equil_brio l_quido-l_quido para o sistema _gua-clorof_rmio-_cido ac_tico
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Universidade Federal
do Rio Grande do Norte
Equilíbrio Líquido-Líquido para o sistema
Água / Clorofórmio /Ácido Acético
2
Natal / 2009
Equilíbrio Líquido-Líquido para o sistema
Água / Clorofórmio /Ácido Acético
Engenharia Química.
Termodinâmica Experimental I.
DEQ0510 – Turma: 02.
Docente:
Discentes:
Natal / 2009
3
SUMÁRIO
Introdução................................................................................................................................... 4
Desenvolvimento........................................................................................................................ 5
Objetivo ............................................................................................................................ 5
Fundamentação Teórica................................................................................................ 6
Metodologia....................................................................................................................12
Determinação dos pontos de solubilidade mútua..........................................12
Determinação dos pontos de curva binodal...................................................12
Determinação das Tie Lines.................................................................................13
Resultados........................................................................................................................14
Determinação dos pontos de solubilidade mútua..........................................14
Determinação dos pontos de curva binodal...................................................14
Determinação das Tie Lines.................................................................................16
Conclusão..................................................................................................................................19
Bibliografia..................................................................................................................................20
INTRODUÇÃO
4
Muitos pares de espécies químicas, quando misturadas em uma certa faixa de
composição para formar uma única fase líquida, podem não satisfazer o critério de
estabilidade. Consequentemente, nessa faixa de composições, tais sistemas se
dividem em duas fases líquidas com composições diferentes. Se as fases estão em
equilíbrio termodinâmico, o fenômeno é um exemplo de equilíbrio líquido-líquido (ELL),
que é importante em operações industriais, como a extração de solventes.
A extração líquido-líquido (ELL) é um processo de separação que se utiliza da
propriedade de miscibilidade de líquidos, habilidade de duas ou mais substâncias
misturarem entre si e formarem uma ou mais fases, cujo conhecimento torna-se
indispensável para a realização da operação de separação.
Extração líquido-líquido é empregada como alternativa a outros processos de
separação, quando estes não são recomendáveis ou não são viáveis.
Na extração líquido-líquido ocorre a divisão da amostra entre duas fases
imiscíveis (orgânica e aquosa) e a eficiência se relaciona diretamente com a
afinidade do soluto pelo solvente de extração, da razão das fases e do número de
extrações.
A extração líquido-líquido pode ser contínua ou descontínua. Na extração
descontínua utiliza-se um funil de separação, onde ambos os solventes são
adicionados, é indicada quando existe uma grande diferença de solubilidade do
soluto nos dois solventes.
Na extração líquido-líquido contínua, o solvente orgânico passa
continuamente sobre a solução contendo o soluto, levando parte deste consigo, é um
processo útil quando a diferença de solubilidade do soluto em ambos os solventes não
é muito grande.
Esta técnica (ELL) oferece vantagens como processo realizado à temperatura
ambiente ou temperatura moderada; possibilidade de utilização de solventes com
boa capacidade de extração ou seletivos além do controle de pH, força iônica e
temperatura, de forma a evitar a desnaturação de enzimas e proteínas (sistemas
aquosos bifásicos de biomoléculas. Entretanto possui desvantagens, como constituir
um processo passível a erros e, relativamente, de difícil automação.
A prática detalhada a seguir para exemplificar um sistema de equilíbrio líquido
-líquido consiste em obter dados sobre sistemas de três componentes líquidos (água,
ácido acético e clorofórmio) em que dois deles são apenas parcialmente miscíveis
entre si e estes com a terceira substância apresentam completa miscibilidade.
OBJETIVO
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A modelagem, simulação e projeto de uma coluna de destilação com
imiscibilidade na fase líquida exigem o conhecimento das propriedades
termodinâmicas, que permitam caracterizar e descrever o comportamento do sistema
como um todo. Para que esta etapa ocorra de modo satisfatório é de suma
importância que todas as suas análises e decisões se baseiem em dados de
confiança, entre eles os de equilíbrio líquido-líquido (ELL).
Neste trabalho são determinados o diagrama de solubilidade de dois líquidos
parcialmente miscíveis entre si com um terceiro totalmente miscível nos outros dois,
mostrando o fenômeno de equilíbrio termodinâmico entre as fases líquidas dos
compostos e a construção do diagrama de fases do referido sistema determinadas as
curvas binodais, pontos de solubilidade mútua e tie lines dos sistemas ternários
envolvendo água, ácido acético e clorofórmio.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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Alguns pares de líquidos puros, quando misturados em proporções apropriadas
a certas temperaturas e pressões, não formam apenas uma fase líquida homogênea,
mas duas fases líquidas com diferentes composições. Este fato acontece devido ao
estado bifásico ser mais estável que o estado monofásico. Se estas fases estão em
equilíbrio, então o fenômeno é chamado equilíbrio líquido-líquido.
O estado de equilíbrio termodinâmico é buscado por todos os sistemas. A
termodinâmica fornece um critério de estabilidade que deve ser satisfeito,
estabelecendo que, a uma temperatura e pressão constantes, um estado estável é
aquele que apresenta um mínimo na energia livre de Gibbs.
Critério de equilíbrio:
dG = 0 no equilíbrio. (O equilíbrio só é alcançado quando G atinge um valor mínimo).
d2(∆Gmix)/dx12 > 0 (T, P constantes) → critério de estabilidade
Nessas condições se tem a estabilidade de um sistema monofásico
(homogênio), logo para que haja a formação de duas fases o sistema precisa ser
instável, de forma que:
∆Gmix < 0 → o sistema deve ser espontâneo para formar as duas fases.
E, consequentemente:
d2(∆Gmix)/dx12 < 0 (T, P constante) → critério de instabilidade.
Essa será a condição para que haja a formação de duas fases, o sistema é
instável na primeira condição (para sistema homogêneo). Pela regra das fases de
Gibbs tem-se que:
F = 2 – π + N
Onde π é o número de fases; N, o número de componentes; e F, o número de
variáveis independentes.
No Equilíbrio Líquido-Líquido tem-se que:
^ ^
fiα = fi
β A fugacidade do componente i na mistura na fase I é igual à fugacidade de
xiα.yi
α.fiα
= Xiβ
.yiβ.fiβ
i na mistura na fase II.
Mas fiα = fi
β
7
então:
âiα = âi
β → Critério da isoatividade.
Para equilíbrio ternário( N = 3), a regra das fases de Gibbs torna-se:
F = 5 – π
Ao misturar duas ou mais substâncias, define-se dG como a diferença entre a
energia livre de Gibbs da solução e a dos compostos puros. Se dG ≤ 0, forma-se uma
solução monofásica estável; porém se dG ≥ 0 , a solução homogênea é instável e o
sistema é obrigado a se dividir em duas ou mais fases, a fim de minimizar a energia livre
de Gibbs. Desta maneira se formam sistemas bifásicos ou até multifásicos.
Os sistemas ácido acético–água e ácido acético–clorofórmio são formados por
duas espécies miscíveis entre si, independente das proporções utilizadas, estas misturas
resultarão em soluções homogêneas. Entretanto, a mistura água–clorofórmio é
composta por dois líquidos praticamente imiscíveis resultando em um sistema bifásico.
Com a adição de ácido acético, este se solubiliza em ambas as fases, que
permanecem distintas até que a concentração limite do ácido acético seja
alcançada e se forme apenas uma fase com os três componentes. A quantidade de
ácido acético utilizado na formação do sistema homogêneo depende das frações de
água e clorofórmio na mistura.
Representação gráfica das relações de equilíbrio líquido/líquido
A forma mais direta de representar as relações de equilíbrio líquido/líquido é no
Diagrama Triangular dado estarmos perante sistemas ternários (C+A+B) e as várias
correntes serem, como tal, misturas ternárias.
Na Figura a seguir está representada num diagrama ternário a curva de
equilíbrio líquido/líquido (Curva Binodal) que é o locus de todas as correntes de extrato
(zona direita da curva) e de resíduo (zona esquerda da curva) em equilíbrio. Os
vértices do triângulo correspondem aos componentes puros (A, B, C), e os lados às
misturas binárias. No diagrama triangular as composições são normalmente dadas em
frações mássicas. O ponto P é designado por Ponto Crítico e corresponde a ter um
extrato e um resíduo em equilíbrio com a mesma composição, o que implica que,
para estas condições, a extração é impossível. No diagrama triangular estão também
representadas as linhas que unem os extratos e os resíduos em equilíbrio, as quais se
designam por Tie-Lines.
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Figura 1: Diagrama triangular (curva binodal e tie-lines).
A curva binodal separa a zona de miscibilidade parcial dos componentes A e B
(abaixo da binodal), da zona de miscibilidade total (acima da binodal).
O sistema ternário representado na Figura 1 é do tipo I (uma só zona de
miscibilidade parcial). Existem sistemas com duas ou três zonas de miscibilidade
parcial. A separação é normalmente mais fácil para os sistemas tipo I. Por vezes,
variando a temperatura, pode passar-se de um sistema tipo III a um tipo II ou tipo I.
O diagrama representativo das diversas composições apresentará o aspecto
ilustrado na Figura 2. É um outro diagrama do tipo I.
Figura 02: Esquema para ilustração de um diagrama ternário (1,2,3) em que os
componentes 2 e 3 são parcialmente miscíveis. P é o ponto de enlace.
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À temperatura e pressão consideradas, no interior da área limitada pelos
pontos [ACPDB] existem duas fases (líquidas) imiscíveis: o ponto A representa o limite
de solubilidade do componente 3 no componente 2; em contrapartida, o ponto B
representa o limite de solubilidade do componente 2 no componente 3; quando o
sistema contém, também, o componente 1 e a composição global é representada
por um ponto no interior da área [ACPDB] o sistema desdobra-se em duas fases
líquidas ternárias em equilíbrio termodinâmico. Por exemplo, um sistema ternário de
composição global dada pelo ponto R apresenta-se como sendo constituído por duas
fases líquidas cujas composições são dadas pelos pontos C e D.
A linha reta [CRD] une duas fases em equilíbrio: uma (a fase com a
composição do ponto D) mais rica no componente 3 e outra (a fase com a
composição dada pelo ponto C) mais rica no componente 2. Quer dizer: a adição do
componente 1 aos sistemas binários de componentes 2 e 3 cuja composição inicial
esteja compreendida entre as de A e B dá origem ao aumento da solubilidade mútua
de 2 e 3, de modo que a zona bifásica vai diminuindo, até se atingir um ponto
também ternário de composição dada por P, em que a solubilidade de 2 em 3 e a de
3 em 2 se igualam. O ponto P designa-se por ponto de enlace ou ponto crítico.
As retas como [CD] que unem duas fases em equilíbrio são denominadas tie-lines, na
designação em língua inglesa, que se generalizou.
Pelo que ficou dito se conclui que a linha [ACP] é a curva de solubilidade do
componente 3 no sistema constituído pelos três líquidos 1, 2 e 3, enquanto que a curva
[PDB] representa os limites de solubiliddae do componente 2 no sistema ternário. A
curva de solubilidade limitante da zona bifásica [ACPDB] denomina-se curva binodal.
No exterior da curva binodal um sistema ternário como o que estamos a tratar é
monofásico.
Por vezes acontece que dentre os três líquidos há dois pares (e não um só) que
são parcialmente imiscíveis. São os diagramas do tipo II. Nesta situação o diagrama
triangular tem o aspecto que se mostra na Figura 03. Se a temperatura baixar as duas
zonas bifásicas aumentam de área, de forma que poderão intersectar-se,
coalescendo, como se mostra na Figura 04. Neste caso o diagrama (T, wi), ou (T, xi),
teria o aspecto ilustrado na Figura 05.
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Figura 03: Diagrama triangular em que os pares 1-3 e 1-2 são parcialmente imiscíveis.
As rectas no interior das zonas bifásicas representam tie-lines. Retirado de [1].
Figura 04: Os pares 1-3 e 1-2 são parcialmente imiscíveis e as áreas de imiscibilidade
mútua intersectam-se. As retas no interior da zona bifásica são tie-lines. Retirado de [1]
Figura 05: Diagrama ternário (T, wi), esquemático, em que os pares (de líquidos)
1-2 e 1-3 são parcialmente imiscíveis até temperaturas ligeiramente abaixo de T´.
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Acima da temperatura T´e até T´´ a situação de imiscibilidade parcial só se observa
para o par 1-2. Retirado de [1].
Quando os três líquidos forem parcialmente imiscíveis dois a dois e se as suas
áreas de imiscibilidade parcial se intersectarem o diagrama triangular respectivo toma
o aspecto que se mostra na Figura 06. São geralmente designados por diagramas do
tipo III.
Figura 06: Diagrama triangular em que os componentes 1, 2 e 3 são
parcialmente imiscíveis à temperatura considerada. As regiões A são monofásicas, as
áreas B são bifásicas e o interior do triângulo C corresponde à coexistência de três
fases (cujas composições são dadas pelos pontos a, b e c). Retirado de [1].
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METODOLOGIA EXPERIMENTAL
Material Necessário
6 erlenmeyers
1 bureta de 25 ml
3 pipetas de 5 ml
3 balões de separação graduados de 100 ml
1 agitador magnético com “peixinho” – barra magnética
Solução NaOH 1M
Ácido acético glacial
Clorofórmio
Fenolftaleína
Suporte Universal
Garras Metálicas
Procedimento Experimental
Determinação dos pontos de solubilidade mútua
Para determinação de tais pontos utilizou-se a técnica chamada de cloud
point. O volume utilizado para os tubos de ensaio foi de 3 ml. O outro componente foi
gotejado até que fosse percebida a olho nu a formação de outra fase. Entre as gotas,
houve agitação vigorosa.
Determinação dos pontos de curva binodal
Em um erlenmeyer foram adicionados 10ml de clorofórmio, e em seguida 1 ml
de água. O erlenmeyer foi colocado sobre o agitador magnético. Em seguida foi
realizada a titulação com ácido acético até a obtenção de uma solução clara e
completamente miscível. O volume gasto foi anotado. Na seqüência, mais 3 ml foram
adicionados e, novamente foi adicionado ácido até a obtenção de uma nova
solução homogênea. O processo foi repetido, adicionando-se mais 5, 10, 20 e 30 ml de
água destilada na mistura.
Determinação das Tie lines
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Foram preparados três balões de separação, com diferentes misturas em cada
um. A composição de cada mistura é descrita no quadro a seguir:
Os balões foram identificados e agitados durante cinco minutos. A solução
ficou em repouso durante mais cinco minutos para que as camadas de cada fase se
separassem e o equilíbrio fosse atingido. O volume da cada fase foi anotado.
Posteriormente cinco ml de cada fase foi retirado, pesado e titulado com NaOH 1 M,
usando como indicador a fenolftaleína.
Volumes (ml) A B C
Clorofórmio 9 9 9
Ácido acético 4 8 2
Água 7 3 9
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RESULTADOS
Determinação dos pontos de solubilidade mútua
Para determinação dos dados de solubilidade é necessário converter o volume
do componente gotejado usado para obtenção de uma segunda fase, em massa. As
densidades dos componentes são: dH2O=1g/ml, dCHCl3=1,483g/ml e dHAc=1,051g/ml.
Na primeira mistura foram utilizados 4 ml de água com 0,12 ml de clorofórmio
(que corresponde a 4 gotas). A segunda mistura é formada por 4 ml de clorofórmio e
duas gotas de água, que corresponde a um volume de 0,06 ml.
Sabendo-se que d=m/v, obtêm-se os seguintes resultados:
H2O: 1g/ml = m / 4ml ; m = 4g
Clorofórmio: 1,483g/ml = m / 0,12ml ; m = 0,17796g
Massa total: 4.17796g
% H2O: (4 / 4.17796) * 100 = 95,74 %
% clorofórmio: (0,17796 / 4.17796) * 100 = 4,26 %
A segunda mistura é composta por clorofórmio e água. Foram usadas 4 ml de
clorofórmio e 0,06 ml de água deslilada.
Clorofórmio: 1,483g/ml = m / 4 ml ; m = 5,932g
H2O: 1g/ml = m / 0,06ml ; m = 0,06g
Massa total: 5,992g
% clorofórmio: (5,932 / 5,992) * 100 = 98,99 %
% H2O: (0,06 / 5.992) * 100 = 1,01 %
Determinação dos pontos da curva binodal
Inicialmente a mistura apresentou turbidez, pois o ponto inicial se encontra na
região bifásica. O volume de água acrescentada a 10 ml de clorofórmio com o
respectivo volume gasto na sua titulação com ácido acético, para que a solução
obtida apresentasse uma coloração clara e completamente miscível está
apresentada no quadro abaixo:
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Os volumes, massas e porcentagens mássicas de cada componente da mistura
no instante em que o sistema se tornou homogêneo estão detalhados no quadro
abaixo:
A primeira e segunda linha do quadro acima se refere aos pontos de
solubilidade mútua; as duas linhas inferiores se referem a pontos da curva binodal.
Estes foram obtidos acrescentando clorofórmio a misturas de frações conhecidas de
água e ácido acético até o aparecimento de duas fases, objetivando encontrar mais
pontos de transição do sistema monofásico a sistema bifásico e, consequentemente,
aperfeiçoar a curva binodal.
VOLUME DE ÁGUA
ACRESCENTADO NA MISTURA
VOLUME DE ÁCIDO ACÉTICO
GASTO NA TITULAÇÃO
1 ml 4,9 ml
3 ml 6,7 ml
5 ml 7,4 ml
10 ml 12,2 ml
20 ml 17,7 ml
30 ml 23,2 ml
Água
Clorofórmio
Ácido Acético
mL Gramas % mas mL Gramas % mas mL Gramas % mas
0,06 0,06 1,01 4 5,932 98,99 - - -
4 4 95,74 0,12 0.17796 4,26 - - -
1 1 4.76 10 14,83 70,68 4,9 5.1499 24,55
4 4 12,89 10 14,83 47,80 11.6 12.1916 39,30
9 9 20,55 10 14,83 33.86 19 19.9690 45,59
19 19 28,51 10 14,83 22.26 31.2 32.7912 49.22
39 39 37,06 10 14,83 14,09 48.9 51.3939 48,84
69 69 43,23 10 14,83 9,29 72.1 47,47 0,4747
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5.3 Determinação das Tie Lines
Na determinação das tie lines, inicialmente, separou-se a fase orgânica da fase
aquosa das misturas 1, 2 e 3 com o auxílio do funil de separação, destas foram
retiradas amostras de 5mL, pesadas em seguida. O volume total e a massa das
amostras são mostrados no quadro a seguir:
As amostras de 5mL de cada fase das misturas foram tituladas com NaOH,
usando fenoftaleína como indicador. Os volumes gastos nas operações de
neutralização são verificados no seguinte quadro:
Através dos volumes de NaOH, é possível determinar as massas de ácido
acético em cada fase das misturas utilizando a reação de neutralização do ácido
pela base em questão:
NaOH(aq) + CH3COOH(aq) → NaCH3COO(aq) + H2O(l)
40g 60g
Em 1 mol/l:
1L --- 40g
VNaOH (L) --- MNaOH
MNaOH = 40 . VNaOH
40g NaOH --- 60g CH3COOH
40 . VNaOH --- MCH3COOH
MCH3COOH = 60. VNaOH
Fase Orgânica (Inferior) Fase Aquosa (Superior)
Volume Total (mL) Massa (5mL) Volume Total (mL) Massa (5mL)
Mistura 1 11 6,551 g 9,5 5,251 g
Mistura 2 12 5,780 g 8 5,634 g
Mistura 3 10 7,340 g 10 4,956 g
Fase Orgânica Fase Aquosa
Mistura 1 8,8 mL de NaOH 27,7 mL de NaOH
Mistura 2 27,6 mL de NaOH 43,8 mL de NaOH
Mistura 3 2,8 mL de NaOH 12,8 mL de NaOH
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MMISTURA --- 100%
60. VNaOH --- XCH3COOH
XCH3COOH = 60. 100. VNaOH % de ácido acético
MMISTURA
Desta forma, encontra-se a porcentagem de ácido acético em cada fase.
Considerando desprezíveis as massas de água e de clorofórmio nas fases orgânicas e
aquosas, respectivamente, as porcentagens mássicas nas misturas são apresentadas
no quadro abaixo:
FASE AQUOSA FASE ORGÂNICA
H2O (%) HAc (%) Clorofórmio (%) HAc (%)
Mistura 1 68,35 31,65 91.95 8,05
Mistura 2 53,36 46,64 71.35 28.65
Mistura 3 84.50 15,49 97.72 2,28
O gráfico1, é obtido através dos resultados das tie lines, e a curva gerada é
chamada de curva de equilíbrio.
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Diagrama de Fases
Plotando os resultados obtidos nos teste da solubilidade mútua, curva binodal e
tie lines em um diagrama triangular, obtém-se o diagrama de fases do sistema água,
ácido acético e clorofórmio (gráfico 2).
Gráfico 2 – Diagrama de fases
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CONCLUSÃO
Os diagramas ternários construídos permitem, portanto a determinação das
fases binárias e ternárias no equilíbrio líquido-líquido, dando uma idéia geral da
solubilidade entre eles.
Água e ácido acético são completamente miscíveis, assim como
clorofórmio e ácido acético. Água e clorofórmio são parcialmente miscíveis. O
diagrama ternário mostra que dois pares de líquidos completamente miscíveis formam
regiões de uma única fase e que o sistema água-clorofórmio (localizado na base do
triângulo) forma uma região de duas fases. A base do triângulo corresponde a uma
das linhas horizontais em um diagrama de dois componentes. O diagrama de fases é
construído experimentalmente pela determinação da composição do sistema de
duas fases. Uma única fase é obtida quando quantidade suficiente de ácido acético
é adicionada a mistura binária água-clorofórmio.
Após a determinação dos pontos de solubilidade mútua, confirmou-se a baixa
miscibilidade entre a água e o clorofórmio. Por este mesmo parâmetro, verificou-se a
maior solubilização, mesmo que discreta, de água em grandes volumes de clorofórmio
que a situação inversa – solubilização de clorofórmio em volumes maiores de água.
Pelo diagrama de fases, pode-se verificar que as frações de água, ácido
acético e clorofórmio que formam tanto sistemas bifásicos quanto monofásicos. A
maioria das possibilidades de se obter sistemas bifásicos se encontra nas regiões do
diagrama onde as frações de ácido acético são medianas ou baixas e as
porcentagens mássicas de água e clorofórmio são medianas ou altas. Os sistemas
homogêneos se localizam, em sua maioria, nas áreas em que as frações de ácido
acético são medianas ou altas e as porcentagens em massa de água e clorofórmio
estão em posições opostas medianas ou baixas. Quando as frações de água e
clorofórmio apresentam diferença significativa, é possível obter sistemas monofásicos
mesmo com quantidades pequenas de ácido acético.
Portanto, foram obtidos os dados destinados ao cálculo da solubilidade entre
líquidos de diferentes miscibilidades e assim construir os diagramas de fases e observar
a formação das Tie-lines.
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BIBLIOGRAFIA
Roteiro de aulas práticas
FACCHIN, Ileana; PASQUINI, Célio. Extração líquido-líquido em sistemas de fluxo.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/qn/v21n1/3470.pdf>. Acesso em 27
de março de 2008.
FELDER, R. M., ROUSSEAU, R.W. Princípios elementares dos processo químicos. 3ª
ed, 2005.
DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DA CURVA BINODAL. Disponível em:
<http://www.feq.unicamp.br/~cobeqic/rop18.pdf> Acesso em 23 de abril de
2009.
EQUILÍBRIO LÍQUIDO-LÍQUIDO. Disponível em:
<http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?option=com_content&task=vi
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Van NESS, H.C., SMITH, J. M., Introdução a Termodinâmica da Engenharia
Química, Editora LTC -7ª edição