fernandinho abd - drp
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Planejamento
Participativo da
Paisagem
Fernando Silveira Franco
Piracicaba – Primavera 2007
TODOS AS PESSOAS ESTÃO PRESAS NUMA TEIA INESCAPÁVEL DE MUTUALIDADE, ENTRELAÇADAS NUM ÚNICO TECIDO DO DESTINO.
O QUE QUER QUE AFETA A UM DIRETAMENTE, AFETA A TODOS INDIRETAMENTE.
EU NUNCA POSSO SER O QUE DEVERIA SER ATÉ QUE VOCÊ SEJA O QUE DEVE SER. E VOCÊ NUNCA PODERÁ SER O QUE DEVE SER, ATÉ QUE EU SEJA O QUE DEVO SER.
Martin Luther King
DO QUE RESULTA O “BEM ESTAR GERAL” ?
“ Se todos se empenharem da forma mais intensa e consequente possível pelo seu interesse próprio, disso resultará automaticamente o bem estar geral.
Adam Smith (1779)
LEI SOCIAL PRINCIPAL:
“ O bem-estar de uma coletividade de pessoas que trabalham em conjunto é tanto maior quanto menos o indivíduo exigir para si os resultados de seu trabalho,
ou seja,
quanto mais ele ceder estes resultados a seus colaboradores e quanto mais as suas próprias necessidades forem satisfeitas, não por seu próprio trabalho mas pelo dos outros”.
“O bem estar geral será tanto maior quanto menor for o egoísmo”
Rudolf Stenier (1905)
DE QUE FORMA SERES HUMANOS SE RELACIONAM UNS COM OS OUTROS ?
- PARA TEREM SUAS NECESSIDADES SATISFEITAS (TODO SER HUMANO É NECESSITADO)
- MOBILIZANDO SUAS CAPACIDADES (TODO SER HUMANO É CAPACITADO)
- ESTABELECENDO ACORDOS(TODO SER HUMANO ADULTO É EMANCIPADO)
As dinâmicas são um meio usado para que os grupos:
- ampliem seu conhecimento pessoal;- facilitem o relacionamento; - expressem sentimento;- confrontem idéias;- estimulem os pensamentos analógicos e associativos;- explorem a riqueza de expressão grupal;- despertem o sentimento de solidariedade;- propiciem confiança mútua;- descobrimento do outro.
NA PREPARAÇÃO:
- QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DO GRUPO(FAIXA ETÁRIA, GÊNERO, NÍVEL DE INTEGRAÇÃO)
- CONDIÇÕES OPERACIONAIS(TEMPO, ESPAÇO FÍSICO, MATERIAIS)
- CONTEÚDO DA ATIVIDADE (EIXO TEMÁTICO, ETAPAS, OBJETIVOS)
- TEMPO PARA SOCIALIZAÇÃO NO FINAL
- AMBIENTE PROPÍCIO (“clima”)
O MODERADOR DEVE:
- TER VIVENCIADO A DINÂMICA ANTES DE APLICÁ-LA
- ACOMPANHAR A REALIZAÇÃO DA DINÂMICA
- EXPLICAR E ESCLARECER A DINÂMICA
- PROPICIAR MOMENTO DE REFLEXÃO DO GRUPO AUXILIANDO NA SISTEMATIZAÇÃO DA VIVÊNCIA
COMUNIDADE
FÍSICOSOLO – CLIMAÁGUA - PAISAGEM
BIÓTICOFLORA - FAUNA
ANTRÓPICOSOCIALECONOMOMICOINSTITUCIONALCULTURAL
DIAGNÓSTICOSÓCIO
AMBIENTAL
PROBLEMAS& POTENCIAIS
(CAPACIDADES & NECESSIDADES)
PRIORIZAÇÃOLINHAS DE
AÇÃOPLANEJAMENTO
MONITORAMENTO
LINHAS BÁSICAS DE UM PROCESSO DE PLANEJAMENTO (DESENVOLVIMENTO LOCAL )
PARTICIPAPARTICIPA ÇÇÃO COMUNITÃO COMUNIT ÁÁRIA NO PLANEJAMENTORIA NO PLANEJAMENTO
Pesquisas com questionários fechados e posterior tabulação para a tomada decisões, tudo feito pelos técnicos
Comunidade participa da coleta de dados em reuniões e entrevistas, mas a tabulação e a tomada de decisões sobre as ações são dos técnicos, algumas opiniões são levadas em conta.
Nível crescente de participação dos beneficiários
Comunidade participa de entrevistas e reuniões onde são apresentadas as atividades futuras elaboradas pelos técnicos.
PASSIVIDADE AUTOGESTÃO
Comunidade participa na formulação da metodologia e execução do diagnóstico, da priorização de problemas, planejamento das ações, implantação e monitoramento
O que é DIAGNÓSTICO ?
� Trata-se de um levantamento de informações para compreender uma determinada realidade/situação
�� Para quê?
� �De quê?
��Por quem?
� �Como?
“É um processo de aprendizagem, conseguido através da utilização de diálogos, de observações, de diagramas e de análises realizadas no campo.”
O que é DRP Diagnóstico Rural Participativo?
Por que DRP?
hNecessidade de informação qualificada
hEvitar o “turismo” de desenvolvimento rural
hValorização do conhecimento local
hAvaliação da diversidade e das relações entre os sistemas
hNecessidade de identificar e limitar nossos preconceitos (distorções, influências)
hEfetuar uma forma de comunicação mais direta
Histórico das Metodologias de Diagnóstico
Antes de 1970�Métodos “convencionais”
– Dados secundários e questionários�• demorados
�• estrutura física formal
�• integração debilitada (consultores em momentos diferentes)
�• pouca participação
�• altos custos de tempo e pessoal
� �• inacessíveis às condições locais
�• fragmentados (ignorando a totalidade)
Depois de 1970� 78 e 79• Conferências na Inglaterra
DRR -Diagnóstico Rural Rápido
� 80• Experiências e publicações
Ásia, África
� 85
• Conferência Internacional Tailândia -unir experiências acumuladas
–IIED e Universidade Sussexsistematizando o método
–Publicações - ONGs, Universidades
� 90• DRP - Diagnóstico Rural Participativo
“O DRP SURGIU NO FINAL DOS ANOS 80, COMORESULTADO DA BUSCA POR ENFOQUES PRÁTICOS ESISTÊMICOS PARA A PESQUISA E O PLANEJAMENTONO MEIO RURAL.
ENTRETANTO, SUA CONCEPÇÃO APONTA TAMBÉMPARA A IDÉIA DE UM PLANEJAMENTODESCENTRALIZADO E DE UM PROCESSODEMOCRÁTICO DE TOMADA DE DECISÕES QUEVALORIZE A DIVERSIDADE SOCIAL, A PARTICIPAÇÃOPOPULAR E O REFORÇO DO PODER DA COMUNIDADE ”
(Chambers, 1994)
Princípios do DRP
⇒Dinamismo
-Processos e metas são variáveis (podem ser mudados)
⇒Interdisciplinar
-Combinação de conhecimentos
⇒Equilíbrio de tendências
-de espaço
-de pessoas (gênero, posição social)
-de formação profissional
Princípios do DRP⇒Participativo
-Perspectivas das comunidades são consideradas
-Compreensão compartilhada entre as pessoas de fora e do local
⇒Mobilizador-Envolvimento das comunidades/pessoas
⇒Sistêmico-Visão não fragmentada
⇒Busca da Busca da Busca da Busca da ““““ignorância ignorância ignorância ignorância óóóótimatimatimatima””””-Nível ótimo de conhecimento-Descartar detalhes desnessários ou irrelevantes – evitar medir quando comparar for suficiente
Princípios do DRP⇒Triangulação
Métodos diferentes(técnicas) Pesquisadores diferentes
Informantes diferentes
Verificação da informação
1- Determinação da abrangência e do enfoque
2- Formação da equipe- Multidisciplinar
- Tamanho: área, tempo, recursos
3- Levantamento preliminar de informações- Dados secundários com análise crítica
4- Formulação das hipóteses- Estruturação do roteiro
5- Trabalho de campo- Técnicas
Etapas de um DRP
Etapas de um DRP6 - SISTEMATIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES
- Instrumentos (Matriz)
7 - ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES- Instrumentos (Diagrama de Fluxo)
8 - DEVOLUÇÃO
- Ampliar e estimular
- Instrumentos (cartilhas, encontros, etc)
9 –PLANEJAMENTO DE AÇÕES- Implementação- Monitoramento ...
TÉCNICAS PARTICIPATIVAS
� O que representam?
♦ Ferramentas de levantamento e análise de informações
Por que utilizá-las?
• Trabalhar com uma linguagem comum
• Facilitar o diálogo entre equipe e pessoas do local
• Despertar a discussão sobre os problemas e situações
• Levantamento e análise do conhecimento coletivo do grupo
• Trabalhar com percepções locais
• Facilitar a verificação da informação
•Permitir a participação de alfabetizados ou não no mesmo momento
• Mobilidade dos elementos conforme a discussão
Técnicas do DRP
� Mapa
� FOFA
� Calendário sazonal
� Travessia
� Entrevista semi-estruturada
� Matriz
� Diagrama de fluxo
� Outras:
- Diagramas históricos
- Rotina diária- Diagrama de setores (“pizza”)
Procedimentos gerais
� Explicar bem o objetivo da técnica e como será feito o exercício.
� Garantir boa representação da população local (jovens, velhos, homens, mulheres etc).
� Procurar utilizar materiais disponíveis no local.
� Ter no mínimo um relator para registrar as discussões.
� Atentar para a ordem de colocação dos elementos e/ou das discussões.
� Manter a postura de investigação, buscando clarear, aprofundar as informações.
� Fazer sempre perguntas abertas. Evitar as perguntas indutivas.
� Em caso de opiniões conflitantes, registrar, investigar, sem buscar uma definição final.
� Procurar não corrigir.
� Manter postura não destacada e observadora.
� Registrar o resultado.
� Falar menos - Escutar mais.
Mapa�Objetivo
Visualização espacial (recursos naturais, infra-estrutura, uso da terra etc.)
�Características
exploratório;
visão geral.
�Possibilidades evolução histórica;
percepção de bem estar;
identificação de grupos;
estratificação dos ambientes, etc.
Mapa da ComunidadeComunidade de Jenipapeiro Alexandre
Mapa da TerraMicrobacia Rio Candeia - Aracoiaba
MAPA DE PROPRIEDADES
Simonésia - MG
Travessia
�ObjetivosCaracterização geográfica (recursos naturais,
sistemas de produção, uso da terra etc.)
�Características Técnica de observação
Informação verbal
“Zoom” do mapa
Visão mais detalhada
Fornece um perfil do ambiente
�Possibilidades
Perfil histórico
Percepção de bem estar
Identificação de grupos
Estratificação de ambientes
Associação com outras técnicas;
A nível de comunidade ou a nível de propriedade.
TRAVESSIA - Comunidade Sossego
FOFA�Objetivo
Avaliação de uma situação, realidade local, projeto, atividade realizada.
�Características
analítico;
estimulo à discussão.
�Possibilidades monitoramento de projetos;
planejamento de ações;
identificação de problemas e potenciais;
COMO FAZER?
Estimular o grupo - “Vamos analisar o projeto de acordo com os seguintes critérios:
- Fortalezas: quais os pontos fortes, os aspectos mais positivos
- Oportunidades: Quais os aspectos potenciais que podem vir a acontecer a partir do projeto?
- Fraquezas: quais os pontos fracos, problemas ou aspectos negativos?
- Ameaças: Quais aspectos que podem vir a comprometer negativamente o projeto?
FORTALEZAS FRAQUEZAS
OPORTUNIDADESAMEAÇAS
Situação Atual
Situação Futura
Matriz Histórica
�ObjetivoIdentificação dos acontecimentos e mudanças da realidade ao longo do tempo
�Características exploratório; análise comparativa
identifica tendências e problemas
�Possibilidades Permite identificar momentos marcantes para as
comunidades e explorá-los segundo o interesse
Permite relacionar a história com o estado atual da realidade
Identifica a evolução histórica
Permite a análise temporal dos acontecimentos e efetuar a relação entre os diferentes aspectos analisados
Construção da Matriz HistóricaComunidade de Jenipapeiro Alexandre
Matriz HistóricaMicrobacia Rio Candeia - Aracoiaba
Diagrama de Venn
�ObjetivoIdentificação de grupos e suas interrelações
(conflitos, afinidades, dominação etc)
�Características
exploratório; visão geral; identificação de valores
�Possibilidadesidentificar problemas de comunicação entre grupos
permite identificar aliados para ações comuns
evolução histórica
identificação do sonho/projeto coletivo
Diagrama de VennComunidade de Vazante
Diagrama de Fluxo
�ObjetivoIdentificação das inter-relações entre vários elementos (sistema de produção; saúde; educação,etc)
�CaracterísticasAprofundamento
Análise
Identifica causas e consequências (caminhos);
Identifica necessidades, entraves e/ou pontos obscuros.
�Possibilidades Análises gerais ou específicas;
Pode ser utilizado para sistematização e análise dos dados coletados no diagnóstico;
Permite o levantamento de propostas.
Árvore de problemas – Comunidade do Sossego
Falta de cordão de Desmate e Solo muitocontorno e curva de nível queimada exposto
Enfraquecimento da terra Entupimento do rio
Baixa produção Menor quantidade e qualidade da água
ENXURRADA
Alto índice deverminose
Pior qualidade de vida
Menos dinheiro
Maior uso de adubos
Abertura de novasáreas
Educação
Saúde
Educação
Comissão deEducação
Comissão de Saúde
Comissão deEstradas
Comissão da TerraFraca
FOGO
LIXO
ÁGUA
Brigada de Incêndio
Aceiros
Oreintação aosmoradores
Prioridade e recursosNo combate à
incêncios
Reflorestamento emnascentes (banana,
palmito, inhame)
Programa deEducação Ambiental
Caçambas para lixo
CRESCIMENTOURBANO
DESORDENADO
EROSÃO
Controle pelaPrefeitura
Incentivo àprodução
Rede de Esgoto
Limpeza maisfrequente
Fluxograma de problemas - Barra Alegre
Calendário Sazonal
�ObjetivosVisualização das informações em um período - variação climática, ciclo das culturas e criações, ocupação da mão-de-obra, doenças,disponibilidade de recursos financeiros etc.
�Características
Amplia o espaço de tempo investigado
Evidencia ciclos
Permite correlacionar diferentes informações de um mesmo período de tempo
É um bom instrumento de apoio para o planejamento
�Possibilidades Calendário histórico
Rotina diária
Visão quantitativa de algumas informações
Calendário SazonalMicrobacia do Rio Vazante - Aratuba
Entrevista Semi-estruturada
����ObjetivoAprofundamento do conhecimento a partir de pontos obscuros previamente identificados (roteiro)
����Características Individual ou coletiva
Comunicação interpessoal
Aberta, /flexível
����Possibilidades Identificar e discutir novas informações
Obter dados quantitativos
Associar com outras técnicas (travessia)
COMO FAZER?
Elabore um roteiro Identifique-se bem e deixe claro o objetivo - o entrevistado
deve estar ciente do processo de diagnóstico Trabalhe com equipe multidisciplinar de no mínimo 3 pessoas
com ao menos um relator Inicie a conversa pelos aspectos físicos (algo visível) e depois
passe para as coisas abstratas Utilize sempre as 6 questões fundamentais: o que?,quando?
Onde? Quem? Por que? Como? Permita que cada membro da equipe complete sua linha de
raciocínio Anote posturas Evite perguntas indutivas a não ser que seja para checar
informações contraditórias
Entrevista Semi-estruturada