fortissimo nº 22 / 2019 - orquestra filarmônica de minas ... · a história do naipe de metais e...

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28 29 NOV Presto Veloce FORTISSIMO Nº 22 / 2019

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Page 1: FORTISSIMO Nº 22 / 2019 - Orquestra Filarmônica de Minas ... · A história do naipe de metais e a das obras de concerto convergem, no século XX, para a figura do trombonista,

2829

NOV

Presto

Veloce

F O R T I S S I M O N º 2 2 / 2 0 1 9

Page 2: FORTISSIMO Nº 22 / 2019 - Orquestra Filarmônica de Minas ... · A história do naipe de metais e a das obras de concerto convergem, no século XX, para a figura do trombonista,

P R O G R A M A

JOSEPH HAYDN Concerto para trompete em Mi bemol maior,

Hob. VIIe:1 Allegro

Andante

Finale: Allegro

CHRISTIAN LINDBERG Akbank Bunka Akolebank

Japabunka

Turkjazz

I N T E R VA L O

DMITRI SHOSTAKOVICH Sinfonia nº 6 em si menor, op. 54 Largo

Allegro

Presto

2 8 / 1 1

2 9 / 1 1

Presto

Veloce

M A RC O S A R A K A K I , R E G E N T E

PAC H O F LO R E S , T R O M PE T E

Ministério da Cidadania,Governo de Minas Gerais e Itaú A P R E S E N TA M

Page 3: FORTISSIMO Nº 22 / 2019 - Orquestra Filarmônica de Minas ... · A história do naipe de metais e a das obras de concerto convergem, no século XX, para a figura do trombonista,

Diretor Artístico e Regente Titular

da Orquestra Filarmônica de Minas

Gerais desde sua criação, em 2008,

Fabio Mechetti posicionou a orques-

tra mineira no cenário mundial da

música erudita. Além dos prêmios

conquistados, levou a Filarmônica

a quinze capitais brasileiras, a uma

turnê pela Argentina e Uruguai e

realizou a gravação de nove álbuns,

sendo quatro para o selo interna-

cional Naxos. Ao ser convidado,

em 2014, para o cargo de Regente

Principal da Filarmônica da Malásia,

Fabio Mechetti tornou-se o primeiro

regente brasileiro a ser titular de

uma orquestra asiática.

Nos Estados Unidos, Mechetti esteve

quatorze anos à frente da Orquestra

Sinfônica de Jacksonville e, atual-

mente, é seu Regente Titular Emérito.

Foi também Regente Titular das

sinfônicas de Syracuse e de Spokane,

da qual hoje é Regente Emérito.

Regente Associado de Mstislav

Rostropovich na Orquestra Sinfônica

Nacional de Washington, com ela

dirigiu concertos no Kennedy Center

e no Capitólio. Da Sinfônica de San

Diego, foi Regente Residente. Fez

sua estreia no Carnegie Hall de Nova

York conduzindo a Sinfônica de Nova

Jersey. Continua dirigindo inúme-

ras orquestras norte-americanas e

é convidado frequente dos festivais

de verão norte-americanos, entre

eles os de Grant Park em Chicago e

Chautauqua em Nova York.

Igualmente aclamado como regente

de ópera, estreou nos Estados Unidos

dirigindo a Ópera de Washington. No

seu repertório destacam-se produções

de Tosca, Turandot, Carmem, Don

Giovanni, Così fan tutte, La Bohème,

Madame Butterf ly , O barbeiro de

Sevilha, La Traviata e Otello.

Suas apresentações se estendem

ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca,

Escócia, Espanha, Finlândia, Itá-

lia, Japão, México, Nova Zelândia,

Suécia e Venezuela . No Brasi l ,

regeu todas as importantes orques-

tras brasileiras.

Natural de São Paulo, Fabio Mechetti,

é Mestre em Regência e em Composição

pela Juilliard School de Nova York e

vencedor do Concurso Internacional de

Regência Nicolai Malko, da Dinamarca.

CAROS AMIGOS E AMIGAS,

FABIO MECHETTI

D I R E T O R A R T Í S T I C O

E R E G E N T E T I T U L A R

Um dos maiores trompetistas da

atualidade junta-se à Filarmônica

numa noite espetacular em que

elegância e virtuosismo caminham

lado a lado. O venezuelano Pacho

Flores nos brinda com o famoso

Concerto de Haydn e nos surpre-

ende, com toda a sua técnica e mu-

sicalidade, com uma peça escrita

especialmente para ele pelo sueco

Christian Lindberg, este também

exímio trombonista.

Completando o programa, dirigi-

do pelo nosso Regente Associado,

Marcos Arakaki, apresentamos uma

das mais intensas sinfonias de Dmitri

Shostakovich, a Sexta. Ao ouvi-la,

podemos experimentar a constante

luta íntima que o compositor tra-

vava dentro do regime soviético:

expressar sentimentos profundos,

mas segundo os limites ditados

pelo regime stalinista. Essa dico-

tomia característica da música de

Shostakovich se evidencia por com-

pleto nesta importante Sinfonia.

A todos, então, um bom concerto.

FAB IO MECHET T I

FOTO

: EU

GÊN

IO S

ÁVIO

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Pacho Flores obteve primeiro lugar

em três importantes competições

internacionais: prêmios Maurice

André – o mais relevante do mun-

do para trompete –, Philip Jones e

Cittá di Porcia. Formado no Sistema

de Orquestras Juvenis e Infantis da

Venezuela, é reconhecido por suas

atuações como solista, recitalista e

por suas gravações.

Flores transita com desenvoltura

entre o clássico e o popular, em

interpretações cativantes cheias

de energia e cor. Como solista,

atuou com a Filarmônica de Kiev,

Camerata de São Petersburgo,

Ensamble Orchestral de Paris,

Orchestre de la Garde Républicaine,

sinfônicas Simón Bolívar, de Tóquio

e de Dusseldorf, Orquestra NHK,

Filarmônica de Osaka e Arctic

Philharmonic. Apresentou-se em

recitais no Carnegie Hall, Sala Pleyel

e Opera City. Membro fundador do

Quinteto de Metais Simón Bolívar,

realizou turnês pela Europa, América

do Sul, Estados Unidos e Japão.

Experimentado músico de orquestra,

foi Trompete Principal das sinfôni-

cas Simón Bolívar, Saito Kinen e de

Miami. Trabalhou com maestros co-

mo Claudio Abbado, Sir Simon Rattle,

Seiji Ozawa, Giuseppe Sinopoli, Rafael

Frübeck de Burgos, Eduardo Marturet

e Gustavo Dudamel. É diretor funda-

dor da Academia Latino-Americana

de Trompete, na Venezuela.

Pacho Flores dedica-se à promoção

da música contemporânea. Enco-

mendou e estreou obras de Roger

Boutry, Efraín Oscher, Giancarlo

Castro, Santiago Báez, Juan Carlos

Nuñez y Sergio Bernal. Realizou turnê

com a Arctic Philharmonic sob re-

gência de Christian Lindberg inter-

pretando seu concerto Akbank Bunka.

Artista da Casa Stomvi, toca instru-

mentos fabricados exclusivamente

para ele. Pacho Flores é artista ex-

clusivo da Deutsche Grammophon,

selo com o qual produziu os álbuns

Cantar, com a Konzerthaus Orchester

Berlin e Christian Vásquez; Entropía,

Medalha de Ouro no Global Music

Awards 2017; e Fractales, com a Arctic

Philharmonic e Christian Lindberg.

PACHO FLORES

FOTO

: JU

AN M

ARTÍ

NEZ

Marcos Arakaki teve seu talento reco-

nhecido a partir de 2001, quando ven-

ceu o I Concurso Nacional Eleazar

de Carvalho para Jovens Regentes,

promovido pela Orquestra Petrobras

Sinfônica. Desde então, tem dirigido as

principais orquestras brasileiras, além

da Filarmônica de Buenos Aires, de

Karkhiv na Ucrânia, a Boshlav Martinu

na República Tcheca, a Sinfônica de

Xalapa e da Universidade Autônoma

do México. Concluiu bacharelado em

Música pela Universidade Estadual

Paulista (Unesp) e mestrado em

Regência Orquestral pela University

of Massachusetts. No Aspen Music

Festival and School, Estados Unidos,

recebeu orientações de David Zinman,

Kurt Masur, Charles Dutoit e Sir Neville

Marriner. Atuou como regente titular

da Orquestra Sinfônica da Paraíba

e assistente da Orquestra Sinfônica

Brasileira (OSB). Como regente titular,

promoveu uma elogiada reestruturação

na Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem.

Recebeu o Prêmio Camargo Guarnieri,

concedido pelo Festival Internacional

de Campos do Jordão, e gravou com

a OSB a trilha do filme Nosso Lar,

composta por Philip Glass.

Arakaki tem acompanhado importan-

tes artistas, tais como Gabriela Mon-

tero, Sergio Tiempo, Anna Vinnitiskaya,

Sofya Gulyak, Ricardo Castro, Pinchas

Zukerman, Rachel Barton Pine, Chloë

Hanslip, Luíz Fílip, Victor Julien-

Laferrière, Günter Klaus, Eddie Daniels,

David Gérrier e Yamandu Costa.

Desenvolve atividades como coorde-

nador pedagógico, professor e pales-

trante em projetos culturais, univer-

sidades e conservatórios. Professor

visitante da Universidade Federal

da Paraíba por dois anos, contribuiu

para a consolidação da recém-criada

Orquestra Sinfônica da UFPB, assu-

mindo o cargo de Regente Titular da

orquestra a partir de novembro.

Marcos Arakaki é Regente Associado

da Filarmônica de Minas Gerais e cola-

bora com a Orquestra desde 2011, com

destacada atuação nos concertos para

formação de público. É autor do livro

A História da Música Clássica Através

da Linha do Tempo, lançado em 2019.

MARCOS ARAKAKI

FOTO

: RAF

AEL

MO

TTA

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INSTRUMENTAÇÃO

2 flautas, 2 oboés, 2 fagotes,

2 trompas, 2 trompetes,

tímpanos, cordas.

ED ITORA

Universal Edition

PARA OUV IR

CD Haydn; Hummel – Trumpet

Concertos – Die Deutsche

Kammerphilharmonie Bremen

– Alison Balsom, trompete –

EMI – 2008

PARA ASS IST IR

The Arctic Philharmonic

Orchestra – Christian

Lindberg, regente –

Pacho Flores, trompete

Acesse: fil.mg/htrompete

PARA LER

H. C. Robbins Landon;

David Wyn Jones – Haydn:

his life and music – Thames

and Hudson – 1988

H. C. Robbins Landon –

Haydn: chronicle and works –

Thames and Hudson – 1995

(5 vols)

RO H R AU , ÁUST R I A , 1 73 2 V I E N A , ÁUST R I A , 1 8 09

JosephHAYDNOriundo de uma família modesta, Haydn viveu uma

infância e juventude de muitas privações. Dotado de

uma voz encantadora, separou-se de sua família aos

seis anos de idade para estudar música e nunca mais

voltou a morar na casa dos pais. Viveu, dos seis aos

dezessete, juntamente com outros meninos, em casas

de professores de música e maestros de coros. Como

seus professores não se preocupavam tanto com o

bem-estar dos garotos, não foram poucas as ocasiões

em que passou fome, sofreu humilhações e punições

físicas. Demitido por volta dos dezessete anos pelo

diretor do coro da Catedral de Santo Estêvão, em

Viena, quando sua voz já estava totalmente modifi-

cada, Haydn foi literalmente colocado no olho da rua.

Sem dinheiro e sem um lugar para viver, ele aceitou

todo tipo de ocupação até finalmente, por volta dos

vinte e cinco anos, conseguir seu primeiro emprego

estável, como mestre de capela no palácio do Conde

Morzin, na cidade de Dolní Lukavice, (atualmente na

República Tcheca). Alguns anos mais tarde ele seria

empregado na corte do Príncipe Paul Anton Esterházy.

Nos quase trinta anos em que trabalhou para a família

Esterházy, ele produziria uma quantidade significativa

de obras musicais para as mais diversas formações.

Quando Haydn compôs o Concerto para trompete, já

era um compositor renomado. Suas duas viagens a

Londres (1791/1792 e 1794/1795) haviam feito dele um

compositor rico e de fama interna-

cional. Suas obras eram editadas em

diversos países, e sua música ouvida

nos quatro cantos da Europa. Era

uma época em que Haydn passava

a maior parte do ano em Viena e

só esporadicamente ia ao castelo

dos Esterházy, no campo.

O Concerto para trompete foi escrito

em três movimentos. No primeiro

(Allegro), logo após uma breve intro-

dução orquestral, solista e orquestra

travam um diálogo de rara beleza. O

segundo movimento (Andante) é doce

e sereno, em que o solista apresenta

temas de um lirismo ímpar. O terceiro

(Allegro), assim como o primeiro,

é extremamente virtuosístico. Nele

podemos ouvir o som do trompete

em toda sua vivacidade característica.

Talvez por apresentar o trompete

como um instrumento lírico, doce e

refinado, uma maneira diferente da

usual nos tempos de Haydn, quando

o trompete era sempre associado

a fanfarras e bandas militares, o

Concerto para trompete em Mi bemol

maior permanece, hoje, como o mais

amado dos concertos para trompete

de todos os tempos. Haydn o compôs

para o trompetista vienense Anton

Weindinger, que havia construído um

instrumento com chaves capaz de

tocar praticamente todas as notas.

O trompete, no tempo de Haydn, era

conhecido como trompete natural,

ou seja, um simples tubo de metal

enrolado que era soprado em uma

ponta e cujo som saía na outra. Por

não possuir pistons, chaves ou quais-

quer orifícios (como os instrumentos

de sopro atuais), ele era capaz de

produzir apenas algumas poucas

notas, alcançadas graças à força do

ar e à pressão labial. Aparentemen-

te, o Concerto foi estreado em 1800,

em Viena, pelo próprio Weindinger.

GU ILHERME

NASC IMENTO Compositor, Doutor

em Música pela Unicamp, professor na

Escola de Música da UEMG, autor dos

livros Os sapatos floridos não voam

e Música menor.

1 796 1 3 M I N U TO S

Concerto para trompete em

Mi bemol maior, Hob. VIIe:1Primeira apresentação

com a Filarmônica

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INSTRUMENTAÇÃO

Piccolo, flauta, oboé,

corne inglês, clarinete,

clarone, fagote, contrafagote,

2 trompas, 2 trompetes,

tímpanos, percussão, cordas.

ED ITORA

Tarrodi

PARA OUV IR

Pacho Flores – Fractales –

Arctic Philharmonic Orchestra

– Christian Lindberg, regente –

Pacho Flores, trompete –

Deutsche Grammophon –

Download 00028948177059

– 2018

PARA ASS IST IR

Israel NK Orchestra –

Christian Lindberg, regente –

Pacho Flores, trompete

Acesse: fil.mg/lakbank

DANDERYD, SUÉCIA , 1958

ChristianLINDBERGA história do naipe de metais e a das obras de concerto

convergem, no século XX, para a figura do trombonista,

compositor e regente Christian Lindberg. Responsável

quase que individualmente por elevar o trombone à es-

tatura de solista, Lindberg foi o primeiro trombonista a

solar com as prestigiosas filarmônicas de Berlim e de

Chicago. Aos dezessete anos conheceu a música de

Jack Teagarden, descoberta que o estimulou a criar um

grupo de Dixieland em sua escola, no qual era o trom-

bonista. Posteriormente, estudou na Academia Real de

Música da Suécia e, aos dezoito anos, passou a integrar

a Orquestra da Ópera Real da Suécia. O desconforto

com a posição secundária reservada aos metais no

conjunto orquestral despertou seu desejo de seguir

uma carreira solo. Assim, aos vinte anos, deixou a or-

questra para dedicar-se integralmente a essa carreira.

Entre 1979 e 1980 estudou no Royal College of Music,

em Londres. Em 1981, conquistou o Concurso Bienal

dos Solistas Nórdicos. Em 1983 trabalhou com Ralph

Sauer e Roger Bobo, em Los Angeles, e, finalmente,

em 1984, assinou um contrato com a BIS Records

para a gravação de três CDs. Mais de sessenta álbuns

se seguiram àqueles três primeiros. Músico singular,

Lindberg – que é o dedicatário de 82 obras – estreou,

em 2017, o centésimo concerto para trombone.

O consagrado solista lançou-se como compositor ape-

nas em 1998, quando, estimulado por Jan Sandström,

escreveu o concerto para trombone e cordas Arabenne,

para uma turnê com o grupo Musica

Vitae. O sucesso da obra levou a no-

vas encomendas de orquestras, como

Filarmônica de Chicago, Sinfônica

Giuseppe Verdi e Filarmônica de

Roterdã. Sua estética musical refle-

te um gosto diversificado, moldado

por influências que se estendem

dos Beatles, John Coltrane e Jack

Teagarden a Luciano Berio, Mstislav

Rostropovich e Jussi Björling.

O concerto para trompete e orquestra

Akbank Bunka foi encomendado pelo

trompetista norueguês Ole Edvard

Antonsen para uma turnê com a

Orquestra de Câmara Escocesa.

Em três movimentos, o concerto é

o resultado de uma série de coin-

cidências. Seu título funde o nome

do banco turco Akbank com a pala-

vra japonesa para cultura, bunka. A

excêntrica fusão sintetiza as prin-

cipais linguagens exploradas na

obra. Akolebank reúne passagens

líricas e quase infantis, inspiradas

nas peças fáceis, mas de profun-

da beleza, que Antonsen compôs

para seu filho. As passagens mais

rápidas do movimento relacionam-

-se com um convite para tocar com

uma orquestra turca. A proposta o

levou a imaginar-se pelas ruas de

Istambul, e dessa fantasia nasceram

os episódios mais virtuosísticos.

Japabunka é fruto do exercício de

imaginação daquilo que o público

japonês gostaria de ouvir de um so-

lista e orquestra nórdicos. À época

de sua composição, Lindberg pla-

nejava uma turnê pelo Japão, com

Antonsen e sua nova orquestra. A

fusão do jazz com as melodias mo-

dais turcas do Turkjazz decorre de

uma ligação telefônica de Antonsen

para Lindberg em que o trompetis-

ta comunicava ao compositor não

apenas sua animação em relação

ao material de caráter oriental do

segundo movimento, mas também

sua alegria com o trabalho de co-

laboração com um grupo de jazz.

I GOR REYNER

Pianista, Mestre em Música pela

Universidade Federal de Minas Gerais

e Doutor em Literatura pelo King’s

College London.

20 04 1 5 M I N U TO S

Akbank BunkaPrimeira apresentação

com a Filarmônica

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INSTRUMENTAÇÃO

Piccolo, 2 flautas, 2 oboés,

corne inglês, requinta,

2 clarinetes, clarone, 2 fagotes,

contrafagote, 4 trompas,

3 trompetes, 3 trombones,

tuba, tímpanos, percussão,

harpa, celesta, cordas.

ED ITORA

DSCH – Kompositor

Representante: Barry Editorial

PARA OUV IR

CD Shostakovich – Symphony

No. 6; Symphony No. 12 –

Concertgebouw Orchestra

– Bernard Haitink, regente –

Decca – 2000

PARA ASS IST IR

Wiener Philarmoniker –

Leonard Bernstein, regente

Acesse: fil.mg/ssinf6

PARA LER

Lauro Machado Coelho –

Shostakovitch, vida, música,

tempo – Editora Perspectiva –

2006

SÃO PETERSBURGO, RÚSSIA , 1906 M O S CO U , R Ú SS I A , 1 975

Dmitri 1 93 9 3 0 M I N U TO S

SHOSTAKOVICHDesde o início de sua trajetória, Shostakovitch pretendeu

dar continuidade à tradição musical russa que admira-

va no realismo de Mussorgsky e nas orquestrações de

Tchaikovsky. Mas buscava um novo idioma. Nos anos de

1920, a política de abertura cultural do governo de Lênin

permitia, ainda, a circulação das novidades ocidentais,

e Shostakovich filiou-se à Associação para a Música

Contemporânea. Suas quatro primeiras sinfonias refletem

o desenvolvimento desse experimentalismo vanguardista.

O advento do stalinismo impôs outros rumos para o com-

positor que, em 1936, foi declarado “inimigo do povo” e

forçado a se retratar publicamente. As sinfonias seguintes

traduzem seu inevitável propósito — sincero ou simulado

— de se submeter aos ideais neoclássicos de inteligibi-

lidade e simplicidade preconizados pelo Comitê Central.

Mas também registram a consolidação de uma linguagem

extremamente pessoal, pois, se Shostakovitch procura um

idioma facilmente compreensível, enriquece-o com ousados

procedimentos inéditos e aquisições contemporâneas. Ele

assim atinge os limites extremos de um expressionismo

ultrarromântico, de caráter frequentemente heroico e de

grande apelo socializante. Em suas memórias, publicadas

postumamente, o compositor revela o drama de um ho-

mem submetido a fortes pressões oficiais – o dilema do

artista inovador condicionado a um academismo inevitável.

A recepção da Sexta Sinfonia, escrita rapidamente no

decorrer de 1939, foi apática. O próprio Shostakovich

criou uma falsa expectativa para a

obra, anunciada como uma grande

homenagem a Lênin, com solistas,

coros e textos de Maiakovski. Quando

a Sinfonia estreou, em novembro de

1939, os ouvintes se surpreende-

ram com uma peça relativamente

pequena, em três movimentos en-

cadeados de forma não habitual –

Largo, Allegro e Presto. O passar

do tempo, entretanto, foi generoso

com essa Sinfonia que, cada vez

mais, desperta o interesse por sua

originalidade.

O Largo inicial possui o clima tenso

característico de muitos movimentos

lentos do compositor. Ao naipe das

madeiras são destinados solos de

grande beleza melódica (que evi-

denciam a declarada influência de

Tchaikovsky) e se alternam entre o

piccolo, o corne inglês, a flauta e o

oboé. Na segunda seção, a flauta

tece maravilhosos arabescos. Ao

final, antes da reexposição do pri-

meiro tema, a trompa apresenta um

recitativo melancólico, sobre o fun-

do de trinados e acordes solenes.

No Allegro central, o caráter é de

um scherzo. A escrita, clara e flui-

da, possui uma ironia mordaz, cruel,

com suas síncopes e frequentes

mudanças de ritmo. A orquestração,

extremamente virtuosística, torna-se

agressiva na aspereza dos timbres.

O humor do Presto final contrasta

inteiramente com o sarcasmo do

movimento anterior. Há espaço para

pequenas citações espirituosas,

referenciando obras de Mozart,

Rossini e Verdi. O episódio cen-

tral privilegia o fagote, a flauta e o

piccolo, antes que o violino desen-

volva um longo trecho e retome o

primeiro tema. O final evolui para

um clima de festa e alegria.

PAULO SÉRG IO

MALHE IROS DOS SANTOS

Pianista, Doutor em Letras, professor na

UEMG, autor dos livros Músico, doce

músico e O grão perfumado – Mário

de Andrade e a arte do inacabado.

Apresenta o programa semanal Recitais

Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.

Sinfonia nº 6 em

si menor, op. 54

Última apresentação:

25 de nov / 2012

Carlos Miguel Prieto,

regente convidado

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NESTE NATAL, DÊ UMA ASSINATURA

DE PRESENTE.

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FOTO

: RAF

AEL

MO

TTA

A FILARMÔNICA AGRADECE A PARCERIA DO ITAÚ NAS

SÉRIES PRESTO E VELOCE.

Apresentador / Patrocinador Máster das séries Presto e Veloce

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CONSELHO ADMINISTRATIVOPresidente Emérito

Jacques Schwartzman

Presidente

Roberto Mário

Gonçalves Soares Filho

Conselheiros

Angela Gutierrez

Arquimedes Brandão

Berenice Menegale

Bruno Volpini

Celina Szrvinsk

Fernando de Almeida

Frederico César

Silva Melo

Iran Almeida Pordeus

Ítalo Gaetani

Marco Antônio Pepino

Mauricio Freire

Octávio Elísio

Sérgio Pena

DIRETORIA EXECUTIVADiretor Presidente

Diomar Silveira

Diretor

Administrativo-

financeiro

Joaquim Barreto

Diretor de

Comunicação

Agenor Carvalho

Diretora de

Marketing e Projetos

Zilka Caribé

Diretor de Operações

Ivar Siewers

EQUIPE TÉCNICAGerente de

Comunicação

Merrina Godinho

Delgado

Gerente de

Produção Musical

Claudia da Silva

Guimarães

Assessora de

Programação Musical

Gabriela de Souza

Produtor

Luis Otávio Rezende

Analistas de

Comunicação

Carolina Moraes Santana

Fernando Dornas

Lívia Aguiar

Renata Romeiro

Analistas de

Marketing

Eventos — Lívia Brito

Relacionamento —

Itamara Kelly

Assistente de

Marketing e

Relacionamento

Henrique Campos

Assistente

de Produção

Rildo Lopez

Auxiliar

de Produção

Jeferson Silva

EQUIPE ADMINISTRATIVAGerente

Administrativo-

financeira

Ana Lúcia Carvalho

Gerente Contábil

Graziela Coelho

Gerente de

Recursos Humanos

Quézia Macedo Silva

Analistas

Administrativos

João Paulo de Oliveira

Letícia Cabral

Secretária Executiva

Flaviana Mendes

Assistente

Administrativa

Cristiane Reis

Assistente de

Recursos Humanos

Jessica Nascimento

Recepcionistas

Meire Gonçalves

Vivian Figueiredo

Auxiliar Contábil

Pedro Almeida

Auxiliar

Administrativa

Geovana Benicio

Auxiliares de

Serviços Gerais

Ailda Conceição

Rose Mary de Castro

Mensageiro

Douglas Conrado

Jovem Aprendiz

Sunamita Souza

SALA MINAS GERAISGerente de

Infraestrutura

Renato Bretas

Gerente de Operações

Jorge Correia

Técnicos de Áudio

e de Iluminação

Daniel Hazan

Diano Carvalho

Assistente Operacional

Rodrigo Brandão

ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS

INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA

Regente Associado

MARCOS ARAKAKI

Diretor Artístico e Regente Titular

FABIO MECHETTIOscip — Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

Lei 14.870 / Dez 2003

OS — Organização Social

Lei 23.081 / Ago 2018

* principal ** principal associado *** principal assistente

FORTISSIMO Novembro nº 22 / 2019

ISSN 2357-7258

Editora Merrina

Godinho Delgado

Edição de texto

Berenice Menegale

Capa Trumpet-Player

in front of a Banquet,

pintura de Gerrit Dou

O Fortissimo está

indexado aos

sistemas nacionais

e internacionais de

pesquisa. Você pode

acessá-lo também

em nosso site.

Este programa

foi impresso em

papel doado pela

Resma Papéis.

PRIMEIROS VIOLINOSRommel Fernandes –

Spalla associado

Ara Harutyunyan –

Spalla assistente

Ana Paula Schmidt

Ana Zivkovic

Arthur Vieira Terto

Joanna Bello

Laura von Atzingen

Luis Andrés Moncada

Roberta Arruda

Rodrigo Bustamante

Rodrigo M. Braga

Rodrigo de Oliveira

Wesley Prates

SEGUNDOS VIOLINOSFrank Haemmer *

Hyu-Kyung Jung ***

Gideôni Loamir

Jovana Trifunovic

Luka Milanovic

Martha Pacífico

Matheus Braga

Radmila Bocev

Rodolfo Toffolo

Tiago Ellwanger

Valentina Gostilovitch

VIOLASJoão Carlos Ferreira *

Roberto Papi ***

Flávia Motta

Gerry Varona

Gilberto Paganini

Katarzyna Druzd

Luciano Gatelli

Marcelo Nébias

Mikhail Bugaev

Nathan Medina

VIOLONCELOSPhilip Hansen *

Robson Fonseca ***

Camila Pacífico

Camilla Ribeiro

Eduardo Swerts

Emília Neves

Lina Radovanovic

Lucas Barros

William Neres

CONTRABAIXOSNilson Bellotto *

André Geiger ***

Marcelo Cunha

Marcos Lemes

Pablo Guiñez

Rossini Parucci

Walace Mariano

FLAUTASCássia Lima *

Renata Xavier ***

Alexandre Braga

Elena Suchkova

OBOÉSAlexandre Barros *

Públio Silva ***

Israel Muniz

Maria Fernanda Gonçalves

CLARINETESMarcus Julius Lander *

Jonatas Bueno ***

Ney Franco

Alexandre Silva

FAGOTESCatherine Carignan *

Victor Morais ***

Francisco Silva

TROMPASAlma Maria Liebrecht *

Evgueni Gerassimov ***

Gustavo Trindade

José Francisco dos Santos

Lucas Filho

Fabio Ogata

TROMPETESMarlon Humphreys-Lima *

Érico Fonseca **

Daniel Leal ***

Tássio Furtado

TROMBONESMark John Mulley *

Diego Ribeiro **

Wagner Mayer ***

Renato Lisboa

TUBAEleilton Cruz *

TÍMPANOSDaniel Lemos ***

PERCUSSÃORafael Alberto *

Sérgio Aluotto

Werner Silveira

HARPAClémence Boinot *

TECLADOSAyumi Shigeta *

GERENTE

Jussan Fernandes

INSPETORAKarolina Lima

ASSISTENTE ADMINISTRATIVO Risbleiz Aguiar

ARQUIVISTAAna Lúcia Kobayashi

ASSISTENTESClaudio Starlino

Jônatas Reis

SUPERVISOR DE MONTAGEMRodrigo Castro

MONTADORESHélio Sardinha

Jussan Meireles

Klênio Carvalho

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Seja pontual.Cuide da Sala Minas Gerais.

Desligue o celular (som e luz).

Deixe para aplaudir ao fim de cada obra.

Traga seu ingresso ou cartão de assinante.

Não coma ou beba.

Não fotografe ou grave em áudio / vídeo.

Nos dias de concerto, apresente seu ingresso, cartão de Amigo ou Assinante

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Se puder, devolva seu programa de concerto.

Faça silêncio e evite tossir.

Evite trazer crianças menores de 8 anos.

NO CONCERTO

PRÓXIMOS CONCERTOS

Restaurantes parceiros

Rua Pium-í, 229

Cruzeiro

Tel: 3227-7764

R. Rio de Janeiro, 2076

Lourdes

Tel: 3292-6221

R. Rio Grande do Sul, 1236

Santo Agostinho

Tel: 2515-6092

5 e 6 dez, 20h30 A L L E G R O E V I VA C E

12 e 13 dez, 20h30 P R E ST O E V E LO C E

18 e 19 dez, 20h30 C O N C E R T O S D E N ATA L

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