estudo da distribuição das chuvas na alta e baixa bacia do rio caiapó-go análise dos valores...
DESCRIPTION
GEOGRAFIATRANSCRIPT
-
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIAS
UNIDADE UNIVERSITRIA DE IPOR
LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
LUANA CNDIDO DE SOUSA
Estudo da distribuio das chuvas na alta e baixa Bacia do
Rio Caiap-GO: anlise dos valores precipitados para os postos
pluviomtricos de Caiapnia e Aragaras no perodo de 1974-2012.
Trabalho de Concluso de Curso apresentado
Universidade Estadual de Gois, Unidade
Universitria de Ipor, como exigncia parcial
para a concluso do curso de graduao em
Geografia, modalidade Licenciatura.
Orientador: Prof. Ms. Valdir Specian
IPOR GO
2013
-
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIAS
UNIDADE UNIVERSITRIA DE IPOR
LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
LUANA CNDIDO DE SOUSA
ESTUDO DA DISTRIBUIO DAS CHUVAS NA ALTA E BAIXA
BACIA DO RIO CAIAP-GO: ANLISE DOS VALORES
PRECIPITADOS PARA OS POSTOS PLUVIOMTRICOS DE
CAIAPNIA E PERES DE ARAGARAS NO PERODO DE 1974-
2012.
IPOR-GO
2013
-
Dados Internacionais de Catalogao na Publicao ( CIP )
________________________________________________________________________________
S725e Sousa, Luana Cndido de
Estudo da distribuio das chuvas na alta e baixa bacia do rio Caiap-Go:
anlise dos valores precipitados para os postos pluviomtricos de Caiapnia
e Peres de Aragaras no perodo de 1974-2012 / Luana Cndido de Sousa. -
2013.
47 f.: il.
Monografia (Licenciatura em Geografia) Universidade Estadual de Gois, Unidade Universitria de Ipor. Ipor, 2013.
Orientador: Prof. Ms. Valdir Specian.
1. Geografia. 2. Distribuio
pluviomtrica. 3. Precipitao. I. Ttulo.
CDU: 911
________________________________________________________________________________
-
Dedico
A minha famlia por todo amor, incentivo, apoio e
pacincia durante a execuo
desse trabalho.
ii
-
AGRADECIMENTOS
Agradeo em primeiro lugar, a Deus, pela fora e coragem durante toda esta rdua
caminhada.
Agradeo tambm a todos os professores que me acompanharam durante a graduao,
em especial ao Professor Mestre Valdir Specian, sempre mim auxilio nas dvidas,
propondo metodologia, pela ajuda na indicao de material bibliogrfico, sempre
depositando em mim confiana e incentivo no desenvolvimento das tarefas realizadas.
Aos meus pais, que sempre me apoiaram nos estudos e nas horas difceis.
Ao Max que compreendeu minha ausncia e distanciamento durante todo esse tempo.
A todos os professores que acompanharam toda a minha caminhada.
Aos meus colegas que, partilham comigo as dvidas, anseios e inquietaes com os
quais, divido hoje a minha doce vitria.
Muito Obrigada!
iii
-
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo Compreender a distribuio pluviomtrica na bacia do
rio Caiap, entre os postos de Caiapnia na alta bacia do rio e Peres de Aragaras na
baixa bacia do rio, no perodo de 1974-2010. Por meio dos dados pluviomtricos
oferecidos pela ANA (Agncia Nacional das guas), foi possvel obter os dados de
precipitao necessrios para a realizao desta pesquisa, procurou-se corrigir os dados
faltantes para o posto pluviomtrico de Caiapnia e posto Peres de Aragaras. A
segunda etapa deste do trabalho foi estabelecer os intervalos de frequncia de 5mm (0-
5mm; 5-10 mm; 20-15 mm; 15-20 mm; 20-25 mm; 25-30 mm e >30mm) para os trinta
anos da srie, metodologia proposta por Soriano e Galdino (2002), foi realizada o
percentual de dias registrados de precipitao para os postos analisados. A terceira etapa
consiste na escolha de anos padro (tendentes a seco, seco, tendentes a chuvosos,
chuvoso, habitual) baseou-se na estatstica descritiva proposta por Monteiro (1971) para
anlise do comportamento pluviomtrico dirio e mensal das chuvas. Os resultados
obtidos constataram que houve uma variao de eventos pluviomtricos nos postos de
Caiapnia e Peres de Aragaras no perodo proposto, onde Caiapnia apresenta os
maiores ocorrncias de chuvas para os meses de dezembro, janeiro e fevereiro quando
comparado ao posto Peres de Aragaras.
Palavras Chaves: Precipitao, Intervalos de Classe, Anos Padres.
iv
-
ABSTRACT
This study aims to understand the rainfall distribution in Caiap River basin , between
the posts Caiapnia the upper watershed of the river and Peres Aragaras of the lower
basin
] river , in the period from 1974 to 2010 . Through rainfall data offered by ANA (
National Water Agency ) , it was possible to obtain rainfall data required for this
research , we tried to correct the missing data for the post of rainfall Caiapnia post and
Peres Aragaras . The second step of this work was to establish the frequency ranges of
5mm ( 0 - 5mm ; 5-10 mm 20-15 mm, 15-20 mm, 20-25 mm, 25-30 mm and > 30mm )
for thirty years of the study , the methodology proposed by Galdino and Soriano (2002 )
, the percentage of days of rainfall recorded for the stations analyzed was performed .
The third step consists of choosing standard years ( tending to dry, dry , tending to rainy
, rainy, normal ) was based on descriptive statistics proposed by Miller (1971 ) to
analyze the behavior of daily rainfall and monthly rainfall . The results found that there
was a variation of rainfall events in gas Caiapnia and Peres Aragaras of the proposed
period where Caiapnia has the highest occurrences of rainfall for the months of
December, January and February compared to the post of Aragaras Peres .
Key Words: Precipitation, Intervals Class Years Patterns.
v
-
LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Preenchimento das falhas anual do posto de Caiapnia e posto Peres de
Aragaras, adaptado Leandro Zandonadi.....................................................................
22
Quadro 2- Percentual de dias com precipitao em relao ao total de dias
analisados, no perodo de 1974-2012...........................................................................
28
Quadro 3- Variabilidade da precipitao anual para a srie estudada......................... 40
vi
-
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Mapa de localizao da Bacia do Rio CaiapGO. Mapa sem escala
definida.........................................................................................................................
22
Figura 2- Variao de dias registrados com ocorrncias de precipitao mensal no
perodo 1974-2012 para os postos...............................................................................
29
vii
-
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Classificao da intensidade de chuvas de acordo com os intervalos de
frequncia.....................................................................................................................
26
Tabela 2- Percentual de dias com precipitao em relao ao total de dias
analisados, no perodo de 1974-
2012..............................................................................................................................
28
Tabela 3- Percentual de dias de chuvas sobre o intervalo de classe durante os meses
correspondente ao posto de Caiapnia.........................................................................
39
Tabela 4- Percentual de dias de chuvas sobre o intervalo de classe durante os meses
correspondente ao posto Peres de Aragaras..............................................................
39
viii
-
SUMRIO
INTRODUO.......................................................................................................... 12
II. REFERENCIAL TERICO.............................................................................. 15
2.1. Aspectos gerais de precipitao............................................................................ 15
2.2. Estudos sobre massas de ar e suas dinmicas....................................................... 16
2.3. Estudos sobre chuvas no Centro-Oeste e Gois.................................................... 17
2.4 Estudos sobre chuvas no estado de gois............................................................... 19
III. MATERIAS E MTODOS................................................................................ 21
3.1. Caracterizao da rea de estudo.......................................................................... 21
3.2. Mtodos e tcnicas................................................................................................ 23
IV. DISCUSSO DOS RESULTADOS................................................................... 28
4.1. Pluviosidade diria para os dois postos................................................................. 28
4.2. Anlise da frequncia de precipitao para os postos de Caiapnia e Peres de
Aragaras.....................................................................................................................
29
4.3. Anlise da distribuio da frequncia mensal de precipitao para os dois
postos pluviomtricos..................................................................................................
30
4.4. Variabilidade pluviomtrica anal e escolha dos anos padres.......................... 40
V. CONSIDERAES FINAIS............................................................................... 44
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS..................................................................... 45
ix
-
INTRODUO
O primeiro estudo de climatologia no Brasil foi do estudioso e pesquisador
Henrique Morize e Frederico Draenert, engenheiros, no final do sculo XIX e incio do
sculo XX, foram os pioneiros na identificao das sries temporais, regime climtico e
os primeiros estudos sobre variabilidade climtica, seus estudos estavam direcionados
mais para a climatologia do que para a meteorologia (SANT ANNA NETO, 2003).
Um dos principais elementos abordados pela climatologia a precipitao.
Diversas pesquisas relacionadas aos padres de precipitao indicam as variaes e os
efeitos devastadores numa escala temporal-espacial (NIMER, 1951; MONTEIRO,
1971; BOIN, 2006; BALDO, 2006) a maior parte desses estudos esto voltados para a
gnese e distribuio em determinadas reas, onde suas metodologias foram adaptadas
as condies climticas, entre outros.
Devido o clima ser dinmico, necessrio fazer levantamentos sobre os
principais elementos, temperatura, umidade e precipitao, por um longo perodo de
tempo, esses dados so oferecidos pelos postos de coletas, tornando possvel a
realizao de estudos para climatolgos, mesmo assim a obteno desses dados no
significa que teremos todas as respostas, uma vez que so trabalhados o volume de
chuvas e sua distribuio (BALDO, 2006).
A busca de informaes e a realizao de leituras sobre o clima, principalmente
o que se refere a variabilidade e irregularidade de precipitao em determinada rea e
um determinado tempo foi constado por Zandonadi (2009) e Baldo (2006) certa
carncia de estudos voltados sobre chuvas no territrio brasileiro, principalmente em
reas consideradas pequenas.
-
No entanto o conhecimento de precipitao bastante escasso na maior parte
do territrio brasileiro, mesmo as regies que apresentam uma grande concentrao de
postos pluviomtricos, os dados torna-se inadequados, principalmente as grandes reas
de bacias hidrogrficas, devido a falta de registos pluviomtricos pelo banco de dados.
Diversos trabalhos tem sido, desenvolvidos com proposta de mtodos mais
eficientes para diminuir a porcentagem de erros. Neste sentido algumas pesquisas vm
sendo desenvolvidas para a obteno de precipitao, tais metodologias empregam
coeficientes para transformar chuvas em dia com menor durao.
Segundo Eltz et. al.; (1992) apud Souza (2011, p. 2) afirmam que a anlise de
frequncia uma tcnica esttica importante no estudo das chuvas, devido a grande
variabilidade temporal e espacial das precipitaes pluviais, as quais no podem ser
previstas em bases puramente determinsticas.
A importncia desta pesquisa sobre a bacia do Rio Caiap que abrange parte do
oeste e sudoeste goiano, poucos so trabalhos voltados para esta rea. Este trabalho
abordara algumas consideraes sobre a anlise e estudo sobre a variabilidade
pluviomtrica ao longo dos anos, e em segundo momento aplicar as metodologias
apresentada por (BOIN, 2000; BALDO, 2006; ZANDONADI, 2009) para chegarmos
aos resultados e discusses.
Trabalhar a metodologia desenvolvida por Soriano e Galdiano (2002, p.01)
para anlise da distribuio mensal de precipitao a sub-regio da Nhecolndia,
Pantanal Mato Grosso do sul, Brasil ser de extrema importncia para compreender a
variao de chuvas na regio Centro-Oeste.
Sendo assim propusemos estudar os dados dirios, um perodo entre os anos de
1974-2012 totalizando 37 anos de dados de precipitao a serem analisados, sendo
representados por grficos de representao diria e percentuais. Dentre a srie estudada
a analise estatstica descritiva, foi possvel selecionar alguns anos padres (tendentes a
secos, seco, tendentes chuvosos, chuvoso e habitual).
As precipitaes tem um papel fundamental para o planejamento de prticas
agrcolas, conservao dos solos e da gua, manejo das bacias hidrogrficas.
Geralmente tais precipitaes so capazes de gerar prejuzos agrcolas, inundaes de
lavouras, eroso do solo e perda de nutriente, entre outras.
Sendo assim, conhecer as variaes de precipitao nos anos secos e chuvosos
em determinado regio, lugar na escala temporal e espacial, determinam a perda de
safras ou o aumento da produtividade da cultura (MARIANO, 2005).
13
14
-
Primeiramente pretende-se, neste estudo, Compreender a distribuio
pluviomtrica na bacia do rio Caiap, entre os postos de Caiapnia na alta bacia do rio e
Peres de Aragaras na baixa bacia do rio, no perodo de 1974-2010.
Os objetivos especficos so:
- Analisar a frequncia e a variabilidade da precipitao entre os postos
Caiapnia e Peres de Aragaras.
- Compreender os registros dirios de precipitao, buscando estabelecer
mdias mensais, anuais e sazonais no perodo de 1974-2010.
- Definir os anos padres numa durao histrica de 37 anos;
-
II. REFERENCIAL TERICO
2.1. Aspectos gerais de precipitao.
Para entender o comportamento climtico de um determinado local necessrio
que tenha um entendimento sobre tempo e clima. Quando desejamos definir um clima,
so apresentadas particularidades climticas de um lugar ou de uma regio ao longo do
tempo. Para caracterizar o clima, o ritmo um dos elementos essenciais, por agirem em
conjuntos, porm os elementos so alterados ao passar dos anos, (SORRE, 2006).
A partir da viso de Sorre (2006) o clima a dinmica conduzida pelo ritmo de
sucesso habitual dos estados atmosfricos sobre os lugares:
Denominamos clima srie de estados atmosfricos sobre determinado
lugar em sua sucesso habitual. Cada um desses estados caracteriza-se pelas
suas prprias dinmicas e estticas da coluna atmosfrica, composio
qumica, presso, tenso de gases, temperatura, grau de saturao,
comportamento quanto aos raios solares, poeiras ou matrias orgnicas em
suspenso, estado eltrico, velocidade de deslocamento das molculas
(SORRE, 1934. p. 90).
O tempo meteorolgico uma unidade discreta intensiva que se encadeia em
sequncias, demonstrando padres de desenvolvimento, conduzindo ao ritmo e eles se
chega ao conceito de clima implicando na gerao dos estados iniciais, variaes e
transformao no sistema atmosfrico (MONTEIRO, 2011. p. 23).
O clima fundamental na variabilidade produtiva voltada para o manejo de
culturas agrcola e pecuria, sendo dependentes das condies do tempo e do clima, e
por isso o interesse tambm se desdobra para a compreenso das concentraes
15
16
-
pluviomtricas nas cidades e no campo, o abastecimento das bacias hidrogrficas, em
um dado espao e tempo (RIBEIRO, 1993).
A precipitao o elemento atmosfrico de maior variabilidade (desvios anuais),
a mesma ocorre pela ligao entre os diversos elementos do clima, entre eles, as massas
de ar nas diversas regies do planeta, nesse sentido, a precipitao se torna importante
tanto para meteorologia quanto para a climatologia (AYOADE, 1983).
A ocorrncia de chuva est relacionada presena do Vapor dgua na
atmosfera, sem ele no existe chuvas, O vapor de gua a origem de todas as formas
de condensao e de precipitao, isto , quanto maior for a quantidade de vapor
dgua num certo volume de ar indica maior capacidade para produzir precipitao,
sendo necessrio destacar o ciclo hidrolgico (AYOADE 1983. p. 128).
As precipitaes podem ocorrer de formas distintas na superfcie terrestre em
forma lquida ou slida como chuva, neve, granizo, orvalho, geada e nevoeiro que so
diferentes formas de precipitao das guas atmosfricas (AYOADE, 1983. p. 159).
Segundo Ayoade (1983, p. 164) a distribuio das precipitaes muito mais
complexa se comparada com os outros elementos climticos nas regies tropicais, isso
ocorre devido precipitao resultar do resfriamento adiabtico devido ascenso das
massas de ar na estao chuvosa provoca quedas de temperatura e exerce considervel
influncia no modo de vida das pessoas.
As chuvas podem ser classificadas em trs tipos: a) Chuvas Convectivas: est
ligada a ascenso de massa de ar mido em regies quentes, e so comuns em reas
quentes e midas, resultando em precipitaes pesadas e intensas, porm com curta
durao; b) Chuvas Frontais ou ciclnica: ocorre em oscilao entre uma massa de ar
quente e outra massa de ar fria (caractersticas trmicas diferentes), que acaba
influenciando na distribuio, de chuvas moderadas e contnuas em reas mais extensas;
c) Chuvas orogrficas: o relevo, que influenciar na distribuio de ventos midos, isto
, de um lado a precipitao ir cair e do outro lado o ar ser seco e frio, com as
caractersticas iniciais modificadas (TORRES e MACHADO, 2011).
2.2. Estudos sobre massas de ar e suas dinmicas.
Vrios trabalhos abordam as questes sobre as massas de ar que atingem a
Amrica do Sul, mais especificamente as que so responsveis pela precipitao no
territrio brasileiro.
17
-
Segundo Mendona e Danni-Oliveira (2007, p. 99) a extenso das massas de
ar, seja sua dimenso horizontal e vertical, pode variar suas caractersticas em alguns
milhares de quilmetros, e para sua formao so necessrias trs condies:
superfcies com considervel planura e extenso, baixa altitude e homogeneidade
quanto s caractersticas superficiais.
Os mesmos autores comentam sobre a chamada massa de ar primria, que
ainda no sofreu mudanas nas suas caractersticas, enquanto que a massa de ar
secundria apresenta modificaes significativas sobre a superfcie terrestre. Na medida
em que a massa de ar se desloca de sua regio de origem, influencia as regies por onde
passam trazendo condies de temperatura e umidade diferentes, ou seja, provoca
quedas de temperatura.
De acordo com Nimer (1979) em sua obra Climatologia no Brasil a Amrica
do Sul influenciada pelas massas de ar, onde sua atuao pode ser de forma direta e
indireta, na medida em que as massas de ar so deslocadas acabam sendo responsveis
pelas variabilidades de tempo e clima, na Amrica do sul e no Brasil.
A ZCAS1 resulta da intensidade de calor e da umidade resultantes do encontro
de massas de ar quente e mido da Amaznia e do Atlntico Sul sendo deslocadas para
as outras regies do Brasil, ou seja, um dos principais fatores que mais influncia nas
regies durante os meses de maior atividade pluviomtrica convectiva. Em funo das
massas de ar martimas e equatoriais, a evaporao, a temperatura e a umidade so
elevadas durante o perodo seco (TORRES e MACHADO, 2011).
2.3. Estudos sobre chuvas no Centro-Oeste e Gois.
Estudos e pesquisas tanto meteorolgicos e quanto climatolgicos mostram
certa carncia quando relacionado com recortes menores no territrio brasileiro e em
certos perodos de tempo, o que possibilita discusses sobre a estrutura, composio e
distribuio dos elementos atmosfricos no espao e no tempo (SAN ANNA NETO,
2003).
As metodologias realizadas por Kppen nas pesquisas de campo foram
relevantes para caracterizar as condies climticas nas escalas regionais, sobre o clima,
1 O sistema de ZCAS (Zona de Convergncia do Atlntico Sul) resulta da intensificao do calor e da
umidade proveniente do encontro de massas de ar quentes e midas da Amaznia e do Atlntico Sul na
poro central do Brasil (MENDONA e DANNI-OLIVEIRA, 2007. p. 92).
18
-
onde sua metodologia foi replicada no Brasil, por alguns pesquisadores (MONTEIRO,
1950; NIMER, 1979; MARCUZZO et al., 2012).
Aponta por Nimer (1979. p, 394-396) que todos os fatores climticos estticos
agem sobre o clima de determinada regio, as condies climticas que atinge a regio
Centro-Oeste sujeita a bruscas mudanas:
- Sistema de Correntes perturbadas de oeste, apresentada pela convergncia
tropical (IT) entre o final da primavera e o incio do outono, constantemente
invadida por ventos de W a NW trazidos por linhas de instabilidade tropicais
(IT), geralmente acarreta chuvas e trovoadas;
- Sistema de Correntes perturbadas de norte, apresentada pela convergncia
intertropical (CIT) acarretando chuvas de doldrum, essas correntes
perturbadas chegam nas quatro estaes, porm na primavera, estando a CIT
situada bem ao norte do Equador Geogrfico quase no presena de chuvas
de doldrum na regio Centro-Oeste;
- Sistema de Correntes Perturbadas de Sul, representada pela invaso de
anticiclone polar apresenta comportamentos bem distintos na estao de
vero e inverno. Durante o vero, o aprofundamento e a expanso do centro
de baixa do interior do continente sobre a regio do Chaco, dificulta ou
impede a invaso do anticiclone polar, j no inverno o anticiclone polar
invade com mais frequncia a Regio Centro-Oeste, ocasionando chuvas
frontais e ps-frontais durante 1 a 3 dias, depois da passagem o cu fica claro
sob a ao do anticiclone polar.
A regio Centro-Oeste no apresenta desvios notveis devido presena de
correntes perturbadas, tpicas das circulaes tropicais que so caracterizadas por
apresentar reas com frequncia de chuvas, ou seja, uma regio que apresenta uma
menor variabilidade pluviomtrica, quando comparados com outras regies tropicais do
Brasil (MONTEIRO, 1951).
O Centro-Oeste apresenta duas estaes bem definidas no decorrer do ano, o
vero mais chuvoso, representando altos ndices pluviomtricos (novembro a maro) e o
inverno seco (junho a agosto), quando as precipitaes so raras, no registrando
meses de chuvas (NIMER, 1979).
Segundo Monteiro (1951) durante o perodo seco os registros pluviomtricos
mensais registram mdias inferiores a 60 milmetros, por outro lado, o perodo chuvoso
apontou chuvas mais intensas para atingir a mdia anual segundo os registros
pluviomtricos. Alm da quantidade pluvial mdia anual e sua distribuio anual,
-
necessrio fazer levantamentos de chuvas durante os dias no decorrer do ano, fator de
grande importncia para atividades agrcolas da regio Centro-Oeste.
Segundo Barros (2003, p. 105-106), o regime das precipitaes na Regio
Centro-Oeste caracteristicamente tropical, com mxima no vero e mnima no
inverno e mais 70% do total de chuvas acumuladas durante o ano se precipita de
novembro a maro concluindo que est regio ao contrario do vero, o inverno na
Regio excessivamente seco.
Os ndices de precipitao pluviomtrico mdia na regio Centro-Oeste do
Brasil, de 1200 e 1800 mm. J nos perodos secos, os ndices podem chegar zero,
ocasionando problemas para agricultura (MARCUZZO et al., 2012).
2.4. Estudos sobre chuvas no estado de gois.
O Estado de Gois localiza-se no planalto central brasileiro, que faz parte da
regio Centro-Oeste, ocupando grande importncia para a economia do pas, tendo
como principal fonte econmica a agroindstria. Desta forma importante conhecer o
regime pluviomtrico, com os principais perodos de ocorrncias, distribuio e
frequncia (MARIANO. 2005).
No que se refere s chuvas de Gois no decorrer da estao chuvosa, o
volume mdio apresentado para o Estado de Gois de 1386,0 mm com a ocorrncia de
um ncleo com valores acima da mdia na regio sudeste, ao contrrio desta estao,
o volume da precipitao acumulada nos meses que formam a estao seca no chega a
100 mm, assim o maior volume de chuva na estao seca ocorre no ms de setembro,
podendo atingir em mdia 50mm/ms, com grande variabilidade e o desvio padro da
ordem de 44, 4mm/ms (PEREIRA et al. 2009. p. 02).
De acordo com Ab Saber e Costa Jnior (1950. p. 23-24) as precipitaes no
sudoeste goiano, inclui-se quase toda a bacia do rio Caiap, tendo em vista reas
tropicais de continentalidade pronunciada, afirmando que dotadas de um longo
perodo chuvoso durante o ano, opondo-se a outro, mais seco, de igual durao.
Conforme Ab Saber e Costa Jnior (1950. p. 24) o sudoeste de Gois os
meses de maio e setembro so relativamente secos com o mnimo em junho e de
outubro a abril, as precipitaes so abundantes, com a mxima no solstcio de vero.
Os mesmos autores ainda dizem que apesar da extrema escassez de dados, pode-se
afirmar que a mdia anual da pluviosidade oscila ente 1.500 a 2.000 mm.
19
-
Neste contexto, entender a variao pluviomtrica de grande importncia
para a o estado de Gois, e com a aplicao de metodologias, j conhecidas para outros
pontos do territrio brasileiro, torna-se possvel sua implantao nesta rea de estudo,
buscando compreender as ocorrncias e variaes de precipitao.
Os estudos pluviomtricos apontam como que se d a distribuio de chuvas e
seu comportamento, a ltima compreende a quantidade e sua distribuio durante o ano
que acaba influenciando na estao seca, condicionando uma maior ou menor
disponibilidade de pastagens, abastecimento das bacias hidrogrficas entre outros.
20
-
III MATERIAS E MTODOS
3.1. Caracterizao da rea de estudo.
A rea de pesquisa est inserida na da bacia do Rio Caiap (figura 1), que
afluente do rio Araguaia, que por sua vez afluente do Rio Tocantins. A bacia do Rio
Caiap est inserida na regio Centro-Oeste de Gois. Os dois postos pluviomtricos
utilizados no estudo esto localizado, respectivamente, montante da cidade de
Caiapnia (alta bacia) apresentando as seguintes coordenadas geogrficas -165657,84
de latitude sul, e -514838.16 de longitude oeste. O segundo ponto de coleta localiza-se
a jusante do municpio de Aragaras (baixa bacia), entre as coordenadas -155407.45
de latitude sul, e -521448.22 de longitude oeste.
21
-
Figura 1 - Mapa de localizao da Bacia do Rio CaiapGO. Mapa sem escala definida
O municpio de Aragaras localiza-se sobre a depresso do rio Araguaia,
desenvolve-se em uma grande variedade de rochas pr-cambianas, constituindo o
Complexo Basal Goiano (gnaisses e granitos) e o Grupo Arax (micaxistos e
quartizitos) em grandes extenses recobertas por detrtico-laterstica, alm de
depsitos aluvionares e coluvionares pleistocnicos (NASCIMENTO, 1992. p. 19).
O relevo do municpio de Caiapnia suavemente ondulado, apresentando
recortes hidrogrficos que ao longo do tempo escavou o relevo de forma concordante e
discordante, e para as reas de pequenos patamares ou micro depresses possvel
Peres - Aragaras
Caiapnia
22
-
visualizar feies alcantis Planalto dos Alcantilados (ALMEIDA, 1954 apud
NASCIMENTO, 1992).
Segundo Mariano (2005) a ocupao do solo, determinada pelo tipo de
relevo, onde Caiapnia predomina a mecanizao agrcola, ou seja, os produtos mais
cultivados so a soja, milho e cana-de-acar, resultando em sistemas produtivos de
monoculturas. De acordo com Klink et al., (2005) Aragaras h uma grande
predominncia de pastagens, onde sua economia est voltada para a agropecuria
extensiva (gado de corte e gado leiteiro).
Os solos da regio de Aragaras tanto na plancie como o das encostas da
serra da Voadeira parecem ser pobres. As reas de cascalho e areias do quaternrio
artigo, na regio, constituem regies de solos pssimos. O mesmo autor conclui que
Pode-se dizer que no h regies de aluvionamento em processo, agricolamente ricas,
na peneplancie do alto Araguia (AB SABER e COSTA JNIOR, 1950. p. 18).
3.2 Mtodos e Tcnicas.
A bacia hidrogrfica do Rio Caiap, afluente do rio Araguaia coberta por
uma srie de postos pluviomtricos administrados pela Agncia Nacional de guas
(ANA). Nesse estudo so utilizados postos pluviomtricos, representativos de duas
pores distintas da Bacia, alta bacia no municpio de Caiapnia e baixa bacia, no
municpio de Aragaras.
O posto pluviomtrico de Caiapnia esta localizado na latitude 16 57 24 S e,
longitude 51 48 37 W, altitude 692 m. O segundo posto pluviomtrico Peres de
Aragaras localiza-se em latitude -15 5324 S e, longitude -515113 W, altitude 299 e
representa a baixa bacia do rio Caiap, o recorte histrico para a anlise dos dados de
aproximadamente 30 anos.
O Software Excel Microsoft foi utilizado para tabulao, elaborao de
grficos apresentando as mdias mensais e anuais, e anlise estatstica dos dados
pluviomtricos.
Os dados pluviomtricos foram acessados atravs do banco de dados da
Agncia Nacional das guas (ANA), atravs do sistema Hidroweb
3
3 site www. hidroweb.ana.gov.br.
23
-
(Sistema de Informaes Hidrolgicas) no perodo usado para o estudo foi de 1974-
2012.
Os dados acessados na ANA foram organizados na planilha eletrnica do
Excel. A anlise realizada da verificao dos dados faltantes, para cada falha
encontrada nas duas estaes pluviomtricas, procurou-se estaes disponveis pelo
portal do Sistema de Informaes de Recursos Hdricos da ANA (hidroweb.ana.gov.br).
O preenchimento dos dados faltantes Caiapnia ocorreu pelos postos
pluviomtricos de Piranhas 01651002 e Doverlndia 01652003, no caso de Peres de
Aragaras buscou-se realizar o preenchimento dos dados faltantes com o posto
pluviomtrico de Aragaras 01552003 e Baliza 08059002.
As falhas encontradas foram pontuadas na nova planilha do Excel, de modo
que essas falhas foram preenchidas com base nos valores registrados em postos
pluviomtricos mais prximos que no registraram falhas, quadro 1.
24
-
Quadro 1- Preenchimento das falhas anual do posto de Caiapnia e posto Peres de Aragaras, adaptado Leandro Zandonadi.
Meses com nenhum dia de falhas
Meses com at 10 dias falhas
Meses com mais de 10 dias falhas
Posto Nome Latitude
Longitude Altitude
Anos Completos Anos e meses com falhas
Ano/Ms Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
5213766 Caiapnia
165724 S
514837 N
692 m
1975; 1976; 1977; 1978; 1779; 1980; 1981; 1982; 19990;1992; 1994; 1995; 1998; 1999; 2000; 2002; 2003; 2004; 2005; 2008;
2009; 2010; 2011; 2012
1974
1991
1993
1997
2001
2006
2007
52102008 Peres de
Aragaras
-155324 S
-515113 N
299m
1974; 1975; 1977; 1978; 1979; 1981; 1982; 1983; 1984; 1985; 1985; 1987; 1988; 1889; 190; 1999; 2000; 2001; 2002; 20-3; 2005; 2009; 2010; 2011; 2012
1976
1980
1990
1991
2006
2008
25
-
A anlise estatstica dos dados foi realizada por meio do registro dirio de
chuva e da metodologia de organizao dos dados em intervalos de classe de cinco mm,
proposto por Soriano e Galdiano (2002), foram escolhidos seis intervalos de classe para
classificar a intensidade pluviomtrica para os trinta anos e seis meses da srie como
mostra na tabela 1.
Tabela 1 - Classificao da intensidade de chuvas de acordo com os intervalos de frequncia.
Intervalo de Precipitao (mm) Classificao da intensidade de precipitao
(0,1 5) Muito Fraca
(5 10) Fraca
(10 15) Moderada Fraca
(15 20) Moderada
(20 25) Moderada Forte
(25 30) Forte
>30 Muito Forte
Fonte: Soriano e Galdiano (2002).
A organizao dos dados em intervalos de frequncia permite verificar duas
condies de distribuio das chuvas durante o perodo analisado: 1 a quantidade de
eventos de chuvas em cada ms durante o perodo; 2 a distribuio em frequncias
desses eventos, e por consequncia, qual o predomnio de cada frequncia.
A segundo etapa ser analisar de forma particular as ocorrncias de
distribuio de chuvas entre o posto de Caiapnia e Peres de Aragaras, ao mesmo
tempo sero trabalhados e discutidos de forma conjunta, os grficos agrupados em
perodos de quatro meses.
Alm da quantidade mdia anual de chuvas e sua distribuio anual, ocorreu
pontuao dos dias que houve a presena de precipitao no decorrer do ano. Assim
procuramos registrar o nmero total de dias precipitados para os dois postos a fim de
compar-los.
A terceira etapa a tcnica da escolha de anos padro que permite verificar a
variabilidade anual dos postos pluviomtricos. O resultado permite analisar qual o
comportamento das chuvas para cada situao, representada na perspectiva dos anos
26
-
padro: chuvoso, tendente a chuvoso, habitual, seco e tendente a seco e se os postos
pluviomtricos seguiram um mesmo padro para o perodo analisado.
As precipitaes pluviomtricas so dependentes dos confrontos atmosfricos,
que acaba revelando padres distintos ao longo dos perodos, isto , apresentando
caractersticas prprias em relao distribuio pluvial, sendo individualizados e
distinguindo uns dos outros conforme a anlise pluviomtrica mensal entre os postos,
em dada bacia hidrogrfica (BOIN, 2000).
Em seguida, os dois postos escolhidos, aplicou-se a metodologia empregada
por Monteiro (1971) para a definio dos anos padres atmosfricos (seco, tendente
seco, chuvoso, tendente chuvoso, habitual) no perodo de 1974-2012 na sucesso de
ritmos.
Com a escolha dos anos representantes das tendncias possvel realizar uma
anlise mais detalhada sobre a variao e distribuio das chuvas para o posto
pluviomtrico.
As duas tcnicas se complementam e permite a interpretao da distribuio
das chuvas ao longo do perodo, sugerido uma previso da mesma, assim como a
frequncia de cada intervalo de classe, que permite analisar a intensidade das chuvas em
cada ms, tendo como referncia os valores dirios.
Os elementos em uma escala regional e local no devem ser comparados em
escala global, to pouco fazer o comparativo de uma regio com outra regio diferente
por meio da anlise rtmica, consiste na representao contnua e simultnea dos
elementos bsicos do clima requer aplicabilidade dos anos padres, correlacionar
episdios mais ntimos entre estes fatos (MONTEIRO, 1971, p. 13).
27
-
IV. DISCUSSO DOS RESULTADOS
4.1. Pluviosidade diria para os dois postos.
Os resultados desta pesquisa foram desenvolvidos pela anlise comparativa entre os
postos pluviomtricos estudados para duas reas distintas, Caiapnia e Peres de Aragaras no
perodo de 1974-2012, procurando compreender as variaes de chuvas entre os dois postos.
Ao fazer a anlise do quadro 1, possibilitou observar o percentual de dias com
chuvas entre todos os dias estudados em cada ms, considerando o perodo de 1974-2012. O
Posto de Caiapnia apresentou uma maior quantidade de eventos de chuvas ao Posto de Peres,
porm, o nmero de eventos nos meses mais secos foi, igualmente, maior.
Perodo Estudado entre os Postos Pluviomtricos de Caiapnia - Peres de Aragaras - 1974/2012
Ms Total de dias estudados Peres Peres (%) Caiapnia Caiapnia (%)
Janeiro 1209 631 52 765 63
Fevereiro 1102 482 44 634 58
Maro 1209 494 41 628 52
Abril 1170 228 19 313 27
Maio 1209 63 5 128 11
Junho 1170 55 5 49 4
Julho 1209 12 1 30 2
Agosto 1209 30 2 62 5
Setembro 1170 130 11 184 16
Outubro 1209 275 23 379 31
Novembro 1170 422 36 533 46
Dezembro 1209 625 52 726 60 Tabela 2- Percentual de dias com precipitao em relao ao total de dias analisados, no perodo de 1974-2012.
Fonte: ANA (2012)
As anlises apontam que a estao seca, maio a setembro mais acentuada ao posto
Peres de Aragaras, com percentuais muitos baixos, em relao ao posto Caiapnia. O posto
de Caiapnia registraram percentuais de dias verificados maiores de chuvas durante o perodo
estudado.
28
-
A ocorrncia chuvosa, para os meses de agosto e setembro, apresenta uma maior
quantidade de precipitao em relao ao ms de julho cujo percentual corresponde 1% posto
Peres de Aragaras e 2 % o posto de Caiapnia, outro fator importante que nos meses de
agosto e setembro os eventos pluviomtricos tem fator decisivo para as atividades agrcolas
para o posto de Caiapnia, de acordo Tetila (1983) apud Mariano (2005, p. 35) enfatiza que a
gua essencial para o rendimento, principalmente nos perodos de final de florao e
princpio de desenvolvimento das vagens.
Os resultados apontam que o incio chuvoso ocorre primeiro na regio onde se
encontra o posto de Caiapnia, apresentando percentuais de dias mais elevados para os
primeiros e ltimos meses do ano, e em seguida, o posto de Peres de Aragaras.
4.2. Anlise da frequncia de precipitao para os postos de Caiapnia e Peres
de Aragaras.
O regime de chuvas entre o posto de Caiapnia e posto Peres de Aragaras, a
abundancia de chuvas durante os dias estudados para cada ms. A (figura 2) mostra que os
meses de outubro a maro so os ocorrem as maiores quantidades de dias com chuvas, e os
meses secos de abril a setembro ocorrem as menores concentraes pluviomtricas durante o
perodo estudado.
Figura 2: Variao de dias registrados com ocorrncias de precipitao mensal no perodo 1974-2012 para os
postos.
0
200
400
600
800
1000
jan
fev
mar
abr
mai
jun jul
ago
set
ou
t
no
v
dez
dia
s
Dias com registro de chuvas no perodo de 1974 - 2012 para Peres (Aragaras) e Caiapnia - GO
Peres Caiapnia
29
-
O posto de Caiapnia apresenta altos registros pluviomtricos acima de 600 dias para
os trs primeiros meses e para o ultimo ms do ano, observando uma alterao nos valores de
dias desse posto para o ms de janeiro que quase se aproxima de 800 dias.
Nota-se que o posto de Aragaras compreendido entre os meses analisados, houve
uma maior ocorrncia de precipitao para janeiro e dezembro atingindo pouco acima de 600
dias, mesmo assim, a ocorrncia de chuvas m distribuda para este posto podendo se vista
no centro, figura 2.
4.3. Anlise da distribuio da frequncia mensal de precipitao para os dois
postos pluviomtricos.
Analisando a frequncia mensal no perodo de 1974-2012 entre o posto
pluviomtrico de Caiapnia e posto pluviomtrico de Peres de Aragaras pde-se, notar que
as precipitaes de intervalos de classe de 0-5 mm (muito fraca), ocorreram de forma mais
frequente para o posto de Caiapnia.
O ms janeiro sobressaiu com as maiores ocorrncias de chuvas, quase atingindo
duzentos e cinquenta dias na frequncia de 0-5 (muito fraca), a frequncia 5-10 (fraca) ficou
acima de cento e cinquenta dias, a frequncia 10-15 (moderada fraca) atingiu cem dias, a
frequncia 15-20 (moderada) e 20-25 (moderada forte), e frequncia >30 (forte) atingiu cem
dias para o posto de Caiapnia, a precipitao mxima ficou no intervalo de classe muito
fraca.
Nota-se que os resultados dirios mostraram diferentes anlises entre os dois postos
pluviomtricos: Caiapnia e Peres de Aragaras, o ms de janeiro, apresentaram os maiores
Figura 4- frequncia de precipitao
ocorrida em janeiro.
30
-
registros pluviomtricos dirios, alm de repetir durante o ms de fevereiro, o posto de
Caiapnia apresentou as maiores concentraes pluviomtricas dirias, em relao ao posto
pluviomtrico de Peres de Aragaras.
Nimer (1979) aponta que a regio Centro-Oeste apresenta duas estaes bem
definidas no decorrer do ano (chuvoso e seco), o vero mais chuvoso, representando altos
ndices pluviomtricos (novembro a maro), para este quadrimestre so os meses que
ocorreram as maiores concentraes de chuvas nos dois postos.
No ms de janeiro e fevereiro, so messes que apresentam maiores ndices
pluviomtricos, devido chegada do Bolso de ar da Amaznia carregado de umidade
percorre a regio Centro-Oeste, responsvel pelas quedas de temperatura e precipitao,
principalmente na regio sudoeste de Gois (NIMER, 1979).
Nos meses de maro e abril (figura 5, 6) Caiapnia pode-se dizer que no houve
diferenas pluviomtricas, por outro lado Peres de Aragaras apresentou um decrscimo de
precipitao entre esses meses, os ndices pluviomtricos so menores, por est entrando o
perodo seco. Os dados de intervalo de classe mostram que os valores mantiveram com maior
ocorrncia sobre Caiapnia, mesmo os intervalos de classe > 30 manteve-se a mesma.
A frequncia pluviomtrica para o ms de maro (figura 6) em Peres de Aragaras
apresentou-se superior nos intervalos de 15-20 (moderada), 20-25 (moderada forte) e 25-30
(forte), comparados ao ms de fevereiro (figura 5) sobre os mesmos intervalos de classe que
no passaram de 50 dias de precipitao.
Figura 6- frequncia de precipitao
ocorrida em maro.
Figura 7- frequncia de precipitao
ocorrida em abril.
31
-
Ao observar o ms de abril pde-se notar que ocorreu uma queda brusca nos valores,
com intervalos de precipitao 5-10 (fraca), 10-15 (moderada fraca), 15-20 (moderada), 20-25
(moderada forte), 25-30 (forte) e >30 (muito forte) apresentou quedas bruscas, quando
analisadas com os meses de janeiro, fevereiro e maro que manteve certa homogeneidade no
posto Peres de Aragaras.
Figura 4- frequncia de precipitao
ocorrida em janeiro.
Figura 5- frequncia de precipitao
ocorrida em fevereiro.
Figura 6- frequncia de precipitao
ocorrida em maro.
Figura 6- frequncia de precipitao
ocorrida em maro.
Figura 7- frequncia de precipitao
ocorrida em abril.
Figura 5- frequncia de precipitao
ocorrida em fevereiro.
32
-
A escala do grfico (figura 8, 9, 10, 11) foi mudada para melhor visualizar os dados
obtidos. Os resultados apontaram que as condies climticas nessa regio durante esses
meses o incio da estao seca, que infuncia na ditribuio de chuvas.
Observando os valores das precipitaes de Caiapnia no ms de maio, possivel
notar que este posto manteve-se na classificao de intervalo de 0-5mm (muito fraca), ao
compar com o posto de Peres de Aragaras ficando com uma mdia baixa (decrscimo) de
precipitao para o ms de maio.
<
A rea de estudo apresenta estaes bem definidas, ao analisar os perodos nos meses
de maio-julho (figura 8 e 10), pde-se notar as variaes de precipitao registrado no regime
seco e ao comporar com as condies climticas da regio Centro-Oeste Nimer (1979) aponta
que o inverno seco (junho a agosto), e as precipitaes so raras, no registrando meses de
chuvas.
Figura 10- frequncia de precipitao ocorrida em julho.
Figura 8- frequncia de precipitao
ocorrida em maio.
Figura 8- frequncia de precipitao
ocorrida em maio.
33
-
As mdias de precipitao tiveram uma queda no ms de junho os valores mximos
se manteve na frequncia de 0-5 (muito fraca) 5-10 (fraca) para os dois postos. Ao analisar
este ms o posto de Caiapnia no apresenta concetrao pluviomtrica de intervalos de
classe 20-25 (moderada forte), mais apresenta uma mdia >30 mm.
No entanto os meses que apontaram as menores frequncias foram os meses de junho
e agosto, sendo bastante inferior em relao aos quatro ultimos meses do ano. Nestes meses os
registros mostraram uma reduo significativa de precipatao para o posto de Caiapnia e
Peres de Aragaras, que j era esperado nessa regio segundo os estudos de Nimer (1979).
Para os meses de junho e agosto o posto de Aragaras apresentou uma maior
concentrao e distribuio pluviomtrica, para o primeiro ms as chuvas do posto Peres de
Aragaras se manteve na frequncia de 20-25 (moderada forte), j para o ms de agosto o
posto Peres de Aragaras no apresenta chuvas na classificao de intervalo 15-20
(moderada) e 25-30 (forte).
Figura 11- frequncia de precipitao
ocorrida em agosto.
Figura 9- frequncia de precipitao
ocorrida em junho.
Figura 9- frequncia de precipitao
ocorrida em junho.
34
-
O posto de Peres de Aragaras em perodos secos, mostraram que durante os meses
de junho, julho, agosto existe pouca concentrao de registrados pluviomtricos,
principalmente para o ms de julho. Mais torna-se interessante verificar a ocorrencia de
chuvas entre o posto Peres de Aragaras e posto de Caiapnia, as frequncias de precipitao
tiveram uma queda acentuada, onde os intervalos maiores no chegaram a vinte dias
resgistrados de precipitao isto , o ms de julho tornar-se o mais seco para os dois postos
durante o perodo de 1974-2012.
Os resultados que apesar das chuvas iniciarem primeiro na regio sudoeste (posto
pluviomtrico de Caiapnia), a distribuio de precipitao na estao seca se manteve na
regio oeste (posto pluviomtrico de Peres de Aragaras), os histogramas mostraram que o
posto de Aragaras mantem uma perodo seco e inverno, j o posto de Caiapnia uma estao
mais chuvosa.
No entanto, os meses que tiveram as maiores frequncias foram os meses de maio e
agosto, a distribuio da pluviosidade em maio, foi bastante significativa chegando a
Figura 11- frequncia de precipitao
ocorrida em agosto.
Figura 10- frequncia de precipitao
ocorrida em julho.
Figura 9- frequncia de precipitao
ocorrida em junho.
35
-
ultrapassar 50 dias registrados. J o ms de agosto foi registrada uma reduo bastante inferior
no atingindo trinta dias de precipitao ao analisar com o ms de maio.
Para os quatro ltimos meses de anlise da frequncia de chuvas no final do perdo
chuvoso, os meses de setembro, outubro, novembro e dezembro, so meses que ocorre o
perodo chuvoso (figura 12, 13, 14, 15).
A anlise consiste na retomada da estao chuvosa, isto , caracterizam os meses
chuvosos e os mais chuvosos, conforme mostra o grfico para os trinta e sete anos de registros
dirios.
Ao analisar a tendncia de precipitao para o posto de Caiapnia observa-se que o
ms de setembro ocorre os eventos de chuvas, ao fazer um comparativo com o posto Peres de
Argaras. Isso acontece por ser um ms de transio da estao seca para a chuvosa, outra
observao que na regio sudoeste inicia-se a estao chuvosa, por isso em Caiapnia
apresenta maiores ocorrencias de precipitao pluvial figura 12.
Figura 15- frequncia de precipitao
ocorrida em dezembro.
Figura 12- frequncia de precipitao
ocorrida em setembro. Figura 13- frequncia de precipitao
ocorrida em outubro.
Figura 14- frequncia de precipitao
ocorrida em novembro.
36
-
O ms de setembro foi registrada uma reduo significativa da precipitao, para os
postos de Caiaponia e posto Peres de Aragaras em todo ms, principalmente na frequncia
25-30 (moderada forte) no apresenta registros no posto de Peres de Argaras e uma grande
reduo no posto de Caiapnia.
Para o ms de outubro os intervalos de classe teve um aumento considerado por
iniciar uma estao, mesmo assim o posto de Caiapnia apresentou uma elevao de chuvas
com intervalos e 0-5 mm (muito fraca) quando comparado ao ms de julho (perodo seco) no
atingindo a maior 30 mm para os dois postos anlisados.
Durante o ms de outrubro o posto de Caiapnia e o posto Peres de Aragaras
consiste em intervalos de classe quase homogna para todas as frequncias. Os registros de
chuvas apontam que este ms os ndices pluviomtricos foram superiores ao ms de setembro.
Atrves do ms de novembro nota-se que o posto de Caiapnia e posto Peres de
Aragaras as ocorrncias de chuvas apresentam poucas variaes duante os trinta e sete anos
de anlise. Os registros mostram que o intervalo 25-30 mm (moderada forte) no houve um
aumento conciderado para os dois postos ao comparar o mesmo intervalo com o ms anteriro.
O ms de dezembro, a maior frequncia ficou no ltimo ms do ano apresentando
altos intervalos de precipitao durante, os valores mais altos se manteve na frequncia de 0-5
(muito fraca) e 5-10 (fraca) para o posto de Caiapnia. Ao analisar a mesma figura sobre
posto de Peres de Aragaras, nota-se uma alta entre os primeiros quiquenios, ou seja,
intervalos de cinco em cinco mostram que 0-5 (muito fraca), 5-10 (fraca) foram registrados
como maiores ndices pluviomtricos durante o perodo de 1974-2012, cuja o maior intervalo
>30 mm para este posto.
Figura 12- frequncia de precipitao
ocorrida em setembro.
37
-
Ao comparar os dois postos possvel de se noitar que o ms de dezembro o ms
que apresenta concentraes pluviomtricas para o posto de Caiapnia e posto Peres de
Argaras. Atrves dessa figura as menores ocorrncias de precipitao para os os dois postos
pluviomtricos ficou entre os intervalos de 20-25 (moderada forte) 25-30 (forte).
Entre so os messes que ocorrem as maiores concentraes de precipitao. O posto
de Caiapnia e posto de Peres de Aragaras mostram que ms de dezembro teve os maiores
ndices de precipitao, principalmete o posto de Caipnia que sobressai ao ms de novembro.
Os resultados para os meses de setembro e dezembro, apontam que o incio do
perodo chuvoso ocorre primeiro na regio onde se encontra o posto de Caiaponia, logo em
seguida, no posto de Peres de Aragaras. Estabelecemos os meses mais chovosos no final do
ano na figura 11 e 12 (novembro e dezembro) e incio do ano na figura 1 e 2 (janeiro e
fevereiro).
Ao longo de todo perodo analisado constatou-se em avaliar os percentuais por
intervalos de classe de precipitao mensal, como mostra as tabelas 1 e 2, correspondente ao
posto pluviomtrico de Caiapnia e o posto pluviomtrico Peres de Aragaras.
Vrios fatores devem se acrescentados na intepretao, um dos quais quando faz a
comparao entre os postos, os registros realizados pelas porcentagens dirias, e a leitura
associada aos intervalos de classe sobre os postos, essas informaes esto disponveis pelas
tabelas 1 e 2.
O posto de Caiapnia apresentou os maiores percentuais mantendo certa
homogeneidade durante os intervalos de classe, ou seja, os valores extremos registrados
mantiveram-se na frequncia de 0,1-5 para os doze meses de anlise. J o posto Peres de
Aragaras apresenta um aumento de precipitao muito fraca durante os meses, com um
divisor no ms de junho os intervalos de frequncia segue uma tendncia de diminuio de
chuvas at o ms de dezembro.
Constata-se que para o intervalo de frequncia >30 milmetros, os percentuais em
relao aos dias foram mais elevados por estarem no centro da bacia sedimentar do rio
Caiap, as maiores ocorrncias esto nos meses de janeiro, fevereiro, maro, abril, outubro
novembro dezembro para o posto de Caiapnia (tabela 1), embora considere a sua localizao,
no o bastante para explicar a variao de precipitao, no podendo desconsiderar a
dinmica atmosfrica.
Nota-se que o posto Peres de Aragaras cujo intervalo de classe >30 milmetros o
primeiro e terceiro quadrimestre so os que apresentam os maiores percentuais de dias de
38
-
precipitao. Entretanto os meses de fevereiro e dezembro indicaram as maiores ocorrncias
de chuvas para este posto (tabela 2).
importante destacar (tabela 1 e 2) que o centro das tabelas (maio, junho, julho e
agosto) apresenta os menores registros pluviomtricos, por esta iniciando o perodo seco. Para
os meses de junho e julho os registros de intervalo de classe manteve-se em zero,
principalmente o posto de Caiapnia.
Percentual de dias de Precipitao para os Intervalos de Frequncia-Caiapnia
intervalo
de
frequncia
jan.
(%)
fev.
(%)
mar.
(%)
abr.
(%)
mai.
(%)
jun.
(%)
jul.
(%)
ago.
(%)
set.
(%)
out.
(%)
nov.
(%)
dez.
(%)
( 0,1 - 5) 31,9 34,1 35,0 41,5 45,3 34,7 56,7 45,2 45,1 42,7 35,6 32,9
( 5 - 10 ) 23,5 22,9 19,1 20,4 21,1 30,6 16,7 37,1 23,4 17,4 22,7 22,5
(10 - 15) 13,7 10,7 15,0 12,8 9,4 12,2 10,0 8,1 7,1 13,5 13,1 11,6
(15 - 20) 7,2 8,7 7,3 6,7 7,8 8,2 16,7 3,2 7,1 5,5 6,6 9,9
(20 - 25) 6,7 5,2 4,8 5,4 4,7 0,0 0,0 0,0 6,0 5,3 5,4 5,6
(25 - 30) 3,7 3,6 4,8 3,2 5,5 4,1 0,0 3,2 1,6 4,0 3,9 5,8
( > 30 ) 13,3 14,8 14,0 9,9 6,3 10,2 0,0 3,2 9,8 11,6 12,6 11,7 Tabela 2- Percentual de dias de chuvas sobre o intervalo de classe durante os meses correspondente ao posto de
Caiapnia.
Percentual de dias de Precipitao para os Intervalos de Frequncia-Peres de Aragaras
intervalo
de
frequncia
jan.
(%)
fev.
(%)
mar.
(%)
abr.
(%)
mai.
(%)
jun.
(%)
jul.
(%)
ago.
(%)
set.
(%)
out.
(%)
nov.
(%)
dez.
(%)
( 0,1 - 5) 30,6 30,6 31,9 36,8 31,7 40,7 33,3 31,0 36,5 30,8 30,0 27,1
( 5 - 10 ) 18,4 19,0 17,3 23,2 22,2 33,3 25,0 34,5 27,8 23,6 17,9 21,8
(10 - 15) 14,6 13,6 12,8 8,8 14,3 7,4 16,7 10,3 18,3 12,2 12,3 10,9
(15 - 20) 8,8 7,8 10,1 8,3 11,1 7,4 16,7 0,0 7,9 6,1 10,6 12,3
(20 - 25) 7,7 6,9 7,7 5,7 6,3 7,4 8,3 10,3 4,0 7,2 6,8 6,8
(25 - 30) 4,6 4,3 5,1 3,1 4,8 0,0 0,0 0,0 0,0 5,3 4,3 5,1
( > 30 ) 15,3 17,7 15,0 14,0 9,5 3,7 0,0 13,8 5,6 14,8 18,1 16,0 Tabela 3- Percentual de dias de chuvas sobre o intervalo de classe durante os meses correspondente ao posto
Peres de Aragaras.
39
-
4.4. Variabilidade pluviomtrica anual e escolha dos anos padres.
A esttica descritiva foi aplicada para o posto de Caiapnia localizados dentro da
bacia e o posto Peres de Aragaras localizados na borda da bacia. Obteve atravs dos dados
dirios, mensais e anuais um total que possibilitou o calculo para o perodo estudo.
No (quadro 3) mostra o desvio padro dos dados anuais e o coeficiente de variao,
tornando possvel o calcular o desvio em milmetros, segundo Baldo (2006, p. 47) O desvio-
padro e o coeficiente de variao so ndices que mostram a variabilidade dos dados, quanto
maior for os valores, maior ser a variabilidade o coeficiente de variao permite comparar
os desvios-padro de regies com chuvas de diferentes intensidades.
Os resultados aplicados pelo mtodo esttico descritivo e a escolha dos anos padres
tornou-se possvel a sintetizao na forma de quadro (quadro 3) mostram uma variao
temporal e espacial de precipitao para o posto de Caiapnia e posto Peres de Aragaras. A
aplicabilidade deste mtodo foi estabelecidos valores para a escolha dos anos padres
(tendente chuvoso, chuvoso, seco, tendente seco, habitual).
Diante dos resultados, os anos 2003 apresentou o maior valor de precipitao total
com cerca de 3055,3 mm, e no ano de 1982 foi o segundo maior valor de precipitao total
com cerca de 2547,0 mm, ou seja, os anos de 1982 e 2003 so os considerados anos mais
chuvosos de todo a srie histrica para o posto de Caiapnia.
O ano de 1997 e 1980 foi os mais chuvosos, o primeiro ano apresentou 2284,90 mm
de precipitao total e 1980 o segundo maior valor de precipitao total com cerca de 2038,00
mm para o posto Peres de Aragaras.
As duas reas de estudo foram nomeadas para um trabalho mais detalhado na bacia
do rio Caiap, posto de Caiapnia e posto Peres de Aragaras, os dados apontaram que o ano
de 1980 foi o que apresentaram os maiores valores pluviomtricos para os dois postos
estudados.
importante destacar que os demais anos considerados como tendentes chuvosos
tiveram valores significativamente elevados. Para os dois postos, os valores altos foram o
posto de Caiapnia para toda a srie histrica, sendo a mnima no ano de 1988, e o posto
Peres de Aragaras foram registrados os menores valores pluviomtricos, principalmente o
ano 1994 com 297,51 milmetros.
O ano de 2012 foi o mais seco, de acordo a legenda da figura 3 excepcionalmentes
secos, para o posto de Caiapnia foram classificados cinco excepcionalmentes secos, tambm
em 1993 e 1994 foram registrados os menores valores pluviomtricos. Para o posto Peres de
40
-
Aragaras de toda a srie histrica o ano de 2010 foi excepcionalmentes secos, onde os
menores registros foram os anos 1975 e 2012.
Os anos de 1975, 1987, 2012, 2011 foram classificados como tendentes a seco por
apresentar os maiores valores ao posto de Caiapnia, j para o posto Peres de Aragaras 1979,
1984, 1993, 2005.
Aps a anlise dos dois postos pluviomtricos em uma escala temporal e espacial,
foram nomeados os anos tendentes chuvosos 1990, 1991, para posto Peres de Aragaras, por
outro lado o posto de Caiapnia apresentou apenas o ano 1975 tendente chuvoso.
Para os postos de Caiapnia os anos chuvosos 1980, 1981, 1982, 1983,
principalmente o ano de 1982, em Peres de Aragaras sobre os mesmos anos de analises do
posto anterior apontaram ocorrncia de chuvas foi em 1980 e 1983 os demais anos foram
excepcionalmentes secos. Desta forma possvel notar que as chuvas no se distribuem da
mesma maneira entre postos, durante o perodo de 1974-2010.
41
-
Quadro 3- Variabilidade da precipitao anual para a srie estudada.
ESCOLHA DE ANOS PADRO
Ano
Caiapnia Peres de Aragaras
Total Anual Desvio Padro
Total Anual Desvio Padro
mm % mm %
1975 1360,7 -177,92 -11,56 982,90 -443,79 -31,11
1976 1637,6 98,98 6,43 1398,40 -28,29 -1,98
1977 1644,0 105,38 6,85 1660,80 234,11 16,41
1978 1543,7 5,08 0,33 1817,10 390,41 27,37
1979 1571,9 33,28 2,16 1142,00 -284,69 -19,95
1980 2312,5 773,88 50,30 2038,00 611,31 42,85
1981 2258,3 719,68 46,77 903,00 -523,69 -36,71
1982 2547,0 1008,38 65,54 903,00 -523,69 -36,71
1983 2242,1 703,48 45,72 1923,00 496,31 34,79
1984 1399,0 -139,62 -9,07 1212,00 -214,69 -15,05
1985 1478,4 -60,22 -3,91 1388,30 -38,39 -2,69
1986 1397,4 -141,22 -9,18 1393,20 -33,49 -2,35
1987 1370,8 -167,82 -10,91 1286,50 -140,19 -9,83
1988 1899,5 360,88 23,45 1481,00 54,31 3,81
1989 2065,4 526,78 34,24 1894,70 468,01 32,80
1990 1097,8 -440,82 -28,65 958,70 -467,99 -32,80
1991 1420,0 -118,62 -7,71 1667,90 241,21 16,91
1992 1539,7 1,08 0,07 1711,00 284,31 19,93
1993 1156,6 -382,02 -24,83 1183,80 -242,89 -17,02
1994 1164,2 -374,42 -24,33 1724,20 297,51 20,85
1995 1488,8 -49,82 -3,24 1555,50 128,81 9,03
1996 1153,8 -384,82 -25,01 1378,80 -47,89 -3,36
1997 2057,5 518,88 33,72 2284,90 858,21 60,15
1998 1158,9 -379,72 -24,68 1495,20 68,51 4,80
1999 1319,2 -219,42 -14,26 1289,50 -137,19 -9,62
2000 1326,6 -212,02 -13,78 1407,40 -19,29 -1,35
2001 1503,6 -35,02 -2,28 1217,30 -209,39 -14,68
2002 1313,0 -225,62 -14,66 1176,30 -250,39 -17,55
2003 3055,3 1516,68 98,57 1215,60 -211,09 -14,80
2004 1856,4 317,78 20,65 1759,10 332,41 23,30
2005 1713,7 175,08 11,38 1233,40 -193,29 -13,55
2006 1467,3 -71,32 -4,64 1511,90 85,21 5,97
2007 987,4 -551,22 -35,83 1242,10 -184,59 -12,94
2008 1020,9 -517,72 -33,65 1422,90 -3,79 -0,27
2009 1450,6 -88,02 -5,72 1636,40 209,71 14,70
2010 1283,5 -255,12 -16,58 893,80 -532,89 -37,35
2011 1369,1 -169,52 -11,02 1397,80 -28,89 -2,02
2012 860,8 -677,82 -44,05 1055,80 -361,13 -25,49
Mdia 1538,62 1416,93 Desv. Padro 496,20 330,14 Coef. De Var. 32,25 23,30
NDICES DE PADRES
EXCEPCIONALMENTES SECOS < -20%
TENDENTES A SECO entre -20 e -10
HABITUAL entre -10 e 10
TENDENTE A CHUVOSO entre 10 e 20
EXCEPCIONALMENTE CHUVOSO 20%
42
-
Nota-se que os maiores valores considerados anos habituais foram 2007, 2008, sobre
o posto de Caiapnia, e os menores registros foram os anos de 1978, 1979 o ltimo chegou a
0,40 % isso em milmetros corresponde 6, 29. O posto Peres de Aragaras 1987, 1995 so os
maiores percentuais de anos habituais, e os menores 1976, 2008 o ltimo chegou a -0,27 em
milmetros correspondem -3,79.
Enquanto que o posto de Caiapnia entre os anos de 2004 2009 foram anos
habituais, o posto Peres de Aragaras apresentou as cinco modalidades de anos padres
(excepcionalmentes secos, tendente a seco, habitual, tendente chuvoso, excepcionalmente
chuvosos).
Uma anlise geral do anos padro identificados na srie histrica apontou que,
apesar dos dois postos estarem na mesma bacia os mesmos no apresentaram o mesmo padro
de precipitao, ou seja, os anos padro no so iguais. Caiapnia as chuvas so mais
elevadas e bem distribudas, por outro lado, o posto Peres de Aragaras ocorreu quedas
significativas de precipitao.
43
-
V. CONSIDERAES FINAIS.
Ao trmino desta pesquisa, de acordo com as abordagens tericas e a aplicao de
mtodos empregados, podem-se confirmar os valores esperados sobre a variabilidade
pluviomtrica na regio Centro-Oeste.
Os resultados mostram que houve sim uma variao na precipitao para o posto de
Caiapnia e posto Peres de Aragaras para a srie estudada, com os menores volumes de
precipitao nos meses de junho, julho e agosto e os maiores volumes de chuvas para os
meses de janeiro, fevereiro novembro dezembro. O posto de Caiapnia apresenta maior
uniformidade na distribuio de intervalos de frequncia, quando comparada ao posto Peres
de Aragaras.
Na variabilidade percentual constata-se que, os maiores valores mensalmente de
precipitao ocorreram na frequncia no centro da bacia do rio Caiap, no posto de
Caiapnia, mostrou que o perodo chuvoso inicia-se no ms de setembro ocorrendo um
acrscimo de precipitao at dezembro, ao contrario, o posto de Aragaras apresentou os
menores valores mensais durante anlises das frequncias. Para os dois postos de anlise os
histogramas e as tabelas indicam que as chuvas iniciam primeiro no posto de Caiapnia, e
logo em seguida o posto de Peres de Aragaras.
Assim para classificao do anos padro chuvoso e seco para o perodo 1974-2012
foi constatado durante esses anos irregularidades de precipitao (totais de precipitao)
excepcionalmentes chuvosos e excepcionalmentes secos no posto de Caiapnia e posto Peres
de Aragaras.
A anlise da variabilidade de precipitao entre esses postos, demostrou a
importncia de estudos tericos e aplicabilidade de tcnicas para o detalhamento de reas
menores numa escala temporal e espacial. Mesmo assim outras leituras devem ser realizadas,
podendo trazer uma melhor distribuio do regime pluviomtrico de acordo com intervalos de
classe e anos padres para a regio Centro-oeste.
44
-
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ABSBER, A. N.; COSTA JNIOR, M. Contribuio ao estudo do Sudoeste Goiano. Boletim Paulista de Geografia, So Paulo, v. 2, n. 4, p. 3-26, 1950. pp. 10, 18, 23, 24.
AYOADE, J. O. Introduo climatologia para os trpicos. 3 edio. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 1983. p. 128-129.
BALDO, Maria Cleide. Variabilidade Pluviomtrica e a Dinmica Atmosfrica na Bacia
Hidrogrfica do Rio Iva PR. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Regional e Planejamento Ambiental) Universidade Estadual Paulista. Presidente Prudente 25 de abril de
2006. P.172.
BARROS, Juliana Ramalho. A Chuva no Distrito Federal: O Regime e as Excepcionalidades
do Ritmo. Dissertao (Mestrado em Geografia) Universidade Estadual Paulista - Instituto de
Geocincias e Cincias Exatas Campus de Rio Claro. Rio Claro (SP) 2003. p. 105-106.
BOIN, M. N. Chuvas e Eroses no Oeste Paulista: Uma Anlise Climatolgica Aplicada.
2000. 264 f. Tese (Doutorado em Geocincias e Meio Ambiente) Instituto de Geocincias e Cincias Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro (SP), 2000. 264. p.;II.
HIDROWEB. Disponvel em: http://hidroweb.ana.gov.br, acessado em 05/05/2013.
MARCUZZO, Francisco Fernando Noronha. CARDOSO, Murilo Raphael Dias. FARIA,
Thiago Guimares. CHUVAS NO CERRADO DA REGIO CENTRO-OESTE DO
BRASIL: anlise histrica e tendncia futura. Agosto de 20012. Disponvel em:
. Acesso em: 02/05/
2013.
MARIANO, Zilda de Ftima. A IMPORTNCIA DA VARIVEL CLIMTICA NA
PRODUTIVIDADE DA SOJA NO SUDOESTE DE GOIS. Tese (Doutorado elaborada
junto ao Programa de Ps-Graduao em Geografia) - rea de Concentrao em Organizao
do Espao, para a obteno do Ttulo de Doutor em Geografia, Rio Claro, 2005.
MENDONA, F. A.; DANNI-OLIVEIRA, I. M. CLIMATOLOGIA NOES: Bsicas e
Climas do Brasil. Oficina de Textos. v. 1. So Paulo- SP, 2007.
MONTEIRO, Carlos Augusto de Figueiredo. Notas para o estudo do clima do Centro-
Oeste brasileiro. Revista Brasileira de geografia, 1951.
MONTEIRO, Carlos Augusto de Figueiredo. Anlise rtmica em climatologia. So Paulo:
USP/Igeog, 1971 (Climatologia, 1).
NASCIMENTO, Maria Amlia Leite S. Geomorfologia do Estado de Gois. Boletim
Goiano de Geografia: Instituto de qumica e geocincias-departamento de geografia, vol. 12
n1. Rio de Janeiro-RJ, 1992. p. 19.
45
-
NIMER. E. Clima. In: Geografia do Brasil: regio Centro-Oeste. Fundao Instituto
Brasileiro de Geografia e Esttica. IBGE. 1977. Centro de Servios Grficos, Rio de Janeiro-
RJ.
NIMER, Edmon. Climatologia do Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica, n.
4. Rio de Janeiro-RJ, 1979.
PEREIRA, R. C. G., DA PAZ, R. F. e AMORIM, A. O. Estao chuvosa 2008-2009 do
Estado de Gois: analise e relao com o fenmeno la nia. In: XVI Congresso Brasileiro de Agrometeorologia 22 a 25 de Setembro de 2009. Anais do XVI CBA. GranDarrell Minas Hotel, Eventos e Convenes Belo Horizonte MG. p. 9
RIBEIRO, Arnaldo de Arajo. SARTORI, Maria da Graa Barros. PRODUO
ARROZEIRA NA REGIO CENTRAL DO RIO GRANDE DO SUL: Variabilidade de
Produo Regionalizada no Perodo de 1996 a 2006. 8 Simpsio Brasileiro de Climatologia
Geogrfica, agosto de 2008-Alto Capara/MG.
SANT'ANNA NETO, J. L. A gnese da climatologia no Brasil: o despertar de uma
cincia; Geografia 2003. Disponvel em: http://www4.fct.unesp.br/ docentes/geo/
joaolima/a%20genese%20da%20climatologia%20no%20brasil%20o%20despertar%20de%20
uma%20ciencia.pdf. Acesso em 02/04/13, 16h: 46m
SILVA, J. W. da, Guimares, E. CARVALHO. TAVARES, M. Variabilidade temporal da
precipitao mensal e anual na estao climatolgica de Uberaba-MG. Cinc. agrotec., Jun
2003, v. 27, n.3, 665-674. In: Disponvel em: <
http://www.scielo.br/pdf/cagro/v27n3/a24v27n3.pdf>. Acesso em: 31/01/2012. 10h15min. p.
01.
SORIANO, Balbina M. Arajo. GALDINO, Srgio. Anlise da distribuio da freqncia
mensal de precipitao para a Sub-regio de Nhecolndia, Pantanal, Mato Grosso do Sul,
Brasil. EMBRAPA Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 2002. pp. 22, 34.
SORRE, Max. Objeto e Mtodo da climatologia. Primeiro captulo traduzido pelo professor
Dr. Jos Bueno Conti. Revista do Departamento de Geografia, p. 90, 1934.
SOUZA, Vinicius Alexandre Sikora de; NASCIMENTO, Rhayanna Kalline do; FURTADO,
Ronei da Silva; ROSA, Ana Lcia Denardin da. ANLISE DE EVENTOS
PLUVIOMTRICOS EXTREMOS NO MUNICPIO DE JIPARAN, RONDNIA.
Revista Pesquisa & Criao, v. 10, n. 2, 2011. Disponvel em:
http://www.periodicos.unir.br/index.php/propesq/article/download/420/470>. Acesso em: 30
out. 2012.
TEXEIRA, Celimar Azambuja. APOSTILA DE HIDROLOGIA APLICADA. Curitiba, p. 53,
2010.
TORRES, Filipe Tamiozzo Pereira. MACHADO, Pedro Jos de Oliveira. As Massas de ar.
In: ____________. Introduo Climatologia, CENGAGE Learning, 201, So Paulo-SP.
1979. p. 117.
46
-
TORRES, Filipe Tamiozzo Pereira. MACHADO, Pedro Jos de Oliveira. As Massas de ar.
In: ____________. Introduo Climatologia, CENGAGE Learning,
201, So Paulo-SP. 1979. p. 117.
ZANDONADI, Leandro. AS CHUVAS NA BACIA DO PARAN: ASPECTOS
TEMPORAIS, ESPACIAIS E RTMICOS, Dissertao (elaborada junto ao Programa de
Ps-Graduao em Geografia) - rea de Organizao do Espao, para obteno do Ttulo de
Mestre em Geografia. Rio claro, So Paulo-SP, 2009.
ZAVATTINI, Joo Afonso. As chuvas e as massas de ar no estado de Mato Grosso do
Sul: estudos geogrficos com vista regionalizao climtica. So Paulo: Cultura Acadmica, 2009. p. 256.
47