entrevista fundador do schumacher college fev16

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  • 8/18/2019 Entrevista Fundador Do Schumacher College Fev16

    1/4

    E l e

      pode   p a r e c e r   i d e a l i s t a

    d e m a i s p a r a a l g u n s M as

    n ã o

      d e i x e

      d e

      p r e s t a r a te n ç ã o

    n a   profundidade do que d iz

    Sa t is h Kuma r A l g o p o d e r á

    to c a r v o c ê p a r a s e m p r e

    t e x t o   Kar ina  Miot to

    Satish  K um ar é cofundado r da Schum acher College, na Inglaterra , um

    espaço

      de

      aprendizagem aber to

      em

      1991 dest inado

      a

      uni r c iênc ia ,

    espiritualidade e estudos ambientais. Paralelamente, desde 1973, edi-

    ta a

     revista Ressurgence   6 -

     Ecologist . Foi lá que

     conheceu

      o

      economista

    alemão  E.F. Schumacher,  qu e mais tarde se tornaria sua inspiração para

    criar a escola. "Ele me convidou para editar a revista no seu lugar. Eu

    queria vol tar para  a índia  e t r a ba l ha r  com  movimentos gandhianos ,

    mas ele foi muito persuas ivo: 'Na

     índia

     já há muitos gandhianos. A In-

    glaterra precisa de ao menos

     um'",

      lembra o hum anis ta ,  cuja traje tória

    já   t inha começado muito tem po antes . Aos 20 anos, enquanto tomava

    café

     com um amigo em Nova Délhi, viu na TV que o

     filósofo

      Ber t rand

    Russell  havia s ido preso nos Estados Unidos. "Fiquei com vergonha.

    Um

      home m

      de 90

     anos

      er a

     preso

      po r

      protestar contra

      o

      a rmamento

    nuclear e nós jovens es távamos de braços cruzados. Precisávamos  fazer

    alguma coisa", conta. Fizeram . Cam inh aram dois anos e meio pela paz

    se m

     levar  dinheiro

     ou comida

     (apenas sachês

     de chá

     para distribuir

     en -

    tre os chefes  de E stado). "A violência é gerada pelo medo. Se querem os

    a paz , p rec isam os conf iar  uns nos  out ros , na  hosp i ta l idade , n o  aco-

    lhimento",  relembra  o  mestre, hoje  com 79 anos.  De  Londres, dentro

    da

      faculdade

     que ajudo u a conceber, ele nos deu a seguinte entrevista.

    BO N S F L U I D O S

      |2

  • 8/18/2019 Entrevista Fundador Do Schumacher College Fev16

    2/4

    ENTREVISTA

    O

     sr . pode

     começar esclarecendo

    o que é o chá da paz?

    Quando eu e meu am igo sa ímos da

    índia nosso plano era i r a té os Es tados

    Unidos, passando pela

     Rússia,

      Ingla-

    terra

     e França para encontrar com os

    governan tes desses países. Saímos da

    índia atravessamos

     o

     Paquistão

      e o

    Afeganistão.

     A o chega r na Armênia ,

    uma s enhora que t r aba lhava em um a

    fábrica  de

     chás

     ficou

     comovida

     com a

    nossa história. E nos deu quatro caixas

    de chá

     para

     q ue

     entregássemos

     uma a

    cada

     líder. A intenção do "chá d a paz"

    era

     pedir que, antes d e u s a r e m a r m a -

    mento nuclear,

     os

     chefes

     de

     Es tado

    sentassem para tom ar um a xícara de

    chá. Do alto da sua sim plicidade, essa

    senhora mandou  um  recado a os ma i s

    altos governa ntes.

    O  que é a paz, professor?

    Um es tado menta l no qu al você diz a

    si  m e s m o que é par te do universo - e

    o

     universo t rabalha

      sob os

      princípios

    da

     ha rmonia . En tão

     a paz

     depende

     da

    harm onia . Quando você es tá

     em

     ha r -

    monia consigo mesmo,

     em paz com

    seu coração, você não está em   conflito,

    se  basta.

     E m

     desarmonia ,

     o que

     quer

    que você tenha nunca

     é

     suficiente.

    Isso provoca

     a

     falta

      de

     satisfação

     e

    de

     conexão, o que cria perda d a paz .

    Portanto, o passo um é cr iar harmo nia

    e aceitação com você m esmo. Faça

    as  pazes com você m esmo. Esse é o

    prime iro nível de paz.

    E  quais seriam os  outros?

    Se você

     s e

     ace i ta

     e

     está

     em paz

      con-

    sigo mesmo, aceita

     o s

     outros como

    eles são. É a diversidad e da vid a. Toda

    diversidade   é pa ra s er  celebrada como

    riqueza , e não  como divisão. Pois a

    separação pode  ser um  caminho pa ra

    a guerra . Acei tar

     a

     diversidade

     - de

    cul turas , c renças , nac ional idades   - é

    fazer

      as

     pazes

     c om o

      mundo . Quando

    par t i

     de

     Nova

     Délhi , na

     índia

    com

    meu am igo pa ra in ic i a r a c am inhada

    pela paz,

     eu não era um

      h indu í s t a

    que i a encon t ra r m uçulmanos . Não

    e ra um

     ind iano

     q ue ia

     encon t ra r

      um

    paquis tan ês (nossos países , a l iás ,

    e s t avam em gu e r ra ) . E ra um se r

    h u m a n o qu e ia encontrar outro  se r

    humano . Es se  é o segundo nível de

    paz. Celebremos hindus , mulçuma-

    nos, cristãos

    O

     terceiro

     é

     es tar

     e m

    h a r m o n i a

      com a

     nature za . Nes te

    momento ,

      não

     e s t amos . Acham os

    que devemos conquis tá- la . Temos

    de r rubado f lo res t a s , confinado an i -

    mais . Com o as pessoas serão  felizes

    comendo an ima i s  infelizes? Vemos

    o ser

     h u m a n o c o m o

      um se r

     superior.

    Mas a na tu reza não es tá lá só para ser

    usada. É um recurso de vida .

    Qual

     é a

     conexão entre

     paz

     pessoal

    e paz

     mundial,

     neste

     momento

     em

    que

      vivemos?

    É mui to p rofunda .

     S e

     você vive

     co m

    ansiedade , inseg uro, você verá inse-

    gurança  no  mundo. Nes te momento,

    as pessoas es tão obcecadas com sua

    própria segurança, m as o que não

    percebem

      é que ela não vem de

     ven-

    ce r a guerra , de ter  ma i s a rmamentos

    para

      se

     proteger

      ou

     a t aca r ;

     vem de

    amor, harm onia , paz , compaixão. Se

    você n ão t iver segurança in terna , não

    terá

     a

     seguran ça externa .

    Como

     devemos

     lidar

     com os

     medos

    internos nesta busca

     por um

     mundo

    mais p acífico?

    Todas as guerras vêm do m edo do des-

    conhecido,

      do

     outro.

     E o

     ant ídoto para

    isso

     é a

     confiança. Quando nascemos,

    não chegamos c om nenhum pós -dou-

    torado para

     a

     sobrevivência

      e

     mesmo

    assim o Universo nos prove. Coloca

    leite

     no seio da m ãe que nos

     a l imen-1

    tá . Há um

      sistema

     tal no

     Un iverso

    que,

     se

     existe

     um a

      semente

     de

     maçã 

    você

     a

     joga

     n o

     chão,

     o

     Universo

      fará

    dela

     milhares

     d e

     maçãs

     po r

      dez,

     20,

    30  anos . Essa é a abundânc ia da qua

    es tou fa lando, mas que nós  a inda na

    conf iamos. Ao contrár io, sent imos

    medo, pensam os

     " D e

     onde minh a

    comida

     vai

     vir?"

     Tal

     medo causa falt

    de  confiança  dentro  de você e,

     conse-j

    quentemente, desencadeia  falta

      de pá

    fora, na

      sociedade

     e com a

     na tu reza .

    Muitos de nós tememos,  por exem-j

    pio a crise

     econômica.

    A idéia de  cresc imento econômico i

    mitado t ambém nasce do medo . Mu

    tos se pergun tam : "Sem   crescimento

    econômico com o vamo s sobreviver

    Mas o

     fato

     é que não vamos sobre-

    viver porque h á cresc imento

     econô-|

    mico,

     e sim

     porque

      há

     na tu reza .

     Se

    cuidamos das florestas, do solo, eles j

    vão cu ida r da gen te . Se de s t ru ímos

    o solo, as florestas, caus am os aque-

    cimento global.  daí odinheiro no

    banco não va i s a lva r n inguém .

    Em

     um de seus últimos livros S ói

    Soul and

      Society

      A New Trinity t

    Our   Time  Solo, Alma e Sociedade

      |

    A  Nova Trindade  de Nosso Tempo

    ainda

     sem

     tradução para

     o

     portu-

    guês) você propôs uma trindade

    para

     a

     paz:

     solo

    alma e  sociedade.

    Poderia falar mais

     sobre

     isso?

    Todos os grandes m ovimentos  tê m

    uma tr indade . Comecei a pensar   só

    bre qual ser ia a nova t r indad e de no

     tempo

    inteira, holística, com vis

    integra l  d e m u n d o ,  e cheguei a solo

    sociedade

      e

     alma. Coloco

     o

     solo pri-|

    meiro porque tudo

     v em

     dele.

     É co n

    um a

      mãe ,

     que é

     fért i l

      e deu

     vida

     a o

    22

     |

     B ON S F L U ID OS

  • 8/18/2019 Entrevista Fundador Do Schumacher College Fev16

    3/4

    bebê. Somos al tamente dependentes

    do  solo. Sem ele não há  casa, comida,

    nada . Dam os como a l go ga ran t ido ,

    mas ele está adoecendo. Além disso ,

    nos esquecemos q ue t emos a l ma e

    não

     desenvolvemos outras q ual ida-

    des in t e rnas como sen t imen to

      de

    serviço,

      amor , car inho, generosidade.

    Ficamos aqu i

     n os

     es fo rçando para

    se rmos

      bem-sucedidos ,

      reconhecidos.

    E

     esquecemos de nossa a l ma.

    O

     que mais poderíamos fazer para

    sentir

     e

      promover essa harmonia?

    Gandhi d isse:

     "Seja

     a mudança que

    você quer

     ver no

     mundo". Comece

    por si

     mesmo. Dentro

      de

     você

     t em

    água, ar , alma, ima ginação, você é o

    universo . Trabalhe sua an siedade, sua

    raiva, seus receios e a pegos. Liberte-se

    de todas as coisas que o estão apr is io-

    nando. Pense: "Eu posso ser l ivre, eu

    so u

     livre". Cuidar

     de nós

     mesmos

      não

    é egocentrismo.

      Se não me

      amo, como

    posso cuidar do outro? O bem-es t a r

    pessoal é a fundação do bem -estar so-

    cial,

     d o

     bem-es t a r

     d a

     na tu reza .

     Em se-

    guida, pense a o redor. Quando planta

    árvores você serve

     à

     ter ra, quando

     dá

    comida

      aos

     fam intos, serve

     à

     h u m a -

    nidade. O que quer que

     faça,

      coloque-

    se  para além de s i mesmo. Ga ndhi

    mu dou porq ue se colocou a serviço da

    hum anidade, assim como M adre Teresa,

    Nelson Mandela, Ma r t in Luther  King ,

    Wangar i

     Matai.

     Servir

     ao

     outro

     é a

    chave para todas   as coisas q ue  t enho

    falado. P ara c r i a r paz , harm on ia , cu i -

    dado consigo com as pessoas e com

    o

     p l ane t a .

     A o

     serv i r

      os

     outros, você

    t r ans fo rma a si

      mesmo .

    Qual seria a

     mensagem

     da M ãe Terra

    para

     nós

     neste momento?

    E la

     nos ensina o

     amor

     incondicional

    e

     a generosidade. A Mãe Te rra não

    pergu nta se você t rouxe seu car tão de

    crédi to para en tregar algo. A m aciei ra

    não pergun ta  se você é professor , in-

    te lectual ,

     s e é

     san to

     o u

     pecador .

     E la é

    am or incondicional , v ida incondicio-

    nal , e isso é o que podemos aprender

    co m

     ela.

     Com o s e r

     hum ano acon tece

    diferente. A  gente d iscr im ina: "Você

    não

     gosta

     d e

     mim , en tão

     não vou

    am ar você . Você

     não

      concorda comi-

    go,

     então n ão gosto d e  você". Colo-

    cam os condições  em nosso cam inho

    para sent i r compaixão.

    No

     Brasil,

     a m ineradora anglo

    -austríaca B HP

     Billiton

      ao

     lado

     d a

    Vale

     do Rio Doce

     perm itiram

      o

    rompimento

     de uma

     barragem

     que

    distribuiu lama tóxica ao longo do

    Rio

     Doce.

     Essa

     lama

     matou o

     rio,

    pessoas a

     biodiversidade

      ao seu re-

    do r

     e

     chegou

     ao

     mar. Como encon-

    trar a paz diante de uma situação

    dessas, com

     essa emp resa

     e

     todos

     os

    que parecem protegê-la?

    Quando es t á t udo bem, não há

    necessidade

     de

      t rabalhar pela paz.

    Mas,  quando essas minerado ras es t ão

    des t ru indo  a na tu reza , t emos  um a

    opor tun idade

      de

     agir . Gan dhi ,

      na

    índia, passou

     po r

      situações terrí-

    veis

     d e

     colonial i smo im posto pelos

    ingleses, q ue  es t avam dominando ,

    m a t a n d o  e colocando pessoas  na pri-

    são , mas , naquele momento ,

      de

      forma

    não

     violenta

     e

     compassiva

    ele foi

    t r a b a l h a n d o e fazendo o que podia

    pelo  f im do  colonial ismo.  O m e s m o

    aconteceu com Martin  Luther King

    [nos  anos  60 em sua caminhada pela

    paz Sat ish Kum ar   escreveu   a Luther

    King  e

     pediu para encon trá- lo.

     O

    ativista comovido   com a proposta  do

    indiano

    respondeu a

      carta

     e o recebeu

    n o s

     Es tados  Unidos].

      Negros  nã o

    p o d i a m e n t r a r  em r es t au ran tes onde

    O

      m e d o o

    d e s c o n h e c i d o

    f a z a

    g u e r ra . A   s e g u r a n ç a

    v e m d o   a m o r d a

    c o m p a i x ã o   ^

    BO NS

      FLUIDOS

     |23

  • 8/18/2019 Entrevista Fundador Do Schumacher College Fev16

    4/4

    ENTREVISTA

    C o m e c e

      a p a z

    cuidando

      d e   você

    m e s m o .  O   b e m -

    e s t a r

      p e s s o a l

     é

    a   fu n d a ç ã o d o

    b e m - e s t a r s o c i a l

    do

      b e m - e s t a r

    d a   n a t u r e z a ^

    os b r ancos es t avam, nem   comprar  ou

    es tudar

     nos

     mesmos espaços,

     n em

    votar . King lu tou contra essa s i tuação

    de  forma pacífica. Hoje vemos um

    negro na Casa Branca .

    Como

     sentir

     compaixão

      quando

    tanta

     dor e

     raiva

     no s

     assola?

    Se você quiser com bater

      o

     fogo, deve

    usar água . Você

     não

     pode combate r

    fogo

     com   fogo. Não é possível lutar

    contra

      a

     injust iça

      com

     raiva

     o u

      m e d o

    ou

     l u t a r con tr a m inerado ras

     e em-

    presas q ue  dest roem  as

      florestas

      co m

    violência e raiva, arm as etc. Você es-

    tar ia dando combust ível para o   fogo.

    Qual seria

     o  caminho

     então?

    Temos que fazer  um esforço. Medi-

    tação, diálogo  co m  outros at iv is tas ,

    apo io mú tuo .  [Kumar

      defende

      a

    medi tação como um meio de inte -

    grar mente

      e  alma

    aspectos

     que são

    negligenciados no dia a

     adia

      e

     q ue

    po r

      i sso acabam

      afastando

      o s

     s e r e s

    humanos

     uns dos outros . Daí sua

    ênfase   em

      corrigir primeiro essa

    defasagem]  Se no

      Brasil

      há essa

     mi-

    nerado ra , e s sa pode  s e r uma  opor-

    t u n i d a d e p a r a a s p e s s o a s s e u n i r e m ,

    se o rgan iza rem pa c i f i camen te , par a

    mos t r a r co ragem, ded icação

      e

     c o m -

    p r o m e t i m e n t o e m m u d a r a s i t ua ç ã o .

    O

     nega t ivo prec isa

      ser

      combat ido

    po r

      meios pacíficos

      e

     positivos.

     E

    cam inhe j un to , po rque soz inho

      n ão

    é

     possível

      fazer

      um mov imen to . So -

    l idar i edade t r az co ragem e compro -

    metimento. At iv ismo é otimismo.

    Mesmo com dor.

    Sim. Gandh i  sofreu  mu i to . Mas ele

    tam bém medi tou sobre o melhor meio

    para brigar contra

     a

     injustiça.

     E o me-

    lhor cam inho não é a não ação, e tam-

    bém

     não é

     usando armas.

     O

     caminho

    qu e defendo é o de u sar o poder d a  i

    violência.

     E a

     história

     nos

     confirma is

    Olhe para trás

     e veja

     como funciona.

    Você acha que

     todos

     nós podem os l

    nos tornar

     Mandelas Gandhis

    Madres

     Teresas?

    Sim, temos esse potencial .  A

     dife-

    rença

     é que

     essas pessoas u sar a m

     a

    co ragem, que é ag i r com o coração, l

    mas nossa co ragem es t á

     do r mi ndo

    nós precisam os acordá- la, nos orga

    nizar , t razer consciência para  quen

    está poluindo, dest ru indo

     a s

      fioresn

    desperd içando r ecu r sos . Eles

     n ão

     

    bem o que estão fazendo com a ter

    temos que dizer

     isso

     a eles.

    Existem

     muitos movimentos volt

    dos a

     essa transformação

      tão

     nece

    sária.

     Seria

     um

     sinal do  despertar 

    da  humanidade?

    Sim, a huma n idade es t á desper t an -

    do. Existe

     um

      l ivro mu i to boni to

    do  P a u l

     Hawken

      c h a m a d o

      Blessed

    Unres t

      [em   tradução li teral Bendita

    Inquietude].   Na

     ob ra ,

     e le compar t i l

    com o

     leitor

     a

     informação

      de que l

    mil hões de pessoas t r aba l han do

     pó

    um

      mundo mel ho r

      em

     á r eas como

    saúde, educação, medi tação,

      fazend

    orgânicas. Devido a essa  consciêncil

    e pressão - e a ciência está

     conosco ]

    as  mud anças cl imát ica s estão no to

    da   agenda . Fa lou - se na  conferênc ia j

    do cl ima, em Par is , sobre energia

    renovável e redução do uso de

     com-

    bust íveis fósseis.  Isso

     é um

     s ina l

     de |

    que

     mesmo

      os

     líderes políticos

     es t

    aco rdando ,

      e

     isso aconteceu

     por ca

    da  opinião púb l ica. Superpoder  é

     o

     j

    vínculo , o  enga j amen to da s pessoas

    Saiba

     mais sobre

     o

     pensamento

      de j

    Satish Kumar

     na

      seção  Palavra

      de  

    Mestre

    página

      72. O

    24

      |

      BO N S F L U I D O S