filosofia analitica
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trabalho feito com base na obra de: Cláudio F. Costa: O que é Filosofia analítica .TRANSCRIPT
O que é filosofia analítica?
● Filosofia analítica da linguagem● Iniciada no final do século passado e hoje
largamente difundida● Ludwig Wittgenstein – o mais representativo e
influente dentre os filósofos analíticos
Filosofia Tradicional
Os filósofos tradicionais se perguntavam quais seriam as relações mantidas entre si pelas coisas muito gerais
e abstratas, sendo que a resposta era dada com estabelecimento de tais
relações.
O conhecimento, o ser, a existência, a verdade, a liberdade, o bem, o belo – caráter geral e mais abstrato.
O que é? O que é conhecimento? O que é opinião? O que é ser? O que é existência? (p.12).
Como distinguir conhecimento de mera opinião?Como pode uma pessoa adquirir conhecimento? (p.13)
Consiste em uma investigação das coisas (ideias, conceitos) mais fundamentais, gerais e abstratas, feitas sob o ponto de vista da
maneira como se relacionam entre si. p.13.
Semelhante a definição de Filosofia de G. E. Moore.
George Edward MooreGeorge Edward Moore (4 de novembro de 1873 – 24 de outubro de 1958)
foi um importante e influente filósofo britânico.
Isso foi o que filósofos como Platão,
Aristóteles, Descartes e Kant fizeram.
Filosofia Analítica
Também se pergunta pelo conhecimento, pela verdade,
pela existência.
A diferença entre FT e FA não é de objeto, nem de
objetivo.
Não é o nome de uma posição que possa ser simplesmente aceita ou rejeitada, mas sim o
nome genérico do modo como a filosofia é geralmente feita em
nossa época.
Filosofia Tradicional Filosofia Analítica
O que é conhecimento?
O que significa a palavra conhecimento? Como a
usamos? ou Como elucidar o conceito de conhecimento?
(Procura ocupar-se da análise, elucidação de certos conceitos (=significados) mais gerais e
abstratos.)
Como o conhecimento se distingue da opinião?
Em que se distinguem o uso ( ou o significado) da palavra
‘conhecimento’ do uso (ou do significado) da palavra ‘opinião’?
/ Em que o conceito de conhecimento se distingue do
conceito de opinião?
Conceitos como o tempo, a verdade, o bem, a liberdade, por serem
gerais e abstratos, existe uma certa dificuldade de elucidá-los de maneira
satisfatória, embora saibamos, de certo modo,
implicitamente, intuitivamente, o que sejam.
“Cãimbra mental” Wittgenstein.
Ou seja, não sabemos definir com palavras...
Ludwig Joseph Johann Wittgenstein
(26 de Abril de 1889 - 29 de Abril de 1951) filósofo austríaco, naturalizado britânico,
foi um dos principais atores da virada linguística na filosofia do século XX.
Wittgenstein compara a linguagem a uma casa construída sob planos
determinados: embora nós a habitemos, o edifício
como um todo, seu plano de construção, não nos é consciente.
RIGOR METODOLÓGICO - que caracteriza a FA serve para nos prevenir de cometermos erros ao raciocinar com palavras
ou conceitos abstratos.
Para isso, a FA concebe os problemas filosóficos primeiramente como problemas de esclarecimento do sentido
de nossas expressões, de modo a assegurar que a investigação não se perca, logo de início, em confusões
conceituais.
Uso não crítico da linguagem, na FT, é a prova ontológica da existência de
Deus (Santo Anselmo):
Deus é definido como sendo o ser que é pensado como o maior ou o mais
perfeito que podemos conceber: ele é um ser infinito, onipotente, onisciente
etc.
Quem contesta a existência de Deus deve ser capaz de pensar um ser que, além de possuir todas as perfeições
mencionadas, também EXISTA. Porém, isso contradiz a definição de
Deus como o mais perfeito dos seres, visto que se ele é absolutamente
perfeito, então não podemos conceber que Deus não exista.
Anselmo de Cantuária (1033/1034 - 21 de abril de 1109)
foi um influente teólogo e filósofo medieval italiano de origem normanda.
Segundo Frege, essa prova é incorreta e que sua falsidade se deve a um uso inadequado do
conceito EXISTÊNCIA.
Nesse sentido, existência não é uma propriedade (perfeição) das
coisas.
Friedrich Ludwig Gottlob Frege
(8 de novembro de 1848 - 26 de julho de 1925) foi um matemático, lógico e filósofo alemão.
Na FA, análise é uma elucidação ou esclarecimento
conceitual, de uma descrição da estrutura
ou gramática lógica de nossos conceitos.
Exemplo de G. E. Moore
Analisandum - (conceito) Irmão
Analisans - (elucidado através do seguinte conceito ou combinação de conceitos) - pessoa do sexo
masculino e filho dos mesmos pais.
Observa-se que por meio do esclarecimento analítico não é adicionado nada de novo àquilo que já
sabemos. O que a análise faz não é produzir novos conhecimentos, mas apenas elucidar, explicitar, tornar
evidente o que já é sabido.
A FA deve se restringir ao esclarecimento deste ou daquele conceito específico.
A FA deve ter como objetivo primeiro esclarecer as relações lógicas ou convencionais vigentes entre os conceitos mais fundamentais, gerais e abstratos de
nossa linguagem.
Ordem conceitual na FA
- O critério orientador de seu estabelecimento provém de uma análise da estrutura lógica da linguagem significativa.
Toma-se como ponto de partida o conceito de frase, uma vez que é só através da frase e não de suas palavras tomadas isoladamente,
que podemos dizer algo.
Alguns conceitos que a FA costuma colocar em primeiro lugar: significado, conceito, nome, objeto, pensamento, fato, verdade,
existência... (p. 27)
FATOS HISTÓRICOS
A FA possui duas vertentes metodológicas principais
1. Filosofia da linguagem ideal (Frege) - SEMÂNTICA
- métodos inspirados nas ciências exatas - lógica matemática.
- Linguagem da lógica matemática ou simbólica: (p.28). Frege, Betrand
Russell, o jovem Wittgenstein e os positivistas Carnap e Quine.
Bertrand Arthur William Russell
(18 de Maio de 1872 - 2 de Fevereiro de 1970) foi um dos mais influentes matemáticos,
filósofos e lógicos que viveram no século XX.
Rudolf Carnap (18 de maio de 1891 - 14 de setembro de
1970) foi um influente filósofo alemão que trabalhou na Europa central antes de
1935 e nos Estados Unidos posteriormente. Ele foi um dos principais
membros do Círculo de Viena e um eminente defensor do positivismo lógico.
Willard Van Orman Quine (25 de junho de 1908 - 25 de
dezembro de 2000), foi um dos mais influentes filósofos e lógicos norte-
americanos do século XX, considerado o maior filósofo analítico
da segunda metade deste século.
- Traduz, geralmente com o auxílio de tecnicismo lógico-matemáticos, frases de nossa
linguagem natural em outras que espelhem mais adequadamente a estrutura lógica efetiva
de nossas expressões.
Ex. O frango médio engorda 30 gramas por semana.
A soma do número de gramas ganhos por cada um dos frangos em uma semana, dividida pelo número total de frangos, resulta em uma média de 30 gramas (p. 28-29).
2. Filosofia da linguagem ordinária (G. E. Moore, Wittgenstein, a partir da década de 30, e
filósofos da “Escola de Oxford”: Ryle, Austin e Strawson) – PRAGMÁTICA
- A Filosofia não deve, de maneira alguma, modificar o uso natural ou ordinário de nossas expressões, forçando-o a adaptar-se a
pressupostos metafísicos sugeridos pela lógica matemática.
Para Wittgenstein, a filosofia “reconduz as palavras de sua aplicação metafísica para a
sua aplicação cotidiana”; “ela deixa tudo como está.”
- O filósofo analítico não deve deixar-se orientar excessivamente pelos métodos formais da lógica, pois isso o cega para o
significado ou uso efetivo de nossas expressões, o único em que elas fazem
verdadeiramente sentido.
- Investigação esclarecedora dos modos de uso, dos significados concretos das
expressões em nossa linguagem ordinária, a qual serve como instância última de decisão.
CONCLUSÃO
Ambos os pontos de partida metodológicos (Filosofia da linguagem ideal e da linguagem ordinária) não são, na prática, necessariamente incompatíveis. Uma filosofia da linguagem
ideal que se deixe cegamente orientar por tecnicismos lógico-matemáticos, sem levar em consideração os usos
efetivos das expressões, corre o risco de se transformar em uma metafísica arbitrária e desconectada da realidade.
Já uma filosofia da linguagem ordinária que não abstraia categorias independentes dos modos de expressão ordinários corre o risco de se tornar algo próximo a uma lexografia, que,
inapta a distinguir o essencial, se perca na enumeração e discussão de sutilezas de caráter meramente linguístico e
filosoficamente irrelevantes (p. 31 e 32).
Algumas das principais obras da Filosofia Analítica