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FACULDADE SUDOESTE PAULISTA
INSTITUIÇÃO CHADDAD DE ENSINO S/C LTDA.
BIOMEDICINA
DANIELE BLUM DA SILVA
EFEITOS DO NONILFENOL NO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
ITAPETININGA-SP 2017
DANIELE BLUM DA SILVA
EFEITOS DO NONILFENOL NO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade Sudoeste Paulista-FSP- ao curso de graduação em Biomedicina como requesito parcial para obtenção do título de Bacharel em Biomedicina.
Orientador Prof. Lígia Maria Micai Gomide
ITAPETININGA-SP
2017
Silva, Daniele Blum Efeitos do nonilfenol no sistema reprodutor masculino / Daniele Blum da Silva - Itapetininga-SP, 2017, 43 p. Trabalho de conclusão de curso - FSP - Faculdade Sudoeste Paulista – Curso de Biomedicina. Orientadora: Prof.ª Ms. Lígia Maria Micai Gomide 1. Desreguladores endócrinos 2. Infertilidade Masculina 3. Nonilfenol 4. Células de Sertoli.
DANIELE BLUM DA SILVA
EFEITOS DO NONILFENOL NO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade Sudoeste Paulista de
Itapetininga – FSP – ao curso de graduação em Biomedicina como requisito parcial
para obtenção do título de bacharel.
ORIENTADOR: _______________________________________
Prof. Ma. Lígia Maria Micai Gomide
BANCA EXAMINADORA
______________________________
Prof. Ma. Lígia Maria Micai Gomide
______________________________
Prof. Dra. Vanessa Kitizo Ventureli
______________________________
Prof. Dr. Thiago de Souza Candido
Itapetininga, 6 de dezembro de 2017.
Dedico este trabalho a uma das pessoas mais importantes da minha vida, minha mãe, que sacrificou toda sua vida para que hoje eu pudesse estar aqui, não medindo esforços para me ajudar, me apoiar, me dar forças no momento em que eu pensei em desistir, meu pai que sempre me deu apoio quando precisei, que sempre esteve ao meu lado, fazendo o possível e o impossível para me ajudar Não posso deixar de mencionar meu esposo que em todo o processo da graduação esteve presente me apoiando, entendendo minha correria, eles merecem todo o mérito de eu chegar onde cheguei, nunca serei capaz de agradece-los da maneira que merecem, eu os amo demais!
AGRADECIMENTOS
Agradeço muito a minha orientadora Lígia pela paciência, compreensão por
estar sempre disponível em tudo que eu precisei. Agradeço também as minhas
companheiras de jornada, Adriana Furquim, Flávia Porto e Vannesa Tomikura, que
foram grandes amigas durante toda graduação, sempre me ajudando, ouvindo,
dando forças para que eu pudesse chegar até aqui, Obrigada!!
Quero novamente voltar a mencioná-los, minha mãe a “Dona Edna” que eu
amo demais, meu esposo Joni Blum, obrigada por toda a força que me deram, a
compreensão por muitas vezes eu não estar disponível e sempre entenderem, eu
amo muito vocês!
Não posso deixar de agradecer aos meus filhos, Maria Eduarda e Kevin Blum,
obrigada meus amores, AMO DEMAIS!!!
“É quase como se tivéssemos feito involuntariamente um pacto com o diabo, como se alguém dissesse, bem vocês como sociedade terão pouco mais de câncer de mama, de câncer testicular e poderão até perder a sua capacidade de se reproduzir, mas este é o preço cobrado por todos os luxos da vida moderna, querendo ter carros rápidos, plásticos e outras vantagens precisarão tolerar um pouco mais essas doenças” Devra Lee Davis.
SILVA, Daniele B. Efeitos do nonilfenol no sistema reprodutor masculino. 2017.43 f. Monografia (Graduação) – Faculdade Sudoeste Paulista, Itapetininga, 2017.
RESUMO Nas últimas décadas, vem crescendo a preocupação com contaminantes ambientais presentes em nosso dia a dia que podem de alguma forma perturbar o sistema endócrino. Uma dessas preocupações gira em torno do sistema reprodutor masculino em relação aos estrogênios sintéticos, como os alquilfenóis, que são degradados em estrogênios sintéticos, como os nonilfenóis. Os nonilfenóis são desreguladores endócrinos que pertencem a um grupo muito importante de tensoativos, que são muito utilizados como componentes de cuidados pessoais, como detergentes, tintas, produtos de limpeza, cosméticos, corantes capilares, espermicidas intravaginais, formulação de pesticidas e muitos outros produtos sintéticos, além também de serem encontrados no cloreto de polivinila (PVC), que contamina a água que passa através de canos de PVC. A exposição ao nonilfenol (NP) causou danos a espermatogênese e gerou efeitos citotóxicos em espermatozoides que estão no epidídimo. O nonilfenol foi capaz de interromper o equilíbrio prooxidante e antioxidante, levando ao estresse oxidativo, perturbando a homeostase do cálcio, induzindo as células de Sertoli à apoptose. Uma vez que o NP é encontrado em diversos componentes de uso pessoal e nos canos de PVC, o que torna a exposição a esse composto constante, e, sabendo-se que ele provoca danos ao sistema reprodutor masculino. O objetivo desse trabalho é demostrar por meio de revisão de literatura, o poder desse estrogênio sintético sobre o sistema reprodutor masculino, especificamente sobre as células de Sertoli e sobre a qualidade do esperma. Os dados obtidos durante essa revisão mostram que o nonilfenol apresenta um efeito negativo sobre a fertilidade masculina, alterando as funções endócrinas do organismo, agindo por diferentes mecanismos, levando a apoptose as células de Sertoli, que possuem uma função primordial na espermatogênese. Dada à importância do assunto o presente estudo poderá fornecer informações relevantes para que se conheça os efeitos que o nonilfenol pode causar sobre o sistema reprodutor masculino, incentivando estudos que girem em torno de encontrar maneiras de diminuir a exposição a desreguladores endócrinos ambientais. Palavras-chaves: Desreguladores endócrinos. Infertilidade Masculina. Nonilfenol. Células de Sertoli.
SILVA, Daniele B. Efects of nonylphenol on the male reproductive system. 2017.43 f. Monograph (Graduation) – Faculdade Sudoeste Paulista, Itapetininga, 2017.
ABSTRACT In recent decades, there has been growing concern about environmental contaminants present in our daily lives that may in some way disrupt the endocrine system. One such concern revolves around the male reproductive system in relation to synthetic estrogens, such as alkylphenols, which are degraded into synthetic estrogens, such as nonylphenols. Nonylphenols are endocrine disrupters belonging to a very important group of surfactants, which are widely used as personal care components such as detergents, paints, cleaning products, cosmetics, hair colorants, intravaginal spermicides, pesticide formulation and many other synthetic products, as well as being found in polyvinyl chloride (PVC), which contaminates water passing through PVC pipes. Exposure to nonylphenol (NP) caused spermatogenesis damage and generated cytotoxic effects on spermatozoa that are in the epididymis. Nonylphenol was able to disrupt prooxidant and antioxidant balance, leading to oxidative stress, disrupting calcium homeostasis, inducing Sertoli cells to apoptosis. Since NP is found in several components for personal use and in PVC pipes, which makes exposure to this compound constant, and, knowing that it causes damage to the male reproductive system, the objective of this work was to demonstrate by medium of literature review, the power of this synthetic estrogen on the male reproductive system, specifically on the Sertoli cells and on sperm quality. The data obtained during this review show that nonylphenol has a negative effect on male fertility, altering the endocrine functions of the organism, acting through different mechanisms, leading to apoptosis Sertoli cells, which have a primordial function in spermatogenesis. Given the importance of the subject the present study may provide relevant information to make known the effects that nonylphenol can cause on the male reproductive system, encouraging studies that revolve around finding ways to reduce exposure to environmental endocrine disrupters. Key-words: Endocrine disrupters. Male Infertility. Nonylphenol. Sertoli cells.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Diagrama da histologia do escroto e testículo. ........................................ 16
Figura 2 – Estrutura do testículo.............................................................................. 17
Figura 3 - Sistema reprodutor masculino ................................................................. 18
Figura 4 - Túbulo Seminífero ................................................................................... 20
Figura 5 - Células de Leydig .................................................................................... 21
Figura 6 - Tipos de espermatogônias ...................................................................... 22
Figura 7 - Etapas da espermatogênese................................................................... 23
Figura 8 - Estágios da espermatogênese ................................................................. 23
Figura 9 - Maturação dos espermatozoides ............................................................ 24
Figura 10 - Células de Sertoli e barreira hematotesticular ....................................... 26
Figura 11 - Estrutura de alquilfenóis ........................................................................ 28
Figura 12 - Efeito na LDH plasmática (A) e na testosterona (B) em ratos adultos
expostos ao nonilfenol. ............................................................................................ 30
Figura 13 - Níveis de ROS expressos como intensidade de fluorescência DCF em
células de Sertoli após exposição ao NP. As células expostas a diferentes
concentrações de NP por 2 h foram marcadas com DCFH-DA ................................ 31
Figura 14 - Declínio induzido por NP do potencial da membrana mitocondrial.
Potencial de membrana mitocondrial (indicado pela intensidade de fluorescência de
Rh123) de células de Sertoli após a incubação em várias concentrações de NP por
12 h (A) e 24 h (B).................................................................................................... 31
Figura 15 - Efeito do NP na peroxidação lipídica de células de Sertoli. Os valores
representam o conteúdo de MDA, produto da peroxidação lipídica em cada grupo
tratado com NP, que foram expressos sob a forma de porcentagem de controle. .... 32
Figura 16 - Alterações no potencial de membrana induzidas por NP. Células de
Sertoli expostas a diferentes quantidades de NP (0, 0,1, 1, 10, 20 e 30 µM) durante
1, 3, 6, 12 e 24 h foram carregadas com DiBAC4 (3) e a fluorescência relativa que
representa o potencial de membrana ....................................................................... 33
Figura 17 - Alterações induzidas pelo NP na dinâmica da membrana. Após o
tratamento com diferentes concentrações de NP por 24 h foram observadas
alterações na fluidez da membrana (A) e na microviscosidade (B) das células de
Sertoli....................................................................................................................... 34
Figura 18 - Detecção da apoptose em células de Sertoli. Após a exposição a
concentrações graduadas de NP por 24 h, (A) tramas de citometria de fluxo. (B)
resultado da análise de citometria de fluxo. ............................................................. 35
Figura 19 - Alterações morfológicas das células TM4 após o tratamento NP. Após a
exposição a 0, 5, 10 e 20 µgml-1 NP durante 4 e 24 h, as células TM4 foram
observadas sob um microscópio de contraste de fase. ............................................ 36
Figura 20 - Motilidade dos espermatozóides bovinos (MOT;%) expostos ao NP
dissolvido em 0,1% de DMSO a 0(a), 2(b), 4(c) e 6h(d). .......................................... 38
LISTA DE SIGLAS
AFM – Microscopia de Força Atômica
CG-MS – Cromatografia de Massa Acoplada
DCFH-DA – Diclorohidrifluoresceína
ER – Receptor Estrogênico
FSH – Hormônio Folículo Estimulante
LDH – Lactato Desidrogenase
LH – Hormônio Luteinizante
NP – Nonilfenol
RH123 – Rodamine 123
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 16
2.1 Histologia e anatomia do sistema reprodutor masculino. .......................................... 16
2.2 Epitélio seminífero ........................................................................................................... 19
2.3 Estágios da espermatogênese ....................................................................................... 21
2.4 As células de Sertoli ........................................................................................................ 24
2.5 Desreguladores endócrinos ............................................................................................ 26
2.6 Nonilfenol .......................................................................................................................... 27
3 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 39
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 40
13
1 INTRODUÇÃO
A infertilidade atinge o mundo todo de maneira crescente; cerca de 15% dos
casais em idade reprodutiva tem dificuldade em ter filhos e em torno da metade
destes apresentam um ou vários fatores ligados à infertilidade masculina ou
subfertilidade. Dentre esses fatores, podem ser apontados interações genéticas,
epigenéticas, bioquímicas, fisiológicas e do próprio paciente. A infertilidade é
definida pela incapacidade de conceber após um ano de tentativas sem qualquer
controle de natalidade. A infertilidade masculina, especificamente, é um distúrbio
multifatorial e poligênico, em que fatores genéticos, epigenéticos e ambientais, como
a exposição a desreguladores endócrinos, podem estar envolvidos (Bonet & Mach,
2015).
Os desreguladores endócrinos são poluentes ambientais que interferem nas
funções do sistema endócrino. A exposição aos desreguladores endócrinos durante
o período fetal e neonatal, é capaz de atingir o desenvolvimento do órgão reprodutor
masculino, e na vida adulta pode interferir na produção de hormônios reprodutivos e
na qualidade do sêmen (Bliatka et al., 2017). Há estudos que mostram que a
exposição durante o período pré-natal e perinatal a desreguladores endócrinos,
como o bisfenol A, ftalatos e alquilfenóis provocam anomalias no desenvolvimento
geniturinário, epidídimos com pesos diminuídos, próstata com peso aumentado,
diminuição na produção diária de espermatozoides, criptorquidismo, distância
anogenital mais curta e testículos e pênis com tamanhos reduzidos. Essa exposição
no período neonatal pode levar a anormalidades na motilidade e morfologia dos
espermatozoides, assim como no grânulo acrossomal e no núcleo das espermátides
mais maduras e espermatozoides, além de perda do epitélio seminífero (Foster,
2006; Talsness et al., 2000).
A quantidade de espermatozoides produzidos diariamente está intimamente
ligada ao número de células de Sertoli nos testículos, explicando a enorme diferença
na contagem de esperma entre os homens. A proliferação das células de Sertoli
ocorre durante a infância e é regulada por vários hormônios como, o hormônio
folículo estimulante (FSH), hormônios tiroidianos de crescimento e ainda
provavelmente por estrogênios. Sendo assim, quando qualquer um desses
hormônios forem afetados, em fetos, neonatos ou indivíduos peri-puberes, ocorrerá
uma alteração na contagem de espermatozoides e no tamanho testicular na idade
14
adulta, pois as células de Sertoli em proliferação serão afetadas (Sharpe & Franks,
2001).
A presença dos hormônios estrogênios sintéticos no meio ambiente, como o
nonilfenol (NP), se torna cada vez mais preocupante devido, principalmente, às
disfunções causadas sobre o sistema reprodutor masculino. Dentre os danos
observados pela exposição ao NP, destacam-se os danos a espermatogênese e
efeitos citóxicos em espermatozoides que estão no epidídmimo e as alterações no
equilíbrio prooxidante e antioxidante, levando ao estresse oxidativo, perturbando a
homeostase do cálcio e induzindo as células de Sertoli à apoptose (Aly, 2012).
A presença de desreguladores endócrinos no ambiente, como o nonilfenol,
que se encaixa dentro do grupo de hormônios estrogênios sintéticos, tem ganhado
um grande destaque, por conta do risco a saúde reprodutiva, principalmente em
homens. Ao longo do tempo foram e ainda estão sendo realizadas diversas
pesquisas, com o intuito de demonstrar os efeitos sobre o sistema reprodutor. Em
vista dessa problemática, o presente trabalho teve por objetivo avaliar o efeito do
desregulador endócrino nonilfenol sobre o sistema reprodutor masculino,
especificamente sobre as células de Sertoli, contribuindo para o melhor
entendimento do que esse composto é capaz de provocar no sistema reprodutor
masculino.
Para a realização desse trabalho, foi feita revisão bibliográfica utilizando livros
e artigos científicos obtidos de diversos bancos de dados como Scielo, PubMed e
NCBI, consultados a partir das seguintes palavras-chave: desreguladores
endócrinos; infertilidade masculina; nonilfenol; células de Sertoli.
O capítulo introdução foi direcionado a envolver o leitor dentro da temática do
trabalho, fornecendo uma prévia sobre o que é infertilidade, quais fatores podem
interferir na fertilidade, uma apresentação aos desreguladores endócrinos, citando o
nonilfenol, desregulador endócrino de interesse, e quais seus principais efeitos sobre
o sistema reprodutor masculino.
No capítulo que corresponde a fundamentação teórica, comentou-se sobre a
histologia e anatomia do sistema reprodutor masculino, abordando principalmente
elementos do epitélio seminífero, com destaque às células de Sertoli. Ainda, foram
descritas as fases da espermatogênese, para melhor compreensão do dano
provocado pelos desreguladores endócrinos. Em seguida, foi criado um tópico
especial para os desreguladores endócrinos, com o intuito de apresentar os
15
principais representantes desse grupo e ainda relatar quais os danos que causam
aos animais e seres humanos, introduzindo o nonilfenol como um representante. E,
por fim, no tópico nonilfenol, foi abordada a estrutura da molécula e a que classe
pertence, onde ela pode ser encontrada e quais os danos ao sistema reprodutor
masculino, com enfoque aos danos observados em células de Sertoli.
O último capítulo, trata-se da conclusão a respeito de toda pesquisa.
16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Histologia e anatomia do sistema reprodutor masculino.
O sistema reprodutor masculino é constituído por vários órgãos e pode ser
divido em algumas partes funcionais. Os testículos são órgãos que possuem um
formato oval com aproximadamente 4 a 5 cm de altura por 2,5 a 3 cm de largura que
se encontram em uma bolsa escrotal. Cada testículo possui um envoltório
denominado túnica albugínea, que é formado por uma cápsula constituída de tecido
conjuntivo denso, em sua parte posterior contém um espessamento chamado
mediastino ou corpo de Highmore, de onde se originam septos conjuntivos radiais,
que compartimentam o interior do testículo em torno de 250 lóbulos em uma forma
cônica. Por conta de os septos interlobulares serem incompletos, os lóbulos
contíguos comunicam-se entre si. Nas laterais e a na parte anterior dos testículos
existe uma bolsa achatada que é denominada túnica vaginal, no período de
desenvolvimento embrionário, a túnica apresenta-se como um prolongamento
digitiforme (em forma de dedo) vindo da cavidade peritoneal, separando-se logo
após o final da descida dos testículos, possibilitando ao testículo uma certa
mobilidade dentro da bolsa escrotal (Figura 1) (Hib, 2003).
Figura 1 - Diagrama da histologia do escroto e testículo.
Fonte: VERMA, 2003, p. 353
17
O interior de cada lóbulo é composto de um a três túbulos seminíferos, essas
estruturas produzem os espermatozoides e medem em torno de 150 a 200µm de
diâmetro e 30 a 70 cm de comprimento, toda sua extensão contando dos dois
testículos mede por volta de 300 a 500 metros. Os túbulos seminíferos apresentam
formato de forquilha, mesmo extenso por conta de seu diâmetro e pelo fato de estar
extremamente contorcido, cabem dentro dos lóbulos. Os túbulos seminíferos são
separados por tecido conjuntivo especial e logo após a puberdade, a parede do
túbulo seminífero se torna espessa e complexa, passando a ter o nome de epitélio
seminífero (Kerr, 2000).
Todos os túbulos seminíferos são formados por epitélio seminífero, por
membrana basal e por células mióides peritubulares, que envolvem o túbulo (Piezzi,
2008). O epitélio seminífero é formado por dois tipos distintos de células: as células
germinativas e as células de Sertoli, que servem de sustentação ou apoio as células
germinativas e participam de sua nutrição. Ainda, há uma lâmina basal separando o
epitélio seminífero do tecido conjuntivo que o circunda. No vértice dos lóbulos, as
duas extremidades do mediastino tornam-se retas, levando o nome de túbulos retos
que se infiltram no mediastino e caem em uma rede de pequenos canalículos
denominada rede testicular. Dessa rede testicular emergem 12 a 14 túbulos muito
finos chamados de dúctulos eferentes que convergem ao epidídimo (Figura 2)
(Stevens, 1995).
Figura 2 – Estrutura do testículo
18
Fonte: YOUNG et al., 2007, p. 347
Há ainda alguns segmentos da via secretora do testículo, que levam ao
epidídimo, são eles o ducto deferente, ducto ejaculatório e a uretra, que é o canal
terminal do sistema reprodutor masculino. A uretra é utilizada tanto para passagem
de esperma quanto para passagem de urina, é compartimentada em três porções
dependendo de local em que está passando: quando está na altura da próstata é
denominada uretra prostática, quando se encontra revestida pelo diafragma
urogenital, esse formado por esfíncter responsável por conter a urina, é chamado de
porção membranosa, e quando segue através do pênis é denominada porção
esponjosa (Lesson, 1980; Sobotta, 2003). Essas estruturas são responsáveis por
conduzir os espermatozoides para o sistema reprodutor feminino através da cópula.
O sistema reprodutor masculino possui também duas glândulas exócrinas,
que são um par de vesículas seminais e a próstata, sendo essa última uma glândula
única, encarregada de secretar líquido seminal que possui a função de nutrir os
espermatozoides e lubrificar o canal vaginal, além de contribuir para a chegada dos
espermatozoides até o útero e, por fim, o pênis, que é o órgão de cópula (Figura 3)
(Young, et al. 2007).
Figura 3 - Sistema reprodutor masculino
Fonte: FONSECA, 2010.
19
2.2 Epitélio seminífero
Os túbulos seminíferos são constituídos por um epitélio seminífero, que é
formado por uma série de estruturas e células especializadas. Esse epitélio é
constituído por células germinativas e células de Sertoli e é nele que ocorrem os
processos de espermatogênese e espermiogênese. As principais células
germinativas que constituem esse epitélio são as espermatogônias do tipo A, que
passarão por uma série de mitoses para produção de outras do tipo A e as
espermatogônias do tipo B (Gartner, 2003), que são células que que sofrerão
diferenciação e se transformarão em espermatócitos primários (Junqueira &
Carneiro, 2011). As espermatogônias estão localizadas na porção basal do epitélio
semnífero, já os espermatócitos estão na parte intermediária e as espermátides
encontram-se próximas a luz do do túbulo seminífero local onde se tornam
espermatozoides (Ross; Reith; Romrell, 1993).
Os espermatócitos são os produtos da maturção das espermatogônias do tipo
B (Sb), eles migram até o compartimento adluminal antes de iniciar a meiose. Os
espermatócitos primários (S1) são reconhecidos por ter um citoplasma grande e por
apresentar grandes núcleos que possuem concentrações ou filamentos de
cromatina. Nessas células, ocorre a primeira divisão meiótica, que pode levar em
torno de três semanas, após isso as células passam a se chamar espermatócitos
secundários. Os espamatócitos secundários sofrem uma divisão meiótica muito
rápida por isso são muito pouco visualizados, assim as células germinativas
produzidas da segunda divisão meiótica passam a ser chamadas de espermátides
(S3). Essas espermátides partem para o processo de espermiogênesse, dando
origem aos espermatozoides, no decorrer de todo esse processo o núcleos das
espermátides tornam-se pequenos e adquirem um formato pontiagudo
característico dos espermatozoides (S4) (Figura 4) (Young et al., 2007; Snell, 1985).
As células de Sertoli presentes no epitélio seminífero ficam apoiadas na
lâmina basal dos túbulos e são células alongadas, com encaixes onde se inserem as
células germinativas. Essas células possuem um papel primordial no
desenvolvimento dos espermatozoides (Brehm & Steger, 2005). Ao decorrer do
processo de desenvolvimento, as células germinativas são apoiadas e sustentadas
pelas células de Sertoli (St). Seus núcleos são normalmente encontrados próximos a
membrana basal do túbulo seminífero, apresentando um formato triangular ou de
forma ovoide, nucléolo proeminente e a cromatina apresenta-se de forma dispersa.
20
Há uma membrana basal que sustenta as células germinativas, essa membrana é
revestida por muitas camadas de miofibroblastos (M) e fibroblastos fusiformes
(Figura 4) (Gartner, 2007).
Figura 4 - Túbulo Seminífero
Fonte: YOUNG, et al., 2007, p. 349
As células de Leydig encontram-se no tecido intersticial, em meio aos túbulos
seminíferos, e são responsáveis por sintetizar e secretar hormônios sexuais
masculinos como a testosterona, androstediona e dehidroepiandrosterona (Figura 5)
(Junqueira & Carneiro, 2008).
21
Figura 5 - Células de Leydig
Fonte: YOUNG, et al., 2007. p.353.
2.3 Estágios da espermatogênese
A espermatogênese é um processo que ocorre de maneira sincronizada e
regulada a partir de uma espermatogônia que, através de divisões celulares e
diferenciações, torna-se uma célula haploide extremamente especializada, o
espermatozoide; esse processo todo ocorre nos túbulos seminíferos (França &
Russell, 1998).
Todo esse processo de diferenciação é formado de três tipos de células, as
espermatogônias, os espermatócitos e as espermátides. Em adultos, o processo da
espermatogênese ocorre o tempo todo, ele é divido em três importantes fases, a
fase mitótica, a fase meiótica e a espermiogênese. Cada célula é identificada por
sua morfologia característica e também pela bioquímica dos componentes do
citoplasma e do núcleo (Courot; Hochereau-Dereviers; Ortavant, 1970).
No primeiro estágio da espermatogênese, conhecida como fase mitótica ou
espermatogônica, existem três tipos de espermatogônias, as espermatogônias do
tipo A escuras, A claras e B. As espermatogônias do tipo A escuras são as células
mais indiferenciadas, denominadas células mãe, essas apresentam um núcleo
ovalado e grânulos de cromatina finos e possuem de um a dois nucléolos nas
proximidades da membrana nuclear, ela se divide através de mitoses, gerando as
espermatogônias A claras. As espermatogênias A claras essas possuem a
22
cromatina mais clara, reproduzem-se por muitas vezes, não realizando a citocinese,
assim formando cada vez mais células derivadas de espermatogônias do tipo A
claras ficando conectadas através de pontes de citoplasma. Esse processo ocorre
até que se termine a espermatogênese, depois de muitas mitoses as
espermatogônias do tipo A claras se diferenciam em espermatogônias do tipo B, que
são células maiores, com núcleo de forma esférica e grânulos espessos de
heterocromatina ao redor do nucléolo fixados a membrana nuclear (Figura 6) (Hib,
2003).
Figura 6 - Tipos de espermatogônias
Fonte: VERMA, 2001, p.355
A fase denominada espermatocítica inicia-se durante o período da puberdade,
os espermatócitos primários se dividem através da meiose dando origem a dois
espermatócitos secundários, sendo esta a primeira divisão meiótica, em seguida
dando origem a quatro espermátides, ainda sendo através da segunda divisão
meiótica (Gartner, 2003). Após isso, inicia-se a fase da espermiogênese que nada
mais é do que a transformação de espermátides em espermatozoides, nesse
processo as espermátides vão se diferenciando através de várias modificações em
sua morfologia até que se atinja o nível de maturação de espermatozoide, esse
processo de maturação envolve o desenvolvimento do acrossoma, a condensação
da cromatina e o alongamento do núcleo, além da formação da cauda do
espermatozoide (Figuras 7 e 8) (Ross, 1993).
23
Figura 7 - Etapas da espermatogênese
Fonte: HIB, 2003, p. 387
Figura 8 - Estágios da espermatogênese
Fonte. YOUNG, et al., 2007, p.349
Todo o processo de espermatogênese acontece com essas células migrando
entre as células de Sertoli em direção ao lúmen central dos túbulos seminíferos. As
células de Sertoli são grandes, com envoltório citoplasmático exuberante que
24
envolve as espermatogônias em desenvolvimento, durante todo o trajeto até o lúmen
do túbulo (Figura 9) (Guyton & Hall, 2011; Lüllmann-Rauch, 2006).
Figura 9 - Maturação dos espermatozoides
Fonte: JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2011, p. 416
2.4 As células de Sertoli
As células de Sertoli de mamíferos são diferentes em fetos e recém-nascidos
comparadas as células de Sertoli em adultos. Em recém-nascidos, as células de
Sertoli estão em maior número, comparadas as células de Sertoli em adultos. Os
processos citoplasmáticos das células de Sertoli são difíceis de visualizar e são
encontradas junções gap em todo desenvolvimento. Seu número diminui desde o
nascimento até a idade adulta em ratos. Nos seres humanos, a célula de Sertoli
ocupa 38% do epitélio seminífero e sua proliferação é controlada por gonadotrofinas.
As células de Sertoli são mitoticamente ativas somente nos testículos sexualmente
imaturos e seu número permanece estável a maior parte da vida adulta dos
mamíferos, ou seja, em adultos as células de Sertoli não se proliferam (Jégou, 1992;
Cormack, 2008).
Ratos expostos ao hormônio folículo estimulante (FSH) apresentaram um
aumento no número de células de Sertoli. O hormônio FSH é capaz de estimular a
síntese de DNA de células de Sertoli em cultura (Jégou, 1992). As células de Sertoli
são conhecidas por terem uma função secretora muito importante, isto inclui a
produção do fluido dos túbulos seminíferos, proteínas, de alguns peptídeos e de
25
esteroides. A secreção de líquido tubular seminífero é uma função essencial de
células de Sertoli. Os papéis presumidos deste fluido são a nutrição de células
germinativas e dos espermatozoides liberados, e do transporte de substâncias
químicas basais para a porção apical do epitélio seminífero. Essas substâncias
podem estar envolvidas nas comunicações célula-célula entre células de Sertoli e
células germinativas e entre uma geração de células germinativas para outra,
através de espaços intracelulares e na liberação para dentro do lúmen dos túbulos
seminíferos (Oliveira; Alves, 2015).
A partir da citoarquitetura das células de Sertoli e da natureza de seus
produtos, pode-se deduzir que influenciam de forma crucial as células germinativas,
estrutural e nutricionalmente (isto é, através da formação da barreira
hematotesticular, produção de fluido tubular, e fornecimento de substratos
energéticos); controlando a progressão da diferenciação células germinativas em
direção ao lúmen do túbulo e, provavelmente, liberação de esperma; de transdução
de sinais extra tubulares (isto é, FSH, testosterona); e controlando pelo menos em
parte as suas divisões (isto é, através de fatores de crescimento). A célula de Sertoli
ocupa uma posição muito estratégica no cruzamento de todos os sistemas
reguladores endócrinos e parácrinos da espermatogênese (Oliveira; Alves, 2015).
As células de Sertoli são responsáveis por secretar fatores que regulam a
espermatogênese, espermiogênese, a função de células de Leydig e a função de
células peritubulares. Outra substância secretada por ela é a inibina, responsável
por regular a produção dos hormônios. As células de Sertoli também funcionam
como células fagocíticas, fagocitando os corpos residuais que são descartados pelas
espermátides (Young, et al., 2007).
As células de Sertoli são conectadas umas às outras por junções de oclusão
contínuas, formando a chamada barreira hematotesticular, que separa os túbulos
seminíferos em dois compartimentos: compartimento basal e compartimento
adluminal (Figura 10). No compartimento basal é possível observar apenas as
espermatogônias e no compartimento adluminal são observadas células
germinativas nos estágios restantes da espermatogênese (espermatócitos,
espermátides e espermatozoides). Grande parte das moléculas maiores não tem a
capacidade de atravessar essa barreira e passar do compartimento basal ao
adluminal e vice-versa, essa barreira auxilia protege as células germinativas que
26
estão em diferenciação de drogas, substâncias químicas consideradas tóxicas e de
agente mutagênicos (Young, et al., 2007; Cormack, 2008).
Figura 10 - Células de Sertoli e barreira hematotesticular
Fonte. CORMACK, 2008, p.342
2.5 Desreguladores endócrinos
As substâncias denominadas desreguladores endócrinos (DE) são uma
categoria recente de poluentes ambientais que interferem nas funções do sistema
endócrino (Chavarro et al., 2008). Há muitos efeitos citados na literatura, como
diminuição na eclosão de ovos de pássaros, peixes e tartarugas; feminização de
peixes machos; problemas no sistema reprodutivo em peixes, répteis, pássaros e
mamíferos. Em alguns casos, esses efeitos podem conduzir ao declínio de
populações (Bila & Dezotti, 2007).
Em seres humanos foram observados a redução da quantidade de esperma,
o aumento da incidência de câncer de mama, de testículo e de próstata e a
endometriose. Os DEs abrangem uma grande gama de substâncias com estruturas
27
diferentes, dentre elas hormônios sintéticos e naturais, substâncias naturais e uma
quantidade muito grande de substâncias sintéticas. Existem algumas classes de
desreguladores endócrinos, como os estrogênios sintéticos, que podem também ser
chamados de estrogênios ambientais, estrogênios exógenos ou exoestrogênios.
Esses estrógenos causam respostas antagônicas e agônicas, possivelmente através
de mecanismos de ação via receptores hormonais. Existem diversos compostos
capazes de atuar como desreguladores endócrinos, que podem ser naturais ou
artificiais como pesticidas, fitalatos, policlorados de bifenilas, bisfenol A, produtos
farmacêuticos e os alquilfenóis (Bila & Dezotti, 2007; Phillips & Tanphaichtr, 2008).
Os alquilfenóis são um grupo de substâncias muito utilizado no processo de
fabricação do alquilfenol etoxilado (Spadoto, 2013). Um dos compostos pertencentes
a esse grupo é o nonilfenol (NP), um produto degradado de alquilfenolpolietoxilatos,
classe conhecida de desreguladores endócrinos ambientais (Aly et al., 2015). O
nonilfenol está presente em substâncias como detergentes industriais, dispersantes,
emulsificantes, floculantes, tintas, plásticos, óleos, PVC e espermicidas. Esse
composto é um desregulador endócrino que possui ação estrogênica, tóxica e
carcinogênica. Em humanos, são muitos os efeitos que podem estar relacionados à
exposição ao nonilfenol e nonilfenol etoxilado: em adolescentes e adultos foi
observada redução da fertilidade, da produção de esperma e da capacidade de
fertilização dos espermatozóides (Spadoto, 2013).
2.6 Nonilfenol
O Nonilfenol (NP) participa do grupo de alquilfenóis, que são produtos
degradados de alquilfenolpolietoxilatos, classe conhecida de desreguladores
endócrinos ambientais (Aly et al., 2012). O polietoxilato de nonilfenol (NPE) é um
surfactante não iônico muito utilizado como componente de detergentes, herbicidas,
usado em indústrias como as de petróleo, têxtil, couros, indústria agroquímica, tintas
e vernizes, papel e celulose, óleos industriais, mineração e tratamento de metais. O
nonilfenol (NP) é o metabolito final de NPE, se tornando 4-nonilfenol no e no
ambiente aquático é mais estável e persistente (Figura 11). Com o crescimento da
indústria, enormes quantidades de NP estão sendo despejadas na água (Aly et al.,
2012; Rivero, 2008).
28
Esse desregulador endócrino já foi encontrado no leite materno humano,
sangue e urina e está intimamente ligado a efeitos reprodutivos em roedores
(U.S.EPA, 2010). O nonilfenol é uma molécula que pode também formar fosfito de
tris (4-nonil-fenilo), um antioxidante usado na proteção de polímeros como a
borracha, vinil, poliolefinas, poliestireno, também usado como um estabilizante em
embalagens plásticas de alguns alimentos. Os sais de bário e de cálcio de nonilfenol
são usados para estabilizar o calor para o cloreto de polivilino (PVC) (Bila & Dezotti,
2007).
Sabe-se que esse desregulador endócrino tem a capacidade de se ligar aos
receptores estrogênicos, mimetizando sua ação. Estudos mostram que os
nonilfenóis produzem efeitos negativos no desenvolvimento de embriões de ratos,
efeitos reprodutivos, neurológicos e imunológicos em roedores, sua toxicidade
depende da dose administrada, da duração dessa exposição e do estágio da vida
em que o indivíduo foi exposto (Cha et al., 2017; Diamanti-Kandarakis et al., 2009).
Há também estudos mostrando que a exposição crônica ao nonilfenol pode levar a
redução de tamanho dos testículos, diminuir os níveis de testosterona na circulação,
provocar queda do número de espermatozoides no epidídimo, diminuir a atividade
das enzimas antioxidantes, causar danos na estrutura testicular, câncer de testículo,
diminuir o diâmetro dos túbulos seminíferos, além de provocar hipertrofia e aumentar
a taxa de apoptose de células de Sertoli (Cardinali et al., 2004).
Figura 11 - Estrutura de alquilfenóis
Fonte: PRIAC et al., 2017, p. S3754
29
Devido a característica lipofílica desse desregulador endócrino, ele acaba
acumulando-se no tecido adiposo, entrando assim na cadeia alimentar. As vias de
exposição ao nonilfenol ocorrem pela absorção através dos olhos, pele, ingestão e a
inalação. Essa molécula possui alguns órgãos alvo, como os olhos, pele, trato
gastrointestinal, sistema respiratório, fígado, cérebro, tireoide, pâncreas, rim e
bexiga. No sistema reprodutivo de fêmeas pode atingir ovários, causar câncer de
mama, puberdade precoce, e no sistema reprodutor masculino pode atingir os
testículos, epidídimo, próstata, túbulos seminíferos, esperma e células de Sertoli
(Coldhan et al., 1998).
A exposição ao NP causa danos a espermatogênese, gera efeitos citóxicos
em espermatozoides que estão no epidídmimo. Este composto foi capaz de
interromper o equilíbrio prooxidante e antioxidante, levando ao estresse oxidativo em
espermatozoides do epididimo de ratos. O estresse oxidativo nada mais é do que
um desequilíbrio entre a oxidação e a capacidade de defesa antioxidante do
organismo, quando um organismo é exposto a agentes tóxicos há um aumento de
espécies reativas de oxigênio, sendo as principais espécies reativas de oxigênio:
hidroxila (OH-), superóxido (O2-) e peróxido de hidrogênio (H2O2) (Aly et al., 2012;
Machado et al., 2009; Oliveira & Schoffen, 2010). Como resultado desse estudo se
obteve também, a diminuição do tempo de motilidade espermática, podendo afetar a
qualidade do esperma e a fertilidade. O NP levou a queda significativa na
espermatogênese por conta da citotoxicidade, resultando em morte de células
germinativas imaturas no epitélio seminífero. Como resultado, houve queda no
número de células germinativas, levando a diminuição do peso absoluto dos
testiculos. Ainda, foi observada disfunção hormonal, como aumento de hormônio
LDH plasmático e diminuição de testoterona (Figura 12) (Aly, 2012).
30
Figura 12 - Efeito na LDH plasmática (A) e na testosterona (B) em ratos adultos expostos ao
nonilfenol.
Fonte: ALY, et al., 2012, p.137.
Outro estudo avaliou o estresse oxidativo causado por nonilfenol e a
citotoxicidade em células de Sertoli. As células de Sertoli de ratos Sprague-Dawley
foram isoladas e expostas a doses de 1, 10, 20, 30 e 40 umol/L por 24 horas. As
células que foram expostas ao nonilfenol por 24 horas apresentaram apoptose e
inibição de crescimento, que foram observadas através da citometria de fluxo e
brometo de 3- [4,2-dimetiltiazol-2il] -2,5-difeniltetrazólio (MTT). Em células expostas
por um período de 2 horas obteve-se como resultado acúmulos de espécies reativas
de oxigênio, avaliadas pelo carregamento de diacetato de 2,7-
diclorohidrifluoresceína (DCFH-DA) (Figura 13). Em células expostas por um período
de 12-24 horas de tratamento foi observado perda de mitocondrias e alterações no
potencial de membrana, avaliados através da coloração com Rhodamine 123
(Rh123) (Figura 14). A exposição após 12 horas ainda levou a uma elevação da
peroxidação lipídica em células de Sertoli (Figura 15) (Gong & Han, 2006). Essa
peroxidação lipídica é definida por apresentar uma deterioração oxidativa de lipídeos
poliinsaturados, esses lipídios poliinsaturados estão amplamente presente nas
membranas celulares como também em organelas como as mitocondrias e
peroxissomos (Lima & Abdalla, 2001). As baixas concentrações de nonilfenol já
levaram as células de Sertoli ao estresse oxidativo (Lima & Abdalla, 2001; Gong &
Han, 2006).
31
Figura 13 - Níveis de ROS expressos como intensidade de fluorescência DCF em células de Sertoli
após exposição ao NP. As células expostas a diferentes concentrações de NP por 2 h foram marcadas com DCFH-DA
Fonte: GONG & HAN, 2006, p. 627
Figura 14 - Declínio induzido por NP do potencial da membrana mitocondrial. Potencial de membrana mitocondrial (indicado pela intensidade de fluorescência de Rh123) de células de Sertoli após a incubação em várias concentrações de NP por 12 h (A) e 24 h (B).
32
Fonte: GONG & HAN, 2006, p. 628
Figura 15 - Efeito do NP na peroxidação lipídica de células de Sertoli. Os valores representam o
conteúdo de MDA, produto da peroxidação lipídica em cada grupo tratado com NP, que foram expressos sob a forma de porcentagem de controle.
33
Fonte: GONG & HAN, 2006, p.629
Gong e colaboradores (2008), através de cromatografia gasosa acoplada e
espectrometria de massa (GC-MS), constataram que o nonilfenol foi capaz de alterar
o potencial de membrana e penetrar na membrana das células de Sertoli (Figura
16). Eles observaram que após curto período de exposição foi constatada
hiperpolarização e após longo período de exposição nas maiores concentrações de
nonilfenol houve aumento da fluidez da membrana, aumento da permeabilidade e
diminuição na microviscosidade (Figura 17). Ainda, o nonilfenol levou a alterações
na morfologia da membrana, observada através da análise de morfologia por
microscopia de força atômica (AFM). Além disso, foi capaz de alterar as atividades
da membrana realcionados ao Ca2+,Mg2+, ATPase, Na+, K+, levando em mudanças
na homeostase do cálcio, evidenciando que a membrana plasmática é um alvo do
nonilfenol.
Figura 16 - Alterações no potencial de membrana induzidas por NP. Células de Sertoli expostas a
diferentes quantidades de NP (0, 0,1, 1, 10, 20 e 30 µM) durante 1, 3, 6, 12 e 24 h foram carregadas com DiBAC4 (3) e a fluorescência relativa que representa o potencial de membrana
Fonte: GONG et al., 2008, p. 13
34
Figura 17 - Alterações induzidas pelo NP na dinâmica da membrana. Após o tratamento com
diferentes concentrações de NP por 24 h foram observadas alterações na fluidez da membrana (A) e na microviscosidade (B) das células de Sertoli
Fonte: GONG et al., 2008, p. 15
Células de Sertoli expostas ao nonilfenol apresentaram alterações na sua
morfologia, com dimiuição da viabilidade celular, levando ao aumento de apoptose,
demonstrado por alterações na cromatina (Figura 18A). Além disso, pôde-se
obsevar que a exposição ao NP levou ao aumento da concentração de Ca2+
intracelular (Gong et al., 2009). Quando há elevação ou diminuição do Ca2+ no
interior das células, vias de sinalização são alteradas e provocam consequências
devastadoras na função celular, levando a célula a morte celular por necrose ou
induzindo a apoptose (Pimentel, 2013). Gong e colaboradores (2009) observaram
que o NP levou também ao estresse oxidativo do retículo endoplasmático, o que
comprometeu o enovelamento proteico, levando ao acúmulo de proteínas não
enoveladas e alterações em sua estrutura, o que induziu as células de Sertoli a
apoptose (Figura 18B) (Saito, 2014).
35
Figura 18 - Detecção da apoptose em células de Sertoli. Após a exposição a concentrações graduadas de NP por 24 h, (A) tramas de citometria de fluxo. (B) resultado da análise de citometria de fluxo.
Fonte: GONG, et al.2009, p. 87 -88.
36
Choi e colaboradores (2013) observaram uma diminuição na viabilidade
celular, aumento de necrose e apoptose com a presença de fragmentação nuclear,
elevação na população de sub G1, polimerização de poli (ADPribose), caspase e a
proteina anti-apoptótica BCL-2 diminuídas, e a proteína B-apoptótica aumentada,
houve aumento de morte celular pela formação de espécies reativas de oxigênio
(Figura 19).
Figura 19 - Alterações morfológicas das células TM4 após o tratamento NP. Após a exposição a 0, 5, 10 e 20 µgml-1 NP durante 4 e 24 h, as células TM4 foram observadas sob um microscópio de contraste de fase.
Fonte: CHOI, et al., 2013, p. 630
Liu e colaboradores (2014) observaram um efeito de exposições ao nonilfenol
através de receptores celulares e da função secretora das células de Sertoli,
notando uma diminuição na expressão de receptores de estrogênio (ER), receptor
de retículo endoplasmático, receptor de progesterona, receptor de androgênio, e
ainda mudanças nos níveis de expressão de proteínas no retículo endolplasmático e
receptores de FSH.
Aravindakshn & Cyr (2005) expôs celulas de Sertoli de camundongos ao
nonilfenol com o intuito de analisar a comunicação intercelular de junções gap.
Essas células foram expostas durante 24 horas a concentrações diferentes de 1 a
50 µM de nonilfenol, o que resultou em uma dimiuição na comunicação intercelular
através das junções gap das células de Sertoli, em quase 80% em relação as
células controle, a análise de verificação de danos causados pelo nonilfenol foi
realizada utilizando-se de uma microinjeção injetando amarelo Lúcifer em uma única
37
célula e avaliando 3 minutos após a injeção o nonilfenol foi capaz de inibir a
comunicação entre essas junções gap. Nesse mesmo estudo, foram observadosos
efeitos do nonilfenol sobre a conexina 43, proteína quem compõe as junções
comunicantes. Nesse caso, houve uma diminuição na coloração imunofluorescente
nas doses de 10 a 50 mM, isso mostra que o nonilfenol diminuiu os níveis de
expressão de conexina 43, o que explica, pelo menos parcialmente, o motivo da
inibição de comunicação intercelular.
Han (2004), utilizando ratos machos Sprague-Dawley avaliou os pesos de
órgãos como fígados, rins, testículos e epidídimos antes e após a exposição ao
nonilfenol. Os ratos tratados com 250 mg/kg/dia apresentaram diminuição drástica
dos pesos absolutos e relativos dos epidídimos, e ainda a densidade de
espermatozoides na cabeça do epidídimo e as concentrações de testosterona
diminuíram e os níveis de hormônios como LH e FSH aumentaram após a exposição
ao nonilfenol.
Lukac (2013), com o objetivo de determinar o efeito do nonilfenol como tóxico
ambiental a espermatozoides, expôs espermatozoides bovinos a doses de 1 a 200
µg/ml, nos intervalos de tempo de 0h, 2h, 4h e 6h e realizou várias análises. Como
resultado, notou-se uma menor motilidade dos espermatozoides em todos os grupos
comparados ao grupo controle. No teste de toxicidade, a viabilidade dos
espermatozoides foi significativamente diminuída em grupos expostos ao nonilfenol,
indicando claramente o efeito do nonilfenol como um desregulador endócrino (Figura
20).
Aly (2012), avaliou o efeito da exposição ao nonilfenol sobre peso de
testículos e epidídimos, características do esperma e o mecanismo de ação desse
composto sobre o epidídimo utilizando ratos Wistar. Ele observou que os pesos de
testículos e epidídimos diminuíram de maneira significante, a contagem de esperma
em cabeça, corpo e cauda dos epidídimos e a motilidade dos espermatozóides
foram diminuídas consideravelmente, a produção diária de espermatozóides
também foi diminuída de acordo com as doses administradas. O tempo de trânsito
dos espermatozoides na cauda do epidídimo diminui consideravelmente na dose de
300mg/kg, na cabeça e corpo do epidídimo diminuiu na dose de 200 e 300 mg/kg de
nonilfenol. Houve aumento dos níveis de LDH e diminuição dos níveis de
testosterona. Em espermatozóides do epidídimo, o nonilfenol diminuiu a integridade
do acrossoma. Houve também um aumento de peróxido de hidrogênio e
38
peroxidação lipídica nesses animais. A enzimas antioxidantes superóxido dismutase,
catalase e glutationa peroxidase foram significativamente diminuídas nos
espermatozoides do epidídimo, levando ao estresse oxidativo dos espermatozoides
epididimais de ratos.
Figura 20 - Motilidade dos espermatozóides bovinos (MOT;%) expostos ao NP dissolvido em 0,1% de DMSO a 0(a), 2(b), 4(c) e 6h(d).
Fonte: LUKAC, 2013, p. 975
39
3 CONCLUSÃO
O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise de como o
desregulador endócrino nonilfenol, classificado como um estrogênio sintético, atua
causando a infertilidade masculina. Há evidências demonstrando o poder desse
desregulador endócrino sobre o sistema reprodutor masculino especificamente
sobre as células de Sertoli. Através de estudos realizados em animais foi possível
observar que a via mais frequente de dano a células de Sertoli foi o estresse
oxidativo.
Os dados obtidos durante essa revisão mostram nitidamente que o nonilfenol
apresenta um efeito negativo sobre a fertilidade masculina, alterando as funções
endócrinas do organismo, agindo por diferentes mecanismos levando a apoptose
das células de Sertoli, que possuem uma função primordial na espermatogênese.
Os estudos mostraram que a exposição ao nonilfenol prejudicou claramente a
motilidade, viabilidade e tempo de trânsito dos espermatozoides no epidídimo, assim
como também gerou espécies reativas de oxigênio, prejudicando a
espermatogênese e ainda levando as células de Sertoli a apoptose.
Os estudos demonstraram que o nonilfenol foi capaz de diminuir os pesos dos
testículos, diminuir a contagem diária de espermatozoide nos epididimos, diminuir a
motilidade espermática e ainda provocar disfunções hormonais como a diminuição
de LDH e testosterona.
A infertilidade masculina é sem dúvidas um assunto de muito interesse a
sáude pública, assim necessecita-se de pesquisas para se criar medidas que
diminuam ou até mesmo erradiquem a exposição a desreguladores endócrinos, visto
que a longo prazo essa exposição poderá afetar a reprodução humana, de manerira
irreversível, pois causam danos a células tão pirmordiais como são as células de
Sertoli.
Dada a importância do assunto, o presente estudo pôde fornecer informações
relevantes para que se conheça sobre os efeitos que o nonilfenol pode causar sobre
o sistema reprodutor masculino, incentivando estudos que girem em torno de
encontrar maneiras de diminuir a exposição a desreguladores endócrinos
ambientais.
40
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