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Estudar e acompanhar as transiçõesagroecologicas :
innovações metodologicas
Claire Lamine, sociologaINRA- SAD, Avignon
II24 e 25 de novembro de 2016
Universidade Estadual de Maringá – Maringá - Paraná
1. Requisitos metodologicos
2. Abordagens da transição agroecologica combinando varias escalas de trabalho
Escala do agricultor / mudanças de praticas
Escala dos grupos de produtores
Escala da cadeia de produção
Escala do territorio
Escala das politicas publicas e debates de sociedade
3. Papel e contribuções dos sociologos
4. Deasafios da transdisciplinaridade
Trajetoria de pesquisa
3
Sistemaagrialimentar
Produtores
Agro industrias
Mercados
Extensãorural, pesquisa
Politicaspublicas
Consumidoressociedade civil
Mudanças/eco-logisação naspraticas dos consumidores
Amap e sistemasalternativos
Trajectorias de produtores e de collectivos
Bloqueios nascadeias
Transições para a agriculturabiologica na escala territorial
Ecologisação da innovação varietal
Surgimento e institutionnalisaçãoda AO e da agroecologia na França e no Brasil
Dispositivosde tutoriapara novosagricultores
1. Requisitos metodologicos
• … dependem da visão da agroecologia que escolhemos (+ tecnicista/sistêmica; + agricola/agri-alimentar etc.)
Os princípios “historicos” de M. Altieria agroecologia como a aplicação de princípios ecológicos para a agricultura.
a) reciclagem da biomassab) solo (manejo da matéria orgânica)c) minimizar as perdas relativas de radiação solar, de ar e de águad) diversificar específica e geneticamente o agroecossistema no tempo e no espaço; e) aumentar as interações biológicas e os sinergismos entre os componentes da biodiversidade
+ princípios “socio-economicos” o “etico-politicosFavorecer a autonomia dos produtores e dos sistemas agrialimentares territorializadosValorisar a diversidade dos saberes
-> como implementar concretamente essos princípios?
Princípios metodologicosTomar en conta os processos de transição no longo prazo (trajetorias / analise socio-historica)……e a multidimensionalidadeUma abordagem sistemica (analisar as interdependencias)Favorecer dispositivos de pesquisa participativa
2. Questões vindo dos atores
Perspectiva analitica(produção de conhecimento para a analise)
Perspectiva transformativa(produção de
conhecimento para a analise E a ação)
Ex. Condiçõesd’adoção de practicas/tecnologiasecologicas
1. Questões vindo da pesquisa
Ex. Condiçõespara a ecologisação do sistemaalimentarterritorial
Confrontação aoestado e aos desafiosscientificos e transformação emquestões de pesquisa
Deconstruir/reformular as questões de pesquisa
20% de organicosem 2020
2. Abordagens da transição agroecologica combinandovarias escalas
Perspectivaanalitica(produção de conhecimentopara a analise)
Perspectivatransformativa
(produção de conhecimento
para a analise E a ação
Escala « ampla »…………………………
Escala « focada »……………………….
Analise dos bloqueios para a ecologisaçãoda cadeia
Pesquisa-açãosobre a ecologisação dos sistemasagrialimentares
Projetoparticipativocom um grupode agricultoresproduzindo os seus sementes
Analise de trajetorias de transição para a agroecologia
Analise da construção e dos efeitos do programaagroecologico
2.1. A escala do agricultor/da propriedade- Uma abordagem multidimensional da transição para a AO, num longo prazo da trajetoria dos agricultores (produçao, tecnicas, mercado, redes etc.)
➢ tipologias de trajetorias : progressivo / direto ; mas/menos preparado
➢ Analisavel com os agronomos (grille ESR)
➢ O via a abordagem da resiliença
➢ As trajetorias de produtores, comoreferencias “situadas”, encarnadas
Transition vers l’AB, Lamine et Perrot, 2006
Farmers’ networks (other farmers, marketactors, local agrifood system, civil society)
Farm structure(land, labour force, equipment)
Farmers’ capacities(to innovate, learn new ways of producing or marketing, reconfiguring assets and activities)
Strategy 3 Optimising on-farm
resources and activitiesStrategy 2
Outlets diversificationStrategy1
Production diversification
Short term shocks(low prices, climateevent, pest attack etc.)
Long term stresses(economic crisis, demand of society for pesticide reduction, lasting technical difficulties etc.)
E.g. Finding a new outlet
E.g. Launchinga new production
E.g. Transformingdamaged fruits
E.g. Adapt availableequipment
E.g. Developingagritourism
Resilience factors
Résilience des exploitations Lamine et al., 2014
2.2. A escala dos coletivos de agricultores
- Analise das dinamicas coletivas de transição (reduçãode insumos, agroecologia)
-> como se construem otros criterios e figuras de excelência profissional (em vez do rendimento /campos limpos etc.)
-> modos de acompanhamento mais ‘bottom-up’ o mais‘top-down’
- Analise dos modos de construçãoet circulação dos conhecimentosdentro de grupos em agroecologia(Projeto ObsTAE) -➢ valorisação da singularidade➢ papel das experimentações
coletivas
➢ co- construção de um protocolode seleção participativa
Groupe Vergers+Durables : Um grupo de produtores-extensionistas-pesquisadores
• Integrar os objetivos de tudos os atores
• Integrar os conhecimentos empiricos e cientificos
• Integrar as specifidades locais
• Um grupo criado faz 10 anos com produtores, extensionistas, pesquisadores comuma motivação comun pela conceção de pomares alternativos e sustentaveis
• Uma reunião tematica anual com intercambios, visitas, intervenções de pessoasexteriores, oficinas de co-construção
Brainstorming
Visitas de pomares
Troca de experenças e conhecimento
Entrée en vigueur du marché unique pour les
fruits
OCM Fruits: retrait des excédents par les GP
Politique de rénovation des vergers
Programmes intégrés méditerranéens (PIM):
aide à l'irrigation
1er rapport sharka
Charte nationale d'expérimentation
fruitière
2ème rapport sharka Plan Devos
Plan Écophyto 2018
2ème réforme OCM
Création du GEFEL
Création des A.OPLancement d'un GIS
Fruits
Création du groupe CTPS "Faibles intrants"
Jan'65 Jan'70 Jan'75 Jan'80 Jan'85 Jan'90 Jan'95 Jan'00 Jan'05 Jan'101980 19901970 2000 20101960
10
STRUCTURAL CRISISQUALITY AND PROXIMITY
MARKET
DIVERSIFICATION
?
Brokers Whole sale markets Major retailers’ platforms
Migration-extension phase 1 (Valence area and Rhône valley)
Migration-extension phase 2 (Gard)
Extension Phase 3 (furthersouth)
INTENSIFICATION / EXTENSION OF AREAS
AND CALENDAR
Uma analise socio-
historica co-construida
com os atores
Participantes (grupo de trabalho) : pesquisadores, camaras de agricultura, produtores, grupos de comercialisação
Ecologisação na produção fruteira (projeto Prunus)
2.3. A escala da cadeia
bloqueios
Pépiniéristes CEP
HybrideursINRA
Arboriculteurs
Représentant d’OP
Sociologues
Agronomes
Pépiniéristes CEP
HybrideursINRA
Arboriculteurs
techniciens, évaluateurs
Représentant d’OP
Sociologues
Agronomes
CONSTRUCTION D’ IDEOTYPESSCIONS,
GREFFONS
VARIÉTÉS
Hybridation
Consommation
Production
Structures de 1ère mise en marché (coop, OP, etc.)
Structures de 2ème mise en marché (GMS, grossistes, etc.)
Édition
Multiplication
SEFRA
Ctifl
Techniciens, évaluateurs
Techniciensconseillers
Techniciens, conseillers
Analise do sistema de innovaçãovarietal = vertical
…organisação de 3 seminarios de co-construção de variedades com os
diferentes atores
Grupo 1+ experimentaçõa, obtentores, viveiristas, pesquisa organica, ensinoagricola etc.
2.4. A escala do sistema agrialimentar territorial
- Analise das diversas initiativas(alternativas/não)
➢ dinamicas de ecologisação resultam de conjunto de initiativas e articulaçao de dimensões (produção, alimentação, paisagem…) (=> governança territorial)
- Analise das interdependencias entre oscomponentes e dos mecanismos de mudança no tempo
➢ alternativas se reforçam, e conseguem a influençar o sistema dominante, cuandomudam nos differentes components (politicas publicas, initiativas de atoreseconomicos, agricultores etc.)
➢ Fases de analise (distanciada) e de co-construção
Co-construção de projetos de pesquisa-ação
Mudançasnas praticasalimentares
dispositivosde tutoriapara novosagricultores
Produção de variedadescamponeses
Projets alimentaresterritoriais
Sistemaagrialimentar
Produtores
Agro industrias
Mercados
Extensãorural,
pesquisa
Politicaspublicas
Consumidores
sociedadecivil
2.5. A escala das politicas publicas e dos debates sociais
Analise das dinamicas de institutionalisação da agroecologia
➢ Na França, um referential abrangente (desde 2012) ; no Brasil, um referential focado na agricultura familiar e na inclusão social
➢ A fabrica social da agroecologia entre o mundoagricola, o mundo academico, a sociedade civil e osgestores publicos
➢ processos de « re-differenciação » (Lamine, 2015)
• dentro da agricultura ecologica, ligados as criticas sobre a agricultura biológica “intensiva”, e à vontade de se diferenciar de uma forma de ecologização“desviante”
• entre differentes visões da agroecologia, ligados aoprocesso de institutionalização (emergência duma agroecologia camponesa en frente do modelo politico-cientifico)
2.5. A escala das politicas publicas e dos debates sociais
Analise das dinamicas de institutionalisação da agroecologia
Comparação França/Brasil ; o caso du Parana (ProjetoCapes-Cofecub, IDAE)
➢ allianças diferentes :
• na França, entre movimentos camponeses e cidadãos(e certos pesquisadores) em frente da agroecologiagovernemental e para inclusao da questão alimentar
• no Brasil, entre movimentos camponeses, academicos, gestores (a traves de trajetorias entre essos mundos)
➢ +/- articulação das politicas agricolas e alimentares (e instituções). Cf PNAE/PAA brasileiro
➢ Riscos de exclusão de produtores, consumidores, e regiões – questão da equidade social e territorial no acesso as tecnicas alternativas (extensão rural), aosmercados alternativos, e aos produtos ecologicos
analise documentaria(PRAE, PNAE, SAN, Emater), atas, forums etc.)entrevistasObservação de varias arenas (espaços de interações entre esses mundos)
July 2012
interactions between social movements,
scientific networks, and policy making
France
1st institutionalisation
of OF&F (labels) 1st law
Altieri book about
agroecology, P.Rabbhi
European regulation
‘Conventionalised’ OF
‘Resistant’ OF
Agro-Ecology
1970s 1980 1992 1990s 2000s
Brazil
Alternative
agricultures
Institutionalisation
of alternative agric.
Regional
institutionalisation
of OF
1970s 1980 1992 1999 2003
1st law
on OF
MDA
law on ABE incl.
Agroecology + its
institutionalisation
Progressively institutionalised OF
Diversification of ecological
agricultures
Agro-Ecology Alternative agricultures
Congress of
agroecology Albi
Influence of international debates
Lamine et al., IRSA, 2012
Politiques AF
Parana
1980 1989 1995 2000 2002 Lula 2004 2011
PR AE
1 EBAA
Prorural PR Rural
MS – Assessoar,
AS-PTA, MST,
etc.
IVV/ Univ
1e Feira verde
AOPA (pdr bio)
Rede Ecovida
Jornada
de AE
Cursus
Progr IAPAR
CPRA
Emater/AE
CEDRAF
Camara AE/AO
PNAE
ACOPA
(conso)
3. Papel e contribuição da sociologia
Papel analitico : uma perspectiva socio-historica, sistêmica e pragmatista para analisar…
dinamicas historicas, bloqueios, fenomenos de exclusão, relações de poder etc.
motivações, freios, mecanismos de mudança nas trajetorias dos atores
as diversas visões e as controversas
as politicas publicas e os seus efeitos, as formas de governança alimentar
Combinar um enfoque sobre as transições (etapas, processos, fatores facilitantes etc.), com um enfoque sobre a diversidade e os conflitos de visões
Papel numa perspectiva transformativa (como qualquer pesquisador) :
A partir das investigações, propor questões de pesquisa que pode ajudar na ação
A partir de dispositivos de pesquisa-ação, mobilisar otras competenciascientificas para tratar das questões situadas contribuindo nos frontes de pesquisa
4. Desafios da transdisciplinaridade
Quem implicar ? actores “afetados” mais que mandatatos (cf Joly, 2011) o representantes, reconhecendo a heterogeneidade das categorias classicas
… atores que encarnar os differentes componentes to sistêma estudiado
Como implicar os atores ? Differentes escalas e modalidades de implicação dos atores (grupo de pilotagem/arenas amplas etc.)
Que papel dos atores na pesquisa ? Na orientação do projeto, no “framing” das questões, na produção de conhecimentos, na experimentação de soluções (Popaet al., 2015)
Entre abordagem “systemas complexos” e abordagem “extended peer community” (cf Funtowicz et Ravetz, 1993)
PerspectivasystemascomplexosTomar em conta os atores para analisar o fenomeno
Perspectivaextended peercommunityTomar em conta os atores para co-construir a pesquisa e a ação
Escala « ampla »…………………………
Escala « focada »……………………….
Analise dos bloqueios para a ecologisação da cadena
Construçãocoletivas de variedadessustentaveis
Co-construção dumprotocolo para a produção de sementes
Analise de trajetorias de transição para a agroecologia e dedinamicascoletivas
Conclusões
Temporalidade : a implicação dos atores e progressiva, certos atores primerioestudiados depois se implicam na construção do projeto de pesquisa seguinte
Adaptação : os atores são afetados pelo processo departicipação, o que as vezesleva a adaptar as modalidades
Diversidade : a implicação dos atores na produção de conhecimentos supõeprocessos iterativos, e varios modos e formatos de comunicação
« o futuro compartilhado » o « comunidade de destino » (Lyson, 2004): isso creauma responsabilidade compartilhada (os atores não so são vitimas de mudançasexteriores)
“reflexividade relational” (Lamine et Noe, 2016): a tomada de consciença de nosinterções/interdependencias com os otros mas tambem dos otros entre eles
Alternância : tudo não tem que ser pesquisa-ação, tem que alternar fases e posturas analiticas/transformativas