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Jornal O Estado (Ceará)

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79A N O S

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Fortaleza comporta to-dos os movimentos, todas as cores e to-das as artes. A Terra

da Luz é sinônimo de acolhi-mento e abertura para todos os tipos de novidades. Com os movimentos urbanos não po-deria ser diferente. Eles têm a ver com o uso, a distribuição e a apropriação do espaço ur-bano. Trata-se da relação do indivíduo com o espaço na ci-dade onde ele está inserido.

Fortaleza sediou e O Estado acompanhou a exposição “Se-res Urbanos - Fanzines 90’s”- no Sobrado Dr. José Lourenço. A mostra reuniu, além dos mui-tos fanzines produzidos pelo grupo Seres Urbanos, uma série de peças gráficas, como cartazes de exposições e shows de rock, capas de fita cassete, envelopes de arte postal, trabalhos em ar-tes gráficas, quadrinhos e cola-gens, compondo um recorte de um dos momentos mais ricos da produção independente, produzida em Fortaleza, na dé-cada de 1990.

O Grupo Seres Urbanos, composto por Weaver, Mar-

cílio, Elvis, Lupin, Kaos (in memoriam), Galba e Mychel, surgiu em 1991. Motivados pelo espírito criativo, movidos pela inquietação e pelo desejo anarquista de transgressão e influenciados pelo “Faça Você Mesmo!”, do movimento punk, os Seres Urbanos tornaram-se um nome de forte referência da cena da cultura underground cearense, ao mesmo tempo em que colocaram o Estado do Ce-ará em evidência no circuito in-dependente nacional como um dos principais polos criativos de produção de zines.

A história dos movimen-tos urbanos passa, sobretudo, pela luta e alguns pelo direito de usufruir da cidade, do es-paço que ela oferece. Quando se passa por uma das praças da Gentilândia, por exem-plo, percebem-se meninos e adultos, com vestimentas es-pecíficas e despojadas e um ar que transpira liberdade e rebeldia. Eles usam a praça todos os dias para manobras de skate. “O Poder Público fal-ta em muitas coisas para nós, jovens. Vir à praça e utilizar o

skate, é uma forma de diver-são, mas também de cultuar a liberdade”, disse um deles que não quis se identificar.

Hip HopPara extravasar essa ener-

gia, Fortaleza sediará, nos dias 5, 6 e 7 de dezembro próximo, o Festival Cearense de Hip Hop, que terá como palco principal o Dragão do Mar. Segundo An-drés Perdomo, um dos orga-nizadores do evento, a ideia é incluir o público da Rede Cuca da Prefeitura Municipal para cursos de capacitação em dan-ça e artes culturais.

“Cultura urbana é um me-canismo de fácil aceitação da juventude hoje em dia. Temos utilizado isso para ferramenta para engajar a juventude em ações socioambientais e so-ciais como um todo, evitando a marginalidade, o tráfico e demais mazelas que temos na sociedade atualmente. Apre-sentar a cultura urbana esque-cida pelas elites e colocá-la em foco, com o valor que ela me-rece”, disse Andrés.

De acordo com ele, para o festival, virão convidados de países como França, Estados Unidos e Oriente Médio. Ao todo, o evento reunirá em tor-no de dez mil pessoas como ex-pectadores; 27 estados manda-rão representantes. “O objetivo principal se configura como o topo da cadeia com relação às danças urbanas, que são be-nefícios para a cultura, para difundir e aprimorar o aper-feiçoamento dos dançarinos e intercâmbio com os maiores ícones da dança”, disse Andrés.

EdiscaDo outro lado da verten-

te cultural do Hip Hop, For-taleza tem o movimento de dança com foco artístico, pe-dagógico e social. A Edisca, por exemplo, que desde 1991 vem promovendo o desen-volvimento de crianças, ado-lescentes e jovens, os quais se encontram em circunstân-cia de vulnerabilidade social, através de uma educação in-terdimensional com centrali-dade na Arte. Trata-se de uma outra forma de relacionar-se com a cidade, na qual o O Es-tado também acompanha.

Incentivado pela idea-lizadora do projeto, Dora Andrade, e de um grupo de

bailarinos diante da imen-sa desigualdade social que se via na cidade de Fortaleza e que condenava crianças e adolescentes a um futuro sem possibilidades. Desde então, o projeto tem implementado diversos programas de cunho artístico e social. Pela inicia-tiva, já ganhou 11 prêmios. Incentivar a cultura, seja eru-dita ou popular, seja pelo hip hop ou balé, a construção de um espaço melhor deverá ser sempre obrigação de todos.

OS DIVERSOS MOVIMENTOS DA CIDADE

O Grupo Seres Urbanos, composto por Weaver, Marcílio, Elvis, Lupin, Kaos (in memoriam), Galba e My-chel, surgiu em 1991

A capital cearense é um sinônimo de acolhimento e abertura para todos os tipos de movimentos culturais

FOR ALL2 • Fortaleza, Ceará, Brasil • Quinta-feira, 24 de setembro de 2015

MAIS CONTEÚDO ACESSEwww.oestadoce.com.br

Do registro de nascimento à autenticação de documentos,da emancipação, pacto antenupcial ao casamento,

do reconhecimento de firma, procuração ao registro de imóvel,do registro de contratos ao registro da compra e venda de veículos,

do testamento ao registro de óbito...Um ciclo que se renova a cada geração.

Parabéns aos 79 anos do Jornal O Estado.

Parabéns aos 79 anos do Jornal O Estado.

Nesses e em outros momentos, os Cartórios estarão sempre presentespara garantir a segurança necessária a todas as fases de nossas vidas!

www.sinoredice.org.brRua Walter Bezerra Sá, 55 - Dionísio TorresContato: 3038.9500

Desde 1991, a Edisca vem pro-

movendo o desenvolvi-mento de crianças,

adolescen-tes e jovens

através de uma

educação centralizada

na arte

FOTO DIVULGAÇÃO

FOTO DIVULGAÇÃO

COORDENAÇÃO: Soraya de Palhano • JORNALISTAS: Crisley Cavalcante, Rochana Lyvian e Tarcília Rego • DIAGRAMAÇÃO E DESIGN: Kelton VasconcelosEXPEDIENTE

Page 3: For all 79 anos 24/09/2015

O GRUPO DINÂMICA com atuação nos seguimentos de

prestação de serviços de fornecimento de mão-de-obra

especializada, limpeza e conservação, construção civil,

vigilância patrimonial e pessoal, atuando nos mercados

dos Estados de Amazonas, Minas Gerais, Rio de

Janeiro, São Paulo, Distrito Federal, Espírito Santo, Rio

Grande do Norte e Ceará por mais de 43 anos dos

quais dezenove no estado do Ceará, prima pela quali-

dade de seus serviços baseada nos compromissos das

obrigações sociais e busca permanente da superação

das expectativas de seus clientes.

A MAIS SERVIÇOS LTDA e ESPARTA SEGURANÇA LTDA,

empresas do GRUPO DINÂMICA parabenizam o jornal

O ESTADO pelo seu aniversário e os relevantes serviços

prestados à sociedade ao longo dos seus 79 anos.

Aliar o corpo e a men-te em um único ob-jetivo, muitas vezes, é um desafio, cada

vez mais necessário diante do dia-a-dia complexo do mundo moderno. O O Estado sempre esteve atento à necessidade de incentivar a cultura sau-dável, a prática do esporte e, sobretudo, a saúde da mente.

A Terra do Sol é o lugar propício para o desenvolvi-mento de qualquer esporte. Seja na terra, no ar ou no mar, Fortaleza, com sua pai-sagem exuberante e céu azul todo o ano, convida até quem não é adepto, à prática de al-gum esporte.

Pelo mar temos o kitesurf. Os ventos em polpa são ide-ais para a prática do esporte, que tem disseminado cada vez mais adeptos. Os saltos, impulsionados pelos ventos, podem chegar a grandes me-tros de altura.

Ainda na água, no dia 13 de setembro, a estudante de 16 anos, Ellen Caroline Menezes

Moraes, foi campeã cearense de nado sincronizado ao com-petir pelo BNB Clube. “Nado sincronizado é tudo para mim, uma das coisas que mais gosto de fazer. Me sinto realizada, pois me ajuda em tudo”, dis-se ela. Como ainda não tem patrocínio para buscar nados maiores, Caroline acredita que o título vai abrir portas. “O meu sonho é seguir a mi-nha vida com o nado sincro-nizado, participar de outros campeonatos e ser campeã em outras modalidades. Meu so-nho maior é participar de uma Olimpíada e fazer parte da se-leção brasileira”.

Caroline conheceu a mo-dalidade aos 10 anos por meio de uma tia que confec-cionava maiôs para as atletas que representavam o Ceará na época. A tia a levou para conhecer as instalações do clube e logo a menina se apai-xonou. “Já quis ficar lá, fiz um teste e passei. Desde então é a minha vida. Pretendo viajar e representar o Ceará em ou-

tras competições”, disse.Pela terra, as opções são

grandes. Um dos mais re-centes ícones fortalezense do triatlo é Manoel Messias, de 18 anos, que ganhou o título de Campeonato Mundial Jú-nior, no dia 17 de setembro, em Chicago, nos Estados Unidos.

Ainda sob o solo, Fortale-za inspirou os organizadores e sediou, em 2014, a 2ª edi-ção do Circuito Ironman no Brasil, modalidade de tria-tlon na qual os atletas preci-sam percorrer 3.8 km de na-tação, 180.2 km de ciclismo e 42.2 km de corrida. Para este ano, a intenção é que o even-to seja sediado também pela Terra do Sol.

Para quem curte esportes praticados dentro das aca-demias, Fortaleza dispõe do crossfit. Um programa de treinamento que une força ao condicionamento físico. Baseado nos movimentos funcionais, alta intensidade e variação constante, é uma combinação que trabalha as dez aptidões físicas: resis-tência cardiorrespiratória, resistência física muscular, força, flexibilidade, agilidade, velocidade, potência, coorde-nação, precisão e equilíbrio. O objetivo é estar preparado para qualquer situação, além de saúde e qualidade de vida.

De pé em péNão há dúvidas de que o

Brasil é o país do futebol. O O Estado sempre acompanhou tudo o que envolve o esporte mais popular do país. Foi o primeiro jornal a edital, em português e inglês, um cader-no especial durante a Copa das Confederações. A edição foi distribuída gratuitamente no aeroporto para os turistas.

Durante a sua trajetória, o jornal viu nascer ídolos, pre-senciou vitórias e derrotas. E nem poderia ser diferente. Sobre o esporte mais ama-do do país, todo brasileiro entende um pouco. Em For-taleza não é diferente. Palco dos espetáculos mais belos do esporte, o Estádio do Cas-telão é o cenário ideal para a ebulição de sentimentos, tra-duzidas pelos pés dos atores, aqueles que sabem passar, de pé em pé a bola.

Sonho de uma vida me-lhor para muitos garotos, que almejam um dia tornar--se ídolos, o futebol faz par-te da vida de todo cearense. Nas andanças pelos campos, o jornal O Estado e o forta-lezense já viu o esporte criar ídolos em Terras Alencari-nas. Foi assim com Maizena, Ronaldo Angelin, Bechara, Manoel Tobias, Claisson, Iarley, Sérgio Alves, Miran-dinha, entre outros.

O futebol surgiu na Ingla-terra, e segundo alguns his-toriadores, foi trazido para o Brasil em 1894 por Charles Miller, que carregava na ba-

gagem duas bolas de futebol. A partir de então, o povo bra-sileiro começou a criar uma identidade com o esporte, que foi ganhando adeptos com o decorrer dos anos e criou muito mais força a partir dos anos 50, após as apresenta-ções de Pelé com a seleção brasileira e com o Santos.

O futebol brasileiro ga-nhou reconhecimento mun-dial pelo drible, a categoria, a raça, o gingado em campo. O país sempre presenciou jogadores de destaque. As-sim como foi com Zico no Flamengo, Tostão no Cru-zeiro, Reinaldo no Atlético--MG, Garrincha no Botafogo, Roberto Dinamite no Vasco da Gama, Falcão no Interna-cional, Ronaldo pelo mundo, entre tantos outros. Atual-mente, a marca do craque está espelhada no paulista Neymar, atualmente no Bar-celona. Ele inspira e carrega multidões pelo jeito moleque, tão a cara do povo brasileiro, do povo cearense.

DO FUTEBOL AOS ESPORTES RADICAIS

A Terra do Sol é o lugar propício

para o de-senvolvi-mento de qualquer esporte. Seja na

terra, no ar ou no mar

Fortaleza com paisagens exuberantes, céu azul o ano todo, convida até quem não é adepto, à prática de algum esporte

FOR ALL Fortaleza, Ceará, Brasil • Quinta-feira, 24 de setembro de 2015 • 3

FOTO FERNANDO BRAGA

Sempre acompa-nhamos

tudo o que

envolve o esporte

mais popular entre os

brasi-leiros: o futebol

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FOTO NAYANA MELO

Page 4: For all 79 anos 24/09/2015

“É muito impor-tante para o Estado do Ce-

ará que tenha um meio de comunicação como o O Estado, cujo editorial é independente, inova-dor e de credibilidade. Logo, a sociedade tam-bém ganha com isso. Parabenizo o jornal pelo aniversário e pela trajetória, que mostra o trabalho bem feito e pautado pela ética. Não é fácil no Brasil ter um jornal com 79 anos de história”.

ADAUTO FARIASCompanhia Industrial de Cimento Apodi

“Parabenizo o jornal O Estado pelos

79 anos de existência. Uma empresa mui-to séria, que detém público seletivo e segue linha editorial com independência e credi-bilidade. Começamos uma parceria nova e desejamos que ela per-dure por longos anos. Parabéns pela data co-memorativa e por levar à sociedade a notícia com foco nas tendên-cias e inovações”.

ANA CAROLINE DEOLIVEIRA ARRUDAFakiani Construtorae Incorporadora Ltda. “A atuação da

imprensa é fundamental

para a manutenção de qualquer nação que se declare democrática. Uma atuação séria, comprometida com o interesse público e independente. Exata-mente essas as metas que persegue O Esta-do nesses 79 anos de atuação. Seja no meio impresso ou no digital, os cearenses só podem se orgulhar do Jornalis-mo desenvolvido pelos profissionais de um grupo de comunicação tão importante. Rece-bam de nós, membros do Poder Judiciário, os votos de felicitações e de ainda mais verve nas reportagens publicadas diariamente”.

IRACEMA VALEPresidente do Tribunalde Justiça do Ceará

“O jornal O Es-tado, desde a sua funda-

ção, teve sempre grande prestígio e reconhecido valor pela seriedade com que trata a notícia, de forma imparcial e, acima de tudo, com o devido respeito aos seus leitores. Sob compe-tentes administrações, alcançou seus dias de glória e, até hoje, se mantém vivo e atuante, constituindo-se em um veículo informativo dos mais tradicionais e res-peitados do Ceará”.

IVENS DIAS BRANCOPresidente do Conselho de Administração do Grupo M. Dias Branco

“Parabenizar a equipe de vanguarda

que está à frente da gestão do jornal O Estado. Acompanho diariamente as notícias, todas pautadas pela credibilidade, fontes seguras de informações e éticas. Que a data comemorativa sirva de marco balizador nas decisões do dia a dia. Agradeço a parceria, por nos dar espaço e poder contribuir com as informações e mostrar a forma transparente que trabalhamos que é muito parecida com a que o jornal vem atuan-do desde 1936”.

RAFAEL DRUMMONDDG LOG Construçõese Logística

“Parabenizo o jornal O Estado pelos

seus 79 anos. O jornal faz parte da história do povo cearense, com a presença nos momen-tos mais marcantes da trajetória da cidade de Fortaleza. Ao longo do tempo, soube investir em inovações, com ética e transparência na publicação de notícias de interesse social, desempenhando com credibilidade o papel de um veículo de comuni-cação envolvido com os interesses da cidade de Fortaleza e, sobretudo, da sociedade”.

VALDETÁRIO ANDRADEMONTEIROPresidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Secção Ceará

ESSA É UMA HOMENAGEM DA RABELO, QUE NÃO PRECISA ESPERAR O AMANHÃ PRA FAZER O FORTALEZENSE FELIZ.

Nem de férias pra receber turistas.A gente nem precisa ir à praia pra comer caranguejo, avalie do fi m de semana pra fazer festa. Esperar 1 ano pro Carnaval?A gente mesmo agiliza os nossos. A gente não precisa de motivo pra sorrir, nemde oportunidade pra vencer. Com essa rumade coisa, você acha que Fortaleza precisade aniversário pra receber parabéns?

A gENTENÃO PRECISADE VERãOPRA TER SOL.

Depoimentos - 79 AnosFOR ALL4 • Fortaleza, Ceará, Brasil • Quinta-feira, 24 de setembro de 2015

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É com enorme satisfação que a CIMENTO APODI, parabeniza a gestão do prefeito Roberto Cláudio.Desejamos sucesso contínuo e é com FIRMEZA que o apoiamos nestes 1000 dias à frente da Prefeitura de Fortaleza.

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anuncio CT.ai 1 18/09/15 14:43

Nas cidades dos inte-riores, o tempo pa-rece não passar. As pessoas ainda costu-

mam sentar-se nas calçadas para jogar papo fora. As coma-dres se cumprimentam e tro-cam ideias paradas na esquina e ainda é possível até mesmo comprar fiado nos pequenos comércios. Esse talvez seja o espelho do Interior, pois por lá as pessoas se conhecem por nome e sobrenome e ainda se olham nos olhos.

A relação intimista e geral-mente duradoura é apreciada por essa gente, que não troca o aconchego nas pequenas ruas por nenhum ar de cida-de grande. O velho hábito de fazer de tudo pessoalmente, sem cartões de créditos ou burocracias do tipo, ainda contagia os moradores, une as pessoas, apaixonando-as com toda essa simplicidade pacata. A facilidade da vida no interior conquista alguns, porque pelo interior, a histó-ria ainda é resguardada, me-mórias são mantidas e a nos-talgia ainda é assunto de café de fim de tarde.

Assim é o clima de um dos bairros mais tradicionais de Fortaleza, a Jacarecanga, que o jornal O Estado acom-panha desde a década de 60, ano da sua fundação. Andar pelas ruas desse bairro é uma viagem no tempo da velha Fortaleza, o que remete à ideia de como era a vida na-queles tempos, na que é hoje a quinta Capital do País.

A Jacarecanga possui ain-da grandes casarões, sobra-dos e chácaras, construções antigas que, além de reme-ter à vida no século passado, permite sobrar imaginação de se estar passeando por qualquer pequeno município do interior. Poucos bairros em Fortaleza concentram um patrimônio cultural com tan-ta riqueza.

Tanto que em 2012, o “Conjunto Urbano do Bairro Jacarecanga” foi considerado um “bem de relevante inte-resse cultural” pela Secreta-ria da Cultura de Fortaleza (Secultfor).

A Jacarecanga também possui o mais antigo cemité-rio de Fortaleza, o São João Batista, inaugurado em 1866. Muitos dos casarões, no en-tanto, não resistiram ao tem-po e à modernidade e foram abandonados.

O bairro abriga uma das instituições consideradas ícones da educação cearense, o Liceu do Ceará. O prédio, onde ainda funciona o colé-gio, foi inaugurado em 1935. Outro equipamento de des-taque da região é o prédio do Corpo de Bombeiros do Cea-rá. Assim como o Lar Torres de Melo, que em 2015 come-morou 110 anos de existência. São três exemplos de prédios históricos que ainda estão conservados.

Não muito distante, no en-tanto, ainda é possível encon-trar casas com arquiteturas históricas que ainda servem

de moradia para muitas famí-lias. Traços de uma história que talvez não perdure por muito tempo. A apelação da modernidade, dos arranhas céus e das elites bate cada vez mais à porta das pessoas do mundo pós-moderno.

Eis então o contraste da Jacarecanga: o bairro Alde-ota. Se há mais de 150 anos, a Jacarecanga era tido como bairro nobre da cidade, hoje esse posto é ocupado pela Aldeota, centro econômico da cidade. É por lá que estão empresas imobiliárias, finan-

ceiras, principais colégios, hospitais e, sobretudo shop-ping centers. Cortada ao meio pela sua avenida principal, a Santos Dumont, a Aldeota é o símbolo da economia em Terras Alencarinas. Mas nem sempre foi assim. Houve um tempo em que o bairro foi predominantemente residen-cial, com casas com muros baixos ou sem eles, harmo-nizado por uma convivência tranquila, o típico ar do in-terior. A partir da década de 80 as mudanças começaram a ocorrer e o bairro ganhou o ar econômico e nobre, que ostenta até os dias atuais.

O O Estado acompanha as mutações de Fortaleza como parte da sua própria identi-dade. A história da cidade se confunde com a do jornal e essa relação de companheiris-mo tem se sustentado ao longo do tempo e rompido as barrei-ras de muitas mudanças.

A Aldeota, por exemplo, sofreu grandes transforma-ções nos últimos anos. A principal delas talvez tenha sido o impacto com a adapta-ção de sentido único nas Ave-nidas Santos Dumont e Dom Luis, mudanças implemen-tadas pelo Plano de Ações Imediatas de Transporte e Trânsito (Paitt) da Prefeitura de Fortaleza.

À época, em entrevista ao O Estado, Luis Alberto Sabóia, secretário executivo

de conservação e serviços públicos e coordenador do Paitt, explicou que “o ônibus levava 22 minutos para per-correr 4,5 km na Dom Luis. O mesmo percurso hoje é feito em 9 minutos, ou seja, o usuário ganhou 18 minutos na ida e na volta. Ao final do ano ele ganhou sete dias em que estaria preso em engar-rafamento”. A estudante de Direito, Amanda César, que depende do transporte públi-co para ir à faculdade, con-firma. “A viagem hoje é bem mais rápida em comparação a antes. Chego ao terminal do Papicu em menos tempo e por isso achei as mudanças benéficas para a cidade”.

Se é para oferecer melho-ria de qualidade de vida à população, as mudanças são sempre bem vindas. Afinal, quem um dia, há mais de 150 anos imaginou que a Jacare-canga deixaria de ser consi-derada área nobre da cidade para ceder espaço à Aldeota. Não importa onde esteja, da Aldeota à Jacarecanga, a his-tória não pode deixar de ser reinventada para, quem sabe, daqui a outros 150 anos, no-vas linhas sejam instrumento para o contar de novas his-tórias, de outros bairros, de outras pessoas.

FORTALEZA: PASSADO, PRESENTE E FUTURO

Entre as grandes mudanças, uma das que gerou contrové-rsias, foi a criação da faixa exclusiva para os ônibus

A capital cearense é um sinônimo de acolhimento e abertura para todos os tipos de movimentos culturais

FOR ALL6 • Fortaleza, Ceará, Brasil • Quinta-feira, 24 de setembro de 2015

MAIS CONTEÚDO ACESSEwww.oestadoce.com.br

O bairro da Jaca-recanga

abriga uma das institui-

ções con-sideradas ícones da educação cearense,

o Liceu do Ceará

FOTO ARQUIVO_OE

FOTO DIVULGAÇÃO

FOTO DIVULGAÇÃO_COPA2014.GOV.BR

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O século XXI é marcado pela virada da história da mulher na humanidade.

Elas quebraram uma centena de paradigmas, romperam obstáculos, aproveitaram as oportunidades do caminho e tomaram as rédeas do próprio destino. Ana Caroline de Oliveira Arruda, a Carol Arruda, é uma destas mulheres que fizeram por merecer. Sua trajetória de vida faz parte da história do Ceará e os frutos do seu trabalho trazem benefícios não apenas para nossa capital, mas para o estado como um todo.

Profissional do ramo imobiliário e construção civil, economista de formação, com MBAs em gestão empresarial e gestão estratégica de projetos econômicos pela fundação Getúlio Vargas, iniciou sua trajetória em meados de 1997, já no segmento que iria nortear toda a sua carreira.

De lá pra cá, suas conquistas e superações são incontáveis. Buscando um leque maior de atuação em sua vida profissional, mudou-se para São Paulo e iniciou ali uma empreitada de sucesso, atuando em um grande escritório de arquitetura paulistano, sendo responsável pelo gerenciamento dos projetos, sempre com uma preocupação impar com o capital intelectual da empresa. Implantou programas de ginastica laboral, qualidade de vida no escritório, bonificações e prêmios. “Para se manter uma relação de excelência com sua equipe, obtendo a melhor performance, baixa rotatividade e satisfação em pertencer a uma organização, é obrigação do gestor promover um ambiente saudável e cobrar os resultados pertinentes. Nossa equipe sempre deu o melhor de si, porque investimos na competência e preparo de nossos gestores”, afirma a empresária.

Após várias realizações e uma longa e bem sucedida trajetória como consultora de gestão em negócios imobiliários, abriu uma empresa de intermediação de negócios, a Finance Intermediação, onde montava projetos, estudos de viabilidade técnica e financeira, e com isso, captava fundos de investimentos para colocar os projetos em pé. Após alguns anos nesse mercado, encontrou na Fakiani Construtora, um desafio que iria, mais uma vez, mudar pra melhor, a construção de sua história. Carol atuou como gerente comercial durante algum tempo, mas a saudade de Fortaleza, da família e dos amigos bateu e ela sentiu que era a hora de voltar à sua terra natal e resolveu, em 2013, voltar à Fortaleza, com o conhecimento adquirido na bagagem e muitas parcerias de sucesso trazidas juntamente. Com isso, então, deu mais um passo. Se tornou sócia da Fakiani Construtora na Filial Fortaleza.

Carol se orgulha de ter trazido para o Ceará, a Fakiani Construtora, empresa sediada em São Paulo e que tem em seu histórico, um DNA de obras hospitalares conhecidas como obras em organismos vivos, de alta complexidade, tanto na elaboração, como na formação da equipe técnica e de mão de obra. No portfólio trazem uma proposta diferente das outras construtoras. Seus empreendimentos não são construções isoladas e que muitas vezes dependem de previsões de valorização futura por desenvolvimento da região.

A Fakiani constrói o empreendimento e já faz todo o esforço necessário para

entregar uma região desenvolvida

para os futuros moradores, como podemos ver em seu último projeto, denominado Bairro Novo, em São Gonçalo do Amarante, que além de áreas comerciais e residenciais, trata-se de um projeto que já nasce com vida, pois contará com aparelhos públicos e malls, entre tantos outros diferenciais, não apenas para a região, mas para todo o estado. Além disso, em outra parceria, Carol está trazendo ao nosso estado, no mesmo município, um modal de serviços, com diversas empresas, que fazem parte do entorno do CIPP - Complexo Industrial do Porto do Pecém e que precisam ali se instalar devido á proximidade de seus clientes. Hoje, além dessas obras no entorno, valorizando o município, a Fakiani também está presente como construtora na Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP).

Carol Arruda, uma mulher que acontece.

Fakiani Construtora e Incorporadora LtdaAv. Dom Luiz, 500 - Sala 901(85) 3114.6977/30234434

Nossa equipe sempre deu o melhor de si, porque investimos na competência e preparo de nossos gestores.

“ “Ana Caroline de Oliveira Arruda

Construindoa própria

História

[ Mulheres Que Acontecem ]

Caroline Arruda e André Fakiani

Page 8: For all 79 anos 24/09/2015

NOS TRILHOS QUE LEVAM AS MUDANÇASAtualmente, Fortaleza conta com mais de dois milhões de habitantes, por isso, modernizar torna-se inevitável

FOR ALL8 • Fortaleza, Ceará, Brasil • Quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Houve um dia, na his-tória, em que Forta-leza contava com 450 mil habitantes.

Foi em 1960. Nessa mesma época, surgiu para o mundo efetivo da comunicação o jor-nal O Estado. A história de ambos se entrelaça numa tra-jetória que, certamente, nem sempre foi fácil, mas foi cons-truída com trabalho e empre-endedorismo social.

Atualmente, a Capital do Ceará possui mais de 2 milhões de habitantes. O crescimento foi inevitável e o jornal acompanhou cada passo desde então. Crescer requer modernização e aos poucos a Fortaleza que se banhava de sol o ano intei-

ro foi entendendo essa ne-cessidade e adaptando-se às rotinas do mundo moderno, mesmo sendo o centro de um dos Estados mais pobres da Federação.

Um dos setores que mais requer modernização é o transporte. Já na década de 70, a cidade havia incorpo-rado a condição de metró-pole e estava pronta para assumir a liderança sobre o território cearense. De lá até hoje, no que diz respeito à locomoção do fortalezense, muita coisa mudou. E não podia ser diferente. Se na-quela época, os ônibus aca-nhados e o bondinho davam o tom às formosas ruas do Centro, por exemplo, a For-taleza moderna ganhou ares diferentes com ciclofaixas, ônibus climatizados e corre-dores para otimizar o tempo e as distâncias.

Em 2015, por meio do Paitt, a Prefeitura Municipal instalou 40 estações em di-versos pontos da cidade e 400 bicicletas. Ao todo, são 127 km de estrutura cicloviária. A novidade fez com que Forta-

leza obtivesse, dentre as oito capitais brasileiras que dis-põem do sistema, a que tem a maior taxa de utilização. Em média, são feitos 44 des-locamentos por estação, que resultaram em 1.579 viagens diárias, números superiores aos registrados nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo.

As estações foram insta-ladas em pontos estratégi-cos. Um deles é a praça da Gentilândia, no Benfica. O estudante Lucas Silva utiliza o equipamento e gostou da novidade. “É algo diferente, que não tínhamos aqui. Meus amigos e eu estamos gostan-do. Usamos as bicicletas para nos exercitar, para lazer ou para irmos a lugares não tão longe”, contou ele que já che-gou a deixar de pegar um ôni-bus para usar a bicicleta.

As estações de bicicleta funcionam, diariamente, das 5h às 23h59. As viagens de até 60 minutos são gratuitas para quem tem o Bilhete Úni-co. Para utilizar o sistema, os interessados devem se cadas-trar por meio do site www.

bicicletar.com.br. O sistema soma hoje o maior número de viagens por estação do país e ajuda a realizar cerca de 1.850 viagens em dias úteis e 1.700 nos fins de semana.

Outra mudança foi a ins-talação do corredor Expresso da Avenida Bezerra de Mene-zes, que beneficia, segundo a Prefeitura Municipal, mais de 130 mil pessoas que usam transporte coletivo.

A instalação de binários em algumas das principais avenidas da cidade também provocou mudanças. O biná-rio é um sistema inteligente de otimização das vias pú-blicas de Fortaleza, criando um trânsito mais rápido. As grandes avenidas que possu-íam mão dupla em dois sen-tidos, passaram a funcionar em sentido único e paralelo, garantindo maior velocidade para os carros, dando priori-dade aos ônibus e garantindo o direito aos ciclistas. O biná-rio foi implantado nas Ave-nidas Santos Dumont/Dom Luís – Aldeota, Alberto Sá/ Rua Fausto Cabral – Papicu, Alberto Magno/Av. Gomes de

Matos – Montese e Ruas Os-car França/Rua Oscar Arari-pe - Bom Jardim.

VLTSe por um lado as ciclo-

faixas funcionam a conten-to, o mesmo Fortaleza não presencia com relação ao tão aguardado Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). A obra ainda não foi concluída, mas funciona em parte. Quando concluído, o VLT terá 12,7 quilômetros ligando os bair-ros Mucuripe e Parangaba. Desta extensão total, serão 11,3 quilômetros em superfí-cie e 1,4 quilômetros de tre-chos elevados. O projeto é do Governo do Estado.

O O Estado vem acom-panhando de perto essas mudanças e transformações de uma cidade acolhedora e acanhada, desde a década de 1960. Que as mutações te-nham sempre o propósito de oferecer o melhor para For-taleza. Ela não merece nada diferente disso.

A Terra do Sol é o lugar propício

para o de-senvolvi-mento de qualquer esporte. Seja na

terra, no ar ou no mar

Ao todo, são 127 km de estrutu-

ra ciclo-viária, 40 estações

de bicicle-tas e 400 bicicletas, segundo informa a Prefeitura

de Fortaleza

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FORTALEZA PARA TODOS OS PALADARESNa Capital cearense há gostos e temperos para todos os paladares, com capacidade para agradar os mais exigentes

FOR ALL Fortaleza, Ceará, Brasil • Quinta-feira, 24 de setembro de 2015 • 9

Fortaleza é uma ci-dade para todos os gostos em todos os sentidos, sobretudo

na gastronomia. A cozinha cearense oferece desde os sabores tropicais aos exóti-cos, desde o mais requintado prato à famosa panelada, tão apreciada pelos fortalezen-ses. Aqui há gostos e tempe-ros para todos os paladares, com capacidade para agradar até os mais exigentes.

Sabendo disso, O Estado sempre buscou seguir o sa-bor preferido do fortalezense ao acompanhar de perto as principais atrações e novida-des voltadas para a culinária local. Foi assim com a cober-tura da primeira edição do Festival Fartura Fortaleza. A Capital do Ceará foi a segun-da cidade brasileira a sediar o evento, cujo objetivo foi pro-mover a cadeia produtiva gas-tronômica brasileira.

O evento possibilitou a in-teração de produtores, chefs e empreendedores, clientes e visitantes que, além de expe-rimentar, passam a conhecer a relevância cultural e econômi-ca da gastronomia cearense.

O festival foi resultado de quatro anos de pesquisa da Expedição Fartura Gas-

tronomia, que terá percorri-do, ao final do ano, mais de 20 Estados. A programação contou com mais de 70 ati-vidades gastronômicas entre cursos, degustações, cozinhas ao vivo, bares, restaurantes e pontos de venda de produ-tos. Foram mais de 70 chefs e produtores convidados de 17 estados do País.

Do gosto requintado, ao acessível ao paladar e bolso do povo. Do festival, ao mercado de Messejana, que oferece, en-tre outras iguarias locais, a fa-mosa panelada, tão apreciada pelo fortalezense. O Estado, ao longo dos seus 79 anos tem incentivado também as degus-tações locais, apreciadas pelo povo da Terra do Sol.

Os polos gastronômicos de Fortaleza, a começar pelo bairro da Varjota, passan-do pela Praia de Iracema e a Avenida Beira Mar, são os locais com maior diversidade de restaurantes de cozinhas de várias nacionalidades, mas sobretudo cearense. Ou-tro polo gastronômico que O Estado acompanha é o Cen-tro das Tapioqueiras. Local típico de Fortaleza, as tapio-queiras, assim como o jornal, desenvolvem relação muito próxima com a população lo-

cal, bem como com aqueles que por aqui passam. Locali-zado no sul da cidade, é um centro de vendas especiali-zados no preparo desta que é uma das comidas típicas do Nordeste, a tapioca.

Do baião ao foie grasO cearense de verdade, no

entanto, não pode esquecer de provar e apresentar aos visitantes iguarias típicas da terra como o baião de dois, por exemplo. O termo “baião” é uma referência à dança tí-pica do Nordeste, misturada ao som gonzagueano. A ori-gem do termo ganhou popu-laridade com a música “Baião de Dois”, uma parceria entre o compositor cearense Hum-berto Teixeira com o pernam-bucano Luís Gonzaga, conhe-cido como “Rei do Baião”.

Outro prato típico é o sa-rapatel, cuja história se con-funde com a colonização do Brasil. Na época, os portu-gueses trouxeram o curral, a horta e o quintal, assim como plantas diversas para o Bra-sil, entre as quais, os coquei-ros, o limão, a laranja, a ci-dra, a salsa, o espinafre, além de animais como o porco, que já chegou domesticado. Logo, o cardápio do portu-guês era formado por carne de porco e seus derivados, e foi assim que o sarapatel che-gou ao País.

Do interior à capital, entre serras e sertões, todos conhe-cem a famosa panelada cea-rense. Semelhante à panela-da, a buchada é outro prato típico que não passa desper-cebido em Terras Alencari-nas. Assim como a panelada, a buchada surgiu na época da escravidão, quando os senho-res matavam boi para o con-sumo e entregavam as vísce-

ras para os escravos. Para quem tem gosto re-

quintado e disponibilidade, em Fortaleza também se en-contra a comida frase Foie Gras, um dos quitutes mais nobres que existem. Em fran-cês, foie gras significa “fígado gordo” e é um prato da época dos egípcios. Eles concluíram que algumas espécies de aves migratórias poderiam se su-peralimentar naturalmente para conseguir sobreviver du-rante o inverno, ou antes de enfrentar longos trajetos mi-gratórios. Assim, começaram a desenvolver a prática da en-gorda dos gansos.

Da culinária francesa à japonesa, o sushi é outra co-mida apreciada pelos fortale-zenses. Inventado no século IV a.C., quando os asiáticos utilizavam o arroz cozido para conservar o peixe salgado por meio da fermentação. Eles enrolavam o peixe no arroz e depois de alguns meses, descartavam o arroz e consu-miam apenas o peixe.

Ainda sobre o viés culiná-

rio, um dos restaurantes que caíram no gosto do fortale-zense, nos últimos tempos, foi o Coco Bambu, inaugurado em 1999 em Fortaleza. Atu-almente, possui 13 unidades (até o final do ano deve pas-sar para 17 unidades em sete Estados) em seis Estados bra-sileiros. A rede de restauran-tes serve uma diversidade de pratos de encher os olhos. Ao todo, são mais de 150 opções. A marca conquistou tantos adeptos, que o Brasil ficou pequeno. Ultrapassando as fronteiras, a rede foi exportar o tempero e a gestão brasilei-ra com uma loja em Miami, nos Estados Unidos.

Assim como tal, os res-taurantes italianos, com suas delícias da terra da massa, também ancoraram por aqui. Se pelas massas encorpadas, passando pelas pizzas diver-sas, o fato é que é difícil resis-tir aos sabores.

O prato francês

Foie Gras, um dos quitutes

mais nobres

que existe, compõe

fígado de pato ou de

ganso

O termo “baião” é uma

referência à dança típica do Nordeste, misturada

ao som gon-

zagueano

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DOS SHOPPINGS AO BECO DA POEIRADos ambientes mais chiques até a vertente mais popular, Fortaleza atende a todos os gostos

FOR ALL10 • Fortaleza, Ceará, Brasil • Quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Quem vem a Fortaleza tem a possibilidade de conhecer várias vertentes da cultu-ra local. Das opções

para diversão ao consumo, a cidade oferece leque de entre-tenimento amplo e diversifica-do. Um deles são os shoppings, equipamentos cada vez mais populares, que aquecem a eco-nomia e geram emprego.

De acordo com a Associa-ção Brasileira de Shopping Centeres (Abresci) Fortaleza possui, atualmente, 13 sho-ppings. Os equipamentos, sempre atrativos aos forta-lezes, estão, aos poucos ga-nhando novas vertentes, e o O Estado tem acompanhado de perto essas mudanças. Nos últimos anos, os shoppings da Capital ganharam expan-são para outras localidades da cidade, que não somente as regiões nobres.

Bairros como Parangaba, Jóquei Clube, Lagoa, Jorge Henrique, Messejana, entre outros, afastados do centro comercial, foram agraciados com a inauguração de shop-pings para atender a popula-ção local. Além de movimen-tar em bilhões a economia, a novidade gera emprego e renda à população que mora nessas localidades. Logo, o impacto dos empreendi-mentos são visíveis. “A nossa vida melhorou muito desde a inauguração desse shop-ping aqui no bairro. Antes, quando queríamos ir a um precisávamos nos deslocar bastante, agora ele está aqui, quase do lado da nossa casa. Mais um meio que utilizamos para diversão, encontro com amigos, compras, entre ou-tras coisas”, disse a estudante Miriam Lopes, moradora do

bairro Parangaba.Para a auxiliar ad-ministrativo, Sabri-

na Magalhães, residen-

te no bairro Jóquei Clube, a chegada do shopping à loca-lidade foi sinônimo de lazer e entretenimento. “Todas as pessoas do bairro podem ir ao shopping, desde as crian-ças aos idosos, e isso é legal porque antes não tínhamos aqui diversão como essa. A nossa vida melhorou por aqui”, disse.

De acordo com a Abres-ce, houve valorização de mais de 46% dos imóveis que ficam ao redor dos sho-ppings. Em alguns locais, o preço do metro quadrados dos imóveis foi multiplicado por cinco. O aquecimento é reproduzido pelos arredores dos estabelecimentos, pro-porcionando melhor quali-dade de vida à população.

Outro equipamento que beneficia o fortalezense e aju-da a movimentar a economia local é a Avenida Monsenhor Tabosa. Considerado o maior shopping a céu aberto da América Latina, atualmente conta com mais de 400 lojas e é roteiro tradicional para quem visita a Terra do Sol. Para tentar driblar a crise, os lojistas têm apostado nas pro-moções e nos descontos para atrair clientes e não perder as vendas. Em julho deste ano, foi promovido um bazar, em

parceria com a Prefeitura de Fortaleza e o Serviço

Nacional de Aprendi-zagem Comercial (Se-nac). A vendedora de uma das lojas na Mon-

senhor Tabosa, Micaeli Oliveira, disse que a cri-

se afetou o comércio local. “Com certeza houve queda nas vendas em toda a cidade e aqui não foi diferente. Al-gumas lojas já fecharam, mas outras estão abrindo. Por isso, a nossa esperança é que a crise passe e as coisas melhorem”.

Mas se você deseja utilizar uma vertente mais popular, em Fortaleza encontrará o chamado “Beco da Poeira”, considerado um dos maiores centros de compras popula-res do Brasil. Localizado no Centro de Fortaleza, o “Beco da Poeira” ocupa um quartei-rão inteiro de comércio, onde cada corredor possui um nú-mero em ordem crescente dividido em oito quadras, em espaço compreendido entre a Avenida Imperador e as Ruas

Liberato Barroso, Princesa Isabel e Pedro Pereira. Ao todo, são mais de 2 mil boxs, com variedades para vestu-ário de todos os gostos. Um espaço popular no qual O Estado sempre acompanhou ao longo dos anos, divulgan-do e incentivando a produ-ção e o comércio de um dos roteiros de compras mais acessíveis de Fortaleza.

O bom e velho “Beco da Poeira”, considera-do um dos maiores centros de compras populares do Brasil

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FOR ALL12 • Fortaleza, Ceará, Brasil • Quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Desbravador de bandeiras e de in-tensas repercus-sões sociais, polí-

ticas e econômicas. Jornal moderno, democrático, crí-tico, humanizado,ímpar na

sua função. É assim que os protago-

nistas da polí-tica do Ceará e do Brasil i n s t i t u e m o jornal O Estado, ao refletir so-bre os seus

79 anos de e x i s t ê n -cia, com-pletados

hoje. O Estado, se-

gundo a classe política é, por vezes, testemunha, e em alguns momentos, protago-nista dos fatos mais impor-tantes do Ceará e do País.

“Em seus 79 anos de vida, O Estado tem sido um sím-bolo do bom jornalismo e da imprensa livre, com acom-panhamento humanizado do

cotidiano cearense trans-formado em notí-

cias, sempre com diversificação

de pautas e abordagens qual i f ica-das”, elogia o Jornal pela longa existência,

o governa-dor do Ce-ará, Cami-lo Santana

(PT).Nas pala-

vras do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio Rodrigues Bezerra, o aniversário de 79 anos do jornal O Estado con-

solida uma traje-tória mais do que vitoriosa e de expres-são histórica na constru-ção de uma i m p r e n s a combativa e de grande im-portância para o nosso Estado do Ceará. “A longe-vidade do jornal é a prova concreta de que sua atuação busca sempre uma fina sinto-nia com a defesa intransigente dos mais altos interesses de nossa gente”, acrescenta.

Para o deputado federal Danilo Forte (PSB), o veícu-lo fundado em 1936, tem em sua trajetória, o compromisso com a liberdade e é merecedor de todo reconhecimento. “Ide-alizado pelo então deputado José Martins Rodrigues, esse bravo e importante veículo de imprensa cearense mostrou--se resistente às forças mili-tares opressoras do sistema democrático e não se acovar-dou ao ser pressionado pelo regime ditatorial”, destaca.

CoragemPara o parlamentar, a his-

tória do jornal O Estado é pautada pela coragem e con-funde-se com a construção da política brasileira, principalmente na luta pela demo-cracia e preser-vação de di-reitos. “Que os próximos anos sejam inspirados na preservação da notícia e da-queles que lidam com a informação diariamente na cons-

trução e defesa dos interesses maio-

res do nosso Es-tado. Àqueles que fazem O Estado, mi-nha saudação por fazerem parte da cons-

trução da história do Ceará e da-queles que

amam essa terra”, felicita.

Além de fazer parte como protagonista da imprensa cearense, O Estado também faz parte da vida de quem hoje fomenta a política do Estado. “Inclusive, eu vendia esse jornal no Centro de For-taleza. Merece nosso respeito e admiração, por conseguir se perpetuar neste cenário e prestar um ser-viço democrático a imprensa cearen-se”, afirmou o depu-tado federal, Chico Lopes. “Tenho uma grande admi-ração por esse veículo, pois ele é do tempo que concorria com o Jornal Unitário, jornal O Povo e Jornal Nordeste, além do Jornal dos Demo-

cratas”, lembrou.

CidadaniaPara o se-

nador Euní-cio Oliveira (PMDB), O Estado é hoje um instrumen-to de cidada-

nia que con-tribui com retidão para o desenvol-

vimento do nosso Ceará. “Pa-rabenizo o Jornal O Estado e a todos os seus profissionais pelos 79 anos de vida, deste importante veículo de comu-nicação, empenhado na demo-cratização do acesso à infor-mação e comprometido com o social”, acrescenta.

Chamando atenção pela existência de quase 80 anos do Jornal, o deputado Renato Roseno (Psol) pondera que em uma vida tão longa, O Estado é uma memória, importantís-sima, da história da impren-sa e da cidade alencarina, “É Fundamental haver imprensa. Sem a imprensa não tem deba-

te público”, ressalta.O deputado

Danniel Olivei-ra (PMDB)

felicita O Es-tado, afir-mando ser o Jornal um motivo de “orgu-

lho” para todos os c e a r e n -ses. “O

E s t a d o ganhou o

nosso respei-to e admiração pela forma coerente como tem sido con-duzido em todos esses anos por uma equipe de grandes profissionais. São 79 anos de compromisso com a verdade, sempre informando e pres-tando serviços à população. Parabéns a todos que fazem parte dessa história!”, celebra.

ImprescindívelPara o vereador e líder da

Prefeitura de Fortaleza, na Câmara Municipal de Forta-leza, o vereador Evaldo Lima (PCdoB), além de o jornal O Estado ser um dos mais impor-

tantes veículos de comunica-ção do Ce-ará, é im-portante meio para os forma-tadores de o p i n i ã o , lideranças p o l í t i c a s , assim como agentes políticos e empresariais. “Não é o maior meio, mas é absolu-tamente fundamental. É im-prescindível a leitura diária de O Estado, que preza pelas boas fontes, seriedade e fideli-dade as informações. O Jornal é tudo aquilo que se espera do bom jornalismo. É a minha primeira leitura diária e tenho muito respeito por esse meio de comunicação”, assegura.

Por fim, o coordenador de Articulação de Política dos Mo-vimentos Sociais do gabinete do governa-dor, Camilo Santana, o verea-dor Acrí-sio Sena, p o n t u a que a exis-tência do jornal é a “demonstração plural da nossa so-ciedade”. De acordo com Acrísio, a história do Jornal está intrinsecamente ligada a historia do povo cearense e de Fortaleza. “Se pegarmos os principais momentos, o jornal acompanhou, desde turbulên-cias política e o desenvolvi-mento econômico da cidade”.

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PROTAGONISTA DA IMPRENSA CEARENSEClasse política cearense aponta o jornal O Estado como o mais democrático da imprensa cearense

CamiloSantana

Eunício Oliveira

DaniloForte

DannielOliveira

AcrisioSena

EvaldoLima

RobertoCláudio

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FOR ALL14 • Fortaleza, Ceará, Brasil • Quinta-feira, 24 de setembro de 2015

É setembro e a admi-nistração do prefei-to Roberto Cláudio fecha o ciclo de mil

dias. Ninguém mais habilita-da para falar sobre o período,

na perspectiva da sustentabilidade

ambiental, do que a titular

da Secretaria Municipal de Urbanis-mo e Meio A m b i e n t e ( S e u m a ) ,

Á g u e d a M u n i z . Ela disse ao O Es-

tado Verde que o atual

governo municipal proporcio-nou “mudanças drásticas em Fortaleza”, e passou a planejar uma cidade mais comprometi-da com a dimensão ecológica.

Segundo Águeda, a Pre-feitura Municipal de Fortale-za (PMF) ganhou ao inserir o urbanismo na denominação e na gestão da Seuma, am-

pliando suas atribuições. Na antiga secretaria, “não existia” planejamento integrado entre ambiente natural e ambiente construído, “havia uma co-ordenadoria de politicas am-bientais com ações bem pon-tuais e que funcionava muito mais como uma célula de edu-cação ambiental”, explica.

“Esta talvez tenha sido a maior transformação da nossa secretaria: deixou de ser vista como um órgão de controle de licenciamentos. Tanto, que um dos nossos desafios foi tentar reduzir o estoque de li-cenças ambientais e de alvarás de construção. Nós reduzimos e passamos, realmente, a pla-nejar o meio ambiente, e pela primeira vez, Fortaleza passa a ter uma política ambiental.” Para a secretária, esta é a prin-cipal conquista da gestão Ro-berto Cláudio.

Até 2013, Fortaleza não possuía política ambiental, incorrendo em várias proble-máticas inerentes às grandes cidades, onde o urbanismo e o meio ambiente não são pensados em conjunto. A Política Ambiental de Forta-leza está proposta e organi-zada em três grandes eixos:

políticas de planejamento e gestão dos sistemas naturais, políticas de sustentabilidade e políticas de educação am-biental. Tem ainda, quatro componentes: Áreas Verdes, Águas da Cidade, Controle da Poluição e Biodiversidade.

HerançaO que ficou de bom da ad-

ministração anterior e que foi possível ser continuado pela atual administração? Confor-me Águeda, dois processos: o Adoção de Praças e o Fator Verde. “O primeiro existia de forma pontual com apenas duas ou três praças adotadas”, disse. Editais eram lançados especificamente para a adoção de determinado espaço.

“Com a criação da Políti-ca Ambiental do Município de Fortaleza, pelo prefeito Rober-to Cláudio, a adoção de praça e áreas verdes da cidade, por pessoas físicas e jurídicas, passa a ser permanente. Já são 59 es-paços públicos adotados e mais de 100 em processo de adoção.” Agora, tem um passo-a- passo, e só é adotante quem está em conformidade com a metodo-logia prevista na nova política. O Decreto 13.197 de agosto de

2014 regulamenta a realização de parcerias entre a Prefeitura e partes interessadas em adotar praças ou outras áreas.

Fator verdeJá imaginou morar em um

bairro ecologicamente corre-to? Um local onde a sustenta-bilidade seja levada a sério e que as ações cotidianas sejam pautadas pelo bem-estar e preservação do meio ambien-te? É disso que trata o segun-do projeto referenciado pela secretaria e o qual está sendo continuado, é o Fator Verde.

Ações como o controle do crescimento imobiliário, cui-dado com o descarte de resí-duos, preservação da mata na-tiva, manutenção da limpeza hidrográfica e desenvolvimen-to de áreas arborizadas farão parte desta nova proposta de gestão, que de acordo com a titular da Seuma, “ainda não tinha virado projeto” na ges-tão anterior. “Falava-se muito e não se fazia muito, não pas-sava de uma ideia de projeto”.

Atualmente, está em pro-cesso de licitação para a contra-tação de uma consultoria que quando selecionada vai montar uma metodologia de análise de

projeto para que Fortaleza seja um município certificador de construções sustentáveis. “O Fator Verde vai ser estendido a toda cidade de Fortaleza, não somente a Sabiaguaba”, escla-rece Águeda.

A Política Ambiental de For-taleza foi apresentada dia 10 de janeiro de 2014. Na ocasião o prefeito assinou decretos para a regulamentação dos parques municipais Rachel de Queiroz, Rio Branco, Parreão, Adahil Barreto, Guararapes, Parque da Liberdade (Cidade da Criança), Parque das Lagoas de Fortale-za, Pajeú, Parque das Iguanas e Parque Riacho Maceió.

O que é Fator verde?Criado em Estocolmo, na

Suécia, trata-se de um cálcu-lo que se aplica aos serviços ambientais para a emissão de licenças de construção em projetos e obras de requalifi-cação urbana. Inicialmente foi planejada para um projeto ha-bitacional de requalificação de moradias construído nos anos 1960 e 1970 e acabou sendo estendido para toda a cidade.

Na gestão RC, a

adoção de praças

e áreas verdes da

cidade, por pessoas físicas

e jurídi-cas, vira política pública

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DE OLHO NA SUSTENTABILIDADE AMBIENTALAté 2013, Fortaleza não possuía política ambiental, pois não pensava na integração dos fatores urbanos e naturais

A justiça anda lado a lado da imprensa livre.Jornal O Estado, há 79 anos exercendo o jornalismo com determinação e ética.

Parabéns!

FOTO ARQUIVO_OE

ÁguedaMuniz

FOTO BETH DREHER

TARCÍLIA REGODa Redação do Verde

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Fortaleza é conhecida como a cidade do hu-mor no cenário bra-sileiro. Foi por aqui

que ícones do humor nacional começaram a dar os primei-ros passos e fazer entoar as primeiras gargalhadas. Histó-rias como a do palhaço Tiriri-ca e do lendário Chico Anysio não se confundem, mesmo ambos serem oriundos de épocas distintas. O O Estado também faz parte dessa his-tória, pois sempre foi um dos incentivadores da inserção da cultura humorística no mun-do das artes.

Se Fortaleza foi a cidade onde nasceu os principais humoristas do País, nada mais justo que ela abrigasse o Museu do Humor Cearense. Inaugurado em 2014, o espa-ço cultural fica localizado no bairro do Benfica, em Forta-leza, no mesmo endereço do Teatro Chico Anysio e é aber-to de terça a domingo, das 9h às 19h. Os ingressos custam R$ 10 (entrada inteira) e R$ 5 (meia-entrada). O objetivo do Museu é contar as razões pe-las quais a cidade tem a fama de “fazer graça”.

O fato é que o fortalezense é um povo acostumado a lidar com as intempéries da vida e delas sobressair-se. Conse-gue transformar as adversida-des da vida em arte, um para-doxo que encanta e faz sorrir. Por mais que, em tese, esteja distante o binômio dificulda-des-riso sob a ótica da vida, o fortalezense o transforma em algo maior, que transcende a própria realidade. O O Estado e a cidade se confundem nes-sa dinâmica de transformar as dificuldades em humor, a arte de lidar com os maiores desafios sem medo. Essa re-

alidade traduz a dinâmica de um povo e conta a sua histó-ria sob uma ótica que poucos conseguem ver.

Fortaleza não é a Capital do humor à toa. Da irreverên-cia de Tiririca às multifacetas de Chico Anysio, o humor que se produz por aqui é a trans-formação da história de pes-soas corajosas, determinadas, criativas e, sobretudo talento-sas, demonstrando que o ce-arense é “ antes de tudo, um forte”, seja na figura do serta-nejo contado por Guimarães, seja nos olhos do homem lito-râneo acostumado a pescar a sobrevivência.

Francisco Everardo Oli-veira da Silva, o Tiririca, nas-ceu em 1965 e começou a tra-balhar aos oito anos em um circo na cidade de Itapipoca, onde atuava como palhaço. Ele rodou a Região Metropo-litana de Fortaleza por muito tempo atuando em pequenos circos. As dificuldades eram imensas, mas, como todo cearense que aposta em ga-nhar a vida com humor, logo passou a mostrar sua habi-lidade e talento na Capital, onde o sucesso logo apare-ceu, principalmente, após o lançamento do espetáculo “Florentina”. Desde então, Tiririca ganhou o país e ex-pandiu a rota do humor.

Francisco “Chico” Any-sio de Oliveira Paula Filho veio bem antes. Nascido em 1931, em Maranguape, um dos artistas mais talento-sos do humor cearense hoje faz rir moradores de outros mundos. Ele faleceu em mar-ço de 2012, mas deixou uma história tão rica quanto o seu talento. Ao todo, criou e in-terpretou com maestria 209 personagens, que fizeram rir

e contribuíram para a drama-turgia brasileira.

E é por isso que o humor sempre esteve em pauta na agenda de entretenimento da cidade e jamais sairá, porque faz parte do DNA do fortale-zense o fato de subir ao palco e da plateia arrancar garga-lhadas sinceras. Os shows de humor, em Fortaleza, inspi-ram também outras cidades e ou-tros artistas a exemplo dos daqui, i n v e s t i -rem no riso.

O F e s t i v a l de humor “Risadaria” é um exem-plo. Em cartaz desde 2010 em São Paulo, trabalha o conteúdo cômico em diversas platafor-mas que incluem televisão, rádio, artes cênicas e stand--up comedy, e esteve em ter-ras Alencarias nos dias 18 e 20 de setembro. Quem vai duvidar que os seus fundado-res foram de pronto inspira-dos por artistas dessa Terra? O elenco contou ainda como convidado, o fortalezense pioneiro do stand up comedy na cidade, LC Galetto. São as inovações do humor, as mul-tifacetas daqueles que fazem qualquer plateia feliz.

Pelo passando e pelo fu-turo, o humor faz parte do ar que predomina a cidade de Fortaleza, pela história do seu povo, pelas vitórias, conquis-tas e glórias. Fortaleza é mes-mo uma graça.

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HUMOR CEARENSE SOB A ÓTICA DE UM POVODe Tiririca ao mestre Chico Anysio, o humor que se produz por aqui é a transformação da história de pessoas

ChicoAnysio

Francisco Everardo

Oliveira da Silva, o Tiri-rica, nasceu

em 1965 e começou a

trabalhar aos oito anos em

um circo na cidade de Itapipoca,

onde atuava como pa-

lhaço

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