experiência de autoavaliação institucional do...
TRANSCRIPT
Experiência de Autoavaliação Institucional do Campus Jataí da Universidade
Federal de Goiás: A Percepção dos Docentes e Técnico-Administrativos
Universidade Federal De Goiás (UFG)
Eixo III - Impactos da CPA
Patrícia de Sá Barros (Universidade Federal De Goiás)
Victor Souza Martins e Verdú (Universidade Federal De Goiás)
Marina Pacheco Miguel (Universidade Federal De Goiás)
Alexandre Braoios (Universidade Federal De Goiás)
José Carlos Seraphin (Universidade Federal De Goiás)
Regina Beatriz Bevilacqua Vieira (Universidade Federal De Goiás)
Resumo
A avaliação e regulação são concepções contraditórias de avaliação, mas não opostas. A
autoavaliação, protagonizada pelos atores institucionais, identifica as fragilidades e
potencialidades. Na Universidade Federal de Goiás (UFG), o processo de Avaliação está
concebido no interior de um projeto maior denominado Programa de Gestão Estratégica
que articula planejamento, avaliação e informação institucional. Este trabalho apresenta
a descrição sobre a primeira experiência de Autoavaliação Institucional do Câmpus Jataí
da Universidade Federal de Goiás, desde a sensibilização da comunidade acadêmica, o
procedimento metodológico, a análise dos resultados das dez dimensões propostas pelo
Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (SINAES) e as possibilidades de
ações futuras. Esta experiência teve como referência o modelo de avaliação institucional
da UFG, sendo coordenada por um comitê interno que sensibilizou a comunidade,
contando com apoio da Assessoria de Comunicação do Câmpus, a qual enviou
instrumento de avaliação para os docentes e técnico-administrativos, foco desta
descrição. A leitura/análise da Autoavaliação Institucional do Campus Jataí indica uma
insatisfação generalizada acerca das 10 dimensões avaliadas a despeito do
desenvolvimento do Câmpus, proporcionado pela expansão e REUNI, referenciados nos
relatórios de gestão da Instituição. Estes resultados geraram autoconhecimento que
poderão permitir ações de melhorias no Câmpus. Espera-se que a autoavaliação seja
complementada com a regulação, a qual é protagonizada pelo Estado, que tem como
papel elaborar políticas educacionais e executá-las assegurando a sociedade a qualidade
da educação superior.
2
Palavras-chaves: Autoavaliação institucional; Universidade; Gestão acadêmica.
Introdução
Pensar em avaliação na educação superior engloba um conjunto de processos
complementares, formativos e por vezes somativos, que podem induzir negociações,
transformações, ressignificar a vida acadêmica, num movimento contínuo capaz de
potencializar o desenvolvimento de uma instituição, melhor posto, da comunidade que a
compõe em sua globalidade, permitindo vislumbrar diferentes concepções como
diagnóstico, medida, julgamento, regulação da qualidade (COSTA; RIBEIRO; VIEIRA,
2010).
Neste contexto, Dias Sobrinho (1997, p. 73) propõe que avaliar uma instituição
de ensino é “compreender as suas finalidades, os projetos, a missão, o clima, as pessoas,
as relações sociais, a dinâmica dos trabalhos, a disposição em geral, os grupos
dominantes e as minorias, os anseios, os conflitos, os valores, as crenças, os princípios,
a cultura”. Assim entendida, a avaliação não constitui um mecanismo de controle, mas
um lócus para a elaboração de diagnósticos que possibilitem a análise do desempenho
global da Instituição no que tange aos objetivos e fatores relacionados aos aspectos
social, econômico, político, cultural e ético. Assim, fornece subsídios para a melhoria e
aperfeiçoamento da qualidade e fortalecimento da Instituição.
O trabalho que se apresenta emergiu da primeira experiência de autoavaliação
institucional no Câmpus Jataí (CAJ) da Universidade Federal de Goiás (UFG) referente
às atividades desenvolvidas no biênio 2011/2012. O processo de autoavaliação no
âmbito da UFG foi institucionalizado em 2006 conforme Resolução CONSUNI no.
10/2006 que prevê constituição de um Comitê Interno de Autoavaliação nos Câmpus
para conduzir o processo.
O Campus está localizado a 320 Km da capital, em Jataí, o qual constitui-se um
dos marcos da descentralização do ensino superior no estado de Goiás. Criado em 1980,
congrega hoje 24 cursos de graduação: Agronomia, Biomedicina, Ciências Biológicas
(bacharelado ou licenciatura), Ciências da Computação, Direito, Educação Física
(bacharelado ou licenciatura), Enfermagem, Engenharia Florestal, Física (licenciatura),
Fisioterapia, Geografia (bacharelado ou licenciatura), História (licenciatura), Letras
(licenciatura em Inglês ou Português), Matemática (licenciatura), Medicina Veterinária
(bacharelado), Pedagogia (licenciatura noturno ou matutino), Psicologia, Química
(bacharelado), Química (licenciatura), Zootecnia. Na pós-graduação, o CAJ oferece
3
atualmente diversos cursos de mestrado em: Agronomia, Geografia, Educação, Ciências
da Saúde e também o PROFMAT. Cursos de Especialização também são ofertados de
acordo com a demanda.
O processo de Autoavaliação do Câmpus engloba os docentes, servidores
técnico-administrativos e estudantes de graduação, os quais respondem os instrumentos
de avaliação, que contemplam as orientações estabelecidas pelo Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Superior (SINAES). Neste estudo, somente os servidores
técnico-administrativos e docentes serão considerados.
A relevância deste trabalho está em fornecer informações para possibilitar a
Instituição identificar as ações que merecem ser revistas ou intensificadas com vistas ao
alcance dos propósitos estabelecidos na política de expansão e qualidade de ensino
superior. Ainda, propiciar a sociedade informações sobre a percepção dos atores da
comunidade universitária do desempenho da Instituição; cumprir com as exigências
normativas do Ministério da Educação; fomentar internamente um processo de
autocrítica que sirva de combustível para melhorias no processo de planejamento e
gestão institucional; e conscientizá-los sobre a importância da autoavaliação, do seu
processo formativo e adesão à participação.
O propósito deste artigo é apresentar os resultados da Autoavaliação
Institucional aplicada de um Câmpus fora de sede de uma Instituição de Ensino
Superior Pública Federal, no biênio 2011-2012, a fim de identificar como os segmentos
da comunidade universitária avaliam cada dimensão abordada. Dessa forma, espera-se
identificar se, na visão dos docentes e servidores técnico-administrativos, a universidade
em questão tem conseguido oferecer um ensino de qualidade, conforme as demandas do
governo e da sociedade.
Material e Metodologia
Este estudo visa analisar a percepção da comunidade universitária, composta por
docentes e técnico-administrativos, sobre a qualidade da Universidade Federal em
aspectos relacionados ao ensino, pesquisa e extensão, infraestrutura física e acadêmica,
responsabilidade social, gestão universitária, sustentabilidade financeira e outros.
Trata-se de um estudo de caso na Universidade Federal de Goiás, Câmpus Jataí,
que a exemplo de todas as universidades públicas e privadas, por força da Lei no.
10.861/2004 deve, periodicamente, por meio da Comissão Própria de Avaliação (CPA)
proceder a Autoavaliação Institucional, como uma das formas de avaliar o processo da
qualidade educacional de ensino superior.
4
O estudo refere-se ao biênio 2011/2012 na Universidade Federal de Goiás,
Câmpus Jataí, localizado em Jataí (Goiás), que possui 324 funcionários [265 docentes
(efetivos, substitutos e Fundação Educacional de Jataí) e 59 técnico-administrativos].
Quanto aos fins, trata-se de um estudo descritivo, pois possui objetivos bem
definidos e procedimentos formais, é bem estruturado e dirigido para a solução de
problemas ou avaliação de alternativas de curso de ação. Em suas diversas formas,
trabalha com dados ou fatos colhidos da própria realidade (CERVO; BERVIAN, 2002).
Os dados foram extraídos do relatório de Autoavaliação referente ao período de
2011-2012, cujo processo, seguindo orientações constantes da Lei 10.861/2004, foi
conduzido pela Comissão de Autoavaliação Institucional (CAVI/CPA) da UFG,
constituída de representantes docentes, discentes, técnico-administrativo e da sociedade
civil organizada, que elaboraram o instrumento de avaliação da comunidade
universitária.
Dentre a diversidade de instrumentos avaliativos concebidos no âmago do
projeto de Autoavaliação da UFG, foi eleito para discussão e análise, neste artigo, os
dados obtidos mediante a aplicação dos questionários da Unidade
Acadêmica/Câmpus/Núcleo de Gestão.
O questionário, aplicado eletronicamente, contou com 46 questões distribuídas
ente as 10 dimensões definidas pelo SINAES (Art 3º. da lei 10.861/2004) visando
avaliar: 1) Missão e o Plano de Desenvolvimento Institucional; 2) Políticas para o
ensino, pesquisa e extensão; 3) Responsabilidade social; 4) Comunicação com a
sociedade; 5) Políticas de pessoal; 6) Organização e gestão; 7) Infraestrutura; 8)
Planejamento e avaliação; 9) Atendimento aos discentes; 10) Sustentabilidade
financeira.
Dentre as 46 questões, associadas a uma escala categórica, 45 tinham como
respostas possíveis: a=“não existente”, b=“insuficiente”, c=“suficiente”, d=“muito
bem”; e= “excelente”; f=“não sei responder”. Somente uma questão foi aberta (dado
qualitativo).
A realização da primeira experiência de Autoavaliação Institucional no
CAJ/UFG referente às atividades desenvolvidas em 2011/2012 foi coordenada por um
Comitê Interno nomeado pela Direção Geral do Câmpus e teve como objetivo para além
de cumprir com as exigências normativas do Ministério da Educação, fomentar
internamente um processo de autocrítica que sirva de combustível para melhorias no
5
processo de planejamento e gestão institucional, e conscientizá-los sobre a importância
da Autoavaliação, do seu processo formativo e adesão à participação.
O Comitê Interno do Câmpus realizou a sensibilização da Autoavaliação perante
a comunidade acadêmica. Neste momento, contou com o apoio da Assessoria de
Comunicação do CAJ, a qual enviou e-mail para os funcionários técnico-
administrativos e docentes, ressaltando a sua importância para o desenvolvimento da
autoavaliação do CAJ, via Boletim Informativo e constante divulgação no site da
Instituição (www.jatai.ufg.br).
Uma ampla discussão no âmbito da comunidade universitária foi realizada,
sendo debatido e aprovado em reunião ordinária do Conselho Diretor do CAJ em 2012.
O resultado final ora apresentado descreve a visão de alguns segmentos institucionais
(docentes e técnico-administrativos) que compõem a comunidade acadêmica,
participaram e contribuíram emitindo respostas ao instrumento aplicado.
Completamos assim uma das etapas do ciclo de avaliação, a ser
continuadamente retomado, num processo permanente de busca por conhecimento e
aperfeiçoamento do que se fez e do que se faz.
Referencial teórico
O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) foi criado
pela Lei no. 10.861, em 14 de abril de 2004, com finalidades de melhoria da qualidade
da educação superior, orientação da expansão da sua oferta, aumento permanente da
eficácia institucional e efetividade acadêmica e social e, especialmente, promoção e
aperfeiçoamento dos compromissos e responsabilidades sociais das instituições de
educação superior, por meio da valorização de sua missão pública, da promoção dos
valores democráticos, do respeito à diferença e à diversidade, da afirmação da
autonomia e da identidade institucional (REIS; SILVEIRA; FERREIRA, 2010).
Conforme Dias Sobrinho (1995), a avaliação é um exercício com forte sentido
pedagógico, permitindo rediscutir os projetos e prioridades da universidade. Avaliar,
nesse sentido, não é apenas um mero alinhamento de produtos e um simples somatório
de serviços, mas a construção do saber, resguardados os princípios, as especificidades e
as culturas de cada área, procurando ultrapassar as avaliações pontuais e corriqueiras da
vida escolar (AFONSO, 2000; BELLONI; BELLONI, 2003). Ainda, a meta da
avaliação deve ser um questionamento rigoroso e metódico de todas as atividades da
universidade, seus fins e seus meios – ensino, pesquisa e extensão –, bem como gestão,
infraestrutura e condições gerais de trabalho.
6
As discussões acerca de conceitos e parâmetros sobre a avaliação ganharam
ênfase em virtude da proposta de Reforma Universitária, em meados da década de 1980.
Na década seguinte, foi instituído o Programa de Avaliação Institucional das
Universidades Brasileiras – PAIUB, tendo como objetivo “[...] rever e aperfeiçoar o
projeto acadêmico e sócio-político da instituição, promovendo a permanente melhoria
da qualidade e pertinência das atividades” (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 1994, p.
13).
A grande contribuição dessa primeira iniciativa foi a ênfase na necessidade de se
elevar a qualidade das atividades acadêmicas e criarem processos e procedimentos
avaliativos conduzidos pelas próprias instituições de ensino superior. No entanto, em
virtude de seu caráter voluntário e não-punitivo, essa política de avaliação teve baixo
índice de adesão, atingindo, mais especificamente, o universo das Universidades
Federais brasileiras.
Em 1995, através da Lei n.º 9.131, novas diretrizes foram propostas no que se
refere ao reconhecimento de cursos, à criação de Instituições de Ensino Superior e ao
credenciamento de Universidades, assim como à avaliação das instituições. Esta lei
estabelecia a implantação de “avaliações periódicas das instituições e dos cursos de
ensino superior (Lei 9131/95, Art. 3º).
No ano seguinte, o Decreto n.º 2.026, de outubro de 1996, instituiu a avaliação
dos cursos e das instituições de ensino superior por uma comissão de acordo com os
seguintes aspectos: a eficiência das atividades em relação aos objetivos da instituição; a
adequação dos currículos dos cursos de graduação; a inserção da instituição na
comunidade local e regional; e a produção científica, cultural e tecnológica. Além da
autoavaliação da instituição, essa comissão deveria avaliar as condições de oferta dos
cursos de graduação, considerando a organização didático-pedagógica, a adequação das
instalações físicas em geral, a adequação das instalações especiais, como laboratórios e
bibliotecas, e a qualificação do corpo docente (CUNHA, 2003). A partir da vigência da
nova Lei de Diretrizes e Bases n.º 9.394/96, as avaliações institucionais passaram a ter
caráter nacional: os cursos passaram a ser avaliados in loco e por meio do rendimento
dos estudantes no Exame Nacional de Cursos – ENC. A implantação desse modelo
permitiu ao MEC não apenas um acompanhamento global do ensino superior, mas
também do desempenho individual das instituições e da avaliação do ensino de
graduação por curso, o qual vigorou até 2002.
7
Em abril de 2004, instituiu-se o Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Superior – SINAES, órgão responsável pela condução da política de Reforma
Universitária (SEGENREICH, 2005). A ênfase era a implantação de um processo de
autoavaliação – interno, sério e transparente – como fórmula mais adequada de
prestação de contas à sociedade.
Com esse propósito, a lei 10.861/2004 instituiu as bases norteadoras dos
processos avaliativos na Educação Superior, por meio de dez dimensões que sintetizam
os vários aspectos relacionados à vida acadêmica, desde as práticas de ensino até
questões administrativas. Não se trata de um modelo impositivo, mas uma proposta que
permite flexibilidade e liberdade às instituições para criarem seus sistemas de
Autoavaliação.
A Autoavaliação de uma instituição de ensino superior, que abrange cursos de
graduação, tecnológicos e programas de pós-graduação, não se reduz à simples
atribuição de notas ou conceitos aos diferentes cursos, infraestrutura e atividades de
extensão, e muito menos, a definição de um diagnóstico revelado por um número
(LEHFELD et al., 2010). Avaliar uma instituição universitária significa lidar não só com
variáveis quantificáveis, mas também com situações diversas, incertas e dinâmicas,
levando em consideração as contradições, a pluralidade de pontos de vistas, diversidade
dos indivíduos, elementos estruturais e conjunturais.
Neste processo, cabe ao Ministério da Educação articular, viabilizar e financiar a
avaliação da educação superior, estimulando a adesão voluntária das instituições a esta
prática avaliativa. A avaliação é compreendida, enquanto um processo de
acompanhamento metódico, das ações realizadas pela instituição de educação superior,
com vistas a averiguar em que medida são cumpridas e atendidas as funções e
prioridade delimitadas coletivamente (REIS; SILVEIRA; FERREIRA, 2010).
De acordo com Fernandes (2002), os princípios básicos que deverão nortear um
processo avaliativo numa perspectiva transformadora e de aperfeiçoamento institucional
são: adesão voluntária; avaliação total e coletiva da comunidade acadêmica; respeito à
identidade da instituição; unidade de linguagem e competência técnico-metodológica.
A Avaliação Institucional tornou-se preocupação essencial para a melhoria dos
serviços das universidades e para a conquista de maior autonomia. Hoje, não é mais
vista como instrumento de controle burocrático e centralização, mas sim, sendo
institucionalizada como um processo necessário da administração, condição para a
melhoria do ensino e da pesquisa e exigência da democratização (GADOTTI, 2000).
8
Dessa forma, a autoavaliação se propõe a aproximar seus diversos públicos, quer sejam
docentes, discentes, profissionais da área administrativa e de apoio, bem como a
comunidade do seu entorno, ganhando assim um caráter integrador e agregador. Estes
partícipes podem observar, perceber, identificar e sugerir outros caminhos diferentes dos
estabelecidos, caso haja esta necessidade. Os gestores poderão, então, utilizar tais
movimentos em prol do desenvolvimento institucional, apresentando à comunidade os
resultados alcançados e as dificuldades e impossibilidades de ações, de forma
transparente e assertiva (PAIVA; SOUZA, 2011).
Resultados e Discussão
Os resultados apresentados foram obtidos a partir das informações do
questionário de Autoavaliação 2011-2012 do Campus Jataí da Universidade Federal de
Goiás, que é parte integrante do Programa de Gestão Estratégica (PGE) da instituição,
regulamentado através da Resolução CONSUNI no. 10/2006 de 28 de julho de 2006,
em atendimento ao SINAES (UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, 2006).
Somente 53 servidores (16,35%) responderam às questões do questionário de
autoavaliação das Unidades acadêmicas/Câmpus/Núcleos de gestão 2011/2012,
constante no PGE.
O processo de autoavaliação do Câmpus Jataí 2011-2012 foi iniciado em outubro
de 2011, coordenado pelo Comitê Interno de Autoavaliação (Comissão Interna de
Autoavaliação Institucional do CAJ), atendendo às dez dimensões do SINAES, os quais
servirão de suporte para a elaboração do PDI e para autoavaliação do Câmpus,
fornecerão informações para promover melhorias das condições de ensino, dos
procedimentos didático-pedagógicos e do aperfeiçoamento das atividades acadêmicas.
Nos itens subsequentes serão apresentadas algumas informações obtidas neste
questionário, de forma sistematizada.
Dimensão 1 - A Missão e o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI)
As políticas institucionais de ensino, pesquisa, extensão e gestão acadêmica
demonstraram-se insuficientes para a maioria dos respondentes. Apesar do não
conhecimento, destaca-se que o atual grupo gestor do Câmpus divulgou via e-mail o
PDI 2011-2015, o qual encontra-se disponível no sítio www.ufg.br, menu principal - A
UFG/ PDI. Portanto, ainda que o acesso do documento seja público, existem aqueles
que desconhecem o PDI e Projeto Pedagógico Institucional (PPI).
Em relação ao uso do PDI para o planejamento, programas e projetos da
Unidade CAJ, os resultados convergem para duas linhas gerais: a) aqueles que
9
desconhecem o PDI/PPI da UFG, ou seja, julgam insuficientes; e b) aqueles que já
tiveram acesso ao PDI/PPI da UFG e julgam que a Unidade CAJ está em consonância
com as políticas institucionais de forma suficiente.
O motivo da divergência entre as respostas pode ser explicado da seguinte
maneira: a prática da UFG, antes do SINAES, era a elaboração e execução dos Planos
de Gestão – que desempenha e desempenhava – o papel do PDI. A partir do SINAES, a
UFG iniciou um processo para a elaboração de seu PDI, que contou com o
envolvimento das diversas instâncias da UFG. No momento, o PDI 2011-20151
encontra-se aprovado no colegiado máximo da UFG, que é o Conselho Universitário
(CONSUNI). Deste modo, recomenda-se a conscientização e ampla divulgação do
PDI/PPI no âmbito da comunidade acadêmica em geral.
Dimensão 2 - A política para o ensino, a pesquisa, a pós-graduação, a extensão e as
respectivas normas de operacionalização, incluindo os procedimentos para estímulo
para a produção acadêmica, para as bolsas de pesquisa, de monitoria e demais
modalidades
Os cursos de graduação do CAJ possuem, em sua maioria, Projetos Pedagógicos
de Cursos (PPC) aprovados em todas as instâncias competentes, elaborados com base
nos seguintes documentos: Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Nacional,
Diretrizes Curriculares do Conselho Nacional de Educação, Estatuto, Regimento e
Regulamento Geral dos Cursos de Graduação (RGCG).
Em decorrência da adesão da UFG ao REUNI, alguns cursos recém-criados
encontram-se em processo de estruturação dos projetos pedagógicos, provocando
intensa movimentação de construção ou reconstrução dos projetos a fim de atender o
Decreto 5.626/2005, que determina a inclusão de Libras como disciplina curricular nos
cursos de graduação.
No que versa sobre a concepção e organização didático-pedagógica no
atendimento à demanda social e incorporação de novas tecnologias no processo de
ensino-aprendizagem, há propostas que focam na flexibilização e articulação de ações
interdisciplinares, buscando um ensino crítico, reflexivo e criativo para formar egressos
1PDI 2011-2015 da Universidade Federal de Goiás encontra-se disponível em http://www.prodirh.ufg.br/uploads/64/original_PROJETOPDI_04_06_12.pdf
10
com conhecimentos científicos mais sólidos, capazes de socializar o conhecimento
adquirido.
A articulação entre as atividades de ensino, pesquisa e extensão foram
consideradas suficientes. Alguns cursos encontram-se em estágios mais avançados de
metodologias mais ativas ou interativas. Em contrapartida, outros cursos encontram
obstáculos para a implantação de novas atitudes, sendo observadas deficiências na
capacitação didático-pedagógica dos docentes, inovação tecnológica e acesso limitado a
recursos audiovisuais.
A maioria dos servidores considerou insuficiente a articulação entre as
atividades de extensão e a demanda do entorno social. Entretanto, a universidade
oferece programas de concessão de bolsas de extensão e cultura para alunos de
graduação. Em 2011, a UFG promoveu, aproximadamente, 230 ações de extensão e
cultura, combinando suas potencialidades às demandas da sociedade, o que demonstram
interação do corpo docente e discente com a comunidade. Ainda, estágios curriculares,
cursos lato-sensu e stricto-sensu, quer sejam presenciais ou à distância, constituem
outra forma importante de socializar os conhecimentos produzidos reforçando atitudes
de inclusão social, cultural e pedagógica, com atenção ao indivíduo e sua inserção na
sociedade. Mesmo com tais atividades, a extensão ainda é incipiente em alguns cursos,
principalmente naqueles mais recentes, onde a disponibilidade dos professores ainda é
aquém do desejado.
A parceria entre o CAJ e outras instituições (públicas e/ou privadas) ainda é
considerada aquém na opinião dos servidores. No entanto, observa-se um crescente
aumento de convênios na área de graduação e pós-graduação, pesquisa, extensão e
cultura. Ainda, a UFG, por meio da Coordenadoria de Assuntos Internacionais, promove
e consolida interface com instituições internacionais a fim de estabelecer relações para
execução das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Além do intercâmbio estudantil,
a mobilidade docente é outra área de interesse presente na unidade.
Os docentes do CAJ procuram estreitar laços com instituições fomentadoras de
pesquisa, tais como entidades de classe, agências governamentais (federais e estaduais),
tais como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG) e, até mesmo
com instituições internacionais. As bolsas de iniciação científica constituem um dos
pilares para a concepção destes convênios e/ou acordos com outras instituições.
11
Dimensão 3 - A responsabilidade social da Instituição, considerada no que se refere
ao desenvolvimento econômico e social, à defesa do meio ambiente, da memória
cultural, da produção artística e do patrimônio cultural
Os servidores do CAJ avaliam que as ações sociais, as atividades científicas,
técnicas e culturais locais ainda são incipientes para contribuir para o desenvolvimento
regional e nacional. Apesar disto, destacam-se diversas ações afirmativas importantes no
âmbito geral da Instituição que demonstram o compromisso social da UFG perante a
sociedade. Como exemplo, a UFG desenvolveu e implantou o Programa UFG Inclui
(criado por meio da Resolução CONSUNI nº 29/2008, alterada pela Resolução
CONSUNI nº 20/2010), que visa possibilitar a ampliação do acesso e da permanência
de estudantes oriundos de escolas públicas, negros, indígenas, negros quilombolas e
deficientes auditivos. Outra ação afirmativa é a adesão ao Exame Nacional do Ensino
Médio (ENEM), considerando-o no cálculo final da nota dos candidatos do processo
seletivo, que optam por esse aproveitamento. A Pró-Reitoria de Assuntos da
Comunidade Universitária (PROCOM) oferece diversas bolsas para os estudantes de
graduação, dentre elas, moradia estudantil, permanência e alimentação.
Cabe destacar que no CAJ, em 2011, 51 bolsas moradias, 80 bolsas permanência
e 600 bolsas alimentação foram concedidas aos estudantes. Em 2012, houve aumento
nesse número para 80 bolsas moradias, 85 bolsas permanência e 600 bolsas
alimentação, demonstrando a melhoria das ações afirmativas realizadas na unidade.
Além destas ações afirmativas, várias atividades de extensão são desenvolvidas no
sentido de organizar, apoiar e acompanhar ações voltadas para a educação do cidadão
nas áreas de educação pública, educação especial, cultura, lazer e recreação, saúde e
meio ambiente, criando mecanismos institucionais que permitam avançar o processo de
integração entre a Universidade e diversos setores da sociedade.
As relações com os setores público e privado, com o mercado de trabalho e com
instituições sociais, culturais e educativas de todos os níveis, se dão por meio de
convênios, parcerias, pesquisa e extensão de interesse de ambas as partes.
Frequentemente, há participação de docentes da UFG em eventos promovidos pelos
setores, público e privado, além da realização de pesquisas demandadas e financiadas
por empresas, como nos casos de projetos de pesquisa e desenvolvimento. As relações
também acontecem através de estágios, e participação em entidades de classe.
Projetos de pesquisa e extensão, atividades culturais, eventos, feiras, simpósios,
congressos, jornadas, cursos de capacitação, Centro de Línguas, bolsas por demanda
12
social (moradia, permanência, alimentação), políticas de inclusão (UFG Inclui),
Empresa Júnior, dentre outros foram apontadas como sendo voltadas para a interação
com o meio social, a promoção da cidadania e ações afirmativas. Algumas ações
propostas pelos participantes foram: campanhas de coleta seletiva, reciclagem, defesa da
vegetação do cerrado e meio ambiente, monitoramento da qualidade do meio ambiente,
tratamento de resíduos químicos e biológicos, memória da produção artística e do
patrimônio cultural.
Dimensão 4 - A comunicação com a sociedade
A divulgação, a difusão e a sociabilização da informação e da transparência das
atividades desenvolvidas no CAJ acontecem por meio de publicações impressas e
eletrônicas, produções em áudio e audiovisuais e de ações desenvolvidas nos ambientes
interno, externo e internet. Apesar da insatisfação de alguns servidores, evidencia-se que
a atual Assessoria de Comunicação do CAJ (ASCOM/CAJ) tem realizado um excelente
trabalho de atualização de informações, divulgação de editais e informes, prestando de
forma positiva esclarecimentos à comunidade acadêmica interna e externa. Além da
produção gráfica (cartazes, panfletos, artigos em jornais e revistas, boletins
informativos), todos os cursos da Unidade CAJ possuem uma página web
(www.jatai.ufg.br/nomedocurso). Outro mecanismo importante de comunicação com a
universidade é a ouvidoria da UFG que atende via e-mail, telefone, fax, carta e
pessoalmente.
Importante ressaltar que no ano de 2012, o CAJ ofertou aos docentes capacitação
online para o uso da plataforma “Moodle” nos novos laboratórios de informática
instalados recentemente dentro das bibliotecas do Câmpus (Riachuelo e Jatobá),
demonstrando melhoria no ambiente de aprendizagem colaborativa e um crescente
avanço na comunicação entre o corpo discente, docente e a sociedade em geral.
Ainda, julgou-se insuficiente a quantidade de laboratórios de informática
disponíveis para uso comum dos alunos. Ações propostas nesse sentido seriam de
grande valia para o desenvolvimento técnico-científico-cultural da academia.
Acrescenta-se ainda, a necessidade urgente de melhoria da conexão à internet.
Atualmente, a velocidade da internet do CAJ é de apenas 1MB (velocidade compatível
com uso doméstico). Assim, fica evidente que as atividades que necessitam de internet
são prejudicadas.
Dimensão 5 – As políticas de pessoal, seu aperfeiçoamento, desenvolvimento
profissional e suas condições de trabalho
13
O clima institucional, as relações interpessoais, a estrutura de poder, os graus de
satisfação pessoal e profissional do CAJ foram avaliados como insatisfatórios.
Em 2011, as principais fragilidades do CAJ relacionadas às condições de
trabalho surgiram devido à grande quantidade de funcionários técnico-administrativos e
docentes lotados na Fundação Educacional de Jataí (FEJ) que foram desvinculados. A
Instituição arcou com este ônus contratando novos funcionários terceirizados. Até o
momento, estes funcionários estão sendo remunerados com a verba destinada ao custeio
do Câmpus, o que prejudicou o andamento das atividades acadêmicas e administrativas
dos cursos.
O baixo grau de satisfação profissional no ambiente de trabalho, principalmente
entre os docentes, é decorrente também da deficiência na infraestrutura do Câmpus,
comprometendo os trabalhos e ações, principalmente em relação à proposta e execução
de projetos de pesquisa. A insatisfação profissional acarreta a busca por um
reposicionamento em outras instituições.
A política de capacitação do servidor da UFG é comprometida com o
aperfeiçoamento e desenvolvimento profissional. O CAJ estimula a qualificação
profissional e a melhoria da qualidade de vida de seus servidores ofertando diversas
ações de capacitação de docentes e técnico-administrativos direcionados para o
ambiente organizacional, tais como, curso de capacitação em segurança do trabalho e
curso de docência para os professores em estágio probatório. Em 2012, a PRODIRH
ofertou no CAJ os seguintes cursos: Planejamento Estratégico, Elaboração e Gestão de
Projetos, Oficina de Produção de Texto Técnico, Oratória e Inglês Instrumental.
Adicionalmente, a UFG concede bolsas do programa institucional de bolsas de
graduação e pós-graduação para servidores técnico-administrativos da UFG – “Pró-
qualificar”.
O resultado desta dimensão aponta para deficiências no ambiente de trabalho,
quer sejam na infraestrutura ou na falta de recursos materiais e humanos. Por um lado, o
REUNI trouxe mais recursos, que foi de suma importância para a Universidade, mas por
outro, aumentou a demanda dos cursos de graduação e pós-graduação e número de
vagas nos cursos existentes. O governo liberou mais vagas para concurso de docentes,
mas o número de vagas para técnico-administrativos não foi suficiente, ainda existe uma
deficiência no quadro. Em 2011, 56 funcionários da Fundação Educacional de Jataí
(FEJ) foram demitidos, agravando ainda mais a deficiência de recursos humanos no
Câmpus.
14
No tocante à melhoria das condições de trabalho, o setor de Engenharia de
Segurança do Trabalho, iniciou um levantamento dos ambientes insalubres, com fins de
mapear os riscos ocupacionais dos servidores da UFG, em atenção à nova legislação
para concessões dos adicionais de insalubridade, periculosidade seguindo a Orientação
Normativa nº. 2, da SRH/MPOG, de 19 de fevereiro de 2010.
Dimensão 6 - Organização e gestão da Instituição, representatividade nos órgãos
colegiados e participação nos processos decisórios
Os procedimentos ou sistemas informatizados que dão subsídios ao processo
decisório da Instituição foram considerados insuficientes. Destaca-se que o processo
decisório da Instituição acontece de duas formas: iniciado pela administração superior
ou levantado a partir das Unidades Acadêmicas/Órgãos. Na primeira, a administração
superior dissemina a questão pelos demais níveis de decisão para discussão, retornando
aos níveis superiores para a tomada de decisão. Na segunda, o ponto de discussão surge
nas Unidades Acadêmicas/Órgãos e avança para o conhecimento da administração
superior para que sejam dados os encaminhamentos necessários.
Um dos principais problemas do CAJ refere-se à Estrutura Organizacional, onde
22 cursos são ligados a apenas uma direção, enquanto o ideal seria uma direção
representando 1 e/ou mais cursos. Isto reflete uma baixa representatividade do CAJ
frente a processos decisórios da UFG para a maioria dos respondentes.
Dimensão 7 - Infraestrutura física para o ensino, pesquisa e extensão
Os servidores do CAJ demonstraram descontentamento em relação à
infraestrutura, não atendendo às necessidades operacionais, o que tem sido queixa
recorrente ao longo dos anos. Para a maioria dos respondentes, o espaço físico foi
avaliado como insuficiente para atender à demanda do Câmpus.
Entre as carências mais citadas, destacam-se: biblioteca (acervo bibliográfico,
instalações, periódicos, sala de estudo, número de computadores); salas (professores,
coordenações e aulas); espaço de convivência com refeições a preços acessíveis e de
qualidade; precariedade do acesso à Internet; falta de acessibilidade apropriada para
cadeirantes; climatização nos espaços físicos; itens básicos de segurança (EPIs, saídas
de emergência, extintores); reagentes e equipamentos para aulas práticas; recursos
audiovisuais; laboratórios de pesquisa; espaço físico para DCE, dentre outros.
No que compete ao acervo (seja em quantidade ou atualidade), as queixas de
carência são unânimes. Nas bibliotecas Riachuelo e Jatobá, a disponibilidade de
15
bibliografia básica e complementar recomendada em relação à demanda está aquém das
exigências legais segundo Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de graduação.
A maioria dos respondentes consideram as adequações da estrutura física para
acessibilidade de portadores de necessidades especiais insuficientes, sendo necessárias
adaptações das instalações para esses alunos.
As respostas obtidas nesta dimensão permitem observar que ainda são
necessárias ações da gestão para que a infraestrutura física, de biblioteca, de recursos de
informação e de comunicação seja minimamente aceitável para o ambiente de ensino e
aprendizagem. Entretanto, cabe lembrar que a qualidade das ações futuras da
Universidade não depende apenas da melhoria de sua infraestrutura.
Ressaltamos que algumas ações estão sendo implantadas, tais como, a
construção de bloco de salas de professores e refeitório universitário. Existe a previsão
de uma nova biblioteca e auditório para o Câmpus Jatobá. Além disso, melhorias para o
acesso à internet estão sendo providenciadas. Diversos cursos de graduação do CAJ
encontram-se em fase de reconhecimento e/ou autorização perante o Ministério da
Educação e de forma geral, esta dimensão (infraestrutura) tem recebido baixos
conceitos.
Dimensão 8 – Planejamento e avaliação, especialmente em relação aos processos,
resultados e eficácia da autoavaliação institucional
A atividade de planejamento tem sido operacionalizada no CAJ de forma
satisfatória para a maioria dos respondentes. As ações autoavaliativas frequentemente
realizadas são: Avaliação do docente pelo discente, avaliação docente pelo docente e
avaliação institucional pelo discente. Destaca-se que a Autoavaliação institucional pelos
servidores do CAJ (docentes e técnicos administrativos) foi realizada pela primeira vez
por um Comitê Interno de Autoavaliação do Câmpus, primando por um caráter
participativo, educativo e formativo.
O modo como é realizada a Autoavaliação não condiz com o modo que é
conduzido o processo de planejamento do CAJ, segundo a maioria dos respondentes.
Entretanto, como trata-se de uma primeira autoavaliação democrática da comunidade,
não é possível ainda avaliar sua repercussão na condução administrativa (ações,
mudanças). Destaca-se que a atual gestão do Câmpus formalizou este Comitê Interno de
Autoavaliação do CAJ, atendendo de maneira satisfatória a necessidade de avaliar as
fragilidades e potencialidades da unidade.
Dimensão 9 – Políticas de atendimento a estudantes e egressos
16
Com relação às políticas de incentivo à participação dos estudantes em
atividades de ensino, iniciação científica, extensão, procedimentos de avaliação,
intercâmbios com instituições nacionais e estrangeiras, as ações são consideradas
positivas, uma vez que a instituição oferta editais para concorrer bolsas de auxílio
(moradia, alimentação, permanência), bolsas de pesquisa (PIBIC, PIVIC, PIBIC-AF,
PIBIT, PROLICEN) e extensão (PROBEC/PROVEC), PET (Programa de Educação
Tutorial), Programa de Mobilidade Estudantil, serviços prestados pela Pró-Reitora de
Extensão e Cultura (PROEC) (panfletos, folder, cartazes) e auxílios disponibilizados,
tais como, diárias e transporte para eventos.
Outra questão abrange a existência de estudos e análises de dados sobre
ingressantes, evasão/abandono, tempos médios de conclusão, tendo em vista a melhoria
das atividades educativas. A maioria dos respondentes relata não conhecer estudos sobre
o tema, entretanto o Centro de Gestão Acadêmica (CGA) da unidade disponibiliza tais
informações mediante consulta, além de poder ser acessado no sistema acadêmico
(RGCG).
Quanto às oportunidades/atividades de atualização, formação continuada,
empreendedorismo para os egressos da Unidade, as respostas demonstraram, na sua
maioria, que há fragilidade neste quesito.
Ao que se refere aos mecanismos de apoio acadêmico e orientação para os
estudantes que apresentam dificuldades acadêmicas e pessoais, o CAJ oferece
atendimento psicopedagógico ao corpo discente por meio do Núcleo de Apoio
Psicopedagógico (NAPP). Outro programa de apoio refere-se à monitoria, o qual auxilia
os alunos no processo de ensino-aprendizagem, apesar da pequena quantidade de vagas
ofertadas. Sendo essa ampliação uma das propostas verificadas.
A maioria desconhece a existência de ações promovidas pelo CAJ relacionadas à
opinião dos empregadores sobre os egressos da Instituição.
Dimensão 10 - Sustentabilidade financeira, tendo em vista o significado social da
continuidade dos compromissos na oferta da educação superior
De acordo com as respostas, a sustentabilidade financeira da Unidade CAJ está
aquém do necessário para suprir suas demandas financeiras. Poucos cursos de
graduação do Câmpus possuem meios para produzir recursos de sustentabilidade,
principalmente devido às falhas de infraestrutura e verbas destinadas ao Câmpus.
Alguns dos relatos indicam que “o montante arrecadado não retorna integralmente
para o próprio curso”, dificultando a manutenção do serviço prestado.
17
Salienta-se que o CAJ tem crescido sob os aspectos de ensino, pesquisa e
extensão numa proporção não equiparada ao aporte orçamentário. Considera-se também
que com o aumento significativo do número de alunos, funcionários e professores, em
função da criação de novos cursos, serão necessários maiores recursos com vistas à
aquisição de equipamentos para custear as despesas.
Para seu funcionamento, o CAJ busca fontes suplementares de recursos, como:
cursos de Especialização; financiamento de projetos de pesquisa por órgãos de fomento
(FAPEG, CNPq, CAPES, FUNAPE, entre outros); PET-SAÚDE, Pró-qualificar;
prestação de serviços por laboratórios especializados; projetos de cooperação; fazenda
Escola. Com relação ao volume de recursos disponibilizados à gestão do espaço físico
(atualização e adequação das instalações), no atendimento das demandas do Câmpus,
demonstraram que são insuficientes.
Constata-se, por meio da avaliação, que a instituição teve um crescimento
vertiginoso no número de alunos e professores, sendo natural que com um crescimento
dessa ordem, apesar da disposição, do comprometimento e das responsabilidades dos
gestores, algumas ações administrativas não tem sido implementadas de maneira
eficiente e alguns processos não tem sido estabelecidos. Assim, a análise criteriosa dos
resultados da avaliação poderá atender aos objetivos enfatizados por Dias Sobrinho
(2003), que é conhecer suas fortalezas e seus problemas e encaminhar ações de
melhoria.
A análise das 10 dimensões do SINAES forneceu um panorama geral do
Câmpus demonstrando suas potencialidades e fragilidades e, munidos dessas
informações, os gestores podem planejar a melhoria dos pontos frágeis e fortalecimento
dos pontos fortes.
Nossos achados corroboram com os resultados de Oliver (2010) no que tange:
Dimensão 1, o PDI necessita ser amplamente divulgado; Dimensão 2, os currículos dos
cursos encontram-se em consonância com os PPCs, afim de atender as normativas
curriculares do MEC; Dimensão 3, apesar de incipientes para contribuir para o
desenvolvimento regional e nacional, destaca-se que diversas ações afirmativas
importantes no âmbito geral da instituição tem demonstrado compromisso social da
UFG perante a sociedade; Dimensão 4, considerada insuficiente, sendo necessário
maior divulgação, tornando-se internamente e externamente, a comunicação eficiente;
Dimensão 5, considerada uma fraqueza na instituição, consequente da deficiência na
infraestrutura do Câmpus, comprometendo dos servidores; Dimensão 6, também
18
considerados insuficientes, sendo necessária uma gestão mais participativa, menos
centralizadora e burocrática e com planejamento de todas as ações administrativas e
acadêmicas ; Dimensão 7, ao contrário dos nossos resultados, que foram considerados
ruins e tem contribuído para notas baixas nas avaliações do MEC, Oliver (2010)
demonstrou que a infraestrutura da instituição avaliada tem atendido perfeitamente a
comunidade acadêmica; Dimensão 8, demonstrou satisfatória, mas necessita de
planejamento para evitar ações de emergência e garantir o cumprimento das metas
constantes no PDI. Dados compatíveis com os resultados de Oliver (2010), que também
questionaram a avaliação, manutenção de um órgão que promova avaliações frequentes
nos diversos setores e acompanhe as ações oriundas dos resultados dos processos
avaliativos, garantindo a melhoria dos processos. Dimensão 9, resultados positivos em
relação as políticas de incentivo à participação dos estudantes em atividades de ensino,
pesquisa, extensão. Pontos frágeis em relação à evasão, abandono,
oportunidades/atividades de atualização, formação continuada, empreendedorismo para
os egressos. Ambos possuem apoio psicopedagógico. Conveniente programa de ajuda
aos alunos (monitoria), sendo sugerido maior disponibilização de vagas; Dimensão 10,
demandas demonstraram aquém do necessário, sendo plausível pensar em outras formas
de captação de receitas, implantação de prestação de serviços, dentre outras.
Em suma, corrobora-se que a Autoavaliação da unidade Câmpus Jataí da UFG
demonstrou estar aquém em várias dimensões. Em contrapartida, a UFG (sede) e o
Câmpus Catalão demonstraram resultados contraditórios, ou seja, a comunidade
acadêmica encontra-se satisfeita com as dez dimensões do SINAES avaliadas neste
estudo. Ressalta-se que a unidade CAJ encontra-se em franco desenvolvimento, quer
seja em relação à infraestrutura física ou a qualificação do seu pessoal, o que
configurará em grandes avanços em todas as suas áreas de abrangência. Portanto, a
Autoavaliação deve ser considerada um espaço para reflexão dos envolvidos e
comprometidos com a permanente evolução da Universidade.
Considerações finais
A maioria dos servidores do CAJ/UFG avaliaram que a instituição encontra-se
aquém do desejado em várias dimensões. Entretanto, a unidade CAJ encontra-se em
franco desenvolvimento, quer seja em relação à infraestrutura física ou a qualificação do
seu pessoal, o que configurará em grandes avanços em todas as suas áreas de
abrangência. Portanto, a autoavaliação deve ser considerada um espaço para reflexão
dos envolvidos e comprometidos com a permanente evolução da Universidade.
19
Neste estudo, um pequeno número de servidores respondeu ao questionário
proposto. Para que o processo de autoavaliação seja realizado de forma ética e
transparente é necessário o comprometimento de todos os segmentos da comunidade
acadêmica e da sociedade civil. A partir daí, começa o trabalho do gestor. É
imprescindível que os segmentos institucionais se sintam acolhidos e motivados a
participarem da autoavaliação. Cabe aos gestores promoverem a sensibilização,
motivação, participação, divulgação e comprometimento com os resultados.
Os resultados da autoavaliação propõem à instituição uma situação de olhar-se
no espelho e ver refletida a imagem da realidade, com toda a sua beleza e, também, as
imperfeições. Trata-se de um momento extremamente necessário, pois retrata as
potencialidades e fragilidades, possibilitando as correções de situações negativas e a
ratificação de pontos positivos identificados. Vale ressaltar, ainda, que a autoavaliação
institucional constitui uma análise interna que visa conhecer a instituição como um
todo, considerando a sua dinâmica interna, ou seja, as condições que contribuíram para
que aquele resultado fosse obtido. Assim, potencialidades e fragilidades passam a ser
consideradas como referências para novas experiências, estratégias e propostas que
representem novos passos na criação de uma cultura de avaliação, cuja finalidade seja a
construção de uma universidade humana e humanizadora.
Referências
AFONSO, Almerindo Janela. Avaliação Educacional: Regulação e Emancipação, São Paulo: Cortez, 2000. BELLONI, I.; BELLONI, J. A. Questões propostas para uma avaliação institucional formativa. In: FREITAS, L.C. (Org.). Avaliação de escolas e universidades. Campinas: Komedi, 2003. CERVO, A.L.; ERVIAN, P.A. Metodologia científica. 5ª. Ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. COSTA, E.M.M.B; RIBEIRO, C.M.; VIEIRA, R.B.B. Avaliação em movimento: do PAIUB ao PGE o caso da universidade federal de Goiás. Avaliação. Campinas. Sorocaba. 15(3): 2010. CUNHA, L. A. O ensino superior no octênio FHC. Revista Educação & Sociedade, Campinas. 24(83): 37-61, abr.2003. DIAS SOBRINHO, J. Avaliação quantitativa, avaliação qualitativa: interação e ênfases. In: SGUISSARDI, V. (Org.). Avaliação universitária em questão: reformas do estado e da educação superior. Campinas: Autores Associados. 1997. p. 71-89.
20
__________________. Avaliação educativa: produção de sentidos com valor de formação. Avaliação. Revista de Avaliação da educação Superior, Campinas; Sorocaba, São Paulo. 13 (1): 193-207, março, 2008. __________________. Avaliação institucional, instrumento da qualidade educativa. A experiência da Unicamp. In: BALZAN, N.C.; SOBRINHO, J.D. (orgs) Avaliação Institucional. Teoria e experiências. São Paulo: Cortez, 1995. ___________________. Avaliação. Políticas Educacionais e Reformas da Educação Superior. São Paulo: Cortez Editora, 2003. ___________________. Universidade: processos de socialização e processos pedagógicos. In: BALZAN, N.C.; DIAS SOBRINHO, J. Avaliação institucional: teoria e experiências. São Paulo: Cortez, 1995. FERNANDES, M. E. A. Avaliar a escola é preciso. Mas...que avaliação? In: VIEIRA, S. L. (org.). Gestão da escola: desafios a enfrentar. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. GADOTTI, Moacir (Org.). Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Artmed, 2000. LEHFELD, N.A.S.; GABARRA, M.H.C.; COSTA, C.; SOUSA, Y.T.C.S. Reflexões sobre o processo de autoavaliação institucional: o olhar de uma comissão própria de avaliação. Avaliação. Campinas. São Paulo. 15(1): 177-194, 2010. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras (PAIUB). Brasília, MEC/SESU, 1994. _____________________. Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004. Institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES e dá outras proficiências. Brasília, 2004. OLIVER, A.C. Avaliação institucional: uso de abordagens diversificadas de pesquisa. Est. Aval. Educ. São Paulo. 21(45): 13-32, jan/abri, 2010. PAIVA, L.D.C.; SOUZA, N.M.P. Perspectivas da autoavaliação institucional na Universidade. Revista Eletrônica Novo Enfoque. 13(13): 132-141, 2011. REIS, C.Z.T.; SILVEIRA, S.F.R.; FERREIRA, M.A.M. Autoavaliação em uma instituição federal de ensino superior: resultados e implicações. Avaliação. Campinas. São Paulo. 15 (3), 109-129, 2010. SEGENREICH, S. C. D. O PDI como referente para avaliação de instituições de educação superior: lições de uma experiência. Ensaio: avaliação e políticas públicas em Educação. Rio de Janeiro. 13(47): 149-168, abr./jun., 2005. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS. Plano de Desenvolvimento Institucional 2011-2015. Universidade Federal de Goiás, Pró-Reitoria de Desenvolvimento Institucional e Recursos Humanos. - Goiânia: UFG/Prodirh, 2011. 156 p.
21
__________________. Programa de Gestão Estratégica (PGE). Resolução CONSUNI no. 10/2006 de 28 de julho de 2006. Universidade Federal de Goiás, Pró-Reitoria de Desenvolvimento Institucional e Recursos Humanos. - Goiânia: UFG/Prodirh, 2006.