fonologia

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FONOLOGIA (do Grego phonos = voz/som e logos = palavra/estudo) é o ramo da Linguística que estuda o sistema sonoro de um idioma, do ponto de vista de sua função no sistema de comunicação linguística. Esta é uma área muito relacionada com a Fonética , mas as duas têm focos de estudo diferentes. Enquanto a Fonética estuda a natureza física da produção e da percepção dos sons da fala (chamados de fones ), a Fonologia preocupa-se com a maneira como eles se organizam dentro de uma língua, classificando-os em unidades capazes de distinguir significados, chamadas fonemas . FONEMA. Em linguística , um fonema é a menor unidade sonora (fonológica ) de uma língua que estabelece contraste de significado para diferenciar palavras . Por exemplo, a diferença entre as palavras PRATO e TRATO, quando faladas, está apenas no primeiro fonema: /P/ na primeira e /t/ na segunda. O fonema não pode ser confundido com letra. Enquanto o fonema é o som em si mesmo, a letra é a representação gráfica desse som. É bastante comum que um mesmo fonema seja representado por diferentes letras, como o caso do fonema /z/ que no português pode ser representado pelas letras S (CASA), Z (ZERO) ou X (EXAME). Também acontece de uma mesma letra representar mais de um fonema, isso acontece por exemplo, com a letra X que no português pode ter o som (fonema) de /z/ (EXEMPLO), /chê/ (ENXAME), /s/ (APROXIMAR) e /ks/ (FIXO). ALOFONE A alofonia constitui a variante fonética de um fonema . Cada fonema pode ser realizado pelo falante de forma diferente, resultando em fones diferentes. Os alofones são fones cujo feixe de traços comum os permite associar a um fonema. A variação na realização pode ser livre ou resultar de distribuição complementar. Dito de outro modo, há alofones que são foneticamente distintivos e há alofones que não são foneticamente distintivos. As diferentes realizações da vibrante múltipla , nas variedades do português europeu , são um exemplo de alofonia em

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Page 1: FONOLOGIA

FONOLOGIA (do Grego phonos = voz/som e logos = palavra/estudo) é o ramo da Linguística que estuda o sistema sonoro de um idioma, do ponto de vista de sua função no sistema de comunicação linguística. Esta é uma área muito relacionada com a Fonética, mas as duas têm focos de estudo diferentes. Enquanto a Fonética estuda a natureza física da produção e da percepção dos sons da fala (chamados de fones), a Fonologia preocupa-se com a maneira como eles se organizam dentro de uma língua, classificando-os em unidades capazes de distinguir significados, chamadas fonemas.

FONEMA. Em linguística, um fonema é a menor unidade sonora (fonológica) de uma língua que estabelece contraste de significado para diferenciar palavras. Por exemplo, a diferença entre as palavras PRATO e TRATO, quando faladas, está apenas no primeiro fonema: /P/ na primeira e /t/ na segunda.

O fonema não pode ser confundido com letra. Enquanto o fonema é o som em si mesmo, a letra é a representação gráfica desse som. É bastante comum que um mesmo fonema seja representado por diferentes letras, como o caso do fonema /z/ que no português pode ser representado pelas letras S (CASA), Z (ZERO) ou X (EXAME). Também acontece de uma mesma letra representar mais de um fonema, isso acontece por exemplo, com a letra X que no português pode ter o som (fonema) de /z/ (EXEMPLO), /chê/ (ENXAME), /s/ (APROXIMAR) e /ks/ (FIXO).

ALOFONE

A alofonia constitui a variante fonética de um fonema.

Cada fonema pode ser realizado pelo falante de forma diferente, resultando em fones diferentes. Os alofones são fones cujo feixe de traços comum os permite associar a um fonema. A variação na realização pode ser livre ou resultar de distribuição complementar. Dito de outro modo, há alofones que são foneticamente distintivos e há alofones que não são foneticamente distintivos. As diferentes realizações da vibrante múltipla, nas variedades do português europeu, são um exemplo de alofonia em distribuição livre. Isto significa que a realização do fonema /ʀ/ não é fonologicamente motivada. Por outro lado, há alofones que são contextualmente motivados, encontrando-se em distribuição complementar, isto é, num mesmo segmento só se encontra um dos alofones dos vários possíveis. Concretizando com exemplos, na palavra "carro", o fonema /ʀ/ (terceiro segmento) pode ser realizado livremente de formas diferentes (distribuição livre). O fonema /ʀ/ pode ser ápico-alveolar [r], dorso-velar [ʁ] ou uvular [ʀ]. Outro exemplo, no português brasileiro, nas palavras "mel" e "lua" os alofones do fonema [l] são contextualmente determinados. O fonema /l/ em fim de sílaba ou de palavra tem uma realização diferente da dos casos em que o fonema se apresenta em início de palavra ou de sílaba. O fonema /l/ pode corresponder aos fones [l] ("lua" ['lua]) ou corresponder ao som [w] ("mel" [mɛw]). Outro exemplo de alofones em distribuição complementar vem também do português brasileiro. Nos dialetos mineiro e carioca, por exemplo, o fonema /t/ realiza-se foneticamente como [t] ou [tʃ], a depender da posição em que ocorre na palavra. [tʃ] ocorre diante da vogal [i] ("tia" ['tʃia] ou "latim" [la'tʃĩ]) e [t] diante das demais vogais ("tua" ['tua], "tombo" ['tõbu]). Nesse caso, tanto [t] quanto

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[tʃ] são alofones ou variantes previsíveis (pelo contexto em que ocorrem) de um mesmo segmento abstrato, o fonema (/t/).

PARES MINIMOS. Em fonologia, par mínimo são duas palavras ou frases numa determinada língua, que dependem unicamente de um só fonema, tonema ou cronema para distinguir o seu significado. São comumente usados para indicar que dois fones constituem dois fonemas distintos nessa língua.

Na língua portuguesa o par mínimo "sé" + "sê" prova que os fones [ɛ] e [e] decerto representam fonemas diferentes nessa língua: /ɛ/ e /e/. Outrossim, os fonemas não necessitam ser vocálicos, como o par mínimo "faca" + "vaca" pode atestar. Nesse caso, o par somente difere na vocalização da consoante entre surda e sonora: a configuração labial é a mesma para os dois sons [f] e [v].

ESTRUTURALISMO. Estruturalismo é uma teoria lingüística  que abrange a antropologia, a história, literatura e a psicanálise. Os cursos ministrados por Ferdinand de Saussure, falecido em 1913, são considerados como fundadores dos métodos de lingüística.

A língua é conceituada como um sistema organizado de signos que expressam idéias no aspecto codificado da linguagem. O objetivo da lingüística é estudar as regras desse sistema e seus sentidos produzidos.

A linguagem só pode ser analisada quando segmentada, no ato de descobrir as “nuances” que fazem a língua acontecer e ter significado. Segundo Saussure, “Podemos conceber uma ciência que estude a vida dos signos no interior da vida social(...) a semiologia. Ela nos diria em que consistem os signos, que leis os regem”.

A palavra semiologia advém do grego “semeion”, que significa “signo”. Roland Barthes, falecido em 1980, publicou na revista Communications em 1964, uma definição para semiologia : “ A semiologia tem por objeto todo o sistema de signos, qualquer que seja sua substância, quaisquer que seja seus limites : as imagens, os gestos, os sons melódicos, os objetos e os complexos dessas substâncias que encontramos em ritos, protocolos ou espetáculos constituem, se não ‘linguagem’, ao menos sistemas de significação”.

No discurso da mídia é importante a noção de significante-significado e denotação-conotação. O signo da palavra é perceptível e audível (significante) e na outra estrutura há a tradução, o significado.