equil_brio l_quido-l_quido para o sistema _gua-clorof_rmio-_cido ac_tico

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte Equilíbrio Líquido-Líquido para o sistema Água / Clorofórmio /Ácido Acético

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Page 1: Equil_brio L_quido-L_quido para o sistema _gua-Clorof_rmio-_cido Ac_tico

Universidade Federal

do Rio Grande do Norte

Equilíbrio Líquido-Líquido para o sistema

Água / Clorofórmio /Ácido Acético

Page 2: Equil_brio L_quido-L_quido para o sistema _gua-Clorof_rmio-_cido Ac_tico

2

Natal / 2009

Equilíbrio Líquido-Líquido para o sistema

Água / Clorofórmio /Ácido Acético

Engenharia Química.

Termodinâmica Experimental I.

DEQ0510 – Turma: 02.

Docente:

Discentes:

Natal / 2009

Page 3: Equil_brio L_quido-L_quido para o sistema _gua-Clorof_rmio-_cido Ac_tico

3

SUMÁRIO

Introdução................................................................................................................................... 4

Desenvolvimento........................................................................................................................ 5

Objetivo ............................................................................................................................ 5

Fundamentação Teórica................................................................................................ 6

Metodologia....................................................................................................................12

Determinação dos pontos de solubilidade mútua..........................................12

Determinação dos pontos de curva binodal...................................................12

Determinação das Tie Lines.................................................................................13

Resultados........................................................................................................................14

Determinação dos pontos de solubilidade mútua..........................................14

Determinação dos pontos de curva binodal...................................................14

Determinação das Tie Lines.................................................................................16

Conclusão..................................................................................................................................19

Bibliografia..................................................................................................................................20

INTRODUÇÃO

Page 4: Equil_brio L_quido-L_quido para o sistema _gua-Clorof_rmio-_cido Ac_tico

4

Muitos pares de espécies químicas, quando misturadas em uma certa faixa de

composição para formar uma única fase líquida, podem não satisfazer o critério de

estabilidade. Consequentemente, nessa faixa de composições, tais sistemas se

dividem em duas fases líquidas com composições diferentes. Se as fases estão em

equilíbrio termodinâmico, o fenômeno é um exemplo de equilíbrio líquido-líquido (ELL),

que é importante em operações industriais, como a extração de solventes.

A extração líquido-líquido (ELL) é um processo de separação que se utiliza da

propriedade de miscibilidade de líquidos, habilidade de duas ou mais substâncias

misturarem entre si e formarem uma ou mais fases, cujo conhecimento torna-se

indispensável para a realização da operação de separação.

Extração líquido-líquido é empregada como alternativa a outros processos de

separação, quando estes não são recomendáveis ou não são viáveis.

Na extração líquido-líquido ocorre a divisão da amostra entre duas fases

imiscíveis (orgânica e aquosa) e a eficiência se relaciona diretamente com a

afinidade do soluto pelo solvente de extração, da razão das fases e do número de

extrações.

A extração líquido-líquido pode ser contínua ou descontínua. Na extração

descontínua utiliza-se um funil de separação, onde ambos os solventes são

adicionados, é indicada quando existe uma grande diferença de solubilidade do

soluto nos dois solventes.

Na extração líquido-líquido contínua, o solvente orgânico passa

continuamente sobre a solução contendo o soluto, levando parte deste consigo, é um

processo útil quando a diferença de solubilidade do soluto em ambos os solventes não

é muito grande.

Esta técnica (ELL) oferece vantagens como processo realizado à temperatura

ambiente ou temperatura moderada; possibilidade de utilização de solventes com

boa capacidade de extração ou seletivos além do controle de pH, força iônica e

temperatura, de forma a evitar a desnaturação de enzimas e proteínas (sistemas

aquosos bifásicos de biomoléculas. Entretanto possui desvantagens, como constituir

um processo passível a erros e, relativamente, de difícil automação.

A prática detalhada a seguir para exemplificar um sistema de equilíbrio líquido

-líquido consiste em obter dados sobre sistemas de três componentes líquidos (água,

ácido acético e clorofórmio) em que dois deles são apenas parcialmente miscíveis

entre si e estes com a terceira substância apresentam completa miscibilidade.

OBJETIVO

Page 5: Equil_brio L_quido-L_quido para o sistema _gua-Clorof_rmio-_cido Ac_tico

5

A modelagem, simulação e projeto de uma coluna de destilação com

imiscibilidade na fase líquida exigem o conhecimento das propriedades

termodinâmicas, que permitam caracterizar e descrever o comportamento do sistema

como um todo. Para que esta etapa ocorra de modo satisfatório é de suma

importância que todas as suas análises e decisões se baseiem em dados de

confiança, entre eles os de equilíbrio líquido-líquido (ELL).

Neste trabalho são determinados o diagrama de solubilidade de dois líquidos

parcialmente miscíveis entre si com um terceiro totalmente miscível nos outros dois,

mostrando o fenômeno de equilíbrio termodinâmico entre as fases líquidas dos

compostos e a construção do diagrama de fases do referido sistema determinadas as

curvas binodais, pontos de solubilidade mútua e tie lines dos sistemas ternários

envolvendo água, ácido acético e clorofórmio.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Page 6: Equil_brio L_quido-L_quido para o sistema _gua-Clorof_rmio-_cido Ac_tico

6

Alguns pares de líquidos puros, quando misturados em proporções apropriadas

a certas temperaturas e pressões, não formam apenas uma fase líquida homogênea,

mas duas fases líquidas com diferentes composições. Este fato acontece devido ao

estado bifásico ser mais estável que o estado monofásico. Se estas fases estão em

equilíbrio, então o fenômeno é chamado equilíbrio líquido-líquido.

O estado de equilíbrio termodinâmico é buscado por todos os sistemas. A

termodinâmica fornece um critério de estabilidade que deve ser satisfeito,

estabelecendo que, a uma temperatura e pressão constantes, um estado estável é

aquele que apresenta um mínimo na energia livre de Gibbs.

Critério de equilíbrio:

dG = 0 no equilíbrio. (O equilíbrio só é alcançado quando G atinge um valor mínimo).

d2(∆Gmix)/dx12 > 0 (T, P constantes) → critério de estabilidade

Nessas condições se tem a estabilidade de um sistema monofásico

(homogênio), logo para que haja a formação de duas fases o sistema precisa ser

instável, de forma que:

∆Gmix < 0 → o sistema deve ser espontâneo para formar as duas fases.

E, consequentemente:

d2(∆Gmix)/dx12 < 0 (T, P constante) → critério de instabilidade.

Essa será a condição para que haja a formação de duas fases, o sistema é

instável na primeira condição (para sistema homogêneo). Pela regra das fases de

Gibbs tem-se que:

F = 2 – π + N

Onde π é o número de fases; N, o número de componentes; e F, o número de

variáveis independentes.

No Equilíbrio Líquido-Líquido tem-se que:

^ ^

fiα = fi

β A fugacidade do componente i na mistura na fase I é igual à fugacidade de

xiα.yi

α.fiα

= Xiβ

.yiβ.fiβ

i na mistura na fase II.

Mas fiα = fi

β

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7

então:

âiα = âi

β → Critério da isoatividade.

Para equilíbrio ternário( N = 3), a regra das fases de Gibbs torna-se:

F = 5 – π

Ao misturar duas ou mais substâncias, define-se dG como a diferença entre a

energia livre de Gibbs da solução e a dos compostos puros. Se dG ≤ 0, forma-se uma

solução monofásica estável; porém se dG ≥ 0 , a solução homogênea é instável e o

sistema é obrigado a se dividir em duas ou mais fases, a fim de minimizar a energia livre

de Gibbs. Desta maneira se formam sistemas bifásicos ou até multifásicos.

Os sistemas ácido acético–água e ácido acético–clorofórmio são formados por

duas espécies miscíveis entre si, independente das proporções utilizadas, estas misturas

resultarão em soluções homogêneas. Entretanto, a mistura água–clorofórmio é

composta por dois líquidos praticamente imiscíveis resultando em um sistema bifásico.

Com a adição de ácido acético, este se solubiliza em ambas as fases, que

permanecem distintas até que a concentração limite do ácido acético seja

alcançada e se forme apenas uma fase com os três componentes. A quantidade de

ácido acético utilizado na formação do sistema homogêneo depende das frações de

água e clorofórmio na mistura.

Representação gráfica das relações de equilíbrio líquido/líquido

A forma mais direta de representar as relações de equilíbrio líquido/líquido é no

Diagrama Triangular dado estarmos perante sistemas ternários (C+A+B) e as várias

correntes serem, como tal, misturas ternárias.

Na Figura a seguir está representada num diagrama ternário a curva de

equilíbrio líquido/líquido (Curva Binodal) que é o locus de todas as correntes de extrato

(zona direita da curva) e de resíduo (zona esquerda da curva) em equilíbrio. Os

vértices do triângulo correspondem aos componentes puros (A, B, C), e os lados às

misturas binárias. No diagrama triangular as composições são normalmente dadas em

frações mássicas. O ponto P é designado por Ponto Crítico e corresponde a ter um

extrato e um resíduo em equilíbrio com a mesma composição, o que implica que,

para estas condições, a extração é impossível. No diagrama triangular estão também

representadas as linhas que unem os extratos e os resíduos em equilíbrio, as quais se

designam por Tie-Lines.

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Figura 1: Diagrama triangular (curva binodal e tie-lines).

A curva binodal separa a zona de miscibilidade parcial dos componentes A e B

(abaixo da binodal), da zona de miscibilidade total (acima da binodal).

O sistema ternário representado na Figura 1 é do tipo I (uma só zona de

miscibilidade parcial). Existem sistemas com duas ou três zonas de miscibilidade

parcial. A separação é normalmente mais fácil para os sistemas tipo I. Por vezes,

variando a temperatura, pode passar-se de um sistema tipo III a um tipo II ou tipo I.

O diagrama representativo das diversas composições apresentará o aspecto

ilustrado na Figura 2. É um outro diagrama do tipo I.

Figura 02: Esquema para ilustração de um diagrama ternário (1,2,3) em que os

componentes 2 e 3 são parcialmente miscíveis. P é o ponto de enlace.

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À temperatura e pressão consideradas, no interior da área limitada pelos

pontos [ACPDB] existem duas fases (líquidas) imiscíveis: o ponto A representa o limite

de solubilidade do componente 3 no componente 2; em contrapartida, o ponto B

representa o limite de solubilidade do componente 2 no componente 3; quando o

sistema contém, também, o componente 1 e a composição global é representada

por um ponto no interior da área [ACPDB] o sistema desdobra-se em duas fases

líquidas ternárias em equilíbrio termodinâmico. Por exemplo, um sistema ternário de

composição global dada pelo ponto R apresenta-se como sendo constituído por duas

fases líquidas cujas composições são dadas pelos pontos C e D.

A linha reta [CRD] une duas fases em equilíbrio: uma (a fase com a

composição do ponto D) mais rica no componente 3 e outra (a fase com a

composição dada pelo ponto C) mais rica no componente 2. Quer dizer: a adição do

componente 1 aos sistemas binários de componentes 2 e 3 cuja composição inicial

esteja compreendida entre as de A e B dá origem ao aumento da solubilidade mútua

de 2 e 3, de modo que a zona bifásica vai diminuindo, até se atingir um ponto

também ternário de composição dada por P, em que a solubilidade de 2 em 3 e a de

3 em 2 se igualam. O ponto P designa-se por ponto de enlace ou ponto crítico.

As retas como [CD] que unem duas fases em equilíbrio são denominadas tie-lines, na

designação em língua inglesa, que se generalizou.

Pelo que ficou dito se conclui que a linha [ACP] é a curva de solubilidade do

componente 3 no sistema constituído pelos três líquidos 1, 2 e 3, enquanto que a curva

[PDB] representa os limites de solubiliddae do componente 2 no sistema ternário. A

curva de solubilidade limitante da zona bifásica [ACPDB] denomina-se curva binodal.

No exterior da curva binodal um sistema ternário como o que estamos a tratar é

monofásico.

Por vezes acontece que dentre os três líquidos há dois pares (e não um só) que

são parcialmente imiscíveis. São os diagramas do tipo II. Nesta situação o diagrama

triangular tem o aspecto que se mostra na Figura 03. Se a temperatura baixar as duas

zonas bifásicas aumentam de área, de forma que poderão intersectar-se,

coalescendo, como se mostra na Figura 04. Neste caso o diagrama (T, wi), ou (T, xi),

teria o aspecto ilustrado na Figura 05.

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Figura 03: Diagrama triangular em que os pares 1-3 e 1-2 são parcialmente imiscíveis.

As rectas no interior das zonas bifásicas representam tie-lines. Retirado de [1].

Figura 04: Os pares 1-3 e 1-2 são parcialmente imiscíveis e as áreas de imiscibilidade

mútua intersectam-se. As retas no interior da zona bifásica são tie-lines. Retirado de [1]

Figura 05: Diagrama ternário (T, wi), esquemático, em que os pares (de líquidos)

1-2 e 1-3 são parcialmente imiscíveis até temperaturas ligeiramente abaixo de T´.

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Acima da temperatura T´e até T´´ a situação de imiscibilidade parcial só se observa

para o par 1-2. Retirado de [1].

Quando os três líquidos forem parcialmente imiscíveis dois a dois e se as suas

áreas de imiscibilidade parcial se intersectarem o diagrama triangular respectivo toma

o aspecto que se mostra na Figura 06. São geralmente designados por diagramas do

tipo III.

Figura 06: Diagrama triangular em que os componentes 1, 2 e 3 são

parcialmente imiscíveis à temperatura considerada. As regiões A são monofásicas, as

áreas B são bifásicas e o interior do triângulo C corresponde à coexistência de três

fases (cujas composições são dadas pelos pontos a, b e c). Retirado de [1].

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METODOLOGIA EXPERIMENTAL

Material Necessário

6 erlenmeyers

1 bureta de 25 ml

3 pipetas de 5 ml

3 balões de separação graduados de 100 ml

1 agitador magnético com “peixinho” – barra magnética

Solução NaOH 1M

Ácido acético glacial

Clorofórmio

Fenolftaleína

Suporte Universal

Garras Metálicas

Procedimento Experimental

Determinação dos pontos de solubilidade mútua

Para determinação de tais pontos utilizou-se a técnica chamada de cloud

point. O volume utilizado para os tubos de ensaio foi de 3 ml. O outro componente foi

gotejado até que fosse percebida a olho nu a formação de outra fase. Entre as gotas,

houve agitação vigorosa.

Determinação dos pontos de curva binodal

Em um erlenmeyer foram adicionados 10ml de clorofórmio, e em seguida 1 ml

de água. O erlenmeyer foi colocado sobre o agitador magnético. Em seguida foi

realizada a titulação com ácido acético até a obtenção de uma solução clara e

completamente miscível. O volume gasto foi anotado. Na seqüência, mais 3 ml foram

adicionados e, novamente foi adicionado ácido até a obtenção de uma nova

solução homogênea. O processo foi repetido, adicionando-se mais 5, 10, 20 e 30 ml de

água destilada na mistura.

Determinação das Tie lines

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Foram preparados três balões de separação, com diferentes misturas em cada

um. A composição de cada mistura é descrita no quadro a seguir:

Os balões foram identificados e agitados durante cinco minutos. A solução

ficou em repouso durante mais cinco minutos para que as camadas de cada fase se

separassem e o equilíbrio fosse atingido. O volume da cada fase foi anotado.

Posteriormente cinco ml de cada fase foi retirado, pesado e titulado com NaOH 1 M,

usando como indicador a fenolftaleína.

Volumes (ml) A B C

Clorofórmio 9 9 9

Ácido acético 4 8 2

Água 7 3 9

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RESULTADOS

Determinação dos pontos de solubilidade mútua

Para determinação dos dados de solubilidade é necessário converter o volume

do componente gotejado usado para obtenção de uma segunda fase, em massa. As

densidades dos componentes são: dH2O=1g/ml, dCHCl3=1,483g/ml e dHAc=1,051g/ml.

Na primeira mistura foram utilizados 4 ml de água com 0,12 ml de clorofórmio

(que corresponde a 4 gotas). A segunda mistura é formada por 4 ml de clorofórmio e

duas gotas de água, que corresponde a um volume de 0,06 ml.

Sabendo-se que d=m/v, obtêm-se os seguintes resultados:

H2O: 1g/ml = m / 4ml ; m = 4g

Clorofórmio: 1,483g/ml = m / 0,12ml ; m = 0,17796g

Massa total: 4.17796g

% H2O: (4 / 4.17796) * 100 = 95,74 %

% clorofórmio: (0,17796 / 4.17796) * 100 = 4,26 %

A segunda mistura é composta por clorofórmio e água. Foram usadas 4 ml de

clorofórmio e 0,06 ml de água deslilada.

Clorofórmio: 1,483g/ml = m / 4 ml ; m = 5,932g

H2O: 1g/ml = m / 0,06ml ; m = 0,06g

Massa total: 5,992g

% clorofórmio: (5,932 / 5,992) * 100 = 98,99 %

% H2O: (0,06 / 5.992) * 100 = 1,01 %

Determinação dos pontos da curva binodal

Inicialmente a mistura apresentou turbidez, pois o ponto inicial se encontra na

região bifásica. O volume de água acrescentada a 10 ml de clorofórmio com o

respectivo volume gasto na sua titulação com ácido acético, para que a solução

obtida apresentasse uma coloração clara e completamente miscível está

apresentada no quadro abaixo:

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Os volumes, massas e porcentagens mássicas de cada componente da mistura

no instante em que o sistema se tornou homogêneo estão detalhados no quadro

abaixo:

A primeira e segunda linha do quadro acima se refere aos pontos de

solubilidade mútua; as duas linhas inferiores se referem a pontos da curva binodal.

Estes foram obtidos acrescentando clorofórmio a misturas de frações conhecidas de

água e ácido acético até o aparecimento de duas fases, objetivando encontrar mais

pontos de transição do sistema monofásico a sistema bifásico e, consequentemente,

aperfeiçoar a curva binodal.

VOLUME DE ÁGUA

ACRESCENTADO NA MISTURA

VOLUME DE ÁCIDO ACÉTICO

GASTO NA TITULAÇÃO

1 ml 4,9 ml

3 ml 6,7 ml

5 ml 7,4 ml

10 ml 12,2 ml

20 ml 17,7 ml

30 ml 23,2 ml

Água

Clorofórmio

Ácido Acético

mL Gramas % mas mL Gramas % mas mL Gramas % mas

0,06 0,06 1,01 4 5,932 98,99 - - -

4 4 95,74 0,12 0.17796 4,26 - - -

1 1 4.76 10 14,83 70,68 4,9 5.1499 24,55

4 4 12,89 10 14,83 47,80 11.6 12.1916 39,30

9 9 20,55 10 14,83 33.86 19 19.9690 45,59

19 19 28,51 10 14,83 22.26 31.2 32.7912 49.22

39 39 37,06 10 14,83 14,09 48.9 51.3939 48,84

69 69 43,23 10 14,83 9,29 72.1 47,47 0,4747

Page 16: Equil_brio L_quido-L_quido para o sistema _gua-Clorof_rmio-_cido Ac_tico

16

5.3 Determinação das Tie Lines

Na determinação das tie lines, inicialmente, separou-se a fase orgânica da fase

aquosa das misturas 1, 2 e 3 com o auxílio do funil de separação, destas foram

retiradas amostras de 5mL, pesadas em seguida. O volume total e a massa das

amostras são mostrados no quadro a seguir:

As amostras de 5mL de cada fase das misturas foram tituladas com NaOH,

usando fenoftaleína como indicador. Os volumes gastos nas operações de

neutralização são verificados no seguinte quadro:

Através dos volumes de NaOH, é possível determinar as massas de ácido

acético em cada fase das misturas utilizando a reação de neutralização do ácido

pela base em questão:

NaOH(aq) + CH3COOH(aq) → NaCH3COO(aq) + H2O(l)

40g 60g

Em 1 mol/l:

1L --- 40g

VNaOH (L) --- MNaOH

MNaOH = 40 . VNaOH

40g NaOH --- 60g CH3COOH

40 . VNaOH --- MCH3COOH

MCH3COOH = 60. VNaOH

Fase Orgânica (Inferior) Fase Aquosa (Superior)

Volume Total (mL) Massa (5mL) Volume Total (mL) Massa (5mL)

Mistura 1 11 6,551 g 9,5 5,251 g

Mistura 2 12 5,780 g 8 5,634 g

Mistura 3 10 7,340 g 10 4,956 g

Fase Orgânica Fase Aquosa

Mistura 1 8,8 mL de NaOH 27,7 mL de NaOH

Mistura 2 27,6 mL de NaOH 43,8 mL de NaOH

Mistura 3 2,8 mL de NaOH 12,8 mL de NaOH

Page 17: Equil_brio L_quido-L_quido para o sistema _gua-Clorof_rmio-_cido Ac_tico

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MMISTURA --- 100%

60. VNaOH --- XCH3COOH

XCH3COOH = 60. 100. VNaOH % de ácido acético

MMISTURA

Desta forma, encontra-se a porcentagem de ácido acético em cada fase.

Considerando desprezíveis as massas de água e de clorofórmio nas fases orgânicas e

aquosas, respectivamente, as porcentagens mássicas nas misturas são apresentadas

no quadro abaixo:

FASE AQUOSA FASE ORGÂNICA

H2O (%) HAc (%) Clorofórmio (%) HAc (%)

Mistura 1 68,35 31,65 91.95 8,05

Mistura 2 53,36 46,64 71.35 28.65

Mistura 3 84.50 15,49 97.72 2,28

O gráfico1, é obtido através dos resultados das tie lines, e a curva gerada é

chamada de curva de equilíbrio.

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Diagrama de Fases

Plotando os resultados obtidos nos teste da solubilidade mútua, curva binodal e

tie lines em um diagrama triangular, obtém-se o diagrama de fases do sistema água,

ácido acético e clorofórmio (gráfico 2).

Gráfico 2 – Diagrama de fases

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CONCLUSÃO

Os diagramas ternários construídos permitem, portanto a determinação das

fases binárias e ternárias no equilíbrio líquido-líquido, dando uma idéia geral da

solubilidade entre eles.

Água e ácido acético são completamente miscíveis, assim como

clorofórmio e ácido acético. Água e clorofórmio são parcialmente miscíveis. O

diagrama ternário mostra que dois pares de líquidos completamente miscíveis formam

regiões de uma única fase e que o sistema água-clorofórmio (localizado na base do

triângulo) forma uma região de duas fases. A base do triângulo corresponde a uma

das linhas horizontais em um diagrama de dois componentes. O diagrama de fases é

construído experimentalmente pela determinação da composição do sistema de

duas fases. Uma única fase é obtida quando quantidade suficiente de ácido acético

é adicionada a mistura binária água-clorofórmio.

Após a determinação dos pontos de solubilidade mútua, confirmou-se a baixa

miscibilidade entre a água e o clorofórmio. Por este mesmo parâmetro, verificou-se a

maior solubilização, mesmo que discreta, de água em grandes volumes de clorofórmio

que a situação inversa – solubilização de clorofórmio em volumes maiores de água.

Pelo diagrama de fases, pode-se verificar que as frações de água, ácido

acético e clorofórmio que formam tanto sistemas bifásicos quanto monofásicos. A

maioria das possibilidades de se obter sistemas bifásicos se encontra nas regiões do

diagrama onde as frações de ácido acético são medianas ou baixas e as

porcentagens mássicas de água e clorofórmio são medianas ou altas. Os sistemas

homogêneos se localizam, em sua maioria, nas áreas em que as frações de ácido

acético são medianas ou altas e as porcentagens em massa de água e clorofórmio

estão em posições opostas medianas ou baixas. Quando as frações de água e

clorofórmio apresentam diferença significativa, é possível obter sistemas monofásicos

mesmo com quantidades pequenas de ácido acético.

Portanto, foram obtidos os dados destinados ao cálculo da solubilidade entre

líquidos de diferentes miscibilidades e assim construir os diagramas de fases e observar

a formação das Tie-lines.

Page 20: Equil_brio L_quido-L_quido para o sistema _gua-Clorof_rmio-_cido Ac_tico

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BIBLIOGRAFIA

Roteiro de aulas práticas

FACCHIN, Ileana; PASQUINI, Célio. Extração líquido-líquido em sistemas de fluxo.

Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/qn/v21n1/3470.pdf>. Acesso em 27

de março de 2008.

FELDER, R. M., ROUSSEAU, R.W. Princípios elementares dos processo químicos. 3ª

ed, 2005.

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<http://www.feq.unicamp.br/~cobeqic/rop18.pdf> Acesso em 23 de abril de

2009.

EQUILÍBRIO LÍQUIDO-LÍQUIDO. Disponível em:

<http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?option=com_content&task=vi

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Van NESS, H.C., SMITH, J. M., Introdução a Termodinâmica da Engenharia

Química, Editora LTC -7ª edição