Estudo sobre Arte, Tecnologia e Design no contexto dos Projetos Integradores do Curso

Superior de Tecnologia em Design de Produto

Raquelly Oliveira DIAS

(1), Luíza Dal GRANDE(2), Rodrigo Gonçalves dos SANTOS(3)

(1) Primeira Autora é Aluna do Curso Superior de Tecnologia em Design de Produto e Bolsista do Programa de Educação Tutorial em Design, Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina, Avenida Mauro Ramos, 950, CEP 88020-300. E-mail: raquellydias@gmail.com (apresentadora do trabalho); (2) Segunda Autora é Aluna do Curso Superior de Tecnologia em Design de Produto e Bolsista do Programa de Educação Tutorial em Design, CEFET/SC. E-mail: luizamdg@gmail.com; (3) Terceiro Autor é Professor do Curso Superior de Tecnologia em Design de Produto e Tutor do Programa de Educação Tutorial em Design, CEFET/SC. E-mail: rodgonca@cefetsc.edu.br

Introdução Este artigo apresenta o andamento da pesquisa que tem como objetivo estudar os conceitos do que é belo e como a Arte está inserida nos objetos e no dia-a-dia investigando sua relação com o Design.

Também será abordada a interação entre Arte e Tecnologia, verificando de que modo esta última está incorporada no cotidiano, desmitificando sua suposta preponderância sobre o Homem. Pretende-se, ainda, compreender o processo de contribuição tecnológica nos projetos de Design e de criação artística.

Após o levantamento destas informações se buscará entender como isto ocorre no contexto dos Projetos Integradores do Curso Superior de Tecnologia em Design de Produto do Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina (CEFET/SC).

Os Projetos Integradores são instrumentos didáticos utilizados no curso com o objetivo de articular as competências a serem desenvolvidas em cada módulo, buscando dar significado ao processo de aprendizagem e aproximá-lo à realidade do mercado de trabalho.

Espera-se com esta pesquisa evidenciar uma nova abordagem acerca deste tema – que se apresenta fragmentado na academia e que é de fundamental importância no desenvolvimento dos projetos de Design – e entender como isto ocorre atualmente no curso.

Palavras-Chave: Arte, design, tecnologia, projeto integrador.

Material e métodos Os procedimentos da pesquisa compreendem

três etapas: a revisão da bibliografia existente, a

produção de ensaios a partir de leitura e fichamento e aplicação de estudo de caso utilizando como objeto de estudo os Projetos Integradores desenvolvidos no curso de Design de Produto do CEFET/SC. A primeira e a segunda etapa permeiam-se entre si, acontecendo simultaneamente.

A elaboração de ensaio permite uma liberdade maior de produção textual, por este motivo optou-se por utilizá-lo como parte do método da pesquisa. Segundo Antônio Joaquim Severino (2007) o ensaio teórico consiste em uma “exposição lógica e reflexiva e em argumentação rigorosa com alto nível de interpretação e julgamento pessoal”. O autor ressalta ainda que a liberdade de defender determinada posição é maior e não se tem a obrigação de buscar apoio em documentações empíricas e bibliográficas.

No momento estão sendo feitos a leitura e o fichamento de capítulos do livro Projeto e Destino, de Giulio Carlo Argan (2004), além da síntese e interpretação das idéias do autor por meio da elaboração de ensaios. Decidiu-se por iniciar com a leitura deste livro por ser uma literatura rica e densa, com informações que fazem um paralelo entre Arte e Design.

Também será feito o levantamento de informações acerca da tecnologia e seus benefícios para o homem, sempre buscando analisá-la como ferramenta auxiliadora nos procedimentos de criação artística e de design. No segundo momento da pesquisa será feito o estudo de caso com os projetos integradores com o intuito de verificar de que maneira a arte e o design atuam no desenvolvimento dos projetos e como a tecnologia pode intervir neste processo. Deste modo pode-se confrontar as informações teóricas com o que de fato ocorre na prática.

Resultados e Discussão A. Ensaio: comparação entre Arte e Design

Ainda que o Design se utilize dos recursos, técnicas e alguns métodos do processo criativo utilizados na Arte, não se pode dizer que tem o mesmo valor desta. O Design é considerado um modo de arte aplicada, o que pressupõe a existência ulterior da Arte chamada pura e confere a esta um grau de importância maior. É, portanto, uma derivação da Arte, com valores e finalidades diferentes. No processo de criação artística fatores como a possibilidade de um objeto ser contemplado e observado são o que fazem com que o trabalho desenvolvido tenha valor, que será percebido à medida que suas características estéticas favoreçam a intenção de ser admirado. Já no desenvolvimento de projeto, o fator que faz com que um produto de design tenha seu valor percebido é a função a qual se destina e a maneira como atende a ela. Por comparação podem ser observadas ainda outras diferenças entre estas duas áreas de conhecimento. A aparência do objeto de arte transmite muito mais do que um conceito, para o artista esta transmite também o momento único da criação - seu estado espiritual, suas crenças e ideologias, bem como a conjuntura social em que está inserido - além de eternizar sua obra, fazendo com que possa entrar em interação com um observador em qualquer momento, desde que se faça o contato com a obra. Já os objetos de design precisam demonstrar que são úteis e importantes para o Homem, e não somente agregar uma qualidade do estado de espírito ou conjuntura social em que esteja inserido o seu criador. Caso contrário o objeto não atenderia de maneira precisa à necessidade do usuário para o qual foi projetado, transmitindo apenas a visão do projetista e não atingindo o objetivo do desenho industrial que, segundo Argan, é fazer com que os objetos sejam essenciais à vida humana. Giulio Carlo Argan ressalta ainda que a Arte considera o Homem como um aspecto da criação, ou seja, analisa-o enquanto um elemento inserido na natureza; já o Design analisa o homem de modo dinâmico, uma vez que leva em consideração a realidade na qual está inserido mas sem descartar as condições sociais. Para o autor, portanto, a Arte é naturalista e o Design é realista.

Referências

ARGAN, Giulio Carlo. Projeto e destino. São

Paulo: Ática, 2004. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23ª edição. São Paulo: Cortez, 2007.

Responsabilidade de autoria

As informações contidas neste artigo são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões nele emitidas não representam, necessariamente, pontos de vista da Instituição e/ou do Conselho Editorial.

Agradecimentos Ao Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina (CEFET/SC) e ao Curso Superior de Tecnologia em Design de Produto e pelas condições para a realização da pesquisa. Ao Programa de Educação Tutorial em Design (PET Design) pelo apoio para o ensino, pesquisa e extensão. A todos que contribuíram direta e indiretamente com a presente pesquisa.