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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: Uma Releitura do Gênero Literário Contos de Fadas

Autor Egly Hadlich

Escola de Atuação Colégio Estadual Edite Cordeiro Marques – EFM

Município da escola Turvo

Núcleo Regional de Educação Guarapuava

Orientador Raquel Terezinha Rodrigues

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Centro-Oeste PR – UNICENTRO

Disciplina/Área (entrada no PDE) Língua Portuguesa

Produção Didático-pedagógica Sequência Didática – Uma Releitura do Gênero Literário Contos de Fadas

Relação Interdisciplinar

(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)

Não há

Público Alvo

(indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)

Alunos: 8ª série

Localização

(identificar nome e endereço da escola de implementação)

Colégio Estadual Edite Cordeiro Marques - EFM. Rua José Antunes Moreia, 546, Jardim Filadélfia. Turvo/Pr

Apresentação:

(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

Segundo as DCE'S, a escola brasileira deu abertura a um grande nº de alunos, estes oriundos das várias classes sociais. Para tanto, questiona-se quem são, sua condição social e sua cultura para melhor valorizá-lo e melhor conduzi-lo a uma aprendizagem mais ampla na leitura, oralidade, escrita e linguística, bem como a reflexão destes conteúdos.

Para isso, pretende-se trabalhar com histórias curtas: os contos de fadas, que tanto para as crianças quanto para os adolescentes é mágico e ditoso de o leitor fazer suas próprias inferências de leitura e segundo sua vivência, absorver dos contos informações que venham ao encontro às suas experiências de vida. Quanto ao objetivo principal é ler e refletir sobre os valores culturais, o mundo mágico e os elementos presentes nos contos de fadas, para evidenciar

principalmente as aproximações destes com nossas vidas. A metodologia utilizada fora primeiramente pesquisa bibliográfica para a fundamentação deste trabalho e para a implementação do mesmo, aplicar-se-á uma sequência didática com oficinas aplicadas aos alunos. Como resultado final realizar-se-á a apresentação das atividades para a clientela escolar e familiares dos alunos envolvidos no projeto.

Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Leitura – contos – fadas – maravilhoso

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

EGLY HADLICH

SEQUÊNCIA DIDÁTICA:

UMA RELEITURA DO GÊNERO LITERÁRIO CONTOS DE FADAS

TURVO – PR

AGOSTO/2011

EGLY HADLICH

SEQUÊNCIA DIDÁTICA:

UMA RELEITURA DO GÊNERO LITERÁRIO CONTOS DE FADAS

Produção didático pedagógica constituída na forma de Sequência Didática, apresentada como requisito do PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional) 2010/2011/2012, ofertado pela Secretaria de Estado de Educação do Paraná.

Orientadora: Professora Drª Raquel Terezinha Rodrigues

TURVO – PR

AGOSTO/2011

SUMÁRIO

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA: SEQUÊNCIA DIDÁTICA ......... 031. APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO E SELEÇÃO DO GÊNERO TEXTUAL 042. A ORIGEM DOS CONTOS DE FADAS ...................................................... 04

2.1. A CARACTERÍSTICA DO CONTO DE FADA ................................... 062.2. A CONTRIBUIÇÃO DOS CONTOS DE FADAS ............................... 072.3. A LITERATURA E A MATURIDADE DA CRIANÇA E DO

ADOLESCENTE ............................................................................... 083. DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA ..................................................... 11

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 20

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PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA: SEQUÊNCIA DIDÁTICA

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professor: Egly Hadlich

Área PDE: Língua Portuguesa

NRE: Guarapuava

Professora Orientadora IES: Raquel Terezinha Rodrigues

IES vinculada: UNICENTRO

Escola de Implementação: Colégio Estadual Edite Cordeiro Marques –

EFM - Turvo/PR

Público objeto de intervenção: Alunos da 8ª série do Ensino Fundamental

2. TEMA DE ESTUDO:

O Gênero Literário Conto de Fadas

3. TÍTULO

Uma Releitura do Gênero Literário Contos de Fadas

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SEQUÊNCIA DIDÁTICA

1. APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO E SELEÇÃO DO GÊNERO TEXTUAL

A seguinte proposta consiste em ser uma “sequência didática” que faz

parte do Projeto Uma Releitura do Gênero Literário Contos de Fadas. Esta será

aplicada com alunos de 8ª série, no Colégio Estadual Edite Cordeiro Marques –

Ensino Fundamental e Médio na cidade de Turvo/Pr. Tem-se como objetivos ler e

refletir sobre os valores culturais, o mundo mágico e os elementos presentes nos

contos de fadas e possibilitar ao aluno uma leitura mais prazerosa e reflexiva.

2. A ORIGEM DOS CONTOS DE FADAS

Os contos de fadas são de origem celta, da qual, a etimologia da palavra

vem do latim “fatum”, que significa destino, fatalidade. Alguns autores chamam-nos

de contos maravilhosos porque tratam da realização exterior ou social do herói e

apresentam situações maravilhosas. Outros chamam de contos de fadas por

tratarem da realidade interior ou existencial do herói. Ademais,

[...] com ou sem a presença de fadas (mas sempre com o maravilhoso), seus argumentos desenvolvem-se dentro da magia feérica (reis, rainhas, príncipes, princesas, fadas, gênios, gigantes, anões, objetos mágicos, metamorfose, tempo e espaço fora da realidade conhecida, etc) e têm como eixo gerador uma problemática existencial. Ou melhor, têm como núcleo

É um conjunto de atividades ligadas entre si, planejadas para ensinar um conteúdo, etapa por etapa. São organizadas de acordo com os objetivos que o professor quer alcançar para aprendizagem de seus alunos.(hl=ptBr&source=hp&q=sequência+didatica&meta=&rlz=1W1RNRNptBRaq=f&aqi=g10aql=&oq=dezuzano.edunet.sp.gov.br/.../Dicas%20Portugues.htm)

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problemático a realização existencial do herói ou da heroína, realização que, via de regra, está visceralmente ligada à união homem-mulher (MATTAR, 2007, p. 18 apud COELHO, 1987, s. p.)

Os contos de fadas, quando criados, tinham outra conotação diferente da

que se conhece atualmente, pois passavam os infortúnios vivenciados pelas classes

menos favorecidas e tinham sua transmissão oral, assim faziam parte da cultura

popular da humanidade. Além disso, muitos foram copilados em tempos remotos

sofrendo alterações na sua composição.

Nesse sentido, aponta Mattar (2007) ao citar Coelho (1987):

Os primeiros registros dos contos de fadas datam de 4.000 a.C., feitos pelos Egípcios, com o Livro do Mágico. Na seqüência apareceram na Índia, Palestina (Velho Testamento), Grécia Clássica, sendo o Império Romano o principal divulgador das histórias mágicas do Oriente para o Ocidente. A materialidade sensorial do Oriente, como a luxúria da Arábia, Pérsia, Irã e Turquia, se contrapunha à cultura dos celtas e bretões no ocidente, cheia de magia e espiritualidade. (MATTAR, 2007, apud COELHO, 1987)

Para a autora, os contos de fadas nem sempre tiveram esse caráter de

maravilhoso ou encantador, pois eram cheios de simbologia, criaturas assustadoras

representando o ser humano na condição de seus anseios, medos, vícios e

tentações. Diferente do que se pode pensar, os contos de fadas não foram escritos

para as crianças, nem para transmitir ensinamentos morais.

Sabe-se que eles, na sua originalidade, traziam cenas adúlteras, incestos,

entre outros. Portanto, o principal objetivo era para a classe menos favorecida

desabafar seus infortúnios. Aos poucos sofrem mudanças e tendem a trazer,

também, ensinamentos morais para os ouvintes.

A autora salienta que os contos de fadas tinham um profundo caráter da

realidade, na Era Clássica. Todavia foram perdendo tal característica e recebendo

nova roupagem colorida e maravilhosa, transformando-se nos contos de fadas para

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crianças. Há informações de que o início dessas transformações teria sido com

Perrault, no século XVIII, na Alemanha, com Andersen no século XIX, na Dinamarca

e com Walt Disney, no século XX, na América.

Já para alguns estudiosos a transformação dos contos de fadas em

Literatura Infantil teria ocorrido em países de língua inglesa, pelo trabalho de

vendedores ambulantes que viajavam por diversos povoados vendendo pequenos

volumes baratos que continham histórias simplificadas do folclore e dos contos de

fadas, sem as passagens mais agressivas, sendo de fácil leitura.

Independente de se provar a verdadeira origem dos contos de fadas é

notório perceber em suas adaptações, de acordo com Mattar (2007) ao citar Costa e

Braganha que os contos aparecem distorcidos de sua forma original e que nas

muitas adaptações retiraram-se passagens consideradas mais fortes, com o objetivo

de não assustar a criança, privando-a de situações conflitantes.

2.1.A CARACTERÍSTICA DO CONTO DE FADA

Mattar ao citar Propp diz que os contos de fadas, apesar da diversidade

de temas, apresentam a mesma sequência de ações ou funções narrativas, portanto

se assemelham à outras histórias.

No entanto, o pesquisador formulou, ainda, uma estrutura básica para os

contos de fadas, envolvendo início, ruptura, confronto e superação de

obstáculos e perigos, restauração e desfecho (grifo meu). Com isso,

O início se caracteriza pelo aparecimento do herói ou da heroína e do problema que vai desestabilizar a paz inicial, a ruptura, quando o herói vai para o desconhecido, deixando a proteção e desligando-se da vida concreta, o confronto e a superação de obstáculos e perigos, quando o herói busca soluções fantasiosas, a restauração é quando se inicia o processo de descoberta do novo, das potencialidades e das polaridades e o desfecho, o retorno à realidade, com a união dos opostos, iniciando o processo de crescimento e desenvolvimento (MATTAR, 2007, p. 16, apud COELHO, 1987, s. p.)

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Dessa forma, os contos de fadas vêm mostrar obstáculos a serem

vencidos, como um ritual de criação, do qual, o herói alcançará sua auto realização

restaurando a tranquilidade somente no desfecho da narrativa.

2.2.A CONTRIBUIÇÃO DOS CONTOS DE FADAS

Ao nos referirmos à arte, sabemos que esta é de grande importância

para o ser humano expressar-se no que é e no que desejaria ser. Para a autora

Joana Cavalcanti “[...] a arte nos faz alcançar a dimensão do bem e do mal, além de

nos fazer ver o mundo por meio de um olhar múltiplo e transformador. Assim, o lugar

da arte é de fazer olhar, sentir, ser e construir-se dentro de um universo de

possibilidades” (CAVALCANTI, 2002, p. 35)

Segundo a autora, o caminhar da humanidade, no decorrer da história é

composta de imagem-pensamento-palavra. E a mesma afirma que não seria

exagero afirmar que o coração do homem está na literatura e que ele é por natureza

um contador de histórias.

As histórias, em tempos mais longínquos, eram contadas oralmente, seja

ao cair da noite, junto à natureza ou mesmo numa roda perto de uma fogueira. E,

estas despertavam pensamentos mais profundos e de reflexão em quem as ouvia.

Atualmente, esta prática de contar histórias não é tão difundida, até

mesmo as mães que assumiam tal tarefa ao longo dos tempos aos poucos

afastaram-se dela, tendo em vista as exigências da vida moderna.

Sendo assim, coube à escola, nas séries iniciais, suprir essa carência.

Para tanto o objetivo deste trabalho é valorizar a literatura tanto pelo ouvir quanto

pelo contar desta às nossas crianças e adolescentes. Assim, propor um novo olhar

interpretativo para em comum acordo com Cavalcanti que diz: ser ela um campo

fértil para os vários discursos e as várias linguagens. (Cavalcanti, 2002, p. 36)

A autora, salienta ainda que na literatura temos a possibilidade de tocar

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no pensamento do ser humano e são através das narrativas que contamos e

perguntamos dos infinitos mistérios constituem nossa alma (CAVALCANTI,

2002,p.39)

Portanto a literatura é uma prática que traz ao leitor a condição de o

mesmo, também, procurar respostas aos seus anseios e caminhos que iá trilhar.

2.3. A LITERATURA E A MATURIDADE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Para BETTELHEIM (2010), a condição necessária para sermos adultos

em equilíbrio depende de uma maturidade psicológica e alcançada de acordo com a

idade relacionada, quando conseguimos encontrar um significado para nossas vidas.

Esta construção é gradativa e a mesma evolui do pensamento mais emocional até

alcançarmos o pensamento mais racional, ou seja, a fase adulta.

O autor questiona o posicionamento de muitos pais que querem que seus

filhos tenham a mesma compreensão madura da vida. Pois, para a criança,

dependendo do contexto em que está inserida, terá maior ou menor dificuldade para

crescer com maturidade aliada aos significados presentes em sua vida.

É imprescindível para se obter essa maturidade que a criança seja amada

pelo adulto e que a ela sejam oportunizadas ações para que ela própria considere-

se forte na conquista dos caminhos que irá trilhar. Assim,

Esse sentimento é necessário para que uma pessoa se sinta satisfeita consigo mesma e com o que está fazendo. Para não ficar à mercê dos acasos da vida, devemos desenvolver nossos recursos íntimos, de modo que nossas emoções, imaginação e intelecto se ajudem e se enriqueçam mutuamente. Nossos sentimentos positivos nos dão força para desenvolver nossa racionalidade; só a esperança no futuro pode sustentar-nos nas adversidades que inevitavelmente nos deparamos (BETTELHEIM, 2010, p. 10)

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Para o autor o uso da Literatura Infantil pode ser um forte aliado no

desenvolvimento da personalidade da criança e adolescente, pois ajuda os mesmos

a buscarem reflexões de seus atos junto à ficção. No entanto, esta literatura deverá

apresentar o pensamento da criança na busca de seu auto-ajuste.

Em comum acordo com Bettelheim, Cavalcanti defende ainda, que

estudos são realizados com os contos de fadas e que os mesmos falam de nossos

sentimentos mais secretos, desejos escondidos, guardados na profundeza de nosso

interior e que contribuem com nosso amadurecimento. Segundo a autora,

Para Bettelheim, as cartilhas ou manuais utilizados em sala de aula,

muitas vezes, procuram apenas informar ou divertir, podendo por em cheque até

mesmo a aprendizagem da leitura, transformando-a num ato meramente mecânico.

Assim,

Para que uma história realmente prenda a atenção da criança, deve entretê-la e despertar a sua curiosidade. Contudo, para enriquecer sua vida, deve estimular-lhe a imaginação: ajudá-la a desenvolver seu intelecto e a tornar claras as suas emoções, estar em harmonia com suas ansiedades e aspirações, reconhecer plenamente suas dificuldades e, ao mesmo tempo, sugerir soluções para os problemas que a perturbam (BETTELHEIM, 2010, p. 11)

Para o autor, tais soluções, dão grande satisfação à criança, pois ao

perceber que os problemas enfrentados pelo herói não são tão diferentes dos seus e

“A criança 'iniciada' no mundo pelo viés do conto de fadas tem grande possibilidade de tornar-se alguém com capacidade criativa e sensibilidade para o estético, portanto de se acolher dentro das diversidades e antagonismos que refletem o modus vivendi do sujeito humano.” (CAVALCANTI, 2002, p. 43)

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que ela poderá sim, vencê-los, se, tal qual, o herói não desistir de lutar pelo seu

objetivo. E não somente isso, a literatura também traz em seu cerne a poeticidade

da linguagem, ela permite que o leitor, em contato com as articulações linguísticas

tenha um momento de “fruição estética e carga emotiva” nos dizeres de Cavalcanti.

(CAVALCANTI, 2002, p. 48)

Levando em consideração o exposto, este trabalho selecionou como

corpus dois contos de fadas: o conto “Chapeuzinho Vermelho” e “A Pessoa Mais –

Atraente – Do – Que – A – Média Adormecida.”

Das tantas versões de Chapeuzinho Vermelho, a dos irmãos Grimm, é

uma das mais populares em relação aos contos de fadas. Quem é que não sabe a

história de uma menininha que recebe ordens da mãe para que leve algumas

guloseimas para a sua avó e que esta siga apenas o caminho recomendado pela

mãe, não se desviando deste. A menina decide ouvir a voz de um lobo que sugere

que ela toma um caminho mais curto que o usual e ao chegar à casa da vovó, eis

que encontra o lobo disfarçado de vovó na cama. Ele faz uma série de perguntas à

menina e em seguida engole-a. Como salvação entra em cena o caçador, que retira

ambas da barriga do lobo e elas vivem felizes para sempre.

Quanto ao conto “A Bela Adormecida” o autor James Finn Garner traz

uma versão bem inovadora, a começar pelo título “A Pessoa Mais – Atraente – Do –

Que – A – Média – Adormecida”. Um casal, rei e rainha, são quase perfeitos em seu

matrimônio. Dividem todos os afazeres e ideais, inclusive o desejo de ter um filho.

No entanto, a rainha não consegue engravidar, mas ao seguir orientações de uma

sábia rã, ela concebe uma menina.

Após o nascimento do bebê, o casal decide dar uma grande festa e suas

convidadas especiais são fadas. Estas levam presentes para passarem bons fluídos

nova criatura. Mas o rei esquece de convidar uma delas. A fada esquecida decide

vingar-se da menina e deseja que a mesma, ao chegar a puberdade, durma pelo

menos até a idade de cem anos e que ao acordar seja uma mulher entediada e

infeliz. O desejo da fada malvada se cumpre: ao despertar pelo beijo do príncipe,

este acha-se imaturo para assumir um compromisso mais sério com a princesa e ela

prossegue sua vida infeliz para sempre. (Este texto é uma paráfrase do texto

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original).“A Pessoa Mais-Atraente-Do-Que-A-Média-Adormecida” do autor James

Finn Garner

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3. DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA

Parte 1: os contos de fadas e seus elementos

• Questões orais: Contos de Fadas

a) Você já ouviu falar em contos de fadas?

b) Se ouviu, de que forma tomou contato com os contos de fadas?

( ) família ( ) escola ( ) televisão ( ) teatro ( ) outro

c) Se ouviu o conto por inteiro, qual(is) você conhece?

• QUEBRA-CABEÇAS: “A Bela Adormecida”, Irmãos Grimm

PROFESSOR(A): Iniciar seu trabalho criando, com antecedência, ambiência no colégio (chamada para o projeto). Num segundo momento, propor aos alunos uma conversa informal sobre o gênero contos de fadas. Esta conversa tem a finalidade de investigar o que os alunos sabem sobre este gênero e ao mesmo tempo instigar o aluno a interessar-se pelo projeto.

PROFESSOR(A): Após a aplicação do questionário, expor aos alunos como será o projeto com os contos de fadas: as características peculiares dos contos, a origem destes, como eram num período mais remoto, a sua finalidade e quem eram os contistas clássicos. Observação: esta prática deve ser desenvolvida de acordo com a teoria do presente trabalho, a qual se encontra na apresentação deste.

PROFESSSOR(A): este conto encontra-se no livro “Contos de Andersen Grimm e Perrault”, editora Girassol. Quando for contar a história “A Bela Adormecida”, é importante seguir alguns passos, dos quais, obter-se-á melhores resultados.

Passos a serem seguidos: PROFESSOR (a), para realizar a leitura deste conto de fadas é importante criar ambiência, realizar leitura dramatizada e dar ênfase na entonação e no deslocamento das gravuras referentes ao conto que se encontram no recurso “álbum seriado”. (Criar o álbum seriado com as gravuras do conto proposto).

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a) Entregar para cada aluno o texto “A Bela Adormecida” dos Irmãos

Grimm, em forma de tiras;

b) Pedir aos mesmos que montem o texto numa sequência lógica e

realizem colagem no caderno;

c) Leitura dramatizada do conto pelo professor(a), utilizando o recurso

“álbum seriado” com gravuras referentes ao texto.

• Elementos do Conto

OBSERVAÇÃO: a partir do conto “A Bela Adormecida” realizar análise dos elementos do conto.

Estrutura de um conto de fadas

A estrutura do conto de fadas é bastante semelhante ao conto comum,

veja:

Início: nele aparece o herói ou heroína e sua dificuldade ou restrição.

Problemas ligados à realidade, como estados de carência, penúria, conflitos, etc.,

que desequilibram a tranquilidade inicial. Por exemplo, uma proibição imposta ao

herói;

PROFESSOR(A): após leitura do conto “A Bela Adormecida” é importante trabalhar passo a passo a estrutura do conto de fadas, pois os alunos dependerão dessas informações para futura produção textual que os mesmos irão realizar. Segue abaixo os elementos que compõem a estrutura do conto de fadas, mas lembre-se, você poderá ter mais informações sobre o assunto na parte teórica deste trabalho. Observação: entregar aos alunos o conteúdo abaixo em folhas xerografadas.

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Ruptura: é quando o herói desliga-se de sua vida real, sai de uma suposta

proteção e envolve-se com o desconhecido;

Confronto e superação de obstáculos e perigos: acontece a busca de

soluções no plano da fantasia com a inserção de elementos imaginários. Por

exemplo, poderes mágicos são dados ao herói ou são introduzidas “fadas”;

Restauração: início do processo de descobrir o novo, possibilidades,

potencialidades e polaridades opostas;

Desfecho: volta à realidade. União dos opostos, germinação,

florescimento, colheita e transcendência (elementos conotativos). Por exemplo: o

herói casar-se.

• Utilização da internet: leitura de outros contos clássicos através da

internet.

a) A cada computador, uma dupla de alunos realizará a leitura dos contos;

b) Escolhido o conto, realizar a impressão do mesmo com auxílio do

funcionário do laboratório;

c) Na sala de aula realizar leitura silenciosa do conto para futura contação

do mesmo para os demais colegas;

d) Construir painel com os contos de fadas lidos;

Parte 2: a desconstrução dos contos de fadas

• Conto: “A Pessoa Mais-Atraente-Do-Que-A-Média-Adormecida” do

autor James Finn Garner

Observação: PROFESSOR(A): agendar com antecedência o laboratório de informática de seu colégio. Além disso, propor aos seus alunos uma listagem bem variada de títulos de contos de fadas para facilitar o trabalho de pesquisa. Pois, para realizar esta atividade, o aluno deverá digitar o nome do conto escolhido para facilitar o trabalho e buscar a leitura de outros contos de fadas de acordo com o seu interesse.

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“Há muito, muito tempo, havia um rei e uma rainha, um casal igualitário

em seus direitos e deveres, que dividia tudo, inclusive o desejo de ter um bebê. (Isto

era muito mais fácil para o rei, é claro, já que ele nunca teria que passar pelas

vicissitudes inerentes a uma gravidez, pela dor do parto e pela angústia de uma

depressão pós-parto. Você poderia encarar seu desejo como sendo mais vicário que

o dela.)”

OBSERVAÇÃO: este conto encontra-se no livro “Mais Contos de Fadas Politicamente Corretos” do autor James Finn Garner, editora Ediouro.

a) Distribuição de xerox com o conto proposto;

b) Leitura dramatizada realizada pelo professor;

c) Levantamento do vocabulário, juntamente, com os alunos. Para esta

atividade não se tornar cansativa, eleger dois alunos da turma para que procurem o

significado das palavras desconhecidas, enquanto o restante da turma anota o

resultado;

d) Discutir com os alunos sobre a nova proposta do conto “A Pessoa

Mais-Atraente-Do-Que-A-Média-Adormecida” do autor James Finn Garner que tem

como base o conto “A Bela Adormecida”.

PROFESSOR(A): voltar esta análise para as novas ideias propostas no conto e

que relações são estabelecidas com a sociedade no presente momento.

e) Realizar anotações das diferenças identificadas com o conto tradicional

da “Bela Adormecida” com o presente texto apresentado.

PROFESSOR(A): trabalhar,neste momento, várias propostas de desconstrução dos contos de fadas tradicionais, ou seja, apresentá-los de uma maneira mais moderna para que o aluno venha a desenvolver futura produção dos contos numa condição mais contemporânea.

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• Filme Shrek

Sinopse do filme:

“Era uma vez um pântano muito distante onde vivia um ogro chamado

Shrek. De repente, sua preciosa solidão é abalada pela invasão de irritantes

personagens dos contos de fadas. Há ratos cegos em sua comida, um lobo grande e

mau na sua cama, três porquinhos sem teto e muito mais, todos expulsos de seu

reino pelo terrível Lord Farquaad. Determinado a salvar seus lares, principalmente o

seu, Shrek faz um acordo com Farquaad e parte em sua viagem para salvar a bela

princesa Fiona, a futura noiva do Lorde. E quem o acompanhará nessa missão é o

Burro, disposto a fazer tudo por Shrek... menos parar de falar. Salvar a princesa de

um dragão que cospe fogo é o menor dos problemas que eles terão de enfrentar

quando o segredo que Fiona guarda há tanto tempo será revelado.”

(www.webcine.com.br/filmessi/sherk.htm )

Questionário: filme Shrek 1 ( entregar o material impresso aos alunos )

a) O filme Shrek 1 se identifica com algum tipo de narrativa que você

conhece? Qual narrativa?

b) Que personagens nós encontramos no filme, quais podemos identificar

com os contos de fadas?

c) Ao lermos alguns contos de fadas percebemos a presença de

personagens como o príncipe/princesa. No filme percebe-se alguma diferença na

presença destes? Qual(is)?

d) O filme Shrek faz alusão a um determinado lugar que é bastante

conhecido pelo meio televisivo? Que lugar é este?

e) Por que este lugar é apresentado no filme?

f) Na sua opinião, este lugar tem alguma relação com os contos de fadas?

PROFESSOR(A): Utilizar o filme Shrek 1 que deverá ser locado. A partir deste realizar uma reflexão com os alunos sobre o tema do filme e qual a ligação que este estabelece com os contos de fadas. Assim, passar o filme numa sequência de três aulas para análise escrita do mesmo.

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Comente.

OBSERVAÇÃO: é importante que logo após o questionário o(a) professor(a) debater as questões acima, após serem respondidas, para que os alunos percebam a relação que tem o filme com os contos de fadas. Neste momento, voltar em algumas cenas que fazem alusão aos contos de fadas e à cidade de Hollywood, considerada a capital do cinema internacional.

• Chapeuzinho Vermelho – Irmãos Grimm

a) Entrega do texto “Chapeuzinho Vermelho” dos autores Irmãos Grimm

aos alunos e realização da leitura dramatizada pelo professor;

b) Análise do conto “Chapeuzinho Vermelho” segundo Bettelheim;

• Desconstrução do Conto de Fadas Chapeuzinho Vermelho dos

Irmãos Grimm – Filme “Deu a Louca na Chapeuzinho”

PROFESSOR(A): locar o filme “Deu a Louca na Chapeuzinho”.

Sinopse do filme: em forma de notícia.

“Policiais do reino animal recebem denúncias de uma confusão na

floresta. A bagunça envolve nada menos do que a Chapeuzinho Vermelho, o Lobo-

Mau e a Vovozinha. As denúncias vão desde a invasão de domicílio, até a

perturbação do sossego. Quem estará contando a verdade? E quem roubou os

doces? Animação que brinca com o conto de Chapeuzinho Vermelho.”

( www.pt.shoong.com/.../1848847-sinopse-em-forma-notícia-deu/ )

http://www.google.com.br/search?

PROFESSOR(A): o texto proposto encontra-se no livro “Contos de Andersen Grimm e Perrault” da editora Girassol. E, a análise deverá ser utilizada com base na parte teórica deste trabalho.

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hl=ptBR&source=hp&q=sinopse+deu+a+louca+na=chapeuzinho&meta=&rlz=1R2RNRN-ptBRBR427&aq=f&aqi=&aql=&oq=pt.shvoong.com/.../1848847-sinopse-em-forma-notícia-deu/

a) Realizar, juntamente dos alunos, anotações no quadro e caderno das

possíveis diferenças do conto “Chapeuzinho Vermelho” dos Irmãos Grimm com o

filme “Deu a Louca na Chapeuzinho Vermelho”. Estas anotações servirão para o

aluno refletir sobre os contos tradicionais propostos para criança e as novas

produções atuais ligadas a uma produção mais contextualizada.

b) Texto “Chapeuzinho Amarelo” de Chico Buarque de Holanda. Este

texto encontra-se no livro “Chapeuzinho Amarelo” Chico Buarque de Holanda,

editora José Olympio.

OBSERVAÇÃO: entregar o texto impresso aos alunos. E, após o filme assistido e a leitura do texto “Chapeuzinho Amarelo”, realizar discussão com os alunos sobre as novas propostas de releitura da obra “Chapeuzinho Vermelho”

c) TEATRO “Chapeuzinho Amarelo”: propor aos alunos envolvidos nesta

prática a encenação teatral da obra “Chapeuzinho Amarelo” de Chico Buarque. A

escolha dos alunos que se envolverão na atividade deverá ser por sorteio ou

voluntário. Esta atividade será apresentada no colégio no encerramento do trabalho

com os contos de fadas.

• Produção artística

a) Dividir a turma em grupos com 4 alunos;

b) Propor aos alunos que realizem desenhos referentes aos contos de

fadas escolhidos, numa perspectiva mais contemporânea;

c) A partir dos textos pesquisados na internet, cada grupo irá produzir a

reescrita dos mesmos. Os alunos farão três produções do conto escolhido: mudança

no início, no desenrolar do conto e no final;

d) Proposta final: a partir do texto escolhido, realizar uma produção textual

atendendo a uma proposta mais contemporânea;

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e) Correção dos textos pelo professor;

f) Digitação dos textos pelos alunos para construção de um pequeno livro.

OBSERVAÇÃO: todas as atividades serão registradas através de imagens para a inserção destas, com a autorização dos pais, em CD e no Site do Colégio.

• Apresentação das atividades realizadas: “O Dia do Conto”

a) Realizar atividade de apresentação dos resultados para os alunos do

diurno;

b) Varal dos contos produzidos;

c) Contação dos contos tradicionais ao público. Observação: para a

realização dessa atividade, o aluno “contador” deverá se preparar com

antecedência, tanto com o texto quanto com a caracterização referente a uma das

personagens do conto de fadas escolhido;

d) Contação de alguns textos produzidos pelos alunos ao público;

e) Exposição dos textos produzidos pelos alunos em varal e material em

forma de livro;

f) Exposição dos melhores textos produzidos pelos alunos no Site do

Colégio;

g) Encenação da obra “Chapeuzinho Amarelo” ao público presente;

OBSERVAÇÃO: ao final das atividades servir um chá aos

convidados.

• Avaliação destinada ao professor Orientador

De acordo com os objetivos específicos abaixo, o professor orientador, deverá

assinalar quais destes foram cumpridos na elaboração da sequência didática

SARAU: PROFESSOR(A): esta atividade tem como objetivo chamar os pais dos alunos envolvidos no projeto para um sarau de apresentação das mesmas atividades em sala de aula.

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proposta.

Analisar os elementos apresentados no conto lido ( )

Mostrar aos educandos como se dá a organização da estrutura de

textos do gênero apresentado ( )

Ler e ouvir diferentes versões de um mesmo conto de fadas,

comparando-as ( )

Refletir com os educandos sobre a função social dos contos de

fadas e sua interferência em nossas vidas ( )

Realizar leituras diversas de outros contos de fadas ( )

Refletir e reescrever os contos de fadas lidos sob a perspectiva do

adolescente ( )

Apresentar à comunidade escolar e aos pais dos alunos envolvidos

no projeto o resultado do trabalho realizado ( )

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BETTELHEIM, Bruno. A Psicanálise dos Contos de Fadas. 24a Ed. São Paulo: Paz e Terra, 2010

CAVALCANTI, Joana. Caminhos da Literatura Infantil e Juvenil: Dinâmicas e Vivências na Ação Pedagógica. São Paulo: Paulus, 2002

GARNER, James Finn. Mais Contos de Fadas Politicamente Corretos. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996

MATTAR, Regina Ribeiro. Os Contos de Fadas e suas Implicações na Infância. Disponível em: http://www.fc.unesp.br/upload/pedagogia/tcc%20regina20%-%20find. Acesso em 24/09/2010

PARANÁ, Secretária de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Curitiba: 2008.

O que são sequências didáticas? Disponível em: http://www.google.com.br/search?hl=ptBr&source=hp&q=sequência+didatica&meta=&rlz=1W1RNRNptBRaq=f&aqi=g10aql=&oq=dezuzano.edunet.sp.gov.br/.../Dicas%20Portugues.htm

Sinopse em forma de notícia – deu a louca na Chapeuzinho. Disponível em: http://www.google.com.br/search?hl=ptBR&source=hp&q=sinopse+deu+a+louca+na=chapeuzinho&meta=&rlz=1R2RNRN-ptBRBR427&aq=f&aqi=&aql=&oq=pt.shvoong.com/.../1848847-sinopse-em-forma-notícia-deu/

Arquivo de filmes Sherek. htpp://.google.com.br/search?hl=hl=pt-Br&source=hp&q=sinopse+Sherk&meta=&rlz=1R2RNRNptBRBR427&aq=f&aqi=&aql=&oq=

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BARONE, Leda Maria Codeço. Apontamentos para a Construção do Sujeito Leitor. Construção Psicopedagógica, Vol. 15, no 12. São Paulo: Dez/2007

BIASIOLI, Bruna Longo. A Interfaces da Literatura Infanto Juvenil: Panorama entre o Passado e o Presente. Terra Roxa e Outras Terras – Revista de Estudos Literários, Vol. 9. Londrina, 2007

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LAJOLO, Mariza; ZILBERMAN, Regina. Literatura Infantil Brasileira. 6ª Ed. São Paulo: Ática, 1999

ZILBERMAN, Regina. A Literatura Infantil na Escola. 11a Ed. São Paulo: Global Editora, 2003

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