extra comportamento jovem
TRANSCRIPT
extraSetembro de 2008
extra Jornal-laboratório do Curso de
Comunicação Social da Unisul
Tubarão | Ano 14 | Número 5 | Novembro de 2008
BOLA DE NEVE:Religião inspirada no
surfe e no reggaePág.3
Tatuagem: arteantiga que semantém atual
Pág.5
Foto
: L
ucas L
em
os
CIGARRO:Vício de fumar envolve
jovens na baladaPág.6
MESSENGER:Muito útil, basta saber
usá-lo.Pág.7
JOVENSJOVENS
extraNovembro de 20082 OPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃO
Textos e fotos: alunos do 6º Semestre/Prof. Cláudio Toldo | Edição: alunos do 7º Semestre/Prof. Ildo Silva | Opinião: alunos do7º Semestre/Profª. Darlete Cardoso | Diagramação: Lucas Lemos, 6ª fase/Jornalismo | Planejamento Gráfico: Lucas Lemos, 6ªfase/Jornalismo | Capa: Lucas Lemos, 6ª fase/Jornalismo | Contracapa: alunos do 4º Semestre de Publicidade e Propaganda/
Profª. Valéria BragaCoordenadora do Curso de Comunicação Social: Profª. Darlete Cardoso
Coordenador do Jornal-laboratório: Prof. Cláudio Toldo | Impressão: Gráfica Soller
Reitor: Gerson Luiz Joner da Silveira | Vice-Reitor e Pró-Reitor Acadêmico: SebastiãoSalésio Herdt | Chefe de Gabinete e Secretário-Geral da Reitoria: Fabian Martins de CastroPró-Reitor de Administração: Marcus Vinícius Anátocles da Silva Ferreira
Curso de ComunicaçãoSocial
Fale com a gente!
ESPAÇO DO LEITOR
O Extra precisa da sua opinião
(48)3621-3303
Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social – Jornalismo – da Unisul, Campus Tubarãoextra
Tatoos mostramtraços forte dapersonalidade
Considerada uma das artes milenares nomundo, as tatuagens sempre demonstraramtraços fortes da personalidade das pessoasque as usam. Umas ingênuas, outras maisagressivas, mas o valor das tatoos, comopopularmente são conhecidas, vem desde osprimórdios, quando índios e/ou piratas, porexemplo, se pintavam para se distinguiremou até mesmo para colocar medo no inimigo.
Atualmente a tatuagem virou moda não
só entre os jovens. Pessoas de outras idadestambém aderiram a esta tendência que parecenão ter fim. Nas ruas, principalmente nos diasmais quentes, elas surgem em peitos, braços,costas e outros cantos do corpo, mas sempredizendo um pouco da pessoa.
Os limites de cada tatuado, às vezes,afrontam quem não é adepto. Porém, aguçamsempre a vontade de quem ainda não tem aidade mínima para se ter uma (18 anos) ou aautorização prévia do seu responsável. Dequalquer maneira, é importante pensar bemantes de fazer uma, pois, na maioria doscasos, não há chance de voltar atrás. E muitopior que não ter um desenho do sonho napele é ter um que nunca gostaria de possuir.
Tatuagem toma ocorpo de todas astribos e classes
A tatuagem antes vista como uma formade expressão para diversas sociedades, hojetoma o corpo de pessoas de todas as tribos,idades e classes sociais. Os desenhos pelocorpo se tornaram algo tão comum, que hojepoucas pessoas param para entender osignificado desta arte milenar.
Buscar uma marca corporal própria, estaseria a principal motivação de pessoas quedecidem fazer uma tatuagem, se não fosse abusca incessante por estar dentro da moda.
Antes as tatuagens tinham significadosespeciais, como o nome de alguém importanteem sua vida, ou até mesmo algo querepresentasse um momento marcante. Masnos dias atuais vale tudo para estar na moda.
Até mesmo tatuar um código de barras ouum símbolo japonês que você nem sabe oque significa, mas por achar o desenho muitobonitinho.
A decisão de estar na “moda” precisa serbem refletida, discutida. Afinal, o desenhoficará para sempre e você poderá searrepender mais tarde da tatuagem que fez.
Tecnologia ajudaa encurtar asdistâncias físicas
A tecnologia deveria existir para aprimoraras coisas, a começar pela forma de pensar. Eela, então, nos proporcionou conhecer ummétodo revolucionário para encurtardistâncias, o MSN. “É muito fácil, bastasentar em frente ao computador e enviarcódigos, winks, emotions para substituirpalavras. Não precisa nem dizer, todo mundo
conhece”. O Messenger Service Network éuma das atrações irresistíveis que está aí, àdisposição de quem pode.
Embora ofereça opções para facilitar avida, a onda tecnológica parece levar a algunsprincípios de relacionamento. Como vamoscriar futuros seres humanos críticos que
entendam o poder de uma boa conversa,resumindo sentimentos a alguns símbolosinformáticos? Dois pontos e abre parênteses.Nossas crianças são cada vez maishipnotizadas por esses atrativos reluzentes.Cuidado. Daqui a pouco elas podem acharque possuem o controle sobre tudo, porqueconhecem melhor que seus pais os recursosdo computador.
Aos 13 anos de idade, minha paixão erabrincar de esconde-esconde. E olha que nãofaz mais de nove anos. Pedalava pelavizinhança fazendo corrida de bicicleta. E aosquinze acreditava que não era o suficiente.Ah, que saudade do joelho ralado nos pega-pegas! Feliz daquele que ainda temlembranças como essas para contar. Osprogramas de mensagens instantâneas estãoencurtando distâncias sim. Principalmente adistância entre nossas crianças eadolescentes da própria infância.
MSN, ferramentaindispensável naatualidade
O MSN é uma ferramenta indispensávelpara a comunicação nos tempos atuais pelapraticidade que proporciona. Mas é um vilãopara quem não a usa de maneira adequada: osjovens.
O internetês virou uma febre nasconversas entre amigos através da ferramenta.A prática faz com que os adolescentes cometamerros graves na escrita gramatical, como aspopulares abreviações de beleza (blz), também(tbem), e você (vc). O uso constante dessestermos nos bate-papos online altera aqualidade ortográfica das redações de provase vestibulares.
Isso estimula os jovens a não possuíremum vocabulário adequado para secomunicarem pessoalmente. O uso dalinguagem de internet estimula o uso de gíriase palavras que fogem ao padrão culto da línguaportuguesa. Também faz com que eles deixem
de buscar mais conhecimento e aprimorem ouso do idioma.
Um jovem consciente e responsável éresultado de uma boa educação que começana família, mas que parece estar ocupadademais com outros assuntos. Resultado: podenão faltar dinheiro na família, mas o estudo,que é a melhor coisa que um pai e uma mãepodem deixar para o seu filho, é colocado emsegundo plano, fazendo com que o jovem sejaeducado pela “escola da vida”.
Mensagem comeconomia deletras e palavras
Em plena era digital, eis uma ferramentadas mais utilizadas. O que seria da vida daspessoas sem o Messenger, ou MSN para osíntimos. Quanto mais para os jovens que cadavez mais estão ligados a este programinhade conversa instantânea. Você já parou parapensar quantas horas você perde por dia emconversas jogadas fora na internet? Equantos amigos você tem virtualmente? Bem,essas são todas respostas fáceis para quemé conhecedor do MSN.
Além da prática cada vez mais freqüenteentre todos os jovens percebe-se a criaçãode uma nova linguagem. Uma línguaabreviada, cheia de enfeites e desenhosanimados, característicos desse meio. É atédifícil compreender esse jogo de caracterespara quem está iniciando nesse universo.
Você arrisca traduzir – “E aew td bem cvc? Vlw, bj”. Parece difícil, mas não é. Que tal“E ai tudo bem com você? Valeu, beijo”. Essaeconomia de letras dá-se com a rapidez das
conversas no MSN, pois os bate-papos sãorealizados com várias pessoas ao mesmotempo. Complicado? Para os jovens tão fácilcomo respirar. E por incrível que pareça atéas crianças já estão nesse mundo que seexpande mais rápido que a velocidade da luz.A era da tecnologia digital.
Tatuar por estar namoda pode gerar
arrependimento nofuturo
Limites de cadatatuado, às vezes,
afronta os nãoadeptos da arte
Onda tecnológicaleva a algunsprincípios de
relacionamento
Uso deabreviaturas
altera a qualidadeortográfica
Para os jovens,nova grafia é tão
fácil quantorespirar
Peterson Crippa da Silva
editado por Agcom
Denise Maurício
editado por Agcom
Layse Rezende
editado por Agcom
Filipi Ghedin
editado por Agcom
Cristiano de Medeiros
editado por Agcom
extranovembro de 2008
Idade de fortes emoçõesFernanda Prates
editado por Cristiano Medeiros
Crianças na frente do espelhovestidas com as roupas dos paisou assistindo televisão e seadmirando com a roupa dos atores.É nessa fase que se pode notar ainfluência da mídia e da moda nocomportamento das pessoas,principalmente dos jovens. Nainfância, meninas já queremescolher seu próprio visual eadoram usar maquiagem.
Os meninos se baseiam ou nospais ou em atores para compor umestilo. As emoções são essenciaispara atingir a tão esperada mudançae o crescimento pessoal desejado.É nesse período que as crianças sedescobrem, adquirem ideais egostos próprios, para então, naadolescência, dar um sentido a suasopiniões e encontrar um modo queas enquadre em sua personalidade.
A adolescência é uma fasemarcada por muitas mudanças etransformações, tanto físicas comopsicológicas. Muitas delas sãodifíceis de entender, e podem gerarconflitos para os própriosadolescentes, seus pais e asociedade.
Escolher por quais caminhosseguir e que decisões tomar é difícilem qualquer fase da vida. Durantea juventude tomar decisões e fazerescolhas são grandes tormentos.Isso gera muita confusão na cabeçado jovem.
A busca de uma novaidentidade, que já não é a mesmade criança, é um dos principaisobstáculos a serem derrotados. Oadolescente tenta buscar essaimagem através da tendêncianatural de agrupamento com outrosadolescentes, onde nesse grupo ainfluência e a pressão tornam-semuito fortes. É aí que eles tentamse encontrar através das gírias,roupas parecidas, andando quasesempre nos mesmos lugares e emgrupos.
Surgem também as crises, comoa sexualidade, mudanças cons-tantes de humor, de ânimo ediversos outros fatores quecaracterizam essa fase. Nessaetapa, a moda também é um fatormuito importante. Ela é um quesitobásico que “faz a cabeça” daspessoas há muito tempo. Aspessoas buscam o seu estilo emrevistas, desfiles de moda, natelevisão, na internet, etc.
É na juventude, no meio detantas reviravoltas e emoções, queas pessoas tentam se encontrar. Émuito comum se deparar comalguém que em um dia ama rock e
3COMPORCOMPORCOMPORCOMPORCOMPORTTTTTAMENTAMENTAMENTAMENTAMENTOOOOO
em outro goste de pagode.Hoje em dia os jovens se vêem
cercados por novidades. Asinovações, que seduzem a garotada,surgem a todo instante empropagandas e em diversoslugares. Apesar de tantainformação, ainda existem muitosadolescentes que têm vergonha demostrar para os outros do querealmente gostam. Tem muita genteque gosta de certo tipo de músicaou estilo, porém tem vergonha dedemonstrar.
Para a maioria das pessoas, aprimeira impressão envolve aroupa, o corte de cabelo e o jeito. Eolha que isso não é pouco. Deacordo com a psicóloga MariângelaAndrade, nessa fase é comum ojovem ter incertezas, e por isso ficadifícil ter que escolher um estilosabendo que pode ou não serrejeitado pelos demais. Por issoeles ficam com medo e sem coragempara assumirem sua verdadeiraidentidade.
O jovem pode se deparar comproblemas de personalidade,inadaptação social, dificuldades decaráter e problemas escolares.Tudo isso influencia e muito navida dele. A professora Kátia Luzconcorda com a psicóloga. Ela dáaula para alunos de 5° a 8° série epara o ensino médio. “Percebo quemuitos alunos têm medo e vergonhade falar que gostam de algumacoisa em especial, ou até mesmotêm dificuldade para mudar ovisual. Enquanto têm outros quenão encontram dificuldade paramostrar suas opiniões e gostos,sem medo da repressão”, afirmaLuz. Segundo a professora, muitosalunos são excluídos pelos demais,por não representarem o padrão damoda, e talvez seja por isso quetenham uma certa dificuldade deadaptação.
Realmente não é fácil seradolescente e passar por essa fasesem traumas e problemas, pois asociedade é cheia de exigências elimites. Além do que, segundo avisão do adolescente, os paisvivem “pegando no pé”. Pais eeducadores garantem que orelacionamento com os adoles-centes não é uma tarefa fácil. Emmuitos momentos, os pais começama disputar espaços, gostos epreferências. Cada membro dafamília tem um jeito diferente, tipoe temperamento.
Muitos deles sabem apenas oque é se preocupar com as marcasde roupas, sapatos, etc. Masexistem jovens que têm medo e faltade coragem para assumirem-se . Temmedo de inovar. Há o receio derepressão pela sociedade.
Lucas Lemos
editado por Cristiano Medeiros
O som é acústico, em ritmo dereggae e com louvores a Deus. Énesta linguagem que os membrosda Igreja Bola de Neve (ou Bola deNeve Church) manifestam a fé. EmIçara, eles se encontram em umapequena garagem no JardimSilvana. Por enquanto, osencontros são com as portasfechadas. As cerimônias ficarãoabertas somente após registradatoda a documentação necessária.Mesmo antes disso acontecer, acélula de Içara já ultrapassa 50membros.
O altar da Bola de Neve temsempre uma prancha de surfe. Esteé o símbolo da ligação que a igrejatem com o esporte radical. Umexemplo é o projeto água viva, queé uma escolinha de surfe mantidano Balneário Rincão. Além daprática, as crianças tambémrecebem café da manhã, almoço ecafé da tarde. As refeições e osensinamentos são repassados aos
domingos, na Escola MelchíadesBonifácio Espíndola. "Contamoscom a doação de pessoas eempresas", explica o pastor CarlosMachado.
A maior parte dos membros daigreja são de jovens. Por isso, alinguagem utilizada pela Bola deNeve é direcionada exatamente paraeste público. O ministrante, porexemplo, nem usa roupa social.Tanto ele quanto a banda, algumasvezes, vão ao culto até de bermuda.
Nos encontros e reuniões, abíblia utilizada é a mesma de outrasigrejas evangélicas, assim como osconceitos religiosos. Mas, a formade realizar o sermão não é nadaconvencional. Ou você conhecealguma igreja que utiliza gíriasjovens em cultos? "Não énecessário drogas, menininhas enem baladas para ser feliz. Só coma exaltação da palavra de Deus jáficamos chapahall", comenta opastor Carlos no encontro doúltimo domingo, dia 2 de novembro.Para Carlos, foi o chamado de Deusque lhe trouxe para Içara. E, a
chegada na cidade foi em abril. Apósfreqüentar cultos em outras células,ele se tornou pastor e iniciou osencontros no Centro. O espaçoficou pequeno e os membrostiveram que mudar a igreja para obairro Jardim Silvana. O espaço foicedido por alguns dos primeirosfiéis içarenses. Atualmente, asreuniões são nas quartas edomingos, sempre às 20h.
Antes da criação da célula emIçara, os adeptos da igreja tinhamque se encontrar em Forquilhinhaou em Laguna. Ao menos, esteseram os locais mais próximos dacidade de Içara que tinham areligião. Mas, agora, as célulastambém se espalharam porImbituba, Balneário Gaivota,Blumenau, Brusque, Criciúma,Florianópolis, Itajaí, Palhoça, SãoJosé, Sombrio e Tubarão. Estes sãoos locais em que há encontros emSanta Catarina. No resto do país,há células também nos estados deSão Paulo, Bahia, Distrito Federal,Espírito Santo, Rio de Janeiro e RioGrande do Sul.
Como surgiu a Bola de Neve?A igreja foi criada em meio a
dificuldades encontradas pelofundador da Bola de Neve, oApóstolo Rina. Após o uso dedrogas e uma hepatite, ele iniciouencontros com a realização deorações. Isso aconteceu em 1993.Então, as reuniões foram crescendo
como uma bola de neve. Assimsurgiu o nome da igreja. Mas,somente em 1999, os encontrosganharam o caráter de religião.
As primeiras cerimônias da Bolade Neve foram realizadas em SãoPaulo, no auditório de umaempresa, a Hawaiian Dreams (HD),
na época, licenciada da Rip Curl noBrasil. Mas, o espaço não tinha umpúlpito. O jeito foi utilizar osmateriais disponíveis no auditório.Uma prancha de surfe se tornou amesa para o apoio da bíblia. E oimproviso foi oficializado eespalhado para o resto do país.
INTEGRANTES
FAMOSOS
Conforme a revista Cristã(da própria igreja), um dosintegrantes famosos daBola de Neve é o goleiro doSão Paulo, José Bosco deFreitas Carlos, de 32 anos.No meio artístico, o atorAlexandre Frota também jáfreqüentou uma reunião daigreja. Além dele, há tambéma apresentadora de TVMonique Evans, a modeloCida Marques, o ex-líder dabanda Raimundos, RodolfoAbrantes, Alemão doFalamansa, o cantor dereggae Nengo Vieira, eZeider, que é o vocalista doPlanta e Raiz.
Religião radical
Foto: Lucas Lemos
extranovembro de 2008
A expressão do jeansPaula Biff
editado por Filipi Ghedin
Natural, usado, lavado,
bordado, estampado, rústico ou
sofisticado, o jeans recebeu muitos
adjetivos e hoje atende a vários
estilos. Nas passarelas de todo o
planeta, atualmente desfilam uma
diversidade deles. Entretanto, sua
trajetória teve início numa posição
oposta a qual se encontra hoje. Era
uma roupa grosseira produzida
exclusivamente para o trabalho
pesado nas minas da Califórnia-
EUA.
De acordo com a especialista
em História da Moda, Maria Izabel
Costa, por volta da década de
1850, eram confeccionadas calças
para mineiros que rasgavam com
facilidade. Lévi-Strauss sugeriu a
substituição do tecido pelo denim,
até então nunca usado para o
vestuário, e sim para cobrir tendas
e carroças. “Este tecido conhecido
até hoje, era de cor amarronzada e
começou a ser fabricado na cidade
de Nimes-FR, no século XVII.
Logo, popularizou-se na Ingla-
terra, onde também já estava sendo
fabricado. Por ser um tecido com
as mesmas características daquele
fabricado no município francês,
ficou então conhecido como ‘De
Nimes’ e assim, denim”, detalha
Maria Izabel, que ainda conta que
a primeira grife de roupas jeans foi
criada pelo próprio Lévi-Strauss,
em associação com Jacob Davis,
sendo assim chamada de LS & Co.
Desde a criação da empresa,
Strauss e Davis começaram a
fabricar macacões rebitados e
patenteados, não mais com o tecido
de tom amarronzado que saiu de
circulação, e sim com dois outros
panos, no qual um deles era o
próprio jeans. Nascia ali o que mais
tarde viria a ser chamado jeans:
calças denim com bolsos reforçados
por rebites. Muitos trabalhadores
passaram a usar o jeans no dia-a-dia
e, a partir da Segunda Guerra
Mundial, ele passou a vestir também
as mulheres.
A especialista em História da
Moda alega que o cinema foi um
grande difusor da vestimenta como
moda. Os artistas usavam-na como
símbolo de rebeldia, remetendo
assim a revolta contra a riqueza
material e o vazio afetivo da
sociedade norte-americana. Um
dos grandes ícones do cinema a
difundir o jeans foi James Dean.
Nesta mesma época, começou-
se a perceber que os jovens for-
mavam uma nova categoria a ser
explorada economicamente. Esses
tornam-se independentes financei-
ramente, com o trabalho. O jovem
da década de 50 passou a refletir
4 COMPORCOMPORCOMPORCOMPORCOMPORTTTTTAMENTAMENTAMENTAMENTAMENTOOOOO
por meio das músicas, maneiras e
aparências, todos os conflitos que
seus pais viveram em tempos de
guerra.
Pela primeira vez a moda foi
ditada pelos jovens, totalmente
relacionada aos acontecimentos do
cotidiano. São muitas informações
ao invés de uma tendência única. A
moda passa a vir das ruas e não
mais dos grandes salões de
criadores, como acontecia nas
décadas anteriores.
O conceito jovem dos anos 60
era ser livre no pensar, no agir, no
gostar e no vestir. Contrariar a do-
minação da moda imposta pelos
grandes criadores era sinônimo de
liberdade. O jeans aparece como
principal elemento de moda, para o
reflexo desta contestação. Cada jo-
vem transformava a sua calça jeans
em uma peça totalmente “detona-
da”. Desbotavam-na com cloro,
surravam-na batendo em pedras e
até mesmo friccionavam pedaços
de tijolos para obter um aspecto
desgastado ou usavam o jeans des-
botado naturalmente pelo uso. E era
exatamente desta forma que os jo-
vens manifestavam e distinguiam-
se através de seus blue jeans.
A partir daí, inicia-se a grande
transformação do jeans. Como a
moda desta época propunha a
liberdade, a busca pela identidade
através das roupas torna-se cada
vez maior. Assim, cada um fazia a
sua própria moda, criando seu
próprio estilo, de acordo com sua
personalidade. O estilista Calvin
Klein adotou uma nova conotação
para o jeans: sexy, rebelde não
mais.
A peça ganha força total como
moda em todo o mundo, a partir da
década de 80. “Nesta época não ha-
via a preocupação com a recessão
que ocorrera nos anos 70. A apa-
rência deveria demonstrar poder,
como reflexo do desempenho de
cada um”, explica a especialista.
Em conseqüência desta moda,
o jeans é produzido de várias for-
mas: bordado, tacheado, rasgado,
franjado, com remendos, e aplica-
ções nas diversas modelagens, des-
de o justíssimo, que ressalta a si-
lhueta do corpo e a conotação sexy,
até os excessivamente largos.
Homens, mulheres e até crian-
ças usam roupas produzidas com
jeans. Bermudas, calças e saias são
alguns exemplos do que pode ser
feito com o tecido. Propagandas de
lojas especializadas em jeans são
frequentes na mídia. Todas ressal-
tando o bem-estar de vestir jeans.
Uma febre que conquistou todas
as classes, tribos e estilos. De
vestimenta para mineiros, tornou-
se uma roupa unissex que expressa
liberdade.
No início dos anos 90, ele rea-
parece como peça básica, roupa
para trabalho, deixando de lado
toda a ornamentação da década de
80. O jeans passa a diferenciar-se
com novos tipos de lavagens, co-
res e outros acabamentos até en-
tão nunca feitos.
A abertura do mercado, em se
tratando de Brasil, faz com que os
produtos nacionais modernizem-se,
para concorrer com o produto im-
portado. Resta então, explorar as
inovações de lavagens sobre o
jeans, como também a gama de co-
res para tingimento do denim cru.
Portanto, o número de lavanderias
no Brasil começa a crescer grada-
tivamente.
Segundo o técnico de lavan-
deria Plauto Cezário, no final da dé-
cada de 90, todo e qualquer tipo de
trabalho é permitido sobre o jeans.
Bordados, rasgados, estampados
com bigodes, resinados e muitos
outros dão novas caras à peça. Ofi-
cinas de artesanatos começam a fa-
Para todos os gostos...zer parte da indústria. As empresas
que confeccionam jeans vêm, prin-
cipalmente a partir do final dos anos
90, preocupando-se intensamente
com o design de seus produtos.
“O jeans básico e minimalista
passa a não ter mais espaço dentro
do mercado consumidor. Esse,
devido à moda da customização,
passa a exigir esse conceito
também inserido no jeanswear. O
mercado precisa acompanhar os
desejos do consumidor, que busca
incansavelmente pelo novo. Por
este motivo, o trabalho de criação
do designer têxtil, dentro das
indústrias, é cada vez mais
intenso”, ressalta Cezário.
De acordo com a estilista e
consultora de moda, especialista em
lavagens do jeans, Aline Biff, o
designer têxtil exerce a função de
traduzir para o produto um
somatório que envolve os desejos
do público consumidor, as novas
tecnologias e possibilidade real de
fabricação, dentro dos limites da
indústria. Todos estes elementos
precisam estar de acordo com o
atual conceito de moda.
Aline ainda afirma que o
jeans começa a transformar-se
de minimalista para fashion no
final da década de 90. Surge
agora com brilho, estampado,
bordado, com aplicações de
tecidos nobres, em várias
modelagens, comprimento e
lavagens, numa onda de resgate
de épocas e movimentos cultu-
rais e estéticos.
A peça, que começou sua
trajetória com o único valor de
ser resistente ao trabalho
pesado, por volta de um século
depois, passou a ser elemento
de moda com alto poder repre-
sentativo da personalidade de
cada indivíduo. Ele aparece nas
passarelas dos grandes costu-
reiros de todo o planeta, como
também no guarda-roupa de
qualquer classe social e estilos
diferenciados.
Foto: DuploX
extranovembro de 2008 5
Arte em que a tela é vocêFoto: Paula BiffCarol Almeida
editado por Filipi Ghedin
De uns anos para cá, a tatuagem(mais conhecida por tattoo, doinglês) tornou-se tão comum aponto de parecer uma invençãorecente, mas não é. Os registrosmais antigos da arte eternizada nocorpo humano são de, pelo menos,cinco mil anos atrás. É dessa idadeque se supõe que seja a múmiacongelada de um caçadorencontrada em 1991, entre a Itália ea Áustria, que se acredita ser o maisantigo corpo tatuado do mundo. Eleestava tão bem conservado que foipossível contabilizar suastatuagens: 57 no total.
Aqui pela América, havia índiostatuados quando CristóvãoColombo e sua tripulaçãodesembarcaram nessas terras, noséculo XV. Na Europa, onde chegoupor meio de navegadores comoColombo, ela foi banida na idademédia, pois a Igreja a considerava“coisa do demônio”.
Depois de um tempo ela passoua ser sinônimo de marginalidade.Isso também se deve ao fato de queantigamente, nas cadeias daInglaterra, os policiais cravavam asiniciais “BC” (bad character, maucaráter em inglês) na cútis doscondenados. Assim, formou-se oestereótipo de que quem possuitatuagem é marginal ou diferente doresto da sociedade.
Até meados dos anos 90, noBrasil, ainda existia muitopreconceito contra pessoastatuadas. Contudo, quando essaprática tornou-se comum nosEstados Unidos, nos anos 2000,como uma forma de arte corporal,virou moda e correu o mundo, vindoparar por aqui, em terrastupiniquins. Hoje, a tattoo deixoude significar desajuste social,chegando a ser vista como umaforma de arte e diversão. Para osjovens, ela é uma forma deexpressão. Andando pelo centro deCriciúma, por exemplo, épraticamente impossível não veralguém com um “desenho na pele”,como diria seu avô.
COMPORCOMPORCOMPORCOMPORCOMPORTTTTTAMENTAMENTAMENTAMENTAMENTOOOOO
A primeira a gente nunca esqueceA estudante Renata Valentim
faz o tipo patricinha e, ainda assim,aos 19 anos, fez sua primeiratatuagem. “Fazia um ano que eutinha essa idéia na cabeça, mas nãofazia, porque tinha medo e aindanão havia decidido o lugar. Minhaamiga também estava a fim de fazere resolvemos ir juntas. Assimtomamos coragem e vimos que nãoé tão doído assim”. Todo oprocesso levou cerca de duashoras e Renata diz que a dor épouco relevante. “Dói um pouco,mas vale a pena”, relata a garota,que hoje, aos 20 anos, já tem duastatuagens e quebra o rótulo de quetodo tatuado é “maluco beleza”.
As motivações que levam umapessoa a fazer uma tatuagem sãoquase infinitas. Cada uma tem suarazão, e elas podem ser bemdiferentes. Para Fhilipe Thiesen, 25anos, de Garopaba, quem omotivou foram os astros do Rock.
“Quando mais novo sempreachei fascinante a arte nocorpo. Via vários ídolos do Rockcom o corpo tatuado e não via ahora de fazer a minha. Quando recebimeu primeiro salário, fui logo fazerminha primeira tattoo: um sol nobraço direito, que significa energiavital. Hoje já tenho quatro”, relata.
Além de agüentar a dor de umasérie de agulhas de 3 mmperfurando a pele por horas, épreciso ter coragem para emoldurarem si próprio uma pintura definitiva.Quando você tiver seus 70 epoucos anos, a tatoo ainda estaráfixada no mesmo lugar. E tem genteque tem de sobra. A vendedoraCamila Daibem, 27, de BalneárioCamboriú, tem o braço inteirotatuado e diz que muitas vezes jáfoi discriminada por isso. “Jáaconteceu de eu não podertrabalhar em um lugar, porque odono era religioso. Ele dizia que
tatuagem era pecado, coisa dodemônio, que não se deve mexerno que Deus nos deu. Vê se pode!”,conta.
Há pessoas que simplesmentenão toleram tatuagens. Essa“sobra” de preconceito, em relaçãoa quem se tatua, pode explicar aprofunda irritação que análisespessoais sem fundamento geramna maioria dos tatuados de hoje,que detestam ser tratados comoanormais. O estudante FernandoBez, de Treze de Maio, já sofreumuito preconceito. Além de termodos delicados, traços femininose uma forma de se vestir moderna ediferenciada, ainda exibe o desenhodo feto de um extraterrestre nobraço. Ele diz que rotular as pessoasnão está com nada. “Detestorótulos. Na realidade, as pessoasse preocupam muito mais em usarrótulos do que com meu próprioconteúdo”, diz.
Entretanto, essa parcelarestante de preconceito épequena e, hoje, os profissionaisdeste ramo se dão muito bem,além de amarem o que fazem.Jonas Maizonave tem um dosestúdios de tatuagem maisprocurados de Criciúma e afirmanunca ter sofrido qualquer tipode preconceito em relação a suaprofissão. “Gosto muito do quefaço e do estilo de vida que tenho.Por isso, tento me superar a cadadia, pois sempre tenho desafiosdiferentes: não se trata de umtrabalho em si, e sim de uma arte”,relata o tatuador, que colocou aidéia da profissão na cabeçaquando foi tatuado pela primeiravez, em 1995. “Sou de PortoAlegre e vim morar em Criciúma,por causa de um conhecido quefalou que havia poucostatuadores aqui. Vim conferir enão voltei mais”, conta.
Se não feita em um estúdiosério, a prática pode gerar diversosproblemas, como infecções,reações alérgicas, escoriações, eaté mesmo doenças mais graves,que podem ser passadas de umapessoa para a outra, se a agulhanão for descartável. Por isso, épreciso analisar o local antes.Certificar-se de que o estúdio élimpo e organizado, que usasempre agulhas descartáveis e
que, principalmente, tenha umaautoclave, aparelho utilizado paraesterilizar itens.
Mas o problema mais comumdessa prática é o arrependimento.Depois de certo tempo, o desenhofeito no corpo pode perder osignificado: a banda deixa de existir,troca-se de namorada, pode-seaté mudar de time. Isso não é maisum problema, pelo menos paraaqueles que têm dinheiro de sobra.
Existe um tratamento muitoeficiente: o clareamento a laser (ogasto chega a alcançar os milharesde reais). Neste, um raio de altaintensidade quebra o pigmento empedaços menores, que são levadospara fora da pele pelo sistemalinfático do organismo. Porém,assim como tatuar, para “destatuar”também se deve tomar cuidado:este tratamento só pode ser feitopor um dermatologista. Se mal
realizado, pode clarear demais asregiões tatuadas, criando um estadochamado de hipopigmentação.
Fazer uma tattoo é uma decisãoque deve ser tomada comprecaução. Os interessados têm quepensar bem se daqui há algunsanos, com cabelos brancos e a cútisjá não tão macia, ainda irão quererexibir estrelinhas coloridas, dragõesenormes ou o Homer Simpson e suacerveja desbotada na pele.
extraNovembro de 20086 SAÚDESAÚDESAÚDESAÚDESAÚDE
Uso do cigarro reduz em 8anos a expectativa de vida
Rafael Nazário
editado por Cristiano Medeiros
Fumar um crivo, dar umatragada, fumar um careta, seja ele,nacional, importado, “de Bali” oumentolado. Seja qual for o nomeou o sabor que carrega, na verdadeo vício de fumar está destruindo avida de muitos jovens. Entretantoo uso dessa droga lícita leva ousuário a crer que fumar ajuda asentir um auto-controle. Ajuda arelaxar e os torna atraentes ao sexooposto! Uma mentira deslavada,pois, além do mal que o cigarro fazpara o corpo, ele deixa um cheiroforte e desagradável.
Fumar é um dos vícios maisperigosos que podemos ter.Segundo estatísticas, o vício defumar mata de maneira precoce uma cada quatro fumantes. Tambémprovoca diversas deficiências emmuitos outros usuários, sejam elespassivos ou ativos. De maneira
geral, fumar reduz a expectativa devida em oito anos.
A Organização Mundial daSaúde (OMS) relata que cerca de 3milhões de pessoas estão morren-do a cada ano de doenças causa-das pelo fumo. Os efeitos malignosdo fumo levam muitos anos parase manifestar no usuário. Não hánenhum efeito colateral imediatona saúde. Médicos especialistasdizem que são necessários 25 anosde fumo intenso para que osefeitos sejam refletidos no númerode mortes no país.
Mulheres que fumam sofremmaiores riscos do que os homens.Assim como câncer, doenças docoração, elas também têm menoreschances de terem filhos e estãomais predispostas a terem bebêsanormais. Os filhos de mães quefumam são menores, aprendemmais devagar e estão mais pre-dispostos a sofrerem de infecçõespulmonares. Eles próprios também
estão mais predispostos a fumar.Os cigarros contêm alcatrão e
nicotina, que são altamente tóxicosao corpo humano. Nicotina faz seucoração bater mais rápido. Porisso, após fumar um cigarro, apessoa tem mais uma falsa energia,uma euforia. No entanto, elatambém estreita os vasos san-guíneos, causando doenças docoração que futuramente irãosurgir. O alcatrão geralmentecausa câncer do pulmão e tambémé a causa da ‘tosse do fumante’.
O alcatrão em cigarros per-manece no interior dos pulmõesatraindo impurezas e bactérias. Ospulmões começam então a ficarirritados e inflamados e a ‘tossedo fumante’ aparece. Os pulmõessão danificados e então se tornamvulneráveis à pneumonia e àbronquite.
Uma das coisas que é irritantea um não fumante (especialmentese ele teve dificuldades para deixar
de fumar) é ter que fumarpassivamente. Isto é, quandooutras pessoas estão no mesmoambiente de fumantes e respiram afumaça exalada pelo cigarro. Sejaem corredores da faculdade,festas, escritório ou local detrabalho o fumo passivo éprejudicial à saúde. Sabe-se hojeque fumar passivamente danificaa saúde dos não fumantes –especialmente seeles respiram comfrequência a fumaçados cigarros deoutras pessoas.Cerca de 40 paísesao redor do mundoproibiram o hábitode fumar no local detrabalho. Outrosestão se preparandopara implantar amesma medida.
Os dados doMinistério da Saúde
são alarmantes. Seis em cada dezcrianças entre 10 a 14 anos já deramsuas tragadas de cigarro. Nessafaixa etária, o número das quefumam diariamente chegam a 400mil. Somando todos os jovens emidade escolar no Brasil, ou seja,entre 10 e 18 anos, cerca de 3milhões já estão completamentedependentes.
Eles são viciados em nicotina
Por que tantas pessoascontinuam a fumar? Por que hátantas pessoas viciadas nestehábito? Números grandes depessoas consideram o fumo comoum hábito social, sem perceber que,de fato, eles estão viciados emnicotina – a droga contida no tabaco.Alguns jovens fumam porqueacreditam que isto os ajuda a sentirque cresceram ou porque seusamigos fumam.
A venda de cigarros traz lucrosenormes para os fabricantes. Otabaco é um produto principal deexportação – o oitavo produto maiscultivado no mundo em termos deexportações agrícolas. No entanto,a maioria dos países em desen-volvimento gasta muito mais naimportação de produtos do tabacodo que ganham na exportação defolhas de fumo.
Em alguns países industria-lizados, pressões de grupos desaúde resultaram na proibição detodo tipo de anúncios de cigarros evenda de cigarros com alto teor dealcatrão e nicotina.
A frequência nestas proibiçõesfaz com que a venda de cigarros queoferecem mais riscos seja tranferidapara outros países onde osgovernos podem receber benefíciosextras prometidos pelas companhias
de tabaco, ignorando os efeitos delongo prazo na saúde de seuscidadãos.
O comércio de cigarros nospaíses em vias de desenvolvimentoé três vezes maior. "Conheço osmales do cigarro. Mas, hoje em dia,o que não faz algum mal para asaúde? Não é possível que eu tenhaque me privar de tudo para poderchegar aos 80 anos. Prefiro morrercom 50 e ter aproveitado muito bema vida", diz a estudante ValériaAlmeida, 17. Ela fuma regularmentedesde os 14 e colocou o primeirocigarro na boca aos 11 anos.
O depoimento da adolescentereflete a maneira de pensar de muitosjovens que vão contra a corrente dageração saúde e que entraram nacortina de fumaça antes de completara maioridade. "Eu não pretendo meviciar. Quando reparar que a coisaestá se encaminhando para esselado, eu paro", diz o estudante TiagoDuzuza, 18 anos. O detalhe é que eleconsome de 3 a 5 cigarros por dia, osuficiente para caracterizar umquadro de dependência.
A psicóloga Karine Veigacontesta: "Os adolescentes costu-mam ter a fantasia de que depen-dência é uma opção. Mas são rarasas pessoas que conseguem usarcigarro socialmente, até a vidaadulta, e não desenvolver depen-dência", afirma
Uma das coisas que ajuda
PAIS:
Crescer em um ambiente de
tabagistas induz ao vício. Para
piorar, pesquisas mostram que a
dependência química pode ser
herdada.
DESEMPENHO ESCOLAR:
Ninguém sabe o porquê, mas jovens
que não vão bem na escola são os
que começam mais cedo a dar suas
baforadas e fumam mais.
bastante é o acesso que os jovenstêm ao cigarro. "Eu fumo desde os14 e nunca me pediram identidade.Não tem essa de que vender cigarroé proibido para menor", diz aestudante Ana Paula Nascimento,18, enquanto fuma um cigarro emfrente ao colégio.
É raro o estabelecimento quepede para mostrar carteira deidentidade para comprar cigarro.Outro fator significante é o preço:"Não acho caro. É mais barato queuma garrafa de cerveja, porexemplo", diz Thiago Quintino dosSantos, 20, estudante de direito.
Mas muitos jovens nãoprecisam sair de casa para receberalguma influência a favor do cigarro- cerca de 40% deles têm pelo menosum pai fumante, segundo a OMS."Minha mãe fumava e meu pai aindafuma. Eles sempre falaram quecigarro faz mal. Mas acabeifumando também", diz RégisValerom.
A mãe dele, a professora RenataValerom, 47, reconhece a respon-sabilidade. "A gente sabe quenossas atitudes valem mais para os
filhos do que o quefalamos. Mas nossainfluência pode in-centivar o mesmocomportamento ou ocontrário, porque eletambém viu todo meusofrimento paraparar", diz a mãe, quelargou 20 anos devício.
Todos sabem asconsequências que ovício provoca aocorpo. Pode-se obser-var alguns exemplosestampados nas pró-prias carteiras decigarro. Mas, comocostuma acontecer, sóapós sentir os efeitosé que o fumante pensaem parar.
Foto:P
ublic Dom
ain Pictures
Rafael Nazário
editado por Layse Rezende
extranovembro de 2008
$
7
Comunicação em redeVictor Lapolli
editado por Layse Rezende
TECNOLOGIATECNOLOGIATECNOLOGIATECNOLOGIATECNOLOGIA
Softwares e novas
formas de contato
Quem usa o MSN também temque tomar cuidado. O programaé livre e isso permite quequalquer um tenha o seu, deixan-do essa janela aberta para os malintencionados. Além da fáciltransmissão de vírus por enviode arquivos ou links é uma usualarma de pedófilos e pervertidosque não respeitam a privacidadealheia, através de fotos ou de
forma verbal. Existem adultosque se passam por crianças paraaliciar menores pela internet.
Eles usam linguagem decriança, fotos e até mesmovídeos como se fossem deles.Felizmente é possível bloquearcontatos indesejados e atédenunciá-los.
Falando em bloqueio, essaferramenta é constantemente
usada para ignorar as pessoasinoportunas. Quem foi bloquea-do verá sempre quem bloqueoude forma off-line.
Outra forma de bloqueio éusada principalmente nas univer-sidades e empresas para evitarque os alunos ou funcionáriosdispersem sua atenção com oMSN. Isso constantemente éburlado com sites que permitem
a conecção dos usuários atravésdo navegador da web.
Para se comunicar de formaainda mais rápida, é comumabreviar palavras o que é vistopor muitos como um malefício,porque pode acabar atrapa-lhando na escrita formal. Veja noquadro algumas das principaisabreviaturas usadas pelosusuários.
- Mensagens de texto em tempo
real para qualquer lugar do mundo
(contatos off-line recebem as
mensagens assim que entram)
- Mensagens de voz
- Transferência de arquivos como
fotos e mp3
- Conversa com áudio e/ou vídeo
- Jogos (xadrez, dama)
- Bate papo conjunto (mais de um
contato em uma só conversa)
- Mensagens SMS para celulares
cadastrados (com custo)
CaracterísticasCaracterísticasCaracterísticasCaracterísticasCaracterísticasdo programado programado programado programado programa As siglas do MSNAs siglas do MSNAs siglas do MSNAs siglas do MSNAs siglas do MSN
vctbm
pqs
naum/ ñ/ ntdq
vocêtambémpor quesimnãotudoo que?
abreviatura significado
Na rede mundial de computadores há uma série de sinais e abreviaçõesespecíficas. Para os linguístas, esta nova linguagem se chama Internetês.Confira algumas siglas e o que elas significam:
No dia-a-dia
A maior parte dos brasileiros quepossui internet tem o MSN instaladoe costuma utilizá-lo com grandefreqüência. Assim como a granderede de computadores, o mensageiroinstantâneo é mania entre os jovensque estão sempre “conectados”.
É fato que hoje ele é de grandeimportância para os jovens. “Nafrente do meu PC, o MSN chega aser mais importante que meu celular,porque posso conversar com meunamorado enquanto falo com meusamigos e familiares”, revelaJesimeire Rosa, 20, de Capivari deBaixo, acadêmica de Pedagogia naUnisul.
Nota-se que a maior utilidade éde cunho social. Daniel Hestermannde Cotia- SP, 23, é outro que prefereo messenger: “Facilita o contato comos amigos, não preciso gastardinheiro para ficar usando otelefone”. Ele completa dizendo:“trabalho com prestação deserviços. Então, muitos clientesfecham trabalho comigo pelo MSN.
Boa parte dos jovens que entrourecentemente no mercado detrabalho tem o MSN como umaferramenta muito útil. O serviço évisto como uma forma de facilitar ocontato entre profissionais eclientes.
“A gente tem clientes em outrascidades. Além da rapidez, por serinstantâneo, economiza muito comtelefone, e além de ser rápido noenvio de arquivos”, confirmaMariana Vicentini, 21, que trabalhacom Comunicação Visual emTubarão. Ela ainda usa essaferramenta para se comunicar comseu namorado que mora em SãoPaulo - SP.
Alguns, apesar de usarem oMSN no trabalho, dizem queconseguem viver sem o programa,como é o caso de João Pedro Alves,20, que cursa a 6ª fase de jornalismona Unisul: “O pessoal com quemtrabalho é todo de fora e também estásempre online, mas consigo viversem. No trabalho mesmo eu só usoquando tem alguém no telefone ouse tem gente concentrada. Ele é maisnecessário para administrar ostrabalhos da faculdade”.
Há quem usa o programa, masnão se importa muito. “O MSN nãotem importância nenhuma para mim,não preciso para o trabalho, é só umadiversão quando não tem nenhumfilme bom para ver”, contraria MariaEduarda Machado, 17, de Itajaí, queesse ano se forma no Ensino Médioe trabalha como secretária no setorfinanceiro em uma transportadora.
Mesmo sem sair de casapodemos ter contato com nossosvizinhos e pessoas das maisdiversas partes do mundo, graçasaos programas de mensagensinstantâneas. Isso já é possível hámuito tempo com o telefone, masa inveção do Messenger ServiseNetwork (MSN) facilitou aindamais o relacionamento entre aspessoas. Criado pela MicrosoftCorporation, o programa rapida-mente desbancou por aqui o ICQ,outro software que possui muitassemelhanças com o messenger,mas para o endereço dos contatosé usado um número de identifi-cação ao invés de e-mail. Separou-se das divisões da marca MSN eagora se chama Windows LiveMessenger. O ICQ, apesar demuitos não conhecerem, surgiu em1997 e foi o pioneiro nas men-sagens instantâneas via internet.O programa ainda é utilizado,principalmente na Europa. Outrasopções são o Yahoo Messenger,Skype e o Google Talk que é
incorporado ao site de relacio-namentos orkut.com. Normal-mente os endereços de MSN sãopessoais. Porém, a cada dia, maisempresas disponibilizam umendereço de mensagens instan-tâneas para os clientes, como asrádios que utilizam o serviço paracomuni-carem-se com os ouvin-tes, que podem pedir as músicassem utilizar o telefone. Com a crisena indústria da música, hoje asbandas são cada vez mais indepen-dentes. Acabam vendo comosolução a divulgação pela inter-net, que possui como ferramentaprincipal o MySpace. Esteprograma oferece a opção dedisponibilizar músicas aos inter-nautas. Porém, para contatodireto, o MSN é mais utilizado.Bruna dos Santos, 19, vocalista da
banda carioca de Heavy MetalCarpensarem reformulou suabanda através do utilitário.“Recentemente tivemos umcolapso, e ficamos sem baixista ebaterista na banda. Então, com oauxílio do Orkut, eu pude encontraralgumas pessoas que foramconversando comigo pelo MSN.Trocamos material musical,composições e afins, consegui-mos encontrar as pessoas quetinham o perfil exato para a banda,e já no primeiro dia que nosencontramos pessoalmente en-saiamos. Todos já conheciam asmúsicas graças à transmissão dearquivos do programa”.
Como curiosidade o últimoálbum da banda, Helloween, tevegrande ajuda do Skype (softwaremais voltado para o áudio). Cada
integrante mora em um localdiferente, e, como possuem poucotempo, foi uma grande ajuda.“Michael Weikath (guitarrista) eeu compusemos as letras dessejeito e mostramos idéias para asmúsicas. Nós usamos o Skype. Eisso nos poupou muito dinheiro efizemos rapidamente. Foi umaótima idéia fazer as coisas dessejeito”, revela Sascha Gerstner dogrupo alemão Helloween, tambémguitarrista, em entrevista ao sitewww. metal-experience.com.
Para o bem ou para o mal, oMSN está no dia-a-dia de milharesde pessoas e, provavelmente, dequem lê essa matéria. A tendênciaé que fiquem menos tempo off-line que on-line, pois até algunscelulares já possuem o programa,conectados cada vez mais.