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Nigel Pennick
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GEOMETRIA SAGRADA
SIMBOLISMO E INTENÇÃO NAS
ESTRUTURAS RELIGIOSAS
Tradução de ALBERTO FELTRE
EDITORA PENSAMENTO
São Paulo1980
Í ndice
Introdução1. Os Princípios da Geometria Sagrada
2. As Formas
3. A Geometria Britânica Antiga
4. A Geometria Sagrada Egípcia Antiga
5. A Geometria Sagrada Mesopotâmica e Hebraica
6. Grécia Antiga
7. Vitrúvio.
8. Os Comacinos e a Geometria Sagrada Medieval
9. Simbolismo Maçônico e Prova Documental
10. Problemas, Conflitos e Divulgação dos Mistérios
11. A Geometria Sagrada da Renascença
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12. A Geometria do Barroco
13. A Geometria Sagrada no Exílio14. Ciência: O Verificador da Geometria Sagrada
A Albertus Argentinus, inventor do ad quadratum.
"Cada molécula de todo o universo traz gravada sobre ela a
impressão de um sistema métrico, como o fazem nitidamente o met
dos Arquivos de Paris ou o côvado real duplo do Templo de Kamak
Sir William Herschel.
Gostaria de agradecer às seguintes pessoas por sua varia
colaboração: Major Bernard HaswelI, de Westward Hol; Pruden
Jones, de Cambridge; Martyn Everett, de Saffron Walden, e Micha
Behrend, de Epsom.
Introdução
"O homem é a medida de todas as coisas, dos seres vivos que
existem e das não-entidades que não existem.“
Protágoras (c. 481.411 a.C.)
A geometria existe por toda parte na natureza: a sua ordem subjaz
estrutura de todas as coisas, das moléculas às galáxias, do men
vírus à maior baleia. Apesar do nosso distanciamento do mun
natural, nós, os seres humanos, ainda estamos amarrados às le
naturais do universo. Os artefatos singulares planejad
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conscientemente pela humanidade também têm sido baseado
desde os tempos mais antigos, em sistema de geometria. Ess
sistemas, embora derivem inicialmente de formas natura
freqüentemente as ultrapassaram em complexidade e engenhosidae foram dotados de poderes mágicos e de profundo significa
psicológico.
A geometria - termo que significa "a medição da terra" talvez ten
sido uma das primeiras manifestações da civilização em seu nas
douro. Instrumento fundamental que subjaz a tudo o que é feito pe
mãos humanas, a geometria desenvolveu-se de uma habilida
primitiva - a manipulação da medida, que nos tempos antigos econsiderada um ramo da magia. Naquele período antigo, a magia
ciência e a religião eram de fato inseparáveis, faziam parte
conjunto de habilidades possuídas pelo sacerdócio. As religiões m
remotas da humanidade estavam concentradas naqueles lugar
naturais em que a qualidade numinosa da terra podia ser pl
prontamente sentida: entre árvores, rochas, fontes, em cavernas
lugares elevados. A função do sacerdócio que se desenvolveu redor desses sítios de santidade natural foi a princípio interpretativ
Os sacerdotes e as sacerdotisas eram os especialistas que podia
ler o significado em augúrios e oráculos, tempestades, vento
terremotos e outras manifestações das energias do universo. As art
do xamanismo que os sacerdotes mais antigos praticava
permitiram, com uma sofisticação cada vez maior, um sacerdóc
ritual estabelecido que exigiu símbolos externos de fé. Os penednão desbastados e as árvores isoladas não mais se constituíam n
únicos requisitos para um local de adoração. Construíram-
compartimentos, que foram demarcados como lugares sant
especiais separados do mundo profano. No ritual exigido pelo no
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plano, a geometria tornou-se inseparavelmente ligada à ativida
religiosa.
A harmonia inerente à geometria foi logo reconhecida como
expressão mais convincente de um plano divino que subjaz mundo, um padrão metafísico que determina o padrão físico. Es
realidade interior, que transcende a forma exterior, continuou a ser
longo de toda a história a base das estruturas sagradas. Por es
razão é tão válido construir hoje um edifício moderno de acordo co
os princípios da geometria sagrada quanto o era no passado e
estilos tais como o egípcio, o clássico, o românico, o islâmico
gótico, o renascentista ou o Art Nouveau. A proporção e a harmonseguem naturalmente o exercício da geometria sagrada, que pare
correta porque ela é correta, ligada como está metafisicamen
à estrutura esotérica da matéria.
A geometria sagrada está inextricavelmente ligada a vários princípmísticos. Talvez o mais importante deles seja aquele que se atrib
ao fundador da alquimia, Hermes Trismegisto, o Três Vezes Gran
Heimes. Esta máxima é o fundamental. "Acima, como abaixo" ou que está no mundo menor (microcosmo) reflete o que está no mun
maior ou universo (macrocosmo)". Essa teoria da correspondên
subjaz a toda a astrologia e também a grande parte da alquimia,
geomancia e da magia, no sentido de que a forma da criaçuniversal está refletida no corpo e na constituição do homem.
homem, por sua vez, na concepção hebraica, foi criado à imagem
Deus - o templo que o Criador estabeleceu para hospedar o espírque eleva o homem para cima do reino animal.
Assim, a geometria sagrada diz respeito não só às. proporções d
figuras geométricas obtidas segundo a maneira clássica com o u
da régua e compassos, mas também às relações harmônicas d
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partes de um ser humano com um outro; à estrutura das plantas
dos animais; às formas dos cristais e dos objetos naturais -
tudo aquilo que for manifestações do continuum universal.
1. Os Princí pios da Geometria Sagrada
Os princípios que norteiam disciplinas tais como a geomancia,
geometria sagrada, a magia ou a eletrônica estão fundamentalmen
ligados à natureza do universo. Dogmas variáveis de diferent
religiões ou mesmo de grupos políticos podem ditar variações
forma externa, mas os fundamentos operatórios permanececonstantes. Pode-se fazer uma analogia com a eletricidade. Para q
uma lâmpada elétrica se ilumine é preciso que várias condiçõsejam preenchidas. Uma determinada corrente deve alimentar
lâmpada por meio de condutores isolados com um circuito comple
etc. Essas condições não são negociáveis. Se algo não estiv
correto, a lâmpada não se acenderá. Os técnicos de todo o mun
devem conhecer os princípios fundamentais, caso contrário falharãEsses princípios transcendem as considerações políticas
sectárias. Executado acertadamente, o circuito funcionará igualmen
bem num estado comunista, sob uma ditadura militar ou num pa
democrático - até mesmo em outro planeta.
Da mesma maneira, os princípios norteadores da geometria sagra
transcendem as considerações religiosas sectárias. Como um
tecnologia que tem o objetivo de reintegrar a humanidade
todo cósmico, ela funcionará, como a eletricidade, para todas
pessoas que observarem os critérios, não importa quais sejam
seus princípios ou propósitos. A aplicação universal dos princíp
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idênticos da geometria sagrada em lugares separados no tempo,
espaço e por crençàs diferentes atesta a sua nature
transcendental. Assim, a geometria sagrada foi aplicada nos temp
pagãos do Sol, nos relicários de Ísis, nos tabernáculos de Jeová, nsantuários de Marduk, nos santuários erigidos em honra dos sant
cristãos, nas mesquitas islâmicas e nos mausoléus reais e sagrado
Em todos os casos, uma cadeia de princípios imutáveis conec
essas estruturas sagradas.
A geometria é geralmente incluída na disciplina da matemátic
todavia, a matemática numérica, na verdade, derivou
geometria, que possui uma ordem muito mais fundamental do quemera manipulação de números, que é criação do homem.
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Nos nossos dias, as razões geométricas são invariavelmen
expressas em termos matemáticos e parece impensável que
geometria pudesse ser separada da matemática. Todavia,
expressão matemática de razões tais como o pi e a seção dourada
apenas uma convenção engendrada para uma civilização letraadestrada em figuras e em cálculo. Dizendo respeito em prime
lugar às razões e às relações, a expressão da geometria em term
de números pertence a um período posterior do s
desenvolvimento. A complexa geometria do Egito antigo, q
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habilitou arquitetos e geômetras a medir o tamanho exato do pa
estabelecer indicadores geodésicos e erigir vastas estruturas com
as pirâmides, era uma arte prática que implicava no s
relacionamento com o número. Os geômetras gregos, cconhecimento eles próprios admitiam provir dos egípcio
continuaram no nível prático e não se aventuraram nos reinos
matemática complexa que só existe para provar aquilo que já
conhece. De fato, foi só no século XVII, com a ascensão do cu
particularmente europeu protestante à ciência, que o cálculo prec
dos números irracionais tornou-se uma preocupação urgente.
A interpretação da geometria em termos de relações numéricasuma racionalização intelectual posterior de um sistema natural para
divisão do espaço. Tal interpretação surgiu com o divórcio entre
geometria e o corpus de ciência, magia e metafísica que agora
conhece peto nome de religião antiga. Muitas razões
comprimento, como por exemplo as raízes quadradas da maioria d
números inteiros, não podem ser expressas em termos de númer
inteiros e; assim, só podem ser apropriadamente descritas em termgeométricos. Da mesma maneira, a divisão do círculo em 3
unidades conhecidas como graus no sistema babilônico convencion
não é absoluta. Embora seja geometricamente derivada, é apen
uma questão de conveniência.
O número, todavia, tal como expresso nas dimensões sagradas d
edifícios santificados, tem sido freqüentemente usado para camufla
sua geometria sagrada subjacente. O Tabernáculo Hebraico eTemplo âescrito na Bíblia, e também as dimensões da Capela
King's College, em Cambridge, são tidos como medições que pode
ser interpretadas pelos cognoscenti em termos de geometria místic
O rei Henrique VI só poderia conceber a forma da sua Capela e
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Cambridge em termos de medidas que não divulgassem os mistér
maçônicos aos não-iniciados. Reginald Ely, seu mestre maçom, te
de desenhar as dimensões como um plano que determinasse
geometria ad triangulum inerente àquelas dimensões. Por sergeometria uma imagem da estrutura do cosmos, ela pode s
facilmente utilizada como um sistema simbólico para a compreens
de várias estruturas do universo. Essa função simbólica
exemplificada por um instrumento científico pouco conhecido que
usado nos tempos pré-coloniais para ensinar aos meninos polinés
os fundamentos da navegação. Embora os polinésios não tenha
possuído nenhum dos instrumentos agora tidos como necessáriosnavegação - o sextante, o compasso e o cronômetro -, eles era
capazes de viajar regularmente através de grandes extensões
oceano e chegar aos seus objetivos. Valendo-se das estrelas e
outras características físicas - como a presença de bancos de nuve
sobre a terra -, os navegadores polinésios podiam detectar
presença de ilhas, mas o método mais útil era a leitura das onda
Assim como qualquer outro objeto marítimo, uma rocha por exempexercerá um efeito sobre o padrão das ondulações, também
presença de uma ilha, em escala muito maior, causará padrões
difração nas ondas a muitas milhas de distância.
A ciência do reconhecimento das ondas era ensinada aos menin
por meio de um sistema mnemônico, o mattang. Em sua form
característica, esse instrumento, composto de varetas dispostas nu
padrão geométrico preciso, apresentava estranham ente algumas didéias da geometria sagrada européia. Esse dispositivo geométr
mostrava aos discípulos todos os padrões básicos que as ond
formam quando são dobradas pela terra. Da mesma maneira, tod
os padrões geométricos refletem, além disso, verdades que est
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muito além das suas simples derivações, mesmo os complex
relacionamentos com outras geometrias. A estrutura deles está e
harmonia com o universo e com todas as formas físicas, estruturais
psicológicas que constituem a sua unicidade.
Desde os tempos mais antigos, a geometria foi inseparável da mag
Mesmo os riscadores-de pedra mais arcaicos têm forma geométric
Eles apontam para um sistema notacional e invocacional pratica
por algum antigo sacerdócio. Pelo fato de as complexidades e
verdades abstratas expressas pela forma geométrica só poderem s
explicadas como reflexos das verdades mais íntimas da substâncdo mundo, elas eram consideradas como mistérios sagrados
ordem mais elevada e eram ocultadas dos olhos profanos. U
conhecimento especial era exigido para se desenhar tais figuras e
sua importância mística era ignorada pelas massas sem instruçã
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Os conceitos complexos eram transmitidos de um iniciado a outro p
meio de símbolos geométricos individuais, ou combinações dele
sem que o ignorante nem ao menos suspeitasse de que esta
ocorrendo uma comunicação. Como o sistema moderno de símbosecretos empregado pelos ciganos, eles deveriam constituir-
em enigmas embaraçosos para o curioso.
Toda forma geométrica está investida de significado psicológico
simbólico. Assim, tudo aquilo que é feito pelas mãos do homem e q
incorpora esses símbolos de uma maneira ou de outra torna-se u
veículo para as idéias e as concepções corporificadas e
sua geometria. Através dos tempos, as geometrias simbóliccomplexas agiram como a base para a arquitetura sagrada e profan
variando a geometria de acordo com a função. Algumas geometr
continuam sendo ainda hoje poderosas imagens arquetípicas da
logo acorre à nossa mente, com símbolo do judaísmo, o hexagram
Outras geometrias foram menos conhecidas pelo público, sen
usadas para indicar àqueles que "estavam a par" alguma verda
esotérica, como o vesica piscis do tampo da Fonte Chalice eGlastonbury. Outras, todavia, estão ocultas nas profundezas d
artefatos místicos - ou até mesmo nas brincadeiras das crianças.
Uma brincadeira bastante comum entre escolares é um
reminiscência de um antigo sistema de geometria sagrad
Conhecido como "ler a sorte", o jogo envolve a dobradura de u
quadrado de papel de uma determinada maneira. De qualquer je
que o abrirmos, sempre se nos revelará uma de quatro opções.dobradura do papel e a forma que ele toma quando desdobrado s
um dispositivo mnemônico para a criação da geometria ad quadratu
usada pelos antigos maçons.
Toma-se um quadrado de papel e dobram-se os quatro cantos
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maneira que eles se encontrem. Este procedimento produz um no
quadrado, cuja área corresponde à metade do quadrado origin
Estes cantos - são novamente dobrados de dentro para fora, o q
cria um outro quadrado correspondente à metade do anterioproduz uma divisão óctupla. Pode-se fazer, a partir daí, uma figu
tridimensional, com dois grupos de "vértices" que podem ser abert
e fechados à vontade. A associação dessa geometria muito be
definida com a leitura da sorte pode ser perfeitamente o resíddeteriorado de um antigo sistema de adivinhação, pois o padr
assim formado não só reproduz a configuração básica do
quadratum, mas também o esboço tradicional do desenho horóscopo. Este último padrão combina de maneira engenhosa
divisão óctupla pagã do quadrado com a divisão duodécupla orien
do zodíaco.
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O uso de formas geométricas é bastante conhecido na magia ritu
tanto para a evocação de espíritos e poderes quanto para a proteçdo mágico contra suas cortesias malévolas. Cada espírito te
tradicionalmente um sigilo ou padrão geométrico associado ao s
nome, por meio do qual, com conjuras e rituais apropriados, ele po
ser contactado. Muitos desses sigilos são expressões geométric
dos nomes e são produzidos pelo traçado de números equivalent
às letras sobre. quadrados mágicos. A determinação dos númer
equivalentes aos nomes é conhecida como gematria. Nos alfabetgrego e hebraico, cada um dos caracteres representa não só u
som, mas também um equivalente numérico. Assim, o nome Isra
poderia ser escrito em hebraico da seguinte maneira: Yod Shin Re
Aleph Lamed. Esses caracteres têm o equivalente numérico 10, 30
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200, 1, 30 = 541. Uma convenção da gematria permite, assim, q
outras palavras de valor numérico equivalente possam ser usad
como seus substitutos. Os cabalistas, durante muitos século
estudaram o significado oculto do livro de Isaías segundo esscritérios. A substituição de uma palavra por outra pode ser usa
como um método oculto de comunicação que elimina a necessida
de se usar um nome que tenha poderes especiais próprios. Tambéé possível traçar esquemas a partir das posições ocupadas pel
números nos quadrados mágicos. Assim, o nosso exemplo, Isra
esquematizado sobre o Quadrado Mágico do Sol, cria um sig
específico que pode ser depois transferido para os utensílmágicos, etc. (ver Figura 4).
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Onde quer que a geometria tenha sido usada, consciente
inconscientemente, o seu simbolismo ainda se faz presente. Atrav
de todo o universo conhecido, a função da sua geometria é um va
imutável da existência transitória. Os artistas e os mágic
reconheceram essa qualidade transcendental e, em conseqüênc
constituíram a base imutável sobre a qual está apoiado o tecido cultura. Através de toda a história registrada, o geômetra trabalh
silenciosamente em sua arte, fornecendo a matriz interna sobre
qual se baseiam as formas externas.
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2. As Formas
São muito poucas as formas geométricas básicas das quais
compõe toda a diversidade da estrutura do universo. Cada uma deé dotada de propriedades únicas e detém um simbolismo esotér
que permaneceu imutável ao longo da história humana. Todas ess
formas geométricas básicas podem ser facilmente produzidas p
meio dos dois instrumentos que os geõmetras têm usado desde
aurora da história - a régua e o compasso. Figuras universais, s
construção não exige a utilização de nenhuma medição; ocorrem e
todas as formações naturais, nos reinos orgânico e inorgânico.
O cí rculo
Talvez o círculo tenha sido o símbolo mais antigo desenhado pe
raça humana. Simples de ser executado, é uma forma cotidia
encontradiça na natureza, vista nos céus como os discos do sol e lua, e ocorre nas formas das plantas e dos animais e nas estrutur
geológicas naturais. Nos tempos antigos, as construções, fosse
elas temporárias ou permanentes, eram circulares em sua gran
maioria. Os nativos americanos tipi e os yurt mongólicos atuais s
sobreviventes de uma antiga forma universal. Dos círculos
cabanas da Grã-Bretanha neolítica, desde, os círculos de ped
megalíticos até as igrejas e os templos redondos, a forma circuimitou a redondeza do horizonte visível, fazendo de cada construçãna verdade, um pequeno mundo em si mesmo.
O círculo representa o completamento e a totalidade, e as estrutur
redondas ecoam peculiarmente esse princípio. No Rosariu
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Philosophorum, um antigo tratado aIquímico, lemos a seguin
afirmação:
"Faze um círculo ao redor do homem e da mulher e desenha foradele um quadrado e fora do quadrado um triângulo. Faze um círcu
ao redor dele e terás a pedra dos filósofos.”
O círculo contém aí a imagem do homem, como no famoso desen
virtuoso de Leonardo da Vinci. Com base nesta figura fundament
pode-se produzir o quadrado e, depois, as outras figur
geométricas. A pedra dos filósofos, a súmula de todas as coisas echave para o conhecimento, é produzida dessa maneira
representada pelo círculo, a figura matriz de que podem ser gerad
todas as outras figuras geométricas. Com régua e compasso, tod
as figuras importantes eram produzidas simples e elegantemen
Essas figuras - o vesica piscis, o triângulo eqüilátero, o quadrado
hexágono e o pentágono -, todas elas mantêm relações diretas um
com as outras.
O quadrado
Os templos antigos eram freqüentemente construídos em form
quadrilátera. Representando o microcosmo e, em conseqüênc
considerada como um emblema da estabilidade do mundo, es
característica era especialmente verdadeira para as representaçõartificiais de montanhas que reproduziam o mundo, para os zigurate
as pirâmides e as estupas. Essas estruturas simbolizavam o ponto
transição entre o céu e a terra e centralizavam idealmente
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omphalos, o ponto axial do centro do mundo.
Geometricamente, o quadrado é uma figura única. Pode ser dividi
com precisão por dois e por múltiplos de dois apenas com u
esboço. Também pode ser dividido em quatro quadrados quando faz uma cruz que define automaticamente o centro exato
quadrado. O quadrado, orientado para os quatro pontos cardeais (
caso das pirâmides egípcias, com um exatidão fenomenal), pode s
novamente bisseccionado por diagonais, que o dividem em o
triângulos. Essas oito linhas, partindo do centro, formam os eixos q
indicam as quatro direções cardeais e os "quatro cantos" do mund
a divisão óctupla do espaço.Essa divisão óctupla do espaço é venerada no "caminho óctupIo"
religião budista e nas "Quatro Estradas Reais da Grã-Bretanh
relatadas minuciosamente na History of the Kings of Britain,
Geoffrey of Monmouth. Cada uma das direções, no Tibete, esta
sob a guarda simbólica hereditária de uma família, tradição q
encontrou paralelo na Grã-Bretanha nas oito Famílias Nobres q
sobreviveram à Cristianização e produziram os reis e os santos Igreja Celta.
A divisão óctupla do quadrado era; na tradição européia, u
emblema da divisão do dia e do ano, bem como da divisão do paísda sociedade. Embora a divisão óctupla do tempo fos
gradualmente eliminada com o advento do sistema duodécuplo d
cristãos, ela sobreviveu nos antigos quarterdays [primeiro dia de u
trimestre] do calendário, nas tradicionais festas do fogo nos paíspagãos e na geometria maçônica da arquitetura sagrada do sistem
acht uhr ou ad quadratum. Voltarei a esse assunto importante nu
capítulo posterior.
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O hexágono
O hexágono é uma figura geométrica natural produzida pela divis
da circunferência de um círculo por meio dos seus raios. Os pont
da circunferência são conectados por linhas retas e produzem umfigura com seis lados iguais.
Sendo uma função da relação entre o raio e a circunferência
círculo, o hexágono é uma figura natural que ocorre em toda
natureza. É produzido naturalmente na fervura e na mistura
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líquidos. O físico francês Bénard observou, durante as su
experiências de difusão em líquidos, que os padrões hexagonais
formavam freqüentemente em toda a superfície. Tais tourbillo
cellulaires, ou "células de Bénard", foram objeto de muitexperimentos. Verificou-se que, em condições de perfeito equilíbr
os padrões formavam hexágonos perfeitos. Esses padrões era
semelhantes aos das células que constituem a vida orgânica ou
formas prismáticas das rochas basálticas. Sujeitos às mesmas forçuniversais de viscosidade e de difusão, padrões similares são criad
naturalmente num líquido fervente.
O hexágono natural mais bem conhecido é aquele que se vê nfavos das abelhas. Esses favos são formados de uma reunião
prismas hexagonais cuja precisão é tão espantosa, que atraiu
atenção de muitos filósofos, que viam neles uma manifestação
harmonia divina na natureza. Na Antigüidade, Pappus, o Alexandrin
dedicou a sua atenção a esse esquema hexagonal e cheg
àconclusão de que as abelhas eram dotadas de uma "certa intuiç
geométrica", com a economia como princípio orientador, po"existindo três figuras que podem ocupar o espaço que circunda u
ponto - a saber, o triângulo, o quadrado e o hexágono -, as abelh
escolheram sabiamente como sua estrutura aquela que possui ma
ângulos, suspeitando com certeza que ela poderia conter mais mel
que qualquer uma das outras duas".
Em minhas próprias pesquisas sobre a estrutura dos microrganism
marinhos, encontrei o hexágono na forma externa da Pyramimonvirginica, uma alga marinha norte-americana. Nela, as bases d
estruturas que cobrem o corpo do organismo formam hexágon
perfeitos, embora elas sejam menores que o comprimento da on
da luz visível. Essa geometria natural sobre a qual o autor roma
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Plínio nos conta que os homens fizeram do seu estudo o trabalho
toda uma vida em sua época, é de interesse especial para
geômetra místico.
A relação direta do hexágono com o círculo está ligada a uma oupropriedade interessante segundo a qual os vértices alternad
dessa figura podem ser conectados por linhas retas para a produçdo hexagrama. Essa figura, composta de triângulos eqüiláteros q
se interpenetram, simboliza a fusão dos princípios opostos masculi
e feminino, quente e frio, água e fogo, terra e ar, etc. e é, p
conseguinte, símbolo da inteireza arquetípica, o poder divino
criação. Assim, foi usada na alquimia e continua sendo o símbosagrado dos judeus ainda em nossos dias. As dimensões d
triângulos que formam o hexagrama estão diretamente relacionad
ao círculo que as produz e podem ser o ponto de partida pa
desenvolvimentos geométricos.
O vesica piscis, o triângulo e os sólidos platônicos
O vesica piscis é aquela figura que se produz quando dois círculos
igual tamanho são desenhados, um a partir do centro do outro. E
termos geométricos sagrados, trata-se do ponto de derivação
triângulo eqüilátero e da linha reta que parte do círculo. Represent
os órgãos genitais da Deusa Mãe, o ponto físico de origem da vi
simbolizada por sua posição fundamental na geometria. Por es
razão, ocupou uma posição privilegiada na construção de edifícsagrados. Dos círculos de pedra e dos templos mais antigos até
catedrais do período medieval, o ato inicial da construção
relacionado ao nascer-do-sol de um dia predeterminado. Es
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nascimento simbólico do templo com o novo sol é um tema univers
e sua conexão com o vesica de forma genital não é mero acidente
geometria do templo hindu, como as das suas contrapartid
espirituais da Ásia Menor, da África Setentrional ou da Europa, esregistrada como sendo diretamente derivada da sombra de um pos
ou gnomon. O Manasara Shilpa Shastra, um antigo texto sânscr
sobre construção de templos, detalha a derivação do plano a partir
orientação.
Escolhido o sítio por um praticante de geomancia, um poste e
cravado no chão naquele local. Um círculo era desenhado ao s
redor. Esse procedimento produz um eixo leste-oeste verdadeiro. cada ponta desse eixo, desenhavam-se arcos, produzindo-se ent
um vesica piscis que, por sua vez, fornecia um eixo norte-sul. Assi
o vesica universal era fundamental para a construção do templo. Co
base nesse vesica inicial, desenhava-se um outro a partir do ângu
reto e, com base nele, um círculo central e depois um quadra
dirigido para os quatro quartos da terra.
O sistema hindu de construção pode ser considerafundamentalmente idêntico ao utilizado no método romano
construção de cidades e descrito nas obras de Vitrúvio. É produzi
por observação direta e, assim, reproduz as condiçõpredominantes no momento exato da fundação. Essa fixação
tempo, como o momento do nascimento na astrologia, é fundamen
em todas as práticas de orientação, exatamente como u
alinhamento incorporaria automaticamente os atributos astronômice astrológicos do tempo. Além disso, as características geomântic
do local, que lhe conferem uma feição única, são incorporadas
templo.
O vesica não está envolvido na construção por princípios arbitrário
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Ele é o ponto prático de partida do qual derivam todas as outr
figuras geométricas. Dividindo-se o vesica com uma linha que pas
pelos centros dos dois círculos, unindo-se os seus vértices comuns
para um lado e para o outro, ligando-se esses vértices aos pontos eque a linha vertical cruza os círculos, obtêm-se dois triângu
eqüiláteros. Os lados desses triângulos são de comprimento igual
raio do círculo gerador. Com base no triângulo eqüilátero, pode-
produzir facilmente o hexágono e o icosaedro. Em termos esotérico
toda a série de sólidos geométricos regulares conheci
universalmente como Sólidos Platônicos pode ser produzida a pa
de figuras planas.No Timeu, Platão escreveu: "Ora, a figura [triângulo] que tenho d
ser a mais bela de todos os muitos triângulos (não é ne o cessáfalar dos outros) é aquela cujo duplo forma um terceiro triângulo q
é eqüilátero (...) escolhamos então dois triângulos, com que fora
construídos o fogo e outros elementos, um isósceles, tendo o outro
quadrado do lado maior igual a três vezes o quadrado do la
menor".No sistema de Pia tão, o simbolismo geométrico encarrega-se
registrar todos os estados conhecidos da matéria. Especialmen
importante era a série de figuras sólidas que era a essência da s
filosofia. Por meios ocultos, toda a série era simbolizada numa figu
agora ostentada pelos franco-maçons do grau do Santo Arco Re
Esse símbolo é o triângulo eqüilátero circunscrito num hexagram
"Analisa"-se seu simbolismo somando-se os valores dos ânguproduzidos pelas várias partes e dividindo-se por tantos ângulos ret
que tiverem igual valor. Esse método arcano possibilita que qualqu
figura geométrica seja "analisada" e, assim, impregna a s
simplicidade com um rico simbolismo que foi explorado a fundo pel
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arquitetos de construções sagradas.
O triângulo eqüilátero determinado dentro do tetraedro é igual e
valor geométrico aos oito ângulos retos - o número de graus e
quatro triângulos eqüiláteros. Em virtude de ser o mensólido geométrico regular e por causa da sua forma piramidal,
utilizado pelos platônicos para representar o elemento fogo.
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Os triângulos "determinados" no hexagrama ou Sigilo de Salomãsem levar em consideração as intersecções (que convencionalmen
são mais entrelaçamentos do que junções), são equivalentes
dezesseis ângulos retos. Este é o número contido no octaedrosólido platônico composto de oito triângulos eqüiláteros de lad
iguais. Ele foi atribuído pelos platônicos ao elemento ar, o m
próximo do tetraedro em leveza.
Ignorando-se as intersecções, à Sigilo de Salomão, com seu triângu
menor superposto, se igualará ao número de graus dos 24 ângulo
Este é o número que está no cubo, um sólido composto de se
quadrados iguais. Essa figura sólida e fixa simbolizava para platônicos o elemento terra. Ele representou universalmente es
elemento onde quer que ele ocorresse na geometria sagrada - a ba
quadrangular do templo e da Cidade Sagrada, plantada fixamen
sobre o omphalos.
O triângulo invertido do sigilo, com o triângulo menor circunscri
somado ao triângulo maior do hexagrama voltado para cima, perf
quarenta ângulos retos, iguais em graus àqueles que estão icosaedro, um regular formado por vinte triângulos eqüiláteros
lados iguais. Este é o sólido regular mais pesado formado p
triângulos. Próximo ao cubo em peso, o icosaedro representou
elemento água. Assim, considera-se que toda forma que derivou
hexagrama, com seu triângulo interno, incorpora todos os sólid
platônicos e, por associação, os quatro elementos - um atributo
universalidade e um símbolo da lei da unidade dos opostos.
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A Seção Dourada
A Seção Dourada é uma razão que foi usada na artesania sofistica
e na arquitetura sagrada do Egito antigo. No antigo Egito e na Gréc
ocorreu um uso extensivo daquilo que Jay Hambidge, geômetra
início do século XX, chamou de "simetria dinâmica". Os objetos e edifícios sagrados egípcios e gregos possuem geometrias basead
na divisão do espaço conseguida pelos retângulos de raiz e se
derivados. Os retângulos de raiz são produzidos diretamente
quadrado por simples desenho com um compasso e, assim, faze
parte da geometria clássica, produzida sem medição.
Existe toda uma série de retângulos de raiz. O primeiro d
retângulos de raiz é o quadrado, que é um retângulo "de raiz 1".
seguinte, o retângulo V2, é produzido a partir do quadrado por me
do simples expediente de se colocar o compasso no comprimento
diagonal e fazer a linha de base encontrar a linha traçada a pa
daquele vértice. Esse procedimento torna o comprimento do la
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longo igual à raiz quadrada de 2, tomando-se o lado curto com
unidade. O retângulo V3 é produzido a partir da diagonal des
retângulo, e assim por diante.
Embora os lados desses retângulos não sejam medidos em termde número, os gregos diziam que essas linhas não eram irraciona
porque eram mensuráveis em termos dos quadrados produzidos p
elas. A mensurabilidade em termos da área do quadrado, em vez
comprimento, era o grande segredo da antiga geometria sagra
grega. O famoso teorema de Pitágoras, conhecido de todo escol
só é compreensível em termos da medida do quadrado. Por exemp
a relação entre o final e o lado de um retângulo V5 é uma relação área porque o quadrado construído ao final de um retângulo V5
exatamente um quinto da área de um quadrado construído sobre s
lado. Tais retângulos possuem a propriedade de serem divididos e
formas muito menores que também são partes mensuráveis do todo
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Isto nos leva a um outro fator fundamental no desenho da arquitetu
sagrada: a proporção e a sua irmã siamesa, a comensurabilidade
música o demonstra admiravelmente em suas harmonias e, co
efeito, já se disse que a música é na realidade a geometria traduzi
em som, pois na música pode-se ouvir as mesmas harmonias q
sustentam a proporção arquitetônica. A comensurabilidade, qgarante harmonia completa em toda a construção ou obra de arte
uma integração racional de todas as proporções de todas as part
de uma construção de maneira que toda parte tenha forma
tamanho absolutamente fixos. Nada pode ser acrescentado
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removido desse conjunto harmonioso sem romper a harmonia
todo. Certos retângulos, que são o ponto de partida para figur
geométricas relacionadas, geralmente constituem as bases de ta
padrões harmonizadores.Retângulos que possuem as razões lado: lado iguais a 3:2, 5:4, 13
etc., em que as proporções são expressas em números inteiros, têrecebido o nome de retângulos estáticos. Retângulos do tipo d
retângulos de raiz têm sido chamados de retângulos dinâmico
Esses últimos são mais encontradiços na composição geométric
Eles permitem uma flexibilidade muito maior de uso do que
retângulos estáticos, especialmente quando são usados para estabelecer a harmonia dos elementos pela proporção.
Há alguns retângulos que combinam as características d
retângulos estáticos e dinâmicos. São o quadrado e o quadrado dup
(1 = 1:1 = V1:1 e 2 = 2:1 = V4:1). A diagonal do quadrado duplo, q
talvez seja a forma mais favorecida pelos edifícios sagrados, é V
Esse número irracional relaciona diretamente o retângulo de raiz 2
de raiz 4 ao retângulo de raiz 5, que está diretamente relacionadoproporção V5 + 1 da seção dourada.
2
Essa importante razão, chamada de Seção pelos gregos antigos,
Proporção Divina por Luca Pacioli (1509) e de Seção Dourada p
Leonardo e seus seguidores, tem propriedades únicas que
recomendaram aos geômetras desde os tempos egípcios.A Seção Dourada existe entre duas quantidades mensuráveis
qualquer espécie quando a razão entre a maior e a menor é igua
razão entre a soma das duas e a maior delas. Em term
geométricos, ela pode ser facilmente produzida a partir do quadra
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duplo. Se um dos dois quadrados for cortado ao meio e a diagon
dessa metade for levada para baixo em direção à base, o lugar e
que ela corta a base representará 1,618 unidades em relação ao la
do quadrado que tem unidade 1 de comprimento. A razão tambépode ser produzida a partir do pentagrama e está associada
pentágono, quando então a razão entre o lado do pentágono e a s
extensão para o pentagrama obedece à equação V5 + 1 = 1,618...
2
Na convenção geométrica grega, isto está simbolizado pela le
grega (I). Numericamente, possui propriedades algébricamatemáticas e geométricas excepcionais. (I) = 1,618; (I) = 0,618 e
2 = 2,618.
Em toda progressão ou série crescente de termos que tem como
razão entre os termos que se sucedem, cada termo é igual
soma dos dois precedentes. Esta propriedade singular permite
manipu lação de toda a série. Todos os outros termos sucessiv
podem ser construídos, a partir de dois deles, por movimentsimples do compasso.
Em termos numéricos, essa série aditiva foi popularizada p
primeira vez na Europa por Leonardo Bigollo Fibonacci, conheci
como Leonardo da Pisa. Nascido em 1179, Leonardo viajou com s
pai para Algiers, onde aprendeu, com os geômetras árabes,
segredo da série e por essa razão pôde introduzir os númer
arábicos na Europa. Ambos os conceitos revolucionaram matemática européia.
Esta série numérica, conhecida agora pelo nome de Série Fibonac
foi há muito tempo reconhecida como um princípio que ocorre
estrutura dos organismos vivos e, por conseguinte, u
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princípio inerente à estrutura do mundo. Sua construção
enganosamente fácil: o termo seguinte é a soma dos dois term
anteriores, isto é, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, e assim p
diante. O arranjo das folhas de um vegetal, os hipotênares da pata gato e as espirais das conchas formainíferas microscópicas s
governados peja Série Fibonacci.
A Seção Dourada tem sido reverenciada através de toda a histór
Platão, em seu Timeu, discutiu-a como a chave da física do Cosmo
Luca Pacioli, geômetra renascentista, publicou sua influente obra
Divina Proportione em Veneza em 1509 e até mesmo o arquite
moderno Le Corbusier, pai dos grupos de prédios, planejou usistema modular de proporção baseado nessa antiga mas podero
razão.
3. A Geometria Britânica Antiga
"As estruturas sagradas e culturais pró-cristãs só podem ser
compreendidas se se adotar o ponto de vista dos antigos. Para ele
todas as coisas mundanas estavam vinculadas às coisas divinas
Todos os pensamentos e todas as ações humanas estavam
subordinados às influências energizantes das forças divinas
onipotentes. Sua filosofia e sua sabedoria culminaram no
conhecimento de que como o acima, assim também o abaixo e na
tentativa de harmonizar todas as suas atividades e ambições com
natureza superior, a Vontade Divina.”
Josef Heinsch.
Espalhados por todas as Ilhas Britânicas e por toda a Euro
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Setentrional estão os últimos remanescentes de uma cultura perdi
há muito tempo: as pedras eretas. Lembranças grosseiras de um
era quase inimaginavelmente distante, os megalitos da Europa ain
sobrevivem em número considerável. Apesar de talvez a maior padeles ter desaparecido nos 3.000-5.000 anos que se passaram des
que foram erigidos, muitos sítios ainda sobrevivem virtualmen
intactos.. Alguns desses megalitos enigmáticos são solitários
desbastados; outros estão arranjados em formações complexas. M
há outros que foram enfeitados e apresentam entalhes tan
figurativos quanto abstratos.
Alguns dos entalhes mais arcaicos e enigmáticos que foraexecutados sobre rochas e que sobrevivem até hoje são os sinais.
cálices e de anéis que podem ser encontrados nas pedras eretas
menos comumente, nos afloramentos naturais de rochas. Duran
muitas centenas de anos, esses entalhes foram fontes de lend
objeto de veneração para os supersticiosos e motivo de comentário
de especulação para os antiquários locais. Muitos comentador
eruditos aventuraram-se em discutir sobre sua função e ssignificado, que ainda continuam a ser um quebra-cabeças a s
resolvido no campo da pesquisa pré-histórica.
Seus desenhos são variados, repetindo-se raramente, espalhad
sobre a pedra sem qualquer ordem óbvia. Os sinais de cálices e
anéis consistem de pequenas depressões semelhantes a cálice
geralmente circulares, mas assumem ocasionalmente uma form
oval. Freqüentemente esses "cálices" estão cercados por anconcêntricos. Às vezes são excêntricos ou aneliformes. Variam e
número e podem ser associados a linhas radicais que atravessa
completamente os anéis e às vezes ligam o sistema cálice-anel a u
outro sistema, situado numa parte diferente da superfície da roch
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As espirais são raras, como também os entalhes que lembra
escadas. Na Irlanda, são comuns os desenhos que semelha
estrelas ou sóis redondos com linhas que delas saem imitando raio
Estes últimos correspondem a alguns dos hieroglifos dos antigtraços escandinavos executados sobre rochas conhecidos com
hällristningar, que foram os precursores dos caracteres rúnico
Embora esses petroglifos se estendam desde a Europa até a Ás
variações locais são amiúde suficientes para distinguir as marcas
uma localidade das de outra.
Inúmeras conjecturas foram feitas no sentido de se compreende
significado dos sinais de cálices e de anéis. Os autores classificaram como marcadores territoriais tribais, mapas de alde
préhistóricas com suas estradas, "árvores" genealógicas, um
espécie de escrita indecifrada, canais para o sangue sacrific
mapas das posições das pedras eretas ou casas figurativas d
mortos.
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Um dos poucos estudos sistemáticos do significado desses sinainescrutáveis foi executado pelo antiquário escocês Ludo
MacLeIlan Mann, um pesquisador independente cuja obra hoje pou
se conhece. Em 1915, publicou Archaic Sculpturings, em q
confrontou os resultados de um grande número de anos de pesqu
dos entalhes em rocha. Após a análise, MacLellan Mann chegou
conclusão de que os sinais de cálices e de anéis faziam parte de u
sistema coerente. Ein Archaic Sculpturings, MacLellan Maescreveu:
"Alguns anos atrás (...) comecei a fazer um exame dos muitos grup
desses sinais e, para meu espanto, descobri que, em vez de os sin
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terem sido feitos a esmo, eles estavam arranjados da maneira ma
precisa, matemática e geométrica. (...) Embora essas escultur
ofereçam tipos marcadamente di. ferentes. elas foram executadas e
obediência às mesmas idéias e segundo o mesmo sistema. Observque as linhas retas podem ser desenhadas em determinadas parte
tais como ao longo dos conjuntos de canaletas freqüentemen
metódicas ou através dos centros de três ou mais cálices
conjuntos aneliformes. Quando executadas, estas linhas tinham
convergir precisamente para os pontos focais comuns situados alédo campo das esculturas. (...) Ao redor de cada um desses foc
deveria estar um conjunto de zonas concêntricas, muitas das quaconformam as partes principais ou essenciais da obra esculpida t
exata e tão freqüentemente, a ponto de apontarem para algum fa
que não é o acaso, o acidente ou a coincidência.”
A análise de Mann da geometria subjacente que ele descobriu n
marcas de cálices e de anéis foi interpretada em term
astronômicos. Há dois centros principais que determinavam os sinapelas zonas radiais e concêntncas geradas a partir deles. Um cent
Mac Lellan Mann acreditava, era freqfientemente cortado por um
linha que representava uma linha norte-sul exata, e pelo outro cen
passava uma segunda linha norte-sul a quatro graus numa direçdivergente. Assim, dois sistemas complementares de linhas encaix
vam-se nas partes salientes dos talhes. Um relacionava-se ao no
terrestre - o pólo atual do planeta terra -, ao passo que o outro edeterminado pela posição da estrela polar ou norte magnétic
MacLellan Mann acreditava que sua grande radial, dentro da qu
eram feitos os entalhes, era um sistema de referência que mostra
as posições dos corpos celestes em determinados momentos do an
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Esses entalhes astronômicos foram encontrados em todo
continente. Datando de mais de 30.000 anos, foram elaborados p
sociedades iletradas, mas não pré-astronômicas.
Os fatos de astronomia foram lentamente acumulados duranséculos de observação direta e registro, uma técnica que n
envolveu a utilização da escrita, tal como a conhecemos hoje. O
segredos da astronomia eram desvendados por ensaio e erro e pe
expediente da observação das estrelas. Tendo desenvolvido a funçde elaboração de calendários, e daí a de registrar a ativida
celestial, os sacerdócios antigos que organizaram tais assunt
precisavam de algum método para determinar o tempo preciso Iano para a realização de cada uma das suas observâncias práticas
rituais.
A necessidade fundamental de determinar os tempos precisos e
que os ritos mágicos ou religiosos deveriam ser cumpridos
demonstrada nos dias atuais pelos rituais da tribo norte-america
dos hopi. Em determinadas épocas do ano, os sacerdotes e
membros das sociedades religiosas descem para os seus kiv(santuários subterrâneos) e observam as estrelas pela entra
vertical. Várias canções apropriadas e alguns gestos são executad
durante o tempo em que as constelações importantes passam p
sobre a entrada. A duração de toda a cerimônia é, ass
determinada pela passagem das estrelas. Dessa maneira, os rit
são harmonizados por observação direta com as condiçõe
astronômicas e astrológicas predominantes.Algo similar deve ter sido a motivação daqueles que construíram
observatórios megalíticos da Europa. A única maneira de fazê-Io e
construir pontos de observação que medissem e definisse
precisamente a passagem do tempo. Essa necessidade levou
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descoberta de que os cicIos de ascensão e de decIínio do sol, da l
e das estrelas não estão sujeitos a leis simples.
Esse despertar gradual na compreensão reflete-se nos restos
cultura megalítica da Grã-Bretanha, onde a arqueologia mostrou qos observatórios de pedra e de madeira foram reconstruídos
intervalos. Cada reconstrução incorporava incrementos progressiv
em complexidade e sofisticação. A construção de observatórios ca
vez mais complexos andava de mãos dadas com a invenção e
emprego de geometrias também cada vez mais complexa
Conhecimento considerável e destreza eram exigidos para
desenhó, o planejamento e a construção de um empreendimento como o de Stonehenge. Encontrar o sítio correto para a observaçdos fenômenos celestes e a colocação ali de enormes pedras eret
que marcavam exatamente a passagem dos corpos celestiais exig
uma ciência exata da geometria aplicada.
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MacLellan Mann descobriu que ela existiu realmente A geomet
subjacente que ele detectou nos sinais de cálices e de anéis tambépoderia ser descoberta numa escala muito maior. "O arquite
neolítico tardio", escreveu MacLellan Mann em Archaic Sculpturing
"quando projetava, por exemplo, a planta baixa dos montes de ped
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de Caithness, possuía essas mesmas noções curiosa
Estudei cuidadosamente as suas plantas baixas e elas mostra
exatamente como os cortes das rochas, o arco do círcu
representado pelas estruturas laterais e a curva de uma elipse ecada final do monumento (...) os grupos aparentemente isolados,
grupos de pedras eretas muito distantes umas das outras e
conjuntos de en talhes de rochas destacados uns dos outros pode
fazer parte de um desenho mais amplo".
Em 1937, durante escavações para obtenção de areia perto
Knappers, a sete milhas da cidade de Glasgow, foram descobertos
remanescentes de um antigo templo de madeira. Esses restchamaram a atenção de MacLellan Mann. Ele os analisou, e tambéa paliçada serpentina a ele associada, e descobriu que seu desen
era comparável em escala maciça aos sinais de cálices e de an
que havia estudado.
Em The Druid’s Temple near Glasgow, publicado em 1937, MacLell
Mann escreveu: "O esboço da área é sistemático e exa
Interpretando-se as dimensões lineares e angulares em períodastronômicos recorrentes, cada figura de serpente pode s
identificada, a partir do comprimento de sua linha medial, com um
outro dos corpos celestes - o Sol, a Lua e os cinco planetas -, ou co
o espírito do mal do Ano do Eclipse. As várias paliçadas circular
parecem representar os períodos astronômicos principais, tais com
o ciclo luni-solar de 19 anos ou o Ciclo Saras de 18 anos de 10 1
dias, ao final dos quais podem ocorrer os eclipses".
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O "Templo dos Druidas" foi objeto de um grande interesse, mas
advento da Segunda Guerra Mundial impediu qualquer preservaçãNa época de MacLellan Mann, todavia, por causa da falta
recursos, pesquisas acuradas e análises de estruturas antigas n
foram efetivadas em número muito grande. Até os estudos
Professor Thom, que o envolveram pessoalmente na pesquisa centenas de sítios megalíticos nas llhas Britânicas e na Bretanh
sentimentos como aqueles expressos por MacLellan Mann podia
ser rejeitados pelas mentes conservadoras como fantasistas.
formas excêntricas, visíveis na maioria dos "círculos" de pedras, era
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geralmente atribuídas à incompetência dos seus construtores, q
eram vistos, pelos cientistas da escola vitoriana, como selvagens
parco intelecto, muito pouco superiores aos macacos. O bom sen
nos diz, entretanto, que técnicos que podiam transportar enormpedras por distâncias consideráv'eis (por exemplo, o arenito cinzen
de Mynydd Preseli, em Gales, levado para Stonehenge) acharia
fácil demais traçar um círculo verdadeiro.
Todavia, as geometrias exigidas para a construção de observatór
para o estudo e a documentação dos fenômenos variáveis dos césão muito mais complexas do que o traçar um simples círculo. Assi
formas mais complexas foram utilizadas.Os grandes conjuntos megalíticos da Grã-Bretanha antiga,
certamente os círculos menores de pedras que pontilham
charnecas e as regiões inabitadas do país, foram conclusivamen
demonstrados pelo Professor Thom terem sido planejados co
precisão espantosa. Essa geometria exata envolveu o uso
triângulos retos integrais (triângulos "pitagóricos") executados co
uma medida constante notável - 82,90 cm -, que Thom denominou jarda megalítica (JM).
Os círculos de pedra excêntricos, longe de serem sintomáticos
falha técnica dos seus construtores, foram construídos de acor
com regras básicas específicas, baseadas em triângulos integrais.
"círculos" Tipo 1 de Thom são de fato anéis em forma de óv
baseados em dois triângulos retos 3:4:5 colocados um contra o out
Outro "círculo" comum, o Tipo 2, também é baseado em dtriângulos 3:4:5, mas desta vez com uma hipotenusa comum. Out
de organização mais complexa, segundo Thom, era produzido a pa
de outros triângulos retos integrais tais como 5:12: 13 ou 8:15:1
Stonehenge é um amálgama complexo de círculos e elipses perfeit
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e também pode ser analisado em termos de geometria convenciona
As pesquisas de MacLelÍan Mann e as descobertas complemen tar
posteriores de Thom de linhas de visão do horizonte a partir
círculos de pedras ou de outras marcas com a intenção de obsvação celestial e registro mostram o estágio seguinte
desenvolvimento do microcósmico para o macrocósmico, No come
deste século, Boyle Somerville e Sir Norman Lockyer haviam nota
esses alinhamentos, mas, até os estudos exaustivos de Thom, el
não haviam passado de boas hipóteses.
Lockyer é mais bem conhecido por seu trabalho em Stonehenge
seus arredores, o distrito posteriormente estudado pela escola alem
de pesquisa geomântica. Durante as suas investigações, descob
que a tão conhecida linha do nascer-do-sol do alto verão, que
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marcada em Stonehenge pela famosa Pedra do Calcanhar, e
apenas parte de um alinhamento maior de sítios antigo
Pesquisando a avenida que marca a posição do nascer-da-sol no d
mais longo do ano, quando contemplada do centro do círcuLockyer notou que ela se alinhava com a terraplenagem antiga
Sidbury HilI. Quando prolongada na direção oposta, essa linha
alinhava com Grbvely CastIe e com Castle Ditches, tambéterraplenagens antigas. Esse alinhamento fora notado anteriormen
pelo Coronel Johnstone, então Diretor Geral de Reconhecimento
Artilharia. A linha fora utilizada num reconhecimento aperfeiçoado
distrito, que levou a um aumento da exatidão dos mapas Reconhecimento da Artilharia.
A seção entre Grovely Castle e Stonehenge, que te
aproximadamente seis milhas de extensão, pareceu a Lockyer form
um dos lados de um triângulo eqüilátero cujo ápice está no sítio
antiga cidade de Old Sarum, também uma terraplenagem antiga. O
Sarum está no alinhamento Stonehenge-Old Sarum-Salisbu
CatedralClearbury Ring-Frankenbury. Assim, o esboço Stonehenge, cuja geometria foi desenhada segundo fator
celestiais, está integrado com a geometria da paisagem artificial
país, de acordo com as posições de outras terraplenagens antigas
é definido por suas localizações e as define.
Stonehenge combina muitas geometrias num esquema magistr
Relacionada a fenômenos celestes e ao território vizinho, está situa
num ponto geomântico chave em relação à geometria de todapaisagem da Inglaterra meridional. O henge está situado sob
muitas linhas ley importantes, incluindo uma que parte da torre
igreja de St. Michael, que está no alto de Glastonbury Tor. Este le
que vai de Glastonbury Tor até um túmulo situado em Deerle
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Wood, perto de Dorking, no Surrey, passando por St Michael, Ga
Hill, Maiden Bradley Priory, Stonehenge e Shere Church, é, como
linha do pôr-do-sol em Stonehenge, uma extensão do lado de um
figura geométrica de vastas dimensões. Nesse caso, é a extensão lado de um decágono que liga pontos geomânticos vitais aos de u
outro.
A geometria do henge, em si mesma, baseada no eixo solstic
apresenta uma tendência à divisão sêxtupla. Este fato
percebido desde a época de Inigo Jones (1652) e evoc
comentários de místicos do porte de John Wood, Hermon Gayla
Wood e John Michell. A descoberta de Lockyer de um triângueqüilátero com lados que medem seis milhas liga a geomet
sagrada sêxtupla microcósmica à geometria da paisage
macrocósmica.
Lockyer, todavia, foi apenas um numa longa linha de pesquisador
que estudaram o alinhamento de sítios antigos. Entre 1870 e 187
um perito em estradas romanas chamado William Henry Black torn
pública uma teoria surpreendente. Ele persistiu em seus estudos pcinqüenta anos antes de liberar os seus resultados a um públ
insensível e incrédulo. Black pretendia ter descoberto nada menos
que todo um sistema de "grandes linhas geométricas", radiais
poligonais, que cruzavam toda a Grã-Bretanha e avançavam pa
além dela. Elas ligavam de maneira precisa os maiores marcos
fronteiras, chegando a definir inclusive os marcos limítrofes d
municípios.Anteriormente, esse conceito nunca fora corrente. Além de um
referência que se encontra num obscuro livro ocultista publicado e
1846 - feita em relação a uma linha de terraplenagens antig
em Wiltshire -, até mesmo os alinhamentos não haviam receb
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apoio algum.
Blafk morreu em 1872, mas nenhum sucessor chegou a elabora!
mesmo corroborar suas descobertas. Todavia, ele não deixou
exercer influências.Seu maior comentário sobre as "grandes linhas geométricas" foi fe
em Hereford em 1870 durante uma viagem de campo da AssociaçArqueológica Britânica. O encontro em que Black fez sua exposiçfoi presidido por uma personalidade local, o Dr. BulI, do Clube d
Naturalistas de Woollhope. Nos anos que se seguiram à morte
Black, Bull mencionou a sua obra em muitas ocasiões. A um dess
encontros estava presente um moleiro e pioneiro fotográfinteressado em antigüidades - Alfred Watkins.
Cinqüenta anos após Black ter falado em Hereford, Watkins anunci
que fizera uma descoberta momentosa - alinhamentos de sítantigos, aos quais deu o nome de "leys". Watkins, como Black
outros antes dele, descobriram que as terraplenagens antigas,
marcos fronteiriços, as igrejas e outras espécies de monument
antigos estavam arranjados em linhas retas. Com seus livros EaBritish Trackways, The Old Straight Track e Archaic Tracks Arou
Cambridge, Watkins tornou-se o expoente mais conhecido dos sítalinhados, o pai dos "caçadores de ley", como são conhecidos
seus seguidores. Diferentemente de Black, que ensinava que
suas "grandes linhas geométricas" eram os remanescentes de um
inspeção antiga, Watkins considerava que os seus alinhament
eram os resíduos de uma antiga rede de veredas.Watkins apenas arranhou a superfície dos alinhamentos orientados
nem chegou a tocar o relacionamento dos centros radiais com
geometria. Isto parece estranho, pois Watkins certamente ouvira fa
de Black e deve ter conhecido a obra de MacLellan Mann, q
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mencionara "pedras (...) num relacionamento geométrico exato".
qualquer forma, Watkins dedicou o resto de sua vida a disseminar
suas idéias sobre os alinhamentos. Embora tenha morrido em 193
foi só nos últimos quinze anos que sua obra tornou-se conhecidaestudos baseados nela, especialmente os de Paul Devereux e I
Thomson, verificaràm muitas das suas descobertas.
Watkins e a sua escola ignoravam em grande medida a obra
Lockyer, que exercera mais impacto na Alemanha do que em s
nativa Grã-Bretanha. Pouco tempo após a publicação de seu liv
Stonehenge and Other British Stone Monuments Astronomica
Considered (1909), um pesquisador alemão chamado Albrecpublicou uma discussão sobre o significado astronômico
Stonehenge no periódico Das Weltall (O Universo). A sua fonte inic
foi Lockyer. Pouco tempo depois, Albrecht foi morto na Prime
Guerra Mundial, mas, em 1920, o Padre Leugering leu seu livro
começou a procurar sistemas similares na Vestfália, onde nascera.
A derrotada Alemanha dos anos 1920 era um terreno fértil para
sentimentos revolucionários e chovinistas e os estudiosos "geografia sagrada", como se dizia então, encontraram seu refúgio.
colaborador de Leugering, Josef Heinsch, advogado e projetis
regional, descobriu alinhamentos do tipo dos de Stonehenge por to
a Alemanha. Em suas pesquisas, estudou a geografia sagrada e s
aspecto microcósmico, a geometria sagrada, que demonstrou sere
dois aspectos da mesma disciplina geomântica.
O paladino principal da cultura germânica antiga foi Wilhelm Teuque, mais que todos os outros, devia tornar-se a figura de proa
ciência da geometria da paisagem. Em seu grande livro Germanisc
Heiligtümer (Santuários alemães antigos), publicado em 192
anunciou a sua descoberta de alinhamentos aos quais denomin
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heilige linien (linhas sagradas). Estas, segundo ele, baseavam-se e
fenômenos astronômicos. Na Teutoburger Wald, floresta que écoração místico da Alemanha, sítio de muitas façanhas legendárias
heróicas, Teudt estudou as orientações das terraplenagehexagonais irregulares de Haus Gierke, em Oesterholz. Ess
terraplenagens estavam situadas ao redor de uma cabana de caça
século XVII, mas Teudt pretendja que as terraplenagens fossem
resíduos de um antigo observatório astronômico. As orientações d
terraplenagens foram testadas por astrônomos profissionais, q
descobriram que elas' foram alinhadas em suas posições, segun
muitas características astronômicas, em 1800 a.C. Heinsch tomouliberdade de discordar, afirmando que as formas das terraplenagen
embora antigas, estavam determinadas pela geometria sagrada.
As heilige linien de Teudt, que ligavam sítios significativos, embo
fossem primordialmente astronômicas, eram similares em conceito
linhas geométricas de Black e às leys de Watkins. A partir de um
terraplenagem qualquer mais antiga, Teudt descobriu que deve
existir pelo menos uma marca de orientação na forma de uma "tode relógio" situada ao longo do eixo norte-sul ou leste-oeste.
linhas ligavam sítios sagrados em relações geométricas significativ
estando elas próprias ligadas a fenômenos astronômicos.
No final dos anos 1930, a obra de Teudt e de seus colegas
retomada por alguns nazistas e a ela foi propiciado um apoio ofic
que possibilitou que os pesquisadores produzissem um amp
conjunto de material sobre a geometria da paisagem. Josef Heinsdescobriu um vasto sistema interligado de alinhamentos e de figur
geométricas com distâncias e ângulos significativos que cobria
seções amplas do vale do Reno. Como os pesquisador
geomânticos anteriores, descobriu que a geometria da paisagem e
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freqüentemente uma versão ampliada da geometria de sítindividuais, estabelecendo um vínculo físico entre o microcosmo e
macrocosmo. Heinsch viu a sua descoberta como "um tem
sagrado indestrutível da natureza", que era o continuum da geometsagrada em círculos e templos de pedras sem o esboço
paisagem.
Com a destruição da Alemanha nazista, todas as pesquisgeomânticas alemãs cessaram. A obra de Teudt e dos se
seguidores foi esquecida, até que os pesquisadores geomântic
ingleses a redescobriram nos anos 1970. Muito da obra de Heinsch
de seus colegas tem saído agora em tradução inglesa e
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transformou nos dados mais detalhados e mais convincent
coletados até agora.
Uma nova geração de pesquisadores está agora estudando
geometria da paisagem. Em seu livro City of Revelation, John Michrevelou a existência de uma grande figura geométrica na G
Bretanha meridional. Os três antigos "coros perpétuos" celtas
Llantwit Major, Glastonbury Abbey e Stonehenge, segundo es
pesquisador, formam três vértices de um decágono regular
proporções majestosas. Existe um quarto vértice em Goring-o
Thames, onde havia antes um grande templo pagão na junção
muitas veredas importantes. O centro desse vasto decágono está aldeia de Whiteleaved Oak, na qual se reuniam os antigos municípde Hereford, Gloucester e Worcester. Esse decágono relaciona-
em ângulos e em distância a outros centros geomânticos da G
Bretanha, sobre os quais muito se tem escrito ultimamente.
Os pesquisadores, de Black a Michell, encontraram os padrõantigos fixados ,indelevelmente na paisagem. As linhas que zigu
zagueiam pelo país têm obviamente a mesma antigüidade dcírculos de pedra, mas as igrejas cristãs mais modernas e as granj
podem ser invariavelmente enquadradas no mesmo modelo. Tod
essas descobertas - tanto na escala das gravações em pedra e n
círculos feitos com esse material quanto através de toda a extens
da paisagem - apontam para a existência de uma civilização ma
antiga, agora completamente desaparecida, cuja tecnologia espiritu
da geometria não foi superada. Sua importância pode ser avaliapela sobrevivência de seu conhecimento nas escolas de mistério
Idade Média.
Podemos, assim, traçar uma linha progressiva em que as primitiv
gravações em rocha de antigüidade inimaginável levam, com
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astronomia, à construção de observatórios de pedra complexos
sofisticados que também estavam ligados a uma mat
geométrica mais ampla. Por imposição da religião cristã, esses sít
foram freqüentemente apropriados pelas igrejas. Todavia, orientações e as posições foram preservadas e a geometria esta
diretamente relacionada à estrutura antiga. O Professor Lyle Bo
demonstrou em seu livro Megalithic Software que os padrõgeométricos que subjazem às capelas orientais das catedrais
Wells, Lincoln, Canterbury, Gloucester, Winchester e de muit
outros lugares derivaram da geometria megalítica exposta por Tho
e, portanto, indicam a presença naqueles locais de círculos pedras. Nos casos das catedrais góticas e românicas, os geômetr
fizeram uma síntese da geometria megalítica antiga com o
triangulum e o ad quadratum maçônicos. A geometria dos céu
traduzida na pedra, foi novamente transmutada para o serviço
outros deuses, mas permanece até hoje reconhecível para aque
que sabem o que devem buscar.
4. A Geometria Sagrada Egí pcia Antiga
Geometria significa literalmente "medição da terra" e s
desenvolvimento no Egito antigo deveu-se precisamente a es
objetivo. Numa data muito recuada no tempo, possivelmente há cin
ou seis mil anos, os egípcios desenvolveram um esquema empírde agrimensura do solo. O esquema básico nasceu da necessida
de se evitar que o transbordamento anual do rio Nilo destruísse tod
as fronteiras. Com a criação do governo centralizado, e a fim
assegurar uma taxação eqüitativa e evitar disputas, as fronteir
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tinham de ser restabelecidas depois de cada inundaçãNecessariamente, o método de agrimensura tinha de ser praticáve
simples. Não exigia mais que dois homens e uma corda cheia de nó
além do conhecimento do chamado triângulo "pitagórico", sécuantes que Pitágoras caminhasse por este mundo.
O traçado das áreas requeria um método seguro para a produção
ângulo reto. . Este era conseguido por intermédio da divisão de um
corda em treze divisões iguais. Quatro unidades formavam um la
de um triângulo, três o outro e mais cinco constituíam a hipotenu
oposta ao ângulo reto. Esse método simples persistiu até os noss
dias e foi utilizado quando se deu início à construção de túmulostemplos. Foi a origem da histórica "cordagem do templo" e, a pa
dessa técnica, era relativamente simples a tarefa de esboçretângulos e outras figuras geométricas mais complexas.
Enquanto se desenvolvia, toda a antiga cultura egípcia mesclou-
tão completamente à religião canônica, que quase todos os at
eram formalizados num ato de adoração. Os templos e a arte d
túmulos são os melhores exemplos dessa vida sagrada rigidamenorganizada. Cerimônias mágicas complexas resultaram
importantes eventos de estado em que o monarca dirigen
representava o papel de personificar uma divindade.
planejamento dos templos, a formação básica da geomet
subjacente era executada numa complexa cerimônia simbólica.
Em The Dawn of Astronomy, Sir Norman Lockyer observou que
"cordagem do templo", que o esboçava por meio de uma corda, eacompanhada de um cerimonial comparável ao da moder
deposição da pedra fundamental. Ele cita descrições do proces
tomadas das inscrições murais de Edfu, Denderah e Karna
"Ascendeu o rei", diz uma dessas inscrições, "vestido com seu cola
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sua coroa emplumada; e o mundo todo o seguiu, e a majestade
Amenemhat. O ker-heb (Sumo Sacerdote) leu o texto sagra
durante o estiramento da corda de medição e da deposição da ped
fundamental no pedaço de chão escolhido para esse templo. Retirose então sua majestade Amenemhat e o rei Usertesen a inscreveu
solo diante do povo".
A corda tinha uma função dupla: fixar a orientação do templo p
observação direta de um objeto celestial e também, a partir d
esboçar por meio da geometria o padrão sagrado do próprio temp
Outra inscrição diz: "O Deus vivo, o filho magnífico de As
alimentado peja sublime deusa no templo, o soberano do país, esta corda com alegria, com seu olhar voltado para o ak da constelaçda Mão do Touro, estabelece a morada-templo da senhora e
Denderah, como já ocorreu antes". Esta é uma referência aos do
templos da Deusa em Denderah, um consagrado a Ísis e o outro
Hathor.
Após fixarem a orientação segundo a constelação da Mão do Tou
(agora conhecida como do Arado ou Ursa Maior), os cordoadorestabeleciam uma linha em ângulo reto em relação a ela por meio
criação de um triângulo 3:4:5 e, a partir dele, esboçavam todo
templo.
Ao longo de toda a história registrada, a forma retangular represent
o corpo do homem e, por correspondência microcósmic
macrocósmica, os céus. Sua forma complementar, o padr
geométrico central ou radjal, igual em todas as direções e emblemdo mundo material, foi admiravelmente representado no Egito pel
pirâmides.
A construção das pirâmides foi levada a efeito num períorelativamente curto. Embora sejam conhecidas cerca de sessen
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pirâmides, as maiores e mais famosas do grupo de três situadas e
Giza, perto do Cairo, têm sido, mais do que quaisquer outras, obje
de escrutínio e de especulação. Testemunhos de autores antigos, ta
como o do grego Heródoto, que viveu no século V a.C., confirmaque a função primária das pirâmides era servir de sepulcro.
Os reis egípcios, que reuniam em suas pessoas as funções
sacerdote, rei e deus, esforçaram-se durante todas as suas vidterrenas para se munirem de túmulos custosos que assegurassem
sua sobrevivência no pós-vida.
Heródoto menciona brevemente o extenso período de construção
Grande Pirâmide e afirma que ela era a tumba do rei Quéops.
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acordo com O historiador, foi erigida sob as ordens do rei durante
sua vida de vaidade despótica e com o intuito de perpetuar a s
memória para sempre.
Quatro séculos após Heródoto, o grande historiador e geógraDiodoro Sículo visitou as pirâmides e nos deixou o seguinte relato:
maior delas", escreve Diodoro. "é quadrangular, cada lado me
setecentos pés de extensão em sua base e mais de seiscentos
altura; contrai-se gradualmente no topo, onde cada lado tem se
côvados; está construída inteiramente em pedra sólida, de dif
artesania, mas duração externa; pois nos mil anos que se diz tere
transcorrido desde a sua construção, as pedras, que alguns dizeser mais de três mil e quatrocentas, nunca foram movidas de su
posições originais e o todo permanece indene".
O vasto volume e a impressionante geometria das pirâmides fizera
que muitos cronistas e comentadores antigos a elas se referissem e
suas obras. O geógrafo grego Estrabão (c. 63-25 a.C.) visitou-as e
soldado-cientista romano Plínio, além de escrever sobre
pirâmides, mencionou outros autores que haviam escrito sobre elaEuheferus, Aristágoras, Duris de Sarnos, Antístenes (o filóso
negativista), Demétrio, Demóteles e Apião. Todas as suas obr
sobre as pirâmides estão perdidas, o que nos faz lembrar qu
fragmentárias são as fontes escritas da história de que dispomos
presente.
Nosso interesse, contudo, está nos princípios da geometria sagra
subjacente à estrutura desta e de outras pirâmides. A GranPirâmide pode ser vista como o ápice de uma tradição que começcom a Pirâmide Escada do rei Zoser em Saqqara (c. 2.750 a.C
Muitas outras pirâmides são anteriores à Grande Pirâmide e se
desenhos apresentam um padrão evolutivo que culminou na próp
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Grande Pirâmide. Depois, a tradição declinou e uma série
pirâmides abastardadas foi construída, muitas das quais se d
sintegraram devido a um acabamento inferior.
A primeira pirâmide verdadeira, o túmulo do rei Zoser em Saqqara, desenhada por Imhotep, um homem de gênio tão excepcional, qu
após a sua morte, foi elevado à condição do deus que fundamentou
medicina e a arquitetura. A Pirâmide Escada tinha uma planta ba
quadrada e, como os zigurates babilônicos, era mais uma "montan
sagrada" em forma de escada do que uma pirâmide de lad
nivelados. Estava contida num vasto santuário que tinha a forma
um quadrado duplo cercado por uma parede de 30 pés. O santuárum empreendimento grandioso em si mesmo, tinha 1.788 pés
comprimento - um terço de milha - e estava orientado no eixo nor
sul. A forma desse cercado forneceu o padrão dos lugares sagrad
posteriores. Foi usada, inter alia, séculos depois, no Tabernáculo
no Templo dos Judeus, e também como o padrão subjacente
Capela Real de Whitehall, em Londres.
A Pirâmide Escada representa uma aplicação repentina de mé todque parecem ter sido desconhecidos anteriormente. A tecnologia
corte da pedra e do transporte era conhecida, mas nunca fora tenta
um empreendimento dessa grandeza. No pátio da Pirâmide Esca
havia uma estátua em cujo plinto estava o nome de Imhotep com
citação "Chanceler do Rei do Baixo Egito, Primeiro após o Rei do A
Egito, Administrador do Grande Palácio, fidalgo hereditário, Sum
Sacerdote de Heliópolis, Construtor, Escultor e Fabricante-em-chede Vasos". Lista tão impressionante de posições oficais realça
excepcional talento desse homem que, acima de todos os outro
encabeça a Tradição Ocidental da geometria sagrada.
Imhotep era filho de Ka-nefer, Diretor de Obras do Alto e do Bai
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Egito, não um homem de sangue real. Todavia, a lista de títulos
sua efígiee os atributos que lhe foram concedidos após sua elevaçao panteão demonstram a unidade essencial de magia, religião
tecnologia egípcias antigas. A descoberta da tumba dessa figuseminal foi durante muito tempo um sonho acalenta
pelos egiptólogos. Acredita-se que esteja em algum lugar n
arredores de Saqqara, mas até hoje permanece inviolado o local
repouso do originador da arquitetura no Ocidente.
Após a pirâmide de Zoser, uma outra foi iniciada em Saqqara pelo
Sekhemket. Por alguma razão desconhecida, foi abandonada a um
altura de apenas vinte pés; uma terceira pirâmide de degraus, eZawiyet el Aryan, que se acredita ter sido ordenada pelo rei Khab
também foi abandonada durante a construção. Depois dess
pirâmides de degraus, foram erigidas pirâmides verdadeir
revestidas de lajotas polidas feitas de calcário de Tura.
A primeira das pirâmides verdadeiras, a do rei Sneferu, em Meidu
foi um desastre. No seu livro The Riddle of the pyramids, K
Mendelssohn mostrou, a partir da configuração do cascalho qcircunda o centro dessa pirâmide em ruínas, que ela desmoron
durante a construção. O acabamento imperfeito e
natureza' inovadora do projeto causaram um colapso repentino. Es
desastre, num período em que raramente se viam no mundo edifícdessas dimensões, deve ter produzido um efeito profundo sobre
povo da época e pode ser cultuado em forma deturpada no mito
Torre de BabeI. Como a pirâmide de Zoser, o modelo de Meidum desenhado como uma pirâmide de degraus, mas foi preenchido co
blocos de vedação e de revestimento. Os poucos blocos
revestimento remanescentes, retirados de uma caótica pilha
cascalho que cerca essa pirâmide, mostram que o ângulo
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elevação era 52°, Um ângulo de grande importância na geomet
sagrada.
Quando a pirâmide de Meidum foi surpreendida pelo desastre, um
outra pirâmide, em Dahshur, ainda estava em construção. Estaúnica dentre todas as pirâmides que sobreviveram. A parte inferior
revestimento eleva-se num ângulo de 54º; depois, num ponto situa
a meio caminho do topo, muda abruptamente para 43°30'. É prováv
que o arquiteto dessa pirâmide tivesse alterado o ângulo a fim de q
o desastre de Meidum não se repetisse nessa construção.
Todavia, é óbvio, em comparação com todas as outras pirâmide
que a "Pirâmide Encurvada", como ela é conhecida, representa umaberração em relação a uma norma ideal. As pirâmides revestid
representam o espetáculo celestial dos raios do sol rompendo p
entre as nuvens após uma tempestade - uma manifestação do pod
divino de Ra. A mudança total das pirâmides de degraus inspirad
em Imhotep para a forma pura parece ter ocorrido na mesma épo
em que os sacerdotes de Heliópolis passaram a ocupar uma posiç
de poder no Egito. Curiosamente, a sua ascendência introduziu umnova interpretação da geometria sagrada: a pirâmide verdadeira
obelisco e o ben-ben, o pilar cônico sagrado do Templo de Ra, e
Heliópolis.
Após o fiasco da Pirâmide Encurvada, a próxima pirâmide, situada
uma milha ao norte, foi construída com o ângulo inferior de 43°30'
ângulo da metade superior da sua antecessora. Todavia, nem tu
estava perdido. As lições dessas três falhas foram analisadas econstrução da maior estrutura jamais erigida pelo homem foi iniciad
a incomparável Grande Pirâmide.
A Grande Pirâmide, construí da aparentemente para alojar os rest
mortais do rei Khufu (mais conhecido por Quéops, seu nome greg
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foi edificada com uma planta baixa quase perfeita de 775 pés e u
ângulo de ascensão de 51°52'. Seu volume é um estontean
acúmulo de 6 1/2 milhões de toneladas de calcário. O ângulo
ascensão dá à pirâmide uma propriedade geométrica única, que presenta a quadratura mística do círculo: sua altura está para
mesma razão da sua circunferência, assim como o raio para
circunferência de um círculo. Essa razão é 1/2 pi . pi = 3,1416...
nessa pirâmide, esse número transcendental está representado co
uma margem de erro de apenas 0,1%.
O ângulo de 51°52' tem a propriedade de ser o ângulo produzido p
um gradiente de 4:1. O ângulo utilizado em Dahshur, 43°30'preduzido por um gradiente de 3:1. Assim, a simples utilização
números inteiros, que é a chave da geometria sagrada, ao longo
toda a história, existe também no contexto egípcio. "A existência d
pirâmides", escreveu James Stirling em The Canon, "(...) parece s
uma confirmação notável das afirmações dos escritores primitivo
de que a arquitetura dependeu originalmente da geometria - e vem
no Egito a primeira aplicação dessa ciência do construir. (...) Nmãos dos arquitetos geométricos, a pirâmide - por seu volum
superfície, linhas e ângulos - poderia fornecer os meios de
registrar medidas e números. Por objetivos práticos, também,
pirâmide é a forma mais adequada para uma estrutura permanente
Outra característica geométrica das pirâmides que tem sido mu
comentada diz respeito às suas faces. Tem sido muito discutida
teoria de que as pirâmides foram concebidas como representaçõdo hemisfério setentrional em projeção quadrada. Cada face plana
pirâmide deve representar um quadrante curvo desse hemisfér
segundo essa teoria. A pirâmide cumpre essa consideraçgeométrica como nenhuma outra figura: para se projetar u
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quadrante esférico num triângulo plano, a base do quadran
deve ser igual à base do triângulo e deve ter a mesma altura.
Grande Pirâmide cumpre essas determinações, pois que o ângulo
incli nação dá a relação pi entre a altura e a base.As complexidades da geometria inerente à Grande Pirâmide têm si
amplamente desemaranhadas numa pletora de cálculos e de teor
desde o último século. Heródoto soube pelos sacerdotes do Temp
que a Grande Pirâmide foi construída de maneira que a área de ca
face fosse igual ao quadrado da sua altura. Essa relação pare
incorporar a Seção Dourada, que, de acordo com o geôme
moderno Schwaller de Lubicz, não foi vista em termos numéricos mcomo emblema da função criativa ou geradora, fundamento de um
série infinita.
No interior da Grande Pirâmide há uma enigmática série
passagens cuja intenção ainda não pôde ser determinada. E
compreende três câmaras: a Câmara do Rei, que contém apen
um sarcófago vazio; a Câmara da Rainha, que é menor e també
está vazia; e uma câmara inacabada escavada na rocha viva ao nívdo solo. Além dessas três câmaras, há uma passage
impressionante conhecida como Grande Galeria, alinhada com u
revestimento de granito cuidadosamente executado e dotada de u
teto finamente mi sulado. Todavia, nunca se descobriu na Gran
Pirâmide nada que fosse digno de menção - característica q
forneceu aos piramidólogos farta munição para as suas teorias sob
armazéns e observatórios.Hubert Paulsen, arquiteto dinamarquês, desorientado pela faIta
conteúdo, pretendeu que exista uma outra câmara na Gran
Pirâmide que ainda não foi descoberta. Recorrendo à geometria, e
calculou que a verdadeira câmara sepulcral, tão abarrota
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de riquezas que poderia ofuscar os tesouros de Tutankhamun
um monarca pobre em comparação a Khufu -, deveria estar próxim
do centro da pirâmide e abaixo do nível do solo. A Câmara do Re
que se poderia imaginar destinada a conter os requisitos necessárà vida pós-morte do Faraó, além do fato de estar a 130 pés acima
nível do solo - não está exatamente na direção do ápice da pirâmid
A câmara de Paulsen, infelizmente, não foi localizada, e experiênc
levadas a efeito na Pirâmide de Khafre (Quefrem) também resultara
em fracasso.
Comparada à Grande Pirâmide, cujas câmaras e passagens fora
reveladas pela queda acidental de um bloco do teto na passagem entrada, a Pirâmide de Khafre aparentemente não possui passagen
Há uma câmara pequena, na rocha situada abaixo do vasto volum
da estrutura. Ela sempre pareceu anômala aos olhos dos egiptólogo
e uma tentativa de obter um "raio-X" da pirâmide foi feita em 19
pelo Professor Luis Alvarez, da Universidade da Califórnia. Alvar
tentou registrar a passagem pela pirâmide de raios cósmicos, q
chegam à Terra vindos do espaço. Usando um equipamento detecção extremamente sofisticado, fez observações q
abrangeram um período de muitos dias. Na análise dos resultado
os raios apresentaram variações inexplicáveis que tornara
inconclusivo o experimento. A variabilidade dos resultados talv
fosse causada pela geometria da pirâmide, seu posicionamento, s
relação com o campo magnético da Terra ou alguma combinaçdesses e de outros fatores. Seja qual for a causa, o experimento Alvarez não conseguiu detectar quaisquer câmaras internas
passagens.
Muitas asseverações extravagantes foram emitidas no sentido de
interpretar a complexa disposição das passagens e de outr
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características internas da pirâmide de Khufu, mas na verda
nenhuma delas merece mais atenção do que as outras. Dignas
nota são aquelas teorias de que o Segundo Advento de Cristo, o f
do mundo ou outro acontecimento momentoso estão pressagiadpor vários degraus, várias junções de pedras, vergas de passagens
fissuras. Os livros sobre profecias da pirâmide apresentam a infe
tendência de exigirem uma revisão drástica quando o apocalip
profetizado não ocorrer no tempo previsto. Que o leitor julgue
validade da obra de Piazzi Smith, John Taylor, John Davidson, Edg
Stewart, Basil Steward e seus imitadores.
Embora as pirâmides sejam a manifestação mais augusta geometria sagrada no Egito, suas artes canônicas geometricamen
inspiradas impregnaram todos os artefatos sagrados. O título
"Fabricante-em-chefe de Vasos" dado a Imhotep demonstra que
exigia um grande geômetra para o desenho correto e
manufatura de utensílios sagrados. Produtos da arte egípcia
qualquer período são, com poucas exceções, reconhecid
instantaneamente como tal. O estilo foi praticado por mais de 3.0anos, até mesmo durante o período helênico posterior à conquista
país por Alexandre o Grande. As medidas canônicas e o sistem
proporcional, considerados como expressões de um ponto de vis
mágico do mundo, inibiram qualquer inovação. O papel do artista e
então, bastante diferente do de sua contrapartida moderna.
conceito do artista como uma personalidade criadora individual
absolutamente moderno. Como outros artesãos, a maioria descultores e pintores fazia parte de um grupo que aderia rigidamen
aos cânones artísticos ordenados previamente. Sua posição pode s
comparada à dos desenhistas modernos de circuitos impressos
microprocessadores, que estão aprisionados a uma estrutu
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tecnológica de função que depende apenas das leis da eletrônica.
A exemplo das suas contrapartidas tecnológicas modernas,
artesãos do Egito antigo eram trabalhadores de precisão,
praticantes primitivos da crença universal de que os atos de magdevem ser realizados segundo um ritual preciso e imutável.
geometria subjazia a essas formas rituais.
A base técnica da geometria egípcia era impecável. Na verdade
sucesso posterior dos gregos antigos, com os quais hoje se assoc
prontamente a geometria, estava solidamente baseado
conhecimento e na técnica dos egípcios antigos. As práticas
geometria egípcia não estão perdidas, todavia, pois o grandespertar do interesse pelas antigüidades do Egito durante
último século levou à redescoberta dos seus fundamentos. Duran
as escavações destruidoras da estrutura da Grande Pirâmide,
Coronel Howard Vyse descobriu em uma das câmaras "muit
marcas similares às que foram encontradas em outras câmaras
também muitas linhas vermelhas que se cruzavam em ângulos reto
com triângulos eqüiláteros em preto, traçados ao lado 'intersecção'. talvez com o objetjvo de se obter um ângulo ret
Essas linhas e essas construções eram necessárias às art
maçônicas do corte da pedra, sua preparação e seu acabamen
Para qualquer método técnico de esboço, é necessário possuir um
base geométrica. O uso de linhas de intersecção para marcar o pla
de fundo de um entalhe foi sistematizado numa grade quadrad
Essa grade era um auxílio não só para a composição geral e paradesenho da obra, mas também servia para assegurar que as figur
humanas fossem executadas segundo as proporções corret
prescritas pelo cânone.
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As linhas mestras eram pintadas com um pincel ou feitas com u
cordão molhado em tinta vermelha e os traços eram esboçados co
um pincel feito de fibras vegetais ou um pincel de junco semelhanaos usados pelos escribas. O escultor cinzelava ao redor d
esboços e a escultura era então concluída com uma cobertura
gesso. Finalmente, era pintada com cores canônicas. Retângulos
raiz eram utilizados para determinar as dimensões principais d
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figuras numa estrutura originalmente quadrada. Assim, a simet
dinâmica impregnou-se canonicamente na escultura que reproduz
em suas dimensões todos os atributos sagrados da geometria. Isto
acrescentava ao seu conteúdo figurativo e simbólico. Essretângulqs eram facilmente construídos por geometria simples a pa
de uma grade quadrada que também possuía o significado simból
do mundo, de que o homem era o Templo. A geometria fundamen
da fundação do Templo era reproduzida microscopicamente em ca
entalhe canônico, segundo as fórmulas antigas do corpo do Temp
característica que podemos encontrar ao longo de toda a histó
registrada da arquitetura.Essa combinação de grade subjacente, de geometria sobrejacente
de forma externa é um conceito trifacetado da arte sagrada sem
qual as formas múltiplas mal podem ser compreendidas. Es
conceito três-em-um, encapsulado na Trindade-de Ísis, Horus
Osíris, ocorre ao longo de toda a arte canônica do Egito para a fren
Numa arte sagrada pode predominar a forma geométrica. tal tom
nas obras célticas ou nos padrões de azulejos islâmicos. Trata-se manifestação do segundo nível. Em geral, a manifestação visível
forma é suprimida. Essa geometria tem a característica de incorpo
em si mesma a metrologia sagrada do sistema qualquer que e
representa.
Uma característica da geometria sagrada que torna a ocorrer
longo do tempo é a escolha de geometrias que são tão inclusiv
quanto possível. Uma geometria que inclui o quadrado, o círculovesica e o triângulo equilátero, bem como vários retângulos de raiz
a Seção Dourada, tem sido considerada como o microcosmo ideal
tumba do rei Ramsés IV do Egito é um exemplo típico. Ramsés
enterrado numa tumba cavada na rocha. não numa pirâmide, pois
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construção da pirâmide foi abandonada. A tumba cavada na roc
continha um sarcófago triplo. O sarcófago interior tinha a forma de u
quadrado duplo, o mais santo dos recipientes sagrados. Ao red
dele, o sarcófago intermediário tinha as dimensões de um retânguda Seção Dourada, ao passo que o sarcófago externo possuía do
retângulos da Seção Dourada iguais ao do sarcófago intermediário
tumba foi dimensionada numa projeção da geometria des
sarcófago triplo. Essa geometria harmônica, levada a um grau
perfeição altíssimo pelos gregos antigos, foi aplicada em toda a a
sagrada egípcia.
Os peitorais e outros amuletos mágicos encontrados em egípc
mumificados foram analisados geometricamente. Eles exibem es
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geometria que congrega o quadrado duplo e a Seção Dourada, fa
que demonstra a unidade da geometria sagrada egípcia desde
maior até o menor objeto sagrado.
5. A Geometria Sagrada Mesopotâmica e Hebraica
Embora o relato bíblico da destruição da Torre de Babei talvez se
uma lembrança popular deturpada do colapso que ocorreu durante
construção da Pirâmide de Meidum, a tradição da edificação
montanhas sagradas artificiais encimadas por templos tem raízsem dúvida na Babilônia. Seja qual tenha sido a origem descolapso lendário, havia com certeza na Babilônia um zigurate cuj
dimensões e cuja geometria têm sido reconstruídas com o auxílio
evidências documentais e arqueológicas. Desenhadas com
reproduções miniaturizadas do arranjo do universo, essas montanh
sagradas estavam orientadas para as quatro direções cardeais.
nome dado a elas, ziggurat, significava "pico dos deuses". Estima-
que os zigurates escavados nas cidades mesopotâmicas de Ur, Ur
e Babilônia mediam trezentos pés da base até o ápice. O zigurate
Khorsabad media 150 pés quadrados na hase e 135 pés de altu
desde o pavimento até a plataforma que o encimava.
A estrutura compreendia sete estágios, representando cada um de
os atributos de um dos planetas e pintado com uma das cor
planetárias. O zigurate de Nabu, em Borsippa (Barsipki), e
conhecido como a "Casa dos Sete Limites do Céu e da Terra"
representava a ligação cósmica que existe entre os planos terrestre
celestiaI. James Fergusson, em A History of Architecture in
Countries (1893), escreveu:
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"Esse templo, segundo a decifração dos cilindros que fora
encontrados em seus ângulos, era dedicado aos sete planetas
esferas celestes e seus estágios foram adornados, em conseqüênccom as cores de cada um deles. O mais baixo de todos, além de tu
ricamente apainelado, era preto, a cor de Satumo; o seguinte, laran
a cor de Júpiter; o terceiro era vermelho, cor emblemática de Marte
quarto, amarelo, pertencente ao Sol; o quinto e o sexto eram verde
azul, respectivamente, dedicados a Vênus e a Mercúrio; e o últim
talvez fosse branco, a cor pertencente à Lua, cujo lugar no sistem
caldaico era o mais elevado.”
A ligação cosmológica foi pesquisada pelo Professor Stecchini, q
acredita que o zigurate de sete estágios era uma representação
hemisfério setentrional da Terra, representando o nível do solo
equador e o ápice, o pólo. Na geografia grega, a área situada entre
equador e o pólo era dividida em sete zonas, cada uma menor do q
a anterior para compensar o grau de longitude cada vez menormedida quc se aproxima do pólo. A alegação de Stecchini de que
zigurate representava o hemisfério é apoiada pelos tablet
cuneiformes que afirmam que cada nível do zigurate tinha uma ár
específica determinada por unidades padronizadas de medida
terra.
O tablete cuneiforme conhecido como Tablete Smith afirm
especificamente que cada terraço do zigurate da Babilônia possusua própria medida simbólica. Essa diferenciação possibilitou q
vários esquemas geométricos fossem incorporados ao edifício.
terceiro estágio era particularmente importante, porque foi construína forma de um quadrado com lados de seis côvados - uma unida
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fundamental da medida babilônica de terra. O ângulo de elevação e
vários pontos produz razões geométricas importantes, tais como
-1, ângulos fundamentais na agrimensura da terra, també
encontrados na Grande Pirâmide.Hermon Gaylord Wood, um metrólogo bostoniano, analisou a escr
cuneiforme como parte de sua grande pesquisa sobre a metrologia
o simbolismo antigos. Demonstrou que os caracteres dessa escr
derivaram da divisão duodecimal do círculo e que, de fato, es
divisão ainda é usada hoje no relógio e na bússola.
A influência da geometria egípcia e da magia caldaica
grandemente sentida pelos israelitas. Ao longo de toda a Bíbdescrevem-se em detalhe objetos e edifícios sagrados com mediçõprecisas que ali se diz terem sido dadas por Deus. A mais anti
dessas construções dimensionadas canonicamente é a mitológ
Arca de Noé, descrita da seguinte maneira:
"Faze para ti uma arca de madeira alisada; farás nela uns pequeno
repartimentos, e betumá-Ia-ás por dentro e por fora. E eis aqui coma hás de fazer; ela terá trezentos côvados de comprimento, cinquen
de largura e trinta de altura. Farás na arca uma janela, e o teto que
há de cobrir será de um côvado; porás também nela uma porta a u
lado; e disporás um andar em baixo, um no meio e outro terceiro
andar.”
Gênese 6: 14-16.
Na tradição cabalística, a Arca de Noé é dividida em três andare
com 11 seções cada um, o que perfaz o número sagrado 33. A Ar
possui duas aberturas: a porta principal no andar mais baixo, p
onde as vidas animais passam para o plano da existência física
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uma janela pequena de um côvado no alto da cabeça, por onde
solto o espírito, simbolizado pela pomba.
Muitos praticantes do conhecimento oculto comentaram esse va
sagrado. Filo, o Judeu, afirma que a Arca de Noé foi construísegundo o padrão do corpo humano. Heinrich Cornelius Agrip
concorda. E escreve:
"Dado que o homem é a mais bela e a mais perfeita obra de Deus
a Sua imagem, e também o menor dos mundos, ele, portanto, p
uma composição mais perfeita, e uma harmonia doce, e um
dignidade mais sublime contém e conserva em si todos os númerotodas as medidas, todos os pesos, todos os movimentos, todos
elementos, e todas as outras coisas que o constituem; e nele, de fa
está a habilidade suprema (...) além disso, o próprio Deus ensin
Noé a construir a Arca segundo a medida do corpo do homem e E
fez toda a estrutura do Mundo ser proporcional ao corpo do home
Portanto, alguns que escreveram sobre o microcosmo, ou sobre
homem, afirmam que o corpo mede 6 pés, um pé 10 graus, cada gr5 minutos; têm-se 60 graus, que fazem 300 minutos, aos quais s
comparados muitos côvados geométricos com que Moisés descre
a Arca; pois, como o corpo de um homem tem 300 minutos
comprimento, 50 de largura e 30 de altura, assim também a Arca e
longa de 300 côvados, larga de 50 e alta de 30.”
Em The Canon, William Stirling relaciona as medidas da Arca comtamanho do planeta Terra e com os cânones da cronologia segun
a história sagrada hebraica: "Se essa explicação for correta", escre
Stirling, "devemos imaginar, pelas proporções da arca, a vasta figu
de um homem, à imagem e à semelhança de Deus, cujo cor
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contém a medida do caminho do sol na eclíptica, o circuito da Terra
as órbitas dos sete planetas".
Esses esquemas cosmológicos podem ser encontrados ao longo
toda a arquitetura antiga, especialmente no Egito e na BabilôniaArca, embora seja principalmente um barco em que um homem jus
sua família e seu gado escaparam a um dilúvio que desabou sob
toda a terra, é na verdade uma imagem cósmica do homem,
microcosmo que mais uma vez foi conformado ao padrão dado p
Deus. Aqueles que se ajustam ao esquema cósmico sobrevivem,
que não se ajustam perecem.
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Uma outra estrutura sagrada hebraica cujas dimensões, e p
conseguinte a geometria, foram precisamente delineadas foi
Tabernáculo. O Tabernáculo era um santuário portátil utilizado pepovo judeu durante as suas peregrinações pelo Sinai. Sen
basicamente um templo móvel modelado segundo protótip
egípcios, o Tabernáculo era colocado num pátio cuja geometria era
do quadrado duplo, com 100 côvados de comprimento por 50
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largura. Esse pálio era demarcado por uma cerca composta
estacas de 5 côvados de altura plantadas no chão a intervalos de
côvados. As estacas eram ligadas por cordões de linho dup
Construía-se então toda a planta baixa do Tabernáculo de acorcom uma grade quadrada modular de 5 côvados - método de esbo
usado no Egito, de onde os israelitas fugiram.
Dentro desse quaprado duplo, o Tabernáculo propriamente dito e
um quadrado triplo de 30 côvados de comprimento e 10 de largu
Suzs paredes eram construídas de pranchas de madeira de 1 1
côvado de largura e de 10 côvados de altura, agrupadas por fort
barras horizontais de madeira. Toda a estrutura era coberta de pecosturadas em faixas de 30 côvados de comprimento e 4 de largu
O Tabernáculo era colocado no pátio, orientado para o oeste, m
sua entrada era orientada para o leste, de maneira que, segun
Josefo, "quando o sol se erguesse, poderia pousar os seus primeir
raios sobre ele".
Essa orientação, comum na arquitetura sagrada de todo o mund
assegura que a estrutura do santuário esteja integrada diretamencom os fenômenos cósmicos. Isto é de importância fundamental pa
as épocas astronomicameme definidas para a realização de ritua
vitais. Como um microcosmo, era necessário que o templo
Tabernáculo refletisse diretamente em suas dimensões, s
geometria e sua orientação as condições e a estrutura
macrocosmo de que ele era a imagem e um meio de dirigir o aces
a ela. De fato, Josefo afirma que “essa proporção das medidas Tabernáculo era uma imitação do sistema do mundo".
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O interior do Tabernáculo estava dividido em dois compartimento
um esquema que foi copiado mais tarde no Templo construído eJerusalém sob as ordens do rei Salomão. O compartimento extern
chamado de Lugar Santo, era um quadrado duplo de 20 côvados p
10, ao passo que o compartimento interno, o Santo dos Santo
compreendia um quadrado simples. Como a altura do teto
Tabernáculo também fosse de 10 côvados, o Santo dos Santos e
assim um cubo perfeito.
No interior do Santo dos Santos estava o objeto mais sagrado d
judeus, a Arca da Aliança. Como outros objetos judaicos sagrado
suas medidas exatas foram registradas. A Arca media 2 1/2 côvad
de comprimento, metade do módulo usado no esboço
Tabernáculo, e 1 1/2 côvado de largura e de altura. Stirling acredita
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que essas medidas tivessem significação cosmológica:
"Ela media 2 1/2 côvados de comprimento, ou 3 3/4 pés, ou 4
polegadas; sua largura e sua altura mediam 1 1/2 côvado, ou 2 1pés, ou 27 polegadas. Seu perímetro, era, então, o número místi
de 144 polegadas. Se a Arca fosse uma polegada mais grossa, o q
seria perfeitamente possível para uma caixa desse tamanho, se
conteúdo subiria para 24.860 polegadas cúbicas, ou o número d
milhas da circunferência da Terra.”
Essa interpretação fascinante, naturalmente, depende da antigüida
da polegada e da milha, um problema espinhoso tornado de difísolução pelas reivindicações extravagantes que têm sido feitas
tentativa de uma interpretação dos mistérios da Grande Pirâmide.
Outro objeto geometricamente determinado que era guarda
no Tabernáculo era a Mesa do Pão da Proposição, modela
segundo um protótipo egípcio. Essa mesa sagrada ficava do lado d
fora do véu que dividia o Tabernáculo, e, por conseguinte, não situava no Santo dos Santos. Suas dimensões eram 2 1/2 côvad
por 1 1/2 côvado e 1 côvado, uma razão de 5:3:2.
O Altar dos Sacrifícios era o equivalente externo da Arca da AliançFicava no centro do mais externo dos dois quadrados que formava
o Tabernáculo. A base desse altar era um quadrado de 5x5 côvado
o módulo modelo. Esse altar representava um dos dois pólos d
centro dos dois quadrados - cada um no seu próprio centro polaridade -, sendo que a combinação dos dois no pátio
Tabernáculo era a unidade de opostos inerente ao Deus suprem
Esse dimensionamento e esse esboço exatos de uma área sagra
propiciam-nos um raro lampejo do que existe de mais canônico
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geometria sagrada. Todo e qualquer objeto é definido precisa
exatamente em termos de tamanho e situação, pois alterar qualqu
coisa redundaria num desastre.
A vida nacional dos judeus alcançou seu ponto culminante durantereinado de Salomão. Em 1004 a.C., o ato de coroação desse rei fo
ereção de um templo de adoração de Jeová. Como outros artefat
hebraicos sagrados, o desenho do Templo foi revelado divinamen
ao pai de Salomão, o rei Davi:
"E Davi deu a Salomão seu filho o desenho do pórtico, e o do
Templo, e das suas oficinas, e das suas salas, e dos seus aposento
interiores, e da casa da propiciação. E o desenho de tudo que ele
imaginara e das repartições da casa do Senhor.”
1 Crônicas 28.
As dimensões do Templo, bem como do Tabernáculo, ant
dele, foram detalhadas exatamente:
"E este foi o plano que lançou Salomão para construir a casa de
Deus, sessenta côvados de comprido pela primeira medida e de
largura vinte côvados.”
2 Crônicas 3.
O Templo homologava com um quadrado triplo o taman
do Tabernáculo e suas paredes eram revestidas de made
recoberta de ouro. O interior compreendia um lugar sagra
retangular, na forma de um quadrado duplo, e um Santo dos Sant
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conformado em um quadrado simples. O interior possuía 20 côvad
de altura, e o Santo dos Santos formava novamente um cubo.
No centro mesmo do Santo dos Santos ficava a Arca da Aliança, q
ocupara anteriormente o ponto central do Santo dos Santdo Tabernáculo. Em cada extremidade da Arca havia u
querubim dourado de asas abertas, de dez côvados de altura. Ess
dez côvados parecem ter sido o módulo de que derivaram
dimensões do Tem plo e eram o dobro do tamanho do Tabernácu
portátil.
A entrada do Santo dos Santos era fechada por uma porta de du
folhas, medindo cada uma delas dois côvados de largura. A entra
para o Templo possuía 5 côvados de largura e se abria de um pórti
que compreendia dois quadrados de 10x10 côvados. Era es
pórtico que suportava os dois pilares que posteriormente assu mira
grande significação no saber maçônico: Jachin e Boaz.
Cada pilar possuía 12 côvados de circunferência e era coroado p
um capitel em forma de lírio com 5 côvados de altura. Esse capirepousava sobre um castão de 3 côvados de altura que atra vessa
7 cadeias de romãs, 14 ao todo. O número místico 14 correspon
aos 14 quadrados de 10 côvados que constituem a planta baixa d
Templo; as 14 gerações tradicionais de São Mateus, de Abraão
Davi; e os 14 Passos Cristãos da Cruz. Novamente, o Temp
incorporava vários esquemas cosmológicos, condizendo com um
imagem do macrocosmo.Esse primeiro Templo de Jerusalém, o Templo de Salomão,
destruído em 585 a.C., quando os babilônios tomaram a cidade
expatriaram a maior parte da população como escravos. Quando
longo cativeiro dos judeus na Babilônia chegou ao fim, os cativos q
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retomavam encontraram o Templo demolido sobre o chão. O Livro
Esdras dá-nos o seguinte relato:
"No primeiro ano em que o rei Ciro reinou sobre o país da BabilôniCiro, o Rei, ordenou reerguer esta casa. E os vasos sagrados de
ouro e prata, que Nabucodonosor tinha levado da casa de Jerusalé(...) Ciro, o Rei, os trouxe do templo da Babilônia e eles foram
entregues a Zorobabel e a Sanabassarus, o governador (...) então
mesmo Sanabassarus deitou as fundações da Casa do Senhor em
Jerusalém (...) no primeiro ano de Ciro, o rei Ciro ordenou que a ca
do Senhor em Jerusalém fosse reconstruída, onde eles deviam
sacrificar em fogo contínuo. Cuja altura deveria ter sessenta côvado
e a largura sessenta côvados, com três fileiras de pedras esculpida
e uma fileira de madeira nova daquele país (... ).”
Assim, o segundo templo, construído sob ordens expressas
conquistador persa, era uma estrutura quadrada com lados de 6côvados. Altura é um termo antigo às vezes usado para signific
comprimento, mas é possível que o templo tivesse a forma de u
zigurate. Fosse assim, ele devia apresentar quatro estágios ("fileira
de pedra e madeira talhada). Seja qual for a forma assumida pe
templo, suas dimensões estavam baseadas no velho templo, po
seu comprimento era de 60 côvados, excluindo-se o pórtico de Bo
e Jachin.Pouca coisa mais foi registrada a respeito desse templo, exceto q
todos os objetos sagrados que foram levados à Babilônia
instalados no templo principal retomaram e foram novamen
utilizados nos serviços judaicos. A forma do segundo templo, u
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quadrado, não era característica dos judeus e deve ter origem pers
De acordo com o Talmude, o primeiro templo foi construído p
meios sobrenaturais e, segundo a Bíblia, por trabalhadores fenício
sob a direção de Hiram Abiff. Se o segundo templo foi de execuçpersa, sua variação em desenho pode ser responsável pela rapid
de sua ereção - durante o primeiro ano da libertação. Todavia, com
o primeiro templo, estava fadado a ser demolido por invasores.
No Primeiro Livro dos Macabeus está escrito. que "quando eles vira
o santuário deserto e o altar profanado e as portas queimadas e
arbustos crescidos nos átrios como numa floresta (...) rasgaram su
vestes e fizeram grande pranto e puseram cinzas sobre sucabeças". Todavia, as técnicas e o conhecimento envolvidos
reconstrução do Templo haviam sido perdidos e, em vez de
reedificarem, Judas Macabeu e seus homens demoliram as ruína
"Eles acharam melhor demoli-Io, temendo não viesse ele ser-Ihes u
motivo de opróbrio, por causa de o terem contaminado os gentio
assim eles o demoliram. E puseram as suas pedras no monte d
Templo num lugar propício, esperando. que surgisse um profeta q
lhes mostrasse o que fazer com elas.”
Isto mostra que a canhecimento da geometria sagrada exigida pa
erigir um novo edifício sagrado faltava ao piedoso mas profano ban
militar de Judas. Era necessário um profeta que fosse dotado d
conhecimento esotérico apropriado, mas ele não existia. Um temp
substitutivo não foi construído até a época de Herodes, que fez eriuma réplica exata do santuário de Salomão. Apenas uma parede d
Templo de Herodes está de pé, até hoje, na forma do famoso "Mu
das Lamentações"'. O templo em si mesmo foi demolido novament
desta vez pelos romanos na sua guerra colonial contra os judeus
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ano 70 d.C.
6. Grécia Antiga
"Com a harmonia, com a celestial harmonia
Teve início essa estrutura universal;
E, de harmonia em harmonia,
Percorreu todas as notas da pauta,
Culminando o diapasão no homem ao fina!.”Dryden, A Song for Sr. Cecilia's Day.
Os gregos antigos foram notáveis por sua abordagem pioneira
experimental do mundo. Numerosos filósofos elabararam teorias q
outros discutiram com argumentas ponderados e experiment
práticos. Nesse ambiente estonteante, uma descoberta importan
que exerceu grande influência sabre a geometria sagrada foi feita p
Pitágoras no século VI a.C. Ele descabriu que as cordas percutid
em um instrumento soavam em harmonia quando as suas extensõestavam relacionadas a uma outra por determinados númer
inteiros.
Pitágoras fizera a descoberta radicalmente importante de que os to
podem ser medidos em termos de espaço. Ele descobriu que consonâncias musicais podem ser expressas em razões de númer
inteiros. Por exemplo, se duas cordas vibram sob as mesm
condições, tendo uma a metade da extensão da outra, a afinação
corda menor será um diapasan (uma oitava) acima da maior. Se
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cordas possuírem uma razão de extensão 2:3, a diferença
afinação. será um diapente (uma quinta) e, se a razão de extens
for 3:4, a diferença será um diatessaron (uma quarta). Ess
consonâncias pitagóricas são, assim, expressas em termos progressão simples 1:2:3:4, que contém, além do diapasan,
diatessaron e de diapente, a oitava-e-quinta, 1:2:3:, e duas oitava
1:2:4.
Quando este esquema foi redivulgado no século XVI da era cris
ele constituiu a base dos sistemas harmônicos da arquitetu
sagrada da Renascença. A descoberta de Pitágoras foi considera
em termos de uma revelação divina da harmonia universal. Todouniverso podia então ser explicado em termos matemáticos. A fim
conseguir mestria sobre esse universo, afirmavam os pitagóricos
homem devia descobrir os números que estão ocultos em todas
coisas. A revitalização dessa doutrina vinte e dois séculos depois
responsável pelo desenvolvimento explosivo da ciência q
reformulou o mundo em sua imagem moderna.
Os pitagóricos afirmaram que os números eram unidad
independentes que possuíam determinadas dimensões espacia
indivisíveis e eternas. Todavia, a despeito dessa teoria, eles fora
capazes de, na prática, perceber que as diagonais dos quadrado
por exemplo, não são mensuráveis em unidades inteiras. Pitágor
chamava esses números de "incomensuráveis". Mais tarde, númer
como V3 foram chamados de "irracionais", isto é, que não podem sexpressos em medida. De qualquer maneira, a idéia pitagórica d
unidades finitas foi rapidamente criticada por Zenão, que, por me
do seu famoso paradoxo, desacreditou a teoria.
Pitágoras afirmava que esses números e suas proporções era
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fundamentais para a estrutura de todo o mundo. O cubo era
perfeição culminante, pois é impossível, em termos de geometr
clássica, ir além da terceira dimensão de comprimento, de largura
de altura.
Levando adiante o saber pitagórico sobre o número, Platão (428-3
a.C.), em seu Timeu, declarou que a harmonia cósmica está conti
em determinados números formados nos cubos e nos quadrados
proporção dupla e tripla que começam na unidade. Eles são criad
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por duas progressões geométricas - 1, 2, 4, 8 e 1, 3, 9, 2
Tradicionalmente representados com a letra grega lambda, el
impregnam a tradição geométrica européia desde a Grécia até a e
moderna. Para Platão, a harmonia do universo estava expressa esete números (o próprio 7 é um número místico): 1, 2, 3, 4, 8, 9, 27
figuras que abarcam os mistérios do macrocosmo e do microcosm
números adequados mais que todos os outros para incorporação
arquitetura sagrada.
Na sua prescrição para a fundação de uma nova cidade, Plat
afirmou que todos os detalhes exigiam a atenção mais dedicadDeclarou que os templos deviam ser erigidos ao redor de u
mercado e por toda a cidade em pontos elevados. A nature
geométrica do plano da cidade era dada por reconhecida. S
desenho geomântico devia ser regulamentado por uma Comiss
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Urbana dotada de poderes para proibir quaisquer alterações n
autorizadas. Acreditava-se que esse desenho geomântico q
governava a cidade devia ser essencial à felicidade dos habitante
Platão acreditava que o povo jamais conheceria a felicidade se desenhistas de suas cidades fossem artistas que não tomassem
divino como seu padrão.
Esse padrão divino, tal como apresentado na República de Platãera um esquema cosmológico que representa o microcosmo. A
mesmo o número de habitantes da cidade era ideal
5.040 moradores, que ocupavam o mesmo número de iates. Es
número é quase universalmente divisível, sendo derivado multiplicação sucessiva dos números de 1 a 7, donde ser divisível p
todos os números de 1 a 10, bem como por 12. Todo o território q
rodeasse a acrópole devia ser dividido em 12 partes, mas
igualdade deveria ser assegurada pela condição engenhosa de q
os alotamentos de terra ruim deviam ser maiores do que
alotamentos de terra boa - uma tarefa difícil, se não impossível.
República era um microcosmo alegórico em todo sentido. Todos
seus atributos geométricos e numerológicos refletem o ideal divin
cuja consumação, se conseguida, uniria o homem ao universo -
que sempre foi o objetivo final dos mágicos e dos alquimistas.
O geômetra mais famoso de todos os tempos, Euclides, e
naturalmente, grego. Sua obra, conhecida como Elementos, torno
se o manual da geometria até este século. Nela; por meio teoremas e provas, as relações básicas da geometria foram definid
de maneira racional. Sua geometria era puramente teórica e pod
representar a primeira vez na história que a teoria foi estudada em
mesma e não como parte integrante de uma praxis. Em Euclides
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geometria prática está diretamente relacionada às razões do núme
inteiro que eliminam qualquer necessidade de medir ângulos. Assi
até a Renascença, quando número e medição angular se tornara
importantes para a artilharia, as razões do número inteiro erainvariavelmente empregadas na arquitetura sagrada.
No seu livro A History of Architecture in All Countries, Jam
Fergusson escreve:
"O sistema da proporção definida que os gregos empregavam n
desenho dos seus templos foi outra causa do efeito que el
produzem sobre as mentes incultas. Para eles não só a altu
deveria' ser igual à largura, ou comprimento duas vezes a largura
mas toda e qualquer parte devia ser proporcional a todas as part
com que ela se relacionava, em alguma razão tal como 1 para 6,
para 7, 3 para 8, 4 para 9, ou 5 para 10, etc. A medida que
esquema avança, esses números tornam-se consideravelmen
altos. Nesse caso, eles revertem para alguma razão simples, como 4 para 5, 5 para 6, 6 para 7, e assim por diante.”
Essa proporção não está tão evidente, em nenhum outro lugar, com
no Partenon, em Atenas. Esse magnificente templo pagão, agora e
ruínas, foi construído como substituto de um templo menor de Aten
que fora destruído pelos persas em 480 a.C. Por ter sido construísobre as fundações de. um templo mais antigo, que por sua vetambém substituíra uma Sala do Trono micênica, o Partenon
projetado mais como medidas micênicas do que com o usual
grego. As dimensões principais foram tão bem escolhidas q
correspondiam a números redondos em pés tanto gregos quan
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micênicos, uma tarefa não de todo difícil, já que as medidas est
relacionadas na razão 10:9. Essa relação simples é freqüentemen
encontradiça em medidas relacionadas, tais como os pés galese
ingleses e saxões.A geometria do Partenon foi tão bem planejada, que incorpora
todas as medidas significativas. Suas dimensões fora
meticulosamente registradas por Francis Cranmer Penrose, u
arquiteto inglês que mediu o templo com uma precisão que conside
até mesmo um milésimo do pé inglês. Penrose determinou que
Partenon não foi construído com linhas retas, mas utilizou curv
matemáticas sutis na sua estrutura. Assim, o Partenon represenoutra ordem de geometria, algo quase fora do comum. Penro
determinou que existem similaridades essenciais entre as estrutur
geométricas do Partenon e da Grande Pirâmide. As elevações d
fachadas do Partenon foram determinadas pela Seção Dourada e
lados foram baseados no fator phi. O Professor Stecchini calcul
que os desvios mínimos encontrados nas bases tanto do Parten
quanto da Grande Pirâmide foram cometidos deliberadamente e n
eram resultado de pequenos erros de cálculo. Na sua opinião,
relação entre (I) e phi na extremidade e no lado do Partenon é u
paralelo daquela que existe entre a face norte da Pirâmide (I) e
lado oeste phi.
A largura das fachadas do Partenon era tal, que indicava u
segundo de um grau no equador. Assim, as partes individuais destrutura, todas comensuravelmente proporcionais em relação
geometria subjacente a todo o edifício, eram proporcionais
dimensões da própria Terra. A harmonia divina, assim engendrad
integra o edifício com o cosmos. Ele se torna parte integrante d
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harmonia global do mundo e é, dessa maneira, um receptácu
perfeito para adoração. A necessidade tríplice de um temp
funcional - orientação, geometria e medida - estão presentes
Partenon e em qualquer outro edifício verdadeiramente sagraplantado em qualquer canto da Terra. Esse grau de integração não
conseguido por meio de nenhum outro método.
A geometria impregnou toda a esfera da vida grega. A conex
íntima entre a forma geométrica e a história sagrada pode ser vis
no problema supostamente insolúvel da duplicação do cubo. O
délios, que, na época de Platão, estavam sendo vitimados por um
peste, consultaram o oráculo para cons,eguirem um meio de dela libertarem. O oráculo ordenou-Ihes duplicar um dos seus altar
cúbicos. Dirigiram-se então aos geômetras da Academia e lh
pediram resolvessem o problema como um assunto de urgênc
nacional. Na verdade, trata-se de um problema insolúvel pel
métodos clássicos da geometria e, por conseguinte, está excluído
categoria da geometria sagrada. É um equivalente em term
geométricos do extrair a raiz cúbica de dois, que não pode s
expressa em termos de números inteiros nem em termos de raízquadradas de números inteiros. O fato de esse problema ter sid
proposto pelo oráculo indica a seriedade com que a geometria esta
investida na Grécia. A observância correta da forma geométrica
arquitetura sagrada era um ato mágico que. poderia livrar um país
uma dificuldade.
A duplicação do cubo foi mencionada num drama teatral grego, ago
perdido. O geógrafo Eratóstenes, que utilizou esse conhecimen
geométrico para medir o tamanho da Terra, relata numa carta escr
ao rei Ptolomeu IIl do Egito que um dos poetas trágicos antigos
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refere ao problema. Na peça, ele apresenta o rei Minos sobre o pal
erigindo uma tumba para seu filho Glauco, e então, percebendo q
a estrutura era muito insignificante para um mausoléu real, orden
"duplicá-Ia mas preservar-lhe a forma cúbica".Esses dois exemplos enfatizam a importância do volume
arquitetura sagrada egipto-grega. Como as dimensões internas d
cofre colocado dentro da Grande Pirâmide, a capacidade d
estruturas sagradas merecia consideração primária. Exempl
posteriores da Europa medieval e renascentista também mostra
que a capacidade era o fator mais determinante. As dimensõinternas eram sempre estipuladas no desenho das igrejas e dcapelas, ao passo que geometria sagrada elevacional era aplicada
elevações exteriores. O "problema délio", como ficou conhecido,
duplicação do cubo foi reduzido por Hipócrates de Chios a um
questão de geometria plana, isto é, à descoberta de du
proporcionais entre duas linhas retas, a maior das quais deve ser
dobro da menor. Esse foi mais um dos problemas teóricos pel
quais Euclides e seus seguidores se tomaram conhecidos. Ele levo
à descoberta das seções cônicas.
Já neste período tão primitivo, esse interesse literalmente acadêmi
pela geometria dividia o assunto em duas disciplinas distintas,
prática e a matemática. Ao passo que havia (e ainda há) uma gran
coincidência entre as geometrias sagrada e matemática, as raízes
cisma podem ser encontradas nos esforços feitos pelos filósofgregos na tentativa de resolver os problemas geométricos do orácu
A beleza da arte grega foi o resultado prático das meditações d
filósofos. Naqueles tempos, quando a reverência pagã antiga pa
com o mundo ainda não havia sido superada pela espoliação a to
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custo que caracteriza a civilização industrial, todo obje
que passasse pelas mãos dos artesãos continha propriedad
sagradas. O artesão, diferentemente da sua contrapartida moder
da linha de produção, estava consciente da natureza sagrada dmateriais com que trabalhava e da sua responsabilidade com
fiduciário do material que manipulava.
Porque toda a Terra era sagrada, os materiais também era
sagrados e, assim, a modelagem era um ato de adoração. E
imperativo que o artesão trabalhasse com o melhor da sua habilida
e em concordância com os materiais de que dispunha; assim,
aplicação da geometria sagrada era absolutamente natural. Os vasgregos requintadamente belos foram analisados por geômetr
modernos tais como Caskey e Hambidge, que descobriram que el
foram desenhados de acordo com construções complexas m
harmoniosas de geometria de Seção Dourada. Fazer vasos
utensílios sagrados de acordo com a geometria sagrada assegura
a sua função correta não só nos arredores do templo, cuja geomet
eles ecoavam, mas também no contexto secular. É só nos temp
modernos que a geometria sagrada foi relegada, primeiramente
esfera estreita do desenho de edifícios sagrados, e depo
completamente abolida em função de objetivos prático.
7. Vitrúvio
"A necessidade do arquiteto é criar aquele uníssono de partes e
detalhes que nas melhores edificações de todos os tempos remonto
miraculosamente os processos imaginativos a quantidades
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matemáticas e a contextos geométricos.”
Erich Mendelsohn (1887-1953)
Marcus Vitruvius Pollo, comumente conhecido como Vitruvi
[Vitrúvio], foi um arquiteto e engenheiro romano que trabalhou
primeiro século antes da nossa era. Foi autor de um tratado teórico
técnico detalhado que sobrevive como a mais antiga e a ma
influente de todas as obras sobre a arquitetura.
A posição de Vitrúvio como o arquiteto mais influente de todos
tempos é atestada pelo seguinte fato. Durante séculos, as instruçõdetalhadas forneci das nos Dez Livros de Arquitetura foram seguid
mais ou menos fielmente em toda a extensão de tempo coberta pe
Império Romano. Após a queda desse Império, as formas bárbar
de arquitetura foram introduzidas e as instruções canônicas
Vitrúvio foram largamente ignoradas ou deturpadas.
Após quase um milênio de obscuridade, a redescoberta de su
obras anunciou a renascença na arquitetura, quando seu livro tornose repentinamente a autoridade principal consultada pelos arquiteto
Seus preceitos foram a partir de então aceitos como sacrossanto
Na verdade, os maiores arquitetos da Renascença na Itália - Migu
Ângelo, Bramante, Vignola e Palladio - foram todos eles estudios
ardorosos da obra de Vitrúvio e cada uma de todas as suas obra
primas deriva diretamente dos sistemas proporcionais enumerad
por Vitrúvio.
Os Dez Livros escritos por Vitrúvio são um cômputo completo d
arquitetura, desde a educação inicial do arquiteto, passando pel
princípios fundamentais da arte, da localização geomânticad
templos e das cidades, das casas para moradia, dos materiais e d
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formas de arquitetura, até a pintura, a maquinaria e as artes militare
Segundo Vitrúvio, a arquitetura depende da ordem, do arranjo,
curritmia, da simetria, da propriedade e da economia. A orde
proporciona a medida exata das partes de uma obra consideradIsoladamente e da concordância simétrica das proporções de todo
edifício. O arranjo envolve a colocação das coisas em sua orde
própria, sendo as suas formas de expressão a planta baixa,
elevação e a perspectiva. Inclui a utilização sucessiva apropriada d
compassos e da régua, o artifício fundamental do geômetra.
A eurritmia consiste na beleza e na conveniência no ajustamento d
partes. Vitrúvio afirma que quando se consegue a comodulaçperfeita (a ligação de todos os elementos arquitetônicos com o to
por meio de um sistema de proporção), consegue-se também
eurritmia. Isso nem sempre era possível por razões técnicas, mas
simetria dinâmica, um conceito encontrado nos escritos de Platãprovou ser freqüentemente um substituto aceitável. Na simet
dinâmica, embora os elementos lineares não sejam comensuráve
as superfícies construídas sobre eles podem ser comensuráve
encadeadas por meio de uma proporção racional.
A simetria é a concordância justa entre as partes da própria obra e
relação entre os diferentes elementos e todo o esquema geral d
acordo com uma determinada parte escolhida como padrão. Assi
no corpo humano, Vitrúvio demonstra a harmonia simétrica q
existe entre o antebraço, o pé, a palma, o dedo e outras partmenores. Compara essas partes às partes de um edifíccontinuando a antiga tradição do edifício sagrado visto em termos
corpo de um homem e, assim, em termos do microcosmo.
Vitrúvio define a propriedade como aquela perfeição de estilo q
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surge quando uma obra é construída peremptoriamente segun
princípios canônicos. A propriedade emana da prescrição, d
métodos aceitos para a construção dos templos dos deuse
Vitrúvio deve ser agradecido pela preservação dessas formprescritas: pelos edifícios em campo raso, abertos para o céu, e
honra de Júpiter, do Raio, dos Céus, do Sol ou da Lua; para Minerv
Marte e Hércules, a Ordem Dórica; para Vênus, Prosérpina, Flor
para a Água da Fonte e para as Ninfas, a Ordem Coríntia; e pa
Juno, Diana, Baco e outros deuses, a Ordem Jônica. A propriedad
todavia, também podia ser conseguida pela ereção de templos e
terrenos saudáveis onde existissem fontes convenientes. Osantuários deviam ser construídos nessas fontes e este era um d
princípios fundamentais para templo que sublinhavam o que agora
conhecido como geomancia. A propriedade também era consegui
nos edifícios pela orientação apropriada, de maneira que a l
pudesse ser utilizada para o benefício supremo de todos.
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A economia, O último princípio de Vitrúvio, é auto-explicativa. Tod
as suas máximas ecoam o funcionalismo realístico do mundo antigconcedendo todas as condições antes de se decidir sobre a forma d
um edifício enquanto sob o controle global da geometria sagrad
Assim. conseguia-se uma síntese de natural e artificial, terreno
celeste, um equilíbrio a que o movimento ecológico moderno es
tentando chegar com muito esforço. Vitrúvio, embebido na harmon
geomântica antiga entre o homem e o mundo, viu o desenho d
edifício em termos do corpo de um homem. Os desenhos bastanconhecidos que mostram o corpo de um homem superposto a um
geometria são conhecidos até hoje como o Homem Vitruvian
Todavia, nem todo arquiteto vitruviano trabalha com as proporçõdo corpo de um homem. Elas estão reservadas aos templos.
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estrutura do teatro e da cidade, construções com funçõmaterialmente diferentes, está relacionada à forma conceptual
mundo e é mais radial do que linear.
A construção do teatro - pela primeira vez dada por escrito pVitrúvio, mas certamente de uma antigüidade maior - demonstra
sua natureza como um microcosmo do mundo. Essa idéia
retomada na Renascença e cultuada no "Todo o mundo é um pal
(...)" de Shakespeare, e, na verdade, fisicamente, nesse teatro t
adequadamente chamado Globo. A estrutura do teatro prescrita p
Vitrúvio era a seguinte: "Tendo fixado o centro principal, desenh
uma linha de circunferência equivalente ao perímetro da base e neinscrever quatro triângulos eqüiláteros, a distâncias iguais e tocan
a fronteira do círculo, como fazem os astrólogos na figura dos do
signos do zodíaco, quando eles estão procedendo aos cálculos
harmonia musical das estrelas". A partir desse esboço de
triangulum, as várias partes essenciais do teatro eram proporciona
Mesmo o cenário era baseado no triângulo, em "peças triangular
de maquinaria que giram, cada uma delas com três faces decorad
(...) Há três espécies de cenas, uma chamada trágica, a segund
cômica e a terceira satírica (...)". Até mesmo os event
representados nesse teatro estavam divididos em três.
Todavia, este não foi o único tipo de teatro descrito por Vitrúvio.
teatro grego baseava-se mais em três quadrados do que em quat
triângulos, uma geometria duodécupla alterada que propiciava umdistribuição alternativa dos elementos que guardava a nature
diferente dos dramas ali representados.
O pronunciamento de Vitrúvio sobre a geometria grega talvez seja
mais expressiva das suas exposições sobre a função da geomet
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sagrada e sobre sua posição na corrente principal do pensamen
hermético:
"As diversas partes que constituem um templo devem estar sujeitàs leis da simetria; os princípios dessa simetria devem ser familiar
a todos os que professam a ciência da arquitetura. (...) A proporção
a comensuração das várias partes constituintes com o todo e
fundamento da existência da simetria. Pois nenhum edifício pod
possuir os atributos da composição em que a simetria e a proporçnão sejam observadas; e aí nem existe a conformação perfeita d
partes que se pode observar num ser humano bem formado (.
portanto, a estrutura humana parece ter sido formada com
propriedade, que os muitos membros são proporcionais ao todo.”
A obra de Vitrúvio sobre a arquitetura foi uma tentativa de compi
um compêndio completo do conhecimento aplicado. Com es
objetivo, ele expôs não só a geometria sagrada das partes dedifícios e a sua relação com edifícios inteiros, mas também
planejamento de cidades. Após descrever os atributos para o sítio
uma cidade, enumera os pontos que a cidade ideal deve conte
Naturalmente, sua cidade baseava-se numa geometria rigorosa, ma
sendo um esquema ideal, nunca foi construída durante a duração
Impé rio Romano. Mil e quinhentos anos deveriam passar antes q
essa cidade planejada fosse iniciada.
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A Cidade Vitruviana, como é conhecida, foi planejada sobre umforma octogonal. Esse desenho opõe-se ao modelo das colôni
romanas então predominante, que era um retângulo quartado.
cidade octogonal dividia-se de acordo com os "ventos". Vitrúvio le
muito a sério o conceito dos oito ventos, embora possa tê-Io fe
para ocultar uma doutrina mais esotérica da geometr
Tradicionalmente, as oito direções do compasso eram denominad
segundo um "vento". Esse sistema ainda estava em uso na Itália século XVII da nossa era em instrumentos de agrimensura. U
circunferentor feito em Modena em 1686, que está agora no Mus
da Ciência, em Londres, exibe um mostrador de bronze sobre o qu
foram gravados os nomes de 32 ventos, um desenvolvimen
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daqueles usados na época de Vitrúvio.
A fim de dividir o círculo para determinar as direções dos oito vento
Vitrúvio utiliza um método clássico da geometria. Como o Manasa
Shilpa Shastra hindu, o omphalos original de que derivou a geometé marcado por um gnômon. Esse ponto central era marcado e
Atenas pela Torre dos Ventos octogonal. Vitrúvio fornece instruçõprecisas:
"Por volta da quinta hora da manhã, tomar a extremidade da somb
projetada por esse gnômon e marcá-Ia com um ponto. Depo
abrindo-se o compasso para o ponto que marca a extensão d
sombra do gnômon, descrever um círculo a partir do centro. À tard
olhar a sombra do gnômon à medida que ela aumenta e, quando e
tocar a circunferência do círculo e a sombra for igual em extens
àquela da manhã, marcá-Ia com um ponto. A partir desses do
pontos descrever com seus compassos arcos interseccionantes
através de sna intersecção e o centro, traçar uma linha em direçãocircunferência do círculo; eis o diâmetro que deve separar os quart
do norte e do sul. Depois, utilizando-se a décima-sexta parte
circunferência do círculo como diâmetro, descrever um círculo (...)
partir dos quatro pontos assim descritos, traçar linhas q
interseccionam a circunferência de um lado a outro. Assim, terem
uma oitava parte da circunferência para Auster e outra pa
Septentrio. O resto da circunferência é então dividido em três partiguais em cada lado e temos então desenhada uma figura igualmen
partilhada entre os oito ventos.”
A geometria aqui estava diretamente relacionada às condiçõ
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astronômicas do dia escolhido para a fundação da cidade. Como
dia fora escolhido de acordo com aspectos astrológicos auspicioso
o esboço estava por conseguinte diretamente relacionado àquel
aspectos, reproduzindo a velha máxima do "acima, como abaixoComo a República de Platão, a Cidade Vitruviana era mais um ide
cósmico do que uma realidade concreta sobre a terra. Como em tod
arquitetura mística anterior ao nosso século, o aspecto numino
simbólico era considerado a forma verdadeira, ao passo que
manifestação material era vista como uma simples sombra da su
contrapartida espiritual. A geometria sagrada possibilitava
arquiteto a criação de um instrumento funcional em que poderiam sutilizados ao máximo muitos atributos da forma esotérica aos níve
psicológico e espiritual. Freqüentemente, as exigências
construção obrigavam o resultado final a sair fora desse ideal, m
ocasionalmente todos os fatores estavam presentes e surgia ent
uma obra-prima. Tais obras-primas seriam os modelos da mística
Renascença mil e quinhentos anos depois.
8. Os Comacinos e a Geometria Sagrada Medieval
Through good gemetry,
Thys onest craft of good masonry
Was ordeynt and made in thys manère,Y-cownterfetyd of thys clerkys y-fere;
At these lordys prayers they cownterfetyd gemetry,
And gaf hyt the name of masonry
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Far the most oneste craft of alIe.
Ars Gemetrie (século XIV).
Quando o Império Romano Ocidental sucumbiu aos ataqu
violentos de ondas sucessivas de bárbaros migrantes, a ereção d
obras arquitetônicas em larga escala foi interrompida. Não havia ma
nenhuma estrutura político-econômica para planejar ou pag
grandes obras cívicas ou eclesiásticas e, por conseguinte;
habilidades bastante desenvolvidas que existiam antes foram-
reduzindo gradualmente. Embora o conhecimento vitruvia
sobrevivesse intacto nos reinos de Constantinopla, ele foi totalmen
extirpado do Ocidente, que tomou uma direção diferente.
Com a influência bárbara, as formas clássicas puras de Rom
transformaram-se gradualmente numa arquitetura radicalmen
diferente - a medieval. O Colégio de Arquitetos de Rom
cuidadosamente controlado, fora dispersado e idéias e influênci
individuais foram assimiladas. Com a perda de uma autoridacentral, grupos autônomos de homens com conhecimen
arquitetônico reuniram-se numa espécie de federação de pedreir
artesãos - os antecessores dos franco-maçons medievais q
tiveram controle exclusivo sobre a construção das catedra
posteriores. De acordo com a antiga tradição maçônica, membr
refugiados do dispersado Colégio Romano de Arquitetos fugira
para Comacina, uma ilha fortificada do lago de Como, na Itália, onresistiram durante vinte anos às incursões dos lombardos que ent
estavam invadindo o país. Quando finalmente foram subjugados,
reis lombardos tomaram os ar quitetos a seu serviço pa
assessorarem a reconstrução. A partir desse centro, afirma a lend
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os maçons, chamados de comacinos por causa do seu refúg
fortificado, espalharam-se por toda a Europa ocidental e setentrion
construindo igrejas, castelos e obras cívicas para os governantes d
estados nacionais nascentes que se seguiram ao Império Romano.Os comacinos estavam certamente a serviço de Rotharis, um r
lombardo, que a 22 de novembro de 643 fez publicar um ed
relativo, entre outras coisas, aos comacinos. O título do Artigo 14
desse edito era Dos Mestres Comacinos e seus Colégios. O Artig
144 dispõe: "Se uma pessoa qualquer empregar ou contratar um o
mais mestres comacinos para desenharem uma obra (...) e acontec
de um comacino ser morto, o proprietário da casa não seconsiderado culpado". Pode-se inferir daí que os comacin
constituíam um poderoso corpo contra o qual o rei achava que se
súditos deveriam ser protegidos. Joseph Fort Newton, em seu liv
maçônico The Master Builders, fala de uma pedra gravada no a
712 que, mostrava que a guilda dos comacinos estava organizad
em três classes: discipuli e magistri sob as ordens de um gastald
um Grão-mestre.
Como qualquer outro grupo de técnicos dotados de habilidad
apreendidas, os comacinos ocupavam uma posição de poder e d
influência. Na Europa Setentrional, onde estavam estampados tod
os sinais da prática arquitetônica romana, era solicitada a práti
comacina. Como os magos, os adivinhos, os astrólogos e
geomantes que cercavam a corte, nenhum rei respeitado da Idaddas Trevas podia ficar sem seu séquito de comacinos. Durante s
reinado, eles construíam seus palácios, suas capelas e suas igreja
por ocasião de sua morte, impressionantes mausoléus como os d
Teodorico em Ravena, na Itália, ou o de Etevaldo em Repton, n
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Inglaterra. Essas igrejas e esses mausoléus eram o repositório d
conhecimento dos comacinos sobre a geometria sagrada.
O venerável Bede, em suas Lives ot the Abbots, conta-nos que, n
ano 674, o rei Ecgfrith da Nortúmbria decidiu construir um mostepara Benedito, o homem santo local. Para tanto, doou 8.400 acres
seu próprio estado em Wearmouth. "Após não mais de um ano d
fundação do mosteiro, Benedito cruzou o mar e veio a Gaul
procurou, encontrou e levou de volta com ele os maçons q
deveriam erigir para ele uma igreja no estilo romano, de que e
sempre gostara".
As igrejas de pedra da Nortúmbria e as obras-primas erigidas após
renascença instigadas pelo imperador Carlos Magno apresentam u
desenvolvimento gradual em complexidade e sofisticação. Um pon
de referência capital neste processo é a Capela Palatina de Aache
(Aix-Ia-Chapelle). Uma igreja redonda, baseada no octograma,
capela apresenta um retorno das influências do Império Oriental, q
naquela época ainda florescia ao redor de ConstantinopIa. Todav
igrejas contemporâneas na Inglaterra apresentam uma ba
geométrica mais simples. A análise de muitas igrejas saxônicas
Essex demonstrou que retângulos de raiz 3, 4, 5, 6 e mesmo 7 era
gerados para as plantas baixas por meio de um método simples
construção. As igrejas de Inworth, Strethall, Chickney, Hadstoc
Little Bardfield, Fobbing, Corringham e White Roding possue
razões comprimento: largura que se aproximam da raiz 3. proporção geométrica, incomum em tempos posteriores, era
resultado do esboço dos fossos da fundação por meio de uma cord
justamente como a prática egípcia antiga.
A orientação da linha do centro era determinada pela observaç
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direta do nascer-do-sol no dia do padroeiro. O maçom mest
demarcava a largura pré-estabelecida da igreja ao sul da linha d
centro. Um assistente caminhava então para a extremidade norte d
mesma linha, arreando a corda. Depois, traçava-se um quadrado do quadrado, uma diagonal. A diagonal era esboçada como
comprimento, fazendo-se um retângulo de raiz 2. A diagonal des
retângulo era então tomada com a corda e dessa maneira se obtin
um retângulo de raiz 3. O retângulo da planta baixa da nave pod
então ser completado, usando-se a corda para medir a igualdade d
diagonais.
Esse método parece-nos ser peculiarmente saxão, pois as igrejnormandas posteriores da área foram construídas geralmente co
base no quadrado duplo ad quadratum. Os maçons de Carlos Mag
utilizaram os métodos adotados posteriormente pelos normandos
esses métodos "bárbaros" de geometria sagrada foram relegados
arena da arquitetura secular vernacular. A arquitetura de CarI
Magno e as suas imitações foram uma revitalização consciente
corrente principal dos métodos romanos, utilizados na famo
igreja redonda de San Vitale em Ravena, na Itália. Essa estrutu
microcósmica, cujo objetivo foi demonstrado aos cognoscenti por u
ladrilho feito na forma de um labirinto, foi construída no século VI p
maçons de Constantinopla que haviam absorvido a geomet
asiática e alguns dos seus métodos de construção. Todavia, foi
muitos séculos depois que um influxo de idéias árabes foi combina
com uma consciência romana desenvolvida para criar as grand
catedrais do período gótico.
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A infusão de idéias emprestadas do mundo islâmico marc
um desenvolvimento importante na história da arquitetura sagrad
ocidental. As idéias e a práticas geométricas do mundo clássi
tardio foram aprendidas pelos árabes quando eles conquistara
cidades universitárias de importância vital como Alexandria muit
séculos antes. Textos como os Elementos de Geometria de Euclid
foram traduzidos para o árabe e aplicados à nova arquitetura sagra
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exigida pela nascente fé do Islã. Grandes progressbs em astronom
arquitetura e alquimia foram conseguidos pelos árabes, que ant
estavam muitos séculos atrás de suas contrapartes européias.
Por volta do século XI, todavia, com a emergência de estadnacionais relativamente estáveis, as técnicas de construção
Europa chegaram a um alto ponto de perfeição no estilo românic
sobrepujando até mesmo as melhores obras apresentadas pelo vel
Império Romano. A construção com largos arcos fora dominada e
construtores haviam aperfeiçoado tanto as junções de argamass
que um cronista do século XII comentou que as pedras da cated
de Old Sarum. iniciada em 1.102, estavam tão bem colocadas, qse poderia pensar que toda a obra fora feita com uma única rocha.
A esse elevado nível de perfeição somou-se um novo elemento -
arco pontiagudo, uma revolução geométrica originária da arquitetu
sagrada islâmica. Afirma-se que o arco pontiagudo teve origem,
Europa, no mosteiro beneditino italiano de Monte Cassino, construíentre 1066 e 1071. Alguns, se não todos eles, dentre os maçons q
trabalharam nesse projeto eram cidadãos de Amalfi, uma repúbli
comercial italiana que possuía postos comerciais em lugares t
distantes quanto Bagdá. Com esse intercâmbio, foi só uma quest
de tempo até que os segredos da geometria dos maçons árab
fossem incorporados à arquite'ura sagrada ocidental para formare
um novo estilo transcendente - agora conhecido universalmente p
gótico, nome pejorativo que lhe foi dado no século XVIII.O arco pontiagudo que introduziu essa revolução é produzido pe
intersecção de dois arcos. Em sua forma perfeita, esse arco émetade posterior do vesica piscis. É estranha a coincidência de que
patrono de Amalfi seja Santo André. Aquilo que é tido como su
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relíquias ainda repousa lá e sua efígie dourada segura um peixe -
emblema do vesica.
Embora os pacíficos comerciantes de Amalfi importassem o ar
pontiagudo, os ou'ros segredos maçônicos do Islã não foraconseguidos sob a égide do comércio. A 27 de novembro de 1095
Papa Urbano II conclamou a cristandade a liberar os lugares santos
devolvê-Ios ao cristianismo. Milhares de homens piedoso
sacerdotes, monges, mercenários, soldados regulares e oportunist
atenderam ao chamado do Pontífice. A Primeira Cruzada
surpreendentemente bem sucedida. Nicéia foi capturada em 1097;
ano seguinte caiu Antióquia e a 15 de julho de 1099 a cidade sande Jerusalém rendeu-se aos exércitos do Cristianismo após um cer
de apenas seis semanas.
Com esse sucesso sem precedentes, os "francos", como era
conhecidos os cristãos ocidentais, prosseguiram na obra
consolidação de suas conquistas. Como na Inglaterra, trinta ano
antes, o país conquistado foi tornado seguro para os novos senhor
por meio do reforço de velhos castelos e com a construção de nov
em pontos estratégicos por todo o país. Os maçons empregad
para a construção desses castelos utilizaram o trabalho escravo, q
sem dúvida incluiu uma proporção de maçons árabes, pois se
desenhos incorporam muitas características desconhecidas d
artífices europeus.
A elasticidade e o entusiasmo dos maçons daquele período smostrados pela rapidez espantosa com que as novas idéi
conquistaram a Europa. A estrutura complexa da abóbada de ped
reforçada com traves, conhecida apenas na Pérsia e na Armên
antes do ano 1100, foi utilizada na distante Catedral de Durham
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em 1104. Fm Gales, a Abadia de Neath foi construída por um d
maçons do rei Henrique I, Lalys, um prisioneiro de guerra sarracen
Suas téc nicas, aprendidas no Oriente Médio' de uma tradiç
isolada, foram sem dúvida transmitidas aos maçons ingleses galeses que trabalharam com ele nesse projeto.
Outro elemento importante na nova síntese foi a redescoberta d
obras de Euclides, o geômetra grego antigo. Sua obra fo
considerada perdida para a Europa com a queda do Império Roma
e sobrevivera apenas nas traduções árabes. Por volta de 1120,
eru dito inglês Adelard of Bath fez uma tradução dos Element
do árabe para o latim, que os tornou acessíveis pela primeira vaos geômetras e maçons europeus. O modo de transmissão des
obra seminal para a Inglaterra não é conhecido, mas os Cavalheir
Templários, que eram o repositório de muito do saber arca
tradicional, podem tê-Ia obtido de uma fonte conquistada. Edward W
Cox, um geômetra de Liverpool, escreveu em 1890:
"Durante o período das Cruzadas, muitas das regras e muitos d
mistérios conhecidos nos tempos clássicos parecem ter si
reorganizados. A influência da ocupação da Síria sobre a arquitetu
européia é muito marcada e maravilhosa. Não só incontáveis igreja
castelos e outros edifícios foram erigidos na Palestina pel
invasores com a ajuda dos habilidosos operários sírios, mas també
os Templários e outras ordens militares e religiosas, que constituíraestabelecimentos na Europa. trouxeram esse conhecimento orienta
Ao longo dos séculos XII e XIII, foram desenvolvidas e refinadas
primeiras formas góticas. Os métodos islâmicos foram estudados
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incorporados numa nova linguagem formal que passou de mão e
mão com uma explosão de simbolismo místico. As grandes catedra
dessa época, como as de Chartres e de Paris, apareceram num
forma completamente nova num tempo consideravelmente curto. Sconstrução, executada com um fervor literalmente religioso, contin
sendo uma proeza espantosa de organização.
Uma tradição isolada, mas paralela, da arquitetura de igrejas esta
seguindo seu curso. Conquanto as igrejas redondas configurem u
tema contínuo, embora fragmentado, ao longo de toda a arquitetu
sagrada do mundo cristão, elas ocupam um lugar especial e u
pouco herético no esquema da geometria sagrada. edifício redondo ocupou um lugar especial na iconografia cristã po
fora a forma escolhida para o Santo Sepulcro que uma vez marcara
sítio do túmulo de Cristo e o centro do mundo. Com a forma circul
desses edifícios representasse a reprodução microcósmica
mundo, as igrejas redondas representavam em toda parte
microcosmos locais que ocupavam o omphalos geomântico local.
As igrejas redondas derivaram originalmente dos templos pagãprimitivos da mesma forma. Os templos romanos redondos de Tiv
e Spalato, que sobreviveram até os tempos modernos, são típic
dos santuários que inspiraram os geômetras sagrados cristãos.
templo de Tivoli foi baseado no modelo grego, com colunaçexterna, mas o de Spalato, que fazia parte do complexo do palác
do poderoso imperador pagão Diocleciano, possuía colunas internaEsse templo, planejado segundo o octógono, como muitas igrej
templárias posteriores, formou o protótipo desses santuários cristãprimitivos tais como o de San Vitale em Ravena, que por sua v
jnfluiu sobre o Santo Sepulcro em Jerusalém e a capela de Carl
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Magno.
Como os templos pagãos, as igrejas redondas eram microcosmos
mundo. Na Idade Média tardia, elas tornaram-se a prerrogativa d
uma seita enigmática e herética, os Cavalheiros Templários. Escorpo foi constituído em 1118 em Jerusalém com a função aparen
de prover proteção aos peregrinos que visitavam os santuários d
Cristandade na Terra Santa recém-conquistada. Seu poder cresc
rapidamente e logo a ordem tornou-se fabulosamente rica e capaz
erigir capelas e igrejas por toda a Cristandade. A forma redonda d
igreja tornou-se especialmente relacionada à ordem e no centro d
rotundas de suas igrejas não havia um altar sequer, mas um cubperfeito de pedra talhada que era um dos mistérios do Templarismo
A ordem foi extinta em 1314 e muitos dos seus oficiais ma
graduados foram sentenciados à pena de morte pelas autoridades
igreja. Sua vasta riqueza foi remetida aos cofres dos monarcas d
país em que a ordem funcionava. Mas, antes da extinção, a fortu
dos Templários possibilitara a ereção de inúmeras igrejas redonda
John Stow, em The Survey of London, 1598, escreveu: "Muit
homens nobres em todas as partes do mundo tornaram-se irmãdessa ordem e construíram templos em toda cidade ou município
Inglaterra, mas o de Londres era sua casa principal e fora construísegundo a forma do templo que está próxima do sepulcro de Nos
Senhor em Jerusalém; eles possuíam outros templos em Cambridg
Bristow, Canterbury, Dover, Warwick".Apenas seis igrejas redondas sobrevivem nas Ilhas Britânicas, du
das quais em ruínas. As outras quatro foram reconstruídas e
grande medida no último século. As igrejas de Londres, Northampt
e Cambridge foram construídas segundo o princípio octogonal. A d
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Little Maplestead, em Essex (que pertenceu aos Cavalheir
Hospitaleiros, organização-irmã dos Templários), foi construísegundo o princípio hexagonal. No continente, a famosa capela
Drüggelte, na Vestfália, foi feita de acordo com um plano de dolados, e a igreja redonda de Nijmegen, nos Países Baixos, incorpor
uma estrutura de 8 e de 16 lados. Essa igreja possuía um octógo
central a partir do qual se construiu uma nave lateral em dezesse
lados por meio de uma geometria simples.
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Em Altenfurt, perto de Nuremberg, na Alemanha, havia uma igre
que representava a forma mais simples da arquitetura eclesiásti
redonda. Consistia de uma nave redonda com uma abside simpI
oposta à entrada. Nas Ilhas Órcades, também, em Orphir, exisuma igreja redonda quase idêntica conhecida como Casa Girth. F
quase totalmente demolida no século XVII para fornecer mater
para uma nova capela presbiteriana a ser construída perto dali. E
existe apenas como um fragmento, apresentando intacta apenas
abside. Todavia, seu nome dá-nos uma chave para a sua funçmicrocósmica. No antigo escocês, a palavra Girth ou Gyrth tinha
significado de "santuário" ou "asilo". Girth também era usada padesignar um círculo de pedras que cercava um antigo local
julgamento. Isso indicava que a igreja redonda de Orphir pode t
substituído um círculo de pedras que ocupava anteriormente o s
sítio. A palavra Girth também é cognato de garth e yarth, q
significam terra, uma designação pública do microcosmo.
As igrejas redondas pertencem a uma tradição separada da corren
principal da geometria sagrada eclesiástica, tendo precedentes ma
-nos esquemas romanos do que nos românticos. Elas eram
alguma maneira especiais, reservadas para sítios-omphal
importantes e não eram localizadas a esmo por todo o território. Co
a extinção dos Templários, a forma redonda da igreja
efetivamente eliminada até que a Renascença a redescobris
diretamente nas fontes pagãs antigas. Mas foi novamente suprimi
quando as autoridades da Igreja reconheceram suas origens pagãs
Em 1861, a forma redonda ainda era considerada pagã. O R
verendo J. L. Petit escreveu nesse ano:
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"Quase todos os espécimes continentais [de igreja redonda] s
considerados pelos habitantes do lugar como um templo gentio;
embora em cada caso particular não seja necessário refutar
suposição, a universalidade da tradição pode torná-Ia digna de nodo antiquário. E, se for necessário procurar a derivação de um
forma tão simples, não há dúvida de que, como a forma retangula
ela pode ser remontada à época do paganismo.”
Mas por que a forma redonda da igreja foi considerada não-cris
pela hierarquia da Igreja? A forma redonda, ao contrário de outr
padrões tais como a Cruz Latina, não representava o corpo de u
homem ou o corpo de Deus. Ao contrário, representava o mundo
domínio do terreno, e, em termos cristãos, as forças satânicas, po
que o Diabo na época medieval era personificado como Rex Mun
rei do mundo. No costume Templário, essa terrenidade e
enfatizada pelo cubo que se situava no centro mesmo da rotunda.
cubo no interior do círculo representava a terra nos céus, a fusão d
poderes considerados heréticos pelos cristãos medievais, donde
perseguição aos alquimistas, magos e heréticos que se empenhava
nessa fusão. Com esse simbolismo exposto, não foi difícil provar
acusação de heresia com que os infelizes Templários fora
incriminados. Princípios jslâmicos públicos, derivados da ala místi
do maometanismo, os Sufis, só serviram para amaldiçoar ainda ma
a seita.Todavia, o conhecimento técnico islâmico era de outra naturez
Sobreveio, por meio de um estranho conjunto de circunstâncias, u
segundo período de influência islâmica que deveria varrer o góti
"puro" de Chartres. Durante o século XIII, as hordas mongóis saíra
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de sua base na Ásia Central e se converteram numa séria amea
ao Oriente Médio e à Europa. Após a primeira fase da expansão,
Império Mongol estava consoljdado com seu posto avançado
Pérsia sob o governo de um vice-rei que atendia pelo título de IIkhaTendo deixado de representar uma ameaça à Cristandade,
mongóis logo foram vistos como aliados contra os turcos. Vários re
cristãos enviaram emissários a sucessivos IIkhans a fim de cultiv
essa aliança. Digno de nota foi o Olkhan Arghun (1284-1291), q
manteve relações com muitos estados cristãos. Ele chegou a
mesmo a enviar uma embaixada a Londres em 1289. Em troca, o
Eduardo I da Inglaterra enviou uma missão comandada por SGeoffrey Langley à Pérsia. Langley participara de uma cruzada co
o rei no começo dos anos 70 e viajara à Pérsia via Constantinopla
Trebizonda em 1292. Tajs embaixadas eram um canal para
transmissão do novo conhecimento. Os arquitetos asiátic
misturaram as suas técnicas com a tradição islâmica persa e a
poucos seu estilo foi transformado pelos maçons geômetr
europeus.
Um edifício do período IIkhan que exerceu um efeito notável sobre
Europa foj o famoso mausoléu do IIkhan Uljaitu, em Sultaneih. N
início deste século, o erudito alemão Ernst Diez fez um estu
exaustivo desse memorial. Toda a sua estrutura é determinada p
dois quadrados interpenetrados que formam um octógono. A par
dessa base octogonal, derivou-se a elevação, que contém triângul
e quadrados. A altura do edifício, medida por M. Dieulafoy rios an
80 do século passado, é de 51 metros e o diâmetro interno te
exatamente a metade. Um sistema de razões, derivad
geometricamente, foi a origem básica dessas harmonias. Ao pas
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que o diâmetro principal dos pilares servira aos gregos antigos com
módulos, os arquitetos persas levaram as dimensões dos arcos o
domos a relações determinadas com as outras partes do edifício. N
mausoléu de Uljaitu, o ponto básico de partida foi a dimensão ddiâmetro interno da câmara mortuária.
A partir dessa dimensão, o arquiteto construiu um octógono para
planta baixa. Para a elevação, um quadrado duplo foi erguido. N
quadrado superior, um triângulo eqüilátero definiu. o domo e
tímpano sobre o qual ele foi erguido acima da porção basal cúbic
As câmaras laterais e as galerias foram determinad
geometricamente por triângulos eqüiláteros cujas posições forafixadas por quadrados oblíquos e diagonais. A arquitetura
mausoléu representava um ponto de partida construçional q
influenciou o octógono da Catedral de Ely nas terras pantanos
longínquas do East Anglia. Mausoléus com o teto como espigões
domo não haviam aparecido antes na Pérsia, embora tivessem si
construídos na velha Delhi. Os mesmos sistemas de geometria qu
os maçons europeus utilizaram em seus grandes edifícios fora
utilizados para glorificar um sistema religioso bastante diferen
A origem oriental dessa geometria, todavia, não deteve os arquitet
cristãos em sua tarefa. Como tecnólogos progressistas, el
acolheram com prazer as novas idéias dos infiéis e as incorporara
às últimas obras. Os princípios transcendentes foram adotados co
alacridade pelos homens pragmáticos, cuja compreensão
simbolismo os capacitara a trabalhar com o inexperimentado e
insuspeitado.
O conhecimento acumulado da Pérsia e de outros países do Orien
Médio foi logo aumentado com informações provenientes de outr
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lugares. Em 1293, missionários cristãos foram da Itália à China e e
1295 Marco Polo retomou a Veneza, vindo de Pequim. Com es
intercâmbio sem precedentes, eram inevitáveis novas geometri
sagradas. Um exemplo bastante bem documentado da influêncoriental está no Grande Salão da Piazza della Ragione, em Pádu
Foi desenhado por um frade agostiniano chamado Frate Giovanni p
volta de 1306. Giovanni trabalhara em muitos lugares da Europa e
Ásia e trouxera planos e desenhos dos edifícios que vira. Em Pádu
reproduziu um vasto teto de vigas que vira na Índia e que media 24
pés por 84.
Outras influências orientais podem ser demonstradas peaparecimento simultâneo de temas exóticos em lugares bastan
distantes entre si. O arco de gola, em que os arcos que formam
arco são voltados para fora e continuam como uma característi
arquitetônica sobre a porta ou janela, apareceu simultaneamen
sem antecedentes tanto em Veneza quanto na Inglaterra. Detalh
da porta de St. Mary Redcliffe, em Bristol, e também na catedr
dessa cidade e no castelo de Berkeley, também apresentam um
influência oriental inconfundível que pode ser comparada com a ob
de Lalys em Neath.
As visitas de registradores desses detalhes arquitetônicos locais, ta
como as de Simon Simeon e Hugh, o Iluminador, na Terra Santa e
1323, serviram para reforçar o interesse nos círculos monásticos pe
desenho oriental. O estilo "perpendicular" na Inglaterra, que surgpor volta do final do século XIV, foi prenunciado pelos hexágon
alongados nos edifícios muçulmanos egípcios do século XIII. O
elementos verticais que cruzam a curva de um arco, um
característica importante do desenho da Capela do King's Colleg
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em Cambridge (iniciada em 1446), já existiam no Mausoléu d
Mustapha Pasha no Cairo, construído entre 1269 e 1273. Os maço
da Europa, embebidos em conhecimentos geométricos, assimilara
prontamente as técnicas da arquitetura simbólica do Islã, realçandoe trazendo-a a uma nova era.
9. Simbolismo Maçônico e Prova Documental
"As linhas geométricas falam a linguagem da crença - da crença
forte, apaixonada, duradoura. Nelas as leis eternas da proporção eda simetria reinam supremas. O ciclo daquilo que é gerado
divinamente está reproduzido na linguagem numérica do coro, do
transepto, da nave, do corredor, do portal, da janela, da coluna, da
arcada, do frontão e da torre. Toda característica tem sua unidade d
medida, seu simbolismo místico.”
Hermon Gaylord Wood - Ideal Metrology.
As catedrais medievais são a mais fina flor da arte da geometr
sagrada que se desenvolveu na Europa. As manifestações físicas
summa theologiae, a incorporação microcósmica do universo criad
as catedrais em sua forma completa perfeita, unidas em su
posições, orientações, geometria, proporção e simbolismo, tenta
criar a Grande Obra - a unificação do homem com Deus. Tem-observado que muitas catedrais, como as de Canterbury, Gloucest
e Chartres, foram construídas no sítio de antigos círculos megalítico
incorporando em seus desenhos o posicionamento e a geometria d
círculos. Geomanticamente situados de maneira a podere
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empregar ao máximo as energias telúricas da terra e as influênci
astrofísicas dos céus, os círculos de pedra derrubados pelos zelos
santos cristãos foram amalgamados na estrutura mesma das igrej
que os sucederam.Louis Charpentier sugeriu que as pedras antigas de estrutur
megalíticas, além de absorverem influências cósmicas e telúrica
também agiam como instrumentos de vibração. Esses instrument
de pedra, afirmou ele, podiam acumular e ampliar as vibrações d
ondas telúricas, agindo antes como uma caixa de ressonâncja. Ess
energias, assumidas pelos cristãos, ainda exigiam um ressonado
que foi providenciado com a construção das paredes de pedra e dabóbada da catedral.
Se a geometria dos círculos e dolmens de pedra depend
do comprimento da onda das energias telúricas, então a geometr
reproduzida num vasto edifício de pedra, agiria como um canal pa
as energias ressoantes ali capturadas. As lendas que cercam
fixação das energias da terra no omphalos e que estão incorporad
aos contos universais de matadores de dragão reforçam este pon
de vista. Nos mitos de morte do dragão, o herói solar transpassa
dragão com sua espada ou lança. Fazendo-o, ancora as energi
telúricas vagueantes da Terra em um sítio, de maneira que elas po
sam ser contidas e canalizadas para uso do sacerdócio. Nos últim
tempos, o herói solar identificou-se com os santos cristãos Jorge
Miguel.Outra indicação desse fenômeno é a aceitação universal da medid
canônica. Em muitas culturas, não se acreditava que as unidad
fundamentais de medida possuíssem origens divinas, mas tinha
sido transmitidas pelos Deuses. O receptáculo dessas medid
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sagradas era um homem ou um semideus, freqüentemente
fundador legendário da nação. Essas medidas eram ent
cuidadosamente guardadas contra a profanação e a alteração
largamente empregadas na construção da arquitetura sagradAssim, vemos as proporções serem engendradas naturalmente pe
geometria a partir da medida inicial. Se a catedral era destinada
agir como um canal e um ressoador, não se poder,ia escolh
nenhuma dimensão melhor do que aquelas baseadas num sistem
harmônico natural elaborado com medidas diretamente relacionad
ao comprimento telúrico das ondas. O comprimento da onda d
energias telúricas locais, uma vez determinado por métodos ocultopodia ser venerado em medidas sagradas imutáveis e formar um
base natural para a construção dos instrumentos que deveria
manipular essas energias.
Charpentier acreditava que os beneditinos intensificavam as forçterrestres por meio do som físico - o canto gregoriano -, cuja açaumentava a harmonia geométrica do edifício para a produção d
estados mais elevados de consciência. Os beneditinos eram,
verdade, uma ordem que utilizava o conhecimento antigo.
pesquisador alemão Kurt Gerlach descobriu que os mosteir
beneditinos da Boêmia (Tchecoslováquia) foram arranjados uns co
os outros segundo relações geométricas precisas. Esses mosteir
estavam localizados em linhas segundo múltiplos e submúltipl
específicos da medida antiga conhecida como Raste, corresponden
a 44 quilômetros.
Assim, as várias características da catedral gótica era
harmonizadas para criarem um todo que ligava completamente
homem, o microcosmo, com o universo. As funções múltiplas que
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esperavam as catedrais góticas cumprissem significavam que el
não seriam apenas expressões de harmonia geométrica simpl
como a Saint Chapelle em Paris ou a Capela do King's College e
Cambridge. Elas necessitavam várias divisões e subdivisões qcumprissem as funções de local de encontro, igreja da paróqu
capela para ofícios menores, confessionário e sede do Bispado loc
Além desses usos exotéricos, a catedral tinha de incorporar
doutrinas da fé e expressar as energias e geometrias inerentes a
sítio. Assim, as geometrias das catedrais góticas incorporam muit
estruturas complexas que podem ser interpretadas em vários níve
A geometria fundamental da planta baixa é sempre geradiretamente da linha axial orientada. A data da fundação e a su
orientação são "trancadas" na geometria à aparente posição solar
dia do padroeiro. Assim, em cada dia patronal sucessivo, o s
brilharia diretamente ao longo do eixo da catedral. O Professor Ly
Borst descobriu que muitas catedrais possuem uma geometria d
lado leste derivada dos círculos de pedra. As orientações dess
sítios megalíticos segundo vários fenômenos solares e lunares sbastante conhecidas, pesquisadas que foram por estudiosos com
Sir Norman Lockyer e o Professor Alex Thom. A geometria d
catedrais, que recobre a das orientações múltiplas dos círculos d
pedras, também devia preservar orientações outras que não
simples orientação axial do dia do p'adroeiro. Isto também quer diz
que o padroeiro pode ter sido determinado a partir da orientaçprincipal do círculo de pedra preexistente.
Descobriu-se recentemente que o esboço do vasto comple
de templos de Angkor Wat, no Camboja, foi desenhado de
maneira que fossem incorporados 22 alinhamentos separados
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posições solares e lunares. Observando os fenômenos de algu
pontos bem determinados, o astrônomo-sacerdote era capaz
checar o calendário por meio da observação direta. A construção d
catedrais britânicas no topo de observatórios megalíticos pode treproduzido de maneira similar a informação astronômica em s
geometria. Rose Heaword demonstrou que a Capela de St. Cross e
Winchester possuía um alinhamento nascer-do-sol que era visível e
determinado ponto por uma janela. Esse nascer-do-sol ocorre no d
da Santa Cruz, a 14 de setembro, e não corresponde à orientaçaxial da capela. Estudos que estão sendo efetuados pode
demonstrar muito mais a respeito desses alinhamentos múltiplos e sua relação com a geometria sagrada.
No período em que as catedrais góticas foram erigidas, havia do
sistemas maçônicos de geometria que eram comumente usados.
mais antigo era conhecido como ad quadratum e baseava-se
quadrado e nos seus derivados geométricos. O mais novo, e e
alguns aspectos o sistema mais dinâmico, baseava-se no triângu
eqüilátero e era conhecido como ad triangulum.
O ad quadratum era formado diretamente do quadrado e da s
figura derivada, o octograma. Colocava-se por cima do quadrad
inicial - que era orientado segundo a maneira aprovada pel
geomantes e maçons encarregados da orientação - um segund
quadrado do mesmo tamanho. Este, a um ângulo de 450 do prime
quadrado, formava o octograma, um poligrama de oito pontas. Ntradição maçônica, essa figura foi inventada por um mestre
Estrasburgo, Albertus Argentinus. Nos escritos maçônicos alemãposteriores, essa figura é chamada acht-uhr ou acht-ort, oito horas
oito lugares. Esses nomes aludem a uma divisão óctupla pagã anti
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do compasso, o dia e o ano que eram imitados no edifício como u
microcosmo do mundo. A partir desse octograma inicial, toda
geometria da igreja podia ser desenvolvida de duas maneiras.
A primeira maneira, o acht-ort verdadeiro, desenvolvia uma série octogramas internos e externos, traçados diretamente a partir d
primeira figura. Esse sistema. pode ser visto nas catedrais de Ely (v
Figura 26), Verdun, Bamberg e em outras catedrais basicamen
românicas. Todavia, à época das últimas igrejas góticas, o sistem
ad quadratum refinou-se para uma forma mais complexa basea
mais no quadrado duplo do que no simples. Essa forma, deve-
lembrar, era favorecida desde a antigüidade egípcia como uma formadequada a um lugar santo.
A segunda e última derivação do ad quadratum produziu o comple
geométrico elegantemente proporcionado conhecido com
"dodecaid", um poligrama irregular de doze pontas que se prest
admiravelmente ao planejamento de igrejas. Como o acht-ort simpl
do ad quadratum primitivo, a figura básica era um octogram
Todavia, o primeiro quadrado, do qual se derivava o octograma, e
ampliado até formar um quadrado duplo e, desse segundo quadrad
construía-se outro octograma. Isto fazia uma figura
dois quadrados contíguos com quadrados coincidentes a 450
quadrado duplo. Sobre esse octograma interlaçado sobrepunha-
um quadrado maior que cortava as intersecções internas dos do
octogramas. Isso produzia uma figura que possuía razõgeométricas que se interseccionavam na construção.
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O dodecaid é rico em simbolismo cristão. Os três quadrad
coincidentes possuem em seu centro um pequeno quadrado comu
a todos eles. O quadrado central é maior do que os outro
simbolizando o Pai da Trindade Cristã, com o quadrado pequeno
meio simbolizando a unidade essencial da divindade trina.
estrutura do quadrado duplo que penetra a trindade incorpora
quatro elementos e as quatro direções. simbolizando o mun
material interpenetrado e sustentado pela divindade. O todo é uma
nopse dos números três e quatro, o sete místico.Na construção atual da igreja, os quatro cantos do quadrado dup
marcam as quatro fundações da igreja, as pedras angulares sobre
quais se funda a construção material. O mais oriental dos três 45
representa Cristo. Seu centro é o foco onde o altar é fundado e ond
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a cada dia, por meio da celebração da Missa, acreditam os cristão
Cristo está presente na forma de hóstia e de vinho. O quadrad
maior e central, no oeste, representa o pai. Baseia-se no omphal
central, o ponto do cruzamento sobre o qual a torre principal eagulha deverão ser erguidas. Esse centro, o ponto coincidente d
três quadrados que representam a fusão da trindade, indica
freqüentem ente um poderoso centro geomântico. Esse centro pod
ser percebido pelos hidróscopos sob a forma de uma poderosa fon
cega com suas espirais associadas. Esse omphalos geomânti
existe na Catedral de Salisbury, que possui a agulha mais alta d
Inglaterra e marca um lugar situado numa linha ley que vai Stonehenge a Frankenbury. Mais a oeste da cruz da catedral estáquadrado que representa o Espírito Santo. Aqui, - tradicionalment
ficava a pia batismal, o lugar em que o Espírito Santo penetrava
neófito por ocasião do seu batismo.
A essência da geometria sagrada é simples. Todas as partes 9
conjunto sagrado, desde o aparato e as vestimentas do clero atéforma de todo o edifício sagrado, são determinadas diretamente p
uma figura geométrica fundamental. Todas as dimensões e todas
posições estão idealmente relacionadas diretamente a esse sistem
e, assim sendo, estão integradas com o todo da criação. A
elevações das igrejas medievais eram determinadas diretamen
pela geometria das plantas baixas. A Saint Chapelle, a capela d
reis franceses, demonstra admiravelmente essa necessida
geométrica. Sua planta baixa é produzida pelo dodecaid, com um
pequena capela lateral feita a partir de uma versão menor do
quadratum e a sua geometria elevacional interna feita diretamente
partir deste último. Edifícios posteriores, como a capela do King
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College, foram planejados pelos mesmos métodos, mas
dimensões, em vez da geometria direta, foram dadas pel
autorizações dos seus planos. Assim, a altura da abóbada de King
College foi mantida na capela terminada, embora tivesse siseguido um método de construção da abóbada diferente do que fo
pensado anteriormente.
As igrejas medievais não foram desenhadas apenas como galpõque acomodassem um determinado número de fiéis; nem, como
deduz freqüentemente, foram construídas "à medida que era
erigidas". Exatamente como na prática arquitetônica moderna, tu
era calculado para fazer avançar cada detalhe, toda e qualqucaracterística do edifício era determinada exatamente de acordo co
a geometria sagrada. As peças sobreviventes apresentam um
preocupação, por parte dos desenhistas, com dimensões
proporções precisas.
A planta baixa da Catedral de Ely, em Cambridgeshire, servirá pa
ilustrar os trabalhos práticos da geometria sagrada medieval. Com
muitos outros edifícios, a catedral atual é o resultado de muit
séculos de acréscimos. A catedral normanda original foi esboça
em 1082 e completada cerca de um século mais tarde. No sécu
XIII, foi acrescentado um pórtico na extremidade oeste, na mesm
posição do das catedrais de Glastonbury e Durham. Na mesm
época, foi feita uma extensão para o leste do coro com dimensõ
definidas de acordo com os princípios do ad quadratum. A extensfoi definida por um quadrado oblíquo da largura da nave mais u
triângulo de 45° da largura da abóbada. Esse quadrado oblíquo
utilizado mais tarde para determinar a largura da nova Lady Chap
que foi iniciada em 1321.
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As dimensões da Lady Chapel não foram definidas pelo
quadratum, mas pelo mais recente ad triangulum maçônico. Su
dimensões foram produzidas pela geometria de um círculo cujo raio
um pouco menor de 105 pés ingleses (96 pés saxônicos). Este éraio que def.iniu o octograma básico com que se esboçou a plan
baixa da catedral. O canto interno do nordeste de Lady Chapel
produzido por raios interseccionantes da mesma extensão, com
também o canto noroeste, que também foi marcado pelo quadrad
oblíquo. A linha diagonal que define o espaço oriental da cated
chega ao canto noroeste de Lady Chapel depois de passar pela po
da capela. Um raio do centro do cruzamento que toca arcobotantes da extremidade leste do coro também toca os arc
botantes de Lady Chapel. Seu raio tem 192 pés saxônicos - o dob
do raio da base do octograma, gerado pela geometria ad quadratum
No ano seguinte ao início de Lady Chapel ocorreu um desastre.
torre central, situada sobre o cruzamento, ruiu para o leste, talv
enfraquecida pelas operações da construção. A reconstrução f
iniciada e seguiu-se a geometria sagrada original do ad quadratum.
velha - torre não foi copiada, mas um novo domo gótico octogon
sem precedentes na arquitetura ocidental, foi erigido em seu lugar.
método técnico de construção foi uma cópia quase exata daque
que fora utilizado no mausoléu persa de Uljaitu Chodabendeh e
Sultaneih. Sobre esse octógono de pedra sem precedentes
construído um incomparável "farol" de madeira, desenhado
executado pelo Carpinteiro Real, William Hurley. No seu centro es
uma magnífica obra de talha, representando Cristo em Majestad
executada por John Burwell. Exatamente acima do cruzamento, e
representa a contraparte celestial do omphalos terreno.
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Embora tenha sobrevivido muito pouca documentação sobre
construções românicas tardias ou góticas primitivas, os detalh
documentais de duas tardias e notáveis igrejas colegiadas medieva
ainda podem ser examinados. A ,igreja de Fotheringhay, eNorthamptonshire, e a Capela do King's College, em Cambridg
foram construídas segundo instruções precisas que ain
sobrevivem.
Ambos os edifícios foram desenhados no século XV. Fotheringhay
o mais antigo dos dois. A aldeia de Fotheringhay é hoje notáv
apenas por seu cenário pitoresco entre as campinas banhadas pe
rio Nene e pela espantosa torre octogonal de uma igreja cudesenho memorável mostra sua eminência anterior. A forma isolad
da igreja lembra-nos tristemente que ela é agora apenas u
fragmemo de um colégio reai, reduzido hoje à condição de paróqu
O colégio foi fundado por Edward Plantagenet, apelidado Langley
quinto filho do rei Eduardo III. Edmundo, Duque de York, seria
fundador da Casa de York. Ele iniciou a construção do colégio
reconstruiu a igreja paroquial, que estava ligada a ele por um claust
de 88 janelas de vidro colorido. O filho de Edmundo, Eduardo, Duq
de York, pretendia levar à frente o projeto após a morte do seu p
com a reconstrução da nave da velha igreja no mesmo estilo do no
coro, mas foi morto na batalha de Agincourt antes que a construçfosse iniciada. Todavia, o projeto não foi abandonado e é o exame
um acordo assinado a 24 de setembro de 1434 que nos inform
sobre as práticas maçônicas de desenho dos franco-maçons ingles
daquela época.
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O contrato foi feito entre William Wolston, Squire, e Thomas Pecha
amanuense, comissários do "Supremo e poderoso príncipe, m
Senhor respeitável, o Duque de York", e WiIliam Horwood, francmaçom de Fotheringhay. O contrato detalhava com medidas precis
a especificação de uma igreja cujas proporções requintadas ain
hoje deliciam os olhos. O contrato estipulava a construção de "um
nova nave de uma igreja, que chegue até o coro, no Colégio d
Fotheringhay, da mesma altura e da mesma largura do dito coro;
que tenha um comprimento de oitenta pés a partir do dito coro, co
paredes de um metro-jarda (de espessura), um metrojarda
Inglaterra, contado sempre como três pés. (...) E no lado norte d
igreja o dito William Horwood fará um pórtico; o lado externo d
pedra de cantaria lisa, o lado interno de pedra áspera, contendo e
comprimento doze pés e em largural o que o arcobotante da nav
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permitir (...) e na extremidade oeste da dita nave haverá u
campanário construído sobre a igreja sobre os três arcos fortes
poderosos abobadados em pedra. Dito campanário terá
comprimento oitenta pés segundo o metro-jarda de três pés pauma jarda, sobre o chão a partir das pedras da cornija e vinte p
quadrados entre as paredes (...)".
Cada detalhe do edifício proposto foi especificado no contrato,
também as dimensões quando elas foram julgadas relevantes. N
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se- sabe se o próprio Horwood projetou as dimensões e esboçou u
diagrama que serviu de base para as dimensões contratuais. S
doze anos depois é que uma outra fundação colegiada real aponta
para a possibilidade de o fundador ou seus auxiliares diretos ncampo geomântico terem executado o desenho. Seja qual for
verdade, o tom de todo o contrato está vazado como instruções
Horwood, o franco-maçom funcionário que está apenas receben
ordens de uma autoridade superior, e não detalhes elaborad
arbitrariamente por ele.
Embora a igreja de Fotheringhay tivesse sido completada por vo
de 1460, data da morte de Ricardo, o Duque de York, a construçda abóbada abaixo da torre traz a marca do grande mestre loh
WastelI, de quem uma obra idêntica sobrevive hoje na Catedral d
Peterborough, na porta de entrada de St. John's ColIege e
Cambridge e, sobretudo, no teto magistral da Capela do King
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College, na mesma cidade.
Essa capela foi desenhada pelo rei Henrique VI, o fundador. Na su
declaração de intenções, datada de 1498, ele forneceu todas
dimensões necessárias a que seu mestre maçom, Reginald Epreparasse os planos completos para a capela e, por conseguint
todo o colégio. Uma análise dos seus planos mostra que eles fora
baseados no ad triangulum. Todas as partes da capela est
relacionadas com a geometria global, até mesmo as pequen
capelas anexas laterais. Embora 69 anos se tenham passado ant
que a capela fosse completada, o mestre maçom John Wastell, q
não havia nascido quando a capela foi iniciada, aderiu à letra ddeclaração de Henrique terminando-a exatamente nas dimensõestipuladas. O sistema geométrico, a despeito das alterações d
características dinásticas e estilísticas, foi mantido como dev
sagrado.
10. Problemas, Conflitos e Divulgação dos Mistério
"A história antiga é como uma paisagem noturna, na qual andamo
às apalpadelas, discernindo vagamente alguns contornos na
escuridão geral, e ficamos felizes se aqui ou ali a obra de um auto
em particular ou uma ruína ou uma obra de arte ilumina
momentaneamente, como um raio nas trevas, o campo particular qu
estamos explorando.”
Filo, Sobre a vida contemplativa.
O caso da construção da Catedral de Milão é de extrema importânc
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no estudo da geometria sagrada. Ele interessa em dois sentidos,
documental e o simbólico. A Catedral de Milão foi fundada em 13
e, por essa razão, estava no centro de uma encarniçada controvérs
relativa a que forma de geometria sagrada deveria ser utilizada: aquadratum ou ad triangulum. Um grande número de peritos reuniu-
a fim de determinar o que seria feito na construção dessa obra-prim
potencial. Talvez por causa dessa pletora de peritos, desenvolveu-
entre os adeptos de um e de outro sistema uma encarniça
discussão.
Sabe-se que já em 1321, durante a ereção do domo da catedral
Siena, os cinco inspetores escolhidos para examinar a construçobjetaram contra a continuação da obra "porque, se terminada com
foi iniciada, ela não terá as medidas de comprimento, largura e altu
que as regras prevêem para uma igreja". Uma disputa simi
verificou-se a respeito da construção da Catedral de Milão.
Hoje, a Catedral de Milão é considerada uma obra-prima
arquitetura gótica tardia. Recentemente, sua estrutura
algo sacudida pelas vibrações dos carros, dos ônibus e do metrô q
trafegam ao seu redor, mas a sua gestação fo i tão cheia
recriminações que parecia que ela nunca seria terminada. A cated
foi fundada em 1386 por ordem de Gian Galeazzo Visconti, qu
conquistara influência sobre a cidade de Milão graças ao expedien
da morte do seu tio. Todavia, nenhum outro edifício tão portentoso
construído na Lombardia durante séculos e logo os maçoinexperientes encarregados do projeto defrontaram se com séri
problemas. O lado teórico da geometria sagrada segun do a qua
edifício deveria ser construído atolou-se numa discuss
aparentemente insolúvel.
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Inicialmente, a planta baixa da catedral fora desenhada de acord
com o ad quadratum, baseado no quadrado e no quadra
duplo, com uma nave central pronunciada e naves laterais de igu
altura. Essa planta, todavia, foi logo abandonada e substituída pead triangulum para a elevação - e f o i aí que os problem
começaram. A altura de um triângulo eqüilátero, a base do
triangulum, é incomensurável com seu lado. Colocá-Io sobre um
planta baixa báseada no ad quadratum seria transformar numa toli
a comensurabilidade da geometria sagrada e todas as proporções
elevação estariam completamente erradas.
A fim de trazer novamente um ar de lógica à geometria, foi chamaum matemático de Piacenza, Gabriele Stornaloco. Ele recomendo
um arredondamento da altura incomensurável de 83,138 para 8
braccia, que poderia ser comodamente dividida em seis unidades
14 braccia. Embora fosse aceitável em princípio, o esquema
Stornaloco foi posteriormente modificado, produzindo-se um
redução posterior na altura e trazendo-se a catedral para mais per
dos princípios clássicos. O mestre maçom alemão Heinrich Par
enfureceu-se com esse compromisso de medida verdadeira. Se
protestos levaram-no a se demitir do posto de consultor em 1392. E
1394, Ulrich von Ensingen veio de UIm como consultor, mas ficou e
Milão apenas seis meses antes de fazer novamente as malas. O
maçons lombardos lutaram desesperadamente até 1399, quan
Jean Mignot foi chamado da França para supervisionar as obras.
Mignot, todavia, não ficaria aí por muito tempo. Suas críticas a
princípios maçônicos locais foram tão causticantes, que um comitê
chamado a discutir os pontos que ele levantara. Uma tal ignorânc
dos princípios geométricos e mecânicos góticos foi demonstra
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pelos maçons lombardos, que eles tentaram argumentar que
arcos pontiagudos não poderiam de maneira alguma justificar
geometria aberrante pretendida para o edifício. Exasperado, Mign
bufou: "Ars sine scientia nihil est" (A Arte não é nada sem a CiênciaRecebeu a seguinte réplica lombarda: "Scientia sine arte nihil est"
Ciência não é nada sem a Arte).
Mignot voltou para Paris em 1401, sem ter feito progresso algum co
os intransigentes lombardos. Por métodos pragmáticos, os italian
improvisaram e terminaram o coro e os transeptos por volta de 145
Nem toda a catedral foi terminada, todavia, até que a fachada oes
foi finalmente completada sob as ordens do Imperador Napoleão I e1809.
A geometria de Milão foi preservada numa edição de Vitrúv
publicada em 1521. Ela mostra o plano e a elevação da cated
como uma ilustração dos princípios vitruvianos. Só esta ilustração
uma prova da unidade essencial dos sistemas clássicos e maçônic
da geometria sagrada. O esquema apresentado na gravura baseia-
no rhombus ou vesica. A elevação triangular do corte transversal d
catedral é mostrada em superposição a círculos concêntricos em q
o quadrado e o hexágono são desenhados, demonstrando a relaçda elevação com o ad quadratum do plano básico.
Essa exposição da geometria sagrada maçônica de uma catedra
indicativa da atitude modificada diante dos mistérios antigos exibid
pelos escritores da Renascença. Ela se encaixa perfeitamente tradição de Matthäus Röriczer, um maçom que revelou sua a
quebrando seu juramento de sigilo. Röriczer, que morreu em 149
pertencia à terceira geração de uma família que servia de mestr
maçons na Catedral de Regensburg. Matthäus era o chefe de um
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loja onde fora desenhada e executada toda a obra de construção
como tal, era o responsável por todas as molduras e todos
entalhes, por seu esboço e seu desenho. Embora, sendo um franc
maçom, estivesse preso ao juramento horrendo de não divulgar mistérios maçônicos aos não-iniciados, ele deu um passo se
precedentes com a publicação de detalhes que anteriormente havia
sido ocultados nos livros de anotações das lojas maçônic
operativas.
Embora a única obra publicada de Röriczer fosse um peque
panfleto que deu solução a um problema geométrico, ela tem um
importância fundamental porque é a única chave sobrevivente dgeometria sagrada maçônica. A obra, intitulada On the Ordination
Pinnacles, forneceu a solução do problema de como erigir u
pináculo de proporções corretas a partir de uma planta baixa dad
Por volta do final do período medieval, os maçons estava
produzindo as obras-primas do gótico flamboyant e perpendicu
pelos meios mais simples. As plantas de execução (conhecidas
Inglaterra como "plats") eram preparadas pelos maçons até
últimos detalhes. Ainda existem alguns desses "plats", como os qu
foram desenhados para a fachada oeste da Catedral de Estrasburg
por Michael Parler em 1385, e o da agulha da Catedral de Ulm
por Matthias Böblinger. Cada uma das partes do intrincado desen
é relatada aos seus camaradas por meio da geometria. O maço
operativo, equipado com esse diagrama, podia tomar uma dimens
como ponto de partida e com ela, utilizando-se régua e compasso
geometria chega ao plano do tamanho natural das partes que e
deve executar. Com esse plano rdo tamanho natural, desenhad
sobre um "piso de decalque" de gesso, faziam-se gabaritos
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madeira segundo os quais as pedras finais eram cortadas e talhada
A exposição de Röriczer do sistema demonstra admiravelmente
simplicidade elegante desse método canônico. Em vez de um
referência constante a medidas num plano, como na moderna prátida engenharia, o pináculo (ou o pinásio, a ombreira da porta,
componente da abóbada, etc.) era "desenvolvido" organicamen
por assim dizer, a partir de um quadrado. A geometr
diferentemente da medida, é auto-reguladora e quaisquer err
podem ser vistos imediatamente. Seja qual for o tamanho
quadrado inicial, todas as partes do pináculo estão relacionadas a e
em proporção natural. Como as dimensões do quadrado originpoderiam ter sido derivadas como uma função da geometria glob
da igreja, o tamanho do pináculo estava relaciona
harmoniosamente ao todo.
O livreto de Röriczer foi dedicado ao Príncipe Wilhelm, Bispo
Eichstadt (1464-1496), descrito na dedicatória como "(...) um cultor
um patrono da arte livre da geometria". Wilhelm era membro ativo
conselho de construções das igrejas de Regensburg, UIm
Ingolstadt. Depois de termos lido a instrução de Röriczer, n
achamos que Wilhelm fosse apenas um administrador, mas um
pessoa bastante interessada em conhecer a metodologia exata q
estápor trás da geometria sagrada. Esses homens foram os primeir
"maçons especulativos", patronos ricos que desejavam sinceramen
conhecer os segredos dos maçons operativos. A fim de obter esssegredos, os patronos eram geralmente admitidos à irmandade d
franco-maçons por meio dos ritos iniciatórios típicos. Como
atividades dos maçons diminuísse com o surgimento de arquitet
treinados em academias, o número de "maçons especulativo
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aumentou.
Entrementes, as lojas operativas de franco-maçons fecharam-se um
a uma. A última delas foi a primeira loja da Europa - a
Estrasburgo, que fechou em 1777. A partir de então, as artes e mistérios da franco-maçonaria foram mantjdos apenas pel
"maçons especulativos".
Os pináculos descritos por Röriczer são construídos de acordo com
ad quadratum. Embora o ad triangulum fosse o últim
método alemão medieval da geometria sagrada, ele não e
facilmente aplicável aos remates e aos arcobotantes que são par
integrante da construção gótica. Então o ad quadratum foi usa
nessas partes essenciais da estrutura.
A produção do plano do pináculo era levada a efeito da seguin
maneira:
Röriczer: "Quereis desenhar um plano para o pináculo segundo
arte dos maçons, por meio da geometria regular? Deveis então fazum quadrado, como está aqui designado pelas letras A:B:C:D; ligar
a B e B a D e D a C e C a A, de modo a obter uma figura semelhan
à do esquema anexo.
Fazer depois um outro quadrado. Dividir AB em duas partes iguais
chamar E; da mesma maneira, dividir BD e chamar H; do mesm
modo, dividir DC e chamar F; igualmente, dividir CA e chamar
Depois, traçar uma linha de E a H e de H a F, de F a G e de G a E.
Depois de terdes assim procedido, fazei outro quadrado sobre es
segundo.
Quando terminardes os três quadrados de tamanho igual a ABC
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IKLM e EHFG, tereis uma figura semelhante à do esquema anexo.”
Esses três quadrados exercem uma relação geométrica específiCOm um outro: a diagonal do segundo quadrado é igual ao lado d
primeiro quadrado e a diagonal do terceiro é igual ao lado segundo. A ação seguinte na geometria de Röriczer envolve
traçado de quatro cantos; depois, toma-se o raio IN e com u
compasso são traçados quadrantes que produzem as dimensões d
moldura côncava do painel e do plano completo da agulha. A par
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desse plano, constrói-se, com a utilização de uma régua e de u
compasso, a planta baixa final de um pináculo.
Com base nessa complexa planta baixa, a elevação era feita co
movimentos igualmente simples de régua e compasso. Cada um dmaçons que executavam essas obras possuía uma marca individu
que podia ser usada para identificar não só a obra do próprio maço
mas também as lojas de que ele provinha. As marcas dos maço
existiram em todos os países na tradição arquitetural ocidental d
Egito antigo em diante e são sigilos característicos que em geral s
derivados geometricamente.
Embora tenha sido um "segredo maçônico", afirmou-se durante mu
tempo que cada loja central de maçons operativos possuía s
"diagrama matriz" próprio a partir do qual derivavam todas as marc
utilizadas pelos seus membros. O Professor Homeyer, em Hof u
Hausmarken, publicado em 1870, mencionou que, por volta do a
de 1820, um certo Dr. Parthey lhe dera um "diagrama matriz" no qu
estavam baseadas todas as marcas dos maçons da Catedral d
Estrasburgo. Diz-se que esse diagrama fora descoberto por um cer
Arnold de Estrasburgo, um arquiteto.
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Costuma-se dizer que em 1828 o maçom Kirchner de Nurembe
estava de posse de um livro que fazia todas as marcas individua
dos maçons derivarem de uma fonte comum. O Professor Fra
Rziha, em sua obra Studien über Steinmetz-zeichen, publicado e
1883 em Viena, demonstrou que, a partir de determinados diagramgeométricos fundamentais, poderia ser derivada uma série
"diagramas matrizes" ou chaves na qual se poderia incluir todas
marcas de maçons conhecidos. Nas 68 lâminas que ilustram es
obra, Rziha enquadrou 1145 marcas em seus próprios diagrama
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demonstrando a universalidade do sistema.
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O conhecimento de todos os níveis da geometria era, assim, um
prerrogativa do franco-maçom. Com esse conhecimento
geometria das marcas, um maçom podia "provar" sua marca quan
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isso fosse exigido dele e também podia julgar a origem de qualqu
outra marca que ele visse. O Professor Rziha descobriu quat
diagramas geométricos básicos nos quais se baseavam as marc
de todos os maçons. Os dois primeiros diagramas eram os modelad quadratum e ad triangulum regulares. Os outros dois eram ma
complexos, chamados por Rziha de vierpasse e dreipasse.
vierpasse corresponde à geometria do quadrado que incorpo
vesicas relacionados, ao passo que o dreipasse utilizava um
combinação diferente de triângulos eqüiláteros e círculos. Cada u
desses diagramas pode ser ampliado à vontade e, então, uma sé
muito elaborada de figuras geométricas forma a base das marcdos maçons.
Rziha descobriu os "diagramas matrizes" de um grande número d
maiores centros europeus de conhecimento maçônico, inter a
Nuremberg, Praga, Estrasburgo, Viena, Colônia e Dresden.
geometria do macrocosmo estava reproduzida até mesmo no nívmais baixo da tradição maçônica européia e, assim, até mesmo
marcas mal perceptíveis feitas em pedras isoladas eram, sem dúvid
emblemas das estruturas transcendentes do universo.
11. A Geometria Sagrada da Renascença
"Deus também criou o homem à sua própria imagem: pois, como o
mundo é a imagem de Deus, também o homem é a imagem do
mundo.”
H. Cornelius Agrippa, Filosofia oculta.
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Com a redescoberta dos velhos modos romanos clássicos
arquitetura, a geometria linear superposicional do período mediev
foi rapidamente suplantada por uma geometria poligonal centralizad
No século XV, na Itália, pode-se ver uma transição gradual nos pnos das igrejas da Cruz Latina tradicional para a centralizada. Es
tendência centralizadora, derivada da prática pagã antiga, tem si
vista por muitos historiadores como emblema de um movimento
fuga das crenças cristãs transcendentes da Idade Média para u
ethos mais humanista, antropocêntrico. Essa noção reducionista
que a crença, cristã medieval mergulhara num ataque furioso de h
manismo ateísta exaltado ignora as correntes subterrâneas pensamento geométrico do período.
As igrejas centralizadas colocaram o problema da separaçhierárquica da congregação e do clero e, mais fundamentalmente
questão do sítio do altar. Os requintes da geometria centralizad
todavia, estavam crescendo. Uma obra-chave para a compreens
dessa nova geometria é o primeiro tratado arquitetônico
Renascença, De re aedificatoria, escrito entre 1443 e 1452 pe
arquiteto Alberti. As origens pagãs de suas idéias estão ma
claramente apresentadas nos seus desenhos para templos, como e
denomina as igrejas. O círculo, afirma ele, é a forma primária qu
acima de todas as outras, é favorecida pela natureza, começando-
pela própria forma do mundo. Para os templos, Alberti demonstra
uso de nove figuras geométricas. Utiliza o círculo, cinco polígon
regulares (o quadrado, o hexágono, o octógono, o decágono e
dodecágono) e três retângulos (o quadrado e meio, o quadrado e u
terço e o quadrado duplo).
A partir dessas plantas baixas, Alberti desenvolve anex
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geométricos que servem como capelas laterais. Estas s
retangulares ou semicirculares na forma e estão relacionad
radialmente ao ponto central. Com a adição de figuras geométric
simples ao poIígono básico ou círculo, pode-se produzir uma clasquase infinita de configurações.
Alberti inspirou-se nos edifícios vitruvianos da era clássic
mas, estranhamente, a forma central que ele mais privilegiou não e
co mum nos templos daquele período. Apenas três templ
redondos restaram dos tempos clássicos - o famoso Panteão e do
pequenos templos peripteriais em Tivoli e em Roma. A gran
maioria dos templos clássicos seguia, naturalmente, um plaretangular. Toda via, durante a Renascença, outros edifíci
poligonais da antigüidade - como o "templo de Minerva Médica
dodecagonal, em Roma, na verdade o nymphaeum dos Orti Liciani
e as primeiras estruturas cristãs, tais como o Santo Stefano Roton
e Santa Constanza - eram considerados como templos antigos.
Vitruvio nem mesmo chegou a incluir edifícios redondos entre as se
classes de templos enumeradas no seu Terceiro Livro, mas,
invés, mencionou-os em forma de apêndice no Livro Quarto ao lad
da aberrante forma toscana. Todavia, a predileção de Alberti pe
forma poligonal, influenciada pelos Sólidos Platônicos, justificava-
com o pretexto de que representava uma volta
simplicidade litúrgica da Roma de Constantino. Naquele período,
Colégio Romano de Arquitetos foi compelido a transferir sua perícdo desenho dos templos para os pagãos à criação de igrejas para
nova fé oficial. O período constantiniano foi especialmente podero
para a mentalidade da Renascença, pois que ele representava
único ponto de fusão da arquitetura clássica totalmente desenvolvi
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com a fé pura do Cristianismo Imperial.
Todavia, na Roma de Constantino, a forma normal das jgrejas era
basílica, um padrão derivado dos Tribunais de Lei. Alberti não apro
esse tipo de edifício, mas menciona de passagem que os cristãprimitivos utilizaram basíIicas romanas particulares para a celebraçdos seus ritos. A basílica, assento da justiça humana, relacionava-
à religião de maneira simbólica: como se afirmava que a justiça e
um dom de Deus; a presença de Deus está para todo o sempre
esfera das decisões jurídicas e, por conseguinte, a basílica foi leva
para o reino da adoração.
O plano fundamentalmente humano e funcional da basílica
considerado muito prosaico por Alberti. Ela não desperta
observador um sentimento de reverência e de piedade, Ela n
possui o efeito de purificação que induz um estado de inocênc
primal que agrada a Deus porque não foi construída de acordo com
geometria sagrada. Nas igrejas centralizadas da Renascença,
forma geométrica é explícita, diferentemente da geometria arca
que subjaz àbasílica ou à igreja gótica, uma geometria só apreciáv
pelo iniciado. Num plano da Renascença, a geometria pura domi
esmagadoramente. Cada uma das suas partes está harmonicamen
relacionada, como os membros de um corpo, tornando manifesta
natureza da divindade.
Como muitos dos seus contemporâneos, Alberti escrev
extensamente sobre os atributos da igreja ideal. Como seu temcorrelato, a cittá ideale, ou cidade ideal, essa igreja é uma express
idealizada do absoluto cósmico, desenhado como uma manifestaçvisível da harmonia divina, um conceito essencialmente neoplatônic
Alberti pretendia que sua igreja fosse construída num terre
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elevado, livre em todos os lados, no centro de uma praça vistos
Devia ser baseada num plinto elevado que servia para protegê-
contra a profanidade da vida cotidiana e ser cercada por um
colunada, à maneira dos antigos templos dedicados a Vesta.Sua geometria explícita devia ser coberta por um domo vistoso, qu
devia ser adornado internamente com caixotões segundo o estilo
Panteão. A abóbada do domo também devia aparentar semelhan
com o céu, na tradição da interpretação cósmica universal do temp
Assim, como na arquitetura ortodoxa oriental e gótica ocidental, to
a igreja redonda era um emblema do mundo - a manifestação cria
da Palavra de Deus: um receptáculo perfeito da humanidade.
Como as igrejas redondas do período dos Templários, essas igrej
centrais não eram vistas apenas como microcosmos do mundo, m
também como símbolos da universalidade de Deus. Muitas igrej
centralizadas reviveram inconscientemente o cubo cósmico na form
de um altar central. O centro, o "uno e absoluto", na iconograf
cristã, é um reflexo d’Aquele que só existe em verdade. Porque s
onipresença era representada pela realização dos sacramentos,
altar era o centro, o omphalos para o qual todos os raios do edifícconvergiam.
Muitas dessas igrejas centralizadas foram dedicadas à Virgem Mar
Essa tendência possuía uma razão simbólica. Desde o período ma
antigo da religião cristã, o culto da mãe de Cristo considerava-a
rainha do céu e a protetora de todo o universo. Essas idéias surgirada associação da mitologia com seu sepultamento, sua assunção
sua coroação, ecoando a coroa circular da rainha celeste
antiquíssima tradição dos céus circulares.
As igrejas circulares, todavia, conseguiram um sucesso
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curta duração. O maior número delas foi construído no período d
1490 a 1560. A Cristandade não desistiria tão facilmente das su
tradições. Em 1483, um artista italiano, Domenico Neroni, s
patrono Ascanio de VuIterra e um sacerdote anônimo foraexecutados por sacrilégio. Inspirados pelo desejo avassalador
conhecer o Número Perfeito e as proporções que guiavam
escultores antigos na feitura das efígies dos deuses, el
conceberam um esquema de evocação desses deuses. Fora
sentenciados à morte por realjzarem atos de magia ritual. A
proporções antigas foram tão estreitamente ligadas à religião pag
que foi só uma questão de tempo a Igreja rejeitar os "templos" dAlberti baseados em sua origem pagã. Eventos como este devem t
espalhado as sementes da dúvida na mente dos ortodoxos.
Em 1554, Pietro Cataneo, em seu livro I quattro libri di architettur
reiterou o conceito de que o templo era um símbolo do corpo d
Deus. Afirmou que, por essa razão, as catedrais deviam s
dedicadas a Cristo crucificado e, como tal, deviam seguir a form
da Cruz Latina. Em 1572, Cado Borromeo, em Instructionu
Fabricae ecclesiasticae et Superlectilis ecclesiasticae, investiu cont
a forma redonda das igrejas afirmando que ela era pagã. Segundo
Concílio de Trento, ele também recomendou o uso da Cruz Latina.
Embora houvesse controvérsia e sugestões de heresia em relaçao uso de igrejas redondas, os sistemas proporcionais antigos era
tidos como admiráveis pelos ortodoxos. Um documento relativo a Francisco della Vigna, em Veneza, fornece-nos um esclarecimen
sobre o sistema proporcional utilizado nas igrejas da Renascen
construídas com formas ortodoxas. O Doge de Veneza, Andrea Gri
assentara a pedra fundamental da nova igreja no dia 15 de agosto d
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1534 e a construção foi iniciada sob as ordens de Jacopo Sansovin
Mas, como nas primeiras dificuldades da Catedral de Milão, surgira
discussões a respeito do sistema proporcional a ser utilizado. U
entendido em proporção, Francesco Giorgi, um monge franciscaque publicara em 1525 um tratado sobre a Harmonia Universal (D
Harmonia Mundi Totius), foi encarregado de escrever um comentásobre o plano de Sansovino. O tratado de Giorgi fundira teo
neoplatônica e cristã, o que produziu o efeito de reforçar a crença
existente na eficácia da razão numérica.
Para essa igreja, Giorgi sugeriu que a largura da nave tivesse nov
passos, já que essa medida é o quadrado de três. Três é o primenúmero real nos termos pitagóricos porque tem um começo, um me
e um fim. O comprimento da nave deveria ser três vezes a largura
cubo simbólico, 3x3x3, que, como a Cidade da Revelação ou o San
dos Santos judaico, contém as consonâncias do Unjverso. A raz
entre a largura e o comprimento, 9:27, também é analisável e
termos musicais, formando um diapason e um diapente (uma oitava
uma quinta). Giorgi, assim, sugeriu a progressão do lado masculi
do triângulo platônico para a nave da igreja.
No lado oriental da igreja, a capela deveria ter nove passos
largura e seis de comprimento, representando a cabeça do Home
Vitruviano. No comprimento, essa capela repetia a largura da nave
na largura, possuía a razão 2:3, um diapente. O coro, també
tepetia as dimensões da capela oriental, resultando toda a igreja e5x9 = 45 passos de comprimento, um disdiapason e um diapente e
termos musicais. As capelas laterais da nave eram largas de tr
passos, e o transepto, de se.is passos. A razão da largura d
capelas do transepto para aquela da nave era 4:3, um diatessaron.
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altura do teto também mantinha uma relação de 4: 3 com a largu
da nave.
Esse sistema global, relacionado às proporções ideais do Home
Vitruviano e às harmonias cósmicas de Platão e Pitágoras, recebido com prazer, e até implementado, depois de ter passad
pelo pintor Ticiano, pelo arquiteto Serbio e pelo filósofo humanis
Fortúnio Spira. A fachada da igreja foi completada por Palladio trin
anos depois, de acordo com o mesmo sistema de proporções e d
razões harmônicas.
Palladio foi um dos maiores expoentes da geometria sagrada d
Renascença. Em seus influentes Quattro libri dell'architettura, Andr
Palladio tentou elaborar um exame geral de toda a arquitetura. E
naturalmente, acentuou seu débito para com Vitrúvio, e tambéAlberti. Todavia, foi a Vitrúvio que Palladio deveu sua ma
inspiração. Para ele, Vitrúvio era a chave dos mistérios da arquitetu
antiga, seus sistemas de proporção e seu simbolismo oculto. M
Palladio não possuía apenas um conhecimento acadêmico
arquitetura clássica. Ele viajara por toda a Itália visitando
restos desses edifícios e produzindo esboços detalhados d
medidas a fim de verificar as afirmações vitruvianas.
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Palladio escreveu: "Embora a variedade e as coisas novas agrade
a todos, elas não devem ser executadas ao contrário dos preceit
da arte e ao contrário daquilo que a razão dita; donde se depreend
que embora os antigos variassem, eles nunca se afastaram d
regras de arte universais e necessárias". Com esse exioma e
mente, Palladio pôs-se a reinterpretar a geometria sagrada clássi
antiga no desenho de seus memoráveis edifícios. As villas
Palladio foram desenhadas com uma simetria rígida derivada de um
única fórmula geométrica. Os compartimentos e seus pórticos fora
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baseados num retângulo dividido por duas linhas longitudinais
quatro linhas transversais. A sua obra mais famosa, merecidamen
é a Villa Rotondo, um desenho magistral que gerou muitas imitaçõ
inferiores. Aparentemente, o desenho é mais adequado para uedifício religioso, já que é óbvia nele uma origem cósmica. E
essência, é composto do quadrado quartado da terra que supor
o domo circular do céu. Em todos os edifícios de Palladio, as razõharmônicas são utilizadas no interior de cada compartimento e n
relação de cada compartimento com um outro. A velha geometr
sagrada dos templos pagãos foi refinada num sistema que serviu
residências palacianas dos ricos.Palladio exerceu uma influência profunda sobre a arquitetura
Renascença e mais tarde, na Inglaterra, Inigo Jones popularizou s
estilo. Em seus Qllattro libri, Palladio alude a um sistema geral
proporção que utilizou em todas as suas incumbências. Ele detalha
que considera ser as proporções mais harmoniosas para as razõlargura: comprimento dos compartimentos. Como as igrejas
AIberti, a obra de PalIadio recomenda as sete formas místicas d
compartimentos: circular, quadrada, a diagonal do quadrado para
comprimento do compartimento V2, um quadrado e um terço, u
quadrado e meio, um quadrado e dois terços e o quadrado duplo. A
razões recomendadas são as seguintes: 1; 1:1; V2:1; 3:4; 2:3; 3:5
1:2. A terceira é a única que é incomensurável nessa progressão e
o único número irracional geralmente encontrado na geomet
sagrada da Renascença. Ela aparece em Vitrúvio num sistem
comensurável e, como tal, talvez represente o último vestígio d
geometria sagrada grega antiga, sobrevivente como um fragmento
período romano.
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Palladio afirma que há três grupos diferentes de razões que fornece
boas proporções par.a compartimentos e dá para cada um deles u
modo de cálculo das alturas baseado num método geométrico
aritmético. Supondo-se que um compartimento meça 6x 12 pés quadrado duplo), a sua altura deverá ser de 9 pés. Se ele medir 4
pés, sua altura deverá ser de 6 pés. No método aritmético, o segun
termo excede o primeiro na mesma medida em que o terceiro exce
o segundo. No método geométrico, o primeiro está para o segund
termo assim como o segundo está para o terceiro. Um out
exemplo, mais complexo, é fornecido: o método harmônico.
Para um compartimento de 6x12, a altura, pelo método harmônicserá de 8 pés. Esse método geométrico estava de acordo com
idéia dos harmônicos exposta no Timeu de Platão como "a méd
excedendo um extremo e sendo excedida pelo outro pela mesm
fração dos extremos". Na progressão 6:8:12, a média 8 excede
em 1/3 de 6 e é excedida por 12 em 1/3 de 12.
Talvez Palladio tivesse extraído essa idéia diretamente das obras
Alberti, mas ela também fora tratada por Giorgi em seu Harmon
Mundi e por Ficino em seu comentário sobre o Timeu. Ela es
baseada, naturalmente, na teoria musical clássica e, como t
provém diretamente da Harmonia das Esferas, a pulsação mística
Universo reconhecida igualmente por pagãos e por mágicos. Es
idéia é comum à Renascença e ao período medieval, mas foi duran
esse último período que ela foi formalizada no comentário de Ficinoem obras como De Musica, de Boécio.
Considerava-se que o uso, na arquitetura, de harmonias derivad
musicalmente era uma expressão da Harmonia Divina engendrad
no ato de criação por Deus; em termos modernos, o "eco" da Grand
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Explosão que deu início ao Universo. Por meio dessa expressividad
da Harmonia Divina, estavam integrados os símbolos duais
templo como o corpo do Homem, o microcosmo, e o templo com
incorporação da totalidade da criação. Em De Sculptura, publicaem 1503, o autor Pomponius Gauricus formula a seguinte questã"Que geômetra, que músico foi esse que formou o homem dess
maneira?" Gauricus, novamente, baseou amplamente as suas teori
no Timeu de Platão.
A conexão explícita entre as proporções visuais e audíveis
Renascença traz novamente à baila a possibilidade de que ela pos
ter sido derivada inicialmente da necessidade de se construir templos como instrumentos que pudessem canalizar as energi
telúricas. No pensamento pitagórico-platônico, a própria música e
vista como uma expressão da Harmonia Universal e era pa
essencial da formação de um arquiteto. Os grandes arquitetos d
Renascença de Brunelleschi em diante estudaram avidamente
música dos antigos. As aberrações arquitetônicas eram vistas e
termos de discordância musical e essas alterações do sistema d
proporção significariam que o templo não podia mais agir como u
instrumento para a produção da Harmonia Divina. Por exemp
durante a construção da igreja de S. Francisco, em Rimini, Albe
preveniu Matteo de Pasti de que a alteração das proporções d
pilastras "destruiria todas as relações musicais".
Escritores como Lomazzo referem-se constantemente ao corhumano em termos de harmonia musical. Por exemplo, a distânc
entre o nariz e o queixo e entre o queixo e o encontro das clavícul
é um diapason, Lomazzo, em seu Idea del Tempio della Pittu
publicado em 1590, afirma que mestres como Leonardo, Migu
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Ângelo e Ferrari chegaram ao uso da proporção harmônica por me
do estudo da música. Lomazzo menciona como o arquiteto Giacom
Soldati acrescentou às três ordens gregas e às duas romanas um
sexta, que chamou de Ordem Harmônica. Soldati era um engenheque estava envolvido principalmente com a construção de máquin
hidráulicas e, assim, era adepto da utilização do conhecimen
geométrico necessário à criação de uma sexta ordem de arquitetu
Infelizmente, não sobreviveu nenhum desenho dessa sexta orde
nem existe edifício algum construído nesse estilo. Todavia, pretend
se que a sexta ordem deveria conter todas as qualidades inerent
às cinco ordens originais e expressar mais vigorosamente a unidabásica e os padrões harmônicos do Universo.
Acreditava-se que a sexta ordem fosse a recriação da ordem perdi
do Templo de Jerusalém, que foi inspirada diretamente por Jeo
quando ordenou a Salomão que o construísse segundo medid
preordenadas. As alegações pagãs dos ortodoxos foram silenciada
A ortodoxia total do Templo de Salomão, ordenada diretamente p
Deus, foi o precedente para a aplicação das razões harmônicas
geometria sagrada nos edifícios cristãos. A reconstrução do Temp
tantas vezes destruído também se tornou o objetivo de muit
arquitetos desse período. Como Soldati, o jesuíta espanh
Villalpanda estava interessado na recuperação da sexta ordem. Su
pesquisas levaram a uma nova geração do desenho.
Talvez a mais impressionante e complexa obra dentre aquelas qforam ocasionadas pelas teorias a respeito do Templo de Jerusalétenha sido El Escorial, o estupendo palácio-mosteiro erigido sob
ordens de Felipe II de Espanha. A fundação do Mosteiro de Sa
Lorenzo de El Escorial, para dar seu nome completo, foi concebid
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como um ato de ação de graças pela vitória espanhola na batalha
San Quentin.
EI Escorial foi construído como um resultado direto de um vo
sagrado que Felipe II fez na véspera da batalha. Travada no dia dSão Lourenço, a 10 de agosto de 1557, a batalha resultou na derro
dos franceses pelas forças de Felipe. Em reconhecimento desse d
momentoso, o eixo da igreja, e por conseguinte todo o padr
geométrico do mosteiro, foi orientado para o ponto do pôr-do-sol a
de agosto. Esse procedimento era extremamente incomum, pois
nascer-do-sol era e é universalmente reconhecido como o horácorreto para a determinação de tais alinhamentos.
Diz-se que o plano geral do edifício, na forma de uma grelha, lemb
o martírio apavorante do santo padroeiro, de quem o rei era u
devoto. Felipe decidiu construir esse grande estabelecimen
monástico para a Ordem Hieronimita e o planejou de acordo co
revelações bíblicas. A obra de construção foi iniciada a 23 de abril d
1563 e completada 21 anos depois. O arquiteto Juan Bautista d
Toledo foi encarregado de dirigir a obra, mas, com sua mo
prematura, seu assistente Juan de Herrera levou-a adiante
completou com êxito um magnífico edifício sagrado num estilo mu
pessoal. Não obstante, a despeito da sua marca pessoal,
princípios seguiam estritamente os preceitos canônicos. Felipe II
Juan Herrera eram seguidores ardorosos do místico espanhol Ram
Lull, cujas exposições matemáticas da Harmonia Universal lhaviam conseguido a pena de morte por heresia anti-islâmica duran
a ocupação moura.
Herrera aplicara anteriormente as harmonias derivadas musicalmen
em sua construção da catedral de Valladolid e pretendeu fazer
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mesmo com o Escorial. Basicamente vitruviana em desenho,
geometria é a do ad triangulum. Toda a planta baixa abrange
Homem Vitruviano. No planejamento global, o Escorial ecoa
Campo dos Israelitas, um tema abordado por Villalpanda em setratado erudito sobre Ezequiel. Como a imagem do microcosmo,
mosteiro foi fundado num dia astrológica e historicamente favoráve
desde o princípio pretendeu-se que ele seria o epítome de todas
artes e letras da época.
O ambiente dos círculos místicos espanhóis da época da fundaçdo Escorial produziram uma obra monumental, In Ezechiele
Explanationes. Embora fosse publicada após o completamento dmosteiro, ela fornece a chave das idéias inextricavelmente envolvid
na obra. Dois jesuítas, Juan Bautista Villalpanda e Jeronimo Prad
puseram em prática durante longo tempo uma série de pesquis
complexas e esmeradas sobre a estrutura e o simbolismo do Temp
de Salomão e a sua interpretação na visão de Ezequiel.
reconstrução, e o raciocínio que está por trás dela, ocupa a ma
parte do segundo dos três tomos que comentam o Livro de Ezequi
Estes livros foram financiados por Felipe lI, a quem foi dedicado
primeiro volume. A dedicatória diz que ele "parecia (...) Salomão
grandeza de alma e de sabedoria enquanto construía a ma
magnífica e verdadeira das obras reais, San Lorenzo de el Escoria
Esta similaridade imaginosa com Salomão ecoa as mesmíssim
alusões aplicadas ao Imperador Romano Oriental Justiniano e
Santo Imperador Romano Carlos Magno. Codimus relata q
Justiniano, ao ver a grande igreja de Santa Sofia em Constantinop
exclamou "Salomão, eu o excedi!" e Carlos Magno, segundo se
biógrafo Notker, o Gago, construiu as suas igrejas e seus paláci
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"seguindo o exemplo de Salomão". Além disso, um dos títul
ganhos por Felipe II era Rei de Jerusalém e o Escorial foi modelad
segundo o templo dessa cidade.
De acordo com VilIalpanda, a harmonia platônica utilizada por AIbePalIadio e Soldati fora revelada a Salomão por Deus. O sistem
emprega as harmonias musicais do diatessaron, do diapason, d
diapente, do diapason com diapente e do disdiapason; mas rejeita
sexta consonância vitruviana do diapason com diatessaron. Por est
meios era a relacão complexa dos elementos da arquitetura clássi
relacionada à Vontade de Deus.
Esta vasta obra mística foi lida por um amplíssimo número
pessoas e exerceu uma influência muito grande, pois que sintetiza
os mistérios escatológicos do Velho Testamento com as teori
grecoromanas platônicas de Vitrúvio. Herrera, o arquiteto t
intimamente ligado à execução dos desejos de Felipe II, é aponta
por VilIalpanda como seu mestre. Como um discípulo de Herrer
Villalpanda estava na posição perfeita para expor os princípi
ocultos do Escorial e seu predecessor, o Templo salomônico. S
reconstituição pode ser situada em 1580, dezesseis anos antes d
publicação, e Herrera, ao ver os desenhos, teria comentado que u
edifício de tal beleza só poderia provir de Deus.
Villalpanda e Prado não foram os primeiros comentadores a tent
uma reconstrução perfeita do Templo salomônico. Na verdade,
primeiro e talvez mais famoso bibliotecário do Escorial, Benito AriMontano, publicara em 1572 a sua própria interpretação do Temp
O seu plano era todo em estilo clássico com uma torre de quat
estágios à maneira da Renascença. Villalpanda desprezou es
plano como uma fantasia porque "não seguia a especificação d
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santa profecia, nem mesmo em parte". VilIalpanda, um gran
acadêmico versado na Bíblia e um hebraísta, acreditava que e
através dos exercícios espirituais de sua ordem, chegara
verdadeira manifestação do Templo. Suas raízes místicas, verdade ocultas, estavam na Cabala hebraica, o cânone pagão d
Vitrúvio, e no misticismo matemático do herético Ramón Lull.
Os recintos do templo, freqüentemente ignorados pel
reconstrutores posteriores, especialmente aqueles de cre
protestante, foram sumamente importantes para Villalpand
Executadas com a forma geral de um quadrado, as sete cort
representavam astrologicamente os sete planetas e outros pontsignificativos, as casas astrológicas e as tribos de Israel.
Nem todos os edifícios místicos do período voltavam às font
bíblicas para dali retirarem sua inspiração. Um edifício único
Inglaterra, que exibe publicamente a geometria sagrada e
matemática oculta, é a famosa Loja Triangular, em Rushton,
Northamptonshire. Esse edifício devocional foi erigido sob as orde
de Sir Tomas Tresham, um devoto do catolicismo romano q
desejou continuar sua adoração particular num clima político hos
àquela religião. A Loja Triangular era a sua expressão de su
devoção à Santíssima Trindade, e, sendo um emblema da Trindad
foi construída na forma de um triângulo eqüilátero.
Cada um dos lados da loja tem um comprimento de 33 pés e
polegadas. Há três pavimentos; três janelas em cada andar em caum dos três lados e cada janela divide-se em três. Há três inscriçõlatinas, cada uma das quais tem 33 letras. Uma delas, todavia, ésímbolo &, o que perfaz a centena redonda notável no comprimen
total dos lados. O teto foi terminado com três frontões de cada lado
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um remate de três lados foi executado acima do teto. Abaixo d
janelas do segundo andar, no lado da entrada. há a data 1593 e
iniciais do construtor, T. T. Mesmo a letra "T” é símbolo do três.
O ornameqto, se assim se pode chamar, está profundamenocultado no volume. Num frontão há as figuras 3898 e abaixo delas
a Menorah, o candelabro de sete ramos dos judeus. No front
seguinte, há a inscrição Respicite e um relógio solar. No tercej
frontão está o número 3509 e a pedra de sete olhos. Cada um d
três lados representa, assim, um aspecto da Trindade.
A loja continua sendo uma singularidade, embora uma igre
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triangular emblemática da Santíssima Trindade tenha sido erigid
em Bermondsey, em Londres, em 1962. Os edifícios triangulares s
notoriamente desprovidos de praticidade na acomodação de fiéis
poucos foram construídos dessa maneira. A geometria sagrada fconcessões a esse respeito e capacita o arquiteto a incorporar
simbolismo numa maneira arcana. Tresham ultrapassou o méto
tradicional e cometeu uma "loucura" memorável - que continua sen
um testemunho de um extraordinário fervor religioso.
Mais ou menos no mesmo período, a magia, despojada de seu rótu
herético e praticada sob a nova ordem do Rosacrucianism
começou a florescer abertamente na Inglaterra protestante polímatos como John Dee e Robert Fludd, cujas pesquisas iam d
matemátjca à alquimia, via astrologia e ocultismo, criaram vári
sistemas de geometria sagrada que codificavam suas descobert
mágicas.
12. A Geometria do Barroco
Aplica-se o termo barroco hoje em dia à arquitetura dos séculos XV
e XVIII, tendo sido originalmente um pejorativo derivado da palav
italiana baroco. Essa palavra foi usada pelos filósofos da Idade Méd
para descrever qualquer idéia por demais complexa ou qualqu
conceito intrincado. Também se aplicava a algo bizarro ou disform
por exemplo uma pérola, e pressupunha a quebra das regr
canônicas da proporção ao capricho do artista ou arquiteto. Assim
Barroco, como o movimento Art Nouveau posterior, era visto pel
puristas como degenerado por causa do seu ponto de partida ma
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ou menos distanciado do cânone rígido da arquitetura clássica.
A arquitetura barroca pode ser vista como uma continuação d
revitalização clássica da Renascença. Na verdade, os primeir
edifícios em estilo barroco enquadram-se perfeitamente na tradiçãopodem ser distinguidos apenas por diferenças de detalhe
manipulação do ornamento. Todavia, o Barroco propriamente d
rompe com o estilo recomendado da arquitetura romana e este fa
está refletido em sua geometria subjacente.
Afirma-se amiúde erroneamente que na geometria sagrada clássi
as formas dos edifícios devem ser relacionadas simplesmente
figuras geométricas principais. No Barroco vemos a primeira evas
deste conceito, pois, embora as formas se relacionem às figur
geométricas familiares, elas devem estar relacionadas a um ou do
intervalos. Assim, uma forma comum nos interiores da igreja barro
é o oval. Essa forma, como seus precursores espirituais na e
megalítica, pode ser baseada em figuras significativas como
triângulo 3:4:5 pitagórico. Ao passo que as fachadas das igrejas
das catedrais barrocas ainda utilizavam combinações de retângul
de raiz, as plantas baixas aumentavam o número de liberdades.
Os edifícios de Gianlorenzo Bernini demonstram admiravelmente
complexidades da geometria sagrada barroca. Seu S. Andrea
Quirinale, em Roma, construído como uma igreja pa
noviços jesuítas, entre 1658 e 1670, era um oval transverso
setenta pés por quarenta, em desafio deliberado à orientaçtradicional do altar ao longo do eixo. Desse oval emergem o
capelas laterais que, com o nicho ocupado pelo altar elevado e pe
entrada no lado oposto, fornecem uma geometria décupla. Nun
antes fora tentado um plano como este, que não tem paralelo e
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termos geométricos. Muitos anos antes, o excêntrico arquite
sagrado Francesco Borromini construíra igrejas segundo um sistem
ad triangulum modificado. Embora tenha sido feita uma bre
tentativa, durante a construção da Catedral de Milão, de se usar o triangulum, o sistema era extremamente incomum na Itália antes
século XVII. Talvez a SS Trinita, de Vitozzi, em Turim, seja o úni
exemplo mais antigo, e só foi iniciada em 1598.
O desenho sem dúvida alguma barroco de Borromini para
Archiginnasio, depois sede da Universidade de Roma e mais tar
ainda dos Arquivos Estatais Italianos, incorporou a pequena igreja
Santo Ivo. Ela fora desenhada segundo o plano do Selo de Salomãdois triângulos interpenetrantes. A planta baixa está embelezada pe
desenvolvimento de vértices alternados do selo em recôncav
semicirculares simples e pelo fechamento dos outros a meio camin
por traços convexos. Paredes convexas e côncavas inte rage
assim, com pequenas paredes intersticiais retas para produzirem u
interior ondulante que, não obstante, limita-se rigidamente
geometria sagrada.
Externamente, Santo Ivo ecoa o hexágono do interior. Uma cúpu
encimada por seis arcobotantes eleva-se para um remate central q
é uma espiral antidextrorsa de três voltas e meia, um eco d
zigurates antigos da Babilônia. Na verdade, muit
ilustrações contemporâneas da Torre de BabeI apresentam es
forma espiral.As três voltas e meia do remate espiral têm paralelo no número d
voltas da serpente interna Kundalini do Budismo Tântrico indian
Borromini aqui passa um recibo do conhecimento arcano manipula
de maneira verdadeiramente moderna.
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Na atmosfera conservadora de Roma, a visão genuinamente barro
de Borromini recebeu poucos aplausos. Diferentemente
arquitetura em voga, suas obras baseavam-se mais na pura form
geométrica do que no Homem Vitruviano. Bernini criticouchamando sua arquitetura de extravagante, pois, ao passo q
outros arquitetos usavam a estrutura humana como ponto de partid
Borromini baseou seus edifícios na fantasia. Utilizar uma geomet
in comum era considerado heresia, pois ela envolvia princípios
conceitos externos à fé cristã. Afinal, não fazia muito tempo q
Giordano Bruno fora queimado na fogueira por heresia (1600). S
idéia neoplatônica do universo como um todo harmonioso era maou menos aceitável na Renascença católica, mas as idéias neopag
expressas em sua geometria não o eram. Ele utilizara explicitamen
diagramas geométricos para expressar os atributos de Deus, figur
microscópicas para uma compreensão do macrocosmo.
A influência de Borromini, todavia, não foi abafada. Seu sucess
natural foi Guarino Guarini, que desenhou a singular S. Lorenzo e
Cappella della S. Sindone em Turim. Esses edifícios segue
Borromini na sua utilização usual do ornamento e do esboço. S
Lorenzo foi desenhada como um octograma com uma série
suportes de domo que são uma reminiscência de uma prática antig
como a Grande Mesquita de C6rdova, na Espanha (875). Es
padrão octogrâmico, inscrito num quadrado, serviu para a "nave" d
igreja, ao passo que um oval formou o santuário. Todavia, como
obra de Borromini, esse oval mascarou um Selo de Salomão, e
cujo centro ficava o altar principal.
Outra obra-prima de Guarini foi a capela que ele desenhou para
guarda daquela que talvez seja a mais santa e certamente a ma
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contenciosa relíquia da Cristandade - o sudário de Turim. Coloca
entre o coro da velha catedral e o palácio real, essa capela f
concebida como uma estrutura cilíndrica encimada por um domo
triangulum modificado. Esse ad triangulum não era verdadeiramenreto, pois continha outra singularidade barroca, uma simet
nônupla. Construído, o corpo da capela tem uma simetria nônup
que se reduz a uma simetria tripla no nível do arco. Este, por s
vez, compõe a abóbada. No centro dela há uma estrela de do
pontas. No todo, a abóbada consiste de 36 arcos e 72 janelas, fa
que enfatiza o simbolismo duodécuplo.
A palavra barroco tende a evocar na mente de muitas pessoas umdisposição desenfreada de ornamento aparentemente casual que
mantém suspensa, como que por mágica, de uma tela de fundo d
motivos clássicos desconectados arranjados de maneira teatralmen
espetacular. As igrejas da Europa central, reconstruídas à mane
barroca após a Guerra dos Trinta Anos, favorecem a formação des
imagem. Igrejas como a de Sváty Mikulas em Praga ou a igreja d
peregrinação de Vierzehnheiligen na Alemanha talvez seja
exemplos típicos das melhores dessas igrejas. Ambas possue
exteriores retilíneos que ocultam interiores extremamente curvo
Uma série de vesicas, círculos e ovais está perfeitamente articula
a uma estrutura de retângulos.
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Em Vierzehnheiligen, o arquiteto Balthasar Neumann executou um
planta baixa totalmente independente do plano da abóbad
combinando, assim, duas geometrias diferentes mas superpostas. O
princípios da geometria sagrada que guiavam os arquitetos Renascença foram modificados e remodificados até que a geomet
do edifício fosse modificada por uma pletora de geometrias terciári
e quaternárias. Na Inglaterra, todavia, as velhas tradições fora
mantidas até uma data bastante posterior.
Sir Christopher Wren talvez seja o arquiteto inglês mais famoso d
todos os tempos. Só ele, entre os arquitetos, é mencionado n
histórias correntes e suas obras-primas, em Oxford, Cambridge
Londres, são admiradas anualmente por milhares de turistas que, d
outra maneira, não costumam se interessar por arquitetos. Wren
um cientista que chegou à arquitetura por um ponto de vis
racionalista. Seu mentor espiritual foi naturalmente o ubíquo Vitrúv
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mas Wren utilizou seus princípios apenas como pontos de partid
que ele simplificou. Quando lecionava em Oxford, em 165
pronunciou uma conferência em que expôs seu ethos:
"As Demonstrações Mntemáticas, constituindo-se sobre
inexpugnáveis Fundações da Geometria e da Aritmética, são a
únicas Verdades que podem mergulhar na Mente do Homem. vaz
de toda Incerteza; e todos os outros Discursos participam mais o
menos da Verdade, segundo seus Assuntos sejam mais ou men
capazes de Demonstração Matemática.”
Assim, para Wren, a geometria era a pedra de toque, a base infalíve imutável contra a qual todo conhecimento deve ser julgado. Se
escritos teóricos são poucos, pois os arquitetos ingleses não tendia
a um autojulgamento nessas práticas, diferentemente de su
contrapartidas italianas. Todavia, em Parentalia, escrito pelo filho
Wren, há um apêndice composto de quatro Tracts, "(...) Bosquejgrosseiros, imperfeitos (...)" que, embora sejam notas fragmentária
esclarecem a prática da geometria sagrada na Inglaterra do sécu
XVII.
O Tract I discute as intenções da arquitetura, que "visa a Eternidade
A disciplina da arquitetura é idealmente eterna e, portanto, baseia-
nas Ordens Clássicas que são "a única Coisa incapaz de Modos e d
Modas", e, como tal, representam a verdadeira beleza canônica, couma base estética fundada na geometria.
De acordo com Wren, há duas causas de beleza, a natural e
convencional. A beleza natural deriva diretamente da geometria e
figuras geométricas concordam com a "Lei da Natureza" pa
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formarem o mais belo. A beleza convencional baseia-se
associação e, conseqüentemente, é inferior àquela que deri
geometricamente.
Nas suas igrejas da Cidade de Londres, e na obra-prima da Catedde São Paulo, a geometria pode ser vista como o princípio conduto
Este fato se evidencia ainda mais no caso de muitos campanários
igrejas da City, que são pouco mais do que uma pilha de element
geométricos. Isso não lhes tira o mérito de maneira alguma, po
cada elemento foi magistralmente combinado com o que está abai
dele, criando estruturas barrocas ao mesmo tempo elegantes
exóticas. Mesmo o domo de São Paulo pode ser reduzigeometricamente a Mma "pilha de elementos" comparável a u
Chorten tibetano e pode merecer uma interpretação simbólica simila
Embora o nome da Catedral de São Paulo evoque agora visões d
uma obra-prima barroca, antes do Grande Incêndio de Londres e
1666 ela era uma das maiores igrejas medievais da Europa. Erguid
sobre as fundações de uma igreja mais antiga, essa obra-prim
gótica possuía a torre mais alta da Inglaterra. Com 555 pés, a tor
era a estrutura mais alta jamais construída em Londres atéconstrução da Torre dos Correios em 1965. A torre desapareceu nu
incêndio no século XVI e a catedral gótica foi irremediavelmen
prejudicada num desastre que incinerou grande parte da cidade.
A reconstrução da catedral foi discutida pelo "Vitruvius Brittanicus
Inigo Jones, Arquiteto da Corte, nos anos 1530. Seus planos nunforam executados. Mesmo depois do Grande Incêndio, os rest
foram arranjados às pressas para utilização posterior, mas por vo
de 1672, quando as paredes inclinadas e a pedra
cantaria desintegrada ameaçavam transformar a congregação num
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avalanche de pedregulhos, a catedral foi fechada. 'Wren, que fo
indicado anteriormente como o arquiteto encarregado da construçãaceitou a oportunidade de edificar uma nova catedral.
Após muitos planos e modelos, a catedral final emergiu. Baseada ad quadratum gótico, o desenho desenvolveu-se de uma estrutu
centralizada albertiana. para um plano tradicional, com nave, nav
laterais, transeptos e grande coro. Todavia, foi mantida
característica principal, um espaço central no cruzamen
Geometricamente, as partes da catedral foram desenhad
predominantemente de acordo com a razão 3:2:1, embora a razão
1 também seja comum. Assim, a nave tem 41 pés de largura e 8pés de altura; as naves laterais possuem 19x38 pés; o espaço abai
do domo possui 108 pés de largura e 216 de altura; e as janel
medem 12x24 pés. A geometria básica da planta baixa de todo
edifício foi desenhada no interior de um quadrado duplo de 250x5
pés. Essa construção nacional tem as mesmas proporções d
templos da Pirâmide de Escada, do Tabernáculo Hebraico e
Templo de Salomão, pontos que não foram perdidos pelos franc
maçons operativos liderados por Thomas Strong, a quem Wr
empregou para construir seu magnum opus.
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A altura global da catedral também aderiu a dimensões mística
possuindo 365 pés desde o nível do chão até o topo da cruz douraque encima o vasto domo. Esse número, o número dos dias do a
solar, representa a consumação do ano de Deus, o Tempo Cósmi
em que o Reino do Céu se cumpre na Terra. Essa altura de 365 p
foi utilizada nos anos 1930 na catedral anglicana de Guildford, ond
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Sir Edward Maufe incorporou essa medida ao esquema
triangulum. Além das suas conotações anuais, o número 3
equivale em gematria ao nome Abraxas, que, além de ser a orige
da palavra mágica Abracadabra, simboliza a consumação de todconhecimento. Mais importante que isso, a figura 365 pés é um
medida geodésica, ligada diretamente às dimensões do planeta. Émilésima parte da extensão ao nível do chão de um grau da latitud
em Londres, que é de 365.000 pés. 'Wren, que certa vez medira
globo da Lua para seu patrono o rei Carlos II, não usa
casualmente essa medida.
13. A Geometria Sagrada no Exí lio
Embora após a época de Wren e Newton houvesse um novo mund
secular em construção, durante o século XVlII havia ainda u
interesse pelas máximas da harmonia musical de Palladio
construção. Em 1736 surgiu o livro de Robert Morris, intitulaLectures on Architecture, consisting of rules founded upon Harmoni
and Arithmetical Proportions in Building. As idéias expostas nes
obra seguiam a teoria de que, exatamente como existem apenas se
graus na música que podem ser discernidos pelo ouvido human
assim também existem apenas sete formas compostas de cub
apropriadas à elegância e à beleza.
De acordo com Morris, 1:1:1 era o cubo perfeito; 1 1/2:1:1 o cubo
meio; 2:1:1 dois cubos colocados lado a lado; 3:2:1 seis cub
perfeitos; 5:4:3 sessenta cubos e 6:4:3 setenta e dois cubos. A
proporções harmônicas consistentes que são visíveis hoje em muit
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casas georgianas atestam seu poder sobre as mentes de muito
arquitetos seculares especulativos do século XVIII. Todavia, por ma
imperfeita que sua interpretação da geometria sagrada possa t
parecido ser, esses arquitetos ainda reconheciam que, para se criharmonia, deve-se começar com uma estrutura geométrica sobre
qual se deve preparar um desenho.
No século XIX, muitas das idéias dos séculos anteriores ha viam si
rebaixadas a uma mera cópia. Os únicos arquitetos que trabalhara
com forças reais foram os engenheiros civis, tais como Thom
Telford e Isambard Brunel, e mais tarde Gustave Eiffel e Lou
Sullivan, que produziram edifícios e estruturas cujas proporçõforam exigidas pelas restrições da engenharia. Se
contemporâneos, nesse ínterim, contentaram-se em geral e
desenvolver cópias servis de estilo mourisco, gótico, romântic
bizantino, palladiano, paladano, neo-renascentista, ou, pior, mistur
e sínteses bizarras desses estilos. As melhores dessas mistur
figuram hoje como maravilhosos monumentos idiossincráticos,
predecessores espirituais da Disneylândia. As piores sucumbiram
muito tempo ao martelo do demolidor.
A arquitetura sagrada do século passado foi principalmente imitativ
Pilhas enormes, como o Sacré Coeur de Paris, erigido pa
comemorar o esmagamento da Comuna anarquista de 187
incorporaram a geometria, mas, como as igrejas "decoradas" e
todos os detalhes, como as de Pugin, pouco tiveram de místico eseu planejamento. A pesquisa sobre esses assuntos é insuficien
Todavia, pode-se dizer com alguma certeza que um grande núme
de igrejas que brotaram entre o proletariado urbano foi desenhad
simplesmente como exercícios. Cidades como Swindon e Crew
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dormitórios para funcionários explorados de rodovias, foram erigid
com o mínimo de custo e de planejamento, e assim também o fora
seus templos espirituais.
No outro lado da moeda, no reino do verdadeiramente oculto,século XIX foi algo como uma renascença. Livre do temor
inquisição, tendo o poder da igreja sido quebrado pela revoluçpolítica e por brechas científicas, os praticantes das velhas ciênci
ocultas puderam sair à luz e expôr suas teorias e suas descoberta
Surgiu um grande interesse pela astrologia, pelo espiritualismo
por todas as espécies de magia. Necromantes como o mago franc
Éliphas Levi puseram em prática evocações dos espíritos dos mort- e publicaram livros com os seus resultados. Na sua magnífica ob
Transcendental Magic, It’s Doctrine and Ritual, ele descre
em detalhe a evocação do espírito de Apolônio de Tyana, o gran
milagreiro pagão da antigüidade. Neste ato, o sinal do pentagrama
escavado sobre o mármore branco de um altar trazido especialmen
com esse objetivo. Depois de vários ritos, um ser foi conjurado, m
a magia de Lévi não pôde controlar esse espírito e ele se perdeu.
Uma tal descrição de uma operação mágica não poderia ter sid
publicada antes do século XIX. Era tal a falta de fé no poder d
Cristandade, que muitas idéias "frescas" foram postas em circulaçãMuitos desses conceitos provieram do conhecimento antigo. N
arquitetura, muitos segredos maçônicos e geomânticos antigos fora
dívulgados em 1892 com a publicação de Architecture, Mysticism aMyth, de W. R. Lethaby. Cinco anos depois, William Stirling public
anonimamente sua obra-prima incomparável, The Canon, que exp
as conexões entre a arquitetura dos antigos e a revelação mágica
escritural. Pela primeira vez na história muitos mistérios ocult
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foram publicados de maneira facilmente compreensível. Os segred
maçônicos, que durante muitos anos haviam vazado aos poucos e
vários livros, foram pela primeira vez amalgamados com
conhecimento diversificado que então era colhido dos quatro cantdo mundo por antropólogos e folcloristas.
The Secret Doctrine e Isis Unveiled, livros de Madame Blavatsk
trouxeram muito conhecimento esotérico oriental e egípcio para um
forma facilmente consumível pela mente ocidental. Na verdade,
influência do seu pensamento "teosófico" exerceu uma profun
influência sobre o século XIX, desde os escritos e arquitetura d
Rudolf Steiner até os edifícios modernos do grupo De Stijl e amesmo, por meio da doutrina das raças originais, às teorias racist
dos nazistas alemães. A Ordem ocultista da Aurora Dourada e
seus muitos grupos paralelos também tomaram disponível muito
conhecimento metafísico arcano dos mágicos antigos e medieva
Combinados com essa grande revitalização do conhecimento ocul
os grandes progressos em ciência e tecnologia apresentados n
séculos XIX e XX tornaram possível investigar a estrutura físi
subjacente da matéria e da geometria orgânica dos reinos vegeta
mineral.
Todavia, o leitor verá que estamos numa época materialista,
maneira que, embora esses princípios arcanos tenham si
publicados, sua aplicação à vida cotidiana foi e é feita de mane
velada. Os princípios da geometria sagrada, não obstante sejamuito bem conhecidos a essa altura, carregam consigo o pod
antigo e sua aplicação ainda produz o efeito desejado. Todavia, es
crença infelizmente tem hoje o interesse de apenas uma minoria.
maioria das pessoas a ignora; na verdade, sua recíproca também
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verdadeira.
No começo do século XX, o culto da iluminação tornara impossíve
um arquiteto admitir que ele estava trabalhando segundo princípi
esotéricos. Assim como a geomancia fora em grande mediextirpada, e por toda a parte da superfície da Terra fos
considerada igualmente profana, assim também a geometria sagra
foi vista apenas como uma aderência supersticiosa a um sistem
sem valor algum para a tradição. De fato, as coisas foram aind
mais longe. A maioria dos arquitetos não estava consciente de q
havia uma tradição.
Um livro típico do período, Hints on Building a Church, de Henry Pa
Maskell (1905), apresenta um guia muito insuficiente das medid
canônicas. Seu conhecimento da geometria sagrada era mínim
mas conseguiu escrever uma obra influente sobre construção d
igrejas. Por volta de 1905, só os arquitetos versados no sab
maçônico antigo, ou, de fato, os franco-maçons praticantes, estava
interessados nas sutilezas da geometria canônica. Muito do interes
passou para teóricos arquiteturais acadêmicos, como Lethaby.
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Maskell escreveu: "Nossos predecessores acreditavam muito naqu
que a psicologia moderna chama de mente subconsciente. (...) 'sentido interno' fazia todas as avaliações inconscientemen
Devemos reconhecer que essa crença era justificada, via de regr
em suas obras, mesmo nos assuntos mais abstrusos da acústica
da ventilação". Esta afirmação, naturalmente, não faz sentido. Não
erige por meios "inconscientes" uma catedral como a de Salisbu
com uma torre de quatrocentos pés que resistiu por setecentos ano
Edifícios como esse são o resultado de uma avançada tecnologia arquitetura, planejados de acordo com os princípios seguros
geometria. Por volta do começo deste século, a idéia de progress
demonstrada tão convincentemente por avanços tecnológicos com
as telecomunicações, a luz elétrica e os veículos a motor, torn
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impossível o fato de que os construtores da Idade Média tivesse
possuído planejamentos inteligentes. As plantas de execução d
arquitetos medievais repousam esquecIdas nas bibliotecas d
catedrais. de maneira que a teoria "do inconsciente" era umdesculpa conveniente.
As idéias psicológicas de escritores como Maskell devem ter sid
condicionadas pela obra recente de psicólogos como C. G. Jun
Em sua obra mais antiga, Jung discute as fantasias experimentad
por um médium histérico que ele estudara. Em On the Psycholo
and Pathology of So-called Occult Phenomena, expôs pela prime
vez os conceitos de "arquétipos" e "inconsciente coletivo". Judescobriu que determinados padrões geométricos e simbólic
tendiam a recorrer espontaneamente nos desenhos, nas pinturas
nos sonhos dos seus pacientes. Os conceitos antigos dos filósof
gnósticos e dos cabalistas cristãos, especialmente o seu simbolism
ocorrem espontaneamente ao longo de todas as suas obras. E
acreditava que esses padrões ocultos fossem, por conseguin
imagens espontâneas nas mentes das pessoas. Escritores como
místico Jakob Boehme, que viveu no século XVII, expressaram-
longamente sobre símbolos geométricos e alquímicos que, pa
Jung, eram tão importantes para a idade moderna quanto os post
com letreiros para a geografia da mente, exatamente como o era
no século de Boebme os símbolos do Princípio Divino.
Essas idéias foram retomadas por escritores como Maskell, que vno simbolismo das catedrais a atuação insensata de autômat
ignorantes, levando à frente a sua tarefa de uma mane
inconsciente. Jung mostrara que os padrões arquetípicos gerad
espontaneamente correspondiam com perfeição ao simbolism
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tradicional da geometria sagrada, de maneira que aque
interpretação era inevitável. O núcleo da corrente ortodoxa
geometria sagrada fora relegado aos livros e às revistas de corp
ocultistas e às teorias de indivíduos excêntricos como ClauBragdon e Antoni Gaudí.
Antoni Gaudí é uma figura importante, se não enigmática,
arquitetura moderna. Católico romano devoto, Gaudí considera
toda ação um ato de piedade, e não menos a sua arquitetura. Ma
por conveniência do que por fundamentação lógica,
historiadores da arte categorizam suas obras únicas de fantas
canônica no saco de gatos do Art Nouveau. Os escritores tenderamenfatizar o bizarro ou o aspecto inovador da sua obra em detrimen
da tradição canônica dentro da qual ele operava conscientement
Embora sublinhem as inscrustações orgânicas - os azulej
policromados, os bonecos de cacos de cerâmica, os ferros retorcid
e as paisagens de pesadelo são um sistema de geometria sagra
cujas origens podem ser remontadas ao ad triangulum medieval d
Catedral de Milão e aos esquemas proporcionais de Vitrúvio.
Diferentemente de muitos outros expoentes da geometria sagrad
moderna; Gaudí era totalmente ortodoxo em suas crenças religiosa
Era católico romano, com uma devoção especial ao culto da Virge
Em cada um dos dias da sua longa vida, ele assistiu aos serviçreligiosos apropriados, nos últimos anos chegava a caminhar muit
milhas para fazê-Io. Naturalmente, seu ponto forte era o desenho digrejas, embora também tivesse desenhado muitos blocos
apartamentos. Acreditou-se que um deles, a Casa Mila, seria a ba
para uma vasta efígie da Virgem. Essa singularidade, todavia, nun
foi completada, pois a construção coincidiu com a sublevaç
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anarquista de 1909, quando muitas fundações religiosas foram al
de ataques impiedosos dos insurrecionistas anticlericais. Após
repressão sangrenta da sublevação, o patrono de Gaudí temeu um
outra revolução, talvez mais bem sucedida, e resolveu não mamarcar sua propriedade com esse estilo. A com una anarquista q
se bateu contra a cidade durante o ano de 1936 realmente ataco
igrejas, mas poupou a Casa Mila, de maneira que sua recusa
mostrou realista.
A obra-prima de Gaudí, cuja construção ainda está em andament
foi o Templo Expiatório da Sagrada Família (a Sagrada FamíliaEsse edifício enorme, que levará um outro século para scompletado, foi concebido como um símbolo do renascimento crist
da cidade de Barcelona. Gaudí trabalhou muitos anos no projeto, q
ainda era fragmentário por ocasião da sua morte em 1926. Se
planos e modelos foram grandemente destruídos durante
Revolução Espanhola dos anos 1930, mas seus seguidor
reconstruíram-nos posteriormente a partir de material já publicad
Pretendia-se que a Sagrada Família fosse a progressão lógica d
arquitetura gótica "libertada do flamboyant", com a utilização d
técnicas modernas para evitar a necessidade de expedient
estruturais tais como os arcobotantes. De fato, o interesse de Gau
pela geometria esotérica fez dele um dos primeiros arquitetos d
tempos modernos a empregar o arco parabólico e, por essa razãseus edifícios contêm aquilo que à primeira vista parece ser u
conceito ridículo - pilares inclinados. Estes pilares, todavia, são
resultado de se considerar a construção de um edifício como um to
que integra mecânica e organ:camente todas as partes de mane
que ela ecoe espiritualmente, se não funcionalmente, a nature
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"abrangente" da arquitetura gótica.
Diferentemente dos edifícios "copiados", a Sagrada Fami
enquadra-se verdadeiramente na tradição da geometria sagra
porque utilizou esse sistema para determinar as suas formas. Essformas, verdadeiramente modernas para a época, devem pouco
nada aos estilos passados e, por causa da sua geometria subjacen
são adequadas ao propósito para o qual foram planejadas. Este fat
e não a forma externa, separa a arquitetura realmente sagrada d
arquitetura meramente inventada ou derivada.
Na mesma época em que surgiram as maiores obras de Gaudí, idéias do revivescimento dos rosacruzes e as descobertas teosófic
de Madame Blavatsky estavam sendo sintetizadas pelo gênio ocu
de Rudolf Steiner num sistema novo, a Antroposofia. Nem mag
nem religião, a Antroposofia pretendia ocupar um novo nicho entre
artístico e o místico. Steiner, fundador e mentor do credo, constru
uma sede que era uma reprodução do espírito dos templos antig
em tudo menos no nome. Incorporando uma geometria sagra
verdadeira, esse templo, conhecido como Goetheanum, era
culminação de muitos anos de pesquisa. Em 1911, Stein
pronunciou uma conferência intitulada The Temple is Man, em q
discutiu os princípios que subjazem aos templos da antigüidad
Todavia, diferiu do historicismo usual dos seus contemporâneos, po
não falava só dos templos antigos, mas também dos do futuro. Este
entre os quais se incluía o seu Goetheanum (embora na época fosconhecido como Johannesbau), deveriam diferir dos templos antig
no fato de serem emblemas do homem que recebera o espírito e
sua alma.
Em 1914, em Dornach, na Suíça, Steiner iniciou a construção do s
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magnum opus, o projetado Johannesbau. Na época, passara
Teosofia à nova Antroposofia e, por conseguinte, os símbolos q
pretendia utilizar eram considerados obsoletos. Tendo extraído d
teoria do mundo de Goethe a direção de sua nova arte antroposóficmodificou o nome do templo para Goetheanum.
Steiner acreditava que o Goetheanum era um desenvolvimento d
desenho do templo que provinha da antigüidade até sua época p
linha direta. Suas idéias enquadravam-se perfeitamente na tradiçque esbocei nos primeiros capítulos - o templo como um símbolo
corpo do homem. Para o Goetheanum, erigiu-se toda uma teo
corrente da evolução espiritual simbólica da arquitetura. Desde tempos antigos, afirmou Steiner, até a época do Templo de Salomãreinou o princípio humano. Várias características de sua maneira
ser foram expressas no templo. À época de Cristo, o arco e o dom
simbolizavam a encarnação do vivo e a excarnação do morto, e
catedrais góticas, baseadas no padrão da cruz, simbolizavam
sepulcro de Cristo.
Steiner acreditava que, no período medieval tardio, brotara um no
estilo de arquitetura que pretendia abranger toda a humanidade
levá-la a um Cristo subido aos céus. Todavia, esse edifícsobreviveu apenas na poesia, o perfeito Castelo do Graal. Foi
direção desse símbolo ideal que Steiner trabalhou.
O Goetheanum, construído, era uma estrutura de dois domos que
incorporava de uma maneira sem precedentes. Como os templpagãos antigos, estava orientado na direção leste-oeste, com entra
pelo lado oriental. Um desenho engenhoso, baseado no triângu
3:4:5 pitagórico, serviu como base para esses dois domos q
simbolizavam não só a fusão dos princípios masculino e feminin
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mas também a estrutura do cérebro humano. É nessa analogia que
geometria é especialmente engenhosa. No cérebro, a intersecçfocal dos dois círculos que compõem a geometria básica do temp
está o corpo pineal. Em termos ocultistas, esse órgão é a sede dalma, o antigo terceiro olho de nossos antepassados arcaico
Steiner via a pineal em termos do Graal.
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Steiner disse várias vezes que as formas arredondadas, art nouvea
do Goetheanum foram exigidas por uma modificação na função d
um templo. Na antigüidade, o homem tinha de encarnar e vir d
Esferas Cósmicas à Terra, de maneira que o templo devia sconstruído de forma retangular para que o ego divino aí pudes
residir. Na época moderna, todavia, o homem elevava-se do túmulo
se manifestava em sua forma etérea. Por essa razão, a form
arredondada era a mais apropriada. E, também porque simboliza
antes o mundo orgânico do que o terreno, o templo foi feito d
madeira, um material que se conforma à teoria goethiana
metamorfose. Infelizmente, a insistência de Steiner na madetornou-o um alvo ideal dos incendiadores que o queimaram no fin
de 1922.
Como uma catedral antiga, o Goetheanum foi aborrotado
simbolismo esotérico. Janelas de vidro colorido com motiv
adequados expunham a função simbólica do templo. Na entrada,
janela simbólica Ich shaue den Bau (Eu contemplo o edifícdemonstrava que a elevação pretendia representar um homem e
pé, apesar de o templo pretender ser um homem. Este planejamen
esotérico como parte de um ethos consistente é típico de Steiner
gênio místico. Quão atípico ele é em relação ao espírito moderno!
Durante a carnificina da Grande Guerra, os artistas dos paísneutros, como a Suíça e os Países Baixos, foram levados por aque
espetáculo atroz a rejeitar a arte de uma era que gerara a lescorporal dolosa da Frente Ocidental. Artistas desiludidos de Zuriq
organizaram o movimento anárquico chamado Dada, que rejeito
todo o conceito de arte e procurou deliberadamente infringir
convencional. Nos Países Baixos, que possuíam uma longa tradiç
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de arte "puritana", desenvolveu-se o novo movimento em arte
arquitetura, conhecido como De Stijl. Baseado em linhas ret
desprovidas de adorno, o De Stijl foi visto como uma rejeição d
anéis floreados do Art Nouveau, que os artistas acreditavam sdecadente, e das fantasias multifacetadas do Wendingen, eu
Escola de Arquitetura de Amsterdã, cujas estruturas espantos
ainda dominam partes de Amsterdã sessenta anos depois.
O De Stijl foi conscientemente baseado em princípios metafísicos
em proporções geométricas. Alguns dos seus conceitos derivara
dos escritos de Spinoza (1632-1677), filósofo místico judeu holandêSpinoza acreditava que os objetos separados e as almas individuanão estão totalmente separadas, mas são aspectos integrais do S
Divino. Ele escreveu que "toda determinação é uma negação": que
definição das coisas só é possível se se disser o que elas não sãIsto envolve definir as coisas por seus limites, os pontos em que el
debçam de ser elas próprias e se tornam algo que não são. D
mesma maneira, nos muitos escritos teóricos do De Stijl, a ênfa
constante recai sobre as relações entre as coisas: a geomet
subjacente é mais importante do que o ser físico.
O arquiteto Theo van Doesburg e o pintor Piet Mondriaan, as luz
condutoras do De Stijl, acentuaram constantemente que seu objeti
era a recriação da harmonia universal. Como Spinoza, el
acreditavam qU6 todas as emoções rompiam esse equilíbrio. Daí
terem esforçado, através da aplicação da geometria sem adornopor transcender as exigências temporárias do mundo. Spino
afirmara que a saúde espiritual repousa no amor de uma coi
imutável e eterna. Mondriaan escreveu: "O que é imutável está acim
de toda miséria e de toda felicidade: equilíbrio. Por meio do imutáv
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que existe em nós somos identificados a toda a existência; o mutáv
destrói nosso equilíbrio, limita-nos e nos separa de tudo o que não
nós".
Este não é um sentimento comum entre os artistas modernos, potendemos a ver o pintor moderno como um indivíduo centrado em
mesmo. Todavia, Piet Mondriaan estava envolvido com o místic
membro da Sociedade Teosófica Holandesa, tirou uma fotografia d
Madame Blavatsky em seu estúdio. Artistas teosóficos estava
tentando criar uma nova ordem baseada na sabedoria antiga, m
num estilo totalmente moderno. Artistas como o pintor moder
Wassily Kandinsky e os compositores Scriabin e Stravinsky, todeles inovadores extraordinários, também eram adeptos da cren
teosófica.
Além dessas influências místicas de Spinoza e Blavatsky, hav
também o efeito do místico alemão contemporâneo D
Schoenmaekers. Em 1916, quando a idéia do De Stijl esfava send
discutida, Schoenmaekers vivia em Laren, a mesma cidade em qu
moravam Mondriaan e Bart van der Leck. Em 1915, foi publicado
influente livro The New Image of the World, de Schoenmaeke
seguido de The PrincipIes of Plastic Mathematics no ano seguin
Sua abordagem mística da geometria influenciou enormemente
idéias do novo movimento. Schoenmaekers escreveu: "Querem
penetrar a natureza de maneira que a construção interior
realidade nos seja revelada". Baseado nesses conceitos místicos, uestilo aparentemente materialista e totalmente moderno é na verda
sublinhado por um ethos antigo, emergindo com a corrente
pensamento ocultista que subjaz à forma arquitetônica.
A sensação geral nos anos 1920 era a de que uma nova era qu
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estava começando manifestava-se de diversas maneiras. N
Alemanha, levou à ascensão de HitIer e à nova ordem do Nacion
socialismo. Na Rússia, os bolchevistas tentaram reestruturar a vida
imagem da filosofia marxista. Artistas rejeitaram o velacademicismo e voltaram, como a escola De Stijl, àquilo q
consideravam formas geométricas puras, essenciais, desprovidas
ornamentos. Entre a proliferação de novos credos, a geomet
sagrada platônica antiga ganhou novamente a superfície. Um d
maiores ourives do século XX, Jean Puiforcat, criou obr
verdadeiramente clássicas cujas formas se baseavam nos sistem
canônicos antigos de geometria e de proporção. Numa carta enviaao Comte Fleury, escrita em 1933, Puiforcat explicou com
descobrira o sistema que utilizava em suas xícaras e em seus vas
art deco:
"Mergulhei na matemática e bebi em Platão. O caminho esta
aberto. Dele, aprendi os meios aritméticos, harmônicos
geométricos, os cinco famosos corpos platônicos ilustrados p
Leonardo: o dodecaedro, o tetraedro (fogo), o octaedro (ar),
icosaedro (água) e o cubo (terra).”
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Os desenhos de Puiforcat, muitos dos quais ainda sobrevive
trazem como legenda a expressão "Tracé harmonique, figure
départ R V2" e demonstram o mesmo esforço pela harmon
universal eterna que encontramos em todos os períodos de empenartístico.
No mesmo veio de universalidade, o sistema proporcional elaborad
pelo arquiteto moderno Le Corbusier surgiu muitos anos depois. P
volta de 1950, num período de relativo otimismo e na crença de q
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o governo do inundo já passara o seu momento crítico, Le Corbus
considerou ser terrível o fato de que a metrologia do mundo estives
dividida em dois campos opostos. As nações anglo-falantes ain
aderiam ao sistema imperial inglês de medição, ao passo que o resdo mundo desenvolvido adotara, oficialmente pelo menos, o sistem
métrico. Le Corbusier entendia que a proporção era a consideraçfundamental dos arquitetos e dos construtores e que a medida e
um instrumento para facilitar a construção. Diante de uma prática
edificação que operava ambos os sistemas na França e na Améri
do Norte, voltou-se contra os problemas quase insuperáveis
trabalhar com dois sistemas incomensuráveis de medição.Para ultrapassar esta dificuldade, e para estabelecer um meio d
criar proporções harmônicas, Le Corbusier voltou ao cânone gre
antigo da Seção Dourada. A partir dele, por muitos experiment
geométricos complexos, chegou a um sistema modular proporcion
coerente a que chamou Modulor - o módulo da Seção Dourad
Como a geometria de Puiforcat, a de Le Corbusier derivou de Plat
e dos geômetras gregos, uma geometria que poderia ter si
atribuída a Alberti ou a Wren. O Modular foi concebido como u
instrumento de mediçãG. Como a geometria sagrada antiga, ele
baseava con juntamente na matemática abstrata e nas proporçõinerentes à estrutura humana.
Um homem com o braço levantado fornece os pontos determinant
da sua ocupação do espaço: o pé, o plexo solar, a cabeça e apontas dos dedos do braço levantado produzem três intervalo
Esses pontos estão numa Série Fibonacci, uma série de razões d
Seção Dourada. Dessa "medida natural" deriva um complexo
subdivisões que constituem a essência do Modular. Mas, mesm
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com um sistema baseado unicamente em razões, é preciso algum
medida inicial.
Originalmente, Le Corbusier fez de seu ponto de partida um home
hipotético de 1,75 metro de altura - a "altura francesa", como afirmodepois. Os módulos desenvolvidos a partir dessa unidade provara
infelizmente, ser de difícil manuseio e incomensuráveis com a vid
cotidiana. Então Le Corbusier decidiu procurar um ponto de partid
melhor. Seu colaborador Py observou que, nos romances policia
ingleses, os hérois, como os policiais, possuem invariavelmente se
pés de altura. Partindo dessa "altura inglesa" de seis pés, transferiu
para o sistema métrico: 182,88 centímetros e um novo Modulor desenhado. Para sua satisfação e surpresa, as divisões desse no
Modulor baseado na medida inglesa transferiram-se para figut
redondas de pés e polegadas - algo não surpreendente para u
sistema natural de medida.
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Le Corbusier afirmou repetidas vezes que seu Modulor derivado d
medida de seis pés fora baseado na escala humana, da mesmmaneira como os geômetras provaram, especialmente
Renascença, que o corpo humano está proporcionalizado de acor
com a regra dourada. Essa abordagem quase-mística surge em to
a obra de Le Corbusier. Embora ele tenha sido educado e criado n
termos do materialismo do começo do século XX, ecos do primiti
ethos do homem como o microcosmo podem ser percebidos aqu
ali. A sua afirmação de que a arquitetura deve ser um algo do corp
um algo da substância bem como do espírito e do cérebro, incorpo
perfeitamente a fusão do físico, do espiritual e do intelectual que te
sido característica da melhor arquitetura fundada na geomet
sagrada.
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Le Corbusier falou repetidas vezes sobre "flanar diante da Porta d
Milagres" e, para abrir caminho através dessa porta, voltou à SeçDourada. Todo e qualquer objeto de seu escritório esta
eventualmente posicionado segundo o Modulor, um sistema rígidoinflexível, ligado a uma forma inconsciente de geomancia. Ma
embora fosse baseado em sólidos princípios antigos, a utilizaçrígida do Modulor para seja o que for é apenas parte integrante d
métodos disponíveis. Com a tecnologia do mundo moderno, usa-
apenas o hemisfério intelectual do cérebro, rejeitando-se o hemisféintuitivo. Os geomantes e os geômetras de outrora semp
temperaram seus modelos geométricos com a intuição pragmáticmas a tendência moderna em todas as coisas consiste
extremismo, forçando um sistema à exclusão de todos os outros.
14. Ciência: O Verificador da Geometria Sagrada
A descoberta e a aplicação da eletricidade por Faraday, EdisoSiemens e Tesla durante o século XIX estabeleceram
fundamentos da era moderna. As cidades puderam crescer com
transporte público barato oferecido pelo ônibus elétrico e
eletricidade forneceu energia para tudo, desde os trens subterrâne
até a iluminação e as telecomunicações. Os pioneiros dessa no
energia consideravam-na sujeita a várias leis imprevistas. O
ocuItjstas, fascinados pela nova energia, começaram a ver no se
circuito e nas suas expressões físicas um paralelo dos seus podere
O "poder", na forma de uma energia canalizável análoga
eletricidade, tem sido estudado tanto por mágicos como p
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romancistas. Exemplificada como o fictício vril do romance T
Coming Race de Bulwer Lytton, a existência de um poder similar te
sido encontrada por antropólogos em várias partes do mundo.
misterioso mana dos Mares do Sul, que se diz ter erguido as váriestátuas de pedra da Ilha de Páscoa, foi comparado às energi
ióguicas dos homens santos asiáticos. Entre os escritores influente
Madame BIavatsky e James Churchward discutiram as possibilidad
dessas energias.
Os experimentos científicos do físico Chladni e de outros apontara
o caminho para a relação entre a energia e os padrões geométrico
Chladni descobriu que uma película delgada de areia espalhasobre uma lâmina que vibra mecanicamente formaria determinad
padrões geométricos fixos que estariam relacionados
comprimento de onda da vibração. Pesquisas recentes sob
mistérios antigos sugeriram que os possíveis comprimentos de on
de forças telúricas podem determinar as geometrias de edifício
sagrados. Considerando-se as noções antigas sobre a harmonia, d
esferas, talvez isto seja a fundamental geometria do comprimento d
onda do universo criado. Padrões de poder que agora estão sen
examinados por detectores em várias partes do mundo e por Pa
Devereux e sua equipe do Projeto Dragão em Rollright Ston
podem enquadrar-se nessa categoria. Aqueles que detectam energ
nas linhas ley acreditam que essa energia pode ser parte de um
grade global que tem uma forma geométrica precisa. Algum
pessoas Ijgam esses padrões até mesmo ao aparecimento
OVNI’s, dos fantasmas, à perturbação psíquica e à ocorrência d
combustão espontânea em seres humanos.
A invenção do microscópio no século XVII e seu aperfeiçoamento
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século XIX levaram à criação de todo um tema científico, o estu
das estruturas microscópicas. Com a descoberta de que os anima
e as plantas em particular, são compostos de células regularmen
estruturadas, surgiu um interesse renovado pela geometrCientistas tentaram criar uma base teórica para as estrutur
geométricas que estavam observando. Grandes cientistas como Lo
Kelvin dedicaram-se a estudar o acondicionamento geométrico d
células e chegaram às velhas formas de Arquimedes e de Platão.
obra de F. T. Lewis mostrou que a estrutura celular de vári
vegetais tende para o corpo de 14-hedron (tetrakaidekahedron) d
Arquimedes.D'Arcy Thompson, que combinou um conhecimento enciclopédico
escritos clássimos com uma abordagem extremamente perceptiva d
biologia, talvez tenha feito a maior contribuição à nossa compreens
da harmonia divina. Na sua obra seminal On Growth and For
publicada no crucial ano de 1917 (o ano da Revolução Russa, d
Teoria da Relatividade de Einstein e do surgimento do De St
Thómpson delineou as relações íntimas entre a morfologia d
estruturas orgânicas e as forças físicas que moldam o cosmos.
Thompson afirmou que a estrutura básica é em última instância
mesma tanto no ser vivo quanto no não-vivo e que, assim, pode s
determinada por uma análise física do sistema material das forçmecânicas. Ela representa uma harmonia e uma perfeiç
intrínsecas, algo exibido por um instrumento musical afinado, obra dverdadeiro artista e de tudo que está "junto" na natureza. A ciênc
ortodoxa, no presente, afirma que as formas estruturais d
organismos vivos são totalmente controlados por um padrão genéti
inato impresso no núcleo de cada célula. Thompson acreditava q
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as formas de vários órgãos e organismos foram moldadas pel
forças físicas que agem sobre elas. Descobriu que a forma dess
estruturas ecoa exatamente a forma da força física. As formas e
miríade da estrutura orgânica existem em conformidade com as leque governam todas as coisas. Sua beleza incrível origina-se
equilíbrio que é intrínseco à sua forma "natural", sua conformidad
com as leis geométricas inatas do universo, A concha do Nautil
PeroIado é formada de acordo com a espiral equiangular, como
são os chifres de determinados carneiros. Outras formas geométric
clássicas ocorrem em toda a natureza.
A metafísica orgânica de Thompson nunca foi muito bem vista pelcientistas ortodoxos. Suas idéias evolutivas estavam e estão fora
moda e sua abordagem holística opõe-se às tendênci
reducionistas da ciência moderna. Por outro lado, sua abordage
científica tornou suas idéias aparentemente inacessíveis àqueles q
se interessam pelo lado esotérico da vida. Assim, sua obra contin
sendo pouco lida naquelas áreas onde ela poderia despert
esclarecimentos adicionais. As idéias de Thompson, enquan
desprezadas pela ciência estabeleci da, não podem ser refutada
Talvez sejam afirmações como a seguinte que o coloquem para fo
do âmbito da ciência materialista e para dentro da corrente
pensamento ocultista ocidental:
"Eu sei que, no estudo das coisas materiais, o número, a ordem eposição são o indício triplo do conhecimento exato; que esses trênas mãos dos matemáticos, forneceram o 'primeiro esboço para u
croqui do universo' (...) Pois a harmonia do mundo é manifestada e
forma e em número e o coração e a alma e toda a poesia da Filoso
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Natural estão embebidos do conceito da beleza matemática.”
Vinte anos após o aparecimento do livro de Thompson, os técnic
em eletrônica da Alemanha nazista aperfeiçoaram um instrumenque deveria revolucionar nosso conhecimento sobre o mun
microscópico interior da natureza - o microscópio eletrônico. Es
novo instrumento, que utiliza antes os elétrons do que a luz visívcapacitou os cientistas a ver estruturas milhares de vezes menor
do que aquelas que eram visíveis com microscópios de luz. Não
antes dos anos 50 que as técnicas de preparação de espécime
tornaram possível aos biólogos estudar a estrutura dos organism
vivos com qualquer medida de êxito. Todavia, quando muit
vegetais e animais unicelulares foram examinados, verificou-se q
eles formavam estruturas inesperadas (conhecidas como "escalas
cujo arranjo e forma aderiam estreitamente aos esquemas antjgos d
geo metria sagrada. Sendo estruturas orgânicas produzidas
acordo com as leis enumeradas por Thompson em On Growth a
Form, elas demonstram novamente, de maneira convincente,
harmonia divina. Os organismos marinhos que o autor estud
pessoalmente com o microscópio eletrônico demonstram
princípios do ad trian gulum e do ad quadratum desenvolvidos pel
mestres maçônicos da época gótica. Eles são, de fato, reflexos d
ordem natural do universo.
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As idéias dos antigos sobre a ordem universal como um aspecto
criador estão sendo verificadas pela ciência. Elas não podem ma
ser descartadas como fantasias de néscios. No respeitado jorn
científico Nature de 12 de abril de 1979 apareceu um artigo de B.
Carr e M. J. Rees. Intitulado The Anthropic Principie and t
Structure of the Physical World, abrangeu de maneira altamen
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técnica e matemática as "constantes" microfísicas que governam
características básicas das galáxias, das estrelas, dos planetas e
mundo cotidiano. Os autores apontaram "muitas relações divertid
entre as diferentes escalas" do universo. Por exemplo, o tamanho um planeta é a média geométrica dos tamanhos do universo e d
átomo e a massa de um homem é a média geométrica entre a mas
de um planeta e a massa de um próton. Outras variáveis bastan
criticáveis estão delicadamente equilibradas na estrutura univers
para possibilitarem a existência da vida. Nos termos da ciênc
materialista, essas recorrências notáveis são "coincidências" justa
mas em termos metafísicos elas são exigência fundamental criador. As médias geométricas representadas pelo planeta e pe
homem ecoam a antiga visão de mundo do microcosmo e
macrocosmo. A única diferença é a terminologia moderna, nãmetafísica. Não é de todo surpreendente para aqueles que est
conscientes dos ensinamentos antigos o fato de que a pesqui
cosmológica moderna poderia verificar o conhecimento herméti
dos antigos.
As descobertas modernas da ciência repousam naturalmente e
termos materialistas. Todavia, toda ciência é teoria e, como tal, es
aberta a alterações radicais de interpretação à medida que uma no
prova surja da observação e do experimento. A interpretação q
Everett fez dos muitos mundos a respeito da mecânica quânti
postulada em 1957 afirma que em cada observação o univer
ramifica-se num grande número de universos paralelo
correspondendo cada um deles a um possível resultado de um
observação. Nessa estrutura - que fof descrita pelo dramatur
anárquico e escritor Alfred Jarry, em seu romance neocientífi
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Exploits and Opinions of Doctor Faustroll, Pataphysician e em Caes
Antichrist -, em que o observador torna-se a personagem ma
importante do jogo do universo, encaixa-se a figura antropocêntri
que compreende todo o mecanismo universal - a figura do homemicrocósmico. Em Caesar Antichrist, Jarry resumiu a questã"Posso ver todos os mundos possíveis quando olho para apenas u
deles. Deus - ou eu mesmo - criou todos os mundos possíveis, el
coexistem, mas os homens dificilmente podem vislumbrar um deles
Isto foi escrito meio século antes da idéia de muitos mundos d
Everett.
J. A. Wheeler, no livro Gravitation, publicado em 1971, afirmou esconceito poético-filosófico numa forma matemática científica. E
considerou um conjunto infinito de universos, cada um com le
físicas constantes e variáveis. A maioria desses universos pode
ser natimorta, incapaz de, por força de sua física e de sua geomet
peculiares, permitir que qualquer ação interessante ocorra em s
interior. Apenas aqueles que se iniciam com as leis devidas e a
constantes físicas podem desenvolver-se para um estágio em q
possam tomar consciência de si mesmos. Assim, nosso univer
existente, capaz de sustentar o nível material de existência, é por s
própria natureza um caso especial, com uma física apropriada e, p
conseguinte, uma geometria para a existência. Essa geomet
subjacente, reconhecida desde a aurora da humanidade como ál
especial, é de fato um arquétipo da natureza única dessa fase d
criação que possibilita a existência do mundo material. Cada vez q
se produz uma forma geométrica, faz-se uma expressão
unicidade universal; ela é ao mesmo tempo única em tempo e e
espaço e também eterna e transcendente, representando o particu
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e o universal.
Tanto quanto existem o mundo e a humanidade, o simbolismo . d
geométria será usado em edifícios sagrados e seculares. Algu
períodos verão seu uso sem o compreender, enquanto outr
desenvolverão novas teorias e novos conceitos. Mas quando e on