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Edição 00 | Maio 2019

ExpedienteA Revista Fonte é uma publicação eletrônica do núcleo de Telessaúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (TelessaúdeRS-UFRGS), editada pelas equipes de Comunicação e Teleducação com periodicidade trimestral. O objetivo da Fonte é levar informação de qualidade a profissionais de saúde da atenção primária de forma rápida e facilitada.

TelessaúdeRS-UFRGSCOORDENAÇÃO: Roberto Nunes Umpierre e Marcelo Gonçalves (Coordenação Geral do TelessaúdeRS-UFRGS); Ana Célia da Silva Siqueira (Gerente de Projetos); Rodolfo Souza da Silva (Coordenação Executiva); Ana Paula Borngräber Corrêa (Coordenação equipes de Teleducação e Comunicação).

Uso da informaçãoTextos podem ser utilizados, reproduzidos, compartilhados, citada a fonte original.

Sumário

Relato Saúde

Atualizações

Capa

Entrevista

Agenda

Divulgação Científica

Relato de experiência acadêmica na Atenção Primária à Saúde

Hipertensão Arterial Sistêmica

Relato de experiência: a telessaúde no dia a dia da Atenção Primária à Saúde

Restrição x Comportamento alimentar: os desafios de comer bem e ser saudável

Pra começar a pensar o Autismo

Câncer de Boca

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FonteJORNALISTA RESPONSÁVEL: Angélica Dias PinheiroREPORTAGEM: Angélica Dias Pinheiro e Jovana DulliusREVISÃO/EDIÇÃO: Cynthia Molina Bastos, Rodolfo Souza da Silva e Rosely de Andrade VargasCOLABORADORES DA EDIÇÃO: Camila Hofstetter Camini, Cynthia Goulart, Michelle Roxo Gonçalves e Vinicius CarrardARTE: Isabella Smaniotto BelloFOTOGRAFIA: Fernando Chadanowicz Brasil, Luis Gustavo Ruwer da Silva, Rafael Fernandes Krug DIAGRAMAÇÃO: Iasmine Paim Nique da Silva, Isabella Smaniotto Bello, Lorenzo Costa Kupstaitis

É uma satisfação apresentar à sociedade o primeiro número da Revista Fonte – a Revista Eletrônica do Teles-saúdeRS-UFRGS. Um sonho de muitos anos que se torna real. Com a intenção de fazer divulgação científica e trazer informações sobre saúde sem a pompa das revistas estritamente científicas que muitas vezes afasta os provedores de atenção à saúde de seus resultados. A vocação da revista é a mesma do TelessaúdeRS-UFRGS como um todo desde os seus primórdios quando começou a ser planejado em 2005 e entrou em operação em 2007: melhorar a saúde das pessoas. Buscamos incansa-velmente esse objetivo de variadas formas com teleconsultorias, telediagnóstico, teleducação, telerregulação de con-sultas especializadas, desenvolvimento de novas tecnologias e apoio a campanhas de saúde e emergências de saúde pública. Agora, também com a Revista, buscamos aprofundar o apoio à Atenção Primária à Saúde. Além de dois relatos, um da inserção de estudante na APS e outro de uma usuária do serviço de 0800 e de que forma ela conseguiu aprimorar o cuidado prestado, apresentamos artigos sobre hipertensão arterial sistêmica, avan-ços no câncer de boca, autismo e uma entrevista sobre nutrição. Todos temas de alta relevância e muito presentes no cotidiano das equipes de saúde. Aproveitem a nossa revista e interajam conosco fazendo sugestões, debatendo, compartilhando e enviando seus relatos e casos em que a telessaúde pode ajudá-los a aprimorar sua prática e assim atingir o objetivo de todos nós: melhorar a saúde das pessoas!

Saudações,

Roberto Umpierre

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Foto: Arquivo pessoal

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Relato de experiência acadêmica na Atenção Primária à Saúde

#saúdementalnaAPS#casosclínicos#aprendizado

#ACS

Relato

A proposta de escrever sobre a minha ex-periência mais significativa nos ambientes que frequentei de Atenção Primária à Saúde é na verdade um desafio, uma vez que nem sempre o que planejamos enquanto profis-sionais de saúde acontece de forma exito-sa. Contudo, acredito que o êxito tem mais relação com o aprendizado dos envolvidos do que com o “dar certo” propriamente. Uma das experiências que primeiro me ocorreu está relacionada à temática de saúde mental. Acredito que foi uma das vezes em que mais fui desafiada enquanto pessoa, acadêmica, integrante de um grupo e profissional da saúde. Trabalhamos durante a graduação os principais preceitos da educação em saúde e compreendemos que ela nunca se dá de forma unilateral e muito menos verticalizada. Em uma das disciplinas do quarto ano da graduação, fi-zemos um levantamento das principais deman-das de educação em saúde do nosso Distrito Docente Assistencial (DDA) e, como trabalho de uma disciplina, realizamos uma ação de edu-cação permanente para suprir essas demandas.

A proposta era abordar a temática de saúde mental com agentes comunitários de saúde (ACS) a fim de qualificar as visitas domiciliares, apresentando aos ACS maneiras de identifi-car usuários com demandas de saúde mental assim como estimular a comunicação das situ-ações vivenciadas pelos ACS e suas equipes.

As etapas da ação planejada foram:

Na unidade todos os ACS eram mulhe-res e elas trouxeram definições de saúde men-tal fugindo do senso comum, atribuindo outros conceitos que não estavam relacionados neces-sariamente ao conceito de loucura. Surgiram conceitos como sofrimento e falta de equilíbrio. As ACS foram bastante participativas, trazen-do seus relatos sobre o trabalho nas unidades em vários momentos da atividade. Muitas dis-seram se sentir impotentes frente aos usuá-rios que necessitam de apoio psicológico, pois dizem que levam a situação à unidade de saú-de, porém não são ouvidas pelos profissionais. A impressão foi de que as agentes se sentem pouco valorizadas no ambiente de trabalho e inferiores ao restante da equipe. Todavia, o trabalho dos ACS é de extrema importância já que são as pessoas que geralmente são mais próximas dos usuários e consequentemente os conhecem melhor, sendo portador de informa-

1. Dinâmica de apresentação;

2. Apresentação do material construído pelos acadêmicos sobre o conceito de saúde mental e Reforma Psiquiátrica;

3. Discussão de casos clínicos, sinais e sintomas das patologias;

4. O que fazer na visita domiciliar e para onde realizar os encaminhamentos;

5. Espaço aberto para fala dos ACS;

6. Avaliação da atividade e confraternização.

Luísa Pimentel Silva - Acadêmica de Enfermagem UFCSPA

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ções importantes para o restante da equipe. Saí dessa experiência muito diferente do que entrei, porque, apesar de planejarmos abordar uma temática específica, o aprendiza-do se deu muito mais com relação ao relaciona-mento interpessoal e à superação da frustração que é não conseguir ser resolutiva por mais conhecimento que se tenha. O papel da comu-nicação dentro da prática diária das equipes de saúde é de extrema importância, pois uma comunicação efetiva só é possível se todos os agentes envolvidos falarem “a mesma língua”.

Enquanto futura enfermeira, compre-endo que esse profissional de saúde tem um papel central nesse processo de comunicação entre os diferentes membros de uma equipe de saúde, de forma que precisa passar infor-mações claras e seguras, mas também precisa estar aberto e ouvir diferentes demandas que chegam até ele. Durante essa ação de educação permanente, pude exercitar essa prática e vi-venciar diretamente a experiência de troca de conhecimento entre diferentes profissionais.

Observei, ainda, que a construção de saberes compartilhada gera um aumento de motiva-ção e comprometimento com as atividades desempenhadas pelos profissionais e que, por outro lado, um processo não democrático geraria insatisfação, além de não contemplar as reais necessi-dades. Dessa forma, atividades educativas como a realizada, oferecem um importante exercício na prática de enfermagem pois possibilitam a construção de um processo dialógico, inclusivo e proble-matizador, visando a construção de uma consciência crítica e ampla sobre as práticas cotidianas. Sem dúvida, essa foi uma das minhas experiências mais significativas na Atenção Primária à Saúde.

Ficou muito claro que a

construção coletiva de alternativas

torna muito mais abrangente

as estratégias construídas para o enfrentamento de uma demanda

tão ampla como as questões

de saúde mental.

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Relato de experiência: a telessaúde no dia a dia da Atenção Primária à SaúdeMaria Tatiana Albeny Simões é nutricionista e atua na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Bairro Jucelino Kubistchek em Coronel Fabriciano (MG). O TelessaúdeRS a ajudou no atendimento de uma paciente e os detalhes deste caso podem ser conferidos em seu relato abaixo.

Entrei em contato com o TelessaúdeRS através do 0800 644 6543 (exclusivo para profissio-nais de saúde de nível superior da APS), solici-tando auxílio para orientação de uma gestante diabética insulinodependente. A paciente che-gou à unidade de saúde com encaminhamen-to para nutrição devido ao descontrole glicê-mico apresentado principalmente em jejum. Liguei para o TelessaúdeRS procuran-do orientações para o controle glicêmico da paciente. Procurei pela teleconsultoria como uma possibilidade de amparo técnico, visto que nas unidades de saúde o acesso a mate-riais de pesquisa são escassos. Em minha uni-dade não temos computador disponível. Além disso, não é comum em minha prática clínica o

atendimento a gestantes diabéticas insulino-dependentes. Ainda, na atenção básica, aqui no município não contamos com software para cal-cular dieta. Portanto, a teleconsultoria me veio como uma ajuda prática e rápida de solucionar um caso clínico de uma complexidade maior. Fui atendida por uma nutricionista, que se identificou com o devido CRN, e me ajudou discutindo o caso clínico apresentado. Ela me enviou um material de apoio desenvolvido pelo TelessaúdeRS (Telecondutas Diabetes e Ges-tação), bem como manual de contagem de car-boidratos e tabela de composição de alimentos. Agradeço imensamente a ajuda ofere-cida e considero muito relevante esse traba-lho de teleconsultoria. As informações são ob-jetivas e voltadas à prática profissional, o que é de muita valia, pois na atenção básica con-tamos com poucos recursos. Essa ferramen-ta veio para agregar valor ao nosso trabalho! Além da teleconsultoria por telefone, já participei de cursos EaD oferecidos pela tele-ducação, como o de Nutrição na APS.

Você também tem uma história com a telessaúde? Gostaria de

compartilhar com a gente? Envie seu relato para

[email protected]

@

#nutrição#experiência

#teleconsultoria

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Para começar a pensar o Autismo

#tgd#autismo

#tea#sensibilidade

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Breve panorama sobre um transtorno complexo e abrangente, que exige conhecimento e empatia.

Fernanda Abreu teve uma gestação normal, sem qualquer complicação. Gabriel, seu segun-do filho, veio ao mundo sem chorar. Uma criança quietinha e calminha, fazia tudo com certa lenti-dão. O que a princípio parecia uma personalidade tranquila, passou a preocupar a família. Com três meses, Gabriel não firmava a cabeça como espe-rado, não chorava nem quando tinha fome e tudo parecia ser realizado com muito esforço para ele. Algo estava errado e Fernanda sabia disso. O diagnóstico de autismo veio três anos depois. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que uma em cada 160 crianças no mundo hoje tem o transtorno do espectro autista (TEA), e estudos apontam au-mento da prevalência nos últimos 50 anos. Apesar do maior acesso à informação sobre o tema e da expansão dos critérios diagnósticos, bem como da disponibilidade de melhores fer-ramentas de diagnóstico, nem sempre ele se dá tão precocemente quanto necessário. Diversos estudos apontam para a necessidade de de-tecção do TEA até os três anos de idade, pois isso tem impacto na resposta ao tratamento. Segundo o neuropediatra gaúcho Jose-mar Marchezan, “o atraso no desenvolvimento da linguagem é a principal queixa dos pais de crianças diagnosticadas com autismo e pode ser percebido no segundo ano de vida ou até antes”. Por se tratar de um espectro, em algumas crian-ças os sintomas podem ser muito leves, o que pode gerar dificuldade no diagnóstico. Contudo, isso não deve atrasar a intervenção terapêutica. O profissional de saúde precisa estar atento a

qualquer queixa de familiares que suspeitam de algo errado com a criança. “A precocidade do início do tratamento parece estar relacionada ao melhor prognóstico, melhorando habilidades sociais e de comunicação, já que atuariam em ja-nelas maturacionais do cérebro em desenvolvi-mento”, explica. Diversos estudos têm apontado para a importância do diagnóstico precoce, até os três anos. Mesmo sem um diagnóstico fechado de autismo, trabalhar a estimulação do aparelho neuropsicomotor, das habilidades sociais e da linguagem é fundamental. Seja com fonoaudió-logos, terapeutas ocupacionais ou outros profis-sionais que tenham atendido a suspeita de algo diferente, o estímulo é fundamental e também pode e deve, ser realizado em casa. Diversos documentos e instituições hoje fornecem uma gama de informações a esse respeito, as quais podem ser conferidas no quadro ao final desta reportagem. Gabriel e sua mãe não receberam mui-to crédito dos primeiros profissionais que os atenderam. “O primeiro pediatra perguntou se eu queria arrumar uma doença para o meu fi-lho”, conta Fernanda. Não havia nenhum caso de autismo na família dela ou na do esposo. Ela também não conhecia muito sobre a doença. O primeiro neuropediatra testou os reflexos do bebê, que considerou adequados. A família decidiu procurar outro neuropediatra. O novo profissional se dispôs a investigar. Foram diver-sos exames neurológicos, ressonâncias, sedação geral da criança, que agora já estava com um ano

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Gabriel faz equoterapia na APAE. F

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apa e meio. “Foi um período muito difícil”.

A principal suspeita: mucopolissacaridose, uma doença genética do metabolismo, cujo prog-nóstico deixou a família assustada. Mais exames foram realizados a fim de descartar a hipótese inicial, confirmando o autismo em janeiro de 2016, quando Gabriel já completara três anos. A Academia Americana de Pediatria re-comenda que pediatras e profissionais de saúde que trabalham com crianças da primeira infân-cia façam a triagem para o autismo através de instrumentos como o Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT), mesmo quan-do não há suspeita. A escala M-CHAT possui 23 questões claras, com respostas sim ou não, e que deve ser respondido pelos pais e/ou cui-dadores. Ao final, há um score que define se a criança tem risco ou não na triagem para autis-mo. O resultado deve ser passado aos respon-sáveis imediatamente e a partir dele, se houver o risco para o autismo, uma investigação maior deve ser iniciada. No Brasil, o M-CHAT foi tra-duzido e validado para o Português em 2008. O teste pode ser aplicado novamente em in-tervalos regulares quando houver dúvidas.

Um diagnóstico complexo de múltiplas causas

O transtorno do espectro autista é um distúr-bio do desenvolvimento neurológico de base biológica, caracterizado por alterações em dois domínios comportamentais principais: déficits de comunicação e interação sociais e padrões restritos e repetitivos de comportamento, inte-resses e atividades. Apesar dos avanços científicos em torno do TEA, suas causas ainda são pouco conhecidas. Muitas tentativas de indicar uma causa única fa-lharam. Uma delas, já bastante refutada, mas que insiste em aparecer entre debates do dia a dia, é a da relação do autismo com vacinas. Mas tra-ta-se de um mito. Um estudo publicado há duas décadas, que afirmava que vacinas poderiam causar autismo, gerou desconfiança em torno da imunização vacinal. Porém, o artigo foi refutado pela comunidade científica e seus autores proi-bidos de exercer a medicina. Ainda, diversos es-tudos nos últimos 15 anos mostraram que essa

relação não existe e que não há motivos para desencorajar a vacinação, muito pelo contrário. Sabe-se que há uma interação entre fa-tores genéticos e ambientais. De acordo com o neuropediatra gaúcho, Josemar Marchezan, “o papel da genética é fortemente sugerido, uma vez que o risco de recorrência é 15 a 20 vezes maior em irmãos de crianças afetadas em comparação com a população geral”. Se-gundo o neuropediatra, até o momento, pou-cas causas não genéticas são reconhecidas no TEA, como encefalite herpética, infecções congênitas (exemplo: embriopatia por rubéola e citomegalovírus), síndrome alcoólico-fetal e exposição pré-natal ao ácido valproico (anticon-vulsivo utilizado em pacientes com epilepsia). O autismo se expressa de forma com-plexa e heterogênea, possibilitando variadas manifestações. O que inicialmente foi denomi-nado Autismo Infantil foi agrupado em um con-tínuo de condições com as quais guarda várias similaridades, que passaram a ser denominadas de Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD). Mais recentemente, denominaram-se os Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) para se referir a uma parte dos TGD: o Autismo; a Síndrome de Asperger; e o Transtorno Global do Desenvolvimento sem Outra Especificação. O neuropediatra conta que várias anor-

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apa malidades neuroanatômicas foram identificadas

em estruturas cerebrais e circuitos neuronais, como o cerebelo, o sistema límbico, o corpo ca-loso e o córtex cerebral de pessoas com autis-mo. Os estudos descobriram, por exemplo, um aumento do tamanho do cérebro em períodos precoces, determinando um aumento da circun-ferência da cabeça, aumento anormal da amíg-dala e substância branca aberrante em regiões do cérebro implicadas na cognição social. “Embora um consenso sobre aspectos es-truturais e funcionais anormais no TEA permane-ça difícil, uma série de estudos sobre esses tópicos reúnem dados importantes, e várias anormalida-des foram identificadas, incluindo defeitos sutis na arquitetura cortical, possivelmente causados pela perturbação da remodelação ocorrida num período crítico da formação da rede neural. Tais mudanças levam a defeitos de substância branca e problemas de conectividade. As alterações no processamento sensorial são frequentes no TEA. Essas crianças e adolescentes podem apresentar tanto hipo quanto hipersensibilidade a estímulos sensoriais de uma mesma modalidade ou em múl-tiplos domínios sensoriais (visual, auditivo, olfati-vo, palatal e tátil)”, explica.

Mais do que nunca, cada caso é um caso

O diagnóstico de autismo pode assustar um pouco, pois é um transtorno que comumente vem associado com diversas comorbidades. Uma delas é o transtorno de modulação senso-rial. Hipo ou hipersensibilidade a estímulos sen-soriais, como já citado, são frequentes. É comum seletividade, mas também sensibilidade alimen-tar, alergias e intolerâncias. Epilepsia, hipotonia, entre outras comorbidades são comuns, tornan-do o TEA um complexo que exige um bom tra-balho de rede e um cuidado integral a todos os aspectos da vida da pessoa com autismo e toda a sua família. O problema dessa sobreposição de questões, é que elas podem ser confundidas ou negligenciadas. Tâmara Guedes é fisioterapeuta, pro-fessora universitária e mãe de uma criança com TEA. Coordenadora do projeto de extensão Muito além do autismo, da Faculdade Ciências

Médicas da Paraíba, ela conta que existe um défi-cit de profissionais preparados para lidar com to-das as questões relativas ao TEA. “Isso vale tanto para o SUS quanto para os planos de saúde”, afir-ma. Tâmara acredita na transmissão de conheci-mento, tanto entre profissionais quanto entre os familiares e cuidadores de pessoas com autismo. “Não é incomum, um déficit cognitivo re-lacionado a alguma comorbidade. Uma hipotonia, bastante comum, pode ser confundida com hipe-ratividade, criança agitada. Às vezes uma alergia alimentar causa agitação, a sensibilidade à polui-ção também. Meu filho, por exemplo, tinha epilep-sia e quando ela foi tratada, o déficit cognitivo dele saiu de grave/muito grave para moderado. É pre-ciso olhar para o todo. O cuidado integral dessas crianças é fundamental”, conta Tâmara. No projeto de extensão em que atua, com estudantes de nutrição e medicina, são desen-volvidas ações de prevenção, promoção à saúde e integração social junto às famílias com crian-ças e adolescentes autistas, por meio da parti-cipação dos estudantes e docentes e o Instituto Revertendo o Autismo. O objetivo é promover conscientização e ampla divulgação sobre o tema, além de fortalecer a formação acadêmica para atuar neste contexto. De acordo com o neuropediatra Josemar Marchezan, as orientações e a forma de cuida-do serão variadas em cada caso, a depender da idade, tipo e intensidade dos sintomas. “Ideal-mente o paciente com TEA deve ser acompanha-do por uma equipe multiprofissional que inclui profissionais da neuropediatria ou psiquiatria infantil, psicologia, terapia ocupacional (TO) e fonoaudiologia. Esses profissionais podem auxi-liar à família em todas as questões do dia-a-dia. Além disso, existem associações de pacientes e familiares que dão grande suporte”, afirma. Um desses espaços é o Instituto Rever-tendo o Autismo, em Cabedelo (PB), onde Tâmara atua. Lá, os familiares recebem orientações, apoio psicológico, atendimento especializados para os filhos com TEA, realizam oficinas culinárias para saber lidar com as restrições alimentares, entre di-versas outras atividades. Assim como em Cabede-lo, em todo o país, as APAEs também realizam esse tipo de trabalho, oferecendo atendimento, infor-mação e apoio a pessoas autistas e seus familiares. É muito importante que o profissional de saúde conheça esses espaços que podem ou não

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A internet está repleta de documentos sobre o tema,

elaborados pelo Ministério da saúde, organizações de apoio a pessoas com TEA e seus familiares, instituições de

ensino superior, entre outros. Seguem algumas dicas, válidas tanto para

profissionais de saúde, de educação ou familiares de pessoas com autismo:

Confira algumas dicas de filmes, documentários, séries e outros vídeos sobre o tema:

Life, Animated (2016)

O filme documentário apresenta a história de um jovem adulto autista que consegue superar os obstáculos de comunicação através das animações da Disney.

Linha de cuidado para Atenção às Pessoas com Transtorno do Espectro

do Autismo

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/linha_cuidado_atencao_

pessoas_transtorno.pdf

Atypical (2017)

A série retrata a história, o dia a dia e as descobertas de um adolescente de 18 anos, diagnosticado dentro do espectro do autismo.

Estimulação precoce

O Ministério da saúde tem dois documentos importantes sobre o tema,

que foram pensados no contexto da síndrome congênita por Zika, mas que

podem e devem ser utilizados em vistas de quaisquer outras condições ou agravos de saúde que interfiram no desenvolvimento

neuropsicomotor de crianças entre zero e 3 anos de idade. Os documentos são

Diretrizes de estimulação precoce:http://twixar.me/7WYK; e

A estimulação precoce na Atenção Básica: http://twixar.me/HWYK.

The Good Doctor (2017)

A série retrata a vida de um jovem médico recém-formado, autista e com Síndrome de Savant. Ela reverte preconceitos e ressalta o potencial de portadores de autismo.

Protocolos de Neurologia Pediátrica do TelessaúdeRS: Protocolo 4 – Transtorno do Espectro Autista

https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/protocolos_resumos/

ptrs_neuropediatria.pdf

WebpalestraTranstorno do Espectro Autista. Palestra online do TelessaúdeRS- UFRGS - https://www.youtube.com/watch?v=teJj8bPFdVU

Abordagem do autismo na Atenção Primária à Saúde. Palestra online do TelessaúdeRS- UFRGS - https://www.youtube.com/watch?v=wwfBesXMEeY

Cap

a fazer parte da rede de atenção à saúde no SUS, a fim de orientar e encaminhar corretamente toda e qualquer criança com TEA. Hoje a Fernanda e o Gabriel são atendidos na APAE e no CAPS do seu município, no Rio Grande do Sul, onde eles têm atendimento com fonoaudióloga, terapia ocupacional, psicóloga, entre outros profissio-nais. Gabriel está com cinco anos e não desenvolveu linguagem verbal, mas se comunica à sua maneira. Fernanda comenta que sua vida mudou muito desde o diagnóstico do filho. Deixou de fazer algumas coisas, de frequentar alguns lugares. Mas, tanto ela quanto Tâmara relatam que o autismo lhes trouxe ganhos. “O autismo nos ensina a olhar para o mundo com outros olhos, com um olhar mais atento”, afirma. “Com a sensibilidade da criança autista, elas nos mostram que é preciso rever nossos hábitos: alimentares, ambientais, entre outros”, completa Tâmara.

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Divulgação Científica

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Problemas de sono em crianças de 2 a 5 anos com Transtorno do Espectro Autista e outros Atrasos no Desenvolvimento

REYNOLDS et al. Sleep Pro-blems in 2- to 5-Year-Olds With Autism Spectrum Disor-der and Other Developmental Delays. Pediatrics, v. 143, n. 3, 2019.

Estudo norte-americano com-parou o sono de cerca de duas mil crianças com e sem trans-torno do espectro do autismo (TAE) e/ou outros atrasos no desenvolvimento, e observou que as crianças com TEA ou outros atrasos no desenvolvi-mento com características de autismo apresentavam pro-babilidade duas vezes maior de ter problemas de sono do que crianças no grupo geral da população. Entre os fato-

res susceptíveis de contribuir para problemas de sono para os grupos com características do transtorno do espectro do autismo, os autores apontam ansiedade, dificuldade em fa-zer transições e diferenças na produção de melatonina.

Artigo completo: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/

pubmed/30745433

Telessaúde como eixo organizacional dos sistemas universais de saúde do século XXI

HARZHEIM et al. Telessaúde como eixo organizacional dos sistemas universais de saúde do século XXI. Revista Brasi-leira de Medicina de Família e Comunidade, v. 14, n.41, 2019.

A apresentação da telessaúde

“como ferramenta organizati-va, capaz de suavizar o triângu-lo de ferro da atenção à saúde e de facilitar a busca pelo triple aim, pelo seu potencial de au-mento do acesso e qualidade com redução de custo” é a ideia central do artigo que tem entre os seus autores professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e integrantes do TelessaúdeRS--UFRGS. O artigo propõe uma nova sistematização acerca da organização dos sistemas de saúde onde a Telessaúde sur-ge “como um metasserviço que confere densidade tecnológi-ca à Atenção Primária à Saú-de (APS) e permite que ela se torne coordenadora efetiva do cuidado, passando a organizar o fluxo de informações, pessoas e insumos”.

Artigo completo: https://www.rbm-fc.org.br/rbmfc/article/view/1881

Veja ao lado todos protocolos e telecondutas atualizados até a publicação desta edição. Para conferir cada um deles, acesse o site do TelessaúdeRS: https://www.ufrgs.br/telessauders/

Protocolos

Cirurgia plástica: https://www.ufrgs.br/telessau-ders/documentos/protocolos_re-sumos/ptrs_CirurgiaPlastica.pdf

Pneumologia adulto: https://www.ufrgs.br/telessau-ders/documentos/protocolos_re-sumos/pneumologia.pdf

Telecondutas

Toxoplasmose na gestação: https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/telecondutas/tc_to-xoplasmosegestacao.pdf

Diabetes e gestação: https://www.ufrgs.br/telessau-ders/documentos/telecondutas/tc_diabetes_gestacao.pdf

#autismo#telessaúde

#diabetes#gestação

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#eventos#congressos

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1º CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE OS TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA

Com a finalidade de promover o conhecimento em alto nível sobre o Transtorno do Espectro

do Autismo, o congresso se destina a médicos e outros profissionais de saúde.

Data: 27 a 29 de junho Local: Windsor Barra Hotel, Rio de Janeiro, RJ

Info: http://tiny.cc/4qwq5y

8º CONGRESSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS EM SAÚDE

Com o tema “Igualdade nas diferenças: os en-frentamentos na construção compartilhada do bem viver e o SUS”, o evento marca a comemo-ração dos 40 anos da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

Data: 26 a 30 de setembro Local: Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB Info: http://cshs.com.br

Junho Setembro

2019

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Estar relaxado, sentado com os pés e as costas apoiadas;

Evitar cafeína, exercícios e fumo 30 minutos antes da aferição;

Esvaziar a bexiga;

Remover completamente as roupas no local de colocação do manguito.

Usar um dispositivo validado e calibrado;

Apoiar o braço do paciente;

Posicionar o manguito no braço do paciente na altura do ponto médio do esterno;

Usar o tamanho correto do manguito. Ou seja, envolver

80% do braço.

Aferir em ambos os braços na primeira consulta;

Utilizar o braço com a medida mais alta nas aferições subsequentes;

Separar as medidas com intervalo de um a dois minutos;

Inflar o manguito 20 a 30 mmHg acima do nível de obliteração do pulso radial;

Esvaziar os manguito 2 mmHg por segundo e auscultar os

sons de Korotkoff.

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HipertensãoArterial Sistêmica

#has#cancerdepele

#hidroclorotiazida#anvisa

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A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica frequente, caracterizada por níveis pressóricos elevados na maior parte do tempo. A definição e o estadiamen-to da hipertensão dependem de aferições adequadas, conforme o esquema abaixo:

Por Cynthia Molina-Goulart (Médica de Família e Comunidade TelessaúdeRS-UFRGS)

Passo 1: preparação do paciente

Passo 4: documentar corretamente as medidas

Passo 5: média das medidas

Passo 6: forneça as medidas ao paciente

Passo 2: técnica apropriada para aferição

Passo 3: número de medidas adequadas para diagnóstico e tratamento da hipertensãoO paciente deve:

Nos registros em consultório o profissional deve:

Em relação à estimativa da Pressão Arterial do indivíduo o profissional deve:

Em relação à comunicação das medidas de pressão arterial o profissional deve:

O aferidor deve:

Nas aferições em consultório, o profissional deve:

Registrar pressão;

Registrar a medida sistólica: o primeiro som de Korotkoff;

Registrar medida diastólica: o desaparecimento de Korotkoff (todos os sons);

Observar o tempo da medicação mais recente.

Usar a média de mais de duas leituras obtidas em mais de duas ocasiões diferentes.

Comunicar verbalmente as leituras de pressão arterial;

Fornecer por escrito as medidas de pressão arterial.

Fonte: traduzido e adaptado de Whelton PK, Carey RM, Aronow WS, et al. 2017 ACC / AHA / AAPA / ABC / ACPM / AGS / APhA / ASH / ASPC / NMA / PCNA diretriz para a prevenção, detecção, avaliação e gestão da pressão arterial elevada em adultos: Um relatório do Ame-rican College of Cardiology / American Força-tarefa da Associação do Coração sobre diretrizes de prática clínica. J Am Coll Cardiol 2017.

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de Os níveis pressóricos considerados nor-

mais são convenções estipuladas por especia-listas. Operacionalmente, a HAS é definida por valores maiores que 140/90 mmHg. Entretan-to, no último ano, a proposição de novos valores de referência para hipertensão pela European Society of Hypertension (ESH) movimentaram a discussão do ‘ponto de corte’ perfeito para de-finir saúde e doença nos debates médicos. Por outro lado, é relevante pontuar que a avaliação individualizada do paciente, o seu acompanha-mento, a sua a monitorização, a identificação de fatores de risco e o estímulo para mudanças de estilo de vida são ações que, individualmente, suportam o cuidado do paciente e afetam a sua qualidade de vida, se sobrepondo a discussão de ‘hipertenso’ x não-hipertenso. Atualmente, as possibilidades de trata-mento não-farmacológico e farmacológico para hipertensão são extensas, sendo que o objetivo primordial deve ser a manutenção dos níveis pressóricos no limite para o paciente, com te-rapêuticas que favoreçam a adesão e aceitabi-lidade individual. O tratamento capaz de man-ter níveis pressóricos dentro da normalidade e a adesão aos medicamentos propostos é um desafio no cuidado do paciente. Muitas vezes é preciso reforçar para o paciente o caráter assin-tomático da doença e o uso de medicamentos independente dos sintomas. O cuidado interdisciplinar pode pro-mover mudanças de estilo de vida, tais como alimentação balanceada, redução de peso cor-poral e adesão a atividade física que favorecem o controle dos níveis pressóricos, muitas vezes sendo possível a diminuição da dose ou uso de medicamentos.

Baixe os aplicativos do TelessaúdeRS e tenha conteúdos atualizados no seu

smartphone de forma pública e gratuita a qualquer momento.

Dieta Dash

Esse aplicativo fornece informações qualitativas sobre a melhor escolha de

alimentos para prevenção e controle da hipertensão arterial sistêmica.

Hipertensão Arterial Sistêmica

Orientações sobre estratificação de risco para hipertensão, bem como, conduta

clínica e doses de medicamentos.

Disponíveis na Google Play e na App Store.

Hidroclorotiazida e Câncer de pele

Posição do TelessaúdeRS sobre o alerta da ANVISA Recentemente a Gerência de Farmacovi-gilância da Agência Nacional de Vigilância Sani-tária (ANVISA) lançou um alerta sobre a relação entre o aumento do risco de câncer de pele não melanoma e o uso cumulativo de hidroclorortia-zida. No alerta, solicita que os profissionais da saúde orientem os pacientes em uso do medi-camento, especialmente aqueles que o utilizam há longo prazo, sobre o risco de câncer de pele e sobre a necessidade de avaliar regularmente sua pele e notificar alteração ou surgimento de novas lesões. Diante do exposto, o TelessaúdeRS traz algumas considerações sobre o tema, lembran-do da importância de individualizar a avaliação e a conduta para cada paciente, visto que as evi-dências disponíveis até o momento não são su-ficientes para justificar medidas populacionais, como a suspensão completa do medicamento ou a substituição da terapia. Para saber mais sobre o exposto, clique aqui e leia a integra do posicionamento do TelessaúdeRS-UFRGS.

Foto por: Luis Gustavo R

uwer da Silva

https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/hidrocloritia-https https://play.google.com/store/search?q=telessauders://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/hidrocloritiazida.pdf

https://itunes.apple.com/br/developer/erno-harzheim/id1022819656

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de Câncer de Boca

Por Vinicius Carrard (Cirurgião-dentista TelessaúdeRS-UFRGS) e Michelle Roxo Gonçalves (Cirurgião-dentista).

O que é?Tumor maligno que surge da multiplicação des-controlada das células do tecido de revestimen-to dos tecidos moles, como língua, lábio e asso-alho bucal. Embora não se fale muito a respeito dessa doença, é frequente. É o 5º tipo de câncer mais comum em homens no Brasil e leva me-tade das pessoas que têm a doença à morte.

Por que acontece?A doença está diretamente associada ao con-sumo de fumo e de bebidas alcoólicas. A expo-sição solar sem proteção também é um fator importante para o câncer de lábio. Esses fatores alteram os genes das células bucais, que passam a se multiplicar de forma descontrolada. Em-bora não seja o mais comum, a doença também pode aparecer em pessoas que não fumam, não bebem e não se expõe ao sol com frequência.

Qual é a sua aparênciaA forma mais comum é como uma ferida (úl-cera) que se parece com uma afta, que não dói e não cicatriza sozinha. Além disso, as lesões podem surgir como caroços-nódulos ou áreas vermelhas-erosões. Áreas brancas-placas po-dem indicar uma lesão que tem risco de virar câncer. Qualquer profissional de saúde trei-nado é capaz de identificar lesões suspeitas

Se eu tiver alguma alteração na boca, quem devo procurar?O dentista é o profissional mais preparado, mas médicos também podem detectar as lesões. Para encontrar lesões suspeitas, basta examinar toda a boca com uma boa iluminação. Entretanto, a confirmação do diagnóstico depende da remo-ção de parte da lesão por meio de uma biópsia, a fim de permitir a avaliação no microscópio.

Câncer de boca tem tratamento?Sim, principalmente quando as lesões são per-cebidas nos estágio iniciais. Nestes casos, a le-são não reaparece (recidiva) nem se espalha para outras partes do corpo (metástase) após o tratamento. Após a definição do diagnóstico, o paciente é encaminhado e uma equipe mé-dica avalia qual o melhor tratamento, o que va-ria de acordo com cada caso. Os tratamentos possíveis são cirurgia, radioterapia e quimio-terapia. Quando há atraso no diagnóstico, tra-tamentos mais agressivos (cirurgias extensas, radioterapia e quimioterapia) são necessários.

#cancerdeboca#lesaobucal

#laser

Foto por: arquivo do TelessaúdeRS

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Tratamento: dificuldades e avanços

O câncer de boca faz parte de uma série de tu-mores de cabeça e pescoço. Seu tratamento, como o de outros cânceres nessa região, pode ser bem variado, a depender da localização e do avanço do tumor. Quando necessário qui-mioterapia e radioterapia, a qualidade de vida da pessoa é bastante reduzida, por se tratar de procedimento bastante agressivo e debilitante. A dentista Fabíola Rampanelle Fran-co Locatelli trabalha com o acompanhamento desse tipo de pacientes em um hospital de Por-to Alegre (RS), e relata que a radioterapia exige muitas pausas, devido às reações adversas que podem ocorrer. Entre elas, Fabíola cita a re-dução da saliva, infecções oportunistas como

a candidíase, perda do paladar, entre outras. De acordo com a dentista, são realizadas em média entre 30 a 35 sessões de radiotera-pia durante o tratamento desse tipo de câncer. Nesse processo, a cada cinco dias de radiote-rapia, são necessários dois dias de pausa para que seja possível a recuperação do tecido sadio sem dar tempo de o mesmo ocorrer com o teci-do doente. Fabíola relata que o uso de laser de baixa frequência pode ser um aliado nesse sen-tido, garantindo a efetividade da terapia, pro-movendo a qualidade de vida dessas pessoas. Segundo Fabíola, a terapia com o laser pode iniciar junto com a radioterapia, no mesmo dia, e seguir até o fim. Desse modo, o paciente apresentará um número bem menor de reações já no início da intervenção. Geralmente, apenas a redução da salivação persiste, visto que é o efeito adverso mais comum. O benefício ocor-re graças à capacidade do laser de estimular as células a se recuperarem, impedindo a apopto-se celular, reduzindo as pausas no tratamento.

Como funciona: o laser de baixa frequência funciona localmente, atingindo apenas a área de interesse. Com diferentes tipos de onda, ele em geral funciona sob os comprimentos da re-gião do vermelho (630 nm a 680 nm) e do in-fravermelho próximo (780 nm a 930 nm). A diferença entre eles é a profundidade de pe-netração, com o infravermelho penetrando mais nos tecidos. A regulagem depende as-sim, do uso, do objetivo e do local de aplicação.

Múltiplos usos e benefícios para toda a rede

Mesmo após a rádio ou a quimioterapia, o pa-ciente segue em acompanhamento e realizando aplicações de laser por cerca de 15 a 20 dias. A tecnologia também atua no tratamento dessas eventuais infecções, pois com o auxílio do azul de metileno, destróis fungos presentes no local sele-cionado para aplicação. Fabíola ressalta a impor-tância do acompanhamento diário com o paciente a fim de detectar precocemente qualquer proble-ma, relacionado ou não com o câncer. “Uma equi-pe integrada, com um discurso unânime é muito importante nesse tipo de tratamento”, afirma. Como a perda de paladar é muito inten-

Foto por: arquivo do TelessaúdeRS

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sa e muito comum, mesmo com o uso do laser pode demorar cerca de três meses para voltar ao normal. Também a xerostomia é um efeito comum, dificultando a retomada da rotina, o prazer de comer e dificultando o ganho de peso. Por isso o uso do laser é tão importante para garantir a qualidade de vida desses pacientes. Os benefícios proporcionados pela la-serterapia são variados, além da amenização das reações adversas mais comuns, já citadas.

Entre as vantagens do uso do laser, podem se destacar:

Redução do grau de gravidade da mucosite, permitindo a ingestão de líquidos e alimentos pastosos por via oral;

Estímulo à deglutição e à salivação;

Redução da disfagia;

Redução da xerostomia.

“Trata-se de um recurso relativamente ba-rato, que reduz a necessidade ou o tempo de inter-nação, reduzindo os custos do tratamento. Ainda, melhora muito a qualidade de vida do paciente oncológico, pois além do efeito analgésico ime-diato, tem efeito modulador da inflamação, e es-timula a recuperação da célula”, afirma a dentista.

O uso do laser pode fazer diferença mes-mo na Atenção Primária à Saúde, pois seu uso e seus benefícios não se restringem às inter-venções da alta complexidade. Não apenas para pacientes oncológicos que estejam sendo acom-panhados pela unidade de saúde, mas em outras situações, como no tratamento de aftas, úlceras traumáticas, herpes, sensibilidade dentinária, parestesia do nervo dentário, síndrome da ar-dência bucal, entre diversas situações presentes na APS, o uso da tecnologia pode ser um diferen-cial na saúde e na qualidade de vida das pessoas. Para Fabíola, “é necessário sensibilizar ainda as equipes para a importância e o poten-cial dos benefícios do laser no tratamento do paciente oncológico”. Ela estimula as equipes a buscarem informações a respeito, estudarem mais sobre o assunto, pois “quem conhece, sabe a importância e a diferença que faz”, conclui.

O TelessaúdeRS-UFRGS possui uma gama de materiais e

recursos para auxiliar profissionais de saúde na tomada de decisão clínica

e gerencial e na resolutividade de sua prática de atuação. Entre esses

recursos estão os aplicativos mobile .

Além de aplicativos, a equipe de Teleducação do TelessaúdeRS

realiza a transmissão de palestras e seminários ao vivo, sobre os

mais variados temas, atendendo a demandas dos profissionais que

utilizam o serviço. Um desses vídeos é a webpalestra de câncer bucal, que

pode ser conferida no canal do TeleRS no YouTube.

WebpalestraCâncer bucal: abordagem odontológica.

Palestra online do TelessaúdeRS- UFRGS - https://www.youtube.com/

watch?v=oMO7gxb76-g

EstomatoAppEm 2018, foi lançado o EstomatoApp,

onde é possível encontrar informações sobre estomatologia detalhadas, além

de um catálogo completo da anamnese, exames físicos e complementares com

foco nas lesões fundamentais e na variação do padrão da normalidade.

EstomatoApp está disponível na Google Play para download gratuito.

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Entrevista

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Cada dia, uma nova moda: dieta do ovo, dieta detox, dieta low carb e dieta sem glúten. Per-ca cinco quilos em 15 dias. Veja 10 alimentos que emagrecem mais rápido. Encontram-se promessas como essas na internet, em livros, em revistas e em conversas do dia a dia. Quem já seguiu uma dessas dietas da moda, sabe que adequar a alimentação não é tão simples assim.

A alimentação e a nutrição cumprem um importante papel na qualidade de vida e de saúde da população. Comportamento alimen-tar é uma das linhas da nutrição que engloba muito mais do que alimentos e calorias. Abor-da costumes, hábitos, ambiente familiar, fato-res socioculturais e socioeconômicos de cada pessoa. A ideia do comportamento alimentar é que nenhum alimento é vilão e nenhum ali-mento é herói dentro da nossa alimentação.

No mês de abril, Sophie Deram – enge-nheira agrônoma e nutricionista franco-bra-sileira, doutora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) no depar-tamento de Endocrinologia – esteve no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) ministrando a palestra “Você tem fome de quê?” para profis-sionais e estudantes da área da saúde. Pesqui-sadora de obesidade infantil, nutrigenômica, transtornos alimentares e neurociência do com-portamento, é uma das nutricionistas que acredi-ta no comer consciente, com prazer e sem culpa.

“Comer regular, com rotina e sem passar fome é o que ajuda a manter o nos-so peso. Temos que incluir ao invés de ti-rar. Comer faz parte dos prazeres da vida”, disse a pesquisadora na palestra no HCPA.

Para Deram, o Brasil vive uma época de terrorismo nutricional, em que corta-se gordura, colesterol, carboidrato, açúcar, glúten e lacto-se em dietas de restrições. Isso gera frustração e faz com que as pessoas caminhem na direção de transtornos alimentares e compulsão. Coor-denadora do projeto de genética e do banco de DNA de pacientes com transtorno alimentar no AMBULIM, Programa de Transtornos Alimen-tares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP, autora do livro O Peso das Dietas, a pesquisadora também ministra pales-tras e cursos sobre alimentação sem restrição e se dedica a inspirar as pessoas a transformar a relação com a comida por meio de seu blog, do seu canal do YouTube e das suas redes sociais.

Para os profissionais de saúde da Atenção Básica, prestar atenção nos hábitos do paciente é importante para evitar a piora do quadro clíni-co ou o início de um transtorno alimentar. Deram destacou que o profissional de saúde deve ter um discurso menos terrorista sobre a alimenta-ção, porque muitos profissionais não percebem que o paciente está com um transtorno e pres-crevem dietas que podem piorar o quadro clínico.

Restrição x Comportamento alimentar: os desafios de comer bem e ser saudável

#comportamento#alimentação

#semculpa#semdieta#nutrição

Entrevista com Sophie Deram – engenheira agrônoma e nutricionista franco-brasileira, doutora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) no departamento de Endocrinologia.

Foto: Jovana Dulllius

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A Revista Fonte entrevistou Sophie Deram em Porto Alegre. Em sua entrevista, ela deu dicas para os profissionais de saúde orientar os pacientes sobre alimentação, falou sobre a importância do bom relacionamento com a alimentação e explicou sobre excessos e cul-pa ao comer. Confira a entrevista na íntegra.

Fonte - O que você notou de diferença na área da nutrição desde o início do

seu estudo até agora?

Sophie - Eu noto diferença em tudo. Fiz uma revolução no meu jeito de entender a nutrição.

Na faculdade eu aprendi a passar dieta e a fazer todos os cálculos de calorias. Mas na hora de

tratar com o paciente, nós nutricionistas temos que lembrar que o paciente é muito mais do

que um corpo que precisa de nutrientes: o ser humano tem emoções, sentimentos, cultura e lembranças. Então o ato de comer é muito

maior do que só se nutrir. Acho que não estava consciente disso quando entrei na nutrição.

Fonte - Qual a importância do bom

relacionamento das pessoas com a alimentação?

Sophie - Para mim, é fundamental. Estamos vivendo uma guerra contra alimentos e contra o corpo. Parece que precisamos estar sempre no controle, quando na realidade, quanto mais você controla, mais você tem risco de perder o controle. Você deve achar difícil de manhã falar com uma criança obesa e à tarde com

uma criança anoréxica, porque parece ter uma diferença grande de discurso. Na realidade,

é o mesmo discurso: fazer as pazes com a comida. Hoje vemos que a prevenção tanto para obesidade quanto para transtorno alimentar é

justamente ter uma relação mais tranquila com a comida.

Fonte - O que leva as pessoas a exagerar na comida?

Sophie - O ato de comer é fisiológico e psicológico. Na parte fisiológica, o que faz

com que as pessoas exagerem é a restrição. Quanto maior a restrição, maior a fome. Então o paciente exagera porque está em restrição.

Além disso, tem a parte psicológica. As pessoas exageram quando tem uma restrição cognitiva: não passou fome, mas passou vontade. Ou seja,

quando a pessoa ter acesso a comida que deixou de comer, vai fazer uma “despedida” e exagerar.

Fonte - Como não se sentir culpado?

Sophie - A culpa vem do excesso de informação e do fato de que a gente se julga quando vai

comer. Existe um julgamento moral na hora de comer que não deveria existir. O ato de comer é um ato natural, normal. É normal comer de vez em quando por prazer, mesmo sem fome. Essa

culpa dentro do comportamento aumenta a vontade de comer. Quem come com culpa, come mais. A culpa não deveria entrar dentro de uma

alimentação saudável. Por isso que eu falo:

comer bem, comer de tudo,

sem restrição e sem culpa.

Fonte - Como a senhora entende a relação da

nutrição com as outras áreas da saúde?

Sophie - Eu sinto que tem uma grande rivalidade na área da saúde porque tem os que defendem o lado da nutrição somente com os nutricionistas.

Temos que lembrar que a nutrição é a base da saúde e quem vai trabalhar toda a questão da

alimentação não é somente o nutricionista. Além dos nutricionistas, tem os psicólogos e

psiquiatras que cumprem uma etapa importante de saúde mental. Eu acho que devemos nos unir

dentro desse cuidado da saúde porque o ser humano é bem complexo e precisa de um olhar multidisciplinar. Além de tudo, quando temos essa interdisciplinaridade do atendimento na

saúde, o paciente ganha saúde e se recupera mais fácil.

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Sophie Deram falou com a equipe do TelessaúdeRS após palestra no Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

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Fonte - No contexto da APS, como orientar os profissionais de saúde que não tem acessoà nutrição e não tem como encaminhar o

paciente para um nutricionista?

Sophie - Acho que o Guia Alimentar é fantástico, porque incentiva a retomar a tradição de comida

de verdade. Nas Unidades de Saúde, o guia está sendo cada vez mais aceito. No começo,

acredito que teve um receio dos profissionais de saúde, porque parecia que o guia tiraria o papel dos nutricionistas. Mas na verdade, o papel do

nutricionista vai além do cálculo de caloria.

Fonte - Como um profissional da APS pode perceber e agir diante de sinais de alerta para

um transtorno alimentar?

Sophie - Todo o profissional de saúde tem que ter um discurso menos terrorista sobre

alimentação. Muitos profissionais não percebem que é um transtorno e às vezes passam uma

dieta que pode piorar o quadro clínico. É muito importante se atualizar sobre o que é, como funciona e como diagnosticar um transtorno para poder perceber de início e encaminhar para um especialista. Dentro da formação e a da especialização dos profissionais de

saúde é interessante que tenha a informação sobre o que são os transtornos alimentares. É importante prestar atenção em uma perda

de peso rápida, em uma pessoa que come escondido ou corta alimentos em pedaços bem

pequenininhos. Vários fatores auxiliam para identificar um transtorno.

Se o paciente tem uma dificuldade como diabetes ou precisa de uma orientação

nutricional ele tem que ser encaminhado para um nutricionista. Mas a partir da saúde geral

o médico pode avaliar e perguntar como a pessoa está e perceber, caso esteja com algum

transtorno alimentar.

Sophie Deram

Engenheira agrônoma pelo Institut National Agronomique Paris-Grignon (INA-PG Agro ParisTech), nutricionista pela Université de Rennes I, franco-brasileira e tem doutorado em Endocrinologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). É especialista em comportamento alimentar, estilo de vida saudável e perda de peso.

E-book Alimentação e Nutrição na APS.

https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/cursos/livro_nutricao_e_

alimentacao_na_aps_v019.pdf

Guia Alimentar

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_

populacao_brasileira_2ed.pdf

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Foto: Angélica D

ias Pinheiro

Para mais informações sobre o trabalho de Sophie Deram, você pode acessar em:

Site: https://www.sophiederam.com/br/

Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/2538776011195142

Youtube: https://www.youtube.com/user/sophiederam

Redes sociais: Sophie Deram

Quer saber mais sobre alimentação e nutrição na Atenção Primária à

Saúde? Acesse: