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ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO RURAL DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL Estudo da erosão costeira no Município de Vilankulo Licenciatura em Engenharia Rural Autor: Simão José Cardoso Vilankulo, Novembro de 2015

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ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO RURAL

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

Estudo da erosão costeira no Município de Vilankulo

Licenciatura em Engenharia Rural

Autor:

Simão José Cardoso

Vilankulo, Novembro de 2015

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Simão José Cardoso

Estudo da erosão costeira no Município de Vilankulo

Supervisor:

dr. Edgar José do Rosário Inácio Faria, MSc

UEM – ESUDER

Vilankulo

2015

Trabalho de Culminação de Curso

Apresentado ao Departamento de

Engenharia Rural da Universidade

Eduardo Mondlane – Escola Superior

de Desenvolvimento Rural para a

obtenção do grau de Licenciatura em

Engenharia Rural

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DECLARAÇÃO DE HONRA

Declaro que o presente trabalho é integralmente da minha autoria e foi elaborado com base

nos recursos a que se faz referência ao longo do texto. Sendo esta a primeira vez que

submeto-o para obtenção de um grau académico numa instituição de ensino superior.

Vilankulo, __ de Outubro de 2015.

_________________________________

(Simão José Cardoso)

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Chicote José Cardoso e Domingas Lourenço, para quem não existem palavras

suficientes que possam qualificar aquilo que eles foram e continuam sendo para mim, apenas

dizer a

eles,

Muito obrigado

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i

AGRADECIMENTOS

A Deus todo-poderoso e Misericordioso por sua presença em minha vida em todos os

momentos, sustendo-me e protegendo-me;

A toda minha família, verdadeiros alicerces e grandes colaboradores da minha vida

estudantil, em especial meus pais, irmãos e primos, pelo investimento em meus estudos; meu

eterno muito obrigado;

Ao meu Supervisor dr. Edgar José do Rosário Inácio Faria, MSc pela preciosa

orientação e dedicação, Paciência, compreensão e, sobretudo, pelos conhecimentos

transmitidos ao longo da elaboração deste trabalho;

A minha namorada Inácia Tomas Temane, pela motivação, carinho e compreensão dos

momentos em que estive ausente pela realização deste trabalho;

Ao Departamento de Engenharia Rural e a todos docentes da Escola Superior de

Desenvolvimento Rural, que tiveram uma participação activa na realização deste sonho;

Aos meus colegas da Faculdade e amigos nomeadamente: Ilídio Zuanze, Fidel Luís

Rodrigues Tambo, Idalêncio Chichava, Oldemiro Utui, Josefo Noa, Gineve, Davide Jaime

Mucambe, Bernardo matavele, Manuel Ismael, Arlindo Júnior, Lucidio Fazenda, Meco

Vilanculos, Olece José Olece, Jeremias Sinalo, Altino Chapo, Arune Jamu, Fernando

Zandamela, Nhamposse e Danilo Mavanhane por todas as convivências, experiências e

momentos que partilhámos, que jamais serão esquecidos;

A todos cujo os nomes não foram mencionados e que de alguma forma direita ou

endireita contribuíram para o desenvolvimento e conclusão deste trabalho, que não se sintam

esquecidos porque vivem no meu coração.

.

O Meu muito Obrigado de Coração.

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SIMBOLOS

SIGLAS

INE - Instituto Nacional de Estatística;

MICOA – Ministério para a Coordenação Da Acção Ambiental;

SDPIV – Serviço Distrital de Planeamento e Infraestruturas de Vilankulo;

SIMBOLOS

h – Altura;

Km – Quilómetros;

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Lista de Figuras

Figura nº 2.1: Erosão por gota ou “Splash”…………………...………………………………7

Figura nº 2.2: Erosão laminar ………………………………………………………………...7

Figura nº 2.3: Erosão por sulcos ………………………………….…………………………..8

Figura nº 2.4: Erosão por ravinas………..…………………………………………………....9

Figura nº 2.5: Erosão fluvial ………………………………………………………………...10

Figura nº 2.6: Erosão costeira ou marinha …………………………………………...……...11

Figura nº 2.7: Praia ………………………………………………………………...………..12

Figura nº 2.8: Imagem satélite da área de estudo ……………………………………..……16

Figura nº 2.9: Medição da erosão……………………………………...………...………….17

Figura nº 3.1: Mapa do Distrito de Vilankulo…………………………………………..…...18

Figura nº 4.1: Acção de escavamento vertical ………………………………………….…...21

Figura nº 4.2: Acção das ondas nas rochas………………………………………………….22

Figura nº 4.3: Tipo de erosão …………………………………………………………….....24

Lista de Tabelas

Tabela nº 3.1: Classificação da erosão pelos factores activos ………...…...……………..…..6

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LISTA DE APÊNDICES E ANEXOS

Apêndice

Apêndice A: A erosão actual no município de Vilankulo …………………………………….I

Apêndice B: Níveis de erosão no município de Vilankulo ……...…....................................... II

Apêndices C: Altura relativa a erosão no bairro Dense e Central……..…...………………....II

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GLOSSÁRIO

Dunas – são formações maioritariamente de origem arenosa misturada com outras partículas

de origem sedimentar que varia desde conchas, calcário e material orgânico. Cuja sua

composição varia com idade, humidade e potencial orgânico, forma-se a travez de transporte

de partículas por acção das ondas e do vento (CLÁUDIO 1997).

Falésias – são elementos comuns do ambiente costeiro formado pela acção erosiva das ondas

sobre as rochas (SUGUIO, 1992).

Friável – é substância que desagrega, desmonta, fractura, desmancha, dissolve ou destruí se

naturalmente (APA, 2014).

Onda - é a perturbação da superfície de água do mar, rio e lagos causada por ventos, sismos,

deslizamento e vulcões (CARTER 1988).

Ondas de arrebentação – são as ondas que se formam após elas quebrarem-se na zona de

arrebentação (AUTOR, 2015).

Pós - praia – é a região que localiza-se fora do alcance das ondas e mares normais, somente é

alcançada pela água quando da ocorrência de marés muito altas ou tempestades (CASTRO,

J.W. et al., 1992).

Ravina – é um processo erosivo provocado essencialmente pelo escoamento de água,

causando grandes depressões no solo (CARLOS, 2008)

Zona de arrebentação - é aquela porção do perfil praial caracterizada pela ocorrência de

quebramento de ondas (GOMES, 2003).

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RESUMO

O presente trabalho teve como objectivo analisar a erosão costeira no Município do

distrito de Vilankulo no bairro Desse e Central. O levantamento de dado foi realizado em

cinco (5) pontos de ocorrência de erosão em cada bairro, nos meses de Julho e Agosto de

2015. Foi aplicada técnica volumétrica de pino para medir a remoção do solo e o sistema de

informação geográfica para classificar e mapear as áreas vulnerável. O bairro Desse, Central e

a rua marginal, são as áreas mais vulneráveis que estão actualmente marcadas por erosão do

tipo voçoroca, devido a intensificação do fenómeno natural e antropogénicos, que é

influenciado pela acção das ondas na zona de arrebentação, bem como pela destruição de

estruturas naturais para a construção de centros turísticos e residências privadas, condução na

praia, remoção de vegetação nas dunas, insuficiência de espécies de plantas resistente a

erosão, aberturas de caminhos para o mar e o crescimento demográfico especialmente

próximo á zona costeira, também o aquecimento global que proporciona a elevação média do

nível do mar devido a destruição de gelo na zona polar.

Palavra-chave: Erosão, vulnerabilidade e níveis

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ÍNDICE

I. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1

1.1. Problemática ....................................................................................................................... 2

1.2. Justificativa ......................................................................................................................... 2

1.3. Objectivos ........................................................................................................................... 3

1.3.1. Geral: ............................................................................................................................... 3

1.3.2. Específicos: ...................................................................................................................... 3

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................. 4

2.1. Conceito .............................................................................................................................. 4

2.1.2. Erosão .............................................................................................................................. 4

2.1.2.1. Quanto a divisão ........................................................................................................... 4

2.1.2.2. Quanto o desgaste do solo ............................................................................................ 5

2.1.2.3. Quanto os factores activos ............................................................................................ 5

2.1.3. Erosão pluvial .................................................................................................................. 6

2.1.4. Erosão fluvial ................................................................................................................. 10

2.1.5. Erosão costeira ou maritima .......................................................................................... 10

2.2. Praia .................................................................................................................................. 11

2.2.1. Característica geomorfológica da praia. ........................................................................ 13

2.3. A zona costeira ................................................................................................................. 14

2.3.1. Característica da zona costeira ...................................................................................... 14

2.3.1.1. Clima…………………………………………………………………………………14

2.3.1.2. Hidrografia..………………………………………….………………………………14

2.3.1.3. Relevo…….………………………………………………………………………….15

2.3.1.4. Solo…………………………………………………………………………………..15

2.4. Escolha da área de estudo…….………………………………………………………….15

2.5. Estudo relacionado com o tema ........................................................................................ 16

III. MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................. 18

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3.1. Descrição da área de estudo.............................................................................................. 18

3.2.1. Levantamento de dados ................................................................................................. 18

3.3. Materiais usados na pesquisa. ........................................................................................... 19

3.4. Método usado na interpretação dos dados ........................................................................ 19

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 20

4.1. Factores que influenciam a ocorrência da erosão costeira no Município de Vilankulo ... 20

4.1.1. Os factores marítimos .................................................................................................... 20

4.1.1.1. Acção da onda ............................................................................................................ 20

4.1.1.2. Correntes ..................................................................................................................... 22

4.1.2. Factores atmosféricos .................................................................................................... 23

4.1.2.1. A pluviosidade ............................................................................................................ 23

4.1.2.2. Os ventos .................................................................................................................... 23

4.1.3. Factores antropogénicos ................................................................................................ 23

4.2. Consequências da erosão costeira no Município de Vilankulo. ....................................... 23

4.3. Tipos de erosão e os seus factores erosivos ...................................................................... 24

V. CONCLUSÃO E RECOMENDÇÃO ................................................................................ 26

5.1. Conclusão ......................................................................................................................... 26

5.2. Recomendações ................................................................................................................ 26

5.2.1 Aos investigadores e os próximos estudos: .................................................................... 26

5.2.2. Ao município de Vilankulo ........................................................................................... 26

5.2.3. A instância turisca ......................................................................................................... 27

5.2.4. Aos habitantes da zona costeira ..................................................................................... 27

VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 28

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Estudo da erosão costeira no município de Vilankulo

Cardoso, Simão José Página 1

I. INTRODUÇÃO

Actualmente vive-se em várias partes do mundo um período marcado por uma

preocupação ambiental jamais vista anteriormente. Esta inquietação tem como causa o maior

ritmo acelerado do crescimento demográfico que proporciona mudanças rápidas e constantes

no espaço geográfico (GUERRA & CUNHA, 2007).

Em Moçambique grande parte do território enfrenta problemas sérios de erosão em

particular a zona costeira. As razões para a ocorrência de erosão de solos são diversas

destacando-se a disposição do relevo (em forma de escadaria), actividade humana (maiores

aglomerados populacionais que se localizam ao longo na zona costeira), localização

geográfica do país, queimadas descontroladas, prática de agricultura e uso de terra para outros

fins em locais susceptíveis à erosão (MICOA, 2007).

Enquanto o distrito de Vilankulo, tem sofrido a erosão costeira como um dos maiores

problemas ambientais (SDPIV; 2015). Onde, a actual intransitabilidade da avenida da

marginal mostra que, não sendo tomadas quaisquer medidas para estancar a erosão, torna-se

aos munícipes e ao governo local cada vez mais sombrias as possibilidades de reposição da

via, essencialmente devido ao agravamento cada vez maior dos custos de intervenção.

Salientar que, os problemas ambientais existentes na área costeira do município de

Vilankulo, levam a realização deste trabalho que tem como objectivo de analisar a erosão que

afecta a zona costeira do município de Vilankulo. Visto que, a paisagem das áreas costeiras,

tem sofrido modificações bastante significativas em relação a degradação ambiental

provocada principalmente pela acção Antropogênica ou seja provocada pelo homem. Também

de modo a contribuir na identificação da argumentação dos factores concorrentes ao

desencadeamento do fenómeno e compreensão dos principais impactos registados no

município de Vilankulo, interpretação e compreensão da situação actual e futura do ambiente

e propõem-se medidas mitigadoras da erosão, podendo contribuir desta maneira para melhorar

estratégias de intervenção na zona costeira.

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Estudo da erosão costeira no município de Vilankulo

Cardoso, Simão José Página 2

1.1. Problemática

A erosão na zona costeira do Município de Vilankulo tem sido acarretada pelas chuvas

fortes, aumento do nível do mar, crescimento demográfico, destruição de estruturas naturais

para a construção de centros turísticos e residências privadas, condução na praia, insuficiência

de espécies de plantas resistente a erosão, remoção de vegetação nas dunas, aberturas de

caminhos para o mar, a força das ondas do mar bem como a força dos ventos e tempestades

que tem atingido este distrito. O impacto de todos factores acima descritos causa a degradação

estrutural do solo, pois esta remove o material fino do horizonte superficial do solo deixando-

o propenso a ocorrência da erosão.

Em que essa erosão produz vários problemas económicos, sociais e ambientais, pois a área

afectada por este problema diminuiu a prática da actividade turística, e outras actividades

económicas importantes o que causas vários transtornos para economia do Município de

Vilankulo.

O presente estudo pretende responder a seguinte questão:

“Quais são os factores que contribuem para a ocorrência da erosão na zona costeira do

Município de Vilankulo?”

1.2. Justificativa

Entende-se que haja a necessidade de se estudar a erosão costeira a nível do município de

Vilankulo pelo facto do mesmo poder servir de guia para a identificação dos principais

factores erosivos, contribuindo significativamente na melhoria de medidas mitigadoras,

fazendo com que haja prevenção da erosão a nível do município, reduzindo deste modo o

efeito do problema erosivo, sócios económicos e ameaça a própria sustentabilidade do meio

ambiente.

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Cardoso, Simão José Página 3

1.3. Objectivos

1.3.1. Geral:

Estudar a erosão costeira no Município do distrito de Vilankulo.

1.3.2. Específicos:

Identificar os principais factores que influenciam para ocorrência da erosão costeira;

Descrever os processos erosivos na zona costeira do município de Vilankulo;

Identificar os tipos de erosão.

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Cardoso, Simão José Página 4

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Conceito

2.1.2. Erosão

Vários autores definem a erosão de diversas formas, mas dentre eles há que destacar os

conceitos de BARROS, C. & PAULINO, W. (2009) & GUERRA (2007), que se

assemelham entre si.

Segundo BARROS, C. & PAULINO, W. (2009), a erosão é processo natural de

desagregação, decomposição, transporte e deposição de materiais de rochas e solo. Mas,

GUERRA (2007), define como um conjunto de processos, tais como desgaste, transporte e

acumulação, que transformam e modelam a superfície da terra e resultante da acção dos

agentes naturais, nomeadamente as chuvas, o vento, os rios, os glaciares e mar.

De acordo com a MICOA (2007), a erosão pode ser classificada quanto a divisão, o

desgaste do solo e factores activos:

2.1.2.1. Quanto a divisão

A erosão natural ou geológica:

É aquela que envolve um processo lento e gradativo, propriamente constitutivo das

diversas formas de relevos existentes, como a formação de vales por onde passam os rios

(RICARDO, 2001).

A erosão acelerada:

É aquela que envolve geralmente as actividades humanas e que costuma resultar na

rápida destruição ou danificação dos solos ou realizada na superfície terrestre pela

intervenção humana e seres vivos, em geral, ocasionando um desequilíbrio ambiental. É o

aceleramento da erosão nas camadas superficiais do solo, motivados por desmatamento,

cortes de buracos em estradas etc (RICARDO, 2001).

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Cardoso, Simão José Página 5

2.1.2.2. Quanto o desgaste do solo

A erosão superficial

Surge do escoamento da água que não se infiltra. Ela está associada ao transporte, seja

das partículas ou agregados desprendidos do maciço pelo impacto das gotas de chuva, seja

das partículas ou agregados arrancados pela força atractiva desenvolvida entre a água e o

solo (RICARDO, 2001).

O poder erosivo da água em movimento e sua capacidade de transporte dependem da

densidade e da velocidade de escoamento, bem como da espessura da lâmina da água e,

principalmente, da inclinação da vertente do relevo. A formação de filetes no fluxo

superficial amplia o potencial de desprendimento e arraste das partículas de solo, dando,

quase sempre, origem aos sulcos que evoluem para ravinas podendo chegar à condição de

voçoroca (RICARDO, 2001).

Os escoamentos superficiais, originados por uma chuva intensa sobre uma bacia, é uma

parte do ciclo hidrológico local, sendo produzidos quando os componentes de recarga da

bacia são satisfeitos. Esses componentes são a interceptação e escoamento ao longo da

vegetação, o armazenamento no perfil do solo, a percolação profunda que atinge o aquífero

e o armazenamento em depressões da superfície (RICARDO, 2001).

A erosão em profundidade ou subterrânea

São aquelas que, acontece por fluxos tubulares na existência de um gradiente

hidráulico (diferença de nível), favorecida por perfurações abertas pelo sistema radicular

de plantas, animais escavadores, movimento de dissecação do manto rochoso pelo

intemperismo, deslizamentos nos depósitos colúvio-aluvionares de encostas ou nas

estruturas reliquiares das rochas originais, impressas na massa de solo residual, A coesão e

granulometria dos solos são determinantes para a evolução da erosão (RICARDO, 2001).

2.1.2.3. Quanto os factores activos

De acordo com CAMAPUM DE CARVALHO (2006) propõem uma terminologia para

a classificação dos principais tipos de erosão, enfatizando o carácter combinado entre os

agentes erosivos e a acção da gravidade, mostrados na Tabela nº 2.1.

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Cardoso, Simão José Página 6

Tabela nº 2.1: Classificação da erosão pelos factores activos

Factores Tipos

1.água Erosão Hídrica

1.1 Chuva Erosão Pluvial

1.2 Fluxo Superficial Erosão Laminar

1.3 Fluxo Concentrado Erosão linear (sulco, ravina, voçoroca)

1.4. Rio Erosão Fluvial

1.5. Lago, Reservatório Erosão Lacustrina ou límica

1.6. Mar Erosão marinha

2. Geleira Erosão glacial

3. Neve Erosão Nival

4. Vento Erosão Eólica

5. Terra, detritos Erosão soligênica

6. Organismos Erosão organogênica

6.1. Plantas Erosão fotogénica

6.2. Animais Erosão Zoogênica

6.3. Homem Erosão Antropogênica

Fonte: Camapum de Carvalho, 2006.

2.1.3. Erosão pluvial

É erosão causada pela chuva. Quando o terreno está descoberto, ou sem vegetação, este

fica desprovido e quando chove as enxurradas carregam a camada superficial do solo, que

contém as substâncias necessárias para as plantas e a mesma subdivide-se em Splash,

laminar, sulcos e ravina.

Erosão por gota ou “Splash”

Quando as gotas de chuva ao atingirem o solo nu separam as partículas do solo e estas

vão ocupar o espaço entre os agregados de solo formando assim uma crosta na sua

superfície que dificulta a infiltração da água (WATE, 2012), como mostra a figura nº 2.1.

Salientar que a energia das gotas faz com que os elementos estruturais do solo se

desagregar e as partículas arrancadas e espalhadas em todas direcções, essencialmente pelo

declive abaixo, entupindo assim os poros do solo e reduzindo a capacidade de infiltração.

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Cardoso, Simão José Página 7

Figura nº 2.1: Erosão por gota

Fonte: RODOLFO & ALVES, 2015

Erosão laminar

É devido a formação da crosta, a água não consegue infiltrar, começa a escorrer das

áreas mais altas para as mais baixas em zonas declivosas. Neste processo devido a

turbulência, a água vai desprendendo e carregando consigo as partículas de solo. Nesse

percurso a água segue um caminho preferencial podendo formar sulcos que por sua vez

podem originar as ravinas (WATE, 2012), como mostra a figura nº 2.2.

Figura nº 2.2: Erosão laminar

Fonte: SÃO LUÍS, 2008

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Cardoso, Simão José Página 8

Sulcos erosivos

São fissuras no solo que se assemelham a ravinas mas com cerca de 30 cm de

profundidade, o sulco pode-se transformar em ravina se não forem tomadas medidas para

Controlo (WATE, 2012), como mostra a figura nº 2.3.

Figura nº 2.3: erosão por sulcos

Fonte: RODOLFO & ALVES, 2015

Ravinas

São fissuras profundas (podem atingir muitos metros de profundidade e largura) que

ocorrem no solo e que são causadas por enormes quantidades de água que são

transportadas em pouco tempo. Geralmente este tipo de erosão é devido ao pasto de gado e

aos caminhos que as pessoas vão abrindo ao passar em áreas declivosas (WATE, 2012),

como mostra a figura nº 2.4.

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Cardoso, Simão José Página 9

Figura nº 2.4: erosão por ravinas

Fonte: ALEXEI, 2011

Segundo MORGAN, (1986), as ravinas estão quase sempre associadas com a erosão

acelerada, e, por conseguinte com a instabilidade do meio ambiente. O mesmo autor refere

que a principal causa de formação de ravinas é o excesso de água na condição como se

escoa.

Durante o escoamento, o grau de erosão depende primeiramente do volume e

velocidade da água, da espessura da lâmina da água, da declividade, comprimento e

presença da vegetação (MAGALHÃES, 1995 citado por JAGUARIUNA, S.P. 2011).

As ravinas desenvolvem-se por processos do grau de erosão que podem ocorrer

simultaneamente ou durante períodos diferentes de crescimento. Estes processos podem

compreender em 4 estágios:

Erosão em canais através de limpeza descendentes da camada superficial do solo;

Movimento superficial da crista da ravina e alargamento da ravina em largura e

profundidade;

Início da estabilização com crescimento da vegetação nos canais;

Estabilização das ravinas com o desenvolvimento de nova camada superficial do

solo (SCHWAB et al, 2004).

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Cardoso, Simão José Página 10

Ravinas e voçoroca são processos erosivos distintos. Mas, GUERRA, (1998), explica

que a diferença entre esses processos refere-se ao carácter dimensional. “As ravinas são

incisões de até 50 centímetros de largura e profundidade. Acima desses valores, as incisões

erosivas seriam denominadas de voçoroca”.

2.1.4. Erosão fluvial

Este tipo é causado pela água dos rios, transformando o seu curso em vales mais

profundos do que o seu entorno. Alem disso, quando não há uma vegetação nas margens

dos cursos de água, elas são erodidas pela força das águas, intensificando processos de

assoreamento e alargamento do leio das bacias de drenagem (RODOLFO & ALVES,

1998) como mostra a figura nº 2.5.

Figura nº 2.5: Erosão fluvial

Fonte: RODOLFO & ALVES, 2015

2.1.5. Erosão costeira ou marinha

Viu-se anteriormente que existem diversos tipos de erosão, porém, deve se dar enfoque

à erosão marinha, por ser o desastre natural que está causando sérios prejuízos à praia de

Município de Vilankulo.

Segundo o SCHWAB et al (2004), a erosão marinha ou costeira é um longo processo

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de atrito da água do mar com as rochas que acabam cedendo transformando-se em grãos,

esse trabalho constante actua sobre o litoral transformando os relevos em planície e deve-

se praticamente à acção de um factor presente na termodinâmica: da direcção dos ventos,

responsáveis pelo surgimento das ondas, correntes e marés. Enquanto, CAMPOS (2003),

define a erosão costeira como um fenómeno de proporções globais que vem se agravando

com o aumento do nível dos mares provocado pelo aquecimento do planeta. Localmente,

diversos factores podem acelerar e multiplicar os efeitos destes impactos, especialmente

quando interferem no fluxo de sedimentos e no equilíbrio dinâmico da linha de costa e seus

processos. Como mostra a figura nº 2.6.

Figura nº 2.6:Erosão costeira ou marinha

Fonte: SÃO LUÍS, 2008

Dizer que a erosão na zona Costeira é causada pela água do mar que se batem sobre as

rochas e as praias através das suas ondas.

2.2. Praia

De acordo com ANA, (2008), a praia é um sistema litoral de acumulação de

sedimentos da areia ao bloco, depositados pelo mar e que se mantêm soltos. Enquanto

GUERRA (2007), define a praia como depósitos de sedimentos acumulados por acção de

ondas que se ajustam às condições de maré, como mostra afigura nº 2.7.

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Figuras nº 2.7: praia de Vilankulo

Fonte: Autor, 2015

Segundo LOPES. M, (1972/73), citados por CLÁUDIO, (1997), as praias constituem

uma faixa arenosa ou saibrosa, de fraco pendor, limitada inferiormente pela linha da maré

mais baixa e superiormente pela linha atingida pelas ondas durante as tempestades. Mas

BROWN & MCLACHLAN, (1990), diz que, as praias constituem sistemas dinâmicos,

onde elementos básicos como ventos, água e areia interagem, resultando em processos

hidrodinâmicos e de posicionais complexos.

Salientar que, a Praia do município de Vilankulo, é uma faixa de terra pertencente ao

litoral da zona de Marginal e, por conseguinte à Zona Costeira e Marinha do município. A

faixa da praia representa um sistema ambiental dos mais dinâmicos do planeta. Encontra-se

localizada no limite entre a terra e o mar, de amplitudes variáveis, recebendo,

transformando e gerando processos energéticos na linha da confluência das conexões entre

o continente, o mar e a atmosfera.

Segundo CAMPOS, (2003), a morfologia das praias vária porque as areias

permanecem em contínuo movimento devido às ondas que quebram na linha de costa.

Durante as variações diárias das marés, e principalmente nos ventos de ressacas, as ondas

transportam grandes quantidades de sedimentos. Parte desse material é deslocado para

outros pontos em praias mais adiante (quando as ondas atingem a linha de costa formando

ângulos oblíquos), e o restante, transportado fora do mar.

Salientar quanto geomorfológica da praia de município de Vilankulo, a linha de costa

se caracteriza por instabilidade decorrente de alterações por efeitos naturais e antrópicos,

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Cardoso, Simão José Página 13

que se traduzem em modificações na disponibilidade de sedimentos, no clima de ondas e

na altura do nível relativo do mar. O litoral e a praia respondem com mudança de forma e

de posição que podem ter consequências económicas indesejáveis quando resultam em

destruição de património ou em custos elevados, na tentativa de interromper ou retardar o

processo de reajuste morfológico (GUERRA & CUNHA, 2007).

2.2.1. Característica geomorfológica da praia.

Segundo MACEIO, (2005), a característica geomorfológica da praia divide-se em:

Praias arenosas

São ecossistemas dinâmicos que consistem de depósitos de sedimentos, continuamente

retrabalhados, e se estendem desde a base de sua actividade até o limite da zona de varrido

das ondas (SHORT & WRIGHT, 1983, citado por DIAS & ROCHA-BARREIRA, 2011).

Também, são constituídas por areias, claras ou escuras (MACEIO, 2005).

Segundo LIMA, (2003), as praias arenosas subdivide-se em praia longas e rasas que

crescem onde o aporte de areia é abundante, frequentemente onde os sedimentos friáveis

formam a costa. Nos locais onde a pós-praia é baixo e os ventos sopram em direcção ao

continente, largos cinturões de dunas bordejam a praia. Se a linha de costa for

tectonicamente elevada e as rochas forem resistentes, formam-se falésias alinhadas na

costa, e quaisquer pequenas praias que se formarem serão compostas por material erodido

das falésias. Nos locais onde a costa é baixa, a areia é abundante e as correntes de maré são

fortes, sendo construídas extensas planícies de maré que serão expostas durante as marés

baixa.

Salientar que nas praias arenosas do município do Vilankulo a erosão constitui um

grave problema para as populações costeiras. Em que os danos causados podem ir desde a

destruição das habitações e infra-estruturas humanas até os graves problemas ambientais.

Praias rochosas

São formadas por seixos de diferentes tamanhos, podendo conter ainda pedaços de

conchas e de esqueletos de corais e outros invertebrados, além de restos de algas calcárias

(MACEIO, 2005).

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2.3. A zona costeira

Segundo MARCUS et al.; (1997), a zona costeira, é aquela que compreende uma faixa

de terra seca e o espaço oceânico adjacente, na qual a parte terrestre e seus usos afectam

directamente a ecologia do espaço oceânico e vice-versa. Mas, LAIR. (2014), define a

zona costeira como a simplicidade paisagística e na sua dinâmica habitual, exigem

considerações similares ou até mais complexas do que os espaços interiores, já que elas

envolvem sérias questões relacionadas com a interacção do ar, nível do mar e da terra,

incluindo os seus recursos ambientais e abrangendo a faixa marítima e a faixa terrestre.

2.3.1. Característica da zona costeira

Salientar que a zona costeira do município de Vilankulo apresenta ambiente costeiros

muito atraente, incluem a diversidade do clima, hidrografia, relevo e solo.

2.3.1.1. Clima

O clima é diversificado, sendo dominado a costa com o clima tropical húmido e o

interior o clima tropical seco. Á medidas que se caminham para costa verificam-se duas

estações, a seca e chuvosa (JEREMIAS, 2005. Na época chuvosa atingir as precipitações

mais elevadas nas zonas costeiras, oscilando entre os 800 a l000 milímetros, não

verificando-se o mesmo com o interior onde as médias anuais atingem apenas 600

milímetros (EQUIPA TÉCNICA DISTRITAL, 2005).

A zona costeira, apresenta temperaturas médias entre o 18 º e os 33ºC (JEREMIAS,

2005). As temperaturas médias anuais na faixa costeira variam de 22,7 ºC com diferença

em amplitudes anuais, (EQUIPA TECNICA DISTRITAL, 2005). De acordo com MAE

(2005), a evaporação total anual é de 1.135, 1ml-1

, e a velocidade do vento é de 14.9 km/h,

a pressão atmosférica media anual é de 1.014, 3 Hectopascais e a insolação total é de

2.955,5h.

2.3.1.2. Hidrografia

Apresenta o rio Govuro como a única bacia hidrográfica, que nasce na região de

Mapinhane e desagua no Mar na zona de Bartolomeu Dias. O nível freático ao longo das

dunas do litoral é bastante alto, tornando se mais profundo à medida que se avança para o

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interior (MAE, 2005). Também dizer que, apresenta varias lagoas ao longo da mesma

zona.

2.3.1.3. Relevo

Apresenta poucos acidentes geográficos, formação de dunas na zona costeira e no

interior zonas predominantemente planas. Também existe o florestamento de grés costeiro,

onde, o relevo é acidentado por vezes com vales profundos revestidos de matas e restingas

rochas formando entre si várias enseadas (EQUIPA TÉCNICA DISTRITAL, 2005).

2.3.1.4. Solo

Apresenta solos arenosos esbranquiçados com baixa capacidade de retenção de

humidade na faixa costeira. No interior, são solos areno-argilosos avermelhados,

acastanhados e calcários ao longo do rio Govuro, na baixa de Machongos, na zona de

chixocane e Macunhe, que classificam-se como solos fluviais de alta fertilidade, onde as

vezes há um excesso de água e ocorrência de altos índices da salinidade (EQUIPA

TÉCNICA DISTRITAL, 2005).

2.4. Escolha da área de estudo

A escolha da área de estudo, foi baseado no espaço privilegiado para os mais diversos

propósitos como turismo, pesca, lazer, moradia e espaço de maior vulnerabilidade, de

maneira a identificar os possíveis factores erosivos que se encontram ao longo da costa

municipal, como mostra a figura nº 2.8, (vide anexo A).

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Figura nº 2.8: imagem satélite da área de estudo

Fonte: Google earth, 2015

2.5. Estudo relacionado com o tema

Segundo DE PLOEY & GABRIELS (1980), a estimativa de perda de solo por erosão

para uma determinada área é o princípio para planear medidas e acções correctivas. Os

mesmos autores, afirmam que pode-se utilizar técnica volumétrica de pinos de erosão para

medir a remoção do solo. Os pinos (vergalhões de ferro graduado/estaca graduada) são

parcialmente colocada a face do solo ou enterrados no solo (15 cm) ficando uma parte

exposta para realização da leitura.

Segundo estudo feito em São Paulo por THOMAZ (2008),Realizou-se avaliação da

erosão, medindo troncos e raízes de árvores de erva-mate na área intensamente erodida.

Utilizando a técnica volumétrica de pinos de erosão ao fazer as medições de raízes

expostas. As medições foram realizadas na transição do colo da árvore (tronco-raízes ou

parte aérea-subaérea), figura nº 2.9

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Figura nº 2.9:Ilustra a medição da erosão

Fonte: THOMAZ, 2000

De acordo com o trabalho realizado na universidade estadual de Ponta Grossa, a

tecnicavolumetrica consistiu na inserção da estaca de madeira na face da margem do rio e

canal. posteriormente, objectivando medir o valor da erosão através de uma trena metálica

fixada em uma estaca de madeira. A medição foi realizada em intervalos fixos dos canais

dos rios a uma distancia de 1metro (CASADO et al., 2002, citado por DIAS 2012).

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III. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Descrição da área de estudo

O estudo foi realizado na zona costeira do município de distrito de Vilankulo, que

localiza-se na região sul de Moçambique a Norte da Província de Inhambane, com uma

superfície a cerca de 5.867km2,

incluindo as ilhas de Benguerra e Magaruque o que

corresponde a l8% da área total da província. A sede do Distrito, localiza-se na Autarquia

da Vila de Vilankulo. Tendo como limites, a Norte o Distrito de Inhassoro, a Sul com o

Distrito de Massinga, a Oeste com o Distrito de Mabote e Funhalouro e a Este com o

Oceano Indico que situa-se entre a Latitude 22º35′47″ Sul e Longitude 35º6′45″Este

(JEREMIAS, 2005). Como mostra a figura nº 3.1.

Figura nº 3.1: Mapa do Distrito de Vilankulo

Fonte: INE, 2008

3.2. Levantamento de dados

O levantamento de dado foi realizado nos meses de Julho e Agosto de 2015, com

objectivo de observar os factores capazes de interferir na área em estudo. Porem, fez-se o

levantamento, utilizando diversos métodos e procedimentos, com recurso à interpretação de

imagens actual dos níveis erosivos da zona costeira do município de Vilankulo.

Alguns aspectos complementares, foram recolhidos através da observação directa no

campo, isto é, na medida em que foram feitas algumas visitas no campo de estudo, onde foi

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Cardoso, Simão José Página 19

possível apurar as causas, bem como os factores naturais e artificiais que influenciam para a

ocorrência da erosão costeira.

Os dados foram levantados em áreas de maior vulnerabilidade na zona do bairro Desse

e Central. Onde, seleccionou-se cinco (5) pontos em cada área com variável alturas de

erosão (vide apêndice C). Posteriormente, observou se em cada ponto o limite inferior e

superior da quantidade de areia removida, que, foi feita a leitura do nível por meio de uma

fita métrica fixada numa estaca e colocada acima duma pedra a mesma face do limite

inferior em posição vertical junto a zona radicular das plantas, margem da rua marginal e

valas ou picada para o mar. Depois, tirou-se as imagens de cada ponto a uma distância

aproximadamente de 2 a 50 m. De seguida, os dados foram transferidos para o laptop onde

efectuou-se a total análise e interpretação dos factores erosivos.

A análise, foi efectuada através dos dados introduzidos numa planilha de Microsoft

Office Excel, onde posteriormente, fez-se a construção do diagrama que ilustra o tipo da

erosão no bairro Desse e Central.

3.3. Materiais usados na pesquisa.

Para a realização do trabalho usou-se os seguintes materiais:

Bloco de notas;

Esferográficas;

Fitametrica.

3.4. Método usado na interpretação dos dados

A interpretação dos dados baseou-se no Sistema de Informação Geográfica do modelo

Arcview 3.2 e Mapinfo 5.5 que consistiu no mapeamento das áreas mais vulneráveis em

três níveis erosivo, nomeadamente nível alto (ravina ou voçoroca), nível moderado (sulcos)

e nível baixo (laminar), (vide anexo B).

Os níveis foram apresentados e classificados numa grelha do mapinfo com célula de

0.25*0.25km, a qual foi atribuindo a cada célula um valor entre 1 a 3, onde, 1 é a erosão do

alto nível, 2 erosão do nível moderado e 3 erosão do nível baixo.

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Cardoso, Simão José Página 20

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Factores que influenciam a ocorrência da erosão costeira no Município de

Vilankulo

Com base no estudo realizado, sobre a erosão actual no município de Vilankulo (anexo

A), a erosão no bairro Dense e Central, é causada pelos factores marítimos, atmosféricos e

antropogénicos. Cuja, a acção conjunta destes factores, cria a existência de outras causas,

que estão na origem de um processos erosivos recentes no município de Vilankulo, dentre

elas, são destacadas as seguintes:

A elevação do nível do mar, em que no entanto, não é possível a realização de uma

investigação segura sobre a influência da maré nos processos erosivos na zona do bairro

Desse e Central, mas estou ciente que a elevação do nível do mar nos mesmos bairros, esta

na origem do aumento dos índices da erosão na praia, devido a falta de medida preventivas

e de recuperação das áreas degradadas, onde observa-se as constantes inundações,

causadas pela redução da quantidade do gelo acumulados nos glaciares, que são induzida

pela maior mudanças do tempo geológico ou das temperaturas atmosféricas. Portanto, a

redução da quantidade do gelo, proporciona o aumento do volume da água no oceano.

Enquanto, a abertura de caminhos para o mar, é explicada pela diversas actividades da

população da zona do bairro Desse e Central.

4.1.1. Os factores marítimos

A zona do bairro Desse e Central, é afectada directamente pelos processos erosivos

marítimos tais como:

4.1.1.1. Acção da onda

Observa se que a praia na zona do bairro Desse e Central, é ataca na obliqua pelas

pequenas ondas, durante a transformação da ondulação para ondas de arrebentação que

provoca um movimento de sedimentos parcial, por arrastamento em zigue-zague e pela

corrente longitudinal. No local de rebentação, as ondas exerce uma remoção e deposição

de sedimento, como mostra a figura nº 4.1.

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Figura nº 4.1: Acção de escavamento vertical

Fonte: Autor, 2015

Durante o processo da rebentação, a corrente apresenta uma acção acumulativa no seu

limite superior. Quando rebenta contra as rochas, muro e areia, age por choque, por

compressão do ar e da água, por sucção quando se retira e por metralhagem quando carrega

materiais em suspensão e volta a bater contra as rochas, muro e areia. Posteriormente, a

corrente transporta areia para o mar na medida que se retira.

As ondas apresentam um movimento transversal, que verifica-se, no sentido terra mar,

ocasionando a erosão na praia e mar – terra criando o enchimento. Posteriormente, os

leitos com pouca inclinação, promovem a quebra da onda mais longe da costa e os leitos

com grande inclinação, fazem a onda quebrar próximo da costa.

As ondas quebram se directamente nas rochas com uma força muito grande, e atirando

água para o alto mar, este processo, actualmente verifica-se na zona de hotel da Dona Ana

e zona Central. Porem, o processo condiciona rapidamente a destruição das rochas

existente na praia e muro de concretos erguida para proteger a rua marginal, como mostra a

figura nº4.2.

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Figura nº 4.2: Acção das ondas nas rochas

Fonte: Autor, 2015

As ondas após se quebrar, reduzem de altura e continuam com movimento de ida e

volta ou vai-vem. Salientar que este movimento, é forte e suficiente para a lixiviação de

grãos de areia e até cascalho.

4.1.1.2. Correntes

O processo da rebentação nas rochas, muro e areias, resulta nas correntes que se fazem

sentir entre a rebentação e a linha da costa. Posteriormente, este processo condiciona o

rápido afastamento da linha da costa nas área arenosa e quase constante nas áreas rochosas,

como mostra a figura acima (figura nº 4.2.).

Verifica-se que a corrente sobe pela praia arenosa e rochosa em sentido oblíquo e recua

sobre a linha de declividade, onde transporta o material posto em suspensão durante o

processo da rebentação. Salientar que deste modo, o processo da rebentação proporciona a

erosão em todas as áreas de estudo.

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4.1.2. Factores atmosféricos

4.1.2.1. A pluviosidade

Verifica-se que, as gotas da chuva criam impacto sobre as dunas e a rua marginal,

resultando na erosão durante o processo do escoamento superficial da água sobre as

margens da rua marginal e extremidade das dunas. Durante o impacto, as gotas quebram os

agregados do solo, separam as partículas, espalham os materiais em todas as direcções e

criam os pequenos sulcos por onde escoa a água.

4.1.2.2. Os ventos

Nas praias arenosas e rochosas do bairro Dense e Central, o vento transporta as

partículas de areias muito fina para a formação de pequenas dunas ao longo da faixa

costeira, esta formação verifica-se em forma lento ou quase invisível em toda área de

estudo.

O nível do mar e alturas das ondas aumenta com a presença dos ventos fortes,

ocasionando a erosão eólica de menor frequência que quase não se nota.

4.1.3. Factores antropogénicos

Verifica-se ao longo do bairro Desse e central o pasto de cabrito, destruição de mangal,

construção de edifício, abertura de picadas e parques de campismos, trânsito de veículos na

praia, insuficiência de medidas de prevenção e má utilização da praia, a remoção da

cobertura vegetal por partes de construtores de hotéis, lodge, bar, restaurante, casa e

campos de campismo para proporcionar a praia um aspecto limpo e aberto.

4.2. Consequências da erosão costeira no Município de Vilankulo.

Entende-se que a erosão costeira é um fenómeno natural que sem a intervenção da

actividade humana actua no litoral, modelando a sua forma sem grandes problemas.

Portanto, a zona costeira no município de Vilankulo apresenta alto poder destrutivo da

erosão, que é influenciada pela construção de obras de instâncias turísticas e residências

privadas.

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Sabe-se que o poder destrutivo no município de Vilankulo, causa danos nas

construções públicas, privadas e no meio ambiente como mangais e plantas. Também

destrui algumas praias mais conhecidas, que são forte atractivo económico para o

desenvolvimento do turismo na região distrital.

O risco de perder relevantes instâncias turísticas, constitui na ameaça por parte da

economia municipal e populacional, porque a maior parte dos munícipes deste distrito,

encontram como a formas de sobrevivência trabalhando nestas instâncias turísticas.

4.3. Tipos de erosão e os seus factores erosivos

A partir do anexo B, os bairros Desse e Central, são identificados como as áreas de

maior vulnerabilidade ao processo erosivo a nível municipal bem como distrital e

classificada em alto nível de severidade, devido a erosividade da chuva, inclinação

acentuada do terreno e a falta da cobertura vegetal.

A erosão no bairro Desse na área de baobablodge e kuvuka café e no bairro central na

rua marginal (tropical bar e house for rent), apresentam a erosão costeira do tipo voçoroca,

devido a existência dos buracos e as zonas radiculares das plantas altamente erodida.

Portanto, os buracos e as zonas radiculares, apresentam as medidas erosivas acima de

50cm de altura ou profundidade, como mostra a figura nº 4.3.

Figura nº 4.3: ilustra o tipo de erosão

Fonte: Autor, 2015

0

50

100

150

200

1 2 3 4 5

Alt

ura

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m

Pontos de medição

Diagrama da erosão

E.B.Dense

E.B.Central

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Cardoso, Simão José Página 25

A ocorrência da erosão ao longo da rua marginal, é condicionada pela retida da

vegetação em área com inclinação acentuada, devido actividade turística não planejada,

também, pela destruição do muro e ausência das plantas ao longo da costa. Enquanto o

bairro Desse, é devido a falta do muro e sistema de drenagem da água pluvial.

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Cardoso, Simão José Página 26

V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇOES

5.1. Conclusão

Após a realização do estudo no bairro Desse e Central no Município de Vilankulo.

Concluiu-se que, a intensificação do fenómeno natural e antropogénicos, é influenciado

pela acção da corrente e das ondas, bem como pela destruição de estruturas naturais para a

construção de centros turísticos, condução na praia, remoção de vegetação nas dunas,

insuficiência de espécies de plantas resistente a erosão, aberturas de caminhos para o mar,

tempestade e chuvosas que caem no litoral.

Deste modo, afirma se que os factores erosivos tem trazido prejuízos económicos

considerável e degradação das características naturais da costa.

A rua marginal, bairro Desse e Central são áreas vulneráveis que apresentam o nível

severo da erosão do tipo voçoroca e são identificadas através de sistema de informação

geográfica do modelo Arcview 3.2 e Mapinfo 5.5.

5.2. Recomendações

Com base nos resultados obtidos durante o estudo, recomenda-se:

5.2.1 Aos investigadores e os próximos estudos:

Aprofundar o estudo da erosão costeira principalmente no tipo voçoroca e incluindo

outros factores que não são analisados neste estudo, como uma forma de mostrar

detalhadamente que acção da maré e da velocidade do vento poderá incentivar ao governo

local na implementação da preservação do sistema costeiro.

5.2.2. Ao município de Vilankulo

O município do distrito de Vilankulo em coordenação com outros sectores ligado ao

meio ambiente (como a MICOA e SDAE), deve adquirir viveiros de pinheiros, causarina e

outras plantas de natureza resistente a acção da erosão e fácil de crescer em solo arenosos,

cujo plantio desses viveiros deve ser realizado em conjunto com o plantio da vegetação

natural ao longo das dunas;

Construir o dissipador de energia barra - mar em toda faixa da praia municipal, que

poderá gera mínimos impactos ambientais e maiores efectividades na contenção do avanço

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do mar reduzindo os efeitos da erosão;

Construção do muro com várias vias de acesso a praia, de modo a evitar a remoção

do solo na criação de picadas para o mar. Também, implementar o projecto da defesa do

litoral da cidade da Beira e Maputo.

Aumentar chapas de sinalização de trânsito de veículos na faixa da praia, que

devem ser fixadas em locais de maior frequência de pessoas ou estratégico (por ex: em

frente das instancias turísticas como tropical, beachlodge, águia negra e principalmente a

faixa da praia de 19 de Outubro e bairro Desse na área de kuvuka café e baobablodge) para

facilitar a compreensão dos utentes da zona;

Colocar rede sobrepostas com algumas pedras de maior peso, de modo a permitir

que não seja arrastada pela força da água. Isto é, para evitar o deslizamento da terra.

5.2.3. A instância turística

Procurar uma forma de construir as instâncias sem destruir as dunas e a cobertura

vegetal ao longo da faixa de praia;

Não construir as instâncias a menos de 200m da faixa da praia;

A instância existente na faixa da praia, deve construir barreiras, e fazer o plantio

das espécies de árvores resistente ao vento e que tenha a zona radicular altamente

profunda.

5.2.4. Aos habitantes da zona costeira

Através de meios de comunicação social lançaria-se a campanha de plantação de

árvores nos buracos e na faixa da praia, com a participação dos membros do Governo

municipal e a sociedade em geral como escolas, igrejas, forças de defesa e segurança,

clubes desportivos e activistas de protecção da natureza;

Colocar a vedação da madeira, com uma altura que não ultrapassa dois metros para

se escapar da acção do vento e de modo a evitar a remoção das areias.

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APÊNDICES

E

ANEXOS

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I

Apêndice A: A erosão actual no município de Vilankulo/área do estudo

Fonte: Autor, 2015

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II

Apêndice B: Níveis de erosão no município de Vilankulo

Fonte: Autor, 2015

Apêndice C: Altura relativa a erosão no bairro Dense e Central

Eros.B.Dense Eros.B.Central

Ponto Altura (cm) Altura (cm)

1 98 106

2 90 185

3 62 107

4 93 103

5 78.5 155

Fonte: Autor, 2015