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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE
O DESENVOLVIMENTO MOTOR NORMAL DA CRIANÇA DE 0 À 1 ANO: ORIENTAÇÕES PARA PAIS E CUIDADORES
MONICA VIEIRA PORTUGAL DE CARVALHO
Orientador: Profª Drª Maria Auxiliadora Motta Barreto
Volta Redonda 2011
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ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 2 2 ZERO A TRES MESES ......................................................................... 3 3 QUATRO A SEIS MESES ..................................................................... 5 4 SETE A NOVE MESES ......................................................................... 7 5 DEZ A DOZE MESES ............................................................................ 9 6 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 10
3 1. INTRODUÇÃO
O objetivo desta Cartilha é informar pais,
cuidadores e profissionais da área da
saúde, sobre as principais etapas do
desenvolvimento motor da criança de
zero a um ano de idade, possibilitando
assim minimizar, prevenir e intervir
precocemente caso seja necessário.
As habilidades motoras são
características individuais e particulares
de cada criança. Entretanto é necessário
observar se o bebê está com atraso em
relação ao que é esperado para a faixa
etária em que se encontra. Caso
identifique algum sinal de alerta, procure
um profissional como Pediatra,
Neuropediatra, Fisioterapeuta, para
esclarecer dúvidas.
4 2. Zero a Três meses
Durante este período, a vida do Recém
Nascido (RN) é ritmada pelo sono e pela
alimentação, o que deve ser respeitado.
É comum, nesta fase, a presença de
“movimentos desencontrados”, o que é
chamado de assimetria, pois a atividade
reflexa é muito intensa. A criança
apresenta flexão fisiológica (fica
curvada), mãos quase sempre fechadas
(reflexo de preensão palmar) e uma
tendência a manter a cabeça virada para
um lado (direito ou esquerdo).
A principal aquisição motora nesta fase é
o controle da cabeça.
Fonte: Flehmig (2002, p.16)
O RN eleva a cabeça momentaneamente
para virar de lado. Os braços ficam
próximos do corpo. No 1º mês, a postura
é em flexão. O rosto está para o lado. Os
cotovelos, quadril e joelhos estão fletidos.
Quando puxado para sentar, as mãos
estão fechadas, e a cabeça cai para trás.
No 2º mês, o queixo já se encontra fora
do apoio; a cabeça permanece mais
tempo elevada. Assim, quando puxado
para sentar, a cabeça começa a ser
controlada a partir de 45º, mantendo
ativamente a cabeça na linha média.
Fonte: Gonzalez (1979, p.54)
No 3º mês, os membros do RN estão
cada vez menos em flexão. Sustenta o
peso nos antebraços, a cabeça se
mantém na linha média e a extensão
chega até a região torácica.
Fonte: Gonzalez (1979, p.54)
Fonte: Gonzalez (1979, p.54)
5 Quando puxado para sentar, a cabeça se
mantém na linha média, e a preensão
tátil (pegar objetos), brinca com
chocalhos, puxa a roupa, dentre outros
movimentos.
ORIENTAÇÕES
Colocar a criança sempre que
possível no chão (observando a
limpeza do local), em um tapete, para
estimular os movimentos e a
interação com o meio. Mudá-la
frequentemente de posição. Ela
poderá ficar de bruços desde o
primeiro dia de vida, inclusive sobre o
próprio peito da mãe. A posição de
bruços é importante, pois estimula a
elevação da cabeça e,
posteriormente, o seu controle.
Quando colocada frequentemente de
lado, desenvolve a capacidade de se
equilibrar desde muito cedo, pois
encontra-se em uma posição
intermediária e precisa controlar seus
movimentos para não cair para
posição de bruços ou barriga para
cima.
Pode-se colocar brinquedos sonoros
ou luminosos, para despertar a
atenção e o movimento.
SINAIS DE ALERTA
Não apresenta controle da cabeça;
Tendência a deixar a cabeça e
pescoço para trás (hiper extensão) ou
quando sentado tende a se jogar
constantemente para trás;
Não é capaz de fixar os olhos ou
sorrir;
Dificuldade para trazer e manter a
cabeça na linha média do corpo;
Dificuldade para apoiar-se sobre os
antebraços.
Fonte: Gonzalez (1979, p.55)
6 3. Quatro aos Seis meses
Nesta fase a criança já possui total
controle da cabeça, leva os braços na
linha média, toca joelhos e pés. Aos 6
meses inicia o sentar, mas ainda não
apresenta controle total nesta posição.
Tende a inclinar o tronco para frente, não
possuindo controle nas posições laterais.
As reações ao mundo exterior são mais
ativas. O bebê vira a cabeça quando
ouve barulho, procura com o olhar os
rostos, usa os reflexos de equilíbrio.
Brinca com o corpo e olha,
frequentemente, as mãos.
No 4º mês, a criança é capaz de virar
para os lados; mantém a cabeça em linha
média com o pescoço alongado; quando
levantado para sentar, utiliza o abdômen
com bom controle da cabeça. A cabeça
está alinhada com o corpo. As mãos
movimentam-se voluntariamente, levando
brinquedos à boca.
No 5º e 6º mês o bebê empurra-se para
trás com o membro superior, isto é, com
as mãos abertas.
Nesse mesmo período, (5º mês) as mãos
vão para os joelhos, e os pés são
colocados na boca.
Fonte: produção do autor.
Já no 6º mês, o bebê rola de um lado
para o outro. E, quando sentado, o
esforço é mínimo, o tronco inclina-se
para frente, contando com o apoio das
mãos. Nesse período inicia-se a lordose
lombar.
Fonte: Gonzalez (1979, p.54)
Fonte: produção do autor.
7 ORIENTAÇÕES
A criança nesta fase encontra-se
firme, podendo ser carregada no
quadril, segurando com uma mão os
joelhos e com a outra o peito. O rosto
da criança fica voltado para o lado de
fora, aumentando a estimulação
visual (visualização de objetos).
Ao deitá-la, usar camas que possuam
grade, pois já se encontra muito ativa.
É interessante pendurar móbile
colorido e brilhante.
Na hora do banho, explore o
momento, permitindo a participação
da criança.
O melhor brinquedo nesta fase é
aquele que permite a exploração com
o próprio corpo. O tempo todo o bebê
se toca, brinca com os pés e com as
mãos, com pedaços de panos. É
adequado oferecer brinquedos
sonoros de borracha e objetos com
consistências diferentes (mole/ duro).
É importante colocar o bebê, sempre
que possível, no chão para permitir
sua atividade motora, observando
sempre a higiene do local.
SINAIS DE ALERTA
Dificuldade de manter a postura
sentada;
Dificuldade de rolar ou rola fazendo
extensão da cabeça (jogando a
cabeça para trás);
Mãos fechadas;
Dificuldade para brincar na posição de
bruços e de lado.
8 4. Sete ao Nono mês
Nesta fase a criança já possui
apreensão, pega e larga os objetos
constantemente, reconhece o meio que
se encontra, e distingue as pessoas que
a cerca.
No 7º mês a criança está muito agarrada
à mãe ou a pessoa que cuida. Quando
estes se ausentam podem se sentirem
desamparados. É o período em que é
preciso responder a essa angústia
transmitindo segurança.
Nesse período existem muitas riquezas
de posições transitórias, onde acontece a
passagem da postura de bruços (prono
ou barriga para baixo) para sentada, e de
sentada para de pé. Arrastas-se, fica de
gatas, transfere o peso anterior e
posterior (nos braços e bumbum) sobre
as mãos e joelhos, engatinha, dando
início ao arco palmar (curvatura da mão),
principalmente quando engatinha com
um brinquedo na mão.
A flexão lateral do tronco é exercida
pelos braços e pernas, fazendo o
movimento do mesmo lado.
Fonte: Gonzalez (1979, p.57)
Depois de sentado, os braços ficam livres
para brincar na linha média.
Fonte: Gonzalez (1979, p.57)
No 8º e 9º mês o movimento para
sentado acontece com o bebê se
arrastando para trás, o que seria a
posição de gatas.
Após posição de sentado, passa para
engatinhar.
Fonte: Gonzalez (1979, p.48)
Nessa mesma fase o bebê começa a
ficar de pé, apoiando-se em algum objeto
(sofá) começando a transferir o peso do
corpo para os pés.
9 ORIENTAÇÕES
Deixar dormir em tapete de espuma
(no chão) durante o dia, mas na
cama, à noite. Isso possibilita a
criança decidir querer ir para cama à
noite quando tiver sono.
Nesta fase a criança fala para
chamar a atenção, os arrulhos são
freqüentes. Imita facilmente os sons e
responde quando a chamam pelo
nome.
Quando sentá-la, é importante
verificar se já possui equilíbrio. Um
modo prático é colocá-la em um
banquinho de, mais ou menos, 13 cm
de altura, com os pés apoiados no
chão, segurando-a pelas coxas. Ela
vai erguer as costas, e devagar você
vai liberando sua mão da coxa,
deixando-a encontrar o seu ponto de
equilíbrio que permitirá que fique
sentada sozinha. Depois, pode
colocá-la para brincar com uma mesa
na frente. Importante manter os pés
sempre apoiados.
Ao vesti-lo, procure colocar roupas
que não impossibilitem o seu
movimento. Se for possível, que fique
descalça.
No banho, já que consegue ficar
sentada, estimule-a a participar, a se
lavar e secar nomeando e mostrando
as partes do corpo para ela.
Durante as refeições é importante
deixá-la tentar comer sozinha, mesmo
que se suje, mas sempre com
supervisão, lembrando de como fazer
o correto, tendo o cuidado com o uso
de equipamentos para alimentação.
Nos brinquedos, quanto maior a
diversidade de texturas, tamanhos e
cores, melhor. Uma simples garrafa
de plástico vira brinquedo.
SINAIS DE ALERTA
Não engatinha;
Não se arrasta;
Não senta sem apoio;
Não sustenta o peso nas pernas;
Usa só uma mão para brincar;
Sentado não muda de posição.
10 5. Décimo ao décimo segundo mês
Nesta fase a criança tem vontade de
realizar tudo sozinha. É idade de grande
experimentação motora. Compreende
praticamente tudo que é falado com ela.
Na hora do banho, normalmente quer
fazê-lo sozinha.
A criança já se levanta com auxílio para a
posição de pé e anda apoiada em grade
da cama, móveis ou sustentada pela
mão. No início, anda com os braços e
pernas abertos para se equilibrar melhor.
Fonte: Gonzalez (1979, p.56)
A postura de pé, é aperfeiçoada
desenvolvendo as reações de equilíbrio e
encontrando o ajuste. Mantém a postura
de gatas e engatinha, transferindo o peso
de um só lado e apóia-se em um objeto
para levantar; mantém a postura de
ajoelhada. A postura de pé é mantida
apoiando-se em um objeto e sendo
capaz de brincar nesta posição.
Fonte: Gonzalez (1979, p.51)
ORIENTAÇÕES
Observar como a criança se
locomove: se arrastando ou andando;
Retirar do seu ambiente, objetos que
possam causar algum acidente;
Deixar a criança se possível descalça;
Experimentar vários tipos de texturas
de chão como: pisar na areia, grama,
tapete. Esse procedimento irá
estimular os sentidos e percepção da
criança além do seu equilíbrio.
Não usar andador, pois pode ser
perigoso diante de uma escada ou
tapete. O equipamento tira a
movimentação natural da criança. O
pé deve ficar totalmente grudado ao
chão e não nas pontas dos pés, que é
muito comum de se ver;
11 Para encorajá-la a caminhar sem
ajuda, o cuidador deve estar distante
da criança e abrir os braços,
chamando-a para perto;
A utilização de brinquedos como
carrinhos para serem empurrados,
estimula a criança a andar;
SINAIS DE ALERTA
Não fica na posição de pé mesmo
com apoio;
Não realiza mudanças de posturas
(deitada virar para os lados, depois
sentar, engatinhar e tentar ficar de
pé);
Não procura objetos que viu serem
escondidos.
Caso perceba durante a fase de desenvolvimento da criança algum sinal de alerta, procure um especialista (pediatra, neurologista, fisioterapeuta) para que a criança possa ser ajudada no seu desempenho motor. Assim, será possível uma intervenção precoce (estímulos adequados) para um desenvolvimento motor normal, se necessário.
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