feita p

Pitágoras no século VI a.C. Ele descabriu que as cordas percutid

em um instrumento soavam em harmonia quando as suas extensõestavam relacionadas a uma outra por determinados númer

inteiros.

Pitágoras fizera a descoberta radicalmente importante de que os to

podem ser medidos em termos de espaço. Ele descobriu que consonâncias musicais podem ser expressas em razões de númer

inteiros. Por exemplo, se duas cordas vibram sob as mesm

condições, tendo uma a metade da extensão da outra, a afinação

corda menor será um diapasan (uma oitava) acima da maior. Se

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cordas possuírem uma razão de extensão 2:3, a diferença

afinação. será um diapente (uma quinta) e, se a razão de extens

for 3:4, a diferença será   um diatessaron (uma quarta). Ess

consonâncias pitagóricas são, assim, expressas em termos progressão simples 1:2:3:4, que contém, além do diapasan,

diatessaron e de diapente, a oitava-e-quinta, 1:2:3:, e duas oitava

1:2:4.

Quando este esquema foi redivulgado no século XVI da era cris

ele constituiu a base dos sistemas harmônicos da arquitetu

sagrada da Renascença. A descoberta de Pitágoras foi considera

em termos de uma revelação divina da harmonia universal. Todouniverso podia então ser explicado em termos matemáticos. A fim

conseguir mestria sobre esse universo, afirmavam os pitagóricos

homem devia descobrir os números que estão ocultos em todas

coisas. A revitalização dessa doutrina vinte e dois séculos depois

responsável pelo desenvolvimento explosivo da ciência q

reformulou o mundo em sua imagem moderna.

Os pitagóricos afirmaram que os números eram unidad

independentes que possuíam determinadas dimensões espacia

indivisíveis e eternas. Todavia, a despeito dessa teoria, eles fora

capazes de, na prática, perceber que as diagonais dos quadrado

por exemplo, não são mensuráveis em unidades inteiras. Pitágor

chamava esses números de "incomensuráveis". Mais tarde, númer

como V3 foram chamados de "irracionais", isto é, que não podem sexpressos em medida. De qualquer maneira, a idéia pitagórica d

unidades finitas foi rapidamente criticada por Zenão, que, por me

do seu famoso paradoxo, desacreditou a teoria.

Pitágoras afirmava que esses números e suas proporções era

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fundamentais para a estrutura de todo o mundo. O cubo era

perfeição culminante, pois é   impossível, em termos de geometr

clássica, ir além da terceira dimensão de comprimento, de largura

de altura.

Levando adiante o saber pitagórico sobre o número, Platão (428-3

a.C.), em seu Timeu, declarou que a harmonia cósmica está conti

em determinados números formados nos cubos e nos quadrados

proporção dupla e tripla que começam na unidade. Eles são criad

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por duas progressões geométricas - 1, 2, 4, 8 e 1, 3, 9, 2

Tradicionalmente representados com a letra grega lambda, el

impregnam a tradição geométrica européia desde a Grécia até a e

moderna. Para Platão, a harmonia do universo estava expressa esete números (o próprio 7 é um número místico): 1, 2, 3, 4, 8, 9, 27

figuras que abarcam os mistérios do macrocosmo e do microcosm

números adequados mais que todos os outros para incorporação

arquitetura sagrada.

Na sua prescrição para a fundação de uma nova cidade, Plat

afirmou que todos os detalhes exigiam a atenção mais dedicadDeclarou que os templos deviam ser erigidos ao redor de u

mercado e por toda a cidade em pontos elevados. A nature

geométrica do plano da cidade era dada por reconhecida. S

desenho geomântico devia ser regulamentado por uma Comiss

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Urbana dotada de poderes para proibir quaisquer alterações n

autorizadas. Acreditava-se que esse desenho geomântico q

governava a cidade devia ser essencial à felicidade dos habitante

Platão acreditava que o povo jamais conheceria a felicidade se desenhistas de suas cidades fossem artistas que não tomassem

divino como seu padrão.

Esse padrão divino, tal como apresentado na República de Platãera um esquema cosmológico que representa o microcosmo. A

mesmo o número de habitantes da cidade era ideal

5.040 moradores, que ocupavam o mesmo número de iates. Es

número é   quase universalmente divisível, sendo derivado multiplicação sucessiva dos números de 1 a 7, donde ser divisível p

todos os números de 1 a 10, bem como por 12. Todo o território q

rodeasse a acrópole devia ser dividido em 12 partes, mas

igualdade deveria ser assegurada pela condição engenhosa de q

os alotamentos de terra ruim deviam ser maiores do que

alotamentos de terra boa - uma tarefa difícil, se não impossível.

República era um microcosmo alegórico em todo sentido. Todos

seus atributos geométricos e numerológicos refletem o ideal divin

cuja consumação, se conseguida, uniria o homem ao universo -

que sempre foi o objetivo final dos mágicos e dos alquimistas.

O geômetra mais famoso de todos os tempos, Euclides, e

naturalmente, grego. Sua obra, conhecida como Elementos, torno

se o manual da geometria até   este século. Nela; por meio teoremas e provas, as relações básicas da geometria foram definid

de maneira racional. Sua geometria era puramente teórica e pod

representar a primeira vez na história que a teoria foi estudada em

mesma e não como parte integrante de uma praxis. Em Euclides

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geometria prática está diretamente relacionada às razões do núme

inteiro que eliminam qualquer necessidade de medir ângulos. Assi

até a Renascença, quando número e medição angular se tornara

importantes para a artilharia, as razões do número inteiro erainvariavelmente empregadas na arquitetura sagrada.

No seu livro A History of Architecture in All Countries, Jam

Fergusson escreve:

"O sistema da proporção definida que os gregos empregavam n

desenho dos seus templos foi outra causa do efeito que el

produzem sobre as mentes incultas. Para eles não só   a altu

deveria' ser igual à largura, ou comprimento duas vezes a largura

mas toda e qualquer parte devia ser proporcional a todas as part

com que ela se relacionava, em alguma razão tal como 1 para 6,

para 7, 3 para 8, 4 para 9, ou 5 para 10, etc. A medida que

esquema avança, esses números tornam-se consideravelmen

altos. Nesse caso, eles revertem para alguma razão simples, como 4 para 5, 5 para 6, 6 para 7, e assim por diante.”

Essa proporção não está tão evidente, em nenhum outro lugar, com

no Partenon, em Atenas. Esse magnificente templo pagão, agora e

ruínas, foi construído como substituto de um templo menor de Aten

que fora destruído pelos persas em 480 a.C. Por ter sido construísobre as fundações de. um templo mais antigo, que por sua vetambém substituíra uma Sala do Trono micênica, o Partenon

projetado mais como medidas micênicas do que com o usual

grego. As dimensões principais foram tão bem escolhidas q

correspondiam a números redondos em pés tanto gregos quan

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micênicos, uma tarefa não de todo difícil, já que as medidas est

relacionadas na razão 10:9. Essa relação simples é freqüentemen

encontradiça em medidas relacionadas, tais como os pés galese

ingleses e saxões.A geometria do Partenon foi tão bem planejada, que incorpora

todas as medidas significativas. Suas dimensões fora

meticulosamente registradas por Francis Cranmer Penrose, u

arquiteto inglês que mediu o templo com uma precisão que conside

até  mesmo um milésimo do pé   inglês. Penrose determinou que

Partenon não foi construído com linhas retas, mas utilizou curv

matemáticas sutis na sua estrutura. Assim, o Partenon represenoutra ordem de geometria, algo quase fora do comum. Penro

determinou que existem similaridades essenciais entre as estrutur

geométricas do Partenon e da Grande Pirâmide. As elevações d

fachadas do Partenon foram determinadas pela Seção Dourada e

lados foram baseados no fator phi. O Professor Stecchini calcul

que os desvios mínimos encontrados nas bases tanto do Parten

quanto da Grande Pirâmide foram cometidos deliberadamente e n

eram resultado de pequenos erros de cálculo. Na sua opinião,

relação entre (I) e phi na extremidade e no lado do Partenon é u

paralelo daquela que existe entre a face norte da Pirâmide (I) e

lado oeste phi.

A largura das fachadas do Partenon era tal, que indicava u

segundo de um grau no equador. Assim, as partes individuais destrutura, todas comensuravelmente proporcionais em relação

geometria subjacente a todo o edifício, eram proporcionais

dimensões da própria Terra. A harmonia divina, assim engendrad

integra o edifício com o cosmos. Ele se torna parte integrante d

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harmonia global do mundo e é, dessa maneira, um receptácu

perfeito para adoração. A necessidade tríplice de um temp

funcional - orientação, geometria e medida - estão presentes

Partenon e em qualquer outro edifício verdadeiramente sagraplantado em qualquer canto da Terra. Esse grau de integração não

conseguido por meio de nenhum outro método.

A geometria impregnou toda a esfera da vida grega. A conex

íntima entre a forma geométrica e a história sagrada pode ser vis

no problema supostamente insolúvel da duplicação do cubo. O

délios, que, na época de Platão, estavam sendo vitimados por um

peste, consultaram o oráculo para cons,eguirem um meio de dela libertarem. O oráculo ordenou-Ihes duplicar um dos seus altar

cúbicos. Dirigiram-se então aos geômetras da Academia e lh

pediram resolvessem o problema como um assunto de urgênc

nacional. Na verdade, trata-se de um problema insolúvel pel

métodos clássicos da geometria e, por conseguinte, está excluído

categoria da geometria sagrada. É   um equivalente em term

geométricos do extrair a raiz cúbica de dois, que não pode s

expressa em termos de números inteiros nem em termos de raízquadradas de números inteiros. O fato de esse problema ter sid

proposto pelo oráculo indica a seriedade com que a geometria esta

investida na Grécia. A observância correta da forma geométrica

arquitetura sagrada era um ato mágico que. poderia livrar um país

uma dificuldade.

A duplicação do cubo foi mencionada num drama teatral grego, ago

perdido. O geógrafo Eratóstenes, que utilizou esse conhecimen

geométrico para medir o tamanho da Terra, relata numa carta escr

ao rei Ptolomeu IIl do Egito que um dos poetas trágicos antigos

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refere ao problema. Na peça, ele apresenta o rei Minos sobre o pal

erigindo uma tumba para seu filho Glauco, e então, percebendo q

a estrutura era muito insignificante para um mausoléu real, orden

"duplicá-Ia mas preservar-lhe a forma cúbica".Esses dois exemplos enfatizam a importância do volume

arquitetura sagrada egipto-grega. Como as dimensões internas d

cofre colocado dentro da Grande Pirâmide, a capacidade d

estruturas sagradas merecia consideração primária. Exempl

posteriores da Europa medieval e renascentista também mostra

que a capacidade era o fator mais determinante. As dimensõinternas eram sempre estipuladas no desenho das igrejas e dcapelas, ao passo que geometria sagrada elevacional era aplicada

elevações exteriores. O "problema délio", como ficou conhecido,

duplicação do cubo foi reduzido por Hipócrates de Chios a um

questão de geometria plana, isto é, à   descoberta de du

proporcionais entre duas linhas retas, a maior das quais deve ser

dobro da menor. Esse foi mais um dos problemas teóricos pel

quais Euclides e seus seguidores se tomaram conhecidos. Ele levo

à descoberta das seções cônicas.

Já neste período tão primitivo, esse interesse literalmente acadêmi

pela geometria dividia o assunto em duas disciplinas distintas,

prática e a matemática. Ao passo que havia (e ainda há) uma gran

coincidência entre as geometrias sagrada e matemática, as raízes

cisma podem ser encontradas nos esforços feitos pelos filósofgregos na tentativa de resolver os problemas geométricos do orácu

A beleza da arte grega foi o resultado prático das meditações d

filósofos. Naqueles tempos, quando a reverência pagã  antiga pa

com o mundo ainda não havia sido superada pela espoliação a to

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custo que caracteriza a civilização industrial, todo obje

que passasse pelas mãos dos artesãos continha propriedad

sagradas. O artesão, diferentemente da sua contrapartida moder

da linha de produção, estava consciente da natureza sagrada dmateriais com que trabalhava e da sua responsabilidade com

fiduciário do material que manipulava.

Porque toda a Terra era sagrada, os materiais também era

sagrados e, assim, a modelagem era um ato de adoração. E

imperativo que o artesão trabalhasse com o melhor da sua habilida

e em concordância com os materiais de que dispunha; assim,

aplicação da geometria sagrada era absolutamente natural. Os vasgregos requintadamente belos foram analisados por geômetr

modernos tais como Caskey e Hambidge, que descobriram que el

foram desenhados de acordo com construções complexas m

harmoniosas de geometria de Seção Dourada. Fazer vasos

utensílios sagrados de acordo com a geometria sagrada assegura

a sua função correta não só nos arredores do templo, cuja geomet

eles ecoavam, mas também no contexto secular. É só nos temp

modernos que a geometria sagrada foi relegada, primeiramente

esfera estreita do desenho de edifícios sagrados, e depo

completamente abolida em função de objetivos prático.

7. Vitrúvio

"A necessidade do arquiteto é criar aquele uníssono de partes e

detalhes que nas melhores edificações de todos os tempos remonto

miraculosamente os processos imaginativos a quantidades

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matemáticas e a contextos geométricos.”

Erich Mendelsohn (1887-1953)

Marcus Vitruvius Pollo, comumente conhecido como Vitruvi

[Vitrúvio], foi um arquiteto e engenheiro romano que trabalhou

primeiro século antes da nossa era. Foi autor de um tratado teórico

técnico detalhado que sobrevive como a mais antiga e a ma

influente de todas as obras sobre a arquitetura.

A posição de Vitrúvio como o arquiteto mais influente de todos

tempos é atestada pelo seguinte fato. Durante séculos, as instruçõdetalhadas forneci das nos Dez Livros de Arquitetura foram seguid

mais ou menos fielmente em toda a extensão de tempo coberta pe

Império Romano. Após a queda desse Império, as formas bárbar

de arquitetura foram introduzidas e as instruções canônicas

Vitrúvio foram largamente ignoradas ou deturpadas.

Após quase um milênio de obscuridade, a redescoberta de su

obras anunciou a renascença na arquitetura, quando seu livro tornose repentinamente a autoridade principal consultada pelos arquiteto

Seus preceitos foram a partir de então aceitos como sacrossanto

Na verdade, os maiores arquitetos da Renascença na Itália - Migu

Ângelo, Bramante, Vignola e Palladio - foram todos eles estudios

ardorosos da obra de Vitrúvio e cada uma de todas as suas obra

primas deriva diretamente dos sistemas proporcionais enumerad

por Vitrúvio.

Os Dez Livros escritos por Vitrúvio são um cômputo completo d

arquitetura, desde a educação inicial do arquiteto, passando pel

princípios fundamentais da arte, da localização geomânticad

templos e das cidades, das casas para moradia, dos materiais e d

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formas de arquitetura, até a pintura, a maquinaria e as artes militare

Segundo Vitrúvio, a arquitetura depende da ordem, do arranjo,

curritmia, da simetria, da propriedade e da economia. A orde

proporciona a medida exata das partes de uma obra consideradIsoladamente e da concordância simétrica das proporções de todo

edifício. O arranjo envolve a colocação das coisas em sua orde

própria, sendo as suas formas de expressão a planta baixa,

elevação e a perspectiva. Inclui a utilização sucessiva apropriada d

compassos e da régua, o artifício fundamental do geômetra.

A eurritmia consiste na beleza e na conveniência no ajustamento d

partes. Vitrúvio afirma que quando se consegue a comodulaçperfeita (a ligação de todos os elementos arquitetônicos com o to

por meio de um sistema de proporção), consegue-se também

eurritmia. Isso nem sempre era possível por razões técnicas, mas

simetria dinâmica, um conceito encontrado nos escritos de Platãprovou ser freqüentemente um substituto aceitável. Na simet

dinâmica, embora os elementos lineares não sejam comensuráve

as superfícies construídas sobre eles podem ser comensuráve

encadeadas por meio de uma proporção racional.

A simetria é a concordância justa entre as partes da própria obra e

relação entre os diferentes elementos e todo o esquema geral d

acordo com uma determinada parte escolhida como padrão. Assi

no corpo humano, Vitrúvio demonstra a harmonia simétrica q

existe entre o antebraço, o pé, a palma, o dedo e outras partmenores. Compara essas partes às partes de um edifíccontinuando a antiga tradição do edifício sagrado visto em termos

corpo de um homem e, assim, em termos do microcosmo.

Vitrúvio define a propriedade como aquela perfeição de estilo q

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surge quando uma obra é   construída peremptoriamente segun

princípios canônicos. A propriedade emana da prescrição, d

métodos aceitos para a construção dos templos dos deuse

Vitrúvio deve ser agradecido pela preservação dessas formprescritas: pelos edifícios em campo raso, abertos para o céu, e

honra de Júpiter, do Raio, dos Céus, do Sol ou da Lua; para Minerv

Marte e Hércules, a Ordem Dórica; para Vênus, Prosérpina, Flor

para a Água da Fonte e para as Ninfas, a Ordem Coríntia; e pa

Juno, Diana, Baco e outros deuses, a Ordem Jônica. A propriedad

todavia, também podia ser conseguida pela ereção de templos e

terrenos saudáveis onde existissem fontes convenientes. Osantuários deviam ser construídos nessas fontes e este era um d

princípios fundamentais para templo que sublinhavam o que agora

conhecido como geomancia. A propriedade também era consegui

nos edifícios pela orientação apropriada, de maneira que a l

pudesse ser utilizada para o benefício supremo de todos.

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A economia, O último princípio de Vitrúvio, é auto-explicativa. Tod

as suas máximas ecoam o funcionalismo realístico do mundo antigconcedendo todas as condições antes de se decidir sobre a forma d

um edifício enquanto sob o controle global da geometria sagrad

Assim. conseguia-se uma síntese de natural e artificial, terreno

celeste, um equilíbrio a que o movimento ecológico moderno es

tentando chegar com muito esforço. Vitrúvio, embebido na harmon

geomântica antiga entre o homem e o mundo, viu o desenho d

edifício em termos do corpo de um homem. Os desenhos bastanconhecidos que mostram o corpo de um homem superposto a um

geometria são conhecidos até   hoje como o Homem Vitruvian

Todavia, nem todo arquiteto vitruviano trabalha com as proporçõdo corpo de um homem. Elas estão reservadas aos templos.

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estrutura do teatro e da cidade, construções com funçõmaterialmente diferentes, está   relacionada à   forma conceptual

mundo e é mais radial do que linear.

A construção do teatro - pela primeira vez dada por escrito pVitrúvio, mas certamente de uma antigüidade maior - demonstra

sua natureza como um microcosmo do mundo. Essa idéia

retomada na Renascença e cultuada no "Todo o mundo é um pal

(...)" de Shakespeare, e, na verdade, fisicamente, nesse teatro t

adequadamente chamado Globo. A estrutura do teatro prescrita p

Vitrúvio era a seguinte: "Tendo fixado o centro principal, desenh

uma linha de circunferência equivalente ao perímetro da base e neinscrever quatro triângulos eqüiláteros, a distâncias iguais e tocan

a fronteira do círculo, como fazem os astrólogos na figura dos do

signos do zodíaco, quando eles estão procedendo aos cálculos

harmonia musical das estrelas". A partir desse esboço de

triangulum, as várias partes essenciais do teatro eram proporciona

Mesmo o cenário era baseado no triângulo, em "peças triangular

de maquinaria que giram, cada uma delas com três faces decorad

(...) Há   três espécies de cenas, uma chamada trágica, a segund

cômica e a terceira satírica (...)". Até   mesmo os event

representados nesse teatro estavam divididos em três.

Todavia, este não foi o único tipo de teatro descrito por Vitrúvio.

teatro grego baseava-se mais em três quadrados do que em quat

triângulos, uma geometria duodécupla alterada que propiciava umdistribuição alternativa dos elementos que guardava a nature

diferente dos dramas ali representados.

O pronunciamento de Vitrúvio sobre a geometria grega talvez seja

mais expressiva das suas exposições sobre a função da geomet

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sagrada e sobre sua posição na corrente principal do pensamen

hermético:

"As diversas partes que constituem um templo devem estar sujeitàs leis da simetria; os princípios dessa simetria devem ser familiar

a todos os que professam a ciência da arquitetura. (...) A proporção

a comensuração das várias partes constituintes com o todo e

fundamento da existência da simetria. Pois nenhum edifício pod

possuir os atributos da composição em que a simetria e a proporçnão sejam observadas; e aí nem existe a conformação perfeita d

partes que se pode observar num ser humano bem formado (.

portanto, a estrutura humana parece ter sido formada com

propriedade, que os muitos membros são proporcionais ao todo.”

A obra de Vitrúvio sobre a arquitetura foi uma tentativa de compi

um compêndio completo do conhecimento aplicado. Com es

objetivo, ele expôs não só   a geometria sagrada das partes dedifícios e a sua relação com edifícios inteiros, mas também

planejamento de cidades. Após descrever os atributos para o sítio

uma cidade, enumera os pontos que a cidade ideal deve conte

Naturalmente, sua cidade baseava-se numa geometria rigorosa, ma

sendo um esquema ideal, nunca foi construída durante a duração

Impé rio Romano. Mil e quinhentos anos deveriam passar antes q

essa cidade planejada fosse iniciada.

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A Cidade Vitruviana, como é  conhecida, foi planejada sobre umforma octogonal. Esse desenho opõe-se ao modelo das colôni

romanas então predominante, que era um retângulo quartado.

cidade octogonal dividia-se de acordo com os "ventos". Vitrúvio le

muito a sério o conceito dos oito ventos, embora possa tê-Io fe

para ocultar uma doutrina mais esotérica da geometr

Tradicionalmente, as oito direções do compasso eram denominad

segundo um "vento". Esse sistema ainda estava em uso na Itália século XVII da nossa era em instrumentos de agrimensura. U

circunferentor feito em Modena em 1686, que está agora no Mus

da Ciência, em Londres, exibe um mostrador de bronze sobre o qu

foram gravados os nomes de 32 ventos, um desenvolvimen

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daqueles usados na época de Vitrúvio.

A fim de dividir o círculo para determinar as direções dos oito vento

Vitrúvio utiliza um método clássico da geometria. Como o Manasa

Shilpa Shastra hindu, o omphalos original de que derivou a geometé  marcado por um gnômon. Esse ponto central era marcado e

Atenas pela Torre dos Ventos octogonal. Vitrúvio fornece instruçõprecisas:

"Por volta da quinta hora da manhã, tomar a extremidade da somb

projetada por esse gnômon e marcá-Ia com um ponto. Depo

abrindo-se o compasso para o ponto que marca a extensão d

sombra do gnômon, descrever um círculo a partir do centro. À tard

olhar a sombra do gnômon à medida que ela aumenta e, quando e

tocar a circunferência do círculo e a sombra for igual em extens

àquela da manhã, marcá-Ia com um ponto. A partir desses do

pontos descrever com seus compassos arcos interseccionantes

através de sna intersecção e o centro, traçar uma linha em direçãocircunferência do círculo; eis o diâmetro que deve separar os quart

do norte e do sul. Depois, utilizando-se a décima-sexta parte

circunferência do círculo como diâmetro, descrever um círculo (...)

partir dos quatro pontos assim descritos, traçar linhas q

interseccionam a circunferência de um lado a outro. Assim, terem

uma oitava parte da circunferência para Auster e outra pa

Septentrio. O resto da circunferência é então dividido em três partiguais em cada lado e temos então desenhada uma figura igualmen

partilhada entre os oito ventos.”

A geometria aqui estava diretamente relacionada às condiçõ

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astronômicas do dia escolhido para a fundação da cidade. Como

dia fora escolhido de acordo com aspectos astrológicos auspicioso

o esboço estava por conseguinte diretamente relacionado àquel

aspectos, reproduzindo a velha máxima do "acima, como abaixoComo a República de Platão, a Cidade Vitruviana era mais um ide

cósmico do que uma realidade concreta sobre a terra. Como em tod

arquitetura mística anterior ao nosso século, o aspecto numino

simbólico era considerado a forma verdadeira, ao passo que

manifestação material era vista como uma simples sombra da su

contrapartida espiritual. A geometria sagrada possibilitava

arquiteto a criação de um instrumento funcional em que poderiam sutilizados ao máximo muitos atributos da forma esotérica aos níve

psicológico e espiritual. Freqüentemente, as exigências

construção obrigavam o resultado final a sair fora desse ideal, m

ocasionalmente todos os fatores estavam presentes e surgia ent

uma obra-prima. Tais obras-primas seriam os modelos da mística

Renascença mil e quinhentos anos depois.

8. Os Comacinos e a Geometria Sagrada Medieval

Through good gemetry,

Thys onest craft of good masonry

Was ordeynt and made in thys manère,Y-cownterfetyd of thys clerkys y-fere;

At these lordys prayers they cownterfetyd gemetry,

And gaf hyt the name of masonry

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Far the most oneste craft of alIe.

Ars Gemetrie (século XIV).

Quando o Império Romano Ocidental sucumbiu aos ataqu

violentos de ondas sucessivas de bárbaros migrantes, a ereção d

obras arquitetônicas em larga escala foi interrompida. Não havia ma

nenhuma estrutura político-econômica para planejar ou pag

grandes obras cívicas ou eclesiásticas e, por conseguinte;

habilidades bastante desenvolvidas que existiam antes foram-

reduzindo gradualmente. Embora o conhecimento vitruvia

sobrevivesse intacto nos reinos de Constantinopla, ele foi totalmen

extirpado do Ocidente, que tomou uma direção diferente.

Com a influência bárbara, as formas clássicas puras de Rom

transformaram-se gradualmente numa arquitetura radicalmen

diferente - a medieval. O Colégio de Arquitetos de Rom

cuidadosamente controlado, fora dispersado e idéias e influênci

individuais foram assimiladas. Com a perda de uma autoridacentral, grupos autônomos de homens com conhecimen

arquitetônico reuniram-se numa espécie de federação de pedreir

artesãos - os antecessores dos franco-maçons medievais q

tiveram controle exclusivo sobre a construção das catedra

posteriores. De acordo com a antiga tradição maçônica, membr

refugiados do dispersado Colégio Romano de Arquitetos fugira

para Comacina, uma ilha fortificada do lago de Como, na Itália, onresistiram durante vinte anos às incursões dos lombardos que ent

estavam invadindo o país. Quando finalmente foram subjugados,

reis lombardos tomaram os ar quitetos a seu serviço pa

assessorarem a reconstrução. A partir desse centro, afirma a lend

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os maçons, chamados de comacinos por causa do seu refúg

fortificado, espalharam-se por toda a Europa ocidental e setentrion

construindo igrejas, castelos e obras cívicas para os governantes d

estados nacionais nascentes que se seguiram ao Império Romano.Os comacinos estavam certamente a serviço de Rotharis, um r

lombardo, que a 22 de novembro de 643 fez publicar um ed

relativo, entre outras coisas, aos comacinos. O título do Artigo 14

desse edito era Dos Mestres Comacinos e seus Colégios. O Artig

144 dispõe: "Se uma pessoa qualquer empregar ou contratar um o

mais mestres comacinos para desenharem uma obra (...) e acontec

de um comacino ser morto, o proprietário da casa não seconsiderado culpado". Pode-se inferir daí   que os comacin

constituíam um poderoso corpo contra o qual o rei achava que se

súditos deveriam ser protegidos. Joseph Fort Newton, em seu liv

maçônico The Master Builders, fala de uma pedra gravada no a

712 que, mostrava que a guilda dos comacinos estava organizad

em três classes: discipuli e magistri sob as ordens de um gastald

um Grão-mestre.

Como qualquer outro grupo de técnicos dotados de habilidad

apreendidas, os comacinos ocupavam uma posição de poder e d

influência. Na Europa Setentrional, onde estavam estampados tod

os sinais da prática arquitetônica romana, era solicitada a práti

comacina. Como os magos, os adivinhos, os astrólogos e

geomantes que cercavam a corte, nenhum rei respeitado da Idaddas Trevas podia ficar sem seu séquito de comacinos. Durante s

reinado, eles construíam seus palácios, suas capelas e suas igreja

por ocasião de sua morte, impressionantes mausoléus como os d

Teodorico em Ravena, na Itália, ou o de Etevaldo em Repton, n

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Inglaterra. Essas igrejas e esses mausoléus eram o repositório d

conhecimento dos comacinos sobre a geometria sagrada.

O venerável Bede, em suas Lives ot the Abbots, conta-nos que, n

ano 674, o rei Ecgfrith da Nortúmbria decidiu construir um mostepara Benedito, o homem santo local. Para tanto, doou 8.400 acres

seu próprio estado em Wearmouth. "Após não mais de um ano d

fundação do mosteiro, Benedito cruzou o mar e veio a Gaul

procurou, encontrou e levou de volta com ele os maçons q

deveriam erigir para ele uma igreja no estilo romano, de que e

sempre gostara".

As igrejas de pedra da Nortúmbria e as obras-primas erigidas após

renascença instigadas pelo imperador Carlos Magno apresentam u

desenvolvimento gradual em complexidade e sofisticação. Um pon

de referência capital neste processo é a Capela Palatina de Aache

(Aix-Ia-Chapelle). Uma igreja redonda, baseada no octograma,

capela apresenta um retorno das influências do Império Oriental, q

naquela época ainda florescia ao redor de ConstantinopIa. Todav

igrejas contemporâneas na Inglaterra apresentam uma ba

geométrica mais simples. A análise de muitas igrejas saxônicas

Essex demonstrou que retângulos de raiz 3, 4, 5, 6 e mesmo 7 era

gerados para as plantas baixas por meio de um método simples

construção. As igrejas de Inworth, Strethall, Chickney, Hadstoc

Little Bardfield, Fobbing, Corringham e White Roding possue

razões comprimento: largura que se aproximam da raiz 3. proporção geométrica, incomum em tempos posteriores, era

resultado do esboço dos fossos da fundação por meio de uma cord

 justamente como a prática egípcia antiga.

A orientação da linha do centro era determinada pela observaç

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direta do nascer-do-sol no dia do padroeiro. O maçom mest

demarcava a largura pré-estabelecida da igreja ao sul da linha d

centro. Um assistente caminhava então para a extremidade norte d

mesma linha, arreando a corda. Depois, traçava-se um quadrado do quadrado, uma diagonal. A diagonal era esboçada como

comprimento, fazendo-se um retângulo de raiz 2. A diagonal des

retângulo era então tomada com a corda e dessa maneira se obtin

um retângulo de raiz 3. O retângulo da planta baixa da nave pod

então ser completado, usando-se a corda para medir a igualdade d

diagonais.

Esse método parece-nos ser peculiarmente saxão, pois as igrejnormandas posteriores da área foram construídas geralmente co

base no quadrado duplo ad quadratum. Os maçons de Carlos Mag

utilizaram os métodos adotados posteriormente pelos normandos

esses métodos "bárbaros" de geometria sagrada foram relegados

arena da arquitetura secular vernacular. A arquitetura de CarI

Magno e as suas imitações foram uma revitalização consciente

corrente principal dos métodos romanos, utilizados na famo

igreja redonda de San Vitale em Ravena, na Itália. Essa estrutu

microcósmica, cujo objetivo foi demonstrado aos cognoscenti por u

ladrilho feito na forma de um labirinto, foi construída no século VI p

maçons de Constantinopla que haviam absorvido a geomet

asiática e alguns dos seus métodos de construção. Todavia, foi

muitos séculos depois que um influxo de idéias árabes foi combina

com uma consciência romana desenvolvida para criar as grand

catedrais do período gótico.

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A infusão de idéias emprestadas do mundo islâmico marc

um desenvolvimento importante na história da arquitetura sagrad

ocidental. As idéias e a práticas geométricas do mundo clássi

tardio foram aprendidas pelos árabes quando eles conquistara

cidades universitárias de importância vital como Alexandria muit

séculos antes. Textos como os Elementos de Geometria de Euclid

foram traduzidos para o árabe e aplicados à nova arquitetura sagra

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exigida pela nascente fé do Islã. Grandes progressbs em astronom

arquitetura e alquimia foram conseguidos pelos árabes, que ant

estavam muitos séculos atrás de suas contrapartes européias.

Por volta do século XI, todavia, com a emergência de estadnacionais relativamente estáveis, as técnicas de construção

Europa chegaram a um alto ponto de perfeição no estilo românic

sobrepujando até mesmo as melhores obras apresentadas pelo vel

Império Romano. A construção com largos arcos fora dominada e

construtores haviam aperfeiçoado tanto as junções de argamass

que um cronista do século XII comentou que as pedras da cated

de Old Sarum. iniciada em 1.102, estavam tão bem colocadas, qse poderia pensar que toda a obra fora feita com uma única rocha.

A esse elevado nível de perfeição somou-se um novo elemento -

arco pontiagudo, uma revolução geométrica originária da arquitetu

sagrada islâmica. Afirma-se que o arco pontiagudo teve origem,

Europa, no mosteiro beneditino italiano de Monte Cassino, construíentre 1066 e 1071. Alguns, se não todos eles, dentre os maçons q

trabalharam nesse projeto eram cidadãos de Amalfi, uma repúbli

comercial italiana que possuía postos comerciais em lugares t

distantes quanto Bagdá. Com esse intercâmbio, foi só uma quest

de tempo até  que os segredos da geometria dos maçons árab

fossem incorporados à arquite'ura sagrada ocidental para formare

um novo estilo transcendente - agora conhecido universalmente p

gótico, nome pejorativo que lhe foi dado no século XVIII.O arco pontiagudo que introduziu essa revolução é produzido pe

intersecção de dois arcos. Em sua forma perfeita, esse arco émetade posterior do vesica piscis. É estranha a coincidência de que

patrono de Amalfi seja Santo André. Aquilo que é tido como su

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relíquias ainda repousa lá e sua efígie dourada segura um peixe -

emblema do vesica.

Embora os pacíficos comerciantes de Amalfi importassem o ar

pontiagudo, os ou'ros segredos maçônicos do Islã   não foraconseguidos sob a égide do comércio. A 27 de novembro de 1095

Papa Urbano II conclamou a cristandade a liberar os lugares santos

devolvê-Ios ao cristianismo. Milhares de homens piedoso

sacerdotes, monges, mercenários, soldados regulares e oportunist

atenderam ao chamado do Pontífice. A Primeira Cruzada

surpreendentemente bem sucedida. Nicéia foi capturada em 1097;

ano seguinte caiu Antióquia e a 15 de julho de 1099 a cidade sande Jerusalém rendeu-se aos exércitos do Cristianismo após um cer

de apenas seis semanas.

Com esse sucesso sem precedentes, os "francos", como era

conhecidos os cristãos ocidentais, prosseguiram na obra

consolidação de suas conquistas. Como na Inglaterra, trinta ano

antes, o país conquistado foi tornado seguro para os novos senhor

por meio do reforço de velhos castelos e com a construção de nov

em pontos estratégicos por todo o país. Os maçons empregad

para a construção desses castelos utilizaram o trabalho escravo, q

sem dúvida incluiu uma proporção de maçons árabes, pois se

desenhos incorporam muitas características desconhecidas d

artífices europeus.

A elasticidade e o entusiasmo dos maçons daquele período smostrados pela rapidez espantosa com que as novas idéi

conquistaram a Europa. A estrutura complexa da abóbada de ped

reforçada com traves, conhecida apenas na Pérsia e na Armên

antes do ano 1100, foi utilizada na distante Catedral de Durham

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em 1104. Fm Gales, a Abadia de Neath foi construída por um d

maçons do rei Henrique I, Lalys, um prisioneiro de guerra sarracen

Suas téc nicas, aprendidas no Oriente Médio' de uma tradiç

isolada, foram sem dúvida transmitidas aos maçons ingleses galeses que trabalharam com ele nesse projeto.

Outro elemento importante na nova síntese foi a redescoberta d

obras de Euclides, o geômetra grego antigo. Sua obra fo

considerada perdida para a Europa com a queda do Império Roma

e sobrevivera apenas nas traduções árabes. Por volta de 1120,

eru dito inglês Adelard of Bath fez uma tradução dos Element

do árabe para o latim, que os tornou acessíveis pela primeira vaos geômetras e maçons europeus. O modo de transmissão des

obra seminal para a Inglaterra não é conhecido, mas os Cavalheir

Templários, que eram o repositório de muito do saber arca

tradicional, podem tê-Ia obtido de uma fonte conquistada. Edward W

Cox, um geômetra de Liverpool, escreveu em 1890:

"Durante o período das Cruzadas, muitas das regras e muitos d

mistérios conhecidos nos tempos clássicos parecem ter si

reorganizados. A influência da ocupação da Síria sobre a arquitetu

européia é muito marcada e maravilhosa. Não só incontáveis igreja

castelos e outros edifícios foram erigidos na Palestina pel

invasores com a ajuda dos habilidosos operários sírios, mas també

os Templários e outras ordens militares e religiosas, que constituíraestabelecimentos na Europa. trouxeram esse conhecimento orienta

Ao longo dos séculos XII e XIII, foram desenvolvidas e refinadas

primeiras formas góticas. Os métodos islâmicos foram estudados

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incorporados numa nova linguagem formal que passou de mão e

mão com uma explosão de simbolismo místico. As grandes catedra

dessa época, como as de Chartres e de Paris, apareceram num

forma completamente nova num tempo consideravelmente curto. Sconstrução, executada com um fervor literalmente religioso, contin

sendo uma proeza espantosa de organização.

Uma tradição isolada, mas paralela, da arquitetura de igrejas esta

seguindo seu curso. Conquanto as igrejas redondas configurem u

tema contínuo, embora fragmentado, ao longo de toda a arquitetu

sagrada do mundo cristão, elas ocupam um lugar especial e u

pouco herético no esquema da geometria sagrada. edifício redondo ocupou um lugar especial na iconografia cristã po

fora a forma escolhida para o Santo Sepulcro que uma vez marcara

sítio do túmulo de Cristo e o centro do mundo. Com a forma circul

desses edifícios representasse a reprodução microcósmica

mundo, as igrejas redondas representavam em toda parte

microcosmos locais que ocupavam o omphalos geomântico local.

As igrejas redondas derivaram originalmente dos templos pagãprimitivos da mesma forma. Os templos romanos redondos de Tiv

e Spalato, que sobreviveram até os tempos modernos, são típic

dos santuários que inspiraram os geômetras sagrados cristãos.

templo de Tivoli foi baseado no modelo grego, com colunaçexterna, mas o de Spalato, que fazia parte do complexo do palác

do poderoso imperador pagão Diocleciano, possuía colunas internaEsse templo, planejado segundo o octógono, como muitas igrej

templárias posteriores, formou o protótipo desses santuários cristãprimitivos tais como o de San Vitale em Ravena, que por sua v

 jnfluiu sobre o Santo Sepulcro em Jerusalém e a capela de Carl

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Magno.

Como os templos pagãos, as igrejas redondas eram microcosmos

mundo. Na Idade Média tardia, elas tornaram-se a prerrogativa d

uma seita enigmática e herética, os Cavalheiros Templários. Escorpo foi constituído em 1118 em Jerusalém com a função aparen

de prover proteção aos peregrinos que visitavam os santuários d

Cristandade na Terra Santa recém-conquistada. Seu poder cresc

rapidamente e logo a ordem tornou-se fabulosamente rica e capaz

erigir capelas e igrejas por toda a Cristandade. A forma redonda d

igreja tornou-se especialmente relacionada à ordem e no centro d

rotundas de suas igrejas não havia um altar sequer, mas um cubperfeito de pedra talhada que era um dos mistérios do Templarismo

A ordem foi extinta em 1314 e muitos dos seus oficiais ma

graduados foram sentenciados à pena de morte pelas autoridades

igreja. Sua vasta riqueza foi remetida aos cofres dos monarcas d

país em que a ordem funcionava. Mas, antes da extinção, a fortu

dos Templários possibilitara a ereção de inúmeras igrejas redonda

John Stow, em The Survey of London, 1598, escreveu: "Muit

homens nobres em todas as partes do mundo tornaram-se irmãdessa ordem e construíram templos em toda cidade ou município

Inglaterra, mas o de Londres era sua casa principal e fora construísegundo a forma do templo que está próxima do sepulcro de Nos

Senhor em Jerusalém; eles possuíam outros templos em Cambridg

Bristow, Canterbury, Dover, Warwick".Apenas seis igrejas redondas sobrevivem nas Ilhas Britânicas, du

das quais em ruínas. As outras quatro foram reconstruídas e

grande medida no último século. As igrejas de Londres, Northampt

e Cambridge foram construídas segundo o princípio octogonal. A d

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Little Maplestead, em Essex (que pertenceu aos Cavalheir

Hospitaleiros, organização-irmã   dos Templários), foi construísegundo o princípio hexagonal. No continente, a famosa capela

Drüggelte, na Vestfália, foi feita de acordo com um plano de dolados, e a igreja redonda de Nijmegen, nos Países Baixos, incorpor

uma estrutura de 8 e de 16 lados. Essa igreja possuía um octógo

central a partir do qual se construiu uma nave lateral em dezesse

lados por meio de uma geometria simples.

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Em Altenfurt, perto de Nuremberg, na Alemanha, havia uma igre

que representava a forma mais simples da arquitetura eclesiásti

redonda. Consistia de uma nave redonda com uma abside simpI

oposta à  entrada. Nas Ilhas Órcades, também, em Orphir, exisuma igreja redonda quase idêntica conhecida como Casa Girth. F

quase totalmente demolida no século XVII para fornecer mater

para uma nova capela presbiteriana a ser construída perto dali. E

existe apenas como um fragmento, apresentando intacta apenas

abside. Todavia, seu nome dá-nos uma chave para a sua funçmicrocósmica. No antigo escocês, a palavra Girth ou Gyrth tinha

significado de "santuário" ou "asilo". Girth também era usada padesignar um círculo de pedras que cercava um antigo local

 julgamento. Isso indicava que a igreja redonda de Orphir pode t

substituído um círculo de pedras que ocupava anteriormente o s

sítio. A palavra Girth também é   cognato de garth e yarth, q

significam terra, uma designação pública do microcosmo.

As igrejas redondas pertencem a uma tradição separada da corren

principal da geometria sagrada eclesiástica, tendo precedentes ma

-nos esquemas romanos do que nos românticos. Elas eram

alguma maneira especiais, reservadas para sítios-omphal

importantes e não eram localizadas a esmo por todo o território. Co

a extinção dos Templários, a forma redonda da igreja

efetivamente eliminada até   que a Renascença a redescobris

diretamente nas fontes pagãs antigas. Mas foi novamente suprimi

quando as autoridades da Igreja reconheceram suas origens pagãs

Em 1861, a forma redonda ainda era considerada pagã. O R

verendo J. L. Petit escreveu nesse ano:

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"Quase todos os espécimes continentais [de igreja redonda] s

considerados pelos habitantes do lugar como um templo gentio;

embora em cada caso particular não seja necessário refutar

suposição, a universalidade da tradição pode torná-Ia digna de nodo antiquário. E, se for necessário procurar a derivação de um

forma tão simples, não há dúvida de que, como a forma retangula

ela pode ser remontada à época do paganismo.”

Mas por que a forma redonda da igreja foi considerada não-cris

pela hierarquia da Igreja? A forma redonda, ao contrário de outr

padrões tais como a Cruz Latina, não representava o corpo de u

homem ou o corpo de Deus. Ao contrário, representava o mundo

domínio do terreno, e, em termos cristãos, as forças satânicas, po

que o Diabo na época medieval era personificado como Rex Mun

rei do mundo. No costume Templário, essa terrenidade e

enfatizada pelo cubo que se situava no centro mesmo da rotunda.

cubo no interior do círculo representava a terra nos céus, a fusão d

poderes considerados heréticos pelos cristãos medievais, donde

perseguição aos alquimistas, magos e heréticos que se empenhava

nessa fusão. Com esse simbolismo exposto, não foi difícil provar

acusação de heresia com que os infelizes Templários fora

incriminados. Princípios jslâmicos públicos, derivados da ala místi

do maometanismo, os Sufis, só serviram para amaldiçoar ainda ma

a seita.Todavia, o conhecimento técnico islâmico era de outra naturez

Sobreveio, por meio de um estranho conjunto de circunstâncias, u

segundo período de influência islâmica que deveria varrer o góti

"puro" de Chartres. Durante o século XIII, as hordas mongóis saíra

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de sua base na Ásia Central e se converteram numa séria amea

ao Oriente Médio e à Europa. Após a primeira fase da expansão,

Império Mongol estava consoljdado com seu posto avançado

Pérsia sob o governo de um vice-rei que atendia pelo título de IIkhaTendo deixado de representar uma ameaça à   Cristandade,

mongóis logo foram vistos como aliados contra os turcos. Vários re

cristãos enviaram emissários a sucessivos IIkhans a fim de cultiv

essa aliança. Digno de nota foi o Olkhan Arghun (1284-1291), q

manteve relações com muitos estados cristãos. Ele chegou a

mesmo a enviar uma embaixada a Londres em 1289. Em troca, o

Eduardo I da Inglaterra enviou uma missão comandada por SGeoffrey Langley à Pérsia. Langley participara de uma cruzada co

o rei no começo dos anos 70 e viajara à Pérsia via Constantinopla

Trebizonda em 1292. Tajs embaixadas eram um canal para

transmissão do novo conhecimento. Os arquitetos asiátic

misturaram as suas técnicas com a tradição islâmica persa e a

poucos seu estilo foi transformado pelos maçons geômetr

europeus.

Um edifício do período IIkhan que exerceu um efeito notável sobre

Europa foj o famoso mausoléu do IIkhan Uljaitu, em Sultaneih. N

início deste século, o erudito alemão Ernst Diez fez um estu

exaustivo desse memorial. Toda a sua estrutura é determinada p

dois quadrados interpenetrados que formam um octógono. A par

dessa base octogonal, derivou-se a elevação, que contém triângul

e quadrados. A altura do edifício, medida por M. Dieulafoy rios an

80 do século passado, é  de 51 metros e o diâmetro interno te

exatamente a metade. Um sistema de razões, derivad

geometricamente, foi a origem básica dessas harmonias. Ao pas

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que o diâmetro principal dos pilares servira aos gregos antigos com

módulos, os arquitetos persas levaram as dimensões dos arcos o

domos a relações determinadas com as outras partes do edifício. N

mausoléu de Uljaitu, o ponto básico de partida foi a dimensão ddiâmetro interno da câmara mortuária.

A partir dessa dimensão, o arquiteto construiu um octógono para

planta baixa. Para a elevação, um quadrado duplo foi erguido. N

quadrado superior, um triângulo eqüilátero definiu. o domo e

tímpano sobre o qual ele foi erguido acima da porção basal cúbic

As câmaras laterais e as galerias foram determinad

geometricamente por triângulos eqüiláteros cujas posições forafixadas por quadrados oblíquos e diagonais. A arquitetura

mausoléu representava um ponto de partida construçional q

influenciou o octógono da Catedral de Ely nas terras pantanos

longínquas do East Anglia. Mausoléus com o teto como espigões

domo não haviam aparecido antes na Pérsia, embora tivessem si

construídos na velha Delhi. Os mesmos sistemas de geometria qu

os maçons europeus utilizaram em seus grandes edifícios fora

utilizados para glorificar um sistema religioso bastante diferen

A origem oriental dessa geometria, todavia, não deteve os arquitet

cristãos em sua tarefa. Como tecnólogos progressistas, el

acolheram com prazer as novas idéias dos infiéis e as incorporara

às últimas obras. Os princípios transcendentes foram adotados co

alacridade pelos homens pragmáticos, cuja compreensão

simbolismo os capacitara a trabalhar com o inexperimentado e

insuspeitado.

O conhecimento acumulado da Pérsia e de outros países do Orien

Médio foi logo aumentado com informações provenientes de outr

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lugares. Em 1293, missionários cristãos foram da Itália à China e e

1295 Marco Polo retomou a Veneza, vindo de Pequim. Com es

intercâmbio sem precedentes, eram inevitáveis novas geometri

sagradas. Um exemplo bastante bem documentado da influêncoriental está no Grande Salão da Piazza della Ragione, em Pádu

Foi desenhado por um frade agostiniano chamado Frate Giovanni p

volta de 1306. Giovanni trabalhara em muitos lugares da Europa e

Ásia e trouxera planos e desenhos dos edifícios que vira. Em Pádu

reproduziu um vasto teto de vigas que vira na Índia e que media 24

pés por 84.

Outras influências orientais podem ser demonstradas peaparecimento simultâneo de temas exóticos em lugares bastan

distantes entre si. O arco de gola, em que os arcos que formam

arco são voltados para fora e continuam como uma característi

arquitetônica sobre a porta ou janela, apareceu simultaneamen

sem antecedentes tanto em Veneza quanto na Inglaterra. Detalh

da porta de St. Mary Redcliffe, em Bristol, e também na catedr

dessa cidade e no castelo de Berkeley, também apresentam um

influência oriental inconfundível que pode ser comparada com a ob

de Lalys em Neath.

As visitas de registradores desses detalhes arquitetônicos locais, ta

como as de Simon Simeon e Hugh, o Iluminador, na Terra Santa e

1323, serviram para reforçar o interesse nos círculos monásticos pe

desenho oriental. O estilo "perpendicular" na Inglaterra, que surgpor volta do final do século XIV, foi prenunciado pelos hexágon

alongados nos edifícios muçulmanos egípcios do século XIII. O

elementos verticais que cruzam a curva de um arco, um

característica importante do desenho da Capela do King's Colleg

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em Cambridge (iniciada em 1446), já   existiam no Mausoléu d

Mustapha Pasha no Cairo, construído entre 1269 e 1273. Os maço

da Europa, embebidos em conhecimentos geométricos, assimilara

prontamente as técnicas da arquitetura simbólica do Islã, realçandoe trazendo-a a uma nova era.

9. Simbolismo Maçônico e Prova Documental

"As linhas geométricas falam a linguagem da crença - da crença

forte, apaixonada, duradoura. Nelas as leis eternas da proporção eda simetria reinam supremas. O ciclo daquilo que é gerado

divinamente está reproduzido na linguagem numérica do coro, do

transepto, da nave, do corredor, do portal, da janela, da coluna, da

arcada, do frontão e da torre. Toda característica tem sua unidade d

medida, seu simbolismo místico.”

Hermon Gaylord Wood - Ideal Metrology.

As catedrais medievais são a mais fina flor da arte da geometr

sagrada que se desenvolveu na Europa. As manifestações físicas

summa theologiae, a incorporação microcósmica do universo criad

as catedrais em sua forma completa perfeita, unidas em su

posições, orientações, geometria, proporção e simbolismo, tenta

criar a Grande Obra - a unificação do homem com Deus. Tem-observado que muitas catedrais, como as de Canterbury, Gloucest

e Chartres, foram construídas no sítio de antigos círculos megalítico

incorporando em seus desenhos o posicionamento e a geometria d

círculos. Geomanticamente situados de maneira a podere

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empregar ao máximo as energias telúricas da terra e as influênci

astrofísicas dos céus, os círculos de pedra derrubados pelos zelos

santos cristãos foram amalgamados na estrutura mesma das igrej

que os sucederam.Louis Charpentier sugeriu que as pedras antigas de estrutur

megalíticas, além de absorverem influências cósmicas e telúrica

também agiam como instrumentos de vibração. Esses instrument

de pedra, afirmou ele, podiam acumular e ampliar as vibrações d

ondas telúricas, agindo antes como uma caixa de ressonâncja. Ess

energias, assumidas pelos cristãos, ainda exigiam um ressonado

que foi providenciado com a construção das paredes de pedra e dabóbada da catedral.

Se a geometria dos círculos e dolmens de pedra depend

do comprimento da onda das energias telúricas, então a geometr

reproduzida num vasto edifício de pedra, agiria como um canal pa

as energias ressoantes ali capturadas. As lendas que cercam

fixação das energias da terra no omphalos e que estão incorporad

aos contos universais de matadores de dragão reforçam este pon

de vista. Nos mitos de morte do dragão, o herói solar transpassa

dragão com sua espada ou lança. Fazendo-o, ancora as energi

telúricas vagueantes da Terra em um sítio, de maneira que elas po

sam ser contidas e canalizadas para uso do sacerdócio. Nos últim

tempos, o herói solar identificou-se com os santos cristãos Jorge

Miguel.Outra indicação desse fenômeno é a aceitação universal da medid

canônica. Em muitas culturas, não se acreditava que as unidad

fundamentais de medida possuíssem origens divinas, mas tinha

sido transmitidas pelos Deuses. O receptáculo dessas medid

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sagradas era um homem ou um semideus, freqüentemente

fundador legendário da nação. Essas medidas eram ent

cuidadosamente guardadas contra a profanação e a alteração

largamente empregadas na construção da arquitetura sagradAssim, vemos as proporções serem engendradas naturalmente pe

geometria a partir da medida inicial. Se a catedral era destinada

agir como um canal e um ressoador, não se poder,ia escolh

nenhuma dimensão melhor do que aquelas baseadas num sistem

harmônico natural elaborado com medidas diretamente relacionad

ao comprimento telúrico das ondas. O comprimento da onda d

energias telúricas locais, uma vez determinado por métodos ocultopodia ser venerado em medidas sagradas imutáveis e formar um

base natural para a construção dos instrumentos que deveria

manipular essas energias.

Charpentier acreditava que os beneditinos intensificavam as forçterrestres por meio do som físico - o canto gregoriano -, cuja açaumentava a harmonia geométrica do edifício para a produção d

estados mais elevados de consciência. Os beneditinos eram,

verdade, uma ordem que utilizava o conhecimento antigo.

pesquisador alemão Kurt Gerlach descobriu que os mosteir

beneditinos da Boêmia (Tchecoslováquia) foram arranjados uns co

os outros segundo relações geométricas precisas. Esses mosteir

estavam localizados em linhas segundo múltiplos e submúltipl

específicos da medida antiga conhecida como Raste, corresponden

a 44 quilômetros.

Assim, as várias características da catedral gótica era

harmonizadas para criarem um todo que ligava completamente

homem, o microcosmo, com o universo. As funções múltiplas que

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esperavam as catedrais góticas cumprissem significavam que el

não seriam apenas expressões de harmonia geométrica simpl

como a Saint Chapelle em Paris ou a Capela do King's College e

Cambridge. Elas necessitavam várias divisões e subdivisões qcumprissem as funções de local de encontro, igreja da paróqu

capela para ofícios menores, confessionário e sede do Bispado loc

Além desses usos exotéricos, a catedral tinha de incorporar

doutrinas da fé e expressar as energias e geometrias inerentes a

sítio. Assim, as geometrias das catedrais góticas incorporam muit

estruturas complexas que podem ser interpretadas em vários níve

A geometria fundamental da planta baixa é   sempre geradiretamente da linha axial orientada. A data da fundação e a su

orientação são "trancadas" na geometria à aparente posição solar

dia do padroeiro. Assim, em cada dia patronal sucessivo, o s

brilharia diretamente ao longo do eixo da catedral. O Professor Ly

Borst descobriu que muitas catedrais possuem uma geometria d

lado leste derivada dos círculos de pedra. As orientações dess

sítios megalíticos segundo vários fenômenos solares e lunares sbastante conhecidas, pesquisadas que foram por estudiosos com

Sir Norman Lockyer e o Professor Alex Thom. A geometria d

catedrais, que recobre a das orientações múltiplas dos círculos d

pedras, também devia preservar orientações outras que não

simples orientação axial do dia do p'adroeiro. Isto também quer diz

que o padroeiro pode ter sido determinado a partir da orientaçprincipal do círculo de pedra preexistente.

Descobriu-se recentemente que o esboço do vasto comple

de templos de Angkor Wat, no Camboja, foi desenhado de

maneira que fossem incorporados 22 alinhamentos separados

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posições solares e lunares. Observando os fenômenos de algu

pontos bem determinados, o astrônomo-sacerdote era capaz

checar o calendário por meio da observação direta. A construção d

catedrais britânicas no topo de observatórios megalíticos pode treproduzido de maneira similar a informação astronômica em s

geometria. Rose Heaword demonstrou que a Capela de St. Cross e

Winchester possuía um alinhamento nascer-do-sol que era visível e

determinado ponto por uma janela. Esse nascer-do-sol ocorre no d

da Santa Cruz, a 14 de setembro, e não corresponde à orientaçaxial da capela. Estudos que estão sendo efetuados pode

demonstrar muito mais a respeito desses alinhamentos múltiplos e sua relação com a geometria sagrada.

No período em que as catedrais góticas foram erigidas, havia do

sistemas maçônicos de geometria que eram comumente usados.

mais antigo era conhecido como ad quadratum e baseava-se

quadrado e nos seus derivados geométricos. O mais novo, e e

alguns aspectos o sistema mais dinâmico, baseava-se no triângu

eqüilátero e era conhecido como ad triangulum.

O ad quadratum era formado diretamente do quadrado e da s

figura derivada, o octograma. Colocava-se por cima do quadrad

inicial - que era orientado segundo a maneira aprovada pel

geomantes e maçons encarregados da orientação - um segund

quadrado do mesmo tamanho. Este, a um ângulo de 450 do prime

quadrado, formava o octograma, um poligrama de oito pontas. Ntradição maçônica, essa figura foi inventada por um mestre

Estrasburgo, Albertus Argentinus. Nos escritos maçônicos alemãposteriores, essa figura é chamada acht-uhr ou acht-ort, oito horas

oito lugares. Esses nomes aludem a uma divisão óctupla pagã anti

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do compasso, o dia e o ano que eram imitados no edifício como u

microcosmo do mundo. A partir desse octograma inicial, toda

geometria da igreja podia ser desenvolvida de duas maneiras.

A primeira maneira, o acht-ort verdadeiro, desenvolvia uma série octogramas internos e externos, traçados diretamente a partir d

primeira figura. Esse sistema. pode ser visto nas catedrais de Ely (v

Figura 26), Verdun, Bamberg e em outras catedrais basicamen

românicas. Todavia, à época das últimas igrejas góticas, o sistem

ad quadratum refinou-se para uma forma mais complexa basea

mais no quadrado duplo do que no simples. Essa forma, deve-

lembrar, era favorecida desde a antigüidade egípcia como uma formadequada a um lugar santo.

A segunda e última derivação do ad quadratum produziu o comple

geométrico elegantemente proporcionado conhecido com

"dodecaid", um poligrama irregular de doze pontas que se prest

admiravelmente ao planejamento de igrejas. Como o acht-ort simpl

do ad quadratum primitivo, a figura básica era um octogram

Todavia, o primeiro quadrado, do qual se derivava o octograma, e

ampliado até formar um quadrado duplo e, desse segundo quadrad

construía-se outro octograma. Isto fazia uma figura

dois quadrados contíguos com quadrados coincidentes a 450

quadrado duplo. Sobre esse octograma interlaçado sobrepunha-

um quadrado maior que cortava as intersecções internas dos do

octogramas. Isso produzia uma figura que possuía razõgeométricas que se interseccionavam na construção.

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O dodecaid é   rico em simbolismo cristão. Os três quadrad

coincidentes possuem em seu centro um pequeno quadrado comu

a todos eles. O quadrado central é   maior do que os outro

simbolizando o Pai da Trindade Cristã, com o quadrado pequeno

meio simbolizando a unidade essencial da divindade trina.

estrutura do quadrado duplo que penetra a trindade incorpora

quatro elementos e as quatro direções. simbolizando o mun

material interpenetrado e sustentado pela divindade. O todo é uma

nopse dos números três e quatro, o sete místico.Na construção atual da igreja, os quatro cantos do quadrado dup

marcam as quatro fundações da igreja, as pedras angulares sobre

quais se funda a construção material. O mais oriental dos três 45

representa Cristo. Seu centro é o foco onde o altar é fundado e ond

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a cada dia, por meio da celebração da Missa, acreditam os cristão

Cristo está  presente na forma de hóstia e de vinho. O quadrad

maior e central, no oeste, representa o pai. Baseia-se no omphal

central, o ponto do cruzamento sobre o qual a torre principal eagulha deverão ser erguidas. Esse centro, o ponto coincidente d

três quadrados que representam a fusão da trindade, indica

freqüentem ente um poderoso centro geomântico. Esse centro pod

ser percebido pelos hidróscopos sob a forma de uma poderosa fon

cega com suas espirais associadas. Esse omphalos geomânti

existe na Catedral de Salisbury, que possui a agulha mais alta d

Inglaterra e marca um lugar situado numa linha ley que vai Stonehenge a Frankenbury. Mais a oeste da cruz da catedral estáquadrado que representa o Espírito Santo. Aqui, - tradicionalment

ficava a pia batismal, o lugar em que o Espírito Santo penetrava

neófito por ocasião do seu batismo.

A essência da geometria sagrada é  simples. Todas as partes 9

conjunto sagrado, desde o aparato e as vestimentas do clero atéforma de todo o edifício sagrado, são determinadas diretamente p

uma figura geométrica fundamental. Todas as dimensões e todas

posições estão idealmente relacionadas diretamente a esse sistem

e, assim sendo, estão integradas com o todo da criação. A

elevações das igrejas medievais eram determinadas diretamen

pela geometria das plantas baixas. A Saint Chapelle, a capela d

reis franceses, demonstra admiravelmente essa necessida

geométrica. Sua planta baixa é produzida pelo dodecaid, com um

pequena capela lateral feita a partir de uma versão menor do

quadratum e a sua geometria elevacional interna feita diretamente

partir deste último. Edifícios posteriores, como a capela do King

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College, foram planejados pelos mesmos métodos, mas

dimensões, em vez da geometria direta, foram dadas pel

autorizações dos seus planos. Assim, a altura da abóbada de King

College foi mantida na capela terminada, embora tivesse siseguido um método de construção da abóbada diferente do que fo

pensado anteriormente.

As igrejas medievais não foram desenhadas apenas como galpõque acomodassem um determinado número de fiéis; nem, como

deduz freqüentemente, foram construídas "à   medida que era

erigidas". Exatamente como na prática arquitetônica moderna, tu

era calculado para fazer avançar cada detalhe, toda e qualqucaracterística do edifício era determinada exatamente de acordo co

a geometria sagrada. As peças sobreviventes apresentam um

preocupação, por parte dos desenhistas, com dimensões

proporções precisas.

A planta baixa da Catedral de Ely, em Cambridgeshire, servirá pa

ilustrar os trabalhos práticos da geometria sagrada medieval. Com

muitos outros edifícios, a catedral atual é  o resultado de muit

séculos de acréscimos. A catedral normanda original foi esboça

em 1082 e completada cerca de um século mais tarde. No sécu

XIII, foi acrescentado um pórtico na extremidade oeste, na mesm

posição do das catedrais de Glastonbury e Durham. Na mesm

época, foi feita uma extensão para o leste do coro com dimensõ

definidas de acordo com os princípios do ad quadratum. A extensfoi definida por um quadrado oblíquo da largura da nave mais u

triângulo de 45° da largura da abóbada. Esse quadrado oblíquo

utilizado mais tarde para determinar a largura da nova Lady Chap

que foi iniciada em 1321.

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As dimensões da Lady Chapel não foram definidas pelo

quadratum, mas pelo mais recente ad triangulum maçônico. Su

dimensões foram produzidas pela geometria de um círculo cujo raio

um pouco menor de 105 pés ingleses (96 pés saxônicos). Este éraio que def.iniu o octograma básico com que se esboçou a plan

baixa da catedral. O canto interno do nordeste de Lady Chapel

produzido por raios interseccionantes da mesma extensão, com

também o canto noroeste, que também foi marcado pelo quadrad

oblíquo. A linha diagonal que define o espaço oriental da cated

chega ao canto noroeste de Lady Chapel depois de passar pela po

da capela. Um raio do centro do cruzamento que toca arcobotantes da extremidade leste do coro também toca os arc

botantes de Lady Chapel. Seu raio tem 192 pés saxônicos - o dob

do raio da base do octograma, gerado pela geometria ad quadratum

No ano seguinte ao início de Lady Chapel ocorreu um desastre.

torre central, situada sobre o cruzamento, ruiu para o leste, talv

enfraquecida pelas operações da construção. A reconstrução f

iniciada e seguiu-se a geometria sagrada original do ad quadratum.

velha - torre não foi copiada, mas um novo domo gótico octogon

sem precedentes na arquitetura ocidental, foi erigido em seu lugar.

método técnico de construção foi uma cópia quase exata daque

que fora utilizado no mausoléu persa de Uljaitu Chodabendeh e

Sultaneih. Sobre esse octógono de pedra sem precedentes

construído um incomparável "farol" de madeira, desenhado

executado pelo Carpinteiro Real, William Hurley. No seu centro es

uma magnífica obra de talha, representando Cristo em Majestad

executada por John Burwell. Exatamente acima do cruzamento, e

representa a contraparte celestial do omphalos terreno.

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Embora tenha sobrevivido muito pouca documentação sobre

construções românicas tardias ou góticas primitivas, os detalh

documentais de duas tardias e notáveis igrejas colegiadas medieva

ainda podem ser examinados. A ,igreja de Fotheringhay, eNorthamptonshire, e a Capela do King's College, em Cambridg

foram construídas segundo instruções precisas que ain

sobrevivem.

Ambos os edifícios foram desenhados no século XV. Fotheringhay

o mais antigo dos dois. A aldeia de Fotheringhay é  hoje notáv

apenas por seu cenário pitoresco entre as campinas banhadas pe

rio Nene e pela espantosa torre octogonal de uma igreja cudesenho memorável mostra sua eminência anterior. A forma isolad

da igreja lembra-nos tristemente que ela é   agora apenas u

fragmemo de um colégio reai, reduzido hoje à condição de paróqu

O colégio foi fundado por Edward Plantagenet, apelidado Langley

quinto filho do rei Eduardo III. Edmundo, Duque de York, seria

fundador da Casa de York. Ele iniciou a construção do colégio

reconstruiu a igreja paroquial, que estava ligada a ele por um claust

de 88 janelas de vidro colorido. O filho de Edmundo, Eduardo, Duq

de York, pretendia levar à frente o projeto após a morte do seu p

com a reconstrução da nave da velha igreja no mesmo estilo do no

coro, mas foi morto na batalha de Agincourt antes que a construçfosse iniciada. Todavia, o projeto não foi abandonado e é o exame

um acordo assinado a 24 de setembro de 1434 que nos inform

sobre as práticas maçônicas de desenho dos franco-maçons ingles

daquela época.

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O contrato foi feito entre William Wolston, Squire, e Thomas Pecha

amanuense, comissários do "Supremo e poderoso príncipe, m

Senhor respeitável, o Duque de York", e WiIliam Horwood, francmaçom de Fotheringhay. O contrato detalhava com medidas precis

a especificação de uma igreja cujas proporções requintadas ain

hoje deliciam os olhos. O contrato estipulava a construção de "um

nova nave de uma igreja, que chegue até  o coro, no Colégio d

Fotheringhay, da mesma altura e da mesma largura do dito coro;

que tenha um comprimento de oitenta pés a partir do dito coro, co

paredes de um metro-jarda (de espessura), um metrojarda

Inglaterra, contado sempre como três pés. (...) E no lado norte d

igreja o dito William Horwood fará   um pórtico; o lado externo d

pedra de cantaria lisa, o lado interno de pedra áspera, contendo e

comprimento doze pés e em largural o que o arcobotante da nav

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permitir (...) e na extremidade oeste da dita nave haverá   u

campanário construído sobre a igreja sobre os três arcos fortes

poderosos abobadados em pedra. Dito campanário terá  

comprimento oitenta pés segundo o metro-jarda de três pés pauma jarda, sobre o chão a partir das pedras da cornija e vinte p

quadrados entre as paredes (...)".

Cada detalhe do edifício proposto foi especificado no contrato,

também as dimensões quando elas foram julgadas relevantes. N

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se- sabe se o próprio Horwood projetou as dimensões e esboçou u

diagrama que serviu de base para as dimensões contratuais. S

doze anos depois é que uma outra fundação colegiada real aponta

para a possibilidade de o fundador ou seus auxiliares diretos ncampo geomântico terem executado o desenho. Seja qual for

verdade, o tom de todo o contrato está vazado como instruções

Horwood, o franco-maçom funcionário que está  apenas receben

ordens de uma autoridade superior, e não detalhes elaborad

arbitrariamente por ele.

Embora a igreja de Fotheringhay tivesse sido completada por vo

de 1460, data da morte de Ricardo, o Duque de York, a construçda abóbada abaixo da torre traz a marca do grande mestre loh

WastelI, de quem uma obra idêntica sobrevive hoje na Catedral d

Peterborough, na porta de entrada de St. John's ColIege e

Cambridge e, sobretudo, no teto magistral da Capela do King

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College, na mesma cidade.

Essa capela foi desenhada pelo rei Henrique VI, o fundador. Na su

declaração de intenções, datada de 1498, ele forneceu todas

dimensões necessárias a que seu mestre maçom, Reginald Epreparasse os planos completos para a capela e, por conseguint

todo o colégio. Uma análise dos seus planos mostra que eles fora

baseados no ad triangulum. Todas as partes da capela est

relacionadas com a geometria global, até   mesmo as pequen

capelas anexas laterais. Embora 69 anos se tenham passado ant

que a capela fosse completada, o mestre maçom John Wastell, q

não havia nascido quando a capela foi iniciada, aderiu à   letra ddeclaração de Henrique terminando-a exatamente nas dimensõestipuladas. O sistema geométrico, a despeito das alterações d

características dinásticas e estilísticas, foi mantido como dev

sagrado.

10. Problemas, Conflitos e Divulgação dos Mistério

"A história antiga é como uma paisagem noturna, na qual andamo

às apalpadelas, discernindo vagamente alguns contornos na

escuridão geral, e ficamos felizes se aqui ou ali a obra de um auto

em particular ou uma ruína ou uma obra de arte ilumina

momentaneamente, como um raio nas trevas, o campo particular qu

estamos explorando.”

Filo, Sobre a vida contemplativa.

O caso da construção da Catedral de Milão é de extrema importânc

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no estudo da geometria sagrada. Ele interessa em dois sentidos,

documental e o simbólico. A Catedral de Milão foi fundada em 13

e, por essa razão, estava no centro de uma encarniçada controvérs

relativa a que forma de geometria sagrada deveria ser utilizada: aquadratum ou ad triangulum. Um grande número de peritos reuniu-

a fim de determinar o que seria feito na construção dessa obra-prim

potencial. Talvez por causa dessa pletora de peritos, desenvolveu-

entre os adeptos de um e de outro sistema uma encarniça

discussão.

Sabe-se que já em 1321, durante a ereção do domo da catedral

Siena, os cinco inspetores escolhidos para examinar a construçobjetaram contra a continuação da obra "porque, se terminada com

foi iniciada, ela não terá as medidas de comprimento, largura e altu

que as regras prevêem para uma igreja". Uma disputa simi

verificou-se a respeito da construção da Catedral de Milão.

Hoje, a Catedral de Milão é   considerada uma obra-prima

arquitetura gótica tardia. Recentemente, sua estrutura

algo sacudida pelas vibrações dos carros, dos ônibus e do metrô q

trafegam ao seu redor, mas a sua gestação fo i tão cheia

recriminações que parecia que ela nunca seria terminada. A cated

foi fundada em 1386 por ordem de Gian Galeazzo Visconti, qu

conquistara influência sobre a cidade de Milão graças ao expedien

da morte do seu tio. Todavia, nenhum outro edifício tão portentoso

construído na Lombardia durante séculos e logo os maçoinexperientes encarregados do projeto defrontaram se com séri

problemas. O lado teórico da geometria sagrada segun do a qua

edifício deveria ser construído atolou-se numa discuss

aparentemente insolúvel.

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Inicialmente, a planta baixa da catedral fora desenhada de acord

com o ad quadratum, baseado no quadrado e no quadra

duplo, com uma nave central pronunciada e naves laterais de igu

altura. Essa planta, todavia, foi logo abandonada e substituída pead triangulum para a elevação - e f o i aí   que os problem

começaram. A altura de um triângulo eqüilátero, a base do

triangulum, é   incomensurável com seu lado. Colocá-Io sobre um

planta baixa báseada no ad quadratum seria transformar numa toli

a comensurabilidade da geometria sagrada e todas as proporções

elevação estariam completamente erradas.

A fim de trazer novamente um ar de lógica à geometria, foi chamaum matemático de Piacenza, Gabriele Stornaloco. Ele recomendo

um arredondamento da altura incomensurável de 83,138 para 8

braccia, que poderia ser comodamente dividida em seis unidades

14 braccia. Embora fosse aceitável em princípio, o esquema

Stornaloco foi posteriormente modificado, produzindo-se um

redução posterior na altura e trazendo-se a catedral para mais per

dos princípios clássicos. O mestre maçom alemão Heinrich Par

enfureceu-se com esse compromisso de medida verdadeira. Se

protestos levaram-no a se demitir do posto de consultor em 1392. E

1394, Ulrich von Ensingen veio de UIm como consultor, mas ficou e

Milão apenas seis meses antes de fazer novamente as malas. O

maçons lombardos lutaram desesperadamente até   1399, quan

Jean Mignot foi chamado da França para supervisionar as obras.

Mignot, todavia, não ficaria aí  por muito tempo. Suas críticas a

princípios maçônicos locais foram tão causticantes, que um comitê 

chamado a discutir os pontos que ele levantara. Uma tal ignorânc

dos princípios geométricos e mecânicos góticos foi demonstra

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pelos maçons lombardos, que eles tentaram argumentar que

arcos pontiagudos não poderiam de maneira alguma justificar

geometria aberrante pretendida para o edifício. Exasperado, Mign

bufou: "Ars sine scientia nihil est" (A Arte não é nada sem a CiênciaRecebeu a seguinte réplica lombarda: "Scientia sine arte nihil est"

Ciência não é nada sem a Arte).

Mignot voltou para Paris em 1401, sem ter feito progresso algum co

os intransigentes lombardos. Por métodos pragmáticos, os italian

improvisaram e terminaram o coro e os transeptos por volta de 145

Nem toda a catedral foi terminada, todavia, até que a fachada oes

foi finalmente completada sob as ordens do Imperador Napoleão I e1809.

A geometria de Milão foi preservada numa edição de Vitrúv

publicada em 1521. Ela mostra o plano e a elevação da cated

como uma ilustração dos princípios vitruvianos. Só esta ilustração

uma prova da unidade essencial dos sistemas clássicos e maçônic

da geometria sagrada. O esquema apresentado na gravura baseia-

no rhombus ou vesica. A elevação triangular do corte transversal d

catedral é mostrada em superposição a círculos concêntricos em q

o quadrado e o hexágono são desenhados, demonstrando a relaçda elevação com o ad quadratum do plano básico.

Essa exposição da geometria sagrada maçônica de uma catedra

indicativa da atitude modificada diante dos mistérios antigos exibid

pelos escritores da Renascença. Ela se encaixa perfeitamente tradição de Matthäus Röriczer, um maçom que revelou sua a

quebrando seu juramento de sigilo. Röriczer, que morreu em 149

pertencia à terceira geração de uma família que servia de mestr

maçons na Catedral de Regensburg. Matthäus era o chefe de um

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loja onde fora desenhada e executada toda a obra de construção

como tal, era o responsável por todas as molduras e todos

entalhes, por seu esboço e seu desenho. Embora, sendo um franc

maçom, estivesse preso ao juramento horrendo de não divulgar mistérios maçônicos aos não-iniciados, ele deu um passo se

precedentes com a publicação de detalhes que anteriormente havia

sido ocultados nos livros de anotações das lojas maçônic

operativas.

Embora a única obra publicada de Röriczer fosse um peque

panfleto que deu solução a um problema geométrico, ela tem um

importância fundamental porque é   a única chave sobrevivente dgeometria sagrada maçônica. A obra, intitulada On the Ordination

Pinnacles, forneceu a solução do problema de como erigir u

pináculo de proporções corretas a partir de uma planta baixa dad

Por volta do final do período medieval, os maçons estava

produzindo as obras-primas do gótico flamboyant e perpendicu

pelos meios mais simples. As plantas de execução (conhecidas

Inglaterra como "plats") eram preparadas pelos maçons até  

últimos detalhes. Ainda existem alguns desses "plats", como os qu

foram desenhados para a fachada oeste da Catedral de Estrasburg

por Michael Parler em 1385, e o da agulha da Catedral de Ulm

por Matthias Böblinger. Cada uma das partes do intrincado desen

é relatada aos seus camaradas por meio da geometria. O maço

operativo, equipado com esse diagrama, podia tomar uma dimens

como ponto de partida e com ela, utilizando-se régua e compasso

geometria chega ao plano do tamanho natural das partes que e

deve executar. Com esse plano rdo tamanho natural, desenhad

sobre um "piso de decalque" de gesso, faziam-se gabaritos

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madeira segundo os quais as pedras finais eram cortadas e talhada

A exposição de Röriczer do sistema demonstra admiravelmente

simplicidade elegante desse método canônico. Em vez de um

referência constante a medidas num plano, como na moderna prátida engenharia, o pináculo (ou o pinásio, a ombreira da porta,

componente da abóbada, etc.) era "desenvolvido" organicamen

por assim dizer, a partir de um quadrado. A geometr

diferentemente da medida, é   auto-reguladora e quaisquer err

podem ser vistos imediatamente. Seja qual for o tamanho

quadrado inicial, todas as partes do pináculo estão relacionadas a e

em proporção natural. Como as dimensões do quadrado originpoderiam ter sido derivadas como uma função da geometria glob

da igreja, o tamanho do pináculo estava relaciona

harmoniosamente ao todo.

O livreto de Röriczer foi dedicado ao Príncipe Wilhelm, Bispo

Eichstadt (1464-1496), descrito na dedicatória como "(...) um cultor

um patrono da arte livre da geometria". Wilhelm era membro ativo

conselho de construções das igrejas de Regensburg, UIm

Ingolstadt. Depois de termos lido a instrução de Röriczer, n

achamos que Wilhelm fosse apenas um administrador, mas um

pessoa bastante interessada em conhecer a metodologia exata q

estápor trás da geometria sagrada. Esses homens foram os primeir

"maçons especulativos", patronos ricos que desejavam sinceramen

conhecer os segredos dos maçons operativos. A fim de obter esssegredos, os patronos eram geralmente admitidos à irmandade d

franco-maçons por meio dos ritos iniciatórios típicos. Como

atividades dos maçons diminuísse com o surgimento de arquitet

treinados em academias, o número de "maçons especulativo

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aumentou.

Entrementes, as lojas operativas de franco-maçons fecharam-se um

a uma. A última delas foi a primeira loja da Europa - a

Estrasburgo, que fechou em 1777. A partir de então, as artes e mistérios da franco-maçonaria foram mantjdos apenas pel

"maçons especulativos".

Os pináculos descritos por Röriczer são construídos de acordo com

ad quadratum. Embora o ad triangulum fosse o últim

método alemão medieval da geometria sagrada, ele não e

facilmente aplicável aos remates e aos arcobotantes que são par

integrante da construção gótica. Então o ad quadratum foi usa

nessas partes essenciais da estrutura.

A produção do plano do pináculo era levada a efeito da seguin

maneira:

Röriczer: "Quereis desenhar um plano para o pináculo segundo

arte dos maçons, por meio da geometria regular? Deveis então fazum quadrado, como está aqui designado pelas letras A:B:C:D; ligar

a B e B a D e D a C e C a A, de modo a obter uma figura semelhan

à do esquema anexo.

Fazer depois um outro quadrado. Dividir AB em duas partes iguais

chamar E; da mesma maneira, dividir BD e chamar H; do mesm

modo, dividir DC e chamar F; igualmente, dividir CA e chamar

Depois, traçar uma linha de E a H e de H a F, de F a G e de G a E.

Depois de terdes assim procedido, fazei outro quadrado sobre es

segundo.

Quando terminardes os três quadrados de tamanho igual a ABC

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IKLM e EHFG, tereis uma figura semelhante à do esquema anexo.”

Esses três quadrados exercem uma relação geométrica específiCOm um outro: a diagonal do segundo quadrado é igual ao lado d

primeiro quadrado e a diagonal do terceiro é   igual ao lado segundo. A ação seguinte na geometria de Röriczer envolve

traçado de quatro cantos; depois, toma-se o raio IN e com u

compasso são traçados quadrantes que produzem as dimensões d

moldura côncava do painel e do plano completo da agulha. A par

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desse plano, constrói-se, com a utilização de uma régua e de u

compasso, a planta baixa final de um pináculo.

Com base nessa complexa planta baixa, a elevação era feita co

movimentos igualmente simples de régua e compasso. Cada um dmaçons que executavam essas obras possuía uma marca individu

que podia ser usada para identificar não só a obra do próprio maço

mas também as lojas de que ele provinha. As marcas dos maço

existiram em todos os países na tradição arquitetural ocidental d

Egito antigo em diante e são sigilos característicos que em geral s

derivados geometricamente.

Embora tenha sido um "segredo maçônico", afirmou-se durante mu

tempo que cada loja central de maçons operativos possuía s

"diagrama matriz" próprio a partir do qual derivavam todas as marc

utilizadas pelos seus membros. O Professor Homeyer, em Hof u

Hausmarken, publicado em 1870, mencionou que, por volta do a

de 1820, um certo Dr. Parthey lhe dera um "diagrama matriz" no qu

estavam baseadas todas as marcas dos maçons da Catedral d

Estrasburgo. Diz-se que esse diagrama fora descoberto por um cer

Arnold de Estrasburgo, um arquiteto.

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Costuma-se dizer que em 1828 o maçom Kirchner de Nurembe

estava de posse de um livro que fazia todas as marcas individua

dos maçons derivarem de uma fonte comum. O Professor Fra

Rziha, em sua obra Studien über Steinmetz-zeichen, publicado e

1883 em Viena, demonstrou que, a partir de determinados diagramgeométricos fundamentais, poderia ser derivada uma série

"diagramas matrizes" ou chaves na qual se poderia incluir todas

marcas de maçons conhecidos. Nas 68 lâminas que ilustram es

obra, Rziha enquadrou 1145 marcas em seus próprios diagrama

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demonstrando a universalidade do sistema.

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O conhecimento de todos os níveis da geometria era, assim, um

prerrogativa do franco-maçom. Com esse conhecimento

geometria das marcas, um maçom podia "provar" sua marca quan

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isso fosse exigido dele e também podia julgar a origem de qualqu

outra marca que ele visse. O Professor Rziha descobriu quat

diagramas geométricos básicos nos quais se baseavam as marc

de todos os maçons. Os dois primeiros diagramas eram os modelad quadratum e ad triangulum regulares. Os outros dois eram ma

complexos, chamados por Rziha de vierpasse e dreipasse.

vierpasse corresponde à   geometria do quadrado que incorpo

vesicas relacionados, ao passo que o dreipasse utilizava um

combinação diferente de triângulos eqüiláteros e círculos. Cada u

desses diagramas pode ser ampliado à vontade e, então, uma sé

muito elaborada de figuras geométricas forma a base das marcdos maçons.

Rziha descobriu os "diagramas matrizes" de um grande número d

maiores centros europeus de conhecimento maçônico, inter a

Nuremberg, Praga, Estrasburgo, Viena, Colônia e Dresden.

geometria do macrocosmo estava reproduzida até mesmo no nívmais baixo da tradição maçônica européia e, assim, até mesmo

marcas mal perceptíveis feitas em pedras isoladas eram, sem dúvid

emblemas das estruturas transcendentes do universo.

11. A Geometria Sagrada da Renascença

"Deus também criou o homem à sua própria imagem: pois, como o

mundo é a imagem de Deus, também o homem é a imagem do

mundo.”

H. Cornelius Agrippa, Filosofia oculta.

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Com a redescoberta dos velhos modos romanos clássicos

arquitetura, a geometria linear superposicional do período mediev

foi rapidamente suplantada por uma geometria poligonal centralizad

No século XV, na Itália, pode-se ver uma transição gradual nos pnos das igrejas da Cruz Latina tradicional para a centralizada. Es

tendência centralizadora, derivada da prática pagã antiga, tem si

vista por muitos historiadores como emblema de um movimento

fuga das crenças cristãs transcendentes da Idade Média para u

ethos mais humanista, antropocêntrico. Essa noção reducionista

que a crença, cristã medieval mergulhara num ataque furioso de h

manismo ateísta exaltado ignora as correntes subterrâneas pensamento geométrico do período.

As igrejas centralizadas colocaram o problema da separaçhierárquica da congregação e do clero e, mais fundamentalmente

questão do sítio do altar. Os requintes da geometria centralizad

todavia, estavam crescendo. Uma obra-chave para a compreens

dessa nova geometria é   o primeiro tratado arquitetônico

Renascença, De re aedificatoria, escrito entre 1443 e 1452 pe

arquiteto Alberti. As origens pagãs de suas idéias estão ma

claramente apresentadas nos seus desenhos para templos, como e

denomina as igrejas. O círculo, afirma ele, é a forma primária qu

acima de todas as outras, é favorecida pela natureza, começando-

pela própria forma do mundo. Para os templos, Alberti demonstra

uso de nove figuras geométricas. Utiliza o círculo, cinco polígon

regulares (o quadrado, o hexágono, o octógono, o decágono e

dodecágono) e três retângulos (o quadrado e meio, o quadrado e u

terço e o quadrado duplo).

A partir dessas plantas baixas, Alberti desenvolve anex

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geométricos que servem como capelas laterais. Estas s

retangulares ou semicirculares na forma e estão relacionad

radialmente ao ponto central. Com a adição de figuras geométric

simples ao poIígono básico ou círculo, pode-se produzir uma clasquase infinita de configurações.

Alberti inspirou-se nos edifícios vitruvianos da era clássic

mas, estranhamente, a forma central que ele mais privilegiou não e

co mum nos templos daquele período. Apenas três templ

redondos restaram dos tempos clássicos - o famoso Panteão e do

pequenos templos peripteriais em Tivoli e em Roma. A gran

maioria dos templos clássicos seguia, naturalmente, um plaretangular. Toda via, durante a Renascença, outros edifíci

poligonais da antigüidade - como o "templo de Minerva Médica

dodecagonal, em Roma, na verdade o nymphaeum dos Orti Liciani

e as primeiras estruturas cristãs, tais como o Santo Stefano Roton

e Santa Constanza - eram considerados como templos antigos.

Vitruvio nem mesmo chegou a incluir edifícios redondos entre as se

classes de templos enumeradas no seu Terceiro Livro, mas,

invés, mencionou-os em forma de apêndice no Livro Quarto ao lad

da aberrante forma toscana. Todavia, a predileção de Alberti pe

forma poligonal, influenciada pelos Sólidos Platônicos, justificava-

com o pretexto de que representava uma volta

simplicidade litúrgica da Roma de Constantino. Naquele período,

Colégio Romano de Arquitetos foi compelido a transferir sua perícdo desenho dos templos para os pagãos à criação de igrejas para

nova fé oficial. O período constantiniano foi especialmente podero

para a mentalidade da Renascença, pois que ele representava

único ponto de fusão da arquitetura clássica totalmente desenvolvi

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com a fé pura do Cristianismo Imperial.

Todavia, na Roma de Constantino, a forma normal das jgrejas era

basílica, um padrão derivado dos Tribunais de Lei. Alberti não apro

esse tipo de edifício, mas menciona de passagem que os cristãprimitivos utilizaram basíIicas romanas particulares para a celebraçdos seus ritos. A basílica, assento da justiça humana, relacionava-

à religião de maneira simbólica: como se afirmava que a justiça e

um dom de Deus; a presença de Deus está para todo o sempre

esfera das decisões jurídicas e, por conseguinte, a basílica foi leva

para o reino da adoração.

O plano fundamentalmente humano e funcional da basílica

considerado muito prosaico por Alberti. Ela não desperta

observador um sentimento de reverência e de piedade, Ela n

possui o efeito de purificação que induz um estado de inocênc

primal que agrada a Deus porque não foi construída de acordo com

geometria sagrada. Nas igrejas centralizadas da Renascença,

forma geométrica é  explícita, diferentemente da geometria arca

que subjaz àbasílica ou à igreja gótica, uma geometria só apreciáv

pelo iniciado. Num plano da Renascença, a geometria pura domi

esmagadoramente. Cada uma das suas partes está harmonicamen

relacionada, como os membros de um corpo, tornando manifesta

natureza da divindade.

Como muitos dos seus contemporâneos, Alberti escrev

extensamente sobre os atributos da igreja ideal. Como seu temcorrelato, a cittá ideale, ou cidade ideal, essa igreja é uma express

idealizada do absoluto cósmico, desenhado como uma manifestaçvisível da harmonia divina, um conceito essencialmente neoplatônic

Alberti pretendia que sua igreja fosse construída num terre

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elevado, livre em todos os lados, no centro de uma praça vistos

Devia ser baseada num plinto elevado que servia para protegê-

contra a profanidade da vida cotidiana e ser cercada por um

colunada, à maneira dos antigos templos dedicados a Vesta.Sua geometria explícita devia ser coberta por um domo vistoso, qu

devia ser adornado internamente com caixotões segundo o estilo

Panteão. A abóbada do domo também devia aparentar semelhan

com o céu, na tradição da interpretação cósmica universal do temp

Assim, como na arquitetura ortodoxa oriental e gótica ocidental, to

a igreja redonda era um emblema do mundo - a manifestação cria

da Palavra de Deus: um receptáculo perfeito da humanidade.

Como as igrejas redondas do período dos Templários, essas igrej

centrais não eram vistas apenas como microcosmos do mundo, m

também como símbolos da universalidade de Deus. Muitas igrej

centralizadas reviveram inconscientemente o cubo cósmico na form

de um altar central. O centro, o "uno e absoluto", na iconograf

cristã, é um reflexo d’Aquele que só existe em verdade. Porque s

onipresença era representada pela realização dos sacramentos,

altar era o centro, o omphalos para o qual todos os raios do edifícconvergiam.

Muitas dessas igrejas centralizadas foram dedicadas à Virgem Mar

Essa tendência possuía uma razão simbólica. Desde o período ma

antigo da religião cristã, o culto da mãe de Cristo considerava-a

rainha do céu e a protetora de todo o universo. Essas idéias surgirada associação da mitologia com seu sepultamento, sua assunção

sua coroação, ecoando a coroa circular da rainha celeste

antiquíssima tradição dos céus circulares.

As igrejas circulares, todavia, conseguiram um sucesso

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curta duração. O maior número delas foi construído no período d

1490 a 1560. A Cristandade não desistiria tão facilmente das su

tradições. Em 1483, um artista italiano, Domenico Neroni, s

patrono Ascanio de VuIterra e um sacerdote anônimo foraexecutados por sacrilégio. Inspirados pelo desejo avassalador

conhecer o Número Perfeito e as proporções que guiavam

escultores antigos na feitura das efígies dos deuses, el

conceberam um esquema de evocação desses deuses. Fora

sentenciados à   morte por realjzarem atos de magia ritual. A

proporções antigas foram tão estreitamente ligadas à religião pag

que foi só  uma questão de tempo a Igreja rejeitar os "templos" dAlberti baseados em sua origem pagã. Eventos como este devem t

espalhado as sementes da dúvida na mente dos ortodoxos.

Em 1554, Pietro Cataneo, em seu livro I quattro libri di architettur

reiterou o conceito de que o templo era um símbolo do corpo d

Deus. Afirmou que, por essa razão, as catedrais deviam s

dedicadas a Cristo crucificado e, como tal, deviam seguir a form

da Cruz Latina. Em 1572, Cado Borromeo, em Instructionu

Fabricae ecclesiasticae et Superlectilis ecclesiasticae, investiu cont

a forma redonda das igrejas afirmando que ela era pagã. Segundo

Concílio de Trento, ele também recomendou o uso da Cruz Latina.

Embora houvesse controvérsia e sugestões de heresia em relaçao uso de igrejas redondas, os sistemas proporcionais antigos era

tidos como admiráveis pelos ortodoxos. Um documento relativo a Francisco della Vigna, em Veneza, fornece-nos um esclarecimen

sobre o sistema proporcional utilizado nas igrejas da Renascen

construídas com formas ortodoxas. O Doge de Veneza, Andrea Gri

assentara a pedra fundamental da nova igreja no dia 15 de agosto d

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1534 e a construção foi iniciada sob as ordens de Jacopo Sansovin

Mas, como nas primeiras dificuldades da Catedral de Milão, surgira

discussões a respeito do sistema proporcional a ser utilizado. U

entendido em proporção, Francesco Giorgi, um monge franciscaque publicara em 1525 um tratado sobre a Harmonia Universal (D

Harmonia Mundi Totius), foi encarregado de escrever um comentásobre o plano de Sansovino. O tratado de Giorgi fundira teo

neoplatônica e cristã, o que produziu o efeito de reforçar a crença

existente na eficácia da razão numérica.

Para essa igreja, Giorgi sugeriu que a largura da nave tivesse nov

passos, já que essa medida é o quadrado de três. Três é o primenúmero real nos termos pitagóricos porque tem um começo, um me

e um fim. O comprimento da nave deveria ser três vezes a largura

cubo simbólico, 3x3x3, que, como a Cidade da Revelação ou o San

dos Santos judaico, contém as consonâncias do Unjverso. A raz

entre a largura e o comprimento, 9:27, também é   analisável e

termos musicais, formando um diapason e um diapente (uma oitava

uma quinta). Giorgi, assim, sugeriu a progressão do lado masculi

do triângulo platônico para a nave da igreja.

No lado oriental da igreja, a capela deveria ter nove passos

largura e seis de comprimento, representando a cabeça do Home

Vitruviano. No comprimento, essa capela repetia a largura da nave

na largura, possuía a razão 2:3, um diapente. O coro, també

tepetia as dimensões da capela oriental, resultando toda a igreja e5x9 = 45 passos de comprimento, um disdiapason e um diapente e

termos musicais. As capelas laterais da nave eram largas de tr

passos, e o transepto, de se.is passos. A razão da largura d

capelas do transepto para aquela da nave era 4:3, um diatessaron.

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altura do teto também mantinha uma relação de 4: 3 com a largu

da nave.

Esse sistema global, relacionado às proporções ideais do Home

Vitruviano e às harmonias cósmicas de Platão e Pitágoras, recebido com prazer, e até   implementado, depois de ter passad

pelo pintor Ticiano, pelo arquiteto Serbio e pelo filósofo humanis

Fortúnio Spira. A fachada da igreja foi completada por Palladio trin

anos depois, de acordo com o mesmo sistema de proporções e d

razões harmônicas.

Palladio foi um dos maiores expoentes da geometria sagrada d

Renascença. Em seus influentes Quattro libri dell'architettura, Andr

Palladio tentou elaborar um exame geral de toda a arquitetura. E

naturalmente, acentuou seu débito para com Vitrúvio, e tambéAlberti. Todavia, foi a Vitrúvio que Palladio deveu sua ma

inspiração. Para ele, Vitrúvio era a chave dos mistérios da arquitetu

antiga, seus sistemas de proporção e seu simbolismo oculto. M

Palladio não possuía apenas um conhecimento acadêmico

arquitetura clássica. Ele viajara por toda a Itália visitando

restos desses edifícios e produzindo esboços detalhados d

medidas a fim de verificar as afirmações vitruvianas.

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Palladio escreveu: "Embora a variedade e as coisas novas agrade

a todos, elas não devem ser executadas ao contrário dos preceit

da arte e ao contrário daquilo que a razão dita; donde se depreend

que embora os antigos variassem, eles nunca se afastaram d

regras de arte universais e necessárias". Com esse exioma e

mente, Palladio pôs-se a reinterpretar a geometria sagrada clássi

antiga no desenho de seus memoráveis edifícios. As villas

Palladio foram desenhadas com uma simetria rígida derivada de um

única fórmula geométrica. Os compartimentos e seus pórticos fora

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baseados num retângulo dividido por duas linhas longitudinais

quatro linhas transversais. A sua obra mais famosa, merecidamen

é a Villa Rotondo, um desenho magistral que gerou muitas imitaçõ

inferiores. Aparentemente, o desenho é   mais adequado para uedifício religioso, já   que é  óbvia nele uma origem cósmica. E

essência, é  composto do quadrado quartado da terra que supor

o domo circular do céu. Em todos os edifícios de Palladio, as razõharmônicas são utilizadas no interior de cada compartimento e n

relação de cada compartimento com um outro. A velha geometr

sagrada dos templos pagãos foi refinada num sistema que serviu

residências palacianas dos ricos.Palladio exerceu uma influência profunda sobre a arquitetura

Renascença e mais tarde, na Inglaterra, Inigo Jones popularizou s

estilo. Em seus Qllattro libri, Palladio alude a um sistema geral

proporção que utilizou em todas as suas incumbências. Ele detalha

que considera ser as proporções mais harmoniosas para as razõlargura: comprimento dos compartimentos. Como as igrejas

AIberti, a obra de PalIadio recomenda as sete formas místicas d

compartimentos: circular, quadrada, a diagonal do quadrado para

comprimento do compartimento V2, um quadrado e um terço, u

quadrado e meio, um quadrado e dois terços e o quadrado duplo. A

razões recomendadas são as seguintes: 1; 1:1; V2:1; 3:4; 2:3; 3:5

1:2. A terceira é a única que é incomensurável nessa progressão e

o único número irracional geralmente encontrado na geomet

sagrada da Renascença. Ela aparece em Vitrúvio num sistem

comensurável e, como tal, talvez represente o último vestígio d

geometria sagrada grega antiga, sobrevivente como um fragmento

período romano.

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Palladio afirma que há três grupos diferentes de razões que fornece

boas proporções par.a compartimentos e dá para cada um deles u

modo de cálculo das alturas baseado num método geométrico

aritmético. Supondo-se que um compartimento meça 6x 12 pés quadrado duplo), a sua altura deverá ser de 9 pés. Se ele medir 4

pés, sua altura deverá ser de 6 pés. No método aritmético, o segun

termo excede o primeiro na mesma medida em que o terceiro exce

o segundo. No método geométrico, o primeiro está para o segund

termo assim como o segundo está   para o terceiro. Um out

exemplo, mais complexo, é fornecido: o método harmônico.

Para um compartimento de 6x12, a altura, pelo método harmônicserá  de 8 pés. Esse método geométrico estava de acordo com

idéia dos harmônicos exposta no Timeu de Platão como "a méd

excedendo um extremo e sendo excedida pelo outro pela mesm

fração dos extremos". Na progressão 6:8:12, a média 8 excede

em 1/3 de 6 e é excedida por 12 em 1/3 de 12.

Talvez Palladio tivesse extraído essa idéia diretamente das obras

Alberti, mas ela também fora tratada por Giorgi em seu Harmon

Mundi e por Ficino em seu comentário sobre o Timeu. Ela es

baseada, naturalmente, na teoria musical clássica e, como t

provém diretamente da Harmonia das Esferas, a pulsação mística

Universo reconhecida igualmente por pagãos e por mágicos. Es

idéia é comum à Renascença e ao período medieval, mas foi duran

esse último período que ela foi formalizada no comentário de Ficinoem obras como De Musica, de Boécio.

Considerava-se que o uso, na arquitetura, de harmonias derivad

musicalmente era uma expressão da Harmonia Divina engendrad

no ato de criação por Deus; em termos modernos, o "eco" da Grand

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Explosão que deu início ao Universo. Por meio dessa expressividad

da Harmonia Divina, estavam integrados os símbolos duais

templo como o corpo do Homem, o microcosmo, e o templo com

incorporação da totalidade da criação. Em De Sculptura, publicaem 1503, o autor Pomponius Gauricus formula a seguinte questã"Que geômetra, que músico foi esse que formou o homem dess

maneira?" Gauricus, novamente, baseou amplamente as suas teori

no Timeu de Platão.

A conexão explícita entre as proporções visuais e audíveis

Renascença traz novamente à baila a possibilidade de que ela pos

ter sido derivada inicialmente da necessidade de se construir templos como instrumentos que pudessem canalizar as energi

telúricas. No pensamento pitagórico-platônico, a própria música e

vista como uma expressão da Harmonia Universal e era pa

essencial da formação de um arquiteto. Os grandes arquitetos d

Renascença de Brunelleschi em diante estudaram avidamente

música dos antigos. As aberrações arquitetônicas eram vistas e

termos de discordância musical e essas alterações do sistema d

proporção significariam que o templo não podia mais agir como u

instrumento para a produção da Harmonia Divina. Por exemp

durante a construção da igreja de S. Francisco, em Rimini, Albe

preveniu Matteo de Pasti de que a alteração das proporções d

pilastras "destruiria todas as relações musicais".

Escritores como Lomazzo referem-se constantemente ao corhumano em termos de harmonia musical. Por exemplo, a distânc

entre o nariz e o queixo e entre o queixo e o encontro das clavícul

é   um diapason, Lomazzo, em seu Idea del Tempio della Pittu

publicado em 1590, afirma que mestres como Leonardo, Migu

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Ângelo e Ferrari chegaram ao uso da proporção harmônica por me

do estudo da música. Lomazzo menciona como o arquiteto Giacom

Soldati acrescentou às três ordens gregas e às duas romanas um

sexta, que chamou de Ordem Harmônica. Soldati era um engenheque estava envolvido principalmente com a construção de máquin

hidráulicas e, assim, era adepto da utilização do conhecimen

geométrico necessário à criação de uma sexta ordem de arquitetu

Infelizmente, não sobreviveu nenhum desenho dessa sexta orde

nem existe edifício algum construído nesse estilo. Todavia, pretend

se que a sexta ordem deveria conter todas as qualidades inerent

às cinco ordens originais e expressar mais vigorosamente a unidabásica e os padrões harmônicos do Universo.

Acreditava-se que a sexta ordem fosse a recriação da ordem perdi

do Templo de Jerusalém, que foi inspirada diretamente por Jeo

quando ordenou a Salomão que o construísse segundo medid

preordenadas. As alegações pagãs dos ortodoxos foram silenciada

A ortodoxia total do Templo de Salomão, ordenada diretamente p

Deus, foi o precedente para a aplicação das razões harmônicas

geometria sagrada nos edifícios cristãos. A reconstrução do Temp

tantas vezes destruído também se tornou o objetivo de muit

arquitetos desse período. Como Soldati, o jesuíta espanh

Villalpanda estava interessado na recuperação da sexta ordem. Su

pesquisas levaram a uma nova geração do desenho.

Talvez a mais impressionante e complexa obra dentre aquelas qforam ocasionadas pelas teorias a respeito do Templo de Jerusalétenha sido El Escorial, o estupendo palácio-mosteiro erigido sob

ordens de Felipe II de Espanha. A fundação do Mosteiro de Sa

Lorenzo de El Escorial, para dar seu nome completo, foi concebid

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como um ato de ação de graças pela vitória espanhola na batalha

San Quentin.

EI Escorial foi construído como um resultado direto de um vo

sagrado que Felipe II fez na véspera da batalha. Travada no dia dSão Lourenço, a 10 de agosto de 1557, a batalha resultou na derro

dos franceses pelas forças de Felipe. Em reconhecimento desse d

momentoso, o eixo da igreja, e por conseguinte todo o padr

geométrico do mosteiro, foi orientado para o ponto do pôr-do-sol a

de agosto. Esse procedimento era extremamente incomum, pois

nascer-do-sol era e é  universalmente reconhecido como o horácorreto para a determinação de tais alinhamentos.

Diz-se que o plano geral do edifício, na forma de uma grelha, lemb

o martírio apavorante do santo padroeiro, de quem o rei era u

devoto. Felipe decidiu construir esse grande estabelecimen

monástico para a Ordem Hieronimita e o planejou de acordo co

revelações bíblicas. A obra de construção foi iniciada a 23 de abril d

1563 e completada 21 anos depois. O arquiteto Juan Bautista d

Toledo foi encarregado de dirigir a obra, mas, com sua mo

prematura, seu assistente Juan de Herrera levou-a adiante

completou com êxito um magnífico edifício sagrado num estilo mu

pessoal. Não obstante, a despeito da sua marca pessoal,

princípios seguiam estritamente os preceitos canônicos. Felipe II

Juan Herrera eram seguidores ardorosos do místico espanhol Ram

Lull, cujas exposições matemáticas da Harmonia Universal lhaviam conseguido a pena de morte por heresia anti-islâmica duran

a ocupação moura.

Herrera aplicara anteriormente as harmonias derivadas musicalmen

em sua construção da catedral de Valladolid e pretendeu fazer

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mesmo com o Escorial. Basicamente vitruviana em desenho,

geometria é  a do ad triangulum. Toda a planta baixa abrange

Homem Vitruviano. No planejamento global, o Escorial ecoa

Campo dos Israelitas, um tema abordado por Villalpanda em setratado erudito sobre Ezequiel. Como a imagem do microcosmo,

mosteiro foi fundado num dia astrológica e historicamente favoráve

desde o princípio pretendeu-se que ele seria o epítome de todas

artes e letras da época.

O ambiente dos círculos místicos espanhóis da época da fundaçdo Escorial produziram uma obra monumental, In Ezechiele

Explanationes. Embora fosse publicada após o completamento dmosteiro, ela fornece a chave das idéias inextricavelmente envolvid

na obra. Dois jesuítas, Juan Bautista Villalpanda e Jeronimo Prad

puseram em prática durante longo tempo uma série de pesquis

complexas e esmeradas sobre a estrutura e o simbolismo do Temp

de Salomão e a sua interpretação na visão de Ezequiel.

reconstrução, e o raciocínio que está por trás dela, ocupa a ma

parte do segundo dos três tomos que comentam o Livro de Ezequi

Estes livros foram financiados por Felipe lI, a quem foi dedicado

primeiro volume. A dedicatória diz que ele "parecia (...) Salomão

grandeza de alma e de sabedoria enquanto construía a ma

magnífica e verdadeira das obras reais, San Lorenzo de el Escoria

Esta similaridade imaginosa com Salomão ecoa as mesmíssim

alusões aplicadas ao Imperador Romano Oriental Justiniano e

Santo Imperador Romano Carlos Magno. Codimus relata q

Justiniano, ao ver a grande igreja de Santa Sofia em Constantinop

exclamou "Salomão, eu o excedi!" e Carlos Magno, segundo se

biógrafo Notker, o Gago, construiu as suas igrejas e seus paláci

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"seguindo o exemplo de Salomão". Além disso, um dos títul

ganhos por Felipe II era Rei de Jerusalém e o Escorial foi modelad

segundo o templo dessa cidade.

De acordo com VilIalpanda, a harmonia platônica utilizada por AIbePalIadio e Soldati fora revelada a Salomão por Deus. O sistem

emprega as harmonias musicais do diatessaron, do diapason, d

diapente, do diapason com diapente e do disdiapason; mas rejeita

sexta consonância vitruviana do diapason com diatessaron. Por est

meios era a relacão complexa dos elementos da arquitetura clássi

relacionada à Vontade de Deus.

Esta vasta obra mística foi lida por um amplíssimo número

pessoas e exerceu uma influência muito grande, pois que sintetiza

os mistérios escatológicos do Velho Testamento com as teori

grecoromanas platônicas de Vitrúvio. Herrera, o arquiteto t

intimamente ligado à execução dos desejos de Felipe II, é aponta

por VilIalpanda como seu mestre. Como um discípulo de Herrer

Villalpanda estava na posição perfeita para expor os princípi

ocultos do Escorial e seu predecessor, o Templo salomônico. S

reconstituição pode ser situada em 1580, dezesseis anos antes d

publicação, e Herrera, ao ver os desenhos, teria comentado que u

edifício de tal beleza só poderia provir de Deus.

Villalpanda e Prado não foram os primeiros comentadores a tent

uma reconstrução perfeita do Templo salomônico. Na verdade,

primeiro e talvez mais famoso bibliotecário do Escorial, Benito AriMontano, publicara em 1572 a sua própria interpretação do Temp

O seu plano era todo em estilo clássico com uma torre de quat

estágios à   maneira da Renascença. Villalpanda desprezou es

plano como uma fantasia porque "não seguia a especificação d

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santa profecia, nem mesmo em parte". VilIalpanda, um gran

acadêmico versado na Bíblia e um hebraísta, acreditava que e

através dos exercícios espirituais de sua ordem, chegara

verdadeira manifestação do Templo. Suas raízes místicas, verdade ocultas, estavam na Cabala hebraica, o cânone pagão d

Vitrúvio, e no misticismo matemático do herético Ramón Lull.

Os recintos do templo, freqüentemente ignorados pel

reconstrutores posteriores, especialmente aqueles de cre

protestante, foram sumamente importantes para Villalpand

Executadas com a forma geral de um quadrado, as sete cort

representavam astrologicamente os sete planetas e outros pontsignificativos, as casas astrológicas e as tribos de Israel.

Nem todos os edifícios místicos do período voltavam às font

bíblicas para dali retirarem sua inspiração. Um edifício único

Inglaterra, que exibe publicamente a geometria sagrada e

matemática oculta, é   a famosa Loja Triangular, em Rushton,

Northamptonshire. Esse edifício devocional foi erigido sob as orde

de Sir Tomas Tresham, um devoto do catolicismo romano q

desejou continuar sua adoração particular num clima político hos

àquela religião. A Loja Triangular era a sua expressão de su

devoção à Santíssima Trindade, e, sendo um emblema da Trindad

foi construída na forma de um triângulo eqüilátero.

Cada um dos lados da loja tem um comprimento de 33 pés e

polegadas. Há três pavimentos; três janelas em cada andar em caum dos três lados e cada janela divide-se em três. Há três inscriçõlatinas, cada uma das quais tem 33 letras. Uma delas, todavia, ésímbolo &, o que perfaz a centena redonda notável no comprimen

total dos lados. O teto foi terminado com três frontões de cada lado

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um remate de três lados foi executado acima do teto. Abaixo d

 janelas do segundo andar, no lado da entrada. há a data 1593 e

iniciais do construtor, T. T. Mesmo a letra "T” é símbolo do três.

O ornameqto, se assim se pode chamar, está   profundamenocultado no volume. Num frontão há as figuras 3898 e abaixo delas

a Menorah, o candelabro de sete ramos dos judeus. No front

seguinte, há  a inscrição Respicite e um relógio solar. No tercej

frontão está o número 3509 e a pedra de sete olhos. Cada um d

três lados representa, assim, um aspecto da Trindade.

A loja continua sendo uma singularidade, embora uma igre

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triangular emblemática da Santíssima Trindade tenha sido erigid

em Bermondsey, em Londres, em 1962. Os edifícios triangulares s

notoriamente desprovidos de praticidade na acomodação de fiéis

poucos foram construídos dessa maneira. A geometria sagrada fconcessões a esse respeito e capacita o arquiteto a incorporar

simbolismo numa maneira arcana. Tresham ultrapassou o méto

tradicional e cometeu uma "loucura" memorável - que continua sen

um testemunho de um extraordinário fervor religioso.

Mais ou menos no mesmo período, a magia, despojada de seu rótu

herético e praticada sob a nova ordem do Rosacrucianism

começou a florescer abertamente na Inglaterra protestante polímatos como John Dee e Robert Fludd, cujas pesquisas iam d

matemátjca à  alquimia, via astrologia e ocultismo, criaram vári

sistemas de geometria sagrada que codificavam suas descobert

mágicas.

12. A Geometria do Barroco

Aplica-se o termo barroco hoje em dia à arquitetura dos séculos XV

e XVIII, tendo sido originalmente um pejorativo derivado da palav

italiana baroco. Essa palavra foi usada pelos filósofos da Idade Méd

para descrever qualquer idéia por demais complexa ou qualqu

conceito intrincado. Também se aplicava a algo bizarro ou disform

por exemplo uma pérola, e pressupunha a quebra das regr

canônicas da proporção ao capricho do artista ou arquiteto. Assim

Barroco, como o movimento Art Nouveau posterior, era visto pel

puristas como degenerado por causa do seu ponto de partida ma

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ou menos distanciado do cânone rígido da arquitetura clássica.

A arquitetura barroca pode ser vista como uma continuação d

revitalização clássica da Renascença. Na verdade, os primeir

edifícios em estilo barroco enquadram-se perfeitamente na tradiçãopodem ser distinguidos apenas por diferenças de detalhe

manipulação do ornamento. Todavia, o Barroco propriamente d

rompe com o estilo recomendado da arquitetura romana e este fa

está refletido em sua geometria subjacente.

Afirma-se amiúde erroneamente que na geometria sagrada clássi

as formas dos edifícios devem ser relacionadas simplesmente

figuras geométricas principais. No Barroco vemos a primeira evas

deste conceito, pois, embora as formas se relacionem às figur

geométricas familiares, elas devem estar relacionadas a um ou do

intervalos. Assim, uma forma comum nos interiores da igreja barro

é   o oval. Essa forma, como seus precursores espirituais na e

megalítica, pode ser baseada em figuras significativas como

triângulo 3:4:5 pitagórico. Ao passo que as fachadas das igrejas

das catedrais barrocas ainda utilizavam combinações de retângul

de raiz, as plantas baixas aumentavam o número de liberdades.

Os edifícios de Gianlorenzo Bernini demonstram admiravelmente

complexidades da geometria sagrada barroca. Seu S. Andrea

Quirinale, em Roma, construído como uma igreja pa

noviços jesuítas, entre 1658 e 1670, era um oval transverso

setenta pés por quarenta, em desafio deliberado à   orientaçtradicional do altar ao longo do eixo. Desse oval emergem o

capelas laterais que, com o nicho ocupado pelo altar elevado e pe

entrada no lado oposto, fornecem uma geometria décupla. Nun

antes fora tentado um plano como este, que não tem paralelo e

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termos geométricos. Muitos anos antes, o excêntrico arquite

sagrado Francesco Borromini construíra igrejas segundo um sistem

ad triangulum modificado. Embora tenha sido feita uma bre

tentativa, durante a construção da Catedral de Milão, de se usar o triangulum, o sistema era extremamente incomum na Itália antes

século XVII. Talvez a SS Trinita, de Vitozzi, em Turim, seja o úni

exemplo mais antigo, e só foi iniciada em 1598.

O desenho sem dúvida alguma barroco de Borromini para

Archiginnasio, depois sede da Universidade de Roma e mais tar

ainda dos Arquivos Estatais Italianos, incorporou a pequena igreja

Santo Ivo. Ela fora desenhada segundo o plano do Selo de Salomãdois triângulos interpenetrantes. A planta baixa está embelezada pe

desenvolvimento de vértices alternados do selo em recôncav

semicirculares simples e pelo fechamento dos outros a meio camin

por traços convexos. Paredes convexas e côncavas inte rage

assim, com pequenas paredes intersticiais retas para produzirem u

interior ondulante que, não obstante, limita-se rigidamente

geometria sagrada.

Externamente, Santo Ivo ecoa o hexágono do interior. Uma cúpu

encimada por seis arcobotantes eleva-se para um remate central q

é   uma espiral antidextrorsa de três voltas e meia, um eco d

zigurates antigos da Babilônia. Na verdade, muit

ilustrações contemporâneas da Torre de BabeI apresentam es

forma espiral.As três voltas e meia do remate espiral têm paralelo no número d

voltas da serpente interna Kundalini do Budismo Tântrico indian

Borromini aqui passa um recibo do conhecimento arcano manipula

de maneira verdadeiramente moderna.

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Na atmosfera conservadora de Roma, a visão genuinamente barro

de Borromini recebeu poucos aplausos. Diferentemente

arquitetura em voga, suas obras baseavam-se mais na pura form

geométrica do que no Homem Vitruviano. Bernini criticouchamando sua arquitetura de extravagante, pois, ao passo q

outros arquitetos usavam a estrutura humana como ponto de partid

Borromini baseou seus edifícios na fantasia. Utilizar uma geomet

in comum era considerado heresia, pois ela envolvia princípios

conceitos externos à   fé  cristã. Afinal, não fazia muito tempo q

Giordano Bruno fora queimado na fogueira por heresia (1600). S

idéia neoplatônica do universo como um todo harmonioso era maou menos aceitável na Renascença católica, mas as idéias neopag

expressas em sua geometria não o eram. Ele utilizara explicitamen

diagramas geométricos para expressar os atributos de Deus, figur

microscópicas para uma compreensão do macrocosmo.

A influência de Borromini, todavia, não foi abafada. Seu sucess

natural foi Guarino Guarini, que desenhou a singular S. Lorenzo e

Cappella della S. Sindone em Turim. Esses edifícios segue

Borromini na sua utilização usual do ornamento e do esboço. S

Lorenzo foi desenhada como um octograma com uma série

suportes de domo que são uma reminiscência de uma prática antig

como a Grande Mesquita de C6rdova, na Espanha (875). Es

padrão octogrâmico, inscrito num quadrado, serviu para a "nave" d

igreja, ao passo que um oval formou o santuário. Todavia, como

obra de Borromini, esse oval mascarou um Selo de Salomão, e

cujo centro ficava o altar principal.

Outra obra-prima de Guarini foi a capela que ele desenhou para

guarda daquela que talvez seja a mais santa e certamente a ma

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contenciosa relíquia da Cristandade - o sudário de Turim. Coloca

entre o coro da velha catedral e o palácio real, essa capela f

concebida como uma estrutura cilíndrica encimada por um domo

triangulum modificado. Esse ad triangulum não era verdadeiramenreto, pois continha outra singularidade barroca, uma simet

nônupla. Construído, o corpo da capela tem uma simetria nônup

que se reduz a uma simetria tripla no nível do arco. Este, por s

vez, compõe a abóbada. No centro dela há  uma estrela de do

pontas. No todo, a abóbada consiste de 36 arcos e 72 janelas, fa

que enfatiza o simbolismo duodécuplo.

A palavra barroco tende a evocar na mente de muitas pessoas umdisposição desenfreada de ornamento aparentemente casual que

mantém suspensa, como que por mágica, de uma tela de fundo d

motivos clássicos desconectados arranjados de maneira teatralmen

espetacular. As igrejas da Europa central, reconstruídas à mane

barroca após a Guerra dos Trinta Anos, favorecem a formação des

imagem. Igrejas como a de Sváty Mikulas em Praga ou a igreja d

peregrinação de Vierzehnheiligen na Alemanha talvez seja

exemplos típicos das melhores dessas igrejas. Ambas possue

exteriores retilíneos que ocultam interiores extremamente curvo

Uma série de vesicas, círculos e ovais está perfeitamente articula

a uma estrutura de retângulos.

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Em Vierzehnheiligen, o arquiteto Balthasar Neumann executou um

planta baixa totalmente independente do plano da abóbad

combinando, assim, duas geometrias diferentes mas superpostas. O

princípios da geometria sagrada que guiavam os arquitetos Renascença foram modificados e remodificados até que a geomet

do edifício fosse modificada por uma pletora de geometrias terciári

e quaternárias. Na Inglaterra, todavia, as velhas tradições fora

mantidas até uma data bastante posterior.

Sir Christopher Wren talvez seja o arquiteto inglês mais famoso d

todos os tempos. Só   ele, entre os arquitetos, é  mencionado n

histórias correntes e suas obras-primas, em Oxford, Cambridge

Londres, são admiradas anualmente por milhares de turistas que, d

outra maneira, não costumam se interessar por arquitetos. Wren

um cientista que chegou à   arquitetura por um ponto de vis

racionalista. Seu mentor espiritual foi naturalmente o ubíquo Vitrúv

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mas Wren utilizou seus princípios apenas como pontos de partid

que ele simplificou. Quando lecionava em Oxford, em 165

pronunciou uma conferência em que expôs seu ethos:

"As Demonstrações Mntemáticas, constituindo-se sobre

inexpugnáveis Fundações da Geometria e da Aritmética, são a

únicas Verdades que podem mergulhar na Mente do Homem. vaz

de toda Incerteza; e todos os outros Discursos participam mais o

menos da Verdade, segundo seus Assuntos sejam mais ou men

capazes de Demonstração Matemática.”

Assim, para Wren, a geometria era a pedra de toque, a base infalíve imutável contra a qual todo conhecimento deve ser julgado. Se

escritos teóricos são poucos, pois os arquitetos ingleses não tendia

a um autojulgamento nessas práticas, diferentemente de su

contrapartidas italianas. Todavia, em Parentalia, escrito pelo filho

Wren, há um apêndice composto de quatro Tracts, "(...) Bosquejgrosseiros, imperfeitos (...)" que, embora sejam notas fragmentária

esclarecem a prática da geometria sagrada na Inglaterra do sécu

XVII.

O Tract I discute as intenções da arquitetura, que "visa a Eternidade

A disciplina da arquitetura é idealmente eterna e, portanto, baseia-

nas Ordens Clássicas que são "a única Coisa incapaz de Modos e d

Modas", e, como tal, representam a verdadeira beleza canônica, couma base estética fundada na geometria.

De acordo com Wren, há   duas causas de beleza, a natural e

convencional. A beleza natural deriva diretamente da geometria e

figuras geométricas concordam com a "Lei da Natureza" pa

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formarem o mais belo. A beleza convencional baseia-se

associação e, conseqüentemente, é   inferior àquela que deri

geometricamente.

Nas suas igrejas da Cidade de Londres, e na obra-prima da Catedde São Paulo, a geometria pode ser vista como o princípio conduto

Este fato se evidencia ainda mais no caso de muitos campanários

igrejas da City, que são pouco mais do que uma pilha de element

geométricos. Isso não lhes tira o mérito de maneira alguma, po

cada elemento foi magistralmente combinado com o que está abai

dele, criando estruturas barrocas ao mesmo tempo elegantes

exóticas. Mesmo o domo de São Paulo pode ser reduzigeometricamente a Mma "pilha de elementos" comparável a u

Chorten tibetano e pode merecer uma interpretação simbólica simila

Embora o nome da Catedral de São Paulo evoque agora visões d

uma obra-prima barroca, antes do Grande Incêndio de Londres e

1666 ela era uma das maiores igrejas medievais da Europa. Erguid

sobre as fundações de uma igreja mais antiga, essa obra-prim

gótica possuía a torre mais alta da Inglaterra. Com 555 pés, a tor

era a estrutura mais alta jamais construída em Londres atéconstrução da Torre dos Correios em 1965. A torre desapareceu nu

incêndio no século XVI e a catedral gótica foi irremediavelmen

prejudicada num desastre que incinerou grande parte da cidade.

A reconstrução da catedral foi discutida pelo "Vitruvius Brittanicus

Inigo Jones, Arquiteto da Corte, nos anos 1530. Seus planos nunforam executados. Mesmo depois do Grande Incêndio, os rest

foram arranjados às pressas para utilização posterior, mas por vo

de 1672, quando as paredes inclinadas e a pedra

cantaria desintegrada ameaçavam transformar a congregação num

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avalanche de pedregulhos, a catedral foi fechada. 'Wren, que fo

indicado anteriormente como o arquiteto encarregado da construçãaceitou a oportunidade de edificar uma nova catedral.

Após muitos planos e modelos, a catedral final emergiu. Baseada ad quadratum gótico, o desenho desenvolveu-se de uma estrutu

centralizada albertiana. para um plano tradicional, com nave, nav

laterais, transeptos e grande coro. Todavia, foi mantida

característica principal, um espaço central no cruzamen

Geometricamente, as partes da catedral foram desenhad

predominantemente de acordo com a razão 3:2:1, embora a razão

1 também seja comum. Assim, a nave tem 41 pés de largura e 8pés de altura; as naves laterais possuem 19x38 pés; o espaço abai

do domo possui 108 pés de largura e 216 de altura; e as janel

medem 12x24 pés. A geometria básica da planta baixa de todo

edifício foi desenhada no interior de um quadrado duplo de 250x5

pés. Essa construção nacional tem as mesmas proporções d

templos da Pirâmide de Escada, do Tabernáculo Hebraico e

Templo de Salomão, pontos que não foram perdidos pelos franc

maçons operativos liderados por Thomas Strong, a quem Wr

empregou para construir seu magnum opus.

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A altura global da catedral também aderiu a dimensões mística

possuindo 365 pés desde o nível do chão até o topo da cruz douraque encima o vasto domo. Esse número, o número dos dias do a

solar, representa a consumação do ano de Deus, o Tempo Cósmi

em que o Reino do Céu se cumpre na Terra. Essa altura de 365 p

foi utilizada nos anos 1930 na catedral anglicana de Guildford, ond

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Sir Edward Maufe incorporou essa medida ao esquema

triangulum. Além das suas conotações anuais, o número 3

equivale em gematria ao nome Abraxas, que, além de ser a orige

da palavra mágica Abracadabra, simboliza a consumação de todconhecimento. Mais importante que isso, a figura 365 pés é  um

medida geodésica, ligada diretamente às dimensões do planeta. Émilésima parte da extensão ao nível do chão de um grau da latitud

em Londres, que é de 365.000 pés. 'Wren, que certa vez medira

globo da Lua para seu patrono o rei Carlos II, não usa

casualmente essa medida.

13. A Geometria Sagrada no Exí lio

Embora após a época de Wren e Newton houvesse um novo mund

secular em construção, durante o século XVlII havia ainda u

interesse pelas máximas da harmonia musical de Palladio

construção. Em 1736 surgiu o livro de Robert Morris, intitulaLectures on Architecture, consisting of rules founded upon Harmoni

and Arithmetical Proportions in Building. As idéias expostas nes

obra seguiam a teoria de que, exatamente como existem apenas se

graus na música que podem ser discernidos pelo ouvido human

assim também existem apenas sete formas compostas de cub

apropriadas à elegância e à beleza.

De acordo com Morris, 1:1:1 era o cubo perfeito; 1 1/2:1:1 o cubo

meio; 2:1:1 dois cubos colocados lado a lado; 3:2:1 seis cub

perfeitos; 5:4:3 sessenta cubos e 6:4:3 setenta e dois cubos. A

proporções harmônicas consistentes que são visíveis hoje em muit

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casas georgianas atestam seu poder sobre as mentes de muito

arquitetos seculares especulativos do século XVIII. Todavia, por ma

imperfeita que sua interpretação da geometria sagrada possa t

parecido ser, esses arquitetos ainda reconheciam que, para se criharmonia, deve-se começar com uma estrutura geométrica sobre

qual se deve preparar um desenho.

No século XIX, muitas das idéias dos séculos anteriores ha viam si

rebaixadas a uma mera cópia. Os únicos arquitetos que trabalhara

com forças reais foram os engenheiros civis, tais como Thom

Telford e Isambard Brunel, e mais tarde Gustave Eiffel e Lou

Sullivan, que produziram edifícios e estruturas cujas proporçõforam exigidas pelas restrições da engenharia. Se

contemporâneos, nesse ínterim, contentaram-se em geral e

desenvolver cópias servis de estilo mourisco, gótico, romântic

bizantino, palladiano, paladano, neo-renascentista, ou, pior, mistur

e sínteses bizarras desses estilos. As melhores dessas mistur

figuram hoje como maravilhosos monumentos idiossincráticos,

predecessores espirituais da Disneylândia. As piores sucumbiram

muito tempo ao martelo do demolidor.

A arquitetura sagrada do século passado foi principalmente imitativ

Pilhas enormes, como o Sacré   Coeur de Paris, erigido pa

comemorar o esmagamento da Comuna anarquista de 187

incorporaram a geometria, mas, como as igrejas "decoradas" e

todos os detalhes, como as de Pugin, pouco tiveram de místico eseu planejamento. A pesquisa sobre esses assuntos é insuficien

Todavia, pode-se dizer com alguma certeza que um grande núme

de igrejas que brotaram entre o proletariado urbano foi desenhad

simplesmente como exercícios. Cidades como Swindon e Crew

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dormitórios para funcionários explorados de rodovias, foram erigid

com o mínimo de custo e de planejamento, e assim também o fora

seus templos espirituais.

No outro lado da moeda, no reino do verdadeiramente oculto,século XIX foi algo como uma renascença. Livre do temor

inquisição, tendo o poder da igreja sido quebrado pela revoluçpolítica e por brechas científicas, os praticantes das velhas ciênci

ocultas puderam sair à luz e expôr suas teorias e suas descoberta

Surgiu um grande interesse pela astrologia, pelo espiritualismo

por todas as espécies de magia. Necromantes como o mago franc

Éliphas Levi puseram em prática evocações dos espíritos dos mort- e publicaram livros com os seus resultados. Na sua magnífica ob

Transcendental Magic, It’s Doctrine and Ritual, ele descre

em detalhe a evocação do espírito de Apolônio de Tyana, o gran

milagreiro pagão da antigüidade. Neste ato, o sinal do pentagrama

escavado sobre o mármore branco de um altar trazido especialmen

com esse objetivo. Depois de vários ritos, um ser foi conjurado, m

a magia de Lévi não pôde controlar esse espírito e ele se perdeu.

Uma tal descrição de uma operação mágica não poderia ter sid

publicada antes do século XIX. Era tal a falta de fé  no poder d

Cristandade, que muitas idéias "frescas" foram postas em circulaçãMuitos desses conceitos provieram do conhecimento antigo. N

arquitetura, muitos segredos maçônicos e geomânticos antigos fora

dívulgados em 1892 com a publicação de Architecture, Mysticism aMyth, de W. R. Lethaby. Cinco anos depois, William Stirling public

anonimamente sua obra-prima incomparável, The Canon, que exp

as conexões entre a arquitetura dos antigos e a revelação mágica

escritural. Pela primeira vez na história muitos mistérios ocult

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foram publicados de maneira facilmente compreensível. Os segred

maçônicos, que durante muitos anos haviam vazado aos poucos e

vários livros, foram pela primeira vez amalgamados com

conhecimento diversificado que então era colhido dos quatro cantdo mundo por antropólogos e folcloristas.

The Secret Doctrine e Isis Unveiled, livros de Madame Blavatsk

trouxeram muito conhecimento esotérico oriental e egípcio para um

forma facilmente consumível pela mente ocidental. Na verdade,

influência do seu pensamento "teosófico" exerceu uma profun

influência sobre o século XIX, desde os escritos e arquitetura d

Rudolf Steiner até   os edifícios modernos do grupo De Stijl e amesmo, por meio da doutrina das raças originais, às teorias racist

dos nazistas alemães. A Ordem ocultista da Aurora Dourada e

seus muitos grupos paralelos também tomaram disponível muito

conhecimento metafísico arcano dos mágicos antigos e medieva

Combinados com essa grande revitalização do conhecimento ocul

os grandes progressos em ciência e tecnologia apresentados n

séculos XIX e XX tornaram possível investigar a estrutura físi

subjacente da matéria e da geometria orgânica dos reinos vegeta

mineral.

Todavia, o leitor verá   que estamos numa época materialista,

maneira que, embora esses princípios arcanos tenham si

publicados, sua aplicação à vida cotidiana foi e é  feita de mane

velada. Os princípios da geometria sagrada, não obstante sejamuito bem conhecidos a essa altura, carregam consigo o pod

antigo e sua aplicação ainda produz o efeito desejado. Todavia, es

crença infelizmente tem hoje o interesse de apenas uma minoria.

maioria das pessoas a ignora; na verdade, sua recíproca também

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verdadeira.

No começo do século XX, o culto da iluminação tornara impossíve

um arquiteto admitir que ele estava trabalhando segundo princípi

esotéricos. Assim como a geomancia fora em grande mediextirpada, e por toda a parte da superfície da Terra fos

considerada igualmente profana, assim também a geometria sagra

foi vista apenas como uma aderência supersticiosa a um sistem

sem valor algum para a tradição. De fato, as coisas foram aind

mais longe. A maioria dos arquitetos não estava consciente de q

havia uma tradição.

Um livro típico do período, Hints on Building a Church, de Henry Pa

Maskell (1905), apresenta um guia muito insuficiente das medid

canônicas. Seu conhecimento da geometria sagrada era mínim

mas conseguiu escrever uma obra influente sobre construção d

igrejas. Por volta de 1905, só   os arquitetos versados no sab

maçônico antigo, ou, de fato, os franco-maçons praticantes, estava

interessados nas sutilezas da geometria canônica. Muito do interes

passou para teóricos arquiteturais acadêmicos, como Lethaby.

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Maskell escreveu: "Nossos predecessores acreditavam muito naqu

que a psicologia moderna chama de mente subconsciente. (...) 'sentido interno' fazia todas as avaliações inconscientemen

Devemos reconhecer que essa crença era justificada, via de regr

em suas obras, mesmo nos assuntos mais abstrusos da acústica

da ventilação". Esta afirmação, naturalmente, não faz sentido. Não

erige por meios "inconscientes" uma catedral como a de Salisbu

com uma torre de quatrocentos pés que resistiu por setecentos ano

Edifícios como esse são o resultado de uma avançada tecnologia arquitetura, planejados de acordo com os princípios seguros

geometria. Por volta do começo deste século, a idéia de progress

demonstrada tão convincentemente por avanços tecnológicos com

as telecomunicações, a luz elétrica e os veículos a motor, torn

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impossível o fato de que os construtores da Idade Média tivesse

possuído planejamentos inteligentes. As plantas de execução d

arquitetos medievais repousam esquecIdas nas bibliotecas d

catedrais. de maneira que a teoria "do inconsciente" era umdesculpa conveniente.

As idéias psicológicas de escritores como Maskell devem ter sid

condicionadas pela obra recente de psicólogos como C. G. Jun

Em sua obra mais antiga, Jung discute as fantasias experimentad

por um médium histérico que ele estudara. Em On the Psycholo

and Pathology of So-called Occult Phenomena, expôs pela prime

vez os conceitos de "arquétipos" e "inconsciente coletivo". Judescobriu que determinados padrões geométricos e simbólic

tendiam a recorrer espontaneamente nos desenhos, nas pinturas

nos sonhos dos seus pacientes. Os conceitos antigos dos filósof

gnósticos e dos cabalistas cristãos, especialmente o seu simbolism

ocorrem espontaneamente ao longo de todas as suas obras. E

acreditava que esses padrões ocultos fossem, por conseguin

imagens espontâneas nas mentes das pessoas. Escritores como

místico Jakob Boehme, que viveu no século XVII, expressaram-

longamente sobre símbolos geométricos e alquímicos que, pa

Jung, eram tão importantes para a idade moderna quanto os post

com letreiros para a geografia da mente, exatamente como o era

no século de Boebme os símbolos do Princípio Divino.

Essas idéias foram retomadas por escritores como Maskell, que vno simbolismo das catedrais a atuação insensata de autômat

ignorantes, levando à   frente a sua tarefa de uma mane

inconsciente. Jung mostrara que os padrões arquetípicos gerad

espontaneamente correspondiam com perfeição ao simbolism

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tradicional da geometria sagrada, de maneira que aque

interpretação era inevitável. O núcleo da corrente ortodoxa

geometria sagrada fora relegado aos livros e às revistas de corp

ocultistas e às teorias de indivíduos excêntricos como ClauBragdon e Antoni Gaudí.

Antoni Gaudí   é   uma figura importante, se não enigmática,

arquitetura moderna. Católico romano devoto, Gaudí   considera

toda ação um ato de piedade, e não menos a sua arquitetura. Ma

por conveniência do que por fundamentação lógica,

historiadores da arte categorizam suas obras únicas de fantas

canônica no saco de gatos do Art Nouveau. Os escritores tenderamenfatizar o bizarro ou o aspecto inovador da sua obra em detrimen

da tradição canônica dentro da qual ele operava conscientement

Embora sublinhem as inscrustações orgânicas - os azulej

policromados, os bonecos de cacos de cerâmica, os ferros retorcid

e as paisagens de pesadelo são um sistema de geometria sagra

cujas origens podem ser remontadas ao ad triangulum medieval d

Catedral de Milão e aos esquemas proporcionais de Vitrúvio.

Diferentemente de muitos outros expoentes da geometria sagrad

moderna; Gaudí era totalmente ortodoxo em suas crenças religiosa

Era católico romano, com uma devoção especial ao culto da Virge

Em cada um dos dias da sua longa vida, ele assistiu aos serviçreligiosos apropriados, nos últimos anos chegava a caminhar muit

milhas para fazê-Io. Naturalmente, seu ponto forte era o desenho digrejas, embora também tivesse desenhado muitos blocos

apartamentos. Acreditou-se que um deles, a Casa Mila, seria a ba

para uma vasta efígie da Virgem. Essa singularidade, todavia, nun

foi completada, pois a construção coincidiu com a sublevaç

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anarquista de 1909, quando muitas fundações religiosas foram al

de ataques impiedosos dos insurrecionistas anticlericais. Após

repressão sangrenta da sublevação, o patrono de Gaudí temeu um

outra revolução, talvez mais bem sucedida, e resolveu não mamarcar sua propriedade com esse estilo. A com una anarquista q

se bateu contra a cidade durante o ano de 1936 realmente ataco

igrejas, mas poupou a Casa Mila, de maneira que sua recusa

mostrou realista.

A obra-prima de Gaudí, cuja construção ainda está em andament

foi o Templo Expiatório da Sagrada Família (a Sagrada FamíliaEsse edifício enorme, que levará   um outro século para scompletado, foi concebido como um símbolo do renascimento crist

da cidade de Barcelona. Gaudí trabalhou muitos anos no projeto, q

ainda era fragmentário por ocasião da sua morte em 1926. Se

planos e modelos foram grandemente destruídos durante

Revolução Espanhola dos anos 1930, mas seus seguidor

reconstruíram-nos posteriormente a partir de material já  publicad

Pretendia-se que a Sagrada Família fosse a progressão lógica d

arquitetura gótica "libertada do flamboyant", com a utilização d

técnicas modernas para evitar a necessidade de expedient

estruturais tais como os arcobotantes. De fato, o interesse de Gau

pela geometria esotérica fez dele um dos primeiros arquitetos d

tempos modernos a empregar o arco parabólico e, por essa razãseus edifícios contêm aquilo que à  primeira vista parece ser u

conceito ridículo - pilares inclinados. Estes pilares, todavia, são

resultado de se considerar a construção de um edifício como um to

que integra mecânica e organ:camente todas as partes de mane

que ela ecoe espiritualmente, se não funcionalmente, a nature

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"abrangente" da arquitetura gótica.

Diferentemente dos edifícios "copiados", a Sagrada Fami

enquadra-se verdadeiramente na tradição da geometria sagra

porque utilizou esse sistema para determinar as suas formas. Essformas, verdadeiramente modernas para a época, devem pouco

nada aos estilos passados e, por causa da sua geometria subjacen

são adequadas ao propósito para o qual foram planejadas. Este fat

e não a forma externa, separa a arquitetura realmente sagrada d

arquitetura meramente inventada ou derivada.

Na mesma época em que surgiram as maiores obras de Gaudí, idéias do revivescimento dos rosacruzes e as descobertas teosófic

de Madame Blavatsky estavam sendo sintetizadas pelo gênio ocu

de Rudolf Steiner num sistema novo, a Antroposofia. Nem mag

nem religião, a Antroposofia pretendia ocupar um novo nicho entre

artístico e o místico. Steiner, fundador e mentor do credo, constru

uma sede que era uma reprodução do espírito dos templos antig

em tudo menos no nome. Incorporando uma geometria sagra

verdadeira, esse templo, conhecido como Goetheanum, era

culminação de muitos anos de pesquisa. Em 1911, Stein

pronunciou uma conferência intitulada The Temple is Man, em q

discutiu os princípios que subjazem aos templos da antigüidad

Todavia, diferiu do historicismo usual dos seus contemporâneos, po

não falava só dos templos antigos, mas também dos do futuro. Este

entre os quais se incluía o seu Goetheanum (embora na época fosconhecido como Johannesbau), deveriam diferir dos templos antig

no fato de serem emblemas do homem que recebera o espírito e

sua alma.

Em 1914, em Dornach, na Suíça, Steiner iniciou a construção do s

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magnum opus, o projetado Johannesbau. Na época, passara

Teosofia à nova Antroposofia e, por conseguinte, os símbolos q

pretendia utilizar eram considerados obsoletos. Tendo extraído d

teoria do mundo de Goethe a direção de sua nova arte antroposóficmodificou o nome do templo para Goetheanum.

Steiner acreditava que o Goetheanum era um desenvolvimento d

desenho do templo que provinha da antigüidade até sua época p

linha direta. Suas idéias enquadravam-se perfeitamente na tradiçque esbocei nos primeiros capítulos - o templo como um símbolo

corpo do homem. Para o Goetheanum, erigiu-se toda uma teo

corrente da evolução espiritual simbólica da arquitetura. Desde tempos antigos, afirmou Steiner, até a época do Templo de Salomãreinou o princípio humano. Várias características de sua maneira

ser foram expressas no templo. À época de Cristo, o arco e o dom

simbolizavam a encarnação do vivo e a excarnação do morto, e

catedrais góticas, baseadas no padrão da cruz, simbolizavam

sepulcro de Cristo.

Steiner acreditava que, no período medieval tardio, brotara um no

estilo de arquitetura que pretendia abranger toda a humanidade

levá-la a um Cristo subido aos céus. Todavia, esse edifícsobreviveu apenas na poesia, o perfeito Castelo do Graal. Foi

direção desse símbolo ideal que Steiner trabalhou.

O Goetheanum, construído, era uma estrutura de dois domos que

incorporava de uma maneira sem precedentes. Como os templpagãos antigos, estava orientado na direção leste-oeste, com entra

pelo lado oriental. Um desenho engenhoso, baseado no triângu

3:4:5 pitagórico, serviu como base para esses dois domos q

simbolizavam não só  a fusão dos princípios masculino e feminin

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mas também a estrutura do cérebro humano. É nessa analogia que

geometria é  especialmente engenhosa. No cérebro, a intersecçfocal dos dois círculos que compõem a geometria básica do temp

está o corpo pineal. Em termos ocultistas, esse órgão é a sede dalma, o antigo terceiro olho de nossos antepassados arcaico

Steiner via a pineal em termos do Graal.

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Steiner disse várias vezes que as formas arredondadas, art nouvea

do Goetheanum foram exigidas por uma modificação na função d

um templo. Na antigüidade, o homem tinha de encarnar e vir d

Esferas Cósmicas à   Terra, de maneira que o templo devia sconstruído de forma retangular para que o ego divino aí  pudes

residir. Na época moderna, todavia, o homem elevava-se do túmulo

se manifestava em sua forma etérea. Por essa razão, a form

arredondada era a mais apropriada. E, também porque simboliza

antes o mundo orgânico do que o terreno, o templo foi feito d

madeira, um material que se conforma à   teoria goethiana

metamorfose. Infelizmente, a insistência de Steiner na madetornou-o um alvo ideal dos incendiadores que o queimaram no fin

de 1922.

Como uma catedral antiga, o Goetheanum foi aborrotado

simbolismo esotérico. Janelas de vidro colorido com motiv

adequados expunham a função simbólica do templo. Na entrada,

 janela simbólica Ich shaue den Bau (Eu contemplo o edifícdemonstrava que a elevação pretendia representar um homem e

pé, apesar de o templo pretender ser um homem. Este planejamen

esotérico como parte de um ethos consistente é típico de Steiner

gênio místico. Quão atípico ele é em relação ao espírito moderno!

Durante a carnificina da Grande Guerra, os artistas dos paísneutros, como a Suíça e os Países Baixos, foram levados por aque

espetáculo atroz a rejeitar a arte de uma era que gerara a lescorporal dolosa da Frente Ocidental. Artistas desiludidos de Zuriq

organizaram o movimento anárquico chamado Dada, que rejeito

todo o conceito de arte e procurou deliberadamente infringir

convencional. Nos Países Baixos, que possuíam uma longa tradiç

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de arte "puritana", desenvolveu-se o novo movimento em arte

arquitetura, conhecido como De Stijl. Baseado em linhas ret

desprovidas de adorno, o De Stijl foi visto como uma rejeição d

anéis floreados do Art Nouveau, que os artistas acreditavam sdecadente, e das fantasias multifacetadas do Wendingen, eu

Escola de Arquitetura de Amsterdã, cujas estruturas espantos

ainda dominam partes de Amsterdã sessenta anos depois.

O De Stijl foi conscientemente baseado em princípios metafísicos

em proporções geométricas. Alguns dos seus conceitos derivara

dos escritos de Spinoza (1632-1677), filósofo místico judeu holandêSpinoza acreditava que os objetos separados e as almas individuanão estão totalmente separadas, mas são aspectos integrais do S

Divino. Ele escreveu que "toda determinação é uma negação": que

definição das coisas só é possível se se disser o que elas não sãIsto envolve definir as coisas por seus limites, os pontos em que el

debçam de ser elas próprias e se tornam algo que não são. D

mesma maneira, nos muitos escritos teóricos do De Stijl, a ênfa

constante recai sobre as relações entre as coisas: a geomet

subjacente é mais importante do que o ser físico.

O arquiteto Theo van Doesburg e o pintor Piet Mondriaan, as luz

condutoras do De Stijl, acentuaram constantemente que seu objeti

era a recriação da harmonia universal. Como Spinoza, el

acreditavam qU6 todas as emoções rompiam esse equilíbrio. Daí 

terem esforçado, através da aplicação da geometria sem adornopor transcender as exigências temporárias do mundo. Spino

afirmara que a saúde espiritual repousa no amor de uma coi

imutável e eterna. Mondriaan escreveu: "O que é imutável está acim

de toda miséria e de toda felicidade: equilíbrio. Por meio do imutáv

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que existe em nós somos identificados a toda a existência; o mutáv

destrói nosso equilíbrio, limita-nos e nos separa de tudo o que não

nós".

Este não é um sentimento comum entre os artistas modernos, potendemos a ver o pintor moderno como um indivíduo centrado em

mesmo. Todavia, Piet Mondriaan estava envolvido com o místic

membro da Sociedade Teosófica Holandesa, tirou uma fotografia d

Madame Blavatsky em seu estúdio. Artistas teosóficos estava

tentando criar uma nova ordem baseada na sabedoria antiga, m

num estilo totalmente moderno. Artistas como o pintor moder

Wassily Kandinsky e os compositores Scriabin e Stravinsky, todeles inovadores extraordinários, também eram adeptos da cren

teosófica.

Além dessas influências místicas de Spinoza e Blavatsky, hav

também o efeito do místico alemão contemporâneo D

Schoenmaekers. Em 1916, quando a idéia do De Stijl esfava send

discutida, Schoenmaekers vivia em Laren, a mesma cidade em qu

moravam Mondriaan e Bart van der Leck. Em 1915, foi publicado

influente livro The New Image of the World, de Schoenmaeke

seguido de The PrincipIes of Plastic Mathematics no ano seguin

Sua abordagem mística da geometria influenciou enormemente

idéias do novo movimento. Schoenmaekers escreveu: "Querem

penetrar a natureza de maneira que a construção interior

realidade nos seja revelada". Baseado nesses conceitos místicos, uestilo aparentemente materialista e totalmente moderno é na verda

sublinhado por um ethos antigo, emergindo com a corrente

pensamento ocultista que subjaz à forma arquitetônica.

A sensação geral nos anos 1920 era a de que uma nova era qu

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estava começando manifestava-se de diversas maneiras. N

Alemanha, levou à ascensão de HitIer e à nova ordem do Nacion

socialismo. Na Rússia, os bolchevistas tentaram reestruturar a vida

imagem da filosofia marxista. Artistas rejeitaram o velacademicismo e voltaram, como a escola De Stijl, àquilo q

consideravam formas geométricas puras, essenciais, desprovidas

ornamentos. Entre a proliferação de novos credos, a geomet

sagrada platônica antiga ganhou novamente a superfície. Um d

maiores ourives do século XX, Jean Puiforcat, criou obr

verdadeiramente clássicas cujas formas se baseavam nos sistem

canônicos antigos de geometria e de proporção. Numa carta enviaao Comte Fleury, escrita em 1933, Puiforcat explicou com

descobrira o sistema que utilizava em suas xícaras e em seus vas

art deco:

"Mergulhei na matemática e bebi em Platão. O caminho esta

aberto. Dele, aprendi os meios aritméticos, harmônicos

geométricos, os cinco famosos corpos platônicos ilustrados p

Leonardo: o dodecaedro, o tetraedro (fogo), o octaedro (ar),

icosaedro (água) e o cubo (terra).”

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Os desenhos de Puiforcat, muitos dos quais ainda sobrevive

trazem como legenda a expressão "Tracé   harmonique, figure

départ R V2" e demonstram o mesmo esforço pela harmon

universal eterna que encontramos em todos os períodos de empenartístico.

No mesmo veio de universalidade, o sistema proporcional elaborad

pelo arquiteto moderno Le Corbusier surgiu muitos anos depois. P

volta de 1950, num período de relativo otimismo e na crença de q

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o governo do inundo já passara o seu momento crítico, Le Corbus

considerou ser terrível o fato de que a metrologia do mundo estives

dividida em dois campos opostos. As nações anglo-falantes ain

aderiam ao sistema imperial inglês de medição, ao passo que o resdo mundo desenvolvido adotara, oficialmente pelo menos, o sistem

métrico. Le Corbusier entendia que a proporção era a consideraçfundamental dos arquitetos e dos construtores e que a medida e

um instrumento para facilitar a construção. Diante de uma prática

edificação que operava ambos os sistemas na França e na Améri

do Norte, voltou-se contra os problemas quase insuperáveis

trabalhar com dois sistemas incomensuráveis de medição.Para ultrapassar esta dificuldade, e para estabelecer um meio d

criar proporções harmônicas, Le Corbusier voltou ao cânone gre

antigo da Seção Dourada. A partir dele, por muitos experiment

geométricos complexos, chegou a um sistema modular proporcion

coerente a que chamou Modulor - o módulo da Seção Dourad

Como a geometria de Puiforcat, a de Le Corbusier derivou de Plat

e dos geômetras gregos, uma geometria que poderia ter si

atribuída a Alberti ou a Wren. O Modular foi concebido como u

instrumento de mediçãG. Como a geometria sagrada antiga, ele

baseava con juntamente na matemática abstrata e nas proporçõinerentes à estrutura humana.

Um homem com o braço levantado fornece os pontos determinant

da sua ocupação do espaço: o pé, o plexo solar, a cabeça e apontas dos dedos do braço levantado produzem três intervalo

Esses pontos estão numa Série Fibonacci, uma série de razões d

Seção Dourada. Dessa "medida natural" deriva um complexo

subdivisões que constituem a essência do Modular. Mas, mesm

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com um sistema baseado unicamente em razões, é preciso algum

medida inicial.

Originalmente, Le Corbusier fez de seu ponto de partida um home

hipotético de 1,75 metro de altura - a "altura francesa", como afirmodepois. Os módulos desenvolvidos a partir dessa unidade provara

infelizmente, ser de difícil manuseio e incomensuráveis com a vid

cotidiana. Então Le Corbusier decidiu procurar um ponto de partid

melhor. Seu colaborador Py observou que, nos romances policia

ingleses, os hérois, como os policiais, possuem invariavelmente se

pés de altura. Partindo dessa "altura inglesa" de seis pés, transferiu

para o sistema métrico: 182,88 centímetros e um novo Modulor desenhado. Para sua satisfação e surpresa, as divisões desse no

Modulor baseado na medida inglesa transferiram-se para figut

redondas de pés e polegadas - algo não surpreendente para u

sistema natural de medida.

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Le Corbusier afirmou repetidas vezes que seu Modulor derivado d

medida de seis pés fora baseado na escala humana, da mesmmaneira como os geômetras provaram, especialmente

Renascença, que o corpo humano está proporcionalizado de acor

com a regra dourada. Essa abordagem quase-mística surge em to

a obra de Le Corbusier. Embora ele tenha sido educado e criado n

termos do materialismo do começo do século XX, ecos do primiti

ethos do homem como o microcosmo podem ser percebidos aqu

ali. A sua afirmação de que a arquitetura deve ser um algo do corp

um algo da substância bem como do espírito e do cérebro, incorpo

perfeitamente a fusão do físico, do espiritual e do intelectual que te

sido característica da melhor arquitetura fundada na geomet

sagrada.

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Le Corbusier falou repetidas vezes sobre "flanar diante da Porta d

Milagres" e, para abrir caminho através dessa porta, voltou à SeçDourada. Todo e qualquer objeto de seu escritório esta

eventualmente posicionado segundo o Modulor, um sistema rígidoinflexível, ligado a uma forma inconsciente de geomancia. Ma

embora fosse baseado em sólidos princípios antigos, a utilizaçrígida do Modulor para seja o que for é apenas parte integrante d

métodos disponíveis. Com a tecnologia do mundo moderno, usa-

apenas o hemisfério intelectual do cérebro, rejeitando-se o hemisféintuitivo. Os geomantes e os geômetras de outrora semp

temperaram seus modelos geométricos com a intuição pragmáticmas a tendência moderna em todas as coisas consiste

extremismo, forçando um sistema à exclusão de todos os outros.

14. Ciência: O Verificador da Geometria Sagrada

A descoberta e a aplicação da eletricidade por Faraday, EdisoSiemens e Tesla durante o século XIX estabeleceram

fundamentos da era moderna. As cidades puderam crescer com

transporte público barato oferecido pelo ônibus elétrico e

eletricidade forneceu energia para tudo, desde os trens subterrâne

até  a iluminação e as telecomunicações. Os pioneiros dessa no

energia consideravam-na sujeita a várias leis imprevistas. O

ocuItjstas, fascinados pela nova energia, começaram a ver no se

circuito e nas suas expressões físicas um paralelo dos seus podere

O "poder", na forma de uma energia canalizável análoga

eletricidade, tem sido estudado tanto por mágicos como p

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romancistas. Exemplificada como o fictício vril do romance T

Coming Race de Bulwer Lytton, a existência de um poder similar te

sido encontrada por antropólogos em várias partes do mundo.

misterioso mana dos Mares do Sul, que se diz ter erguido as váriestátuas de pedra da Ilha de Páscoa, foi comparado às energi

ióguicas dos homens santos asiáticos. Entre os escritores influente

Madame BIavatsky e James Churchward discutiram as possibilidad

dessas energias.

Os experimentos científicos do físico Chladni e de outros apontara

o caminho para a relação entre a energia e os padrões geométrico

Chladni descobriu que uma película delgada de areia espalhasobre uma lâmina que vibra mecanicamente formaria determinad

padrões geométricos fixos que estariam relacionados

comprimento de onda da vibração. Pesquisas recentes sob

mistérios antigos sugeriram que os possíveis comprimentos de on

de forças telúricas podem determinar as geometrias de edifício

sagrados. Considerando-se as noções antigas sobre a harmonia, d

esferas, talvez isto seja a fundamental geometria do comprimento d

onda do universo criado. Padrões de poder que agora estão sen

examinados por detectores em várias partes do mundo e por Pa

Devereux e sua equipe do Projeto Dragão em Rollright Ston

podem enquadrar-se nessa categoria. Aqueles que detectam energ

nas linhas ley acreditam que essa energia pode ser parte de um

grade global que tem uma forma geométrica precisa. Algum

pessoas Ijgam esses padrões até   mesmo ao aparecimento

OVNI’s, dos fantasmas, à  perturbação psíquica e à  ocorrência d

combustão espontânea em seres humanos.

A invenção do microscópio no século XVII e seu aperfeiçoamento

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século XIX levaram à criação de todo um tema científico, o estu

das estruturas microscópicas. Com a descoberta de que os anima

e as plantas em particular, são compostos de células regularmen

estruturadas, surgiu um interesse renovado pela geometrCientistas tentaram criar uma base teórica para as estrutur

geométricas que estavam observando. Grandes cientistas como Lo

Kelvin dedicaram-se a estudar o acondicionamento geométrico d

células e chegaram às velhas formas de Arquimedes e de Platão.

obra de F. T. Lewis mostrou que a estrutura celular de vári

vegetais tende para o corpo de 14-hedron (tetrakaidekahedron) d

Arquimedes.D'Arcy Thompson, que combinou um conhecimento enciclopédico

escritos clássimos com uma abordagem extremamente perceptiva d

biologia, talvez tenha feito a maior contribuição à nossa compreens

da harmonia divina. Na sua obra seminal On Growth and For

publicada no crucial ano de 1917 (o ano da Revolução Russa, d

Teoria da Relatividade de Einstein e do surgimento do De St

Thómpson delineou as relações íntimas entre a morfologia d

estruturas orgânicas e as forças físicas que moldam o cosmos.

Thompson afirmou que a estrutura básica é  em última instância

mesma tanto no ser vivo quanto no não-vivo e que, assim, pode s

determinada por uma análise física do sistema material das forçmecânicas. Ela representa uma harmonia e uma perfeiç

intrínsecas, algo exibido por um instrumento musical afinado, obra dverdadeiro artista e de tudo que está "junto" na natureza. A ciênc

ortodoxa, no presente, afirma que as formas estruturais d

organismos vivos são totalmente controlados por um padrão genéti

inato impresso no núcleo de cada célula. Thompson acreditava q

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as formas de vários órgãos e organismos foram moldadas pel

forças físicas que agem sobre elas. Descobriu que a forma dess

estruturas ecoa exatamente a forma da força física. As formas e

miríade da estrutura orgânica existem em conformidade com as leque governam todas as coisas. Sua beleza incrível origina-se

equilíbrio que é intrínseco à sua forma "natural", sua conformidad

com as leis geométricas inatas do universo, A concha do Nautil

PeroIado é   formada de acordo com a espiral equiangular, como

são os chifres de determinados carneiros. Outras formas geométric

clássicas ocorrem em toda a natureza.

A metafísica orgânica de Thompson nunca foi muito bem vista pelcientistas ortodoxos. Suas idéias evolutivas estavam e estão fora

moda e sua abordagem holística opõe-se às tendênci

reducionistas da ciência moderna. Por outro lado, sua abordage

científica tornou suas idéias aparentemente inacessíveis àqueles q

se interessam pelo lado esotérico da vida. Assim, sua obra contin

sendo pouco lida naquelas áreas onde ela poderia despert

esclarecimentos adicionais. As idéias de Thompson, enquan

desprezadas pela ciência estabeleci da, não podem ser refutada

Talvez sejam afirmações como a seguinte que o coloquem para fo

do âmbito da ciência materialista e para dentro da corrente

pensamento ocultista ocidental:

"Eu sei que, no estudo das coisas materiais, o número, a ordem eposição são o indício triplo do conhecimento exato; que esses trênas mãos dos matemáticos, forneceram o 'primeiro esboço para u

croqui do universo' (...) Pois a harmonia do mundo é manifestada e

forma e em número e o coração e a alma e toda a poesia da Filoso

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Natural estão embebidos do conceito da beleza matemática.”

Vinte anos após o aparecimento do livro de Thompson, os técnic

em eletrônica da Alemanha nazista aperfeiçoaram um instrumenque deveria revolucionar nosso conhecimento sobre o mun

microscópico interior da natureza - o microscópio eletrônico. Es

novo instrumento, que utiliza antes os elétrons do que a luz visívcapacitou os cientistas a ver estruturas milhares de vezes menor

do que aquelas que eram visíveis com microscópios de luz. Não

antes dos anos 50 que as técnicas de preparação de espécime

tornaram possível aos biólogos estudar a estrutura dos organism

vivos com qualquer medida de êxito. Todavia, quando muit

vegetais e animais unicelulares foram examinados, verificou-se q

eles formavam estruturas inesperadas (conhecidas como "escalas

cujo arranjo e forma aderiam estreitamente aos esquemas antjgos d

geo metria sagrada. Sendo estruturas orgânicas produzidas

acordo com as leis enumeradas por Thompson em On Growth a

Form, elas demonstram novamente, de maneira convincente,

harmonia divina. Os organismos marinhos que o autor estud

pessoalmente com o microscópio eletrônico demonstram

princípios do ad trian gulum e do ad quadratum desenvolvidos pel

mestres maçônicos da época gótica. Eles são, de fato, reflexos d

ordem natural do universo.

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As idéias dos antigos sobre a ordem universal como um aspecto

criador estão sendo verificadas pela ciência. Elas não podem ma

ser descartadas como fantasias de néscios. No respeitado jorn

científico Nature de 12 de abril de 1979 apareceu um artigo de B.

Carr e M. J. Rees. Intitulado The Anthropic Principie and t

Structure of the Physical World, abrangeu de maneira altamen

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técnica e matemática as "constantes" microfísicas que governam

características básicas das galáxias, das estrelas, dos planetas e

mundo cotidiano. Os autores apontaram "muitas relações divertid

entre as diferentes escalas" do universo. Por exemplo, o tamanho um planeta é  a média geométrica dos tamanhos do universo e d

átomo e a massa de um homem é a média geométrica entre a mas

de um planeta e a massa de um próton. Outras variáveis bastan

criticáveis estão delicadamente equilibradas na estrutura univers

para possibilitarem a existência da vida. Nos termos da ciênc

materialista, essas recorrências notáveis são "coincidências" justa

mas em termos metafísicos elas são exigência fundamental criador. As médias geométricas representadas pelo planeta e pe

homem ecoam a antiga visão de mundo do microcosmo e

macrocosmo. A única diferença é   a terminologia moderna, nãmetafísica. Não é   de todo surpreendente para aqueles que est

conscientes dos ensinamentos antigos o fato de que a pesqui

cosmológica moderna poderia verificar o conhecimento herméti

dos antigos.

As descobertas modernas da ciência repousam naturalmente e

termos materialistas. Todavia, toda ciência é teoria e, como tal, es

aberta a alterações radicais de interpretação à medida que uma no

prova surja da observação e do experimento. A interpretação q

Everett fez dos muitos mundos a respeito da mecânica quânti

postulada em 1957 afirma que em cada observação o univer

ramifica-se num grande número de universos paralelo

correspondendo cada um deles a um possível resultado de um

observação. Nessa estrutura - que fof descrita pelo dramatur

anárquico e escritor Alfred Jarry, em seu romance neocientífi

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Exploits and Opinions of Doctor Faustroll, Pataphysician e em Caes

Antichrist -, em que o observador torna-se a personagem ma

importante do jogo do universo, encaixa-se a figura antropocêntri

que compreende todo o mecanismo universal - a figura do homemicrocósmico. Em Caesar Antichrist, Jarry resumiu a questã"Posso ver todos os mundos possíveis quando olho para apenas u

deles. Deus - ou eu mesmo - criou todos os mundos possíveis, el

coexistem, mas os homens dificilmente podem vislumbrar um deles

Isto foi escrito meio século antes da idéia de muitos mundos d

Everett.

J. A. Wheeler, no livro Gravitation, publicado em 1971, afirmou esconceito poético-filosófico numa forma matemática científica. E

considerou um conjunto infinito de universos, cada um com le

físicas constantes e variáveis. A maioria desses universos pode

ser natimorta, incapaz de, por força de sua física e de sua geomet

peculiares, permitir que qualquer ação interessante ocorra em s

interior. Apenas aqueles que se iniciam com as leis devidas e a

constantes físicas podem desenvolver-se para um estágio em q

possam tomar consciência de si mesmos. Assim, nosso univer

existente, capaz de sustentar o nível material de existência, é por s

própria natureza um caso especial, com uma física apropriada e, p

conseguinte, uma geometria para a existência. Essa geomet

subjacente, reconhecida desde a aurora da humanidade como ál

especial, é  de fato um arquétipo da natureza única dessa fase d

criação que possibilita a existência do mundo material. Cada vez q

se produz uma forma geométrica, faz-se uma expressão

unicidade universal; ela é ao mesmo tempo única em tempo e e

espaço e também eterna e transcendente, representando o particu

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e o universal.

Tanto quanto existem o mundo e a humanidade, o simbolismo . d

geométria será  usado em edifícios sagrados e seculares. Algu

períodos verão seu uso sem o compreender, enquanto outr

desenvolverão novas teorias e novos conceitos. Mas quando e on

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for utilizado, ele incorporará  a natureza da criação e os padrõmetafísicos subjacentes.