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Eletrofisiologia
• A eletricidade é uma das formas básicas de energia física e
pode produzir efeitos significativos sobre os tecidos
biológicos. (Robinson 2002).
• Partículas carregadas como eletrons nos metais ou íons em
uma solução tenderão a mudar de posição de acordo com
as interações com outras partículas carregadas.
• Os tecidos biológicos contém partículas em solução na
forma de íons como: Na+, Cl-, K+
• os tecidos humanos são condutores porquê seus íons são
livres para moverem-se quando expostos a forças
eletromotrizes.
Eletrofisiologia
• A capacidade dos íons moverem-se no tecido humano
varia de acordo com o tipo de tecido. Enquanto nervos e
músculos são bons condutores, a gordura e os ossos não o
são.
• O nome dado ao movimento das partículas em resposta a
um campo elétrico é corrente elétrica.
• Três tipos de corrente são utilizadas em eletroterapia:
contínua, alternada e pulsada ou interrompida.
• Na contínua, o desequilíbrio entre o excesso de elétrons no
catôdo e a deficiência no anôdo gera a força motriz.
Eletrofisiologia
• Alternada: o fluxo é bidirecional e contínuo e a polaridade
é revertida periodicamente. Caracteriza-se pela frequência.
• Pulsada: o fluxo unidirecional (monofásica) ou
bidirecional (bifásica) é interrompido de forma
intermitente por um período definido chamado de pulso.
• Podem ser simétricas ou assimétricas, equilibradas ou não
e ainda variar quanto a sua forma.
• Juntas estas características definem o tipo de corrente.
Eletrofisiologia
• Amplitutide. Mede a magnitude de uma corrente com
referência à linha de base. Pode ser uma medida da força
motriz: a voltagem.
• As características quantitativas das correntes alternadas e
pulsadas são:
• Dependentes da amplitude (máxima, entre picos, eficaz e média).
• Dependentes do tempo (duração da fase, do pulso, tempo de
transição, de extinção, tempo interpulso, intrapulso, período e
frequência)
• Da amplitude relacionada ao tempo (carga da fase e carga de
pulso)
Eletrofisiologia
• Às características na natureza de uma corrente dá-se o
nome de modulação, portanto modula-se: a amplitude, a
duração do pulso e a frequência de uma corrente. Outra
modulação possível em correntes terapêuticas é a modulação de rampa,
ou de variação de intensidade.
• A amplitude de correntes terapêuticas é referida como
intensidade do estímulo.
• A frequência se refere ao número de pulsos por unidade de
tempo e é expressa em hertz.
• A uma série repetida de pulsos de frequência fixa dá-se o
nome de trem.
SNC e ACP
• Fisiologia da dor.
• A dor é uma sensação somestésica (tem origem na superfície do corpo ou em uma de suas estruturas profundas) sua percepção origina-se nas TN livres que diferenciam-se das específicas que são encapsuladas e transmitem sinais próprios.
• Após chegar à medula os sinais sensoriais são transmitidos ao cérebro por duas vias: o sistema dorsal e o espino-talâmico.
• No 1o os sinais trafegam por fibras de grosso calibre e no segundo por fibras de calibre menor.
• Ambos terminam no tálamo de onde são retransmitidas para a área somestésica do córtex cerebral.
• Estes sistemas tem fibras ramificadas principalmente ao nível da medula espinhal e do tronco cerebral. Os sinais destas ramificações promovem os reflexos.
SNC e ACP• O tálamo determina a modalidade sensorial enquanto o
córtex somestésico define o local de origem.
• De acordo com Guyton 1998, pessoas normais percebem a dor quase precisamente no mesmo nível de lesão tecidual (Ex. ente 44o e 46o ) por outro lado, a reação destes a dor pode Ter diferentes níveis de intensidade.
• Em geral a dor relacionada a lesões é mais importante nos instantes em que o tecido está sendo lesado e nos primeiros minutos que seguem a esta lesão (Ex. soldados feridos que dizem não estar sentindo nada) após este período as células parecem liberar as substâncias que combatem a dor.
SNC e ACP• Acupuntura.
• A comunidade científica aceita que a acupuntura produza efeitos fisiológicos que alteram atividades elétricas cerebrais e no tálamo (área do encéfalo que processa impulsos nervosos relacionados à sensibilidade).
• Abass Alavi e David Mosley pesquisadores da universidade da Pensilvânia escanearam o cérebro de pacientes durante o tratamento por acupuntura e identificaram aumento do fluxo sanguíneo, especialmente no tálamo.
• Tem sido pesquisada principalmente a liberação de endorfinas do subtipo de neuropeptídeo chamado opióide relacionado ao mecanismo natural de supressão da dor. (endorfinas, encefalinas e dinorfinas).
SNC e ACP• De acordo com o zoólogo canadense Bruce Pomeranz o estímulo
nociceptivo em um ponto de acupuntura promove uma resposta neuro-humoral onde as células secretam substâncias opióides que interferem na resposta dolorosa.
• Outros autores sugerem a participação de dinorfinas a e b, prostaglandinas, serotonina e histamina neste processo.
• Os dois mecanismos de interferência da acupuntura no estímulo doloroso são:
• inibição da atividade de neurônios transmissor na medula.
• Inibição da aferência nociceptiva por meio da ativação de sistemas supressores de dor segmentares e suprasegmentares, segundo a teoria do portão da dor de Melzac e Wall. (sinais nociceptivos transmitidos através de fibras de pequeno calibre são bloqueados por impulsos de fibras dos grandes nervos como as os mecanorreceptores do mesmo segmento da medula).
• Em relação à eletroacupuntura, foi observada a aceleração da liberação de paptídeos opiáceos no SNC que interagem com receptores próprios induzindo ao efeito.
SNC e ACP• Achados.
• 1. Estimulações de alta intensidade e baixa frequência (2Hz) promovem analgesia de longa duração com efeitos cumulativos e reversíveis através da administração de naloxona. (Um antagonista morfínico que anula o efeito da acupuntura. Este fato reforça a idéia da participação das vias endorfinonérgicas).
• O estímulo de baixa frequência gera a liberação de encefalinas e beta endorfinas do cérebro e da medula que interagem com os receptores opiáceos m e s no SNC.
• estimulações de alta intensidade e alta frequência (acima de 100Hz) geram analgesia de curta duração porém não reversível pela administração de naloxona.
• Este tipo de estímulo aumenta a liberação de dinorfina na medula para interagir com os receptores opiáceos K no corno anterior da medula (Han; Wang,1992).
• De acordo com os autores acima, ratos refratários aos estímulos de baixa frequência ainda reagem aos de alta e vice versa. Pois estes são mediados por por tipos diferentes de receptores opiáceos.
SNC e ACP• Na baixa frequência os receptores me s relacionam-se com
as encefalinas e endorfinas.
• Na alta frequência os receptores Kappa relacionam-se com as dinorfinas.
• Chen et al, em 1994 revelou que estímulos alternados de 2Hz e 100Hz a cada 3 segundos promovem um efeito analgésico mais potente por causar liberação dos 3 tipos de opiáceos.
• Esta utilização utiliza diferentes vias nervosas para a mediação do efeito analgésico. (Guo et al, 1996).
• Constatou-se também um aumento na concentração da serotonina no LCR e nas estruturas neuronais do tronco encefálico inferior em cobaias após a acupuntura, portanto bloqueadores da serotonina também interferem no efeito da acupuntura.
SNC e ACP• Cerca de ¾ dos pontos de acupuntura coincidem com os
pontos motores dos músculos esqueléticos.
• As fibras do tipo 2 (Ab e Ad) relacionadas à sensibilidade proprioceptiva no SNP são os componentes mais importantes das fibras aferentes que mediam os sinais da acupuntura para o SNC.
• Além de todos os efeitos estudados, a acupuntura parece reduzir a ação do SN simpático, resultando em melhora da perfusão sanguínea periférica local que ajuda a promover o alívio da dor.
Eletroacupuntura• De acordo a Shanghai College of Traditional Medicine, a
eletroacupuntura consiste em passar uma corrente elétrica
pela agulha com a finalidade de fortalecer ou alterar a
natureza do estímulo.
• Utilizada na China desde a década de 30.
• Substitui a manipulação manual.
• Permite a mensuração e ajuste da corrente.
• Pode produzir um estímulo mais potente do que o
conseguido com a manipulação.
• Traz a possibilidade da estimulação através de eletrodos
transcutâneos.
Eletroacupuntura• A eltroacupuntura utiliza em geral, a corrente alternada,
isto se deve ao risco de eletrólise, que pode acometer tanto
a agulha quanto as células.
• No método Ryodoraku utiliza-se a corrente contínua,
porém por períodos de poucos segundos.
• Existem dois tipos básicos de eletroestimuladores:
• Os que utilizam correntes mínimas, nos quais todas as
saídas apresentam a mesma polaridade, cabendo a um
eletrodo na mão do paciente, o retorno da corrente. Nestes
casos o (+) é usado para tonificação e o (-) para sedação. Estes
aparelhos vem equipados com uma chave seletora que pode alterar a
polaridade das saídas.
Eletroacupuntura• Outro tipo, utiliza saídas duplas onde cada extremidade
representa uma polaridade.
• Não há clara identificação da polaridade, o que torna
necessário que se realize um teste afim de definir o pólo
mais ativo.
• Este deve ser o pólo de escolha nos locais em que se
apresentam os pontos principais.
• Alguns aparelhos vem equipados com localizadores de
pontos, capazes de identificar diferenças na impedância
elétrica dos pontos em relação à periferia.
• Em geral estes aparelhos vem preparados para uso com
baterias ou podem ser ligados à rede elétrica.
Eletroacupuntura
• A modulação para tonificação deve utilizar frequência e
intensidade baixas e tempo de aplicação curto.
• Para a sedação utilizam-se frequências mais altas,
intensidade no limite do paciente e tempo de aplicação
mais longo.
• Os aparelhos podem variar as frequências desde menos de
1 Hz, até alguns kHz.
• A forma da corrente em geral tem menor relação com a
efetividade do tratamento, na prática geralmente usa-se as
formas espiculada ou quadrada.
Eletroacupuntura• Geralmente os aparelhos apresentam três tipos básicos de
estímulo.
• O regular, na qual a corrente mantém o estímulo constante
durante todo o tratamento e é utilizada para sedação devido
a acomodação gerada.
• O interrompido, no qual a corrente é interrompida em
intervalos definidos pelo terapeuta de acordo com o caso
em questão. Útil na drenagem de edemas.
• O Intermitente, no qual duas frequências de estímulo
diferentes são oferecidas em intervalos determinados pelo
terapeuta. Dificulta a acomodação e é usado para
tonificação.
Eletroacupuntura• Seleção de pontos:
• Utilizar nos principais pontos escolhidos para o tratamento.
• Na tonificação com pontos de um mesmo meridiano, usar
os pontos seguindo seu trajeto.
• Procurar utilizar pontos o mais próximo possível entre si.
• Evitar cruzar a linha média, principalmente nos pontos do
tórax.
• Não usar ao mesmo tempo os pontos do VG e do VC.
• Não colocar muitos pontos de forma aleatória em uma
mesma região.
• Não utilizar em mulheres grávidas.
Eleteroacupuntura• Técnica:
• Em relação à higiene, segue os mesmos princípios da
acupuntura tradicional.
• Certificar-se de que o aparelho e todas as saídas estejam
desligadas antes de fixar o fio às agulhas.
• Fixar todos os fios ao paciente ou à maca para evitar
incômodos devidos ao movimento.
• Dar preferência a fixar os fios à lâmina das agulhas.
Alguns materiais usados nos cabos não são bons
condutores.
• Aumentar a intensidade lentamente e manter contato verbal
com o paciente para evitar dor excessiva desnecessária.
Eletroacupuntura
• Técnica:
• Retirar as agulhas após reduzir a intensidade do estímulo a
zero, porem antes de desligar a chave geral do aparelho.
• evitar o uso de estímulos que causem contração muscular
evidente devido ao risco de entortar as agulhas e por estas
contrações poderem causar fadiga.
• Dar preferência a tratar o paciente deitado ou apoiado
devido ao forte estímulo produzido pela eletroacupuntura.
• Pontos da face e extremidades são mais sensíveis.
Avaliação por EA
• Mede alterações elétricas da pele
• Os localizadores mais simples utilizam sinais sonoros e ou visuais que determinam apenas o ponto em que haja uma alteração elétrica em relação à periferia.
• No método de avaliação ryodoraku, a avaliação quantifica
a diferença entre os pontos escolhidos e um padrão de normalidade definido ao início do processo. O que cria um gráfico que evidencia as deficiências e os excessos nos meridianos. Podem ser analógicos (menos precisos) ou
digitais.
Ryodoraku Técnica
• Mede a condutibilidade elétrica dos meridianos regulares nos pontos:
P9, CS7, C7, ID5, TA4, IG5, VB 40,E42, R4, B65,. F3 e BP3.
• São coletados os valores dos 2 lados do corpo.
• Marcam-se os valores na tabela, definem-se os valores médios, cria-se
uma faixa de normalidade e destacam-se as deficiências e os excessos.
• A partir deste conhecimento, serão sedados ou estimulados utilizando-
se os pontos de sedação ou tonificação definidos pelas leis de geração
e controle.
• Na orelha, os pontos que apresentarem valores abaixo de 10 micro
amperes devem ser sedados e aqueles que apresentarem acima de 60
tonificados (atentar para alterações na pressão na ponteira).
Haihua
• Baseia-se no uso de energia eletromagnética.
• Corrente sinusoidal
• As agulhas são substituídas por eletrodos.
• Cada eletrodo estimula um ponto escolhido para o tratamento.
• As aplicações duram entre 1 e 3,5 minutos em cada ponto.
• É indolor e sem efeitos indesejáveis.
• Funciona através do equilíbrio iônico dos tecidos superficiais.
• Utilizado em todas as indicações da ACP tradicional.
TENS• Estimulação elétrica neural transcutânea.
• Terapêutica não invasiva, sem efeitos colaterais ou interação medicamentosa.
• Utilizada desde a década de 70 com objetivo de analgesia.
• É realizada através de eletrodos fixados na pele e intermediados por gel condutor.
• Aplicação convencional: contínuo com pulsos de alta frequência (75 a 150 Hz), curta duração e baixa amplitude.
• Acupuntural: baixa frequência (inferior a 10 Hz), alta intensidade.
• Burst: Alta frequência (40 a 150 HZ) usa rajadas de pulsos.
• Breve intenso: similar ao convencional, utiliza frequências entre 100 e 150 Hz porém estimulando em pulsos interrompidos.
• VIF: variação de intensidade e frequência com estimulo irregular evita a acomodação.
Anestesia por EA• Anestesia (analgesia) por ACP.
Desenvolvida na China, como uma alternativa onde as agulhas são inseridas antes e durante o procedimento cirúrgico. Tem como objetivo reduzir ou eliminar a dor permitindo que o paciente participe ativamente do processo.
•vantagens:As agulhas estimulam o sistema imunológico.Não apresenta efeitos colaterais.De acordo com a MTC, encurta o tempo de recuperação.Alternativa para os pacientes que por motivos fisiológicos ou metabólicos não podem ser submetidos à anestesia química.
Anestesia por EA• Desvantagens:
Ansiedade.possibilidade de uma reação de retração.Pode ocorrer anestesia incompleta.Em certos casos pode ser necessário complementação química.O cirurgião deve ser firme preciso e rápido.A presença de mais profissionais, equipamentos e fiação na sala pode interferir no processo.
• Método:As agulhas são inseridas entre 10 e 20 minutos antes do procedimento e manipuladas ou estimuladas por EA.A manipulação ou corrente devem ser contínuas ou intermitentes, de acordo com a situação.As agulhas só serão retiradas após o término do procedimento.
Eletroacupuntura
• Bibliografia:• Eletrofisiologia clínica: eletroterapia e teste eletrofisiológico / Andrew J.
Robimson & Lynn Snyder-Mackler; Trad. Fernando Antônio de Mello Prati e
Maria da Graça Figueiró da Silva - 2a. ed. Porto Alegre: Artmed Editora,
2001.
• Eletroterapia explicada: princípios e prática / John Low & Ann Reed - 1a. ed.
São Paulo: editora Manole Ltda, 2001.
• Acupuntura: um texto compreensívael / Shanghai College of Traditional
Medicine; Trad. Ysao Yamamura - 1a ed. São Paulo: editora Roca Ltda, 1996.
• Tratado de eletroacupuntura / Sohaku, Raimundo Cesar Bastos - Rio de
Janeiro: Sohaku-in edições, 1993.
• As bases científicas da acupuntura / Jayasuriya, Anton; Trad. Francisco A O
Pereira; revisão técnica Mário Augusto Martini - Rio de Janeiro: Sohaku-in
edições, 1995.