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DESEMBAR UE O REVISTA N.º 31 · PUBLICAÇÃO PERIÓDICA · NOVEMBRO 2018

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Publicação Periódica daAssociação de Fuzileiros

Revista n.º 31 • Novembro 2018

PropriedadeAssociação de Fuzileiros

Rua Miguel Pais, n.º 25, 1.º Esq.2830-356 Barreiro

Tel.: 212 060 079 • Telem.: 927 979 461email: [email protected]

www.associacaofuzileiros.pt

Edição e RedacçãoDirecção da Associação de Fuzileiros

DirectorManuel Seabra

Director Adjunto/Editor PrincipalBenjamim Correia

ColaboraçõesDelegações da AFZ, CM, JR, LS, BC,

Ribeiro Ramos, Miranda Neto, José Horta, Paulo Gomes da Silva, Adelino Couto,

Elísio Carmona, Jorge Monteiro e Vidal de Rezende

Fotografia: Ribeiro, Afonso Brandão, Mário Manso, António Fernandes e MLS

Capa: Manuel Lema Santos

Coordenação eprodução gráfica

Manuel Lema [email protected]

Impressão e acabamentoGMT Gráficos, Lda.

email: [email protected]

Tiragem2.000 exemplares

Depósito legal n.º 376343/14

ISSN 2183-2889

Não reconhecemos qualquer nova forma de ortografia da língua portuguesa mas, no respeito por diferente opção, manteremos os textos de terceiros aqui publicados que

configurem outra forma de escrita.

índice ficha técnica

O DESEMBARQUE • n.º 31 • Novembro de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Editorial A “Família FZ” 3

Almoço de Natal 4

Dia do Fuzileiro Dia do Fuzileiro 5

Corpo de Fuzileiros Operação anfíbia com Forças Armadas da Lituânia 11 Cross Training entre os Royal Marines e o Pelboard 12 Exercício “SWORDFISH 18” 13 Estágio Prático no PELBORD 14 Curso de Formação de Sargentos Fuzileiros – Exercício “MAR VERDE 1801” 14 Juramento de Bandeira dos Cursos de Formação Básica de Oficiais Fuzileiros e de Formação Básica de Praças – 2.ª Edição de 2018 15 Participação dos Fuzileiros no maior exercício de Operações Especiais do leste da Europa 16 Apoio à Autoridade Nacional de Proteção Civil – Monchique 2018 17

Homenagem O Marinheiro “Ericeira” 18

Dez de Junho Homenagem aos Combatentes em Belém – XXV Encontro Nacional 22

Pensamentos & Reflexões A Reserva Naval nos Fuzileiros – Para uma mais completa memória histórica 23

Marinha & Associações Encontro da Marinha com as Organizações de Marinheiros 27

Cadetes do Mar Unidade do Corpo de Cadetes do Mar Fuzileiros Resenha Histórica e Projecção do ano lectivo 2018/19 29 2.º Congresso da Liga dos Reservistas Voluntários de Portugal 30

Honra & Memória Militares da Marinha mortos na Grande Guerra – Introdução 33

Protocolos Protocolos 36

Bibliografia “Berliet, Chaimite e UMM - Os Grandes Veículos Militares Nacionais” 37

Divisões Divisão do Mar e das Actividades Lúdicas e Desportivas 39

Delegações Delegação de Fuzileiros do Algarve (DFZA) 41 Delegação de Fuzileiros da Beira Alta (DFZBA) 42 Delegação de Fuzileiros do Douro Litoral (DFZDL) 43 Delegação de Fuzileiros de Juromenha/Elvas (DFZJE) 44 Delegação de Fuzileiros da Polícia Marítima (DFZPM) 45 Núcleo de Motociclistas da Associação de Fuzileiros 46 Rádio “Filhos da Escola” 46

Convívios 1.ª Escola FZ - Fevereiro de 1991 – 27.º Aniversário 47 Encontro de Fuzileiros – Ponta Delgada 48 Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 9 – Moçambique 1967/69 – 49.º Aniversário 49 Núcleo de Fuzileiros dos Templários de Tomar – 22.º Convívio 50 Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 10 – Moçambique 1974/75 50 Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 9 – Moçambique 1971/73 51 Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 11 – Moçambique 1972/74 – 46.º Aniversário 52 Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 1 – Moçambique 1964/66 e Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 2 – Angola 1967/68 53 Homenagem ao SMOR FZE José Maria Lopes Leal 54

Obituário e Diversos 55

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editorial

3O DESEMBARQUE • n.º 31 • Novembro de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Inevitavelmente, os temas do nosso “Desembarque” tendem a abordar, sempre e prioritariamente, questões relacionadas com os Fuzileiros, indo ao passado buscar e rebuscar a história que valoriza o nosso presente,

convictos que seremos referência importante no desenho da nossa história futura. O último “Dia do Fuzileiro”, adiante abordado em pormenor, traduz o que fomos e o que somos ao permitir, como expetável, o reencontro de várias gerações de Fuzileiros, desde as “guerras” do Ultramar à recente participação na Lituânia exibindo todos, mesmo todos, o indisfarçável e intemporal orgulho de ser e de pertencer!

Para um “Corpo de Elite” com quase 400 anos de história, considero-me um “puto” que chegou recentemente à “tropa”. Entrei na “Casa Mãe” em Março de 1978 e aprendi, de imediato, os ensinamentos dos combatentes acabadinhos de chegar das ex-colónias, isto é, os valores e tudo o resto que envolve a conquista da boina azul-ferrete. Depois dela subi, degrau a degrau, a escadaria da vida, com várias passagens pelo Sado, pela Arrábida, pelo Pinheiro da Cruz, por todo o País… e até por missões internacionais, muitas delas carregando a mochila às costas e, dentro dela, algumas rações de combate misturadas com dor, sacrifício e vontade de vencer. Disto fui dando testemunho aos que, entretanto, foram chegando. Em paralelo, construí a minha família a quem ofereci, como todos nós, mais ausências que presenças.

Com este pequeno relato pessoal, muito semelhante a tantos outros, pretendo mostrar a “família FZ”, onde todos se enquadram num espaço conquistado com as armas que lhes foram facultadas chegando, aos dias de hoje, com o mesmo orgulho e sentimento de pertença que carateriza todos os Fuzileiros, sejam eles jovens ou menos jovens.

O segredo da nossa longevidade, enquanto família de tropas especiais oriundas do Terço da Armada da Coroa de Portugal (1618), reside no nosso incomparável espírito de corpo, na força da nossa união, no reconhecimento dos nossos valores e no acreditar nas nossas capacidades.

Hoje, perante o emergir de alguma turbulência e constrangimentos, que vão desde as dificuldades financeiras à falta de efetivos necessários ao cumprimento eficaz das missões atribuídas e até mesmo aos pequenos incidentes que podem manchar, inadvertidamente, a nossa imagem coletiva, temos de evidenciar os nossos valores e as nossas capacidades levando, até ao infinito, a nossa longevidade, subscrevendo a vontade, em jeito de pedido, da escritora Rachel de Queiroz:

Quando se houverem acabado os soldados no mundo - quando reinar a paz absoluta - que fiquem pelo menos os fuzileiros como exemplo de tudo de belo e fascinante que eles foram!

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Leão Seabra

Presidente

A “Família FZ” Manuel Leão Seabra

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O DESEMBARQUE • n.º 31 • Novembro de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

ALMOÇO DE NATAL 2018(8 de Dezembro às 12:30 horas)

CONVITE

A Direcção da Associação de Fuzileiros convida todos os Sócios e Familiares a estarem presentes no Almoço de Natal, no dia 8 de Dezembro, e deseja um Santo Natal e um Ano Novo cheio de Saúde e Paz.

O Almoço terá lugar no Restaurante “Quinta da Alegria” na Penalva, Barreiro:

Coordenadas GPS: N 38.60680 W -9.01689

ASSOCIAÇÃO DE FUZILEIROSFundada em 29 de Março de 1977

Preço: • Adultos: 20 botes

• Crianças (4-10 anos): 10 botes

Aperitivos:

• Martini

• Moscatel de Setúbal

• Gin

• Sumo de laranja

• Água com e sem gás

• Croquetes de carne

• Pastelinhos de bacalhau

• Tâmaras com bacon

• Rissóis de camarão

• Tostas com queijo fresco

• Canapés de atum

• Ovinhos de codorniz

• Chouriço e Morcela assados

• Frutos secos

Quentes:

• Creme de Cenoura

• Bacalhau à Florentina

• Lombinhos à Quinta da Alegria

Sobremesas:

• Salada de frutas ou Brownie com gelado

Bebidas:

• Vinho branco

• Vinho tinto

• Sangria

• Águas Minerais

• Cerveja

• Refrigerantes

• Café

Digestivos (servidos à mesa)• 1 por pessoa

Ementa

Importante: Agradece-se a todos quantos desejem estar presentes no nosso almoço de Natal que efectuem as suas inscrições até ao dia 2 de Dezembro de 2018 através dos seguintes contactos:

tel.: 212 060 079, tlm.: 927 979 461, email: [email protected]

Fuzos – Prontos! Do mar – P’rá terra! Desembarcar – Ao assalto! Desembarcar – Ao Assalto! No mar e onde necessário!

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O DESEMBARQUE • n.º 31 • Novembro de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Este evento decorreu, como habitualmente, na Es-cola de Fuzileiros (EF) em Vale de Zebro e contou este ano, pela primeira vez, com a presença de

Sua Ex.ª o Chefe do Estado-Maior da Armada e Auto-ridade Marítima Nacional, Almirante Mendes Calado.

Do seu intenso programa recheado de novidades, destaca-se a celebração de uma missa na capela da EF, uma Cerimónia Militar realizada por antigos e atuais Fuzileiros, o desfile das Forças em Parada constituídas pela Fanfarra, por dois blocos de Guiões de antigas e atuais Unidades de Fuzileiros, por uma Companhia de Fuzileiros que desfilou em marcha ace-lerada e pelo Pelotão de veteranos da AFZ.

No final do desfile houve, ainda, oportunidade para que todos os militares presentes, agrupados por anos de incorporação, pudessem desfilar perante a entida-de que presidiu à cerimónia, seguidos pelos Motoci-clistas Fuzileiros.

Foi, inquestionavelmente, um dos momentos altos deste dia. Do programa constou, também, uma demonstração de saltos em paraquedas, realizada por militares fuzileiros do Destacamen-to de Ações Especiais (DAE) e diversas atividades direcionadas aos mais novos como insufláveis, tenda de airsoft e parede de escalada, passeios de LARC’s e Botes assim como as habituais atividades físicas como a pistas de lodo e torre de treino anfíbio com slide.

Antes da abertura do recinto reservado ao almoço e convívio, hou-ve ainda tempo para a realização de uma demonstração direta (ação concretizada pelo DAE) e ao lançamento do livro – Os Fuzi-leiros em África 1961-74 – do Prof. John P. Cann.

Tendo por tema “Fuzileiros em missão”, juntaram-se ainda à festa, através de ligações por videoconferência, aqueles que se encontram projetados nos vários teatros de operações, ao serviço da Marinha e de Portugal.

Para esta edição a Escola de Fuzileiros e a Associação de Fuzileiros desenvolveram um novo modelo para o evento que se traduziu na total abertura do tradicional recinto de refeições, disponibilizando

a alimentação em espaços alusivos às atuais e antigas Unidades do Corpo de Fuzileiros. Este modelo permitiu maior concentração de participantes (mais de 1500 pessoas) e incrementou o convívio e confraternização das diferentes gerações de fuzileiros.

Todos sabemos que não há modelos perfeitos, principalmente quando são implementados de raiz. Este, que inicialmente pa-recia ser excelente pela novidade que trazia, na prática acabou por gerar alguns constrangimentos e desconforto em muitos dos participantes. Evidentemente que o assunto irá merecer a ade-quada reflexão e a tomada de medidas para que esta situação não se repita.

Mas a grande “festa” anual continuou e decorreu até às tantas permitindo, como expetável, o reencontro de várias gerações de Fuzileiros, a troca de histórias, muitas delas vividas, contadas e recontadas na primeira pessoa e, acima de tudo, permitindo matar saudades ficando demonstrado, caso alguma dúvida hou-vesse, que o orgulho de ser e de pertencer é, mesmo, intemporal fazendo jus ao nosso lema, também ele o nosso grito:

Fuzileiro uma vez, Fuzileiro para sempre!

Dia do Fuzileiro7 de Julho de 2018

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O DESEMBARQUE • n.º 31 • Novembro de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Discurso do Presidente da Direcção da Associação Nacional de Fuzileiros

CMG Manuel Leão de Seabra

A presença, neste evento, de Sua Excelência o Presidente da Câmara Municipal do Barreiro e de Sua Excelência o Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional, entre outras entidades, confere-lhe essa dignidade e enchem-nos de orgulho ao validarem a importância deste Dia do Fuzileiro, transformando-o num evento que vai muito para além dos muros desta casa sendo entendido, por todos nós, como uma demonstração de apoio institucional e um forte abraço de amizade e consideração de toda a Ma-rinha e das gentes do Barreiro e Concelhos limítrofes, gesto que muito apreciamos, agradecemos e retribuímos.

Ao Comandante do Corpo de Fuzileiros, meu camarada e amigo manifesto, publicamente, em nome de todos os associados da Asso-ciação de Fuzileiros, o profundo agradecimento pela disponibilidade, esforço e empenho colocado na organização de mais um “Dia memorável” permitindo, assim, um importante e quase imprescindível encontro anual de gerações da boina azul-ferrete que chegam à “Casa Mãe”, vindos de Norte a Sul do País, e alguns até mesmo do estrangeiro, com a mochila recheada de histórias, muitas delas contadas e recontadas na primeira pessoa e, acima de tudo, recheada de saudades.

Fuzileiros da AFZ e demais sócios, familiares e amigos!

A nossa presença nas mais diversas atividades e eventos anuais, entre os quais devo destacar as comemorações dos 700 anos da Marinha, em Lisboa e mais recentemente, o Dia da Marinha, em Peniche, vem demonstrar, caso alguma dúvida houvesse, que o espírito do Fuzileiro e o inexplicável sentimento de pertença são, de facto, intemporais. Movidos por razões que, na maioria das vezes, temos dificuldade em explicar, sem cuidar recompensa a não ser o respeito e a consideração coletiva, os associados da Associação de Fuzi-leiros e das nossas Delegações do Douro Litoral, Beira Alta, Juromenha/Elvas, Algarve e Polícia Marítima, e ainda dos Núcleos Cadetes do Mar Fuzileiros, Motociclistas Fuzileiros e Rádio Filhos da Escola, meteram-se a caminho e, como sempre, disseram “presente” e, como sempre, “marcharam a par”, desprezando as mazelas físicas que o tempo vai deixando, mais ou menos, em cada um, ajudando a consolidar o nosso lema, também ele o nosso grito: “Fuzileiro uma vez, Fuzileiro para sempre”. Não há nada a fazer, nós somos assim e assim continuaremos, alinhados nos princípios que entranhamos e sempre na “esteira” dos valores cimentados numa herança de bem servir a Marinha e Portugal.

A Associação de Fuzileiros e as suas Delegações e Núcleos, apoiada num estatuto que lhe confere total legitimidade, prima, como vem sendo seu apanágio, pelo apoio aos seus associados e familiares nas mais diversas vertentes, e pelo permanente e abnegado trabalho junto das populações na sua área de influência, sendo bem merecedores dos elogios, mas também da estima e consideração com que são tidos em conta pelas gentes e entidades locais. A sua participação nestes trabalhos, mas também em grandes eventos regionais, vem contribuindo, sobremaneira, para a divulgação da Marinha por todo o Pais e consequentemente, para a difusão da imagem de união de um grupo que bebeu e partilhou a mesma fonte, calcorreou os mesmos trilhos e picadas, venceu as mesmas pistas de lodo e de combate, ultrapassou os mesmos medos, formou-se na mesma “escola de vida”, entranhou a mesma doutrina, a mesma cultura e o mesmo espírito de corpo, um grupo que tem uma memória comum e única em Portugal. Esse grupo somos todos nós os “FUZILE-ROS”. Na senda deste pensamento e sem rodeios, porque o tempo urge e as oportunidades escasseiam, na qualidade de Presidente da Direção Nacional da Associação de Fuzileiros representando, neste cargo, todos os associados da boina azul-ferrete, venho publica-mente convidar, em jeito de desafio, todos os grupos de Fuzileiros dispersos pelo Pais, alguns deles hoje aqui presentes, por direito e convicção, e que saúdo com respeito e consideração, a integrarem esta Associação Nacional de Fuzileiros mostrando, à Marinha e ao Pais que, de facto, somos “Fortes-Unidos-Zelosos-Orgulhosos-Simples” e que ao chamamento FUZOS…respondemos com coragem e a uma só voz… PRONTOS!

Fuzileiros, familiares e amigos!

Volvido um ano após a nossa última romaria até esta nossa “Casa Mãe”, alguns dos nossos já partiram para o último desembarque, porque a lei da vida assim determinou. Com eles, levaram a certeza da nossa amizade e da nossa saudade, deixando um legado de referência, que nos orgulha e incentiva a continuarmos. Neste dia tão especial, a memória de todos os que já partiram, tem outro sig-nificado para todos nós pelo que, perante eles, nos inclinamos e prestamos homenagem!

Não queremos nem posso terminar esta minha breve intervenção sem trazer, a este dia, aqueles que, no mar e noutros teatros de ope-rações cumprem, neste momento, a missão dos Fuzileiros ao serviço da Marinha e de Portugal. Eles são o orgulho de todas as gerações

Fuzileiros!

O Dia do Fuzileiro, como agora nos é apresentado, teve origem no “Encontro Nacional de Fuzileiros”, um evento promovido pela Associação de Fuzileiros permitindo, até 2008, a convergência dos nossos associados, acompanhados por familiares e amigos para, numa reconfortante nostalgia, alegria e orgulho, matarem saudades. O 1º Dia do Fu-zileiro ocorreu em 2009, numa iniciativa integrada do Comando do Corpo de Fuzileiros e da Associação de Fuzileiros em juntar anualmente, na “Casa Mãe”, todos – sublinho todos – os militares da boina azul-ferrete. Hoje, dez anos depois desta iniciativa, olhando ao redor, só podemos concluir que de uma ideia simples, se evoluiu para uma “Festa” grande, do tamanho da dignidade que merecem os Fuzileiros.

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O DESEMBARQUE • n.º 31 • Novembro de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Discurso do Comandante doCorpo de Fuzileiros

Comodoro José Manuel Nobre de Sousa

Fuzileiros,

O ano passado celebrámos este nosso Dia sob o lema “Fuzileiros prontos!”. Este ano celebramo-lo sob o lema “Fuzileiros em Missão!”. São duas condições indissociáveis: só podemos cumprir Missões se estivermos permanentemente Prontos; e só se justifica todo o investimento que o País faz no nosso aprontamento se nos forem atribuídas Mis-sões. E, finalmente, após anos votados ao esquecimento, voltámos a ter Missões, signi-ficativas, no quadro das Forças Nacionais Destacadas e sob Comando de um Fuzileiro! Começo, pois, por me dirigir àqueles que, embora ausentes por estarem em Missão, es-tão bem presentes no nosso espírito: A servir sob a bandeira da NATO, à FFZ na Lituânia e aos Fuzileiros no Afeganistão; A servir sob a bandeira da União Europeia, aos Fuzileiros na República Centro Africana e no Mali; A servir sob a bandeira nacional, aos Fuzileiros em Angola, em Moçambique, em São Tomé e Príncipe e em Timor.

da boina azul-ferrete incluindo, com legitimidade, aqueles que integram, neste momento, a Associação de Fuzileiros. Pelo respeito e consideração que todos nos merecem, acompanhamos e divulgamos o seu desempenho, através das redes sociais e da nossa revista “O Desembarque” e mantemo-nos atentos na retaguarda, apoiando no que estiver ao nosso alcance, torcendo para que os ventos sejam favoráveis e a sorte os acompanhe até ao seu regresso. Também aqui, “Estamos Juntos”.

Termino, agradecendo a presença de todos não podendo esquecer os elementos da Associação, dirigentes e outros sócios que, sem olharem a recompensas, a não ser o respeito e a alegria da vossa presença, ofereceram o seu tempo e a sua disponibilidade, empres-taram o seu saber e deram o seu apoio incondicional para que este Dia do Fuzileiro fosse de facto, como está a ser, o dia de todos nós. Um agradecimento institucional é devido, neste momento, ao Comando do Corpo de Fuzileiros e ao Comando da Escola de Fuzileiros, pela criatividade e inovação e pelo esforço, dedicação e empenho, sempre inexcedíveis, tornando o Dia do Fuzileiro, ano após ano, um evento memorável. Muito obrigado.

Neste vasto quadro de missões, e ao longo deste ano, já estiveram, estão, ou ainda vão estar, empenhados, 334 militares do Corpo de Fuzileiros.

Mas se as missões no estrangeiro são relevantes, não o são menos aquelas que desempenhamos em território nacional. Disse-o o ano passado e reafirmo-o: “não há missões e tarefas menores para os Fuzileiros!”. Assim, neste preciso momento, temos: Fuzileiros em missão de protecção de infraestruturas militares críticas; Fuzileiros em apoio ao ISN, na vigilância das praias; Fuzileiros na Força de Ma-rinha em apoio ao ICNF, na patrulha das florestas; Fuzileiros na Força de Marinha em apoio à ANPC, em prontidão para acções no âmbito do Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Rurais. São cerca de 350 militares já empenhados ou em prontidão nestas missões! Este empenhamento só tem sido possível pela dedicação de todos aqueles que servem no Corpo de Fuzileiros, mas também, pelo apoio que os demais sectores da Marinha nos têm dado, facto que é da mais elementar justiça assinalar e reconhecer publicamente.

Trouxe-vos estes números sobre as nossas missões por três ordens de razões:

– Porque se constituem como forma de afirmação externa da credibilidade e da capacidade dos Fuzileiros, permitindo que a Marinha fundamente e persiga a atribuição de novas missões no quadro das FND;

– Porque se constituem como forma de afirmação interna, num momento em que se discute a revisão da LPM, essencial ao reequipa-mento dos Fuzileiros;

– E porque, não menos importante, é também uma forma de tributo às sucessivas gerações de Fuzileiros que nos antecederam, e que hoje, aqui presentes, connosco celebram, veteranos e actuais Fuzileiros, num reencontro de gerações! Por isso a todos agradeço. Aos Fuzileiros veteranos, pelo legado pleno de feitos e lustre que nos foi deixado e aos Fuzileiros de hoje, por saberem continuar a honrar tal legado!

Fuzileiros,

A vitalidade do Corpo de Fuzileiros está aqui bem patente, a três anos de celebrarmos 400 anos de serviço prestado à Pátria, porque “Só tem Pátria quem sabe lutar”! Tal como fiz o ano passado, gostaria de expressar ainda um particular agradecimento aos familiares de todos os Fuzileiros aqui presentes, extensivo a todos aqueles que não puderam estar connosco: o vosso continuado apoio de recta-guarda tem sido, e continuará a ser, indispensável ao cumprimento das nossas Missões! Partilhamos os vossos sacrifícios e provações nas ausências daqueles que vos são queridos e, por tal, em nome do Corpo de Fuzileiros, vos agradeço, reconhecidamente!

Bem hajam!

Termino assim, reiterando o agradecimento pela presença de todos vós neste Dia de grande significado, fazendo votos que vos preen-cha a alma. Muito obrigado!

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Discurso doChefe do Estado-Maior da Armada

Almirante António Maria Mendes Calado

Fuzileiros,

É com um sentimento de elevada honra que me associo às comemorações do Dia do Fuzileiro, este ano sob o tema “Fuzileiros em Missão”.

Felicito o Comando do Corpo de Fuzileiros e a Associação de Fuzileiros por esta iniciativa, que traduz de forma muito feliz o significado da expressão “Fuzileiro uma vez, Fuzileiro para sempre!”.

Permitam-me que, neste Dia do Fuzileiro, dirija uma saudação muito especial aos Fuzilei-ros em missão nos diversos teatros de operações em que Portugal está, neste momento, empenhado:

– Na Lituânia, no âmbito das Medidas de Tranquilização da NATO;

– No Mali, na República Centro Africana e em São-Tomé e Príncipe, em missões de capacitação e de treino militar;

– Embarcados na fragata Corte-Real, integrada na Força Naval Europeia EUROMARFOR, presentemente atracada na Cidade da Praia, em Cabo Verde;

– Bem como aqueles que em Angola, em Moçambique e em Timor-Leste desenvolvem ações no âmbito da Cooperação no Domínio da Defesa.

Saúdo, também, os que, em território nacional, asseguram, neste dia, a colaboração das Forças Armadas com a Autoridade Nacional de Proteção Civil e com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, no âmbito das medidas de prevenção e mitigação de fogos rurais, assim como os que colaboram com a Autoridade Marítima Nacional na vigilância e segurança das áreas balneares, dando um contributo inestimável para a imagem de segurança que as nossas praias usufruem.

Por fim, quero, em nome de toda a Marinha, saudar todos os que combateram nos teatros de operações de África, pelo vosso exemplo de bravura, sustentada num forte espírito de corpo que sempre evidenciaram, mesmo nas circunstâncias mais adversas e que hoje, aqui, mais uma vez reafirmam com a vossa presença neste dia que é, também, de exaltação da memória dos dias que passaram juntos e de homenagem aos camaradas que já partiram.

Minhas Senhoras e meus Senhores,

Neste dia dedicado aos “Fuzileiros em Missão”, gostaria de relevar o presente empenhamento de uma Força de Fuzileiros na Lituânia, composta por 140 militares, no âmbito das Medidas de Tranquilização da NATO no flanco leste da Europa.

Esta é a primeira vez que uma Força desta dimensão, gerada integralmente no Corpo de Fuzileiros, opera como Força Nacional Des-tacada, num teatro europeu de complexidade crescente, marcado por uma envolvente difusa e exigente, o que constitui um desafio e, simultaneamente, uma excelente oportunidade de emprego num quadro de cooperação internacional.

De modo particular, esta missão dos Fuzileiros na Lituânia representa o regresso desta força às missões internacionais de elevada visibilidade, traduzindo, assim, uma orientação de retomar a participação dos Fuzileiros em Forças Nacionais Destacadas.

Esta missão constitui, ainda, uma oportunidade de excelência para dar a conhecer as qualidades militares e humanas do Fuzileiro Português, quer no desempenho, quer no relacionamento interpessoal, traduzindo uma imagem de competência e prontidão.

Fuzileiros!

Ser Fuzileiro é ser herdeiro dos valores da honra, da disciplina e da coragem, que são o legado da mais antiga Força Militar constituída com carácter permanente em Portugal, com quase quatro séculos ao serviço da Pátria.

Uma Força Militar que, desde a sua criação, esteve presente em todos os teatros de guerra onde Portugal se viu envolvido: nas guerras de recuperação do Brasil, nas guerras da Independência, com o Marquês de Nisa no Mediterrâneo, na guerra civil e na guerra de África; combateram na Europa, na América, na Ásia e em África, na afirmação da nacionalidade, na expansão do Reino e na defesa da Pátria, diferenciando-se, desde a sua génese, pela capacidade de operar no mar e a partir do mar.

Após 1961, os Fuzileiros não faltaram ao chamamento da Pátria, nos teatros de operações da guerra de África, nos rios, bolanhas e matas da Guiné, na frente fluvial do rio Zaire, no Leste de Angola, nas margens do Lago Niassa, em Cabo Delgado e em Tete. O de-sempenho da infantaria de Marinha, forjada pelo rigor da vida no mar e na aspereza do serviço em terra, ficou registado em numerosos louvores e condecorações que foram atribuídas, mas, também, nas páginas anónimas da história e na alma daqueles que foram os seus protagonistas.

A cerimónia de hoje cumpre, desta forma, um dever de memória que nos cabe honrar e perpetuar.

Os Fuzos – esses – sempre disseram, e dirão, prontos! Bem-hajam!

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O DESEMBARQUE • n.º 31 • Novembro de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Amigo de Farda...Neste teu diaFuzileiro Amigo...Que ficas preso Nos teus silênciosMais um Ano de DedicaçãoAtento à voz, da Tua Pátria e Nação...

Não pensas nos teus sonhos...Apenas às necessidadesDo teu camarada e do teu irmãoTeu leito encharcado...Por aqueles que já cá não estão...

Teu pranto silenciado...Pois não te é permitidoMostrar “fraquezas” ou sentimentos...Nem teus “medos” ou “tormentos”.

Tua vida dás...Por esta Nossa PátriaPátria, que não te ouve...Nação, que não te vê...Ou sequer pensa em ti...

Te “alimentas”, de esperanças...Desejos de lutar, respirar... Te prostrares peranteA Bandeira do Teu País...

Esse País que muito te ignora...Que por ti nem sequer chora... A Ti Fuzileiro...Que lês estas simples palavras...

Te agradeço Com a mão no coração e Eternamente grata a todos vós...O nunca se terem esquecido de nós. D

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O DESEMBARQUE • n.º 31 • Novembro de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Operação anfíbia com Forças Armadas

da Lituânia

No âmbito das Medidas de Tranquilização da NATO, a decorrer no flanco leste da Europa, a Força de Fuzileiros Portuguesa (FFZ) conduziu, pela primeira vez na história das forças ar-

madas da Lituânia, uma operação anfíbia. A operação ocorreu no dia 7 de agosto e teve lugar no mar Báltico, na região de Palanga.

O objetivo deste treino foi a partilha de conhecimentos e experiên-cias, entre militares portugueses e lituanos, no que concerne ao planeamento e condução deste tipo de operação. Participaram no exercício a estrutura de comando da FFZ, um Pelotão Português, um Pelotão Lituano do Dragoon Battalion e o navio Patrulha P12 “Dzukas” da Marinha Lituana. O vetor de projeção empregue nes-te exercício para garantir o movimento navio terra foi suportado pelos botes de assalto da FFZ.

Enquadrado num contexto de adestramento básico coletivo, a preparação para a condução da operação anfíbia foi dividida em duas fases.

A primeira fase consistiu na definição dos objetivos a atingir com o exercício, o esclarecimento da doutrina relativa ao processo de planeamento e condução de operações anfíbias e a clarificação das condições de segurança necessárias para a condução da ação militar.

A segunda fase consistiu na preparação técnica e tática de to-dos os militares tendo sido realizados treinos parcelares nas se-guintes áreas: procedimentos de desembarque e reembarque em

costa aberta, faina de botes e procedimentos de pedido de apoio de fogos navais.

Finda a consolidação parcelar dos aspetos básicos para a condu-ção de cada uma das fases da operação anfíbia, realizou-se, no dia 7 de agosto, o culminar desta preparação, com a execução de uma operação que permitiu integrar, numa só atividade, a totali-dade dos treinos parcelares previamente realizados.

O exercício iniciou com o embarque da força combinada a bordo do P12 “Dzukas” e posterior movimento para a área de objetivo anfíbio. Paralelamente, na praia de desembarque, a secção de reconhecimento português iniciava o reconhecimento do objetivo, a limpeza da zona de desembarque e informava o Comando da Força Anfíbia sobre as condições de mar que se faziam sentir na praia de desembarque.

Chegada à área de objetivo anfíbio, iniciou-se a fase da ação, que consistiu na projeção para terra da força de desembarque, com o objetivo de neutralizar as posições opositoras.

Cumprida a missão em terra a força reembarcou novamente a bordo P12 “Dzukas” e iniciou a retração da área de operações.

Este exercício constituiu-se, igualmente, como uma oportunidade de excelência, contribuindo para um melhor conhecimento mú-tuo, potenciando a interoperabilidade entre as forças militares portuguesas e lituanas na sua defesa coletiva.

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Cross Training entre os Royal Marines e o Pelboard

No passado mês de Junho, o Pelotão de Abordagem (PELBOARD), subunidade do Batalhão de Fuzileiros n.º1 (BF1), reali-

zou um “Cross Training” com os Royal Mari-nes Britânicos (RMB).

Após uma acção de reconhecimento realizada no dia 12 de Junho com os RMB aos navios em processo de abate, ficou estabelecido que o treino teria du-ração de 2 dias. Deste modo, no primeiro dia o treino decorreu numa vedeta atracada na Base Naval de Lisboa (BNL) e, no se-gundo dia, nos navios em processo de abate, atracados no cais da Margueira. Os treinos foram efectuados nos períodos da manhã e da tarde.

No dia 15 de manhã os RMB e o PELBOARD efectuaram, alterna-damente, uma Acção de Abordagem à vedeta Paiva que se en-contra atracada na BNL. No treino do dia 18 foi efectuada uma

Acção de abordagem conjunta com os RMB e o PELBOARD nas corvetas abatidas que se encontram no cais da Margueira que simulavam navios suspeitos de tráfico de material ilícito. Estes treinos tiveram a participação de 9 militares dos RMB e de 9 mi-litares do PELBOARD.

O treino foi considerado muito proveitoso, uma vez que constituiu uma oportunidade de treino interno da unidade, e igualmente, uma troca de experiências e de aferição de doutrina e tácticas, técnicas e procedimentos, com o objectivo de garantir a intero-perabilidade.

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O exercício SWORDFISH 18 (SF18) realizou-se de 18 a 28 de junho de 2018, contando com a participação das Marinhas Inglesa, Francesa, Espanhola e Italiana, sob a coordenação

da Marinha Portuguesa.

Este exercício realiza-se com uma periocidade bianual, intercala-do com o exercício “Contex Phibex” e teve como cenário padrão, uma Operação de Resposta a Crise (CRO). Foi planeado sob égide do Comando Naval e teve uma expansão internacional pela par-ticipação diversificada de países e meios, que facilitou a consti-tuição de uma força naval de caráter expedicionária, contribuindo para o desiderato de uma melhoria significativa da capacidade de resposta internacional em operações desta natureza, sendo o mar um ambiente favorável para a projeção do poder em terra.

No SF18 participaram 14 navios de guerra (nove dos quais por-tugueses e restantes de Marinhas estrangeiras), uma dezena de aeronaves de diversos países e unidades de mergulhadores. Na componente anfíbia, refira-se a participação de um Batalhão, em-barcado no SPS GALICIA, sob comando de um Oficial da Infantaria de Marinha Espanhola, integrando um Estado-Maior combinado, uma Força de Fuzileiros Portuguesa, um elemento de apoio de serviços e um elemento de assalto anfíbio combinados. Estiveram assim presentes no SF18 um total que ultrapassou mais de 2300 militares empenhados em treinos, no mar, no ar e em terra, ao longo da costa portuguesa, com maior enfoque na costa vicentina.

A FFZ3, juntamente com uma força de escalão Batalhão da Infan-taria de Marinha espanhola, realizou vários treinos nas áreas de exercícios da Península de Troia e Pinheiro da Cruz. Numa fase inicial denominada por Combat Enhancement Training (CET) os

Fuzileiros e a Infantaria de Marinha realizaram um cross training para aferir e melhorar procedimentos de interação com a força congénere aos escalões mais baixos. Este cross training realizou--se num modelo de round robin que abrangeu o tiro de combate (com munição real), o combate em ambiente urbano, as técnicas, táticas e procedimentos (TTP) de deslocamentos e ligação entre forças amigas em ambiente hostil e operação com meios de de-sembarque ligeiros, nomeadamente com as Supercat espanholas (embarcação ligeira semirrígida) e com os botes Zebro Tipo III portugueses.

Após o CET, procedeu-se a fase de Force Integration Training (FIT) com a FFZ3 e a Companhia espanhola (cada uma constituída por um Pelotão português e dois espanhóis) reembarcados no SPS GALICIA, onde planearam cada um ao seu nível, um raid anfíbio para integração de todos os escalões. Em seguida concretizou--se a condução dos respetivos raids a objetivos distintos, um no Pinheiro da Cruz e outro na Península de Tróia.

Por agendamento, realizou-se o Distinguished Visitors Day (DVD) após a fase FIT que abrangeu uma visita às operações navais em curso e uma demonstração anfíbia, com um movimento navio terra navio.

O culminar do exercício na vertente anfíbia teve uma duração de dois dias, denominada Tactical Exercise (TACEX), com o desem-barque do Batalhão na praia da Raposa a fim de garantir uma buffer zone. Nesse sentido o Batalhão dividiu a área de operações em áreas de responsabilidade de escalão Companhia, onde foram efetuados ataques deliberados a objetivos específicos, controlan-do infraestruturas, vias de comunicação e pontos dominantes, reembarcando de seguida toda a força de desembarque.

O SF18 contribuiu de forma significativa para a manutenção dos padrões de prontidão operacionais, numa melhoria considerável dos procedimentos de planeamento ao nível do Estado Maior e permitiu incrementar a interoperabilidade entre as diversas uni-dades participantes. Porém, é de realçar que a interação que tem havido com a Infantaria de Marinha ao longo dos últimos anos, tem facilitado o entrosamento e a compatibilidade, bem patentes na coesão que se tem verificado entre as forças e os comandos envolvidos. Mais uma vez o Corpo de Fuzileiros provou ter ho-mens à altura para operar com forças equiparadas de outros paí-ses, em qualquer cenário e de forma brilhante, honrando sempre o seu legado.

Exercício “SWORDFISH 18”

Guarda-marinha FZ Brito Araújo

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No passado mês de Julho o Pelotão de abordagem, PELBORD, subunidade do Batalhão de Fuzileiros n.º 1 (BF1),

proporcionou um Estágio prático de duas semanas a um Oficial Argelino, no âmbito das relações de cooperação bilateral entre Portugal e a Argélia.

O estágio teve como objectivos evidenciar o dia-a-dia de uma unidade desta natu-reza, as rotinas, actividades, métodos de trabalho e o cruzamento de doutrinas, tác-ticas, técnicas e procedimentos.

O estágio iniciou-se no dia 16 com uma apresentação de capacidades e valências do PELBORD e estabelecimento dos pri-meiros contactos com os militares desig-

nados como responsáveis pelo seu acom-panhamento e desenvolvimento.

O estagiário teve assim oportunidade de participar em diversas actividades orien-tadas pelos militares do PELBOARD, entre as quais: tiro com armamento portátil, treino de luta corpo a corpo, combate em espaços confinados (CQB), treinos de Visit Board Search and Seizure (VBSS,) que se realizaram a bordo de um navio já abatido e atracado na Base Naval de Lisboa (BNL). Outra fase do estágio decorreu nas ins-talações da Escola de Fuzileiros onde se praticou Rappell e Fast-rope na torre an-fíbia e, como não podia deixar de ser, se visitou o Museu do Fuzileiro.

Este estágio foi muito proveitoso uma vez que também constituiu uma oportunida-de de treino interno da unidade e, igual-mente, uma troca de experiências e de aferição de doutrinas, táticas e técnicas empregues com o objetivo de garantir a interoperabilidade.

Decorreu entre os dias 11 e 23 de julho o exercício “Mar Verde 1801” que encerrou a componente tática do

curso de formação de sargentos fuzileiros,

1.ª edição de 2017.

Nestes 12 dias de exercício, os alunos ti-veram de pôr em prática todos os conheci-mentos adquiridos nos quase 9 meses de curso, na condução e emprego de botes de assalto, planeamento e condução de

operações ofensivas, operações anfíbias, reconhecimento, combate em áreas edifi-cadas e reação a emboscadas.

O exercício “Mar Verde” decorreu nas áreas de Melides, Pinheiro da Cruz, Troia e Estuário do Sado, proporcionando uma área de operações diversificada e com as dimensões necessárias para um treino exigente e realista.

A tradicional Marcha Final, ocorreu na madrugada de dia 23 de julho, com um percurso de marcha de 52 km, desde a praia de Albarquel até à Porta de Armas da Escola de Fuzileiros, realizado em pouco mais de 10 horas.

À chegada, os 20 alunos do Curso de For-mação de Sargentos foram recebidos pelo Comandante do Batalhão de Instrução, Capitão-de-Fragata SEF Rodrigues Pal-ma, que deu as boas vindas aos futuros sargentos. Seguiu-se uma breve cerimó-nia de entrega das divisas de Segundo--Sargento que ficarão agora à guarda dos alunos até à cerimónia de promoção.

Estágio Prático no PELBORD

Curso de Formação de Sargentos Fuzileiros

Exercício “MAR VERDE 1801”

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Decorreu no dia 3 de agosto de 2018, na Escola de Fuzileiros, a cerimónia de Juramento de Bandeira dos Cur-

sos de Formação Básica de Oficiais Fu-zileiros, 2ª. Edição de 2018, e Formação Básica de Praças, 2.ª Edição de 2018.

As Forças em parada, com o Estandarte Nacional integrado, foram comandadas pelo Capitão-de-fragata do Serviço Espe-cial Fuzileiro Rodrigues Palma, Coman-dante do Batalhão de Instrução e Diretor Técnico-Pedagógico e constituídas por: Guião do Batalhão de Instrução e quatro Companhias do Batalhão de Instrução, integrando os formandos dos Cursos de Formação de Oficiais Fuzileiros (1.ª Edição de 2017) e de Formação Básica de Ofi-ciais Fuzileiros (2.ª Edição de 2018), pelos formandos do Curso de Formação de Sar-gentos Fuzileiros e pelos formandos dos Cursos de Formação de Praças Fuzileiros (2.ª Edição de 2017) e Formação Básica de Praças (2.ª Edição de 2018).

A cerimónia foi presidida por S.ª Ex.ª o Co-mandante Naval Vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, tendo decorrido com par-ticular brilho e dimensão, apenas possível pela adesão extremamente significativa das famílias dos formandos, a quem a Escola de Fuzileiros endereça o seu mais profundo agradecimento.

A cerimónia de Juramento de Bandeira, na qual assumiram perante o Estandarte Nacional, como portugueses e como mi-litares, defender a sua Pátria mesmo com

o sacrifício da própria vida, foi o culmi-nar de um período de cinco semanas de formação, iniciado no dia 02 de julho de 2018, com o objetivo principal de habilitar os cidadãos com uma preparação militar geral. A solenidade do ato foi reforçada pela Exortação aos Formandos por parte do Comandante do Batalhão de Instrução e Diretor Técnico Pedagógico Capitão-de--fragata do Serviço Especial Fuzileiro Ro-drigues Palma, bem como pela Alocução de S.ª Ex.ª o Comandante Naval Vice-al-mirante Henrique Gouveia e Melo, tendo ambos congratulado os formandos pelo sucesso alcançado e sublinhado o lega-do histórico da Escola de Fuzileiros como exemplo da excelência na formação.

Para a frequência do Curso de Formação de Oficiais Fuzileiros (2.ª Edição de 2018) apresentaram-se 20 elementos, tendo 10 concluído o período de formação com sucesso. Por seu turno, para o Curso de Formação Básica de Praças (2.ª Edição de 2017), apresentaram-se na Escola de Fuzileiros 67 elementos, destinados so-mente à classe de Fuzileiros (FZ). Destes, 21 formandos concluíram este período de formação com sucesso.

Durante o período de formação foram ministradas diversas temáticas, nas ver-tentes teóricas e práticas, que abrangem as áreas de Organização e Regulamentos, Socorrismo, Infantaria, Comunicações Internas, Armamento e Tiro e Educação Física. Foram ainda efetuadas diversas

palestras que abrangeram os temas da formação cívica ou o consumo de drogas, álcool e tabaco. De referir que no final desta formação básica, todos os forman-dos ficam habilitados com o Curso Básico de Socorrismo.

Atentos às mudanças conjunturais da so-ciedade civil e decorrente de um processo interno de análise de oportunidades de melhoria contínua, teve lugar em 7 de ju-lho de 2018, coincidindo com o tradicional “Dia do Fuzileiro”, o “Dia da Família”.

Este dia tem como enfoque os familiares e amigos dos formandos, numa perspe-tiva de divulgação da instituição militar e da Escola de Fuzileiros, desmistifican-do a formação militar, apresentando os objetivos da formação básica de praças e as condições habitacionais, de lazer e didáticas em que vai decorrer. Ou seja, pretende-se estabelecer a ponte entre as dimensões familiar e a militar, contribuin-do de forma proactiva para a informação e assim potenciar a construção formativa de cada aluno.

No dia 6 de agosto de 2018 os formandos, já militares, retornaram à Escola de Fuzi-leiros desta feita para iniciar os respetivos Cursos de Formação de Oficiais e Praças Fuzileiros, conforme categoria, os quais os habilitarão com a formação específica.

Juramento de Bandeira dos Cursos de Formação Básica de Oficiais Fuzileiros

e de Formação Básica de Praças2.ª Edição de 2018

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No âmbito da participação da Força de Fuzileiros nas “medi-das de tranquilização” desenvolvidas na Lituânia decididas pela North Atlantic Treaty Organization (NATO) materializou-

-se a participação de Portugal no Exercício Flaming Sword 18 (FS18) através de um grupo de combate, pertencente ao Des-tacamento de Ações Especiais (DAE). Inserido na Força Nacional Destacada - Força de Fuzileiros Lituânia 2018 (FND FFZ LTU 18) como Special Operations Maritime Task Unit (SOMTU) foi possível participar de novo neste reconhecido exercício internacional de forças de operações especiais (Special Operations Forces – SOF) no período de 21 de maio a 8 de junho de 2018 na Lituânia (LTU). A participação da SOMTU da FND FFZ LTU 18 no Exercício FS18 ocorre na sequência do convite endereçado a Portugal pelo Spe-cial Operations Component Command - Lithuania (SOCC-L), face à participação do Destacamento de Acções Especiais (DAE) no ano transato neste mesmo exercício.

A SOMTU conjuntamente com unidades SOF de 9 países aliados, desenvolveu ações num cenário realista, complexo e exigente fo-cado no contexto da guerra híbrida e de conflito armado.

A SOMTU participou enquanto Task Unit (TU) integrante do Spe-cial Operations Maritime Task Group 30 (SOMTG-30), com ele-mentos dedicados ao Estado-Maior (EM) do referido SOMTG e no Exercise Control (EXCON). O SOMTG-30 foi liderado pelo Koviniu Naru Tarnyba (KNT), unidade lituana congénere do DAE.

No contexto do cenário criado para este exercício foi decidido que o EM do SOMTG deveria operar em ambiente semi-permissivo, tendo começado a operar a partir de instalações não militares. O empenho dos elementos nacionais nas respetivas células foi constante tendo desenvolvido trabalho e produtos em apoio a todas as TU e em todos os quadrantes necessários ao funciona-mento do EM do SOMTG.

Durante o exercício foram desencadeadas três operações sob responsabilidade nacional, desenvolvidas pela SOMTU. A primei-ra operação consistia num Reconhecimento Especial (RE), na re-gião de Silute, para encontrar e fixar grupos armados de um país vizinho envolvidos em atividades transfronteiriças. As atividades destes grupos armados visavam estabelecer as condições iniciais para uma invasão da Lituânia, restringindo o apoio da NATO a sul através da Polónia. Esta ação recorreu a técnicas, táticas e procedimentos (TTP) de baixa visibilidade com recurso a viaturas descaracterizadas. No decorrer desta ação foram identificados in-divíduos suspeitos de pertencerem a um grupo armado, na numa zona residencial da cidade de Pagegiai. A SOMTU preparou-se para executar uma Ação Direta (AD), ao mesmo tempo que con-tinuava a recolher informações e a refinar o panorama de situ-ação. Para a AD, a SOMTU planeou e executou uma operação, tendo sobre o seu comando uma equipa do KNT, uma equipa de

Participação dos Fuzileiros no maior exercício de Operações Especiais do leste da Europa

antiterrorismo da Polícia Lituana denominada ARAS e uma equi-pa da Polícia de Fronteira denominada SBGS. No final da ação, foi eliminada uma célula pertencente ao referido grupo armado, resultando na apreensão de armamento diverso e recolha de informações. Com a evolução do cenário, a segunda operação decorreu no seio de uma invasão parcial do território da Lituânia, tendo a SOMTU ocupado uma casa segura a fim de se imiscuir na população reduzindo de forma significativa a assinatura das suas ações. Esta segunda operação, decorreu de igual forma na re-gião de Silute, que se encontrava agora completamente ocupada. A missão atribuída tinha como objetivo identificar positivamente uma antena de Signals Intelligence (SIGINT), nas proximidades da cidade de Silute. Com as vias terrestres controladas, os ele-mentos do DAE efetuaram uma ligação com as forças voluntárias de defesa nacional lituanas Krašto Apsaųgos Savanoriu Pajėgos (KASP) com o intuito de serem inseridos de forma discreta na área de operações. Neste sentido, a SOMTU efetuou Assistência Militar (AM) à equipa do KASP em Silute potenciando os seus recursos, ao mesmo tempo que dinamizou as TTP a ser empregues em ações de reconhecimento. Esta ação culminou com o assalto do KASP às instalações identificadas e posterior neutralização das antenas e equipamentos de comunicações. De salientar ainda, que a SOMTU se configurou para efetuar uma AD com inserção ribeirinha, sem que tal se viesse a verificar. A terceira operação decorreu após um salto de cem dias no cenário com grande parte do território da Lituânia sob ocupação. A SOMTU teve como mis-são efetuar RE Hidrográfico, com o apoio do Instituto Hidrogáfico (IH) da Marinha Portuguesa a fim de providenciar uma imagem detalhada da costa do Mar Báltico, para futuros desembarques anfíbios aliados.

Os Exercícios FS decorrem anualmente na Lituânia desde 2012 e têm revelado um elevado potencial na vertente do treino de ope-rações irregulares, nomeadamente pela riqueza do cenário criado para o efeito que procurar recriar a ocupação do território lituano por parte de uma força com supremacia militar.

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Entre 4 e 14 de agosto a Marinha, através do Corpo de Fuzi-leiros, apoiou a Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC) nas operações decorrentes do incêndio no concelho de Mon-

chique. Foram empenhados nesta tarefa um total de 40 militares e 5 viaturas e provenientes do Batalhão de Fuzileiros n.º 2 (BF2), do Batalhão de Fuzileiros n.º 1 (BF1) e dos diversos Departamen-tos do Corpo de Fuzileiros.

Foi atribuído a esta Força um vasto leque de tarefas com ênfase para a vigilância pós-rescaldo, mas realizaram-se ainda outras, de carácter singular, como foi o caso do apoio ao Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico, no concelho de Silves, tanto na prevenção como na evacuação dos Linces para local seguro. Em simultâneo, os Fuzileiros apoiaram as autoridades na evacuação da população da Vila de Monchique, bem como no controlo de pontos críticos e na extinção de um foco de incêndio numa ga-ragem junto dos Bombeiros Voluntários de Monchique, evitando que este assumisse contornos de maior dimensão e ainda, em patrulhas de prevenção, escoltas de pessoas evacuadas, desobs-trução de vias de comunicação e na cooperação com equipas de bombeiros em ações de combate e rescaldo.

Numa segunda fase, os Fuzileiros apoiaram com ações de rescal-do e vigilância ativa na área entre a Vila, as Caldas de Monchique e a Fóia, essencialmente quando o incêndio se expandiu em di-reção a Silves. Na sequência de um reacendimento que atingiu grandes proporções, próximo de casas de primeira habitação, desta Força viu-se empenhada na contenção do fogo até à che-gada dos bombeiros ao local.

A par deste empenhamento, a Marinha tem apoiado a ANPC e o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), durante a época de verão. O apoio prestado, tem sido efetuado a coberto de protocolos, sendo que o apoio à ANPC se realiza no âmbito do “Plano Hefesto”, com pelotões para vi-gilância ativa e ações de rescaldo e pós rescaldo, e o apoio ao ICNF, tem decorrido no âmbito do “Plano Faunos”, através da realização de patrulhas dissuasoras em 6 distritos na faixa litoral, cobrindo 12 áreas de missão, com um total de 12 equipas. Acresce que, em períodos de risco de incêndio considerado mais elevado, tem havido um reforço de patrulhamento de áreas de maior risco no âmbito do “plano Hefesto”.

Este empenhamento dos Fuzileiros no concelho de Monchique em apoio à prote-ção civil foi, uma vez mais, muito gratifi-cante pelo auxílio prestado às populações na salvaguarda e proteção dos seus bens.

Apoio à Autoridade Nacional de Proteção CivilMonchique 2018

Comando do Corpo de Fuzileiros

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homenagem

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O Marinheiro “Ericeira”

O Marinheiro FZ Eduado Henriques Pereira, de alcunha no meio militar “O Ericeira” e “O Côca” entre os colegas de escola, teria completado precisamente 73 anos no passado dia 6 de Julho se um triste incidente lhe não tivesse ceifado a ainda curta vida, numa operação no Leste de Angola, naquela fatídica noite de 21 de Maio de 1969.

Apesar da curta vida o homem deixou rasto!

Tanto nos vários louvores que lhe foram atribuidos pelos seus comandantes como em vários textos que lhe foram dedicados. Neles sobressaem as suas qualidade de combatente: a valentia, o destemor e espírito indomável sempre à mistura com alguma irrequietude e desprendimento pela vida, próprios da juventude.

Era um Marinheiro aventureiro que não perdia a oportunidade de namoriscar moça que lhe agradasse, irreverente como muitos outros, não enjeitava uma boa briga, mas de uma enorme lealdade para com os seus camaradas.

Não hesitava perante o perigo e implacável perante o inimigo, o que talvez lhe tenha sido fatal.

Apesar do muito que já se escreveu sobre ele, o Ericeira continua a ser objecto de muitas conversas de caserna que relatam os seus feitos.

Muitas histórias são ainda contadas com muito carinho por camaradas que com ele conviveram e partilharam momentos difíceis mas também divertidos.

Era também, e pelos vistos continua a ser, uma pessoa querida na sua terra.

Em Abril de 2016, os camaradas do DFE 9 reuniram-se na Ericeira para então lembrar este seu camarada de armas e o evento foi noticiado no jornal local nestes termos:

“CÔCA HOMENAGEADO HOJE

Hoje, sábado dia 9 de Abril, ao meio dia, um grupo de cerca de trinta antigos militares, colegas do “Côca” na Guiné, prestaram-lhe uma homenagem, depositando um ramo de

flores junto à placa toponímica com o seu nome, contando com a presença dos primos do homenageado, António e Isidoro.

Este Jagoz que morreu no Ultramar já tem uma rua na Vila da Ericeira com o seu nome Eduardo Henriques Pereira.”

Parecem, estas, boas razões para que a Revista “O Desembarque” relembre e homenageie este combatente indómito, um dos nossos melhores, e lhe dedique uma especial homenagem na passagem do aniversário da sua morte.

Escolhemos para tal um excelente texto escrito, na primeira pessoa, pelo senhor Comandante Metelo de Nápoles, que foi seu coman-dante na primeira comisssão do nosso Ericeira no DFE 9, Guiné, de Fevereiro de 1964 a Fevereiro de 1966.

Este é o tempo de o fazer!

Eduardo Henriques Pereira

Marinheiro Fuzileiro Especial, nascido no dia 6 de Julho de 1945 na freguesia da Ericeira, concelho de Mafra, mobili-zado para servir no Comando Naval de Angola integrado no Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 2.

Faleceu no dia 21 de Maio de 1969. Tinha 23 anos de idade.

Está sepultado no talhão militar n.º 1 do cemitério da freguesia da sua na-turalidade

O Desembarque

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homenagem

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O “Ericeira”

O volume CI dos Anais do Clube Militar Naval correspondente a Janeiro a Março de 1971, inseria um artigo sob a seguinte rubrica: “RECORDAR É VIVER – por rios e Tarrafe”, da au-

toria do Senhor Comodoro Malheiro do Vale.

O grande personagem desse artigo é o falecido 9549 MAR FZE Eduardo Henriques Pereira, conhecido por “ERICEIRA”, que leal e devotamente me serviu como ordenança, durante dois anos em que comandei o DFE 91 na Guiné.

Prudentemente, o autor desse artigo escreveu como primeira fra-se:

– “Esta é a história verdadeira (apenas difere nos pormenores) de um fuzileiro que conheci na Guiné”.

Com a devida vénia, é sobre esses pormenores que venho falar para que sobre a História desse fuzileiro, não fiquem impressas algumas anotações menos precisas, e que possam porventura alterar no tempo, o retrato desse personagem.

Não tinha a intenção de escrever para os anais, mas porque se falou do Ericeira, embora de forma brilhante, mas não comple-tamente exacta, não posso ficar em silêncio. Até em nome da lealdade com que ele sempre me serviu, venho cumprir o dever de completar a sua história.

A comissão a que o artigo “Recordar é Viver” se refere, teve início para o “Ericeira” em 1966, ou seja cerca de 3 meses após ter terminado a co-missão na DFE 9, também na Guiné (de Fevereiro de 1964 a Fevereiro de 1966).

Isto significa que a primeira parte deste artigo, ou seja aquela em que aparece o personagem como um recém-chegado, a tremer de medo, não se ajusta ao “Ericeira”, que era já um vete-rano do DFE 9.

Em muitos casos essa imagem descrita, do recém-chegado do chamado “maçarico”, poderia estar certa e apenas desfasada no tempo visto que é uma limitação inerente ao homem, essa de lhe tremer a carcaça perante a expectativa daquilo que lhe pode trazer a morte.

Porém o “Ericeira” desembarcou com o DFE 9, despreocupada-mente, desde a sua 1.ª até à 44.ª operação.

Desembarcou para a sua 1.ª operação, nos seus 18 anos, cabelo aloirado, olhos azuis, ar jovial, pleno de energia, olhando o pe-rigo desportivamente, quase inconscientemente, bem de frente, distribuindo gracejos na sua voz forte, de cabeça bem erguida e boina descuidada, irradiando simpatia.

Era naturalmente expansivo e muito conversador, com a cultura inerente às habilitações que adquirira no 1.º ciclo do liceu.

Bem depressa se tornou uma figura popular, a ponto de se po-der afirmar que quem conheceu o DFE 9 na Guiné, conheceu o “Ericeira”.

1 Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 9

Não era rapaz para recear “cobras ou la-gartos”! Era forte, irrequieto e naturalmen-te destemido; era correcto, leal e amigo de todos os camaradas; para com os su-periores era respeitador, disciplinado e até humilde.

Logo que se lhe distribuía uma tarefa, corria alegremente em pas-sadas largas e firmes, feliz por correr e por servir.

Quando admoestado pelas suas distrações, entristecia-se como uma criança e, logo a seguir, vendia alegria.

O “Ericeira” era uma autêntica “força da natureza”!

Quando algum camarada era ferido ou adoecia, carregava ime-diatamente o seu equipamento e armamento. Repetidas vezes o fez, mesmo após pesados esforços e sempre de vontade própria.

Nas primeiras operações, algumas vezes o admoestei porque, ao soarem os primeiros tiros, como que por encanto, eu ficava sem ordenança, pois ele saltava imediatamente em direcção ao inimigo.

Passou depois a permanecer junto de mim, embora como uma mola comprimida, até que certo dia em que uma granada de bazuca, disparada traiçoeiramente pelo inimigo, nos levou a vida do Manuel.

O sopro da granada atirou o “Ericeira” ao chão, mas tão depressa caiu como se ergueu e com sede de justiça estampada no rosto, pediu-me que o libertasse. Fazia-me falta como ordenan-ça, mas mais ainda eu desejava ver o inimigo afastado, para cuidar dos feridos.

Num ápice, pegou numa metralhadora e como se transportasse uma pena, saltava no mato em busca do inimigo, lembrando um gazela.

A boa estrela ainda estava com ele!

Um dia veio gozar licença à Metrópole e, dias após o seu regres-so, alguém me exibiu um jornal com larga reportagem sobre o salvamento que efectuou dum pescador da Ericeira, que havia

Horácio Metelo de Nápoles

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homenagem

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caído ao mar, com mau tempo e que a rede prendeu.

Pedi-lhe pormeno-res e perguntei-lhe se o Delegado Ma-rítimo o teria pro-posto para a me-dalha de socorros a náufragos.

Soltou uma des-prendida gargalha-da e disse:

– “Então aquilo não teve importância nenhuma”!

Na verdade não teve importância, porque mais tarde viria a rece-ber uma medalha de socorros a náufragos, por na Guiné ter salvo um nativo que caíra a um rio caudaloso.

Em Angola, foi louvado por ter salvo um camarada que caíra a um rio, ao ser gravemente ferido em combate.

Ainda em Angola, voltou a ser louvado, porque à custa de algu-mas queimaduras, arrebatou à morte uma criança numa barraca dum bairro indígena, em chamas.

Entardecia após duros contactos com o inimigo e era conveniente atravessar um riacho para encurtar caminho para o ponto de re-embarque, porque o praia-mar se escapava e corríamos o risco de só podermos reembarcar no praia-mar seguinte.

As águas eram lodosas e sabíamos que os crocodilos as habi-tavam. Desembaraçada e voluntariamente, o “Ericeira” saltou à água, nadou transportando uma corda para a outra margem e voltou a atravessar dezenas de vezes, transportando o material e ajudando os camaradas de três Destacamentos de Fuzileiros Especiais.

Poderia contar mais episódios a somar ao artigo “Recordar é Vi-ver”, mas suponho que o personagem já está apresentado bem próximo do seu retrato. Aproveito, no entanto, a oportunidade para me penitenciar, visto que com receio de que alguém admi-tisse algo a favoritismo em relação à ordenanças do Comandante, apenas contribuí para que lhe fosse concedida a medalha de mé-rito militar de 4.ª classe.

O “Ericeira” regressou à Metrópole, mas o “sangue fervia-lhe nas veias” e ainda mal recomposto duma crise de paludismo que lhe diminuiu algum peso, partiu três meses depois, mais uma vez como voluntário num Destacamento de Fuzileiros Especiais, ou seja para a tal comissão referida em “Recordar é Viver”.

E desta vez foi bem consciente, para essa Guiné escaldante, tão sua conhecida!

Esteve apenas o tempo suficiente, para matar saudades da sua querida Mãe, dos seus familiares e dos seus numerosos amigos.

Um dia encontrei o seu novo Comandante e com mágoas sou-be que não estava a agradar no aspecto disciplinar. Ele gostava de se divertir e as diversões na Guiné pouco podem ir além da cerveja e dos camarões. Gastava o que possuía para que à sua volta houvesse alegria. Sempre assim foi, mas os seus antigos camaradas do DFE 9 não lhe facilitaram que esbanjasse o dinhei-ro. Agora era um veterano, livre da tutela de alguns amigos e já podia exceder-se!

A notícia chegou-nos seca: - “O Ericeira” está preso no Corpo2. Consta que fez rebentar uma granada no aquartelamento.

Não mais ele poderia ser promovido ou reconduzido no serviço activo e, por instantes, tive a sensação de que eu próprio fora castigado.

O “Ericeira” estava um pouco triste, por ter que mudar de vida, mas sentia-se recompensado, porque trazia consigo uma mere-cida cruz de guerra e mais alguns episódios sensacionais para relatar aos amigos.

Disse-me, em certo tom de amargura, que tencionava ir para a marinha mercante, porque a sua carreira na Arma-da estava definitivamente cerceada.

Estudei alguma legislação, procurando descobrir um meio que lhe permitisse continuar na Armada, após o que procurei contactar com ele, mas o Ericeira tinha partido para Angola (apenas três meses depois do regresso da Guiné), de novo como voluntário e de novo num Destacamento de Fuzileiros Especiais,

mesmo sabendo que nada atinha a esperar da Marinha!

No dia 16 de Outubro de 1969, saiu da capela de S. Roque o funeral do Eduardo, a caminho da Ericeira.

2 Nome corrente dado ao antigo Corpo de Marinheiros da Armada

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homenagem

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Ainda distante da povoação vários automóveis se incorporaram no cortejo. E foi impressionante ver imensa gente que se estendia na entrada e se incorporava no funeral, a pé. O comércio encer-rou as portas e aquela urna heróica foi dignamente homenageada pelo povo da Ericeira.

Mas as únicas fardas de Marinha que o acompanharam foram a minha e a dum grumete seu amigo, ambas a título pessoal, es-tando também presente o Delegado Marítimo da Ericeira. Perante esta falha, não tardou que sua Ex.ª o Ministro promulgasse em

Ordem da Armada as necessárias instruções para que no futu-ro a Marinha esteja devidamente representada em semelhantes casos.

Oxalá que o “Ericeira” tenha sido o último fuzileiro morto em com-bate, esquecido pela Marinha, que tão dificilmente tem apreciado essa classe tão generosa em honra da Armada, a troco de muito suor, algumas lágrimas, algum sangue e pouco dinheiro!

Metelo de NápolesCMG Ref

Revista “O Desembarque”

Caros Sócios, Camaradas, Amigos e Colaboradores Permanentes,

Antes de mais cumpre agradecer a pronta resposta que vem sendo dada pelos nossos colaboradores mais efectivos e a de todos quantos, embora menos regularmete, nos enviam textos para publicação.

Só assim se torna possível manter a edição de “O Desembarque” com a regularidade e qualidade que pretendemos.

Mais uma vez recomendamos que os textos devem ser remetidos via correio electrónico, em documento “Word” e as fotografias (se possível legendadas) deverão possuir qualidade gráfica e enviadas como anexos e não já integradas nos textos.

Os artigos (cartas ao Director, notícias, crónicas, lendas e narrativas, opinião, cultura e memória, pequenas histórias, poesia, etc., etc.) serão publicados se a Direcção da AFZ e a Redacção de “O Desembarque” considerarem que têm qualidade e estiverem de acordo com a sua linha editorial, sem prejuízo de os textos poderem ser revistos, adaptados e reduzidos se os respectivos autores, expressamente, a tal se não opuserem, quando da remessa dos seus artigos.

No caso de, na Redacção da revista, se juntar um número de trabalhos que ultrapasse a dimensão de “O Desembarque” (em princípio, 52 páginas) publicar-se-ão os artigos pela ordem de entrada ou dos registos dos acontecimentos, se a qualidade for considerada equivalente, designadamente, no caso de relatos de convívios ou encontros de que disponhamos de textos e fotos, nas condições de qualidade já definidas.

Quanto às Delegações, torna-se imprescindível a sua colaboração atempada, enviando fotos (com qualidade gráfica) dos eventos da sua responsabilidade, acompanhadas de um texto simples e sintético mas que permita aos responsáveis pela edição/publicação da Revista perceberem, minimamente, o evento, ou seja: identificação das Entidades e outros convidados presentes; estimativa total de presenças; impacto do evento na Região/Delegação/AFZ; entre outros aspectos que entendam, por bem, deverem ser tornados públicos.

Contamos com todos!

A Direcção da AFZ e Redacção de “O Desembarque”

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dezdejunho

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Homenagem aos Combatentes em BelémXXV Encontro Nacional

10 de Junho de 2018

A Associação Nacional de Fuzileiros participou, mais uma vez, no Encontro Nacional de Combatentes que tradicionalmente tem lugar no dia 10 de Junho em Belém, junto ao Monu-

mento aos Combatentes do Ultramar.

Além do Presidente da Direcção, capitão-de-mar-e-guerra Ma-nuel Seabra, muitos Veteranos FZ quiseram estar presentes e participar no desfile pelo memorial numa atitude de grande res-peito por todos os camaradas que, chamados a servir a nação, combateram e combatem pela nossa Pátria.

Também nas reuniões de planeamento que antecederam este importante evento anual, a AFZ esteve representada por um ele-mento da Direcção procurando assim dar contributos para que esta cerimónia seja digna dos homenageados e conta continuar a fazê-lo.

A cerimónia de homenagem aos combatentes decorreu com a in-tervenção do coronel Américo Henriques, após a cerimónia inter--religiosa católica e muçulmana e as palavras do presidente da Comissão Organizadora, general Carvalho dos Reis, que salientou que a Nação tem uma enorme dívida, nomeadamente em relação aos que voltaram da Guerra Colonial deficientes e que deve dar--lhes clara prioridade.

Foi ainda lida uma mensagem de Sua Ex.ª o Presidente da Repú-blica que referiu “nesse caminho saibamos saudar e homenage-ar, através da Associação dos Deficientes das Forças Armadas, aqueles que mais sofreram na Guerra de África, os nossos De-ficientes das Forças Armadas, a quem é da maior justiça que a Pátria saiba respeitar concedendo-lhes as ajudas mais do que merecidas”.

Referiu também que, “nos diversos campos de batalha, os com-batentes do Corpo Expedicionário Português enfrentaram com in-vulgar bravura e reconhecido sacrifício os mais cruéis confrontos do conflito armado”.

O Chefe do Estado espera ainda que “saibamos tam-bém aceitar os novos desafios com a coragem e a de-terminação legadas por um passado honroso e ilustre, rumo a um futuro cada vez melhor”.

O Presidente de República referiu também que “para trás terão ficado pedaços de humanidade que até hoje não soubemos resgatar”.

Foram entretanto depostas coroas de flores junto ao Monumento pelas diversas entidades presentes e os guiões e grupos de antigos combatentes desfilaram perante a chama eterna e pelas lápides evocativas dos nomes daqueles que tombaram ao serviço de Portugal.

O evento foi finalizado com a passagem de uma ae-ronaves da Força Aérea e com um salto de pára-que-distas, tendo culminado com um almoço-convívio no jardim junto ao Monumento.

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reunir numa mesma data, na «Escola Mãe», todos quantos ser-viram e servem este Corpo de Tropas Especiais desde de 1961 até à actualidade.

Naturalmente que o universo de participantes foi consideravel-mente alargado com o nascimento da Associação de Fuzileiros, fundada em 29 de Março de 1977 que, com as respectivas De-legações, Sócios, Familiares, Convidados e o apoio da Autarquia local, têm emprestado ao evento um impulso digno de registo.

Sendo um dos objectivos principais da Associação de Fuzileiros promover, de forma permanente, o convívio entre antigas e novas gerações de Fuzileiros, alguns eventos tiveram a mais significati-va expressão no percurso efectuado:

A Reserva Naval nos FuzileirosPara uma mais completa memória histórica

Manuel Lema Santos

A temática «Fuzileiros» tem vindo a ser abordada com a fre-quência que lhe é devida institucionalmente pelo prestígio de que disfrutam, quer dentro da Marinha quer fora dela,

amplamente justificado pela forma como se empenham e levam a cabo as complexas e diversificadas missões operacionais que lhes são cometidas ao serviço do País.

Sendo a Escola de Fuzileiros um estabelecimento de ensino com mais de meio século de existência, nesse já tão alargado percur-so temporal, muitos foram os eventos que marcaram de forma significativa um caminho de valores, sendo que dever, honra, dig-nidade, amizade, camaradagem, solidariedade e entreajuda são atributos dos fuzileiros, ao serviço da cidadania em geral.

A Associação de Fuzileiros rege-se pela Lei e pelos seus Estatu-tos e Regulamentos, congregando em especial fuzileiros, oficiais, sargentos e praças nas situações de activo, reserva, reforma ou licenciamento de marinha, os seus familiares directos e outras pessoas que, voluntariamente, adiram aos princípios e aos valo-res plasmados naquele documento.

Tem também como missão e fins promover os laços e os contac-tos entre todos os sócios que sentem orgulho em integrar aquela Associação, por terem interiorizado, partilharem e defenderem o que já que constitui um traço genético herdado da Casa-Mãe, a Marinha.

“Pensar o passado, compreender o presente, preparar o futuro...”

Escola de Fuzileiros - Porta de Armas e Parada

O Corpo de Fuzileiros com o apoio da Associação de Fuzilei-ros, organiza anualmente o «Dia do Fuzileiro», evento destinado a

• Comemoração do “50.º Aniversário da Escola de Fuzileiros”, levada a cabo em 3 de Junho de 2011 naquele prestigiado Estabelecimento de Ensino, com a presença das mais altas individualidades da Marinha;

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• Inauguração do «Monumento ao Fuzileiro”, em 2 de Julho do mesmo ano, no Barreiro, com o apoio da autarquia local e a presença de altas individualidades da Marinha e do País. Ficou localizada na Praça dos Fuzileiros Navais, frente às ins-talações do Hipermercado Continente;

Com o apoio da Direcção da Associação de Fuzileiros, foram criadas diversas Delegações, alargando a área de influência e participação das populações, no âmbito de múltiplas actividades culturais, desportivas ou de convívio.

São disso exemplo as Delegações de Fuzileiros do Algarve, Beira Alta, Douro Litoral, Juromenha/Elvas, Polícia Marítima e ainda o Núcleo de Motociclistas da Associação de Fuzileiros e a Rádio “Filhos da Escola”.

Também uma obrigatória referência à empenhada participação da Associação de Fuzileiros na Unidade do Corpo de Cadetes do Mar Fuzileiros, à Divisão do Mar e das Actividades Lúdicas e Desportivas, culminando com a regular publicação da Revista da Associação, “O Desembarque”.

Merecedora de crítica seria a atitude de não referir o importante papel que a Associação de Fuzileiros representará no apelo à pes-quisa, recolha, tratamento, conservação e divulgação adequada das memórias históricas e espólios da temática fuzileiros, fruto da participação efectiva de associados, por via do empenhamento pessoal, enquanto militares, nas missões em que terão estado integrados.

Terá ganho especial relevância num passado recente o período compreendido entre 1961 e 1975 da Guerra do Ultramar, em que as primeiras Unidades formadas na Escola de Fuzileiros a saber: Companhias de Fuzileiros Navais (CF), Destacamentos de Fuzilei-ros Especiais (DFE) e ainda Pelotões Independentes de Fuzileiros ou de Reforço tinham como destino, quase invariavelmente, os teatros de guerra de Angola, Moçambique, Guiné ou ainda pontu-almente Cabo Verde.

Sem qualquer excepção para aquele período, Destacamentos e Companhias de Fuzileiros integraram sempre oficiais do quadro de Complemento da Reserva Naval.

Apenas à Institução Militar caberá ajuizar da competência, co-ragem, empenho, dedicação, abnegação com que cada militar terá desempenhado cada missão, atribuindo-lhe condecorações ou louvores, por vezes levadas a cabo com sacrifício da própria vida. Assim aconteceu e, ainda que no cumprimento dever, foram sempre demais, pela perda de vidas quase sempre em combate.

Como meu princípio habitual, eximir-me-ei a apreciações desse tipo, limitando-me a factos objectivos com suporte documental ou imagens que corroborem textos, relatos ou outro material.

Naturalmente que considero ter a liberdade de exprimir a minha própria opinião, sobretudo quando fundamentada pela participa-ção pessoal em episódios ou vivências havidas, como oficial da Reserva Naval do 8.º CEORN*.

Durante dois anos, desempenhei na Guiné as funções de Oficial Imediato da LFG “Orion” integrado na guarnição que incluia um outro oficial, o Comandante, e ainda 4 Sargentos e 22 Praças. Quer pelas características específicas daquele teatro de guerra, quer por algumas das vivências havidas, habituei-me a considerar aquela unidade naval como um todo, talvez um aprendizado da mais-valia colectiva em que a individualidade cedia prioridade ao conjunto. Como nos fuzileiros e com os fuzileiros com quem na-vegámos centenas de horas ao longo de dois anos de comissão.

Nas lanchas, fosse qual fosse o tipo, as guarnições não estavam preparadas para o confronto armado de próximidade física pelo que, em locais de risco elevado e perigosidade acrescida, era bem vinda e reconfortante a presença de fuzileiros a bordo.

Comandante-Chefe, Comandante de Defesa Marítima da Guiné, Fuzileiros, Exército, Comandos, Páraquedistas, Grupos de Com-bate, Pelotões, Feridos, População Civil e até agentes da PIDE/ /DGS ali fizeram horas de navegação.

Os Destacamentos de Fuzileiros Especiais (DFE) eram presença especialmente frequente, determinante nas operações planea-das - golpes de mão ou emboscadas - montadas ao inimigo nas margens ou proximidades daquele enorme emaranhado aquático, quase invariavelmente com o apoio das tão insubstituíveis como abnegadas LDM - Lanchas de Desembarque Médias e LDP - Lan-chas de Desembarque Pequenas, alguns botes por perto, empi-lhados em cima do rufo da casa das máquinas, na cobertura do poço daquelas lanchas ou ainda rebocados

Teve aquela classe de oficiais da Reserva Naval um papel de-terminante nos Fuzileiros? Indiscutivelmente que sim e, sem que deixem de de ser considerados como apenas uma parte do Comando de um alargado conjunto de militares enquadrando

* Efectivamente o último com “E” de Especial já que a partir daquele curso passou a “F” de Formação, apenas por despacho administrativo, tida aquela denominação por mais conveniente, por quem de direito, cla-ro! Como informação complementar, para que os próprios interessados fiquem com o mesmo conhecimento de que disponho, são os únicos cursos da Reserva Naval que dispõem de «Livros-Mestre» no Arquivo de Marinha. São consultáveis, apenas pelos próprios, depois de efectuarem e ser autorizado o respectivo pedido, de acordo com o Regulamento Ge-ral de Protecção de Dados

LFG “Orion” com Destacamento de Fuzileiros Especiais a bordo

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Sargentos e Praças, é possível remeter para números reais o que representaram em Destaca-mentos, Companhias e Pelotões de Fuzileiros os militares da Re-serva Naval.

Repetindo e enfatizando um ex-certo de uma publicação já por mim efectuada em Setembro de 2008 sobre a participação dos Fuzileiros nas frentes de Angola, Moçambique, Guiné e também Cabo Verde:

Reserva Naval: os números

“...Num total de 63 Destacamentos de Fuzileiros Especiais dis-tribuídos por aqueles teatros operacionais, da totalidade de 139 oficiais neles integrados, 82 eram Oficiais RN (56%) e, mesmo dos 57 dos Quadros Permanentes que comandaram os DFE mais de uma dezena tinham desempenhado missões anteriores como oficiais da Reserva Naval e vieram a optar pelo ingresso nos QP.

Maior acuidade ainda no tocante às Companhias de Fuzileiros em que, das 45 Unidades que nos mesmos teatros operacionais es-tacionaram, considerando incluídos os Pelotões Independentes e de Reforço (também em Cabo Verde), 217 dos 328 Oficiais (66%) que integraram o Comando das Companhias pertenciam à Re-serva Naval. De entre estes últimos, 11 pertenciam à Classe de Médicos Navais e alguns Comandantes daquelas unidades eram igualmente oriundos da Reserva Naval.

Ainda numa outra perspectiva, em finais daquele ano de 1974, do total de Oficiais que prestavam serviço na Armada, 24% perten-ciam à Reserva Naval e, considerando apenas os Oficiais subal-ternos, essa percentagem aumentava para 40%...”

Estes elementos, ainda poderiam ser actualizados com pe-quenos ajustamentos já que, por defeito, nas fontes originais de consulta utilizadas, não estão mencionados alguns oficiais da Reserva Naval que, apenas mais tarde, foram mobilizados depois da constituição das Unidades, como rendições individuais e não tendo sido efectuado o respectivo re-gisto. São gralhas normais em registos de pesquisa em que o rigor absoluto é inatingível.

Considerando apenas a totalidade da classe de Fu-zileiros em duas gerações distintas de cursos da Re-serva Naval:

• De 1958 a 1975, decor-rido um período de 16 anos, já que em 1975 não se realizou qualquer curso da Re-serva Naval, foram integrados em 25 cursos realizados, 1.712 cadetes, dos quais 465 (27,16%) pertenceram à classe de Fu-zileiros.

• Para idêntico número de anos, de 1976 a 1992, em 78 cur-sos realizados, sendo que 41 realizados na Escola Naval e 37 na Escola de Fuzileiros, integraram a totalidade dos cursos, em ambos os estabelecimentos de ensino, 1.885 cadetes, dos quais 666 (35,33%) pertenceram à classe de Fuzileiros.

Resumo esclarecedor para o crescimento relativo da classe de Fuzileiros, mas suscitando interessantes questões no entendi-mento da razão havida para um aumento de 10% na totalidade de oficiais da Reserva Naval admitidos em igual número de anos.

Questões pertinentes partindo de conhecidas premissas quer no que concerne à redução do espaço geográfico nacional, confina-do ao Continente e Ilhas, quer à retracção do dispositivo naval havido, ambos como resultado do final da Guerra do Ultramar.

O 1.º Oficial Fuzileiro Especial da Reserva Naval

O 4.º CEORN foi o primeiro curso da Reserva Naval que incluiu também Fuzileiros. Em 6 de Outubro de 1961, foram incorporados 9 cadetes daquela Classe num curso que incluia um total de 44 cadetes.

Em 1 de Maio de 1962 foram promovidos a Aspirantes a Oficial, com a particularidade de ter havido um elemento da classe de Marinha que con-correu ao curso de Fuzileiro Especial (FZE), vindo a ser aprovado.

O 2TEN FZE RN João Pedro Gião Toscano Rico, foi o pri-meiro oficial da Reserva Naval que, sendo originalmente da classe de Marinha, ficou habi-litado com o curso de Fuzileiro Especial depois de ter concor-rido e sido dado como “Apto” no final do mesmo.

Foi destacado para Angola e integrado como quarto oficial no Destacamento de Fuzileiros N.º 1, comandado pelo então 1TEN FZE Augusto Henrique Coelho Metzner.

Faz-se notar que, por esse facto e embora sem expressão espe-cial, terá sido aumentado um elemento à classe de Fuzileiros e reduzido o equivalente na classe de Marinha.

A Morte em Combate em 2 de Junho de 1973

Pertenceu ainda à Reserva Naval o único oficial da Marinha Portu-guesa morto em combate durante a Guerra do Ultramar, ao servi-ço da Companhia de Fuzileiros N.º 1, em Angola.

Promovido a Aspirante FZ RN em 13 de Outubro de 1971, fre-quentou o curso de Fuzileiro e foi destacado para Angola, onde chegou a 18 de Setembro do ano seguinte, com o posto de STEN

RN, assumindo o comando do 3.º Pelotão da Compa-nhia N.º 1 de Fuzileiros.

No dia 2 de Junho de 1973, pelas oito horas da manhã, integrado numa coluna de viaturas do Destacamento do Zambeze, em missão de serviço à Lumbala, foi alvo de uma emboscada inimiga. Dessa emboscada, ocorrida na picada entre Lumbala e Chilombo, a cer-ca de dez quilómetros desta última localidade, resultou a morte de António Piteira.STEN FZ RN António Bernardino Apolónio Piteira

2TEN FZE RNJoão Pedro Gião Toscano Rico

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Na mesma emboscada, morreram, igualmente em combate os seguintes Fuzileiros:

– Mar FZE 771/68 António Cardoso Saraiva, DFE 10;

– Mar FZE 717/70 João Gonçalves Nunes Pereira, DFE 10;

Ficou ferido o Mar FZE 1214/70 Henrique Manuel Pais Fernandes, DFE 10 e morreu ainda um civil que seguia na cabina da viatura, o Sr. Medeiros.

Vista aérea do aquartelamento do Chilombo

Cabina da viatura emboscada, sendo visíveis os efeitos dos impates dos tiros e, do lado esquerdo, os danos provocados pelo armamento inimigo

Da esquerda para a direita, os comandantes Oliveira Monteiro (CCF), José Ruivo (AFZ), Joaquim Moreira (AORN) e Ferreira de Campos (EF)

Fontes:Texto e fotos de arquivo do autor, cedências da Escola de Fuzileiros; Anuário da Reserva Naval, 1958-1975, Adelino Rodrigues da Costa e Manuel Pinto Machado,Lisboa 1992; Anuário da Reserva Naval, 1976-1992, Manuel Lema Santos, 2011, Co-edição com a AORN - Associação dos Oficiais da Reserva Naval; Fuzileiros, Factos e Feitos na Guerra de África, 1961/1974 - Guiné, Luís Sanches de Baêna, 2006; Revista n.º 20 da Associação de Fuzileiros, Março 2015.

o Presidente da Direcção da AORN e várias outras Entidades e Camaradas da CF N.º 1 que se quiseram associar.

No dia 20 de Setembro de 2014, em sessão solene na Câmara Municipal de Arraiolos, com a presença da Presidente, Dr.ª Sílvia Pinto, teve lugar uma expressiva homenagem ao STEN RN Antó-nio Piteira que enalteceu a iniciativa tomada dando a conhecer a representação que iria ter no Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos (CITA) em exposição alusiva ao tema.

No dia 18 de Dezembro de 2009 teve lugar, na Escola de Fuzi-leiros, em Vale de Zebro, uma singela mas significativa homena-gem ao camarada da Reserva Naval António Bernardino Apolónio Piteira, pertencente ao 18.º CFORN, que morreu em combate em 2 de Junho de 1973, no Leste de Angola.

A homenagem consistiu na atribuíção do nome do STEN FZ RN Apolónio Piteira à rua que liga a Parada da Escola de Fuzileiros - à qual foi recentemente atribuído o nome do Almirante Roboredo e Silva - à Messe de Oficiais.

Presidida pelo então 2.º Comandante do Corpo de Fuzileiros, CMG FZ Oliveira Monteiro, em representação do Comandante do Corpo de Fuzileiros, contou também com a presença do Coman-dante da Escola de Fuzileiros, CMG FZ Ferreira de Campos, com Pi

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laFoi oferecida à autarquia o espólio de Marinha do camarada Antó-nio Piteira em expositor apropriado com o boné, cordão de fuzilei-ro, galões de subtenente e fotografia em base cerâmica.

Seguiu-se uma breve e significativa cerimónia, com descerra-mento de uma lápide junto à placa da rua em seu nome, sita na Ilha do Castelo, com população local que fez questão de se associar ao evento.

Daqui saudamos todos os Fuzileiros, independentemente de pos-to, idade e situação, recordando especialmente os já ausentes dos nossos convívios.Nunca serão esquecidos!

Manuel Lema Santos8.º CEORNSócio n.º 2189

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27O DESEMBARQUE • n.º 31 • Novembro de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

No dia 22 de Setembro de 2018 a Base Naval de Lisboa foi pacificamente inva-dida por algumas dezenas de militares

pertencentes a grupos representativos das várias Organizações de Marinheiros dissemi-nadas por todo o País.

Correspondiam assim, em força, a um convite que em Julho lhes havia sido dirigido pelo Co-mandante da Marinha, no sentido de continu-ar as políticas de fortalecimento das relações instiutucionais da Marinha com as muitas Or-ganizações de antigos Marinheiros existentes. Fizeram-se representar efectivamente 25 As-sociações e Núcleos

Após o evento que decorreu com grande ele-vação, o Presidente da Direcção da Associação de Fuzileiros dirigiu naturalmente ao Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Maríti-ma Nacional, um ofício de agradecimento que sintetiza a forma como sempre nos posiciona-mos perante a Instituição que continuamos a considerar como nossa, a Marinha, e perante a sociedade onde estamos inseridos.

“O Desembarque” não poderia assim deixar de incluir e divulgar, neste breve artigo, o tex-to integral do ofício exemplar a que acima se alude:

Encontro da Marinha com as Organizações de Marinheiros

22 de Setembro de 2018

“O tempo passado na Marinha nunca se esquece”

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“Num gesto que denota uma vontade ilimitada em valorizar e fortalecer a relação da Marinha com as diversas Associações, Clubes e Núcleos de militares nas situações de ativo, reserva e reforma, S.ª Ex.ª o CEMA e AMN reuniu no “coração da Marinha”, no passado dia 22 de setembro, 25 “grupos” oriundos das várias regiões do País, num encontro que muito nos honrou e dignificou e que perdurará na nossa memória individual e coletiva.

Foi uma “festa” grande, do tamanho da dignidade que julgamos merecer.

Entre eles, encontrava-se a Associação de Fuzileiros (AFZ) e as suas Delegações de Fuzileiros do Douro Litoral, Beira Alta, Juromenha/Elvas e do Algarve, num total de 22 elementos. Independentemente dos objetivos específicos plasmados nos estatu-tos de cada Associação, Clube ou Núcleo, garantimos que por esse Pais fora onde a AFZ e as suas Delegações se encontram sediadas e presentes, de uma forma ou de outra, somos uma referência viva da nossa Marinha, somos o refúgio de alguns “marinheiros” mais necessitados e somos um polo de divulgação permanente onde muitos, sobretudo os jovens, nos procuram porque também querem fazer parte des-ta nossa grande família.

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28 O DESEMBARQUE • n.º 31 • Novembro de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

O “Diploma” que Sua Excelência o Almirante Chefe do Estado--Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional nos concedeu pela nossa participação neste Encontro, como prova de reconhe-cimento pelo importante e valioso tributo prestado pelos seus Ma-rinheiros e Fuzileiros ao longo da sua história, servindo de forma pronta e abnegada no mar ou em terra, obriga-nos a um ainda maior rigor na apresentação e atitude social, no relacionamento inter-pares e numa divulgação mais atenta, cuidada e com maior visibilidade da Briosa Marinha de Portugal. Assim será.”

Convirá dizer que a Delegação de Fuzileiros da Polícia Marítima não esteve presente por práticamente todos os seus membros se encontrarem em missão.

“O tempo passado na Marinha nunca se esquece”. Esta a frase mais ouvida ao longo do dia e certamente que este reencontro da Marinha com os que, já não contando nas fileiros, nunca deixaram nem deixarão de ser Marinheiros, foi realmente importante.

Seguindo um programa previamente preparado, o dia 22 de Se-tembro permitiu aos presentes voltar a pisar, de forma emotiva, o chão que pisaram durante dezenas de anos devotados à Marinha num convivio marinheiro que esgravatou recordações de tama-nhos sacrifícios mas também de momentos de confraternização que fomentaram a camaradagem, a coesão e o brio que levaram ao sucesso de milhares de missões, cumpridas por todos aqueles que serviram a Marinha, ao longo da sua história.

Foram pontos marcantes do dia, as visitas a vários Navios com destaque para a “Sagres”, uma apresentação sobre a Marinha de hoje e do futuro, o almoço e a foto de família.

Naturalmente que o evento foi apadrinhado e contou com a pre-sença do Chefe do Estado-Maior da Armada, almirante António Mendes Calado que, na ocasião, mostrou o seu reconhecimento pelo contributo dos Marinheiros que, embora já fora das fileiras, continuam activos e a contribuir para o cumprimento da missão da Marinha.

LOJA MATOSINHOSTel.: 224 969 620

LOJA VIANA DO CASTELOTel.: 258 811 201

[email protected]

ORTOPEDIA MONTEIROFabrico de Próteses e Ortóteses

Unipessoal, Lta.

LOJA DAS PAIVASTel.: 211 818 829

LOJA DO MONTIJOTel.: 212 312 290

LOJA DA AMADORATel.: 214 345 576

[email protected]

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29O DESEMBARQUE • n.º 31 • Novembro de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

A formação direcciona-se em parâme-tros de actividades básicas do Cerimonial Marítimo, Regulamentos Internos, Ordem Unida, e Valores da Sociedade Civil, cons-tantes no Conceito Estratégico da Defesa Nacional.

A Formação Geral da UCMF será ministra-da nos tempos livres dos jovens Cadetes, geralmente ao sábado, com uma perio-dicidade mensal. Para o ano lectivo que agora se inicia, 2018/19, estão previstas várias actividades, tais como:

• Cerimonial Naval: Ordem Unida/ Regulamentos e Organização dos Cadetes do Mar/ Postos militares e equivalências/ Honras e Continência/ Símbolos e Distintivos/ Protocolo de Cerimonial Marítimo

• Ciências Militares: Montagem e des-montagem de Botes Zebro III/Remo/Regras Básicas de Liderança

• Aptidão Física: Condição física geral/ Natação/ Pista lodo/ Luta de Aplicação Militar/Orienta-ção Desportiva

• Comportamento Cívico/Comunidade Naval: Comportamento Cívico e temas relacionados com o Conceito Estraté-gico de Defesa Nacional/ História da Marinha e dos Fuzileiros

• Visitas a Estabelecimentos da Mari-nha: Núcleo Museológico de Cacilhas e Museus Militares

• Intercâmbio com outras Unidades de Jovens Cadetes: Visita, execução de atividades e partilha de conhecimen-tos com os Infantes e Cadetes Bom-beiros de Azambuja.

Interessado ou conhece alguém interessa-do em participar neste projecto? Pergunte como na Associação de Fuzileiros.

Ricardo Rosinha

Fontes: SMOR FZ Talhadas, SAJ FZ/U Brandão

A Unidade de Cadetes do Mar Fu-zileiros (UCMF) foi constituída em Setembro de 2011, por seis alunos,

de duas escolas da região de Lisboa, que mostraram interesse em aprender e refor-çar os conhecimentos cívicos e da Insti-tuição Militar, nomeadamente da Força de Fuzileiros da Marinha Portuguesa.

Foi assim estabelecido um Protocolo en-tre o GAMMA (Grupo de Amigos do Museu de Marinha) entidade fundadora e gestora do Corpo de Cadetes do Mar de Portugal, apoiada pela Marinha Portuguesa, e a As-sociação de Fuzileiros, tendo esta última assumido, inclusivamente, a responsabi-lidade financeira e indigitado sócios para as funções de Comando/Formadores da Unidade.

Ao longo dos anos de existência da Uni-dade, já passaram por este projecto umas boas dezenas de jovens “Cadetes”, alguns deles já seguiram vários rumos de vida: Universidade, Escolas Profissionais, Esco-la Náutica e Escolas Militares. Por conse-guinte, esta Unidade é um solo fértil para o crescimento de valores como a cama-radagem, o sentido de responsabilidades, a verticalidade de procedimentos e o sen-tido de missão. Ferramentas essenciais e indispensáveis para que assim possam ajudar a construír Portugal, honrando ao mesmo tempo, o nosso legado enquanto Nação com mais de oitocentos anos de História.

Unidade do Corpo de Cadetes do Mar Fuzileiros

Resenha Histórica e Projecção do ano lectivo 2018/19

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30 O DESEMBARQUE • n.º 31 • Novembro de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Excelências!Antes do encerramento deste 2.º Congresso da Liga dos Reservistas de Portugal, quero enfatizar a honra que sentimos pela presença de Vossas Excelências, e também a responsabilidade acrescida que nos deixa. Quero ainda exprimir a unanimidade do nosso reconhecimento, em nome de todos os nossos Reservistas, Militares e Civis que connosco colaboram, para com todas as Individualidades e Instituições que nos apoiaram ou nos têm vindo a apoiar, e que com essa atitude tornaram possível que hoje existíssemos oficialmente, prontos para continuar, e para elevar a Liga dos Reservistas de Portugal até aos padrões máximos de qualidade que estiverem ao alcance das nossas capacidades.

Somos uma organização de voluntários que não se intimida com a sua própria dimensão, em face dos obstáculos funcionais ou acidentais que nos vão surgindo, conscientes de que estamos a realizar um trabalho profundo a partir do pouco ou do quase nada, que trabalhar sobre conceitos de algum modo inéditos ou adormecidos na nossa mentalidade social não é fácil, que os resultados também não são imediatos, e que contamos com recursos limitados. Mas sabemos também que os verdadeiros e grandes acontecimentos sociais só se concretizam depois de seguramente amadurecidos e assimilados por muitos, não se constroem por decreto e, como tudo na vida, têm um princípio, muitas vezes bem modesto. Em tempo de Paz, estes exigem inevitavelmente que sejam persistentemente trabalhados ao longo de um período de gestação mais ou menos extenso até que, se forem autênticos, entrem naturalmente na dinâmica da nossa consciência individual e coletiva, até ao ponto de produzirem, e aí sim, às vezes de um momento para o outro, os primeiros grandes resultados.

Como para podermos colher amanhã é preciso semearmos hoje, desde há quase uma dezena de anos que temos vindo a acumular experiência, mesmo ainda antes de existirem os primeiros Clubes do Mar e da Defesa que funcionam nas Escolas Secundárias com as quais temos excelentes ligações, por meio de um projeto pioneiro que teve por designação “A minha Escola adota um Museu”. Cons-tatámos desde então a elevadíssima recetividade que os nossos mais jovens manifestam sobre todas as nossas matérias e atividades, pelas quais nutrem um elevado interesse e agrado, e ainda o empenhamento e entusiasmo das Direções escolares e dos Professores que são nossos interlocutores privilegiados, a quem queremos manifestar também publicamente o nosso reconhecimento pelo seu apoio e mérito, até ao ponto de os nossos Cadetes excederem com frequência as nossas próprias expectativas, surpreendendo-nos com trabalhos de qualidade e assimilação de conhecimentos sobre os assuntos dos quais tratamos em rigorosa subordinação aos termos do “Conceito Estratégico de Defesa Nacional” que é em todas as circunstâncias o nosso diploma de referência.

Deste modo, passaram já pelas unidades de Cadetes do Mar ou de Cadetes do Exército 678 jovens, ultrapassaremos em breve a fronteira do primeiro milhar, foram lecionados mais de 140 cursos, foram realizadas visitas guiadas a 19 museus e unidades militares, contamos já com 20 Reservistas num total de 54 formadores voluntários, e dispomos hoje de 10 unidades de Cadetes do Mar e de Cadetes do Exército, duas das quais em Ponta Delgada.

A Liga dos Reservistas de Portugal tem assim por objetivos:

A transmissão da Cultura de Defesa e da divulgação das Missões e Mensagem da Marinha, da Autoridade Marítima e do Exército, nos termos do “Conceito Estratégico de Defesa Nacional”, promovendo a consciência dos deveres dos cidadãos para com a Pátria Portu-guesa.

Apoiar a criação de uma Reserva Operacional em Portugal, incentivando a disponibilização dos seus associados Reservistas, bem como angariando outros Reservistas, promover a cultura de defesa e ajudar a desfazer ambiguidades e critérios infundados entre a sociedade civil por meio dos seus associados e entre o ambiente social da sua influência, por recurso à sua formação bivalente de civil e de militar.

Organizar e desenvolver a formação ministrada às Unidades de Cadetes do Mar e do Exército criadas em Escolas e Clubes de jovens, promovendo ainda a colaboração frequente com Unidades, Estabelecimentos e Organismos da Marinha, da Autoridade Marítima e do Exército, por parte dos Reservistas que residam na região e que queiram voluntariamente colaborar, ou por parte dos Quadros Per-manentes da Armada ou do Exército, também residentes, que se encontrem na situação de Reserva ou de Reforma, e que queiram de igual modo colaborar.

Aproximar as nossas Forças Armadas da sociedade civil da região, despertando ainda o interesse dos jovens em idade escolar para as carreiras militares ou para o regime de contrato nas Forças Armadas em colaboração com os Serviços de Recrutamento dos Ramos.

Apoiar os órgãos e serviços da Marinha, da Autoridade Marítima e do Exército na divulgação e na preservação da cultura patriótica e de defesa, bem como colaborar com os organismos culturais associados, nomeadamente no desenvolvimento do Dever de Memória, e participando no projeto do Turismo militar.

Comunicação do Presidente da Assembleia Geral Comandante António Carlos Ribeiro Ramos

2.º Congresso da Liga dos Reservistas Voluntários de Portugal

5 de Maio de 2018

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31O DESEMBARQUE • n.º 31 • Novembro de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Excelências!

Gostaríamos em primeiro lugar de agradecer a vossa disponibilidade e presença no Dia Nacional dos Cadetes do Mar e do Exército, ao qual associámos a realização deste 2.º congresso com o intuito de divulgar aos presentes, o projeto de Cidadania e Defesa. Projeto esse abraçado pelos jovens Cadetes, que tivemos a oportunidade de ver hoje, e pelos Reservistas com o principal objectivo de formar jovens voluntários da Defesa nas escolas.

S. Exas., membros do Conselho Superior Militar do Corpo de Cadetes do Exército de Portugal (Senho-res Generais Ramalho Eanes, Rocha Vieira, Espírito Santo, Valença Pinto, Sousa Pinto e Loureiro dos Santos) deram-nos a honra de assinar em 2014 um parecer sobre a proposta de valorização dos reser-vistas do Exército na formação dos Cadetes, tendo como objetivo a reaproximação dos Reservistas aos Regimentos das suas cidades.

Após esse documento por vós assinado e impulsionado, apraz-nos comunicar que começámos a dar os primeiros passos em 2015, sendo que apenas em 2017 fomos oficialmente reconhecidos pelas autoridades como Liga dos Reservistas de Portugal. Ao dia de hoje contamos um número superior a 100 sócios reservistas. Esperando com a ajuda de todos vós, e em particular dos Ramos das Forças Armadas, a possibilidade de engrossar as nossas fileiras de Reservistas e assim cumprir com maior afinco e preponderância os obje-tivos estatutários da Liga, que passo a citar de forma sucinta: • Promover a consciência dos deveres dos cidadãos para com a Pátria Portuguesa, nos termos do Conceito Estratégico de Defesa Nacional • Apoiar a criação da Reserva Operacional em Portugal, à seme-lhança dos países nossos aliados • Organizar e desenvolver a formação ministrada às Unidades de Cadetes do Mar e do Exército em colaboração com as entidades militares até agora envolvidas (Marinha, Autoridade Marítima Nacional e Exército) • Aproximar as nossas Forças Armadas à sociedade civil, despertando o interesse e vocação dos jovens para as carreiras navais e militares, em colaboração com os Serviços de Recrutamento dos Ramos • Apoiar os órgãos e serviços da Marinha, Autoridade Marítima Nacional e Exército na divulgação e preservação da cultura patriótica e de defesa • Promover e organizar progressivamente os Núcleos de Reservistas de Portugal nas localidades em que se encontrarem antigos militares que assumam o compromisso de contribuírem em regime de volun-tariado, para exercerem o seu dever patriótico de transmissão da identidade nacional aos seus concidadãos

Comunicação do Presidente da Direcção Tenente Ricardo Rosinha

São estes os objetivos práticos essenciais da Liga dos Reservistas de Portugal.

Por outro lado, sabemos que uma aculturação em matéria de Defesa tomou conta da sociedade portuguesa desde há demasiado tem-po, e que por isso há agora muito por fazer. Disseminou-se a todos os níveis uma incompreensão enorme relativa à necessidade de preparar, modernizar e até de inovar não só as nossas Forças Armadas como também a própria sociedade civil, projetando ambas num futuro conjunto da maneira mais adequada e eficiente para os recursos e capacidades do País. E é urgente que a sociedade portuguesa entenda que, para além de a Defesa Nacional ser uma Missão de todos, Militares e Civis, é também de uma complexidade inédita, levando em conta que as actuais ameaças existem a todos os níveis a que o desenvolvimento científico e tecnológico da humanidade conseguiu ascender.

Neste contexto é indispensável repensar e reconstruir o conceito e o papel dos Reservistas. Eles podem e devem ser o elo privilegiado de ligação entre a sociedade civil e as suas Forças Armadas. Os Reservistas são, pela natureza da sua preparação, que congrega a ex-periência militar com a vivência civil, dotados das capacidades formativas e interpretativas necessárias para poderem funcionar como elos de ligação entre a sociedade civil e as Forças Armadas, quer na qualidade de formadores em cultura de Defesa entre os nossos mais jovens, como é o caso nos Clubes do Mar e da Defesa, quer como clarificadores da opinião na sua própria área de influência, como já referi, quer ainda como divulgadores privilegiados, como é o caso do Dever de Memória e do Turismo Militar.

Mas é também necessário trabalhar sobre um conceito estatutário dos Reservistas, que facilite o apoio ao ingresso no mercado de trabalho e a inserção nos organismos sociais civis, quando estes passam à disponibilidade após terem cumprido as suas obrigações, durante um período mais ou menos longo, para com as Forças Armadas, e se empenham logo a seguir na busca do seu primeiro em-prego numa idade já mais avançada.

É ainda necessário que a mentalidade social evolua no futuro, e para isso já estamos a trabalhar desde ontem e agora, que mediante parcerias adequadas com as entidades empregadoras, os Reservistas envolvidos possam contar com a flexibilidade necessária, sem a qual nunca poderão integrar uma futura Reserva Operacional.

Excelências!

Registamos também, com gratidão, as recomendações que nos forem dirigidas, e podemos desde já assegurar que são contributos importantes que levaremos em conta, e que estaremos atentos em conformidade.

Continuaremos a nossa atividade com a serenidade de quem faz aquilo que acreditamos que deve ser feito. E a Liga dos Reservistas existe acima de tudo para servir Portugal. É esse o nosso único, supremo, e verdadeiro propósito.

António Carlos Ribeiro RamosSócio n.º 1053

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32 O DESEMBARQUE • n.º 31 • Novembro de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Já são 8 anos, desde o ano lectivo de 2010/2011, de experiência bem-sucedida com a implementação dos programas “Sea Cadets” e “Army Cadets” em território Português, com o apoio do Grupo de Amigos do Museu de Marinha, da Liga de Amigos do Museu Militar, e, mais recentemente, da Liga dos Reservistas de Portugal. Volvido este período, até à data de hoje os “Clubes do Mar e da Defesa” já proporcionam um total de 140 cursos, mobilizando um total de 678 jovens cadetes.

No presente ano lectivo, que culminou no dia de hoje, decorreram 35 cursos com um total de 128 Cadetes. Gostaríamos de salientar a criação das Unidades de Cadetes do Mar e do Exército no Arquipélago dos Açores, nomeadamente, em Ponta Delgada. É ainda im-portante referir, que todos estes números e iniciativas são possíveis graças ao trabalho voluntário dos 54 formadores, que abdicando do seu tempo pessoal e familiar, sem exigir algo em troca, aceitaram cumprir a sua missão junto dos Clubes do Mar e da Defesa. Não esquecendo de todos os militares das Unidades/Entidades/Organismos da Marinha, Autoridade Marítima Nacional e do Exército que nos apoiam, conforme os nossos pedidos, ao abrigo dos protocolos assinados entre as partes.

O alargamento de forma sustentada do Corpo de Cadetes do Mar e do Exército ao nível do país (Continental e Ilhas), implica uma cola-boração entre os Ramos e uma associação que junto dos Reservistas (Oficiais, Sargentos e Praças), que já não estando ao serviço ativo do seu Ramo, se organizem, disponibilizando algum do seu tempo livre para: se encontrarem com os jovens da cidade onde habitam e transmitirem-lhes a sua experiência ao serviço da Pátria, acompanhando-os na aprendizagem dos meios e das missões dos Ramos das Forças Armadas que têm presença na sua região.

Estes reservistas, inseridos nas suas comunidades espalhadas por todo o país, constituem, aliás, a mais valiosa e alargada rede de po-tencial humano em Portugal, com conhecimento militar e espírito disciplinado já interiorizado. Todos eles com vivências militares para testemunhar a cultura patriótica e de Defesa a exibir como exemplo. Esta rede, espontânea e em potência, está acessível em qualquer região, a todo o tempo e sem custos adicionais, pois é constituída por cidadãos capazes de transmitirem a mensagem em causa às novas gerações de Portugueses, hoje tão alheados de tais deveres para com a sua Pátria.

Olhando para os exemplos dos nossos congéneres aliados, em especial da Aliança Atlântica, constatamos que apoiam e enquadram actividades de divulgação das Forças Armadas dos seus países nas escolas, incentivando a que os seus Reservistas, terminado o serviço ativo, prestem agora serviço voluntário junto dos jovens, através da organização “Sea Cadets” e “Army Cadets”, nos países anglo-saxónicos, ou através do projecto nas escolas do “Devoir de Mémoire”, nos países Francófonos.

Acresce que, na Aliança Atlântica, as Forças Armadas têm vindo a investir de maneira crescente nesta política de reaproximação aos militares que já saíram, não só pelo retorno da sua colaboração voluntária e graciosa neste programa de divulgação da Defesa Nacional com consequências significativas já estudadas no aumento do recrutamento, como também porque este reencontro com as suas antigas Unidades reaviva o espírito de corpo com o Ramo Militar onde prestaram serviço. Sobre o ponto do recrutamento em particular, de salien-tar que em 2015 no Reino Unido os “Army Cadets” representaram 30% do recrutamento no Exército e os “Sea Cadets” 40% na Marinha.Após breve consulta dos sites das Forças de Cadetes no Reino Unido, é interessante referir:1. Os questionários aplicados aos “Sea Cadets” permitiram verificar que 93% dos Cadetes afirmaram que a experiência permitiu-lhes ganhar qualificações, 2/3 disseram que melhorou a presença e envolvimento na escola e 94% declaram que ganharam competências para a vida. 2. É possível também verificar que o “Army Cadet Force” (que conta com aproximadamente 39000 cadetes) fomenta que os “Army Leavers” participem nesta iniciativa, como fonte de inspiração e liderança de jovens nas suas comunidades locais. 3. É possível verificar que os Voluntários adultos responsáveis pelas actividades não se resumem a Reservistas, sendo inclusivamente aberto a civis sem experiência militar. Sendo que neste caso são obrigados a frequentar formações para o efeito. Como referido ante-riormente, buscam Voluntários disponíveis e interessados em inspirar os jovens nas suas comunidades.

Voltando para à nossa realidade, a Marinha, onde se inclui a Autoridade Marítima Nacional, e o Exército têm apoiado o Corpo de Cadetes do Mar e o Corpo de Cadetes do Exército, respectivamente. Para além do apoio na disponibilização de recursos, na realização das activi-dades constantes nos planos anuais de cada Corpo e no acesso às suas Unidades, autorizaram o uso do uniforme militar aos Reservis-tas Voluntários empenhados nestes projectos. Na qualidade de Presidente da Direcção da Reserva Voluntária, cabe-me anunciar a todos os Reservistas, a significativa decisão tomada por Sua Exa. o Almirante Silva Ribeiro, ainda na qualidade de Chefe do Estado-Maior da Armada, e por Sua Exa. o General Rovisco Duarte na qualidade de Chefe do Estado-Maior do Exército, de autorizar o uso do Uniforme, com o posto com que saímos do serviço activo, aos Reservistas que desempenham funções estatutárias na nossa Liga.

A presença de Vossas Exas. neste nosso 2.º Congresso da Liga dos Reservistas e os despachos de autorização referidos, que assina-ram, constituem para nós um Reconhecimento do trabalho voluntariado cultural já realizado, junto dos jovens nas Escolas e no seio das Comunidades onde cada Reservista se insere, no empenhamento da divulgação da Cultura de Defesa de Portugal e dos nossos Aliados. Mas constituem, também, uma pesada responsabilidade, que aliás assumimos plenamente, pois é enorme e muito significativa, a confiança que em nós depositaram, transmitindo fardados, nas Escolas dos nossos filhos ou netos, e nas nossas Comunidades de per-tença, a imagem das Forças Armadas de Portugal. Daqui em diante assumiremos todos com maior empenho, a finalidade de todos os Reservistas Voluntários, de aproximar as Forças Armadas e a sociedade civil, colaborando com as Unidades e Organismos dos Ramos e da Autoridade Marítima Nacional da nossa região, bem como com os Serviços de Recrutamento, no despertar de vocações dos nossos jovens para as carreiras militares e para os regimes de contrato.

Será também importante realçar a autorização para que os núcleos da Liga possam estar sedeados nas Unidades/Entidades/Organis-mos dos Ramos da sua região, permitindo assim uma aproximação não só entre os Reservistas e as Unidades da sua região, como também da sociedade civil em si.

Acreditamos que com uma maior aproximação entre a Liga, os Formadores dos Cadetes e os Ramos em si, será possível aproximar os jovens às Forças Armadas e, assim, despertar o, possível, interesse destes para o ingresso nas suas fileiras.

Continuamos assim, a aproximar-nos do estabelecimento da ligação que vem faltando, entre a sociedade civil e as suas Forças Arma-das, que leva ao fortalecimento do vínculo do cidadão com a Defesa da sua Pátria.

Ricardo Rosinha Sócio n.º 2634

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honra&memória

O DESEMBARQUE • n.º 31 • Novembro de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Militares da Marinha mortos na Grande Guerra

Introdução

Em 1945, a Escola Naval comemorou o seu primeiro centená-rio, pois recebera esta designação por Carta de Lei de 23 de abril de 1845, de D. Maria II.

Realizaram-se diversos eventos, entre eles a criação de um me-morial de homenagem aos antigos alunos da Escola, mortos em campanha nesses primeiros cem anos de existência.

Entre esses nomes encontram-se cinco que perderam a vida, em operações, na Grande Guerra, aqui indicados por ordem crono-lógica: Guarda-marinha António Rodrigues Janeiro, 27/05/1916; Primeiro-tenente Raúl Alexandre Cascais, 26/07/1917; Pri-meiro-tenente Eduardo Francisco de Azeredo e Vasconcelos, 23/08/1918; Primeiro-tenente José Botelho de Carvalho Araújo e Aspirante de Marinha Carlos Elói da Mota e Freitas, ambos em 14/10/1918.

Este memorial serviu de inspiração para este pequeno texto de-dicado aos Portugueses que morreram durante o primeiro grande conflito do século XX.

Baixas durante a Grande Guerra

A participação de Portugal neste conflito estendeu-se a várias frentes: defesa das colónias, especialmente das africanas; parti-cipação na frente europeia, com o envio do Corpo Expedicionário Português para a Flandres; proteção dos portos e regiões costei-ras de Portugal Continental e arquipélagos atlânticos e assegu-rar a livre circulação da navegação nacional, especialmente da mercante.

Em todas elas ocorreram baixas, tanto civis como militares, e en-tre estes morreram homens do Exército e da Marinha, de todas as categorias: oficiais, sargentos e praças. Considera-se, no entanto, que uma breve descrição dos eventos que levaram à morte de cada um dos oficiais acima indicados permitirá ter uma panorâ-mica das principais missões levadas a cabo pela Marinha.

De referir ainda que a maior parte das baixas não ocorreram em situações de combate. Recordemos a pandemia de gripe que fi-cou conhecida como Pneumónica, e em Portugal também como Gripe Espanhola, que em todo o mundo dizimou mais de cin-quenta milhões de pessoas e que se manifestou no último ano da Grande Guerra.

Em Portugal matou muitas dezenas de milhares de pessoas, nos anos de 1918 e de 1919.

Mas não foi apenas esta pandemia a única causa de morte por questões sanitárias. Só em Moçambique morreram mais de 3 000 militares, muito mais que os cerca de 2 000 que morreram na frente europeia. As baixas em Moçambique foram devidas essen-cialmente a doenças e às condições sanitárias deficientes, sendo que o número de mortos em combate representa uma pequena percentagem do valor apontado. Em Angola ocorreu algo seme-lhante, embora numa dimensão inferior à verificada em Moçam-bique. Os números anteriores referem-se a militares do Exército e da Marinha. Para se perceber melhor o problema das questões sanitárias, de referir que no Batalhão Expedicionário de Marinha que foi enviado para Moçambique, em 1918, ocorreram mais de oitenta mortos, todos por doença.

Explicado o contexto em que ocorreram as principais baixas du-rante a Grande Guerra, passar-se-á, em seguida, a analisar os episódios em que ocorreram as mortes dos oficiais indicados no início deste texto, assim como os contextos em que aconteceram esses episódios.

Guarda-marinha António Rodrigues Janeiro

A entrada de Portugal na Grande Guerra ocorreu em março de 1916, na sequência do apresamento dos navios alemães e austro-húngaros abrigados em portos portugueses. No entanto, desde o início do conflito que muitos políticos, nomeadamente do Partido Democrático, defendiam a participação no esforço de guerra, ao lado de Inglaterra.

A nossa antiga aliada sugeriu que Portugal adotasse uma postura não beligerante, mas sem se declarar neutral. Com esta atitude, Portugal manteve-se mais ou menos fora do conflito até 1916. No entanto, alguns territórios africanos portugueses confinavam com colónias alemãs, nomeadamente no Sul de Angola e no Norte de Moçambique. Nestas zonas viveram-se situações de tensão antes da entrada de Portugal na Guerra. Logo em agosto de 1914 foi morto um Sargento da Marinha, numa escaramuça com tropas alemãs, no Norte de Moçambique.

Também em Angola vão ocorrer confrontos, logo em 1914, na região de Naulila, que implicaram o envio de tropas expedicioná-rias, as quais incorporavam um Batalhão de Marinha. No entanto, estas situações foram resolvidas localmente, sem que se verifi-cassem ataques alemães contra interesses portugueses noutros locais.

Com a declaração de guerra a situação alterou-se. A região do Rovuma, que delimitava a fronteira Norte de Moçambique foi pal-co de violentos combates em maio de 1916. Para apoiar as tropas do Exército foram destacados para a região o cruzador Adamastor e a canhoneira Chaimite. A canhoneira fundeou dentro da barra do rio, mas o cruzador não o conseguiu fazer, tendo fundeado fora, e apoiando com a sua artilharia as posições portuguesas. Além disso, foram enviadas várias embarcações do navio, com peças de artilharia e metralhadoras, sendo este destacamento comandado pelo Imediato do navio, Capitão-tenente Quirino da Fonseca, sendo o comando de cada embarcação assegurado por

Estandarte do Adamastor

António Costa Canas

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honra&memória

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jovens Guardas-marinhas da guarnição do navio. Durante cerca de uma semana levaram a cabo diversas operações de apoio e de combate, nas quais sofreram violentos ataques por parte dos alemães, tendo sofrido diversas baixas, entre os marinheiros. Foi num desses ataques, a 27 de maio, que perdeu a vida o Guarda--marinha Janeiro, sendo postumamente promovido a Segundo--tenente.

Primeiro-tenente Raúl Alexandre Cascais

A estratégia naval alemã, na Grande Guerra, passava pela reali-zação de ações que limitassem os movimentos dos navios, tanto civis como militares, das marinhas oponentes, assim como dos navios neutrais que eventualmente as apoiassem.

Para concretizar estas ações recorriam essencialmente a sub-mersíveis, que atacavam as regiões costeiras e os portos, como aconteceu nos Açores, na Madeira e em Cabo Verde; e que ata-cavam os navios de pesca e comércio que pudessem apoiar os Aliados.

Além disso, lançavam minas nas regiões costeiras e nos acessos aos portos, para infligir danos nos navios que circulassem nessas águas. As minas eram lançadas a partir de submersíveis ou de navios mercantes de países neutrais, mas simpatizantes com a Alemanha. Quando a guerra terminou, os Ingleses colaboraram na limpeza das minas, existindo mais de cem minas depositadas junto à barra de Lisboa.

O serviço de limpeza de minas foi iniciado logo após a declara-ção de guerra. Para tal foram adaptados alguns arrastões para a

guerra de minas e tendo os Portugueses aprendido as técnicas com oficiais da Royal Navy. O serviço de patrulhas era realizado diariamente, a partir da barra, de modo a assegurar canais livres de minas, que permitissem a entrada e saída de navios no porto.

Foi numa dessas operações de limpeza de minas, junto à barra do Porto de Lisboa, que em 26 de julho de 1917, o caça-minas Roberto Ivens, comandado pelo Primeiro-tenente Raúl Alexandre Cascais, embateu numa dessas minas.

Da explosão resultou a morte de quinze elementos da guarnição, incluindo o comandante. Os sete sobreviventes foram recolhidos pelo rebocador Bérrio, que se encontrava nas proximidades. O Tenente Cascais fora um dos oficiais que integrara o Batalhão de Marinha Expedicionário a Angola e tinha-se distinguido pela ação da sua companhia em combate. Foi promovido, postumamente, a Capitão-tenente.

Primeiro-tenente Eduardo Francisco de Azeredo e Vasconcelos

A aviação nasceu no século XX. Cedo se percebeu que as aero-naves poderiam ter aplicação militar e na Grande Guerra foram usadas em operações de vigilância e também de combate. No mar, a sua principal missão era a realização de patrulhas antis-submarinas.

A Aviação Militar nasceu em Portugal em 1914, mas só em 1916 os primeiros pilotos receberam os seus brevets. Entre eles en-contravam-se dois oficiais da Marinha: Primeiro-tenente Sacadu-ra Cabral e Guarda-Marinha António Joaquim Caseiro. Entretanto foram formados mais oficiais de Marinha, já em Portugal.

Graças à ação de Sacadura Cabral, foi criado um Serviço de Avia-ção na Marinha e foram adquiridos alguns hidroaviões, destina-dos a patrulhar as águas nas aproximações a Lisboa.

No Norte do país o serviço de patrulhas era assegurado por hidro-aviões franceses, que operavam a partir de São Jacinto.

A 23 de agosto de 1918, na sequência de um alerta de subma-rino, levantaram dois hidroaviões, Tellier T3, comandados pelos Primeiros-tenentes Azeredo e Vasconcelos e Santos Moreira. Este último teve uma avaria, tendo amarado.

Vasconcelos procurou auxílio, tendo encaminhado o caça-minas Baptista de Andrade para o apoiar e seguiu na sua missão, em-bora tal fosse desaconselhado, pois as patrulhas deveriam ser sempre feitas aos pares, para possibilitar apoio mútuo.

Algum tempo depois, uma canoa de pesca encontrou o hidroavião na água e conseguiu recolher o corpo do Tenente Vasconcelos.

Operação de limpeza de minas

PRACETA FERREIRA DE MIRA, 1CQUINTA NOVA2820-273 CHARNECA DA CAPARICA

[email protected]

CONTACTOS:910 263 545 · 218 209 602

PROTOCOLO COMASSOCIAÇÃO DE FUZILEIROS

MEDICINA DENTÁRIA

IMPLANTOLOGIA

ORTONDONTIA

PERIODONTOLOGIA

DENTISTERIA

ENDODONTIA

ODONTOPEDIATRIA

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honra&memória

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O seu mecânico Grumete António Joaquim do Passo tinha desa-parecido. Vasconcelos foi promovido, postumamente, a Capitão--tenente.

Primeiro-tenente José Botelho de Carvalho Araújo

Outra das missões primordiais da Marinha Portuguesa era a pro-teção da navegação mercante, contra ataques de submersíveis alemães. Coube ao caça-minas Augusto de Castilho, sob o co-mando do Primeiro-tenente Carvalho Araújo, comboiar o paquete S. Miguel, no trânsito do Funchal para Ponta Delgada.

Na madrugada de 14 de outubro de 1918 foi avistado um cruzador submarino, U-139, comandado pelo ás dos submarinos alemães, Arnauld de la Perière. Carvalho Araújo interpôs o seu navio entre o submersível e o paquete, para proteger este e permitir a sua fuga.

O combate prolongou-se por horas, apesar da inferioridade dos calibres da artilharia do caça-minas. Terminou quando se esgo-taram as munições deste, mas, entretanto, o paquete já estava a salvo.

Morreram seis elementos da guarnição do Augusto de Castilho, incluindo o próprio Comandante. Entre os sobreviventes existiam inúmeros feridos, incluindo o Imediato, Guarda-marinha Armando Ferraz. Os sobreviventes percorreram cerca de 200 milhas, até

aos Açores, em duas pequenas embarcações a remos. Carvalho Araújo foi promovido, postumamente, a Capitão-tenente.

Aspirante de Marinha Carlos Elói da Mota e Freitas

Elói de Freitas era natural do Funchal e tinha entrado para a Es-cola Naval em 1916, tendo já concluído o curso. Foi de Lisboa a bordo do Augusto de Castilho gozar uma licença na sua terra na-tal, não podendo desembarcar, devido à quarentena, prosseguiu para Ponta Delgada.

Foi a primeira vítima deste combate, tendo sido promovido, pos-tumamente, a Guarda-marinha.

Com estas breves descrições das condições em que perderam a vida os oficiais de Marinha que pereceram em combate na Grande Guerra, esperamos ter conseguido transmitir uma ideia daquilo que foram algumas das principais ações de combate da Marinha neste conflito.

António Costa CanasCMG

Hidroavião Tellier T3

Oficiais do Augusto de Castilho

RECOMENDAÇÕES, INFORMAÇÕES e PEDIDOS da Direcção

Sócio da AFZ, actualiza os teus contactos e mantém-te informado

A Direcção Nacional elegeu como objectivo prioritário a comunicação contínua com os seus associados.

Para que a comunicação seja efectiva e o mais rápida possível, o Secretariado deverá dispor dos contactos necessários privilegiando,

sempre que possível e adequado, a comunicação via email.

Assim, solicita-se a todos que actualizem os seus dados pessoais, principalmente no que se refere aos contactos (endereço email,

morada, números telefónicos, etc.). Só assim poderemos manter os nossos associados informados, em tempo real, de tudo o que de

interesse a Direcção tem para divulgar e creiam que é muito.

Documentos de despesa com saúde

A Associação de Fuzileiros, através do seu Secretariado Nacional, disponibiliza aos seus associados o serviço de recepção e

encaminhamento, para os serviços competentes, dos documentos de despesas com saúde.

A Direcção

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protocolos

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PROTOCOLOS / PARCERIAS COM A ASSOCIAÇÃO DE FUZILEIROS

Agência de Viagens – Mercado das Viagens5% pacotes turísticos sobre o preço de catálogo e de promoções; 4% nos preços base de estadias - hotéis e apartamentos - Portugal e estrangeiro; 50% despesas de emissão de bilhetes de avião. Oferta das despesas de reserva

V & T, Versátil e Transversal, Lda. 25% Reparações, Formatações e Reinstalações 10% Consumíveis e Equipamentos Informáticos e outros

Farmácia da Recosta Desconto 10%, excepto em produtos em campanha, Produtos da Diabetes,Leites Infantis e Medicamentos com valor superior a 50 €

Clube de Campismo do Barreiro (CCB) Instalações do Parque de Campismo dos Picheleiros: 20% desconto sobre tabela em vigor

ORTOPAULOS – Centro de Ortopedia, Lda. Descontos até 20% (Serviços e Equipamento)

Instituto Médico Dentário do Barreiro (IMDB) Descontos (10%, 20%, 30%) sobre a tabela de preços em vigor e anexa ao protocolo

Sociedade de Tiro do Porto Protocolo para a utilização da Carreira de Tiro do Complexo Desportivo de Rates (CTCDR)

Clube Pinhal da Foz (CPF) Apartamentos Turísticos (Época Baixa -25%, Época Média -20%, Época Alta -15% e -10%)

High School Academy Uma propina mensal 15% e 100% no valor da inscriçãoDuas ou mais propinas mensais 20% e 100% no valor da inscrição

KéroCuidados Presta Serviços a idosos e Famílias

Open Smile Clínica Médica – Presta Serviços Médicos, inclui Méd. Dentista

Associação Recreativa e Desportiva Bons Amigos (ARDBA) Convívio Social e desenvolvimento de diversas Modalidades Desportivas

Grupo Desportivo e Recreativo Unidos da Recosta (GDRUR) Convívio Social e desenvolvimento de diversas Modalidades Desportivas

Editora Náutica Nacional, Lda. (ENN) Editora de Capitais privados – Edita a Revista de Marinha e também livros

Manuel J. Monteiro & C.ª, Lda.(MJM)

Especializada na Comercialização de Electrodomésticos, representa as Marcas: Junex, Vaillant, Gorenje, Dito Sama, Gisowatt e Stiebel Eltron

Funerária Central Vila Chã - 30% desconto em todos os serviços

Associação Nacional de Agentes de Segurança Privada (ANASP) Formação e Credenciação

Casa de Repouso São João de Deus Acolhimento em regime interno, possui dois estabelecimentos:Lagoa da Palha - Pinhal Novo e Cabeço Verde - Barreiro

Casa de Repouso Quinta da Relva Acolhimento de idosos, lar e cuidados continuados

MH Wellness Club – Motricidade Humana Prestação de Serviços na área do desporto, saúde e lazer: Santo André - Barreiro

Kangaroo Health Clube Prestação de Serviços na área do desporto, saúde e lazer: Quimiparque - Barreiro

GAMMA Grupo de Amigos do Museu de Marinha

Universidade Lusófona COFAC – Cooperativa de Formação e Animação Cultural – Lisboa e Porto10% desconto nas propinas

Universidade Lusófona ISES – Instituto Superior de Segurança - Conferências

Funerária São Marçal Desconto 20%, Canha - Montijo

Para mais pormenores, deve ser consultado o site da AFZ, o Secretariado Nacional (Tel.: 212 060 079 – Telm.: 927 979 461) ou as nossas Delegações

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bibliografia

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“Berliet, Chaimite e UMM - Os Grandes Veículos Militares Nacionais”*

Sendo um interessado / entusiasta de tudo que concerne à Marinha Portuguesa, com um especial afecto para os seus Fuzileiros,

a sua história e equipamento, foi com todo o gosto que no passado dia 28 de Abril do cor-rente ano realizei a apresentação no Porto do livro do meu amigo Pedro Monteiro: “Berliet, Chaimite e UMM - Os Grandes Veículos Milita-res Nacionais”, editado pela Contra a Corrente.

Trata-se de um livro muito sui generis, fruto do seu longo trabalho de investigação e diversos artigos publicados em revistas ao longo dos anos, a minha colaboração para este livro limi-tou-se à cedência de algumas fotos, dados, algum historial e de contactos para entrevistas de antigos Fuzileiros que exerceram o Comando de Unidades que tiveram à sua carga estas viaturas ou de pessoal que fez parte das suas guarnições.

Dei-me ao trabalho de pesquisar o meu email e descobrir que os pri-meiros contactos aqui com o Pedro Monteiro foram estabelecidos

em 2007, possuía então ele um site na Yahoo sobre as FA’s Por-tuguesas: “Militaryzone Portugal” e gentilmente cedeu-me por email um excerto de um artigo da sua autoria publicado na re-vista espanhola: Revista Fuerzas Militares, desde então mante-mos contacto, tendo a particularidade de que só nos conhecemos pessoalmente no Porto em 2012. Actualmente possui outro site: “www.pedro-monteiro.com” que vos convido a visitar!

O Pedro nasceu em 1987 na cidade de Viseu, possui um Mestra-do europeu em Psicologia Organizacional pelas Universidades de Coimbra e Bolonha (Erasmus?).

Estudou na Portland State University nos Estados Unidos e, traba-lhou depois na Suíça e em Singapura, actualmente vive na Holan-da, onde é responsável por treino e formação numa multinacional.

Na área do jornalismo e fotografia, possui cursos avançados fre-quentados em Singapura e na Holanda e publicou mais de 50 arti-gos em revistas nacionais e estrangeiras.

O Pedro em 2011 publicou uma monografia: “Military Vehicles of the Portuguese Army” com a editora alemã Tankograd, é cor-respondente em Portugal da revista espanhola “Fuerzas Militares del Mundo”, entre 2008 e 2013 publicou artigos sobre viaturas militares na revista portuguesa “Motor Clássico”.

No que concerne a reportagens de temática militar, realizou re-portagens com forças da Aliança Atlântica durante grandes exer-cícios multinacionais e com forças nacionais destacadas no Ko-sovo e na Lituânia.

Pese embora o Pedro como autor já possuísse diversa docu-mentação sobre as viaturas em questão, certo é que começou a dedicar-se afincadamente à odisseia de compilar dados para este livro em 2015, coincidiu curiosamente com os 50 anos da criação da linha de montagem dos camiões Berliet-Tramagal pela MDF.

Este livro tem a mais-valia de apresentar dados patentes em arquivos públicos e privados, quer nacionais, quer estrangeiros, aliado a testemunhos e memórias de quem conheceu ao porme-nor estas viaturas: diverso tipo de pessoal das respectivas fá-bricas e algumas dezenas de militares de várias Unidades das nossas FA’s que as utilizaram quer Portugal (25 de Abril de 1974, Verão Quente de 1975, etc), quer África (durante a Guerra do Ul-tramar) e em Missões Internacionais (Bósnia-Herzegovina, Koso-vo, Timor-Leste e mais recentemente na Lituânia).

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bibliografia

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Aborda ainda a família de viaturas blindadas PANDUR II que subs-tituiu os blindados de fabrico nacional Chaimite V-200 da Bravia.

Trata-se de uma edição limitada apenas 750 exemplares nume-rados, com 144 páginas no formato 29x26 cm (largura x altura), tem a particularidade inédita de apresentar 25 imagens de perfil acrescido das respectivas fichas técnicas, sendo 07 frontais e os restantes 18 laterais, com esquemas de pintura e/ou camuflado utilizados pelas nossas FA’s que tiveram as viaturas à sua carga, assim como apresenta o perfil das Chaimite V-200 das Forças de Segurança do Líbano e dos Fuzileiros do Peru:

- Camiões Berliet-Tramagal GBC e GBA na versão 4x4 e 6x6, Tra-magal Turbo da MDF;

- Família de viaturas blindadas Chaimite V-200, Comando Mk III, camiões Gazela e Leopardo da Bravia;

- Jipes Cournil e Alter da UMM;

- Família de viaturas blindadas PANDUR II da Steyr-Daimler-Pu-ch.

O facto da narrativa do livro ombrear com 25 perfis (cujo dese-nho tem por base um modelo 3D) e mais de 200 fotografias em 144 páginas, traduz-se num livro com uma relação de texto vs ilustrações que promete torná-lo muito sedutor para quem se in-teressa por estas viaturas militares, quer num contexto da história automóvel, história militar, servir de apoio ao modelismo ou tão simplesmente para recordar com saudade estes “camaradas” de rodas da vida militar.

Realço com particular agrado no que concerne ao emprego des-tas viaturas pelos Fuzileiros da Marinha Portuguesa que, o livro aborda o uso dos 04 blindados Chaimite V-200, dos jipes UMM Alter da Unidade de Polícia Naval e dos camiões Berliet-Tramagal GBC e GBA, contando a título de exemplo com a colaboração de Fuzileiros, antigos elementos das suas guarnições (a quem se agradece mas uma vez a sua pronta contribuição), inclusive dispõe o perfil de uma Berliet GBA e da única e mítica Chaimite V-200 “Armada 90”, versa ainda sobre a utilização das Chaimi-tes (cedidas pelo Exército Português) e UMM’s pelos Fuzileiros em Missões de Paz (respectivamente na Bósnia-Herzegovina e Timor-Leste).

Por último, cumpre destacar que as ilustrações de perfil (criadas nos programas: Blender 3D e Photoshop) são todas da autoria do ilustrador português Paulo Alegria, cujo trabalho já é conhecido em artigos de revistas portuguesas e estrangeiras, nomeadamen-te: Revista “Mais Alto” da FAP, “Air Magazine”, “Aero Journal”, “Fliger Revue”, “Aviation Classic”, “Aviões de Combate a Jacto”, igualmente também já efectuou trabalhos para os CTT.

Mais recentemente colaborou com a Marinha Portuguesa na edi-ção do livro “100 Anos da Aviação Naval - 1917 a 2017” e, faz parte de uma equipa que está a colaborar para a redacção de um novo livro sobre a Aviação Naval em Portugal.

A título informativo e a quem interessar, o livro em apreço encon-tra-se à venda na sede da Associação de Fuzileiros.

Rodrigues MoraisSóc. Hon. n.º 2082

* Uma obra de Pedro Monteiro apresentada por Rodrigues Morais

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39O DESEMBARQUE • n.º 31 • Novembro de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Realizou-se nos dias 12 e 13 de Maio no Centro de Educação Física da Armada na Base Naval de Lisboa a já habitual prova de tiro desportivo inserida nas Comemorações Oficiais do dia

da Marinha.

Como já tem vindo a ser habitual, a Ass. de Fuzileiros realizou a já tradicional actividade anual de campismo de forma a promover o convívio familiar e fomentar a prática desta actividade de ar livre!

Este acampamento realizado nos dias 2 e 3 de Junho nas instala-ções do Parque de Campismo dos Picheleiros na nossa conhecida Serra da Arrábida acolheu cerca de vinte participantes!

Com a chegada ao Parque, cedo se montaram as tendas de forma a iniciar-se um fim-de-semana descontraído e com a realização de actividades livres onde se destacou a orientação desportiva e o tiro de airsoft que fez as maravilhas dos mais novos e que permitiram a interacção entre pais e filhos...

Já no domingo e para encerramento, uma agra-dável caminhada pelos trilhos da serra durante a manhã, onde se mostrou aos participantes a fauna e flora existentes, sensibilizando-se os mais novos para a importância das florestas na nossa qualida-de de vida.

Um convívio curto mas preenchido de actividades, deixou no ar a vontade de para o ano estarmos de volta… e lá estaremos!

Realizou-se no passado dia 1 de Julho na Carreira de Tiro do Centro de Educação Fí-sica da Armada (CEFA), mais uma edição da prova de tiro que homenageia o grande atirador desportivo que foi o Sargento Henrique Madaíl.

A competição realizou-se na modalidade de Tiro com Arma Curta de Recreio a 25 metros e contou com a participação de atletas oriundos de vários clubes locais. Como já vem sendo habitual, contou com a presença do seu filho, o também Sargento António Madaíl que veio do Açores onde representa a Associação de Tiro de Ponta Delgada.

A competição, disputada em três escalões (Homens Sénior - HS, Homens Veterano - HV e Senhoras Sénior - SS), decorreu num agradável ambiente desportivo como também já vem sendo habitual!

Além da presença dos atletas, fica um agradecimento à excelente Equipa de Arbitragem que nos tem vindo a apoiar de forma incondicional bem como ao CEFA e à Base Naval de Lisboa por todo o apoio e disponibilidade!

Divisão do Mare das Actividades Lúdicas e Desportivas

Fim-de-Semana Campista 2018

Tiro desportivo 2018Troféu Sargento Fuzileiro Henrique Madaíl

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divisões

40 O DESEMBARQUE • n.º 31 • Novembro de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Realizou-se no passado dia 15 de Setembro na Escola de Fuzileiros a 6.ª edição da Prova de Remo em Bo-

tes da Associação de Fuzileiros!

Este ano, brindados com um agradável dia de sol e um rio transformado num espe-lho de agua calma, a prova contou com 8 equipas e um total de 48 atletas que, com bravura, se fizeram ao rio Coina disputan-do com desportivismo os lugares do pódio!

Dando continuidade ao melhoramen-to que, de ano para ano, se tem vindo a fazer, a partida realizou-se com todos os botes na água e em simultâneo, ficando os lugares do pódio pendentes da ordem de chegada das equipas à Rampa da UMD e com a finalização no toque do já tradi-cional sino!

Sendo assim, obtivemos as classificações;

1.ºs Classificados: Equipa “Malagueiro”

2.ºs Classificados: Equipa “Estabeleci-mento Prisional de Setúbal”

3.ºs Classificados: Equipa “Mad Max Team”

A entrega de prémios contou com a pre-sença do Presidente da Associação de Fuzileiros, Comandante Leão de Seabra, do Comandante da UMD e com o apoio do Militares da UMD envolvidos no evento!

Com a já tradicional fotografia de grupo ti-rada, seguiu-se a marcha até ao merecido almoço de convívio realizado na Escola de Fuzileiros onde se recuperaram as forças com uma apreciada feijoada!

Por ultimo mas não esquecidos, fica o nosso obrigado a todos os que nos apoia-ram na realização deste evento com des-taque para a Escola de Fuzileiros e para a Unidade de Meios de Desembarque em especial porque disponibilizou uma exce-lente equipa de militares sempre pronta a ajudar ao nosso lado!

E como a 7.ª edição é já para o ano, até lá... bons ventos e marés...!

ClassificaçãoHomens Sénior (HS)• 1.º Classificado: Francisco Algarvio – CPA (Clube de Praças

da Armada)• 2.º Classificado: António Madaíl – ATPD (Ass. de Tiro de

Ponta Delgada)• 3.º Classificado : Máximo Borges – ARDBA (Ass. Rec. e

Desportiva Bons Amigos)

Homens Veterano (HV)• 1.º Classificado: João Lourenço – ST2 (Sociedade de Tiro n.º 2)• 2.º Classificado: Rui Ribeiro – ST2 (Sociedade de Tiro nº. 2)• 3.º Classificado: Rogério Martins – AFz (Ass. de Fuzileiros)

Senhoras Sénior (SS)• 1.ª Classificada: Carla Venâncio – AFz (Ass. de Fuzileiros)

Prova de Remo em Botes 2018

A VOZ doPRESIDENTE da AFZ

Decorreu hoje na Escola de Fuzileiros e rio Coina, esta prova anual de 6 km, excelentemente bem organizada pelo nosso sócio Espada Pereira.Deixo um agradecimento geral à Ma-rinha e, particularmente, ao Coman-do do Corpo de Fuzileiros, à Escola de Fuzileiros e à Unidade de Meios de Desembarque, ao autorizarem e apoiarem incondicionalmente esta AFZ, permitindo a realização de mais este memorável evento.Aos “atletas” participantes, entre eles um número significativo de senhoras, felicito-os pela disponibilidade, cora-gem e dedicação. As dores muscula-res só se vão notar amanhã! Abraço.

Manuel Leão de SeabraPresidente da Direção Nacional

Espada PereiraSóc. Orig. n.º 445Chefe da DMALD

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delegações

O DESEMBARQUE • n.º 31 • Novembro de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

A DFZA esteve presente durante os dias 17 a 26 de Agosto na XXXIX Feira de Artesanato, Turismo, Agricultura, Comércio e Industria de Lagoa, presença que já se repete pelo 6.º ano

consecutivo.

Também é pelo terceiro ano consecutivo que a DFZA contou com a presença e cooperação do Centro de Recrutamento da Arma-da que aproveitou esta oportunidade para divulgar a Marinha e angariar jovens para este “desafio de vida” que é embarcar na Marinha.

Este ano ficou marcado pelo privilégio da visita do nosso Presi-dente, CMG Leão de Seabra que nos honrou com a sua presença e nos acompanhou num prolongado convívio.

Delegação de Fuzileiros do Algarve(DFZA)

Fatacil

A DFZA esteve presente com 5 elementos e prestou apoio ao Clube Naval de Portimão por ocasião da realização do 5.º Troféu de Vela Ligeira António Moura, realizado no Rio

Arade, no passado dia 09 de Setembro 2018.

5.º Troféu António MouraClube Naval de Portimão 45 Elementos da DFZA visitaram o Navio Escola Sagres, por

ocasião da sua passagem pela capital Algarvia para come-morar o dia da Cidade de Faro, no passado dia 7 de Setem-

bro de 2018. Foi uma excelente oportunidade de convívio com o pessoal da nossa Marinha.

Visita ao Navio Escola NRP Sagres

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delegações

O DESEMBARQUE • n.º 31 • Novembro de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

No âmbito do programa da Feira de São Mateus, decorreu, entre os dias 13 e 16 de Setembro, a “Semana da

Marinha”.Além de uma exposição perma-nente, a Marinha disponibilizou ao públi-co informação sobre os seus projectos e realizações, promoveu a realização de di-versas actividades, ao ar livre e no interior de uma tenda de «Air Soft», no Campo da Feira e que decorreram sob a orientação do Centro de Recrutamento da Armada e do Comando Naval/Corpo de Fuzileiros. A Semana culminou com um Concerto de Encerramento pela Banda da Armada, que teve lugar na noite de 16 de Setembro, pelas 21:30 horas, no palco principal da Feira de São Mateus.

A Delegação da Beira Alta da Associa-ção de Fuzileiros (DFZBA) acompanhou e apoiou no terreno todas estas actividades bem como o pessoal nelas envolvido.

Membros da Direcção da DFZBA, espe-cialmente Ilídio Magueja, asseguraram na Feira um stand da Delegação e apoiaram a par e passo toda a equipa da Marinha que ali esteve presente.

No dia 16 realizou-se, na área de res-tauração da Feira de São Mateus, com o propósito de reunir em alegre convívio, marinheiros, fuzileiros e familiares, um

jantar muito animado que reuniu cerca de uma centena de pessoas à volta da gas-tronomia regional, iniciativa que mereceu muitos elogios.

Ora, para uma Delegação que ainda não festejou o seu 1.º aniversário, fica a sen-sação de que esteve muito bem em todos os aspectos.

Como disse o seu Presidente, Luís Castro dirigindo-se aos elementos da DFZBA:

Trouxemos os Fuzileiros, que se fizeram acompanhar de importante dispositivo de demonstração e que tiveram uma presta-

ção a todos os títulos notável de profissio-nalismo, de interacção com a população em geral e com a nossa Delegação em particular. Voltem sempre Camaradas!

Interviemos, segundo foi afirmado no dis-curso do Sr. Presidente da Câmara proferi-do no palco, na vinda da Banda da Armada que encerrou a Feira Franca de S.Mateus com um concerto memorável, concluído com uma arrepiante interpretação do nos-so hino “Viseu,Cidade da Beira”.

Quero por isso mostrar-vos a minha ale-gria e felicitá-los pelo excelente trabalho realizado.

Delegação de Fuzileiros da Beira Alta (DFZBA)

“Semana da Marinha” na Feira de São Mateus em Viseu

A DFZA organizou mais uma Descida do Rio Arade entre Silves e Portimão em Botes Zebro III juntando camaradas, militares e

ex-militares de vários ramos das forças arma-das, amigos e familiares num fantástico conví-vio que voltou a elevar a fasquia deste evento.

Este evento, já mítico em Portimão, contou com a presença da Presidente da Câmara Municipal de Silves, do 2.º CMDT da Zona Marítima do Sul e do CMDT da Unidade de Meios de Desem-barque (UMD) e contou com os vários apoios da Marinha, do Corpo de Fuzileiros, do Coman-do da Zona Marítima do Sul, da Capitania de Portimão, do Ponto de Apoio Naval (PAN) de Portimão, da Polícia Marítima de Portimão, do Instituto de Socorro a Náufragos de Ferragudo,

das Câmaras Municipais de Portimão, Lagoa e Silves das Juntas de Freguesia de Silves e UF de Estômbar e Parchal, do Clube Na-val de Portimão, da Esquadrilha de Submarinos/Mergulhadores e da embarcação de apoio “Barca do Arade”.

Neste ano participaram 220 elementos entre tripulantes dos 16 Botes, staff de apoio, convidados e amigos que compareceram no fantástico almoço convívio realizado no PAN Portimão.

VIII Descida do Rio Arade 2018

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delegações

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No dia 16 de Junho de 2018, Vila Nova de Gaia engalanou-se e o Douro ves-tiu-se de um azul a condizer!

O Encontro Nacional de Marinheiros é um evento que se comemora anualmente per-correndo as mais variadas regiões de Por-tugal desde 1977, ano em que foi decidida a sua criação pelo Núcleo de Marinheiros de Arganil.

Quis o destino que este ano se conjugas-sem vários factores; o bom tempo com um céu azul, o mágico rio Douro com a beleza das suas pontes e a estreia de Vila Nova de Gaia na recepção à Banda da Armada. Foi tudo pensado ao pormenor com várias reu-niões na câmara municipal de Gaia, com uma abertura incrível por parte do pelouro da cultura e uma colaboração sem reser-vas por todos os intervenientes.

No dia 16 de Junho, os “Filhos da Escola”, como são designados aqueles que passa-ram e serviram a Armada, começaram a reunir-se no café/restaurante Sancho Pan-za logo pelas 9.00h da manhã. Foi servido o café e houve também lugar para um por-to de honra que serviu de alavanca para as conversas e as histórias que surgem em catadupa e não nos cansamos de relatar aos amigos.

Pelas 11.10h fomos brindados com a presença de S. Exa. o Almirante Chefe de

Estado-Maior da Armada, Almirante Men-des Calado que presidiu à singela mas honrosa cerimónia de homenagem aos militares da Marinha, que já faleceram. Foi lançada uma coroa de flores às águas do rio Douro e a fanfarra dos Bombeiros de Valadares executou o toque de silêncio. Posteriormente foram todos convidados para um porto de honra servido na espla-nada do café/restaurante Sancho Panza, com vista privilegiada para o sempre impo-nente rio Douro. O Herança Magna, antigas caves do vinho do porto foram o palco do elegante almoço, das ofertas, dos discur-sos, do corte do bolo comemorativo e da canção dos “marinheiros”.

Reconheceu-se aqui o esforço e a dedica-ção a este 41.º Encontro Nacional de Mari-nheiros por parte de todos os intervenien-tes e sobretudo a participação da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia que tantas vezes fustigámos, como os ventos fusti-gam as caravelas, na esperança que todos os factores se conjugassem.

Às 18.00h todos os convidados estavam sentados ao redor do palco improvisado no cais de Gaia, à espera que a melhor Banda que conhecemos desse início ao seu con-certo e tornasse aquele momento no mo-mento mais alto do evento. Para além dos convidados, a gente de Vila Nova de Gaia interagiu com as suas palmas e o concerto rapidamente se transformou em mais um sucesso.

Obrigado ao almirante CEMA pelo lustre que trouxe a esta cerimónia. Obrigado à Banda da Armada pelo brio e zelo demons-trado durante a sua actuação. Obrigado à câmara municipal de Vila Nova de Gaia pela abertura e total dedicação ao evento. Obrigado ao Comando da Zona Marítima do Norte pelo apoio na segurança durante a realização da cerimónia protocolar. Obri-gado aos bombeiros de Valadares pela sua presença. Obrigado ao Paulo, gerente do Herança Magna, pelo seu profissionalismo e empenho que tanto contribuíram para o sucesso do 41.º Encontro Nacional de Ma-rinheiros e obrigado a todos os que torna-ram possível a realização deste evento.

* Organização da Delegação de Fuzileiros do Douro Litoral

41.º Encontro Nacional de Marinheiros*

Delegação de Fuzileiros do Douro Litoral(DFZDL)

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delegações

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10 de Junho em Belém

Feira de S. Mateus em Elvas Procissão dos Pendões

Encontro da Marinha com associações e núcleos de Ex-Militares de Marinha

A DFJE participou, a 10 de Junho de 2018, nas co-memorações em homenagem aos Combatentes no XXV encontro anual em Belém para honrar a Pátria

e os Combatentes, integrando as respectivas cerimónias e desfile.

A DFZJE participou no Encontro da Marinha com Associações e Núcleos de antigos militares de Marinha que teve lugar no passado 22 de Setembro de 2018, na Base Naval de Lisboa.

O são convívio entre todos os camaradas presentes e as palavras do senhor Almirante CEMA fazem-nos redobrar a nossa vontade de continuar a honrar a Marinha e Portugal dando a conhecer o traba-lho realizado pela Marinha em prol de Portugal e dos Portugueses, mostrando o nosso “Talant de Bien Faire”.

Como é já tradição e no âmbito das Festas do Senhor Jesus da Piedade em Viseu, a DFZJE integrou a procissão dos Pen-dões.

O Guião da Delegação, companhado por vários camaradas Fuzi-leiros da AFZ e militares da Associação V. B. A. Talavera, desfilou pela cidade até ao Santuário do Senhor Jesus da Piedade.

De seguida, repuseram-se forças num restaurante, dentro do recinto da feira, onde se deu largas à sã camaradagem que é apanágio dos Fuzileiros.

Delegação de Fuzileiros de Juromenha/Elvas(DFZJE)

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delegações

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Festa das flores na vila de Higuera de TorresA DFZJE participou na XXXIV Festa das

Flores na Vila de Higuera de Torres, em Badajoz, convidada pelos nossos

camaradas da Asociación de Veteranos da Base Aérea de Talavera.O dia começou com a receção pelo Alcal-de, D. José Torvisco, que recebeu os con-vidados no castelo da vila seguindo-se os discursos da praxe e a habitual entrega de presentes por parte do Alcaide e das se-nhoras das flores. Seguidamente iniciou-se a procissão em honra a Nossa Senhora do Loreto, santa padroeira da Aviação em Espanha, finali-zando o dia com uma romaria no campo onde nos foram servidas iguarias típicas da região.

Delegação de Fuzileiros da Polícia Marítima(DFZPM)

A equipa da Polícia Marítima Portuguesa terminou no final do mês de agosto, a participação na operação THEMIS 2018, no Mar Adriático, em Itália, cuja operação, no âmbito da Agência

Europeia de Fronteiras e Guarda Costeira – FRONTEX, tem por obje-tivo de controlo e vigilância das fronteiras marítimas e combate ao crime transfronteiriço, no âmbito das competências das funções de guarda costeira europeia.

Nesta operação foram destacados 8 agentes do Grupo de Ações Táti-cas (GAT) da Polícia Marítima e uma embarcação de alta velocidade, sendo que a Polícia Marítima conta ainda com um elemento desta-cado no Centro de Coordenação Internacional, em Roma, com as funções de oficial de ligação entre a equipa e a agência FRONTEX.

Através da FRONTEX, a Polícia Marítima apoiou várias organizações, onde se destacam a EUROPOL, EFCA e as autoridades italianas, pre-sentes na área de operação.

Bruno Talhadas

Operação THEMIS 2018

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núcleodemotociclistasafz

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A corda do Sino

O Núcleo de Motociclistas Fuzileiros esteve presente em vá-rios eventos da AFZ sendo o mais significativo o Dia Do Fu-zileiro 2018 na Escola de Fuzileiros.

Desfilaram perante o CEMA e Altas Entidades presentes e perante a enorme família FZ que ali se reuniu nesta grande festa anual.

Também, numa atitude de serviço e disponibilidade, proporcio-naram “Batismos de Moto” a crianças, jovens e adultos que o quisessem fazer.

E como já vem sendo dito, continuam a espalhar o charme e a alegria por onde passam, mostrando o seu amor aos Fuzileiros e à Marinha.

Dois antigos navios da nossa Armada, depois do seu abate ao efectivo, ce-deram os seus sinos à AFZ. Um de-

les julga-se ter pertencido ao NRP Douro, (D332) um contratorpedeiro da Marinha Portuguesa que prestou serviço de 1934 a 1959. O outro teria pertencido à Fraga-ta Pacheco Pereira (F 337) que, adquiri-da à Inglaterra em segunda mão, entrou ao serviço de Portugal precisamente em 1959. A inscrição no corpo deste sino “P. Pereira - 1959” não deixa grande mar-gem para dúvidas.

Até aqui tudo normal. Serviam ambos a fins decorativos à entrada do salão poliva-lente da AFZ até que por razões de segu-rança e de necessidade de limpeza, foram dali retirados por algum tempo.

Neste entretanto o estado das cordas dos sinos também se degradou e chamou a atenção do senhor Laurentino Santos, antigo sargento-ajudante da classe de manobra e grande amigo da Associação.

Um dia em que lá foi almoçar, como faz muitas vezes, reparou no péssimo estado da corda e... mãos à obra. Com a “ma-dre” em politeno e revestido a algodão e com um sapatilho na ponta, ali está um excelente trabalho de arte de marinheiro. É que um marinheiro nunca esquece o que aprendeu na Marinha e faz gala em o demonstar esteja onde estiver.

A direcção endereça ao sargento-ajudan-te manobra Laurentino Santos um agra-decimento pelo trabalho efectuado, agra-decimento esse extensivo também ao seu amigo Afonso Brandão, da Rádio Filhos da Escola, sócio efectivo n.º 1277, que apa-drinhou todo o processo.

Falta agora proceder à recolocação dos sinos em local onde cumpram a sua mis-são decorativa sem constituir perigo para os utentes do restaurante.

Núcleo de Motociclistas da Associação de Fuzileiros

Rádio “Filhos da Escola”

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convívios

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“Quando a camaradagem é pura, para sempre perdura”

Os ainda jovens camaradas fuzileiros da 1.ª escola - Feverei-ro de 1991, juntaram-se, mais uma vez, para o já habitual convívio anual, agora realizado na invicta cidade do Porto.

Não foi preciso esperar muito tempo para começar o desbobinar dos acontecimentos mais marcantes da conquista da boina azul ferrete, troféu que só os melhores conquistam, histórias repetidas vezes sem conta mas onde aparece sempre um episódio novo.

A secção da zona sul fez ponto de encontro na Gare do Oriente, liderada pelos irmãos mais veteranos que, como bons fuzileiros, estão sempre presentes e nunca falham.

Durante o percurso que os levou ao Porto foi bem visível o agrado com que nos olhavam. Era notório a simpatia que nos dispensa-vam fruto da provocação que a nossa boina levava aos olhares dos embarcados naquela carruagem comunitária.

Já em Campanhã um mini autocarro esperava por nós. A orga-nização da malta do norte não faz por menos levando os turistas ao farol de Leça, ponto de encontro para todas as secções vindas dos vários pontos do país e estrangeiro. Alguns irmãos já escapa-vam há 27 anos, todos os anos é assim, aparece sempre um de novo para engrossar a fileira.

Já em Leça, e antes da subida ao farol onde os 220 degraus es-peravam para serem acariciados pelas botas dos que arriscavam. Mais uma vez uma rigorosa seleção, como outrora já tinha acon-tecido quando se propuseram vencer todas as dificuldades que o curso de fuzileiro exigia. Foram de imediato feitos dois grupos, o primeiro, onde se incluiu o apontador da MG42 que, como outros, cumpriu, enfrentando várias paragens de stop obrigatório com todo o rigor que o cansaço impunha.

Do alto do farol a paisagem é imensa...

Feito o segundo assalto e abandonado o local a convite do sim-pático “soba”, a quem já tínhamos estragado o fim-de-semana, sem que o seu semblante o denunciasse.

Outra intervenção esperava por estes guerrilheiros na arte do convívio: o sempre muito apreciado repasto, terrenos onde esta força de elite se movimenta muito bem. Mais uma vez a malta do norte esteve irrepreensível. Não faltou nada, estava tudo im-pecável, durou horas o combate e não houve baixas, nem mes-mo quando o grito dos fuzileiros estremecia os vidros e paredes daquele restaurante, perante o espanto compreensivo de quem também utilizava o espaço para convívio familiar.

Antes do regresso foi necessário repor o combustível. Para o efei-to foi selecionado um “tasco” junto à estação de Campanhã, que acolheu à boa maneira do norte a secção do sul que aguardava pelo comboio. A operação não terminou sem que do nada apare-cesse um taxista nortenho que rapidamente se identificou como irmão de armas. É incrível esta força de elite.

O regresso às origens fez-se de forma calma, mesmo assim o bar da carruagem foi pequeno para o convívio destes homens e de todos os restantes passageiros que a eles se juntaram. A chagada a Lisboa aconteceu um pouco antes de saltar o muro das 24h00. Ttodos chegaram aos seus destinos e o 112 não interveio, com-portamento exemplar, como é apanágio dos fuzileiros.

Luís Arada

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convívios

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O lema “Fuzileiro uma vez, Fuzilei-ro para sempre” constitui um polo aglutinador da família fuzileira. A que

se deverá este impulso que nos motiva para o reencontro? O que leva grupos in-formais a reunirem-se periodicamente em jantares de confraternização, algures por este País fora? Que razão explica o facto do meu CFORN (18.º) se reunir, desde há bastante tempo, duas vezes por ano, em jornadas de convívio e cultura, sendo uma delas confinada à classe de fuzileiros? Que força propulsora motiva a criação da Associação de Fuzileiros (AFZ), instituição de direito privado que congrega especial-mente fuzileiros, mas também outros mi-litares da Armada e seus familiares, que “adiram aos valores da dignidade, amiza-de, camaradagem, solidariedade e entre-ajuda”?

Poder-se-á responder que não há res-posta plausível ou buscá-la na essência da sociologia e psicologia militares ou no sentido ético e solidário dos fuzileiros. Do meu tempo passado ao serviço da Marinha interiorizei a ideia de que esta era a mais “civilista” das Forças Armadas. Esta ideia sedimentou-se com o decurso do tempo e transportei-a para a minha vida civil, no-meadamente nas vertentes social e cultu-ral. E nestes quase quarenta e cinco anos que já levo desde que cumpri o serviço militar, a Marinha andou sempre perto de mim, uma espécie de sonda que indica o caminho para dela não nos afastarmos. E, na verdade, assim tem sido. Seja através da AORN (Associação dos Oficiais da Re-serva Naval), seja através do meu CFORN, quer por meio da AFZ e da sua revista O Desembarque ou de visitas e conferências com centralidade nos assuntos do Mar.

Devo confessar que este “estado de alma” cresceu e fortaleceu-se ao longo dos mais de quarenta anos que levo de Açores, mais propriamente de Ponta Delgada.

Encontro de FuzileirosPonta Delgada

9 de Março de 2018

A minha condição insular, nomeadamente através da AORN, fez-me estar perto das estruturas locais da Marinha, designada-mente dos sucessivos comandos da Zona Marítima dos Açores e dos órgãos e servi-ços dela dependentes. Esta circunstância potenciou, ao longo dos anos, encontros protocolares e muitas jornadas informais que, na base do respeito e dignificação dos cargos, propiciaram convívios de gra-ta camaradagem, confraternização e mes-mo amizade, entre os diversos militares da Armada que por cá vão passando e todos aqueles, onde me incluo, que na vida civil se acham no dever de prolongar os valores éticos da instituição Marinha, cimentados na condição de a termos servido com sen-tido cívico e dignidade.

Serve este enquadramento preambular para justificar o espírito de comunhão de vontades que rodeou o presente jantar de confraternização. Que assenta numa das primeiras interrogações que formulei no início deste artigo, ou seja, a promo-ção de encontros periódicos de convívio entre grupos informais de fuzileiros nas

mais diversas localidades do País. E assim foi: o Luís Neto, oficial da Polícia Maríti-ma chegou-se à frente e as redes sociais fizeram o resto. Perto de uma vintena de homens da terra e do mar, muitos no ac-tivo e outros na reforma, desbloquearam compromissos e vieram sentar-se à mesa. A Polícia Marítima estava em maioria, mas a pluralidade democrática esteve garanti-da com a presença de antigos oficiais e marinheiros do quadro e da reserva naval, bem como quadros da PJ e da PSP, entre outros.

Bem a propósito, o jantar de confraterni-zação teve lugar no restaurante “Sunset Beach” que, como o nome indica, se situa mesmo juntinho ao mar, na praia do Pópu-lo, em Ponta Delgada. O gosto pelo conví-vio é tradicionalmente forte, mas, conve-nhamos, a ementa também ajuda, daí que a sua excelência não deva ser descurada, sopesando sempre obviamente o binómio preço/qualidade. E a expectativa não saiu gorada! Nas entradas, queijo branco re-gional e saladinha de polvo. Nos pratos, filetes de peixe-porco e lombo de porco

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convívios

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assado no forno com ananás. Nas sobre-mesas, imperaram a baba de camelo e a mousse de chocolate. Tudo bem acompa-nhado dos indispensáveis branco e tinto. O jantar, motivo para um agradável convívio, prolongou-se por umas horas. Numa salu-tar mistura de juventude e veterania, vie-ram à tona recordações dos tempos idos, não apenas da instrução propriamente dita, mas também das diversas experi-ências por que cada um passou, sem que se notasse, nos diálogos espontâneos, quaisquer ressentimentos ou magoadas lembranças.

Embora o conhecimento mútuo não fosse generalizado, rapidamente se estabeleceu uma comunhão intergeracional que ate-nuou essa fragilidade e fez com que, na altura de zarpar, todos nos sentíssemos mais próximos e enriquecidos. Afinal to-dos tínhamos sido fuzileiros! Afinal todos somos fuzileiros!

Chegado o momento de “botar faladura”, coube-me, como mais antigo (na gíria mili-tar, a antiguidade é um posto), tecer algu-mas considerações sobre o momento que estávamos a viver. Para além dos parabéns da praxe aos promotores da iniciativa, exortei-os a articular e melhorar meios de comunicação com vista à presença futura

do maior número possível de camaradas, bem como envidar esforços para que estes Encontros tenham carácter periódico e, se possível, transformando-os em Jornadas, onde o almoço ou o jantar sejam um de outros momentos de confraternização.

Tive ainda o grato prazer de rever o João Cabral (há muito tempo que o não via), marinheiro de rija têmpera, meu subordi-nado nas operações de segurança e vigi-lância do Depósito de Munições NATO, sito no Marco do Grilo, a cerca de 20 km do Alfeite, que constituía uma área tecnoló-gica de manutenção e testes de torpedos, mísseis e minas, abrangendo uma exten-sa área cercada por vedações em arame farpado, permanentemente vigiadas por fuzileiros.

Estávamos no início da década de setenta e vivia-se um clima social e político bas-tante conturbado, como que premonito-riamente anunciando que a Revolução de Abril não estaria longe. Estas instalações, por razões óbvias, constituíam um alvo potencial, com um nível de segurança bastante apertado, pelo que se tornava absolutamente necessário testar, de for-ma permanente, se os postos de sentine-las estavam operacionais e em prontidão e se os códigos secretos funcionavam. Para

um jovem oficial, investido em funções de tão alta responsabilidade, a ajuda e cola-boração do João Cabral e de outros seus camaradas foram essenciais para que tudo decorresse dentro da normalidade, pelo que aqui lhe presto público testemu-nho.

Faltava ainda um acto simples mas eivado de simbolismo. Coube ao António Lapa, na condição de mais “marreta”, dar o caris-mático “grito dos fuzileiros”. À sua voz de comando, juntaram-se as vozes do colec-tivo, em momento de sentimento e algu-ma emoção. “FUZOS: PRONTOS; DO MAR P´RÁ TERRA; DESEMBARCAR: AO ASSAL-TO; DESEMBARCAR: AO ASSALTO”.

Foi chegado o tempo de brindar com um Porto à saúde, camaradagem e sentido de convivialidade dos presentes. Foi também o momento azado para tirar a fotografia de grupo, junto à bandeira da Associação de Fuzileiros, para memória futura.

Por entre sorrisos e abraços exclamou-se um ATÉ BREVE, na expectativa da realiza-ção de novo Encontro ainda no decurso do presente ano.

Adelino CoutoSóc. Orig. n.º 2382

Realizou-se no passado dia 24 de Abril, mais um encontro dos ca-maradas do DFE9, no restauran-

te da Associação de Fuzileiros (AFZ), no Barreiro, onde estiveram presentes 15 camaradas e seus familiares, (no total de 30 adultos e 2 crianças), entre

os quais o Comandante António Santarém Cruz e o 3.º Oficial, então segundo-tenente Trigo Allen, com as respectivas esposas.

A AFZ fez-se representar pelo Vice-Presidente da Direcção João Domingos Guerreiro com o respectivo guião que muito nos honrou com a sua presença.

O almoço decorreu em ambiente de confraternização entre os ca-maradas presentes, sendo também lembrados os ausentes que não puderam comparecer, mas que foram contactados porque não fica ninguém para trás.

Foram também lembrados aqueles que já partiram, sendo feita a chamada pelo Comandante dos vinte e dois camaradas falecidos (dois em combate), com um grito de “presente” na memória de todos nós que os recordamos com saudade.

Houve também animação com música ao vivo executada pelos camaradas Abel do DFE9 e João Serra do DFE1 que nos brinda-ram com músicas dos “anos 60” tendo cantado no final o “Hino dos Fuzileiros” e, ao partir do bolo, os “Parabéns a Você”.

A organização esteve a cargo de Manuel Carlos Almeida, “O Bar-rinha” e do João Oliveira Duarte, que cumprem esta missão pela 3.ª vez, entregaram a pasta aos senhores oficiais para que sejam eles a “comandar” as operações no próximo encontro em que se comemoram os 50 anos de regresso à base, isto por manifesta vontade do nosso Comandante.

Queremos agradecer a todos os camaradas presentes e seus fa-miliares, assim como a todos os funcionários do Restaurante e à Direcção da AFZ pela colaboração que nos prestaram.

À boa maneira beirã, um grande Bem Hajam!

Manuel Costa Almeida “O Barrinha”

MAR FZE 1324/64

Sócio n.º 2552

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 9Moçambique 1967/69 - 49.º Aniversário

24 de Abril de 2018

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convívios

50 O DESEMBARQUE • n.º 31 • Novembro de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Recordaram-se mais uma vez as peripécias do 25 de Abril de 1974, o rio Zambeze, a Mucanha, a confusão do ces-sar-fogo em Moçambique, as dúvidas e incertezas, a con-

vivência com guerrilheiros da Frelimo (difícil mas necessária), o 7 de Setembro na Praça do Município da cidade da Beira, etc., etc..

Este ano o almoço-convívio, que comemorou os 44 anos da partida para Moçambique, teve lugar na Sertã, uma das regiões mais afectadas pelos incêndios do verão do ano passado.

A solidariedade continua a ser imagem desta Unidade e daí esta visita à Sertã onde o DFE foi muito bem recebido.

Dessa vertente solidária fez menção especial o VAlm Vargas de Matos nas palavras que dirigiu ao pessoal.

O Núcleo de Fuzileiros dos Templários (NFTT) promoveu o seu 22.º Almoço-Convívio que teve lugar no dia 13 de Maio, dia muito importante para a região também por outros motivos,

e realizou-se num restaurante local.

A Direcção da AFZ correspondeu ao convite que lhe foi endereça-do, tendo estado representada por um dos seus Vice-presidentes

que se sentiu muito honrado por poder partilhar aquele momen-to com gente amiga e, na ocasião, fez oferta ao NFTT de uma bandeira da AFZ. Este Núcleo continua muito activo e marcou também presença no Encontro da Marinha com as Associações e Núcleos, evento que teve lugar no passado dia 22 de Setembro na Base Naval de Lisboa.

Núcleo de Fuzileiros dos Templários de Tomar22.º Convívio

13 de Maio de 2018

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 10Moçambique 1974/75

2 de Junho de 2018

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convívios

51O DESEMBARQUE • n.º 31 • Novembro de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

No passado dia 9 de Junho, realizou--se o almoço comemorativo do 47.º aniversário da partida do DFE 9 para

Moçambique. Este Destacamento foi co-mandado pelo então primeiro-tenente Bandeira Ennes, tendo como Oficial Ime-diato o segundo-tenente Lhano Preto.

O almoço decorreu na Mealhada para de-gustação do famoso “Leitão à Bairrada” e foi organizado pelo Marinheiro CFZE Alci-no Azenha. Foi precedido de uma visita ao Museu das “Caves Aliança”, tendo o pessoal sido convidado para uma prova do excelente espumante da região.

Compareceram para este encontro cerca de 60 pessoas, entre elementos do Des-tacamento e familiares. Tudo decorreu em

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 9Moçambique 1971/73

9 de Junho de 2018

As presenças ao longo dos anos, conti-nuam a ser significativas e esperamos que assim continuem e, aqui, temos de fazer uma elogiosa referência ao Joaquim Amadeu Vidinha Dias que, apesar das li-mitações que lhe afectam a mobilidade, mas não o vivo raciocínio, comparece sempre sendo o primeiro a increver-se!

Até para o ano para a comemoração do 45º aniversário!

Estrada das Palmeiras, 55 | Queluz de Baixo 1004 | 2734-504 Barcarena | Portugal | T.(+351) 214 349 700 | F. (+351) 214 349 754 | www.mjm.pt

Um mundo de soluções para o seu lar...

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convívios

52 O DESEMBARQUE • n.º 31 • Novembro de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Em 1972, é constituído o DFE 11 sob o comando do então 1TEN FZE Cunha Brazão, que por motivos de saúde, uma intervenção cirúrgica de urgência, não pode estar presente

neste aniversário1. Em Novembro desse ano, o DFE 11 parte para Moçambique a bordo de um avião militar – Transportes Aéreos Militares (TAM), para uma missão de 24 meses.

Regressa a Lisboa em Novembro de 1974, a bordo do mesmo transporte, com o orgulho e a certeza de ter cumprido a missão que lhes foi atribuída.

No passado dia 30 de Junho, os fuzileiros do DFE 11, acompanha-dos por familiares e amigos, comemoraram o 46º aniversário do destacamento, com programa na casa mãe - Escola de Fuzileiros.

Na Escola de Fuzileiros, fomos recebidos pelo seu comandante CMG FZ Martins de Brito, no Salão Nobre, onde deu palavras de boas vindas aos presentes e elogiou o nosso desempenho como combatentes, realçando o nosso exemplo para as novas gerações de fuzileiros. Fez-nos sentir muito honrados, considerando esse o reconhecimento que nos era devido por parte da casa mãe, pelo cumprimento da nossa missão em Moçambique.

Seguiu-se uma homenagem aos fuzileiros falecidos, junto ao mo-numento ao fuzileiro, com guarda de honra e deposição de uma

1 O Comandanete Cunha Brazão, não podendo estar presente pelos moti-vos apontados, não deixou de se informar sobre como tudo tinha decor-rido e, na oportunidade, enviou à Direcção da AFZ a seguinte mensagem: “À Direcção da Associação de Fuzileiros: Remeto os meus agradecimen-tos, extensivos à Gerência e Pessoal do restaurante, pelos excelente aco-lhimento e serviços prestados ao DFE 11, no passado sábado,30 Junho. Bem hajam! Vasco Brazão, CMG FZE (Ref), Sócio n.º 277

coroa de flores. Esta foi feita por parte da esposa e neto de um ilustre combatente, SAJ FZE Germano de Simas, já falecido, e por um elemento do DFE 11, acompanhados pelo Comandante da EF, Imediato do DFE 11 Pedro Valle Teixeira e pelo SMOR Charrua. Foi uma homenagem muito sentida.

Já na Capela da EF, o Capelão Licínio celebrou missa por intenção de todos os já falecidos e melhoras do Comandante Cunha Bra-zão. Depois, foi realizada uma visita ao Museu, a qual foi muito apreciada, principalmente pela forma como o CAB FZ Pinto de-senvolveu o historial do museu e dos fuzileiros. Terminou a visita com a despedida do Comandante da Escola de Fuzileiros, que nos acompanhou durante todo este percurso. De seguida, dirigimo--nos para a Associação de Fuzileiros, com uma breve visita à Secretaria.

UMA ASSOCIAÇÃO VIVA E PARTICIPADA

Estimados sócios,Como já vem sendo prática na nossa Asssociação, as Reuniões da Direcção são abertas aos sócios sendo, para o efeito, amplamente publicitadas.A Direcção agradece todos os contributos que, de viva voz ou por qualquer outra via, os sócios nos queiram fazer chegar.Os interessados devem, sempre que possível, inscrever-se préviamente no secretariado.

A Direcção da AFZ

Rua Fernão Lopes 1, 2800-171 Almada

Tel: 210862418 – Tem: 968050054

E-mail: [email protected]

ambiente alegre e salutar, relembrando tempos em que éramos ainda muito jovens.

No início do almoço foi respeitado um minuto de “Silêncio” em memória dos falecidos, que já não são poucos, pois já se des-pediram para sempre 16 elementos que constituíam o DFE 9.

Para o ano de 2019, o encontro será realizado na zona de Lisboa e contamos com mais alguns dos nossos camaradas.

José M. Gonçalves

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 11Moçambique 1972/74 - 46.º Aniversário

30 de Junho de 2018

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53O DESEMBARQUE • n.º 31 • Novembro de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Decorreu no passado dia 20 de Outubro de 2018, na Associa-ção de Fuzileiros, mais um encontro/convívio dos Fuzileiros e seus familiares e amigos, pertencentes ao DFE 1 – Mo-

çambique 1964/66 e DFE 2 – Angola 67/69.

Estes Destacamentos de Fuzileiros Espe-ciais, cujos comandantes já se juntaram a outros camaradas noutra dimensão, fo-ram representados pelo Comandante Go-mes Pedrosa (DFE 1) e pelo Comandante Carreiro e Silva (DFE 2).

Este evento simultâneo justifica-se pelo facto de alguns militares terem integrado ambos os Destacamentos.

Além do excelente repasto que brindou todos os presentes, estes tiveram ainda a oportunidade de matarem saudades, contarem e recontarem histórias vividas na primeira pessoa e trocarem abraços, daqueles abraços muitas vezes disfarça-dos com a teimosa lágrima no canto do olho.

Momentos altos foram vários destacando-se, logo no início do almoço, o minuto de silêncio seguido da “chamada” nominal de todos os elementos, de ambos os Destacamentos, que já faleceram.

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 1Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 2

Moçambique 1964/66 • Angola 1967/68

20 de Outubro de 2018

Na entrada do Restaurante, fomos surpreendidos com o Hino do Fuzileiro, o qual foi ouvido de pé. Após este grande momento emocional, foi servido o almoço, que mereceu rasgados elogios, pela excelência e qualidade do serviço.

Termino com o nosso reconhecimento e agradecimento aos co-mandos do Corpo de Fuzileiros e da Escola de Fuzileiros. Estes organizaram e acompanharam a visita àquela que é a nossa casa, de forma cuidada e com muita dignidade e emoção.

Também o Capelão Licínio foi excecional e de uma grande gene-rosidade, sensibilizando-nos a todos com a sua oração.

Por fim, agradecemos ainda à Direção da Associação de Fuzilei-ros, à Gerência do Restaurante e a todo o seu staff pela forma como fomos recebidos.

Manuel CharruaSMOR FZE (REF)

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54 O DESEMBARQUE • n.º 31 • Novembro de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Presto Homenagem ao meu querido amigo e camarada João Maria Lopes Leal. Tive a honra de o conhecer e

combater ao seu lado, pois, estivemos integrados na mesma unidade, na Guiné (DFE 12) em 1970/71.

Conheci o Leal em Abril de 1970, era ain-da um jovem grumete acabado de chegar na segunda leva do Destacamento, o seu porte altivo mas humilde e responsável destacava-se perfeitamente, por isso ten-tei que viesse para a minha equipa, mas não o consegui, pois já tinha sido abor-dado por outro camarada ficando, assim, noutra equipa de combate.

Por duas vezes esteve na Guiné. Foi um combatente de eleição, de uma valentia extraordinária, sempre disponível e pron-to, de uma lealdade e grande solidarieda-de para com os seus “irmãos de armas”, deixando em todos eles uma perpétua amizade que o acompanharam durante as duas comissões e também ao longo da sua vida.

Mais tarde, no decorrer da sua carreira de militar, demostrou uma relevante condi-ção de excelência militar em todas as fun-ções que desempenhou e foi alvo de ad-miração de todos que com ele privaram.

Principalmente, na função de responsa-bilidade acrescida como adjunto do Co-mandante do Corpo de Fuzileiros, soube superar as dificuldades que se lhe depa-ravam com a determinação própria de quem possuiu uma vincada nobreza de carácter.

Já depois da sua passagem à reserva e, quando se impunha a retirada para junto dos seus Familiares, ele respondeu – pre-sente - a um convite da sua Associação de Fuzileiros, onde desempenhou vários cargos sendo Vogal, Secretário-geral e Presidente do Conselho Fiscal.

Organizador de varias confraternizações das suas Unidades do Ultramar (Destaca-mentos de Fuzileiros 12 e 4), deixou as-sim para sempre, vincada em todos nós, uma eterna saudade da sua Pessoa.

O nosso camarada Lopes Leal, que nos deixou em Junho, foi um exemplo de um fuzileiro exemplar, e assim presto a minha homenagem e evoco como fosse uma oração, um texto antigo, de 1893, dirigido pelo Guarda-Mor da Brigada Real da Marinha, Moniz Barreto, a El-Rei de Portugal.

“Senhor, umas casas existem no vosso Reino, onde homens vivem em comum,

comendo do mesmo alimento, dormindo em leitos iguais, de manhã, a um toque de corneta se levantam para obedecer. De noite a outro toque de corneta, se deitam obedecendo, da vontade fizeram renúncia como da vida. Seu nome é sa-crifício. Por ofício desprezam a morte, e o sofrimento físico. A gente conhece-os por militares”.

Os Fuzileiros nunca deixam ninguém para trás e assim foi para contigo meu amigo - transportamos-te até à tua última morada, tal como guardiões do templo e estivemos como sempre, Presentes! Despedimo-nos com o nosso grito de sempre: “Fuzos Prontos, do mar para a terra, Desembarcar ao Assalto, Desem-barcar ao Assalto”.

E termino relembrando um trecho do nos-so hino:

“Desfilai oh Fuzileiros mortos e juntai--vos ao nosso cantar. Há mil sonhos ainda a viver, mil batalhas inda por ga-nhar”.

DESCANSA EM PAZ IRMÃO!

José Talhadas

Homenagem ao SMOR FZE José Maria Lopes Leal

A convite dos organizadores, o Presidente da Associação de Fuzileiros esteve presente durante todo o convívio, agradeceu a escolha daquele local, que também lhes pertence por direito próprio, para comemorarem tão importante evento.

A propósito da “juventude” espelhada naqueles rostos, revelou que… “o segredo da vossa longevidade só pode residir na força da vossa união, nos vossos valores, no vosso orgulho e sentimento de pertença. Obrigado pelo vosso legado”.

Manuel Seabra

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obituário

55O DESEMBARQUE • n.º 31 • Novembro de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Aqui se presta homenagem aos que nos deixaram

diversos

Donativos à AFNome do sócio N.º Donativo

Anónimo - 50.00 €

Jorge Manuel de Oliveira Monteiro 2519 20.00 €

União de Freguesias do Alandroal p/ Delegação Fuzileiros de Juromenha/Elvas

- 350.00 €

Francisco José da Costa Assinatura Anual “O Desembarque”

2023 10.00 €

Anónimo - 50.00 €

Manuel Ventura 2333 10.00 €

Dia do Fuzileiros(Vários Sócios)

- 111.50 €

Anónimo - 10.00 €

Carlos Bernardo 680 20.00 €

Elísio Godinho 2432 35.00 €

João Lopes Martins 554 30.00 €

João P. Marques da Luz 1308 15.00 €

A Associação Nacional de Fuzileiros e a Revista “O Desembarque” apresentam sentidas condolências às Suas Famílias, publicando-se as respectivas fotografias que correspondem às que encontrámos nos nossos ficheiros.

Estes nossos Camaradas e Amigos permanecerão para sempre entre nós!

João Maria Lopes LealSócio n.º 1943

SMOR FZE 8606906/05/1950 a 13/06/2018

José Coelho da PiedadeSócio n.º 2242

SMOR FZE 25406920/12/1952 a 03/10/2018

Aurélio Inácio MartinsSócio n.º 1572SAJ FZ 506158

14/09/1938 a 14/07/2018

Novos SóciosNome do sócio N.º

António Jorge Peixoto Miguel 2614

Vitor Manuel de Azevedo Calado 2615

João Pereira de Melo da Cunha Brazão 2616

António Manuel Dias Figueiredo 2617

Marco Rafael de Leandro Afonso Rodrigues 2618

Vitor Manuel Ramos Josefino 2619

António Manuel Azevedo Mouquinho 2620

Sérgio Baptista Pereira Bento 2621

João Ribeiro 2622

Carlos Alberto dos Santos Madureira 2623

Luís Edgar Pita Alves 2624

Fernando do Carmo Amorim Tavares 2625

Raul Alberto Trindade Girão Alva Rosa 2626

José António Gomes Manso 2627

Adrianos Francisco da Cruz 2628

José Manuel da Silva Augusto 2629

Daniel Filipe Correia Bartolumeu 2630

Pedro Gil Ferreira Paiva 2631

Jorge Luís Pinheiro Patatas 2632

José Elisio Gonçalves 2633

Ricardo Vieira Rosinha 2634

Adérito Borges da Silva 2635

Novos SóciosNome do sócio N.º

Bruno Caldeira Cantarino de Carvalho 2636Pedro Segismundo Pereira do Valle Teixeira 2637

José Vital 2638

Eusébio de Jesus Rodrigues 2639

Daniel Filipe Gonçalves 2640

Nuno Jorge do Prado Ramalho Alves 2641José Manuel Rebolho Pais das Neves Varela 2642

José Luís Gomes Silveira 2643

Manuel Poeiro Carvalho 2644

Bernardino Fernandes Figueiredo 2645

João Henriques Pereira 2646

Manuel Augusto dos Santos 2647

Adriano Pereira Martins 2648

Alvaro Afonso Meneses Portela 2649

José Ferreira dos Santos 2650

Armando dos Santos Batista 2651

Ruben Miguel do Paço Matos 2652

Joaquim Antonio da Fonseca Sá 2653

Rui Pedro Nabais Nunes Ferreira 2654

António José Casanova 2655

Rafael Teixeira da Silva 2656

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