estudo das causas do absenteísmo

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS JADNA DE FREITAS ZAPPELINI ESTUDO DAS CAUSAS DO ABSENTEÍSMO NÃO JUSTIFICADO NUMA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS NO SUL DE SANTA CATARINA CRICIÚMA - SC, MAIO DE 2008

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Estudo das Causas do Absenteísmo não justificado numa Indústria de Alimentos no sul de Santa Catarina

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Page 1: Estudo das causas do absenteísmo

UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

JADNA DE FREITAS ZAPPELINI

ESTUDO DAS CAUSAS DO ABSENTEÍSMO NÃO

JUSTIFICADO NUMA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS NO SUL DE

SANTA CATARINA

CRICIÚMA - SC, MAIO DE 2008

Page 2: Estudo das causas do absenteísmo

JADNA DE FREITAS ZAPPELINI

ESTUDO DAS CAUSAS DO ABSENTEÍSMO NÃO

JUSTIFICADO NUMA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS NO SUL DE

SANTA CATARINA

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de Bacharel no curso de Administração de Empresas da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.

Orientador (a): Prof.ª Esp. Gisele Silveira Coelho Lopes

CRICIÚMA - SC, MAIO DE 2008

Page 3: Estudo das causas do absenteísmo

JADNA DE FREITAS ZAPPELINI

ESTUDO DAS CAUSAS DO ABSENTEÍSMO NÃO JUSTIFICADO NUMA

INDÚSTRIA DE ALIMENTOS NO SUL DE SANTA CATARINA

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de Bacharel, no Curso de Administração de Empresas da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.

Criciúma, 26 de Maio de 2008.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________

Prof.ª Gisele Silveira Coelho Lopes - (UNESC) - Orientadora

________________________________________________

Profº. Volmar Madeira - (UNESC)

________________________________________________

Profª. Ana Angélica J. Harger - (UNESC)

Page 4: Estudo das causas do absenteísmo

Dedico este trabalho à minha mãe, e meu

sobrinho que são pessoas importantes para

mim, e minha orientadora, que teve

participação indispensável para realização

deste.

Page 5: Estudo das causas do absenteísmo

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, que me permitiu vivenciar

esse momento tão importante em minha vida. À

minha mãe, que sempre esteve ao meu lado

nos momentos difíceis e me incentivou a

continuar lutando pelos meus objetivos. Ao meu

sobrinho Vitor, que nasceu no decorrer da

minha graduação trazendo muitas alegrias para

minha família.

Page 6: Estudo das causas do absenteísmo

RESUMO

ZAPPELINI, Jadna de Freitas. Estudo das causas do absenteísmo não justificado numa indústria de alimentos no sul de Santa Catarina, 2008. 86 p. Monografia do Curso de Administração da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, Criciúma. No presente estudo procurou-se identificar os fatores que causam o absenteísmo não justificado numa Indústria de alimentos no sul de Santa Catarina. Para isto, fez-se necessário então, investigar os fatores que estão relacionados à temática pesquisada, através da pesquisa bibliográfica e da aplicação de um questionário de caráter quanti-qualitativo entre os colaboradores da área produtiva da empresa. Então, abordaram-se os seguintes assuntos envolvidos na esfera organizacional: clima, motivação e satisfação, condições ambientais, estresse, liderança, benefícios e sistema de recompensas e punições. Neste cenário, não só foram pesquisados os faltantes, mas também os assíduos ao trabalho, isto para servir como parâmetro de comparação com os resultados obtidos na amostra dos colaboradores faltantes. Dessa forma, a pesquisa proporcionou descobrir o perfil dos colaboradores e o nível de satisfação destes para com a empresa quanto aos aspectos abordados, e entender até que ponto os fatores apontados na pesquisa interferem na capacidade de assiduidade do individuo, para que finalmente possam-se conhecer as causas do problema. Finalmente, a ferramenta que a pesquisadora utilizou neste estudo, pode ser utilizada por outras empresas com o mesmo problema, e que atuam no mesmo segmento nos quais desejam identificar as causas do absenteísmo não justificado existente entre os colaboradores do setor produtivo. Palavras chaves: Absenteísmo, satisfação, organização, colaborador.

Page 7: Estudo das causas do absenteísmo

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Faixa-etária...............................................................................................48

Figura 2 – Estado civil................................................................................................49

Figura 3 – Filiação......................................................................................................50

Figura 4 – Escolaridade.............................................................................................51

Figura 5 – Setores......................................................................................................53

Figura 6 – Renda mensal...........................................................................................54

Figura 7 - Tempo de empresa....................................................................................55

Figura 8 – Residência nas proximidades da empresa...............................................57

Figura 9 – Tipo de transporte.....................................................................................58

Figura 10 - Cidade......................................................................................................59

Figura 11 – Vícios ao cigarro......................................................................................60

Figura 12 - Ocorrência de depressão.........................................................................61

Figura 13 – Aversão à ambientes fechados...............................................................62

Figura 14 – Interesse do gestor pelo motivo da ausência..........................................63

Figura 15 – Orientação com relação às conseqüências da reincidência de faltas

injustificadas...............................................................................................................64

Figura 16 – Grau de atenção do gestor aos colaboradores.......................................65

Figura 17 – Relacionamento com a chefia imediata..................................................67

Figura 18 – Relacionamento com os colegas............................................................68

Figura 19 – Satisfação com relação às normas e políticas da empresa....................69

Figura 20 – Satisfação com relação às condições ambientais de trabalho................70

Figura 21 – Satisfação com relação aos benefícios oferecidos pela empresa..........73

Figura 22 – Sobrecarga de trabalho...........................................................................74

Figura 23 – Satisfação com relação ao cargo que ocupa..........................................76

Figura 24 – Satisfação com relação aos treinamentos e instruções oferecidos pela

empresa......................................................................................................................77

Figura 25 – Ocorrência de advertência (faltantes).....................................................78

Figura 26 – Afastamento pelo INSS...........................................................................79

Page 8: Estudo das causas do absenteísmo

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Os Quatro Estilos de Comportamento da Teoria do Caminho-

Objetivo......................................................................................................................30

Tabela 2 - Tipos de benefícios espontâneos.............................................................32

Tabela 3 - Vantagens dos benefícios ........................................................................33

Tabela 4 - Vantagens dos Programas de Pagamento de Incentivo................................37

Tabela 5 - Categorias dos dados ..............................................................................44

Tabela 6 - Legenda Grau de satisfação ....................................................................46

Tabela 7 - Faixa etária...................................................................................................47

Tabela 8 - Estado civil ...............................................................................................49

Tabela 9 - Filiação.....................................................................................................50

Tabela 10 - Escolaridade ..........................................................................................51

Tabela 11 - Setores...................................................................................................52

Tabela 12 - Renda mensal ........................................................................................54

Tabela 13 - Tempo de empresa ................................................................................55

Tabela 14 - Residência nas proximidades da empresa.............................................56

Tabela 15 - Tipo de transporte ..................................................................................57

Tabela 16 - Cidade....................................................................................................59

Tabela 17 - Vícios ao cigarro.....................................................................................60

Tabela 18 - Ocorrência de depressão .......................................................................61

Tabela 19 - Aversão à ambientes fechados .............................................................62

Tabela 20 - Interesse do gestor pelo motivo de ausência .........................................63

Tabela 21 - Orientação com relação às conseqüências da reincidência de faltas

injustificadas..............................................................................................................64

Tabela 22 - Grau de atenção do gestor aos colaboradores ......................................65

Tabela 23 - Relacionamento com a chefia imediata..................................................66

Tabela 24 - Relacionamento com os colegas............................................................67

Tabela 25 - Satisfação com relação às normas e políticas da empresa ...................68

Tabela 26 - Satisfação com relação às condições ambientais de trabalho ...............70

Tabela 27 - Satisfação com relação aos benefícios oferecidos pela empresa..........73

Tabela 28 - Sobrecarga de trabalho..........................................................................74

Tabela 29 - Satisfação com relação ao cargo que ocupa .........................................75

Page 9: Estudo das causas do absenteísmo

Tabela 30 - Satisfação com relação aos treinamentos e instruções oferecidos pela

empresa ....................................................................................................................76

Tabela 31 - Ocorrência de advertência (faltantes) ....................................................78

Tabela 32 - Afastamento pelo INSS..........................................................................79

Page 10: Estudo das causas do absenteísmo

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

EPI – Equipamento de Proteção Individual

RH - Recursos Humanos

CLT - Consolidação de Leis Trabalhistas

INSS – Instituto Nacional do Seguro Social

Page 11: Estudo das causas do absenteísmo

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................3

1.1 TEMA ....................................................................................................................4

1.2 PROBLEMA..........................................................................................................4

1.3 JUSTIFICATIVA....................................................................................................5

1.4 OBJETIVOS..........................................................................................................6

1.4.1 Objetivo Geral...................................................................................................6

1.4.2 Objetivos Específicos ......................................................................................6

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................8

2.1 CONTEXTO HISTÓRICO E ATUAL - MOTIVAÇÃO E SATISFAÇÃO NO

TRABALHO ................................................................................................................8

2.1 CLIMA ORGANIZACIONAL ...............................................................................11

2.2 ABSENTEÍSMO ..................................................................................................14

2.3 CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO ....................................................18

2.3.1 Iluminação.......................................................................................................20

2.3.2 Ruído ...............................................................................................................21

2.3.3 Temperatura....................................................................................................22

2.3.4 Higiene ............................................................................................................23

2.5 ESTRESSE NO TRABALHO..............................................................................24

2.6 LIDERANÇA .......................................................................................................27

2.6.1 Comportamento do Líder...............................................................................29

2.4 BENEFÍCIOS NO TRABALHO ...........................................................................31

2.2 SISTEMA DE RECOMPENSAS E PUNIÇÕES ..................................................34

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................................39

3.1 Pesquisa.............................................................................................................39

3.2 Caracterização da empresa – local de estudo ................................................40

3.3 Delineamento da pesquisa ...............................................................................40

3.3.1 Pesquisa descritiva........................................................................................40

3.3.2 Abordagem quantitativa e qualitativa...........................................................41

3.4 POPULAÇÃO E AMOSTRA...............................................................................41

3.5 INSTRUMENTO DE PESQUISA.........................................................................42

3.6 COLETA DE DADOS..........................................................................................42

Page 12: Estudo das causas do absenteísmo

2

3.7 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS...............................................................43

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA .....................................45

4.1 Do momento coleta dos dados ........................................................................45

4.2 Resultado da pesquisa .....................................................................................46

4.2.1 Do processo de análise: ................................................................................46

4.2.2 Dos resultados: ..............................................................................................47

4.3 Análise Geral do Resultado da Pesquisa........................................................85

4.5 Sugestões à empresa: ......................................................................................86

5. CONCLUSÃO .......................................................................................................89

REFERÊNCIAS.........................................................................................................92

ANEXO .....................................................................................................................96

Page 13: Estudo das causas do absenteísmo

3

1 INTRODUÇÃO

Frente à importância de uma organização estar preparada para

competir no mercado e atender a demanda dos produtos que comercializa, existe

a necessidade de ter um quadro de colaboradores permanente e assíduo ao

trabalho, a fim de que os esforços produtivos estejam constantemente

equilibrados.

Para assegurar o equilíbrio entre força de mão-de-obra disponível e

demanda produtiva, necessário se faz existir um acompanhamento da assiduidade

e não assiduidade dos colaboradores que fazem parte do contexto organizacional.

Neste sentido, quando a não assiduidade está em evidência na organização,

precisa-se questionar quais causas que geram esta abstenção, a fim de buscar

alternativas de reduzir tal (is) indicador (es).

Neste estudo, apresentam-se referências bibliográficas que pretendem

fundamentar o absenteísmo, bem como, explicitar outros temas que estão

relacionados. Convém tornar em evidência, que a pesquisa bibliográfica por si só,

torna-se inconsistente pelo design de pesquisa que a pesquisadora optou. Neste

sentido, foi necessário realizar uma pesquisa de campo, para identificar causas do

absenteísmo em uma indústria e mais precisamente entender por que estas

causas ocorrem no contexto da organização.

Nesta ordem de idéias, convém esclarecer, que o absenteísmo é

considerado como “ausências não previstas” (NASCIMENTO, 2003 apud DIAS,

2005, p.26), no entanto, estas ausências se classificam em justificadas –

“doenças, direitos legais e outros fatores” (SOBRINHO, 2002 apud DIAS, 2005,

p.26) - e não justificadas - “relacionados a eventos fora do controle da

organização” (DIAS, 2005, p.26)”. Através destes esclarecimentos, optou-se por

estudar o absenteísmo não justificado, no qual, provoca imprevisibilidade quanto à

execução das atividades pré-estabelecidas pelo gestor, diante da expectativa

baseada no quadro de colaboradores permanente.

Para obtenção de resultados consistentes, a pesquisadora não se

restringiu em analisar apenas os colaboradores faltantes, mas também os

Page 14: Estudo das causas do absenteísmo

4

assíduos. Isto se fez, com o intuito de relacionar e comparar os resultados das

duas variáveis – assíduos e faltantes - em toda amostra pesquisada, para então

determinar os fatores que se relacionam com o absenteísmo não justificado.

Contudo, observam-se num cenário organizacional as relações

existentes entre o colaborador e a organização, analisado sob vários aspectos

condicionantes ao absenteísmo não justificado, bem como o clima organizacional,

grau de satisfação, condições ambientais de trabalho, liderança, estresse e

benefícios.

1.1 TEMA

Estudo das causas do absenteísmo não justificado numa Indústria de

Alimentos no Sul de Santa Catarina.

1.2 PROBLEMA

O absenteísmo não justificado provoca problemas na qualidade e no

desenvolvimento do trabalho no setor de produção, devido ao significativo número

de colaboradores que faltam ao trabalho de forma não programada pela

organização, para isso, precisam-se identificar formas de neutralizar tais

indicadores, nas quais se questiona: Quais as fatores que provocam o

absenteísmo não justificado numa indústria de alimentos no Sul de Santa

Catarina?

Page 15: Estudo das causas do absenteísmo

5

1.3 JUSTIFICATIVA

A assiduidade do funcionário ao trabalho é um dos fatores mínimos e

indispensáveis para qualquer empresa funcionar normalmente e operar dentro dos

padrões de produção em que se planejou. De outro modo, a ausência injustificada

dos trabalhadores no processo de trabalho - denominada como absenteísmo -

interfere de forma negativa nas empresas, principalmente nos setores de

produção, onde há demandas a serem produzidas diariamente e prazos para

entrega que foram pré-definidos ao cliente, como conseqüência, acaba

prejudicando o que foi planejado e proporciona sobrecarga de trabalho entre os

funcionários assíduos, causando desmotivação, qualidade comprometida, baixa

produção, interferência nos prazos de entrega.

Esse estudo se torna viável, uma vez que a empresa mostrou-se

interessada na pesquisa que identificará os motivos pelos quais os funcionários

faltam ao trabalho, disponibilizando para a pesquisadora dados e informações

para realização do mesmo. Dessa forma, a presente pesquisa dará à empresa a

oportunidade de identificar as causas do absenteísmo não justificado e através

dessas, buscar mecanismos para satisfazer os interesses dos colaboradores

contando com líderes capazes de identificar fadigas e necessidades de seus

subordinados, tornando-os mais motivados e conseqüentemente, mais assíduos

no processo de trabalho.

Ao neutralizar o absenteísmo em uma empresa, viabiliza-se uma

melhoria na imagem da organização e motiva os colaboradores, além de

restabelecer a produtividade da empresa nos padrões desejáveis e planejados.

Diante disso, observa-se a importância do estudo do absenteísmo nas

organizações, para que se possam verificar os fatores que levam os

colaboradores a não serem assíduos ao trabalho, e através do resultado da

pesquisa proporcionar um acompanhamento mais detalhado e contínuo do

problema.

Page 16: Estudo das causas do absenteísmo

6

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

Identificar as causas do absenteísmo não justificado e suas relações

com o ambiente interno e externo de uma indústria de alimentos no Sul de Santa

Catarina.

1.4.2 Objetivos Específicos

• Identificar as causas do absenteísmo não justificado;

• Analisar se há relação das causas do absenteísmo não justificado com o

ambiente físico de trabalho;

• Analisar as causas do absenteísmo não justificado com os benefícios que a

empresa oferece ao colaborador;

• Analisar as causas do absenteísmo não justificado com o estresse no

trabalho;

• Analisar se as causas do absenteísmo não justificado estão relacionadas

com o superior imediato;

• Analisar se as causas estão relacionadas com o sistema de recompensas e

punições adotadas pela organização;

• Apresentar sugestões de melhorias para empresa em estudo.

Neste sentido, este estudo foi organizado da seguinte forma:

• No capítulo um, destaca-se etapa introdutória do estudo;

• No capítulo dois, apresenta-se a fundamentação teórica;

• No capítulo três, apresentam-se os procedimentos metodológicos;

Page 17: Estudo das causas do absenteísmo

7

• No capítulo quatro, mostram-se os resultados da pesquisa;

• No capítulo cinco, apresenta-se a conclusão.

Page 18: Estudo das causas do absenteísmo

8

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A partir deste capítulo, buscam-se referências bibliográficas que

abordam os assuntos pertinentes à temática pesquisada, proporcionando o

embasamento e o conhecimento de teorias nas quais explicam o tema.

Num contexto histórico e atual, este capítulo desdobra os aspectos

inerentes ao mundo do trabalho, que possibilitam explicar as relações existentes

entre a organização e o colaborador.

2.1 CONTEXTO HISTÓRICO E ATUAL - MOTIVAÇÃO E SATISFAÇÃO NO

TRABALHO

A preocupação com a saúde mental do colaborador está sendo cada

vez mais predominante e necessária no ambiente organizacional, estando

relacionada com o processo de orientação no ambiente de trabalho e a sua

eficiência e permanência nele, tendo como fator de avaliação a questão da

motivação e satisfação. A relação entre ambas - satisfação e motivação - se dá

através de atitudes dos colaboradores no ambiente de trabalho, seja de forma

positiva ou negativa (FERNANDES; OLIVEIRA; SILVA, 2006).

Fernandes, Oliveira, Silva (2006, p.68) argumentam que a motivação é

baseada nas emoções “[...] pela busca por experiências emocionais positivas e

por evitar as negativas [...] positivo e negativo são definidos pelo estado individual

do cérebro e não por normas sociais”.

Elton Mayo, diante da necessidade de corrigir a tendência que havia na

época com relação à desumanização do trabalho, desenvolveu a experiência de

Hawthorne. Esse acontecimento foi considerado como um movimento de oposição

à Teoria Clássica da Administração. Tal experimento contribuiu para a origem das

relações humanas no trabalho, assim humanizando, democratizando os conceitos

da administração e adequando novos padrões de vida à sociedade americana,

Page 19: Estudo das causas do absenteísmo

9

quebrando conceitos rígidos da Teoria Clássica da Administração (FERNANDES,

OLIVEIRA, SILVA, 2006 apud CHIAVENATO, 2005). Nesse estudo Elton Mayo

(1924:1931 apud CARVALHO; SERAFIM, 2004), em sua pesquisa motivacional,

identificou que o colaborador se sente extremamente motivado quando “pode

usufruir de um razoável sistema de comunicações formais e informais [...]; é parte

integrante do processo de produção; e tem liberdade [...] de trabalho com o chefe”

(ELTON MAYO 1924:1931 apud CARVALHO; SERAFIM, 2004, p.58).

Para argumentar sobre assunto motivação e satisfação no trabalho,

tomou-se como base Archer (1997 apud BEKER, 2006, p.22), que define

primeiramente a questão motivacional como:

[...] uma inclinação para a ação que tem origem em um motivo (necessidade). Um motivador nada mais é do que um motivo - uma necessidade, por definição. Por outro lado, um fator de satisfação é alguma coisa que satisfaz uma necessidade. Satisfação é o atendimento de uma necessidade ou sua eliminação. Dentro do contexto dessas definições, um motivador e um fator de satisfação, em lugar de serem a mesma coisa, são a antítese do outro.

Sendo assim, Vergara (2003) complementa a idéia anterior,

argumentando que a motivação é como uma força que impulsiona as pessoas na

busca da realização de seus objetivos e necessidades. Pode ser considerada

como processual e contínua, sempre deverá haver algo ou algum acontecimento

para que a motivação seja incentivada. Surge quando as necessidades individuais

ou coletivas do ser humano são atendidas.

Assim sendo, para explicar as necessidades individuais do ser humano

tem-se como referência a Teoria criada por Abraham Maslow, que determina cinco

necessidades que devem ser supridas de forma hierárquica. Assim, primeiramente

devem ser atendidas as necessidades fisiológicas, e sequentemente, segurança,

social, auto-estima e auto-realização. As necessidades fisiológicas e de segurança

atendem as satisfações externas e estão hierarquicamente alocadas no nível mais

baixo e prioritário. Já as necessidades sociais, auto-estima e auto-realização estão

acima das anteriores, atendendo as necessidades internas (BEKER, 2006).

O psicólogo Frederick Herzberg (1959) em seus estudos sobre

motivação no trabalho, desenvolveu a teoria de dois fatores, também conhecida

como teoria da higiene-motivação. No qual, concluiu que os fatores motivacionais

estão ligados diretamente com a satisfação e insatisfação do colaborador com

Page 20: Estudo das causas do absenteísmo

10

relação à suas expectativas no trabalho. Classificou os fatores como extrínsecos -

condições de trabalho, remuneração, supervisão - e intrínsecos - possibilidade de

realização, crescimento e responsabilidades. Assim, caracterizou os fatores

extrínsecos como fatores higiênicos, argumentando que as condições de trabalho

devem ser adequadas e que por si só não geram satisfação (ROBBINS, 2002).

Para Vergara (2003) a motivação individual de cada ser humano estão

ligados ao significado e a importância do trabalho que representa para eles.

Algumas pessoas encontram motivação nos fatores financeiros, outras através do

reconhecimento profissional. O descobrimento do significado do trabalho para

cada pessoa é muito importante, porém um processo de aprendizagem, em que

se descobre se o indivíduo está satisfeito, ou não.

Sendo assim, a satisfação no trabalho é determinada como uma reação

emocional expressada pelo colaborador, podendo ser positiva ou negativa, em

comparação com suas experiências vivenciadas anteriormente (MILKOVICH;

BOUDREAU, 2000).

Já Schermerhorn Jr, Hunt, Osborn (1999, p.97) definem que “[...] a

satisfação no trabalho está empiricamente relacionada com a rotatividade e o

absenteísmo do funcionário”. Por sua vez Wagner III; Hollenbeck (2006)

concordam, argumentando que a insatisfação dos colaboradores é uma das

principais razões do absenteísmo.

Estudos realizados por Iaffaladano & Muchinsky (1985 apud

MILKOVICH; BOUDREAU, 2000) evidenciam que a satisfação do colaborador

com relação ao trabalho reflete diretamente no comportamento, assiduidade,

disciplina e rotatividade. Assim Chiavenato (1999, p.94) reforça que a satisfação

no trabalho “[...] influencia o absenteísmo. Os [...] mais satisfeitos [...] tendem a ter

melhor registro de presença e estão menos propensos a faltar por motivos não

explicados do que os insatisfeitos”.

Robbins (2002 apud BEKER, 2006) na sua análise das relações entre

satisfação no trabalho e desempenho do colaborador, determinam as principais:

produtividade, absenteísmo e a rotatividade. Para reforçar a idéia anterior, Coda

(1997, apud BEKER, 2006) também afirma que o absenteísmo, rotatividade,

Page 21: Estudo das causas do absenteísmo

11

produtividade e a saúde mental possuem relação direta com os níveis de

satisfação dos colaboradores.

Hackman e Oldham (1976, apud BOHLANDER; SNELL; SHERMAN,

2005) argumentam, que a característica do cargo resulta na motivação, na

assiduidade e na rotatividade de pessoal na organização. E que o colaborador se

sente motivado quando três aspectos psicológicos são atendidos em situações

quando: “[...] 1. percebe o significado do trabalho realizado, 2. sente

responsabilidade pelos resultados do trabalho e, 3. tem conhecimento dos

resultados do trabalho realizado” (HACKMAN E OLDHAM, 1976, apud

BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2005, p.42)

Verifica-se, portanto, que a motivação se dá através da satisfação das

necessidades individuais do ser humano. A motivação possui aspectos intrínsecos

- fatores individuais - e extrínsecos - fatores organizacionais. O grau de motivação

e satisfação reflete diretamente nos indicadores da organização, bem como, nos

índices de absenteísmo, produtividade e rotatividade.

2.1 CLIMA ORGANIZACIONAL

O ser humano vive em freqüente processo de ajustamento devido a

uma série de variedade de situações e adversidades que enfrenta no seu

cotidiano. Diante disso necessário se faz estar percebendo o clima organizacional

a fim de satisfazer as necessidades fisiológicas, de estima e auto-realização

mantendo um equilíbrio emocional nas pessoas que convivem no ambiente da

empresa. Esse processo é definido como estado de ajustamento que varia de uma

pessoa para outra. Quando há uma frustração na satisfação dessas necessidades,

ocorre problema de ajustamento, e quando o indivíduo se ajusta adequadamente

as situações que vivência, é caracterizado como um processo de bom

ajustamento que pode ser nomeado como saúde mental. A saúde mental é

definida como um conjunto de características básicas que são: auto-estima, se

sentir bem em relação aos outros indivíduos, capacidade de enfrentar situações

Page 22: Estudo das causas do absenteísmo

12

adversas. O ambiente interno de uma organização é constituído por essas

pessoas que podem ser saudáveis mentalmente ou não, esse ambiente é

nomeado de clima organizacional (CHIAVENATO, 2004).

O clima organizacional refere-se:

[...] ao ambiente interno existente entre os membros da organização e está intimamente relacionado com o grau de motivação de seus participantes. O termo clima organizacional refere-se especificamente às propriedades motivacionais do ambiente organizacional, isto é, aos aspectos da organização que levam a provocação de diferentes espécies de motivação nos participantes. Assim o clima organizacional é favorável quando proporciona satisfação das necessidades pessoais dos participantes e elevação do moral. É desfavorável quando proporciona a frustração daquelas necessidades. [...] o clima organizacional influencia o estado motivacional das pessoas e é por ele influenciado (CHIAVENATO, 2004, p.75).

O clima organizacional é definido como qualidade ou conjunto de

características do ambiente numa organização que podem ser vivenciados e

percebidos pelos colaboradores inseridos nela. Está diretamente ligado ao grau de

motivação e satisfação, influenciando no comportamento dos membros de acordo

com seus valores e crenças individuais. O clima é um misto de ações, reações e

sentimentos que não são explícitos, compara-se com um perfume que se sente

seu aroma sem saber sua composição (TACHIZAWA; FERREIRA; FORTUNA,

2001).

O conceito de clima organizacional conforme Santos (1999 apud

BEKER 2006, p.19): “Envolve o dilema do esforço em descrever e compreender o

comportamento humano. O problema é operacionalizar o conceito para, então,

medi-lo de forma confiável e válida”. Milioli (2004, p. 18) destaca que o clima

organizacional é “[...] o ambiente humano dentro dos quais as pessoas de uma

organização fazem o seu trabalho [...] não pode ser tocado ou visualizado, porém

pode ser percebido e mensurável [...]”. São as ações comportamentais, atitudes e

costumes dos colaboradores, em que se pode constatar o grau de satisfação dos

membros da organização. Tal clima afeta todos os setores da empresa, dessa

forma o gestor deve estar atento ao comportamento, atitudes e reações de cada

colaborador. O clima deve ser percebido pelos gestores, pois influencia fortemente

nos negócios da empresa (MILIOLI, 2004).

Chiavenato (1994 apud BISOGNIN; NICOLAU; GRACIOLI; 2006 p.17)

define que o clima organizacional depende: “[...] das condições que a empresa

Page 23: Estudo das causas do absenteísmo

13

oferece, das estruturas, das oportunidades de participação, do significado do

trabalho, da equipe, treinamento, do estilo de liderança, avaliação e desempenho

e outros fatores”.

De acordo com Katz e Kahn (1978 apud TACHIZAWA; FERREIRA;

FORTUNA; 2001 p. 239) o clima organizacional se deriva dos seguintes fatores:

a) Normas e valores do sistema formal; b) Reinterpretação dos mesmos pelo sistema informal; c) História da disputas internas e externas da organização; c) Perfil das pessoas atraídas e selecionadas; d) Processos de trabalho; e) Comunicação interna; e f) Percepção de fatos.

Segundo Luz (2001, p.54) o clima organizacional pode ser mensurado

de acordo com o modelo proposto por Litwin e Stringer:

1) Estrutura: o sentimento dos trabalhadores sobre as restrições em sua situação de trabalho, com muitas regras, regulamentos, procedimentos; 2) Responsabilidade: o sentimento de ser seu próprio chefe; não haver dupla verificação em suas decisões; 3) Riscos: o senso de arriscar e de desafio no cargo e na situação de trabalho; 4) Recompensa: o sentimento de ser recompensado por um trabalho bem feito; a ênfase na recompensa versus criticismo e punições; 5) Calor e apoio: o sentimento de boa camaradagem geral e de ajuda mútua que prevalece na organização; 6) Conflito: o sentimento de que a administração não teme diferentes opiniões ou conflitos, a ênfase calcada sobre diferentes aqui e agora.

De acordo com Lourenço (2004) a percepção do clima organizacional

envolve fatores individuais e organizacionais. O clima pode ser percebido de

diferentes formas de acordo com as seguintes variáveis: escolaridade, cargo e

tempo de empresa.

Diante do exposto neste tópico, pode-se compreender que através do

clima organizacional é possível conhecer o nível de motivação e satisfação dos

colaboradores com relação à empresa. Este clima dependerá de fatores internos –

empresa em si – e fatores externos – sociedade, personalidade e saúde mental do

colaborador. O grau de satisfação pode ser evidenciado através de atitudes e

comportamentos dos colaboradores, determinando assim, sua satisfação ou

insatisfação com a empresa, contribuindo para a construção do clima

organizacional. Tal clima interfere diretamente nos resultados e produtividade, por

isso deve haver um acompanhamento para mensurar a temperatura do clima

Page 24: Estudo das causas do absenteísmo

14

existente na empresa para que se possam detectar possíveis deficiências nos

setores da organização.

2.2 ABSENTEÍSMO

Chiavenato (1999) refere-se ao absenteísmo como a principal

conseqüência das faltas ou atrasos dos trabalhadores nas organizações; é a

duração do tempo que o colaborador não está no seu posto de trabalho realizando

sua função, e por algum motivo, se ausenta, se atrasa ou outro motivo

desconhecido. Marras (2000, p.191) define o absenteísmo como um: “[...]

montante de faltas ao trabalho, bem como atrasos e saídas antecipadas durante

um determinado período”.

O planejamento de RH é um trabalho indispensável e comum nas

organizações, sendo essencial à existência dos cálculos matemáticos a respeito

da força de trabalho disponível, e dessa forma, se torna necessário levar em conta

o indicador absenteísmo, que pode ser mensurado através da seguinte fórmula

(CHIAVENATO, 1999):

Índice de = Total de pessoas / horas perdidas

Absenteísmo Total de pessoas / horas de trabalho

O índice de absenteísmo referente aos funcionários que se encontram

em afastamento, ausências justificadas e férias - consideradas ausências

prolongadas - pode ser mensurado com a mesma fórmula descrita anteriormente,

porém, com informações restritas a esse tipo de ausência. Este índice pode ser

mensal ou anual (CHIAVENATO, 1999). Marras (2000) sugere, a mensuração

deste índice por centro de custo ou departamento, para que seja possível

identificar os focos. Após o estudo dos dados, é elaborado um plano de ação para

neutralizar os motivos causadores do problema. Dessa forma, Bohlander; Snell;

Sherman (2005) aconselham que as organizações façam a análise dos índices de

Page 25: Estudo das causas do absenteísmo

15

absenteísmo com cuidado e que haja um acompanhamento por área, monitorando

os registros de freqüências diferenciais existentes entre elas.

Para Wagner III, Hollenbeck (2006), o absenteísmo é um problema

organizacional que custa muito caro. Uma pesquisa publicada em um jornal

americano revela: “[...] que uma única ausência não programada custa a uma

organização mediana mais de 650 dólares por dia (JONES, 1995 apud WAGNER

III; HOLLENBECK, 2006, p. 125)”. Com o mesmo objetivo Milkovich; Boudreau

(1992 apud CHIAVENATO, 1999, p.69) mostram através de pesquisas realizadas:

“[...] que os custos do absenteísmo em 800 funcionários de seguradoras

americanas com um salário médio de US$ 9,21 por hora foram estimados em US$

876.859 por ano, ou seja, US$ 1.096 anuais por empregado”.

No ano de 1985 a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou um

relatório que constava a seguinte afirmação: “entre 1 a 3% do Produto Nacional

Bruto dos EUA era perdido anualmente em virtude da queda da produtividade e

absenteísmo causados por problemas emocionais no trabalho (CARVALHO;

NASCIMENTO, 2004, p.310)”. Diante dessa evidência, Carvalho; Nascimento

(2004) argumentam que o absenteísmo pode estar relacionado com a saúde

mental do colaborador, causado por desajustes mentais que ocorrem no seu

ambiente de trabalho.

No seu estudo sobre o absenteísmo e atitudes no trabalho, Brief (1998

apud DIAS, 2005) defende que as causas do absenteísmo devem ser estudadas

de acordo com o tipo de ausência, deixando claro que a correlação entre

absenteísmo e grau de satisfação só pode ser utilizada nos casos de ausências

voluntárias, no qual existem escolhas, por exemplo, quando uma pessoa ao invés

de comparecer ao trabalho escolhe ir a uma outra ocasião. Sendo assim, Jones

(1995 apud WAGNER III; HOLLENBECK, 2006) define que a insatisfação e o

estresse, são uma das principais razões do absenteísmo. Schermerhorn; Hunt;

Osborn (1999) reforçam que o absenteísmo é a conseqüência da insatisfação e

desmotivação do colaborador, e complementam que o problema pode estar no

processo de recrutamento e seleção.

Por outro lado, Karch (2000 apud LIMONGI-FRANÇA, 2007) afirma

que o absenteísmo é resultante dos maus hábitos - fumo, alcoolismo, dietas

Page 26: Estudo das causas do absenteísmo

16

inadequadas - dos colaboradores. Concordando com a afirmação anterior

Milkovich; Boudreau (2000, p.482) argumentam que o absenteísmo está

diretamente ligado ao estilo de vida do colaborador, através dos fatores “[...]

hábitos de fumar [...] excesso de peso [...] alcoolismo [...] colesterol elevado [...]

hipertensão [...] falta de exercícios físicos”.

Para Harrisson; Martocchio (1998 apud DIAS, 2005), o absenteísmo

pode ser compreendido como um ato de falta de comprometimento de um

indivíduo com relação ao trabalho. Já Silva & Marziale (2000), defendem que o

absenteísmo tem relação direta com as condições de trabalho que as

organizações oferecem aos colaboradores.

De acordo com Chiavenato (1999, p. 69) a capacidade de assiduidade

pode ser reduzida por barreiras como: “[...] doenças, acidentes, responsabilidades

familiares ou particulares e problemas de transporte para o local de trabalho”. As

causas do absenteísmo nem sempre se devem a fatores individuais, muitas vezes

o problema está na organização, na supervisão deficiente, nas más condições de

trabalho, ausência de incentivos e motivação, falta de interação entre o

colaborador e a organização, desvalorização das atividades exercidas e impactos

psicológicos de uma liderança ineficiente (CHIAVENATO, 2004).

As principais causas do absenteísmo são:

1. Doença efetivamente comprovada. 2. Doença não comprovada. 3. Razões diversas de caráter familiar. 4. Atrasos involuntários por motivos de força maior. 5. Faltas voluntárias por motivos pessoais. 6. Dificuldades e problemas financeiros. 7. Problemas de transporte. 8. Baixa motivação para trabalhar. 9. Supervisão precária da chefia. 10. Políticas inadequadas da organização (CHIAVENATO, 2004, p.161).

Segundo McDonald & Shaver (1981 apud NASCIMENTO, 2003), as

causas do absenteísmo podem ser classificados em três categorias estabelecidas:

1. intrínseca - condições de trabalho, deficiência na supervisão, falta de controle,

cargo e atribuições; 2. extrínseca - comunicação, baixos salários, treinamento,

políticas da administração do absenteísmo, colocação do profissional em área

inadequada ao perfil; 3. personalidade - comportamento, vícios, depressão. Na

mesma linha de pensamento, Chiavenato (1999) define que as causas e as

Page 27: Estudo das causas do absenteísmo

17

conseqüências do absenteísmo estão ligadas a fatores internos e externos

relacionados ao trabalho, estando diretamente relacionadas à capacidade

profissional dos colaboradores, sua motivação e satisfação.

O absenteísmo é um dos fatores no qual, causa para as empresas

desajustes no planejamento da produção, mais especificamente, quanto ao

volume e disponibilidade de força de trabalho (CHIAVENATO, 1999). Em

complemento da afirmação de Chiavenato (1999), Bohlander; Snell; Sherman

(2005) argumentam que o absenteísmo gera sobrecarga de trabalho entre os

colaboradores assíduos, causando ineficiência e desperdício, além de elevar os

custos operacionais e comprometer prazos de entrega pré-estabelecidos ao

cliente.

As organizações podem aumentar a motivação de seus colaboradores

praticando recompensas aos assíduos e punindo os faltantes, para isso, deve

haver um controle do absenteísmo que é de responsabilidade do departamento de

pessoal, analisando os tipos de ausências e verificando suas justificativas, e

consequentemente, advertindo ou aplicando suspensões nos faltantes e

recompensando com prêmios aos assíduos (CHIAVENATO, 1999). Com o mesmo

objetivo Milkovich; Boudreau (2000) relatam que atos disciplinares e demissões

são as formas mais adotadas pelas empresas para punir os colaboradores

faltantes.

Para McDonald & Shaver (1981 apud NASCIMENTO, 2003, p.38) deve

haver um controle do absenteísmo e para isso as organizações devem:

Desenvolver uma política de disciplina progressiva. É essencial haver uma disciplina para as ausências. Os empregados devem conhecer de antemão a conseqüência que irão receber pelo não-comparecimento ao trabalho. Essas medidas devem começar com advertência oral, escrita, suspensão sem pagamento e por último demissão. Essas punições devem ser registradas. Por outro lado, os funcionários assíduos devem ser recompensados tanto monetariamente como através de elogios públicos.

Karch (2000 apud LIMONGI-FRANÇA, 2007, p.85) afirma que as

organizações estão cada vez mais preocupadas com os hábitos e comportamento

dos seus colaboradores, por isso, estão adotando programas de promoção de

saúde e qualidade de vida, para melhoria do ambiente de trabalho.

Page 28: Estudo das causas do absenteísmo

18

Uma sugestão para redução do absenteísmo é apresentada por

Nascimento (2003, p.37) que afirma:

Com o objetivo de reduzir o absenteísmo, aumentar a produtividade e proporcionar maiores lucros, as empresas multinacionais de grande porte ligadas a outras áreas produtivas têm investido altas somas com programas que visam a melhoria da qualidade de vida de seus funcionários.

Limongi-França (2007) sugere algumas alternativas para a redução do

nível de absenteísmo como: horários flexíveis, entrevistas de orientações e

conselhos, melhoria nas condições de trabalho, política de recrutamento interno,

promoção do desenvolvimento da autodisciplina e instalações de creches.

A tendência atual nas organizações é atuar sobre as causas que geram

o absenteísmo e não mais sobre seus efeitos, diagnosticando as causas e seus

determinantes (CHIAVENATO, 1999).

Finalmente é possível compreender que o absenteísmo causa

imprevisibilidade e incerteza para as organizações no que diz respeito ao

planejamento de produção e volume de mão-de-obra disponível. O absenteísmo

possui relação com o grau de satisfação e motivação do colaborador, pode ocorrer

em função do caráter pessoal, comportamento das pessoas ou responsabilidades

individuais, mas nem sempre as causas estão diretamente ligadas ao colaborador,

podendo estar relacionada com a organização, na liderança ineficiente, nas

condições de trabalho precárias, desmotivação proveniente da liderança, políticas

organizacionais inadequadas, falta de interação entre o colaborador e a

organização. Diante destas colocações, as organizações precisam atuar sobre as

causas do absenteísmo e diagnosticá-las; a partir de então, elaborar um plano de

ação estratégico e tomar as atitudes provenientes para a redução deste índice.

2.3 CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO

Araújo (2006) refere-se às condições ambientais do trabalho como um

conjunto de fatores condicionais variáveis existentes no local de trabalho. Tais

como: temperatura, iluminação, ruídos e segurança. Chiavenato (2004) define que

Page 29: Estudo das causas do absenteísmo

19

as condições ambientais de trabalho são determinadas por três condições:

condições sociais relacionadas aos relacionamentos, tempo relacionada a jornada

de trabalho e condições ambientais referentes a iluminação, temperatura, ruído e

higiene.

Carvalho (2000) argumenta que as condições ambientais do trabalho

precisam ser adequadas e que a “[...] Iluminação insuficiente; desconforto térmico;

piso escorregadio; ruído [...] instalações elétricas precárias [...] falta de ordem e

limpeza; ausência de proteção nas partes móveis das máquinas” (CARVALHO,

2000, p.202) gera insegurança e aumenta os riscos de acidentes no trabalho

(CARVALHO, 2000). Milkovich; Boudreau (2000, p.482) reforçam a mesma

afirmação e relatam algumas condições de trabalho desfavoráveis: “Máquinas mal

projetadas ou sem manutenção adequada, falta de equipamentos de segurança, e

a exposição a substancias tóxicas causam problemas para todos os empregados”.

As condições físicas do local de trabalho interferem diretamente no

desempenho dos colaboradores. As condições de limpeza, temperatura e

segurança são fatores que determinam a maneira como os colaboradores irão

executar suas atividades. Existem determinadas características físicas do local de

trabalho que podem incentivar a reações emocionais negativas nos colaboradores

(WAGNER III, HOLLENBECK, 2006). Carvalho; Nascimento (2004), afirmam que

as condições de trabalho numa organização interferem diretamente na saúde

mental do colaborador e consequentemente no seu comportamento, causando

prejuízos na produtividade e gerando absenteísmo.

Sendo assim, finaliza-se este tópico compreendendo que as

organizações precisam oferecer condições ambientais de trabalho favoráveis aos

colaboradores, pois estes estão expostos diariamente a estas condições. Quando

as condições ambientais de trabalho são desfavoráveis, pode comprometer a

saúde dos colaboradores, gerando acidentes, fadigas e consequentemente

refletindo de forma indireta nos níveis de produtividade.

Page 30: Estudo das causas do absenteísmo

20

2.3.1 Iluminação

A iluminação é definida como a quantidade de luz que existe no local de

trabalho para que o colaborador possa exercer suas atividades com qualidade. O

tipo de iluminação dependerá da tarefa que o colaborador irá desempenhar, se a

atividade exige minuciosidade e detalhes, será necessária maior quantidade de luz

no ponto de trabalho (CHIAVENATO, 2004). Meese; Lewis; Wyon (1982 apud

WAGNER III, HOLLENBECK, 2006, p.128) reforçam argumentando “[...] que

tarefas diferentes exigem níveis ótimos de iluminação, estando à escuridão

significativamente correlacionada a insatisfação no trabalho [...]”.

Uma iluminação inadequada pode causar fadiga, atacando o sistema

nervoso e contribuindo para o aumento do risco de acidentes no trabalho. A

iluminação deverá ser suficiente e adequada para cada tipo de trabalho, e ser

constante e distribuída uniformemente, para evitar fadigas (CHIAVENATO, 2004).

Para Broadbent (1957 apud CHIAVENATO, 2004, p.350) a distribuição

de luz poderá ser:

1. Iluminação direta: faz a luz incidir diretamente sobre a superfície iluminada. É a mais econômica e a mais utilizada para grandes espaços.

2. Iluminação indireta: faz a luz incidir sobre a superfície a ser iluminada por meio da reflexão sobre paredes e tetos. É a mais dispendiosa. A luz fica oculta da vista por alguns dispositivos ou anteparos opacos.

3. Iluminação semi-indireta: combina com os dois tipos anteriores, pelo uso de globos translúcidos para refletir a luz no teto e nas partes superiores das paredes, que a transmitem para a superfície a ser iluminada (iluminação indireta). A luz é difundida diretamente pelo globo (iluminação direta), havendo, portanto dois efeitos luminosos.

4. Iluminação semidireta: é aquela em que a maior parte da luz é dirigida diretamente a superfície a ser iluminada [...] alguma luz que é refletida por intermédio das paredes e do teto.

De acordo com o artigo 175 da CLT seção VII - Da Iluminação - todas

as organizações são obrigadas a oferecer no local de trabalho iluminação,

podendo ser artificial ou natural, porém distribuída uniformemente e apropriada

para cada atividade (CARVALHO; NASCIMENTO, 2004).

Portanto, verifica-se que a iluminação é indispensável para a realização

das tarefas numa organização, e deve ser adequada para cada tipo de atividade

para que não cause transtornos ao colaborador – fadiga e irritação. A má

Page 31: Estudo das causas do absenteísmo

21

iluminação poderá causar para a organização sérios prejuízos como aumento nos

acidentes e a redução da qualidade do trabalho.

2.3.2 Ruído

Devido ao fato de que a evolução tecnológica e industrial desenfreada

se tornou parte integrante da rotina vivenciada pelo ser humano, se fez necessário

e indispensável à criação de meios para amenizar os danos causados por estes.

O ruído é um desses efeitos negativos, que é considerado uma poluição sonora

(CARVALHO; NASCIMENTO, 2004). Chiavenato (2004) reforça argumentando

que o ruído é um som desconfortável ou um barulho indesejável.

De acordo com Carvalho; Nascimento (2004), o som possui duas

características físicas: freqüência e intensidade. Na freqüência é utilizado o termo

Hertz (Hz), na intensidade utiliza-se o termo decibéis (dB). Por sua vez,

Chiavenato (2004) classifica os ruídos industriais como contínuos - máquinas -

Intermitentes - prensas, ferramentas pneumáticas - e variáveis - conversas,

manejo de ferramentas ou máquinas.

De acordo com a Portaria nº491, de 16/09/1965 do Ministério do

Trabalho, especialistas definem o ruído como fator impactante no que diz respeito

à audição do trabalhador, determinando a intensidade máxima de ruído no

ambiente de trabalho de 85 decibéis (CARVALHO; NASCIMENTO, 2004).

Segundo Tiffin; McCormick (1975 apud CHIAVENATO, 2004, p.351): “a

exposição prolongada a níveis elevados de ruídos produz, de certa forma, perda

de audição, proporcional ao tempo de exposição. Quanto maior o tempo de

exposição ao ruído maior o grau da perda de audição”.

Estudos comprovam que o ruído não influencia diretamente no

desempenho do trabalho, porém, causa problemas na audição, influenciando

diretamente na saúde do empregado. Por outro lado, existem atualmente alguns

métodos para controle do ruído, como a devida reparação de maquinários,

engrenagens e correias; construção de paredes à prova de ruídos; adaptação de

Page 32: Estudo das causas do absenteísmo

22

paredes, tetos e solos em forma acústica; fornecimento do protetor auricular como

equipamento de proteção individual (EPI) para os colaboradores (CHIAVENATO,

1999).

Como se pode perceber neste capítulo, as pessoas nas organizações

estão sempre expostas ao ruído, diferenciando-se os níveis de intensidade e

freqüência. Numa visão geral, determina-se o ruído como um barulho

desconfortante que desfavorece o colaborador oferecendo riscos à sua saúde. Por

isso, existem regulamentações que determinam uma intensidade máxima de ruído

no ambiente de trabalho. E as empresas, por sua vez, além de seguir essas

regulamentações devem criar mecanismos para neutralizar os impactos causados

por estes, através do fornecimento de protetores auditivos, reparação dos

maquinários e adaptação do ambiente físico.

2.3.3 Temperatura

Alguns colaboradores estão expostos diariamente a temperaturas

baixas ou elevadas, dessa forma precisam se submeter à adaptação dessas

condições no local de trabalho. Muitas vezes pode causar efeitos negativos na

saúde dos colaboradores, consequentemente gerando afastamentos (ARAÚJO,

2006).

Pesquisas segundo Vliert (1996 apud WAGNER III; HOLLENBECK,

2006) comprovam que temperaturas extremas no ambiente de trabalho podem

influenciar no comportamento, tomada de decisão e no desempenho dos

colaboradores.

Araújo (2006) argumenta que a temperatura pode ser considerada um

agente físico de risco quando é extrema, ameaçando a saúde dos colaboradores

que atuam nessa área.

A temperatura é um dos aspectos importantes no que se refere à

condições ambientais de trabalho e que os “[...] cargos cujo local de trabalho

impõe temperaturas baixíssimas, como em frigoríficos [...] exigem roupas

Page 33: Estudo das causas do absenteísmo

23

adequadas para a proteção (CHIAVENATO, 2004, p.352)”. Araújo (2006) reforça

argumentando que além de oferecer aos colaboradores equipamentos de proteção

individual (E.P.I.) em boas condições para todos os colaboradores, precisam

fiscalizar se realmente esses equipamentos estão sendo utilizados.

Diante do que foi exposto, verifica-se que a temperatura quando em

níveis extremos pode ser um agente de risco à saúde do colaborador. Assim

constata-se a importância do uso de equipamentos de proteção individual, dessa

forma se faz deste, um dos fatores mínimos e indispensáveis que as empresas

devem oferecer aos colaboradores para reduzir os impactos gerados no ambiente

de trabalho, mais especificamente quanto à temperatura.

2.3.4 Higiene

A higiene no trabalho é definida como regras e métodos que possuem a

finalidade de proteger a saúde física e mental do colaborador, diagnosticando e os

prevenindo de doenças ocupacionais (CARVALHO; NASCIMENTO, 2004).

Marras (2000, p.221) refere-se à higiene do trabalho como uma área

que “[...] se relaciona direta e indiretamente com a proteção à saúde do

trabalhador no que diz respeito à aquisição de patologias tipicamente relacionadas

ao trabalho ou a agentes resultantes dele”. Essa área trata dos aspectos ligados a

saúde ocupacional do trabalhador, tais como: controles clínicos, mudança de

cargo, periódicos, ergonomia e insalubridade (MARRAS 2000).

A higiene do trabalho está intimamente ligada nas condições

ambientais, principalmente no que diz respeito ao estudo e controle dessas

condições, pois estas influenciam no comportamento humano (CHIAVENATO,

2004).

Segundo Chiavenato (1999) as condições que influenciam a higiene no

trabalho são: iluminação, ventilação, temperatura, ruído, relacionamentos, estilo

de liderança, tipo de atividade, condições ergonômicas, máquinas e equipamentos

adequados às características físicas do colaborador, mesas e instalações

Page 34: Estudo das causas do absenteísmo

24

adequadas à altura e tamanho e ferramentas que reduzam o esforço físico,

orientações para melhorias dos hábitos e higiene individual dos colaboradores.

Diante disso, entende-se que o fator higiene no trabalho se relaciona

com o colaborador de forma mais ampla, se preocupando com os impactos que o

ambiente de trabalho pode causar a sua saúde. Convém destacar que a

organização precisa desenvolve políticas que atuam na prevenção, orientação e

no atendimento dessas patologias.

2.5 ESTRESSE NO TRABALHO

Schermerhorn, Hunt, Osborn (1999, p.290) definem o estresse como:

“[...] um estado de tensão [...] frente às exigências extraordinárias, restrições ou

oportunidades”. Argumentam que os fatores causadores do estresse podem ser o

trabalho, ou fatores pessoais (SCHERMERHORN, HUNT, OSBORN, 1999)

Por sua vez, Milkovich; Boudreau (2000) referem-se ao estresse como

incapacidade ou ausência de habilidades para a tomada de decisões. Já

Chiavenato (1999) define o estresse como um conjunto de reações químicas,

físicas e mentais de um ser humano que são estimuladas pelo ambiente. As

condições que causam o estresse podem ser, por exemplo, o autoritarismo do

chefe ou demanda de trabalho, pressão e cobranças, o cumprimento do horário de

trabalho, ruído, falta de consideração às pessoas, falta de perspectiva de

crescimento profissional na organização.

O estresse surge da insegurança que as pessoas têm para enfrentar

desafios percebidos diante da ameaça de algum valor importante, é um estado

emocional desagradável (WAGNER III; HOLLENBECK, 2006). Marras (2000)

define que o estresse é causado pela busca obsessiva de resultados.

Nos últimos anos a tendência dos trabalhadores na busca por seus

direitos aumentou consideravelmente. Diante da atenção da justiça trabalhista

dada a estes, os casos de indenização por estresse ocasionados no processo de

trabalho, ou outros danos físicos e psicológicos tornaram-se freqüentes, mais

Page 35: Estudo das causas do absenteísmo

25

especificamente dos trabalhadores que exercem atividades de natureza repetitiva

(SEMENUK,1996 apud BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2005).

Para Schermerhorn, Hunt, Osborn (1999, p.290) os causadores do

estresse no local de trabalho são:

• Exigências da tarefa – quando pedem para fazer demais ou de menos.

• Ambigüidades do papel – não saber as expectativas de desempenho ou os padrões de trabalho.

• Conflitos do papel – sentir possíveis e múltiplas expectativas conflitantes de desempenho.

• Dilemas éticos – quando lhe pedem para fazer coisas ilegais, quando pedem para fazer coisas que violam seus valores pessoais.

• Problemas interpessoais [...] • Ambiente físico – estar incomodado com as condições de

trabalho insalubres ou desagradáveis. Chiavenato (1999) salienta que o estresse no trabalho provoca

conseqüências negativas tanto para o empregado quanto para o empregador: “[...]

ansiedade, depressão, angústia, distúrbios gástricos e vasculares [...] afeta

negativamente a organização no aumento do absenteísmo, reclamações e greves

[...]” (CHIAVENATO, 1999, p.378). Para Schermerhorn, Hunt, Osborn (1999,

p.291) os sinais de estresse extremo nas organizações são: “[...] absenteísmo,

rotatividade, erros, acidentes, insatisfação, desempenho reduzido [...]”.

Para Bohlander; Snell; Sherman (2005) as fontes de estresse

relacionado ao trabalho são: sobrecarga de trabalho, demissões, condições

financeiras, relacionamento entre supervisor e colegas, pressão, ruído, falta de

feedback positivo, metas inalcançáveis, falta de reconhecimento e reestruturação

organizacional. Da mesma forma Carvalho; Serafim (2004) afirmam que a

instabilidade no trabalho, sobrecarga de trabalho e pressões psicológicas são

fatores que ocasionam o estresse no trabalho.

Page 36: Estudo das causas do absenteísmo

26

Para reduzir o estresse no trabalho Milkovich; Boudreau (2000, p.485)

relaciona algumas dicas da Northwestern National Life Insurance Co:

• Reduzir os conflitos pessoais no trabalho. Os empregados devem resolver seus conflitos através de “comunicação aberta, negociações e respeito”. Duas questões básicas: “tratar os empregados com justiça” e “Definir com clareza as expectativas da função”.

• Delegar aos empregados um controle adequado sobre suas funções [...]

• Assegurar um quadro de pessoal adequado e um orçamento de despesas apropriado [...]

• Falar abertamente com os empregados: [...] manter seus subordinados informados sobre boas ou más novidades [...]

• Apoiar os esforços dos empregados. Perguntando regularmente pelo o andamento de seu trabalho e escutando suas idéias [...]

• Oferecer benefícios competitivos. “Os empregados que têm tempo para relaxar e se refazer depois de um trabalho duro têm menos probabilidade de desenvolver doenças relacionadas com o estresse”.

• Manter os níveis atuais de benefícios aos empregados [...] • Reduzir a burocracia [...] • Reconhecer o mérito e recompensar os empregados. “Um

tapinha nas costas, um elogio em público, um aumento ou um bônus” por uma realização ou contribuição pode render “grandes dividendos em moral mais alto do empregado e maior produtividade”.

Com o objetivo de reduzir os efeitos negativos do estresse, algumas

organizações criam programas para gerenciar o estresse dos colaboradores, essa

iniciativa visa à orientação dos colaboradores, gerenciamento do tempo,

implantação de técnicas de relaxamento, desenvolvimento de habilidades como

ouvir e como se relacionar com pessoas problemáticas. Além de estabelecer

condições de trabalho favoráveis e esclarecimento das responsabilidades e

atividades inerentes ao cargo, esse trabalho é considerado uma obrigação

organizacional. (BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2005).

Chiavenato (2005) define que o segredo para redução do nível de

estresse está em administrar as crises antes que elas aconteçam, utilizando seus

meios e recursos, promovendo treinamentos, rodízio de cargos e análise de papel.

E para que isso aconteça à participação do gestor nesse processo é muito

importante, atuando em monitorias de seus colaboradores para identificar os

sintomas, após a verificação caso houver a presença de estresse na equipe, o

gestor deverá fazer o encaminhamento à área médica para que seja feito a

medicação adequada, ou até mesmo, transferências de funções e cargos.

Page 37: Estudo das causas do absenteísmo

27

Assim, pode-se identificar um dos fatores causadores do absenteísmo:

o estresse - que é definido como um conjunto de reações que os colaboradores

podem apresentar diante das condições de trabalho existentes na organização em

que está inserido. Tais reações podem ser estimuladas pela estrutura

organizacional – ambiente, liderança, normas e políticas, clima organizacional. As

organizações podem reduzir o nível de estresse através da análise de papéis e da

pesquisa de atitudes da pessoa que ocupará determinada função, com o objetivo

de assegurar uma boa adequação entre colaborador e o cargo, além de

proporcionar benefícios, reconhecimento e elogios e flexibilidade nos

procedimentos.

2.6 LIDERANÇA

As organizações de modo geral, vivenciam uma rotina de muitas tarefas

a serem executadas e metas a serem atingidas, e a busca frenética por resultados

se torna conseqüente. Diante desse fato, necessário se faz nas organizações a

presença um indivíduo que atue como líder (WAGNER III; HOLLENBECK, 2006).

A liderança pode ser definida como o poder de influenciar o

comportamento das pessoas com o objetivo de direcioná-las e coordenar as

atividades que desempenham, num contexto voltado para o alcance de metas.

Entretanto, a entrega do controle de suas atividades e atitudes para outra pessoa

deve ser voluntária, caso contrário, não é caracterizado como liderança (WAGNER

III; HOLLENBECK, 2006). Na mesma linha de pensamento Arthur Jago (1982

apud WAGNER III; HOLLENBECK, 2006, p.244) define liderança como: “[...] uso

de influência simbólica e não coercitiva para dirigir e coordenar as atividades dos

membros de um grupo organizado para a realização de objetivos”.

Limongi-França (2007) define que existem dois modelos básicos de

liderança, nos quais devem predominar as combinações de autoridade,

autonomia, obediência e disciplina, dosadas diferentemente de acordo com o tipo

de grupo, família e organização. Os modelos são: diretivo - estilo conservador,

Page 38: Estudo das causas do absenteísmo

28

burocrático e autoritário, - participativo - estilo liberal que predomina a autonomia

no comportamento e desempenho dos colaboradores. Entretanto, Vergara (2003)

estabelece modelos de liderança que são classificados em três estilos:

democrático - busca a participação de todos -, autocrático - toma as decisões

sozinho - e o laissez-faire - liberal.

Resultados provenientes de estudos realizados sobre estilos de

liderança mostraram que:

[...] a maioria dos grupos prefere um líder democrático. Nesses estudos, membros de grupos conduzidos por um líder autoritário eram extremamente submissos ou extremamente agressivos em sua interação. Também eram mais propensos a deixar a organização. Grupos autoritários também eram mais produtivos, mas apenas quando seus membros eram supervisionados de perto (WAGNER III; HOLLENBECK, 2006, p. 248).

Fernandes; Oliveira; Silva (2006) definem, que o líder deve se adaptar

às necessidades da situação em que se encontra. Para isso, Blanchard (1986

apud MARRAS, 2000, p.38) propõe o estilo de liderança situacional, que atua no

“[...] nível de desenvolvimento dos membros da equipe; situação a ser enfrentada

ou resolvida”.

Neste contexto, Wagner III; Hollenbeck (2006) abordam o modelo do

vínculo da díade vertical de Graen (1982), que consiste na idéia de tratamento

diferenciado aos colaboradores, variando de acordo com o grupo no qual

pertence. Este modelo classifica os subordinados em dois grupos: intra-grupo e

extra-grupo. Os membros participantes do intra-grupo são mais capacitados, têm

mais iniciativa para o trabalho, o líder os proporciona mais atenção e liberdade. Os

membros do extra-grupo, são mais apáticos e acomodados, dessa forma o líder

lhes distribui atividades de desempenho rotineiro e se relaciona com estes de

forma menos freqüente.

Segundo Fiedler (1967 apud WAGNER III; HOLLENBECK, 2006), em

seu modelo contingencial de liderança, define que eficiência da liderança depende

da favorabilidade das variáveis: seguidores e situação. Quando as relações entre

seguidor e líder são boas, as metas são alcançáveis e quando o líder tem uma

posição de poder - para punir e recompensar – consequentemente, torna-se mais

favorável à situação na visão do líder.

Page 39: Estudo das causas do absenteísmo

29

Diante do que foi exposto neste capítulo, se entende que o papel do

gestor é indispensável para as organizações, para que seus objetivos e metas

sejam alcançados. Entretanto, o gestor deve desenvolver algumas habilidades -

liderança, comunicação, inteligência emocional e intelectual. O estilo de liderança

do gestor pode influenciar diretamente no comportamento de seus colaboradores,

refletindo na qualidade e no volume de produção. Para que o líder exerça seu

papel de forma eficiente, é preciso que a organização delegue poder a estes para

punir e recompensar seus colaboradores.

2.6.1 Comportamento do Líder

A supervisão dos funcionários é parte integrante da função do gerente,

em que, é preciso acompanhar e dar atenção a estes. Pois se tratam de pessoas

que podem estar com algum problema familiar ou pessoal, financeiro, problemas

com drogas ou alcoolismo, saúde e outras preocupações. Esses problemas

podem afetar o desempenho e o comportamento das pessoas. Nesse contexto, a

atuação eficiente da liderança é indispensável (CHIAVENATO, 1999). Por outro

lado, Marras (2000, p.38) apresenta de maneira realista que a liderança no

ambiente de trabalho “[...] vem sendo mal-administrada na maioria da

organizações. Fala-se muito e aplica-se pouco ou quase nada [...] empresa é

responsável por uma boa liderança; em segunda, o próprio líder”.

Segundo pesquisas sobre liderança, o comportamento dos supervisores

pode ser dividido em duas classes: comportamento com foco no colaborador e

comportamento com foco na tarefa. O resultado da pesquisa mostrou que a

produtividade era superior em níveis de volume e qualidade, nos grupos liderados

por supervisores que tinham comportamentos com foco no colaborador (WAGNER

III; HOLLENBECK, 2006).

Wagner III; Hollenbeck (2006) sugerem a teoria do caminho-objetivo

para explicar os diferentes estilos de comportamentos dos líderes. Sendo assim,

em seguida apresenta-se a tabela 1 que explica os estilos de comportamentos:

Page 40: Estudo das causas do absenteísmo

30

Tabela 01

Os Quatro Estilos de Comportamento da Teoria do

Caminho-Objetivo

Liderança diretiva

O líder é autoritário. Os subordinados sabem exatamente o que é esperado deles, e o líder fornece direções específicas. Os subordinados não participam da tomada de decisões.

Liderança encorajadora O líder é amistoso e acessível e demonstra uma preocupação genuína com os subordinados.

Liderança participativa

O líder pede e usa as sugestões de seus subordinados, mas ainda toma as decisões.

Liderança orientada para a realização O líder fixa metas desafiadoras para os subordinados e demonstra confiança em que eles atingirão essas metas.

TABELA 1 - Os Quatro Estilos de Comportamento da Teoria do Caminho - Objetivo Fonte: Wagner III; Hollenbeck (2006, p.262).

Esses estilos de comportamento de liderança são subdivididos de

acordo com as características do líder. Na liderança diretiva predomina a

autoridade; na encorajadora é evidente a acessibilidade do líder; na participativa

destaca-se o estilo democrático e na liderança orientada para a realização, a

busca de metas é a característica predominante deste estilo (WAGNER III;

HOLLENBECK, 2006).

Lourenço (2004) diz que o gerente deve exercer a liderança, no

entanto, deve buscar meios para desenvolver as capacidades necessárias.

Vergara (2003) complementa: “É preciso que o gerente/líder busque conhecer-se,

num processo permanente e, estando atento às lições que o mundo lhe oferece,

[...] desenvolver-se nos planos físico, intelectual e emocional”. Neste contexto, Hill

(1999 apud LOURENÇO 2004, p. 20) destaca que os gestores devem “[...] estar

dispostos a refletir sobre suas experiências, a obter feedback, a analisar e

modificar seu comportamento [...]”.

O líder precisa entender as limitações de seus funcionários, reconhecê-

los através de elogios, ser acessível, aceitar as diferenças e amenizar situações

conflitantes (FERNANDES; OLIVEIRA; SILVA, 2006).

Page 41: Estudo das causas do absenteísmo

31

Chiavenato (1999, p.351) sugere que no relacionamento do líder com

os membros da equipe precisam estar presentes alguns comportamentos:

1. Comunicação: a organização deve comunicar a sua filosofia aos funcionários e solicitar a eles sugestão e opiniões sobre o assunto do trabalho.

2. Cooperação: a organização deve compartilhar a tomada de decisões e o controle das atividades com os funcionários para obter sua cooperação.

3. Proteção: o local de trabalho deve contribuir para o bem-estar dos funcionários e proporcionar proteção contra possíveis retaliações ou perseguições.

4. Assistência: a organização deve responder as necessidades especiais de cada funcionário dando-lhes assistência para tanto.

5. Disciplina e conflito: a organização deve ter regras claras para lidar com a disciplina e o conflito.

De acordo com o exposto, é possível compreender que os líderes

possuem estilos de comportamentos diferenciados, uns adotam o estilo autoritário

de liderar, por outro lado o estilo democrático é adotado por alguns líderes, outros

se focam na busca de metas ou na gestão de pessoas. O estilo de comportamento

do gestor influencia o comportamento de seus colaboradores, por isso o líder

precisa ter um comportamento flexível, sabendo utilizar a autoridade, democracia,

busca de resultados e gestão de pessoas em determinadas doses de acordo com

a situação que vivencia.

2.4 BENEFÍCIOS NO TRABALHO

Atualmente as organizações vêem os benefícios como uma estratégia

que visa proporcionar vantagens aos colaboradores como: plano de saúde,

assistência odontológica, convênios, cesta básica, seguro de vida, transporte,

uniforme e alimentação (CARVALHO, 2000).

O benefício no trabalho pode ser definido como pagamento ou

compensação financeira indireta além da remuneração salarial, são facilidades e

vantagens que as empresas oferecem aos seus colaboradores (CHIAVENATO,

1999).

Page 42: Estudo das causas do absenteísmo

32

Marras (2000, p.137) define benefícios como: “[...] conjunto de

programas ou planos oferecidos pela organização como complemento ao sistema

de salários. O somatório compõe a remuneração do empregado”.

Os benefícios podem ser classificados como legais - que são previstos

em leis trabalhistas ou por acordos sindicais como: aposentadoria, férias, décimo

terceiro salário, auxílio doença, etc. - espontâneos - que são concedidos por

iniciativa da empresa, não são previstos em lei e nem por acordos sindicais, como:

refeições, transporte, empréstimo, gratificações (CHIAVENATO, 2004). Marras

(2000, p.139) define que os benefícios espontâneos “[...] são aqueles que a

empresa oferece [...] por vontade própria, [...] com o objetivo de atender às

necessidades dos empregados ou de tornar o perfil da remuneração atraente [...]”.

Devido ao aumento da tendência de preocupação nas organizações

com relação à saúde de seus colaboradores, os planos de saúde, convênios com

farmácia e assistência à saúde mental estão ganhando mais espaço e

popularidade entre os pacotes de benefícios oferecidos pelas empresas

(BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2005).

De acordo com pesquisa realizada por Marras (2000) os benefícios

espontâneos mais populares entre as empresas são:

Tipo de benefício % de incidência na amostra

Restaurante 100

Seguro de vida 100

Assistência médica 100

Festas para empregados 75

Transporte 70

Cesta básica 60

Seguro de acidentes pessoais 60

Veículo designado 58

Clube para empregados 58

Pagamento de quilometragem 55

Assistência odontológica 50

TABELA 2 - Tipos de benefícios espontâneos Fonte: Marras (2000, p.139)

Page 43: Estudo das causas do absenteísmo

33

Esses benefícios podem ser divididos em: assistenciais, recreativos e

serviços. Os assistenciais visam o colaborador e a sua família, como: plano de

saúde, seguro de vida, assistência financeira. Os benefícios recreativos visam

lazer e cultura. Os serviços proporcionam a melhoria da qualidade de vida, como:

estacionamento, comunicação e alimentação (FRANÇA, 2007).

De acordo com Bohlander; Snell; Sherman (2005, p.311) os principais

objetivos estabelecidos pelas empresas quando implantam um programa de

benefícios são: “[...] aprimorar a satisfação do funcionário no trabalho, atender aos

requisitos de saúde e segurança, atrair e motivar funcionários, reduzir a

rotatividade, manter uma posição competitiva favorável”.

A implantação de benefícios numa organização gera uma série de

vantagens, tanto para o empregado quanto para o empregador, conforme

Chiavenato (2004, p.343) destaca na tabela 04:

Vantagens dos benefícios

Para a organização Para o empregado

Eleva o moral dos empregados Oferece conveniências não avaliáveis em dinheiro

Reduz a rotatividade e o absenteísmo Oferece assistência disponível na solução de problemas pessoais

Eleva a lealdade do empregado para com a empresa Aumenta a satisfação no trabalho

Aumenta o bem-estar do empregado Contribui para o desenvolvimento pessoal e bem-estar individual

Facilita o recrutamento de retenção de pessoal

Oferece meios de melhor relacionamento social entre os empregados

Aumenta a produtividade e diminui o custo unitário de trabalho Reduz sentimentos de insegurança

Demonstra as diretrizes e os propósitos da empresa para com os empregados

Oferece oportunidades adicionais de assegurar status social

Reduz distúrbios e queixas Oferece compensação extra Melhora as relações com a empresa Promove relações públicas com a

comunidade Reduz as causas de insatisfação TABELA 3 - Vantagens dos benefícios Fonte: Chiavenato (2004, p.343)

São visíveis as vantagens que um programa de benefícios pode trazer

para a organização, seus reflexos podem ser percebidos através da satisfação do

colaborador com relação à empresa, manutenção e atração de profissionais

Page 44: Estudo das causas do absenteísmo

34

qualificados (ARAÚJO, 2006). Marras (2000) têm uma visão semelhante de com a

opinião de Araújo (2006) e argumenta que um programa de benefícios pode trazer

vantagens para as organizações como: redução dos índices de absenteísmo e

rotatividade, promoção da qualidade de vida dos colaboradores e redução do

stress.

França (2007) afirma que os benefícios foram criados para atender as

necessidades básicas dos trabalhadores, e com o passar do tempo se tornou uma

estratégia para atrair e manter pessoas nas organizações.

De acordo com o conteúdo relacionado neste capítulo, entende-se que

os benefícios são concedidos pelas organizações com o objetivo de atender as

necessidades dos colaboradores. São classificados como: legais - previstos em

leis ou acordo coletivo sindical - e espontâneo - são concedidos por iniciativa da

empresa e não são previstos em lei. A implantação de um programa de benefícios

nas organizações é considerada uma estratégia que objetiva trazer uma série de

vantagens como: redução do absenteísmo e rotatividade, queda do nível de

estresse, aumento no comprometimento dos colaboradores com a empresa e

melhoria na qualidade de vida.

2.2 SISTEMA DE RECOMPENSAS E PUNIÇÕES

O sistema de recompensas e punições é considerado um instrumento

de finalidade disciplinar que representa o poder da organização; é uma forma de

induzir os colaboradores a executarem suas tarefas de acordo com os interesses

organizacionais (ARAUJO, 2006). Dessa forma, recorreu-se aos estudos de

Harrisson & Martocchio (1998, apud DIAS, 2005) sobre tomada de decisão, no

qual argumentam que no processo de racionalização os colaboradores realizam

suas escolhas que refletirão no comportamento, sendo assim, o seu processo de

decisão individual - escolhas - pode ser influenciado através das recompensas e

punições adotadas pela organização.

Page 45: Estudo das causas do absenteísmo

35

De acordo com Araújo (2006) as recompensas são caracterizadas pelo

reconhecimento do bom colaborador, e as punições segundo Bergamini (1997

apud ARAUJO, 2006) por restrições e medo.

Diante disso, as empresas adotam o sistema de ação disciplinar, tal

procedimento visa para lidar com a indisciplina e infrações cometidas por seus

colaboradores, assegura o respeito das regras na organização. Para isso, as

organizações precisam adotar alguns procedimentos para tornar a ação disciplinar

eficaz, bem como, estabelecer regras claras; criar um manual de regras para que

todos os colaboradores a conheçam; fazer uma checagem prévia do

comportamento e investigar o desempenho do colaborador, essa avaliação

cuidadosa pode dispensar a necessidade da medida disciplinar; por fim, a ação

disciplinar não só deve punir, mas também dar assistência objetivando a melhora

do comportamento (MILKOVICH; BOUDREAU, 2000).

De forma geral, o processo de ação disciplinar possui um efeito

progressivo, ou seja, à medida que o colaborador comete infrações as punições

são aplicadas com maior rigidez. Esse procedimento é definido como disciplina

progressiva, o método visa incentivar o colaborador a corrigir os efeitos negativos

de sua conduta. A disciplina progressiva deve seguir a seguinte ordem: 1.

advertência verbal; 2. advertência por escrito; 3. última advertência por escrito ou

suspensão; 4. Demissão (BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2005).

Milkovich; Boudreau (2000) argumentam que no processo disciplinar

progressivo o gestor precisa aconselhar o colaborador, apontando a falha

cometida e explicando que isso poderá comprometer de forma negativa a

organização e que não poderá acontecer novamente. Se o colaborador ainda

persistir no erro, a advertência deverá ser por escrito destacando que numa

reincidência futura sofrerá as conseqüências cabíveis. Se as advertências não

sofreram os efeitos previstos a próxima ação é a suspensão não remunerada do

colaborador no posto de trabalho. E finalmente, se não haver melhoria na conduta

do colaborador, a organização poderá demiti-lo. A empresa deve arquivar todos os

documentos de ações disciplinares assinadas pelo empregado, para oferecer uma

defesa sustentável no caso de reclamatórias trabalhistas.

Page 46: Estudo das causas do absenteísmo

36

As saídas antecipadas sem permissão do gestor, absenteísmo crônico,

atrasos e faltas injustificadas estão entre os problemas mais comuns nas

organizações que necessitam a aplicação de medidas disciplinares

(BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2005).

Por outro lado, os bons colaboradores devem ser recompensados,

através de prêmios. Diante disso, Dutra (2002, apud ARAÚJO, 2006) relata que

existem várias formas de recompensas utilizadas pelas empresas, que vai desde

um reconhecimento formal - aumento salarial, promoção - até elogios públicos.

Porém, a forma de reconhecimento mais comum é a de natureza financeira.

Assim, a empresa IBM adotou um sistema de recompensas que é

baseado na avaliação do desempenho e assiduidade do colaborador, dentre as

premiações destacam-se: pagamento variável em dinheiro, comissões, bolsas de

estudos, empréstimos para a casa própria e outros benefícios personalizados

(MILKOVICH; BOUDREAU, 2000).

Outras empresas com o objetivo de recompensar e destacar os bons

colaboradores, adotam a política de remuneração por mérito denominado como

meritocracia. Esse sistema se baseia no desempenho individual de seus

colaboradores, que são recompensados através de aumentos salariais. Outra

forma que as empresas buscam para reconhecer os colaboradores é a

implantação de planos baseados nos resultados da equipe e planos de

participação mos lucros. No entanto a remuneração do plano de participação nos

resultados dependerá do resultado da equipe no que se refere à produção. Já os

planos de participação nos lucros se baseiam na variabilidade dos lucros da

organização, como por exemplo, quando os lucros superam a expectativa

determinada no exercício, os colaboradores recebem através de percentuais

calculados em base salariais (MILKOVICH; BOUDREAU, 2000).

Bohlander; Snell; Sherman (2005) argumentam que o sistema de

recompensas funciona como um plano de incentivo, no qual o colaborador

receberá uma remuneração variável nas situações em que tenha um desempenho

desejado pela organização e as metas são atingidas. Essa estratégia incentiva os

colaboradores a serem mais competitivos, e por sua vez, mantêm bons níveis de

Page 47: Estudo das causas do absenteísmo

37

qualidade e produtividade. Sendo assim, apresenta-se a tabela 05, que relaciona

as principais vantagens desse plano:

• [...] focalizam os esforços nos alvos específicos de desempenho. Eles oferecem

motivação genuína que produz importantes ganhos para o funcionário e para a empresa.

• Os desembolsos de incentivo são custos variáveis ligados à realização de resultados.

[...] • O pagamento de incentivos é diretamente relacionado ao desempenho operacional.

[...] Se os objetivos não são atingidos, os incentivos não são dados. • [...] estimulam o trabalho de equipe e a coesão do grupo quando os pagamentos aos

indivíduos se baseiam nos resultados da equipe. • [...] são uma maneira de fazer os responsáveis pelo êxito compartilhar daquele

sucesso. TABELA 4 - Vantagens dos Programas de Pagamento de Incentivo. Fonte: Bohlander; Snell; Sherman (2005, p. 279)

Sendo assim, ficam claras as evidências vantajosas que um plano de

recompensas pode trazer para as organizações que recompensam seus

colaboradores através da avaliação do desempenho individual, que por fim

acabam despertando o comprometimento, iniciativa e motivação dos

colaboradores a fazer muito além do que deveria ser feito (BOHLANDER; SNELL;

SHERMAN, 2005).

Schermerhorn Jr.; Hunt; Osborn (1999) referem-se às recompensas

como um poder de ação disciplinar. Esse poder de recompensa no qual é exercido

pelo supervisor por meio de promoções ou recompensas, torna os colaboradores

obedientes e pode ser considerada uma forma de controlar o comportamento dos

colaboradores.

Através de estudos realizados em 28 indústrias, Schuster constatou que

as empresas que recompensam seus funcionários através da participação nos

resultados tiveram consideráveis ganhos na produtividade nos primeiros anos da

implantação. No seu segundo estudo Schuster (1984 apud MILKOVICH;

BOUDREAU, 2000) comparou os períodos anteriores e posteriores à implantação

desse programa, e percebeu que no período posterior houve aumento da

produtividade e redução dos custos com problemas trabalhistas. Por outro lado, as

Page 48: Estudo das causas do absenteísmo

38

que não superaram o lucro esperado no exercício e consequentemente não

pagaram o bônus naquele período, registrou-se problemas com a organização

sindical e redução do nível de envolvimento dos colaboradores no plano de

produção.

Por fim, entende-se que as recompensas e punições ensejam um efeito

disciplinar nas organizações. Cria-se um ciclo nos quais os colaboradores na

busca por recompensas adotam condutas exemplares, e por outro lado, os

colaboradores que são punidos buscam a melhoria da conduta. Assim, torna-se

necessário uma implantação de ações disciplinares punitivas de ordem

progressiva, com o objetivo de manter a ordem e o respeito na organização, para

isso as organizações precisam estabelecer regras claras e orientar seus

colaboradores das conseqüências, caso as mesmas não sejam obedecidas. Por

outro lado, as recompensas são de suma importância, é uma estratégia adotada

pelas organizações com o objetivo de reconhecer os colaboradores disciplinados,

também serve de exemplo para os funcionários com mau comportamento a

melhorarem diante do fato de que podem ser recompensados.

Page 49: Estudo das causas do absenteísmo

39

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo tem o intuito de apresentar os métodos e procedimentos

adotados para realização da pesquisa. Sendo assim, recorre-se à Thiollent (2005,

p.28) no qual define que “[...] o papel da metodologia consiste no controle

detalhado de cada técnica auxiliar utilizada na pesquisa [...] definida como método

(ou como estratégia de pesquisa) [...]”.

Já Vianna (2001) define metodologia como uma orientação ao

pesquisador a fim de proporcionar ao mesmo, o conhecimento de sua trajetória

cujo “[...] método é o caminho para atingir um fim, o conjunto de ações

necessárias para atingir os objetivos propostos em determinado período, a partir

dos recursos disponíveis”. (VIANNA, 2001, p.95)

De acordo com o exposto nas linhas anteriores, constatou-se que é

necessário que o pesquisador defina um método para a realização da pesquisa,

só assim poderá alcançar dados consistentes e atingir os objetivos estabelecidos

em torno do tema em estudo.

3.1 Pesquisa

Para Thiollent (2005), a pesquisa é uma estratégia metodológica

indispensável para enriquecimento da argumentação do pesquisador e permite

observar a realidade e esclarecer o problema do tema estudado. Sendo assim,

constata-se que a pesquisa é o artifício que lhe dará provas reais do tema em

estudo.

Page 50: Estudo das causas do absenteísmo

40

3.2 Caracterização da empresa – local de estudo

A empresa atua no segmento de aves e cortes de frango. O local de

estudo da pesquisadora está situado na cidade de Morro Grande/SC, na área

produtiva da indústria. A unidade atua na linha de produtos cortados, desossados

e miúdos de frango. Atualmente possuí no seu quadro 430 colaboradores, sendo

que, seus principais clientes são os países Europeus e Asiáticos.

3.3 Delineamento da pesquisa

De acordo com Vianna (2001) o delineamento da pesquisa é o

esclarecimento dos métodos e procedimentos no qual o pesquisador escolheu e

empregou para atingir os objetivos propostos para mesma.

Neste estudo foi realizada uma pesquisa de acordo com a

fundamentação teórica por meio de revisão bibliográfica. A pesquisa ocorreu por

meio de consultas em livros, periódicos e dados disponibilizados pela instituição

de ensino.

3.3.1 Pesquisa descritiva

Para Vianna (2001, p.131) pesquisa descritiva é o “[...] estudo

detalhado de uma determinada situação-problema ou fato, para elencar e

relacionar as variáveis que interferem em suas relações [...]”.

Dessa forma, entende-se que a pesquisa do tipo descritiva de campo

possibilita detectar os fatores ligados ao problema respondendo as indagações

envolvidas no tema em estudo.

Page 51: Estudo das causas do absenteísmo

41

3.3.2 Abordagem quantitativa e qualitativa

A pesquisa teve uma abordagem quantitativa e qualitativa. Na

quantitativa, teve a finalidade de quantificar os dados das perguntas fechadas, e

na qualitativa, apresentar o entendimento a informação referente ao

questionamento aberto. Após a leitura destes, foi realizada a formulação da

tabulação dos dados através de recursos e técnicas estatísticas e interpretativas

que identificaram as causas do absenteísmo na empresa.

Para Vianna (2001, p.121) na pesquisa quantitativa consiste em “[...]

envolver dados numéricos, trabalhados a partir de procedimentos estatísticos

variados e adequados a cada situação específica, a partir de experimentos,

questionários, entrevistas [...]”.

Vianna (2001, p.123) argumenta que a abordagem qualitativa é “[...]

estudado como potencial, [...] indicador para melhor compreensão da realidade a

ser entendida, explicada e descrita”.

Assim, entende-se que a pesquisa quantitativa possibilita observar de

forma sintética as informações quantificadas através da pesquisa, a partir disso

evidenciando os fatores ligados ao problema. E a pesquisa qualitativa, pretende

entender as informações descritas participantes da amostra, a fim de realizar uma

relação das afirmações com os fundamentos teóricos sobre o assunto.

3.4 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A amostra segundo Lakatos e Marconi (2002, p.30) é ”[...] uma parcela

conveniente selecionada do universo (população); é um subconjunto do universo

[...]”.

Para este estudo teve-se a população de 430 colaboradores de

diferentes turnos e linhas do setor da produção - Linha Peito, Coxa, Evisceração,

Recepção de aves, higienização e Expedição -, com a intenção de identificar as

causas e onde está o problema.

Page 52: Estudo das causas do absenteísmo

42

Para a definição da amostra, utilizou-se a fórmula sugerida por Barbetta

(2003).

Assim sendo, convencionou-se pesquisar 71 colaboradores da área

produtiva. Representando um percentual amostral de 16,51% quanto à população.

A informação obtida na pesquisa está sujeita ao erro amostral de 10,9%. Dessa

forma a pesquisa será probabilística e estratificada.

3.5 INSTRUMENTO DE PESQUISA

Para Lakatos, Marconi (2002) o instrumento de pesquisa é um auxiliar

indispensável para a investigação do problema em que o pesquisador poderá

escolher como ferramenta para realização da coleta de dados - o questionário.

Diante disso é possível complementar que “[...] um instrumento de coleta de dados

constituído por uma série de perguntas ordenadas, que devem ser respondidas

por escrito e sem a presença do entrevistador [...]”. (LAKATOS, MARCONI, 2002,

p.98)

De acordo com o procedimento indicado anteriormente, foi utilizado

como instrumento de pesquisa um questionário estruturado com 26 questões de

múltipla escolha, sendo que numa mesma questão há uma pergunta aberta, todos

desenvolvidos pelo pesquisador, a fim de identificar as causas do absenteísmo

não justificado na empresa em estudo.

3.6 COLETA DE DADOS

Esta etapa da pesquisa é analisada por Lakatos, Marconi (2002) como

a mais cansativa, pelo que o pesquisador inicia a aplicação rigorosa dos

instrumentos e técnicas na qual escolheu através da pesquisa de campo, tal

o

o

nNnN

n+

=.

n = Amostra considerando a população N. (Finita) N = Tamanho da população

Page 53: Estudo das causas do absenteísmo

43

procedimentos têm o objetivo de obter as informações acerca do problema no qual

se busca uma resposta.

Diante disso a coleta de dados foi realizada pelo próprio pesquisador

através do instrumento de pesquisa - questionário - que através da entrega do

questionário a cada colaborador, possibilitou o pesquisador coletar as informações

necessárias para compor o estudo, tendo como referência de pesquisa o período

do primeiro semestre de 2008.

3.7 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS

De acordo com Lakatos, Marconi (2002), após a coleta de dados é

realizada a seleção das informações, codificação (classificação, numeração),

tabulação (disposição de dados em tabelas e gráficos). Uma vez que obtidos os

resultados, o passo seguinte é a interpretação e a análise destes, em que o

pesquisador detalha os dados quantitativos e qualitativos do seu estudo, com a

finalidade de responder as indagações.

Baseado na definição do respectivo procedimento metodológico, após a

coleta de dados a pesquisadora realizou a compilação das informações obtidas

em pesquisa, a fim de apresentar em forma de gráficos e tabelas, análise das

questões subjetivas da pesquisa, realizando observações e comparações com a

fundamentação teórica com o intuito de facilitar o entendimento da análise e assim

obter uma conclusão do que foi exposto.

A seguir apresenta-se a tabela 5, no qual, tem o intuito de organizar as

questões da pesquisa em forma de categorias de análise, a fim de possibilitar ao

leitor uma compreensão mais ampla de como foi estruturado as questões do

estudo. Pretendeu-se optar por desenvolver esta tabela, na intenção de facilitar a

interpretação dos resultados da pesquisa de forma direta com as categorias.

Page 54: Estudo das causas do absenteísmo

44

Categorias N° de

questões Questão

a1. Faixa etária a2. Estado civil a3. Filiação a4. Escolaridade a5. Setor a6. Renda Mensal a7. Tempo de empresa a8. Residência nas proximidades da empresa a9. Tipo de transporte a10. Cidade em que mora a11. Vícios ao cigarro a12. Ocorrência de depressão

Perfil 13

a13. Aversão à ambientes fechados (Exemplo: Claustrofobia) b1. Interesse do gestor pelo motivo de ausência (faltantes) b2. Orientação com relação à conseqüência da reincidência de faltas injustificadas Liderança 3

b3. Atenção do gestor aos colaboradores - Grau de satisfação d1. Chefia imediata Relacionamento

Interpessoal 2 d2.Com os colegas Normas e políticas da

empresa 1 e1. Grau de satisfação quanto aos aspectos relacionados às normas e políticas da empresa

Ambiente Físico e Condições de trabalho 1

f1. Grau de satisfação quanto aos aspectos relacionados ao ambiente físico e condições de trabalho

Benefícios 1

g1. Grau de satisfação quanto aos fatores relacionados aos benefícios h1. Sobrecarga de trabalho Cargo 2 h2. Grau de satisfação com relação ao cargo ocupado

Treinamento 1 i1. Grau de satisfação quanto aos aspectos relacionados ao treinamento j1. Afastamento pelo INSS Absenteísmo 2 j2. Causas do absenteísmo não justificado (faltantes)

Recompensas e Punições 1 a14. Ocorrência de Advertência (faltantes)

TABELA 5: Categorias dos dados Fonte: Dados da pesquisadora

Finalmente convém destacar, que cada categoria da tabela 5, refere-se

a um grupo de análise, em que cada questão exposta na apresentação dos

resultados está relacionada a este grupo.

Page 55: Estudo das causas do absenteísmo

45

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA

Neste capítulo, os dados foram obtidos através da aplicação de um

questionário entre os colaboradores da empresa. A aplicação do questionário foi

dividida em dois grupos de funcionários: assíduos e faltantes, para parâmetro de

comparação. E, investigar se os fatores que levam os colaboradores a serem

assíduos, são os mesmos daqueles que não são assíduos, e a partir de então,

relacionar as causas do absenteísmo.

4.1 Do momento coleta dos dados

A pesquisa foi realizada através da aplicação de um questionário

estruturado com perguntas fechadas aos colaboradores de uma indústria de

alimentos, cuja razão social não se pretende divulgar.

A realização da pesquisa ocorreu nos dias 9 e 10 de Abril de 2008 na

área de lazer da empresa, para que cada colaborador individualmente respondesse

o questionário em um local apropriado, com o intuito de haver maior consistência na

resposta dos questionamentos.

No momento da abordagem dos colaboradores para responder o

questionário, a pesquisadora percebeu a curiosidade e manifestações de algumas

pessoas com as seguintes indagações: para quê se destinava esse estudo e, se iria

fazer alguma diferença futuramente quando os resultados fossem divulgados para a

empresa. De um modo geral, nestes diálogos, percebeu-se um predomínio de

diversidades de estilos comportamentais na população de colaboradores da

empresa, frente a esta identificação, fez-se necessário selecionar a amostra

considerando a diversidade destes estilos, na preocupação de não haver uma

concentração de um mesmo estilo comportamental e consequentemente, não existir

resultados tendenciosos. Neste sentido, optou-se em analisar os fatores

influenciadores da assiduidade e os fatores da não assiduidade, para ser possível

classificar as causas do absenteísmo.

Page 56: Estudo das causas do absenteísmo

46

A empresa demonstrou interesse em conhecer os resultados da pesquisa,

com o objetivo de identificar possíveis falhas até o momento não identificadas, já que

é a primeira vez que esse tipo de estudo é realizado na empresa.

4.2 Resultado da pesquisa

Neste capítulo, serão apresentados os resultados da pesquisa realizada,

com intuito de responder as indagações em torno do tema em estudo.

4.2.1 Do processo de análise:

As questões a1, a2, a3, a4, a5, a6, a7, a8, a9, a10, a11, a12, a13, a14,

b1, b2, h1, j1, foram analisadas por percentuais que quantificaram os resultados. A

questão j2 foi de caráter qualitativo, em que se analisaram as falas dos

colaboradores. Por outro lado, as questões b3, d1, d2, e, f, g, h2, i, foram

interpretadas pelo grau de satisfação do indivíduo evidenciados na legenda da

tabela 19.

1 Muito Insatisfeito 2 Insatisfeito 3 Satisfeito 4 Muito Satisfeito

Tabela 6: Legenda Grau de satisfação Fonte: Dados da pesquisadora

Sendo assim, a proximidade do resultado em relação ao número do grau

de satisfação da legenda, determinará se o colaborador está muito insatisfeito,

insatisfeito, satisfeito ou muito satisfeito. Por exemplo, se o resultado for 2,45

entende-se que o colaborador está insatisfeito, pois o grau está mais próximo do

número 2 que significa insatisfação. E, se o resultado for 2,75; o colaborador está

satisfeito, pois o resultado possui proximidade do número 3 que na legenda significa

satisfeito.

Page 57: Estudo das causas do absenteísmo

47

Para a realização das análises foram desdobrados os principais assuntos

em categorias, nos quais, objetivaram organizar o processo de análise por assuntos

específicos.

4.2.2 Dos resultados:

a) Perfil:

Neste capítulo serão abordadas as questões relacionadas ao perfil dos

colaboradores assíduos e faltantes, com intuito de identificar as características

predominantes entre estes.

a 1) Faixa etária

Para identificar a faixa etária predominante entre os grupos de

colaboradores assíduos e faltantes, se fez necessário questionar a idade dos

entrevistados.

ASSÍDUOS FALTANTES TOTAL Categorias F %V F %V F %V

18 à 25 anos 18 50% 12 34% 30 42% 26 à 30 anos 7 19% 3 9% 10 14% 31 à 35 anos 3 8% 13 37% 16 23% Mais de 36 anos 8 22% 7 20% 15 21% Total 36 100% 35 100% 71 100% Tabela 7: Faixa Etária Fonte: Dados da pesquisadora

Page 58: Estudo das causas do absenteísmo

48

Quanto à totalidade da amostra, no gráfico apresentou que 42% estão

numa faixa etária entre 18 à 25 anos, sendo que 34% são faltantes e 50% são

assíduos. Na faixa etária entre 26 à 30 anos o total da amostra representa 14%,

deste percentual, registrou 9% de faltantes e 19% de assíduos. Já a faixa etária

entre 31 à 35 anos é representada por 23% da amostra, sendo 37% faltantes e 8%

assíduos. Os colaboradores com mais de 36 anos correspondem a 21% da amostra,

deste percentual, 20% são faltantes e 22% são assíduos.

Através deste resultado, constatou-se que as ocorrências de abstenção

ao trabalho são mais freqüentes entre os colaboradores entre 31 à 35 anos,

representando 37% da amostra do grupo dos colaboradores faltantes, em

comparação com os assíduos, verifica-se que apenas 8% possuem essa faixa etária.

Assim pode-se perceber, que os colaboradores entre 31 à 35 anos são mais

propensos a registros de absenteísmo, e os colaboradores com faixa etária entre 18

à 25 anos também oferecem um risco de abstenção, porém em proporções

menores.

50%

19%

8%

22%

34%

9%

37%

20%

42%

14%

23%21%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

18 a 25 anos 26 a 30 anos 31 a 35 anos Mais de 36 anos

Assíduos

Faltantes

Total

Figura 1: Faixa etária Fonte: Dados da pesquisadora

Page 59: Estudo das causas do absenteísmo

49

a 2)Estado civil

Com o objetivo de quantificar e analisar a relação entre as causas do

absenteísmo com o estado civil dos colaboradores, a pesquisadora questionou esse

fator entre os entrevistados.

Observa-se que entre os colaboradores solteiros 46% são faltantes, 33%

são assíduos. Entre os colaboradores casados constata-se que 53% são assíduos e

31% são casados. Já entre os amasiados, 14% são faltantes e 8% são assíduos.

33%

53%

8%6%

0%

46%

31%

14%

6%

3%

39%

42%

11%

6%

1%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Solteiro Casado Amasiado Desquitado Viuvo

Assíduos

Faltantes

Total

Figura 2: Estado civil Fonte: Dados da pesquisadora

ASSÍDUOS FALTANTES TOTAL Categorias F %V F %V F %V

Solteiro 12 33% 16 46% 28 39% Casado 19 53% 11 31% 30 42% Amasiado 3 8% 5 14% 8 11% Desquitado 2 6% 2 6% 4 6% Viúvo 0 0% 1 3% 1 1% Total 36 100% 35 100% 71 100%

Tabela 8: Estado Civil Fonte: Dados da pesquisadora

Page 60: Estudo das causas do absenteísmo

50

Entre os colaboradores desquitados há um equilíbrio de 6% de assiduidade e

abstenção.

Diante dessas informações, nota-se que no grupo dos colaboradores

assíduos se destacam os casados com consideráveis registros percentuais de 53%,

e no grupo de colaboradores faltosos destacam-se de forma significativa os solteiros,

registrando um percentual de 46%. Assim, constata-se através das evidências, que

os colaboradores casados são assíduos, já os solteiros são faltosos, logicamente há

maior propensão de registros de absenteísmo entre os colaboradores solteiros.

a 3)Filiação

Para investigar se os filhos interferem na capacidade de assiduidade dos

colaboradores, se fez presente no questionário a seguinte pergunta: você possui

filhos?

ASSÍDUOS FALTANTES TOTAL Categorias F %V F %V F %V

Não 12 33% 14 40% 26 37% Sim 24 67% 21 60% 45 63% Total 36 100% 35 100% 71 100% Tabela 9: Filiação Fonte: Dados da pesquisadora

67%

60%63%

33%

40%37%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

ASSÍDUOS FALTANTES TOTAL

Sim Não

Figura 3: Filiação Fonte: Dados da pesquisadora

Page 61: Estudo das causas do absenteísmo

51

Diante do exposto, verificam-se no grupo dos colaboradores assíduos que

67% possuem filhos e 33% não possuem filhos. Observando o grupo dos

colaboradores faltantes, verifica-se que 60% possuem filhos, e 40% não possuem

filhos.

a 4) Escolaridade

Com o objetivo de estabelecer o nível de escolaridade predominante nos

grupos dos colaboradores assíduos e faltosos, se pesquisou a escolaridade dos

entrevistados.

ASSÍDUOS FALTANTES TOTAL Categorias F %V F %V F %V

Ensino Básico 7 19% 13 37% 20 28% Ensino Fundamental 16 44% 15 43% 31 44% Ensino Médio 13 36% 5 14% 18 25% Ensino Técnico 0 0% 0 0% 0 0% Ensino Superior 0 0% 0 0% 0 0% Total 36 100% 35 100% 71 100% Tabela 10: Escolaridade Fonte: Dados da pesquisadora

19%

44%

36%

0%

37%

43%

14%

0%

28%

44%

25%

0%0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

Ensino Básico Ensino Fundamental Ensino Médio Ensino Técnico

Assíduos

Faltantes

Total

Figura 4: Escolaridade Fonte: Dados da pesquisadora

Page 62: Estudo das causas do absenteísmo

52

Na totalidade da amostra, o ensino fundamental predominou,

correspondendo a 44%, deste percentual apresentou um equilíbrio entre os assíduos

e faltantes que representaram os maiores percentuais em relação os demais níveis

de escolaridades.

Convém evidenciar que os demais níveis de escolaridade também

precisam ser analisados, quanto ao nível escolar predominante entre os faltantes e

assíduos. Em relação à representatividade de faltantes, 37% freqüentaram os

estudos do ensino básico. Já a representatividade de assíduos ao trabalho 36%

freqüentou o ensino médio.

Diante da diferença quanto aos registros percentuais existentes entre os

assíduos e faltantes, observa-se que os colaboradores com níveis menores de

escolaridade apresentaram maior tendência à abstenção, e em níveis maiores de

escolaridade, o risco de abstenção é reduzido.

a 5) Setor

Fez-se necessário a pesquisa estratificada por setor, diante das

sugestões oferecidas pelos autores: Marras (2000) e Bohlander; Snell; Sherman

(2005) no qual argumentaram que o absenteísmo deve ser estudado por

departamento, para que seja possível identificar os focos e os registros diferenciais

existentes entre eles.

ASSÍDUOS FALTANTES TOTAL Categorias F %V F %V F %V

Coxa 7 19% 6 17% 13 18% Encaixotamento 3 8% 1 3% 4 6% Expedição 4 11% 3 9% 7 10% Peito 8 22% 11 31% 19 27% Asa 2 6% 6 17% 8 11% Escaldagem 1 3% 1 3% 2 3% CMS 3 8% 2 6% 5 7% Embalagem 5 14% 1 3% 6 8% Evisceração 2 6% 3 9% 5 7% Moela 1 3% 1 3% 2 3% Total 36 100% 35 100% 71 100% Tabela 11: Setores Fonte: Dados da pesquisadora

Page 63: Estudo das causas do absenteísmo

53

Observam-se no setor do peito que 31% dos colaboradores são faltantes,

22% são assíduos. Convém destacar que a maioria dos colaboradores pesquisados

pertencia a este setor, representando 27% do total da amostra. Porém, os registros

de abstenção são superiores ao de assiduidade.

Em seguida, os registros mostram que o setor da coxa também possui

significativos registros de abstenção - 17% - e assiduidade - 19%. Nesse setor

predomina os registros de assiduidade. Mas convém destacar, que mesmo inferiores

aos de assiduidade, os registros de absenteísmo existentes nesse setor apresentam

riscos para a organização.

No setor asa, evidencia-se a concentração de um grande número de

colaboradores faltosos em relação aos assíduos, representando respectivamente

17% e 6%. Diante desses registros diferenciais, se faz necessário uma atenção da

organização com relação a este setor. Após destaca-se o setor da evisceração com

registros de absenteísmo de 9% em relação ao total da amostra.

Nos demais setores - moela, embalagem, CMS, escaldagem, expedição e

encaixotamento - a concentração de colaboradores assíduos é superior em relação

aos faltantes. Observa-se então, que nesses setores o absenteísmo não representa

maiores riscos à organização.

19%

8%

11%

22%

8%

14%

17%

3%

9%

31%

17%

3%

3%

9%

3%

18%

6%

10%

27%

11%

7%

8%

7%

3%

6%

3%

6%

6%

3%

3%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%

Coxa

Encaixotamento

Expedição

Peito

Asa

Escaldagem

CMS

Embalagem

Evisceração

Moela Total

Faltantes

Assíduos

Figura 5: Setores Fonte: Dados da pesquisadora

Page 64: Estudo das causas do absenteísmo

54

Finalmente, pode-se afirmar que os setores que apresentaram maior

concentração de abstenção foram: 1. peito, 2. asa, 3. coxa e 4. evisceração. Diante

disso, a pesquisadora sugere que a organização disponibilize para estes setores

maior atenção e acompanhamento.

a 6) Renda mensal

Esses resultados têm a finalidade de mostrar a renda mensal dos

colaboradores assíduos e faltantes.

Diante de uma considerável concentração de colaboradores registrada na

categoria de 2 salários mínimos representado por 77% do total da amostra, verifica-

se que desse percentual 78% são assíduos e 77% são faltantes.

ASSÍDUOS FALTANTES TOTAL Categorias F %V F %V F %V

2 Salários Míninos 28 78% 27 77% 55 77% 3 Salários Míninos 4 11% 7 20% 11 15% 4 Salários Míninos 3 8% 1 3% 4 6% 5 Salários Míninos 1 3% 0 0% 1 1% Acima de 5 Salários Mínimos 0 0% 0 0% 0 0% Total 36 100% 35 100% 71 100% Tabela 12: Renda Mensal Fonte: Dados da pesquisadora

78%

11%8%

3%0%

20%

3%0% 0%

77%

15%

6%1% 0%

77%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

2 Salários Míninos 3 Salários Míninos 4 Salários Míninos 5 Salários Míninos Acima de 5Salários Mínimos

Assíduos

Faltantes

Total

Figura 6: Renda Mensal Fonte: Dados da pesquisadora

Page 65: Estudo das causas do absenteísmo

55

Em seguida, 20% dos colaboradores faltantes arrecadam mensalmente

três salários mínimos e 3% arrecadam quatro salários mínimos. Por outro lado, 11%

dos colaboradores assíduos possuem renda mensal de três salários mínimos, 8%

arrecadam quatro salários mínimos e 3% cinco salários mínimos. Os resultados não

surpreenderam, já que os salários dos colaboradores da área produtiva são

padronizados.

a 7)Tempo de empresa

Através desta questão, deseja-se conhecer o tempo de empresa dos

colaboradores entrevistados.

Inicialmente convém destacar que a empresa em estudo possui apenas 2

anos de fundação. Os resultados apresentados neste tópico, mostram que no grupo

ASSÍDUOS FALTANTES TOTAL Categorias F %V F %V F %V

Menos de 3 meses 12 33% 6 17% 18 25% 3 à 6 meses 12 33% 14 40% 26 37% 7 meses à 12 meses 5 14% 8 23% 13 18% Mais de 1 ano 7 19% 7 20% 14 20% Total 36 100% 35 100% 71 100% Tabela 13: Tempo de empresa Fonte: Dados da pesquisadora

3 3 % 3 3 %

1 4 %

1 9 %1 7 %

4 0 %

2 3 %

2 0 %

2 5 %

3 7 %

1 8 %2 0 %

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

M enos de 3m es es

3 à 6 m es es 7 m es es à 12m es es

M ais de 1 ano

A s s íduos

F altantes

Tota l

Figura 7: Tempo de empresa Fonte: Dados da pesquisadora

Page 66: Estudo das causas do absenteísmo

56

dos colaboradores faltantes 40% estão inseridos na organização no tempo de 3 à 6

meses, em seguida 23 % possuem de 7 à 12 meses de empresa, 20% mais de um

ano e 17% menos de 3 meses.

No grupo dos colaboradores assíduos pode-se constatar que 33%

possuem menos de 3 meses de empresa, 33% possuem de 3 à 6 meses, 14%

possuem de 7 à 12 meses, e 19% mais de um ano.

Observando a evolução dos registros de abstenção, podem-se constatar

níveis reduzidos nos primeiros meses de empresa, devido ao fato de os

colaboradores estarem no período de experiência. Constatou-se que após o

vencimento do período do contrato de experiência, o número de colaboradores

faltantes aumentou.

Outro resultado a se observar, foi no registro considerável de

colaboradores faltantes no período entre 7 à 12 meses de empresa. Relaciona-se

este fato, a provocação voluntária de ausências injustificadas para contribuir na

decisão de demissão por parte da organização, já que após 6 meses de empresa -

caso seja demitido sem justa causa - o colaborador tem o direito ao recebimento do

seguro desemprego.

a 8) Residência nas proximidades da empresa

Este tópico mostrará se a distância entre a moradia do colaborador com

relação à localização do trabalho, interfere na assiduidade do colaborador.

ASSÍDUOS FALTANTES TOTAL Categorias F %V F %V F %V

Sim 21 58% 12 34% 33 46% Não 15 42% 23 66% 38 54% Total 36 100% 35 100% 71 100%

Tabela 14: Residência nas proximidades da empresa Fonte: Dados da pesquisadora

Page 67: Estudo das causas do absenteísmo

57

Diante dos dados apresentados, verifica-se que 58% dos colaboradores

assíduos moram nas proximidades da empresa. Já 66% dos colaboradores faltantes

não residem nas proximidades da empresa. Esse resultado possibilitou observar que

o fator distância entre a moradia do colaborador em relação ao trabalho está

relacionado às causas do absenteísmo.

a 9) Tipo de transporte

Esse tópico mostrará o tipo de transporte mais utilizado entre os

colaboradores assíduos e faltantes.

ASSÍDUOS FALTANTES TOTAL Categorias F %V F %V F %V

Ônibus 12 33% 19 54% 31 44% Moto 14 39% 9 26% 23 32% Bicicleta 8 22% 6 17% 14 20% Carro 2 6% 1 3% 3 4% Total 36 100% 35 100% 71 100% Tabela 15: Tipo de transporte Fonte: Dados da pesquisadora

58%

34%

46%42%

54%

66%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

ASSÍDUOS FALTANTES TOTAL

Sim Não

Figura 8: Residência nas proximidades da empresa Fonte: Dados da pesquisadora

Page 68: Estudo das causas do absenteísmo

58

O resultado dessa questão mostra que 39% dos colaboradores assíduos

utilizam a moto como meio de transporte para se deslocar até o trabalho, já 33%

utilizam o ônibus, 22% usam a bicicleta e 6% utilizam o carro.

Entre os colaboradores faltantes, 54 % utilizam o ônibus como meio de

transporte, 26% usam moto, 17% bicicleta e 3% carro.

Esses resultados possibilitam relacionar a idéia de Chiavenato (1999, p.

69) que argumenta que capacidade de presença do colaborador ao trabalho pode

ser reduzida por barreiras como: “[...] acidentes [...] e problemas de transporte para o

local de trabalho”.

Assim pode-se constatar que o ônibus é meio de transporte mais utilizado

entre os colaboradores faltantes, podendo observar possíveis problemas

relacionados a este tipo de transporte.

a 10)Cidade em que mora

Esta questão mostrará as cidades em que residem os colaboradores

assíduos e faltosos.

33%

39%

22%

6%

54%

26%

17%

3%

44%

32%

20%

4%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Ônibus Moto Bicicleta Carro

Assíduos

Faltantes

Total

Figura 9: Tipo de transporte Fonte: Dados da pesquisadora

Page 69: Estudo das causas do absenteísmo

59

Através dos resultados dessa questão, podemos observar que 56% dos

colaboradores assíduos moram em Morro Grande, 25% moram em Forquilhinha, 8%

moram em Meleiro, 3% em Nova Veneza e 3% em Timbé do Sul.

37% dos colaboradores faltantes residem em Forquilhinha, 34% residem

em Morro Grande, 14% em Timbé do Sul, 6% em Criciúma, 6% em Meleiro e 3% em

Nova Veneza.

Através desses dados pode-se perceber que os colaboradores que

residem na cidade de Morro Grande são mais propensos a serem assíduos – isto

porque estão mais próximos a empresa -, e os colaboradores que moram em

Forquilhinha são mais propensos a serem faltosos – estão mais distantes das

proximidades da empresa. Os resultados dessa questão reafirmam as

ASSÍDUOS FALTANTES TOTAL Categorias F %V F %V F %V

Morro Grande 21 58% 12 34% 33 46% Turvo 1 3% 0 0% 1 1% Forquilhinha 9 25% 13 37% 22 31% Meleiro 3 8% 2 6% 5 7% Nova Veneza 1 3% 1 3% 2 3% Criciúma 0 0% 2 6% 2 3% Timbé do Sul 1 3% 5 14% 6 8% Total 36 100% 35 100% 71 100%

Tabela 16: Cidade Fonte: Dados da pesquisadora

58%

3%

25%

8%

3%0%

3%

34%

0%

37%

6%3%

6%

14%

46%

1%

31%

7%3% 3%

8%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

MorroGrande

Turvo Forquilhinha Meleiro NovaVeneza

Criciúma Timbé doSul

Assíduos

Faltantes

Total

Figura 10: Cidade Fonte: Dados da pesquisadora

Page 70: Estudo das causas do absenteísmo

60

argumentações do tópico h - quanto à proximidade da residência do colaborador à

empresa - relacionando esse fator com as causas do absenteísmo.

a 11) Vícios ao cigarro

A partir dessa questão irá identificar se os colaboradores assíduos e

faltantes possuem vícios ao cigarro.

Diante das informações expostas, pode-se verificar que 75% dos

colaboradores assíduos não são fumantes e que 25% são fumantes. Dentre os

colaboradores faltantes, 80% não são fumantes e 20 % são fumantes.

È possível perceber que na totalidade da amostra 23% é fumante, neste

sentido, o vício ao fumo não está relacionado às causas do absenteísmo até o

presente momento.

ASSÍDUOS FALTANTES TOTAL Categorias F %V F %V F %V

Sim 9 25% 7 20% 16 23% Não 27 75% 28 80% 55 77% Total 36 100% 35 100% 71 100% Tabela 17: Vícios ao cigarro Fonte: Dados da pesquisadora

25%20% 23%

75%80% 77%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

ASSÍDUOS FALTANTES TOTAL

S im Não

Figura 11: Vícios ao cigarro Fonte: Dados da pesquisadora

Page 71: Estudo das causas do absenteísmo

61

a 12) Ocorrência de depressão

Esse tópico apresentará se existe ocorrência de depressão entre os

colaboradores.

Os resultados expostos mostram que 97% dos colaboradores assíduos

nunca tiveram depressão e 3% já tiveram depressão. Entre os colaboradores

faltantes 80% nunca tiveram depressão, porém 20% já tiveram depressão. A partir

desses resultados percentuais, verifica-se que a ocorrência de casos de depressão é

mais freqüente entre os colaboradores faltantes.

Diante desses resultados, recorda-se da argumentação de Carvalho;

Nascimento (2004) que o absenteísmo pode estar relacionado com a saúde mental

do colaborador, causado por desajustes mentais e problemas emocionais. E,

McDonald & Shaver (1981 apud NASCIMENTO, 2003) classificam a depressão

como uma das possíveis causas do absenteísmo.

ASSÍDUOS FALTANTES TOTAL Categorias F %V F %V F %V

Sim 1 3% 7 20% 8 11% Não 35 97% 28 80% 63 89%

Total 36 100% 35 100% 71 100% Tabela 18: Ocorrência de depressão Fonte: Dados da pesquisadora

3%

20%11%

97%89%

80%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

ASSÍDUOS FALTANTES TOTAL

Sim Não

Figura 12: Ocorrência de depressão Fonte: Dados da pesquisadora

Page 72: Estudo das causas do absenteísmo

62

a 13) Aversão a ambientes fechados

Devido ao fato dos colaboradores da área produtiva trabalhar em

ambientes fechados, sem ventilação e iluminação natural, se fez necessário indagar

se há ocorrência da síndrome de aversão a ambientes fechados entre os

colaboradores.

Através dos resultados expostos neste tópico, verifica-se que 100% da

amostra pesquisada não possuem aversão a ambientes fechados.

ASSÍDUOS FALTANTES TOTAL Categorias F %V F %V F %V

Sim 0 0% 0 0% 0 0% Não 36 100% 35 100% 71 100%

Total 36 100% 35 100% 71 100% Tabela 19: Aversão a ambientes fechados Fonte: Dados da pesquisadora

0% 0% 0%

100% 100% 100%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

ASSÍDUOS FALTANTES TOTAL

Sim Não

Figura 13: Aversão a ambientes fechados Fonte: Dados da pesquisadora

Page 73: Estudo das causas do absenteísmo

63

b) Liderança

Neste tópico será abordado o grau de satisfação do colaborador em

relação ao superior imediato, sob análise de vários aspectos relacionados ao seu

papel na organização.

b 1) Interesse do gestor pelo motivo da ausência (faltantes)

Essa questão mostra, se o supervisor demonstra interesse em conhecer o

motivo da ausência dos colaboradores nos casos em que se ausentam de forma não

justificada.

Figura 15: Interesse do gestor pelo motivo da ausência (faltantes) Fonte: Dados da pesquisadora

faltantes Categorias f %

Nunca demonstrou interesse 0 0% Algumas vezes demonstrou interesse 4 11% Sempre demonstrou interesse 31 89% Total 35 100%

Tabela 20: Interesse do gestor pelo motivo da ausência (faltantes) Fonte: Dados da pesquisadora

0% 11%

89%

Nunca demonstrouinteresse

Algumas vezesdemonstrouinteresse

Sempre demonstrouinteresse

Figura 14: Interesse do gestor pelo motivo da ausência (faltantes) Fonte: Dados da pesquisadora

Page 74: Estudo das causas do absenteísmo

64

Diante desses dados, pode-se verificar que 89% dos casos de faltas

injustificadas, os supervisores indagaram seus colaboradores com relação ao motivo

da ausência. Em 11% desses casos os supervisores algumas vezes demonstraram

curiosidade em saber o motivo da ausência.

b 2) Orientação com relação à conseqüência da reincidência de faltas

injustificadas

Essa questão tem o propósito de mostrar se os colaboradores possuem

algum tipo de orientação com relação às conseqüências das reincidências de faltas

injustificadas, como por exemplo, demissão por justa causa.

ASSÍDUOS FALTANTES TOTAL Categorias F %V F %V F %V

Sim 30 83% 27 77% 57 80% Não 6 17% 8 23% 14 20%

Total 36 100% 35 100% 71 100% Tabela 21: Orientação com relação à conseqüência da reincidência de faltas injustificadas Fonte: Dados da pesquisadora

83%77%

80%

17% 20%23%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

ASSÍDUOS FALTANTES TOTAL

Sim Não

Figura 15: Orientação com relação à conseqüência da reincidência de faltas injustificadas Fonte: Dados da pesquisadora

Page 75: Estudo das causas do absenteísmo

65

Esses resultados mostram que 83% dos colaboradores assíduos sabem

das conseqüências quanto à reincidência de faltas injustificadas, e que 17% ainda

não conhecem as conseqüências. Quanto aos colaboradores faltantes 77% já foram

orientados quanto às conseqüências, e 23% ainda não haviam recebido essa

informação. Analisando os resultados na sua totalidade, verifica-se que 80% dos

colaboradores pesquisados estão cientes quanto às conseqüências da reincidência

freqüente de faltas injustificadas.

Contudo, pode-se analisar que a falta de informação quanto a esse

aspecto é mais presentes entre os colaboradores faltantes.

b 3) Atenção do Gestor aos Colaboradores - Grau de Satisfação

Neste tópico serão apresentados os graus de satisfação dos

colaboradores com relação aos seguintes aspectos do gestor.

assíduos faltantes Categorias Grau

Sat. Grau Sat.

Interesse pelo colaborador (Atenção, compreensão, elogios, incentivos) 2,97 2,77 Oportunidade de aprendizado e melhoria 2,94 2,71 Apoio para resolver problemas profissionais (líder) 2,86 2,74 Total 2,93 2,78

Tabela 22: Grau de atenção do gestor aos colaboradores Fonte: Dados da pesquisadora

2,97

2,94

2,86

2,77

2,71

2,74

1 2 3 4

Interesse pelocolaborador (Atenção,compreensão, elogios,

incentivos)

Oportunidade deaprendizado e melhoria

Apoio para resolverproblemas profissionais

Faltantes

Assiduos

Figura 16: Grau de atenção do gestor aos colaboradores Fonte: Dados da pesquisadora

Page 76: Estudo das causas do absenteísmo

66

Diante dos resultados apresentados no gráfico, observa-se no aspecto

apoio para resolver problemas profissionais, um grau de satisfação de 2,74 entre os

colaboradores faltantes e 2,86 entre os colaboradores assíduos.

No quesito oportunidade de aprendizado e melhoria, constatou-se que

entre os colaboradores faltantes o grau de satisfação é de 2,71, já entre os

colaboradores assíduos o grau de satisfação é de 2,94.

Com relação ao fator questionado: interesse pelo colaborador (Atenção,

compreensão, elogios, incentivos), os colaboradores faltantes registraram um grau

de satisfação de 2,77, já entre os colaboradores assíduos o registro é de 2,97.

d) Relacionamento interpessoal – Grau de Satisfação

Essa questão apresentará os resultados referentes ao grau de satisfação

dos colaboradores diante dos seus relacionamentos interpessoais no trabalho de

forma ampla, abrangendo colegas e gestores.

d 1) Chefia Imediata

Este tópico aborda o relacionamento dos colaboradores com o gestor,

apresentando o grau de satisfação referente a esta relação.

assíduos faltantes Categorias Grau

Sat. Grau Sat.

Forma com que o chefe se relaciona com os colaboradores 2,89 2,74 Meu relacionamento com chefia imediata 3,03 2,97 Respeito às crenças religiosas e cultura 3,00 2,91 Total 2,97 2,88

Tabela 23: Relacionamento com a chefia imediata Fonte: Dados da pesquisadora

Page 77: Estudo das causas do absenteísmo

67

Dessa forma, constatou-se que os colaboradores assíduos são mais

satisfeitos com a liderança do que os faltantes. Assim, entende-se que os

colaboradores insatisfeitos com a supervisão apresentam maiores possibilidades de

abstenção. Esse resultado vai de encontro com os estudos dos autores McDonald &

Shaver (1981 apud NASCIMENTO, 2003) e Chiavenato (1999) no qual concordam

que a liderança ineficiente está relacionada ao absenteísmo.

d 2) Com os Colegas:

Através dessa questão busca-se identificar o grau de satisfação dos

colaboradores com relação aos relacionamentos interpessoais no trabalho.

2,89

3,03

3,00

2,74

2,97

2,91

1 2 3 4

Forma com que ochefe se relaciona

com oscolaboradores

Meu relacionamentocom chefia imediata

Respeito às crençasreligiosas e cultura

Faltantes

Assiduos

Figura 17: Relacionamento com a chefia imediata Fonte: Dados da pesquisadora

assíduos faltantes Categorias Grau

Sat. Grau Sat.

Meu relacionamento com colegas 3,14 2,89 Meus colegas Respeitam às crenças religiosas e cultura 2,83 2,60 Total 3,00 2,82

Tabela 24: Relacionamento com os colegas Fonte: Dados da pesquisadora

Page 78: Estudo das causas do absenteísmo

68

Frente aos resultados da pesquisa, analisa-se que os colaboradores

assíduos estão satisfeitos no que diz respeito aos relacionamentos interpessoais no

trabalho. Tal resultado possibilita argumentar que o fator relacionamento pessoal,

não possui relação com a capacidade de abstenção dos colaboradores até o

momento.

e) Normas e Políticas da Empresa – Grau de Satisfação.

Essa questão abordará os resultados referentes à satisfação dos

colaboradores com relação às normas e políticas adotadas pela organização. Para a

avaliação deste tópico, tem-se como critério a tabela 19, no qual apresenta a

legenda sobre o grau de satisfação.

3,14

2,83

2,89

2,60

1 2 3 4

Meu relacionamento comcolegas

Meus colegas Respeitamàs crenças religiosas e

cultura

Faltantes

Assiduos

Figura 18: Relacionamento com os colegas Fonte: Dados da pesquisadora

assíduos faltantes Categorias Grau

Sat. Grau Sat.

Comunicação interna 2,91 2,74 Reconhecimento profissional 2,94 2,74 Possibilidade de Crescimento 2,94 2,54 Normas 2,94 2,91 Salário 2,74 2,57 Horário de Intervalo (vestiários, refeição) 2,86 2,43 Segurança 2,91 2,54 Horas-extras (Banco de horas) 2,94 2,80 Total 2,90 2,66 Tabela 25: Satisfação com relação às normas e políticas da empresa Fonte: Dados da pesquisadora

Page 79: Estudo das causas do absenteísmo

69

Diante dos resultados apresentados pode-se verificar que os

colaboradores faltantes estão mais insatisfeitos do que os assíduos quanto aos

aspectos relativos ao horário de intervalo para vestiário e refeição, salário e

possibilidade de crescimento.

Os resultados dessa questão vão de encontro aos estudos dos autores

McDonald & Shaver (1981 apud NASCIMENTO, 2003), no qual classificam dentre as

causas do absenteísmo os fatores: cargo e atribuições, comunicação, baixos

salários, e políticas da administração do absenteísmo.

f) Condições do Ambiente Físico de Trabalho – Grau de Satisfação.

Para interpretar os resultados apresentado neste tópico, tem-se como

critério a tabela 19, no qual apresenta a legenda sobre o grau de satisfação. Sendo

assim, apresentará os resultados referentes à satisfação dos colaboradores com

relação às condições ambientais de trabalho.

2,91

2,94

2,94

2,94

2,74

2,86

2,91

2,94

2,74

2,74

2,54

2,91

2,57

2,43

2,54

2,80

1 2 3 4

Comunicação interna

Reconhecimento profissional

Possibilidade de Crescimento

Normas

Salário

Horário de Intervalo (vestiários, refeição)

Segurança

Horas-extras (Banco de horas)Faltantes

Assiduos

Figura 19: Satisfação com relação às normas e políticas da empresa Fonte: Dados da pesquisadora

Page 80: Estudo das causas do absenteísmo

70

Diante dos resultados apresentados neste tópico, constata-se entre os

registros do grau de satisfação dos colaboradores assíduos e faltantes em relação

aos equipamentos e ferramentas oferecidos pela empresa, representados

respectivamente; 2,74 e 2,40. Observa-se um menor grau de satisfação entre os

colaboradores faltantes, o que evidencia maior insatisfação.

Com relação aos banheiros e vestiários, registraram-se níveis de

satisfação entre os assíduos de 2,71 e entre os faltantes 2,31. Nota-se que o nível

de satisfação dos faltantes é menor do que os assíduos. Assim entende-se que os

colaboradores faltantes, estão mais insatisfeitos do que os assíduos. Diante dos

assíduos faltantes Categorias Grau

Sat. Grau Sat.

Limpeza do local de trabalho 2,91 2,89 Iluminação do local de trabalho 3,00 2,94 Temperatura do local de trabalho 2,91 2,71 Ruído ( Som ) 2,74 2,37 Odor (Cheiro) 2,91 2,66 Uniforme (Roupas) 2,97 2,43 EPI’s (Luva, Protetor auditivo, bota...) 2,77 2,34 Banheiros / Vestiários 2,71 2,31 Equipamentos / Ferramentas 2,74 2,40 Total 2,85 2,56

Tabela 26: Satisfação com relação às condições ambientais de trabalho Fonte: Dados da pesquisadora

2,91

3,00

2,91

2,74

2,91

2,97

2,77

2,71

2,74

2,89

2,94

2,71

2,37

2,66

2,43

2,34

2,31

2,40

1 2 3 4

Limpeza do local de trabalho

Iluminação do local de trabalho

Temperatura do local de trabalho

Ruído ( Som )

Odor (Cheiro)

Uniforme (Roupas)

EPI’s (Luva, Protetor auditivo, bota...)

Banheiros / Vestiários

Equipamentos / Ferramentas

Faltantes

Assiduos

Figura 20: Satisfação com relação às condições ambientais de trabalho Fonte: Dados da pesquisadora

Page 81: Estudo das causas do absenteísmo

71

comentários dos entrevistados, a pesquisadora pode apurar algumas reclamações

como: tumultos no vestiário feminino na entrada do turno, furtos de pertences

pessoais, ausência de espelho e cadeiras. Frente a essas ocorrências a

pesquisadora sugere que a organização melhore a estrutura do vestiário através da

ampliação da estrutura física, colocação de espelhos e cadeiras e que contrate um

profissional que trabalhe no vestiário para garantir a segurança e a organização. Ou

então, sugere-se que ao invés de contratar profissionais, que organização terceirize

a mão-de-obra nessas estruturas.

Referente ao uso de EPI’s (luva, protetor auditivo, bota) os níveis de

satisfação entre os colaboradores assíduos foi de 2,77 e entre os colaboradores

faltantes foi de 2,34. Neste aspecto também predominou a insatisfação entre os

faltantes. Sugere-se que a organização disponibilize para todos colaboradores luvas,

protetor auditivo e bota em perfeitas condições de uso e que monitore o uso destes,

para garantir segurança e prevenir futuras doenças ocupacionais.

Quanto aos uniformes e roupas oferecidos pela empresa, o nível foi de

2,97 entre os assíduos e 2,43 entre os faltantes. Esses resultados possibilitam

perceber que o grau de satisfação entre os faltantes é bem menor. Sugestão:

oferecer uniformes em boas condições de uso, sem rasgos ou manchas – fato

percebido nas falas dos colaboradores.

Com relação ao odor (cheiro) registrou-se um grau de satisfação de 2,91

entre os assíduos e 2,66 entre os faltantes. Nota-se que o grau de satisfação dos

colaboradores assíduos é superior ao dos faltantes, porém nesse caso não é

comprometedor.

No aspecto ruído (som) o grau de satisfação entre os assíduos registrou-

se em 2,74 e entre os faltantes 2,37. Então se pode compreender através desses

registros, que os colaboradores estão insatisfeitos quanto ao ruído existente no

ambiente de trabalho. A partir desse resultado, sugere-se que a organização

disponibilize para todos os colaboradores, inclusive os da sala de cortes o protetor

auditivo - informação destacada pelos colaboradores que trabalham nestes setores -

e que monitore o uso destes.

Quanto à temperatura no local de trabalho, os colaboradores assíduos

registraram um grau de satisfação de 2,91 e os faltantes 2,71.

Page 82: Estudo das causas do absenteísmo

72

O grau de satisfação com relação à iluminação no ambiente de trabalho

foi de 3,00 entre os assíduos e de 2,94 entre os faltantes. Através desses resultados

pode-se perceber que os colaboradores estão satisfeitos quanto a este quesito.

A limpeza no local de trabalho foi registrada com grau de satisfação entre

os colaboradores assíduos de 2,91 e entre os faltantes 2,89. Percebe-se um baixo

nível de insatisfação quanto à limpeza do ambiente de trabalho.

Numa visão geral dos aspectos avaliados neste tópico analisa-se que o

grau de satisfação entre os faltantes permaneceu constantemente inferior em

relação aos assíduos. Para complementar, Iaffaladano & Muchinsky (1985 apud

MILKOVICH; BOUDREAU, 2000) argumentam que a satisfação do colaborador com

relação ao trabalho reflete diretamente no comportamento e na assiduidade.

Em complemento, Chiavenato (1999, p.94) destaca que a satisfação no

trabalho “[...] influencia o absenteísmo. Os [...] mais satisfeitos [...] tendem a ter

melhor registro de presença e estão menos propensos a faltar por motivos não

explicados do que os insatisfeitos”.

Com relação às condições ambientais de trabalho, Silva & Marziale

(2000), defendem que o absenteísmo tem relação direta com as condições de

trabalho que as organizações oferecem aos colaboradores.

Diante dos resultados expostos neste tópico, se constatou no grupo dos

colaboradores faltantes, que há baixos níveis de satisfação. Assim, as referências

bibliográficas e os resultados da pesquisa chegaram num mesmo fim: que o grau de

satisfação dos colaboradores interfere na capacidade de assiduidade.

g) Benefícios – Grau de Satisfação.

Os resultados apresentados nesse tópico apresentam o grau de

satisfação dos colaboradores quanto aos benefícios oferecidos pela empresa. Para

a avaliação deste tópico, tem-se como critério a tabela 19, no qual apresenta a

legenda sobre o grau de satisfação.

Page 83: Estudo das causas do absenteísmo

73

Registrou-se um grau de satisfação de 2,23 entre os faltantes e 2,66 entre

os assíduos quanto à assistência médica na empresa. Com relação à associação

desportiva da empresa o grau de satisfação foi de 2,57 entre os faltantes e 2,74

entre os assíduos. Quanto ao transporte, os assíduos registraram grau de satisfação

de 2,97 e os faltantes 2,77. No que se refere à alimentação, registrou-se entre os

colaboradores assíduos e faltantes respectivamente; 2,91 e 2,80.

Diante desses resultados, observa-se em relação aos outros itens da

questão um considerável nível de insatisfação quanto à assistência médica oferecida

pela empresa, incluindo-se médico do trabalho e enfermaria. Assim, a pesquisadora

sugere à organização a inclusão de um plano de saúde no seu pacote de benefícios.

assíduos faltantes Categorias Grau

Sat. Grau Sat.

Alimentação 2,91 2,80 Transporte 2,97 2,77 Associação 2,74 2,57 Assistência médica na empresa (Médico do trabalho / Enfermaria) 2,66 2,23 Total 2,82 2,59 Tabela 27: Satisfação com relação aos benefícios oferecidos pela empresa Fonte: Dados da pesquisadora

2,91

2,97

2,74

2,66

2,80

2,77

2,57

2,23

1 2 3 4

Alimentação

Transporte

Associação

Assistência médica naempresa (Médico do

trabalho / Enfermaria) Faltantes

Assiduos

Figura 21: Satisfação com relação aos benefícios oferecidos pela empresa Fonte: Dados da pesquisadora

Page 84: Estudo das causas do absenteísmo

74

h) Cargo

Este tópico apresentará questões envolvidas com cargo do colaborador,

abrangendo os aspectos que estão relacionados às atividades que desempenha.

h 1) Sobrecarga de trabalho

Essa questão se fez necessária, uma vez que a pesquisadora

demonstrou interesse em associar o fator sobrecarga de trabalho com o

absenteísmo existente na organização.

Essa questão se fez necessária, uma vez que a pesquisadora

demonstrou interesse em associar o fator sobrecarga de trabalho com o

absenteísmo existente na organização.

ASSÍDUOS FALTANTES TOTAL Categorias F %V F %V F %V

Sim 11 31% 15 43% 26 37% Não 25 69% 20 57% 45 63%

Total 36 100% 35 100% 71 100% Tabela 28: Sobrecarga de trabalho Fonte: Dados da pesquisadora

31%

43%37%

69%

57%63%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

ASSÍDUOS FALTANTES TOTAL

Sim Não

Figura 22: Sobrecarga de trabalho Fonte: Dados da pesquisadora

Page 85: Estudo das causas do absenteísmo

75

Frente às informações do gráfico, pode-se verificar que 69% dos

colaboradores assíduos consideram que não há sobrecarga de trabalho nas

atividades que exercem, já 31% consideram que há sobrecarga de trabalho. Por

sua vez, 57% dos colaboradores faltantes consideram que não há sobrecarga de

trabalho, já 43% consideram que há sobrecarga.

Analisando os resultados na sua totalidade, constata-se que 63% dos

colaboradores entrevistados consideram que não há sobrecarga de trabalho, porém

37% discordam, afirmando que há sobrecarga. Através desses resultados pode-se

apontar uma ocorrência maior de reclamações quanto à sobrecarga de trabalho

entre os colaboradores faltantes, 43%. Assim entende-se que os colaboradores que

possuem atividades que oferecem sobrecarga de trabalho são mais propensos a

registrarem índices de abstenção.

Neste contexto, destacam-se as afirmações semelhantes dos autores

Bohlander; Snell; Sherman (2005) e Carvalho; Serafim (2004) no qual a sobrecarga

nas atividades exercidas gera estresse no trabalho. E para complementar,

Chiavenato (1999, p.378) argumenta que o estresse “[...] afeta negativamente a

organização no aumento do absenteísmo”.

h 2) Sobre o cargo ocupado

Diante da argumentação de Hackman e Oldham (1976, apud

BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2005) que a característica do cargo resulta na

motivação, na assiduidade e na rotatividade de pessoal na organização, fez-se

necessário essa questão, que busca identificar o grau de satisfação dos

colaboradores quanto ao horário de trabalho e as atividades que exerce atualmente

e os fatores nos quais, estão inerentes ao cargo que ocupa.

assíduos faltantes Categorias Grau

Sat. Grau Sat.

Atividade que exerce atualmente 2,94 2,80 Horário de trabalho 2,86 2,54 Total 2,90 2,67 Tabela 29: Satisfação com relação ao cargo que ocupa Fonte: Dados da pesquisadora

Page 86: Estudo das causas do absenteísmo

76

Pode-se observar quanto ao horário de trabalho entre os colaboradores

assíduos o grau de satisfação foi de 2,86 e entre os faltantes foi de 2,54. Com

relação às atividades que os colaboradores exercem atualmente, os assíduos

registraram grau de satisfação de 2,94 e os faltantes 2,80. Os resultados

apresentados no gráfico com relação ao grau de satisfação dos colaboradores,

evidenciam redução no grau de satisfação quanto ao horário de trabalho.

i) Treinamento

Essa questão objetiva identificar o grau de satisfação dos colaboradores

com relação aos treinamentos oferecidos pela empresa, através deste, verificar se a

política de treinamento se faz presente na organização quando necessário.

assíduos faltantes Categorias Grau

Sat. Grau Sat.

Recursos humanos ( folha de pagamento,Contrato de trabalho,ponto) 2,83 2,43 Instruções de uso correto de ferramentas e equipamentos 2,89 2,66 Instruções de uso correto de uniformes e EPI’s 2,91 2,63 Total 2,88 2,57

Tabela 30: Satisfação com relação aos treinamentos e instruções oferecidas pela empresa Fonte: Dados da pesquisadora

2,94

2,86

2,80

2,54

1 2 3 4

Atividade que exerceatualmente

Horário de trabalho

Faltantes

Assiduos

Figura 23: Satisfação com relação ao cargo que ocupa Fonte: Dados da pesquisadora

Page 87: Estudo das causas do absenteísmo

77

Através dos dados apresentados neste tópico, observa-se com relação às

instruções do uso correto de uniformes e EPI’s o grau de satisfação de 2,91 entre os

assíduos e 2,63 entre os faltantes. No que diz respeito á instruções do uso correto

de ferramentas e equipamentos, constata-se os registros de 2,89 nos assíduos e

2,66 nos faltantes. Quanto às orientações referentes à área de recursos humanos -

folha de pagamento, contrato de trabalho, ponto - apurou-se respectivamente

registros entre os assíduos e faltantes de 2,83 e 2,43.

Diante dos resultados apresentados, o item que mais demandou

treinamento foi quanto às informações relativas à folha de pagamento, contrato de

trabalho e cartão ponto, aspectos estes que refletem em como o colaborador

conhece as regras e políticas da empresa, nos quais podem repercutir em abstenção

e indisciplina.

2,83

2,89

2,91

2,43

2,66

2,63

1 2 3 4

Recursos humanos (folha de

pagamento,Contratode trabalho,ponto)

Instruções de usocorreto de

ferramentas eequipamentos

Instruções de usocorreto de uniformes

e EPI’s

Faltantes

Assiduos

Figura 24: Satisfação com relação aos treinamentos e instruções oferecidas pela empresa Fonte: Dados da pesquisadora

Page 88: Estudo das causas do absenteísmo

78

j 14) Sistema de Punições

Essa questão foi respondida pelos colaboradores que tinham ocorrência

de faltas injustificadas. Essa questão busca descobrir se estes foram advertidos

após terem se ausentado ao trabalho de forma não justificada.

Através dos dados apresentados neste tópico, constata-se que 71% dos

colaboradores que se ausentaram ao trabalho de forma injustificada foram

advertidos, porém 29% não receberam advertência.

faltantes Categorias f %

Sim 25 71% Não 10 29% Total 35 100%

Tabela 31: Ocorrência de advertência (faltantes) Fonte: Dados da pesquisadora

71%

29%

SimNão

Figura 25: Ocorrência de advertência (faltantes) Fonte: Dados da pesquisadora

Page 89: Estudo das causas do absenteísmo

79

k) Absenteísmo

Serão apresentadas as questões que estão diretamente ligadas ao

absenteísmo, bem como, afastamentos e motivos causadores das ausências na

amostra dos colaboradores faltantes.

k1) Afastamento pelo INSS

Apresentam-se neste tópico, as informações referentes à ocorrência de

casos de afastamentos pelo INSS entre os colaboradores assíduos e faltantes.

ASSÍDUOS FALTANTES TOTAL Categorias F %V F %V F %V

Sim 3 8% 4 11% 7 10% Não 33 92% 33 94% 66 93% Total 36 100% 35 100% 71 100%

Tabela 32: Afastamento pelo INSS Fonte: Dados da pesquisadora

8% 11% 10%

92% 93%94%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

ASSÍDUOS FALTANTES TOTAL

Sim Não

Figura 26: Afastamento pelo INSS Fonte: Dados da pesquisadora

Page 90: Estudo das causas do absenteísmo

80

Esses resultados possibilitam analisar que 92% dos colaboradores

assíduos nunca se afastaram pelo INSS, e 8% já se afastaram. Entre os

colaboradores faltantes 94% nunca se afastaram pelo INSS, porém 11% já se

afastaram. Diante disso, percebe-se que a ocorrência de afastamento pelo INSS é

maior entre os colaboradores faltantes.

k 2) Causas do Absenteísmo

Este questionamento foi realizado entre os colaboradores faltantes com o

objetivo de identificar os motivos que os levaram a se ausentar ao trabalho. O

mesmo foi estruturado de forma aberta, para possibilitar que os colaboradores

expressassem de forma íntegra o que os levou a faltar ao trabalho.

Com o intuito de preservar a identidade dos colaboradores, suas falas

foram codificadas em XY1... XY35 – amostra dos colaboradores faltantes.

Sendo assim, perceberam-se nos comentários descritos pela amostra dos

colaboradores faltantes, as seguintes causas: assistência médica, estresse no

trabalho, superior imediato, relacionamento interpessoal com os colegas, problemas

pessoais ou familiares dos colaboradores, falta de orientação quanto às

conseqüências da ausência ao trabalho, transporte para o trabalho.

Para um esclarecimento quanto às causas do absenteísmo, necessário se

faz uma análise dos resultados obtidos na pesquisa juntamente com as possíveis

causas do absenteísmo argumentadas no decorrer da fundamentação teórica.

a) Quanto às causas:

Diante das causas do absenteísmo relatadas na amostra dos

colaboradores faltantes, se fez necessário, relacioná-las com fatores extrínsecos e

intrínsecos à organização.

Page 91: Estudo das causas do absenteísmo

81

• Das causas do absenteísmo com o ambiente físico de trabalho:

As causas argumentadas pelos colaboradores faltantes quanto ao

ambiente físico de trabalho, pode-se perceber que este fator não teve relação direta

com as causas das ausências.

• Das causas do absenteísmo com os benefícios que a empresa oferece ao

colaborador:

Faltei para ir ao médico, não me consultei com o médico da empresa porque ele sempre estará a favor da empresa, nunca do colaborador. XY27. Faltei para ir ao médico. XY32. Estava doente, mas não trouxe atestado. XY10, XY11, XY12.

Analisando as falas dos colaboradores faltantes, mais especificamente

quanto ao benefício de assistência médica na empresa, pode-se observar que estes

procuraram assistência médica fora da empresa, devido ao fato de acreditarem que

não serão atendidos devidamente pelo médico da mesma, que mesmo que a área

médica da organização constate algum problema com relação à sua saúde, apenas

lhe indicarão a medicação, porém serão orientados a retornarem ao posto de

trabalho mesmo não apresentando condições para trabalhar.

Diante desta evidência, necessário se faz que a empresa faça uma

revisão quanto à contratação deste serviço médico ambulatorial, constatando se este

realmente está realizando um trabalho que vise à integridade da saúde física e

mental do trabalhador, e que assegure credibilidade quanto ao esclarecimento do

diagnóstico da saúde ao paciente, sem ferir os princípios éticos da medicina para

favorecer interesses adversos.

• Das causas do absenteísmo com o estresse no trabalho:

Faltei porque estava estressado. XY15. Faltei porque estava cansado. XY17.

Page 92: Estudo das causas do absenteísmo

82

Observa-se que as ausências possuem relação com o estresse no

trabalho. Assim, para fundamentar essa causa Schermerhorn, Hunt, Osborn

defendem que (1999, p 291) afirmam que os sinais de estresse extremo nas

organizações são: “[...] absenteísmo, rotatividade, erros, acidentes, insatisfação,

desempenho reduzido [...]”. E, Chiavenato (1999) salienta que o estresse no trabalho

pode provocar o absenteísmo.

• Das causas do absenteísmo com o superior imediato:

Faltei porque no dia anterior havia tido uma discussão com minha supervisora. XY18.

Nessa situação, verifica-se que a causa do absenteísmo possui relação

direta com o superior imediato, devido ao problema de relacionamento relatado pelo

colaborador. Assim, recorda-se de McDonald & Shaver (1981 apud NASCIMENTO,

2003), no qual classifica o fator liderança como uma das causas do absenteísmo

quando não gerenciado.

• Das causas do absenteísmo com o sistema de recompensas e punições

adotadas pela organização:

Diante das causas do absenteísmo relatadas na amostra, pode observar

que nenhuma delas possui relação direta com o sistema de recompensas e punições

adotadas pela organização.

• Das causas do absenteísmo quanto ao relacionamento interpessoal com os

colegas:

Faltei porque tive um desentendimento com minha colega, então desanimei. XY16.

Observa-se nessa fala, que o motivo causador da ausência está

diretamente ligado a um problema de relacionamento com o colega, diante desse

fato o colaborador se sentiu desmotivado a comparecer ao trabalho. Dessa forma

lembra-se de Bohlander; Snell; Sherman (2005) que destacam as causas

Page 93: Estudo das causas do absenteísmo

83

absenteísmo com a variável relacionamento entre supervisor e colegas. Desta

forma, sugere-se que o líder esteja sempre acompanhando possíveis conflitos no

seu grupo de trabalho, e procurar solucionar antes de finalizar o expediente de

trabalho, a fim de que este conflito não onere prejuízos recíprocos – indivíduos e

organização.

• Das causas do absenteísmo quanto aos problemas pessoais ou familiares

dos colaboradores:

Faltei, pois estava passando por problemas pessoais. XY2, XY3, XY4, XY31. Faltei por motivos de morte na família. XY25. Faltei para cuidar da minha irmã que estava em repouso médico. XY20. Faltei ao trabalho para levar a minha irmã no hospital. XY9. Faltei para levar a esposa no médico. XY14. Faltei por que não tinha com quem deixar minha filha. XY19, XY33. Faltei porque minha filha estava doente. XY21, XY22, XY23.

Verifica-se nesses casos, que o absenteísmo foi ocasionado por fatores

relacionados ao colaborador e não à organização. Estando diretamente ligado às

questões familiares. Diante desta verificação, recorre-se aos autores Harrison e

Martocchio (1998 apud DIAS, 2005, p.31) que identificaram em seus estudos que os

problemas de saúde com os familiares dos colaboradores são um dos argumentos

mais utilizados entre eles para justificar suas ausências. As falas dos colaboradores

expostas neste tópico, também vem de encontro com as argumentações de

Chiavenato (1999, p. 69) no qual comenta que a capacidade de assiduidade dos

colaboradores pode ser reduzida por barreiras como: “[...] doenças, acidentes,

responsabilidades familiares ou particulares e problemas de transporte para o local

de trabalho”.

• Das causas do absenteísmo quanto à falta de orientação quanto as

conseqüência de falta ao trabalho:

Faltei para ir ao massagista, estava com dores no ombro. XY1. Faltei porque estava gripado. XY5, XY6. Faltei porque estava com dores nos braços. XY24.

Page 94: Estudo das causas do absenteísmo

84

Faltei porque estava com dor de estômago, não consigo fazer refeições no restaurante da empresa. XY26. Faltei para ir ao Banco do Brasil. XY28. Faltei porque aconteceu um imprevisto. XY30.

Diante dessas falas, pode-se observar que tais argumentos não são

justificativas plausíveis para se ausentar ao trabalho, que estes poderiam recorrer à

assistência médica da empresa nos casos de gripe, dores nos braços e ombro. Em

análise, percebe-se que para todos esses motivos, existem outras alternativas, nos

quais os colaboradores poderiam escolher ao invés de faltar ao trabalho. A partir de

então, constata-se uma possível falta de orientação a estes colaboradores quanto à

política de absenteísmo da organização e os benefícios que a mesma oferece aos

seus colaboradores, mais especificamente, quanto a assistência médica.

Para Bohlander; Snell; Sherman (2005, p.311) os principais objetivos

estabelecidos pelas empresas quando implantam um programa de benefícios são:

“[...] aprimorar a satisfação do funcionário no trabalho, atender aos requisitos de

saúde e segurança, atrair e motivar funcionários, reduzir a rotatividade, manter uma

posição competitiva favorável”. De acordo com as afirmações de Bohlander; Snell;

Sherman (2005) pode-se dizer que a empresa precisa criar políticas de

esclarecimento quanto a assistência médica oferecidas por ela – que consta no

pacote de benefícios - e com relação ao posicionamento do colaborador quando

este estiver enfrentando dificuldades para realizar seu trabalho de forma saudável.

• Das causas do absenteísmo relacionadas ao transporte para o trabalho:

Faltei porque estragou a moto na estrada. XY7, XY8. Faltei porque furou o pneu da moto no caminho ao trabalho. XY13. Faltei porque perdi o ônibus. XY29.

Constata-se nesses casos, que as causas do absenteísmo estão

diretamente ligadas a problemas de transporte dos colaboradores para o local de

trabalho. Assim, dá-se ênfase aos estudos de Chiavenato (1999, p. 69) que

classifica entre as barreiras da capacidade de assiduidade do colaborador os “[...]

problemas de transporte para o local de trabalho”.

Page 95: Estudo das causas do absenteísmo

85

4.3 Análise Geral do Resultado da Pesquisa

Nessa pesquisa analisaram-se aleatoriamente dois fatores - assiduidade e

abstenção - existentes entre os colaboradores da área produtiva de uma Indústria de

Alimentos no Sul de Santa Catarina. Dentre os mesmos aspectos questionados na

pesquisa entre os assíduos e faltantes, apurou-se diferentes e consideráveis

resultados entre os dois grupos. Frente a esses registros diferenciais, pode-se

conhecer o perfil dos membros de cada grupo e o grau de satisfação destes com

relação à empresa. Em outras palavras, os resultados da pesquisa realizada

evidenciam as diferenças existentes entre os colaboradores faltantes e assíduos

quanto aos aspectos comportamentais sob a análise do perfil e grau de satisfação.

Tendo em vista à temática estudada, disponibilizou-se maior atenção aos

resultados que se destacaram no grupo dos colaboradores faltantes e fez-se uma

comparação aleatória com os resultados que tiveram ênfase no grupo dos assíduos,

para então identificar as causas do absenteísmo.

Diante dos resultados obtidos na pesquisa, constatou-se que a

ocorrência de abstenção ao trabalho é mais freqüente entre os colaboradores com

idade entre 31 à 35 anos e 18 à 25 anos. E que, os colaboradores casados são mais

assíduos ao trabalho do que os solteiros.

Quanto aos setores que apresentaram maior concentração de

colaboradores faltantes, os que se destacaram foram: peito, asa, coxa e

evisceração. Os demais setores produtivos da organização também apresentaram

registros de abstenção, porém em proporções menores.

A assiduidade é mais presente entre os colaboradores que residem nas

proximidades da empresa, dessa forma observou-se que os que moram longe são

faltosos. Diante disso, convém para a empresa contratar colaboradores que

possuem residência em sua proximidade.

Entre os colaboradores faltantes, notou-se que o tipo de transporte mais

utilizado é o ônibus, esse fato aponta possíveis problemas ligados a este tipo de

transporte.

Dentre os colaboradores faltantes, os que possuem de 3 à 6 meses de

empresa são a maioria, assim nota-se que após o período de experiência os

colaboradores começam a faltar. Algo bastante interessante se percebeu, que uma

Page 96: Estudo das causas do absenteísmo

86

significativa parcela dos colaboradores faltantes, possui mais de seis meses de

empresa, o que é possível relacionar esse tipo de comportamento ao seguro de

desemprego, já que após esse período o colaborador - caso demitido sem justa

causa - possui direito ao recebimento desse benefício.

Observou-se que entre os colaboradores faltantes há maior ocorrência de

reclamações quanto à sobrecarga de trabalho, e estes estão menos informados

quanto às conseqüências da reincidência de ausência injustificadas em relação aos

assíduos. Observou-se que as ocorrências de depressão são mais freqüentes entre

os colaboradores faltantes.

De modo geral, quanto à satisfação dos colaboradores com relação à

empresa, a insatisfação predominou entre os faltantes. O que se faz entender, que

comportamento de abstenção dos colaboradores é influenciado pelo nível de

satisfação.

Convêm destacar as causas do absenteísmo identificadas através dos

comentários descritos pela amostra dos colaboradores faltantes que foram:

assistência médica, estresse no trabalho, superior imediato, relacionamento

interpessoal com os colegas, problemas pessoais ou familiares dos colaboradores,

falta de orientação quanto às conseqüências da ausência ao trabalho e transporte.

Diante dessas causas identificadas, as que se destacaram como relevantes ao

absenteísmo, foram: assistência médica, problemas pessoais ou familiares dos

colaboradores, falta de orientação quanto as conseqüências da ausência ao trabalho

e transporte.

Diante do embasamento teórico obtido através de referências

bibliográficas e dos resultados da pesquisa, observou-se que as argumentações dos

estudiosos estão voltadas para realidade organizacional constatada na pesquisa, o

que possibilitou buscar respostas consistentes à pergunta relacionada ao tema do

estudo.

4.5 Sugestões à empresa:

Na apresentação dos resultados das causas do absenteísmo não

justificado, notaram-se os que tiveram maior destaque: problemas pessoais ou

Page 97: Estudo das causas do absenteísmo

87

familiares; assistência médica; falta de orientação; meio de transporte. Assim

entende-se que tais problemas refletem diretamente na organização em forma de

absenteísmo não planejado, afetando diretamente nos resultados produtivos.

Diante desse resultado, e em análise com os fundamentos teóricos,

viabilizaram-se algumas sugestões para empresa, quanto as causas mais relevantes

identificados na pesquisa, nas quais seguem:

• Problemas pessoais ou familiares vivenciados por seus colaboradores:

sugere-se para a empresa uma avaliação mais consistente e

abrangente na seleção de seus colaboradores, como por exemplo,

incluir algumas indagações no roteiro de entrevista que relacione

aspectos pessoais e familiares, como: doenças, histórico de doenças,

filhos, responsabilidade extras, depressão, vícios, entre outros. Isto,

com o intuito de evitar uma contratação de um colaborador que

futuramente possa trazer resultados negativos para a organização. E

ainda nesse contexto, sugere-se também, nos casos em que o gestor

identificar um colaborador com problemas pessoais ou familiares, que

encaminhe ao setor de recursos humanos para orientação, ajuda e

acompanhamento.

• Assistência médica oferecida na empresa: levando em consideração o

baixo grau de satisfação dos colaboradores com relação a este

aspecto organizacional, mais especificamente quanto ao médico do

trabalho, a pesquisadora apresenta sugestões. Diante das falas dos

colaboradores percebeu-se que estes consideram que nas consultas

realizadas na empresa, quando o médico constata que o colaborador

não tem condições de trabalhar, mesmo assim orienta a retornar ao

posto de trabalho com o intuito de defender os interesses da empresa,

diante dessa imagem que se propagam entre os colaboradores, estes

preferem faltar ao trabalho para buscar assistência médica fora da

empresa. Diante desta evidência, sugere-se a empresa realizar uma

revisão quanto à contratação do serviço médico ambulatorial,

constatando se este realmente está realizando um trabalho que vise à

integridade da saúde física e mental do trabalhador, e que assegure

credibilidade quanto ao esclarecimento do diagnóstico da saúde ao

Page 98: Estudo das causas do absenteísmo

88

paciente, sem ferir os princípios éticos da medicina para favorecer

interesses adversos.

• Falta de orientação quanto as conseqüência de falta ao trabalho:

Quando se observa as falas dos colaboradores, verificam-se

justificativas implausíveis para as suas ausências, assim podendo-se

associar de que estas ausências originaram-se por falta de orientação,

como por exemplo, recorrer à assistência médica da empresa nos

casos de dores nos braços, gripe, desconfortos, e que determinados

tipos de ausência não são considerados pela legislação trabalhista

como justificáveis, tendo em vista descontos na folha de pagamento.

Sugere-se à empresa um treinamento aos colaboradores já no

primeiro dia de trabalho, que houvesse orientações quanto ao sistema

de recompensas e punições com relação ao absenteísmo não

justificado, assistência médica na empresa, dentre outras questões

pertinentes à área de recursos humanos como folha de pagamento,

ponto, férias, etc.

• Os problemas relacionados ao transporte para o trabalho: tornaram-se

nesses casos uma barreira na capacidade de assiduidade do

colaborador, relacionou-se este fato com a distância da residência do

colaborador com a distância da empresa e o meio de transporte

alternativo - moto. Diante desse fato, sugere-se para a organização

que disponibilize meio de transporte em mais localidades, para que o

colaborador não dependa de recursos de transporte próprios, assim a

possibilidade de presença do colaborador nesses casos, estará nas

mãos da empresa. Também sugere à empresa que contrate

colaboradores que possuem residência fixa nas proximidades da

empresa, já que a pesquisa mostrou que maior parcela dos

colaboradores assíduos reside nas proximidades da empresa.

Finalmente, pretende-se esclarecer que o papel deste estudo, foi

identificar as causas do absenteísmo e sugerir melhorias com base nos fundamentos

de teóricos existentes na bibliografia sobre o assunto. Pode-se dizer que é

facultativo a empresa analisar cada sugestão e procurar desenvolver estratégias que

visem à neutralização de tais problemas.

Page 99: Estudo das causas do absenteísmo

89

5. CONCLUSÃO

Este estudo possibilitou maior compreensão com relação aos fatores que

condicionam a assiduidade e ausência do colaborador na área produtiva de uma

organização no segmento de alimentos. Constatando graças à pesquisa, através de

parâmetros de comparação - totalidade e amostra de assíduos - as causas do

absenteísmo não justificado.

Através do estudo das referências bibliográficas, verificaram-se os fatores

que estão relacionados com as causas do absenteísmo, a partir disso estruturou-se

um questionário abordando os aspectos relevantes ao tema. Através da aplicação

da pesquisa entre os colaboradores da área produtiva, viabilizou-se a obtenção de

dados consistentes e diante dos resultados, elencou-se os mais atenuantes em

torno da temática pesquisada.

Diante da análise da questão que aborda as causas das ausências na

amostra de colaboradores faltantes, foi possível identificar as causas do

absenteísmo não justificado na empresa em estudo, nos quais se destacam:

problemas pessoais e familiares dos colaboradores, assistência médica oferecida

pela empresa, falta de orientação quanto às conseqüências das faltas ao trabalho e

problemas relacionados ao transporte.

Sendo assim, convém relacionar os resultados das causas do

absenteísmo desta pesquisa com o perfil e grau de satisfação dos colaboradores

com relação à empresa. Diante disso constata-se que as causas do absenteísmo

não estão diretamente ligadas ao fator ambiente físico de trabalho, mas vale

salientar que a pesquisa apresentou baixos níveis de satisfação dos colaboradores

quanto aos aspectos ruído, uniforme, EPI’s, banheiros e vestiários.

Analisaram-se as relações das causas do absenteísmo não justificado

com os benefícios que a empresa oferece ao colaborador, e constatou-se que há

relação entre ambas, mais especificamente quanto à assistência médica

disponibilizada na empresa. Chegou-se a esta conclusão, através da percepção da

pesquisadora diante das falas e da insatisfação registrada quanto a este fator pelos

colaboradores faltantes.

Diante da relação das causas do absenteísmo com o estresse no trabalho

através da fundamentação teórica e pesquisa realizada, observou-se que há relação

Page 100: Estudo das causas do absenteísmo

90

com o estresse no trabalho, porém em proporções reduzidas em comparação às

demais causas.

Entende-se que as relações entre colaborador abrangendo o líder

imediato e colegas, interferem na assiduidade. Quando se constatou conflitos entre

ambos, observou-se que seguidamente registrou-se absenteísmo.

Entende-se diante dos argumentos de caráter justificativo dos

colaboradores faltantes, que as causas relacionadas com o sistema de recompensas

e punições existem mais especificamente quanto à orientação destes, pois se

mostraram implausíveis. Podendo-se relacionar este fato com a falta de

comprometimento do colaborador ao trabalho conforme defende Harrisson;

Martocchio (1998 apud DIAS, 2005), e também com o processo de escolhas, neste

caso lembra-se dos estudos de Brief (1998 apud DIAS, 2005) sobre absenteísmo e

atitudes no trabalho, quando uma pessoa ao invés de comparecer ao trabalho

escolhe ir a uma outra ocasião.

Diante da pesquisa realizada possibilitou conhecer o perfil dos

colaboradores faltantes, nos quais se concentram na faixa etária entre 31 à 35 anos,

outra parcela considerável foi a faixa etária entre 18 à 25 anos. E observou-se que

maior parcela dos colaboradores que registraram faltas injustificadas são os

solteiros, que freqüentaram os estudos até o ensino básico e não residem nas

proximidades da empresa.

Na pesquisa de satisfação do colaborador com relação à empresa,

constatou-se que os níveis de satisfação eram mais baixos entre os colaboradores

faltantes do que entre os assíduos. Analisando os resultados verifica-se que estes

vêm de encontro à fundamentação teórica sobre o assunto, para evidenciar essa

idéia se recorre à Iaffaladano & Muchinsky (1985 apud MILKOVICH; BOUDREAU,

2000) nos quais, defendem que a satisfação do colaborador com relação ao trabalho

reflete diretamente no comportamento, assiduidade, disciplina e rotatividade.

No decorrer desse estudo, a pesquisadora visualizou como sugestão de

pesquisa a outros acadêmicos o estudo do absenteísmo justificado e o estudo que

consiste na análise do perfil dos colaboradores faltantes e assíduos.

Finalmente, pode-se concluir que os objetivos deste estudo foram

atingidos. Torna-se relevante mencionar que o processo de pesquisa – tanto

bibliográfica, quanto de campo – proporcionou a pesquisadora uma experiência

peculiar no que tange a evolução do nível de criticidade quanto ao assunto

Page 101: Estudo das causas do absenteísmo

91

explorado. Para isso, sugerem-se aos futuros administradores que realizarão este

tipo de trabalho, muita dedicação e leitura desde a estruturação do projeto de

pesquisa, para que no momento da efetivação da construção total da pesquisa não

venha repercutir em inconsistência de argumentos.

Page 102: Estudo das causas do absenteísmo

92

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Page 106: Estudo das causas do absenteísmo

96

ANEXO

Page 107: Estudo das causas do absenteísmo

97

Questionário

1. Qual sua idade? a) 18 a 25 anos b) 26 a 30 anos c) 31 a 35 anos d) Mais de 36 anos

2. Qual seu estado civil?

a) Solteiro b) Casado c) Amasiado d) Desquitado e) Viúvo

3. Você possui filhos? a) Não b) Sim. 4. Qual seu nível escolar?

a) Primário b) Ginásio c) Ensino Médio d) Ensino Técnico e) Ensino Superior

5. Qual setor você trabalha? ______________________________________

6. Qual sua renda Mensal?

a) 2 Salários Míninos b) 3 Salários Míninos c) 4 Salários Míninos d) 5 Salários Míninos e) Acima de 5 Salários Mínimos

Page 108: Estudo das causas do absenteísmo

98

7. Quanto tempo você trabalha nesta empresa?

a) Menos de 3 meses b) 3 à 6 meses c) 7 meses à 12 meses d) Mais de 1 ano e) Mais de 2 anos

8. Você mora nas proximidades da empresa?

a) Sim b) Não 9. Se você utiliza transporte, que tipo utiliza para se deslocar até a empresa?

a) Ônibus b) Moto c) Carro d) Topik e) Bicicleta 10. Qual Cidade você mora?

_______________________________________________

11. Você é fumante? a) Sim b) Não 12. Você já teve depressão? Se sim, por qual motivo?

a) Sim. b) Não

13. Você possui algum tipo de aversão à ambientes fechados? a) Sim b) Não

Page 109: Estudo das causas do absenteísmo

99

14. Você já faltou ao trabalho de forma não justificada? Caso sua resposta seja “SIM”, indique quantas vezes se ausentou e o motivo.

a) Não b) Sim. Motivo?_____________________________

15. Quando você faltou ao trabalho injustificadamente pela primeira vez foi advertido?

a) Não b) Sim

16. Nas vezes em que você faltou ao trabalho de forma não justificada, seu

supervisor demonstrou interesse em saber o motivo que lhe fez faltar?

a) Nunca demonstrou interesse b) Algumas vezes demonstrou interesse c) Sempre demonstrou interesse

17. Você sabe que a reincidência freqüente de faltas não justificadas ao trabalho pode ocasionar numa demissão por justa causa?

a) Não b) Sim

18. Você considera que há sobrecarga de trabalho nas atividades exercidas? Caso sua resposta seja “ SIM”, relacione a intensidade da sobrecarga.

a. Não b. Sim.

19. Você já se afastou pelo INSS? Caso sua resposta seja “SIM”, assinale o tipo e descreva o motivo causador do afastamento.

a. Não b. Sim.

Page 110: Estudo das causas do absenteísmo

100

20. Relacione o grau de satisfação de acordo com os itens relacionados abaixo.

Itens

Mui

to

Insa

tisfe

ito

Insa

tisfe

ito

Sat

isfe

ito

Mui

to

Sat

isfe

ito

Liderança 1 Interesse pelo colaborador (Atenção, compreensão, elogios, incentivos) 2 Oportunidade de aprendizado e melhoria 3 Apoio para resolver problemas profissionais

Relacionamento Interpessoal 4 Respeito às crenças religiosas e cultura 5 Forma com que o chefe se relaciona com os colaboradores (se há preferidos) 6 Meu relacionamento com colegas 7 Meu relacionamento com chefia imediata 8 Meus colegas Respeitam às crenças religiosas e cultura

Normas e políticas da empresa 9 Comunicação interna

10 Reconhecimento profissional 11 Possibilidade de Crescimento 12 Normas 13 Salário 14 Horário de Intervalo (vestiários, refeição) 15 Segurança 16 Horas-extras (Banco de horas)

Ambiente Físico e condições de trabalho 17 Limpeza do local de trabalho 18 Iluminação do local de trabalho 19 Temperatura do local de trabalho 20 Ruído ( Som ) 21 Odor (Cheiro) 22 Uniforme (Roupas) 23 EPI’s (Luva, Protetor auditivo, bota...) 24 Equipamentos / Ferramentas

Benefícios 25 Alimentação 26 Transporte 27 Associação 28 Plano de Saúde 29 Assistência médica na empresa (Médico do trabalho / Enfermaria)

Cargo 30 Atividade que exerce atualmente 31 Horário de trabalho

Treinamento 32 Recursos humanos ( folha de pagamento, Contrato de trabalho, ponto, recompensas e punições ) 33 Instruções de uso correto de ferramentas e equipamentos 34 Instruções de uso correto de uniformes e EPI’s

Obrigada pela Colaboração!