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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDASPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO – GOVERNANÇACORPORATIVA
MÁRIO AUGUSTO RANZATTI
FATORES DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DAS MELHORES PRÁTICAS DO
ITIL – INFORMATION TECHNOLOGY INFRASCTRUTURE LIBRARY EM UMA
EMPRESA PÚBLICA SOB AS ÓTICAS PESSOAS E PROCESSOS
SÃO PAULO 2016
MÁRIO AUGUSTO RANZATTI
FATORES DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DAS MELHORES PRÁTICAS DO
ITIL – INFORMATION TECHNOLOGY INFRASCTRUTURE LIBRARY EM UMA
EMPRESA PÚBLICA SOB AS ÓTICAS PESSOAS E PROCESSOS
Dissertação apresentada ao Programa deMestrado Profissional em Administração –Governança Corporativa do CentroUniversitário das Faculdades MetropolitanasUnidas como requisito para a obtenção do títulode Mestre em Administração (com ênfaseprofissional em governança corporativa).
Orientador: Prof. Dr. Alessandro Marco Rosini
SÃO PAULOSP
FICHA CATALOGRÁFICA
Ranzatti, Mário Augusto Fatores de sucesso na implantação das melhores práticas do ITIL – Information Technology Infrastructure Library em uma empresa pública sob as óticas pessoas e processos / MárioAugusto Ranzatti. – São Paulo: M. A. Ranzatti, 2016.
134 f. : il. ; 30 cm Orientador: Alessandro Marco Rosini
Dissertação (Mestrado) – Faculdades Metropolitanas Unidas, Mestrado Profissional em Administração de Empresas – Governança Corporativa, 2016.
1. Governança corporativa. 2. Governança de TI. 3. Pessoas.4. Processos. I. Título. II. Orientador.
CDD 658
MÁRIO AUGUSTO RANZATTI
FATORES DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DAS MELHORES PRÁTICAS DO
ITIL – INFORMATION TECHNOLOGY INFRASCTRUTURE LIBRARY EM UMA
EMPRESA PÚBLICA SOB AS ÓTICAS PESSOAS E PROCESSOS
Data da Aprovação: 12 de Dezembro de| 2016.
Banca Examinadora:
Presidente: Prof. Dr. Alessandro Marco Rosini – OrientadorFaculdades Metropolitanas Unidas
Membro Externo: Prof. Dr. Milton FarinaUniversidade de São Caetano
Membro Interno: Prof. Dr. Luis Felipe QuelFaculdades Metropolitanas Unidas
Por terem acreditado em mim e por estarem sempreao meu lado, dedico este trabalho a meus filhosThiago e Caio, minhas noras Thammy e Bruna eprincipalmente à minha amada esposa Elaine, pelasua presença sem reservas, com quem amo partilharcada minuto da minha vida. Obrigado pelo carinho,incentivo, paciência, compreensão pelos momentosausente, e por transformar esta curta jornada numlongo caminho de conquistas e conhecimento.
Agradecimentos
Em primeiro lugar quero agradecer ao Professor Doutor Alessandro Marco Rosini por teraceito o desafio de me orientar. Estou muito grato pelo profissionalismo, empenho,
entusiasmo e pela extraordinária orientação e apoio que me dedicou em todas as fases daelaboração deste trabalho. Me sinto privilegiado por ter trabalhado sob sua orientação.
Agradeço ao professor Doutor Alexandre Formigoni pelas orientações na análise estatísticados dados desta pesquisa, fundamentais para o alcance dos resultados, assim como aos demais
mestres que transmitiram incansavelmente seus conhecimentos ao longo do programa, nosmostrando sempre a importância em aperfeiçoar os nossos conhecimentos e principalmente
reforçando o primordial valor em pesquisar e apresentar soluções que impactempositivamente na sociedade.
Ao meu colega de trabalho Renato Agostinho das Chagas pelo incentivo e pelo entendimentoquanto a importância deste trabalho para a organização na qual tenho dedicado meus últimos
30 anos de trabalho.
A todos meu muito obrigado.
RESUMO
A adoção da Governança Corporativa na administração pública teve como foco no seu início agestão organizacional, buscando os melhores mecanismos de controle de sua gestão e comometa obter bons resultados na prestação de serviços públicos para seus clientes e à sociedadeusuária desses serviços. O termo Governança de Tecnologia da Informação diretamenterelacionado a Governança Corporativa direciona a preocupação dos gestores em aplicaradequadamente os recursos humanos e tecnológicos disponíveis, tornando a obtenção demelhores resultados na prestação de seus serviços de tecnologia da informação de formaeficiente e com transparência. Essa pesquisa teve como objetivo identificar ações relevantes eprioritárias na implementação de melhores práticas de Governança dos Serviços deTecnologia da Informação em uma empresa pública – neste caso as técnicas de melhorespráticas do modelo ITIL, identificando os fatores de sucesso em sua implementaçãodirecionando a análise sob as óticas pessoas e processos. Tem como método a aplicação deuma pesquisa qualitativa e quantitativa apresentando os resultados alcançados através de umestudo de caso desta iniciativa de implementação ocorrido na Dataprev – Empresa deTecnologia da Informação da Previdência Social entre os anos de 2009 e 2014. Há de seobservar assim como na iniciativa privada a identificação da mitigação dos processosprodutivos e de gestão de infraestrutura de TI, a otimização de recursos humanos e aadequação no uso dos recursos tecnológicos. Os dados obtidos nesta pesquisa refletem aspercepções de colaboradores e gestores sobre o processo de implantação e suas derivações enos resultados alcançados, evidencia-se a experiência real obtida com a aplicação dasmelhores práticas de governança corporativa na administração pública, o fortalecimento dosseus processos produtivos, o reflexo positivo na tomada de decisão, e principalmente, acontribuição que esse dinamismo e que o aperfeiçoamento nos processos produtivos,indutivamente, possam impactar na melhoria e na qualidade dos serviços prestados emtecnologia da informação por uma empresa pública à sociedade.
Palavras-Chave: Governança Corporativa, Governança de TI, Processos, Pessoas
i
ABSTRACT
The adoption of Corporate Governance in public administration focused on the beginning oforganizational management, seeking the best mechanisms to control its management and howto achieve good results in the provision of public services for its clients and the society thatuses these services. The term Governance of Information Technology directly related toCorporate Governance directs the managers' concern to properly apply the human andtechnological resources available, making it possible to obtain better results in the provisionof their information technology services in an efficient and transparent manner. This researchhad as objective to identify relevant and priority actions in the implementation of bestpractices of Information Technology Services Governance in a public company - in this casethe best practices techniques of the ITIL model, identifying the success factors in itsimplementation directing the analysis Under the optic people and processes. It has as amethod the application of a qualitative and quantitative research presenting the resultsachieved through a case study of this initiative of implementation occurred in Dataprev -Information Technology Company of Social Security between the years 2009 and 2014. Itshould be noted that As in the private initiative the identification of the mitigation ofproductive processes and management of IT infrastructure, optimization of human resourcesand the adequacy in the use of technological resources. The data obtained in this researchreflect the employees 'and managers' perceptions about the implementation process and itsderivations and the results achieved, it is evident the real experience obtained with theapplication of the best practices of corporate governance in the public administration, thestrengthening of its processes Productive, the positive reflection in the decision making, andespecially, the contribution that this dynamism and that the improvement in the productiveprocesses, inductively, can impact on the improvement and quality of the services provided ininformation technology by a public company to the society
Keywords: Corporate Governance, IT Governance, Process, People
i
LISTA DE QUADROS, TABELAS E GRÁFICOS Quadro 1 Relacionamento dos Conceitos e Teorias Com os Objetivos da Pesquisa. 13
Quadro 2 Conteúdo das Versões ITIL…………………………………………….... 30
Quadro 3 Níveis de Serviço ITIL v3……………………………………………….. 33
Quadro 4 Níveis de Consciência – Teoria de Barrett..…..….…......……………….. 45
Quadro 5 Síntese Metodológica………………….....….….……………………….. 52
Quadro 6 Matriz de Amarração…………………………...…….…..……………… 54
Quadro 7 Variáveis em Relação aos Objetivos Específicos………….…………….. 57
Tabela 1 Quantidade de Empregados envolvidos no Processo de Implementação do ITIL – Estudo de Caso………………………………………………...
55
Tabela 2 Escala de Valores de Avaliação………………………………………….. 60
Tabela 3 Coeficientes de Variação…....…....………….........………..……………. 91
Tabela 4 Comparativo CV – Treinamento ITIL X Desenvolvimento Profissional... 93
Tabela 5 Comparativo CV – Gestão do Conhecimento X Desenvolvimento Profissional. 95
Tabela 6 Comparativo CV – Treinamento ITIL X Gestão do Conhecimento…….. 96
Tabela 7 Comparativo CV – Treinamento ITIL X Processos de Trabalho.....….…. 97
Tabela 8 Comparativo CV – Processos de|Trabalho X Desenvolvimento Profissional….. 98
Tabela 9 Comparativo CV – Processos Operacionais Finalísticos X Processos Operacionais Intermediários..………….........….….…..…...…………… 99
Tabela 10 Comparativo CV – Processos Operacionais Intermediários X Processos Operacionais de Gestão………….........….….…..…...………………….. 100
Gráfico 1 Distribuição de Respondentes por Faixa Etária………….……………… 72
Gráfico 2 Distribuição de Respondentes por Gênero…..…....….….......………….. 73
Gráfico 3 Distribuição de Respondentes por Tempo de Experiência Profissional... 74
Gráfico 4 Distribuição de Respondentes por Tempo de Experiência na Empresa... 75
Gráfico 5 Perspectiva Pessoas – Dimensão Treinamento ITIL……………..…….. 77
Gráfico 6 Perspectiva Pessoas – Dimensão Gestão do Conhecimento……………. 79
Gráfico 7 Perspectiva Pessoas – Dimensão Processos de Trabalho……………….. 81
Gráfico 8 Perspectiva Pessoas – Dimensão Desenvolvimento Profissional……….. 83
Gráfico 9 Perspectiva Processos – Dimensão Processos Operacionais Finalísticos.. 84
Gráfico 10 Perspectiva Processos – Dimensão Processos Operacionais Intermediários..………………………....……........…....….…………….. 86
Gráfico 11 Perspectiva Processos – Dimensão Processos Operacionais de Gestão…. 88
Gráfico 12 Visualização das Médias (MD) - Dimensões Pesquisadas……....………. 92
iii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Detalhamento das fases de um Processo de Gerenciamento de Serviços de TI …...….….....….….….…………..………………... 25
Figura 2 Itens de Configuração de Serviço de Acesso à Rede de Computadores – INTERNET…………………………………….. 26
Figura 3 Itens de Configuração na cadeia de processos……………………. 26
Figura 4 Evolução das Versões ITIL……………………………………….. 29
Figura 5 Associação do Ciclo de Vida ITIL v3…………………………….. 32
Figura 6 Integração dos Modelos de Governança de TI…………………… 39
Figura 7 Comparativo das Teorias de Maslow x Barrett…………………… 44
iv
LISTA DE SIGLAS
ANS - Acordo de Níveis de Serviço
AUDIBRA - Instituto de Auditores Internos do Brasil
CCTA - Briish Central Computer and Telecommunication Agency
CNIS - Cadastro Nacional de Informações Sociais
CVM - Comissão de Valores Mobiliários
COSO - Committee of Sponsoning Organization
COBIT - Control Objectives For Information and Related Technology
DATAPREV - Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social
ECGI - European Corporate Governance Institute
FLAI - Federação Latino-Americana de Auditoes Internos
GCTI - Governança Corporativa de Tecnologia da Informação
GITIM - Government Information Technology Intfrastructure Mangement
IBGC - Instituto Brasileiro de Governança CorporativaITGI
INSS - Instituto Naciuonal do Seguro Social
ISACA - Information Systems Audit and Control Association
ITGI - Information Technology Governance Institute
ITIL - Information Technology Infrasctruture Library
MPOG - Ministério do Planejamento e Gestão
MPS - Ministério da Previdência Social
OGC - Office of Government Commerce
SSPS - Statistical Package for Social Science for Windows
SOX - Lei Sabarney-Oxley
TCU - Tribunal de Contas da União
TI - Tecnologia da Informação
TIER - Nível de Infraestrutura de Datacenter
v
SUMÁRIO Resumo………………………………………………………………………………. i
Abstract………………………………………………………………………………. ii
Lista de Quadros, Tabelas e Gráficos..…………………………………………….. iii
Lista de Figuras………………………………………………………………………. iv
Lista de Siglas………………………………………………………………………… v
1. Introdução…………………………………………………………………………. 1
1.1. Problematização do Estudo….……………………………………………………. 3
1.2. Objetivo Geral……………………………………………………………………. 4
1.2.1. Objetivo Específico I….………….…………………………………………….. 4
1.2.2. Objetivo Específico II...………………………………………………………... 5
1.3. Justificativa…………….…………………………………………………………. 5
1.4. Relevância do Estudo……….…………………………………………………….. 7
1.4.1. Relevância Social….……………………………………………………………. 7
1.4.1. Relevância Acadêmica.…………………………………………………………. 8
1.5. Delimitação do Estudo..………..….….....…..…………..……………….……….. 10
2. Referencial Teórico……………………………………………………………….. 12
2.1. Introdução ao Referencial Teórico………………………………………………. 12
2.2. Governança Corporativa…………………………………………………………. 16
2.3. Governança de TI………………………………………………………………… 21
2.4. Governança de Serviços de TI…………………………………………………… 24
2.4.1. Conceituando os Elementos Envolvidos………………………………………. 24
2.5. Conceitos de ITIL………………………………………………………………... 27
2.5.1. Introdução aos conceitos de ITIL………………………………………………. 27
2.5.2. Histórico e Funções…………………………………………………………….. 28
2.5.3. Funcionalidades e Conceituação……………………………………………….. 31
2.5.4. O ITIL comparado a outros modelos sob o aspecto da Governança de TI…….. 37
2.6. Teorias Motivacionais……………………………………………………………. 40
2.7. Cultura Organizacional…………………………………………………………... 46
2.8. Gestão do Conhecimento………………………………………………………… 48
3. Procedimentos Metodológicos……………………………………………………. 51
3.1. Introdução ……………...………………………………………………………... 51
3.2. Pesquisa Quantitativa…………………………………………………………….. 55
vi
3.2.1. Instrumento de Pesquisa Quantitativa – Questionário e o Sistema de Escala de Valores..………………………………..…………………..…………………………..
59
3.3. Pesquisa Qualitativa……………………………………………………………… 61
3.3.1. Instrumento de Pesquisa Qualitativa – Roteiro Semiestruturado..…………….. 63
4. Estudo de Caso…………………………………………………………………….. 65
4.1. O Porquê da Escolha……………………………………………………………… 65
4.2. Histórico do Objeto de Pesquisa………………………………………………….. 66
4.3. Visão Geral do Processo de Implementação ITIL ………………….……………. 67
5. Análise de Dados…….…...……....……...……….....……....…….........…..……… 71
5.1. Introdução……..……...…….…....………....…......…....………..……………….. 71
5.2. Análise dos Dados Categóricos – Caracterização do Perfil………………………. 72
5.2.1. Distribuição dos Respondentes Por Faixa Etária…..………....……...…………. 72
5.2.2. Distribuição dos Respondentes Por Gênero...…......……...…....…...………….. 73
5.2.3. Distribuição dos Respondentes Por Tempo de Experiência Profissional……… 74
5.2.4. Distribuição dos Respondentes Por Tempo de Experiência na Empresa………. 75
5.3. Análise dos Resultados – Dados Quantitativos……………………………….. 76
5.3.1. Dados Quantitativos – Dimensão Treinamento ITIL………......…….....………. 77
5.3.2. Dados Quantitativos – Dimensão Gestão do Conhecimento…………………… 79
5.3.3. Dados Quantitativos – Dimensão Processos de Trabalho…………...…………. 81
5.3.4. Dados Quantitativos – Dimensão Desenvolvimento Profissional……………… 83
5.3.5. Dados Quantitativos – Dimensão Processos Operacionais Finalísticos………... 84
5.3.6. Dados Quantitativos – Dimensão Processos Operacionais Intermediários…….. 86
5.3.7. Dados Quantitativos – Dimensão Processos Operacionais de Gestão…………. 88
5.3.8. Análise de Correlação de Variáveis Quantitativas……………………………… 90
5.3.9. Análise de Dados Quantitativos – Comparativo Dimensão Treinamento ITIL XDesenvolvimento Profissional….......……..….…....………………………………….. 93
5.3.10. Análise de Dados Quantitativos – Comparativo Dimensão Gestão do Conhecimento X Desenvolvimento Profissional..……...…………..…………………. 95
5.3.11. Análise de Dados Quantitativos – Comparativo Dimensão Treinamento ITIL X Gestão do Conhecimento..………...……………….……………………………….. 96
5.3.12. Análise de Dados Quantitativos – Comparativo Dimensão Treinamento ITIL X Processos de Trabalho……….…………………………………...………...………. 97
5.3.13. Análise de Dados Quantitativos – Comparativo Dimensão Processos de Trabalho X Desenvolvimento Profissional..……………...…….......…………………. 98
vii
5.3.14. Análise de Dados Quantitativos – Comparativo Dimensão Processos Operacionais Finalísticos x Processos Operacionais Intermediários………………….. 99
5.3.15. Análise de Dados Quantitativos – Comparativo Dimensão Processos Operacionais Intermediários X Processos Operacionais de Gestão…………………. 100
5.4. Análise dos Resultados – Dados Qualitativos…………………………………… 102
5.4.1. Análise dos Processos – Categoria Estratégia de Serviços…………………….. 103
5.4.2. Análise dos Processos – Categoria Desenho de Serviços…………………..….. 103
5.4.3. Análise dos Processos – Categoria Transição de Serviços…………………..….. 104
5.4.4. Análise dos Processos – Categoria Operação de Serviços…………………..….. 104
5.4.5. Análise dos Processos – Categoria Melhoria de Serviços Continuada.……..….. 105
5.5. Análise Comparativa Com os Dados Obtidos na Etapa Quantitativa…………….. 106
5.5.1. Análise dos Dados Qualitativos sob a Dimensão Treinamento ITIL………….. 106
5.5.2. Análise dos Dados Qualitativos sob a Dimensão do Conhecimento…….…….. 106
5.5.3. Análise dos Dados Qualitativos sob a Dimensão Processos de Trabalho e de Desenvolvimento Profissional………………….…………………………….……….. 107
5.5.4. Análise dos Dados Qualitativos sob a Dimensão Processos Operacionais Finalísticos, Intermediários e de Gestão……..……….……...………………………... 107
6. Conclusão…….…..….…………..……...….…………………………....…………. 109
Referências.…………………………………………………………………………… 112
Apêndice A – Formulação do Questionário – Pesquisa Quantitativa…………….. 118
Apêndice B – Formulação do Questionário – Pesquisa Qualitativa……………… 129
Apêndice C - Resultado Consolidado da Pesquisa Qualitativa…………………… 133
viii
1 – INTRODUÇÃO
Segundo Weill e Ross (2006) a tecnologia da informação (TI) vem ao longo dos anos
se tornando cada vez mais um instrumento de competitividade das empresas que
constantemente buscam alinhar esta tecnologia com a estratégia de negócios da organização
tornando-se também estratégica para a obtenção dos objetivos da organização. As
organizações que alcançam o alinhamento das estratégias de negócios e as estratégias de TI,
mostram melhor desempenho econômico contribuindo com a preservação do valor da
organização um dos objetivos da governança corporativa, definida pelo Instituto Brasileiro de
Governança Corporativa como o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas,
envolvendo os relacionamentos entre acionistas, conselho de administração, diretoria,
auditoria independente e conselho fiscal. As boas práticas de governança corporativa têm a
finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a
sua perenidade (IBGC,2009). Controles, processos, procedimentos e métricas adotados são
termos originários da Tecnologia da Informação (TI) e desta forma cria-se uma forte
dependência das organizações com relação a mesma tornando-a necessária à sincronização
com o negócio. A governança da tecnologia da Informação busca compartilhar as decisões na
área com as demais áreas da organização assim como estabelece as regras, a organização e os
processos que nortearão o uso da TI na organização.
Neste contexto em que a tecnologia da informação assume um papel estratégico,
surgem modelos de governança corporativa de TI que auxiliam as organizações a buscar a
gerência de seus processos internos, assim como estabelecer a forma de comunicação destes
processos aos externos à organização, e identificando as interfaces entre esses processos,
buscando as responsabilidades das áreas da empresa, das pessoas e o desempenho esperado
medido por indicadores e metas. Segundo o IT Governance Institute (ITGI), a definição de
Governança da TI se baseia em uma estrutura de relacionamentos e processos, para dirigir e
controlar a organização no sentido de atender os objetivos dessa organização, adicionando
valor, ao mesmo tempo em que equilibra os riscos em relação ao retorno da TI e seus
processos. Define também como parte integrante da governança corporativa e consiste em
garantir que a liderança, a estrutura organizacional e que os processos de TI possam sustentar
e promover melhorias nas estratégias organizacionais e em seus objetivos estratégicos.
3
O termo governança corporativa de TI adotado no âmbito da tecnologia da informação
(GCTI) tem como uma de suas referências acompanhar os resultados obtidos nos
investimentos em tecnologia da informação na organização através da adequada gestão de
seus serviços. trata das estruturas de relacionamentos e processos para direcionar e gerir a
organização de forma a atingir seus objetivos, criando valor e equilibrando os riscos em
relação ao retorno esperado pelo investimento em TI e seus processos (Vanni, 2005). Com a
crescente demanda o aumento da dependência das organizações em relação à tecnologia da
informação, a importância da sua gestão torna-se a cada dia, imprescindível.
A premissa em adotar ferramentas de governança e seus impactos dentro da
organização envolve altos investimentos na aquisição e manutenção da sua arquitetura
tecnológica, além de direcionar grande parte de seus recursos em aperfeiçoamento e
capacitação de pessoas para gerirem a TI na organização (LUNARDI, BACKER, MAÇADA,
2010).
Os ativos de TI de uma organização necessitam ser gerenciados adequadamente uma
vez que as informações sustentarão, subsidiarão e darão suporte às tomadas de decisão de uma
organização. Os serviços que envolvem os ativos que compõe a arquitetura tecnológica da
organização necessita de uma gestão transparente na aquisição e uso de seus recursos, seus
gestores devem demonstrar responsabilidade corporativa quanto aos recursos, os mesmos
devem ter equidade no seu tratamento e o fornecimento dos resultados obtidos com seu uso –
princípios básicos da governança corporativa segundo o Código de Boas Práticas de
Governança Corporativa (IBGC,2009).
Pesquisas bibliográficas apontam a existência de vários estudos sobre as áreas de
governança corporativa e de governança corporativa de TI, porém a relação entre elas ainda é
incipiente e necessita de pesquisas que estabeleçam a verdadeira relação e a maneira de
operacionalizá-la. Esta pesquisa avalia a relação existente entre essas áreas e a intensidade
desta relação por meio da análise dos impactos na implementação da gestão dos serviços de
TI por meio do conjunto das melhores práticas da ITIL (Information Tecnology Infrastructure
Library), para gerir o planejamento, gerenciamento de incidentes e problemas, mudanças,
operações, capacidade, disponibilidade e custos de serviços de TI, em uma empresa da área
pública, sugerindo dois pilares de sustentação – pessoas e processos na formulação de um
modelo de implantação dessas melhores práticas estruturais.
4
1.1 Problematização do Estudo
No âmbito público, o gerenciamento de recursos de TI é fundamental no incremento
da oferta dos serviços prestados pelos diversos âmbitos governamentais e visam fortalecer os
mecanismos de transparência, governança e responsabilização na administração pública
(BARBOSA, 2002).
Para o segmento público, a tecnologia da informação vem com a missão de simplificar
o uso dos recursos, aumentar a transparência na utilização dos recursos por meio da prestação
das contas públicas, com monitoramento efetivo da execução orçamentária, melhorar a
qualidade dos serviços públicos disponíveis, desburocratizando os serviços e modernizando a
gestão pública (BASGAL, 2005).
Neste cenário, os benefícios como a importância de uma gestão mais eficiente da
infraestrutura da TI, com maior controle nos processos e na eliminação de tarefas
redundantes, a flexibilização da gestão de mudança e com melhoria qualidade dos serviços de
TI, são possibilitados com o uso de modelos de referência, dentre eles a biblioteca ITIL –
Information Technology infrastructure Library (Ceita, 2006). A implantação de modelos de
gestão de serviços de TI, tais como os preconizados pelo ITIL, envolvem desde a necessidade
de convencimento nos diversos níveis da organização, para sua efetiva implementação, além
da necessidade de se deparar e buscar resolver diversos problemas em potencial, entre eles,
segundo Bon (2002, p.30):
Pode demandar tempo e significativo esforço além da troca de cultura na organização;
Requer o envolvimento e o comprometimento de todos os níveis da organização;
Caso não se tenha a integração dos processos, a qualidade do serviço poderá ser
afetada;
A melhoria esperada nos serviços a serem providos e a redução dos custos
operacionais possam ser imperceptíveis.
5
Esses são questionamentos que dominam o sentimento dos gestores de uma organização no
momento em que se define pela implementação de melhores práticas na gestão de serviços,
cuja problematização deste estudo pode ser identificada num cenário em que os serviços
prestados pelas empresas públicas necessitam de qualificação através de um gerenciamento
integrado, com a eliminação da duplicidade de esforços na execução dos serviços prestados,
pelo uso de controles que não sejam redundantes e nem tão pouco ineficazes e que
principalmente abordem a implementação da infraestrutura tecnológica necessária com o
devido gerenciamento de sua utilização, fatores que impactam nos resultados e na
qualificação dos serviços prestados a clientes e à sociedade.
Diante deste cenário, quais as práticas que uma empresa pública de tecnologia da informação
e comunicação deve considerar como fator de sucesso, sob os aspectos pessoas e processos,
que possam qualificar os resultados na prestação de serviços de tecnologia da informação aos
seus clientes e a sociedade usuária desses serviços?
Assim, este estudo tem como objetivo geral:
1.2 Objetivo Geral
O objetivo geral deste estudo é identificar ações relevantes e prioritárias na
implementação de melhores práticas de governança de TI, que propiciem a mitigação dos
processos e a otimização dos recursos necessários à sua execução (tecnológicos e humanos).
Para atender tal objetivo foram definidos os seguintes objetivos específicos:
1.2.1 Objetivo Específico I
Sob a perspectiva operacional, identificar a prioridade dos processos integrados às
melhores práticas em governança de TI implementados e seus relacionamentos com os de
governança corporativa que possam interferir na resolutividade de ações e na qualidade dos
serviços prestados pelas empresas de tecnologia da informação da área pública;
6
1.2.2 Objetivo Específico II
Sob a perspectiva pessoas, identificar ações motivacionais que integram a composição
dos fatores críticos de sucesso na implementação de melhores práticas de governança de TI
em empresas públicas provedoras de serviços de tecnologia da informação.
1.3 Justificativa
A iniciativa em se adotar um método de governança de TI na gestão dos serviços que
são produzidos por empresas de tecnologia da informação do mercado privado impactam
positivamente na qualidade dos produtos e serviços prestados (Gonçalves, 2000). Mas, e nas
empresas públicas de TI? Podemos esperar que a implementação de um efetivo gerenciamento
de tecnologia da informação nas empresas públicas de TI baseado nas melhores práticas do
mercado venha a apresentar uma otimização considerável nos seus processos? Como podemos
identificar e mensurar esses impactos e quanto os mesmos representam nos processos
operacionais de TI que direcionam as soluções de tecnologia para a área pública onde a
implementação de ações dependem muitas vezes da política de investimentos e orçamento e
da própria interferência política e partidária. Quando as organizações reconhecem que sua
dependência nos processos de TI para a obtenção de seus objetivos aumenta, a qualidade dos
serviços de tecnologia da informação se torna determinante e a gestão de seus ativos se torna
cada vez mais evidente, principalmente na área pública, cujos ativos são recursos públicos e
necessitam de total transparência quanto ao seu uso e aplicabilidade.
Este estudo, por meio de seus resultados, vem atender a necessidade em se identificar
os processos de TI mais relevantes para a estratégia de uma organização pública com base nos
princípios de governança traçados pelas práticas contidas no modelo ITIL e as influências
motivacionais de seus colaboradores no efetivo processo de sua implementação. As
decorrentes otimizações e impactos nos processos operacionais nos serviços de tecnologia da
informação em empresas de TI da área pública podem refletir simetricamente os resultados
alcançados pela área privada uma vez que, segundo as teorias e bibliografia disponíveis a
respeito, afirma que a implementação de práticas de gestão de serviços de TI possibilita:
7
Melhorar a qualidade dos serviços de TI que apoiam os objetivos estratégicos das
organizações, mitigando seus processos;
Otimizar seus fluxos de trabalho e os recursos necessários para sua execução;
Disponibilizar informações precisas sobre os serviços prestados;
Aumentar o profissionalismo da equipe de TI de empresas públicas;
Melhorar a satisfação dos clientes com o serviço público provido por empresas de
tecnologia da informação e;
Prover maior disponibilidade dos serviços por meio do gerenciamento de acordo de
níveis de serviços estabelecidos.
Do ponto de vista metodológico, o presente estudo é uma pesquisa quantitativa, ao
construir um instrumento para identificar a intensidade dos resultados de uma implementação
de melhores práticas e também qualitativo pela abordagem exploratória, aplicado em uma
Empresa de Tecnologia e Informação do Governo Federal. Os estudos exploratórios são um
tipo de pesquisa empírica, que tem como objetivo, familiarizar o pesquisador com o ambiente,
registrar fatos e ainda clarificar conceitos (LAKATOS e MARCONI, 2003).
Quanto ao resultado final, a pesquisa identifica na implementação das melhores
práticas do gerenciamento de serviços de TI os fatores de sucesso em uma organização
específica, sem a pretensão de produzir inferências generalizáveis, exceto aquelas que possam
ser aplicáveis em outras organizações públicas de TI.
8
1.4 Relevância do estudo
1.4.1 Relevância Social
A partir da análise da literatura e de relatórios disponíveis por meio de órgãos
regulamentadores e de controle, identifica-se que a principal motivação para a transferência e
adaptação das experiências da iniciativa privada em governança corporativa para o setor
público está relacionada com as dificuldades que a administração pública tem em efetivar suas
ações em geral, morosas e inflexíveis, refletindo na qualidade dos serviços prestados
(MATIAS PEREIRA, 2009).
A possibilidade em abordar como objeto de pesquisa a Dataprev – Empresa Pública de
Tecnologia da Informação de âmbito federal, foi identificar não apenas o relacionamento entre
os conceitos de governança corporativa e governança de TI no segmento de empresas no
âmbito público, mas principalmente o quanto esses conceitos de governança aliados a
otimização da gestão de serviços de TI impactam na melhoria contínua dos processos que
refletem na qualificação dos serviços prestados à sociedade brasileira.
As adversidades observadas no ambiente público, quanto à morosidade em concretizar
suas ações, na prestação de serviços de qualidade, e na disponibilização de informações de
qualidade junto à sociedade brasileira, adotar práticas de governança corporativa pode
direcionar as entidades públicas, de certa forma, a buscar a padronização de seus processos
operacionais visando principalmente a otimização dos seus recursos tecnológicos e humanos.
A mitigação dos riscos na disponibilização dos serviços ao cidadão, é uma constante
preocupação dos gestores públicos quando da implementação de políticas públicas que
dependam de informações de qualidade que servem de base para a efetiva tomada de decisões
em todas as esferas governamentais. Torna-se uma cadeia contínua que reflete consequências
conforme melhores resultados se apresentem mediante a adoção de práticas que possam
direcionar a gestão dos recursos empregados na execução e na gestão de seus ativos. A
otimização dos processos e a gestão adequada dos ativos reflete na eficiência do serviço
prestado, com maior agilidade apresentando resultados mais efetivos na administração pública
com custos compatíveis e o gerenciamento adequado dos recursos públicos.
9
1.4.2 Relevância Acadêmica
O estudo em questão tem como perspectiva de análise dois dos pilares
responsáveis pela sustentação na implementação de melhores práticas de gestão em serviços
de TI tendo como referência o modelo ITIL, que são: pessoas e processos, implantado em
uma empresa pública. Esta pesquisa buscou identificar e qualificar um conjunto de fatores que
possam otimizar o processo de implementação a serem considerados em operações
semelhantes quando empregados em organizações públicas similares ou não.
As relações entre governança corporativa e governança de TI vistas sobre a
perspectiva da gestão dos serviços de TI com impactos na prestação de serviços à comunidade
por meio de empresas públicas de tecnologia da informação aponta para vários campos de
abrangência de pesquisa e possibilita a investigação sobre outras perspectivas além das
abordadas nesse estudo. Possibilitar o estudo sob a ótica da gestão de pessoas, direciona
estudos mais aprofundados na área além das razões motivacionais que podem impactar ou
facilitar a implementação de melhores práticas de gestão de serviços de TI se devidamente
tratados, independente do ramo de atuação de uma organização uma vez que os altos
desempenhos permeiam os conceitos básicos do conhecimento da motivação humana, da
capacitação de pessoas e das oportunidades e desafios para que as mesmas possam aplicar
suas novas habilidades.
A abordagem dos processos como um dos pilares deste estudo direciona a investigar a
modelagem dos mesmos como foco na abordagem teórica desse tema, relacionando-o com os
objetivos específicos do estudo. A forma de trabalho orientada a processos dentro de uma
organização geralmente se caracteriza como a melhor opção e das práticas de mercado um
framework geralmente utilizado é o ITIL, abordado no estudo de caso objeto desta pesquisa.
Os processos abordados no ITIL são elementos-chave para a implementação bem-sucedida da
gestão de serviços de TI.
Para tratarmos de serviços prestados por uma empresa pública, é importante
conceituar duas entidades que serão comumente citadas ao longo deste trabalho de pesquisa e
que estão diretamente ligadas aos resultados e a mensuração da qualidade dos serviços
recebidos, de forma a diferenciá-las em seu respectivo grau de importância e envolvimento no
redirecionamento de ações a serem implementadas, sempre voltadas a melhoria da
qualificação a ser mensurada conforme o universo de cada uma delas: usuários e clientes.
10
Segundo definições quanto ao relacionamento dos serviços de TI baseado nas
disciplinas norteadoras preconizadas pelo ITIL, a entidade usuário, compõe aqueles que
usufruem dos serviços prestados pela empresa de tecnologia da informação, ou seja, está
diretamente ligado à operação do serviço e subsidia a área de negócios desta empresa
prestadora de serviços na recondução ou qualificação do serviço que presta. Como exemplo,
os usuários de um sistema de informações hospitalar, são, entre outros, médicos, atendentes e
enfermeiros, tendo como ponto de acesso e contato entre eles e o prestador de serviços a
central de serviços, ou service desk. Já os clientes, sob o ponto de vista das disciplinas
preconizadas pelo ITIL são aqueles que pertencem à entidade que negocia, estabelecem
acordos de nível de serviço, atestam os requisitos dos serviços contratados assim como
avaliam os resultados dos serviços comparado os contratados com os prestados. Geralmente
estabelecem seus contatos através de um gestor de negócios ou mesmo um gerente de níveis
de serviço. Em níveis hierárquicos, o cliente encontra-se no nível tático. Pode ser
representado, por exemplo, por um membro da diretoria que aprova os requisitos e responde
pelas decisões.
No caso da pesquisa em questão, por se tratar de um serviço prestado em âmbito
público, a entidade cliente será devidamente identificada ao longo deste estudo, distintamente
em dois papéis: como aqueles que contratam e negociam os serviços prestados, assim como
aqueles que efetivamente usufruem dos benefícios dos produtos que resultam de um serviço
público de TI devidamente adequado às suas necessidades, ou seja, a sociedade.
11
1.5 Delimitação do Estudo
Para a delimitação deste estudo, dois critérios foram utilizados: o espacial e o
temporal (Gil, 2007, p. 162). Evidenciam-se para este estudo as áreas operacionais de uma
empresa pública, localizadas no eixo Rio / Brasília / São Paulo, que processam e tratam
informações das áreas sociais do governo federal e teve como análise os impactos na
implementação de melhores práticas de gestão nos serviços de TI ocorridas entre os anos de
2009 e 2014. Para a implementação da gestão nos serviços de TI, apesar de existirem no
mercado vários frameworks, modelos, normas e práticas que auxiliem este processo, o efetivo
gerenciamento de serviços de TI e o desempenho da infraestrutura foram determinantes para a
escolha pelas melhores práticas preconizadas no modelo ITIL em detrimento a outros, de
forma a propiciar à organização a administração adequada de sua operação voltada na gestão
dos recursos computacionais. Compuseram o universo de pesquisa aproximadamente 250
empregados sendo 16% deste total composto por supervisores das áreas operacionais e os
demais 84% formados por técnicos, ambos que efetivamente participaram do processo de
implementação ocorrido no tempo acima descrito. Tem como condição na formação da
amostra, empregados que além de terem participado do processo efetivamente, possuam a
experiência vivida no mesmo ambiente antes do processo ter se iniciado, o que facilitou o
processo comparativo das duas realidades vivenciadas. A base de análise, é um estudo de caso
desta empresa provedora de serviços de tecnologia da informação, e tem como perspectivas
de análise: pessoas e processos. Este estudo de caso é representado pela Dataprev – Empresa
de Tecnologia e Informações da Previdência Social, uma empresa com mais de 40 anos de
existência, que tem como missão fornecer soluções de tecnologia da informação e da
comunicação para a execução e o aprimoramento das políticas sociais do Estado Brasileiro.
Atua integrada com outras entidades públicas na implementação de soluções de tecnologia da
informação visando o êxito de ações governamentais no âmbito da seguridade social, do
trabalho e emprego e ação social, agindo de forma a preservar o interesse público.
12
Esta pesquisa está estruturada em capítulos e sequenciados da seguinte forma:
O presente item 1, descreve uma introdução ao tema e trata da problematização
que levou à necessidade em avaliar a implementação do gerenciamento de serviços de TI em
uma empresa pública tendo como parâmetro de pesquisa o objeto delimitado, o objetivo geral
e os objetivos específicos, a justificativa e a relevância acadêmica e social em abordar este
tema.
O item 2 apresenta o referencial teórico com os fundamentos da governança
corporativa e da governança da tecnologia da informação além da gestão do conhecimento e
da gestão de serviços em tecnologia da informação e uma abordagem teórica das práticas
preconizadas através das disciplinas do ITIL V3, conceitos fundamentais para a estruturação
da pesquisa, ao embasamento necessário para as afirmações inseridas. Prosseguindo com a
linha teórica, os conceitos metodológicos utilizados na pesquisa estão sendo apresentados de
forma a subsidiar as decisões quanto ao método utilizado para atender a natureza da pesquisa:
métodos estatísticos e técnicas de coleta de dados com o uso de questionários;
O item 3 apresenta a metodologia aplicada para a obtenção dos resultados
fundamentada nas referências teóricas apresentadas e que permearam o direcionamento e a
composição do instrumento de pesquisa. Compõe este capítulo o detalhamento da formatação
da pesquisa, sua concepção e conexões com o referencial teórico;
O item 4 descreve o resultado de implementação do ITIL em uma organização
pública – objeto do estudo de caso, mostrando as características da empresa, o cenário atual
da organização e seu papel social, além dos resultados alcançados nesta experiência de
implementação;
O item 5 apresenta a análise dos dados levantados na pesquisa, sendo este
estudo complementado pelo item 6 onde estão descritas as conclusões obtidas no estudo.
13
2 – REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Introdução ao Referencial Teórico
Este capítulo tem como objetivo descrever os conceitos utilizados na construção da
base teórica que serviu de alicerce para subsidiar a pesquisa trabalhada para o atingimento do
objetivo do estudo que é a identificação dos fatores de sucesso na implementação de melhores
práticas de governança de TI em empresas públicas que prestam serviços à sociedade
brasileira. O detalhamento desses conceitos abordam inicialmente as teorias sobre a
governança corporativa e a governança de TI assim como seus relacionamentos, cuja
importância tornou-se crucial para o bom andamento da gestão de negócios das empresas e
nesse caso em específico, os impactos perante a sociedade; sendo finalizado com o conceito
de gestão de serviços de TI, através das melhores práticas preconizadas pelo modelo ITIL e
das teorias motivacionais uma vez que o estudo direciona sua análise sob a ótica pessoas além
dos seus processos. Fazem parte deste arcabouço teórico os conceitos específicos utilizados na
metodologia da pesquisa, de natureza qualitativa e quantitativa.
Os conceitos estão descritos separadamente visando facilitar o entendimento e
encadeamento dos mesmos a serem descritos no decorrer deste estudo separando e
interligando-os conforme o quadro teórico representado pelo Quadro1, onde os principais
elementos teóricos são descritos de forma sucinta, porém não menos clara quanto aos seus
relacionamentos aos objetivos específicos do estudo e importantes na interligação dessas
teorias pesquisadas exaustivamente com os parâmetros fundamentais para as justificativas da
pesquisa. As teorias relacionadas e aplicadas aos resultados de uma implementação de um
framework em uma empresa pública, busca parâmetros baseados nos conceitos de governança
corporativa para a qualificação dos serviços prestados à sociedade.
14
Conceito / Teoria Descrição SucintaAutor(e)sCitados
Relacionamentoao Objetivo
Específico dapesquisa
Governança Corporativa
“Governança corporativa é o sistema pelo qual
as empresas e demais organizações são
dirigidas, monitoradas e incentivadas,
envolvendo os relacionamentos entre sócios,
conselho de administração, diretoria, órgãos de
fiscalização e controle e demais partes
interessadas. ”
IBGC,2009
ObjetivoEspecífico II
Governança de TI A implementação de estruturas e arquiteturasrelacionadas à TI para atingir com sucessoatividades em resposta ao ambiente e estratégiaorganizacionalNecessidade de definir processos e mecanismosde relacionamento para desenvolver, dirigir econtrolar os recursos de TI, de modo a atingir osobjetivos da organizaçãoConsiste em uma ferramenta para aespecificação dos direitos de decisão e dasresponsabilidades, visando encorajarcomportamentos desejáveis no uso da tecnologiada informaçãoNas organizações, a infraestrutura de TI já fazparte do negócio, não sendo possível separá-lados impactos causados pela tecnologia dainformação nas demais atividades da empresa,despontando a governança de TI como umatentativa de garantir o investimento em TI eagregando valor a organizaçãoA Governança de TI é definida como umaestrutura de relacionamentos e processos paracontrolar e dirigir a organização, agregandovalor à mesma.
Sambamurthy eSmud, 1997
Korac-Kakabaddse,ekakabadse, 2001
Weill & Ross,2005
ITGI
ObjetivoEspecífico I e II
Governança Corporativa X Governança de TI
Governança de TI é um subconjunto daGovernança Corporativa.
ITGI Objetivo
Específico I e II
Gerenciamento de Serviços de TI
O gerenciamento de serviços de TI visa alocaradequadamente os recursos disponíveis eadministrá-los de forma integrada, fazendo comque a qualidade do conjunto seja percebidapelos clientes e usuários, evitando-se aconcorrência de problemas na entrega e naoperação dos serviçosO principal objetivo do gerenciamento deserviços é certificar-se que os serviços de TIestão alinhados com as necessidades do negócioda empresa
Gaspar, 2011
OGC
ObjetivoEspecífico I
cont.
15
Conceito / Teoria Descrição SucintaAutor(e)sCitados
Relacionamentoao Objetivo
Específico dapesquisa
Conceitos de ITIL IT Infrastructure Library é um conjunto delivros com as boas práticas para ogerenciamento de serviços em tecnologia daInformação desenvolvida pelo OGC (Office ofGovernmnet Commerce) do Reino Unido,alinhada a ISO 20000“ITIL preocupa-se basicamente, com a entrega eo suporte de serviços de forma apropriada eaderente aos requisitos do negócio, é o modelode referência para o gerenciamento de serviçosde TI mais aceito mundialmenteA ITIL é um conjunto de melhores práticas quevem ao encontro do novo estilo de vida impostoas áreas de tecnologia da informação, quehabilita o incremento da maturidade do processode gerenciamento de TI
Mansur, 2007,p.22
Magalhães;Pinheiro, 2007
ObjetivoEspecífico I
Teorias Motivacionais A motivação através das necessidades dos sereshumanos, a manifestação natural dasensibilidade interna, que desperta umatendência a realizar um ato ou a procurar umadeterminada categoria de objetosA motivação depende do trabalho em si e nãonos incentivos que os empresários possam daraos funcionários. Não são todas as necessidadesque motivam, apenas algumas evitam a não-satisfaçãoO alinhamento dos valores dos indivíduos comos valores da organização, impacta diretamentenos resultados da empresa. Cada empregado setorna responsável pelo sucesso da organizaçãoquando a mesma considera seus valores comoregras influenciando diretamente a rotina e asações das pessoas.
Maslow(1997)
Herzberg(1999)
Barret(1998)
ObjetivoEspecífico II
Cultura Organizacional
A Cultura Organizacional pode ser consideradacomo uma variável capaz de intervir nadinâmica dos negócios, dando-lhes valor ediferencial competitivo, sendo, portanto, vistacomo ativo estratégico
Barbosa
ObjetivoEspecífico II
Gestão do Conhecimento
Processo amplo e criterioso de identificação,maximização, codificação e compartilhamentodo conhecimento estrategicamente relevantepara as organizaçõesÀ medida que interagem com os ambientes, asorganizações absorvem informações,transformando nas em conhecimento e agemcom base numa combinação desseconhecimento com suas experiências, valores eregras internas
Terra, 2001
Davenpot;Prusak, 1998
ObjetivoEspecífico II
Quadro 1 – Relacionamento dos Conceitos e Teorias Com os Objetivos Específicos da Pesquisa – Fonte de Dados da
Pesquisa – Elaborado pelo Autor (2016)
16
O encadeamento dos conceitos de governança corporativa e de tecnologia da
informação são necessários para introduzir a gestão da tecnologia da informação na
formatação deste alicerce teórico, pois dela se origina a fundamentação para identificarmos o
quanto a governança corporativa impacta na qualidade dos serviços prestados pelas empresas.
Todas as organizações possuem valores e missões a serem seguidos e que se baseiam na
cultura que a constituí, e baseados nesses princípios a gestão em tecnologia da informação
passou a ser considerada como suporte para a tomada de decisão, contrário ao que
anteriormente se afirmava que a tecnologia da informação na organização servia inicialmente
como instrumento de apoio ao suporte de processos computacionais e operacionais. Por volta
dos anos 80, as necessidades de controle, a exigência quanto à transparência e a
previsibilidade e a necessidade em se gerir adequadamente os recursos envolvidos nos
processos de tecnologia deram origem a governança de TI que com a mudança no
comportamento dos stakeholders passaram a exigir maior exatidão nas previsões
orçamentárias alavancando a governança corporativa (MANSUR, 2007).
Para relacionar a gestão de serviços de TI no contexto deste estudo de caso com as
demais premissas teóricas enumeradas na justificativa do estudo apresentada que é identificar
os processos de TI mais relevantes para a estratégia de uma organização pública com base nos
princípios de governança traçados pelas práticas contidas no modelo ITIL e as influências
motivacionais de seus colaboradores no efetivo processo de sua implementação, se faz
necessário conceituar a princípio a governança corporativa e a governança de TI, temas que
darão início a este capítulo, base para a sustentação da pesquisa realizada, e que forneceu os
subsídios necessários para o direcionamento e a obtenção dos objetivos propostos.
17
2.2 Governança Corporativa
Os conceitos de governança corporativa estão descritos por diversos
pesquisadores na bibliografia especializada e de variadas formas, mas, a proposição neste
estudo será prioritariamente identificá-los dentro da realidade de mercado e da sociedade.
Entretanto, se faz necessário antes de tudo abordar a origem da governança e como esta
disciplina passou a constar dos estudos corporativos, empresariais e acadêmicos. A partir de
2002 a governança corporativa tem se tornado um tema dominante no mercado de negócios
por ocasião de escândalos corporativos. Esses escândalos contábeis que ocorreram em
algumas empresas nos Estados Unidos entre os anos de 2000 e 2005, trouxeram em evidência,
problemas quanto a qualidade das informações contábeis divulgadas por algumas empresas
americanas. As práticas utilizadas em algumas das fraudes identificadas sob o ponto de vista
contábil, podem-se dizer corretas, porém com o objetivo de maquiar as informações contábeis
divulgadas aos seus usuários, foram consideradas condenáveis. A crise gerada com as fraudes
financeiras provocadas nas empresas citadas abalou substancialmente a confiança dos
investidores, causou uma queda considerável nas ações e provocou desta forma o interesse
por esta disciplina que busca atenuar a crise causada por esses escândalos corporativos.
A governança corporativa, apesar de praticada há décadas, iniciou sua prática no
âmbito da administração de forma sistêmica a partir dos anos 80, inicialmente nas
organizações privadas, não sendo identificado até então na bibliografia voltada à gestão,
principalmente estratégica, assuntos correlatos, nem mesmo o mais abordado e impactante
tema, que trata do papel dos conselhos de administração nas empresas e sua estrutura, muitas
vezes desconsiderada até no organograma das organizações. Ainda sob uma perspectiva
histórica, a origem da governança ficou diretamente associada ao instante em que as empresas
deixaram de ser geridas diretamente pelos seus donos ou proprietários e passaram a ser
administradas por terceiros, os quais receberam a delegação e autoridade para administrá-las.
Visando a maximização dos próprios benefícios, o conflito de interesses provocado pela
desinformação, poder e autoridade levou à divergência de interesses entre os administradores
e os proprietários, os quais detêm a posse dos recursos administrados.
Com o intuito de melhorar o desempenho das organizações, na redução de
conflitos e buscar o alinhamento de ações com maior segurança aos proprietários, foram
realizados estudos que resultaram em várias estruturas de governança. Entre elas, um dos
18
primeiros estudos acadêmicos relacionados ao tratamento da governança, define o Estado
como responsável pela regulação das organizações privadas (Berle e Means, 1932). Nessa
direção, criada em 1934 nos Estados Unidos, a US Securities and Exchange Comission ainda
hoje, segundo o Tribunal de Contas da União- TCU (2015), “é responsável por proteger os
investidores, garantir a justiça, a ordem e a eficiência dos mercados facilitando a formação de
capital”. No início da década de 90, foi criada pelo Banco da Inglaterra uma comissão para
elaborar o Código de Melhores Práticas de Governança Corporativa resultando no trabalho
Cadbury Report, especificamente em 1992 publicado pelo COSO – Committee of Sponsoring
Organizations of the Treadway Commission o Internal control – intregrated framework. Em
2002 é publicada nos Estados Unidos após os escândalos, já citados, envolvendo
demonstrações contábeis fraudulentas, a Lei Sarbanes-Oxley – SOX que tem com o objetivo
melhorar os controles contábeis garantido a fidedignidade das informações apresentados nos
relatórios financeiros. Nesse mesmo ano, estabeleceu-se o European Corporate Governance
Institute – ECGI com a missão de apoiar a investigação independente, induzindo, dessa
maneira, à melhoria da governança corporativa.
Com estudos iniciados em 2001, o COSO publica em 2004 a Enterprise risk
management – integrated framework, documento considerado referência na disciplina gestão
de riscos com o objetivo de ajudar as empresas e demais organizações a avaliar e aperfeiçoar
seus sistemas de controle interno. Esta estrutura, a partir de então, passa a ser incorporada em
políticas, normas e regulamentos com o objetivo de melhor controlar as suas atividades
visando o cumprimento das metas estabelecidas, além de ampliar o alcance nos controles
internos, oferecendo um foco mais efetivo e abrangente do gerenciamento de riscos
corporativos. O COSO é formado por representantes da American Accounting Association,
American Institute of Certified Public Accountants, Financial Executives International,
Institute of Managements Accountants e pelo Institute of Internal Auditors, ao qual está ligado
a AUDIBRA – Instituto de Auditores Internos do Brasil, atrravés da FLAI – Federação
Latino-Americana de Auditores Internos. O gerenciamento de riscos corporativos dá
possibilidade aos gestores em tratar com eficácia as incertezas, assim como os riscos e as
oportunidades associadas a elas, aumentando a capacidade na geração de valor e é conduzido
na organização pelo conselho de administração, diretoria e demais empregados, administrando
os riscos de modo a mantê-los compatíveis com os riscos da organização, possibilitando
garantir razoavelmente o cumprimento dos seus objetivos.
19
Segundo o documento Gerenciamento de Riscos Corporativos – Estrutura
Integrada publicado, o gerenciamento de riscos corporativos:
1) Trata-se de um processo contínuo e permeia todos os processos da
organização, conduzido pelos profissionais em todos os níveis da
organização;
2) aplicado às definições das estratégias;
3) aplicado em toda a organização, em todos os níveis e unidades, e inclui a
formação de uma visão de portfólio de todos os riscos a que a organização
está exposta;
4) formulado para identificar eventos em potencial, cuja ocorrência poderá
afetar a organização, administrando os riscos conforme sua potencialidade;
5) capaz de propiciar garantia razoável para o conselho de administração e a
diretoria executiva de uma organização e;
6) orientado para a realização de objetivos em uma ou mais categorias distintas,
porém dependentes.
Especificamente no Brasil, as estruturas de Governança Corporativa tem seus
registros a partir de 2001 com a publicação da Lei 10.303/2001 que alterou a Lei 6404/1976,
das sociedades por ações, que busca reduzir os riscos ao investidor minoritário, garantindo sua
participação no controle da empresa, em 2002, a CVM – Comissão de Valores Mobiliários
publicou recomendações sobre Governança e em 2004, com atualização de versão em 2009, o
IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa lança o Código de Melhores Práticas
de Governança Corporativa.
Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC,2009):
Governança Corporativa é o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e
monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre acionistas, conselho de
administração, diretoria, auditoria independente e conselho fiscal. As boas práticas
de governança corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade,
facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade.
Fonte: IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa.
20
O IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa define os
direcionamentos principais das boas práticas de governança corporativa com o Código de
Melhores Práticas de Governança Corporativa, lançado em novas versões (2004 e 2009)
relacionando-as com quatro enfoques: a prestação de contas (accountability), a transparência
(disclosure), a equidade (fairness) e a responsabilidade corporativa em conformidade com as
regras (compliance) e destacando três entidades essenciais na aplicabilidade da governança:
Conselho Fiscal, a Auditoria Independente e perincipalmente o Conselho de Administração.
No caso das empresas brasileiras o conselho de administração possui um único
nível, composto na sua grande maioria por membros acionistas. A análise da governança
corporativa nas empresas brasileiras passa pela definição de uma sociedade patriarcal
composta por várias oligarquias onde se identificam distâncias entre as classes socialmente
econômicas, visualizando sobre este aspecto, a percepção de empresas como patrimônio
familiar, tratando as questões de governança internamente, dentro de casa (BERTERO, 2000).
Os conceitos de governança corporativa estão relacionados à forma pela qual os
acionistas administram a empresa, ou seja, a forma como a governam em busca de
transparência e confiabilidade nos processos decisórios da direção. Seu objetivo é alinhar, o
máximo possível, corporações e sociedade aos interesses dos indivíduos (WEILL e ROSS,
2006). A governança corporativa pode também ser definida com um sistema destinado a
controlar, monitorar e garantir que as diretrizes e a estratégias estabelecidas pelos stakeholders
sejam executadas da melhor forma possível com o orçamento estabelecido garantindo que os
objetivos sejam alcançados com os recursos existentes na organização (JENSEN, 1993).
Outros autores, assim como Denis (2001, p.192) que define a governança corporativa como a
composição de um “conjunto de mecanismos institucionais e de mercado que induzem o
autointeresse dos administradores ( os controladores) a maximizar o valor do fluxo de caixa
residual da firma em benefício dos proprietários”, em uma metáfora que se alinha
adequadamente ao estudo de caso em questão onde se analisa a governança corporativa no
âmbito público em uma empresa de serviços em tecnologia da informação, Gompers, Ishii e
Metrick (2007) apresentam esta organização como uma república, onde os eleitores são os
stakeholders e os governantes são os diretores e a equipe administrativa desta organização.
Segundo Clarkson (1995, p.5) stakeholders são todas as “pessoas ou grupos que tem ou
reivindicam propriedade, direitos ou interesses em uma corporação e em suas atividades
21
passadas, presentes e futuras”. Estão inseridas por definição neste grupo de pessoas: os
acionistas, os empregados, os fornecedores, os clientes, o governo e a própria sociedade.
Em consonância ao conceito de stakeholders que qualifica dentre os grupos de
entidades ou pessoas o governo e a sociedade e ao tratamento dado pelo IBGC no Código de
Melhores Práticas de Governança Corporativa, desenvolvido primariamente com foco nas
organizações empresariais, o termo “organizações”, o torna mais abrangente e adaptável a
outros tipos de organizações além as de características privadas, como as do Terceiro setor,
cooperativas, estatais e Órgãos Governamentais entre outros.
Segundo o TCU - Tribunal de Contas da União:
Governança no setor público compreende essencialmente os
mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática para
avaliar, direcionar e monitorar a atuação da gestão, com vistas à
conclusão de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse
da sociedade.
Fonte:<http://www.tcu.gov.br>. Acesso em 26 Fev. 2016.
O conceito de governança acima definido pelo Tribunal de Contas da União, foi
sintetizado através de fundamentos originários das estruturas descritas, incluindo as diretrizes
apresentadas no Código de melhores práticas de Governança Corporativa publicada pelo
IBGC (2009) e pode ser analisado sob a ótica de quatro perspectivas de observação que são:
(i) a sociedade e o Estado, que definem e orientam respectivamente as normas e a atuação
dos agentes públicos e privados regidos pela Constituição Federal; (ii) os entes federativos,
esferas de poder e políticas públicas, voltados ao relacionamento entre os vários níveis
governamentais, suas estruturas e as representações da sociedade civil; (iii) órgãos e
entidades, garantindo a cumprimento do papel de cada um de seus componentes; e (iv)
atividades intraorganizacionais responsável pela otimização dos resultados, agregando valor
aos órgãos e entidades.
Em se tratando de governança no setor público o TCU define dois tipos básicos de
atores envolvidos, neste contexto, stakeholders como principal representado pelos cidadãos e
os agentes - grupo de pessoas composto pelos: representantes eleitos, conselhos, autoridade
máxima, dirigentes superiores e gerentes onde o sistema de governança na área pública
refletem a maneira como esses diversos atores interagem e se organizam, envolvendo as
22
estruturas administrativas, os processos de trabalho e o fluxo de informações. Pelo contexto
público, a sociedade representa o principal, composta pelos cidadãos que compartilham as
percepções de finalidade detendo o poder social e os agentes, aqueles a quem foi delegada a
autoridade para administrar os ativos e os recursos públicos, nos quais estão inseridos os
elementos fundamentais para a sustentação dos serviços de tecnologia da informação cuja
governança aprimorada reflete na qualificação de serviços voltados a sociedade. Esta estrutura
de elementos que sustentam os serviços de tecnologia composta por práticas, processos e
direcionamentos mapeiam para a organização os processos operacionais e sistêmicos
relacionados à tecnologia da informação onde buscam um facilitador, para prover a
organização de soluções com qualidade. Neste contexto a Governança de TI se apresenta para
o monitoramento das práticas de gestão direcionadas ao uso da tecnologia da informação.
2.3 Governança de TI
O termo Tecnologia da Informação tem uma definição ampla que abrange todos
os processos operacionais, gerenciais e formas de investimento de uma organização como
instrumento na agregação de valor ao negócio, a partir de recursos tecnológicos na automação
e sustentação de seus processos (WEILL E ROSS, 2006). Segundo Gonçalves et al (2009) os
recursos em tecnologia da informação estão disponíveis para qualquer empresa, porém a sua
complexidade está diretamente ligada a capacidade de investimento de cada uma e sua
aplicação pode resultar ou não em ganhos para a organização, conforme a tecnologia e a
estratégia adotada.
O sucesso nos negócios das organizações está diretamente ligado a evolução da
TI, pois a grande competitividade do mercado as obriga a investir cada vez mais em
tecnologia da informação. Segundo Dorow (2010) a governança de TI visa a utilização dos
recursos tecnológicos e demais a ela relacionados, sempre alinhados aos objetivos estratégicos
da organização garantindo a capacidade em sustentar os objetivos estratégicos da organização
através da gestão efetiva dos seus serviços e produtos de forma competitiva. O alinhamento
entre as estratégias de negócios e de TI, quando sincronizados, demonstram nas organizações
que o adotam, um melhor desempenho econômico segundo Weill e Ross (2006) contribuindo
para a preservação do valor da organização, almejada pelos acionistas e investidores
traduzindo um dos objetivos da governança Corporativa apesar de ainda existir no mercado
23
um impasse de entendimento na relação entre a governança corporativa e a governança de TI.
Algumas organizações consideram que a área de tecnologia da informação possui
um papel secundário na estratégia corporativa, enquanto outras, a consideram como uma área
fundamental no processo estratégico, e estão sempre alinhadas aos objetivos estratégicos dos
negócios da organização envolvendo os principais interessados nesta governança: conselho de
administração, executivos, gerência de negócios, a própria gerência de TI, auditores e demais
stakeholders, fazendo com que esses, muitas vezes, recorram a modelos e ferramentas que
busquem facilitar esta relação, garantindo desta forma o retorno dos investimentos realizados
na área de Tecnologia da Informação.
Alguns frameworks, como exemplo, o COBIT – Control Objectives For
Information and Related Technology lista entre os principais focos de governança de TI o
próprio alinhamento estratégico integrando os negócios da organização, agregando valor aos
produtos e serviços dando visibilidade e competitividade para a organização. Tem como tarefa
bem definida, pesquisar, desenvolver, publicar e promover um conjunto atualizado de padrões
internacionais de boas práticas referentes ao uso corporativo da tecnologia da informação para
os gestores, gerentes e auditores. Esta metodologia foi criada pela ISACA – Information
Systems Audit and Control Association através do IT Governance Institute que é uma
organização independente que desenvolveu a tecnologia considerada a base da governança
tecnológica. O COBIT estabelece através de documentos métodos que norteiam a área de
tecnologia das empresas, de forma padronizada, inserindo em suas normatizações a qualidade
de software, os níveis de maturidade e a segurança da informação. Esses documentos definem
a governança de tecnologia da informação como sendo uma estrutura de relacionamentos
entre processos que visam direcionar os controles da organização visando atingir seus
objetivos corporativos, agregando valor, mitigando os riscos através de forma controlada pelo
uso da tecnologia da informação e de seus processos.
A estrutura da Governança de TI é composta por práticas, processos e diretrizes
específicas e sua sustentabilidade na organização compõe os processos relacionados a TI tais
como: gestão de serviços, desenvolvimento de aplicações, segurança da informação,
gerenciamento de projetos, planejamento de TI, sistemas de qualidade e por fim as operações
de tecnologia da informação. Pela sua modularidade, nem sempre é necessário que sejam
implementados todos os componentes da estrutura de governança de ti, tudo depende daqueles
que se adaptem as necessidades da organização que poderá incorporar outros componentes,
24
conforme sua evolução (FERNANDES, 2008).
Segundo o ITGI – Information Technology Governance Institute:
Governança de TI é de responsabilidade dos executivos e da alta direção,
consistindo em aspectos de liderança, estrutura organizacional e processos que
garantam que a área de TI da organização suporte e aprimore os objetivos e as
estratégias da Organização.
Fonte:<http://www.itgi.com.br>. Acesso em 03 Mar. 2016.
Quando se estabelece essa relação entre executivos, gestão, estratégia e
responsabilidade, observa-se que a governança corporativa tem um foco no direcionamento e
monitoramento da gestão da organização buscando intervir junto aos responsáveis – acionistas
e sócios quando de organizações privadas e a sociedade no caso de organizações públicas, as
devidas intervenções sempre que houver desvios em relação ao esperado. Já a governança de
TI tem seu foco direcionado ao monitoramento das práticas de gestão e ao uso da tecnologia
da informação e está diretamente relacionada à estratégia dos negócios da organização e
alinhada à visão, à missão e às metas estabelecidas.
A governança de TI é, na verdade, um facilitador da governança corporativa e sua
dependência se resume em na organização que faça uso intenso de tecnologia da informação.
Não se pode afirmar ter uma boa governança corporativa sem ter uma boa governança de TI,
da mesma forma que não se pode afirmar ter uma boa governança de TI sem ter um
gerenciamento de serviços de tecnologia da informação eficaz e capaz de prover à
organização o provimento ou entrega de soluções e serviços de TI com qualidade, conceitos
fundamentais da governança de serviços de TI.
25
2.4 – Governança de Serviços de TI
2.4.1. Conceituando os Elementos Envolvidos
Há muito que a tecnologia da informação TI, tem representado um dos processos
essenciais para as organizações desde os elementares até aqueles que se apresentam com
maior complexidade, independentemente de sua aplicabilidade seja na área pública ou na área
privada, comprometendo-se a oferecer produtos e serviços com total disponibilidade, ampla
segurança, com qualidade de desempenho e alta performance. Geralmente as áreas de TI das
organizações são pressionadas a disponibilizar seus serviços com mais qualidade e menos
recursos, ou seja, um serviço cada vez melhor com um custo cada vez menor.
Desta forma surge a necessidade em se definir clara e objetivamente os serviços, as
suas funções e a qualidade em que os mesmos deverão ser disponibilizados pelas áreas de TI.
A definição de qualidade dos serviços está diretamente relacionada com a maturidade dos
mesmos e devem buscar constantemente a eliminação do retrabalho e a otimização dos
recursos empregados na sua execução. Devem propiciar aos clientes como fazer melhor uso
dos recursos da organização mantendo-os sempre competitivos perante o mercado; enfim
serem mais eficientes assim como, por meio da adoção de boas práticas de gestão dos serviços
de TI, obter resultados significativos de melhora na qualidade dos serviços oferecidos aos seus
clientes e usuários. Em se tratando de gerenciamento de serviços de TI é importante que os
conceitos de clientes e usuários tenham um alinhamento conceitual, principalmente quando
tratamos de uma empresa de característica pública que presta serviços de tecnologia da
informação para a sociedade, objeto do estudo de caso desta pesquisa. Essas terminologias
podem ser entendidas como sinônimos, mas não são. Durante esta pesquisa, será utilizada a
expressão clientes quando a intenção for expressar o representante da sociedade, ou seja, o
cidadão que necessita dos serviços prestados por organismos públicos, e usuários aqueles que
usam os serviços de TI no cotidiano dessas organizações públicas.
Para disponibilizar um serviço de TI com eficiência e eficácia é necessário que se
tenha o total controle sobre o ambiente que o mesmo se insere e como consequência, definir
todos os elementos envolvidos, tais como: sistemas de TI, itens de configuração e o
relacionamento entre eles. Os serviços de TI podem se caracterizar basicamente por dois tipos
básicos que são os técnicos e os profissionais. Os técnicos são definidos por aqueles que
envolvem apenas tecnologia tais como: serviço de e-mail, acesso à internet e outros. Já os
26
profissionais adicionam valor por envolver profissionais qualificados para prestar este serviço
como suporte, monitoração, manutenção consistente e confiável dos ambientes e serviços.
Para se definir um serviço de TI, devem-se percorrer algumas etapas detalhando-as
gradativamente até a definição dos itens de configuração que compõe este serviço, ou seja, os
componentes de um serviço. A primeira etapa é a definição de um processo organizacional, o
ponto de partida para a análise dos serviços de TI, que deve, por conseguinte, definir os
serviços de TI habilitam este processo, perfazendo, assim, a segunda etapa. Como terceira
etapa, definem-se os sistemas de TI que compõem o serviço e, como última etapa, o
mapeamento dos componentes que comporão esses sistemas. Essa sequência está
demonstrada na Figura 1.
Figura 1 – Detalhamento das Fases de um Processo de Gerenciamento de Serviço de TI. Elaborado pelo
autor (2016)
Os processos organizacionais são o ponto de partida para a análise dos serviços de TI e nessa
etapa se define a importância de um serviço para um determinado processo organizacional
visando facilitar sua realização. Muitos serviços são definidos após o levantamento dos
processos organizacionais. Os sistemas que compõe cada serviço são mapeados de acordo
com os serviços ofertados, e após este mapeamento, é necessário identificar os itens de
configuração que os compõe e como devem ser gerenciados uma vez que são relevantes para
o sistema de TI correspondente.
27
Na Figura 2 pode-se observar, como exemplo, o mapeamento do serviço de TI de acesso à
Internet. Identifica-se, por meio da análise da figura, que embora o serviço de TI seja
composto por diversos itens de configuração como demonstra a figura 3, o usuário do sistema
obterá acesso à rede mundial de computadores se todos os itens de configuração que compõe
o serviço estejam operacionais. Desta forma, o serviço de TI deve ser considerado como um
processo único
Figura 2 – Itens de configuração do Serviço de acesso à Rede Mundial de Computadores – Internet
Fonte de pesquisa:<www.technet.microsoft.com>. Acesso em 25 Fev. 2016.
Figura 3 - Itens de configuração na cadeia dos processos com os Ics
Fonte de pesquisa: <www.axiossystem.net/br/solutinos>. Acesso em 25 Fev. 2016.
28
Utilizando uma visão orientada a processos, o gerenciamento de serviços de TI tem como
objetivo a entrega e o suporte desse serviço com foco no seu cliente e devem atender aos
requisitos de desempenho atendendo aos princípios estabelecidos na formatação de seus
custos e desempenho esperado. O gerenciamento de serviços de TI é aplicado sobre os
serviços que suportam os objetivos de negócio de uma organização e está relacionado
principalmente sob dois aspectos: processos, que devem ser eficientes e eficazes para a
organização e pessoas, que devem possuir as habilidades apropriadas para o exercício de sua
função. A esses aspectos, que são os focos na presente pesquisa, é adicionado o aspecto da
tecnologia que deve ser provida de infraestrutura de TI e ferramentas adequadas e boas
condições.
2.5 Conceitos de ITIL
2.5.1 Introdução aos conceitos de ITIL
Com a contínua atualização e adequação tecnológica, a adoção de novos
métodos e novas avaliações para suprir as áreas da organização mantendo o controle dos
processos e das informações tratadas nas empresas, tornou-se evidente e necessária. A
governança de tecnologia da informação, conforme já descrito neste referencial tórico, tem o
intuito de fornecer suporte à tomada de decisão de forma segura e busca continuamente a
qualidade dos serviços prestados pela organização descaracterizando suas definições iniciais
como apenas apoiadora às rotinas empresariais, tornando-se também responsável pelo
gerenciamento dos serviços de tecnologia da informação. O gerenciamento da tecnologia da
informação tem se demonstrado um fator preponderante na busca corporativa em otimizar
processos, reduzir custos e mitigar os riscos. Para tanto utiliza diversos modelos de melhores
práticas que facilitam a gestão de tecnologia da informação na implantação de serviços de
qualidade, entre eles, o COBIT e o ITIL entre outros. Além de já termos descritos os aspectos
da origem da governança corporativa, a importância da governança de tecnologia da
informação, da gestão dos serviços de TI e do alinhamento entre o negócio e a TI, serão
descritos o histórico e as funcionalidades do framework ITIL, modelo implementado no
estudo de caso tratado nesta pesquisa e no qual será baseado a criação das diretrizes para a
criação de um modelo de implementação de melhores práticas em governança de TI em uma
empresa pública.
29
Para alinhar as referências neste tópico do referencial teórico com relação ao
ITIL, é importante esclarecer as divergências quanto ao tratamento desta biblioteca por alguns
autores considerarem definições distintas. Alguns consideram “o” ITIL como uma ferramenta,
desta forma justifica o tratamento como “a” ITIL. Outros se referem ao ITIL como o próprio
gerenciamento, se dirigindo ao mesmo por “o” ITIL. Neste estudo, o foco está direcionado ao
gerenciamento, sendo assim, será tratado neste estudo como “o” ITIL.
2.5.2 Histórico e Funções
O ITIL está presente na área de tecnologia da informação há mais de 20 anos.
Iniciou no fim da década de 1980 quando o Briish Central Computer and Telecommunication
Asgency (CCTA), agora o OFFICE of Government Commerce (OGC), tomou a decisão de
que seria necessário criar uma melhor forma de funcionamento para a tecnologia da
informação. A primeira versão do ITIL foi chamada a GITIM, Government Information
Technology Infrastructure Mangement e vem evoluindo ao longo dos anos devido às
mudanças na indústria de tecnologia da informação e à gradual maturidade do ITIL. Entre o
desenvolvimento da versão 1 até o ano 2001, o número de documentos (livros) utilizados no
ITIL cresceu para mais de 32. Neste ano (2001) foi lançada a versão 2, com apenas 8 livros
principais. A atual versão 3 foi criada com o intuito de sanar algumas limitações encontradas
nas versões anteriores como a falta de modelo de processo geral, a falta de alinhamento dos
livros propostos e somente o suporte e a entrega eram tratados como elementos essenciais.
Focado no ciclo de vida da gestão de serviços, atualmente com 5 livros nesta
versão, incorpora as funcionalidades dos três subsistemas de tecnologia da informação
(Direcionamento, Desenvolvimento e a Entrega).
Os frameworks de melhores práticas têm por objetivo facilitar o papel na
tomada de decisão dos gestores e na orientação do gestor de tecnologia da informação no
gerenciamento de serviço. Como já informado, consiste em uma série de publicações (livros)
que descrevem melhores práticas, orientando e oferecendo serviços de qualidade para um
processo integrado de gerenciamento de tecnologia da informação.
30
Nos seus quase 30 anos de existência, o ITIL está em sua 3ª versão,
aperfeiçoando o ciclo de vida para cada serviço de TI que o compõe, onde indivíduos com
diferentes papéis e outras partes da organização em diversos níveis, estão envolvidos desde a
planificação, desenho, construção, testes, versões, operação, melhoramento e monitoramento.
O Quadro 2 resume o conteúdo das versões implementadas durante essas três décadas desde
sua origem no final dos anos 1980, demonstrando a maturidade de sua evolução em relação ao
negócio e a estratégia quanto a função de TI conforme demonstrado na Figura 4.
Figura 4 – Evolução das versões ITIL. Elaborado pelo autor (2016)
31
Versão Período de Vigência Biblioteca / Ciclos deVida
Descrição
ITIL V1 De 1986 à 1999 40 livrosDe acordo com a variedade de práticas deserviços de TI
ITIL V2 De 1999 à 2006 10 livros
Baseado nos processos de boas práticas.Define uma estrutura de boas práticas paraa gestão dos serviços de TI:
Suporte de ServiçosEntrega de ServiçosPlanejamento da gestão de serviçosGestão de InfraestruturaPerspectivas de Negócio volume IPerspectivas de Negócio volume IIGestão de Recursos de SoftwareGestão de AplicaçõesGestão de SegurançaITIL – Implementação em pequena Escala
Ponto básico: Alinhado ao Negócio
ITIL V3 Desde de 2006 - atual 5 Livros
Baseados nos ciclos de vida das boaspráticas de serviços, incorporando o melhordo ITIL V1 e do ITIL V2 e as já testadasmelhores práticas de serviços de TI com osprocessos agrupados por módulos eapresentados em uma sequência lógica:
Estratégia de ServiçosDesenho de ServiçosTransição dos ServiçosOperação dos ServiçosMelhoria Contínua dos Serviços
Ponto Básico: Integrado ao Negócio
Implementado o Portfólio de Serviços e oGerenciamento de Demandas com aavaliação de risco nos serviços
Implementado o Gerenciamento deSegurança que garante a disponibilidade,confidencialidade e integridade dainformação, tem a tarefa de produzir emanter as Políticas de Segurança.
Quadro 2 – Conteúdo das versões do ITIL. Elaborado pelo autor (2016)
32
2.5.3 – Funcionalidades e Conceituação.
O conteúdo descrito a seguir, tem como objetivo descrever as funcionalidades
da biblioteca ITIL, instrumento adotado por várias organizações nacionais e internacionais
que buscam continuamente o aumento da qualidade do gerenciamento de seus serviços.
Brancher (2011, p.115) afirma que:
O ITIL busca promover a gestão com foco no cliente e na qualidade dos serviços de
tecnologia da informação, endereçando estruturas de processos para a gestão de uma
organização de tecnologia da informação apresentando um conjunto abrangente de
processos e procedimentos gerenciais, organizados em disciplinas, com as quais uma
organização pode fazer sua gestão tática e operacional com a finalidade de alcançar
o alinhamento estratégico com os negócios.
O ITIL tem, portanto, a função de implementar os processos orientados ao
negócio em diversas organizações e as melhores práticas de gerenciamento de serviços podem
ser condensadas em fases distintas tais como: Planejamento da implementação do
gerenciamento de serviços, perspectiva do negócio, suporte aos serviços, entrega dos serviços,
gerenciamento da infraestrutura, gerenciamento da segurança e das aplicações.
Gaspar (2011, p. 25) afirma que:
O ITIL desperta grande interesse no mercado porque, atualmente, existe uma
preocupação com o gerenciamento de serviços de tecnologia da informação nas
empresas. A grande dependência de tecnologia da informação para os negócios faz
com que os gestores desses departamentos busquem a adoção das boas práticas com
o objetivo de trazer resultados positivos, como redução de custos e agilidade em
seus processos, principalmente porque independe de tecnologia e fornecedor.
33
O ciclo de vida do ITIL v3 espelha as fases da gestão de serviços, incorporando
as funcionalidades dos subsistemas de estratégia ou direcionamento, projeto ou
desenvolvimento e entrega dos serviços conforme demonstrado na Figura 5.
Figura 5– Associação do ciclo de vida do ITIL v3. Elaborado pelo autor (2016)
O aumento da competitividade entre as empresas têm provocado destaque no
setor de tecnologia, uma vez que oferecem serviços para facilitar, agilizar e reduzir os custos
dos processos. Como está sendo tratado no caso deste estudo a implementação do ITIL
ocorrida em uma empresa pública de âmbito federal, onde seus processos interagem com
diversos órgãos em busca de qualidade nos serviços que presta à sociedade, a preocupação em
alinhar esses ciclos ou fases do ITIL à estratégia de negócios de governo, se torna mais
relevante, pois visa a alocação adequada dos recursos disponíveis e a sua administração de
forma integrada, fazendo com que a qualidade do conjunto seja percebida pelos usuários de
suas aplicações, e pelos clientes que utilizam os serviços e as informações disponibilizadas. A
implementação de melhores práticas preconizadas pelo modelo ITIL é um processo evolutivo,
em que se busca a melhoria contínua da qualidade dos serviços em conformidade com o
negócio e a criticidade de cada área independente de sua característica: pública ou privada
(GASPAR, 2011).
As melhores práticas preconizadas pelo modelo ITIL, o serviço é uma maneira
de se alcançar os objetivos do cliente e entregar a eles, o que mais necessita, da melhor forma
disponível, minimizando custos e mitigando riscos específicos e devidamente calculados. Para
o gerenciamento do ITIL notam-se competências organizacionais que buscam prover valor
aos clientes no formato de serviços. Essas assim como uma engrenagem, são organizadas e
focam a melhoria de serviço de forma continuada. No Quadro 3, o encadeamento das
competências organizacionais está demonstrado e separado por níveis de serviço vinculados
aos seus respectivos processos.
34
Gerenciamento de Serviços
Níveis de Serviço Processos
Gerenciamento de portfólioEstratégia de Serviço Gerenciamento Financeiro
Processo de DemandaGerenciamento de níveis de serviçoGerenciamento de Catálogo de ServiçosGerenciamento de Fornecedor
Desenho de Serviço Gerenciamento de CapacidadeGerenciamento de DisponibilidadeGerenciamento de Continuidade do Serviço de TIGerenciamento de Segurança da InformaçãoPlanejamento e Suporte da TransiçãoGerenciamento de Liberação e ImplantaçãoValidação e Teste do Serviço
Transição de Serviço AvaliaçãoGerenciamento de MudançaGerenciamento de Configuração e Ativos de ServiçosGerenciamento do ConhecimentoGerenciamento de IncidentesCumprimento de RequisiçãoGerenciamento de EventosGerenciamento de Acesso
Operação de Serviço Gerenciamento de ProblemasService DeskGerenciamento TécnicoGerenciamento de AplicaçãoOperação de TI
Melhoria de serviço Continuada Relatório de ServiçosMedição de Serviço
QUADRO 3 – Níveis de Serviço ITIL v3. Elaborado pelo autor (2016)
35
Segundo Gaspar (2011), o nível de estratégia de serviços é a principal força, ou
seja, a que impulsiona todas as demais fases do ITIL v3, e tem como consequência a
obrigatoriedade em acompanhar a estratégia. Busca transformar o gerenciamento de serviços
em ativos estratégicos para atender aos objetivos da organização. Os processos que compõe
esta etapa do ITIL v3 são o gerenciamento de portfólio que organiza e aprova as entradas e
saídas dos serviços em produção; gerenciamento financeiro, o que controla os recursos
envolvendo a contabilidade, orçamento e cobrança e tendo a responsabilidade pela validação
do serviço; já o processo de demanda analisa as necessidades de recursos em tecnologia da
informação para o acompanhamento estratégico do negócio e analisa dados principalmente do
cliente (perfil, serviço a ser prestado, suporte ao serviço, níveis de serviço e demonstração de
capacidade).
A fase de desenho de serviço trata da criação de serviços de tecnologia da
informação de acordo com a análise feita no momento da estratégia. Busca orientar a
concepção dos serviços de tecnologia da informação com vistas a garantir a qualidade do
serviço, a satisfação do cliente e a relação custo-benefício na prestação do serviço. Os
processos que compõe esta fase estão diretamente voltados ao serviço a ser prestado, e desta
forma, os aspectos mais importantes nesta fase são os requisitos e solução, portfólio,
tecnologia e arquitetura, processos e métricas.
O gerenciamento de níveis de serviço, documenta os acordos sobre as
necessidades relacionados aos serviços de tecnologia da informação a serem prestados,
garantindo seus propósitos e medindo sua satisfação; o gerenciamento do catálogo de
serviços, sempre focado no negócio devendo assegurar a atualização constante de suas
informações; o gerenciamento de fornecedor – parceiros que agregam valor ao negócio devem
ter seus serviços prestados alinhados ao negócio seja pelos acordos de nível de serviço ou
pelos requisitos de serviço.
O gerenciamento de capacidade necessita de metas de desempenho para que
possa cumpri-las de acordo com os critérios do cliente, tem a necessidade de prever as
necessidades futuras sem onerar os custos da organização sempre balanceado com a demanda
e as necessidades do negócio; o gerenciamento de disponibilidade e continuidade trata
especificamente da manutenção dos serviços seja pela disponibilidade no maior tempo
possível como pela perenidade em que o mesmo está sendo disponibilizado. Um dos fatores
36
críticos nesses gerenciamentos é a mitigação dos riscos que devem ser analisados e com ações
previamente desenhadas para a imediata recuperação do serviço; já as políticas de segurança
devem serem seguidas de forma a assegurar a integridade das informações envolvidas nos
processos.
A transição de serviços garantirá recursos necessários à realização, ao
planejamento e à implantação do serviço gerenciando os riscos na diminuição dos impactos na
implantação. É responsável pelo acompanhamento de atividades de tecnologia da informação
tais como o planejamento que ordena todos os recursos para a criação de novos serviços; o
gerenciamento de liberação e implantação, processo composto pelo fornecimento de serviços
especificados no projeto, identificando as liberações, seus registros assim como seu
gerenciamento; a validação e testes de serviços garantira que o serviço, seja novo ou
modificado, esteja adequado para uso, com qualidade e que adicione valor ao negócio do
cliente e o processo de avaliação tem como finalidade a verificação do desempenho
determinando os padrões de qualidade no serviço. Também fazem parte deste nível de serviço
os processos de gerenciamento de mudanças responsável pela avaliação aprovação e
coordenação das mudanças; o gerenciamento de configuração de ativos voltado
exclusivamente à infraestrutura disponível, identificando e configurando os processos
existentes além do gerenciamento do conhecimento que deve capaz de garantir a
disseminação da informação de forma adequada para a tomada de decisão.
De todos os níveis de serviço, a operação de serviço é a mais perceptível pelo
cliente. Este nível é responsável pelas atividades operacionais diárias e orienta sobre como
garantir a entrega dos serviços com qualidade, eficiência e de forma eficaz. É composto pelos
processos de gerenciamento de incidentes, responsável pela resolutividade dos problemas,
garantindo a diminuição dos impactos no ambiente, diminuindo tempo de indisponibilidade,
elevando a produtividade que reflete na melhoria da visão da organização que presta o
serviço. Além do processo de gestão de incidentes, compõe este nível os processos de
cumprimento de requisição voltado aos serviços requisitados, o gerenciamento de eventos
cujo gerenciamento detecta e escala as condições de exceção para o tratamento devido e o
gerenciamento de acesso, ligado diretamente as questões de segurança e disponibilidade. Já o
processo de gerenciamento de problemas tem por finalidade a busca da causa dos problemas,
oferecendo formas para o contorno ou identificando e solucionando definitivamente os
problemas detectados. Para facilitar o processo de comunicação cliente empresa, o service
37
desk funciona como ponto de contato onde consultores e técnicos recebem, solucionam ou
repassam as dúvidas sobre os serviços de forma local, central ou virtual. Para manter o
conhecimento necessário para a manutenção da infraestrutura e prover os recursos necessários
para suportar o gerenciamento desta infraestrutura, o processo de gerenciamento técnico tem o
papel de promover este conhecimento, enquanto o gerenciamento de aplicação apoia o
negócio ao detectar ou identificar requerimentos funcionais e gerenciais nas aplicações,
mantendo o conhecimento envolvido na manutenção das aplicações e provendo os recursos
necessários no apoio as atividades relacionadas às aplicações. Para a execução operacional
diária das atividades na sustentação do negócio, o processo de operação de tecnologia da
informação é o responsável pela manutenção da operação de ti e deve se adequar
constantemente às mudanças.
Finalizando esta explanação sobre os níveis de serviços e seus respectivos
processos, a melhoria de serviço continuada tem como desafio buscar sempre a melhoria dos
processos da organização, proporcionando os benefícios pela implantação bem-sucedida da
melhoria do serviço prestado, e é composta pelos processos de relatórios de serviços que
fornecem dados coletados de monitoramentos durante a entrega de serviço e a medição do
serviço que visa prover informações sobre o serviço de forma completa à integração com o
negócio.
Albertin (2008, p.28) afirma que:
A tecnologia da informação está permitindo mudanças fundamentais na forma em
que o trabalho é feito, integração de função de negócios em todos os níveis internos
e entre organizações, mudanças no clima de competitividade e novas oportunidades
estratégicas.
O ITIL é um framework genérico baseado na experiência de vários
profissionais da área, que tiveram como foco principal o gerenciamento e a provisão dos
serviços de TI assim como a formalização de seus processos na organização. Tem a
flexibilidade como um dos principais fatores de suas implantações nas organizações, sejam
públicas ou privadas. Segundo Sodré e Souza (2007) o ITIL é baseado nas necessidades em se
prestar serviços de alta performance tendo as relações com os clientes, sua maior ênfase tendo
sido reconhecido mundialmente em meados da década de 1990, como um padrão de fato para
o gerenciamento de serviços de tecnologia da informação.
38
[…] A ITIL é mais utilizada abordagem padronizada para o gerenciamento de
serviços de TI no mundo, conforme comprovou uma pesquisa realizada pela
International Networks Services em 194 organizações de todo o mundo. O resultado
apresentado constatou que 39% das organizações responderam que usam ITIL, quer
no modo isolado ou em conjunto com outras práticas desenvolvidas internamente ou
de mercado. A ITIL provê um abrangente e consistente conjunto de melhores
práticas para a identificação de processos da área de TI e o alinhamento dos seus
serviços à necessidade da organização, promovendo uma abordagem qualitativa para
o uso econômico, efetivo, eficaz e eficiente da infraestrutura de TI, objetivando
obter vantagens para a organização tanto em termos de redução de custos pelo
aumento da eficiência na entrega e suporte dos serviços de TI quanto de incremento
de capacidade da organização de gerar receita, permitindo que a área concentre seu
esforço em novos projetos para o atendimento à estratégia de negócio da
organização.(MAGALHÃES, 2007 p. 256)
2.5.4 – O ITIL comparado a outros modelos sob o aspecto da Governança de TI
A tecnologia da informação é considerada como uma ferramenta de
competitividade das empresas, principalmente na gestão de seus processos que com
frequência, buscam a qualificação de seus serviços que implicam na mudança dos processos
organizacionais e tem a TI como um instrumento para a viabilização dessas adequações.
Nesse aspecto em que a tecnologia da informação assume um papel estratégico dentro das
organizações, surgem os modelos de governança de TI com o objetivo de auxiliar as
organizações a gerir suas áreas de tecnologia, fornecendo ferramentas e métricas que
garantam o alinhamento entre os processos de TI e os objetivos estratégicos da organização. O
conceito de governança de TI é derivado do conceito de governança corporativa cujas boas
práticas têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e
contribuir para a sua perenidade, de forma transparente, com os custos e riscos controlados.
Na mesma direção e estratégia, a área de tecnologia da informação das empresas vem
investindo esforços e recursos para instituir a governança de TI aqui resumida como um
conjunto de processos que direciona a estratégia da TI, garantindo que a mesma suporte as
estratégias e objetivos do negócio. Esses conceitos de governança têm influenciado as
organizações, e a partir deste cenário muitos modelos e metodologias foram criados e
disseminados, e hoje utilizados pelas empresas.
39
No caso de Governança de TI existem alguns modelos mais conhecidos além
do ITIL detalhado anteriormente e que são:
1) Cobit – Control Objectives for information and related technology
2) BS7799 – Information secutrity standart
3) CMM / CMMI – Capability maturity model / capability masturity model integration
Cada um desses modelos citados possui focos diferenciados:
O COBIT (Control Objectives For Information And Relateds Technology) é um
guia para a gestão de TI recomendado pelo ISACF (Informations Systems Audit and Control
Foundation) que fornece informações detalhadas para o gerenciamento de processos baseado
nos objetivos do negócio;
O BS7799 (Information secutrity standar é uma norma internacional de origem
britânica voltada à segurança de TI. Abrange os aspectos de segurança física do ambiente,
passando por pessoas e detalhando cuidados essenciais das questões relacionadas a rede de
comunicação, aplicativos e acesso remoto;
O CMM / CMMI (Capability Maturity Model / Capability Masturity Model
Integration é uma certificação concedida pelo Software Engeneering Institute (SEI), da
Universidade de Carnegie Mellon (USA), que mede o grau de maturidade de desenvolvimento
de software.
Segundo Mingay e Bittinger (2002), apesar de cada modelo citado ter um foco
diferente, eles não são mutuamente excludentes e podem ser combinados para prover um
melhor gerenciamento da tecnologia, garantindo o suporte tecnológico necessário de forma a
possibilitar a organização atingir seus objetivos estratégicos com qualidade e segurança.
40
De acordo com os focos diferenciados, muitas empresas podem optar pela
adoção da combinação de mais de um modelo, por identificar que apenas um, possa não ser
suficiente, conforme ilustra a figura 6.
Figura 6 - Integração dos modelos de Governança de TI Fonte: Adaptado de CID, Miranda; PIMENTEL,Luis F. (2005).
O uso de modelos de governança de TI vem crescendo à medida que a
competitividade do mercado força as empresas a ser preocuparem cada vez mais com a
qualidade dos serviços prestados, com a otimização dos custos em suas operações e a
mitigação de riscos nos seus processos, uma vez que esses modelos permitem um melhor
gerenciamento dos diversos níveis de serviço. No caso das empresas públicas, objeto deste
estudo, em função da complexidade administrativa e das restrições orçamentárias, adotar um
modelo de governança de TI pode ser difícil e de longo prazo. Uma solução para essas
empresas pode estar na combinação desses modelos ou parte deles, de forma a adequar o
modelo escolhido para a realidade de cada empresa, aplicando as recomendações consideradas
mais relevantes para a organização. Os modelos de governança de TI visam complementar e
41
dar suporte a Governança Corporativa e a melhoria dos serviços de TI pode ser alcançada
através de técnicas e ferramentas de qualidades associadas aos processos dos modelos de
governança de tecnologia da informação. Desta forma, o modelo de governança de TI focado
aos serviços de tecnologia da informação prestados pela empresa objeto deste estudo,
direcionou seu foco e optou na implementação do modelo ITIL com a perspectiva em resultar
a qualificação dos seus serviços e melhorar a visão dos serviços públicos prestados à
sociedade.
O presente estudo se insere neste cenário, que tem o objetivo de identificar os
fatores críticos de sucesso na implantação das melhores práticas preconizadas pelo modelo
ITIL na estrutura operacional dos Datacenter de uma empresa pública, identificando além da
percepção voltada aos processos, o impacto causado pela implementação desse modelo no
comportamento das pessoas que operacionalizam os processos cotidianamente considerando
as perspectivas motivacionais, o impacto na cultura organizacional e a gestão do
conhecimento como elementos fundamentais para o sucesso da implementação.
2.6 Teorias Motivacionais
Um dos principais enfoques desta pesquisa é um fator fundamental para o
alcance de qualquer objetivo corporativo: as pessoas. Tratar de pessoas sem abordar a
motivação, torna-se inócuo, uma vez que pessoas sem motivação não atuam em busca de um
objetivo comum junto à organização. Quando se trata de uma nova modelagem de trabalho,
nova cultura, novo ambiente, ou mesmo a utilização de uma nova tecnologia ou ferramenta, a
resistência ao novo torna-se ainda mais evidente. Unindo este fator ao ambiente corporativo
público, essa resistência torna-se ainda maior dependendo do fator novo a ser implementado.
Na área de tecnologia onde sua evolução carrega consigo uma nova mentalidade
em constante mutação, a resistência pelo novo deixou de ser um fator preponderante para o
insucesso de implementação de tecnologias avançadas, mas ainda se depara com um outro
fator, que é a motivação pessoal para a obtenção do sucesso esperado. Nos estudos das
Relações Humanas, dentro da área de administração as pesquisas sobre motivação surgem
com maior impacto, apesar das teorias sobre motivação humana serem estudadas desde a
antiguidade. Os estudos das relações humanas na área da administração, abordadas pela
Escola de Relações Humanas foram os primeiros a enfatizar a satisfação do funcionário de
uma organização, se preocupar com as questões afetivas pessoais, analisar e pesquisar de
42
maneira sistemática os aspectos da área dentro da organização. Anteriormente, por uma visão
mais clássica e científica, a visão motivacional se baseava exclusivamente com a remuneração
recebida, porém no decorrer do processo desses estudos e dos tempos, dependendo da fase
profissional e do momento econômico vivido, a manutenção do emprego passa a ter um valor
maior do que a própria remuneração. Com isso pode-se concluir que o aspecto remuneração,
advindo de um ambiente econômico favorável, é somente um dos fatores motivacionais,
existindo “n” outros fatores cuja relevância deva ser estudada.
Para a pesquisa em questão onde um dos enfoques é tratar e analisar a
experiência e o envolvimento das pessoas na implementação de um framework em uma
empresa pública, quais seriam os fatores motivacionais independente dos econômicos que
pudessem valorizar o processo, garantir sua estabilidade pós implantação, fazer da experiência
vivida e já qualificada um instrumento de validação e participação do processo de
implantação, desmistificando assim, o cenário de resistência natural sobre o novo? Para esta
questão, busca-se as respostas junto à pesquisa a ser realizada, porém torna-se imprescindível
definir qual o caminho ou qual teoria motivacional seria suficientemente aplicável na
definição de diretrizes para a criação de modelo de implementação de melhores práticas de
gerenciamento de serviços em TI, em uma empresa pública. Apenas as teorias motivacionais
de Maslow (1976), Herzberg (1997) e Barrett (1998) poderiam suprir a base teórica para a
definição dos fatores básicos a serem considerados, porém uma disciplina aliada às teorias
motivacionais agregaria os elementos na busca de diretrizes a serem consideradas para um
este novo modelo – a gestão do conhecimento, a ser tratada especificamente neste estudo.
Para se definir as teorias motivacionais a serem consideradas neste estudo, é
importante que se defina com clareza o que vem a ser motivação. Motivação pode ser
definida: como o anseio em exercer altos graus de esforço em direção a determinados
objetivos, organizacionais ou pessoais, que estejam condicionados a satisfazer algumas
necessidades individuais. Possui como uma das principais características básicas tratar-se de
um fenômeno individual, intencional e multifacetada a qual não há como ser medida
diretamente, porém o comportamento motivado, as ações e as forças internas e externas que
influenciam nesse comportamento podem trazer os parâmetros necessários para sua medição.
43
Segundo Silva (2001), as teorias motivacionais se subdividem em teorias de
conteúdo e teorias de processo, porém para a formação da base teórica deste estudo, serão
abordados os conceitos relativos às teorias de conteúdo, que se referem a “o que” motiva o
empregado na execução de suas ações principalmente em uma atividade de implementação de
uma nova forma de trabalho, onde a “zona de conforto” até então moldada, será totalmente
afetada, através da instauração de novos métodos de trabalho, novo comportamento
operacional a ser considerado, mudanças estruturais e conceituais além de métodos
padronizados de operação que sobreporão os executados há muito tempo, sem que houvessem
interferências na sua dinâmica de execução ou mesmo que se buscassem medir a
resolutividade dos processos.
Das teorias motivacionais de conteúdo, as de autoria de Maslow (1976) e
Herzberg (1997) fundamentarão os conceitos que sustentarão a base teórica da pesquisa por
estarem direcionadas às necessidades dos seres humanos. Maslow (1976), autor da teoria da
hierarquia das necessidades, estuda a motivação dos seres humanos através depor ser a
manifestação natural de sensibilidade interna, que direciona tendências na realização de uma
ação ou buscar determinadas categorias de necessidades pessoais. Segundo o autor estas
necessidades podem ser organizadas em cinco classes hierárquicas, conforme a
predominância e probabilidade: Fisiológicas – aquelas voltadas exclusivamente para a sua
sobrevivência, que podem também ser classificadas como instintivas; Segurança – aquelas
que buscam proteção contra ameaças e privações; Sociais – relacionadas ao convívio social;
Estima – aquelas que demonstram a necessidade em desenvolver sentimentos de
autoconfiança e da necessidade em demonstrar sua utilidade junto aos demais e as
necessidades de Auto Realização – as que possuem a tendência em explorar suas
potencialidades.
Essas necessidades estruturadas por Maslow (1976) podem ser consideradas
como motivos de deficiência, as quais possuem défices no organismo, onde seu
preenchimento ou satisfação se dará através de outro ser humano ou por um determinado
objeto. Esta poderá ser satisfeita, mas logo que o indivíduo satisfaz esta necessidade, outra
surgirá, e assim sucessivamente. Segundo o autor da teoria, essas necessidades motivacionais
de deficiência se distinguem nitidamente das necessidades de motivação de crescimento, que
ocorrem quando uma nova etapa a ser alcançada é subjetivamente mais agradável, ou seja,
quando satisfazemos nossas necessidades básicas de forma suficiente, seremos motivados
44
pelas tendências de individualização por se tratar de uma questão qualitativa, uma vez que os
indivíduos diferem na intensidade de suas necessidades. Segundo esta teoria dificilmente o
indivíduo estará totalmente satisfeito, pois dificilmente atingirá o topo da pirâmide.
A teoria clássica de Maslow (1954) também foi seguida por Herzberg (1997),
que porém discordou de alguns pontos da Teoria das necessidades. Para ele, a motivação
depende do trabalho em si, e não dos incentivos da organização recebidos pelos empregados
além de que para Maslow (1976), todas as necessidades motivam e provocam satisfação,
enquanto para Herzberg(1997) não são todas as necessidades que motivam, existindo algumas
que apenas evitam a não-satisfação. Herzberg (1997) classifica a motivação em duas
categorias: higiene e motivação. Os de higiene estão relacionados àqueles que giram ao redor
do contexto do cargo, ou seja, como o empregado se sente em relação à empresa, voltado a
fatores extrínsecos e os fatores de motivação estão relacionados àqueles que contornam o
conteúdo do cargo, ou seja, como o empregado se sente em relação ao cargo, voltado a fatores
intrínsecos. O ponto chave desta teoria está na reestruturação dos cargos, tornando-os mais
desafiadores e gratificantes, extraídos dos mesmos pela excessiva especialização. Para
Herzberg (1997), o oposto de satisfação não é a insatisfação, mas nenhuma satisfação. Bem
como, o oposto de insatisfação não é a satisfação, mas sim nenhuma insatisfação.
Esta teoria se enquadra na perspectiva de estudo para a implementação da
pesquisa proposta neste estudo de caso, uma vez que se busca a motivação para a
implementação de um novo processo, com novos desafios e novos processos operacionais a
serem implementados e que dependem da boa atuação dos empregados para a obtenção do
sucesso, sua sustentabilidade futura e aprimoramento dos processos produtivos que possam
resultar na melhoria de qualidade dos serviços em tecnologia a serem oferecidos à sociedade.
A teoria da hierarquia das necessidades do psicólogo Abraham Maslow (1976)
também orientou os estudos do consultor Richard Barret (1998) que defende a ideia do
alinhamento de valores entre os indivíduos e as organizações, ou seja, quando os valores de
uma organização são os mesmos valores dos indivíduos que nela trabalham. Para se
identificar o alinhamento apontado é necessário que se faça um diagnóstico para mapear esses
valores – da organização e dos indivíduos segundo a percepção de líderes e colaboradores. O
autor Richard Barret (1998) desenvolveu o modelo dos Sete Níveis de Consciência que
podem ser identificados na figura 6 comparando-os à pirâmide de Maslow.
45
Segundo Feldjegelman (2008),
“A base da Consciência Organizacional é que as empresas são compostas
de pessoas, e agem como entidades vivas com motivações similares às dos
indivíduos”.
Figura 7– Comparativo Maslow x Barrett - Fonte BSC Portugal (2011). Adaptado pelo autor (2016)
Segundo Barrett (2006), as empresas que apresentam alto desempenho são as
que estabelecem e preservam uma cultura voltada a valores. Possuem identidade própria,
baseada nas motivações coletivas e em valores compartilhados, onde todos trabalham para
criar a mesma visão de futuro e buscam a realização no trabalho, satisfazendo suas
necessidades físicas, emocionais, mentais e espirituais. Como as empresas buscam
compreender a motivação dos seus empregados, utiliza como base para seu modelo a teoria da
motivação de Maslow (1954), onde amplia a hierarquia das necessidades com a perspectiva
espiritual, buscando a alma do indivíduo, cuja satisfação não se dá nas possibilidades do
mundo exterior, mas sim no mundo interior, fazendo a diferença por meio do serviço,
realizando o bem comum. O modelo de Barrett considera o conjunto de valores, crenças e
comportamentos manifestados pelas pessoas os enquadra em sete níveis de consciência
pessoal e organizacional, iniciando pela definição, pelo autor, de consciência.
46
Barrett (2006, p.59) define:
Consciência: é um estado de conhecimento do eu (pensamentos,
sentimentos, ideias) baseado num conjunto de crenças e valores
pelos quais a realidade é interpretada. A passagem para um estado
mais elevado de consciência implica mudança nas crenças, nos
valores e nos comportamentos. Os valores num nível mais elevado
de consciência promovem maior compreensão e conexão e menor
separação e fragmentação.
Níveis deConsciência
ConsciênciaPessoal
Descrição ConsciênciaOrganizacional
Descrição
Nível 1Consciência daSobrevivência
Principal fonte demotivação
Consciência daSobrevivência
Estabilidade financeira –preocupação saudável epertinente, assim como asegurança do seu empregado
Nível 2Consciência doRelacionamento
Manifestada pelapreocupação quantoaos relacionamentosdesenvolvidos
Consciência doRelacionamento
Harmonia em seusrelacionamentos empregados,clientes, fornecedores e boacomunicação
Nível 3Consciência da
autoestima
Relacionado ànecessidade dereconhecimento doindivíduo
Consciência daautoestima
Desempenho eacompanhamento de indicadoresoperacionais
Nível 4Consciência daTransformação
Foco naautorrealização e nabusca pelo crescimentopessoal
Consciência daTransformação
O aprendizado contínuo e naconcessão de poder aosempregados, estímulo àinovação de produtos e serviços
Nível 5
Consciência daalma –
significado/Coesão
O primeiro dos trêsníveis mais altos daconsciência humana, ode maior senso deconexão da pessoacom o mundo
Consciência dacoesão interna
Construir cultura coesa edesenvolver uma visão de futurocompartilhada
Nível 6
ConsciênciaDivina – fazer a
diferença /comunidade
Forte conexão comtoda a criação –identidade dehumanidade
Consciência defazer a diferença
Aprofundamento das relaçõesinternas e externas comempresas que compartilhem damesma filosofia e visão
Nível 7Consciência da
Unidade – servir /social
A pessoa deseja quesuas ações afetem todaa sociedade para quesua vida seja positivapara o planeta
Consciência doserviço
Aprofundamento do nível 6, emque as conexões internas eexternas alcançam seu estágiomais alto
QUADRO 4 – Níveis de Consciência – Teoria de Barrett – adaptado pelo autor (2016)
47
Conforme mostra o Quadro 4, os níveis mais baixos de consciência pessoal
(um ao três) objetivam as necessidades básicas de sobrevivência física, emocional e
autoestima, ou seja, interesses pessoais. Já os níveis mais altos (cinco ao sete) focam as
necessidades espirituais, buscando um significado para a vida, de fazer a diferença e de estar a
serviço do mundo, ou seja, interesses do bem comum. O quarto nível objetiva a
transformação, que é quando se dá a troca do interesse pessoal pelo interesse ao bem comum.
Para se ter sucesso, as pessoas devem aprender a satisfazer todas as suas necessidades,
possibilitando-lhes a sua operação plena nos sete níveis, enquanto as empresas, para que
tenham sucesso, precisam aprender como satisfazer cada nível de consciência, para que sejam
mais rentáveis, pois tem a habilidade de responder apropriadamente a todos os desafios de
negócios. Quando a cultura é voltada a valores, as empresas apresentam alto desempenho, e
suas motivações coletivas e valores compartilhados fundamentam o desenvolvimento
conceitual da cultura organizacional (BARRETT, 2006).
2.7 Cultura Organizacional
Segundo Maximiano (2004) para compreender cultura organizacional,
destaca-se a definição de que cultura das organizações é formada por pessoas que carregam
consigo perfis, características culturais de suas origens assim como seus traços. A cultura
organizacional é um termo muito comum no cenário organizacional que significa
principalmente, o conjunto de valores, crenças, rituais e normas adotadas por uma
determinada organização. Esta definição faz parte das Ciências Sociais e vem ao longo dos
anos evoluindo, porém gera ainda alguma polêmica pela complexidade do conceito de cultura.
Segundo Edward Tylor (1876) o termo cultura no seu amplo sentido
etnográfico, é:
Todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte,
moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos
adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade.
48
Segundo Edgar Schein (2004) um dos maiores responsáveis pela divulgação
e desenvolvimento do conceito de cultura, descreve a cultura organizacional como um modelo
de crenças e valores criados por um determinado grupo. Afirma também que o fenômeno
complexo da cultura organizacional é formado por três níveis de conhecimento: os
pressupostos básicos (as crenças que são consideradas adquiridas em relação à empresa e à
natureza humana), os valores (princípios, normas e modelos importantes) e os artefatos
(resultados perceptíveis da ação de uma empresa, que são apoiados pelos valores).
A cultura organizacional ganhou destaque na segunda metade do século XX,
e depois após estudos da área de gestão e estudos organizacionais, começou a defender os
benefícios em se estudar a cultura das organizações, representando um ponto de destaque no
estudo da comunicação organizacional. Nos anos 90, o conceito de cultura organizacional
recebeu várias críticas, sendo que uma delas foi que o conceito foi admitido pela comunidade
acadêmica de forma muito rápida. Alguns autores chegaram mesmo a afirmar que o conceito
em questão entraria em decadência. O tema cultura organizacional tornou-se forte na década
de 80, encontrando-se hoje incorporado à teoria das organizações e ao cotidiano das empresas,
e vem recebendo nos últimos quinze anos uma maior atenção pois a percepção da cultura
aparece como sendo uma variável capaz de intervir na dinâmica dos negócios, dando-lhes
valor e diferencial competitivo, passando a ser tratada como ativo estratégico (BARBOSA,
2002).
Toda a organização independente de sua característica (pública ou privada)
tem um modo próprio de visualizar o mercado, as pessoas, seus processos e essa visão e a
forma como agem devidamente convencionada com os indivíduos em uma determinada
organização, a esse processo, define-se como cultura organizacional (CAPRA, 2002).
Estabelecer uma cultura organizacional favorável ao comportamento da
gestão do conhecimento não se torna uma tarefa simples, principalmente no âmbito público,
onde as pessoas acreditam que compartilhar conhecimento, significa perder a propriedade
intelectual da ideia, do método, do processo estabelecido por elas, perdendo o poder frente as
outras pessoas da organização uma vez que não serão as únicas a pensar sobre aquela
possibilidade ou cenário. A cultura organizacional é fundamental para que a gestão do
conhecimento possa ser implementada, estabelecendo valores, princípios e crenças,
essenciais para a motivação e o relacionamento humano na organização.
49
2.8 Gestão do Conhecimento
Segundo Terra (2001) a gestão do conhecimento pode ser definida como um
processo amplo e criterioso em identificar, codificar, maximizar e principalmente
compartilhar os conhecimentos que são estrategicamente relevantes para a organização. Como
ponte para os processos e teorias motivacionais, e dentro da formulação e definição
apresentada, o compartilhamento e a participação dos empregados no processo de formulação
do conhecimento, através da criação de uma base sólida de dados, fará parte do processo de
investigação pela pesquisa a ser estruturada, tendo os princípios teóricos da gestão do
conhecimento como alicerce para este estudo.
A literatura especializada orienta várias maneiras de se estabelecer e
promover o conhecimento de forma corporativa. À medida que os departamentos de uma
organização interagem na padronização do conhecimento através de uma base sólida de
procedimentos e conceitos, fortifica o processo produtivo e amplia as possibilidades de
aperfeiçoamento e qualificação pela exaustividade em sua verificação, como também agiliza
os demais processos em criação, promovendo agilidade nas respostas e atendimento,
direcionando ao processo, resolutividade e pronto restabelecimento, se assim for necessário.
Da mesma forma como definido na conceituação das teorias motivacionais os princípios
propagados por Maslow e Herzberg, para a gestão do conhecimento duas formas em se
promover o conhecimento organizacional serão abordadas neste estudo: a teoria da geração do
conhecimento proposta por Davenport e Prusak (1998) e a teoria da criação do conhecimento
proposta por Nonaka e Takeuchi (1997).
Segundo Davenport e Prusak (1998), as organizações a medida que interagem
com seus ambientes, obtêm informações, que assim absorvidas, são transformadas em
conhecimento, e, combinando-os às suas experiências, valores e regras internas, agem com
base nessa combinação – conhecimento e experiência. Segundo os autores, existem cinco
maneiras de se gerar conhecimento: Uma das formas de gerar conhecimento é pela aquisição
direta, seja pela compra, ou seja, adquirir uma organização ou contratar profissionais que o
possuam o conhecimento requerido ou por meio do aluguel, alugando uma fonte de
conhecimento, como, por exemplo, através de um consultor. Apesar de se tornar uma fonte
temporária, parte deste conhecimento adquirido tende a ficar na organização. Outra forma em
se gerar conhecimento é pelos recursos dirigidos, onde se criam unidades ou departamentos
50
específicos para a pesquisa e desenvolvimento, produzindo conhecimento novo e novas
maneiras de se fazer as coisas. Pode também ser uma forma costumeira de se gerar
conhecimento nas organizações, a disponibilização de bibliotecas corporativas, que podem
gerar expectativas de que seja fornecido conhecimento novo para a organização. Outra forma
de geração de conhecimento se dá através de fusão, porém, implica em complexidade e
conflitos para se criar sinergia, pois reúne pessoas com diferentes expectativas em um
determinado departamento ou projeto, sendo necessário que as mesmas cheguem a uma única
resposta assertiva de forma conjunta. A inovação ocorre nos limites entre os pensamentos e
não de forma territorial de uma só base de habilidades e conhecimento. Quando se trabalha
em um determinado projeto ou um problema específico por meio de um grupo composto por
pessoas com diferentes expectativas, as diferenças possibilitam ao grupo soluções criativas
nada rotineiras aos problemas (DAVENPORT; PRUSAK, 1998).
A geração de conhecimento se dá também através da adaptação, onde a
empresa é obrigada em último caso a ela forçando as organizações a se adaptar para que
possam evoluir. Por último, das cinco maneiras para se gerar conhecimento, as redes de
conhecimento se destacam atualmente pelas facilidades tecnológicas disponíveis. O
conhecimento pode ser gerado pelas redes informais e organizadas. Possuidores de
conhecimento se unem por interesses comuns e interagem c por meio de contatos pessoais,
redes sociais e grupos para compartilhar conhecimento e buscar a resolução de problemas em
conjunto. Essas redes p\artilham conhecimento comum suficiente para comunicar e cooperar,
gerando conhecimento organizacional (DAVENPORT; PRUSAK, 1998).
A teoria da criação do conhecimento de autoria de Nonaka e Takeuchi (1997),
define que o conhecimento tácito e o explícito não são entidades separadas e sim
complementares. Desta forma, partindo da premissa que o conhecimento é criado pela
interação entre o conhecimento tácito e o explícito, foram propostos pelos autores quatro tipos
diferentes de conversão do conhecimento. A socialização parte do conhecimento tácito em
conhecimento tácito, trata-se de um processo de compartilhamento de experiências e tomando
como partida a criação de conhecimento tácito baseado em outros conhecimentos tácitos, tais
como os modelos mentais. O segredo para a aquisição do conhecimento tácito é a experiência.
Torna-se muito difícil para uma pessoa projetar-se no processo de raciocínio de outro
indivíduo sem uma experiência compartilhada. (NOKATA; TAKEUCHI, 1997).
51
Já a externalização parte do conhecimento tácito em conhecimento explícito
através do diálogo ou da reflexão coletiva que a externalização da conversão do conhecimento
normalmente é provocada. Esta cria conceitos novos e explícitos a partir do conhecimento
tácito (NOKATA; TAKEUCHI, 1997).
Outro tipo de conversão é a combinação: transforma o conhecimento
explícito em outro conhecimento explícito. Trata-se de uma composição de conceitos, que
envolve a combinação de conjuntos diferentes de conhecimento explícito, em um sistema de
conhecimento. Os indivíduos trocam e combinam conhecimentos através de documentos,
reuniões ou outros meios e o reconfiguram por meio de acréscimo, classificação, combinação
e categorização de conhecimento explícito, o que pode levar a criação de novos
conhecimentos. Por último, a internalização que é o processo de incorporação do
conhecimento explícito ao conhecimento tácito. Quando são internalizadas nas bases de
conhecimento tácito dos indivíduos sob a forma de modelos mentais, as experiências através
da socialização, externalização e combinação tornam-se ativos valiosos, influenciam a forma
de agir, pensar e de ver o mundo das pessoas. No entanto, para a viabilização da criação do
conhecimento organizacional, o conhecimento tácito acumulado precisa ser socializado com
os outros membros da organização, iniciando assim uma nova espiral de criação do
conhecimento (NONAKA; TAKEUCHI, 1997).
52
3 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1 Introdução
Sob o ponto de vista do objetivo geral desta pesquisa que é identificar ações relevantes
e prioritárias na implementação de melhores práticas de governança de TI, tornando-os fatores
de sucesso desta implementação em uma organização pública de âmbito federal o presente
estudo se caracteriza como exploratório e descritivo. A pesquisa exploratória geralmente é
realizada em uma área com pouco conhecimento acumulado e tende a se ajustar aos
propósitos do estudo em questão enquanto a pesquisa descritiva, também sob este ponto de
vista, tem como atribuição descrever as caraterísticas de determinada “população”, neste caso:
técnicos e gestores de áreas operacionais, envolvendo técnicas de coleta de dados.
A pesquisa teve como abordagem o estudo de caso em uma empresa pública de âmbito
federal que atua na área de tecnologia e informações e no direcionamento de políticas
públicas das áreas sociais do governo. Trata-se da Dataprev – Empresa de Tecnologia e
Informações, vinculada ao Ministério da Fazenda com a experiência de implementação das
melhores práticas preconizadas pelo modelo ITIL em seus Datacenters, com foco nas ações
em gerenciamento de serviços de TI fundamental para o dimensionamento e absorção dos
conceitos de Governança de TI e Governança Corporativa no âmbito público e direcionado à
prestação de serviços ao cidadão.
Para a abordagem do problema que trata este estudo que objetiva identificar os fatores
de sucesso quando da implementação de melhores práticas de gestão em serviços de TI em
uma empresa pública, esta pesquisa está classificada como qualitativa e quantitativa com a
utilização de dados primários. Quanto aos meios, classificada também como bibliográfica,
necessária para a composição do referencial teórico que subsidiaram os fundamentos e os
conceitos teóricos que balizaram os instrumentos desenvolvidos e utilizados conforme
demonstrado na Síntese Metodológica - Quadro 5 e na Matriz de Amarração - Quadro 6.
53
Síntese Metodológica da Pesquisa: “Fatores De Sucesso Na Implantação Das Melhores Práticas Do Itil Em Uma
Empresa Pública Sob As Óticas Pessoas E Processos”
Componentes Descrição e orientação metodológica
Objetivo Geral Identificar ações relevantes e prioritárias na implementação de melhores práticas de governança de
TI, que propiciem a mitigação dos processos e a otimização dos recursos necessários à sua
execução (tecnológicos e humanos), tornando-os fatores críticos de sucesso desta implementação.Objetivo EspecíficoI
Sob a perspectiva operacional, identificar a prioridade dos processos integrados às melhores
práticas em governança de TI implementados e seus relacionamentos com os de governança
corporativa que possam interferir na resolutividade de ações e na qualidade dos serviços prestados
pelas empresas de tecnologia da informação da área pública
Objetivo EspecíficoII
Sob a perspectiva pessoas, identificar ações motivacionais que integram a composição dos fatores
críticos de sucesso na implementação de melhores práticas de governança de TI em empresas
públicas provedoras de serviços de tecnologia da informação.Relevância do Estudo
A principal motivação para a transferência e adaptação das experiências da iniciativa privada em
governança corporativa para o setor público está relacionada com as dificuldades que a
administração pública tem em efetivar suas ações em geral, morosas e inflexíveis, refletindo na
qualidade dos serviços prestados
Justificativa Buscar a melhoria na qualidade dos serviços prestados pelas empresas públicas de TI, com base
em teorias motivacionais e nos princípios de governança de TI relacionados às melhores práticas
preconizadas pelo modelo ITIL
Objeto do estudo A base de análise, será um estudo de caso de uma empresa provedora de serviços de tecnologia da
informação, e terá como perspectivas de análise: pessoas e processos. Será representado pela
Dataprev – Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social.
Problematização daPesquisa
Os serviços prestados pelas empresas públicas necessitam de qualificação através de um
gerenciamento integrado, com a eliminação da duplicidade de esforços na execução dos serviços
prestados, pelo uso de controles que não sejam redundantes e nem tão pouco ineficazes e que
principalmente abordem a implementação da infraestrutura tecnológica necessária com o devido
gerenciamento de sua utilizaçãoDelimitação Para este estudo a delimitação está nas áreas operacionais de uma empresa pública, localizadas no
eixo Rio / Brasília / São Paulo, que processam e tratam informações das áreas sociais do governo
federal e terá como análise os impactos na implementação de melhores práticas de gestão nos
serviços de TI ocorridas entre os anos de 2009 e 2014.
Cont
54
Componentes Descrição e orientação metodológicaConstrutos Gestão do Conhecimento
Gestão de Governança Corporativa e de Tecnologia da Informação
Gestão de Serviços de TI
Conceitos de ITIL
Teorias Motivacionais
Cultura Organizacional
Gestão do ConhecimentoPeríodo de Realização da Pesquisa
Período Atividade
Até 30/04 Formatação dos Questionários e Guia das Entrevistas
Até 15/05 Realização da Amostra Teste Entrevistas com 10% do Total= 4 gestores Questionários aplicados em 10% do Total=40 empregados
Até 30/06 Avaliação do Pré-teste e Ajustes Necessários
De 01/06 a 30/09 Realização da Pesquisa
De 30/09 a 30/10 Tabulação dos Resultados e Análise
Contribuição SocialA otimização dos processos e a gestão adequada dos ativos reflete na eficiência do serviço
prestado, com maior agilidade apresentando resultados mais efetivos na administração pública
com custos compatíveis e o gerenciamento adequado dos recursos públicos.
Adoção de práticas de governança corporativa que possam direcionar as entidades públicas, de
certa forma, a buscar a padronização de seus processos operacionais visando principalmente a
otimização dos seus recursos tecnológicos e humanosContribuição Acadêmica
As relações entre governança corporativa e governança de TI vistas sobre a perspectiva da gestão
dos serviços de TI com impactos na prestação de serviços à comunidade por meio de empresas
públicas de tecnologia da informação, apontam para vários campos de abrangência de pesquisa e
possibilita a investigação sobre outras perspectivas além das abordadas nesse estudo: processos e
pessoasReferencial Teórico Governança Corporativa – IBGC, 2009
Governança de TI - Sambamurthy e Smud, 1999 Korac e Kkabadse, 2001 Weill e Ross, 2006
Gerenciamento de Serviços de TI - Gaspar, 2011 Conceitos de ITIL - Mansur, 2007 Magalhães Pinheiro, 2007Teorias Motivacionais – Maslow(1976) Hertsberg(1998) Barrett(1998)Gestão do Conhecimento – Terra, 2001 Davenport e Prusak, 1998
Quadro 5 – Síntese Metodológica – Fonte de dados da pesquisa. Elaborado pelo autor (2016)
55
Matriz de Amarração da Pesquisa: “Fatores De Sucesso Na Implantação Das Melhores Práticas Do Itil
Em Uma Empresa Pública Sob As Óticas Pessoas E Processos”
Objetivos Natureza da Pesquisa/Levantamento e Análise
dos Dados
Técnicas de Análise Itens do Instrumentode Pesquisa
Objetivo Geral:
Identificar ações relevantes e prioritárias na implementação de melhores práticas de governança de TI, que propiciem a mitigação dos processos e a otimização dos recursos necessários à sua execução (tecnológicos e humanos), tornando-os fatores críticos de sucesso desta implementação.
Pesquisa Qualitativa aplicada através de entrevistas em grupo junto a 40 gestores das áreas operacionais que compõe o universo da pesquisa do estudo de caso conforme roteiro de entrevista e consolidação dos dados
Pesquisa Quantitativa com a aplicabilidade de Questionário via WEB para 210 técnicos que participaram do processo de implementação do ITIL entreos anos de 2009 e 2014
Análise de Conteúdo
Tabulação e Análise dos Dados através de técnicasde Média Ponderada, Desvio padrão e Coeficiente de Variação
Dados primários obtidos durante a realização das entrevistas conforme roteiro da dinâmica deGrupo
Dados Primários obtidos nos questionários aplicados.
Objetivo Específico I
Sob a perspectivaoperacional, identificar aprioridade dos processosintegrados às melhorespráticas em governança deTI implementados e seusrelacionamentos com os degovernança corporativa quepossam interferir naresolutividade de ações e naqualidade dos serviçosprestados pelas empresas detecnologia da informação daárea pública
Pesquisa Qualitativa aplicada através de entrevistas em grupo junto a 40 gestores das áreas operacionais que compõe o universo da pesquisa do estudo de caso conforme roteiro de entrevista e consolidação dos dados
Análise de Conteúdo Dados primários obtidos durante a realização das entrevistas conforme roteiro da dinâmica deGrupo
Objetivo Específico II
Sob a perspectiva pessoas,identificar açõesmotivacionais que integrama composição dos fatorescríticos de sucesso naimplementação de melhorespráticas de governança de TIem empresas públicasprovedoras de serviços detecnologia da informação.
Pesquisa Quantitativa com a aplicabilidade de Questionário via WEB para 210 técnicos que participaram do processo de implementação do ITIL entreos anos de 2009 e 2014
Tabulação e Análise dos Dados através de técnicasde Média Ponderada, Desvio padrão e Coeficiente de Variação
Dados Primários obtidos nos questionários aplicados
Quadro 6 – Matriz de Amarração – Fonte de dados da pesquisa. Elaborado pelo autor (2016)
56
3.2 – Pesquisa Quantitativa
Uma das fases desse estudo de caso, foi a abordagem quantitativa realizada com os
colaboradores operacionais que participaram efetivamente do processo de implantação, objeto
do estudo. O instrumento de pesquisa para esta etapa, previamente apresentado e homologado
aos gestores das áreas envolvidas, foi composto por um questionário elaborado e
disponibilizado via correio eletrônico corporativo visando facilitar seu encaminhamento e a
tabulação dos resultados estatísticos analisados. Foram distribuídos para 210 técnicos
selecionados, que atuaram diretamente nas áreas operacionais do objeto de pesquisa,
pertencentes ao eixo que abrange a delimitação do estudo conforme demonstra a Tabela 1.
Para a seleção desse grupo de colaboradores foram considerados o tempo de permanência nas
áreas operacionais ante e pós implantação e participação no processo de qualificação. Este
questionário de pesquisa teve sua uma estrutura orientada pela fundamentação teórica
pesquisada. Para o sistema de pontuação dos critérios foi utilizada a escala de valores com
cinco categorias de respostas que visaram diagnosticar o nível de concordância com as
afirmativas dos tópicos contidos nas dimensões processos e pessoas, com o objetivo de
mensurar os impactos da implementação e identificar fatores de sucesso na implementação de
melhores práticas preconizadas pela ITIL sob essas óticas.
Localizaçãogeográfica doDepartamento
Quantidade de empregadoslotados nos Datacenters
Quantidade de empregados queparticiparam do processo de
capacitação e implementação dasdisciplinas ITIL
Quantidade deempregados queparticiparam e
permaneceram nasáreas operacionais
após a implantação dasdisciplinas ITIL
São Paulo 206 79 62Rio de Janeiro 504 156 90
Distrito Federal 150 65 58Total 860 300 210
TABELA 1 – Quantidade de empregados envolvidos no processo de implementação ITIL – Estudo de
caso – Fonte de dados da pesquisa. Elaborado pelo autor (2016)
57
A devolutiva contendo os 134 questionários respondidos pelos colaboradores, compôs
a amostra trabalhada e identificaram inicialmente os perfis dos respondentes. (Nome, cargo,
tempo de atuação na empresa) classificados como categóricos.
Os demais dados foram tabulados e classificados de forma a revelar a intensidade e os
impactos na implementação das melhores práticas do modelo ITIL. Na etapa de análise os
dados foram inseridos e posteriormente tratados pelo software Excell, editor de planilhas
produzido pela Microsoft para computadores que utilizam o sistema operacional Microsoft
Windows, além de computadores Macintosh da Apple Inc. e dispositivos móveis como o
Windows Phone, Android ou o iOS. Seus recursos incluem uma interface intuitiva e
capacitadas ferramentas de cálculo e de construção de gráficos.
O Quadro 7 apresenta a relação entre os dados e variáveis nesta etapa da pesquisa
com os objetivos específicos do estudo e o foco de pesquisa está subdividido em pessoas e
processos, pilares da pesquisa em questão. Os grupos conceituais representam as
classificações definidas para o levantamento dos dados da pesquisa, assim como as variáveis
relacionadas a cada classificação. A característica de cada variável, conduz ao processo
metodológico de pesquisa e as formas para obtenção dos resultados consolidados
relacionando-os à coluna de objetivos Geral e Específicos.
58
Foco dePesquisa
GrupoConceitual
Variável Objetivo Geral / Específico
Idade Objetivo Específico II
Gênero Objetivo Específico II
Dados Categóricos
Grau de Instrução Objetivo Específico II
Tempo de atuação na empresa Objetivo Específico II
Tempo de atuação na área de TI Objetivo Específico II
Certificação Geral Objetivo Específico II
Conhecimentos em ITIL
Experiência em ITIL ou outros Frameworks
Objetivo Específico II
Certificação ITIL Objetivo Específico II
Treinamento ofertado Objetivo Específico II
Incentivo Empresa Objetivo Específico II
Treinamento ITIL
Conteúdo Objetivo Específico II
Disseminação Objetivo Específico II
Pessoas Aplicabilidade Objetivo Específico II
Cultura Organizacional Objetivo Específico II
Métodos Exclusivos Objetivo Específico II
Gestão do Conhecimento
Mecanismos de disseminação Objetivo Específico II
Gestão Corporativa Objetivo Específico II
Acessibilidade / conteúdo Objetivo Específico II
Compatibilidade competência Objetivo Específico II
Compatibilidade Cargo Objetivo Específico II
Integração aos Processos de Trabalho
Modelagem x estrutura organizacional Objetivo Específico II
Integrações pessoas x processos Objetivo Específico II
Comunicação Objetivo Específico II
Necessidade de Capacitação Objetivo Específico II
DesenvolvimentoProfissional
Capacitação x competência requerida Objetivo Específico II
Elaboração de Planos de Capacitação Objetivo Específico II
Monitoração da Capacitação Objetivo Específico II
cont.
59
Foco dePesquisa
GrupoConceitual
Variável Objetivo Geral / Específico
DesenvolvimentoProfissional
Competência profissional x referencial Objetivo Específico II
Competência x processos ITIL Objetivo Específico II
Incentivos organizacionais Objetivo Específico II
Modelagem pela estratégia Objetivo Específico I
Modelagem por demandas Objetivo Específico I
Processos Operacionais Finalísticos
Inter-relação dos processos Objetivo Específico I
Análise dos processos Objetivo Específico I
Alinhamento das demandas Objetivo Específico I
Processos Processos Intermediários
Inter-relação dos processos Objetivo Específico I
Monitoramento dos processos Objetivo Específico I
Melhoria dos processos Objetivo Específico I
Identificação de impactos Objetivo Específico I
Realinhamento dos processos Objetivo Específico I
Processos de Gestão
Estrutura organizacional de controle Objetivo Específico I
Avaliação periódica Objetivo Específico I
Realinhamento dos processos Objetivo Específico I
Quadro 7 – Variáveis em Relação aos Objetivos Específicos
Fonte de Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor (2016)
60
3.2.1 – Instrumentos da Pesquisa – Questionário e o Sistema de Escala de Valores
O instrumento de pesquisa (APÊNDICE A) desta fase quantitativa foi constituído por
um questionário distribuído ao universo de empregados elencados de acordo com os critérios
de seleção previamente definidos. O conteúdo deste instrumento teve como foco as duas
óticas: pessoas e processos, de forma a identificar a intensidade de cada uma dessas
características sobre os principais fatores no processo de implementação das melhores práticas
preconizadas pelo modelo ITIL ocorrida no período de 2009 a 2014 nas áreas operacionais da
organização composto por: treinamento, gestão do conhecimento, os processos de trabalho,
desenvolvimento profissional, processos operacionais finalísticos, intermediários e de gestão.
As questões relativas ao treinamento ITIL objetivou identificar as condições e os
resultados apurados no treinamento oferecido na organização por ocasião da implementação
das melhores práticas do modelo ITIL. As características levantadas não levam em
consideração o conteúdo, mas sim, sua aplicabilidade.
As questões que abordam a gestão do conhecimento procuraram identificar o
posicionamento dos empregados da área técnica quanto ao processo de gestão do
conhecimento, sua participação no processo de sua criação e os mecanismos utilizados para
aferir e validar o processo na organização sob esta característica que tem como base algumas
práticas bem definidas no processo e modelo ITIL.
As características de processo de trabalho foram abordadas em 5 (cinco) questões
visando identificar os processos ocorridos antes e após a implementação das melhores práticas
preconizadas pelo modelo ITIL, mensurando sua aplicabilidade x capacidade x estrutura.
Quanto ao desenvolvimento profissional, o instrumento de pesquisa destinou-se a
mensurar os processos estratégicos da organização quanto a capacitação de forma a manter
monitorados seu conteúdo, participação e aplicabilidade. Busca também identificar a criação
de algum Plano formal de capacitação periódico e sua real efetivação.
Sob a ótica de processos, o instrumento de pesquisa tem como principal objetivo
identificar os processos operacionais finalísticos, intermediários e de gestão quanto a
preparação, modelagem e mapeamento realizados na implementação das melhores práticas
preconizadas pelo modelo ITIL.
61
Para o sistema de pontuação dos critérios foi utilizada a escala de valores com cinco
categorias de respostas que visam diagnosticar o nível de concordância com as afirmativas
dos tópicos contidos nas dimensões processos e pessoas.
Nível de
NãoAplicável
Não Atendeu AtendeuInicialmente
AtendeuParcialmente
AtendeuPlenamente
Concordância 0 1 2 3 4
Tabela 2 – Escala de Valores de Avaliação
Fonte de Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor (2016)
As categorias de respostas são descritas, a seguir:
1. Não Aplicável. Para quando o conteúdo da afirmativa não se aplica à empresa, dentro do
critério considerado, sendo seu valor (0);
2. Não Atendeu. Para quando o conteúdo da afirmativa não existe, sendo seu valor igual a um
(1);
3. Atendeu Inicialmente. Para quando o conteúdo da afirmativa é observado em seu estágio
inicial. A prática não possui um padrão, ou é reativa, ou não demonstra continuidade, ou não
abrange o escopo necessário, sendo seu valor igual a dois (2);
4. Atendeu Parcialmente. Para quando o conteúdo da afirmativa é observado em seu estágio
parcial. A prática possui um padrão definido e consolidado, é proativa, não apresenta
descontinuidade, abrange quase todo o escopo necessário, sendo seu valor igual a três (3);
5. Atendeu Plenamente. Para quando o conteúdo da afirmativa é observado em seu estágio
pleno. A prática possui um padrão definido e consolidado, é proativo, não apresenta
descontinuidade, abrange por completo o escopo necessário, sendo seu valor igual a quatro
(4).
62
3.3 – Pesquisa Qualitativa
Esta etapa da pesquisa teve uma abordagem qualitativa, que conforme Richardson
(2011), pode ser caracterizada como uma tentativa de compreender detalhadamente os
significados e características situacionais apresentadas pelos entrevistados, neste caso,
representado por um grupo de 40 gestores de 1º e 2º níveis das áreas operacionais do eixo
delimitador apresentado no objeto da pesquisa, composta por profissionais que possuem
conhecimentos básicos sobre governança corporativa e de TI. A definição pela característica
qualitativa sob o ponto de vista da forma de abordagem do problema foi considerada por
acreditar na existência de uma relação entre o grupo a ser entrevistado e a experiência vivida
com a implementação ocorrida que é objeto do estudo de caso e que não pode ser traduzida
em números.
No âmbito dos estudos no campo da administração, as pesquisas qualitativas vêm se
destacando devido a temas relacionados ao comportamento organizacional, à subjetividade do
trabalho e outros que são estudados por meio de estudos exploratórios e que necessitam de
uma visão com abordagem qualitativa (MOZZATO; GRZYBOVSKI, 2011).
Para este foco, a amostra foi extraída de um conjunto de reuniões presenciais
realizadas no eixo RJ / SP / DF com o grupo de gestores, programada inicialmente em 5
edições com 8 integrantes em cada uma delas. A seleção dos integrantes para cada grupo de
entrevista, foi composta de forma a respeitar a diversidade de gênero, tempo de empresa e
setor de atuação. Devido à disponibilidade dos gestores participantes em cada localidade
pertencente ao eixo citado, foi necessário adequar a quantidade de reuniões previstas
chegando a um total de 8 edições, porém, com uma média de participações inferior ao
quantitativo inicialmente previsto com uma média de 4 participantes em cada edição, o que
não inviabilizou a efetividade da metodologia proposta. Cada reunião, com duração
aproximada de 70 minutos, totalizou 29 participantes dos 40 inicialmente previstos. A
composição dos grupos, além de pertencerem a dois níveis hierárquicos de gestores das áreas
operacionais de um Datacenter, foi aleatória e heterogênea quanto a especificidade de atuação
para o estudo de caso em questão: operação, suporte e gestão. Foi aplicado um roteiro de
entrevista (APÊNDICE B) contendo além dos dados categóricos, apenas como identificação,
63
questões que buscaram identificar a percepção dos gestores quanto ao processo de
implantação de melhores práticas do ITIL de forma a avaliar a percepção dos mesmos quanto
aos processos constantes no gerenciamento de serviços preconizados pelo modelo ITIL
considerados os mais relevantes para aplicabilidade na organização e aqueles cuja
aplicabilidade já havia sido identificada antes mesmo do processo de implementação ter sido
iniciado, porém de forma não estruturada como o preconizado pelo modelo ou mesmo em
formato incipiente.
Essas questões foram estruturadas em duas fases que compuseram o roteiro
semiestruturado de entrevista, de forma a facilitar a identificação e a percepção dos gestores
sobre os processos e os serviços gerenciados pelo modelo ITIL.
Além das duas questões semiestruturadas, foi aberta para uma discussão e descrição
aberta a percepção individual dos gestores quanto ao processo de implementação, tendo como
objetivo pelo avaliador, observar aquelas que pudessem ser comparadas com as características
e fatores quantificados no instrumento quantitativo que foi destinado aos colaboradores do
nível operacional (parte integrante deste estudo).
Por se tratar de natureza qualitativa, essas avaliações e percepções coletadas foram
analisadas e consolidadas sob as óticas e categorias semelhantes ao processo quantitativo e
buscaram a rigor, a objetividade do assunto, conferindo a significação dos dados coletados
através da análise de conteúdo. Definida por um conjunto de instrumentos metodológicos a
análise de conteúdo se presta a analisar diferentes fontes de conteúdo (verbais ou não verbais).
Para orientação neste estudo optou-se balizar pelas etapas técnicas organizadas em três fases:
1) pré-análise, 2) exploração do material e 3) tratamento dos resultados, inferência e
interpretação dos dados (BARDIN,2004).
O trabalho em coletar os dados obtidos nas entrevistas coletivas, realizadas através de
dinâmicas em grupos, semiestruturadas e com observação direta, obteve como resultado,
anotações que foram efetuadas e posteriormente transcritas de forma sistemática para então
serem analisadas. A opção pela técnica de entrevista em grupo e semiestruturada se deu em
função de proporcionar ao pesquisador melhor entendimento e captação das perspectivas dos
entrevistados, pois de forma livre, resultariam num acúmulo de informações difíceis de
analisar e que muitas vezes não ofereceriam uma visão clara da perspectiva do entrevistado
(ROESCH, 1999).
64
Por ter uma abordagem descritiva, a análise dos dados desta pesquisa adotou um
método indutivo, em que o conhecimento baseado na experiência derivou das observações de
casos de realidade concreta a partir de constatações particulares (GIL, 2007).
3.3.1 – Instrumento da Pesquisa – Roteiro Semiestruturado
O instrumento semiestruturado utilizado nesta fase – pesquisa qualitativa (APÊNDICE
B) realizada junto aos gestores das áreas operacionais do objeto de estudo em questão, foi
dimensionada de forma a poder identificar os processos baseados no gerenciamento de
serviços segundo o modelo ITIL, no qual a empresa objeto deste estudo de caso implementou
entre os anos de 2009 e 2014.
Compuseram este roteiro, inicialmente duas questões que tinham como objetivo
promover a discussão interna do grupo quanto a aplicabilidade dos processos das melhores
práticas preconizadas pelo modelo ITIL implementados na Dataprev de forma a validar a
importância relativa a cada processo. A 1ª pergunta solicitava aos respondentes a seleção entre
os 28 (vinte e oito) processos constantes no gerenciamento de serviços ITIL descritos mais
relevantes para aplicabilidade na organização, e na 2ª pergunta, quais desses processos os
respondentes consideravam já praticados antes mesmo da implementação das melhores
práticas do ITIL na empresa. Após as respostas individuais, o consenso do grupo pode gerar
um documento único de cada grupo que serviu para a composição final a análise deste
universo de gestores compondo assim, o resultado apresentado.
Além das questões semiestruturadas, foi aberto para discussão, quais os principais
impactos observados pelo grupo quando da implementação dos processos preconizados pelo
modelo ITIL na organização, sempre direcionando-os para os fatores apresentadas aos
colaboradores através do questionário apresentado na 1ª etapa – pesquisa quantitativa:
treinamento ITIL, Gestão do Conhecimento, Processos de Trabalho, Desenvolvimento
Profissional, e Processos Operacionais – finalísticos, operacionais e de gestão. A dinâmica
aplicada em cada grupo de gestores foi analisada através da técnica de análise de conteúdo
que tem definido para esta pesquisa os conceitos preconizados por Bardin (2004), em que usa
nas etapas de codificação da análise a escolha das unidades de registro e contexto, as regras de
contagem e a escolha das categorias. Esses parâmetros foram previamente definidos com base
nas categorias contidas nos grupos de questões pertencentes ao questionário da pesquisa
65
quantitativa deste estudo. A partir da escolha das unidades de registro, regras e categorias, foi
realizado o roteiro de codificação dos casos, em que constam a definição do universo e da
amostra, unidades de cada categoria, ou seja, a unidade de significação que identifica em um
texto analisado segundo certos critérios relativos à teoria que serve de guia à leitura, critérios
de categorização com a distribuição de frequência, sendo uma medida de frequência em que
todas as citações possuem o mesmo peso (BARDIN, 2004).
66
4 – ESTUDO DE CASO
4.1 – O porquê da escolha
A definição pela adoção de uma experiência de implementação das melhores práticas
de gestão em tecnologia da informação em uma empresa do âmbito público está baseada no
próprio conceito de governança corporativa que vem ao longo dos últimos anos apontando
como um dos alicerces da administração e que busca garantir a confiabilidade da empresa
para seus acionistas. O setor público não poderia ser indiferente a esses objetivos de
governança em seus ativos, pois as tendências de gestão utilizadas inicialmente em
organizações privadas foram incorporadas em organizações públicas com foco na melhoria
dos serviços prestados à população, na redução dos gastos públicos, na participação efetiva da
sociedade nas políticas públicas e principalmente na transparência sob a gestão dos recursos –
o bem público. A aplicação dos conceitos de governança de TI e governança corporativa no
âmbito público podem resultar na qualificação dos serviços que as Instituições e empresas
públicas oferecem à sociedade como resultado de suas estratégias. A necessidade de se
implementar esses conceitos, poderá nortear políticas públicas que resultem em serviços de
qualidade e na disponibilização da informação de forma clara e ampla. Não se trata
simplesmente identificar esses resultados para o oferecimento de um serviço público mais ágil
e adequado, mas possibilitar a otimização, do tratamento da informação com impactos
positivos nos custos operacionais, de investimento em tecnologia e de adequações estruturais
nas áreas de TI de governo, estratégicos para a Administração Pública.
67
4.2 Histórico do Objeto de Pesquisa
A Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social – Dataprev,
empresa pública instituída pela Lei nº 6.125, de 4 de novembro de 1974, é vinculada ao
Ministério da Previdência Social (MPS) e tem como seu principal cliente o Instituto Nacional
do Seguro Social (INSS).
A Dataprev desenvolve e sustenta sistemas sofisticados e possui infraestrutura
capaz de armazenar, processar e atualizar, em tempo real, as informações de milhões de
cidadãos brasileiros. Além do INSS, a Dataprev presta serviços à Receita Federal do Brasil e
aos Ministérios da Previdência Social, do Trabalho e Emprego e do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome. Também mantém convênio com 81 instituições financeiras para
processamento de informações relacionadas a concessão de empréstimo consignado a
aposentados e pensionistas. Entre elas, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco,
Santander, Itaú-Unibanco, HSBC, Citibank e Banco da Amazônia.
A Dataprev possui representações em cada Estado da Federação e sua sede está
localizada em Brasília. A pesquisa tem como foco os seus Centros de Processamento
localizados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, cujos departamentos
estiveram diretamente envolvidos com a implementação das melhores práticas de ITIL em
gerenciamento de serviços de TI realizada entre os anos de 2009 e 2014 e suas coordenadas de
implementação vem se consolidando ao longo dos últimos anos.
Atualmente com mais de 4000 empregados distribuídos nos 26 estados da
Federação e no Distrito Federal, concentra em seus Centros de Processamento,
aproximadamente 29% do total de seu efetivo de mão de obra. Esses Centros operam
ininterruptamente por 365 dias ao ano, propiciando a total disponibilidade de seus ambientes
para seus usuários, distribuídos em todo o território nacional. Com a alta disponibilidade
propiciada por condições de redundância em sua infraestrutura tecnológica, possibilita a
manutenção preventiva e corretiva de seus ativos, sem a necessidade de paralisar suas
atividades tornando suas aplicações disponíveis sem a necessidade de interrupções aos seus
mais de 16.000 usuários.
68
Abriga em suas instalações o maior banco de informações sociais da América Latina
disponibilizando em tempo real os dados necessários para a efetivação de solicitações tais
como aposentadorias, pensões e auxílios e serviços focados na vida laboral do trabalhador
brasileiro - Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), que desde o início de 2009
permite a concessão de aposentadoria por tempo de contribuição e idade e também o salário-
maternidade em até 30 minutos. Concentra em seu ambiente computacional arquitetura
tecnológica suficiente para abrigar as informações de 25 milhões de segurados e mais de 450
milhões em dados de contribuições previdenciárias, 216 milhões de informações cadastrais de
pessoas físicas e jurídicas, além de dados sobre vínculos, remunerações e contribuições, que
se somados geram mais de 14 bilhões de dados.
Todo o processo de recepção, guarda e publicação dos dados é executado em seus Data
Center dotados de infraestrutura predial e tecnológica compatível com os mais exigentes
requisitos de segurança, desempenho e disponibilidade. Os Centros de Processamento da
Dataprev têm certificação TIER II, e estão em processo de adequação para o próximo nível
(TIER III). Sua capacidade de armazenamento em disco hoje é de 6 petabytes. Também são
mantidas mais de 58 mil caixas de e-mail e, ainda, mais de 4.500 servidores virtuais.
4.3 – Visão Geral do Processo de Implementação do ITIL
Visando atender aos objetivos geral e específicos da pesquisa, foram identificados
no escopo geográfico os departamentos operacionais representados pelos Datacenters da
empresa, objeto do estudo, distribuídos no eixo RJ-SP-DF, como aqueles que apresentam a
adoção e implementação das melhores práticas da ITIL para o gerenciamento de seus serviços
de tecnologia da informação, ocorridas entre os anos de 2009 e 2014 de forma gradativa, além
de contar, por conveniência, da acessibilidade do pesquisador às áreas operacionais
selecionadas. Incentivados pela direção da organização o processo de implementação iniciou-
se com a definição das bibliotecas prioritárias no processo de gerenciamento de serviços de TI
e com o mapeamento dos processos produtivos, envolvendo diretamente os colaboradores.
Por se tratar de uma organização pública de prestação de serviços de tecnologia da
informação e das exigências contratuais inseridas nos relacionamentos comerciais
estabelecidos junto aos seus clientes diretos, a empresa necessitava aperfeiçoar os seus
69
processos produtivos de forma a atender aos quesitos de competitividade de mercado, a
adequação para uma atualização tecnológica constante e principalmente ao estabelecimento e
atendimento aos ANS - Acordos de Níveis de Serviços até então não estabelecidos,
negociados e aplicados. Além das questões contratuais, a qualidade dos serviços prestados
estabelecia, e assim se mantém, como principal beneficiário de seus serviços: o cidadão,
principalmente os que utilizam os serviços nas fases em que mais necessitam de respostas
rápidas ao atendimento às suas solicitações seja pela fragilidade de um momento, pela
mudança de status após um longo período de sua atividade laboral ou pela interrupção
inesperada dessa atividade em que necessita de um amparo para atender minimamente suas
necessidades básicas.
A agilidade nas respostas, a adequada gestão de sua capacidade produtiva, o
monitoramento constante de suas operações, e a análise e os ajustes constantes de seus
processos foram decisivos para a empresa definir pela adequada gestão de seus serviços,
buscando a experiência no mercado privado soluções que a pudessem elevá-la aos níveis de
excelência em qualidade, eficiência e eficácia. O modelo de excelência em gestão pública
preconizado pelo MPOG – Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão foi decisivo na
implementação de melhores práticas de mercado na gestão de serviços de TI seu principal
produto e encontrou nas disciplinas do ITIL o caminho para a obtenção dessa excelência de
serviço. Como todo processo de implantação nos deparamos com sucessos e insucessos,
atrasos e indefinições que muitas vezes desqualificam sua implantação ou mesmo deterioram
o processo antes mesmo de concluí-lo. Estes entraves e desvios devem ser tratados para que
se unam aos objetos bem-sucedidos de forma a compor um elenco de diretrizes que orientem
a futuros processos de implantação.
Cientes dessa prerrogativa social, a direção da empresa buscou no apoio dos seus
colaboradores a mudança cultural necessária para a implementação de disciplinas, até então
não consideradas na operacionalização de processos produtivos totalmente viciados, seja pela
tecnologia ultrapassada e não mais utilizada ou mesmo enraizados e consolidados ao longo
dos seus mais de 40 anos de existência. A gestão de ativos e de capacidade, até então,
controladas empiricamente, passa a ser um dos primeiros focos de disseminação para sua
adequação, com nova cultura, novas aplicações e novas formas de gerenciamento aliadas às
mudanças de estrutura organizacional adequadas à nova realidade produtiva da organização. A
capacitação também estratégica para o processo foi realizada de forma ampla, abrangendo
70
pessoas de diversas áreas produtivas da organização, selecionadas para participar de todas as
etapas de implantação da biblioteca ITIL. Treinamento intensivo com a utilização de recursos
instrucionais a distância e cursos presenciais, incluindo a certificação como parte integrante
no processo de formação para gestores e coordenadores do processo de implantação. Foram
treinados nas disciplinas ITIL, aproximadamente 860 empregados das áreas operacionais dos
departamentos que compõe a delimitação explicitada do estudo. De acordo com o turnover de
aproximadamente 8% ao ano, muitos dos colaboradores que participaram do processo de
implementação permanecem na organização e especificamente nas áreas operacionais
pesquisadas e desses extraídos os participantes da pesquisa com as seguintes características:
1) ter participado efetivamente da implementação das bibliotecas ITIL na empresa
de forma a atender aos requisitos da pesquisa quanto ao público-alvo, experiência de
implantação, dificuldades encontradas, paridade nos processos e nas disciplinas
implementadas;
2) ter tido experiência na área operacional e/ou produtiva da empresa de 2 anos ou
mais antes do início da implementação de forma a identificar a maturidade nos processos e os
impactos desta implementação na qualidade dos serviços prestados de forma comparativa;
3) ter participado ou não de outras experiências de implantação de disciplinas ITIL,
a fim de obter possíveis comparações nos processos, sua participação efetiva e determinante
nas decisões e nas definições na implementação.
A mudança de estrutura organizacional, a seleção dos colaboradores e sua
respectiva capacitação, foram complementadas pelo mapeamento e modelagem dos processos
produtivos. Por se tratar de uma empresa de âmbito federal, esta modelagem teve como
principal objetivo a padronização dos processos de forma corporativa, identificando as
melhores práticas da empresa identificadas localmente, mas, de desconhecimento corporativo.
Este trabalho de mapeamento e modelagem realizado a identificação de melhores práticas da
empresa, ocorreu de modo colaborativo, tornando a participação efetiva das pessoas de
diversas áreas essenciais para o sucesso da mesma, tendo em vista a amplitude geográfica e a
complexidade dos processos.
71
A pesquisa realizada tem nos instrumentos bases de pesquisa, elementos que
buscaram identificar as melhores práticas e experiências implementadas, por meio do estudo
de caso, devidamente autorizado pelo nível gestor competente na organização, apresentado no
capítulo 5. Tem como pilares de sustentação as óticas de pessoas e de processos.
72
5 – ANÁLISE DOS DADOS
5.1 – Introdução
Este capítulo apresenta e analisa os resultados obtidos no estudo em questão, e está dividida
em três partes onde: (i) apresenta os resultados obtidos quanto aos dados categóricos da etapa
quantitativa, ou seja, a caracterização da amostra; (ii) apresenta a análise dos principais
resultados relativos aos critérios sob as óticas pessoas e processos obtidos junto a pesquisa
quantitativa realizada junto aos técnicos das áreas operacionais pertencentes ao universo
estudado, (iii) apresenta os dados e análise dos critérios estabelecidos na etapa qualitativa,
analisando-os comparativamente aos apresentados na fase quantitativa, apesar de a análise
estar apoiada sob as mesmas óticas pessoas e processos, desta vez, na visão do grupo de
gestores das mesmas áreas operacionais do grupo formado pela amostra do universo da etapa
quantitativa.
73
5.2 – Análise dos Dados Categóricos – Caracterização do Perfil
Os dados categóricos tratados na pesquisa foram: idade (idade média e quantidade de
empregados por faixa etária), tempo de experiência profissional e tempo de experiência na
empresa objeto do estudo.
5.2.1 Distribuição dos Respondentes por Faixa Etária
Gráfico 1 – Distribuição dos Respondentes por Faixa Etária
Fonte de dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor (2016)
Com relação à idade é possível verificar que a maior parte dos 134 questionários respondentes
pertencentes a amostra tratada na pesquisa, encontram-se entre 30 e 39 anos, em torno de
44,8%, seguido de 34.3% na faixa entre 40 e 49 anos. Apesar da pergunta com relação a faixa
etária não ter sido explicitada por faixa, foi possível apurar desta forma conforme apurado na
amostra apresentada. Nota-se que a média da faixa etária da amostra em torno de 38 anos,
apresenta uma política de renovação em seu quadro de empregados para uma organização
com pouco mais de 40 anos de existência. Isso se dá a política continua nos últimos 7 anos
com a realização anual de concursos públicos, possibilitando a oxigenação técnica de seu
quadro adequado às tecnologias atualmente implementadas.
Até 25 anos Entre 26 e 29 anos Entre 30 e 39 anos Entre 40 e 49 anos Mais que 50 anos
0
10
20
30
40
50
60
70
0
18
60
46
10
74
5.2.2 Distribuição dos Respondentes por Gênero
Gráfico 2 – Distribuição dos Respondentes por Gênero
Fonte de dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor (2016)
Com relação ao gênero, é possível verificar que um percentual maior da amostra pertencem ao
gênero masculino entre os 134 respondentes considerados, porém com uma margem pequena
de diferença com relação ao gênero oposto. Isso demostra um equilíbrio entre os gêneros para
o trabalho executado nas áreas operacionais da empresa realizados em turnos que
compreendem 24 horas consecutivas de trabalho não fazendo distinção ao gênero para sua
realização.
Masculino Feminino
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00% 56,70%
43,30%
75
5.2.3. Distribuição dos Respondentes por Tempo de Experiência Profissional
Gráfico 3 – Distribuição dos Respondentes por Tempo de Experiência Profissional
Fonte de dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor (2016)
Com relação ao tempo de experiência profissional foi possível verificar que a maioria dos
respondentes, em torno de 36%, declara ter entre 06 e 09 anos de experiência profissional, e
em torno de 21%, declara ter até 05 anos de experiência profissional na área de TI. Esses
dados refletem em parte a composição jovem do corpo de empregados na área, motivada pelo
ingresso recente de técnicos recém-formados, porém com a bagagem necessária para a
atuação nas tecnologias implementadas na empresa, principalmente nas áreas operacionais
dos Datacenters, objeto do estudo.
Até 5 anos Entre 6 e 9 anos Entre 10 e 14 anosEntre 15 e 19 anos Mais que 20 anos0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
21,60%
36,50%
20,10%
7,50%
14,30%
76
5.2.4 Distribuição dos Respondentes por Tempo de Experiência na Empresa
Gráfico 4 – Distribuição dos Respondentes por Tempo de Experiência na Empresa - Fonte de
dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor (2016)
Com relação ao tempo de experiência na empresa, foi possível verificar que a maioria dos
respondentes, em torno de 41%, declara ter entre 06 e 09 anos, seguidos de 26% na faixa até
05 anos de experiência na empresa. Se comparados aos dados referentes ao tempo de
experiência na área de tecnologia, podemos deduzir que em grande parte, muitos desses
empregados, obteve a totalidade de sua experiência na área de tecnologia na empresa objeto
do estudo, independentemente de sua área de atuação.
Diante da característica apresentada, já conseguimos identificar o público desta amostra, a
qual podemos definir como um grupo composto por técnicos jovens, com experiência de no
máximo 09 anos, o que para a área de tecnologia, muitas vezes, não provoca impactos de
atuação pela constante mutação e evolução das tecnologias empregadas. Nota-se, porém, que
sua formação corporativa se deu quase em sua totalidade na organização objeto do estudo o
que pode ser um diferencial para a organização, onde a mesma foi realizada sem vícios e com
foco nos negócios específicos da empresa.
Até 5 anos Entre 6 e 9 anos Entre 10 e 14 anos Entre 15 e 19 anos Mais que 20 anos0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%
26,10%
41,04%
9,70% 10,44%12,72%
77
5.3 – Análise dos Dados Quantitativos – Questionário Aplicado
Os dados relativos para a análise dos resultados obtidos com a implementação do
ITIL sob a ótica de pessoas e que identificam fatores de sucesso, estão subdivididos em três
temas: (i) Treinamento; (ii) Gestão do Conhecimento; (iii) Integração Conhecimento x
Desenvolvimento Profissional x Processos de Trabalho. Para a ótica processos, o questionário
abordou os temas referentes aos processos operacionais finalísticos, voltados a resolutividade
e qualidade dos serviços prestados, os processos operacionais intermediários que focam os
processos de apoio a implementação dos processos e por fim os operacionais de gestão com
foco no diagnóstico, acompanhamento e otimização dos processos em questão.
78
5.3.1 – Dados Quantitativos – Dimensão: Treinamento ITIL
Fonte de dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor (2016)
O gráfico 5 apresenta um conjunto de informações, cujo levantamento objetivou
obter as condições e os resultados apurados no treinamento oferecido por ocasião da
implementação do ITIL na organização, onde não se buscou tratar o conteúdo do treinamento
dado e nem o tempo destinado ao mesmo e sim sua aplicabilidade. Comumente, nas
organizações, o treinamento ofertado para um grupo de técnicos quando da implementação de
uma nova política de procedimentos, a uma tecnologia aplicada ao ambiente operacional ou
de desenvolvimento, muitas vezes pode ser direcionado de forma generalizada, sem critérios
de seleção ou avaliação de sua efetiva aplicabilidade pelo técnico treinado ou mesmo o tempo
decorrido entre o fim do treinamento recebido e o início prático da sua aplicabilidade é
tamanho, que sua efetivamente fica totalmente comprometida.
79
Identifica-se que existe um equilíbrio de opiniões quanto aos fatores de conteúdo,
tempo de treinamento destinado às disciplinas ITIL local e condições de treinamento, bem
como, quanto a criação de mecanismos para a disseminação paralela dos conhecimentos que
pudessem facilitar o aprendizado pelo corpo técnico. Mais da metade dos respondentes
identificaram a existência do incentivo do corpo gerencial para a realização do treinamento,
tendo este grupo também se beneficiado da capacitação oferecida.
Quanto a aplicabilidade imediata, um dos fatores essenciais entre o treinamento
realizado e sua efetividade na prática, onde 73% dos respondentes identificaram o
imediatismo de sua aplicabilidade, fator considerado como motivador para os técnicos
participantes da capacitação que com a identificação dos conhecimentos obtidos a serem
aplicados, quase que de imediato, demonstra a preparação e o comprometimento da
organização do processo, através de um planejamento adequado e eficiente.
Dois tópicos no gráfico chamam a atenção pela quantidade de respondentes que
reportaram o não atendimento dos treinamentos promovidos. Neste caso, a ocorrência de
respondentes não terem participado do treinamento é possível, pela experiência obtida
anteriormente em outra empresa quando do levantamento de capacitação necessário para a
implementação do processo. Quanto a quantidade de respondentes não terem identificado o
incentivo do corpo gerencial na participação do processo, uma situação que justificaria essa
inconsistência seria falha na resposta quanto ao entendimento do conceito referente ao tópico
ou mesmo o respondente não ter participado do processo formal ofertado pela empresa por já
possuir o conhecimento básico necessário como apontado no tópico anterior.
80
5.3.2 – Dados Quantitativos – Dimensão: Gestão do Conhecimento
Fonte de dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor (2016)
Ainda sob a ótica de pessoas, a motivação traz à tona outra análise abordada e
apresentada nos resultados expressos no gráfico 6 que trata especificamente da gestão do
conhecimento definida como um processo amplo e criterioso em identificar, codificar,
maximizar e principalmente compartilhar os conhecimentos que são estrategicamente
relevantes para a organização (Terra, 2001). Cerca de 56% dos respondentes considera
valorizar o conhecimento e a experiência com vistas a preservar e ampliar os conhecimentos a
serem aplicados, neste caso, as disciplinas do ITIL, destacando 13% dos respondentes
apontam que “Atendeu Plenamente” seguidos por 42% dos respondentes apontando para
“Atendeu Parcialmente”. Um dos pontos fortes apontados pelos respondentes se refere a
adoção de mecanismos pela organização para a disseminação e o compartilhamento do
conhecimento entre os técnicos atuantes no processo de implementação das disciplinas
preconizadas pelo modelo ITIL. Cerca de 76% dos respondentes apontaram na pesquisa que
81
os processos de trabalho foram projetados para a realização da gestão do conhecimento
organizacional tais como a criação de equipes de melhoria e incentivo a disseminação
específica desta cultura. Verifica-se nos dados apurados na pesquisa que grande parte dos
respondentes identificou métodos ou instrumentos que promoveram o conhecimento de forma
individual na composição do conhecimento corporativo das disciplinas ITIL. Esse
aproveitamento agrega incentivo e motivação no reconhecimento pelo esforço e envolvimento
individual alcançado.
Sob a perspectiva pessoas observa-se pelos índices apontados, sob o olhar dos
colaboradores, uma grande preocupação em poder participar de forma transparente e efetiva
nos processos regidos pela organização, trazendo a experiência individual como elemento
agregador do conteúdo a ser formado como base do conhecimento dos processos a serem
gerenciados e monitorados.
Esta valorização do conhecimento individual, agrega na projeção dos processos de
trabalho o desenho conforme o exercício das competências desenvolvidas e aprimoradas por
meio de um treinamento efetivo cuja elaboração se baseou em Plano de Capacitação onde as
necessidades foram identificadas e devidamente trabalhadas. Poder trocar informações por
mecanismos alternativos de comunicações corporativas, trouxe a possibilidade em ampliar o
universo de conhecimento por meio do compartilhamento de informações e experiências
pessoais.
Têm-se portanto o desenho das competências técnicas e pessoais e das diretrizes que
os conhecimentos agregados a modulação dos treinamentos oferecidos direcionarão o
mapeamento e a adequação dos processos de trabalho na operacionalização dos serviços de
tecnologia da informação desta organização objeto deste estudo de caso.
82
5.3.3 – Dados Quantitativos – Dimensão: Processos de Trabalho
Fonte de dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor (2016)
Como mecanismo de comparação entre o envolvimento no processo de trabalho
antes e após a implementação das melhores práticas preconizadas pelo modelo ITIL, o tópico
Processos de trabalho teve como objetivo mensurar sua aplicabilidade e aliados à estrutura e à
capacidade técnica ao exercício das novas competências a serem implementadas. O gráfico 7
demonstra por meio dos dados obtidos que mais da metade dos respondentes, em torno de
63%, considerou que os processos de trabalho foram desenhados de forma adequada ao
exercício das competências nas quais os envolvidos foram preparados. Esses processos
envolveram os quesitos de força de trabalho, requisitos de capacidade estrutural e o nível de
conhecimento e capacitação adequados e necessários à sua execução. No mesmo patamar
percentual, os métodos e critérios utilizados para estruturar os novos processos de trabalho,
consideram as funções exercidas as competências de cada cargo e o respeito às carreiras, que
são orientadas e baseadas em regras estabelecidas em norma interna e preconizadas através de
83
um Plano Interno de Cargos e Salários. Outro mecanismo que merece destaque e agrega
positivamente para o sucesso da implementação foi a identificação na disponibilização de
canais de comunicação e negociação empregados / empresa e sua efetividade que tem como
foco garantir a alta qualidade dos serviços prestados.
84
5.3.4 – Dados Quantitativos – Dimensão Desenvolvimento Profissional
Fonte de dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor (2016)
Se compararmos os dados que tratam a gestão do conhecimento com os registrados
ao tratamento do desenvolvimento profissional, podemos identificar neste, grande impacto na
identificação de fatores de sucesso da implementação das melhores práticas preconizadas pelo
modelo ITIL. O desenvolvimento profissional foi tratado em um bloco específico na pesquisa
realizada e se destinava a mensurar os processos de capacitação de forma a mantê-los
monitorados quanto ao conteúdo, a participação e a sua aplicabilidade, identificando a criação
de plano de capacitação periódica e sua efetiva realização. O gráfico 8 aponta os resultados
obtidos para esta questão ressaltando a importância no levantamento prévio das necessidades
de capacitação, treinamento e desenvolvimento profissional dos empregados na
implementação das disciplinas ITIL com 80% de resolutividade positiva, considerando em
grande parte as competências requeridas para o processo de implementação na criação de um
Plano de Capacitação estruturado e devidamente divulgado, cuja qualidade e eficácia foram
monitoradas e avaliadas por meio de indicadores previamente definidos.
85
5.3.5 – Dados Quantitativos - Dimensão Processos Operacionais Finalísticos
Fonte de dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor (2016)
Sob a ótica Pessoas, os respondentes foram questionados sobre a preparação das
equipes quanto aos processos realizados identificando a estrutura de modelagem assim como
as técnicas utilizadas para o mapeamento dos processos no qual estavam envolvidos antes da
implementação das melhores práticas preconizadas pelo modelo ITIL. Uma das principais
abordagens adotadas buscou identificar a percepção dos envolvidos sobre os processos
operacionais envolvidos e sua relação com a estratégia organizacional, respeitando as
competências da organização com o objetivo no cumprimento de sua finalidade. Nos quesitos
a seguir pode-se identificar a relação desta implementação com a introdução às boas práticas
de Governança tendo os processos operacionais sob uma visão interna e externa ao âmbito
público. Os processos neste contexto pesquisado foram subdivididos em finalísticos,
intermediários e de gestão e percebe-se pelos dados levantados a percepção de atendimento
86
pleno para a maioria dos respondentes, atingindo em alguns tópicos, o atingimento acima de
90% positivamente ao item questionado tais como a melhora nos processos finalísticos de
forma a mitigar sua variabilidade como forma de aumentar a confiabilidade buscando ampliar
a capacidade de gerar resultados com qualidade. O gráfico 9 aponta com percentual acima de
70% a compatibilidade dos processos à estratégia organizacional de forma a permitir o
cumprimento de sua finalidade com respeito as competências legais da organização. Um dos
fatores em destaque para esse bloco de questões reside na adequada modelagem de processos
realizada os quais asseguram a inter-relação entre os processos, evitando-se desta forma a
sobreposição e a ocorrência de lacunas no seu encadeamento operacional e produtivo, que
impactam no emprego adequado de recursos humanos e tecnológicos com eficiência e
eficácia.
87
5.3.6 – Dados Quantitativos – Dimensão Processos Operacionais Intermediários
Fonte de dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor (2016)
O gráfico 10 destinado a questões nas quais os respondentes apresentem suas
percepções sob a ótica de pessoas aos processos produtivos intermediários quanto a
modelagem e mapeamento, demonstram positivamente em torno de 73%, apontando que os
processos intermediários suportam os processos operacionais com modelagem apropriada sem
lacunas ou sobreposições, assegurando a inter-relação dos mesmos. Um dos grandes pontos
neste quesito se baseia na fundamentação dos respondentes em identificar o acompanhamento
e monitoramento dos processos com base em indicadores de desempenho. Esse quesito agrega
o processo tornando-o fundamental na descrição dos fatores que apontam o sucesso desta
implementação. Cerca de 75% dos respondentes consideram que os processos intermediários
obtiveram melhorias e o maior propósito apontado é o de reduzir conflitos e aumentar a
88
capacidade de gerar resultados com a qualidade esperada. Um dos pontos ainda a ser
investigado é que uma parcela considerável da amostra, 31% dos respondentes, identificaram
incipientes a inter-relação dos processos finalísticos com a modelagem dos processos
operacionais finalísticos e processos de apoio, o que pode ocasionar a ocorrência de lacunas e
de sobreposições. Esse fator pode acarretar a redundância de recursos a serem empregados,
tanto técnicos quanto humanos, impactando substancialmente a qualidade dos resultados a
serem obtidos.
89
5.3.7 – Dados Quantitativos – Dimensão Processos Operacionais de Gestão
Fonte de dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor (2016)
Complementando esta fase de análise dos dados quantitativos, o gráfico 11 aponta o
bloco em que questões sobre os processos de gestão buscaram identificar a preparação para o
processo de implementação das melhores práticas do ITIL, com foco na otimização e no
realinhamento. Ficou evidenciado neste quesito a preocupação quanto a busca de iniciativas
para o realinhamento e a otimização de processos após a implementação das melhores práticas
preconizadas pelo modelo ITIL de forma a eliminar as redundâncias, as sobreposições e os
excessos. Cerca de 84% dos respondentes consideraram que as ações e as iniciativas adotadas,
atenderam no mínimo, parcialmente, a necessidade de se buscar essas iniciativas,
fundamentais para a qualificação dos serviços prestados através de melhorias principalmente
aos processos que se apresentaram abaixo das expectativas esperadas. Consideraram também,
fundamental e podendo ser classificado como uma iniciativa ao sucesso alcançado, a criação
90
de uma estrutura interna para a realização do acompanhamento e do controle dos processos
visando a promoção e a implementação de melhorias contínuas com a gestão efetiva dos
processos operacionais baseados nas disciplinas ITIL. Como visto no gráfico os resultados
demonstraram uma frequência alta para os valores distribuídos na escala “Atende
Parcialmente” com 60%, seguidos de “Atendeu Plenamente” com 21% de frequência pelos
respondentes. No tópico referente a realização de avaliações periódicas com vistas a procurar
o diagnóstico dos resultados na implementação das disciplinas ITIL, verifica-se um paradoxo
nas respostas, tendo em vista a identificação de uma quantidade de respondentes que
reportaram como “Não Aplicável”. Uma situação que justificaria essa inconsistência pode ser
considerada como falha de resposta devido ao desconhecimento dos conceitos ao tópico
Processos de Gestão.
91
5.3.8 – Análise das Variáveis Quantitativas
Tendo como base a Tabela 3 – Coeficientes de Variação, podemos analisar os dados
cujas características possam identificar se as respostas obtidas com a aplicabilidade do
questionário, na amostra em questão, possuem homogeneidade ou heterogeneidade em sua
composição através do comparativo entre os coeficientes de variação calculados pela divisão
aritmética entre o desvio padrão obtido e a média ponderada de cada item respondido. Para a
análise dos dados obtidos foi utilizado o programa Excell a fim de conhecer a média
ponderada (MP) dos resultados, que representa a soma total dos valores de uma variável
dividida pelo número total de observações; o desvio Padrão e o Coeficiente de Variação (CV),
que mede a homogeneidade dos dados em relação à média e é entendido como uma medida de
risco relativo. Segundo Fávero et al (2009) se o CV obtido for superior a 30%, o conjunto de
dados poderá ser considerado heterogêneo, mas se for abaixo dos 30% o conjunto poderá ser
considerado homogêneo. Os resultados das respostas obtidas estão apresentados conforme
aplicação dos questionários.
92
Dimensão Objeto da Questão Média
Ponderada(MP)
MédiaDimensão
(MD)
DesvioPadrão
(DP)
Coeficientede Variação
(CV)
Treinamento ITIL Efetividade do Treinamento 2,06 1,36 66,23 %
Incentivo gerencial para realização do treinamento 2,48 1,04 41,91 %
Desenvolvimento estruturas das disciplinas ITIL 3,38 2,83 0,55 16,14 %
Processos paralelos de disseminação 3,46 0,58 16,86 %
Aplicabilidade imediata 2,77 081 29,35 %
Gestão Conhecimento Valorização do conhecimento e experiência 2,66 072 26,96 %
Inclusão dos conhecimentos individuais 2,33 0,68 29,22 %
Mecanismos de Disseminação 3,07 2,80 0,88 28,61 %
Gestão do Conhecimento organizacional 3,51 0,62 17,74 %
Acesso a registro de lições 2,43 0,61 24,92 %
Processos Trabalho Força de Trabalho X Conhecimento X Capacidade 2,73 0,83 30,50 %
Respeito às características das atividades e funções 2,75 0,95 34,50 %
Modelagem e estruturação dos processos 2,45 2,59 0,78 31,91 %
Integração de pessoas processo de implementação 2,30 0,67 29,24 %
Canais de Comunicação 2,72 0,69 25,38 %
Desenvolvimento Necessidades de Capacitação – Levantamento 2,94 0,59 19,90 %
Profissional Necessidades X Competências 2,96 0,64 21,51 %
Plano de Capacitação elaborado 2,75 2,64 0,52 18,78 %
Qualidade e Eficácia dos treinamentos monitorados 2,93 0,63 21,40 %
Competência Profissional x requerida 2,15 0,75 34,94 %
Incentivos de reconhecimento 2,15 0,70 32,53 %
Processos Modelagem com foco na estratégia 2,84 0,71 24,91 %
Finalísticos Modelagem com foco público-alvo 2,78 0,66 23,64 %
Modelagem sem interposições de processos 3,25 3,00 0,57 17,55 %
Mitigação da variabilidade 3,07 0,63 20,58 %
Práticas de Governança 3,06 0,59 19,12 %
Processos Modelagem sem sobreposições 2,94 0,69 23,50 %
Intermediários Alinhamento das áreas funcionais 2,63 0,86 32,90 %
Modelagem sem interposições de processos 2,92 2,87 0,74 25,23 %
Monitoramento com indicadores 3,00 0,69 23,12 %
Melhoria para redução de conflitos 2,84 0,55 19,43 %
Processos de Gestão Priorização com base em impactos 2,63 0,88 33,56 %
Realinhamento e Otimização 3,02 0,70 23,12 %
Acompanhamento e Controle 3,02 2,99 0,63 20,87 %
Avaliações Periódicas 3,11 0,79 25,43 %
Iniciativas de realinhamento pós implementação 3,17 0,69 21,71 %
Tabela 3 – Coeficientes de Variação. Fonte de dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor (2016)
93
Gráfico 12 - Visualização das Médias (MD) - Dimensões Pesquisadas
Fonte de dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor (2016)
O Gráfico 12 tem a representação da estratificação geral das médias obtidas para as
dimensões pesquisadas que envolveram os tópicos pesquisados na fase quantitativa,
compostas pela avaliação do treinamento ITIL adotado, a gestão do conhecimento e sua
importância junto aos colaboradores, o desenvolvimento profissional, além do impacto nos
processos de trabalho, assim como a visão dos pesquisados sobre os processos de gestão,
intermediários e finalísticos.
Nota-se o elevado nível de aplicabilidade nas dimensões estudadas, para todas as
médias obtidas uma vez que em uma escala de 0 a 4, a média das variáveis estão muito
próximas a 3, o que pode ser considerado como alta a preocupação dos colaboradores quanto
às afirmativas expressas no questionário aplicado.
94
5.3.9 – Análise dos Dados Quantitativos – Comparativo Variáveis Dimensão
Treinamento ITIL x Desenvolvimento Profissional
Dimensão Questão FormuladaMédia
Ponderada(MP)
DesvioPadrão
(DP)
Coeficientede Variação
(CV)
Treinamento ITIL
Os processos que envolveram as etapas de treinamentoforam projetados para propiciar o desenvolvimentoadequado nas estruturas das disciplinas ITIL, tais como:conteúdo, tempo de treinamento, local do treinamento eacompanhamento do aprendizado
3,38 0,55 16,14%
DesenvolvimentoProfissional
Foram identificadas previamente as necessidades decapacitação, treinamento e de desenvolvimentoprofissional dos empregados para a implementação doITIL
2,94 0,59 19,90%
Tabela 4 – Comparativo CV Treinamento ITIL x Desenvolvimento Profissional
Fonte de dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor (2016)
Pelas características inseridas nas questões formuladas podemos identificar no bloco
de questões relativas ao Treinamento ITIL e no bloco de questões relativas ao
Desenvolvimento Profissional, questões que focam a capacitação, treinamento e o
desenvolvimento profissional dos empregados. Apresenta-se na tabela 4 a Média Ponderada
(MP) e o Coeficiente de Variação (CV) das respostas para as questões que contemplam o
desenvolvimento profissional e a capacitação sob o foco de treinamento ITIL e de
desenvolvimento profissional respectivamente. Cabe observar que as médias ponderadas das
duas questões dos grupos possuem alto índice nos níveis de avaliação, uma vez que em uma
escala de 0 a 4, a média das duas variáveis estão muito próximas a 3, que pode ser
considerado como alto a preocupação da organização quanto ao levantamento de necessidades
prévias à capacitação e ao desenvolvimento profissional de seus empregados. No tocante ao
Coeficiente de Variação (CV), a Tabela 4 evidencia que a questão que trata do processo de
treinamento estar adequado às disciplinas preconizadas pelo modelo ITIL obteve o valor de
16,14 considerado como muito baixo em termos de dispersão das respostas obtidas na
amostra, enquanto a questão que avalia o levantamento de necessidade de capacitação e de
desenvolvimento profissional dos empregados para a implementação do ITIL, obteve um
95
Coeficiente de Variação (CV) maior: 19.90%; embora menor do que os 30% que caracterizam
a homogeneidade da amostra. Isto representa que as duas variáveis em questão obtiveram
baixa dispersão em relação à Média Ponderada (MP) e em relação a estas a amostra pode ser
considerada homogênea. Estes resultados, portanto, indicam que os respondentes julgam a
preocupação da organização em promover um treinamento adequado ao conteúdo a ser
implementado alinhado a evolução do desenvolvimento profissional o que contribui para o
sucesso da implementação em questão.
96
5.3.10 – Análise dos Dados Quantitativos – Comparativo Variáveis Dimensão Gestão do
Conhecimento X Desenvolvimento Profissional
Dimensão Questão FormuladaMédia
Ponderada(MP)
DesvioPadrão
(DP)
Coeficientede Variação
(CV)
Gestão do Conhecimento
Houve uma valorização do conhecimento e da experiênciados integrantes do corpo funcional que visava preparar eampliar os conhecimentos voltados para as disciplinas ITIL
2,66 0,72 26,96%
DesenvolvimentoProfissional
Foram identificadas previamente as necessidades decapacitação, treinamento e de desenvolvimentoprofissional dos empregados para a implementação doITIL
2,94 0,59 19,90%
Tabela 5- Comparativo CV Gestão do Conhecimento X Desenvolvimento Profissional
Fonte de dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor (2016)
Com base nas características formuladas nas questões que envolvem a Gestão do
Conhecimento em sintonia com as questões direcionadas ao Desenvolvimento Profissional, a
valorização dos empregados está inserida quando sua importância é focada tanto na
formulação dos conhecimentos existentes e experiência dos empregados para as disciplinas
ITIL quanto à necessidade de aperfeiçoamento via capacitação para o aprimoramento do seu
desenvolvimento profissional. Apresenta-se na tabela 5 a Média Ponderada (MP) e o
Coeficiente de Variação (CV) das respostas para as questões que contemplam o
aperfeiçoamento do desenvolvimento profissional em relação a valorização do conhecimento
e no reconhecimento e preservação da experiência já obtida dos respondentes. Nota-se que a
Média Ponderada (MP) obtida entre essas duas questões 2.66 para a valorização do
conhecimento e experiência no bloco de treinamento ITIL e 2,94 para Média Ponderada (MP)
nas respostas referentes a necessidades de capacitação no bloco de Desenvolvimento
Profissional são muito próximas ao valor 3, o que na escala de 0 a 4 pode ser considerado
como alto o nível de avaliação pelos empregados respondentes que compuseram a amostra.
Mesmo com índices de Coeficiente de Variação (CV) maiores que 15%, a amostra representa
que essas duas variáveis apresentam um grau mediano de dispersão relativo à média
ponderada, podendo-se ainda considerar com base nessas variáveis, a homogeneidade da
amostra, por serem menores que 30%.
97
5.3.11 – Análise dos Dados Quantitativos – Comparativo Variáveis Dimensão
Treinamento ITIL x Gestão do Conhecimento
Dimensão Questão FormuladaMédia
Ponderada(MP)
DesvioPadrão
(DP)
Coeficientede Variação
(CV)
Treinamento ITIL Foram criados processos paralelos de disseminação dosconceitos e práticas das disciplinas ITIL que pudessem seracessados de forma rápida e fácil pelo corpo técnico dosempregados
3,46 0,55 16,86%
Gestão do Conhecimento
Foram utilizados mecanismos na disseminação ecompartilhamento do conhecimento entre os empregadosatuantes no processo de implementação do ITIL
3,07 0,88 28,61%
Tabela 6 – Comparativo CV Treinamento ITIL X Gestão do Conhecimento
Fonte de dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor (2016)
Também foram analisadas as percepções dos respondentes participantes da amostra, a
partir de duas questões baseadas nas dimensões Treinamento ITIL e Gestão do Conhecimento
com foco na importância da disseminação de conhecimentos de forma participativa e
interativa junto aos empregados envolvidos no processo de implementação das melhores
práticas e disciplinas preconizadas pelo modelo ITIL. Conforme a tabela 6, foram calculadas
as Médias Ponderadas (MP) da escala Likert, o Desvio Padrão (DP) e o Coeficiente de
Variação (CV) de forma a ser efetuada uma avaliação comparativa das respostas fornecidas a
essas variáveis. Nota-se uma Média Ponderada (MP) alta, acima de 3, em uma escala de 0 a
4, quanto às percepções entre os respondentes referentes à disseminação do conhecimento,
onde tanto para a dimensão de treinamento quanto a gestão do conhecimento o processo de
disseminação empregado, obteve considerada avaliação. Apesar de próximo aos 30%, o
Coeficiente de Variação (CV) para os mecanismos de disseminação na Gestão do
Conhecimento, a amostra referente a essas variáveis, pode ser considerada como homogênea.
98
5.3.12 – Análise dos Dados Quantitativos – Comparativo Variáveis Dimensão
Treinamento ITIL x Processos de Trabalho
Dimensão Questão FormuladaMédia
Ponderada(MP)
DesvioPadrão
(DP)
Coeficientede Variação
(CV)
Treinamento ITIL Foram criados processos paralelos de disseminação dosconceitos e práticas das disciplinas ITIL que pudessem seracessados de forma rápida e fácil pelo corpo técnico dosempregados
3,46 0,55 16,86%
Processos de Trabalho
Foram disponibilizados canais de comunicação enegociação empregados / empresa, com vistas a garantir aalta qualidade dos serviços prestados
2,72 0,59 19,90%
Tabela 7 – Comparativo CV Treinamento ITIL X Processos de Trabalho
Fonte de dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor (2016)
Ainda sob o aspecto da disseminação do conhecimento obtido, apontado na
dimensão Treinamento ITIL e da comunicação oferecida entre empregados e a empresa
apontado na dimensão Processos de Trabalho, nota-se a importância desses instrumentos pela
avaliação positiva dos respondentes quando se identifica a alta média expressa nas respostas
das questões relativas a essas duas dimensões avaliadas. Segundo apresentado na tabela 7, a
Média Ponderada (MP) com valores próximos a 3, em uma escala de 0 a 4, a disseminação do
conhecimento e os canais de comunicação influenciaram positivamente a posição dos
respondentes e avalia-se a importância e a preocupação quanto a garantia em ofertar serviços
de qualidade. Com um Coeficiente de Variação (CV) inferior a 30%, pode-se notar a
homogeneidade na amostra entre essas duas variáveis que focam temas da mais alta
complexidade.
99
5.3.13 – Análise dos Dados Quantitativos – Comparativo Variáveis Processos de
Trabalho X Desenvolvimento Profissional
Dimensão Questão FormuladaMédia
Ponderada(MP)
DesvioPadrão
(DP)
Coeficientede Variação
(CV)
Processos de Trabalho
Os processos de Trabalho foram projetados de formaadequada ao exercício das competências – Processos deTrabalho = (força de trabalho; requisitos de capacidade;conhecimento; capacitação)
2,73 0,83 30,50%
DesenvolvimentoProfissional
A identificação das necessidades de capacitaçãoconsiderou as competências requeridas para os processos epara a implementação das disciplinas do ITIL
2,96 0,64 18,78%
Tabela 8 – Comparativo CV Processos de Trabalho X Desenvolvimento Profissional
Fonte de dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor (2016)
De acordo com a tabela 8 apesar de apontar uma dispersão acima de 30% nos
valores atribuídos ao Coeficiente de Variação (CV) na dimensão Processos de Trabalho no
tocante ao exercício das competências em relação à capacitação, sugerindo uma
heterogeneidade na amostra, o quesito referente às competências requeridas para os processos
de implementação das disciplinas ITIL com foco na capacitação necessária, demonstra valor
inferior apontando o sentido contrário, ou seja, uma variável com característica de uma
amostra homogênea. Apesar da disparidade nos Coeficientes de Variação (CV) demonstrados
a essas variáveis, a Média Ponderada (MP) obtidas nas respostas expressas pelos respondentes
da amostra apontam valores altos, próximos a 3, se considerarmos a escala de 0 a 4, ou seja,
os processos de trabalho foram adequados ao exercício das competências atendendo parcial
ou plenamente mais de 60% dos respondentes, conforme apontado no Gráfico 7, sob a ótica
Pessoas na dimensão Processos de Trabalho e também atingindo o mesmo patamar percentual,
acima de 60%, como atendimento pleno ou parcial na identificação de necessidades de
capacitação, expressos no Gráfico 8, sob a ótica Pessoas na dimensão Desenvolvimento
Profissional, demonstrando similaridade nas respostas entre dimensões distintas, porém como
o foco na capacitação e no desenvolvimento dos empregados.
100
5.3.14 – Análise dos Dados Quantitativos – Comparativo Variáveis Dimensão Processos
Operacionais Finalísticos x Processos Operacionais Intermediários
Dimensão Questão FormuladaMédia
Ponderada(MP)
DesvioPadrão
(DP)
Coeficientede Variação
(CV)
ProcessosOperacionaisFinalísticos
Foram identificadas e introduzidas boas práticas degovernança relacionados aos processos operacionaisfinalísticos de empresas de referência, de dentro e de forado âmbito público
3,06 0,59 19,12%
ProcessosOperacionaisIntermediários
Os processos intermediários foram melhorados com opropósito de reduzir conflitos e aumentar a capacidade degerar resultados com a qualidade esperada
2,84 0,55 19,43%
Tabela 9 – Comparativo CV Processos Operacionais Finalísticos X Processos
Operacionais Intermediários
Fonte de dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor (2016)
Sob a ótica dos processos os termos governança relacionados às boas práticas
podem ser identificados claramente na dimensão Processos Finalísticos ao obter uma Média
Ponderada sob os resultados expressos nos questionários que compõe a amostra acima de 3
em uma escala de 0 a 4, e comparados à variável que identifica a qualidade esperada com
resultado também expressivo, apontando uma média próxima a 3, utilizando-se a mesma
escala. A baixa dispersão apontada nos itens comparados, com Coeficiente de Variação (CV)
abaixo de 20% e com valores praticamente similares, demonstra a conexão entre as práticas
observadas e empregadas como critérios de governança, alçando a conexão entre as
governanças corporativas pela adoção de práticas avaliadas como referência, de tecnologia da
informação pela característica da organização e governança de serviço pela qualidade
esperada nos serviços prestados.
O monitoramento dos processos pós modelagem ficaram evidentes na avaliação
dos respondentes quando se compara duas variáveis expressas em dimensões distintas, porém
com a mesma finalidade, a de buscar a avaliação pelos respondentes sobre fatores como
indicadores, monitoramento, reavaliação, medições, diagnósticos e flexibilização. Ao
compararmos as respostas expressas pelos respondentes sob as dimensões Processos
Operacionais de Gestão e Processos Operacionais Intermediários para esta questão,
identificamos a similaridade na avaliação dos respondentes como demonstra a tabela
comparativa 9.
101
5.3.15– Análise dos Dados Quantitativos – Comparativo Variáveis Dimensão Processos
Operacionais Intermediários x Processos Operacionais de Gestão
Dimensão Questão FormuladaMédia
Ponderada(MP)
DesvioPadrão
(DP)
Coeficientede Variação
(CV)
ProcessosOperacionaisIntermediários
Os processos intermediários foram acompanhados emonitorados com base em indicadores 3,00 0,69 23,12%
Processos Operacionais de Gestão
Foram efetuadas avaliações periódicas, procurandodiagnosticar os resultados de implementação dasdisciplinas ITIL e seu grau de flexibilidade
3,11 0,79 25,43%
Tabela 10 – Comparativo CV – Processos Operacionais Intermediários X Processos
Operacionais de Gestão
Fonte de dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor (2016)
Segundo a tabela 10 em ambas variáveis podemos notar que a Média Ponderada
(MP) obtida está muito próxima ao nível 3 ou aponta diretamente este valor, considerado alto
para uma escala de 0 a 4. Com Coeficiente de Variação (CV) abaixo dos 30% ambas
variáveis possuem uma dispersão considerada baixa, remetendo a avaliação de
homogeneidade dos dados explicitados no levantamento efetuado por ocasião da aplicação do
questionário aos respondentes que compõe a amostra analisada. Quase a totalidade das
questões efetuadas que envolvem os processos operacionais, sejam eles finalísticos
intermediários ou de gestão nota-se um elevado grau de avaliação entre os respondentes com
a Média Ponderada (MP) em torno do grau 3 e acima deste valor em alguns casos. Com
Coeficiente de Variação (CV) apontando para uma marca média de 25%, grande parte das
variáveis obtidas apresentam homogeneidade na amostra com baixa dispersão nos dados
tabulados.
Para a análise dos processos, além das variáveis quantitativas que compuseram o
questionário aplicado ao corpo técnico, faz parte desta avaliação uma visão qualitativa, que
aborda as disciplinas do ITIL como processos distintos e também elencados conforme as
dimensões estabelecidas pela versão 3 do ITIL implementada e objeto do estudo de caso em
questão. O próximo item, analisa o resultado obtido na etapa qualitativa desta pesquisa, onde
102
gestores das áreas operacionais participaram de dinâmicas de grupo com o intuito de discutir e
apontar os processos que efetivamente foram primordiais para a obtenção do sucesso da
implementação das melhores práticas do ITIL e que compõe um conjunto de fatores críticos
de sucesso, objeto deste estudo.
103
5.4 – Análise de Resultados – Dados Qualitativos
Os dados relativos a análise dos resultados obtidos com a implementação do ITIL sob
a ótica processos e pessoas que identificam fatores críticos de sucesso, foram subdivididos e
aplicados nesta etapa da pesquisa no formato de duas perguntas que tratam especificamente
dos processos constantes no gerenciamento de serviços onde as melhores práticas
preconizadas pelo modelo ITIL são as mais relevantes para a empresa e aquelas já
implementadas na organização. Essas perguntas foram aplicadas aos gestores das áreas
operacionais da organização no formato de dinâmica de grupo e consolidadas de forma a
identificar a opinião de cada grupo de gestores o que se busca como resposta aos
questionamentos efetuados.
Para análise e avaliação dos dados foram feitas distribuições de frequência absoluta e
de frequência relativa para cada item (APÊNDICE C), relacionadas aos dois questionamentos
investigados e traduzidos através das duas perguntas aplicadas para cada grupo de gestores.
Conforme a metodologia adotada, inicialmente foram aplicados os questionamentos e
respondidos individualmente para em seguida serem consolidados em grupo através de
dinâmica aplicada. Foram realizadas 8 reuniões com a participação média de 04 gestores, que
apesar de pertencerem as áreas operacionais da organização distribuídas no eixo avaliado,
atuam na gestão de atividades distintas, porém voltadas à produção e operação de sistemas,
tais como sustentação, planejamento e operação propriamente referenciada.
De forma a efetuar uma análise comparativa entre dados coletados na etapa
quantitativa já apresentada e as observações dos gestores das áreas operacionais, foi
incorporado na etapa de dinâmica de grupos, a aplicação de uma questão aberta, na qual os
gestores relacionaram, sob a visão particular de cada um, quais os procedimentos ou ações
consideradas essenciais dentro do processo de implementação das melhores práticas
preconizadas pelo modelo ITIL.
Para a análise de conteúdo, os tópicos foram formulados e definidos tais como a
estrutura das dimensões do questionário quantitativo aplicado aos técnicos das áreas
operacionais e analisadas de forma categorial que conforme Bardin (2004) consiste no
desmembramento do texto, neste caso, obtido nas dinâmicas de grupo, e classificados em
categorias que foram agrupadas analogicamente. Desta forma considera-se categorias tais
quais as dimensões: Treinamento ITIL, Gestão do Conhecimento, Processos de Trabalho,
Desenvolvimento Profissional, Processos Operacionais de Gestão, Processos Operacionais
104
Finalísticos e Intermediários. Como resultado do processo, cada categoria foi sendo
construída através da transcrição das respostas efetuadas, pelos trechos ou palavras chaves
descritas e devidamente classificadas.
Dos 28 processos constantes no Gerenciamento dos Serviços ITIL e separados nas
categorias de Estratégia de Serviços, Desenho de Serviços, Transição de Serviços, Operação
de Serviços e Melhoria de Serviços Continuada descritos, foram selecionados aqueles que
cada gestor considerava relevante para aplicação na organização conforme grau de relevância
bem como os que já estavam de alguma forma aplicados, mesmo antes da estrutura de
implementação abordada neste estudo e apesar de questionados em separado, foram
analisados em conjunto.
5.4.1 – Análise dos Processos - Categoria Estratégia de Serviços
Dentre os processos da categoria Estratégia de Serviços, os de Gerenciamento de
Portfólio, Gerenciamento Financeiro e Gerenciamento de Demanda foram avaliados de forma
igualitária com distribuição de frequências relativas iguais baseados nos dados apontados.
Com um percentual de 63% em cada processo de Estratégia de Serviços, esses se posicionam
em uma classificação média na importância quanto à sua implementação em relação aos
processos nas demais categorias.
5.4.2 – Análise dos Processos - Categoria Desenho de Serviços
Para a categoria Desenho de Serviços apontado como uma das dimensões de processo
do ITIL, o Gerenciamento de Níveis de Serviço, Gerenciamento de Capacidade, assim como
nos já praticados, e Gerenciamento de Segurança da Informação, apresentando um percentual
de 100%, com base nos dados tabulados apontados nas 8 consolidações efetuadas. Foram
considerados como os mais relevantes para a implementação seguidos pelo Gerenciamento de
Disponibilidade com um percentual de 88%. Não que os processos de Gerenciamento de
Catálogo de Serviços e o Gerenciamento de Continuidade do Serviço de TI com 75%, e o
Gerenciamento do Fornecedor com 63% fossem menos importantes, mas seguindo a regra
aplicada na dinâmica, esses tiveram uma relevância menor de implantação que os demais
inseridos nesta categoria.
105
5.4.3 – Análise dos Processos - Categoria Transição de Serviços
Para a identificação de processos que compõe a categoria de Transição de Serviços
conforme preconizado pelo modelo ITIL, os processos de Gerenciamento de Mudança e de
Configuração de Ativos se sobressaem sobre os demais processos – com 100% de
apontamento nas 8 consolidações efetuadas para esta categoria. Tendo uma avaliação não
menos importante, mas em ordem de relevância na sua implementação sequencial com 88%
de apontamentos, os processos de Planejamento e Suporte da Transição, seguidos pelos
processos de Avaliação e o de Gerenciamento do Conhecimento com 75%, apontam para a
sinergia quanto à importância dada pelos colaboradores na etapa quantitativa relativa à Gestão
do Conhecimento. A categoria foi complementada sequencial e igualmente pelos processos de
Gerenciamento de Liberação e Implantação e Validação e Teste de Serviço com 63% nas
consolidações efetuadas.
5.4.4 – Análise dos Processos - Categoria Operação de Serviços
Em se tratando de qualidade e disponibilidade de serviços, a categoria Operação de
Serviços ganha destaque no processo de implantação das melhores práticas do ITIL quando
mais da metade dos processos que compõe esta dimensão, foram avaliados como os mais
importantes em relevância e apontados em todos os grupos consolidados. São os processos de:
Gerenciamento de Incidentes, Cumprimento de Requisição, Gerenciamento de Problemas,
Serviçe Desk e Operação de TI em 100% nos apontamentos consolidados, tanto na etapa de
implementação como na de processos já implementados. Nota-se que quando tratamos de
qualidade de serviços prestados, a disponibilidade desses serviços e a sua alta performance
estão diretamente relacionados com a preocupação em governar adequadamente os serviços
de Tecnologia da Informação e a busca pela qualidade dos serviços prestados.
Complementados pelos Gerenciamento de Eventos e Gerenciamento de Acesso, além do
processo de Gerenciamento de Aplicação em 75% das consolidações, a efetividade da boa
execução dos serviços de TI ficam evidentes quando se identifica um posicionamento maciço
quanto a preocupação da gestão das áreas operacionais da organização. Este posicionamento
reflete diretamente na otimização desses processos impactando na qualidade dos serviços e na
otimização dos recursos.
106
5.4.5 – Análise dos Processos - Categoria Melhoria de Serviços Continuada
Complementando a análise dos processos por categoria dos processos preconizados
pelo modelo ITIL e de forma qualitativa, os processos de Relatório de Serviços e Medição dos
Serviços foram, assim como nos processos referentes a categoria Estratégia de Serviços,
avaliados de forma igualitária, com 75% em termos de importância de implementação. Das 8
consolidações efetuadas, 6 apontaram como alta a necessidade em se registrar e medir os
serviços realizados. Isso demonstra a preocupação dos gestores das áreas operacionais do
estudo em questão, devam medir os serviços e processos de forma a adequá-los
constantemente, mostrando que a flexibilidade na execução aprimoram os processos
tornando-os cada vez menos engessáveis e condizentes com a realidade e com os recursos
humanos e técnicos disponíveis na organização.
107
5.5 – Análise comparativa aos dados obtidos na Etapa Quantitativa
Com o intuito de comparar os dados coletados e tabulados na etapa quantitativa já
apresentada e as observações dos gestores das áreas operacionais, de forma a subsidiar a
análise de conteúdo, os tópicos que compuseram a estrutura do questionário aplicado na etapa
quantitativa foram classificados em categorias e agrupados analogicamente. Considera-se
portanto categorias tais quais as dimensões: Treinamento ITIL, Gestão do Conhecimento,
Processos de Trabalho, Desenvolvimento Profissional, Processos Operacionais de Gestão,
Processos Operacionais Finalísticos e Intermediários. Como resultado do processo, cada
categoria foi sendo construída através da transcrição das respostas efetuadas, pelos trechos ou
palavras chaves descritas e devidamente classificadas para a análise de conteúdo aplicada.
5.5.1 – Análise dos dados qualitativos sob a dimensão Treinamento ITIL
Em se tratando da dimensão Treinamento ITIL, a maior incidência de observações
coletadas está focada na aplicabilidade imediata dos conhecimentos repassados ao grupo, o
que facilitou sua fixação pelo imediatismo entre o término de passagem de conhecimentos
teóricos e a sua aplicação prática, resultando no aproveitamento imediato e sucesso na
efetividade do treinamento ofertado. Mecanismos de disseminação foram apontados nesta
categoria assim como na dimensão gestão do Conhecimento como fatores essenciais para
elevar a motivação e integrar os grupos de áreas distintas na obtenção de um resultado
positivo. A criação de mecanismos de disseminação reforça o conteúdo repassado e o torna
acessível a todos a qualquer momento.
5.5.2 – Análise dos dados qualitativos sob a dimensão Gestão do Conhecimento
Na dimensão Gestão do Conhecimento, um dos fatores essenciais se baseia na
identificação de ações motivacionais principalmente quanto a participação efetiva dos
empregados na composição dos conhecimentos corporativos, tornando-os parte integrante na
formulação do conteúdo que servira de base para os demais integrantes e a novos empregados.
O monitoramento quanto ao conteúdo formulado, também citado pelos grupos, fortalece a
composição desta categoria e reforça esse conceito no elenco de fatores de sucesso na
implementação das melhores práticas preconizadas pelo modelo ITIL.
108
5.5.3 – Análise dos dados qualitativos sob a dimensão Processos de Trabalho e
Desenvolvimento Profissional
Nos processos de trabalho o destaque para os gestores reside nas condições
adequadas para a formulação de processos respeitando a formação, capacidade, cargo e a
função exercida, principalmente pela adoção de procedimentos baseados na estrutura
organizacional e funcional. Para formatar a dimensão Desenvolvimento Profissional, o Plano
de Capacitação formulado com base nas necessidades identificadas previamente foi o fator
com maior relevância segundo os gestores para categoria de desenvolvimento profissional
seguidos pela qualidade dos programas de capacitação bem como seu monitoramento efetivo.
5.5.4 – Análise dos dados qualitativos sob a dimensão Processos Operacionais
Finalísticos, Intermediários e de Gestão
Finalizando esta análise, e em se tratando de processos operacionais de gestão,
finalísticos e Intermediários, o grande fator de destaque se refere a modelagem prévia dos
processos, bem como seu monitoramento e flexibilização para a adequação constante, seguido
pela inserção de indicadores que facilitam a avaliação e o monitoramento contínuo dos
processos que efetivamente proporcionam a melhoria da qualidade final dos serviços e o
desempenho das áreas operacionais, responsáveis pela disponibilidade das aplicações e da
infraestrutura tecnológica que compõe os serviços de tecnologia da informação com
informações prestadas neste caso à sociedade brasileira. A gestão desses processos que
compõem os serviços de tecnologia da informação está inserida nos conceitos de governança
de tecnologia da informação uma vez que os mesmos são constituídos de recursos humanos e
tecnológicos e que objetivam prestar um serviço de qualidade com eficiência e eficácia, e com
transparência perante a sociedade, um dos princípios da Governança Corporativa.
109
Esta análise, possibilitou identificar, a convergência de percepções entre
colaboradores e gestores, quando se compara categorias semelhantes em tópicos específicos
mesmo que obtidos através de metodologias distintas. A sinergia de percepções ficou
evidenciada claramente na preocupação da organização em valorizar o corpo técnico e na
sensibilidade dos mesmos em perceber esta preocupação, tornando o processo de
implementação analisado neste estudo de caso, dinâmico e assertivo.
110
6 – CONCLUSÃO
O presente estudo identificou na implementação das melhores práticas do ITIL em
uma empresa pública objeto deste caso, quais os fatores, traduzido em ações relevantes e
prioritárias, contribuíram para o sucesso desta implementação, mitigando os processos e
otimizando recursos, sob as óticas pessoas e processos, direcionados a melhoria na qualidade
dos serviços prestados a sociedade e alinhados aos conceitos de governança. Para esta
avaliação e identificação, foram pesquisados, na revisão da literatura como referência, os
conceitos de Governança Corporativa, Governança de Tecnologia da Informação, Governança
de Serviços de TI além dos conceitos teóricos do modelo ITIL utilizado nesta organização
pública como instrumento de gestão dos serviços de TI desenvolvidos pelas áreas
operacionais da empresa. Sob a perspectiva conceitual direcionado às pessoas, teorias
motivacionais, gestão do conhecimento e de clima organizacional também foram abordadas
de forma a solidificar a base teórica para este estudo.
Em busca de respostas para identificar as práticas que uma empresa pública de
tecnologia da informação deve considerar como fator de sucesso, sob os aspectos pessoas e
processos e que possam qualificar os resultados na prestação de serviços de tecnologia da
informação aos seus clientes e a sociedade usuária desses serviços, as evidências apontam
para a valorização do corpo técnico da empresa que refletem diretamente na motivação dos
mesmos no desempenho de suas atividades, fator preponderante para o sucesso de sua
operação, resultando na qualificação dos serviços prestados. A transparência com que a
empresa trabalhou este processo de implementação evidencia também um dos conceitos
básicos da governança corporativa – a transparência, pelos princípios participativos e de
construção de um dos maiores legados do processo que é a gestão do conhecimento. Os
resultados apresentados permitiram inferir que a implementação das melhores práticas
preconizadas pelo modelo ITIL permitem à Empresa alcançar estágios mais desafiadores que
envolvam a alta capacidade e disponibilidade de seus sistemas informacionais e enfrentar a
grande pressão dos clientes e da sociedade para a entrega de resultados em tempos menores.
Esta pesquisa encontrou evidências também na transformação dos processos
operacionais finalísticos, intermediários e de gestão e na possibilidade em flexibilizá-los de
111
forma a mantê-los adequados a qualquer tempo e com a anuência daqueles que a operam.
Através de uma modelagem de processos flexibilizada e com a participação efetiva de seus
empregados, os processos estarão sempre adequados ao momento e as necessidades da
organização, quebrando os paradigmas de perpetuação de execução dos processos, derrubando
barreiras e mitigando resistências.
Devido ao processo de transformação organizacional ocorrido na empresa nos últimos
anos, mesmo que este estudo tenha como visão as perspectivas – pessoas e processos, outras
ainda que de forma sutil possam ter sofrido reverberações dessa implementação gerando
ações e reações no clima organizacional o que talvez possa explicar os resultados positivos
apresentados nos questionários respondidos.
Uma vez não ter sido possível através deste estudo executar a pesquisa com uma
amostra maior de colaboradores empregados, sugere-se que com base na avaliação
apresentada neste estudo de caso, os fatores que evidenciaram o sucesso da implementação
das melhores práticas do modelo ITIL, sejam novamente avaliados e mensurados de modo a
propiciar uma nova pesquisa a ser aplicada em outras unidades da organização, propiciando
avaliar o grau de amadurecimento dessas iniciativas praticadas. Em relação ao processo de
implementação das melhores práticas preconizadas pelo modelo ITIL ser implementado em
outras empresas públicas, poderia ser avaliado como a promoção de um ambiente favorável
ao comprometimento e a motivação dos empregados, o entendimento quanto aos processos
que favorecem a possibilidade de qualificação dos serviços prestados à sociedade,
possibilitando a identificação de quais práticas favorecem a possibilidade de melhores
resultados.
Ter a oportunidade em abordar como objeto de pesquisa a Dataprev – Empresa
Pública de Tecnologia da Informação de âmbito federal, contribui socialmente na
possibilidade em identificar não apenas o relacionamento entre os conceitos de governança
corporativa e governança de TI no segmento de empresas no âmbito público, mas
principalmente, o quanto esses conceitos de governança aliados a otimização de processos e
na motivação das pessoas impactam na melhoria contínua que refletem diretamente na
qualificação dos serviços prestados à sociedade brasileira, com vistas a minimizar as
adversidades observadas no ambiente público quanto à morosidade em concretizar suas ações,
na possibilidade de prestar serviços de qualidade e na disponibilização de informações
precisas e no tempo requerido junto à sociedade brasileira.
112
A experiência de poder abordar as relações de governança com o exercício da gestão
de serviços de tecnologia da informação através de um estudo de caso em uma empresa
pública, nos traz a convicção de que não bastam apenas recursos tecnológicos compostos por
arquiteturas proprietárias ou de mercado para que os serviços prestados em tecnologia da
informação, sejam por entidades privadas e principalmente públicas, objeto desta pesquisa,
atinjam a maturidade e consequentemente a qualidade necessária.
É preciso um olhar atento à governança de forma a buscar a racionalização do uso
dos recursos contratados, agindo com transparência na apropriação de soluções e mecanismos,
que envolvam todos os interessados nos processos operacionais e de desenvolvimento dessas
soluções de forma a direcionar suas decisões e ações sempre com o foco na qualidade dos
serviços que prestam, nos quais evidenciam a missão em disponibilizar soluções com
agilidade, eficácia e eficiência.
Em síntese, espera-se que este estudo motive outras pesquisas nesta área, de forma a
colaborar para a mudança da imagem das empresas públicas estigmatizadas como ineficientes
e burocratas.
113
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119
Questionário de Pesquisa – Fatores de Sucesso na Implementação do ITIL
Apresentação:
O objetivo desta pesquisa é fazer um diagnóstico sob as perspectivas pessoas e
processos de forma a identificar quais os fatores que mais contribuíram para o alcance dos
resultados da empresa, levando em consideração as particularidades inerentes à empresa.
Este questionário contempla um roteiro organizado em 05 dimensões além dos dados
categóricos que caracterizarão o perfil da amostra a ser analisada. Tais dimensões compõe os
atributos principais da pesquisa. Cada dimensão está desmembrada em afirmações que
caracterizarão as percepções pessoais sobre cada um dos tópicos. Para o sistema de pontuação
foi utilizada a escala de valores com o intervalo de zero (0) a quatro (4) devendo ser
assinalado de acordo com o nível de concordância com a afirmativa ao lado. O valor zero (0)
será aplicado caso a afirmativa não tenha sido aplicável para cada caso, portanto, será
desconsiderado para efeito de cálculo.
A consolidação das notas de cada Dimensão será tabulada com base na média
ponderada das notas apontadas o que permitirá uma visão global e sistêmica da forma como a
implementação do ITIL tenha ocorrido.
Cabe ressaltar o sigilo das informações obtidas e o uso restrito para fins acadêmicos.
As informações serão analisadas de forma agregada, não sendo divulgadas de forma
individualizada, ou seja, não será possível a identificação de nenhum participante da pesquisa.
Caso o participante manifeste interesse, fica assegurado o direito de receber os
resultados da pesquisa, após análise dos resultados, enviando-me um pedido por e-mail.
121
Módulo de Caracterização do Perfil do participante da Pesquisa
As questões de 01 a 06 se referem a sua identificação junto à Empresa:
1. Informe sua idade
2. Informe seu sexo
Feminino Masculino
3. Grau de Instrução
Segundo Grau
Nível Superior
Pós-Graduado
Mestrado
Doutorado
4. Tempo que atua na área de tecnologia da informação (em anos completos)
5. Tempo que atua na Dataprev (em anos completos)
6. Informe o Data Center de sua atuação
DCSP - Data Center São Paulo
DCRJ – Data Center Rio de Janeiro
DCDF – Data Center Brasília
122
As questões de 07 a 12 se referem aos seus conhecimentos e experiência em ITIL:
7. Possui alguma certificação em TI que não seja ITIL, se sim quantas
Sim Quantas
Não
8. Já trabalhou com alguma solução de melhores práticas que não tenha sido o ITIL
Sim
Não
9. Se a resposta ao item 8 foi sim, favor informar quais foram os métodos de gestão de TI que você utilizou em seu trabalho
10. Em relação ao ITIL
Possuía conhecimentos prévios sobre ITIL, antes de trabalhar na Dataprev
Conheceu ITIL na Dataprev
Trabalhou, anteriormente, em uma empresa que utilizava ITIL
Participou da implantação de ITIL em outra empresa que não a Dataprev
Desconhece ITIL
11. Certificação ITIL
Possui alguma certificação ITIL
Sim Não
12. Se a resposta do item 11 foi sim
Foi obtida pela Dataprev ?
Sim Não
123
Bloco de Questões – Perspectiva Pessoas Dimensão Treinamento ITIL
Este bloco de questões, perguntas de 13 a 17, objetiva levantar as condições e os resultados apurados no treinamento oferecido por ocasião daimplementação do ITIL na organização. Não trata de conteúdo e nem quanto ao tempo destinado ao treinamento, mas sua aplicabilidade.
Formulação do Quesito AtendeuPlenamente
AtendeuParcialmente
AtendeuInicialmente
NãoAtendeu
NãoAplicável
13O treinamento realizado sobre as disciplinas ITIL promovido pelaempresa
14Quanto ao incentivo do corpo gerencial na sua participação no processo de desenvolvimento das melhores práticas preconizadas pelo modelo ITIL
15
Os processos que envolveram as etapas de treinamento foram projetados para propiciar o desenvolvimento adequado nas estruturas das disciplinas ITIL, tais como: conteúdo, tempo de treinamento, local do treinamento e acompanhamento do aprendizado
16Foram criados processos paralelos de disseminação dos conceitos e práticas das disciplinas ITIL que pudessem ser acessados de forma rápida e fácil pelo corpo técnico dos empregados
17 Quanto à aplicabilidade imediata, o processo de aprendizagem
124
Bloco de Questões – Perspectiva Pessoas Dimensão Gestão do Conhecimento
Este bloco de questões, perguntas de 18 a 22, objetiva levantar o posicionamento do corpo de empregados quanto ao processo de gestão do conhecimento, sua participação no processo e os mecanismos para aferir e validar o processo na organização.
Formulação do Quesito AtendeuPlenamente
AtendeuParcialmente
AtendeuInicialmente
NãoAtendeu
NãoAplicável
18Houve uma valorização do conhecimento e da experiência dos integrantes do corpo funcional que visava preservar e ampliar os conhecimentos voltados para as disciplinas de ITIL
19Existiram métodos ou instrumentos que promove-se a inclusão dos conhecimentos individuais no conhecimento corporativo para as disciplinas do ITIL
20Foram utilizados mecanismos na disseminação e compartilhamento do conhecimento entre os empregados atuantes no processo de implementação do ITIL
21
Os processos de trabalho foram projetados para realizar a gestão do conhecimento organizacional, tais como: estrutura interna de gestão do conhecimento; equipes de melhoria na disseminação da cultura específica para esta atividade de implementação
22Foi criada uma lista de registro de lições aprendidas que puderam ser acessados de forma rápida e fácil pelo corpo técnico dos empregados
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Bloco de Questões – Perspectiva Pessoas Dimensão Processos de Trabalho
Este bloco de questões, perguntas de 23 a 27, trata dos processos de trabalho antes e durante o processo de implementação das melhores práticas preconizadas pelo modelo ITIL, mensurando sua aplicabilidade x capacidade x estrutura
Formulação do Quesito AtendeuPlenamente
AtendeuParcialmente
AtendeuInicialmente
NãoAtendeu
NãoAplicável
23Os processos de trabalho foram projetados de forma adequada ao exercício das competências. Processos de trabalho = (força de trabalho; requisitos de capacidade, conhecimento, capacitação)
24Os métodos e critérios utilizados para idealizar e estruturar os processos de trabalho respeitaram as características de atividades ou funções exercidas, as competências dos cargos e das carreiras.
25
Na modelagem e na estruturação dos processos de trabalho foram adotados modelos de estrutura organizacional e práticas de organização do trabalho que contribuíram com a geração de conhecimento e de valor
26
Foram adotados mecanismos para integrar pessoas recém-admitidas na empresa e/ou pessoas remanejadas, como o objetivo de prepará-las para o exercício e desempenho no processo de implementação do ITIL
27Foram disponibilizados canais de comunicação e negociação empregados / empresa, com vistas a garantir a alta qualidade dos serviços prestados
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Bloco de Questões – Perspectiva Pessoas Dimensão Desenvolvimento Profissional
Este bloco de questões, perguntas de 28 a 33, se destina a mensurar os processos estratégicos de capacitação de forma a manter monitorados o conteúdo, participação e aplicabilidade. Identifica a criação de um plano de Capacitação periódico e sua efetiva realização.
Formulação do Quesito AtendeuPlenamente
AtendeuParcialmente
AtendeuInicialmente
NãoAtendeu
NãoAplicável
28Foram identificadas previamente as necessidades de capacitação,treinamento e de desenvolvimento profissional dos empregados para a implementação do ITIL
29A identificação das necessidades de capacitação considerou as competências requeridas para os processos e para a implementação das disciplinas do ITIL
30Foi elaborado algum Plano de Capacitação e Treinamento com base nas necessidades identificadas e devidamente divulgado
31A qualidade e a eficácia dos programas de capacitação foram monitoradas e avaliadas por meio de indicadores definidos previamente
32A competência profissional dos empregados foi avaliada com base nas competências requeridas para a execução dos processos de implementação do ITIL
33Existiram incentivos de reconhecimento funcional ou financeiro para o alcance das metas pactuadas
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Bloco de Questões – Perspectiva Processos – Dimensão Processos Operacionais Finalísticos
Este bloco de questões, perguntas de 34 a 38, tem como objetivo identificar em um dos pilares estudados – processos operacionais– a preparação para a implementação do ITIL através de técnicas de mapeamento e modelagem
Formulação do Quesito AtendeuPlenamente
AtendeuParcialmente
AtendeuInicialmente
NãoAtendeu
NãoAplicável
34
Os processos operacionais – finalísticos foram modelados a partir da estratégia organizacional, de maneira a permitir o cumprimento de sua finalidade respeitando as competências legais da organização
35A modelagem de cada processo operacional – finalístico foi realizada com base nas demandas do público-alvo, nas partes interessadas e na estratégia da organização
36Na modelagem de processos operacionais – finalísticos e processos de apoio foi assegurada a inter-relação sendo evitada aocorrência de lacunas e sobreposições
37
Os processos operacionais – finalísticos foram analisados e melhorados, de maneira a mitigar sua variabilidade, aumentando sua confiabilidade e ampliando sua capacidade de gerar resultados com qualidade
38Foram identificadas e introduzidas boas práticas de governança relacionados aos processos operacionais – finalísticos de empresas de referência, de dentro e de fora do âmbito público
128
Bloco de Questões – Perspectiva Processos – Dimensão Processos Operacionais Intermediários
Este bloco de questões, perguntas de 39 a 43, tem como objetivo identificar em um dos pilares estudados – processos intermediários/apoio – apreparação para a implementação do ITIL através de técnicas de mapeamento e modelagem
Formulação do Quesito AtendeuPlenamente
AtendeuParcialmente
AtendeuInicialmente
NãoAtendeu
NãoAplicável
39Os principais processos intermediários que suportam os processos operacionais finalísticos foram modelados apropriadamente e não apresentaram lacunas ou superposições
40As áreas funcionais intermediárias foram alinhadas às demandas das operacionais e pautadas na mesma estratégia de implementação
41Na modelagem de processos operacionais finalísticos e processos de apoio foi assegurada a inter-relação sendo evitada aocorrência de lacunas e sobreposições
42Os processos intermediários foram acompanhados e monitoradoscom base em indicadores
43Os processos intermediários foram melhorados com o propósito de reduzir conflitos e aumentar a capacidade de gerar resultados com a qualidade esperada
129
Bloco de Questões – Perspectiva Processos – Dimensão Processos Operacionais de Gestão
Este bloco de questões, perguntas de 44 a 48, tem como objetivo identificar em um dos pilares estudados – processos de gestão – a preparação para a implementação do ITIL através de diagnóstico para realinhamento e otimização
Formulação do Quesito AtendeuPlenamente
AtendeuParcialmente
AtendeuInicialmente
NãoAtendeu
NãoAplicável
44Foram identificados, diagnosticados e priorizados os processos operacionais com base nos seus impactos para a execução da estratégia da empresa
45
Os processos que possuíram grande impacto para a estratégia abaixo da expectativa foram objeto de realinhamento e otimização tendo como propósito garantir a realização de melhorias
46
Foi criada uma estrutura interna de acompanhamento e controle dos processos para a promoção e implementação de melhorias contínuas na gestão dos processos operacionais baseados nas disciplinas ITIL
47Foram efetuadas avaliações periódicas, procurando diagnosticar os resultados da implementação das disciplinas ITIL e seu grau de flexibilidade
48
Existiram iniciativas de realinhamento e otimização dos processos após a implementação das melhores práticas das disciplinas ITIL de forma eliminar: redundâncias, sobreposições e excessos
130
Etapas da Dinâmica em Grupo
1ª Etapa - Apresentação Geral
. Apresentação dos Objetivos da Pesquisa e o Papel do Facilitador no Processo da Dinâmica
. Apresentações Pessoais de cada Participante
2ª Etapa - Aplicação Individual dos Questionários
. Aplicação Pergunta 1
. Aplicação Pergunta 2
3ª Etapa – Discussão em Grupo
O objetivo desta etapa da pesquisa é promover a discussão interna no grupo quanto a
aplicabilidade dos processos das melhores práticas preconizadas pelo modelo ITIL
implementados na empresa de forma a validar a importância relativa de cada processo. Após o
preenchimento individual por cada participante, teremos uma etapa seguinte para discutirmos
e validarmos as respostas do grupo de forma consolidada.
132
Pergunta nº 1
Dos 28 processos constantes no gerenciamento de serviços ITIL descritos abaixo selecione os que você considera maisrelevantes para aplicação na Dataprev
Gerenciamento de portfólio
Estratégia de Serviço Gerenciamento Financeiro
Processo de Demanda
Gerenciamento de níveis de serviço
Gerenciamento de Catálogo de Serviços
Gerenciamento de Fornecedor
Desenho de Serviço Gerenciamento de Capacidade
Gerenciamento de Disponibilidade
Gerenciamento de Continuidade do Serviço de TI
Gerenciamento de Segurança da Informação
Planejamento e Suporte da Transição
Gerenciamento de Liberação e Implantação
Validação e Teste do Serviço
Transição de Serviço Avaliação
Gerenciamento de Mudança
Gerenciamento de Configuração e Ativos de Serviços
Gerenciamento do Conhecimento
Gerenciamento de Incidentes
Cumprimento de Requisição
Gerenciamento de Eventos
Gerenciamento de Acesso
Operação de Serviço Gerenciamento de Problemas
Service Desk
Gerenciamento Técnico
Gerenciamento de Aplicação
Operação de TI
Melhoria de serviço Continuada Relatório de Serviços
Medição de Serviço
133
Pergunta nº 2
Dos 28 processos constantes no gerenciamento de serviços ITIL descritos abaixo selecione os que você considera que aDataprev já praticava antes da implementação do ITIL
Gerenciamento de portfólio
Estratégia de Serviço Gerenciamento Financeiro
Processo de Demanda
Gerenciamento de níveis de serviço
Gerenciamento de Catálogo de Serviços
Gerenciamento de Fornecedor
Desenho de Serviço Gerenciamento de Capacidade
Gerenciamento de Disponibilidade
Gerenciamento de Continuidade do Serviço de TI
Gerenciamento de Segurança da Informação
Planejamento e Suporte da Transição
Gerenciamento de Liberação e Implantação
Validação e Teste do Serviço
Transição de Serviço Avaliação
Gerenciamento de Mudança
Gerenciamento de Configuração e Ativos de Serviços
Gerenciamento do Conhecimento
Gerenciamento de Incidentes
Cumprimento de Requisição
Gerenciamento de Eventos
Gerenciamento de Acesso
Operação de Serviço Gerenciamento de Problemas
Service Desk
Gerenciamento Técnico
Gerenciamento de Aplicação
Operação de TI
Melhoria de serviço Continuada Relatório de Serviços
Medição de Serviço
134
Pergunta nº 1
Dos 28 processos constantes no gerenciamento de serviços ITIL descritos abaixo selecione os que você considera maisrelevantes para aplicação na Dataprev
DadosApontados
FrequênciaAbsoluta
FrequênciaRelativa
Gerenciamento de portfólio 63% 5 2,73%
Estratégia de Serviço Gerenciamento Financeiro 63% 5 2,73%
Processo de Demanda 63% 5 2,73%
Gerenciamento de níveis de serviço 100% 8 4,37%
Gerenciamento de Catálogo de Serviços 75% 6 3,27%
Gerenciamento de Fornecedor 63% 5 2,73%
Desenho de Serviço Gerenciamento de Capacidade 100% 8 4,37%
Gerenciamento de Disponibilidade 88% 7 3,82%
Gerenciamento de Continuidade do Serviço de TI 75% 6 3,27%
Gerenciamento de Segurança da Informação 100% 8 4,37%
Planejamento e Suporte da Transição 88% 7 3,82%
Gerenciamento de Liberação e Implantação 63% 5 2,73%
Validação e Teste do Serviço 63% 5 2,73%
Transição de Serviço Avaliação 75% 6 3,27%
Gerenciamento de Mudança 100% 8 4,37%
Gerenciamento de Configuração e Ativos de Serviços 100% 8 4,37%
Gerenciamento do Conhecimento 75% 6 3,27%
Gerenciamento de Incidentes 100% 8 4,37%
Cumprimento de Requisição 100% 8 4,37%
Gerenciamento de Eventos 75% 6 3,27%
Gerenciamento de Acesso 75% 6 3,27%
Operação de Serviço Gerenciamento de Problemas 100% 8 4,37%
Service Desk 100% 8 4,37%
Gerenciamento Técnico 63% 5 2,73%
Gerenciamento de Aplicação 75% 6 3,27%
Operação de TI 100% 8 4,37%
Melhoria de serviço Continuada Relatório de Serviços 75% 6 3,27%
Medição de Serviço 75% 6 3,27%
136
Pergunta nº 2
Dos 28 processos constantes no gerenciamento de serviços ITIL descritos abaixo selecione os que você considera que aDataprev já praticava antes da implementação do ITIL
DadosApontados
FrequênciaAbsoluta
FrequênciaRelativa
Gerenciamento de portfólio 38% 3 2,80%
Estratégia de Serviço Gerenciamento Financeiro 68% 5 4,67%
Processo de Demanda 50% 4 3,73%
Gerenciamento de níveis de serviço 75% 6 5,60%
Gerenciamento de Catálogo de Serviços- 0 0,00%
Gerenciamento de Fornecedor - 0 0,00%
Desenho de Serviço Gerenciamento de Capacidade 100% 8 7,47%
Gerenciamento de Disponibilidade 75% 6 5,60%
Gerenciamento de Continuidade do Serviço de TI 75% 6 5,60%
Gerenciamento de Segurança da Informação 50% 4 3,73%
Planejamento e Suporte da Transição 68% 5 4,67%
Gerenciamento de Liberação e Implantação 38% 3 2,80%
Validação e Teste do Serviço 50% 4 3,73%
Transição de Serviço Avaliação 25% 2 1,87%
Gerenciamento de Mudança- 0 0,00%
Gerenciamento de Configuração e Ativos de Serviços 68% 5 4,67%
Gerenciamento do Conhecimento 68% 5 4,67%
Gerenciamento de Incidentes 25% 2 1,87%
Cumprimento de Requisição 50% 4 3,73%
Gerenciamento de Eventos 68% 5 4,67%
Gerenciamento de Acesso- 0 0,00%
Operação de Serviço Gerenciamento de Problemas 38% 3 2,80%
Service Desk 100% 8 7,47%
Gerenciamento Técnico- 0 0,00%
Gerenciamento de Aplicação- 0 0,00%
Operação de TI 100% 8 7,47%
Melhoria de serviço Continuada Relatório de Serviços 75% 6 5,60%
Medição de Serviço 68% 5 4,67%
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