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1 / 15 biografia Elilson é performer e professor. Mestre em performance pelo Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena da ufrj e graduado em Letras pela ufpe, com intercâmbio na Universidade Nova de Lisboa. Tem integrado exposições coleti- vas, mostras e festivais em cidades como Assunção, Buenos Aires, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo. Em 2017, publicou o livro Por uma mobilidade performa- tiva (Editora Temporária). Em 2018, foi bolsista do programa “Qualquer direção fora do centro” da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Também em 2018, foi contemplado com o Rumos Itaú Cultural e com o Prêmio edp nas Artes do Instituto Tomie Ohtake, realizando por meio deste, em 2019, uma residência no ateliê R.A.R.O em Buenos Aires. processos poéticos Tendo iniciado meu processo artístico no teatro e minha formação acadêmica na área de Letras, percebo que este percurso interdisciplinar foi fundamental para pavimentar a pesquisa que venho desenvolvendo no campo das artes visuais, especialmente com a linguagem da performance e seus desdobramen- tos em escrita e instalação. O interesse surgiu em Recife, em meados de 2012, quando as performances de ambulantes, religiosos, pedintes e músicos em transportes coletivos despertaram a vontade de investigar relações entre corpo e cidade. Desde então, tenho experimentado pelas cidades por onde vivo ou trabalho uma cartografia entre os papéis de espectador, “usuário” de transpor- tes, pedestre, performer e escritor. Algumas das questões que norteiam minhas práticas artísticas são: a mobilidade urbana; o planejamento urbano; as relações entre caminhada e história; a escrita de relatos multivocais como registro; re- lações entre oralidade e escrita; precariedade e concidadania; e o contínuo das ações entre os espaços públicos e os contextos expositivos. Elilson natural de Recife, pe reside em São Paulo, sp (11) 99143 5809 [email protected] www.elilson.com

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biografia

Elilson é performer e professor. Mestre em performance pelo Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena da ufrj e graduado em Letras pela ufpe, com intercâmbio na Universidade Nova de Lisboa. Tem integrado exposições coleti-vas, mostras e festivais em cidades como Assunção, Buenos Aires, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo. Em 2017, publicou o livro Por uma mobilidade performa-tiva (Editora Temporária). Em 2018, foi bolsista do programa “Qualquer direção fora do centro” da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Também em 2018, foi contemplado com o Rumos Itaú Cultural e com o Prêmio edp nas Artes do Instituto Tomie Ohtake, realizando por meio deste, em 2019, uma residência no ateliê R.A.R.O em Buenos Aires.

processos poéticos

Tendo iniciado meu processo artístico no teatro e minha formação acadêmica na área de Letras, percebo que este percurso interdisciplinar foi fundamental para pavimentar a pesquisa que venho desenvolvendo no campo das artes visuais, especialmente com a linguagem da performance e seus desdobramen-tos em escrita e instalação. O interesse surgiu em Recife, em meados de 2012, quando as performances de ambulantes, religiosos, pedintes e músicos em transportes coletivos despertaram a vontade de investigar relações entre corpo e cidade. Desde então, tenho experimentado pelas cidades por onde vivo ou trabalho uma cartografia entre os papéis de espectador, “usuário” de transpor-tes, pedestre, performer e escritor. Algumas das questões que norteiam minhas práticas artísticas são: a mobilidade urbana; o planejamento urbano; as relações entre caminhada e história; a escrita de relatos multivocais como registro; re-lações entre oralidade e escrita; precariedade e concidadania; e o contínuo das ações entre os espaços públicos e os contextos expositivos.

Elilsonnatural de Recife, pereside em São Paulo, sp(11) 99143 [email protected]

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prêmios, residências e exposições

2019— Residência no ateliê R.A.R.O, Buenos Aires (Argentina);— “Mostra R.A.R.O”, coletiva na Galeria Lanza Llamas, Buenos Aires;— “Metrópole Transcultural”, coletiva no Galpão Bela Maré (curadoria de Ronald

Duarte. O objeto “Bando Recíproco” passa a integrar o acervo do Bela Maré;— Performance e mesa pública no “Flexões Performáticas”, ccbb-sp (curadoria

de Luana Aguiar);— “Impávido Colosso”, coletiva no espaço a mesa.

2018— Rumos ltaú Cultural. Projeto selecionado: Mobilidade

[inter]urbana-performativa;— Prêmio edp nas Artes, Instituto Tomie Ohtake – artista premiado com resi-

dência internacional;— “vi Edição – Prêmio edp nas Artes”, coletiva no Instituto Tomie Ohtake;— “Formação e Deformação”, coletiva do programa “Qualquer direção fora do

Centro” nas Cavalariças da eav – Parque Lage;— Exposição coletiva “Escrevo para me percorrer”. Centro Cultural da Justiça

Federal, Rio de Janeiro;— Colaboração na série “Se o título fosse um desenho, seria um quadrado em

rotação”, da artista Eleonora Fabião. Festival de Teatro de Curitiba.

2017— Exposição coletiva “Desilha: suburzona de conforto”, curada por Livia Flores

e Ronald Duarte. Espaço Saracura, Rio de Janeiro;— Exposição “Linha do Tempo: Editora Temporária 2017”. Centro Carioca de

Design, Rio de Janeiro;— Festival Amostra Urbana, Curitiba;— Temporal: Festival Internacional de Arte Urbana, Assunção, Paraguai;— Selecionado no edital “Editora Temporária” (projeto patrocinado pelo Rumos

ltaú Cultural), Rio de Janeiro para publicação do livro Por uma mobilidade per-formativa (disponível em: <www.elilson.com>);

— Exposição coletiva “Políticas Incendiárias”, Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Rio de Janeiro;

— Festival Atos de Fala (adf.crise). Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Rio de Janeiro.

2016— Residência artística “O feminino e a rua”. Mostra Hífen de Pesquisa-Cena,

Rio de Janeiro;— Esforços, Mostra de Performances. Coletivo Miúda e Galeria Olho da Rua,

Rio de Janeiro;— Colaboração no trabalho “Movimento ho”, da artista Eleonora Fabião.

Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Rio de Janeiro;— Integrante da videoinstalação “Piloto por um trem transcultural”.

LabCreative – Festival Multiplicidade. Oi Futuro Flamengo, Rio de Janeiro;— Campo de Provas Open Air – mostra coletiva curada por Livia Flores e

Ronald Duarte. Campus da Ilha do Fundão, ufrj, Rio de Janeiro;— Colaboração na série “Azul, azul, azul e azul”, de Eleonora Fabião. Exposição

“Das virgens em Cardumes e da Cor das Auras”, curadoria de Daniela Labra. Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea.

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seleção de trabalhos

Lluvia de Derechos (2019)Centenas de envelopes vermelhos foram lançados das janelas e das escadas da Faculdade de Direito de Buenos Aires. Em seu conteúdo, trechos de direitos constitucionais em vigor no Brasil e na Argentina são confrontados por declara-ções de seus líderes que os violam diretamente. foto: camila gómez

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seleção de trabalhos

Arte Panfletária (2018, 2019)Vestindo roupas sem estampas, sair pelas ruas portando vários alfinetes de segu-rança. Nos centros das cidades, caminhar à procura das panfleteiras e panfletei-ros. Ao aceitar os panfletos distribuídos, solicitar que xs trabalhadorxs decidam em qual parte do corpo devem ser anexados, oferecendo-lhes um alfinete de se-gurança. Circulando pelas cidades os seus discursos e anúncios, voltar para casa apenas quando as roupas estiverem integralmente panfletadas. Performance re-alizada nas ruas de Rio de Janeiro, Porto Alegre, São Paulo, Recife e Buenos Aires; Instalação com roupas, panfletos e áudios. foto: ricardo miyada, Exposição “Prêmio edp nas Artes”, Instituto Tomie Ohtake

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seleção de trabalhos

Chuva de Direitos (2018)Do alto de prédios da cidade, jogar carteiras de trabalho gigantes, nas dimen-sões 180 cm x 90 cm, impressas em serigrafia sobre tecido. A ação, como o título sugere, é uma citação direta ao trabalho “Chuva de Dinheiro” (1983-1985), das artistas Márcia X e Ana Cavalcanti. foto: carolina calcavecchia

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seleção de trabalhos

Fa(r)dado (2018)Durante todo o dia 13 de dezembro de 2018, data em que se completaram 50 anos do ai-5, 1000 envelopes vermelhos foram jogados do alto de prédios em ruas de intenso fluxo por diferentes bairros. Para além do título do trabalho carimbado no exterior do envelope, em seu conteúdo havia uma cópia do dis-curso antimilarista proferido por Márcio Moreira Alves em setembro de 1968, e um cartão em papel metalfilm (espelho) com a frase dita pelo estudante Marcus Vinícius, assassinado enquanto ia para a escola pela intervenção federal do Rio de Janeiro em 2018. foto: carolina calcavecchia

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seleção de trabalhos

Bando Recíproco (2018)Um carrinho de madeira, composto por um espelho com 2 m de comprimento e 1, 60 m de altura, 9 hastes de pvc, rodízios fixos e giratórios, ferro e metal é pu-xado pelas ruas da cidade. Ao redor e à frente do carrinho, performers-colabora-dores carregam em mãos tecidos vermelhos com letras bordadas em branco. Em conjunto, os tecidos formam o verbo viveremos. Ao término da ação, os tecidos são encaixados nas hastes, constituindo bandeiras. foto: carolina calcavecchia

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Ré Pública (2017)Quarta performance da série de caminhada de costas, em Ré Pública uma trinca de brasileiros segue em marcha ré pelas ruas da cidade, com um tecido bor-dado à mão e duas pás. Ao passarem por obras, canteiros etc., pegar porções de terra com as pás e despejar sobre o tecido equilibrado em mãos pelo performer. Uma das pás é revezada entre espectadores ou transeuntes interessados em performar a ação. foto: annette carla alencar

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Por uma mobilidade performativa (2017)Livro que reúne registros (fotos e relatos multivocais) de performances rea-lizadas entre 2016 e 2017 em ruas e transportes coletivos da cidade do Rio de Janeiro. Com design de Thiago Lacaz, o livro foi editado pela Editora Temporária, um projeto patrocinado pelo Rumos ltaú Cultural. O livro e seu processo de criação foram expostos no Centro Carioca de Design, Rio de Janeiro, durante todo o segundo semestre de 2017. Disponível em: <www.elilson.com>. foto: rafael amorim

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Abate (2017)Com uma máscara de boi em arame eletroluminescente, utilizar os serviços de trem e metrô nos horários de pico. Cumprir todo o ritual: fila para compra de bilhete, acesso, espera e tráfego. Manter o contato visual sempre que for enca-rado por alguém, mas conversar apenas quando outros passageiros iniciarem o diálogo. foto: tania grillo, para o livro Por uma mobilidade performativa

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24 (2016)Portando um lençol azul, caminhar pelas ruas da cidade e encontrar aleato-riamente homens chamados Fábio. Também marcar encontros prévios com Fábios, amigos de amigos, em ruas, casas ou locais de trabalho. O importante é que todos sejam desconhecidos. Com cada Fábio, conversar sobre irman-dade, distância geográfica e suicídio. Apresentar fotografias pessoais e ler uma carta íntima sobre Fábio, meu irmão mais velho que se matou aos 24 por ser homossexual. Ao fim de cada conversa, pedir ao Fábio que pose para uma “foto de irmãos”. A foto tem como objeto de composição o mesmo lençol azul, que é sacudido conjuntamente ao final do encontro. Performance realizada em 2016, durante os meus 24. foto: “Fábio 8”, jeanne

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seleção de trabalhos

Transporte Olímpico (2016)Vestindo uma roupa de atividade física, utilizar a estrutura de uma parada de vlt como academia de ginástica. Alongar e aquecer o corpo numa sequência de exercícios realizada no ponto, entre passantes, árvores, placas e usuários do trem. Posicionar-se ao lado do veículo, na calçada, e apostar uma corrida com ele. Correr junto com o vlt, parando e retomando a corrida conforme as para-gens e retomadas da máquina. Ultrapassar e ser ultrapassado. Trecho do vídeo disponível em: <https://vimeo.com/225032626>.

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seleção de trabalhos

Gota (2016)Um balde de plástico vermelho made in Brazil com capacidade para 13,6 litros é o objeto precanorelacional que norteia uma quase-deriva. Uma caminhada--busca por quem estiver bebendo água ou trabalhando água. A caminhada só se completa quando o recipiente estiver transbordante com as águas doadas pelos transeuntes, gota a gota, com as próprias mãos. Toda a água coletada é rever-tida em ações de lavagem, escrita e exposição oral. A performance foi realizada em 2016 nas ruas do Rio de Janeiro para lavar de uma parede um discurso de ódio pichado em comemoração a um crime de homofobia. O texto escrito que relata o percurso já foi apresentado em exposições e festivais em Curitiba e Rio de Janeiro. foto: wilton montenegro

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Série #Pago (2016-17)Com um carrinho de supermercado contendo almofadas de minha casa, uma garrafa de água mineral, alguns copos descartáveis e um protetor solar, levan-tar um cartaz com os dizeres: “Pago R$ x para você andar no meu carrinho. *Sujeito a condições”. Aos transeuntes interessados, explicitar as condições: 1. aceitar ser registrado em foto e em vídeo; 2. fazer, dentro do carrinho, o per-curso entre duas estações de transporte público. O valor de pagamento é alte-rado de acordo com a tarifa vigente em cada cidade (ex: R$ 4,10 e R$ 4,30 no Rio de Janeiro, em 2016 e 2017 respectivamente; R$ 4,25 em Curitiba (2017, Festival Amostra Urbana). foto: willams costa

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Massa Ré (2016)Primeira performance de uma série de quatro caminhadas de costas coletivas ou individuais que ocorreram por até 3h em ruas do Rio de Janeiro, Recife e Assunção, Massa Ré tinha como programa: Um grupo de brasileiros, vestindo camisas com as inscrições 2016 (frente) e 1964 (costas), caminha lentamente, silenciosamente e de costas pelas ruas com as mãos espalmadas para baixo. Os pontos de início e término da caminhada são preestabelecidos em consonância a fatos históricos. Em contrafluxo nos centros urbanos, a proposta é profanar a expressão absoluta e primeira da ordem e do progresso: o andar para frente. foto: francisco costa