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REV. BRAS. PSICOTER., PORTO ALEGRE, 20(2), 10-27, 2018 9
Estratégias dE coping Em indivíduos com transtorno por uso dE substâncias: rEvisão sistEmática dE litEratura
ISSN 2318-0404I
RBPsicoterapiaRevista Brasileira de PsicoterapiaVolume 20, número 2, agosto de 2018
ARTIGO ORIGINAL
Estratégias de coping em indivíduos com transtorno por uso de substâncias: revisão sistemática de literatura*
Coping strategies in individuals with substance use disorder: systematicliterature review
Estrategias de afrontamiento en individuos con el trantorno por uso desustancias: revisión sistemática de literatura
Isabella Carvalho Oliveira Rochaa
Ederaldo José Lopesb
a UniversidadeFederaldeUberlândia,ProgramadeAtençãoaoDependenteQuímico/OficinadaVida(PADEQ)
–DiretoriadeQualidadedeVidadoServidor–Uberlândia–MG–Brasil.Universidade Federal de Uberlândia, ProgramadePós-GraduaçãoemPsicologia/InstitutodePsicologia–Uberlândia–MG–Brasil.
b UniversidadeFederaldeUberlândia,ProgramadePós-GraduaçãoemPsicologia/InstitutodePsicologia–Uberlândia–MG–Brasil.
DOI:10.5935/2318-0404.20180018
Instituição: Universidade Federal de Uberlândia
Resumo
Otranstornoporusodesubstâncias(TUS)éconsideradocomplexo,dedifíciltratamentoesuacompreensão
envolvefatoresbiológicos,psicológicos,sociaiseambientais.Nessecampo,aTerapiaCognitivoComportamental
temsidoomodelode tratamentomaisamplamenteutilizadoede reconhecidaefetividade.Estudos têm
relacionadoadependênciadesubstânciasaestratégiasineficazesdeenfrentamentodassituaçõescotidianas
* EsteartigoéderivadodepartedaintroduçãoteóricadadissertaçãodemestradoemandamentonoProgramadePós-graduaçãoemPsicologiadaUniversidadeFederaldeUberlândia.
AgradecemosàCAPESpelofinanciamento.
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isabElla carvalho olivEira rocha, EdEraldo José lopEs
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deestresse.Nessesentido,opresenteestudoconduziuumarevisãosistemáticadeliteraturadosúltimos10
anos,comafinalidadedeidentificarestudosnacionaiseinternacionaisqueavaliemestratégiasdecoping
em indivíduos comTUS.Aofinaldaanálise,onzeestudos foram identificados, revelandoqueestratégias
desadaptativasdecoping, comoosestilosdeenfrentamentoevitativoe focadonaemoção, sãoosmais
frequentesempopulaçõesclínicas.Apesardasdivergênciasentreosprincipaisachados,todosconvergempara
aconclusãodequeoenfrentamentoineficazdoestressepodeestarnabasedaetiologiaemanutençãodoTUS.
Palavras-chave: Coping;Estratégiasdeenfrentamento;Transtornoporusodesubstâncias;Abusodesubstâncias;
Dependênciadesubstâncias.
Abstract
Substance use disorder (SUD) is considered complex and difficult to treat.Its understanding involves
biological,psychological,socialandenvironmentalfactors.Inthisfield,CognitiveBehavioralTherapyhasbeen
consideredthemostwidelyusedtreatmentmodelwithrecognizedeffectiveness.Researcheshaveassociated
substancedependencetoineffectivecopingstrategiesineverydaystressfulsituations.Therefore,thepresent
studyconductedasystematicreviewofliteraturepublishedoverthepast10years,inordertoidentifynational
andinternationalstudiesthatevaluatecopingstrategiesinindividualswithSUD.Attheendoftheanalysis,
elevenstudieswere identified,showing thatmaladaptivecopingstrategies,suchasavoidantandemotion-
focusedcopingstyles,arethemostprevalentinclinicalsamples.Despitethedivergencesbetweenthemain
findings,allofthemconvergetotheconclusionthatineffectivewaysofcopingwithstressmayunderliethe
etiologyandmaintenanceofSUD.
Keywords:Coping;Copingstrategies;Substanceusedisorder;Substanceabuse;Substancedependence.
Resumen
El trastornoporusodesustancias (TUS)esconsideradocomplejo,dedifícil tratamientoysucomprensión
implicafactoresbiológicos,psicológicos,socialesyambientales.Enestecampo,laTerapiaCognitivaConductualha
sido el modelo de tratamiento más ampliamenteutilizadoydereconocidaefectividad. Investigacioneshan
relacionado ladependencia de sustancias a estrategiasineficaces de afrontamiento de lassituaciones
cotidianasdeestrés.Enestesentido,elpresenteestudiocondujounarevisiónsistemáticadeliteraturade
losúltimos10años, comelfinde identificarestudiosnacionalese internacionalesqueevalúenestrategias
de afrontamientoenindividuosconTUS.Al final delanálisis, se identificarononceestudios, revelandoque
estrategiasdisfuncionales de afrontamiento, como los estilos evitativo y centradoenlaemoción, sonlos
más frecuentesenpoblaciones clínicas.Apesarde lasdivergencias entre losprincipalesresultados, todos
convergenparalaconclusióndequeelafrontamientoineficazdelestréspuedeestarenlabasedelaetiologíay
mantenimientodeltrastornoporusodesustancias.
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Estratégias dE coping Em indivíduos com transtorno por uso dE substâncias: rEvisão sistEmática dE litEratura
ISSN 2318-0404I
Palabras clave:Afrontamiento;Estrategiasdeafrontamiento;Transtornoporusodesustancias;Abusode
sustancias;Dependenciadesustancias.
OconsumodesubstânciaspsicoativasnoBrasilenomundotematingidoníveisalarmantesacada
ano e, por isso, é consideradoumagrandepreocupaçãosocialedesaúdepúblicamundial.Sabe-sequeo
usodeálcooleoutrasdrogastambémestádiretamenterelacionadoaproblemasrelevantescomoviolência
doméstica,lesõescorporais,tentativaseatosdehomicídioesuicídio,alémdeprejuízosemrelacionamentos
interpessoaisedeordemocupacional.Atualmente,quase30milhõesdepessoasnomundousamdrogasde
formaproblemáticaedesenvolvemtranstornosrelacionadosaoconsumodesubstâncias¹.
SegundooManualDiagnósticoeEstatísticodeTranstornosMentais(DSM-5)²,otranstornoporusode
substâncias(TUS)consisteemumpadrãosintomáticocognitivo,comportamentalefisiológicodeusocontínuoda
substânciaapesardeproblemassignificativos.Envolvecritériosdebaixocontroledousodasubstância,prejuízo
social,consumoarriscado,alémdecritérios farmacológicos².Porserconsideradoumtranstornocomplexo
edeetiologiamúltipla,suacompreensãoenvolvefatoresbiológicos,psicológicos,sociaiseambientais.Tais
fatores,deformaintegrada,ajudamaexplicaroporquê,estabelecidaadependência,étãodifícilabandoná-la³.
Estudostêmdemonstradoarelevânciadacompreensãodecomportamentosecogniçõesdisfuncionais
paraotratamentodadependênciae,nessesentido,aTerapiaCognitivoComportamental(TCC)temsidoo
modelodeterapiamaisamplamenteutilizadoedereconhecidaefetividade4.Nestaabordagem,opreditor
maisimportantedarecaídaéaincapacidadedoindivíduodeutilizarestratégiasdeenfrentamentoefetivas
ao lidarcomsituaçõesdealto risco.ParaMarlatteDonovam³,emmomentosdeproteçãoàabstinência,
o indivíduo fazusodeestratégias cognitivase comportamentais, adaptativasounão,disponíveisemseu
repertório,denominadashabilidadesdeenfrentamento.Opressupostoéque comportamentosaditivos
podemsermantidosporumamaneiradesadaptativadelidarcomsituaçõescotidianasdeestresse,istoé,
umdesequilíbrioentreasexigênciasdoambienteeosrecursosprópriosdoindivíduo,levandoaquelescom
repertóriosdehabilidadesdeenfrentamentopoucodesenvolvidosautilizaremasubstânciacomotentativade
restabeleceroequilíbrio5.SegundoopressupostodeLazaruseFolkman6, o conceito de copingsedefinecomo
osesforçoscognitivosecomportamentaisparamanejardemandasespecíficasinternase/ouexternas,avaliadas
comosobrecarregandoouexcedendorecursosdoindivíduo.Emborafaçapartedeumateoriamaisamplade
enfrentamento,taldefiniçãoseaplicaperfeitamenteaocontextoespecíficodadependênciadesubstâncias5.
Nesse sentido,pesquisas têmbuscadoavaliar aestruturaeos resultadosdoenfrentamentoentre
indivíduoscomproblemasnousodesubstâncias,demonstrandoqueestratégiasdeenfrentamentoadequadas
podem prevenir a recaída do uso de drogas7,8,9.Umestudocompacientestabagistas10identificouqueocraving
(fissura)maisintensopodelevaroindivíduoautilizarestratégiaspoucoeficientesnacontençãodasemoções
enoenfrentamentodesituaçõesderiscoderecaída.Forysetal.11indicaramquequantomaiororepertório
deestratégiasdeenfrentamento,menoroconsumodeálcool,osproblemasrelacionadoseafrequênciade
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usodeoutrasdrogas.Damesmaforma,emumestudocomusuáriosdeheroína,osparticipantesqueestavam
abstinentesdemonstrarammaiorusoderespostasdeenfrentamentoemcomparaçãoaosparticipantesque
tiveramlapsosourecaídas12.
De fato,o treinamentodehabilidadesdeenfrentamento temsidoutilizadocomouma ferramenta
importantenotratamentodotranstornoporusodesubstâncias,atravésdeumapráticasupervisionadano
usodehabilidadesdeenfrentamentoquedevemserparticularmenteúteisnadiminuiçãodaprobabilidadee
gravidadedarecaída.Estudosdemonstramqueensinarmaneirasdeidentificarelidarcomsituaçõesdealto
risco resulta em recaídas menores e menos graves13.
Nessesentido,oentendimentodasestratégiasdecopingcomoelementosimportantesquepredispõem
os indivíduos ao uso abusivo de substâncias se mostra essencial para possibilitar o desenvolvimento de
intervençõesmaisdirecionadaseefetivasecolaborarparaummelhorplanejamentodoprocessodeinterrupção
do uso, bem como prevenir a recaída14.Apartirdoexposto,destaca-searelevânciadopresenteestudopor
possibilitarpensaremestratégiasmaiseficazesdeprevençãoetratamentodoTUS.Assim,osobjetivoscentrais
destarevisãodeliteraturaconsistememlevantarestudosnacionaiseinternacionaisqueinvestiguemdiferentes
estratégiasdecopingemindivíduoscomTUS,analisandoecomparandoosresultadosentreosdiferentes
estudos.Alémdisso,arevisãotemcomofocoidentificarpossíveislacunasnessaáreadeconhecimento,afim
defomentarpesquisasfuturas.
Método
Paraolevantamentodosestudos,optou-sepelasbasesdedadosLilacs,Scielo,Pubmed,APAPsycNet
eGoogleAcadêmico,por serem referêncianabuscadeartigosnacionais e internacionaisno campoda
Psicologiaesaúdementalemgeral.OmétododerevisãofoibaseadonoscritériosdoPRISMAStatement
(Transparentreportingofsystematicreviewsandmeta-analysis)15,optando-seporumlevantamentodeartigos
publicadosnosúltimos10anos,entre2008a2017,erestringindo-seaestudosescritosemportuguês,inglês
eespanhol.
Para a identificaçãodo temaabuso e dependência de substâncias, foramutilizados diferentes
descritoresnaslínguasinglesa,portuguesaeespanholaafimdeampliarosresultados,umavezquenãohá
umadefiniçãoúnicaacercadaterminologiautilizadanemmesmocorrespondênciaexataentreostermosnos
diferentesidiomas.Aspalavras-chaveescolhidasforamaquelasmaiscomumenteencontradasnaliteratura
dereferêncianotemaemquestão.ATabela1apresentaaspalavraschave,camposdebuscaeosrespectivos
filtrosaplicadosemcadabasededados,conformeasopçõesdecamposefiltrosdebuscaoferecidosporcada
plataforma,afimdemelhorselecionarosresultados.
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Estratégias dE coping Em indivíduos com transtorno por uso dE substâncias: rEvisão sistEmática dE litEratura
ISSN 2318-0404I
Tabela 1.Relaçãodedescritores,camposdebuscaefiltrosutilizadosporbasededados
Base de Dados Descritores Campos de Busca Filtros Resultado Identificados
APA PsycNet
(Descritores em Inglês)*
((coping)AND((substanceabuse)OR(drugabuse)OR(alcoholabuse)OR
(substanceuse)OR(addicted)OR(ad-dictive)OR(addiction)))
Resumo/TítuloIdioma:Português,InglêseEspanhol Ano:2008a2017
79 12
LILACS
(Descritores em Inglês)
((coping)AND((substanceabuse)OR(drugabuse)OR(alcoholabuse)OR
(substanceuse)OR(addicted)OR(ad-dictive)OR(addiction)))
TítuloIdioma:Português,InglêseEspanhol Ano:2008a2017
74 23
LILACS
(Descritores em Português)
(((coping)OR(enfrentamento))AND((abusodesubstâncias)OR(abusodedrogas)OR(usodesubstâncias)OR
(dependênciadesubstâncias)OR(con-sumodesubstâncias)OR(aditivo)))
Resumo/TítuloIdioma:Português,InglêseEspanhol Ano:2008a2017
75 2
LILACS (Descritores em
Espanhol)
(((afrontamiento))AND((drogas)OR(abusodesustancias)OR(usodesus-tancias)OR(dependenciadesustan-cias)OR(consumodesustancias)OR
(adictivo)))
Resumo/TítuloIdioma:Português,IngleseEspanhol Ano:2008a2017
42 0
PUBMED
(Descritores em Inglês)*
(coping[Title])AND((substanceabuse[Title])OR(drugabuse[Title])OR(alcoholabuse[Title])OR(substanceuse[Title])OR(addicted[Title])OR
(addictive[Title]))
TítuloIdioma:Português,InglêseEspanhol Ano:2008a2017
54 18
SCIELO – REGIO-NAL
(Descritores em Inglês)
((coping)AND((substanceabuse)OR(drugabuse)OR(alcoholabuse)OR
(substanceuse)OR(addicted)OR(ad-dictive)OR(addiction)))
TítuloouRe-sumo
Idioma:Português,InglêseEspanhol Ano:2008a2017
31 5
SCIELO – REGIO-NAL
(Descritores em Português)
(((coping)OR(enfrentamento))AND((abusodesubstâncias)OR(abusodedrogas)OR(usodesubstâncias)OR
(dependênciadesubstâncias)OR(con-sumodesubstâncias)OR(aditivo)))
TítuloouRe-sumo
Idioma:Português,InglêseEspanhol Ano:2008a2017
19 4
SCIELO – REGIO-NAL
(Descritores em Espanhol)
(((afrontamiento))AND((drogas)OR(abusodesustancias)OR(usodesus-tancias)OR(dependenciadesustan-cias)OR(consumodesustancias)OR
(adictivo)))
TítuloouRe-sumo
Idioma:Português,InglêseEspanhol Ano:2008a2017
22 0
(Descritores em Inglês)
allintitle:((“coping”)AND((“substanceabuse”)OR(“drugabuse”)OR(“alcoholabuse”)OR(“substanceuse”)OR(“ad-dicted”)OR(“addictive”)OR(“addic-
tion”)))
Título**Idioma:Português,InglêseEspanhol Ano:2008a2017
212 43
(Descritores em Português)
((“coping”)OR(“enfrentamento”))AND((“abusodesubstâncias”)OR(“abusodedrogas”)OR(“usodesubstâncias”)OR(“consumodesubstâncias”)OR(“dependênciadesubstâncias”)OR
(“aditivo”)OR(“álcool”)))
TítuloIdioma:Português,InglêseEspanhol Ano:2008a2017
56 3
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Base de Dados Descritores Campos de Busca Filtros Resultado Identificados
GOOGLE (Descritores em
Espanhol)
(((afrontamiento))AND((drogas)OR(abusodesustancias)OR(usodesus-tancias)OR(dependenciadesustan-cias)OR(consumodesustancias)OR
(adictivo)))
TítuloIdioma:Português,IngleseEspanhol Ano:2008a2017
18 7
TOTAL 682 117
*Ousodedescritoresemportuguêsouespanholnãoresultouemnenhumresultado. **Aescolhadosfiltrosdebuscaentreasbasesdedadosocorreuemfunçãodasopçõesoferecidasporcadaumadelas.
Abuscainicialnasdiferentesbasesdedadosapartirdosdescritoresefiltrosacimaresultou
em682produçõesemsuatotalidade.Emseguida,nafasedeidentificação,apartirdeumaanálise
preliminardostítulosquantoàpresençadaspalavraschaveselecionadasesuarelevâncianotema
emquestão,foramidentificados117artigos.Apósaexclusãodeitensduplicadosentreasbasesde
dados,osresultadostotalizaram81estudos.Destes,naetapadeseleção,06estudosforamexcluídos
daamostrapelosseguintescritérios:(1)artigosquenãodispunhamdetextocompletodisponívelna
web(quatroartigos),(2)aquelescompostosapenasderesumo,pelaimpossibilidadedeanalisaros
resultadosdoestudo(umartigo),e(3)aquelesqueapareceramnosresultadosdebuscanasbases
dedados,porémolinkdeacessoestavaindisponível(umartigo).
Aofinaldaseleção,75artigosforamrastreadosetiveramseusresumosavaliadosquantoaoscritérios
daetapadeelegibilidade, incluindonacomposiçãodaamostraaquelesque: (1)tivessemcomo temática
centralaavaliaçãodeestratégiasdecopingemindivíduoscomquadrodeabusodesubstânciasoutranstorno
relacionado,(2)fizessemainvestigaçãoemamostraclínicae(3)pormeiodeinstrumentos(questionários,
inventários)validados.Alémdestes,oscritériosdeexclusãodaetapadeelegibilidadeeliminaramdaanálise
artigosquenãoapresentavamnosresultadosconteúdodescritivosobreaprevalênciadasestratégiasdecoping
naamostraoucomconteúdodivergentedoobjetivodestarevisão.
Aofinaldestaetapa,11artigosemtextocompletoforamincluídosnaanálise.ATabela1sintetizaos
resultadosobtidosemcadabasededadosnafasedeidentificação.Asistemáticadebuscadescritaéapresentada
naFigura1,comorespectivofluxogramaconformearecomendaçãoPRISMA(Galvão&Pansani,2015)15.
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Figura 1. FluxogramaPRISMAcomasfasesdarevisãosistemática
Resultados
Os11artigosselecionadosforaminicialmenteavaliadosquantoaoanoepaísdeprodução,alémdo
númerodevezesemqueapareceramnasdiferentesbasesdedados.Posteriormente,foramanalisadosquanto
àcaracterizaçãodaamostra,instrumentoutilizadoparaavaliarestratégiasdecopingequantoaosresultados
apresentados.Odetalhamentodasinformaçõessobrecadacritériodeanáliseencontra-seaseguir.
1. Ano e país de produção
Observou-seumaproduçãoconsideráveldeestudosnosúltimoscincoanos,commaisdametadedas
publicaçõesencontradas (58%),havendomaior concentraçãonoanode2015 (quatroartigos), conforme
apresentadonoTabela2.Destaanálise,pode-seinferirqueestesejaumtemacontemporâneo,relativamente
recenteeaindapoucoestudado.Quantoaopaísdeorigem,foramidentificadosartigosmajoritariamente
produzidosporpesquisadoresdosEUA (trêsartigos)eEspanha (doisartigos), seguidosdedemaispaíses
europeuselatinoamericanos,comoBrasileColômbia(Tabela3).
Resultado inicial(apartirdosdescritorese
filtros de busca em todas as basesdedados)
682
Identificadosemoutras fontes
0
Seleç
ão Itenseliminados(critériosdeexclusão-etapaseleção)
6
Eleg
ibilid
ade
Itenseliminados(critériosdeexclusão-etapaelegibilidade)
65
Resultadoapóseliminarosduplicados81
Rastreados75
Resultado final(apóscritériosdeinclusão)
11
Iden
tifica
ção
Identificadosapartirdaanálisepreliminardostítulos117
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Tabela 2.ProduçõesxAnodePublicação
ANO DE PUBLICAÇÃO PRODUÇÕES %2008 0 0%2009 2 17%2010 1 8%2011 0 0%2012 2 17%2013 0 0%2014 1 8%2015 4 33%2016 0 0%2017 2 17%
TOTAL 12
Tabela 3.ProduçõesxPaísdeOrigem
PAÍS DE ORIGEM NÚMERO DE PUBLICAÇÕESEUA 3
ESPANHA 2BRASIL 1
COLÔMBIA 1
HOLANDA BÉLGICA SUÉCIA
1
IRÃ 1LETÔNIA 1POLÔNIA 1
TOTAL 11
2. Resultados por bases de dados
Analisandoquantitativamenteosresultadosobtidosentreasdiferentesbasesdedadospesquisadas,
conformeapresentadonaFigura2,asplataformasGoogleAcadêmicoeLilacsapresentaramamaiorconcentração
dos11artigosselecionados(73%dosresultados).Revelaram,ainda,omaiornúmeroderesultadosantese
apósafasedeidentificaçãodosestudos,conformeapresentadoanteriormentenaTabela1,semostrando
comoferramentasrelevanteseeficazesnabuscadeproduçõescientíficas,capazdeconferirvisibilidadeàs
publicações.Analisandoindividualmentecadaestudo,observou-sequeapenastrêsapareceramnosresultados
demaisdeumaplataforma(Tabela4).Poroutrolado,dos11artigosselecionados,nenhumestavaentreos
resultadosapresentadospelaplataformaScielo,possivelmenteporsetratardeumabasededadosregionais,
quecontemplaestudosmajoritariamentedaAméricaLatina.
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Figura 2.Artigosporbasesdedados
Tabela 4.Resultadosporbasesdedados
TÍTULO ANO AUTOR
Nº DE VEZES EN-CONTRA-
DO
LILACS SCIELO PUBMED GOO-GLE
APA
Copingstrategiesrelatedto treatment in sub-
stance use disorder pa-tientswithandwithout
comorbid depression
2017Ana Adan
JuanManuelAntúnez JoséFranciscoNavarro
3 1 1 1
CopingamongmilitaryveteranswithPTSDin
substance use disorder treatment
2014
MatthewTylerBoden RachelKimerling MadhurKulkarni
MarcelO.Bonn-Miller ChristopherWeaver
JodieTrafton
2 1 1
Theageofonsetofsub-stance use is related to thecopingstrategiestodealwithtreatmentinmenwithsubstanceuse
disorder
2017 MariadelMarCapella Ana Adan 2 1 1
3. Caracterização das amostras
Analisandoosestudosquantoà caracterizaçãodaamostra, observou-sequeamaiorpartedeles
investigouindivíduoscomdiagnósticodeTUSemgeral,semespecificarasubstânciaconsumida(oitoartigos),
eapenastrêsdelesrestringiramainvestigaçãoaindivíduosdependentesdeopióides,álcoolecrack.Quanto
ao delineamento dos estudos, apenas alguns compararam os resultados entre amostras clínicas e não clínicas
(trêsartigos).Osdemaistiveramcomoobjetivoprincipalinvestigarestratégiasdecoping apenas em amostras
clínicas(oitoartigos).Destes,amaiorparteteveaamostradivididaemdoissubgruposquantoadiferentes
tiposdetratamento(trêsartigos),outrosinvestigaramumúnicogrupocomdiagnósticodeTUS(quatroartigos)
eapenasumdelescomparouosresultadosentregruposdehomensemulheres.
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Chamaaatençãoofatodeque,dosonzeestudosanalisados,grandepartetenhapriorizadoamostras
compostasexclusivamenteporhomens(trêsartigos)oumulheres(umartigo)eumdelescomparouosresultados
entreambos,evidenciandoapresençadequestõesrelacionadasaogêneronaspesquisas.ATabela5apresenta
ascaracterísticasquantoaodelineamentoeamostraeosprincipaisresultadosobtidosporcadaestudo.
Tabela 5.Caracterizaçãodosestudosquantoaodelineamento,amostraeresultadosobtidos
Título Ano Autores Tamanho da amostra (N)
Caracteri-zação da amostra
Instrumento utilizado RESULTADOS
AStress-CopingProfileofOpioidDependentIndi-vidualsEnteringNaltrexoneTreat-ment:ACom-parisonWith
HealthyControls
2009
ScottM.Hyman Kwang-IkA.Hong TaraM.Chaplin ZubaidaDabre AllisonD.Comegys
AnneKimmerling RajitaSinha
N=132 (57AmostraClínica/75GrupoCon-
trole)
Adultos de-pendentes de opióides e indivíduos
saudáveis
COPEQues-tionaire
(Carver,Schei-er&Weintraub,
1989)
Dependentes de opióides relataram menorusodeestratégiasdeenfrenta-mentoadaptativascomfoconoproble-maenasemoçõesdoqueindivíduos
saudáveis. Porémapresentaramníveiscompará-
veisdecopingdesadaptativo/evitativoeapoiosocialaosindivíduossaudáveis. Dependentesdeopióidestambémtiveramescoresmaioresnoestressepercebidoqueindivíduossaudáveis.
Alcoholcrav-inginrelationtocopingwithstressandsatis-factionwithlifeintheaddicted
2015
KrzysztofGąsior JanChodkiewicz DamianCzarnecki KatarzynaNo-
wakowska-Doma-gala
N=510 (AmostraClínica)
Dependentes de álcool em tratamento (396Homens/114Mulhe-
res)
COPE(MINI) (Carver,Schei-er&Weintraub,
1989) (adaptedbyJuczyński&
Ogińska-Bulik,2009)
Afissurapeloálcooléfortalecidapelagravidadedadependênciaepelado-minânciadeestratégiasineficazesdeenfrentamentodoestresse(ex:usodeálcool,desengajamentocomportamen-
tal, evitação, desabafos emocionais, distração),enquantoestratégiasefica-zesdeenfrentamento(enfrentamentoativo,planejamento,ressignificaçãopositiva)esatisfaçãocomavidaexer-cemumainfluênciadificultosasobrea
fissura.
Asestratégiasdecoping para oma-nejodafissura
de dependentes decrack
2010
RenataBrasilAraujo
MarcelPansard BetinaUhryBoeira NeusaSicaRocha
N=35 (AmostraClínica)
Homens dependentes decrackemtratamento
InventáriodeEstratégiasdeCopingdeFolkmanneLazarus
(1985),valida-danoBrasilpor
Savoya
AceitaçãodeResponsabilidade(57,2%),Confronto(54,3%)eFuga-Esquiva
(45,7%)aparecemcomoasestratégiasdeenfrentamentomaisutilizadasna
amostra. EstratégiasdeAutocontrole(22,8%)eResoluçãodeProblemas(22,9%)forampoucoutilizadaspelospacientesdo
estudo. Houvecorrelaçõespositivasdeinten-sidademoderadaentreamotivação
paraainterrupçãodousodocrackeasestratégiasResoluçãodeProblemase
Fuga-Esquiva.
ComparisonofCopingandSelf-esteemStylesin Drug Abuse Womenand
NormalWomen(CaseStudy:GhaemshahrCity,Iran)
2015
MaryamRezaei-Moghaddam
RezaAliMohseni MaliheRasouli-
Khorshidi
N=60 (30Amostra
clínica / 30Amostranãoclínica)
Mulheresusuárias(30)e não usuá-
rias de drogas (30)
CopingInven-toryforStress-fulSituationsQuestionnaire (EndlerandParker,1994)
Mulheresdependentesdesubstânciastiverammaioresescoresemestilosdeenfrentamentoevitativoemenores
escoresemestratégiasfocadasnopro-blemaquemulheressaudáveis.
Nãohouvediferençasignificativaentreosgruposparaestilosdeenfrentamen-
tofocadosnaemoção.
REV. BRAS. PSICOTER., PORTO ALEGRE, 20(2), 10-27, 2018 19
Estratégias dE coping Em indivíduos com transtorno por uso dE substâncias: rEvisão sistEmática dE litEratura
ISSN 2318-0404I
Título Ano Autores Tamanho da amostra (N)
Caracteri-zação da amostra
Instrumento utilizado RESULTADOS
Copingamongmilitary veterans withPTSDin
substance use disorder treat-
ment
2014
MatthewTylerBoden
RachelKimerling MadhurKulkarni MarcelO.Bonn-
Miller ChristopherWeaver
JodieTrafton
N=98 (AmostraClínica)
MilitareshomenscomdiagnósticodeTUSe
TranstornodeEstressePósTraumático(TEPT)
CopingRespon-sesInventory (Moos,1993)
Coping de evitação e com foco nas emoçõesforampositivamenteassocia-dos longitudinalmente com a severida-dedoTEPTeusodeálcool,eapenasoenfrentamentocomfoconasemoçõesfoipositivamenteassociadolongitudi-nalmentecomousodesubstâncias. (a)enfrentamentoevitativoeemocio-nal,masnãoativo,tendeuaestarposi-tivamenteassociadoàsintomatologiadeTEPTeTUSnoiníciodoestudo. (b)oenfrentamentoativoaumentoueoenfrentamentoevitativoeemocio-naldiminuiuduranteoperíodode12
meses; (c)enfrentamentoevitativoeemocio-nal,masnãoativo,covarioulongitudi-nalmentecomasintomatologiadoTEPT
eTUS.
Copingstrate-gies related to treatment in
substance use disorderpatientswithandwithout
comorbid de-pression
2017
Ana Adan JuanManuelAntúnez
JoséFranciscoNavarro
N=80 (AmostraClínica)
40HomenscomTUSe40comTUSeTranstornoDepressivo Maior(TDM)(sendocadagrupo com-postode20pacientes de comunidades terapêuticase20ambula-
toriais)
CopingStrate-giesInventory (Tobinetal.,
1989) Spanishversion(Cano-García,Rodríguez--Franco& Martínez,2007).
Pacientes com TUStiveramescoresmaisaltosnasestratégias:Reestrutu-raçãoCognitiva,ExpressãoEmocional,Pensamento Fantasioso, Afastamento
SocialeAutocrítica. PacientescomTUSeTDMtiveram
pontuaçõesmaisbaixasemResoluçãodeProblemasemaioresemEvitação
do Problema, Pensamento Fantasioso, AfastamentoSocialeAutocrítica. Quanto ao tratamento, ambos os
grupostiveramaltosescoresemPensa-mentoFantasioso,AfastamentoSociale
Autocrítica.
Copingstylesand levels of
perceived stress in persons recov-ering from sub-
stance abuse
2009 FeliciaLeeFuller-ton-Hall
N=51 (AmostraClínica)
Patientesemrecuperação paraoTUS,
grande parte emabstinên-ciaháanos.
TheBriefCOPE (Carver,1997)
Oenfrentamentoativofoioestilocommaiorfrequênciaentreosparticipantes. Outrasestratégiastambémcomumenterelatadasforam:Aceitação,Planejamen-to,ReavaliaçãoPositiva,ApoioInstru-mental,ApoioEmocional,Religião,
DesabafoeAutodistração.
Copingstylesinsubstance use disorder(SUD)patientswithandwithoutco-occurring
attentiondeficit/hyperactivitydis-order(ADHD)orautismspectrumdisorder(ASD)
2015
LindaM.Kronen-berg
PeterJ.J.Goos-sens
JooskevanBuss-chbach
TheovanAchter-berg
WimvandenBrink
N=122(AmostraClínica) N=1200(Amostranãoclínica)
AmostraClíni-ca:50pacien-tescomTUS,41comTUS+TranstornodeDéficitde
Atenção e Hiperativida-de(TDAH), 31comTUS+Trasnstor-noEscpectroAutista(TEA) AmostraNãoClínica:1200funcionários ferroviários
UtrechtCopingList(UCL)
Emcomparaçãoaogrupocontrole(nãoclínico),todosostrêsgruposdeTUS
apresentaramescoressignificativamen-temaioresnassubescalasReaçãoPalia-tiva,EvitaçãoeReaçãoPassivadaUCL. AspontuaçõesparatodasassubescalasdosgruposTUSeTUS+TDAHforammuitosemelhantes.Noentanto,o
grupoTUS+TEAtevemaioresescoresemReaçãopassivaemenoresem“Pen-samentosTranquilizadores”doqueos
demaisgrupos.
20 REV. BRAS. PSICOTER., PORTO ALEGRE, 20(2), 10-27, 2018
isabElla carvalho olivEira rocha, EdEraldo José lopEs
IISSN 2318-0404
Título Ano Autores Tamanho da amostra (N)
Caracteri-zação da amostra
Instrumento utilizado RESULTADOS
EstrategiasdeAfrontamiento ante elriego de
recaída em ado-lescentesquerealizarontrata-miento de recu-peración para el transtorno
por consumo de sustanciaspsico-
activas
2012 ÁngelaMaíaNietoSalazar
N=9 (AmostraClínica)
Adolescentes em fase pós tratamento paraTUS
EscaladeEs-trategias de
CopingModifi-cada(EECM)
(Londoñoetal.,2006)
Estratégiasdecopingmaisfrequentes:SoluçãodeProblemaseBuscapor
ApoioProfissional,seguidasdeApoioSocial,ReavaliaçãoPositivaeAutono-
mia.
Stresscopingstrategies of
DrugandAlcoholAddicted pa-tientsinLatvia
2015
V.Sudrabaa A.Millereb,L.Deklavaa E.Millereb,Z.Zumenteb K.Circenisa I.Millere
N=208 (AmostraClínica)
100pacientescomTUSemtratamento com meta-donae108no ModeloMinnesota
TheWaysofCoping
(Folkman&Lazarus,1985)
Dependentesdedrogastiveramescoresmais altos, em ordem decrescente, para asestratégiasdeenfrentamento:Acei-taçãodeResponsabilidade,Buscapor
ApoioSocialeAutocontrole. Paradependentesdeálcool:AceitaçãodeResponsabilidadefoiaformamaiscomum de enfrentamento, seguida de ResoluçãodeProblemaseAutocon-trole,Fuga-EsquivaeBuscaporApoio
Social. Ambososgruposapresentaramestraté-giasfocadasnaemoção,porémdepen-dentesdedrogastiveramescoresmaio-resemquasetodasasescalasquandocomparadosadependentesdeálcool.
Theageofonsetof substance use is related tothecoping
strategies to deal withtreatmentinmenwith
substance use disorder
2017MariadelMar
Capella Ana Adan
N=122 (AmostraClínica)
60pacientescom início do tratamento até16anose60com
início após os 17anosdeidade.
CopingStrate-giesInventory (Tobinetal.,
1989) Spanishversion(Cano-García,Rodríguez--Franco& Martínez,2007).
IndivíduoscomTUSapresentaramme-norprobabilidadedeusarestratégias
adaptativasdeenfrentamento. Ogrupodepacientesqueiniciaramotratamentoantesdos16anosapresen-tarammaioresescoresemestratégiasdedesengajamento,evitaçãodopro-
blema e afastamento social, com menor utilizaçãodesuportesocial.
Naamostratotal,gravidadedadepen-dência,onúmeroderecaídaseaidadede início do tratamento foram relacio-nadosaoenfrentamentodesadaptativo.
4. Instrumentos utilizados para avaliar estratégias de coping
Diferentes instrumentos foramutilizadosparaavaliarestratégiasdecoping nos diversos estudos.
Trêsdeles16,17,18 utilizaram o questionário COPE, um instrumento desenvolvido por Carver, Scheiere
Weintraub19,paraavaliarestilosdecoping,comooplanejamento,copingativo,suportesocialeinstrumental,
religião, reinterpretaçãopositiva, autoculpabilização, aceitação,expressãoemocional,negação,distração,
desinvestimentocomportamentaleusodesubstâncias.Outros dois estudos20,21 fizeramusodaversãoespanhola
do CopingStrategiesInventory22traduzidaporCanoGarcía,RodríguezFrancoeMartínez23.Esteinventário
avaliaestratégiasdecopingapartirdeoitoescalasprimárias:resoluçãodeproblemas,reestruturaçãocognitiva,
suportesocial,expressãoemocional,evitação,pensamentofantasioso,isolamentosocialeautocrítica.
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Estratégias dE coping Em indivíduos com transtorno por uso dE substâncias: rEvisão sistEmática dE litEratura
ISSN 2318-0404I
OinventárioTheWaysofCoping24tambémfoiutilizadoemoutrosdoisestudos,sendoqueumdeles
utilizouaversãooriginal25 e o outro26aversãoadaptadaparaoportuguêsporSavóia,SantanaeMejias27.O
inventárioésubdivididoemoitosubescalasqueavaliamdiferentesestratégiasdecoping focadas no problema
(confronto,buscaporapoiosocialeresoluçãodeproblemas)enaemoção(afastamento,autocontrole,aceitação
deresponsabilidade,fuga-esquivaereavaliaçãopositiva).
Osdemais(quatroestudos)utilizaraminstrumentosdiversos,comooUtrechtCopingList,oCoping
InventoryforStressfulSituationsQuestionnaire,oCopingResponsesInventoryeaEscaladeEstrategiasde
CopingModificada.OUtrechtCopingListconsisteemsetesubescalasqueavaliamasseguintesestratégias
de coping:resoluçãoativadeproblemas,reaçãopaliativa,evitação,socialização,reaçãopassiva,expressão
emocional e autoencorajamentooupensamentos tranquilizadores28. Já o Coping Inventory for Stressful
SituationsQuestionnaire29, basicamenteavaliaestratégiasdecoping agrupadasem três grandes fatores:
estratégiasfocadasnoproblema,naemoçãoeevitação.OCopingResponsesInventoryavaliaoitodiferentes
estratégiasdecoping,quesãoaanáliselógica,reavaliaçãopositiva,suporte,resoluçãodeproblemas,evitação
cognitiva,aceitação, recompensasalternativasedescargaemocional30.Porfim,aEscaladeEstrategiasde
CopingModificadaécompostade69 itensqueavaliamos12seguintes fatores: resoluçãodeproblemas,
suportesocial,espera,religião,evitaçãoemocional,buscaporapoioprofissional,reaçãoagressiva,evitação
cognitiva,expressãodadificuldadedeenfrentamento,reavaliaçãopositiva,negaçãoeautonomia31.
Apesardesetrataremdeinstrumentosdiferentes,oqueseobservaéque,emgeral,todasassete
escalasanalisadasavaliamváriasestratégiasdecoping em comum, em geral, agrupadas em categorias de
estratégiascomportamentaisecognitivascomfoconoproblema,naemoçãooudeevitação.
5. Resultados obtidos
Aanálisegeraldosestudossugeriuadominânciadeestratégiasdesadaptativasdecopingempopulações
clínicas,enquantoestilosdeenfrentamentomaisadaptativoserevelaramemamostrasdeindivíduosque
jápassaramporalgumperíododetratamentoparaoTUS.Osprincipaisresultadosobtidosporcadaestudo
foramsintetizadosnaTabela5,apresentadaanteriormente.
Ostrêsestudos16,32,33quecompararamindivíduossaudáveiscomosqueapresentavamTUS,demodo
geral,identificaramescoresmenoresemestilosdecopingadaptativo,comoenfrentamentofocadonoproblema.
Ainda,maioresníveisdeestratégiasdesadaptativas,comoocopingevitativoereaçãopassiva,tambémforam
identificadosnasamostrasclínicasnostrêsestudos16,32,33.
Nasdemaispesquisasque investigaramapenasamostras clínicas (oitoestudos),os resultados,em
suamaioria,tambémidentificaramassociaçãopositivaentreoTUSeestratégiasdesadaptativasdecoping.
OestudodeGąsioretal.17 sugeriuqueafissurapeloálcoolé fortalecidapelagravidadedadependência
epeladominânciadecomportamentos ineficazesdeenfrentamentodoestresse (ex.usode substâncias,
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isabElla carvalho olivEira rocha, EdEraldo José lopEs
IISSN 2318-0404
desengajamentocomportamental,evitaçãoedistração),enquantoestratégiaseficazescomooenfrentamento
ativo,planejamentoe a ressignificaçãopositivaexercemuma influênciadificultosa sobreafissura.Nos
achadosdeBodenetal.30,osestilosdeenfrentamentoevitativoeemocional,porémnãoativo, também
estiverampositivamenteassociadosaousodeálcool.Noentanto, apenasocoping focadonasemoções
estevepositivamenteassociadoaousodeoutrasdrogas.Nomesmoestudo,apósumperíodode12mesesde
tratamento,estratégiasdeenfrentamentoativoaumentaram,enquantooenfrentamentoevitativoeemocional
diminuíramnomesmoperíodo.
Na investigação de Capella eAdan21, indivíduos comTUSapresentarammenorprobabilidadede
usar estratégias adaptativasde enfrentamento e altos escores foram identificadospara estratégias de
desengajamento,evitaçãodoproblemaeafastamentosocialemindivíduosqueiniciaramotratamentoantes
dos16anosdeidade.Naamostratotal,gravidadedadependência,onúmeroderecaídaseaidadedeinício
do tratamento foram relacionados ao copingdesadaptativo.Deformasemelhante,nosachadosdeAdan,
AntúnezeNavarro20, queutilizaramomesmoinstrumentodeinvestigaçãodoestudocitadoanteriormente,
indicaramquepacientesapenascomdiagnósticodeTUStiveramescoresmaisaltosemestratégiascomo
ReestruturaçãoCognitiva,ExpressãoEmocional,PensamentoFantasioso,AfastamentoSocialeAutocrítica,
enquantoospacientescomTUSetranstornodepressivomaiortiveramescoresmaisbaixosemResoluçãode
ProblemasemaioresemEvitaçãodoProblema,PensamentoFantasioso,AfastamentoSocialeAutocrítica.
Já o estudo brasileiro de Araújoetal.26tevecomoresultadosasseguintesestratégiasdecoping como
asmaisutilizadasemumaamostradeusuáriosdecrack:AceitaçãodeResponsabilidade(57,2%),Confronto
(54,3%)eFuga-Esquiva(45,7%).Enquantoisso,estratégiasdeAutocontrole(22,8%)eResoluçãodeProblemas
(22,9%),forampoucoutilizadaspelospacientesdoestudo,oquetambémrefleteresultadossemelhantesaos
anteriores.OsachadosdeSudrabaetal.25sugeriramquedependentesdeálcooleoutrasdrogasutilizammais
frequentementeestratégiasdecopingfocadasnaemoçãoqueestratégiasfocadasnoproblema.Noentanto,
de forma diferente dos demais resultados apresentados, ambos os grupos apresentaram maiores escores em
estratégiasadaptativascomoaceitaçãoderesponsabilidade,buscaporapoiosocialeautocontrole.
Porfim,outrosdoisestudostambémrevelaramresultadosdivergentesdosdemais18,31,sendoestilos
deenfrentamentoativoemaisadaptativoaquelescommaiorfrequênciaentreosparticipantes.Oestudode
Fullerton-Hall18,emumaamostrade51pacientes,identificoucomoasestratégiasmaiscomumenterelatadas
aAceitação,Planejamento,ReavaliaçãoPositiva,ApoioInstrumental,ApoioEmocional,Religião,Desabafoe
Autodistração.Deformasemelhante,osachadosdeSalazar31revelaramcommaiorfrequêncianaamostraas
estratégiasSoluçãodeProblemaseBuscaporApoioProfissional,seguidasdeApoioSocial,ReavaliaçãoPositiva
eAutonomia.Noentanto,aoanalisartaisresultados,valeressaltarqueambososestudosforamfeitosapartir
deumainvestigaçãoemindivíduosabstinentesdesubstâncias,duranteouapósumperíodoconsiderávelde
tratamentoparaoTUS.
Apesardenãotersidoobservadoumconsensoentreosestudossobreumpadrãodeestratégiasde
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Estratégias dE coping Em indivíduos com transtorno por uso dE substâncias: rEvisão sistEmática dE litEratura
ISSN 2318-0404I
copingquepossaestarnabasedoabusodesubstâncias,todososresultadosapontaramforteassociaçãoentre
estratégiasdesadaptativasdeenfrentamentodoestresseeotranstornorelacionadoaousodesubstâncias.
Discussão
Noque se refereaoobjetivo inicialde identificarestudosque investiguemestratégiasdecoping
em indivíduoscomquadrodeTUS,pode-sedizerqueos resultados revelamumnúmeroaindaescassoe
relativamenterecentedepublicações.MaisespecificamentenoBrasil,pode-sedizerquesejaumtemaainda
poucoestudado,comumnúmeroinexpressivodepesquisas.
Emboragrandepartedosestudostenhaidentificadoelevadosescoresemestratégiasdesadaptativasde
copingparaindivíduoscomoTUS,nãosepodeafirmarquehajaumpadrãonaliteraturaquecaracterizeesta
população.Umadaspossíveisexplicaçõesparaissosedeveaofatodosestudosencontradosteremutilizado
diferentesinstrumentosdemedidadasestratégiasdecoping,oqueimpedegeneralizações.Nasseteescalas
utilizadas,sãoencontradasmaisdevintediferentescategoriasdeavaliaçãodeestratégiasdeenfrentamento
aotodo.Outrarazãopodeseratribuídaàdiversidadedasamostrasestudadas,quedivergiramentresiquanto
aogênero,idade,substânciaconsumidaemodalidadedetratamentoaqueestavamsubmetidos.
Entretanto,apesardealgumasdivergênciasencontradas,todososestudosconvergemparaaconclusão
dequeoenfrentamentoineficazdoestressepodeestarnabasedaetiologiaemanutençãodotranstorno
porusodesubstâncias.Oqueseobservaéqueestratégiasdesadaptativasdecoping,comoosestilosde
enfrentamentoevitativoefocadonaemoção,sãoasmaisfrequentesempopulaçõesclínicas.Taisachados
sustentamahipótesedequecomportamentosaditivospodemsermantidosporumamaneiradesadaptativa
delidarcomsituaçõescotidianasdeestresse,ouseja,umdesequilíbrioentreasexigênciasdoambienteeos
recursosprópriosdoindivíduo,levandoaousodasubstânciacomotentativaderestabeleceroequilíbrio5.
O fato de estilosdeenfrentamentoativoemais adaptativos também teremsido identificadosem
amostrasde indivíduosabstinentes,em recuperação,pode subsidiara ideiadequeensinarmaneirasde
identificarelidarcomsituaçõesdealtoriscoresultaemrecaídasmenoresemenosgraves34.Quanto mais
situaçõesdealtoriscooindivíduoenfrentarenasquaisforbemsucedido,maissuaautoeficáciasedesenvolverá
eeleestabeleceráumsensorealistadeconfiançanaprópriacapacidadedelidarcommomentosadversos,
prevenindoarecaídaefacilitandooprocessodemanutençãodaabstinência35.Deformasemelhante,emum
estudocomusuáriosdeheroína,osparticipantesqueestavamabstinentesdemonstrarammaiorrepertório
derespostasdeenfrentamentoeficazemcomparaçãoaosparticipantesquetiveramlapsosourecaídas36.
Defato,aaquisiçãodehabilidadeseficazesparamanejareventosestressorescotidianoséfundamentalpara
aprimorarefortaleceroenfrentamentodoindivíduonaabstinênciadoálcool37.
Nesse sentido, compreender asestratégiasde copingenquantoestadosquepodempredisporos
indivíduosaocomportamentoaditivoou,poroutrolado,àmanutençãodaabstinência,torna-seessencial
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para possibilitar repensarnovasformasdeintervençãomaiseficazesnotratamentodoTUS,oquereforça
arelevânciadestarevisãodeliteratura.Diantedaconstatadaescassezdeestudosprincipalmentenacionais
sobreotemalevantado,sugere-sequefuturaspesquisasemamostrasbrasileirassejamrealizadasafimde
investigararelaçãodosdiferentesestilosdeenfrentamentoeoabusodesubstâncias.
Emboraesteartigosetratedeumarevisãosistemáticada literatura,certamenteseusachadosnão
contemplamatotalidadedosestudosjárealizados.Avastaterminologiaempregadanocampodadependência
químicaeadificuldadeemencontrardescritoresprecisosparaabuscapodemterseconfiguradocomuma
dasprincipaislimitaçõesdestarevisão,sejapeloexcessoouomissãodetermos.Damesmaforma,possíveis
viesesnametodologiadeidentificaçãoeseleçãodosestudostambémpodemterlimitadoosresultadospela
possívelexclusãodepesquisasrelevantes.
Aindaqueas limitaçõesdesteestudo impeçamageneralizaçãodos resultados, apresente revisão
possibilitouumavisãomais abrangenteda relaçãoentre comportamentos aditivos e as estratégias de
enfrentamentodoestresse,fomentandofuturaspesquisasnaárea.NocampoacadêmicodaPsicologia,estudos
sobrefatoresqueestejamnabasedoTUSaindasãoinsuficientes,oquecorroboraanecessidadedemais
estudosqueinvestiguemcogniçõesecomportamentosquepossamestarnabasedaetiologiaemanutenção
dotranstorno,afimderepensareproporestratégiasterapêuticasaliadas.
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Contribuições:IsabellaCarvalhoOliveiraRocha–ColetadeDados,Conceitualização,Investigação,Metodologia,
Redação–Preparaçãodooriginal,Redação–RevisãoeEdição;
EderaldoJoséLopes–Conceitualização,Investigação,Metodologia,Redação–Preparaçãodooriginal,Redação
–RevisãoeEdição,Supervisão.
REV. BRAS. PSICOTER., PORTO ALEGRE, 20(2), 10-27, 2018 27
Estratégias dE coping Em indivíduos com transtorno por uso dE substâncias: rEvisão sistEmática dE litEratura
ISSN 2318-0404I
Correspondência
Isabella Carvalho Oliveira Rocha
Av.MatoGrosso,3370
38405-314 Uberlândia,MG,Brasil
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Submetidoem:07/11/17
Aceitoem:03/10/18