fichamento parte iii conhecimento e interesse habermas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE DIREITO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO VINÍCIUS SOARES CARVALHO FICHAMENTO Nº 07 Salvador 2015

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fichamento Vinícius Soares Carvalho

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Page 1: Fichamento Parte III Conhecimento e Interesse Habermas

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE DIREITO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO

VINÍCIUS SOARES CARVALHO

FICHAMENTO Nº 07

Salvador

2015

Page 2: Fichamento Parte III Conhecimento e Interesse Habermas

VINÍCIUS SOARES CARVALHO

Fichamento textual a partir de leitura virtual da PARTE III do livro do Professor da Escola de Frankfurt Jürgen Habermas, intitulado CONHECIMENTO E INTERESSE

Atividade proposta pelos docentes como requisito avaliativo para a disciplina Metodologia da Pesquisa em Direito, PPGD/UFBa, no semestre letivo de 2015.2

Salvador

2015

Page 3: Fichamento Parte III Conhecimento e Interesse Habermas

HABERMAS, Jürgen. Conhecimento e interesse. Introdução e tradução de José N. Heck. Revisão de texto de Gustavo Bayer. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1987.

Págs.

212 III. Crítica como Unidade de Conhecimento e Interesse

“(...) Nietzsche é um dos poucos contemporâneos que unem a sensibilidade para a amplitude das investigações metodológicas com a capacidade de se movimentar, sem alarde, na dimensão da auto-reflexão. (...)”

9. Ramo e interesse: retrospecção — Kant e Fichte

213 “(...) As ciências experimentais, em sentido estrito, estão submetidas às condições transcendentais da atividade instrumental, enquanto as ciências hermenêuticas operam ao nível de uma atividade própria à comunicação.”

“(...) Caso ao quadro da pesquisa empírico-analítica correspondesse um sujeito transcendental, a medida seria a realização sintética que o caracterizaria de forma mais genuína. É por isso que apenas uma teoria do medir pode esclarecer as condições de objetividade de um conhecimento possível no sentido das ciências nomológicas.”

214 “(...) A realidade constitui-se na moldura de uma forma vital exercitada por grupos que se comunicam e organizada nos termos da linguagem ordinária. Nesse sentido é real aquilo que pode ser experimentado de acordo com a interpretação de uma simbólica vigente. Nessa medida podemos conceber a realidade sob o ponto de vista da manipulação técnica possível, e apreender a experiência operacional correspondente como sendo um caso limite. Este caso limite possui os seguintes caracteres: a linguagem está dissociada das interações nas quais se encontra engajada e tende a ser monológica; a atividade está separada da comunicação e reduzida ao ato solitário de uma utilização de recursos racionais-finalistas; por fim, a experiência biográfica individualizada está eliminada em favor da experiência repetitiva dos sucessos do agir instrumental — em suma, as condições da atividade própria à comunicação encontram-se, precisamente aqui, suprimidas. Se concebermos o quadro transcendental da atividade instrumental desta maneira, como uma variação extremada de mundos vitais constituídos pela linguagem ordinária (e, mais precisamente, como realidade na qual todos os mundos vitais, historicamente individualizados, devem chegar a um acordo no abstrato), então ficará claro que o modelo da atividade de um agir

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próprio à comunicação não exerce, para as ciências hermenêuticas, uma função transcendental equiparável àquela que o quadro da atividade instrumental possui para as ciências nomológicas. (...)”

“Pois, o domínio do objeto das ciências do espírito não se constitui exclusivamente nas condições transcendentais da metodologia da pesquisa; na verdade, deparamos com ele como algo já constituído. (...)” CONSTITUIÇÃO IMEDIATA E ESPONTÂNEA DO OBJETO DAS CIÊNCIAS DO ESPÍRITO

215 “Pierce e Dilthey desenvolvem a metodologia das ciências da natureza e do espírito como lógica da investigação e concebem, cada qual por sua vez, o processo da pesquisa a partir de um complexo vital objetivo, seja este entendido como técnica ou como práxis da vida. (...)”

“(...) Não há dúvida, porém, que para a lógica da ciência estas condições não são mais em-si, mas tão-somente para o processo investigatório. (...)”

216 “(...) A lógica das ciências da natureza e dó espírito não se ocupa, como a lógica transcendental, com a organização da razão pura e teórica, mas com as regras metodológicas, tendo em vista a organização dos processos de pesquisa. (...)”

“(...) Na interdependência de tais relações vitais subjacentes mede-se, por isso, o sentido da validade de proposições que podem ser obtidas no seio dos sistemas de referência quase transcendentais dos processos investigatórios nas ciências da natureza e do espírito: o saber nomológico é tecnicamente utilizável da mesma forma como o saber hermenêutico é praticamente eficaz.”

“Remeter o quadro das ciências nomológicas e hermenêuticas a um conjunto vital, bem como à correspondente dedução do sentido da validade relativa a enunciados provindos de interesses cognitivos, torna-se necessário no momento em que um sujeito transcendental e substituído por uma espécie que se reproduz em condições culturais, isto é, que não se constitui, ela própria, senão em um processo de formação a constituir a espécie. (...)”

217 “(...) Falamos, portanto, de um interesse técnico ou prático na medida em que, através dos recursos da lógica da pesquisa, as conexões vitais da atividade instrumental e das interações mediatizadas pelos símbolos pré-molduram o sentido da validade de enunciados possíveis de tal forma que estes, enquanto representam

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conhecimentos, não possuem outra função senão aquela que lhes convém cm tais contextos vitais: serem aplicáveis tecnicamente ou serem praticamente eficazes.”