face ao douro nº 43 - dia do patrono - diogo macedo

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Escola EB2/3 de Olival Escola Secundária/3 Diogo de Macedo Agrupamento de Escolas Diogo de Macedo, Olival Novembro 2013 N.º 43 Ano: XIX Preço: 0,50€ A venda deste número do Face ao Douro reverte a favor do CLUBE DE SOLIDARIEDADE DIOGO DE MACEDO - UMA HOMENAGEM Diogo Cândido de Macedo nasceu no largo de S. Sebastião, atual Largo dos Aviadores, na freguesia de Mafamude, Vila Nova de Gaia, a 22 de novembro de 1889, às 8h da noite. Tendo sido batiza- do na igreja de Mafamude no dia 8 de dezembro do mesmo ano. Morreu em Lisboa a 19 de fevereiro de 1959. Filho de Diogo Cândido de Macedo e de Mª Rosa do Sacramento foi por ra- zões de ordem familiar criado e educado na companhia da avó materna e de um irmão mais velho. Diogo de Macedo descendia, por linha bastarda, de uma família altamente con- ceituada em Vila Nova de Gaia, os Ma- cedo da Bandeira. Criado por sua mãe com carinho e muito mais novo que o irmão, era o “menino da casa”. Por Gaia passou a meninice e a ado- lescência. No Largo de S. Sebastião, “largo do chafariz ao meio” vizinha da sua casa baixinha havia uma outra de dois anda- res, a única de andares existente no lu- gar. Nela moravam um “santeiro” de certa nomeada (Fernandes Caldas) e o mestre músico que o povo apelidava de “Macio”. Ainda muito menino, Diogo começou a aprender a tocar cornetim e o jeito do pequeno já lho atribuíam as gentes a herança paterna. (cont. pág. 2) DIOGO DE MACEDO O HOMEM E O ARTISTA Infância e Adolescência 1889—1911 Quem gosta aprende a gostar mais e passa depois a compreender porque gosta. Macedo, Diogo de, “Notas de Arte”, in “Ocidente”, nº 111, vol. XXXII, Lisboa, junho 1947, pág. 145

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Escola EB2/3 de Olival

Escola Secundária/3 Diogo de Macedo

Agrupamento de Escolas Diogo de Macedo, Olival

Novembro 2013 N.º 43 Ano: XIX Preço: 0,50€

A venda deste número do Face ao Douro reverte a favor do CLUBE DE SOLIDARIEDADE

DIOGO DE MACEDO - UMA HOMENAGEM

Diogo Cândido de Macedo nasceu no largo de S. Sebastião, atual Largo dos Aviadores, na freguesia de Mafamude, Vila Nova de Gaia, a 22 de novembro de 1889, às 8h da noite. Tendo sido batiza-do na igreja de Mafamude no dia 8 de dezembro do mesmo ano. Morreu em Lisboa a 19 de fevereiro de 1959.

Filho de Diogo Cândido de Macedo e de Mª Rosa do Sacramento foi por ra-zões de ordem familiar criado e educado na companhia da avó materna e de um irmão mais velho.

Diogo de Macedo descendia, por linha bastarda, de uma família altamente con-ceituada em Vila Nova de Gaia, os Ma-cedo da Bandeira.

Criado por sua mãe com carinho e muito mais novo que o irmão, era o “menino da casa”.

Por Gaia passou a meninice e a ado-lescência.

No Largo de S. Sebastião, “largo do chafariz ao meio” vizinha da sua casa baixinha havia uma outra de dois anda-res, a única de andares existente no lu-gar. Nela moravam um “santeiro” de certa nomeada (Fernandes Caldas) e o mestre músico que o povo apelidava de “Macio”.

Ainda muito menino, Diogo começou a aprender a tocar cornetim e o jeito do pequeno já lho atribuíam as gentes a herança paterna.

(cont. pág. 2)

DIOGO DE MACEDO O HOMEM E O ARTISTA

Infância e Adolescência 1889—1911

Quem gosta aprende a gostar mais e passa depois a compreender porque gosta.

Macedo, Diogo de, “Notas de Arte”, in “Ocidente”, nº 111, vol. XXXII, Lisboa, junho 1947, pág. 145

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E s c o l a - P a t r o n o

2ª PÁGINA FACE AO DOURO

Propriedade: Agrupamento de Escolas Diogo de Macedo, Olival

Diretor: Carlos Silva

Equipa Coordenadora: Manuel Filipe Sousa, Isabel Pereira e Henrique Ri-beiro

Professores: Ana Vendas, Helena França, Mª Rosário Meireles e Sofia Dias

Colaborador: Álvaro Correia Alves Pereira

Fotografias: Helena França, Rosário Meireles, Arquivo da Casa Museu Teixeira/Galerias Diogo de Macedo

Criação do código QR: alunos do 12º D

Arranjo gráfico: Isabel Pereira e Henrique Ribeiro

Impressão: Reprografia da ESDM

Agradecimentos: Álvaro Correia Alves Pereira, autor do desenho da capa, e Casa Museu Teixeira Lopes/Galerias Diogo de Macedo

FACE AO DOURO

Estamos de volta ao vosso contac-to - após o período de interrupção letiva de verão - e, desta feita, direci-onando o assunto forte desta 43ª edição do Face ao Douro para o pa-trono do Agrupamento de Escolas Diogo de Macedo, Olival.

Nascido na nossa Vila Nova de Gaia, há 124 anos, Diogo Cândido de Macedo é o exemplo de uma per-sonalidade fascinante, bondosa, amante do movimento e da alegria nos caminhos da vida que, de “menino da casa” se transformou numa figura incontornável no pano-rama da arte portuguesa nomeada-mente, na escultura e na escrita como crítico de arte e ensaísta.

Para além das suas inúmeras peças e obras de arte (que podem ser apre-ciadas publicamente) é o fogo de entusiasmo e juventude que o carac-terizaram durante toda a sua vida que nos cativam e nos prendem ao co-nhecermos a figura Diogo de Mace-do.

Exemplo que o nosso agrupamen-to abraçou e que, rapidamente, trans-bordou para as nossas crianças e jo-vens estudantes.

Durante todo este período letivo, dando corpo ao nosso plano anual de atividades que no corrente ano letivo é dedicado ao nosso Patrono, são inúmeras as iniciativas que todas as escolas (os jardins de infância, as escolas EB1, EB2/3 e Secundária) têm vindo a desenvolver e que, para já, culminarão na dinâmica que apre-

(cont. da pág. 1)

Aliás, o próprio Diogo parece ter consciência disso quando nos diz “sangue do sangue que herdei, tão anti-go e já envenenado de ambições”.

Na velha escola das Estafinhas estu-dou as primeiras letras e fez exame de instrução primária.

O desenho aprendeu-o Diogo de Ma-cedo na oficina da sua vizinhança com Fernandes Caldas. Por ali passava horas e lá aprendeu também modelação e a arte de esculpir em madeira.

“Fedelho destemido” corria as ruas, os campos à cata de ninhos, chegava à ri-beira a ver arribar o sável, espiava a água das cheias, passava tardes a olhar o mar.

Travesso inquieto, alegre e comunica-tivo, tomava parte nas festas populares, seguia nas procissões, corria os arraiais e romarias.

Por tudo se interessava, mas era che-gada a altura de se decidir por uma pro-fissão e em nada se fixava.

Por causa da habilidade demonstrada na oficina de Fernandes Caldas, decidem os familiares que siga estudos noturnos na Escola Industrial Infante D. Henri-que do Porto.

Entretanto, seu irmão resolve empre-gá-lo num escritório já que o destinava a carreira comercial. Não gostando do ofício fez-se despedir, acabando por fugir, o que lhe vale severo corretivo em casa.

(cont. pág. 3)

sentaremos no próximo dia 22. Como sinal de unidade todos os

estabelecimentos do nosso agrupa-mento reservaram este dia para cele-brar Diogo de Macedo.

Para celebrar as suas qualidades, a sua alegria de viver e o seu talento que se tornou de nós todos mas, também, quem sabe, para fazer des-pertar nas nossas crianças e jovens o prazer da Cultura, da Arte, da Uni-versalidade.

Quem sabe, a comunidade que hoje compõe o Agrupamento de Escolas Diogo de Macedo, possa revelar-se um alfobre de novos talen-tos.

Carlos Silva

DIOGO DE MACEDO (22.11.1889 - 19.02.1959)

Diogo de Macedo ao lado do busto da primeira mulher

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P a t r o n o

FACE AO DOURO

Em 1912, concorre à Escola Nacional de Belas Artes. Entre os 500 concorren-tes em todas as Artes foi o único portu-guês que entrou nesse ano na escola.

É ainda o moço pleno de ilusões e ambições. Trabalha intensamente.

Homem da beira-rio, da beira-mar, aguenta mal o calor parisiense. Saudoso e a desejar afirmar-se em Portugal, re-gressa ao Porto, no Verão de 1912 onde fica dois meses. Reencontra amigos, traça planos de trabalho e volta a Paris.

Neste período da sua vida foram vá-rias as obras que trabalhou e que termi-nou. Viaja.

Mais amadurecido, continua o seu trabalho com ardor; varia de estilo, des-cobre que pinta e faz alguns retratos a óleo.

Não esqueça-mos contudo que “os hábi-tos de bordo” eram “estudar, beber e amar” e que Diogo tê

-los-á cumprido inteiramente. Após um ano em Paris regressa ao

Porto. A sua chegada é notada, come-çam a ser conhecidos o seu trabalho e personalidade.

É entrevistado pelo jornal “Montanha” onde dá notícia de que tenciona expor. A uma pergunta do en-trevistador responde: “ A vida sem mo-vimento nem alegria desagrada-me. Eu vivo da luz, da cor, do movimento e sobretudo da forma. O estudo das for-mas fez-me esquecer o que me cerca. Quando esmago o barro nos dedos, na procura duma linha ou duma expressão, eu oiço músicas fantásticas em redor da minha fronte e esqueço-me…”.

Rebenta a guerra de 1914-18, os es-trangeiros residentes em França devem partir ou alistar-se. Diogo regressa a Portugal um mês depois da abertura das hostilidades.

Vida e Estudos em Paris 1911-1914

Chega a Paris, de com-boio, na madrugada do dia 8 de Outubro:

“Arribar ao Quai d’ Orsay, às cinco da manhã, sozinho, sem conhecer ninguém, sem mapa nem cicerone …”

Era seu destino - 14, Cité Falguière. Aí ficou, no 9, do lado esquerdo da “Cour”, em dois compar-timentos com alcova, sem aquecimento nem eletrici-dade.”

Devem tê-lo chocado as condições em que de-corriam os seus dias, pois apesar de não vir habitua-do ao luxo em Portugal desfrutava dum modesto conforto e, sobretudo, experimentava agora a ausência duns cuidados sinceros e afetuosos: “Só nessa hora me apercebi do valor da palavra Mãe”.

Instala-se. Era seu pri-meiro intento – estudar.

Cheio de entusiasmo, ideal, confiante em si, esperançoso da vida, cor-re, com frio, neve, mau tempo, às Academias Montparnasse.

(cont. da pág. 2)

Será um outro vizinho, do outro lado do Largo de S. Sebastião, o mestre escul-tor Teixeira Lopes, que interferirá junto da mãe de Diogo de Macedo em favor dos seus projetos. Vencida a oposição familiar, motivado em parte pelos pou-cos recursos económicos, inscreve-se na Academia Portuense de Belas Artes, em 1902.

Mas o “sonho e a vontade” não pude-ram muito, nessa altura com a idade e o inquieto espírito do rapazinho.

“Quando saíamos da aula, fartinhos de copiar estampas de gessos, eramos como pardais granizando e correndo pelo jar-dim de S. Lázaro fora […]. Naquela ida-de, sem vigilância nem tino, ganhamos alegria e perdemos o ano escolar”.

Fica reprovado por “desatenção ao estudo”, entretanto vai frequentando as aulas da Escola Industrial Infante D. Henrique e, em 1906, matricula-se de

novo na Academia. Desta feita, alcança distinção nos cur-

sos de desenho e em 1911, com dezoito valores, termina o curso de escultura.

Entretanto com discípulos e amigos mantêm camaradagem entusiástica e profícua, cria amizades que pela vida fora conserva e acalenta.

Revela-se já nele a necessidade de comunicação, o seu gosto pelo convívio, pela troca de impressões e opiniões quer amena ou exaltada.

Completou a sua educação, segundo ele próprio refere, “pelas redações dos jornais, pelas caixas de teatro e pelas mesas de botequins”.

Findos os estudos, prosseguindo um apuramento e uma perfeição que só outros horizontes e meios lhe dariam, segue para Paris em outubro de 1911.

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P a t r o n o

FACE AO DOURO

No Porto, ao mesmo tempo que inicia um trabalho de encomenda – a execução de três grandes relevos para a fachada do teatro S. João, dedica-se ativamente a participar e organizar exposições.

Em 1915 colabora no jornal “A Tar-de”. Fixa então residência em Lisboa, mas sem parar continua a tomar parte em certames e, de novo no Porto, orga-niza uma segunda exposição individual na Sociedade das Belas Artes que desper-ta atenção da crítica, atitudes de agrado e de simpatia mas não de compreensão.

Em 1916 expõe em Lisboa. Sobre os seus trabalhos Aquilino Ribeiro escreve: “É com efeito a sua, uma arte que parece preconcebida da literatura”.

Depois de várias exposições individu-ais em junho de 1918 escreve a sua mãe dizendo que está na Figueira da Foz, no palácio Sotto Mayor e que aí o devem reter por algum tempo.

Regresso a Portugal e estadias no Porto, Lisboa e

Figueira da Foz 1914-1919

Casamento e segunda perma-nência em Paris

1919-1926

que tem uma intensa vida de sociedade. Culto e cultivando-se sempre, aberto,

entusiasta, suficientemente perto de to-dos pela simplicidade, ideais, sonhos, e simultaneamente longínquo pelo trem da vida levado, a sua presença encantava, despertava, era querida e desejada. Ami-go do seu amigo, não prescindia desses companheiros que estimava e o estima-vam.

Nesse período de 1921 a 1923 Diogo desenha, modela, expõe, escreve. São dessa época alguns bustos notáveis, dois torsos femininos, aguarelas, desenhos e gravuras.

Os dias sucediam-se em belos momen-tos de entusiasmo produtivo e fértil; nasceu então, por lembrança do próprio Diogo, a ideia duma exposição dos “5 Independentes” (Diogo de Macedo, Dórdio Gomes, Francisco Franco e o seu irmão Henrique, e Alfredo Miguéis).

O certame não deixou de constituir um êxito, quanto mais não fosse pelo que agitou, sacudiu, audaz, salutarmente, o meio artístico de então.

Continuando em Portugal realiza a sua quinta exposição, Outubro de 1924.

Volta depois a Paris: podemos dizer que em cada uma destas estadias burila o seu espírito, refina a sua sensibilidade e alarga consideravelmente conhecimentos e cultura, sempre estudioso da Arte, curi-oso da vida.

Em 1926 regressa definitivamente a Portugal e fixa-se em Lisboa.

Em Março de 1919 em circunstâncias românticas e um tanto agitadas casa com D. Ana Sotto Mayor, no Porto. Após o casamento o casal retira-se para a praia da Granja onde vive por uns meses.

Reconciliado com a família da mulher parte para França em começos de 1920, fixando-se em Bayonne, primeiro reside num hotel, depois em casa alugada.

Pela correspondência com amigos sabemos que começa a modelar, que pinta a pastel e que escreve. As suas cró-nicas são publicadas com êxito e ganhan-do gosto por essa atividade, aperfeiçoa-se e não deixa de as enviar para Portugal.

Curioso notar que enceta um período de fecunda atividade, ao mesmo tempo

Vive desafogadamente, com fama de rico até, e em ambiente social elevado onde a sua presença se impõe, sem se deixar demasiado enlear pelas obrigações mundanas.

Em Lisboa, março de 1928, expõe individualmente na Galeria Bobone. Toma parte, depois, em numerosas ex-posições coletivas.

Já em 1929, vê adquirida pelo Museu de Arte Contemporânea a “Eva” e a Sociedade Nacional de Belas Artes con-cede-lhe a 2ª medalha em escultura.

No período de 28-38 produz vários bustos, estátuas e baixos-relevos. Segun-do a sua própria expressão “trabalha sem sossego” mas não se confina ao seu ofício de escultor. Nesse período apare-cem as suas primeiras publicações. Em

Estabelecimento definitivo em Lisboa

1926-1944

1930 surge o seu primeiro livro – “14, Cité Falguière”. Em 1937 conta-nos impressões de viagem em “Espanha de ontem” e no ano seguinte sai a evocado-ra e sugestiva monografia “Gaia de nome e renome”.

Colaborador de jornais e revistas, em alguns periódicos passa a man-ter uma secção indivi-dual e desde 1938 as

suas “Notas de Arte” são no “Ocidente” presença informativa, crítica e transmis-sora de legítimos anseios, legítimos valo-res.

Era o escritor que nascia, que começa-va a afirmar-se, eram os seus sonhos, a sua intrincada paixão pela Arte, defendi-da, não já no barro, a dedadas e teques, mas da mesma forma amorosamente transmitida, passada da alma aos dedos. Mas Diogo só quer ser o escultor que escreve e nunca o escritor que modelou ou modela; “Por querer saber esculpir é que me chamam escultor. E nada mais me pode alegrar, porque nada mais dese-jo ser. Quando me chamam qualquer outra coisa, fico envergonhado como se me chamassem político”.

Como seria de esperar no homem que era, amava as viagens, tinha começado a fazê-las nos já distantes tempos de Paris de “avant la guerre”.

Em 1939, já em Lisboa, fecha contrato para a execução dum trabalho destinado à fonte Monumental da Alameda Afonso Henriques – “Tejo” e quatro “Tágides” que concluiu no ano seguinte.

Em 1941, ano em que enviuvou, re-nuncia, é este o termo por ele empregue, voluntariamente à escultura.

Nesse mesmo ano (1941) estreia-se como conferencista. Nunca mais a sua palavra deixou de se fazer ouvir quando solicitada, ou mesmo oferecida, esclare-cendo, valorizando, divulgando.

Em maio de 1944 é convidado para Diretor do Museu de Arte Contemporâ-nea, lugar que aceita e onde se mantém até à morte. (cont. na última página)

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Biblioteca / CRE

FACE AO DOURO

VIII CONCURSO NACIONAL DE LEITURA

Está aberta a oitava edição do Concurso Nacional de Leitura. O CNL visa promover a gosto pela leitura e desenvolver compe-tências de expressão

escrita e oral junto dos alunos do 3º Ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário. Este ano a 1º fase do con-curso decorre até ao dia 20 de janeiro. A prova correspondente a esta fase está prevista para o dia 15 de janeiro, pelas 14h30m. Daqui serão selecionados 3 alunos de cada escalão e de cada escola do agrupamento. Assim, da escola EB23 serão selecionados três alunos do 3º ciclo e da escola Secundária serão seleci-onados três alunos do 3º ciclo e três do ensino secundário. Os regulamentos de cada escola estão disponíveis na plata-forma moodle.

Obras a concurso: 1º escalão (3º ciclo) Ninguém Perguntou por Mim, de António Mota O Fantasma dos Canterville, de Oscar Wilde 2º escalão (secundário) Debaixo de Algum Céu, de Nuno Camarneiro A Pérola, de John Steinbeck

O mês de outubro foi inteiramente dedicado às Bibliotecas Escolares, subor-dinado ao tema “Bibliotecas Escolares: uma porta para a vida” definido, para este ano, pela IASL (International Asso-ciation of School Librarianship). Assim, procurou sensibilizar-se os novos alunos para a importância deste espaço através

de várias atividades. Durante este mês, nas Bibliotecas do nosso agrupamento, os alunos do 5º, 7º e 10º anos puderam perceber como se encontra organizado o seu fundo documental, que serviços presta à comunidade e que atividades promove ao longo do ano.

Na Escola EB 2/3, receberam-se to-dos os alunos do 5º ano para os inteirar de como devem utilizar a Biblioteca Es-colar, as suas regras de permanência e o seu sistema de arrumação. No final das sessões de sensibilização, os alunos reali-zaram uma pequena atividade de explo-ração da Biblioteca, com o intuito de praticarem o assimilado e foi distribuído

Nuno Camarneiro

Nuno Camarneiro estará presente na Biblioteca da escola sede do AEDMO integrado na iniciativa “Encontro com Escritores”, no 2º período.

MÊS INTERNACIONAL DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES

pelos discentes um guia do utilizador. Procurou-se, também, dinamizar o espa-ço com exposições temáticas e ativida-

des alusivas às efemérides, nomeada-mente, o Dia Europeu das Línguas, o Dia Mundial da Música, o Dia da Im-plantação da República, o Dia Mundial da Alimentação e o Halloween. No dia 28 de outubro, Dia das Bibliotecas Esco-lares, realizou-se uma atividade de explo-ração para todos os alunos que a fre-quentaram.

Na Escola Secundária, para além das Visitas Guiadas à BE, as turmas do 3º ciclo frequentaram Sessões de Divulga-ção da Coleção, segundo os currículos de cada ano de escolaridade. Os alunos do 7º ano conheceram a Coleção de Literatura Infanto-Juvenil, os alunos do oitavo ano conheceram a Coleção em Banda Desenhada e os do 9º ano a Cole-ção de Poesia. Algumas destas sessões incluíram a realização de um QUIZ on-de os alunos teriam que consultar os livros apresentados, de modo a respon-derem corretamente ao questioná-rio. Esteve ainda patente uma exposição biobibliográfica de Aquilino Ribeiro, comemorando os 50 anos do seu desa-parecimento e uma exposição comemo-rativa do Halloween.

Mª do Rosário Meireles e Sofia Dias, Professoras Bibliotecárias

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Biblioteca / CRE

FACE AO DOURO

O Concurso foi dinamizado nas esco-las Secundária e EB2,3 do AEDMO e tinha como principais objetivos divulgar, incentivar e promover o gosto pelas tradições portuguesas e pela escrita.

A iniciativa teve uma adesão elevado e contou com a colaboração dos professo-res de Português.

ESCOLA E.B. 2,3 DE OLIVAL

S. Martinho cavaleiro o pobre quis ajudar, a capa cortou ao meio para o agasalhar.

Na bondade de S. Martinho o milagre aconteceu, o tempo fez abrir e o pobre aqueceu.

Ao castanheiro vou subir e castanhas apanhar, para no dia de S. Martinho eu poder assar.

No dia de S. Martinho A fogueira vou saltar, com castanhas e vinho a me acompanhar.

Ana Rita Lopes Guedes, 6ºB

No regresso a sua casa Num cavalo elegante, Vai um cavaleiro romano Simpático e bem-falante.

O frio era muito Pelos caminhos que atravessava, De repente apareceu um pobre Que uma esmola mendigava.

S. Martinho sem dinheiro Cortou a sua capa ao meio. Repartiu-a com o mendigo Nesse dia frio de nevoeiro.

Pela sua boa ação S. Martinho partiu contente, O dia clareou. O pobre ficou mais quente.

Beatriz Brandão, 6º G

No dia de S. Martinho As pessoas vão comer Castanhas quentinhas E copinhos de vinho vão beber.

As crianças cantam e dançam Ao som de uma bela melodia Porque neste dia Não pode faltar alegria.

Castanhas quentinhas Castanhas quem quer Castanhas quentinhas Pra quem der e vier.

Ana Rita Abreu, 6º E

CONCURSO DE QUADRAS DE S.MARTINHO 2013

Montado no seu cavalo lá ia Martinho. Quando o seu caminho um pobre cru-zou, Como bom homem que era ficou santi-nho, Porque sua capa partilhou.

Assim como reza a lenda, Esperemos que o mau tempo e a crise se vão, Que a alegria e a paz, Permaneçam com força e união.

Já não sei mais que inventar, Para uma quadra formar, Vamos na E. B. 2/3 de Olival juntar, Fazer um Magusto e celebrar.

Ai, que cheirinho já se sente no ar, O homem das castanhas está a chegar, Com muita brincadeira e alegria as vamos comer, E aos professores e funcionários agrade-cer.

Inês Francisca Gonçalo Ferreira,7ºA

No S. Martinho há calor Fogueiras, festas e sabor Com castanhas e o vinho Refletem todo o seu esplendor É à volta das fogueiras Que toda a gente se diverte São as castanhas a saltar E toda a noite se repete Para a festa começar, E ao S. Martinho agradar, Vou acender uma fogueira Com toda a gente à beira À fogueira vou saltar, Para o S. Martinho começar, Muitas castanhas vou assar, E assim a festa prolongar.

João Azevedo, 7º B

Dia 11 de novembro Festejamos o S. Martinho Comemos as castanhas E bebemos o vinho

No dia de S. Martinho Castanha é tradição Mas vinho não pode faltar Senão não há animação

No dia de S. Martinho Castanhas vamos assar Assim fazemos o magustinho Que vai ser de arrasar

São castanhas Sente-se o sabor e o cheiro São os frutos das entranhas

Que brotam do castanheiro João Pereira, 7º B

Já apanhei os ouriços Para as castanhas assar Só me falta um bom vinho Para as acompanhar

As castanhas na fogueira Estão todas a estalar As crianças fazem fila Para a fogueira saltar

Mariana Moura, Rita Cruz e Pedro Pinto, 9º E

É dia de S. Martinho Vamos todos beber vinho Já sinto o cheiro no ar São castanhas a assar!

São crianças a correr Para as castanhas comer O Outono é mesmo assim Até que chega ao fim!

Viviana Almeida e Rui Silva, 7º A

No verão de S. Martinho, Lembra-te de partilhar Vem celebrar um bocadinho Põe castanhas a assar.

Como reza a tradição Festeja com animação Que cheirinho e paladar Das castanhas a assar!

Beatriz Pereira e Simão Costa, 8º C

ESCOLA SECUNDÁRIA/3 DIOGO DE MACEDO

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E s c o l a

FACE AO DOURO

Com o objetivo de incentivar os alu-nos do 11º ano do Curso de Ciências e Tecnologias para o estudo da Física e Química as professoras da disciplina organizaram, pela segunda vez, um con-curso constituído por duas provas a rea-lizar durante o ano letivo.

A prova sobre Física decorreu no mês de fevereiro, tendo a prova de Quí-mica decorrido no mês de maio, regis-tando-se uma participação empenhada e interessada por parte dos alunos.

Este empenho traduziu-se num em-pate entre os dois grupos de trabalho, um grupo do 11ºA e outro do 11ºB.

Os vencedores, os alunos António Barbosa, Marta Moreira, Mónica Meire-les e Rodrigo Silva, do 11º A e Ana Gon-çalves, Ana Guedes, Catarina Silva e Cláudia Silva, do 11ºB, receberão o pré-mio no Dia do Patrono.

De aplaudir o envolvimento dos alunos, bem como a troca de ideias entre os elementos do grupo, num trabalho em equipa visando a resolução da prova.

Helena França, Prof.

CONCURSO PENSAR FÍSICA E QUÍMICA

PROGRAMA DIA DO PATRONO 22 DE NOVEMBRO DE 2013

DIA EUROPEU DAS LÍNGUAS

EUROPEAN DAY OF LANGUAGES

O dia 26 de Setembro é consagrado às línguas europeias desde 2001. A Euro-pa encerra um verdadeiro tesouro lin-guístico: 24 línguas oficiais e mais de 60 línguas regionais ou minoritárias, além das línguas faladas pelas pessoas de ou-tros países e continentes que vivem na Europa. [Fonte: Comissão Europeia]

No âmbito da comemoração do Dia

Europeu das Línguas e para chamar a atenção para o imenso património lin-guístico existente, os professores de In-glês do 3ºciclo e secundário deste Agru-

pamento desafiaram os alunos a escrever a sua opinião sobre a importância do Inglês/de saber Inglês. A esse desafio respondeu um número razoável de alu-nos, cujo parecer foi exposto nas Biblio-tecas das respetivas escolas.

Com esta iniciativa os professores pretenderam alertar os alunos para a importância do conhecimento da língua estrangeira, motivá-los para o aperfeiçoa-mento de competências relacionadas com o domínio do Inglês (uma vez que são essenciais para garantir a equidade e a integração) e possibilitar a formação e valores próprios de cidadãos conscientes e interventivos. Pretendeu-se ainda mos-trar a toda a Comunidade Educativa que a escola não é um simples espaço com salas, cadeiras e mesas, visão tão genera-lizada e tão enganadora, mas sim uma biblioteca, um museu, uma conversa, uma frase…

Na atual conjuntura de crescente mobilidade, globalização da economia e tendências económicas em constante mudança, é mais óbvia do que nunca a necessidade de aprender línguas e desen-volver uma competência plurilingue e intercultural

Ana Vendas, Prof

08:45- Hastear das Bandeiras 09:00- Momento Comunitário: Celebração Eucarística presidida pelo Padre António Batista Lançamento do nº 43 do Jornal “Face ao Douro” 10:00- Exposição Comemorativa dos 125 anos do Nascimento de Fernando Pessoa com declamação de textos do autor Atividades Temáticas: Jogos e Códigos QR; Jogos de Origami; Laboratório Aberto de Matemática, Química, Geologia e Biol

logia e Atletismo Inter-turmas. Abertura de exposições temáticas sobre a figura de Diogo de Macedo Sessão cinematográfica “A Marcha dos Pinguins” Diversas atividades em todas as escolas do AEDMO Abertura das Feiras do Livro Abertura da Loja Solidária 11:30- Inauguração da Exposição – Diogo de Macedo um artista de Gaia 13:00– Convívio da Comunidade Escolar do AEDMO 21:30- Sessão Comemorativa do Dia do Patrono

Atuação do Coro Infantil de Urbano Santos Moura Cerimónia de entrega de Diplomas aos alunos. Homenagem aos colaboradores do AEDMO aposentados em 2012/2013. (Auditório Centro Cultural de Olival )

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P a t r o n o

FACE AO DOURO

Diretor do Museu Nacional de Arte Contemporânea e último

período da sua vida 1944 – 1959

Diogo de Macedo desde há muito que era frequentador da “Brasileira” do Chia-do. Agora, saído do Museu pelas seis da tarde, certo era encontra-lo aí. Brilhante conversador, à sua mesa, à sua volta, reúne companheiros da sua geração e os mais novos, os “novíssimos” das artes e das letras não são excluídos e sentem-se atraídos e interessados pela sua presença e palavra. Pode dizer-se que muito do seu apostolado da Arte foi feito à mesa de café.

Em 1946, Diogo de Macedo casa em segundas núpcias com D. Eva Botelho Arruda.

Neste período (1948) faz viagens a Angola e Moçambique. Diogo é encarre-gado pelo Ministério das Colónias de selecionar as obras a apresentar e de acompanhar a exposição itinerante de pintura, escultura, prataria e objetos de arte, abrangendo várias épocas, desde o antigo ao moderno.

Em junho de 1950 segue com a sua mulher para o Brasil em viagem de estu-do.

Texto elaborado e adaptado a partir de “Diogo de Macedo – subsídios para uma vida crítica” de Maria Gabriela Gomes de Oliveira, publicação da Biblioteca Pública Municipal de Vila Nova de Gaia, Coleção

Estudos Concelhios Gaya, Tipografia Rocha, Vila Nova de Gaia, 1974

Volta a Lisboa em setembro de 1951. Estava encetado o último período da

sua vida. Vai ser nele que publica algu-mas das suas melhores biografias de

artistas. Entretanto, escreve outras obras e não cessa a sua atividade como critico e ensaísta.

Embora, se tivesse afastado, definiti-vamente, do seu ofício de escultor, apre-senta algumas peças em certames coleti-vos, alguns de renome como a Exposi-ção Bienal Internacional de Veneza (1950) e na Exposição Internacional de Bruxelas (1958).

Contudo, nesta altura, estava já muito combalido, enfermo mesmo e só o sus-tentava aquele raro fogo de entusiamo e juventude que, apesar de tão grandes deceções, manteve viva até final.

A 19 de fevereiro de 1959, junto de sua mulher, na sua casa da Av. António Augusto de Aguiar, 110, morre Diogo de Macedo.

Desaparecia aquela figura de meã esta-tura, de faces compridas e morenas a que o nariz aquilino, as sobrancelhas fortes e a testa alta davam um ar austero e a que o olhar vivo e melancólico, bon-doso e irónico emprestava um ilimitado e indizível encanto.

Mas a marca da sua personalidade

Assinaturas de Diogo de Macedo como escultor e desenhador: Diogo; D. C. de Ma-cedo; Diogo de Macedo; Maria Clara; D. de Macedo; Marca de um anel.

fascinante não a apagaria somente a ausência físi-ca, a irradia-ção daquela bondade, daquele entu-siasmo impul-sionador não se obscurece-ria somente por quatro tábuas prega-das. É que Diogo de Macedo, o Artista, o Escritor, pre-

sente numa obra realmente válida, conti-nuará pelas diretrizes, caminhos abertos, realizações que o fazem e farão ocupar um lugar ímpar no panorama da Arte Contemporânea Portuguesa.

Esculturas apresentadas, da esquerda para a direita:

Tágide (gesso) Adeus (bronze)

Torso descentrado (gesso patinado) Casa Museu Teixeira Lopes/Galerias Diogo

de Macedo