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Fluxo e Refluxo Da Violência No Rio de Janeiro _ INCT-InEAC

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  • Incio

    Fluxo e refluxo da violncia no Rio de JaneiroVerso para impresso Envie para um amigo!

    Por:

    Jorge da Silva

    Corre a lenda: o maestro Antnio Carlos Jobim teria afirmado certa feita que shaveria justia social no Rio quando todas as pessoas morassem em Ipanema. Ironiado mestre. Talvez quisesse chamar a ateno para o fato de que a cantada-em-prosa-e-verso harmonia da sociedade carioca era, e , um exerccio deauto-iluso, ou manifestao da sndrome de avestruz. Ora, como esquecer que aorganizao scio-espacial da cidade herana do longo perodo (mais de 3 sculos)em que a mesma foi capital do maior e mais duradouro regime escravista da histriada humanidade? De toda coerncia, ao contrrio, concluir que a hierarquia dostempos monrquico-oligrquicos permaneceu enquistada na sociedade, e que urgeinvestir na integrao social da cidade como um todo.

    O Fluxo

    Com a expresso fluxo e refluxo, tenho em mente certo deslocamento da violncia.Parto do contexto de quatro ou cinco dcadas atrs, quando ela no despertava ointeresse dos grandes jornais, pois era tida como circunscrita periferia, emparticular Zona Norte. Tema importante s quando a vtima, ou o autor,pertencesse chamada classe mdia da Zona Sul, como, por exemplo, em casoscomo o da morte da jovem Ada Curi ou o do crime do Sacop. Fora da, aindiferena, pblica e privada, certamente porque vtimas e autores dos crimesviolentos (assassinatos, roubos a mo armada, tiroteios e facadas) eram, emmaioria, oriundos do mesmo estrato popular, e os crimes, praticados no seu espao.A criminalidade s era tema importante em jornais que circulavam na periferia(jornais dos quais, na expresso em voga, saa sangue, se espremidos), como oLuta Democrtica, do lendrio deputado Tenrio Cavalcanti. Aquela violnciadistante virara motivo de chacota em programas humorsticos de rdio eteleviso. Em tom jocoso, o apresentador do programa Patrulha da Cidade,Samuel Correia, se referia a Duque de Caxias, ento violento municpio da Baixada,como a terra onde a galinha cisca pra frente. Com o tempo, a violncia do crimese espraiou, atingindo as reas consideradas nobres. A segurana, ento, passa aocupar as pginas e as telas, e torna-se prioridade pblica, para a qual socanalizados grandes recursos governamentais. E muito discurso. Esse foi o fluxo del para c.

    O Refluxo

    Ultimamente, ao observador atento no escapar o fato de que, a todaevidncia, os acontecimentos criminais esto voltando a se concentrar naquelesespaos onde antes eram, de certa forma, admitidos (agora includa tambm a ZonaOeste). Pelo menos o que se depreende da leitura dos jornais e do noticirio daTV e do rdio, que nos do conta de assaltos, assassinatos, bondes de traficantes,arrastes, ataques a policiais etc. que vm ocorrendo com crescente freqncianesses espaos. Ou a violncia refluiu para o lugar de onde tinha vindo ou estamosdiante do que os criminologistas chamam de segurana subjetiva (se no falo nela, como se no existisse; se falo, existe). No tardar que, em algum programa deTV ou rdio, um apresentador ou humorista volte a fazer graa com a clebre frasede Samuel Correia.

    Em suma, se a violncia reflui para a periferia, resta saber se isso ocorre por ummovimento espontneo ou provocado. Certo que, com o fluxo, tivemos umaespcie de socializao da violncia. Restava a socializao da segurana, o que noaconteceu. E a oportunidade de integrao vai-se perdendo diante da fora datradio Na verdade, aparentemente, o que Tom Jobim queria dizer que asoluo era, no que todos fossem morar em Ipanema, e sim que Ipanema,metfora, se deslocasse para a periferia. Esse o verdadeiro desafio. Utopia? Podeser, mas utopia mesmo imaginar a possibilidade de manter a violnciarepresada num dique distante, guarnecido pela polcia, sem risco de rompimento oudo efeito bumerangue.

    4 de junho de 2010 s 22:36

    Jorge da Silva

    Ps-Doutorado na Universidade de Buenos Aires / Equipo de Antropologia daFaculdade de Filosofia e Letras (2006). Possui doutorado em Cincias Sociais pelaUniversidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ / Instituto de Filosofia e CinciasSociais (2005); mestrado em Cincia Poltica pela Universidade Federal Fluminense/Instituto de Cincias Humanas e Filosofia (1998); mestrado em Letras pela

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  • Universidade Federal Fluminense / Instituto de Letras (1972); graduao em Direitoe em Letras pela Universidade Federal Fluminense (1970 e 1972, respectivamente);Todos os cursos regulares do oficialato da Polcia Militar do Estado do Rio deJaneiro, corporao em que chegou ao ltimo posto, o de coronel, e em que ocupoualtas funes. Professor-adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro /UERJ, onde coordenador-executivo da Coordenao Multidisciplinar de Estudos ePesquisas em Ordem Pblica, Polcia e Direitos Humanos / Reitoria. Foicoordenador, no Ncleo Superior de Estudos Governamentais / NUSEG, do Curso deSegurana Pblica: Teoria e Gesto, realizado em convnio com Governo do Estado(Instituto de Segurana Pblica / ISP (1999-2007). Exerccio na Faculdade deFormao de Professores da UERJ / Departamento de Letras (professor-adjunto) atjunho de 2008. pesquisador-convidado do Ncleo Fluminense de Estudos ePesquisas (NUFEP) da Universidade Federal Fluminense, e professor do Curso deEspecializao em Polticas Pblicas de Justia Criminal e Segurana Pblica doreferido Ncleo; coordenador do Curso de Especializao em Direito da SeguranaPblica, da Faculdade de Tecnologia e Cincias Educao a Distncia (FTC EAD).Possui experincia nas reas de Educao, de Formao Policial, e de planejamentoestratgico no campo da Segurana, Justia e Direitos Humanos. Seis livrospublicados em torno de temas como segurana pblica, violncia urbana, racismo,criminologia, polcia, alm de artigos em publicaes nacionais e estrangeiras.Possui tambm experincia no desenvolvimento de polticas pblicas nessas reas,em razo sobretudo de sua atuao como integrante da cpula da Polcia Militar doEstado do Rio de Janeiro at 1994 (subsecretrio de Estado e chefe do Estado MaiorGeral), e depois em cargos da alta administrao do Estado, a saber: coordenadorde Segurana, Justia, Defesa Civil e Cidadania (2000-2002), presidente do Institutode Segurana Pblica (2003), e secretrio de Estado de Direitos Humanos(2003-2006).

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