esboço para aula de teologia contemporânea - 4ª aula
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FRIEDRICH SCHLEIERMACHER
Elevao da experincia humana, sentimento, posio de fundamento teolgico.
Sua importncia est no m!todo e na a"ordagem #ue ele utili$ou para tentar
desemaranhar as crencas cristas dos conflitos com o pensamento moderno, o #ue
constituiu tendencia para os teologos li"erais dos proximos du$entos anos.
%riginador da teologia li"eral pelo m!todo #ue ele passou a utili$ar.
Em seus estudos na &niversidade de 'alle, ele a"sorveu profundamente o ceticismo
de (ant e leu extensivamente so"re a filosofia iluminista em geral.
)nfluenciado pelo romantismo alemo em fins do s!culo *+))). % omantismo era
uma reao ao racionalismo frio da filosofia iluminista. -ava grande enfase aos
sentimentos, imaginacao e intuio do ser humano.
Escreveu sua primeira grande o"ra Sobre a Religio: Discursos aos Ilustrados que
a Desdenham 1/00 em grande parte por causa do dese2o de convencer seus
amigos de #ue a religiao no era a#uilo #ue pensavam. 3o livro, procurou defender
a religiao dos conceitos errados mais comuns de #ue ela no passa de ortodoxia
morta e moralismo autoritrio #ue impede a li"erdade individual e aliena as pessoas
de sua verdadeira humanidade.
4 verdadeira religio ! uma #uesto de 5sentimento6 humano universal Gefhl) e
#ue pouco tem a ver com dogmas.
7aior o"ra8 4F Crist, #ue foi lancada pela primeira ve$ em 19:1;19:: e depois
revisada em 19
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modo so"renatural e assim praticadas numa teologia 5vinda do alto6. 4 teologia do
)luminismo deismo, vendo a tarefa como uma reflexao so"re pensamentos
racionais acerca de -eus, aca"ou envolvendo;se numa teologia 5vinda de "aixo6.
% 5sentimento6 encontra;se no plano anterior reflexo consciente ; ou se2a, so" o
pensamento ou sensao explicitos e antes deles. E ainda, 5"uscar e encontrar esse
fator infinito e eterno em tudo o #ue vive e se move, em todo o crescimento e
mudanca, em todas as acoes e paixoes, possuir e conhecer a propria vida na forma
de um sentimento imediato ; isso e religiao6.
Schleiermacher acreditava #ue tal sentimento religioso #ue ele muitas ve$es
chamava de 5devocao6 e fundamental e universal dentro da experiencia humana.
Schleiermacher no apenas dese2ava distinguir devoo e religio de cincia e
moralidade como tam"!m #ueria distingui;las de dogmas e sistemas de teologia.
Ele considerava estes ultimos como sendo estranhos verdadeira religio e nada
mais do #ue tentativas humanas de transformar a devoo em discurso.
4 experiencia crista de consciencia de -eus e consciencia de si proprio formada e
cumprida em ?esus @risto e atraves dele e a essencia do @ristianismo8 5a essencia
distinta do @ristianismo consiste no fato de #ue nele todas as emocoes religiosas
estao relacionadas a redencao criada por ?esus de 3a$are6. ... 4 teologia crista
procura oferecer um relato coerente da experiencia religiosa dos cristaos.
4 inovacao de Schleiermacher no metodo teologico encontra;se no 5voltar;se parao su2eito #ue cre6.... 3enhuma doutrina e sacrossanta. Audo esta su2eito a revisao.
&ma de suas contri"uicoes para a teologia contemporanea e sua enfase no carater
cultural e historico das doutrinas.
Ele seguiu os passos de (ant, ao limitar o conhecimento de -eus a#uilo #ue pode
ser experimentado e ao evitar especulacoes so"re 5-eus em si6 ou so"re a nature$a
mais profunda do universo.
Inovaes doutin!ias
4 Bi"lia desempenhava um papel importante, porem nao central na teologia de
Schleiermacher. 4 doutrina crista nao deve ser extraida primeira e exclusivamente
da Bi"lia. ... 4 Bi"lia e especial no sentido de #ue constitui um registro das
experiencias religiosas das comunidades cristas primitivas. 4 autoridade das
Escrituras, porem, nao e a"soluta. Cica claro #ue Schleiermacher nao considerava a
Bi"lia infalivel ou escrita so" inspiracao so"renatural. 3ela, ele encontrou
passagens e ate mesmo livros inteiros #ue aparentemente contradi$iam a verdadeira
devocao crista.
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ortanto, nao fa$ nenhum sentido a ideia de #ue se a oracao nao tivesse sido feita
talve$ outra coisa teria acontecido6.
4 esta altura, 2a deve estar claro #ue Schleiermacher considerava toda a ideia de
so"renatural como algo perigoso. >or fim, Schleiermacher considerava pro"lematica a doutrina da Arindade. Ele nao
negou explicitamente a doutrina, mas considerou sua formulacao historica tao fragil
e cheia de contradicoes, #ue a considerou praticamente inutil para a teologia crista.
4pesar de nao ser panteismo puro, ha um consenso geral de #ue sua doutrina possui
caracteristicas panenteistas. ... >ara Schleiermacher, -eus e o poder imanente em
tudo, o a"soluto, #ue tudo determina, #ue vai alem do pessoal, poder imanente #ue
esta em tudo mas alem de todas as distincoes #ue o carater de criatura impoe so"re
a existencia.
Cistologia
E #uanto a ?esus @ristoD Schleiermacher re2eitava a doutrina tradicional da
Encarnacao, su"stituindo;a por uma cristologia "aseada na experiencia da
consciencia de -eus. Ele criticava a doutrina classica das duas nature$as de ?esus
humana e divina como sendo ilogica. ... 3o lugar dessa doutrina,
Schleiermacher introdu$iu o conceito de dois aspectos de ?esus8 $rbildlich%eit e
&orbildlich%eit seu carater ideal e sua capacidade de reprodu$ir esse carater em
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outros. ?esus @risto e completamente igual ao resto da humanidade, exceto pelo
fato de #ue, 5desde o inicio, ele possuia uma a"soluta e poderosa consciencia de
-eus6. Sua consciencia de -eus nao era produto apenas da humanidadeG era
resultante da atividade de -eus em sua vida.
Avalia"o
&m de seus grandes opositores foi (arl Barth, #ue o acusou de tentar falar de -eus,
falando com grandilo#uencia so"re a humanidade.
4 doutrina de -eus defendida por Schleiermacher pode ser melhor descrita como
!anente'sta( no sentido de #ue relaciona -eus e o mundo, tomando;os inseparaveis.
AI#RECH$ RI$SCHL E A $EOLO%IA LI#ERAL CL&SSICA' AIman(ncia de Deus na Cultua )tica
'a tres pensadores #ue se destacam como os mais representativos da essencia da
teologia li"eral do final do seculo 10 e inicio do seculo :=8 4l"recht itschl, 4dolf
'amacH e Ialter auschen"usch.
A teologia li*eal cl!ssica
Ji"erdade do pensador cristo em criticar e reconstruir crenas tradicionais.
e2eio da autoridade da tradio e da hierar#uia so"re a teologia.
@oncentrao na dimenso prtica ou !tica do @ristianismo.
Baseavam a teologia em outra fundao #ue no fosse a autoridade a"soluta da
BK"lia. >rocuravam dentro da BK"lia o 5evangelho6, o cerne e referencial eterno da
verdade #ue nao podia ser corroido pelos acidos do conhecimento cientifico e
filosofico moderno. 4 palha eram os conceitos de an2os e demonios e os
acontecimentos apocalipticos, os milagres.
% elemento final, #ue era talve$ o fundamento inconsciente de todas as outras
caracteristicas, era o movimento continuo da teologia li"eral em direcao a
imanencia divina as custas da transcendencia.
Enfase no reino de -eus como uma sociedade historica e etica de amor.
4ntes do )luminismo, os teologos enfati$avam a dis2uncao entre a#uilo #ue era
radicalmente sagrado ; o -eus transcendente L e os seres humanos finitos e
pecadores, e viam a Encarnacao como o acontecimento dramatico em #ue -eus
havia criado uma ponte so"re esse a"ismo.
?esus era visto como um ser humano exemplar e nao como o @risto interventor.
A +ida e a Caeia de Al*ec,t Ritsc,l
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4l"recht itschl nasceu em 19:: na familia de um "ispo da igre2a protestante
prussiana. -urante sua formacao universitaria, foi influenciado por Schleiermacher,
(ant e C. @. Baur, um estudioso hegeliano do 3ovo Aestamento.
4 o"ra mais importante de itschl foi um tratado de trs volumes intitulado
Doutrina Crist da *ustifica+o e Reconcilia+o( lancado em etapas entre 19/= e
19/F.
O mtodo teolgico de Ritsc,l
Sua importncia tam"!m est na a"ordagem e no m!todo e no nas propostas
doutrinrias.
itschl re2eitava veementemente #ual#uer dependencia da teologia em relacao a
metafisica. >ara ele, essa a"ordagem era uma fusao ilegitima de conhecimento
cientifico e religioso.
4 teologia so esta interessada em -eus a medida #ue ele afeta moralmente a vida
das pessoas, a2udando;as a alcancar o "em maior, o eino de -eus revelado em
?esus @risto.
4 teologia ! a investigacao da experiencia coletiva moral e religiosa do reino de
-eus na igre2a. Ela e edificada e centrada na avaliacao #ue a comunidade crista fa$
do reino de -eus revelado em ?esus @risto como o "em maior da humanidade.
4 fonte e a norma da Aeologia no ! a BK"lia como um todo, mas o 5con2unto de
ideias apostolicas6 determinado atraves de uma solida pes#uisa historica.
4finidade com a filosofia de (ant. itschl seguiu (ant ao procurar eliminar a
metafisica de dentro da teologia e aproximar ao mximo a religiao da etica. Ele no
aceitava a separacao #ue (ant fa$ia entre as esferas do 5fenomenal6 e o 5nomenal6.
eagindo a (ant, itschl apoiou;se fortemente em Jot$e #uanto a ideia de #ue algo
nesse caso, -eus esta presente e manifesta;se em seus feitos nesse caso, na
revelacao e salvacao.
Deus e o Reino de Deus
Ainha muito pouco a di$er so"re -eus em si. Ele afirmava #ue a teologia crista
so esta interessada no impacto #ue -eus tem so"re as pessoas e no 2ulgamento
apropriado desse impacto.
itschl tam"em nao falou muito so"re a Arindade, por exemplo, pois a via como
uma doutrina so"re o ser interior de -eus, estando acima e alem da relacao de
-eus com o mundo, sendo, portanto, uma doutrina impossivel de se articular em
termos de 2ulgamento de valores.
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4ssim, ele tam"em nao via nenhum papel positivo para os atri"utos metafisicos
tradicionais de -eus como a onipotencia, a onisciencia e a onipresenca. 4pesar
de nao nega;los explicitamente, parecia dispensar os atri"utos, considerando;os
parte da esfera do conhecimento teorico e nao religioso.
>ara itschl, a principal afirmacao teologica do @ristianismo ! 5-eus ! amor6.
itschl estava muito mais interessado no reino de -eus do #ue no proprio -eus.
?esus havia proclamado o reino de -eus, #ue, de acordo com itschl, e a
unidade dos seres humanos organi$ados de acordo com o amor.
>ara itschl, o reino de -eus nao e apenas o "em maior e o mais alto ideal da
humanidade, e tam"em o "em maior e o mais alto ideal de -eus. >ara ele, a
finalidade propria de -eus, sua ra$ao de ser, por assim di$er, e mesma #ue a
nossa ; o reino de -eus.
4pesar de reconhecer a transcendencia de -eus, essa identificacao do ser de
-eus com o desenvolvimento de seu reino no mundo leva a teologia de itschl
para a direcao da imanencia.
-ecado e Salva"o
>ara itschl, o reino de -eus tam"em e o significado interior das doutrinas do
pecado e da salvacao. >ecado ! a#uilo #ue se opoe a esse reino. % pecado e,
antes de mais nada, egoismo. >orem, esse pecado nao e herdado. Ele e universal,mas nao existe outra explicacao para sua universalidade alem do fato de #ue
todos os individuos pecam.
4o longo dos escritos teologicos de itschl, o reino de -eus parece ter dois
enfo#ues ; um religioso e outro etico. % enfo#ue religioso e a 2ustificacao, o
momento da salvacao em #ue -eus declara #ue o pecador foi perdoado. %
enfo#ue etico encontra;se na assercao de #ue -eus chama os homens e mulheres
reconciliados a cumprir o ideal do amor para com o seu proximo.
Ele acreditava #ue a salvacao nao e, em primeiro lugar, uma #uestao de se
atingir um estado a"encoado no pos;vida ; apesar de 2amais haver negado esse
estado. 4 salvacao e, antes de mais nada, o pleno frutificar do reino de -eus na
terra.
Cistologia
4 nature$a divina de ?esus consistia em sua 5divindade6. itschl re2eitava
firmemente essa formulacao tradicional so"re a divindade de ?esus, afirmando
#ue ela era cientifica e nao religiosa.
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-e acordo com ele, a verdadeira avaliacao de ?esus esta interessada em sua
conduta historica, em suas conviccoes religiosas e em seus motivos eticos e nao
em suas supostas #ualidades inatas ou em seus poderes.
>elo fato de ter se transformado no portador unico do reino de -eus, ele e visto
pelos cristaos como tendo o mesmo valor #ue -eus.
itschl interpretava a divindade de ?esus como a 5vocacao6 singular dada a ele
por -eus, seu >ai, para #ue fosse a incorporacao perfeita do reino de -eus entre
os homens ; uma vocacao #ue ?esus cumpriu com perfeicao.
>orem, ele nao se conteve e discutiu o conceito da preexistencia de @risto. Coi
nessa discussao, mais o"viamente do #ue em #ual#uer outro ponto, #ue ele caiu
em contradicao ao permitir #ue um elemento metafisico influenciasse seu
pensamento. 4o #ue parece, ele simplesmente nao pode se contentar com a
conclusao de #ue a#uilo #ue ?esus reali$ou foi resultado de seu proprio esforco e
iniciativa.
Em outras palavras, para itschl, @risto 2a existia apenas no sentido de #ue suas
o"ras sao eternamente conhecidas por -eus e fa$em parte da vontade do >ai.
4 salvacao da humanidade atraves de @risto e elemento central da teologia de
itschl. itschl introdu$ o conceito da 5o"ediencia vocacional6 de ?esus ao >ai8
?esus demonstrou com perfeicao o modo de vida apropriado para o reino de
-eus. Sua vida sem pecado e morte voluntaria nao apenas revelaram o reino de
-eus na 'istoria, mas tam"em o li"eraram na forma de poder para transformar o
mundo. 4o #ue parece, o interesse principal de itschl estava na vida historica
de @risto como exemplo moral #ue teve um impacto so"re a 'istoria.
Avalia"o
@omo resultado de sua influencia, toda uma geracao de pastores e professores
cristaos desenvolveu o 5evangelho social6.
Adol. Hanac/
-ois mem"ros da escola itschliana destacam;se pelas formas criativas como
desenvolveram ideias a partir de seus fundamentos8 o estudioso alemao 4dolf
'arnacH e o professor americano de origem alema Ialter auschen"usch.
Ele foi professor de historia da igre2a na &niversidade de Berlim de 1999 ate
aposentar;se, em 10:1. Suas palestras atraiam centenas de alunos e seus escritos
aproximadamente mil e seiscentos titulos eram grandemente aclamados no
mundo academico. 'arnacH era amigo intimo do )mperador Iilhelm da
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4lemanha, #ue deixou a seu encargo varias instituicoes culturais importantes,
incluindo a Bi"lioteca eal de Berlim. Em 101F, ele rece"eu do )mperador o
titulo de cavaleiro. 'arnacH, #ue escreveu o discurso imperial para o povo
alemao anunciando o inicio da )a Ouerra 7undial, apoiava fortemente a politica
de guerra do )mperador. Este foi um dos fatores #ue fe$ com #ue seu mais
notavel aluno, o teologo suico (arl Barth, se voltasse contra ele.
4 influencia mais ampla de 'arnacH deu;se atraves da pu"licacao de uma serie
de palestras feitas por ele na &niversidade de Berlim entre 1900 e 10==, #ue
foram transcritas por um aluno e oferecidas como presente ao professor. Em
10=1, essas palestras foram pu"licadas na 4merica so" o titulo ,hat is
Christianit-. P% Que e @ristianismoDR.
3as palestras procurou separar o #ue era o Evangelho no cristianismo da palha.Ele propos a tese de #ue ?esus proclamou a mensagem so"re -eus, o >ai, e nao
so"re si mesmo8 5% Evangelho, conforme foi proclamado por ?esus, tem a ver
somente com o >ai e nao com o Cilho6. -e acordo com 'arnacH, esse evangelho
e simples e su"lime, consistindo em tres verdades relacionadas entre si8 o reino
de -eus e sua vindaG -eus, o >ai, e o valor infinito da alma humanaG e a retidao
mais elevada e o mandamento do amor.
'arnacH encontrou muito pouco do evangelho no 4ntigo Aestamento. 4te
mesmo no 3ovo Aestamento, ele se apresenta incrustado com historias
fantasticas de milagres, an2os, demonios e catastrofes apocalipticas.
0alte Rausc,en*us, 'arnacH recusava;se a aplicar o ideal do reino de -eus a #uestoes politicas
especificasG ele chegou a criticar duramente a#ueles #ue dese2avam usar esse
ideal para alimentar movimentos revolucionarios de eforma. Ialter
auschen"usch, pelo contrario, gastou a maior parte de sua energia criativa
como teologo fa$endo 2ustamente isso.
% primeiro cargo do 2ovem pastor foi em 'ells (itchen, uma parte
extremamente po"re da cidade de 3ova TorH. Ja, ele envolveu;se com o
crescente movimento socialista e a2udou a fundar um 2ornal socialista religioso.
Em 1901, auschen"usch passou varios meses estudando o 3ovo Aestamento na
4lemanha, onde rece"eu influencia da enfase itschliana so"re o reino etico de
-eus como coracao e alma do evangelho. Quando voltou para os Estados
&nidos, envolveu;se por completo no recem;criado movimento do 5evangelho
social6, tornando;se seu expoente de maior competencia teologica e principal
proclamador.
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Sua o"ra de maior influencia e #ue o tornou conhecido foi Christianit- and
Social Crisis P@ristianismo e a @rise SocialR, pu"licada em 10=/. Esse livro
apresentava em linguagem severa o enorme a"ismo entre a ri#ue$a e a po"re$a
na 4merica e afirmava #ue ser um cristao em meio a essa crise social significava
tra"alhar para a salvacao de estruturas economicas #ue perpetuavam a po"re$a.
Em 101:, auschen"usch pu"licou seu segundo maior livro, Christiani/ing the
Social 0r1er P4 @ristiani$acao da %rdem SocialR. >ediu, ainda, a sociali$acao
das principais industrias, apoio por parte dos sindicatos e a a"olicao de uma
economia centrali$ada na co"ica, na competicao e no lucro como principal
motivacao. >ara ele, todas essas mudancas significavam uma cristiani$acao
gradual da ordem social ; uma aproximacao progressiva do reino de -eus na
sociedade humana. auschen"usch pu"licou a o"ra #ue aca"aria por tornar;se a teologia sistematica
do movimento do evangelho social, 2heolog- fo r the Social Gos!el P&ma
Aeologia para o Evangelho SocialR, em 101/. 3ela, procurava redefinir cada uma
das principais doutrinas cristas em termos de realidade social e historica do
eino do 4mor, #ue, para ele, e#uivalia a 5humanidade organi$ada de acordo
com a vontade de -eus6.
4ssim, auschen"usch definiu a salvacao como 5a sociali$acao voluntaria da
alma6. % movimento do evangelho social americano representou a expressao
mais pratica e concreta da teologia li"eral classica.
A RE+OL$A CO1$RA A IMA121CIA' A $RA1SCE1D21CIA 1A 1EO3
OR$ODO4IA
% movimento neo;ortodoxo caracteri$ou;se pela tentativa dos teologos de
redesco"rir o significado para o mundo moderno de certas doutrinas #ue haviam
sido centrais para a antiga ortodoxia crista.
>or um lado, os teologos neo;ortodoxos seguiam o li"eralismo mais antigo,
vendo o )luminismo com naturalidade e, assim como seus antecessores,
aceitando o criticismo "i"lico. ... Estavam seriamente preocupados com o fato
de o li"eralismo protestante ter se esforcado tanto para tornar a fe crista aceitavel
a mentalidade moderna a ponto de perder o evangelho.
Soen 5ie/egaad
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Soren (ierHegaard nasceu em @openhague, em 191or tras das criticas de (ierHegaard estava sua controversia fundamental com a
filosofia hegeliana aceita pelos intelectuais de sua terra natal.
4 verdade nao e impessoal e nao pode ser o"tida atraves do pensamento
desapaixonado. >elo contrario, a verdade e su"2etividadeG surge #uando o su2eito
pessoal dese2a plenamente fa$er parte dessa verdade.
Em3igalhas Filos4ficas, (ierHegaard delineou sua famosa distincao entre
@ristianismo e religiao socratica. Esta ultima, a 5eligiosidade 46, e a religiao
da imanencia, pois pressupoe #ue a verdade esta presente dentro do individuo.
>ara #ue a verdade apareca e preciso apenas #ue alguem faca as ve$es de uma
parteira, a2udando o su2eito sa"edor a dar a lu$ essa verdade. 7as na religiao de
?esus ; 5eligiosidade B6 ou religiao do outro ; o individuo nao possui a
verdade, ou pior, vive no engano. 4ssim, ele precisa de um mestre #ue leve a
verdade ate ele e, inclusive, ofereca as condicoes necessarias para #ue ele a
rece"a. Aal mestre e o Salvador e edentor e sua vinda e a 5plenitude do tempo6.
E claro #ue, para (ierHegaard, esse mestre e ?esus @risto. 7as a confissao crista
de ?esus como @risto envolve um paradoxo duplo. Ela afirma #ue -eus tornou;
se humano, #ue o Eterno tornou;se temporal.
4 verdade do @ristianismo e captada apenas atraves da fe e nao pela ra$ao. Ser
um cristao, portanto, envolve um dese2o de ir pela fe a lugares para onde a ra$ao
nao pode nos levar. (ierHegaard concluiu #ue sua essencia esta na profunda
preocupacao, temor e tremor santo e nao numa seguranca complacente.
%s temas enunciados pelo filosofo dinamar#ues do seculo 10 ; como a
transcendencia do -eus #ue, no momento do encontro divino, profere ao
individuo a verdade divina infalivel ; tornaram;se os fundamentos so"re os #uais
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os teologos da neo;ortodoxia do seculo := construiram seus pensamentos e as
teses #ue expandiram em suas deli"eracoes teologicas.
5ARL #AR$H' A tanscend(ncia como li*edade de Deus
A vida e a caeia de 5al #at,
(arl Barth nasceu em 199N na Basileia, Suica. Seu pai era professor em uma
universidade para pregadores semelhante a um seminario e identificava;se com
um grupo relativamente conservador dentro da )gre2a eformada da Suica.
Ele estudou teologia em universidades em Berna, Berlim, Au"ingen e 7ar"urg,
chegando finalmente a um posicionamento teologico dentro da linha ritschiliana
de pensamento li"eral. Em Berlim, ele rece"eu a influencia de 'arnacH e, em7ar"urg, tornou;se discipulo do grande teologo ritschliano Iilhelm 'errmann.
Em 1011, mudou;se para uma pe#uena congregacao em SafenUil, uma vila na
fronteira entre a Suica e a 4lemanha. Coi em SafenUil #ue fe$ historia na
teologia, pois ali, Barth criou uma revolucao teologica.
7uitos fatores levaram ao rompimento radical de Barth com a teologia li"eral.
Entretanto, ha dois #ue se destacam. Em primeiro lugar, Barth perce"eu #ue a
teologia li"eral de nada servia para a2uda;lo em sua tarefa semanal de pregar o
evangelho ao povo de SafenUil. Em decorrencia disso, ele dedicou;se a um
estudo cuidadoso e detalhado das Escrituras e, atraves dele, desco"riu 5%
Estranho 7undo 3ovo -entro da Bi"lia6, titulo #ue usou para um de seus
primeiros artigos. % #ue encontrou nas Escrituras nao foi a religiao humana e
nem mesmo os mais refinados e elevados pensamentos de pessoas devotas, mas
sim a >alavra de -eus.
% segundo fator #ue afastou Barth da teologia li"eral foi um acontecimento
especifico. Em agosto de 101F, ele leu a pu"licacao de uma declaracao reali$ada
por noventa e tres intelectuais alemaes #ue apoiavam a politica de guerra do
imperador Iilhelm. Entre eles estavam #uase todos os seus professores de
teologia, os #uais, ate entao, ele havia honrado profundamente.
-urante a guerra, Barth comecou a tra"alhar num comentario so"re a epistola de
>aulo aos omanos. 4o ser pu"licado em 1010, ele provocou um furor
inesperado por causa de suas duras criticas a teologia li"eral protestante. -e
acordo com um teologo da epoca, a o"raDer Romerbrief PEpistola aos
omanosR caiu como uma "om"a no #uintal onde "rincavam os teologos. 3o
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comentario, Barth afirmava a validade tanto do metodo historico;critico de
estudo das Escrituras quanto da doutrina da inspiracao ver"al, e declarava #ue se
fosse forcado a escolher entre um dos dois, ficaria com a segunda opcao.
Barth criticou a teologia li"eral por transformar o evangelho em uma mensagem
religiosa #ue fala aos homens de sua propria divindade ao inves de reconhece;lo
como >alavra de -eus, uma mensagem #ue os seres humanos sao incapa$es de
prever ou antecipar, pois vem de um -eus completamente distinto deles.
3o fundo, Barth estava pedindo uma revolucao no metodo teologico, uma
teologia 5do alto6 para su"stituir a antiga teologia 5de "aixo6 centrali$ada no ser
humano.
4o longo do comentario, ele enfati$ava o carater distinto de -eus, do evangelho,
da eternidade e da salvacao. 4rgumentava #ue essas grandes verdades nao
podem ser construidas a partir da experiencia universal humana ou da ra$ao, mas
devem ser rece"idas pela revelacao de -eus numa atitude de o"ediencia.
Em 10:M, Barth foi convidado para ser professor na &niversidade de 7unster,
onde ficou apenas cinco anos, mudando;se para Bonn em 10alavra de
-eus e nada mais.
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1or fim, a proclamacao do
evangelho atraves da igre2a constitui a terceira forma. 4s duas ultimas formas
sao >alavra de -eus apenas num sentido instrumental, pois tornam;se >alavra de
-eus #uando -eus as utili$a para revelar a ?esus @risto.
Em decorrencia disso, a Bi"lia nao e a >alavra de -eus numa forma estatica. 4
>alavra de -eus tem sempre um carater de acontecimento6( de certo modo, e o
proprio -eus relatando seu agir. 4 Bi"lia torna#se >alavra de -eus em um
acontecimento8 54 Bi"lia e a >alavra de -eus a medida #ue -eus fa$ com #ue
ela se2a sua >alavra, a medida #ue Ele fala atraves dela6.
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Barth, de fato, negava a posicao dada as Escrituras pela ortodoxia classica. Ele
fa$ia distincao entre a Bi"lia e a >alavra de -eus, afirmando #ue 5a#uilo #ue
temos na Bi"lia e, de #ual#uer maneira, uma serie de tentativas humanas de se
repetir e reprodu$ir essa >alavra de -eus em palavras e pensamentos humanos e
em situacoes humanas especificas6.
-evemos, entao, compreender a inspiracao da Bi"lia como uma decisao divina
#ue e tomada continuamente na vida da igre2a e de seus mem"ros6. % fato de a
Bi"lia ser a >alavra de -eus, portanto, nao depende de forma alguma da
experiencia individual ou das conclusoes de estudiosos "aseadas em evidencias
externas ou internas. >ara Barth, a Bi"lia e a >alavra de -eus, pois sempre de
novo, independente de #ual#uer decisao ou iniciativa humana, -eus a usa para
reali$ar o milagre da fe em ?esus @risto.
$eologia Cistocentica e $initaiana
4 estrutura da teologia de Barth ! completamente cristoc"ntrica7 % comeco, o
meio e o fim de toda doutrina e a figura de ?esus @risto ; sua vida, morte,
ressurreicao, exaltacao e uniao eterna com -eus, o >ai.
>ara o teologo suico, ?esus @risto e a unica e singular re8ela+o de Deus sobre
si mesmo( a >alavra de -eus em pessoa.
Se ?esus @risto e #uem a fe indica #ue ele e ; a inigualavel revelacao do proprio
-eus entao, de algum modo, ele deve ser identico a -eus e nao simplesmente
um agente ou representante de -eus. >or tras da realidade da revelacao e dentro
dela, portanto, esta a sua possi"ilidade ; o -eus Ariuno.
@ontradi$endo diretamente a a"ordagem de Schleiermacher, Barth colocou a
doutrina da Arindade como ponto de partida para a teologia.
-e acordo com Barth, portanto, a revelacao de -eus e o proprio -eus. -eus
#uem ele se revela ser. Em decorrencia disso, ?esus @risto, como unica e
inigualavel revelacao de -eus, e identico a -eus e, portanto, verdadeiramente
humano e verdadeiramente divino.
Barth deixou claro #ue, ao falar so"re ?esus @risto, ele estava falando so"re a
encarnacao da 5Segunda forma do Ser6 Seins9eise de -eus. Ele preferia o
termo 5forma6 ao inves de 5pessoa6 pois, aos ouvidos modernos, a palavra
!essoa inevitavelmente implica 5personalidade6 e -eus tem apenas uma
personalidade. Se ?esus @risto fosse uma outra personalidade, diferente do >ai,
ele nao poderia ser a re8ela+o do >ai. -e acordo com Barth, >ai, Cilho e
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Espirito Santo sao formas divinas de ser #ue existem eternamente dentro da
unidade a"soluta de -eus.
Deus como 7a8uele 8ue ama em li*edade9
4pesar da doutrina da Arindade ser o centro e o coracao de sua doutrina so"re
-eus, Barth dedicou a maior parte de um volume inteiro aos atri"utos ou
perfeicoes do ser de -eus Dogm1tica da Igre5a :V1. Ele definiu o Ser de
-eus como 54#uele #ue 4ma em Ji"erdade6 e dividiu as perfeicoes divinas em
duas categorias, as perfeicoes do amor divino e as perfeicoes da li"erdade
divina. Essa marca su"stituia a tradicional dualidade divina de imanencia e
transcendencia.
Barth afirmava #ue a li"erdade e o amor de -eus devem ser igualmenteenfati$ados e e#uili"rados a fim de se fa$er 2ustica ao -eus de ?esus @risto. %
amor de -eus e sua livre escolha de criar a comunhao entre os seres humanos e
ele proprio atraves de ?esus @risto. 4s perfeicoes #ue expressam esse grande
amor de -eus sao santidade, misericordia, retidao, paciencia e sa"edoria.
Barth prosseguiu enfati$ando a liberdade desse amor. En#uanto o amor de -eus
pelo mundo e real e eterno, ele nao e necessario. -eus continuaria sendo amor
mesmo #ue ele nao optasse por amar o mundo.
Se -eus precisasse do mundo como o"2eto do seu amor, entao esse amor nao
seria resultado de graca pura e o mundo tornar;se;ia necessario para o ser de
-eus. -eus seria privado de sua divindade.
A doutina da elei"o
?esus @risto e o homem eleito e re2eitado maldito, sendo #ue todos os seres
humanos estao incluidos nele e sao por ele representados.
@omo sua teologia de um modo geral, a doutrina da eleicao apresentada por
Barth e 5cristomonistica6. >ara ele, ?esus @risto e o unico o"2eto da eleicao e da
maldicao de -eus. 3enhum decreto terrivel de predestinacao dupla divide a
humanidade em salva e maldita. >elo contrario, todos estao incluidos em ?esus
@risto, #ue e tanto o -eus #ue elege como o ser humano eleito por ele, e os
"eneficios de sua o"ra salvadora estendem;se so"re todos eles.
Barth deixou a"solutamente claro #ue ?esus @risto e a unica pessoa
verdadeiramente re2eitada e #ue, nele, todos os seres humanos sao eleitos. 5Esta
reservado a humanidade e a vida eterna em comunhao com -eus6.
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1N
Avalia"o
4 forca do metodo teologico de Barth esta em sua total dependencia da
revelacao.
4 forca da teologia tam"em e a fonte da maior fra#ue$a do metodo teologico de
Barth, uma fra#ue$a #ue surge do extremo ao #ual ele leva a autonomia
teologica. Sua recusa a todo tipo de 2ustificacao racional da verdade da revelacao
condu$ a uma teologia #ue vai alem da autonomia e aca"a no isolamento. Se nao
ha pontes inteligiveis ligando a teologia com a experiencia humana comum ou
com as outras disciplinas, de #ue maneira a fe crista pode ser algo mais do #ue
esoterismo para a#ueles #ue estao do lado de foraD &ma coisa e Barth re2eitar a
forma como a teologia li"eral redu$ia a fe crista a#uilo #ue podia ser antecipado
dentro dos hori$ontes da experiencia humanaG mas outra coisa "em diferente e
eliminar #ual#uer ligacao entre crenca e experiencia.
&m segundo ponto controverso do metodo teologico de Barth e seu suposto
cristomonismo7 4lguns dos criticos de Barth usaram esse termo para descrever a
concentracao exagerada so"re a figura de ?esus @risto, presente ao longo de toda
a sua teologia. Barth nao apenas fe$ de ?esus @risto o centro e o coracao de sua
teologia, tomando;a 5cristocentrica6, como tam"em restringiu o conhecimento
de -eus a#uilo #ue e revelado em @risto. % pro"lema dessa posicao e #ue ela
condu$ a uma negacao de #ual#uer revelacao geral, da#uela forma de revelacao
#ue parece constituir o cerne de toda a argumentacao de >aulo no primeiro
capitulo de omanos.
Emil #unne' tanscend(ncia no enconto ente o divino e o ,umano
A vida e a caeia de #unne
Brunner foi um autor muito proficuo, tendo escrito diversos tratados e artigosso"re teologia, etica social e vida crista. 7ais para o fim de sua carreira, ele
compilou o tra"alho de toda a sua vida emDogmatics P4 -ogmaticaR, uma o"ra
de tres volumes.
-eocu:aes teolgicas
4pesar de ser apenas mencionado ocasionalmente, Schleiermacher parece ter
sido alvo de grande parte do despre$o de Brunner como o paradigma dos
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teologos cristaos #ue transformam o conhecimento so"re de -eus numa
capacidade natural da humanidade.
4 teologia de Brunner e um ata#ue continuo a todas as tentativas de se captar o
ser de -eus com a ra$ao natural e de modo independente da revelacao ou
transformar #ual#uer filosofia humana em uma estrutura necessaria para a
compreensao da >alavra de -eus.
4lem de sua luta contra a teologia da imanencia, Brunner encarou mais dois
oponentes8 a 5ortodoxia6 e (arl Barth.
Ele condenava os ortodoxos por identificarem as palavras das Escrituras com a
>alavra de -eus.
-esonalismo #6*lico
4 teologia de Brunner nao deve ser definida em termos da#uilo a #ue ele se
opunha. >orem, sua contri"uicao a teologia contemporanea tem seu lado positivo
e original. Essa comeca #uando ele identifica a revelacao como um 5Encontro
Eu;Au6 #ue acontece entre o individuo e -eus. 4o apresentar a#uilo #ue ele
acreditava ser a definicao "i"lica da verdade da revelacao, Brunner tomou
emprestadas diversas ideias de dois pensadores existencialistas do seculo :=8
Cerdinand E"ner e 7artin Bu"er.
Coi o teologo e filosofo 2udeu 7artin Bu"er #ue influenciou Brunner maisdiretamente em sua 5desco"erta6 do conceito "i"lico de verdade como um
encontro entre o divino e o humano.
Brunner afirmava #ue #ual#uer teologia #ue trate o conhecimento de -eus de
maneira analoga ao conhecimento de o"2etos como, por exemplo, planetas
distantes ou particulas su"atomicas e fundamentalmente e#uivocada. 4 propria
essencia do @ristianismo esta na ocorrencia do encontro entre -eus e a
humanidade. % conhecimento de -eus e pessoal ; no sentido de #ue transcende
o plano dos o"2etos e o dualismo su2eitoVo"2eto existente no conhecimento
desses o"2etos L exigindo uma decisao pessoal, uma resposta e um
compromisso.
4 partir de seu conceito de revelacao como um encontro Eu;Au, toda a
a"ordagem teologica de Brunner passou a ser chamada de 5personalismo
"i"lico6.
Revela"o como um enconto
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-e acordo com Brunner, palavras e proposicoes so"re -eus nao podem ser
consideradas revelacao, pois, inevitavelmente, transformam -eus em um o"2eto
e aca"am caindo na esfera do 5conhecimento do o"2eto6.
% tipo de revelacao #ue Brunner enfati$ava acontece em dois momentos8
historicamente, na encarnacao de -eus em ?esus @risto e, no tempo presente, no
testimonium s!iritus internum( o testemunho interior do Espirito Santo so"re
?esus @risto #ue toma @risto um contemporaneo do crente.
% ponto mais importante da doutrina de Brunner acerca da revelacao e #ue, nela,
-eus nao comunica algosobre si mesmo, ele comunica o seu proprio ser.
% #ue Brunner estava tentando evitar era a heresia do 5Aeologismo6 L colocar a
doutrina ou teologia no lugar da f! pessoal.
-iante disso, onde se situa a Bi"liaD Brunner oferecia um posicionamento duplo
em relacao as Escrituras. >or um lado, elas sao testemunho a"solutamente
indispensavel de ?esus @risto. >ortanto, sao tanto fonte de fe #uanto de teologia.
7as, por outro lado, as Escrituras nao sao ver"almente inspiradas por -eus e
nem proposicao infalivel da >alavra a humanidade. Brunner recusava;se
terminantemente a identificar a revelacao com as palavras das Escrituras. 4s
Escrituras sao um veiculo singular e instrumento de revelacao no sentido de #ue
contem o primeiro testemunho da revelacao de -eus em ?esus @risto. >orem,
isso significava para ele #ue nem tudo nas Escrituras tem igual valor ou mesmo
carater verdadeiro.
4 doutrina da inspiracao foi alvo especifico dos ata#ues de Brunner.
Ele voltou;se para ?esus @risto como a unica e verdadeira norma e autoridade
para a fe crista, relegando a um segundo plano tanto o testemunho apostolico
#uanto a Bi"lia #ue o contem, sendo, portanto, autoridades relativas a"ertas a
criticas e correcoes.
Contovsias com #at, @omo mencionamos anteriormente, Brunner "uscava distinguir sua propria
contri"uicao a teologia da contri"uicao de Barth, ao enfati$ar duas importantes
diferencas8 o lugar da 5revelacao geral6 e a doutrina de -eus, especialmente
acerca da eleicao e da predestinacao.
Brunner pu"licou um ensaio com o titulo 53ature$a e Oraca6, no #ual
argumentava #ue Barth estava errado ao negar #ual#uer tipo de revelacao
verdadeira de -eus atraves da nature$a.
R;DOLF #;L$MA11' A $RA1SCE1DE1CIA DO Kerygma
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Buscava empregar uma interpretacao existencialista do 3ovo Aestamento, #ue
ve a mensagem do antigo documento como a >alavra de -eus dirigida ao
individuo e pedindo uma resposta de fe individual.
4pesar de certas diferencas entre eles, Bultmann considerava;se um aliado de
(arl Barth no desafio neo;ortodoxo ao li"eralismo. ?untamente com Barth, ele
acreditava #ue a teologia do seculo 10 havia feito do ser humano ; ao inves de
-eus ; o seu centro.
4ssim como Barth, ele declarava #ue podemos conhecer a -eus apenas em
resposta a revelacao divina, #ue chega ate nos atraves da >alavra de -eus, o
%er-gma( dirigida a cada ser humano.
4o mesmo tempo, ele foi alem de Barth. Seguindo as ideias do filosofo
existencialista 7artin 'eidegger, Bultmann interpretou essa mensagem
exclusivamente em termos de condicao humana, #ue ele via caracteri$ada pela
ansiedade e ate mesmo pelo desespero.
A . e o =esus Histico
&m primeiro pro"lema #ue se apresentava diante dos estudiosos do 3ovo
Aestamento no final do seculo 10 era a #uestao do ?esus historico.
Qual era normativo, o @risto proclamado nos textos do 3ovo Aestamento ou o
verdadeiro ?esus historico por tras desses textosD Aomando por "ase o legado deSchleiermacher, o li"eralismo havia optado pela segunda alternativa,
determinando #ue o ?esus historico era a figura normativa para a teologia,
especialmente a personalidade de ?esus #ue, para eles, podia ser reconstruida a
partir de seus ensinamentos, conduta, desenvolvimento interior e das impressoes
de seus contemporaneos. -entro dessa visao, os estudiosos lancaram o #ue
passou a ser chamado de 5"usca pelo ?esus historico6, uma tentativa de
investigar o #ue havia por tras dos Evangelhos para determinar exatamente o #ue
?esus havia dito e feito.
@om a chegada do final do seculo, porem, alguns estudiosos comecaram a
#uestionar essa proposta. Em sua o"ra monumental, ;usca do *esus
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:=
#ue podia se sa"er so"re o ?esus historico. Ele afirmava #ue o conteudo dos
Evangelhos apresentava um ?esus #ue 2a havia sido enco"erto pelas formas de
pensamento do contexto helenista em #ue os livros tinham sido escritos. 3a
verdade, o 3ovo Aestamento nao se preocupa, de fato, com o ?esus da 'istoria.
Ele se concentra no @risto da fe.
>ara Bultmann, porem, essa falta de conhecimento so"re o ?esus historico nao
era um detrimento para a fe crista. Ele argumentava #ue, ao inves do ?esus
historico, e o %er-gma ou a mensagem da igre2a primitiva #ue e essencial a fe.
... 4 fe nao e o conhecimento de fatos historicos, mas a resposta pessoal ao
@risto com o #ual nos deparamos na mensagem do evangelho, a proclamacao do
agir de -eus em ?esus.
-esse modo, Bultmann afirmava #ue estava aplicando ao universo doconhecimento e do pensamento o tema da 2ustificacao pela fe de acordo com
Jutero. Ele di$ia #ue sua proposta 5destroi todo anseio por seguranca6, #uer se2a
"aseada nas "oas o"ras ou no 5conhecimento o"2etificante6. 4 fe so pode ser
uma dadiva da graca de -eus, vinda ate nos no %er-gma7
% #ue ele se recusava a afirmar era #ue a fe pode ser ancorada na pes#uisa
historica, pois nenhuma atividade desse tipo pode provar #ue -eus agiu em um
acontecimento passado.
7antendo;se firme no seu ceticismo radical #uanto aos possiveis resultados da
pes#uisa historica, Bultmann afirmava #ue o ?esus historico em si nao deve ser
visto como o centro da revelacao de -eus. 3esse ponto, ele permaneceu um
representante fiel da compreensao neo;ortodoxa de revelacao como %er-gma7
4rgumentava #ue a revelacao de -eus esta no encontro presente entre o
individuo e a pregacao acerca de @risto.
Mitologia
4 carreira de Bultmann desenvolveu;se durante uma epoca em #ue os estudiosos
"i"licos e teologos de"atiam;se com um terceiro pro"lema, a mitologia.
+arios teoricos, incluindo Bultmann, afirmavam #ue o 3ovo Aestamento refletia
o uso de mitos e religioes de misterios L especialmente o mito da vinda de um
deus redentor ; para descrever a o"ra de ?esus @risto.
4 teologia li"eral havia reagido a essa desco"erta, defendendo a eliminacao da
mitologia, para #ue fosse possivel, entao, visuali$ar as verdades eternas
presentes em meio aos mitos. Bultmann re2eitou esse procedimento. Ele
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afirmava #ue era impossivel remover os mitos sem perder o %er-gma( a
verdadeira mensagem do 3ovo Aestamento.
Bultmann defendia, portanto, nao a remocao, mas a interpretacao do mito, a fim
de visuali$ar o verdadeiro sentido dos textos apresentados nessa forma literaria.
4 esse processo ele chamava desmitologi/a+o7
Ele ofereceu uma outra compreensao de mito, usando o termo para referir;se a
#ual#uer expressao #ue possa comprovadamente ser excluida pelo enfo#ue na
ciencia natural caracteristica da mentalidade moderna.
-e acordo com Bultmann, uma desmitologi$acao ade#uada compreende a
terminologia mitologica. % mito e pro"lematico nao apenas por#ue torna a
mensagem crista inaceitavel para a mente moderna, mas por#ue tam"em distorce
a propria mensagem, impedindo um encontro verdadeiro com o %er-gma7
Hemen(utica
% pro"lema da mitologia tratado por Bultmann estava relacionado a uma
#uestao teologica correspondente, a hermeneutica.
Ele considerou ingenua essa visao, no sentido de #ue ela supunha haver dentro
do texto principios eternos e universais #ue estavam la, esperando para serem
desco"ertos por meio da hermeneutica. Bultmann, pelo contrario, argumentava
#ue a relacao entre o leitor e o texto era muito mais complexa. Ele afirmava #ueas perguntas #ue tra$emos conosco ao nos posicionarmos diante do texto e #ue
determinam as respostas #ue rece"eremos dele e e nossa relacao com o assunto
#ue determina nossas #uestoes.
Bultmann conclui #ue, por esse motivo, o existencialismo oferece o pre;
entendimento apropriado para a leitura dos documentos "i"licos, pois ele contem
5a perspectiva e os conceitos ade#uados para a compreensao da existencia
humana6.:: 4o tra$er a #uestao crucial da existencia humana para dentro dos
textos, podemos ouvir a >alavra de -eus dirigindo;se a nos atraves do %er-gma
"i"lico, confrontando;nos, assim, com o Ser Aranscendente.
A tanscend(ncia de Deus
4 ultima #uestao para a #ual Bultmann procurou uma resposta esta na doutrina
de -eus.
% conceito de transcendencia proposto por Bultmann diferia da#uele
apresentado pelos documentos "i"licos.
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Ele argumentava #ue, contraria a concepcao grega de transcendencia divina
como algo atemporal ; como uma mente oposta a materia e mundo sensorial ; , a
transcendencia "i"lica refere;se a autoridade a"soluta de -eus. @omo resultado,
Bultmann apresentou uma visao existencial. Aranscendencia significa #ue -eus
esta diante de nos no momento existencial da decisao, dirigindo;se a nos com
sua >alavra e confrontando;nos com o desafio de responder pela fe, criando
desse modo a verdadeira existencia.
4ssim, ele argumentava #ue nao podemos falarsobre -eus ; nao podemos falar
em termos distantes, impessoais e o"2etivos ; , podemos apenas falar de -eus.
4s declaracoes teologicas so sao possiveis #uando sao, ao mesmo tempo,
afirmacoes antropologicas.
Os elementos do e>istencialismo
%s escritos de 'eidegger forneceram varios conceitos a Bultmann, os #uais ele
empregou com grande sucesso no desenvolvimento de sua proposta teologica.
% primeiro elemento existencialista de grande a2uda foi o proprio conceito de
5existencia6. >ara 'eidegger, a existencia nunca esta concentrada no geral ou no
universal, mas sempre no individual e pessoal, na pessoa como possuidora de
capacidade de decisao.
-entro dessa visao, 'eidegger fe$ uma distincao entre o ser do homem e o serde todos os o"2etos no mundo. 4o primeiro ele chamou de 5existencia6,
en#uanto ao segundo deu o nome de 5existente6. >or causa da influencia de
'eidegger, a dicotomia entre 5existencia6 e 5mundo6 e central a teologia de
Bultmann.
Bultmann tam"em desenvolveu a visao de 'eidegger acerca da historicidade.
Ele afirmava #ue cada individuo e um ser historico.
-entro da linha de 'eidegger, Bultmann argumentava #ue o importante so"re
cada individuo e a capacidade dessa pessoa responder aos acontecimentos #ue
ocorrem ao longo do curso de sua vida, #ue sao, na verdade, acontecimentos
historicos.
E>ist(ncia Autentica
elacionada aos conceitos de existencia e historicidade, encontramos a
importante dialetica entre a existencia autentica e nao;autentica.
-e acordo com 'eidegger, ha dois modos de ser. 4s pessoas desenvolvem uma
eist"ncia aut"ntica sempre #ue aceitam o desafio de serem lancadas no mundo.
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:or outro lado, elas desenvolvem uma eist"ncia no#aut"ntica sempre #ue nao
conseguem mais esta"elecer distincao entre o proprio ser e o mundo.
Bultmann usou esse es#uema para compreender a distincao entre os termos
"i"licos!ecado #ue para Bultmann significa, "asicamente, 5incredulidade6
eVe. Ele afirmava #ue a existencia nao;autentica consiste em uma "usca por
seguranca e satisfacao no 5mundo6, #ue se encontra na esfera tangivel das
proprias reali$acoes ou no passado. )sto e pecado ; ver;se em termos do eu
proprio, separado de -eus.
4 existencia autentica, pelo contrario, e a recusa em "asear a vida no 5mundo6,
firmando;se em realidades intangiveis, 2untamente com a renuncia a seguranca
centrada no proprio eu e uma a"ertura para o futuro. E viver no mundo, mas, ao
mesmo tempo, e viver alem do mundo, vendo o mundo 5como se nao estivessela6, nas proprias palavras de Bultmann. )sto e fe ; compromisso pessoal com
-eus. E atraves da fe surge uma nova compreensao de si mesmo, pois a fe e uma
resposta a -eus e e em -eus #ue os individuos encontram o seu verdadeiro ser.
Histia
Essa perspectiva da 'istoria relaciona;se ainda a visao de Bultmann so"re
temporalidade, #ue ele desenvolveu a partir de uma triade de 5cuidado6 de
'eidegger. 4 visao existencialista de 'eidegger so"re o tempo, por outro lado,
concentrava;se no presente como sendo o ponto de decisao. % 5presente6, por
sua ve$, nao e simplesmente o 5agora6 G e a situacao de decisao responsavel, a
sa"er, a decisao de unir o passado e o futuro de modo a criar uma existencia
autentica.
A . e o Evangel,o
4o contrario de 'eidegger, #ue tinha esperancas da verdadeira existencia estarao alcance do individuo por seu proprio esforco, Bultmann afirmava #ue a
existencia autentica era produto exclusivo de uma resposta de fe a graca de -eus
oferecida na proclamacao crista, sendo essa resposta, em si, um milagre de -eus.
-esde cedo em sua carreira, ele re2eitou todas as teorias #ue procuram provar
#ue a morte e ressurreicao de ?esus tem o poder de expiacao e salvacao.
% #ue importa e o sentido da cru$ e da ressurreicao, o significado continuo #ue
possuem como >alavra de -eus dirigida aos individuos de nossos dias.
-esse ponto de vista, a cru$ #ue Bultmann aceitava como um fato da vida de?esus e o 2ulgamento li"ertador de -eus so"re a humanidade. 4 ressurreicao
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so"re a #ual Bultmann se recusava a falar em termos de um acontecimento na
historia passada nao se refere a um homem #ue voltou dos mortos neste mundo
e nem a passagem de ?esus para uma vida alem.
4o inves disso, a ressurreicao e a exaltacao do @rucificado a posicao de Senhor.
Bultmann di$ia #ue, por isso, 5a fe na ressurreicao e, na verdade, a mesma coisa
#ue a fe na eficacia salvadora da cru$6.
Bultmann afirmava #ue a proclamacao dessa mensagem crista fa$ surgir a fe.
>or 5fe6 ele #ueria di$er o dese2o de compreender a si mesmo como tendo sido
crucificado e ressurreto com @risto.
@onforme o"servamos anteriormente, para Bultmann, o encontro nao depende
de um conhecimento pessoal so"re a vida de ?esus na terra. 4ssim, a fe crista e
li"erta de #ual#uer dependencia das inconstancias dos estudos historico;criticos.
C6tica
)ndependente da #uestao das formulacoes doutrinarias corretas e criticas
relacionadas a varios aspectos de sua posicao, o principal pro"lema teologico
esta no centro da proposta de Bultmann. Esse pro"lema torna;se evidente em
tres principais pontos fracos. % primeiro esta relacionado a exegese, o segundo a
vida de fe e o terceiro a nature$a de -eus.
E>egese ;nivesal
Em primeiro lugar, o uso do es#uema existencialista de Bultmann nos estudos do
3ovo Aestamento resultou numa tendencia a simplificacao extrema da exegese
#ue, por sua ve$, levou a uma teologia unilateral. 7uitos textos simplesmente
nao tratam de #uestoes existenciais como insiste a formulacao de Bultmann, mas
sim de outros temas.
Bultmann foi longe demais em sua tentativa de livrar a fe da dependencia das
desco"ertas da pes#uisa historica. 7esmo mantendo a importancia da cru$ de
?esus para a fe, ele ainda assim tomou o conteudo da vida de ?esus irrelevante,
ao considerar a fe exclusivamente como resposta a mensagem #ue -eus havia
proferido em @risto. 3ossa fe nao produ$ a historia de ?esus como forma de
expressao, mas sim deve sua existencia a essa historia.
A . :ivati?ada
Em segundo lugar, a a"ordagem teologica de Bultmann, com sua visao restrita
demais da mensagem do evangelho, resulta prontamente numa fe igualmente
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restrita e privati$ada. Ele deu pouca enfase a a"rangencia da fe so"re a vida do
crente ou so"re a vida corporativa dos crentes em comunidade.
Em termos teologicos, a proposta de Bultmann ressaltou a necessidade de
2ustificacao pessoal a decisao do individuo de ser transformado em alguem
autentico, mas nao condu$ia a uma santificacao.
;m Deus limitado
4 declaracao de Bultmann de #ue so podemos falar de -eus a medida #ue
falamos de nos mesmos coloca a nature$a eterna de -eus fora dos limites da
articulacao teologica humana.
3ao apenas as declaracoes so"re a realidade divina tem sua a"rangencia
redu$ida, como tam"em a proposta de Bultmann limita as afirmacoes so"re o
agir de -eus no mundo.
REI1HOLD 1IE#;HR' A $anscendencia Revelada ataves do Mito
Sua missao nao era apresentar uma teologia nova e criativa, mas sim aplicar a fe
crista como ele a entendia na dimensao social da vida.
-epois de se formar em Tale, ele tornou;se pastor de uma congregacao
constituida, em sua maioria, por operarios da montadora Cord. Ja, ele teve
contato direto com a luta da#ueles #ue estavam sendo explorados pelos grandes
industriais do pais, uma experiencia #ue influenciou profundamente tanto seu
enfo#ue social #uanto sua teologia. 4ssim como o pastorado de auschen"usch
no "airro po"re de 5'ells (itchen6, em 3ova TorH, o levou na direcao do
socialismo, o 2ovem pastor 3ie"uhr tornou;se defensor de uma proposta
semelhante de mudancas sociais. >orem, numa encru$ilhada importante, o
caminho de 3ie"uhr tomou um rumo diferente da#uele seguido pelo pastor
"atista alemao.
Cistianismo :!tico
4o longo de seus escritos, ha tres temas predominantes relacionados entre si e
#ue fa$em parte da tarefa "asica e central de 3ie"uhr. Em primeiro lugar, ele
estava profundamente interessado nas implicacoes praticas da fe crista.
Seu alvo era sempre 5determinar a relevancia da fe crista para os pro"lemas
contemporaneos6. Ele "uscava sempre agir como pregador profetico, indo de
encontro a vida social contemporanea com a critica oferecida pela fe crista. 4o
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fa$e;lo, ele atuou como uma especie de apologista, pois procurava mostrar a
importancia e o valor da fe crista numa sociedade #ue havia, de um modo geral,
re2eitado o evangelho.
Ele criticou repetidamente dois elementos da f! moderna8 a id!ia de progresso e
a id!ia de aperfeioamento da humanidade.
=ustia :acial
Em segundo lugar, a 52ustia parcial6 ! uma nfase contKnua, presente ao longo
de todos os seus escritos. ... Ele afirmava #ue, independente de nossas "oas
inteWes, s podemos esperar encontrar uma experincia parcial de 2ustia em
nossa sociedade.
>or isso, no devemos acreditar ingenuamente #ue as soluWes #ue propomos
parar os males sociais ou nossos esforos intensos para mudar a sociedade iro
dar inKcio a uma ordem perfeita. Em termos teolgicos, o reino de -eus ! um
alvo alcanvel, um padro #ue no conseguiremos atingir, mas est sempre
presente para 2ulgar a sociedade humana.
Anto:ologia Cist"
Sua "usca por entender essa impossi"ilidade levou 3ie"uhr teologia crist
clssica, mais especificamente antropologia, a doutrina da nature$a do ser
humano. ... 4 contri"uio mais importante de 3ie"uhr para a releitura da
teologia crist de nossa gerao ! sua exposio da doutrina do homem.
A contadi"o ,umana
3o centro da antropologia de 3ie"uhr, encontra;se a sua visao da contradicao
#ue caracteri$a a condicao humana. Baseado no livro de Oenesis e no apostolo
>aulo, 3ie"uhr argumentava #ue a humanidade acarreta tanto um potencial
#uanto um pro"lema, duas realidades #ue nao podem ser separadas. 3a o"ra
=ature/a e Destino do rimeiro, o ser humano e uma existencia criada e finita tanto em corpo #uanto
em espirito. 4ssim, todas as antropologias dualistas ; pontos de vista #ue
dividem o ser humano em corpo e alma ; devem ser re2eitadas. Em segundo
lugar, os seres humanos devem ser vistos, antes de mais nada, do ponto de vista
de -eus ou se2a, como imagem de -eus, e nao em termos de suas faculdades
racionais ou em relacao a nature$a. 4ssim, cada ser humano e um individuo
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capa$ de se posicionar fora de si mesmo e do mundo e #ue nao e capa$ de
encontrar significado em si mesmo ou no mundo. Em terceiro lugar, os seres
humanos sao pecadores. E, por causa do pecado, eles devem ser amados, mas
nao considerados dignos de confianca.
O :ecado ,umano
-as tres dimensoes de antropologia "i"lica, para 3ie"uhr, era o conceito de
pecado #ue estava mais em falta na mentalidade moderna. >or isso, ele tratou
repetidamente dessa #uestao. Entretanto, essa dimensao da visao "i"lica da
realidade humana estava intrinsecamente ligada as outras duas. 4o contrario das
antropologias dualistas, para ele, o pecado estava enrai$ado no coracao do ser
humano, no mal uso da capacidade #ue constitui a singularidade humana ; a
transcendencia de si mesmo.
4ssim, para 3ie"uhr, o pecado deve ser visto em relacao a fe. 4 fe e a aceitacao
de nossa dependencia de -eus, en#uanto o pecado e a negacao de nossa
condicao de criaturas. % pecado aparece so" duas formas, dois meios atraves dos
#uais procuramos escapar da ansiedade (ierHgaard. % primeiro e a
sensualidade, a tentativa de negar a li"erdade humana ao regredirmos a nature$a
animal. 4 segunda a"ordagem e mais "asica e universal ; a negacao de nossas
limitacoes humanas atraves da afirmacao de nossa independencia. Esse e o
pecado do orgulho, #ue aparece so" varias formas8 o orgulho do poder "uscar o
poder como tentativa de sentir seguranca, o orgulho do conhecimento declarar
como a"soluto e final coisas #ue nao passam de conhecimento finito e o
orgulho da virtude declarar como a"solutos os nossos padroes morais relativos,
levando ao orgulho espiritual conferir carater divino a nossos padroes
limitados.
1eo3otodo>ia modi.icada
3esse assunto tao relevante, ele concordava com a enfase principal da neo;
ortodoxia europeia sem ser tao radical no enfo#ue da separacao entre -eus e o
mundo, como acontecia com os gigantes teologos da Europa. 3a Bi"lia, ele via
uma enfase a transcendencia de -eus #ue era e#uili"rada pela enfase na 5relacao
intima de -eus com o mundo6. 3ie"uhr, portanto, afirmava os dois aspectos da
revelacao de -eus. 4 revelacao privada ou 5geral6 e 5o testemunho na
consciencia de cada pessoa6 de #ue a vida toca uma transcendencia #ue vai alem
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do sistema natural em #ue cada pessoa existe. Essa revelacao privada, por sua
ve$, afirma uma outra dimensao da revelacao, a sa"er, a revelacao pu"lica ou
historica 5especial6. 4ssim, en#uanto, para Barth, nao havia um ponto de
contato entre -eus e o ser humano, para 3ie"uhr, havia areas inteiras desse
contato.
4pesar de Barth ter sido o alvo principal de suas criticas a neo;ortodoxia,
3ie"uhr tam"em expressou certa reserva em relacao a alternativa apresentada
por udolf Bultmann.
% ponto principal em #ue os dois divergiam era sua compreensao de mito.
Bultmann dese2ava desmitologi$ar a mensagem do 3ovo Aestamento, de modo a
torna;la compreensivel a mente moderna nao;mitologica. 3ie"uhr, por outro
lado, procurava mostrar como os mitos "i"licos ainda falam a situacao moderna,#ue tam"em apresenta seus proprios e muitas ve$es falsos mitos.
C6tica
S6m*olos Ieais
E possivel para #ual#uer proposta mitologica de compreensao da historia da
salvacao ir alem do su"2etivismoD >ara 3ie"uhr, os acontecimentos #ue
desvendam o significado da 'istoria, 2ustamente por serem acontecimentos
revelatorios, sao supra;historicos. Eles revelam o significado da 'istoria nao
por#ue sao acontecimentos literais e historicos, mas por#ue tornam;se
acontecimentos revelatorios apenas para a f!.
Jehmann e outros determinaram #ue a origem desse pro"lema no pensamento de
3ie"uhr pode ser encontrado numa dificuldade teologica mais profunda, a sa"er,
uma pneumatologia limitada. 3ie"uhr simplesmente nao desenvolveu a conexao
do Espirito Santo com a afirmacao de @risto como Segundo 4dao e nem com
sua propria visao do estarmos em @risto. @omo resultado disso, sua teologia era,
em ultima analise, 5"initariana6.
4o colocar os acontecimentos revelatorios da 'istoria na esfera do mito, ele
parece ter eliminado a possi"ilidade de tais acontecimentos desvendarem a
realidade de um -eus transcendente, #ue e verdadeiramente capa$ de agir no
mundo.
$anscend(ncia Som*ia
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Em segundo lugar, a historia teologica su"se#uente sugere #ue a opcao de
3ie"uhr pela cru$ como sim"olo teologico central carecia de ampliacao.
@om "ase nessa perspectiva, 3ie"uhr apresentou uma apologetica realista L
porem "astante negativa ; a democracia8 54 capacidade do homem de fa$er
2ustica e o #ue torna possivel a democraciaG mas a inclinacao do homem a
in2ustica e o #ue torna a democracia necessaria.6
4 'istoria su"se#uente confirma #ue, en#uanto esse tipo de teologia da cru$ tem
sua importancia, ela precisa sempre ser apresentada em con2unto com uma
teologia de ressurreicao. )sso significa #ue a enfase na autocritica deve aparecer
em con2unto com uma enfase no otimismo e auto;apreciacao. 4o nosso clamor
de arrependimento, #ue surge #uando nos tornamos conscientes de nossa
pecaminosidade, deve ser acrescentada a palavra de a"solvicao. Em resumo, ao deslocamento da escatologia para uma esfera #ue vai alem da
'istoria, como fe$ 3ie"uhr, deve;se acrescentar a esperanca de cumprimento da
'istoria dentro da 'istoria ; parte no presente e tam"em em sua plenitude no dia
final.