gardÊnia holanda cabral nÍveis de cÁlcio em raÇÕes

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GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES PARA FRANGO DE CORTE Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Curso de Zootecnia, para obtenção do título de “Doctor Scientiae”. VIÇOSA MINAS GERAIS - BRASIL NOVEMBRO - 1999

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Page 1: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

GARDÊNIA HOLANDA CABRAL

NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES PARA FRANGO DE CORTE

Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Curso de Zootecnia, para obtenção do título de “Doctor Scientiae”.

VIÇOSA MINAS GERAIS - BRASIL

NOVEMBRO - 1999

Page 2: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

GARDÊNIA HOLANDA CABRAL

NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES PARA FRANGO DE CORTE

Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Curso de Zootecnia, para obtenção do título de “Doctor Scientiae”.

Aprovada: 10 de março de 1999. __________________________ ________________________

Prof. Horácio Santiago Rostagno Prof. Paulo Cezar Gomes

(Conselheiro) (Conselheiro) ________________________________ _______________________

Prof. George Henrique Kling de Moraes Prof. Juarez Lopes Donzele

______________________________

Prof. Luiz Fernando Teixeira Albino

(Orientador)

Page 3: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

ii

A Deus, por me dar forças quando eu já nem sabia caminhar.

Aos meus pais, por sempre me amarem, apesar de tudo.

Page 4: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

iii

AGRADECIMENTO

À Universidade Federal de Roraima, pela oportunidade concedida para

a realização deste curso de Doutorado.

À Universidade Federal de Viçosa e ao Departamento de Zootecnia,

pela oportunidade de iniciar-me realmente na ciência e pesquisa.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

(CAPES), pela concessão de bolsa de estudo.

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais

(FAPEMIG), pelo financiamento do projeto.

Ao professor Luiz Fernando Teixeira Albino, pela orientação, amizade,

paciência e pelo auxílio nas horas difíceis.

Aos professores conselheiros Horacio Santiago Rostagno, Juarez

Lopes Donzele, George Henrique Kling de Moraes e Paulo Cezar Gomes,

pelas valiosas sugestões e pelos ensinamentos, que possibilitaram a execução

deste trabalho.

Aos professores Cláudio Fonseca (Departamento de Veterinária) e

José Maurício Campos (DZO), pelo auxílio e apoio à pesquisa.

Ao professor Paulo Rubens, pela amizade, pelo incentivo e pelos

ensinamentos.

Ao amigo-irmão José Seixas e família, pela amizade e pelo apoio nos

momentos de turbulência.

À amiga-irmã Rita Nobre, pela colaboração e amizade inestimável.

Aos amigos Adélia/Reginaldo, pela valiosa amizade.

Page 5: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

iv

Aos colegas-amigos: Sandra Tavares/Ronaldo, Osvaldo, Júlio Pupa,

Maurício Sthel, José Geraldo, Willian Narvaez, Fernanda, Dalton, Rogério

Pinto, Eduardo, Álan, Reinaldo, Marcelão/Auxiliadora, Richard, Paulo Pozza,

Plínio, Claudinha, Sandra Valerio, Ernane, Ramalho, Melissa, Marcelinho,

Carlos, Isabel/Fernando, Peter/Marlene, Giane e Roberta, pela convivência e

amizade durante todos esses anos.

Aos técnicos Luciano e José Luiz, do Laboratório de Celulose e Papel e

Departamento de Química, respectivamente, pelo valioso auxílio nas análises

deste trabalho.

Aos amigos Neuza/Frutuoso e família, pela alegre convivência.

Aos amigos Adilson e Raimundo (DZO), pelo auxílio e pela amizade.

Aos amigos de Viçosa: Maria Alcina, Celma, Nicolau/Neto, Prof. Casali,

Zenilda, Maria do Carmo, Reginalda e D. Leda, pelo carinho e pela amizade.

Às amigas Roseane, Helena e Fernandinha, sempre presentes,

embora distantes.

Aos funcionários da seção de Avicultura da Universidade Federal de

Viçosa, em especial Tiãozinho, Mauro, Adriano, Chulipa e Elísio, pela

colaboração e amizade.

Aos demais professores, colegas e funcionários da Universidade

Federal de Viçosa, em especial do Departamento de Zootecnia, que

contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho.

Page 6: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

v

BIOGRAFIA

Gardênia Holanda Cabral, filha de Jacy Cabral de Amorim e Eurides

Holanda de Amorim, nasceu em 22 de junho de 1960, em Fortaleza, Ceará.

Em 1987, diplomou-se em Agronomia, pela Universidade Federal do

Ceará - UFC.

Em 28 de julho de 1992, obteve o grau de mestre em Zootecnia na

área de Produção e Nutrição Animal, pela Universidade Federal do Ceará -

UFC.

Em 9 de julho de 1993, foi admitida como Professor Assistente do

Curso de Agronomia da Universidade Federal de Roraima - UFRR, sendo

lotada no Departamento de Zootecnia.

Em março de 1999, submeteu-se à de defesa de tese de Doutorado em

Zootecnia, pela Universidade Federal de Viçosa - UFV.

Page 7: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

vi

CONTEÚDO

Página

EXTRATO ........................................................................................................ viii

ABSTRACT.........................................................................................................x

1. INTRODUÇÃO................................................................................................1

2. REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................3

CAPÍTULO 1 .......................................................................................................9

DETERMINAÇÃO DA EXIGÊNCIA EM CÁLCIO PARA FRANGOS DE

CORTE DE 1 A 21 DIAS DE IDADE...............................................................9

1. INTRODUÇÃO................................................................................................9

2. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................11

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................17

3.1. Desempenho: ganho de peso, consumo de ração e conversão

alimentar.................................................................................................17

3.2. Cálcio iônico no sangue..........................................................................22

3.3. Parâmetros ósseos do fêmur: comprimento, diâmetro, resistência

à quebra e porcentagem de cinza e cálcio .............................................24

3.4. Parâmetros ósseos da tíbia: comprimento, diâmetro, resistência à

quebra e porcentagem de cinza e cálcio ................................................30

4. RESUMO E CONCLUSÕES.........................................................................36

Page 8: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

vii

CAPÍTULO 2 .....................................................................................................37

DETERMINAÇÃO DA EXIGÊNCIA EM CÁLCIO PARA FRANGOS DE

CORTE DE 22 A 42 DIAS DE IDADE...........................................................37

1. INTRODUÇÃO..............................................................................................37

2. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................39

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................45

3.1. Desempenho: ganho de peso, consumo de ração e conversão

alimentar.................................................................................................45

3.2. Cálcio iônico no sangue..........................................................................49

3.3. Parâmetros ósseos do fêmur: comprimento, diâmetro, resistência

à quebra e porcentagem de cinza e de cálcio ........................................50

3.4. Parâmetros ósseos da tíbia: comprimento, diâmetro, resistência à

quebra e porcentagem de cinza e de cálcio ...........................................54

4. RESUMO E CONCLUSÕES.........................................................................62

CAPÍTULO 3 .....................................................................................................64

DETERMINAÇÃO DA EXIGÊNCIA EM CÁLCIO PARA FRANGOS DE

CORTE DE 43 A 53 DIAS DE IDADE...........................................................64

1. INTRODUÇÃO..............................................................................................64

2. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................66

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................72

3.1. Desempenho: ganho de peso, consumo de ração e conversão

alimentar.................................................................................................72

3.2. Cálcio iônico no sangue..........................................................................76

3.3. Parâmetros ósseos do fêmur: comprimento, diâmetro, resistência

à quebra e porcentagem de cinza e cálcio .............................................77

3.4. Parâmetros ósseos da tíbia: comprimento, diâmetro, resistência à

quebra e porcentagem de cinza e de cálcio ...........................................82

4. RESUMO E CONCLUSÕES.........................................................................89

3. RESUMO E CONCLUSÕES.........................................................................91

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................92

APÊNDICE......................................................................................................101

Page 9: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

viii

EXTRATO

CABRAL, Gardênia Holanda, D.S., Universidade Federal de Viçosa, novembro de 1999. Níveis de cálcio em rações para frango de corte. Orientador: Luiz Fernando Teixeira Albino. Conselheiros: Horacio Santiago Rostagno e Paulo Cezar Gomes.

Com o objetivo de determinar as exigências nutricionais em cálcio para

frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, nas fases inicial (1 a 21 dias), de

crescimento (22 a 42 dias) e final (43 a 53 dias), três experimentos foram

conduzidos, utilizando-se 960, 768 e 672 aves, respectivamente. A dieta basal

utilizada em cada experimento atendeu as exigências nutricionais das aves, com

exceção do cálcio. A dieta basal foi suplementada com seis níveis de cálcio

provenientes de calcário e fosfato bicálcico: 0,93; 0,99; 1,05; 1,11; 1,17; e 1,23%,

para a fase inicial; 0,82; 0,88; 0,94; 1,00; 1,06; e 1,12%, para a fase de

crescimento; e 0,70; 0,76; 0,82; 0,88; 0,94; e 1,00%, para a fase final. As rações

basais foram formuladas de modo a conter: no experimento I, 22% proteína bruta

(PB) e 3.000 kcal/kg de energia metabolizável (EM); no experimento II, 20% PB e

3.100 kcal/kg de EM; e no experimento III, 18,5% PB e 3.150 kcal/kg de EM. As

variáveis avaliadas foram: ganho de peso (GP), consumo de ração (CR),

conversão alimentar (CA), cálcio iônico (CI), resistência à quebra do fêmur e da

tíbia (RFQ, RTQ), comprimento do fêmur e da tíbia (CF, CT), diâmetro do fêmur e

da tíbia (DF, DT), teor de cinza no fêmur e na tíbia (TCF, TCT) e deposição de

cálcio no fêmur e na tíbia (DCF, DCT). No experimento I, houve efeito dos níveis

de cálcio sobre todas as variáveis. As estimativas das exigências em cálcio

variaram de 0,93 (0,31%/Mcal de EM) a 1,33% (0,4425%/Mcal de EM) para os

Page 10: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

ix

machos e de 0,93 (0,315/Mcal de EM) a 1,23% (0,41%/Mcal de EM) para as

fêmeas. Considerando-se as respostas biológicas das aves para as variáveis

estudadas, constata-se que a exigência em cálcio para frango de corte de 1 a 21

dias foi de 1,055% Ca (0,35%/mcal de EM) para os machos e 1,14% Ca

(0,37%/Mcal de EM) para as fêmeas. No experimento II, os níveis de cálcio não

influenciaram os parâmetros de desempenho (GP, CR e CA). O CI não foi afetado

pelos níveis de cálcio. O CT dos machos foi afetado pelos níveis de cálcio,

atingindo comprimento máximo de 115,69 mm com 0,92% cálcio. O TCT de

machos e fêmeas foi afetado pelos níveis de cálcio, em que os machos e as

fêmeas apresentaram, respectivamente, 40,425 e 42,775 de cinza com o nível de

1,125 cálcio e 0,82% cálcio. Quanto à deposição de cálcio nos ossos, somente o

fêmur sofreu influência dos níveis de cálcio, em que os machos apresentaram

13,54% de deposição de cálcio com o nível de 0,93% Ca na ração e as fêmeas,

13,355 com o nível de 0,825% Ca. As estimativas das exigências em cálcio

variaram de 0,82 (0,2645%/Mcal de EM) a 1,12% (0,3613%/Mcal de EM) para os

machos e foram de 0,82% (0,2645%/Mcal de EM) para as fêmeas. Considerando-

se a resposta biológica das aves, recomenda-se 0,93% Ca (0,3008%/Mcal de EM)

para os machos e 0,82% Ca (0,2645%/Mcal de EM) para as fêmeas. No

experimento III, os níveis de cálcio não influenciaram os parâmetros de

desempenho (GP, CR e CA). O CI também não foi afetado. Nenhum dos

parâmetros ósseos do fêmur (comprimento, diâmetro e resistência à quebra) foi

afetado pelos níveis dietéticos de cálcio. O TCF sofreu efeito dos níveis de cálcio

apenas para os machos, que apresentaram teor máximo de 40,39%, com o

menor nível de cálcio (0,70%). A DCF foi afetada pelos níveis de cálcio para as

fêmeas: 12,64% com o nível de 0,96% Ca. Em relação à tíbia, apenas o CT dos

machos (127,46 mm com 0,81% cálcio) e a DCT dos machos e das fêmeas foram

afetados pelos níveis dietéticos de cálcio (14,39% com 0,92% Ca e 14,21% com

0,93% Ca, para machos e fêmeas, respectivamente). As estimativas das

exigências em cálcio variaram de 0,70 (0,2222%/Mcal de EM) a 0,92%

(0,2921%/Mcal de EM) para os machos e de 0,70% (0,2222%/Mcal de EM) a

0,96% (0,3038%/Mcal de EM) para as fêmeas. Considerando-se as respostas

biológicas das aves, recomendam-se níveis de 0,92 (0,2921%/Mcal de EM) e

0,96% Ca (0,3048%/Mcal de EM) para machos e fêmeas, respectivamente.

Page 11: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

x

ABSTRACT

CABRAL, Gardênia Holanda, D.S., Universidade Federal de Viçosa, November, 1999. Levels of calcium in broilers rations. Adviser: Luiz Fernando Teixeira Albino. Committee Members: Horacio Santiago Rostagno and Paulo Cezar Gomes.

Three experiments, with 960, 768 and 672 birds, respectively, were carried

out to determine the calcium nutritional requirement for broilers, males and

females, Hubbard, in initial (from 1 to 21 days), growing (from 22 to 42 days)

and final (from 43 to 53 days) phases. The basal diet used in each experiment

meet the birds nutritional requirement, except for the calcium. The basal diet

was supplemented with six calcium levels from limestone and dicalcium

phosphate: .93, .99, 1.05, 1.11, 1.17, and 1.23%, for the initial phase; .82, .88,

.94, 1.00, 1.06, and 1.12%, for the growing phase and .70, .76, .82, .88, .94,

and 1.00%, for the final phase. The basal diets were formulated to contain: in

the experiment I, 22% CP and 3,000 kcal/kg ME; in the experiment II, 20% CP

and 3,100 kcal/kg ME and in the experiment III, 18.5% CP and 3,150 kcal/kg

ME. The evaluated variables were: weight gain (WG), feed intake (FI), feed:gain

ratio (F/G), ionic calcium (IC), resistance to the femur and the tibia break (RFQ,

RTQ), femur and tibia length (FL, TL), femur and tibia diameter (FD, TD), ash

content in the femur and in the tibia (TCF, TCT) and calcium deposition in the

femur and in the tibia (DCF, DCT). In the experiment I, there was effect of

calcium levels on all variables. The calcium requirements estimates ranged

from .93 (.31%/Mcal ME) to 1.33% (.4425%/Mcal ME) for the males and from

.93 (.315/Mcal ME) to 1.23% (.41%/Mcal ME) for the females. Considering the

birds biological answers for the all studied variables, it is suggested calcium

requirement for broiler of 1 to 21 days of 1.055 (.35%/mcal ME) for the males

and 1.14% of calcium (0,37%/Mcal ME) for the females. In the experiment II,

the calcium levels did not influence the performance parameters (WG, FI and

F/G). IC was not affected by the calcium levels. Males TC was affected by the

calcium levels, reaching maximum length of 115.69 mm with .92% calcium.

Males and females TCT were affected by the calcium levels, with the males

presenting 40.425 of ash at the level of 1.125% calcium and the females 42.775

Page 12: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

xi

with 0,82% calcium. For the calcium deposition in the bones, only the femur

was influenced by the calcium levels, with the males presenting 13.54% of

calcium deposition at the level of .93% of calcium and the females 13.355% at

the level of .825 of calcium. The calcium requirements estimates ranged from

.82% (.2645%/Mcal ME) to 1.12% (.3613%/Mcal ME) for the males and was of

.82% (0,2645%/Mcal of ME) for the females. Considering the birds biological

answer, .93% calcium is recommended (0,3008%/Mcal ME) for the males and

.82% calcium (0,2645%/Mcal ME) for the females. In the experiment III, the

calcium levels did not influence the evaluated parameters (WG, FI and F/G). IC

was not also affected. No bony parameters of the femur (length, diameter, and

resistance to the break) was affected by the dietary calcium levels. TCF was

affected by the calcium levels only for the males, that presented maximum

content of 40.39% with the smallest level of calcium (.70%). DCF was affected

by the calcium levels for the females: 12.64% at the level of .96% calcium. In

relation to tibia, just males CT (127.46 mm with .81% calcium) and males and

females DCT were affected by the dietary calcium levels (14.39% with .92% Ca

and 14.21% with .93% Ca, for males and females, respectively). The calcium

requirements estimates ranged from .70 (.2222%/Mcal of ME) to .92%

(0,2921%/Mcal of ME) for the males and from .70 (.2222%/Mcal of ME) to .96%

(0,3038%/Mcal of ME) for the females. Considering the birds biological

answers, levels of .92% Ca (0,2921%/Mcal of ME) for the males and .96% Ca

(0,3048%/Mcal of ME) for the females are recommended.

Page 13: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

1

1. INTRODUÇÃO

Na formulação de ração para aves, tem-se utilizado as tabelas

publicadas nos Estados Unidos (SCOTT et al., 1982; NATIONAL RESEARCH

COUNCIL - NRC, 1994), na Europa (AGRICULTURE RESEARCH COUNCIL -

ARC, 1975; INSTITUT NATIONAL DE LA RECHERCHE AGRONOMIQUE -

INRA, 1984; AEC, 1987) e no Brasil (ROSTAGNO et al., 1983 e EMPRESA

BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA-EMBRAPA, 1989), além dos

manuais de alimentação e manejo das marcas comerciais.

Embora tenham sido feitas várias pesquisas no decorrer das décadas,

com o intuito de se determinar o nível ideal de cálcio para promover o

crescimento adequado de frangos de corte, há variação muito ampla quanto ao

nível recomendado.

Pode-se observar que, na década de 30, percentuais bastante

elevados, 4,0% de cálcio, foram indicados por HOLMES e PIGOTT (1931) e

SHERWOOD (1932), mas, com o decorrer dos estudos sobre o assunto e com

a modificação nutricional realizada nas rações e na genética das aves,

pesquisas mais recentes recomendaram níveis de cálcio bastante baixos,

0,48% (ARC, 1975; NRC, 1984).

Verificam-se, ainda, recomendações intermediárias feitas em vários

estudos no assunto: 0,5% (SIMCO e STEPHENSON, 1961; VOGT e PENNER,

1962; e KOTULA et al., 1963), 0,6% (WHITE-STEVENS et al., 1960; FORMICA

et al., 1962; WALDROUP et al., 1962, 1963; Mc NAUGHTON et al., 1974; e

YOSHIDA e HOSHII, 1982), 0,8% (WALDROUP et al., 1964; TWINING et al.,

Page 14: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

2

1965), 0,9% (EDWARDS JR. et al., 1963; NRC, 1977; SKINNER et al., 1992; e

NRC, 1994) e 1,0% para os primeiros dias de vida (NRC, 1960; COUCH JR. e

STROTHER, 1963; e MEHRING JR. . e TITUS, 1964).

A falta de concordância entre os pesquisadores sobre os níveis

adequados de cálcio pode ser atribuída a vários fatores ambientais,

nutricionais, genéticos e de manejo, que influenciam na exigência desse

mineral pelas aves, devendo-se ressaltar que diferentes metodologias foram

utilizadas na determinação das exigências nutricionais do cálcio.

Este trabalho teve como objetivo determinar a exigência em cálcio para

frangos de corte em três fases de criação:

1. Fase inicial: de 1 a 21 dias de idade;

2. Fase de Crescimento: de 22 a 42 dias de idade; e

3. Fase de Terminação: de 43 a 53 dias de idade.

Page 15: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

3

2. REVISÃO DE LITERATURA

A importância do cálcio na formação dos ossos é acentuada pelo fato

de 99% do cálcio total do organismo da ave se encontrar no tecido esquelético,

embora esse íon seja também encontrado em muitos sistemas metabólicos de

outros tecidos, havendo equilíbrio dinâmico entre o cálcio ósseo e o cálcio

sangüíneo (NELSON et al., 1965).

Além da formação de novos sais ósseos nos frangos em crescimento,

há constante “turnover” no cálcio depositado, o que foi demonstrado por

BRAGG et al. (1962), ao utilizarem cálcio radioativo em frango de corte para

estudar o metabolismo do mesmo. O Ca45 apresentou pequena meia-vida nos

ossos, devido ao intenso “turnover” metabólico do cálcio e às trocas

moleculares de sais de cálcio estáveis da dieta, pelo cálcio radioativo

depositado nos ossos, principalmente quando a vitamina D e o cálcio estavam

presentes em níveis adequados (680 I.C.U./lb. e 1,2% Ca, respectivamente).

Os ingredientes da ração que podem fornecer algum nível de cálcio e,

ou, fósforo também devem ser considerados na estimativa de requerimento

desses minerais, devido à diferente disponibilidade dos mesmos para as aves

nos diversos constituintes das rações (SMITH e KABAIJA, 1985).

A idade é também um fator que atua no requerimento de cálcio e

fósforo dos animais, de modo que as aves jovens requerem maior percentagem

desses minerais que as mais velhas, já que a taxa de deposição óssea das

mesmas é bem maior (SHERWOOD, 1932; O’ROURKE et al. 1952, 1955;

FISHER et al., 1953; e MEHRING JR. e TITUS, 1964).

Page 16: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

4

Em relação à granulometria da fonte de cálcio, DAMRON e HARMS

(1971), McNAUGHTON et al. (1974) e ANDERSON et al. (1984) relataram que

as aves estudadas apresentaram diferença na absorção do cálcio, de acordo

com o tamanho das partículas da fonte, sendo que a melhor utilização do cálcio

da ração se deu quando as partículas se encontravam com granulometria de

média a fina, devido à maior facilidade de atuação dos sucos digestivos.

Pesquisas realizadas sobre a interferência do nível energético da ração

na absorção de cálcio dietética levaram à conclusão de que rações com alto

nível energético e baixo nível de cálcio (0,25 a 0,50%) resultaram em

diminuição no crescimento das aves, sendo necessários níveis de cálcio mais

altos, quando as rações apresentaram níveis energéticos elevados (PEPPER

et al., 1955; EDWARDS JR.et al., 1958; EDWARDS JR.et al., 1960; e PEELER

et al., 1960). Entretanto, VANDEPOPULIERE et al. (1961), BRUGGEMANN et

al. (1961) e LILLIE (1965) não observaram efeito estatístico do aumento da

energia da ração sobre a capacidade de absorção de cálcio pelas aves. Em

níveis elevados de cálcio (1,1 a 1,2%), esses pesquisadores observaram alta

incidência de raquitismo nos frangos de corte estudados, fato que corrobora

com estudos de SIBBALD et al. (1960), os quais relataram que o cálcio

diminuiu a digestibilidade de lipídios da ração, particularmente a dos ácidos

graxos saturados, acarretando raquitismo nas aves.

O primeiro ponto a ser considerado, quando se estudam minerais, é a

possibilidade do nível de um mineral da ração afetar o requerimento de outro

(NELSON et al., 1965). Como o fósforo é bastante relacionado ao cálcio, a

relação cálcio e fósforo é de grande importância, devendo ser levada em

consideração.

WALDROUP et al. (1963) observaram que o requerimento para cálcio

ou fósforo não pode ser estabelecido, se não for especificado o nível de

ambos. Frangos recebendo baixo nível de fósforo na ração foram mais

afetados pela mudança na relação Ca:P, de tal modo que, quando a ração

apresentava baixo nível de fósforo (<0,6%), os níveis mais altos de cálcio

induziram à diminuição no ganho de peso das aves, devido à redução na

motilidade intestinal (NELSON e MILES, 1972).

Apesar de pouca informação disponível sobre o efeito da carga

genética sobre a utilização do cálcio da ração pelos frangos, McDONALD e

Page 17: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

5

BEILHARZ (1962) encontraram diferenças entre linhagens de frango de corte,

quanto à capacidade de reter cálcio nos ossos. MARTIN e PATRICK (1962)

constataram que o levantamento do cálcio radioativo no organismo de frangos

de corte dependeu da constituição genética da linhagem estudada, mostrando

que se deve considerar a necessidade de reavaliar os níveis de cálcio

adequados às necessidades das linhagens atuais.

Estudos mostraram que, na ausência de vitamina D3, o requerimento

dos frangos de corte por cálcio aumentava de 3 a 4% (NOWOTARSKI e BIRD,

1943; VALDMAN e ROZENBAKH, 1955) e, ao aumentar o nível de vitamina D3

da ração, melhorava-se, ao mesmo tempo, a utilização do cálcio pelas aves,

reduzindo, dessa forma, o requerimento do mineral pelas mesmas

(MIGICOVSKY e EMSLIE, 1947; WALDROUP et al., 1962 a,b, 1963), sugerindo

que a função principal da vitamina D3 é atuar como co-fator que aumenta a

absorção intestinal do cálcio.

A quantidade excessiva de alguns minerais pode ser tóxica para as

aves ou agir como antagonista para outros minerais. É o caso do magnésio,

que, em excesso, atua como antagonista de vários minerais, entre eles o

cálcio. O cálcio também pode agir como antagonista, dificultando a absorção

de alguns elementos. SMITH e KABAIJA (1985) relataram que o excesso de

cálcio e fósforo da ração se torna solúvel pela ação do ácido gástrico, mas

depois forma um precipitado floculado de fosfato de cálcio no suco alcalino do

duodeno. Esse precipitado adsorveu manganês, tornando-o inabsorvível, e

criou deficiência em manganês nas aves, o que foi observado, devido ao

aumento de anomalias nas pernas de frangos de corte, ao se utilizarem níveis

altos de cálcio e fósforo (1,0 e 0,6%, respectivamente), além de redução no

crescimento e na taxa de sobrevivência das aves.

Trabalhos de pesquisa desenvolvidos por GRIFFITH et al. (1963),

DOBERENZ et al. (1965) e ROGLER e PARKER (1972) mostraram que níveis

elevados de cálcio na ração de pintos reduziam a toxicidade do flúor,

melhorando o desempenho das aves. Os autores atribuíram esse resultado à

formação de complexo cálcio-fluoreto, que foi capaz de reduzir a absorção do

flúor e, portanto, sua toxicidade. No entanto, GARDINER et al. (1961), CHAN et

al. (1975), MERKLEY (1976) e AZEVEDO (1980) não encontraram efeito na

Page 18: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

6

adição crescente do fluoreto à ração de frangos de corte, o que foi mensurado

pela porcentagem de cálcio nos ossos das aves.

CHAN et al. (1973), trabalhando com codornas em estudos com

isótopos radioativos, mostraram que o flúor adicionado à ração de aves em

estádios iniciais de desenvolvimento elevou a retenção de cálcio no esqueleto e

que a adição de flúor (0,075%) à ração com nível baixo de cálcio (0,40%)

aumentou a sobrevivência das aves, tendo acelerado a mineralização dos

ossos, com maior retenção de cálcio, embora com decréscimo na resistência à

quebra dos ossos.

Com relação ao uso de antibiótico e aos níveis de cálcio na ração,

WATTS e DAVIS (1960) relataram que o nível adequado de cálcio para

crescimento satisfatório dos frangos foi de 0,75 a 1,2%, não havendo melhoria

na taxa de crescimento, quando se utilizaram altos níveis de antibióticos com

baixa taxa de cálcio na ração. SIMCO e STEPHENSON (1961) observaram

que 0,5% de cálcio e 0,6% de fósforo proporcionaram melhores ganho de peso,

conversão alimentar e calcificação dos ossos, quando a clorotetraciclina foi

incluída na ração, e esta melhorou a utilização do cálcio, quando se utilizaram

níveis baixos do mineral. SIBBALD et al. (1960) obtiveram melhoria na

utilização energética pela redução do nível de cálcio em 1 a 3%, quando a

ração continha clorotetraciclina.

A utilização de ração com níveis nutricionais diferenciados para

machos e fêmeas tem melhorado a produtividade das aves.

VANDEPOUPULIERE et al. (1961), WALDROUP et al. (1962 e 1963) e

TWINING et al. (1965) concluíram, em seus experimentos, que frangos de

corte macho requerem maior teor de nutrientes que fêmeas, provavelmente por

apresentarem metabolismo mais intenso, daí a necessidade de se determinar

por sexo o requerimento em cálcio para frangos de corte.

Os ossos podem se desenvolver em velocidade diferente de acordo

com sua função, apresentando, portanto, metabolismo diferenciado entre si

(DILWORTH e DAY, 1965). O metabolismo do cálcio e de outros minerais nas

aves tem sido estudado tomando-se como base a porcentagem de cinza dos

ossos e o teor de minerais nos mesmos. A tíbia tem sido selecionada por

muitos pesquisadores para se determinar a porcentagem de deposição de

cálcio nos ossos, devido a seu tamanho (maior osso da ave) e à facilidade de

Page 19: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

7

remoção (LILLIE et al., 1961; MARTIN e PATRICK, 1962; WALDROUP et al.,

1962 e 1963; HURWITZ, 1964a; TEMPERTON e CASSIDY, 1964a, b;

HURWITZ e GRIMINGER, 1961; TWINING et al., 1965; HURWITZ e RAND,

1965; NELSON et al., 1965; e MOTZOK et al., 1965).

ITOH e HATANO (1964) e MEHRING JR. e TITUS (1964) relataram

que o fêmur forneceu o melhor índice do metabolismo de cálcio no esqueleto

da ave em relação aos outros ossos, tendo a deposição de cálcio no fêmur

aumentado proporcionalmente ao incremento de cálcio no esqueleto.

KOTULA et al. (1963), estudando a influência do nível de cálcio no

escurecimento dos ossos de frango, que pode causar aspecto desagradável ao

consumidor, concluíram que níveis baixos de cálcio (≤ 0,5%) acarretaram

menor descoloração nos ossos do que níveis mais elevados (0,6; 0,7; e 0,8%).

Concluíram, ainda, que a relação Ca:P exerceu influência na descoloração dos

ossos, sendo esse efeito atribuído ao cálcio, de tal modo que a elevação de um

ponto na relação de Ca:P resultou em aumento em um ponto na descoloração

dos ossos, sendo, portanto, mais um fator a se considerar, ao estudar o nível

adequado de cálcio para aves industriais.

WHITE-STEVENS et al. (1960), FORMICA et al. (1962) e EDWARDS

JR.et al. (1963) verificaram que o requerimento em cálcio para percentual

máximo de cinza nos ossos foi maior que o necessário para o crescimento

máximo das aves. No entanto, WALDROUP et al. (1963) observaram que os

valores percentuais de cinza nos ossos responderam melhor aos níveis de

cálcio e, ou, fósforo da ração que o peso das aves. MEHRING JR. e TITUS

(1964) concluíram que o crescimento é mais sensível ao excesso de fósforo

que de cálcio e a cinza dos ossos é o índice mais sensível do nível ideal de

cálcio e fósforo, para frangos de 1 a 21 dias de idade. Desse modo, ambos os

critérios devem ser utilizados para a decisão do nível adequado de cálcio e

fósforo.

HULAN et al. (1985), ao estudarem o efeito do cálcio e fósforo na ração

de frangos, observaram que os níveis desses minerais que promoveram o

máximo crescimento das aves acarretaram discondroplasia da tíbia. Estudos

feitos por EDWARDS JR. e VELTMANN JR. (1983) e EDWARDS JR. (1984)

mostraram que, diminuindo o nível de fósforo na ração, diminuía a incidência

Page 20: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

8

de discondroplasia da tíbia, especialmente quando a ração continha níveis

baixos de cálcio.

ROLAND JR. et al. (1967), YATES e BRUNSON (1971), para tentar

resolver o problema de fragilidade dos ossos de frangos criados em gaiolas,

testaram em suas pesquisas o aumento dos níveis de cálcio e fósforo nas

rações e observaram maior resistência à quebra, menor percentual de ossos

deformados e melhor desempenho das aves nos níveis mais elevados de

cálcio (0,90%).

AZEVEDO (1980) não encontrou efeito significativo do nível de cálcio

da ração sobre o ganho de peso médio das aves, Nesse trabalho, os frangos

necessitaram de, no máximo, 1,0% de cálcio na dieta para incorporarem o

máximo de minerais nos ossos, o que está de acordo com os resultados de

pesquisas realizadas por EDWARDS JR.et al. (1963) e LILLIE et al. (1964). No

entanto, os trabalhos desenvolvidos por SMITH e TAYLOR (1961),

WALDROUP et al. (1962) e DOBERENZ et al. (1965) mostraram redução

significativa no ganho de peso de frangos, com o aumento do teor de cálcio na

ração.

Segundo o NRC (1994), nos últimos sete dias da criação, os frangos de

corte apresentam 20% do seu crescimento total e consomem 25% da

alimentação. Se a redução dos níveis de cálcio e fósforo, durante as diferentes

fases da produção dos frangos, não acarretar danos no desempenho dos

mesmos, a redução nos custos com esses minerais será apreciável. Ao se

considerar que vários fatores, como o melhoramento genético e meio ambiente,

entre outros, influenciam as exigências nutricionais das aves e que há ampla

discussão sobre a recomendação dos níveis ideais de cálcio, faz-se necessário

reavaliação do nível adequado desse nutriente, para a obtenção de bom

desempenho das linhagens atuais de frango de corte.

Page 21: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

9

CAPÍTULO 1

DETERMINAÇÃO DA EXIGÊNCIA EM CÁLCIO PARA FRANGOS

DE CORTE DE 1 A 21 DIAS DE IDADE

1. INTRODUÇÃO

Poucos nutrientes têm função tão importante nas reações metabólicas

do organismo animal como o cálcio. O controle hormonal dessas reações

parece ser fator dominante que influencia os maiores reservatórios de cálcio do

organismo: o esqueleto e o plasma sangüíneo.

O cálcio e o fósforo são minerais essenciais para a manutenção do

esqueleto. A maior parte do cálcio da dieta de aves em crescimento é usada na

formação dos ossos. No entanto, níveis dietéticos excessivos de cálcio

interferem na disponibilidade de outros minerais, como fósforo, magnésio,

manganês e zinco.

Outras funções do cálcio incluem o importante papel na coagulação

sangüínea e como segundo mensageiro nas comunicações intracelulares.

As pesquisas na área de nutrição e genética de frangos de corte têm

sido feitas desde o início do século, atingindo desenvolvimento extraordinário

nos últimos anos. Entretanto, embora haja bastante conhecimento quanto à

Page 22: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

10

nutrição deste tipo de ave, as descobertas nutricionais ainda não acompanham

a evolução genética dos frangos de corte.

O melhoramento genético dos frangos de corte tem reduzido em cerca

de um dia por ano a idade de abate destas aves. Este aumento na velocidade

de crescimento torna necessária a realização de pesquisas para reavaliar as

necessidades nutricionais das novas linhagens de frangos de corte.

Como no Brasil não se encontram muitas pesquisas sobre a exigência

de cálcio para frangos de corte, é comum utilizar as recomendações feitas por

ROSTAGNO (1990, 1995) e ROSTAGNO et al. (1996) e as dos manuais das

linhagens, além do NRC (1994).

O objetivo deste trabalho foi estabelecer a exigência nutricional em

cálcio para frangos de corte de ambos os sexos, durante a fase de 1 a 21 dias

de idade.

Page 23: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

11

2. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no Setor de Avicultura do Departamento

de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), no período de 10 a 31

de outubro de 1996.

Foram utilizados 960 pintos (480 machos e 480 fêmeas) de um dia de

idade da linhagem Hubbard, provenientes de matrizes com aproximadamente

35 semanas de idade, durante o período experimental de 1 a 21 dias de idade.

As aves foram vacinadas contra Bouba e doença de Marek e apresentaram

peso médio inicial de 51,28 e 49,93 g, para machos e fêmeas,

respectivamente.

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado,

em um arranjo fatorial 6 x 2, sendo seis níveis de cálcio (0,93; 0,99; 1,05; 1,11;

1,17; e 1,23%) e dois sexos, com quatro repetições. Foram utilizadas 20 aves

por unidade experimental, totalizando 960.

As aves foram pesadas e posteriormente alojadas ao acaso em 48

boxes (20 aves/boxe) de 1,50 x 1,50 m, em dois galpões de alvenaria de

4,50 x 19,40 m cobertos com telha francesa, com pé direito de 2,80 m,

possuindo lanternin, laterais constituídas de muretas de 0,50 m de altura e tela

de arame de ½ polegada à prova de pássaros e com piso de cimento.

Em cada boxe, utilizaram-se cerca de 5 cm de cama constituída por

cepilha de madeira e o aquecimento foi provido por meio de lâmpada infra-

vermelho de 250 watts, com altura regulável, durante todo o período inicial de vida

Page 24: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

12

das aves. Adotou-se um programa de luz contínua de 24 horas de luz (natural e

artificial), utilizando-se lâmpadas de 60W, além das lâmpadas para aquecimento.

Nos primeiros dez dias, utilizaram-se bebedouros do tipo pressão e

comedouros do tipo bandeja, que foram substituídos gradativamente por

bebedouros pendulares e comedouros tubulares, à medida que as aves cresciam.

A temperatura foi observada e registrada diariamente durante todo o

período experimental, por meio de termômetros de máxima e mínima, distribuídos

em vários lugares nos galpões (Quadro 1).

Quadro 1 - Temperatura média registrada no interior dos galpões durante o período experimental (1 a 21 dias de idade)

Temperatura do ar (oC) Galpão

Máxima Mínima

1 28,76 23,86

2 28,71 24,24

A composição química parcial dos ingredientes utilizados na

formulação das dietas experimentais encontra-se no Quadro 2.

Quadro 2 - Teores de proteína bruta, cálcio e fósforo total dos ingredientes utilizados nas dietas experimentais1

Ingredientes Proteína bruta (%) Cálcio (%) Fósforo (%)

Milho 8,090 0,04 0,27

Farelo de soja 43,680 0,37 0,58

Calcário - 37,28 -

Fosfato bicálcico - 22,60 17,00 1 Análises realizadas no Laboratório de Nutrição Animal do Departamento de Zootecnia da

UFV.

Page 25: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

13

A ração utilizada foi isocalórica (3.000 kcal de EM/kg ração), formulada

para atender as exigências mínimas das aves, exceto o cálcio (Quadro 3).

Ao término do período experimental (21 dias de idade), as aves foram

pesadas por boxe, assim como as sobras de ração, e o desempenho dos

animais (ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar) avaliado.

Para a coleta dos parâmetros sangüíneos e análises de minerais e

resistência dos ossos à quebra (fêmur e tíbia), foram selecionadas três aves

por repetição, com peso próximo à média do boxe. As aves foram submetidas à

punção cardíaca após oito horas de jejum, para retirada de aproximadamente 2

mL de sangue, que foram centrifugados a 3.000 rpm por 20 minutos. O soro foi

recolhido por meio de pipetas individuais descartáveis, para evitar a

contaminação do soro sobrenadante, que foi acondicionado em tubos plásticos

com capacidade de 2 mL, devidamente identificados, isentos de contaminação,

e, posteriormente, colocados em congelador. Procedeu-se à determinação da

porcentagem de albumina, proteínas totais, cálcio total e cálcio iônico.

A análise dos parâmetros sangüíneos das aves foi obtida por meio de

“kits” comerciais para determinação de albumina, proteínas totais e cálcio total,

utilizando-se colorímetro (RA - Chemistry analizer) em filtro verde-laranja (550

a 590 nm).

A determinação do cálcio iônico, foi obtida pela expressão indicada nos

referidos kits comerciais: 6AP 19,0

3AP 0,19- Ca 6

(mg/dL) ++

⎥⎦⎤

⎢⎣⎡ +

=CaI

em que

CaI = cálcio iônico, em mg/dL;

Ca = cálcio sérico, em mg/dL;

P = proteína total, em g/dL; e

A = albumina total, em g/dL.

Page 26: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

14

Quadro 3 - Composição percentual da ração basal para frangos de corte na fase inicial de 1 a 21 dias de idade

Ingredientes (%)

Milho 54,621

Farelo de soja 37,789

Óleo vegetal 2,972

Calcário 0,965

Fosfato bicálcico 1,799

Inerte (areia lavada) 0,789

Mistura mineral1 0,050

Mistura vitamínica2 0,100

Sal comum 0,350

Antioxidante3 0,010

Anticoccidiano4 0,100

Bacitracina de zinco 0,050

Espiramix 0,100

Cloreto de Colina (60%) 0,100

DL - Metionina (99%) 0,205

Total 100,000

Valores calculados

Proteína bruta (%) 22,000

Energia metabolizável (kcal/kg) 3.000,000

Sódio (%) 0,185

Cálcio (%) 0,930

Fósforo disponível (%) 0,450

Metionina (%) 0,541

Metionina + Cistina (%) 0,900

Lisina (%) 1,210

Treonina (%) 0,858

Triptofano (%) 0,297 1 Níveis de garantia por quilograma do produto: Ferro, 80 g; Cobre, 10 g; Cobalto, 2 g; Manganês, 60 g;

Zinco, 50 g; Iodo, 1 g e excipiente q.s.p., 500g. 2 Níveis de garantia por quilograma do produto: Vitamina A, 15.000.000 U.I.; Vitamina D3, 1.500.000 U.I.;

Vitamina E, 15.000 U.I.; Vitamina K3, 3,0 g; Vitamina B1, 2,0 g; Vitamina B2, 4,0 g; Vitamina B6, 3,0 g;

Vitamina B12, 0,015 g; Ácido Nicotínico, 25 g; Ácido Pantotênico, 10 g; Ácido Fólico, 1,0 g; Colina, 250 g;

Bacitracina de zinco, 10 g; Selênio, 100 mg; Antioxidante B.H.T., 10 g e excipiente q.s.p., 1.000 g. 3 BHT, Butil-hidroxi-tolueno 4 Coxistac.

Page 27: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

15

Após a punção cardíaca, as aves foram sacrificadas por deslocamento

cervical. A perna esquerda de cada ave foi removida para posterior análise dos

ossos (teor de minerais e resistência à quebra do fêmur e tíbia).

Os ossos da perna esquerda (fêmur e tíbia), após a retirada dos

músculos e tendões com o auxílio de estiletes e tesouras, foram secos ao ar

por cerca de quatro horas, com o auxílio de papel toalha, e mensurados quanto

ao comprimento e diâmetro, com paquímetro digital com duas casas decimais

(Mitutoyo Digimatic).

A resistência à quebra ou flexão dos ossos foi avaliada utilizando-se

uma prensa computadorizada que registra a resistência de materiais (“Instron

Corporation Series IX Automated Materials Testing System 1,09”).

Após a determinação da resistência à quebra, os ossos foram pesados

em balança analítica, secos em estufa a 105oC por 24 horas, pesados,

desengordurados com éter de petróleo por 48 horas, pesados novamente e

depois triturados em moinho bola. Fez-se um “pool” com os três ossos de cada

repetição (fêmur e tíbia, separadamente). Tirou-se uma alíquota de 0,1962 g de

cada “pool” para se determinar o teor de cinza dos mesmos, segundo

metodologia descrita por SILVA (1990).

Determinou-se a porcentagem de minerais nos ossos por via úmida da

seguinte forma: pesou-se uma alíquota do “pool” de ossos secos e

desengordurados (0,1962 g), adicionaram-se 4 mL de HNO3 concentrado e,

após, foi levada ao bloco digestor a 130oC até quase secura. Adicionou-se

1 mL de HClO4 e levou-se novamente ao bloco digestor. Filtrou-se a solução

resultante em papel de filtro quantitativo, colocando-a em balão volumétrico,

aferindo-se o volume para 50 mL. Determinou-se por espectrofotômetro de

absorção atômica o cálcio no fêmur e na tíbia, segundo metodologia descrita

por SILVA (1990).

O modelo estatístico utilizado foi:

Yijk = μ + Ti + Sj + TSij + εijk

em que

Yijk = observação no nível de cálcio i, no sexo j e na repetição k;

μ = média geral;

Page 28: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

16

Ti = efeito dos níveis de cálcio;

Sj = efeito do sexo;

TSij = efeito da interação entre os níveis de cálcio e sexo; e

εijk = erro aleatório associado a cada observação.

A análise estatística dos dados foi efetuada utilizando-se o programa

SAEG (UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA - UFV, 1997). Os dados foram

submetidos à análise de variância e regressão, seguindo a técnica de

polinômios ortogonais. Os sexos foram comparados pelo teste F, em nível de

5% de probabilidade.

Page 29: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

17

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. Desempenho: ganho de peso, consumo de ração e conversão

alimentar

Os parâmetros de desempenho dos frangos de corte de 1 a 21 dias de

idade são apresentados no Quadro 4.

O ganho de peso (GP) foi influenciado (P<0,01) pelos níveis de cálcio

estudados, em que os níveis mais elevados acarretaram os menores GP

(Figura 1). O maior GP das aves (798,00 e 706,83 g, para machos e fêmeas,

respectivamente) foi obtido com o nível de 0,8931% de cálcio (Quadro 5).

Pode-se observar que os machos diferiram (P<0,05) das fêmeas e obtiveram

9,30% a mais de GP que as mesmas com 0,8931% de cálcio na ração.

EDWARDS JR. et al. (1992) e SHAFEY (1993) também verificaram que houve

efeito negativo da elevação do nível dietético de cálcio sobre o crescimento das

aves, devido provavelmente à redução na absorção da fração solúvel de outros

minerais nutricionalmente importantes, pela formação de complexos insolúveis

com o cálcio.

Page 30: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

18

Quadro 4 - Desempenho de frangos de corte no período de 1 a 21 dias de idade

Cálcio (%) Machos Fêmeas CV (%)

0,93 796,43 710,24

0,99 782,88 689,63

1,05 751,02 669,63

1,11 711,13 645,51

1,17 632,38 597,24

Ganho de peso (g)

1,23 573,99 540,90

2,82

Média 707,97 A 642,19 B

0,93 1.154,16 1.086,42

0,99 1.211,13 1.115,82

1,05 1.186,32 1.104,75

1,11 1.153,06 1.093,85

1,17 1.130,38 1.100,00

Consumo de ração

(g)

1,23 963,75 944,47

4,70

Média 1.133,13 A 1.074,22 A

0,93 1,45 1,56

0,99 1,55 1,60

1,05 1,58 1,61

1,11 1,62 1,70

1,17 1,79 1,78

Conversão alimentar

1,23 1,68 1,74

4,54

Média 1,61A 1,66 A Em cada linha, A difere de B pelo teste F (P<0,05).

Page 31: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

19

400

500

600

700

800

900

0,93 0,99 1,05 1,11 1,17 1,23 Cálcio (%)

Gan

ho d

e pe

so (g

)

Machos Fêmeas

Y = -828,5410 + 3.648,67**Ca - 2.042,70**Ca2 R2=0,99

Y = -440,4490 + 2.579,65**Ca - 1.447,35*Ca2 R2=0,99

Figura 1 - Estimativa do ganho de peso de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 1 a 21 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

O consumo de ração (CR) também foi afetado (P<0,01) pelos níveis

dietéticos de cálcio; os níveis mais elevados deste mineral provocaram

diminuição no CR (Figura 2). O maior CR ocorreu, respectivamentem, com o

nível de 1,0269 e 1,027% Ca para os machos (1.206,4328 g) e as fêmeas

(1.113,1497 g) (Quadro 5), o que está de acordo com os trabalhos de

EDWARDS JR. (1983) e SCHEIDELER et al. (1995), que observaram

diminuição acentuada no CR de dietas com níveis elevados de cálcio.

Os níveis de cálcio da ração influenciaram (P<0,01) a conversão

alimentar (CA), que aumentou de forma linear, à medida que se elevou o nível

dietético de cálcio (Figura 3). A melhor CA foi obtida com o menor nível

dietético de cálcio (0,93%; 1,4746 e 1,5420 para machos e fêmeas,

respectivamente) (Quadro 5), confirmando os resultados de SHAFEY (1993),

em que o excesso de cálcio na ração também diminuiu o GP e a CA das aves,

com o impacto negativo da elevação do nível de cálcio, induzindo imbalanço

metabólico evidenciado pelo aumento na incidência de morte súbita.

Page 32: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

Quadro 5 - Exigência em cálcio para frangos de corte de 1 a 21 dias de idade, considerando as variáveis de desempenho

Exigência Característica Sexo Equação ajustada R2

Valores

Estimados (%) (%/Mcal EM)

Machos 2**70,042.2-**67,648.3-828,5410ˆ CaCaY += 0,99 800,7716 0,8931 0,2977 Ganho de peso (g)

Fêmeas 2*1.447,35-**65,579.2-440,4490ˆ CaCaY += 0,99 708,9004 0,8912 0,2971

Machos 2**5.504,09-**30,304.11-4.597,76ˆ CaCaY += 0,94 1.206,4328 1,0269 0,3423 Consumo de ração (g)

Fêmeas 2**3.350,00-**18,881.6-2.420,48ˆ CaCaY += 0,71 1.113,1497 1,0270 0,3423

Machos CaY **9096,06287,0ˆ += 0,78 1,4746 0,93 0,3100 Conversão alimentar

Fêmeas CaY **8646,07379,0ˆ += 0,78 1,5420 0,93 0,3100

** e * Significativo em nível de 1 e 5% de probabilidade, respectivamente, pelo teste t.

Page 33: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

21

800

900

1.000

1.100

1.200

1.300

0,93 0,99 1,05 1,11 1,17 1,23 Cálcio (%)

Con

sum

o de

raçã

o (g

)

MachosFêmeas

Y = -4.597,76 + 11.304,30**Ca - 5.504,09**Ca2 R2=0,94 Y = -2.420,48 + 6.881,18**Ca - 3.350,00**Ca2 R2=0,71

Figura 2 - Estimativa do consumo de ração de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 1 a 21 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

0,93 0,99 1,05 1,11 1,17 1,23 Cálcio (%)

Con

vers

ão a

limen

tar

MachosFêmeas

Y = 0,6287 + 0,9096**Ca r2=0,78 Y = 0,7379 + 0,8646**Ca r2=0,78

Figura 3 - Estimativa da conversão alimentar de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 1 a 21 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

Page 34: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

22

Observou-se que, nos níveis mais altos de cálcio, houve redução no

desempenho (CR, GP e CA) das aves, provavelmente devido à redução na

utilização de outros nutrientes da dieta. SHAFEY e MC DONALD (1991)

atribuíram essa redução na performance, nos níveis mais elevados de cálcio, à

diminuição na digestão de nitrogênio, devido ao aumento da população

microbiana intestinal (SHAFEY, 1988), o que causaria crescente irritação na

mucosa intestinal e aumento na espessura da mesma, impedindo absorção

intestinal adequada (SALTER, 1973) e diminuindo o trânsito da digesta, o que

está associado a rações com níveis elevados de cálcio (SHAFEY, 1988).

3.2. Cálcio iônico no sangue

O cálcio iônico sangüíneo de frangos de corte de 1 a 21 dias de idade é

apresentado no Quadro 6.

Quadro 6 - Níveis de cálcio iônico no sangue de frangos de corte de 1 a 21 dias de idade

Cálcio (%) Machos Fêmeas C.V. (%)

0,93 7,64 8,12 10,30

0,99 7,66 7,31

1,05 7,41 7,23

1,11 6,85 7,53

1,17 8,15 7,64

1,23 8,67 8,35

Média 7,73 A 7,70 A Em cada linha A difere de B pelo teste F (P<0,05).

O cálcio iônico (CI) no sangue (Figura 4) sofreu influência (P<0,01) dos

níveis dietéticos de cálcio. Os níveis de 1,0466 e 1,0661% de cálcio

Page 35: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

23

acarretaram a menor quantidade de CI no sangue das aves (5,1233 mg/dL e

7,2536 mg/dL para machos e fêmeas, respectivamente) (Quadro 7). Com o

nível de cálcio mais baixo das dietas experimentais (0,93%), os valores de CI

sangüíneo para machos e fêmeas foram 7,8136 e 8,0193 mg/dL,

respectivamente. No entanto, WATKINS e SOUTERN (1991) e ROBERSON et

al. (1993) afirmaram que o nível de cálcio no sangue (total e iônico) se elevou

com o aumento do cálcio dietético. HURWITZ et al. (1995) preconizaram que o

alto consumo de cálcio dietético acarretou aumento inicial no cálcio plasmático

e supressão na secreção do paratormônio (PTH), o que levou à supressão da

1-hidroxilase renal, com diminuição na produção do 1,25-hidroxicolecalciferol

na mucosa intestinal e, portanto, redução na absorção de cálcio.

4

5

6

7

8

9

10

0,93 0,99 1,05 1,11 1,17 1,23 Cálcio (%)

Cál

cio

iôni

co (m

g/dL

)

MachosFêmeas

Y = 54,4780 - 90,2945 Ca + 43,1373*Ca2 R2=0,73

Y = 54,2586 - 88,1845 Ca + 41,3600*Ca2 R2=0,91

Figura 4 - Estimativa do cálcio iônico no sangue de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 1 a 21 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

Quadro 7 - Exigência em cálcio para frangos de corte de 1 a 21 dias de idade, considerando o cálcio iônico

Sexo Equação ajustada R2 Valores Exigência

Page 36: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

24

máximos (%) (%/Mcal EM)

Machos 2*1373,43 90,2945 -4780,54ˆ CaCaY += 0,73 5,1233 1,0466 0,3489

Fêmeas 2*3600,41 88,1845 -2586,54ˆ CaCaY += 0,91 7,2536 1,0661 0,3554

* Significativo em nível de 5% pelo teste t.

3.3. Parâmetros ósseos do fêmur: comprimento, diâmetro, resistência

à quebra e porcentagem de cinza e cálcio

As médias dos parâmetros ósseos do fêmur são apresentadas no

Quadro 8.

Observou-se que o comprimento do fêmur de machos e fêmeas foi

afetado (P<0,01) pelos níveis dietéticos de cálcio. Nos machos, houve efeito

quadrático (P<0,01) dos níveis de cálcio sobre o comprimento do fêmur, que

apresentou comprimento máximo de 51,5773 mm, com o nível de 0,9695% de

cálcio (Figura 5 e Quadro 9). O comprimento do fêmur das fêmeas também foi

afetado (P<0,01) pelos níveis de cálcio das rações experimentais, com

comprimento máximo de 51,6486 mm, obtido com 1,0081% de cálcio (Quadro

9). Pode-se observar que níveis dietéticos mais elevados de cálcio provocaram

menor comprimento do fêmur (1,23% → 46,7689 mm e 47,5397 mm, para

machos e fêmeas, respectivamente).

O diâmetro do fêmur dos machos foi influenciado (P<0,05) pelos níveis

dietéticos de cálcio, atingindo diâmetro máximo de 7,7670 mm, com nível de

1,0734% de cálcio (Figura 6; Quadro 9). O diâmetro do fêmur das fêmeas

também foi influenciado (P<0,05) pelos níveis de cálcio, apresentando diâmetro

máximo de 6,7593 mm, com o nível máximo de cálcio estudado (1,23%; Figura

6; Quadro 9). Nota-se que o comportamento dos machos e das fêmeas foi

bastante diferente (Figura 6) quanto ao diâmetro do fêmur. Os machos tiveram

o diâmetro do fêmur aumentado pelo nível de cálcio até 1,05% e, depois,

reduzido, com a elevação do nível de cálcio. As fêmeas, no entanto, tiveram o

diâmetro do fêmur aumentado com o aumento do nível dietético de cálcio.

A resistência do fêmur à quebra não diferiu entre os sexos (P>0,05)

(Quadro 8). Verificou-se que houve diminuição da resistência do fêmur à

quebra, à medida que se elevou o nível de cálcio para machos e fêmeas

Page 37: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

25

(Figura 7). A resistência máxima do fêmur à quebra (estimada) para machos foi

de 247,5579 kgf, com nível de 0,9219% Ca, e para as fêmeas, 214,7141 kgf,

com nível de 0,9877% Ca (Quadro 9).

O teor de cinzas no fêmur de machos e fêmeas foi afetado pelos níveis

dietéticos de cálcio (P<0,01), sendo reduzido à medida que se aumentou o

nível de cálcio (Figura 8) na ração. Os machos apresentaram teor máximo de

39,89% de cinzas no fêmur, com nível de 0,81% Ca, e as fêmeas, 39,15% de

cinzas no fêmur, com nível de 0,83% Ca (Quadro 9). Este resultado está de

acordo com os estudos de ANDERSON et al. (1984), os quais observaram

redução no teor de cinza do fêmur, com o aumento do nível dietético de cálcio.

No entanto, outros pesquisadores concluíram o contrário, ou seja, o teor de

cinza elevou-se com o aumento dos níveis dietéticos de cálcio (HARMS et al.,

1967; WALDROUP et al., 1964; e HUYGHEBAERT et al., 1981).

A deposição de cálcio no fêmur não foi influenciada (P>0,05) pelo sexo,

mas foi afetada pelos níveis de cálcio (P<0,01). Observa-se que a deposição

de cálcio no fêmur decresceu, à medida que se aumentou o nível dietético de

cálcio (Figura 9). Os valores máximos estimados para deposição de cálcio no

fêmur de machos e fêmeas foram, respectivamente, 11,4709 e 11,8625%, com

níveis de 0,9601 e 0,8375% Ca (Quadro 9). NELSON et al. (1965) e

ANDERSON et al. (1984) também observaram redução na deposição de cálcio

nos ossos, com o aumento do nível dietético de cálcio. EDWARDS JR. e

VELTMANN JR. (1983) concluíram que a retenção de cálcio nos ossos sofre

influência dos níveis de cálcio da ração, aumentando quando esta se

encontrava deficiente em cálcio.

Page 38: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

Quadro 8 - Comprimento, diâmetro, resistência e teores de cinza e cálcio médios no fêmur e na tíbia de frangos de corte de 1 a 21 dias de idade

Comprimento (mm) Diâmetro (mm) Resistência (kgf/mm) Cinzas (%) Cálcio (%) Osso Níveis de

cálcio (%) Machos Fêmeas Machos Fêmeas Machos Fêmeas Machos Fêmeas Machos Fêmeas

0,93 51,64 A 51,14 A 7,17 A 5,89 B 243,71 A 200,99 B 39,73 A 38,75 A 11,40 A 11,50 A

0,99 51,50 A 51,71 A 7,63 A 6,21 B 241,68 A 217,96 A 39,20 A 39,38 A 11,18 A 11,33 A

1,05 50,46 A 51,48 A 7,88 A 6,29 B 225,22 A 220,56 A 39,68 A 38,50 A 11,05 A 10,59 A

1,11 50,71 A 50,37 A 7,63 A 6,42 B 182,65 A 166,16 A 35,85 A 35,08 A 9,66 A 9,42 A

1,17 48,97 A 50,03 A 7,46 A 6,54 B 120,39 A 122,78 A 31,55 A 33,35 A 8,85 A 8,53 A

Fêmur

1,23 46,53 A 47,32 A 7,17 A 6,79 A 80,93 A 76,35 A 29,33 A 28,65 A 7,68 A 7,28 A

Média 49,97 50,34 7,49 6,35 182,43 167,47 35,89 35,62 9,97 9,77

0,93 78,68 A 72,39 B 10,58 A 5,58 B 212,96 A 156,11 B 39,85 A 38,40 A 12,56 A 12,43 A

0,99 75,94 A 73,77 B 8,33 A 5,67 B 195,66 A 169,89 A 39,40 A 37,65 B 12,29 A 12,62 A

1,05 72,26 A 72,83 A 6,92 A 5,79 B 204,19 A 176,03 A 37,83 A 37,30 A 11,90 A 11,53 A

1,11 71,08 A 69,98 A 6,50 A 5,92 A 181,97 A 145,93 B 34,28 A 34,20 A 10,92 A 10,59 A

1,17 70,39 A 69,55 A 6,21 A 5,88 A 121,94 A 113,15 A 32,13 A 32,98 A 9,50 A 9,80 A

Tíbia

1,23 68,02 A 66,59 A 6,29 A 5,42 A 90,45 A 77,04 A 28,68 B 30,50 A 8,74 A 8,74 A

Média 72,73 70,85 7,47 5,71 167,86 139,69 35,36 35,17 10,98 10,95

C.V. fêmur (%) 1,59 4,84 11,32 3,83 4,16

C.V. tíbia (%) 1,51 9,46 13,05 6,97 4,26

Para cada variável, osso e nível de cálcio, A difere de B pelo teste F (P<0,05).

Page 39: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

Quadro 9 - Exigência em cálcio para frangos de corte de 1 a 21 dias de idade, considerando-se as características do fêmur

Exigência Característica Sexo Equação ajustada R2

Valores

Estimados (%) (%/Mcal EM)

Machos 2**70,8618-**4020,1370288,15-ˆ CaCaY += 0,95 51,5773 0,9695 0,3232 Comprimento

(mm) Fêmeas 2**83,4561- **2660,168-33,1668ˆ CaCaY += 0,96 51,6486 1,0081 0,3360

Machos 2*26,8730- 6886,57-23,1907ˆ CaCaY += 0,91 7,7670 1,0734 0,3578 Diâmetro (mm)

Fêmeas CaY **6869,24544,3ˆ += 0,96 6,7593 1,2300 0,4100

Machos 2**1.837,29-**49,387.3-1.313,76ˆ CaCaY += 0,98 247,5579 0,9219 0,3073 Resistência

(kgf/mm) Fêmeas 2**2.485,00-**02,909.4-2.209,68ˆ CaCaY += 0,97 214,7141 0,9877 0,3292

Machos 2**136,9270-**258,2510-81,8746ˆ CaCaY += 0,96 39,8939 0,9430 0,3143 Cinza (%)

Fêmeas 2**148,9560-**287,4620-99,5351ˆ CaCaY += 0,98 39,1542 0,9649 0,3216

Machos 2**9598,36 - **9764,668699,18-ˆ CaCaY += 0,98 11,4709 0,9061 0,3020 Cálcio (%)

Fêmeas 2**1377,30 - **4786,50-9,2728ˆ CaCaY += 0,99 11,8625 0,8375 0,2792

** e * Significativo em nível de 1 e 5% de probabilidade, respectivamente, pelo teste t.

Page 40: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

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35

40

45

50

55

0,93 0,99 1,05 1,11 1,17 1,23 Cálcio (%)

Com

prim

ento

do

fêm

ur (m

m)

MachosFêmeas

Y =-15,0288 + 137,4020**Ca - 70,8618**Ca2 R2=0,95

Y = -33,1668 + 168,2660**Ca - 83,4561**Ca2 R2=0,96

Figura 5 - Estimativa do comprimento do fêmur de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 1 a 21 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

0

2

4

6

8

10

0,93 0,99 1,05 1,11 1,17 1,23 Cálcio (%)

Diâ

met

ro d

o fê

mur

(mm

)

MachosFêmeas

Y =-23,1907 + 57,6886 Ca - 26,8730*Ca2 R2=0,91

Y = 3,4544 + 2,6869**Ca r2=0,96

Figura 6 - Estimativa do diâmetro do fêmur de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 1 a 21 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

Page 41: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

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50

100

150

200

250

300

0,93 0,99 1,05 1,11 1,17 1,23 Cálcio (%)

Res

istê

ncia

do

fêm

ur (k

gf)

MachosFêmeas

Y = -1.313,76 + 3.387,49**Ca - 1.837,29**Ca2 R2=0,98 Y = -2.209,68 + 4.909,02**Ca - 2.485,00**Ca2 R2=0,97

Figura 7 - Estimativa da resistência do fêmur de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 1 a 21 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

0

10

20

30

40

50

0,93 0,99 1,05 1,11 1,17 1,23 Cálcio (%)

Cin

zas

no fê

mur

(%)

MachosFêmeas

Y = -81,8746 + 258,2510**Ca - 136,9270**Ca2 R2=0,96 Y = -99,5351 + 287,4620**Ca - 148,9560**Ca2 R2=0,98

Y Y

Figura 8 - Estimativa do teor de cinzas no fêmur de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 1 a 21 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

Page 42: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

30

0

3

6

9

12

15

0,93 0,99 1,05 1,11 1,17 1,23 Cálcio (%)

Cál

cio

no fê

mur

(%)

MachosFêmeas

Y = -18,8699 + 66,9764**Ca - 36,9598**Ca2 R2=0,98Y = -9,2728 + 50,4786**Ca - 30,1377**Ca2 R2=0,99^^

Figura 9 - Estimativa do teor de cálcio no fêmur de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 1 a 21 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

3.4. Parâmetros ósseos da tíbia: comprimento, diâmetro, resistência

à quebra e porcentagem de cinza e cálcio

As médias dos parâmetros ósseos da tíbia são apresentadas no

Quadro 8.

O comprimento da tíbia foi afetado (P<0,01) pelos níveis dietéticos de

cálcio, podendo-se verificar, na Figura 10, que o mesmo diminuiu, à medida

que se elevou o nível de cálcio. O comprimento máximo da tíbia dos machos foi

67,8295 mm, com nível de 1,3276% de cálcio. Já as fêmeas apresentaram

maior comprimento da tíbia (73,0331 mm), com nível de 0,9712% de cálcio

(Quadro 10). Devido à esta constatação, pode-se concluir que as fêmeas

necessitam de porcentagem mais elevada de cálcio para alcançar o

comprimento máximo da tíbia (Figura 10).

Page 43: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

Quadro 10 - Exigência em cálcio para frangos de corte de 1 a 21 dias de idade, considerando-se as características da tíbia

Exigência Característica Sexo Equação ajustada R2 Valores

Estimados (%) (%/Mcal EM)

Machos 2**3936,68**181,5920-3570,188ˆ CaCaY += 0,98 67,8295 1,3276 0,4425 Comprimento

(mm) Fêmeas 2**97,5068 - **4020,1899475,18- ˆ CaCaY += 0,93 73,0331 0,9712 0,3237

Machos 2**2064,80**186,6980-7110,114ˆ CaCaY += 0,99 6,0734 1,1639 0,3880 Diâmetro (mm)

Fêmeas 71,5ˆ == YY .

Machos 2**1.712,47-**36,291.3-1.371,41ˆ CaCaY += 0,96 210,0779 0,9610 0,3203 Resistência

(kgf/mm) Fêmeas 2**2.010,06-**09,058.4-1.877,41ˆ CaCaY += 0,98 170,9819 1,0094 0,3365

Machos 2**85,8267-**6970,146-22,0648ˆ CaCaY += 0,99 40,6214 0,72 0,2849 Cinza (%)

Fêmeas 2*60,1523-**9670,1022404,5- ˆ CaCaY += 0,98 38,8221 0,72 0,2853

Machos 2**32,6439-**9606,56-12,1159ˆ CaCaY += 0,99 12,7292 0,74 0,2908 Cálcio (%)

Fêmeas 2*25,2760-**3492,419607,3- ˆ CaCaY += 0,98 12,9482 0,69 0,2727

** e * Significativo em nível de 1 e 5% de probabilidade, respectivamente, pelo teste t.

Page 44: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

32

50

55

60

65

70

75

80

85

0,93 0,99 1,05 1,11 1,17 1,23 Cálcio (%)

Com

prim

ento

da

tíbia

(mm

)

MachosFêmeas

Y =188,3570 - 181,5920**Ca + 68,3936**Ca2 R2=0,98 Y = -18,9475 + 189,4020**Ca - 97,5068**Ca2 R2=0,93

^^

Figura 10 - Estimativa do comprimento da tíbia de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 1 a 21 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

Em relação ao diâmetro da tíbia, os machos sofreram influência (P<0,01)

dos níveis de cálcio, apresentando diminuição inicial no diâmetro da mesma, com

a elevação dos níveis dietéticos cálcio, atingindo diâmetro máximo de 6,0734 mm,

com nível de 1,1639% de cálcio (Figura 11; Quadro 10). As fêmeas, no entanto,

não sofreram influência significativa (P>0,01) dos níveis dietéticos de cálcio

estudados, apresentando diâmetro constante de 5,71 mm (Figura 11; Quadro 10).

Quanto à resistência da tíbia à quebra, não foi observado efeito (P>0,05)

para sexo (Quadro 8). Entretanto, a resistência da tíbia à quebra de machos e

fêmeas foi influenciada pelos níveis de cálcio (P<0,01). Os machos obtiveram

resistência máxima da tíbia à quebra (210,0779 kgf) com nível de 0,9610% de

cálcio e as fêmeas, com nível de 1,0094% de cálcio (170,9819 kgf) (Quadro 10).

Pode-se notar que a resistência diminuiu nos níveis mais elevados de cálcio

(Figura 12). ROLAND JR. et al. (1967) e HUYGHEBAERT et al. (1981) também

verificaram que a resistência da tíbia à quebra diminuiu com a elevação do nível

de cálcio, mas o contrário foi relatado por HULAN et al. (1985).

Page 45: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

33

0

3

6

9

12

0,93 0,99 1,05 1,11 1,17 1,23 Cálcio (%)

Diâ

met

ro d

a tíb

ia (m

m)

MachosFêmeas

Y = 114,7110 -186,6980** Ca + 80,2064**Ca2 R2=0,99 Y = 5,71 mm

Figura 11 - Estimativa do diâmetro da tíbia de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 1 a 21 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

0

50

100

150

200

250

300

0,93 0,99 1,05 1,11 1,17 1,23 Cálcio (%)

Res

istê

ncia

da

tíbia

(kgf

)

MachosFêmeas

Y = -1.371,41 + 3.291,36**Ca - 1.712,47**Ca2 R2=0,96 Y = -1.877,41 + 4.058,09**Ca - 2.010,06**Ca2 R2=0,98

^^

Figura 12 - Estimativa da resistência da tíbia de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 1 a 21 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

Page 46: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

34

O teor de cinza na tíbia não diferiu quanto ao sexo (P>0,05), mas pode-

se verificar que houve diminuição no teor de cinza, à medida que se elevou o

nível dietético de cálcio (Figura 13). O teor de cinza na tíbia dos machos foi

afetado pelos níveis de cálcio (P<0,01), com teor máximo de cinza (40,6214%),

no nível de 0,8546% de cálcio (Quadro 10). O teor de cinza na tíbia das fêmeas

também foi afetado pelos níveis dietéticos de cálcio (P<0,01), com teor máximo

de 38,8221%, obtido com o nível de 0,8559% de cálcio (Quadro 10). Observa-

se que as fêmeas tiveram menor capacidade de deposição de minerais na tíbia

(-4,6347%) que os machos.

0

10

20

30

40

50

0,93 0,99 1,05 1,11 1,17 1,23 Cálcio (%)

Cin

zas

na tí

bia

(%)

MachosFêmeas

Y = -22,0648 + 146,6970**Ca - 85,8267**Ca2 R2=0,99Y = -5,2404 + 102,9670**Ca - 60,1523*Ca2 R2=0,98

Figura 13 - Estimativa do teor de cinzas na tíbia de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 1 a 21 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

A deposição de cálcio na tíbia dos machos (Figura 14) foi influenciada

(P<0,01) pelos níveis dietéticos de cálcio, sendo a maior deposição (12,7292%)

observada com o nível de 0,8725% de cálcio (Quadro 10). Para as fêmeas, a

deposição de cálcio na tíbia também sofreu influência (P<0,05) dos níveis

dietéticos de cálcio, em que a máxima deposição foi obtida com o nível de

Page 47: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

35

0,8180% de cálcio (12,9482%) (Quadro 10). Este resultado está de acordo com

os de EDWARDS JR. (1988), EDWARDS JR. e VELTMANN JR. (1983) e

HULAN et al. (1985).

0

3

6

9

12

15

0,93 0,99 1,05 1,11 1,17 1,23 Cálcio (%)

Cál

cio

na tí

bia

(%)

MachosFêmeas

Y = -12,1159 + 56,9606**Ca - 32,6439**Ca2 R2=0,99Y = -3,9607 + 41,3492**Ca - 25,2760*Ca2 R2=0,98

^^

Figura 14 - Estimativa do teor de cálcio na tíbia de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 1 a 21 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

Page 48: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

36

4. RESUMO E CONCLUSÕES

Foram utilizados 960 pintos de corte (Hubbard) (480 machos e 480

fêmeas) de 1 dia de idade, por um período de 21 dias, com peso médio inicial

de 51,28 e 49,93 g, para machos e fêmeas, respectivamente. Utilizou-se

delineamento experimental inteiramente casualizado, com seis tratamentos,

dois sexos, quatro repetições por sexo e 20 aves por repetição. Os tratamentos

consistiram de níveis de: 0,93; 0,99; 1,05; 1,11; 1,17; e 1,23% de cálcio. A

suplementação com cálcio influenciou as variáveis de desempenho (ganho de

peso, consumo de ração e conversão alimentar), o nível de cálcio iônico

sangüíneo e características ósseas do fêmur e da tíbia (comprimento, diâmetro,

resistência à quebra e teor de cinza e cálcio). As estimativas das exigências em

cálcio variaram de 0,93 (0,31%/Mcal de EM) a 1,3276% (0,4425%/Mcal de EM)

para os machos e de 0,93 (0,31%/Mcal de EM) a 1,23% (0,41%/Mcal de EM)

para as fêmeas. Levando-se em consideração as respostas biológicas das

aves, quanto aos parâmetros estudados, pode-se sugerir que a exigência em

cálcio para frangos de corte de 1 a 21 dias de idade foi 1,05% (0,35%/Mcal de

EM) para atender os parâmetros GP, CA, teor de cálcio e resistência à quebra

do fêmur e da tíbia dos machos. Para as fêmeas, sugere-se o nível de 1,11%

de cálcio (0,37%/Mcal de EM), levando-se em consideração o parâmetro

resistência à quebra, devido a sua importância no processamento de aves.

Page 49: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

37

CAPÍTULO 2

DETERMINAÇÃO DA EXIGÊNCIA EM CÁLCIO PARA FRANGOS

DE CORTE DE 22 A 42 DIAS DE IDADE

1. INTRODUÇÃO

O cálcio não ocorre livre na natureza, mas seus compostos são

inúmeros, sendo o cátion mais abundante no organismo animal. Nas aves, é o

mineral encontrado em maior quantidade, constituindo aproximadamente 98%

do esqueleto das mesmas na forma de hidroxiapatita, sendo requerido em

quantidade maior que qualquer outro mineral. É também o mineral

metabolicamente mais ativo, com intrincado metabolismo regulatório

(KLASING, 1998).

Embora a maior parte do cálcio corporal seja encontrada no esqueleto,

este mineral está também difundido em muitos sistemas metabólicos e tecidos,

existindo equilíbrio dinâmico entre o cálcio dos ossos e o sangüíneo.

O cálcio do tecido ósseo está disponível para troca com os fluidos

corporais, sendo explicada como dissolução metabólica do osso, com

simultânea deposição de sais no mesmo (BRAGG et al., 1962).

Os compostos ricos em cálcio comumente utilizados não são

considerados tóxicos, porque o mecanismo homeostático do animal tende a

Page 50: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

38

protegê-lo de absorções excessivas do elemento, ou seja, quando o nível

dietético de cálcio é elevado, a porcentagem de absorção do mesmo é menor e

vice-versa.

A composição corporal das aves pode ser manipulada por meio da

genética e da composição da dieta. Aves selecionadas para menores teores de

gordura na carcaça são metabolicamente mais eficientes, e a seleção genética

das mesmas altera o processo metabólico de tal modo que aves com menor

teor de gordura na carcaça são menos tolerantes a níveis elevados de cálcio

na ração.

Em razão de existirem poucos estudos sobre o requerimento em cálcio,

para frangos de corte de 3 a 6 semanas de idade, principalmente para as

novas linhagens de frango de corte, é interessante reavaliar o nível adequado

de cálcio para essa fase da criação.

O objetivo deste trabalho foi estabelecer a exigência nutricional em

cálcio para frangos de corte de ambos os sexos, na fase de 22 a 42 dias de

idade.

Page 51: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

39

2. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no Setor de Avicultura do Departamento

de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), no período de 01 a 21

de novembro de 1996.

Neste experimento, utilizaram-se 768 pintos (384 machos e 384

fêmeas) de 22 dias de idade da linhagem Hubbard, que foram criados durante

o período inicial, de 1 a 21 dias de idade, e alimentados com ração à base de

milho e farelo de soja, atendendo às recomendações nutricionais de

ROSTAGNO et al. (1983). As aves foram vacinadas contra Bouba e doença de

Marek e apresentaram peso médio inicial de 807,09 e 717,24 g, para machos e

fêmeas, respectivamente.

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado,

em um arranjo fatorial 6 x 2, sendo seis níveis de cálcio (0,82; 0,88; 0,94; 1,00;

1,06; e 1,12%) e dois sexos, com quatro repetições. Foram utilizadas 16 aves

por repetição, totalizando 768.

As aves foram pesadas e, posteriormente, alojadas ao acaso em 48

boxes (16 aves/boxe) de 1,50 x 1,50 m, em dois galpões de alvenaria de

4,50 x 19,40 m cobertos com telha francesa, com pé direito de 2,80 m,

possuindo lanternin, laterais constituídas de muretas de 0,50 m de altura e tela

de arame de ½ polegada à prova de pássaros e com piso de cimento.

Em cada boxe, utilizaram-se, aproximadamente, 10 cm de cama

constituída por cepilha de madeira, que foi manejada periodicamente por meio

de revolvimento, para exalar amônia e evitar intoxicação das aves.

Page 52: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

40

Adotou-se um programa de luz contínua de 24 horas (natural e artificial),

utilizando-se lâmpadas de 60W distribuídas por todo o galpão.

Utilizaram-se bebedouros pendulares e comedouros tubulares, que

foram mantidos limpos e abastecidos com água e ração ad libitum.

A temperatura foi observada e registrada diariamente, durante todo o

período experimental, por meio de termômetros de máxima e mínima,

distribuídos em vários lugares nos galpões (Quadro 1).

Quadro 1 - Temperatura média registrada no interior dos galpões durante o período experimental (22 a 42 dias de idade)

Temperatura do ar (oC) Galpão

Máxima Mínima

1 27,33 17,38

2 27,81 17,28

A composição química parcial dos ingredientes utilizados na

formulação das dietas experimentais encontra-se no Quadro 2.

Quadro 2 - Teores de proteína bruta, cálcio e fósforo total dos ingredientes utilizados nas dietas experimentais1

Ingredientes Proteína bruta (%) Cálcio (%) Fósforo (%)

Milho 8,090 0,04 0,27

Farelo de soja 43,680 0,37 0,58

Calcário - 37,28 -

Fosfato bicálcico - 22,60 17,00 1 Análises realizadas no Laboratório de Nutrição Animal do Departamento de Zootecnia da UFV.

A ração utilizada foi isocalórica (3.100 kcal de EM/kg de ração),

formulada para atender as exigências nutricionais mínimas das aves, exceto o

cálcio (Quadro 3).

Page 53: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

41

Ao término do período experimental (42 dias de idade), as aves foram

pesadas por boxe, assim como as sobras de ração, e o desempenho dos

animais (ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar) avaliado.

Para coleta dos parâmetros sangüíneos e análises de minerais e

resistência dos ossos à quebra (fêmur e tíbia), foram selecionadas três aves

por repetição, com peso próximo à média do boxe. As aves foram submetidas à

punção cardíaca, após oito horas de jejum, para retirada de aproximadamente

2 mL de sangue, que foi centrifugado a 3.000 rpm por 20 minutos. O soro foi

recolhido por meio de pipetas individuais descartáveis, para evitar a

contaminação do soro sobrenadante, que foi acondicionado em tubos plásticos

com capacidade de 2 mL, devidamente identificados, isentos de contaminação

e, posteriormente, colocados em congelador. Procedeu-se, à determinação da

porcentagem de albumina, proteínas totais, cálcio total e cálcio iônico.

A análise dos parâmetros sangüíneos das aves foi obtida por meio de

“kits” comerciais para determinação de albumina, proteínas totais e cálcio total,

utilizando-se colorímetro (RA - Chemistry analizer) em filtro verde-laranja (550

a 590 nm). A determinação do cálcio iônico foi obtida pela expressão indicada

nos referidos kits comerciais:

6AP 19,0

3AP 0,19- Ca 6

(mg/dL) ++

⎥⎦⎤

⎢⎣⎡ +

=CaI

em que

CaI = cálcio iônico, em mg/dL;

Ca = cálcio sérico, em mg/dL;

P = proteína total, em g/dL; e

A = albumina total, em g/dL.

Page 54: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

42

Quadro 3 - Composição percentual da ração basal para frangos de corte na fase de 22 a 42 dias de idade

Ingredientes (%) Milho 60,468 Farelo de soja 32,360 Óleo vegetal 3,266 Calcário 1,348 Fosfato bicálcico 0,782 Inerte (areia lavada) 0,789 Mistura mineral1 0,050 Mistura vitamínica2 0,100 Sal comum 0,350 Antioxidante3 0,010 Anticoccidiano4 0,100 Bacitracina de zinco 0,050 Espiramix 0,100 Cloreto de Colina (60%) 0,060 DL - Metionina (99%) 0,167 Total 100,000

Valores calculados Proteína bruta (%) 20,000 Energia metabolizável (Mcal/kg) 3.100,000 Sódio (%) 0,181 Cálcio (%) 0,820 Fósforo disponível (%) 0,420 Metionina (%) 0,478 Metionina + Cistina (%) 0,811 Lisina (%) 1,068 Treonina (%) 0,782 Triptofano (%) 0,265 1 Níveis de garantia por quilograma do produto: Ferro, 80 g; Cobre, 10 g; Cobalto, 2 g; Manganês, 60 g;

Zinco, 50 g; Iodo, 1 g e excipiente q.s.p., 500g. 2 Níveis de garantia por quilograma do produto: Vitamina A, 15.000.000 U.I.; Vitamina D3, 1.500.000 U.I.;

Vitamina E, 15.000 U.I.; Vitamina K3, 3,0 g; Vitamina B1, 2,0 g; Vitamina B2, 4,0 g; Vitamina B6, 3,0 g;

Vitamina B12, 0,015 g; Ácido Nicotínico, 25 g; Ácido Pantotênico, 10 g; Ácido Fólico, 1,0 g; Colina, 250 g;

Bacitracina de zinco, 10 g; Selênio, 100 mg; Antioxidante B.H.T., 10 g e excipiente q.s.p., 1.000 g. 3 BHT, Butil-hidroxi-tolueno. 4Coxistac.

Page 55: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

43

Após a punção cardíaca, as aves foram sacrificadas por deslocamento

cervical. A perna esquerda de cada ave foi removida para posterior análise dos

ossos (teor de minerais e resistência à quebra do fêmur e tíbia).

Os ossos da perna esquerda (fêmur e tíbia), após a retirada dos

músculos e tendões, com o auxílio de estiletes, foram secos ao ar por cerca de

quatro horas, com o auxílio de papel toalha, e mensurados quanto ao

comprimento e diâmetro com paquímetro digital, usando duas casas decimais

(Mitutoyo Digimatic).

A resistência à quebra ou flexão dos ossos foi avaliada utilizando-se

uma prensa computadorizada que registra a resistência de materiais (“Instron

Corporation Series IX Automated Materials Testing System 1,09”).

Após a determinação da resistência à quebra, os ossos foram pesados

em balança analítica, secos em estufa a 105oC por 24 horas, pesados,

desengordurados com éter de petróleo por 48 horas, pesados novamente e

depois triturados em moinho bola. Fez-se um “pool” com os três ossos de cada

repetição (fêmur e tíbia, separadamente). Tirou-se uma alíquota de 0,1962 g de

cada “pool”, para se determinar o teor de cinza dos mesmos, segundo

metodologia descrita por SILVA (1990).

Determinou-se a porcentagem de minerais nos ossos por via úmida da

seguinte forma: pesou-se uma alíquota do “pool” de ossos secos e

desengordurados (0,1962 g), adicionaram-se 4 mL de HNO3 concentrado e,

após, foi levada ao bloco digestor a 130oC até quase secura. Adicionou-se

1 mL de HClO4 e levou-se novamente ao bloco digestor. Filtrou-se a solução

resultante em papel de filtro quantitativo, colocando-a em balão volumétrico,

aferindo-se o volume para 50 mL. Determinou-se por espectrofotômetro de

absorção atômica o cálcio no fêmur e na tíbia, segundo metodologia descrita

por SILVA (1990).

O modelo estatístico utilizado foi:

Yijk = μ + Ti + Sj + TSij + εijk

em que

Yijk = observação no nível de cálcio i, no sexo j e na repetição k;

μ = média geral;

Page 56: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

44

Ti = efeito dos níveis de cálcio;

Sj = efeito do sexo;

TSij = efeito da interação entre os níveis de cálcio e o sexo; e

εijk = erro aleatório associado a cada observação.

A análise estatística dos dados foi efetuada utilizando-se o programa.

Os dados foram submetidos à análise de variância e regressão, seguindo a

técnica de polinômios ortogonais. Os sexos foram comparados pelo teste F em

nível de 5% de probabilidade.

Page 57: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

45

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. Desempenho: ganho de peso, consumo de ração e conversão

alimentar

Os parâmetros de desempenho dos frangos de corte, no período de 22

a 42 dias de idade, são apresentados no Quadro 4.

O desempenho das aves (ganho de peso, consumo de ração e

conversão alimentar) não foi afetado (P>0,01) pelos níveis de cálcio estudados

(Figuras 1 a 3; Quadro 5). Resultados similares foram observados por NELSON

et al. (1990), WEDEKIND e BAKER (1990), SKINNER et al. (1992) e SKINNER

e WALDROUP (1992), que, ao estudarem o comportamento de frangos de

corte na fase de terminação, quanto à retirada da fonte de cálcio, não

encontraram diferença para os dados de desempenho, o que está de acordo

com este estudo, no qual não houve efeito dos níveis de cálcio da dieta sobre

estes parâmetros de desempenho.

Pode-se observar que houve diferença entre os sexos (P<0,05) para o

ganho de peso e o consumo de ração (Quadro 4).

Page 58: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

46

Quadro 4 - Desempenho de frangos de corte no período de 22 a 42 dias de idade

. Cálcio (%) Machos Fêmeas C.V. (%)

0,82 1.543,54 1.308,19

0,88 1.599,50 1.265,08

0,94 1.564,96 1.288,64

1,00 1.512,31 1.505,75

1,06 1.539,34 1.324,22

Ganho de peso (g)

1,12 1.550,70 1.226,95

9,91

Média 1.551,72 A 1.319,80 B

0,82 3.139,22 2.689,90

0,88 3.254,81 2.708,73

0,94 3.214,75 2.658,31

1,00 3.179,27 2.841,36

1,06 3.136,43 2.717,71

Consumo de ração

(g)

1,12 3.167,78 2.615,99

4,78

Média 3.182,04 A 2.705,33 B

0,82 2,03 2,02

0,88 2,03 2,14

0,94 2,05 2,28

1,00 2,10 2,01

1,06 2,04 2,05

Conversão

alimentar

1,12 2,04 2,13

10,93

Média 2,05 A 2,10 A Em cada linha, A difere de B pelo teste F (P<0,05).

Page 59: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

47

500

1.000

1.500

2.000

0,82 0,82 0,88 0,94 1,00 1,06 1,12 Cálcio (%)

Gan

ho d

e pe

so (g

)

MachosFêmeas

Y = 1.551,73 gY = 1.319,81 g

__

Figura 1 - Estimativa do ganho de peso de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 22 a 42 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

0,82 0,88 0,94 1,00 1,06 1,12 Cálcio (%)

Con

sum

o da

raçã

o (g

)

MachosFêmeas

Y = 3.182,04 gY = 2.705,33 g

__

Figura 2 - Estimativa do consumo de ração de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 22 a 42 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

Page 60: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

48

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

0,82 0,88 0,94 1,00 1,06 1,12 Cálcio (%)

Con

vers

ão a

limen

tar

MachosFêmeas

Y = 2,05Y = 2,11

__

Figura 3 - Estimativa da conversão alimentar de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 22 a 42 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

Quadro 5 - Exigência em cálcio para frangos de corte de 22 a 42 dias de idade, considerando as variáveis de desempenho

Característica Sexo Equação ajustada

Machos 73,551.1ˆ == YY Ganho de peso (g)

Fêmeas 81,319.1ˆ == YY

Machos 04,182.3ˆ == YY Consumo de ração (g)

Fêmeas 33,705.2ˆ == YY

Machos 05,2ˆ == YY Conversão alimentar

Fêmeas 11,2ˆ == YY

Page 61: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

49

3.2. Cálcio iônico no sangue

O cálcio iônico no sangue de frangos de corte, de 22 a 42 dias de

idade, é apresentado no Quadro 6.

Quadro 6 - Cálcio iônico no sangue de frangos de corte de 22 a 42 dias de idade

Cálcio (%) Machos Fêmeas C.V. (%)

0,82 6,64 6,70 9,34

0,88 5,96 6,42

0,94 6,57 6,86

1,00 7,01 6,71

1,06 6,54 6,77

1,12 6,99 6,51

Média 6,62 A 6,66 A Em cada linha, A difere de B pelo teste F (P<0,05).

O cálcio iônico (CI) no sangue da aves (Figura 4) não sofreu influência

(P>0,05) do sexo (Quadro 6), nem dos níveis de cálcio (P>0,01) (Quadro 7), o

que foi observado também por SCHEIDELER et al. (1995), ao estudarem

vários níveis de cálcio para frangos de corte em terminação. Pode-se concluir,

portanto, que, nessa fase, as aves apresentam seu esqueleto bastante

mineralizado, não havendo grande efeito dos níveis de cálcio da ração .

Page 62: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

50

3

4

5

6

7

8

0,82 0,88 0,94 1,00 1,06 1,12 Cálcio (%)

Cál

cio

iôni

co (m

g/dL

)

MachosFêmeas

Y = 6,62 mg/dLY = 6,66 mg/dL

__

Figura 4 - Estimativa do cálcio iônico do sangue de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 22 a 42 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

Quadro 7 - Exigência em cálcio para frangos de corte de 22 a 42 dias de idade, considerando o cálcio iônico

Sexo Equação ajustada

Machos 62,6ˆ == YY

Fêmeas 66,6ˆ == YY

3.3. Parâmetros ósseos do fêmur: comprimento, diâmetro, resistência

à quebra e porcentagem de cinza e de cálcio

Os parâmetros ósseos do fêmur de frangos de corte de 22 a 42 dias de

idade são apresentados no Quadro 8.

Pode-se observar que o comprimento do fêmur dos machos e das

fêmeas não foi afetado (P>0,01) pelos níveis de cálcio (Figura 5 e Quadro 9).

Page 63: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

51

Houve efeito quanto ao sexo (P<0,05), em que os machos apresentaram

comprimento médio do fêmur de 78,80 mm e as fêmeas, 64,07 mm (Quadro 8).

O diâmetro do fêmur também não foi afetado (P>0,01) pelos níveis de

cálcio (Figura 5 e Quadro 9). No entanto, os machos tiveram o diâmetro do

fêmur maior que o das fêmeas (P<0,05) (10,68 e 9,47 mm, respectivamente)

(Quadro 9).

40

50

60

70

80

90

0,82 0,88 0,94 1,00 1,06 1,12 Cálcio (%)

Com

prim

ento

do

fêm

ur (m

m)

MachosFêmeas

Y = 78,81 mmY = 64,08 mm

__

Figura 5 - Estimativa do comprimento do fêmur de frangos, machos e fêmeas, Hubbard, de 22 a 42 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

Page 64: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

Quadro 8 - Comprimento, diâmetro, resistência e teores de cinza e cálcio médios no fêmur e na tíbia de frangos de 22 a 42 dias de idade

Comprimento (mm) Diâmetro (mm) Resistência (kgf/mm) Cinzas (%) Cálcio (%) Osso

Níveis de

cálcio (%) Machos Fêmeas Machos Fêmeas Machos Fêmeas Machos Fêmeas Machos Fêmeas

0,82 78,26 A 64,18 B 10,54 A 9,50 B 268,28 A 267,82 A 37,13 A 37,23 A 12,93 A 13,36 A

0,88 78,46 A 63,81 B 10,63 A 9,50 B 274,88 A 248,18 A 37,83 A 37,70 A 13,26 A 13,03 A

0,94 79,07 A 62,85 B 10,63 A 9,21 B 261,76 A 265,59 A 36,93 A 38,23 A 13,77 A 13,05 B

1,00 78,29 A 64,33 B 10,63 A 9,50 B 263,54 A 243,90 A 36,85 A 37,85 A 13,21 A 12,87 A

1,06 79,26 A 64,17 B 10,67A 9,79 B 294,90 A 251,26 A 36,10 A 37,08 A 12,67 A 12,32 A

Fêmur

1,12 79,49 A 65,12 B 11,00 A 9,33 B 272,39 A 255,56 A 36,55 A 37,13 A 11,86 A 12,37 A

Média 78,80 64,07 10,68 9,47 272,62 255,38 36,90 37,53 12,95 12,83

0,82 116,82 A 113,17 B 9,58 A 8,17 B 419,9 A 288,65 B 38,25 B 42,33 A 11,77 A 11,73 A

0,88 115,36 A 114,73 A 9,92 A 8,38 B 356,73 A 264,78 B 38,23 B 41,80 A 11,44 A 11,75 A

0,94 116,05 A 112,07 B 9,88 A 8,42 B 392,67 A 308,38 B 38,25 B 42,38 A 11,82 A 12,06 A

1,00 116,22 A 113,42 B 9,79 A 8,33 B 355,78 A 257,11 B 38,70 B 41,50 A 12,08 A 11,13 B

1,06 118,18 A 113,37 B 9,58 A 8,67 B 416,04 A 305,54 B 40,25 A 39,50 A 12,01 A 11,81 A

Tíbia

1,12 119,84 A 112,94 B 9,88 A 8,25 B 409,96 A 283,58 B 40,73 A 39,30 A 11,55 A 11,71 A

Média 117,08 113,28 9,77 8,37 391,84 284,67 39,07 41,13 11,78 11,70

C.V. fêmur (%) 1,87 3,15 11,36 9,02 3,14

C.V. tíbia (%) 1,17 3,38 14,68 4,16 4,91

Para cada variável, osso e nível de cálcio, A difere de B pelo teste F (P<0,05).

Page 65: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

Quadro 9 - Exigência em cálcio para frangos de corte de 22 a 42 dias de idade, considerando as características do fêmur

Exigência Característica Sexo Equação ajustada R2

Resposta

Máxima (%) (%/Mcal EM)

Machos 81,78ˆ == YY . . . . Comprimento

(mm) Fêmeas 08,64ˆ == YY . . . .

Machos 68,10ˆ == YY . . . . Diâmetro (mm)

Fêmeas 47,9ˆ == YY . . . .

Machos 63,272ˆ == YY . . . . Resistência

(kgf/mm) Fêmeas 39,255ˆ == YY . . . .

Machos 90,36ˆ == YY . . . . Cinza (%)

Fêmeas 54,37ˆ == YY . . . .

Machos Y = -29,1047 + 91,4343 * *Ca - 49,0190* *Ca2 0,96 13,5368 0,9326 0,3008 Cálcio (%)

Fêmeas Y = 16,1922 - 3,4620* *Ca 0,89 13,3534 0,82 0,2645

** e * Significativo em nível de 1e 5% de probabilidade, respectivamente, pelo teste t.

Page 66: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

54

A resistência do fêmur à quebra não sofreu efeito (P>0,01) dos tratamentos (Figura 7 e Quadro 8), nem do sexo (P>0,05) (Quadro 8), em que machos e fêmeas apresentaram médias de resistência à quebra de 272,62 e 255,38 kgf/mm, respectivamente. O teor de cinza no fêmur de machos e fêmeas não foi afetado pelos níveis dietéticos de cálcio (P>0,01), nem pelo sexo (P>0,05) (Figura 8 e Quadros 8 e 9), tendo apresentado médias de 36,90e 37,53% para machos e fêmeas, respectivamente. Observa-se que as fêmeas depositaram numericamente mais minerais no fêmur que os machos. A deposição de cálcio no fêmur foi influenciada (P<0,01) pelos níveis de cálcio (Figura 9). O sexo não influenciou P(>0,05) a deposição de cálcio no fêmur (Quadro 8).

Os valores máximos para deposição de cálcio no fêmur de machos e fêmeas foram de 13,68 e 13,34%, com os níveis de 0,9326 e 0,82% de cálcio, respectivamente (Quadro 9). Observa-se que houve comportamento diferente para machos e fêmeas. As fêmeas apresentaram decréscimo de deposição de cálcio no fêmur, à medida que aumentou o nível de cálcio; os machos depositaram teores crescentes de cálcio até 0,9326% de cálcio na ração, para, em seguida, diminuir a deposição do mesmo, à medida que se elevou o nível de cálcio na ração.

3.4. Parâmetros ósseos da tíbia: comprimento, diâmetro, resistência à quebra e porcentagem de cinza e de cálcio

Os parâmetros ósseos da tíbia de frangos de corte de 22 a 42 dias de idade são apresentadas no Quadro 8. O comprimento da tíbia foi afetado (P<0,01) pelos níveis dietéticos de cálcio apenas para os machos (Figura 10), que apresentaram comprimento máximo de 120,7101 mm com o nível de 1,12% de cálcio. Observa-se que, até o nível de 0,9150% de cálcio, o comprimento da tíbia diminuiu e, após, aumentou com a elevação dos níveis de cálcio. Houve influência do sexo (P<0,05) no comprimento da tíbia, em que as fêmeas apresentaram comprimento médio de 113,28 mm (Quadro 10).

Page 67: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

55

0

4

8

12

16

0,82 0,88 0,94 1,00 1,06 1,12 Cálcio (%)

Diâ

met

ro d

o fê

mur

(mm

)

MachosFêmeas

Y = 10,68 mmY = 9,47 mm

__

Figura 6 - Estimativa do diâmetro do fêmur de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 22 a 42 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

0

100

200

300

400

500

0,82 0,88 0,94 1,00 1,06 1,12 Cálcio (%)

Res

istê

ncia

do

fêm

ur (k

gf/m

m)

MachosFêmeas

Y = 272,63 kgf/mmY = 255,39 kgf/mm

_

_

Figura 7 - Estimativa da resistência à quebra do fêmur de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 22 a 42 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

Page 68: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

56

0

10

20

30

40

50

0,82 0,88 0,94 1,00 1,06 1,12 Cálcio (%)

Cin

zas

no fê

mur

(%)

MachosFêmeas

Y = 36,90 %Y = 37,54 %

__

Figura 8 - Estimativa do teor de cinzas no fêmur de frangos, machos e fêmeas, Hubbard, de corte de 22 a 42 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

8

10

12

14

16

0,82 0,88 0,94 1,00 1,06 1,12 Cálcio (%)

Cál

cio

no fê

mur

(%)

MachosFêmeas

Y = -29,1047 + 91,4343**Ca - 49,0190**Ca2 R2=0,96Y = 16,1922 - 3,4620**Ca r2=0,89

^^

Figura 9 - Estimativa do teor de cálcio no fêmur de frangos, machos e fêmeas, Hubbard, de corte de 22 a 42 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

Page 69: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

57

60

80

100

120

140

0,82 0,88 0,94 1,00 1,06 1,12 Cálcio (%)

Com

prim

ento

da

tíbia

(mm

)

MachosFêmeas

Y =201,6150 - 187,8190**Ca + 102,6370**Ca2 R2=0,96Y = 113,28 mm_^

Figura 10 - Estimativa do comprimento da tíbia de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 22 a 42 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

Os resultados da pesquisa de SKINNER e WALDROUP (1992) diferiram

deste trabalho, pois esses autores não observaram efeito no comprimento da

tíbia, com o aumento do nível de cálcio na ração.

Em relação ao diâmetro da tíbia, machos e fêmeas não sofreram

influência (P>0,01) dos níveis dietéticos de cálcio (Figura 11 e Quadro 10), o

que discorda do trabalho de SKINNER e WALDROUP (1992), em que os

machos tiveram o diâmetro da tíbia influenciado pelos níveis de cálcio e as

fêmeas sofreram redução do mesmo nos níveis mais elevados.

O sexo influenciou (P<0,05) o diâmetro médio da tíbia, com os machos

apresentando diâmetro de tíbia 14,3296% maior que as fêmeas (9,77 e

8,37 mm, para machos e fêmeas, respectivamente) (Quadro 8).

Page 70: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

Quadro 10 - Exigência em cálcio para frangos de corte de 22 a 42 dias de idade, considerando as características da tíbia

Exigência Característica Sexo Equação ajustada R2

Valores

Estimados (%) (%/Mcal EM)

Machos Y = 201,6150 - 187,8190 * *Ca + 102,6370 * * Ca2 0,96 115,6909 0,9150 0,2952 Comprimento

(mm) Fêmeas 28,113ˆ == YY . . . .

Machos 77,9ˆ == YY . . . . Diâmetro

(mm) Fêmeas 37,8ˆ == YY . . . .

Machos 85,391ˆ == YY . . . . Resistência

(kgf/mm) Fêmeas 67,284ˆ == YY . . . .

Machos Y = 30,3367 + 9,0000 * * Ca 0,81 40,4167 1,12 0,3613 Cinza (%)

Fêmeas Y = 51,7109 - 10,9048 * * Ca 0,78 42,7690 0,82 0,2645

Machos 78,11ˆ == YY . . . . Cálcio (%)

Fêmeas 70,11ˆ == YY . . . .

** e * Significativo em nível de 1 e 5% de probabilidade, respectivamente, pelo teste t.

Page 71: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

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0

4

8

12

16

0,82 0,88 0,94 1,00 1,06 1,12 Cálcio (%)

Diâ

met

ro d

a tíb

ia (m

m)

MachosFêmeas

Y = 9,77 mmY = 8,37 mm

__

Figura 11 - Estimativa do diâmetro da tíbia de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 22 a 42 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

0

100

200

300

400

500

0,82 0,88 0,94 1,00 1,06 1,12 Cálcio (%)

Res

istê

ncia

da

tíbia

(kgf

/mm

)

MachosFêmeas

Y = 391,85 kgf/mmY = 284,67 kgf/mm

__

Figura 12 - Estimativa da resistência à quebra da tíbia de frangos, machos e fêmeas, Hubbard, de corte de 22 a 42 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

Page 72: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

60

A resistência da tíbia à quebra não foi afetada (P>0,01) pelos níveis

dietéticos de cálcio (Figura 12 e Quadros 8 e 10).

O teor de cinza na tíbia não diferiu (P>0,05) em relação ao sexo

(Quadro 8). Entretanto, houve efeito significativo do teor de cinza na tíbia

(P<0,01) quanto ao nível dietético de cálcio (Figura 13). O teor de cinza na tíbia

dos machos aumentou, à medida que se elevou o nível de cálcio da ração,

atingindo teor máximo de cinza (40,4167 %) com o nível de 1,12% de cálcio

(Quadro 10). Nas fêmeas, o teor de cinza na tíbia também foi afetado pelos

níveis dietéticos de cálcio (P<0,01), mas com comportamento diferente: o teor

de cinza na tíbia diminuiu, à medida que se elevou o nível de cálcio na ração,

atingindo teor máximo de 42,7690% com o nível de 0,82% de cálcio (Quadro

10). Observa-se que as fêmeas apresentaram maior capacidade de deposição

de minerais na tíbia (15,3914%) que os machos.

Entretanto, NELSON et al. (1990), ao estudarem a influência do cálcio

em frangos de corte de 3 a 6 semanas, observaram aumento significativo no

teor de cinza da tíbia, ao se aumentar o nível de cálcio na ração, o que

discorda dos resultados encontrados neste trabalho.

A deposição de cálcio na tíbia de machos e fêmeas não sofreu

influência (P>0,01) dos níveis de cálcio, nem do sexo (P>0,05) (Figura 14;

Quadro 10), o que concorda com o trabalho de EDWARDS JR. e VELTMANN

JR. (1983). HULAN et al. (1985), entretanto, observaram que a deposição de

cálcio na tíbia foi afetada pelos níveis mais elevados de cálcio da ração e os

machos depositaram menos cálcio na tíbia que as fêmeas.

Page 73: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

61

0

10

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30

40

50

0,82 0,88 0,94 1,00 1,06 1,12 Cálcio (%)

Cin

zas

na tí

bia

(%)

MachosFêmeas

Y = 30,3367 + 9,0000**Ca r2=0,81Y = 51,7109 - 10,9048**Ca r2=0,78

^^

Figura 13 - Estimativa do teor de cinzas na tíbia de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 22 a 42 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

6

8

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12

14

0,82 0,88 0,94 1,00 1,06 1,12 Cálcio (%)

Cál

cio

na tí

bia

(%)

MachosFêmeas

Y = 11,78 %Y = 11,70 %

__

Figura 14 - Estimativa do teor de cálcio na tíbia de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 22 a 42 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

Page 74: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

62

4. RESUMO E CONCLUSÕES

Foram utilizados 768 pintos de corte (Hubbard) de um dia (384 machos

e 384 fêmeas) por um período 22 a 42 dias de idade, cujo peso médio inicial foi

de 807,09 e 717,24 g para machos e fêmeas, respectivamente. Utilizou-se

delineamento experimental inteiramente casualizado, com seis tratamentos,

dois sexos, quatro repetições por sexo e 16 aves por repetição. Os tratamentos

consistiram de níveis de 0,82; 0,88; 0,94; 1,00; 1,06; e 1,12% de cálcio. Os

níveis de cálcio utilizados não influenciaram (P>0,01) os parâmetros de

desempenho (ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar). No

entanto, o ganho de peso e o consumo de ração foram afetados pelo sexo

(P<0,05), tendo as fêmeas apresentado menor desempenho que os machos

(GP = 1.551,72 e 1.319,80 g, para machos e fêmeas, respectivamente; CR =

3.182,04 e 2.705,33 g, para machos e fêmeas, respectivamente). O cálcio

iônico no sangue das aves não foi influenciado (P>0,01) pelos níveis de cálcio,

nem pelo sexo (P>0,05). Quanto aos parâmetros ósseos do fêmur e da tíbia, o

diâmetro e a resistência à quebra não sofreram influência dos níveis de cálcio

(P>0,01). O comprimento do fêmur não foi influenciado (P>0,01) pelos

tratamentos, mas o comprimento da tíbia dos machos sofreu efeito dos níveis

de cálcio (P<0,01), apresentando comprimento máximo de 115,6909 mm com

0,9150% de cálcio. O teor de cinza no fêmur não foi afetado (P>0,01) pelos

níveis dietéticos de cálcio, mas o teor de cinza na tíbia de machos e fêmeas

sofreu influência dos níveis de cálcio (P<0,01), em que os machos

apresentaram teor máximo de cinza de 40,4167%, com o nível de 1,12% de

Page 75: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

63

cálcio, e as fêmeas, 42,7690% de cinza, com o nível de 0,82% de cálcio.

Quanto à deposição de cálcio nos ossos estudados, somente o fêmur sofreu

influência (P<0,01) dos níveis dietéticos de cálcio, tendo os machos

apresentado deposição máxima de 13,5368%, com o nível de 0,9326% de

cálcio, e as fêmeas, 13,3534%, com o nível de 0,82% de cálcio. As estimativas

das exigências em cálcio variaram de 0,82 (0,2645 %/Mcal de EM) a 1,12%

(0,3613%/Mcal de EM) para os machos e foi de 0,82% (0,2645%/Mcal de EM)

para as fêmeas. Considerando-se as respostas biológicas das aves,

recomenda-se 0,9326% de cálcio (0,3008%/Mcal de EM) para os machos e

0,82% de cálcio (0,2645%/Mcal de EM) para as fêmeas.

Page 76: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

64

CAPÍTULO 3

DETERMINAÇÃO DA EXIGÊNCIA EM CÁLCIO PARA FRANGOS

DE CORTE DE 43 A 53 DIAS DE IDADE

1. INTRODUÇÃO

Do ponto de vista nutricional, o cálcio é o mineral que provoca maior

discussão, devido ao seu requerimento variável, dependente do estado

fisiológico da ave, e ao fato de que a maioria dos ingredientes utilizados na

ração de frangos de corte é deficiente em cálcio, sendo necessária a adição do

mesmo na ração (KLASING, 1998).

O requerimento mais elevado em cálcio para frangos de corte na fase

inicial e de crescimento (0-3 e 3-6 semanas de idade), em relação aos frangos

na fase de terminação (6-7 semanas de idade), é atribuído à necessidade

acentuada de mineralização do esqueleto das aves nestas fases.

O cálcio é um mineral de incontestável importância na manutenção do

bom desempenho de frangos de corte. No entanto, existem poucos trabalhos

atualizados sobre a exigência nutricional deste mineral principalmente para

aves em terminação, sendo possível que se esteja utilizando níveis

inadequados do mesmo. É, portanto, interessante o desenvolvimento de

Page 77: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

65

trabalhos que maximizem a produção desse tipo de ave a um custo mínimo em

relação à utilização do cálcio.

O objetivo deste trabalho foi estabelecer a exigência nutricional em

cálcio para frangos de corte de ambos os sexos, durante a fase de 43 a 53 dias

de idade.

Page 78: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

66

2. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no Setor de Avicultura do Departamento

de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), no período de 22 de

novembro a 02 de dezembro de 1996.

Neste experimento, utilizaram-se 672 frangos de corte (336 machos e

336 fêmeas) de 43 dias de idade da linhagem Hubbard, vacinados contra

Bouba e doença de Marek, apresentando peso médio inicial de 2.202,65 e

1.957,58 g para machos e fêmeas, respectivamente. As aves foram criadas

durante ao fase inicial e de crescimento de acordo com as recomendações

nutricionais de ROSTAGNO et al. (1983).

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado,

em um arranjo fatorial 6 x 2, sendo seis níveis de cálcio (0,70; 0,76; 0,82; 0,88;

0,94; e 1,00%) e dois sexos, com quatro repetições. Foram utilizadas 14 aves

por repetição, totalizando 672.

As aves foram pesadas e posteriormente alojadas ao acaso em 48

boxes (14 aves/boxe) de 1,50 x 1,50 m, em dois galpões de alvenaria de 4,50 x

19,40 m cobertos com telha francesa, com pé direito de 2,80 m, possuindo

lanternin, laterais constituídas de muretas de 0,50 m de altura e tela de arame

de ½ polegada à prova de pássaros e com piso de cimento.

Em cada boxe, utilizaram-se, aproximadamente, 15 cm de cama

constituída por cepilha de madeira, que foi manejada periodicamente por meio

de revolvimento, para exalar amônia e evitar intoxicação das aves.

Page 79: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

67

Adotou-se programa de luz contínua de 24 horas (natural e artificial),

utilizando-se lâmpadas de 60W distribuídas por todo galpão experimental.

Utilizaram-se bebedouros pendulares e comedouros tubulares, que

foram mantidos limpos e abastecidos com água e ração ad libitum.

A temperatura foi observada e registrada diariamente durante todo

período experimental, por meio de termômetros de máxima e mínima

distribuídos em vários lugares nos galpões (Quadro 1).

Quadro 1 - Resumo da temperatura média registrada no interior dos galpões durante o período experimental (43 a 53 dias de idade)

Temperatura do ar (oC) Galpão

Máxima Mínima

1 26,18 17,73

2 26,91 17,73

A composição química parcial dos ingredientes utilizados na

formulação das dietas experimentais encontra-se no Quadro 2.

Quadro 2 - Teores de proteína bruta, cálcio e fósforo total dos ingredientes utilizados nas dietas experimentais1

Ingredientes Proteína bruta (%) Cálcio (%) Fósforo (%)

Milho 8,090 0,04 0,27

Farelo de soja 43,680 0,37 0,58

Calcário - 37,28 -

Fosfato bicálcico - 22,60 17,00 1 Análises realizadas no Laboratório de Nutrição Animal do Departamento de Zootecnia da UFV.

A ração utilizada foi isocalórica (3.150 kcal de EM/kg ração), formulada

para atender as exigências mínimas das aves, exceto o cálcio (Quadro 3).

Page 80: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

68

Ao término do período experimental (53 dias de idade), as aves foram

pesadas por boxe, assim como as sobras de ração, e avaliado o desempenho

dos animais (ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar).

Para a coleta dos parâmetros sangüíneos e análises de minerais e

resistência dos ossos à quebra (fêmur e tíbia), foram selecionadas três aves

por repetição, com peso próximo à média do boxe. As aves foram submetidas à

punção cardíaca após oito horas de jejum, para retirada de aproximadamente

2 mL de sangue, que foi centrifugado a 3.000 rpm por 20 minutos. Recolheu-se

o soro sobrenadante por meio de pipetas individuais descartáveis, para evitar a

contaminação do mesmo, que foi acondicionado em tubos plásticos com

capacidade de 2 mL, devidamente identificados, isentos de contaminação e,

logo em seguida, colocados em congelador. Procedeu-se à determinação de

albumina, proteínas totais, cálcio total e cálcio iônico.

A análise dos parâmetros sangüíneos das aves foi obtida por meio de

“kits” comerciais para determinação de albumina, proteínas totais e cálcio total,

utilizando-se colorímetro (RA - Chemistry analizer) em filtro verde-laranja (550

a 590 nm). A determinação do cálcio iônico foi obtida pela expressão indicada

nos referidos kits comerciais:

6AP 19,03AP 0,19- Ca 6

(mg/dL) ++

⎥⎦⎤

⎢⎣⎡ +

=CaI

em que

CaI = cálcio iônico, em mg/dL;

Ca = cálcio sérico, em mg/dL;

P = proteína total, em g/dL; e

A = albumina total, em g/dL.

Page 81: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

69

Quadro 3 - Composição percentual da ração basal para frangos de corte na fase de 43 a 53 dias de idade

Ingredientes (%) Milho 65,145 Farelo de soja 28,265 Óleo vegetal 3,116 Calcário 1,070 Fosfato bicálcico 0,781 Inerte (areia lavada) 0,789 Mistura mineral1 0,050 Mistura vitamínica2 0,100 Sal comum 0,350 Antioxidante3 0,010 Anticoccidiano4 0,100 Bacitracina de zinco 0,050 Cloreto de colina (60%) 0,060 DL – Metionina (99%) 0,114 Total 100,000

Valores calculados Proteína bruta (%) 18,500 Energia metabolizável (Mcal/Kg) 3.150,000 Sódio (%) 0,178 Cálcio (%) 0,700 Fósforo disponível (%) 0,400 Metionina (%) 0,407 Metionina + Cistina (%) 0,720 Lisina (%) 0,961 Treonina (%) 0,725 Triptofano (%) 0,241

1 Níveis de garantia por quilograma do produto: Ferro, 80 g; Cobre, 10 g; Cobalto, 2 g;

Manganês, 60 g; Zinco, 50 g; Iodo, 1 g e excipiente q.s.p., 500g. 2 Níveis de garantia por quilograma do produto: Vitamina A, 15.000.000 U.I.; Vitamina D3,

1.500.000 U.I.; Vitamina E, 15.000 U.I.; Vitamina K3, 3,0 g; Vitamina B1, 2,0 g; Vitamina B2,

4,0 g; Vitamina B6, 3,0 g; Vitamina B12, 0,015 g; Ácido Nicotínico, 25 g; Ácido Pantotênico,

10 g; Ácido Fólico, 1,0 g; Colina, 250 g; Bacitracina de zinco, 10 g; Selênio, 100 mg;

Antioxidante B.H.T., 10 g; e excipiente q.s.p., 1.000 g. 3 BHT, Butil-hidroxi-tolueno. 4 Coxistac.

Page 82: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

70

Após a punção cardíaca, as aves foram sacrificadas por deslocamento

cervical. A perna esquerda de cada ave foi removida para posterior análise dos

ossos (teor de minerais e resistência à quebra do fêmur e tíbia).

Os ossos da perna esquerda (fêmur e tíbia), após a retirada dos

músculos e tendões com o auxílio de estiletes e tesouras, foram secos ao ar

por cerca de quatro horas com o auxílio de papel toalha, mensurados quanto

ao comprimento e diâmetro com paquímetro digital com duas casas decimais

(Mitutoyo Digimatic) e, logo em seguida, submetidos à quebra.

A resistência à quebra ou flexão dos ossos foi avaliada utilizando-se

uma prensa computadorizada que registra a resistência de materiais (“Instron

Corporation Series IX Automated Materials Testing System 1,09”).

Após a determinação da resistência à quebra, os ossos foram pesados

em balança analítica, secos em estufa a 105oC por 24 horas, pesados,

desengordurados com éter de petróleo por 48 horas, pesados novamente e

depois triturados em moinho bola. Fez-se um “pool” com os três ossos de cada

repetição (fêmur e tíbia, separadamente). Tirou-se uma alíquota de 0,1963 g de

cada “pool”, para se determinar o teor de cinza dos mesmos, segundo

metodologia descrita por SILVA (1990).

Determinou-se a porcentagem de minerais nos ossos por via úmida da

seguinte forma: pesou-se uma alíquota do “pool” de ossos secos e

desengordurados (0,1963 g), adicionaram-se 4 mL de HNO3 concentrado e

levou-se ao bloco digestor a 130oC até quase secura. Adicionou-se 1 mL de

HClO4 e levou-se novamente ao bloco digestor. Filtrou-se a solução resultante

em papel de filtro quantitativo, colocando-a em balão volumétrico, aferindo-se o

volume para 50 mL. Determinou-se, por intermédio de espectrofotômetro de

absorção atômica, o teor de cálcio no fêmur e na tíbia, segundo metodologia

descrita por SILVA (1990).

O modelo estatístico utilizado foi:

Yijk = μ + Ti + Sj + TSij + εijk

em que

Yijk = observação no nível de cálcio i, no sexo j e na repetição k;

μ = média geral;

Page 83: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

71

Ti = efeito dos níveis de cálcio;

Sj = efeito do sexo;

TSij = efeito da interação entre os níveis de cálcio e sexo; e

εijk = erro aleatório associado a cada observação.

A análise estatística dos dados foi efetuada utilizando-se o programa.

SAEG os dados foram submetidos à análise de variância e regressão,

seguindo a técnica de polinômios ortogonais. Os sexos foram comparados pelo

teste F em nível de 5% de probabilidade.

Page 84: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

72

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. Desempenho: ganho de peso, consumo de ração e conversão

alimentar

Os parâmetros de desempenho dos frangos de corte no período de 43

a 53 dias de idade são apresentados no Quadro 4.

O ganho de peso (GP) dos frangos não foi afetado (P>0,01) pelos

níveis de cálcio utilizados (Figura 1), mas houve influência do sexo (P<0,05),

com os machos apresentando, em média, 15,7081% a mais de ganho de peso

que as fêmeas (725,55 g 611,58 g para machos e fêmeas, respectivamente)

(Quadros 4 e 5).

O consumo de ração (CR), da mesma forma que o ganho de peso, não

foi influenciado (P>0,01) pelos tratamentos (Figura 2), nem pelo sexo (P>0,05)

(Quadros 4 e 5).

A conversão (CA) não foi afetada (P>0,01) pelos níveis de cálcio

(Figura 3), nem pelo sexo (P>0,05) (Quadros 4 e 5).

SKINNER et al. (1992) também não observaram a influência de vários

níveis de cálcio (0,06; 0,12; 0,24; 0,36; 0,48; e 0,60%) no desempenho de

frangos de corte de 42 a 53 dias de idade.

Page 85: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

73

Quadro 4 - Desempenho de frangos de corte de 43 a 53 dias de idade

Cálcio (%) Machos Fêmeas C.V. (%)

0,67 725,24 A 609,05 B

0,76 700,25 A 607,32 B

0,82 755,44 A 613,84 B

0,88 725,04 A 620,18 A

0,94 708,30 A 621,79 A

Ganho de peso (g)

1,00 739,06 A 597,32 B

4,25

Média 725,55 611,58

0,67 1.882,92 A 1.832,03 A

0,76 1.888,46 A 1.850,42 A

0,82 2.006,49 A 1.800,24 A

0,88 1.886,85 A 1.788,64 B

0,94 1.886,97 A 2.050,16 A

Consumo de ração

(g)

1,00 2.007,19 A 1.777,92 B

7,77

Média 1.925,48 1.849,90

0,67 2,82 A 2,99 A

0,76 2,69 B 3,05 A

0,82 2,65 B 2,96 A

0,88 2,78 A 2,88 A

0,94 2,71 B 2,93 A

Conversão

alimentar

1,00 2,68 B 3,00 A

4,37

Média 2,72 2,97 Em cada linha, A difere de B pelo teste F (P<0,05).

Page 86: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

74

0

200

400

600

800

1.000

0,70 0,76 0,82 0,88 0,94 1,00 Cálcio (%)

Gan

ho d

e pe

so (g

)

MachosFêmeas

Y = 725,56 gY = 611,58 g

__

Figura 1 - Estimativa do ganho de peso de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 43 a 53 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

Quadro 5 - Exigência em cálcio para frangos de corte de 43 a 53 dias de idade, considerando as variáveis de desempenho

Característica Sexo Equação ajustada

Machos 56,725ˆ == YY Ganho de peso (g)

Fêmeas 58,611ˆ == YY

Machos 31,947.1ˆ ==YY Consumo de ração (g)

Fêmeas 90,849.1ˆ ==YY

Machos 72,2ˆ == YY Conversão alimentar

Fêmeas 97,2ˆ ==YY

Page 87: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

75

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

0,70 0,76 0,82 0,88 0,94 1,00 Cálcio (%)

Con

sum

o de

raçã

o (g

)

MachosFêmeas

Y = 1.947,31 Y = 1.849,90

__

Figura 2 - Estimativa do consumo de ração de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 43 a 53 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

0,70 0,76 0,82 0,88 0,94 1,00 Cálcio (%)

Con

vers

ão a

limen

tar

MachosFêmeas

Y = 2,72Y = 2,97

__

Figura 3 - Estimativa da conversão alimentar de frangos de corte de 43 a 53 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

Page 88: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

76

3.2. Cálcio iônico no sangue

O cálcio iônico no sangue de frangos de corte de 43 a 53 dias de idade

é apresentado no Quadro 6.

O cálcio iônico no sangue dos frangos, assim como os parâmetros de

desempenho, não foi influenciado (P>0,01) pelos níveis dietéticos de cálcio

(Figura 4), nem pelo sexo (P>0,05) (Quadros 6 e 7), com machos e fêmeas

apresentando, em média, 6,08 e 5,88 mg/dl, respectivamente.

Quadro 6 - Cálcio iônico no sangue de frangos de corte de 43 a 53 dias de idade

Cálcio (%) Machos Fêmeas C.V. (%)

0,67 6,07 6,13 8,82

0,76 6,19 5,78

0,82 5,47 5,54

0,88 6,01 5,94

0,94 6,53 5,99

1,00 6,23 5,94

Média 6,08A 5,88A Em cada linha, A difere de B pelo teste F (P<0,05).

Quadro 7 - Exigência em cálcio para frangos de corte de 43 a 53 dias de idade, considerando o cálcio iônico

Sexo Equação ajustada

Machos 08,6ˆ ==YY

Fêmeas 89,5ˆ ==YY

Page 89: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

77

2

3

4

5

6

7

8

0,70 0,76 0,82 0,88 0,94 1,00 Cálcio (%)

Cál

cio

iôni

co (m

g/dL

)

MachosFêmeas

Y = 6,08 mg/dLY = 5,89 mg/dL

__

Figura 4 - Estimativa do cálcio iônico do sangue de frangos de corte, machos e fêmeas, Hubbard, de 43 a 53 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

3.3. Parâmetros ósseos do fêmur: comprimento, diâmetro, resistência

à quebra e porcentagem de cinza e cálcio

Os parâmetros ósseos do fêmur de frangos de corte de 43 a 53 dias de

idade são apresentados no Quadro 8.

Observou-se que o comprimento do fêmur de machos e fêmeas não foi

afetado (P>0,01) pelos níveis dietéticos de cálcio (Figura 5), mas sofreu

influência do sexo (P<0,05), com as aves atingindo comprimento médio de

84,62 e 67,09 mm para os machos e as fêmeas, em que os machos

apresentaram 20,7161% a mais de comprimento do fêmur que as fêmeas

(Quadros 9 e 10).

Page 90: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

78

0

20

40

60

80

100

0,70 0,76 0,82 0,88 0,94 1,00 Cálcio (%)

Com

prim

ento

do

fêm

ur (m

m)

MachosFêmeas

Y = 84,64 mmY = 67,10 mm

__

Figura 5 - Estimativa do comprimento do fêmur de frangos, machos e fêmeas, Hubbard, de 43 a 53 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

O diâmetro do fêmur não sofreu influência (P>0,01) dos níveis de cálcio

da ração (Figura 6), mas houve efeito quanto ao sexo (P<0,05), com os

machos apresentando 11,11% a mais de diâmetro de fêmur que as fêmeas

(11,34 e 10,08 mm para machos e fêmeas, respectivamente) (Quadros 8 e 9).

A resistência do fêmur à quebra não foi influenciada (P>0,01) pelos

níveis de cálcio estudados (Figura 7), nem pelo sexo (P>0,05) (Quadros 8 e 9),

com machos e fêmeas apresentando resistência média de 302,13 e

268,71 kgf/mm, respectivamente.

O teor de cinza no fêmur foi afetado (P<0,01) pelos níveis dietéticos de

cálcio apenas para os machos, que apresentaram decréscimo no teor de cinza,

à medida que se elevou o nível de cálcio na ração (Figura 8), atingindo teor

máximo de cinza no fêmur de 40,3905%, com o menor nível de cálcio (0,70%)

(Quadros 8 e 9). As fêmeas obtiveram, em média, 38,97% de cinza no fêmur.

Page 91: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

Quadro 8 - Comprimento, diâmetro, resistência e teores de cinza e de cálcio médios no fêmur e na tíbia de frangos de 43 a 53 dias de idade

Comprimento (mm) Diâmetro (mm) Resistência (kgf/mm) Cinzas (%) Cálcio (%) Osso

Níveis de

cálcio (%) Machos Fêmeas Machos Fêmeas Machos Fêmeas Machos Fêmeas Machos Fêmeas

0,67 84,28 A 66,96 B 11,25 A 10,33 B 313,69 A 259,61 A 39,60 A 38,15 A 12,51 A 10,42 B

0,76 85,28 A 67,75 B 11,25 A 10,04 B 320,53 A 268,50 A 39,60 A 38,95 A 12,91 A 11,65 B

0,82 84,11 A 67,05 B 11,74 A 10,04 B 298,16 A 255,48 A 39,20 A 38,63 A 12,30 A 11,91 A

0,88 84,73 A 67,58 B 11,46 A 9,88 B 276,29 A 277,38 A 37,98 A 39,70 A 12,71 A 12,45 A

0,94 84,59 A 66,30 B 11,09 A 10,13 B 302,96 A 271,34 A 37,75 A 38,78 A 12,86 A 12,56 A

Fêmur

1,00 84,76 A 66,95 B 11,28 A 10,08 B 301,14 A 279,98 A 34,60 B 39,60 A 12,49 A 12,63 A

Média 84,62A 67,09B 11,34A 10,08B 302,13A 268,71A 38,12A 38,97A 12,63A 11,94A

0,67 125,88 A 120,80 B 10,17 A 9,58 A 419,96 A 291,78 B 39,75 B 41,40 A 11,98 A 12,68 A

0,76 127,21 A 120,61 B 10,25 A 9,17 B 383,67 A 307,45 B 40,10 B 42,33 A 13,22 A 13,59 A

0,82 127,42 A 121,47 B 9,96 A 9,33 B 394,69 A 320,58 A 39,83 B 42,40 A 13,65 A 13,60 A

0,88 127,98 A 122,23 B 10,38 A 9,04 B 444,43 A 308,46 B 39,95 B 42,63 A 14,48 A 14,20 A

0,94 123,76 A 119,35 B 10,19 A 9,17 B 410,15 A 311,55 B 39,90 B 42,60 A 14,38 A 14,34 A

Tíbia

1,00 123,77 A 121,25 B 10,38 A 9,04 B 430,94 A 341,93 B 40,43 B 42,40 A 14,04 A 13,98 A

Média 126,00A 120,95B 10,22A 9,22B 413,97A 313,62B 39,99B 42,29A 13,62A 13,73A

C.V. fêmur (%) 1,18 2,92 13,61 4,69 4,69

C.V. tíbia (%) 1,25 4,40 14,50 2,10 3,83

Para cada variável, osso e nível de cálcio, A difere de B pelo teste F (P<0,05).

Page 92: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

Quadro 9 - Exigência em cálcio para frangos de corte de 43 a 53 dias de idade, considerando as características do fêmur

Exigência Característica Sexo Equação ajustada R2

Resposta

Máxima (%) (%/Mcal EM)

Machos 64,84ˆ == YY . . . . Comprimento (mm) Fêmeas 10,67ˆ == YY . . . .

Machos 35,11ˆ == YY . . . . Diâmetro (mm) Fêmeas 08,10ˆ == YY . . . .

Machos 13,302ˆ == YY . . . . Resistência (kgf/mm) Fêmeas 72,268ˆ == YY . . . .

Machos Y = 50,9821 - 15,1309 * * Ca 0,80 40,39 0,70 0,2222 Cinza (%) Fêmeas 97,38ˆ == YY . . . .

Machos 63,12ˆ == YY . . . . Cálcio (%)

Fêmeas Y = -16,5033 + 60,8936 * *Ca - 31,8139 * Ca2 0,97 12,66369 0,9570 0,3038

** e * Significativo em nível de 1 e 5% de probabilidade, respectivamente, pelo teste t.

Page 93: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

81

0

3

6

9

12

15

0,70 0,76 0,82 0,88 0,94 1,00 Cálcio (%)

Diâ

met

ro d

o fê

mur

(mm

)

MachosFêmeas

Y = 11,35 mmY = 10,08 mm

__

Figura 6 - Estimativa do diâmetro do fêmur de frangos, machos e fêmeas, Hubbard, de 43 a 53 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

0

100

200

300

400

500

0,70 0,76 0,82 0,88 0,94 1,00 Cálcio (%)

Res

istê

ncia

do

fêm

ur (k

gf/m

m)

MachosFêmeas

Y = 302,13 kgf/mmY = 268,72 kgf/mm

__

Figura 7 - Estimativa da resistência do fêmur de frangos, machos e fêmeas, Hubbard, de 43 a 53 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

Page 94: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

82

20

25

30

35

40

45

50

0,70 0,76 0,82 0,88 0,94 1,00 Cálcio (%)

Cin

zas

no fê

mur

(%)

MachosFêmeas

Y = 50,9821 - 15,1309**Ca r2=0,80Y = 38,97 %

^_

Figura 8 - Estimativa do teor de cinzas no fêmur de frangos, machos e fêmeas, Hubbard, de 43 a 53 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

Os níveis de cálcio afetaram a deposição de cálcio no fêmur (P<0,01)

apenas para as fêmeas (Figura 9), que apresentaram deposição máxima de

cálcio no fêmur (12,6369%), com o nível de 0,957% de cálcio (Quadro 8 e 9).

Os machos depositaram, em média, 12,63% de cálcio no fêmur.

3.4. Parâmetros ósseos da tíbia: comprimento, diâmetro, resistência

à quebra e porcentagem de cinza e de cálcio

Os parâmetros ósseos da tíbia dos frangos de corte de 43 a 53 dias de

idade são apresentados no Quadro 8.

Page 95: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

83

3

6

9

12

15

18

0,70 0,76 0,82 0,88 0,94 1,00 Cálcio (%)

Cál

cio

no fê

mur

(%)

MachosFêmeas

Y = 12,63 % Y = -16,5033 + 60,8936**Ca - 31,8139*Ca2 R2=0,97

_

^

Figura 9 - Estimativa do teor de cálcio no fêmur de frangos, machos e fêmeas, Hubbard, de 43 a 53 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

0

20

40

60

80

100

120

140

160

0,70 0,76 0,82 0,88 0,94 1,00 Cálcio (%)

Com

prim

ento

da

tíbia

(mm

)

MachosFêmeas

^ Y = 48,4706 + 195,1040**Ca - 120,4700**Ca2 R2=0,74Y = 120,95 mm_

Figura 10 - Estimativa do comprimento da tíbia de frangos, machos e fêmeas, Hubbard, de 43 a 53 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

Page 96: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

84

O comprimento da tíbia foi afetado (P<0,01) pelos níveis dietéticos de

cálcio apenas para os machos (Figura 10), que apresentaram comprimento

máximo da tíbia de 127,4645 mm, com o nível de 0,8098% de cálcio. O

comprimento da tíbia também foi afetado pelo sexo (P<0,05), tendo os machos,

em média, comprimento maior que as fêmeas (126,00 e 120,95 mm para

machos e fêmeas, respectivamente) (Quadros 8 e 10).

SKINNER et al. (1992) também não observaram efeito do cálcio

dietético sobre o comprimento da tíbia.

Em relação ao diâmetro da tíbia, não houve influência (P>0,01) dos

níveis de cálcio (Figura 11), mas o diâmetro foi afetado pelo sexo (P<0,05)

sendo nos machos 9,78% maior que nas fêmeas (10,22 e 9,22 mm para

machos e fêmeas, respectivamente) (Quadros 8 e 10), o que está de acordo

com as observações de SKINNER et al. (1990).

A resistência da tíbia à quebra não foi afetada (P>0,01) pelo cálcio

dietético (Figura 12), sendo, entretanto, influenciada pelo sexo (P<0,05), em

que os machos apresentaram resistência à quebra 24,2409% maior que as

fêmeas (Quadros 8 e 10). SKINNER et al. (1992), no entanto, observaram

influência dos níveis dietéticos de cálcio sobre a resistência da tíbia à quebra,

obtendo resistência máxima com o nível de 0,60% de cálcio (0,12 ou 0,24% de

Pd). SKINNER e WALDROUP (1992), trabalhando com frango de corte de 42 a

49 dias de idade, observaram que houve menor resistência da tíbia à quebra,

quando as aves receberam níveis baixos de cálcio.

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3

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0,70 0,76 0,82 0,88 0,94 1,00 Cálcio (%)

Diâ

met

ro d

a tíb

ia (m

m)

MachosFêmeas

Y = 10,22 mmY = 9,22 mm

__

Figura 11 - Estimativa do diâmetro da tíbia de frangos, machos e fêmeas, Hubbard, de 43 a 53 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

O teor de cinza na tíbia não sofreu influência (P>0,01) dos níveis de

cálcio estudados (Figura 13), nem do sexo (P>0,05) (Quadros 8 e 10),

apresentando, em média, 39,99 e 42,29% de cinza na tíbia para machos e

fêmeas, respectivamente, em que os machos apresentaram 5,44% a mais de

cinza que as fêmeas.

A deposição de cálcio na tíbia foi influenciada (P>0,01) pelos níveis

dietéticos de cálcio (Figura 14), em que os machos apresentaram deposição

máxima de cálcio na tíbia (14,3903%%), com o nível de 0,9201% de cálcio, e

as fêmeas, com o nível de 0,9274% de cálcio (14,2063%) (Quadros 8 e 10).

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Quadro 10 - Exigência em cálcio para frangos de corte de 43 a 53 dias de idade, considerando as características da tíbia

Exigência Característica Sexo Equação ajustada R2

Resposta

Máxima (%) (%/Mcal EM)

Machos Y = 48,4706 + 195,1040 * *Ca - 120,4700 * * Ca2 0,74 127,4645 0,8098 0,2571 Comprimento

(mm) Fêmeas 95,120ˆ ==YY . . . .

Machos 22,10ˆ ==YY . . . . Diâmetro (mm)

Fêmeas 22,9ˆ == YY . . . .

Machos 97,413ˆ == YY . . . . Resistência

(kgf/mm) Fêmeas 63,313ˆ == YY . . . .

Machos 99,39ˆ ==YY . . . . Cinza (%)

Fêmeas 29,42ˆ == YY . . . .

Machos Y = -27,7157 + 91,5254 * *Ca - 49,7369 8 *Ca2 0,98 14,3903 0,9201 0,2921 Cálcio (%)

Fêmeas Y = -10,6412 + 53,5884 * *Ca - 28,8923 *Ca2 0,92 14,2063 0,9274 0,2944 ** e * Significativo em nível de 1e 5% de probabilidade, respectivamente, pelo teste t.

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0,70 0,76 0,82 0,88 0,94 1,00 Cálcio (%)

Res

istê

ncia

da

tíbia

(kgf

/mm

)

MachosFêmeas

Y = 413,97 kgf/mmY = 313,63 kgf/mm

__

Figura 12 - Estimativa da resistência da tíbia de frangos, machos e fêmeas, Hubbard, de 43 a 53 dias de idade,em função dos níveis de cálcio da ração.

20

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0,70 0,76 0,82 0,88 0,94 1,00 Cálcio (%)

Cin

zas

na tí

bia

(%)

MachosFêmeas

Y = 39,99 % Y = 42,29 %

__

Figura 13 - Estimativa do teor de cinzas na tíbia de frangos, machos e fêmeas, Hubbard, de 43 a 53 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

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0,70 0,76 0,82 0,88 0,94 1,00 Cálcio (%)

Cál

cio

na tí

bia

(%)

MachosFêmeas

Y = -27,7157 + 91,5254**Ca - 49,7369**Ca2 R2=0,98Y = -10,6412 + 53,5884**Ca - 28,8923**Ca2 R2=0,92

^^

Figura 14 - Teor de cálcio na tíbia de frangos, machos e fêmeas, Hubbard, de 43 a 53 dias de idade, em função dos níveis de cálcio da ração.

Page 101: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

89

3. RESUMO E CONCLUSÕES

Foram utilizados 672 frangos de corte (Hubbard) de 43 dias (336

machos e 336 fêmeas) com peso médio inicial de 2.202,65 e 1.957,58 g para

machos e fêmeas, respectivamente. Utilizou-se delineamento experimental

inteiramente casualizado, com seis tratamentos, dois sexos, quatro repetições

por sexo e 14 aves por repetição. Os tratamentos consistiram de níveis de

0,70; 0,76; 0,82; 0,88; 0,94; e 1,00% de cálcio. Os tratamentos não

influenciaram (P>0,01) os parâmetros de desempenho (ganho de peso,

consumo de ração e conversão alimentar), entretanto, o ganho de peso e a

conversão alimentar sofreram influência do sexo (P<0,05), em que machos

apresentaram maior ganho de peso que as fêmeas (725,55 e 611,58 g,

respectivamente). A conversão alimentar dos machos também foi melhor que a

das fêmeas (2,72 e 2,97, respectivamente). O nível de cálcio iônico no sangue

das aves não sofreu influência dos níveis de cálcio (P>0,01), nem do sexo

(P>0,05), apresentando, em média, 6,08 e 5,89 mg/dl para machos e fêmeas,

respectivamente. Os parâmetros ósseos do fêmur - comprimento, diâmetro e

resistência à quebra - não foram afetados pelos tratamentos (P>0,01), sendo

que o comprimento e o diâmetro sofreram efeito do sexo (P<0,05), em que os

machos atingiram maior comprimento e diâmetro que as fêmeas (84,62 e

11,34 mm; 67,09 e 10,08 mm, respectivamente, para machos e fêmeas). A

resistência do fêmur à quebra não foi afetada pelo sexo (P>0,05),

apresentando média de 302,13 e 268,71 kgf/mm para machos e fêmeas,

respectivamente. O teor de cinzas no fêmur só foi influenciado pelos

Page 102: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

90

tratamentos (P<0,01) para os machos, que apresentaram teor máximo de

40,3905%, com o menor nível de cálcio (0,70%). O teor de cinza no fêmur das

fêmeas não foi afetado pelos níveis de cálcio (P>0,01), atingindo média de

38,97% de cinza, e aparentando menor capacidade de deposição de minerais

no fêmur que os machos. A deposição de cálcio no fêmur sofreu influência

(P<0,01) dos níveis dietéticos de cálcio apenas para as fêmeas, que

apresentaram deposição máxima de cálcio (12,6369%), com o nível de

0,9570% de cálcio. Os machos não sofreram efeito (P>0,01) dos níveis de

cálcio, tendo apresentado, em média, 12,63% de cálcio no fêmur. Quanto à

tíbia, o comprimento da mesma foi afetado (P<0,01) pelos níveis de cálcio

apenas para os machos, que atingiram comprimento máximo de

127,4645 mm, com 0,8098% de cálcio. O diâmetro e a resistência à quebra da

tíbia não foram influenciados pelos tratamentos (P>0,01), mas sofreram

influência do sexo (P<0,05). Machos e fêmeas atingiram diâmetro de tíbia de

10,22 e 9,22 mm, respectivamente. A resistência à quebra da tíbia de machos

e fêmeas foi de 413,97 e 313,62 kgf/mm, respectivamente. O teor de cinza na

tíbia não foi afetado pelos níveis de cálcio (P>0,01), em que machos e fêmeas

apresentaram médias de 39,99 e 42,29% respectivamente, tendo as fêmeas

depositado 5,44% mais cinzas na tíbia que os machos. A deposição de cálcio

na tíbia foi influenciada pelos níveis dietéticos de cálcio (P<0,01) para machos

e fêmeas, que atingiram deposição máxima de 14,3903 e 14,2063%, com os

níveis de 0,9201 e 0,9274% de cálcio, respectivamente. As estimativas das

exigências em cálcio variaram de 0,70 (0,2222%/Mcal de EM) a 0,9201%

(0,2921%/Mcal de EM), para os machos, e 0,70 (0,2222%/Mcal de EM) a

0,9570% (0,3038% /Mcal de EM), para as fêmeas. Considerando-se as

respostas biológicas das aves, pode-se recomendar níveis de 0,92% de cálcio

(0,2921%/Mcal de EM) para machos e 0,96% (0,3048%/Mcal de EM) para

fêmeas.

Page 103: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

91

3. RESUMO E CONCLUSÕES

As exigências nutricionais em cálcio estimadas para frangos de corte

de 1 a 21 dias de idade variaram de 0,93 (0,31%/Mcal de EM) a 1,3276%

(0,4425%/Mcal de EM), para os machos, e 0,93 (0,31%/Mcal de EM) a 1,23

(0,41%/Mcal de EM) para as fêmeas. Entretanto, ao se considerarem as

respostas biológicas das aves, quanto às variáveis de desempenho e

características ósseas estudadas, recomendam-se níveis de 1,05 (0,35%/Mcal

de EM) e 1,11% (0,37%/Mcal de EM) de cálcio para machos e fêmeas,

respectivamente.

Ao se estimarem as exigências nutricionais em cálcio para frangos de

corte de 22 a 42 dias de idade, houve variação de 0,82 (0,2645%/Mcal de EM)

a 1,12% (0,3613%/Mcal de EM) para os machos. Para as fêmeas, o nível mais

adequado foi de 0,82% (0,2645%/Mcal de EM). Considerando-se as respostas

biológicas das aves quanto aos parâmetros de desempenho e características

ósseas do fêmur e da tíbia, recomendam-se níveis de 0,9326% (0,3008%/Mcal

de EM) para os machos e 0,82% (0,2645%/Mcal de EM) para as fêmeas.

Para frangos de corte de 43 a 53 dias de idade, as estimativas das

exigências nutricionais em cálcio variaram de 0,70 (0,2222%/Mcal de EM) a

0,9201% (0,2921%/Mcal de EM), para os machos, e 0,70 (0,2222%/Mcal de

EM) a 0,957% (0,3038%/Mcal de EM) para as fêmeas. Ao se considerarem as

respostas biológicas das aves para as variáveis de desempenho e

características ósseas, recomendam-se níveis de 0,92% (0,2921%/Mcal de

EM) para os machos e 0,96% (0,3048%/Mcal de EM) para as fêmeas.

Page 104: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

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Page 113: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

APÊNDICE

Page 114: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

102

APÊNDICE

Quadro 1A - Temperatura registrada no interior dos galpões durante o período experimental, de 1 a 21 dias de idade das aves

Temperatura (oC)

Galpão 1 Galpão 2 Data do

Registro Máxima Mínima Máxima Mínima

10/10/1996 24 22 24 22

11/10/1996 24 22 24 22

12/10/1996 26 25 26 26

13/10/1996 26 25 26 25

14/10/1996 24 23 24 23

15/10/1996 24 22 24 23

16/10/1996 24 22 24 22

17/10/1996 23 21 23 21

18/10/1996 25 24 25 25

19/10/1996 28 28 28 28

20/10/1996 31 20 31 21

21/10/1996 31 20 31 20

22/10/1996 31 20 31 21

23/10/1996 30 21 30 21

24/10/1996 30 20 30 20

25/10/1996 30 20 30 20

26/10/1996 29 26 30 25

27/10/1996 31 25 30 26

28/10/1996 30 24 30 26

29/10/1996 28 24 27 26

30/10/1996 28 24 28 23

31/10/1996 27 23 27 23

Page 115: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

103

Quadro 2A - Resumo da análise de variância do ganho de peso, do consumo de ração e da conversão alimentar de frangos de corte de 1 a 21 dias de idade

Quadrado médio

FV GL Ganho de

peso

Consumo de

ração

Conversão

alimentar

Sexo 1 51.921,47 ** 50.008,50 ** 0,0442 **

Cálcio/machos (5) 31.170,90 ** 30.759,10 ** 0,0534 **

Linear 1 146.940,10 ** 86.110,73 ** 0,2085 **

Quadrático 1 8.073,05 ** 58.612,26 ** 0,0114 ns

Cúbico 1 226,13 ns 1.431,54 ns 0,0109 ns

Desvio 2 307,61 ns 3.820,49 ns 0,0181 ns

Cálcio/Fêmeas (5) 15.941,08 ** 16.557,48 ** 0,0306 **

Linear 1 75.310,66 ** 33.712,36 ** 0,1339 **

Quadrático 1 4.052,96 * 34.875,41 ** 0,81.10-4

ns

Cúbico 1 237,89 ns 6.854,93 ns 0,0112 ns

Desvio 2 51,95 ns 3.672,35 ns 0,0039 ns

Resíduo 36 362,57 2.485,94 0,0048

C.V. (%) . 2,82 4,70 4,54 ** Significativo pelo teste F (P<0,01).

* Significativo pelo teste F (P<0,05).

ns Não-significativo pelo teste F (P>0,05).

Page 116: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

Quadro 3A - Resumo da análise de variância do comprimento, do diâmetro, da resistência e dos teores de cinza e cálcio no fêmur de frangos de 1 a 21 dias

Quadrados médios FV GL Comprimento Diâmetro Resistência Cinza Cálcio

Sexo 1 1,6681 ns 15,3190 ** 2.686,02 * 0,8802 ns 0,4408 ns Cálcio/machos (5) 14,9904 ** 0,3157 * 18.597,44 ** 81,5408 ** 9,0297 ** Linear 1 61,8012 ** 0,0321 ns 85.094,47 ** 354,5996 ** 41,6571 ** Quadrático 1 9,7152 ** 1,3972 ** 6.530,89 ** 36,2743 ** 2,6430 ** Cúbico 1 1,7352 ns 0,1043 ns 937,31 ns 6,3094 ns 0,2347 ns Desvio 2 0,8502 ns 0,0225 ns 212,27 ns 5,2604 ns 0,3069 ns Cálcio/Fêmeas (5) 10,3953 ** 0,3779 * 13.433,84 ** 68,9777 ** 11,1950 ** Linear 1 36,2851 ** 1,8193 ** 53.005,93 ** 296,2282 ** 53,8565 ** Quadrático 1 13,4752 ** 0,0015 ns 11.947,37 ** 42,9286 ** 1,7574 ** Cúbico 1 0,1874 ns 0,0618 ns 1.509,78 ns 0,6420 ns 0,2240 ns Desvio 2 0,5144 ns 0,0035 ns 353,06 ns 2,5449 ns 0,0686 ns Resíduo 36 0,6356 0,1124 391,83 1,8769 0,1688 C.V. (%) . 1,59 4,84 11,32 3,83 4,16

** Significativo pelo teste F (P<0,01).

* Significativo pelo teste F (P<0,05).

ns Não-significativo pelo teste F (P>0,05).

Page 117: GARDÊNIA HOLANDA CABRAL NÍVEIS DE CÁLCIO EM RAÇÕES

Quadro 4A - Resumo da análise de variância do comprimento, do diâmetro, da resistência e dos teores de cinza e cálcio na tíbia de frangos de 1 a 21 dias

Quadrados médios

FV GL Comprimento Diâmetro Resistência Cinza Cálcio

Sexo 1 42,3997 ** 37,3357 ** 9.521,95 ** 0,4219 ns 0,0137 ns

Cálcio/machos (5) 61,0099 ** 11,7324 ** 9.941,00 ** 79,1117 ** 9,8189 **

Linear 1 288,9686 ** 45,6036 ** 41.861,95 ** 377,2318 ** 46,2759 **

Quadrático 1 9,0495 ** 12,4458 ** 5.673,66 ** 14,2519 ** 2,0617 **

Cúbico 1 2,0978 ns 0,5371 ns 1,28 ns 1,9014 ns 0,4166 ns

Desvio 2 2,4668 ns 0,0378 ns 1.084,06 ns 1,0867 ns 0,1702 ns

Cálcio/Fêmeas (5) 28,3679 ** 0,1444 ns 5.736,79 ** 38,9504 ** 9,3068 **

Linear 1 113,3962 ** 0,0004 ns 20.275,83 ** 183,2221 ** 44,2258 **

Quadrático 1 18,3948 ** 0,5424 ns 7.816,98 ** 7,0007 * 1,2361 *

Cúbico 1 3,1836 ns 0,1732 ns 332,03 ns 0,7031 ns 0,5678 ns

Desvio 2 3,4325 ns 0,0030 ns 129,56 ns 1,9131 ns 0,2522 ns

Resíduo 36 1,1675 0,3889 402,72 1,0544 0,2177

C.V. (%) . 1,51 9,46 13,05 6,97 4,26

** Significativo pelo teste F (P<0,01).

* Significativo pelo teste F (P<0,05).

ns Não-significativo pelo teste F (P>0,05).